1) Pode o Tribunal, em julgamento de apelação interposta contra sentença de extinção,
julgar o mérito sem que este tenha sido julgado pelo juízo a quo? Isso poderia implicar em reformatio in pejus? 2) Se o juiz indeferir a inicial liminarmente, e o autor apelar dessa sentença que julgou extinto o processo, sem julgamento do mérito, o Tribunal pode, nesta apelação, julgar o mérito da causa, se esta versar questão exclusivamente de direito? 3) Qual a diferença entre error in iudicando e error in procedendo e a consequência no caso de cada um deles serem reconhecidos pelo Tribunal? 4) Em sede de Agravo de Instrumento, o relator pode atribuir ao recurso o chamado efeito suspensivo ativo? Justifique. 5) Os Embargos de declaração são, muitas vezes, utilizados para o fim de prequestionamento. O que é prequestionamento e como a parte deve prequestionar a matéria? O STJ e o STF exigem prequestionamento implícito ou explícito? 6) Quais são as hipóteses de cabimento dos embargos de declaração e o que é o efeito infringente dos embargos de declaração? 7) Relativamente à multa: Em quais situações ela deve ser aplicada e como se dá a sua reincidência? Aplicada a multa, a interposição de outro recurso fica condicionada ao seu pagamento. E se ela foi incorretamente imposta (porcentagem exorbitante ou errônea), como deve a parte agir nessa situação? 8) João firmou com Firmino um contrato de comodato. João, confiando na palavra de seu primo Firmino, apenas realizou contrato verbal. Dentre as condições, ficou acertado que Firmino não poderia trazer ninguém para residir no imóvel em sua companhia, sob pena de rescisão contratual. Após dois meses, Firmino adquiriu um cachorro. João, ao tomar conhecimento do fato, ingressou no Judiciário com o fim de rescindir o contrato de comodato. A única prova escrita que João possuía era uma declaração de Firmino, dada em um pedaço de guardanapo, com os seguintes dizeres: “declaro que, se eu trouxer qualquer ser para residir comigo no imóvel de João, o contrato será rescindido imediatamente”. Em sede de apelação, o tribunal decidiu que o fato de Firmino ter adquirido um cachorro não justifica a rescisão contratual, visto que restou demonstrado nos autos, inclusive por testemunhas, que, na verdade, a cláusula contratual que proibia outro ser no imóvel se referia a pessoas e não a semoventes, mantendo-se o contrato de comodato. João, inconformado, ingressa com recurso extraordinário, arguindo que o tribunal não interpretou bem o contrato, pois a expressão “ser” abrange humanos ou semoventes. Além disso, alega que o indeferimento pelo tribunal do pedido de rescisão do contrato de comodato ofende o Código Civil, no seu art. 582, visto que o comodatário usou a coisa de forma diversa da acordada no contrato, bem como ofende, consequentemente, o seu direito fundamental à propriedade, assegurado pela Constituição Federal. a) O recurso extraordinário interposto deve ou não ser admitido? Por que? b) Qual é o órgão competente para julgar o recurso extraordinário? A que órgão deve ser dirigido? c) Poderia ter sido interposto e admitido, no caso, Recurso Especial? 9) “A” moveu ação contra “B” objetivando fosse determinada ao Réu a apresentação de contrato firmado entre as partes, para posterior declaração da correta interpretação de cláusula contratual (Súmula n. 181 do STJ). “B” contestou o feito alegando que não localizou o contrato, o que ensejou o julgamento de procedência do feito ante a presunção de veracidade a que se refere o artigo 397 do CPC, com a condenação dele (“B”), ao pagamento da verba honorária, fixada em 5% sobre o valor da causa. Foi interposto Recurso de Apelação por ambas as partes; “A” buscou a majoração da verba honorária e “B” a reversão do julgamento de mérito, ante a inaplicabilidade ao caso do artigo 397 do CPC. Os recursos restaram desprovidos. “A”, então, opôs embargos de declaração objetivando o prequestionamento do artigo 85, §§ 2º e 8º do Código de Processo Civil. Já “B” ingressou com Recurso Especial alegando contrariedade ao artigo 397 do CPC. Os embargos de declaração foram rejeitados e “A” também interpôs Recurso Especial, almejando a majoração da verba honorária ou, sucessivamente, a nulidade do acórdão dos embargos de declaração (contrariedade ao artigo 1.019, II do CPC). Em análise de admissibilidade dos Recursos Especiais, o presidente do Tribunal de Justiça entendeu por não admitir os recursos. O de “A” pela ausência de prequestionamento e o de “B” pela ausência de ratificação do Recurso Especial após o julgamento dos embargos de declaração. Pergunta-se: a) Quanto ao Recurso Especial de “A”: está correta a decisão de não admissão no que se refere ao artigo 1.019, II, do CPC? Seria necessária a oposição de novos declaratórios (os segundos) para prequestionar o artigo 1.019, do CPC? b) Ainda quanto ao Recurso Especial de “A”: a simples oposição de Embargos de Declaração não seria suficiente para dar-se como prequestionado o artigo 85, §§ 2º e 8º do CPC? c) Quanto ao Recurso Especial de “B”: se os declaratórios foram rejeitados, ou seja: se não ocorreu qualquer modificação no acórdão pelo qual se apreciaram as apelações, está correta a decisão que entendeu pela necessidade da ratificação do Recurso Especial? 10) “A” interpôs Recurso de Apelação contra determinada sentença, que permitia a criação de um sindicato, alegando que tal decisão ofendia dispositivos da CLT, e era, também, inconstitucional, pois violava o princípio da unidade sindical, previsto no art. 8º da CRFB. O Tribunal, entendendo que não eram procedentes ambos os fundamentos do recurso, manteve a decisão de primeiro grau. “A”, então, interpôs contra esse acórdão Recurso Extraordinário, por ofensa ao art. 8º da CRFB, deixando, porém, de interpor Recurso Especial a respeito da matéria infraconstitucional. Pergunta-se: a) Neste caso, pode ser conhecido o Recurso Extraordinário? Aplica-se, no presente caso, a súmula 283 do STF? b) Caso fossem interpostos ambos os recursos, especial e extraordinário, qual deles deveria ser julgado em primeiro lugar?