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Jung, o Darwin da mente (4)

Um argumento para Jung


É geralmente aceito que qualquer coisa em Biologia pode ser explicada através da Evolução.
Qualquer coisa, exceto a mais extraordinária: a consciência humana. A teoria de Jung propõe que
um inconsciente coletivo, estruturado por arquétipos, evoluiu através da seleção natural, assim como
os instintos. Este postula que, de parte de um inconsciente herdado, presente em todos os seres
humanos, surge a consciência. O subseqüente desenvolvimento, especialmente nas últimas
centenas de anos, levou ao rápido desenvolvimento da civilização, muito mais que em outros
períodos históricos.
O fenômeno da consciência é uma das grandes barreiras que ainda esperam para ser
cruzada pelos avanços da ciência da era moderna. Existe um crescente corpo de conhecimentos
sobre o funcionamento do cérebro, e seus processos eletro-químicos; mas além desses
conhecimentos não há nenhuma sugestão que possa transpor o fosso entre o cérebro, que é físico,
e o pensamento que, ao que parece, não o é. Séculos atrás, Descartes, propôs uma divisão que
ainda nos confronta; ele etiquetou os dois reinos da realidade, como res extensa, o mundo físico, e
res cogitans, o reino da mente. A profunda penetração de Jung no reino da mente através de seus
efeitos, os fenômenos que ela produz, nos diz muito – se não o que ela é, pelo menos como ela
funciona em nós. E, por fim, o sistema de Jung nos oferece soluções para resolver a dualidade entre
esses dois mundos e nos levar a juntá-los novamente em um único.
As pessoas, em sua vida diária, pensam sobre tudo, mas têm, quando muito, uma vaga idéia
sobre como sua Psique funciona. É bastante seguro dizer que a maioria das pessoas opera sobre o
princípio de que a Psique consiste primariamente da mente consciente. Falando praticamente, muito
de nós insistem em fechar os olhos para o inconsciente, intuições, bloqueios, (5) e inspirações que
afetam nossas ações. Mas o que acontece quando, por exemplo, em momentos cruciais que
tropeçamos em nossas palavras ou esquecemos algum nome bem conhecido de nós? Quais de
nossos hábitos e motivações podem ser óbvios para aqueles ao nosso redor, mas que para nós
passam despercebidos? A expressão de uma idéia “estala em sua cabeça” parece ter uma base na
realidade. Mas que, além do cenário, decide quais idéias devem “estalar” em nossas cabeças, e
quando? Se Jung pode fornecer uma chave para estes quebra cabeças, nós não devemos ser
gratos a ele?
Jung dedicou sua vida à profissão da medicina, tratando pacientes e lecionando. O que ele
aprendeu como praticante da Psicologia Analítica é o centro de todos os seus escritos. Embora
grande parte do que Jung escreveu seja de aplicação geral, existe muito de natureza estritamente
médica que não interessa ao leitor comum. Meu foco aqui, não está no lado médico do pensamento
de Jung, mas nas idéias de Jung em suas implicações filosóficas. Eu vou descrever o que me
parece ser a essência, distilada dos escritos de Jung e em alguns casos de elaborações de seus
seguidores, o que leva a uma teoria compreensível da relação entre a Psique e o restante da
criação. Jung sempre manteve que ele era um homem da ciência e não um filósofo; ainda assim não
devo injustiça-lo, mas sim fazer um paralelo entre seu trabalho e o de Darwin.
Na forma em que estamos tratando a psicologia, de forma não-técnica, é conveniente neste
momento, que reconheçamos os efeitos da minha própria psicologia – tanto o que sei e o que não
sei – sobre o que estou colocando frente ao leitor. Não só há limites e deficiências de conhecimento
e compreensão de alguém não treinado tanto em Psicologia quanto em Filosofia, mas também no
próprio assunto. De fato, temos que reconhecer que minha interpretação de Jung é bastante
idiossincrática.
Gastei boa parte de minha vida adulta como advogado. Em meu trabalho desenvolvi a
perspectiva de que o trabalho é limitado pela forma como o material é apresentado. De fato, eu
concebi minha aproximação aqui como análoga a certos aspectos de meu trabalho. Vou me explicar.
Observei largamente (6) que Jung, como seria de se esperar de alguém cujo trabalho evoluiu em
seu pensamento durante muito tempo, possua algumas posições inconsistentes. Mais que isso,
nunca ele tenta resumir ou reduzir seus ensinamentos a uma massa de fácil digestão.
Frequentemente, torna-se difícil extrair de seus escritos um significado simples, não ambíguo. Este é
o lugar onde entra a abordagem experimental. Na conclusão de um julgamento, os advogados de
cada lado fazer um argumento de fechamento. O que se passou antes foi a apresentação de provas.
As provas, a partir dos dois lados, é claro, normalmente conflitam e, de fato, mesmo no caso
apresentado por um dado lado, aparecem freqüentes inconsistências. O encerramento do
argumento é a chance do advogado para resumir em pouco tempo o caso por inteiro. O advogado
apresenta o caso legal do ponto de vista do cliente, resolvendo ou explicando os conflitos e
apresentando um quadro coerente que seja compreensivo e persuasivo para o júri. Busca evitar
termos técnicos e reduzir o material de na forma de compreensão comum. Neste ponto, o advogado
também tem a oportunidade de comentar o material de que dispõe. Ele pode adiantar idéias próprias
para ajudar a interpretação de seus argumentos. Este livro é meu argumento de encerramento após
longos anos de estudos de Jung. O quadro dado é meu próprio, mas espero apresentar o material
de forma acurada, de forma clara e convincente.
Os argumentos de Jung podem ser avaliados sem recorrer à Psicologia profunda
Jung conversa longamente com seus pacientes e extrai desta intima associação com o
inconsciente de uma longa lista, um tesouro de experiências. Em sonhos, fantasias, visões e ilusões
do insano, ele observa a recorrência de tipos de figuras e situações, que podem ser associadas com
particulares significados. Estas opções foram o ponto de partida para as conclusões de Jung sobre o
funcionamento da mente. Nem eu, nem o leitor em geral, temos os meios de avaliar os dados
acumulados por Jung. De fato, o que Jung (7) extrapolou de suas interações com os pacientes,
devido aos elementos subjetivos implicados, não é, no principal, passível de verificação objetiva. Isto
por que as pesquisas da Psicologia profunda são em muitos casos não suscetíveis, como é o caso
das observações em outras ciências, de duplicação do experimento. Cada mente é diferente.
Mesmo assim, não é necessário ter uma formação em Psicologia Analítica para formarmos
um julgamento das propostas de Jung. Os conceitos de Jung sobre os arquétipos e o inconsciente
coletivo servem como base de uma teoria sobre a relação de causa e efeito. Esta é uma teoria
empírica, não metafísica. Isto deve ser examinado, como deve ser toda teoria sobre alguma
experiência, em termos de sua coerência interna, de sua economia, de como isto se encaixa nos
conhecimentos relacionados, e seu poder explanatório. Existem também razões para pensar que,
com o avanço de nossas ferramentas cientificas e compreensão, muito pode ser testado. Eu penso,
entretanto, que temos os meios, sem recorrer à Psicologia profunda, de avaliar as idéias de Jung.
Um suporte persuasivo para os argumentos de Jung reside no fenômeno que presente nos
paralelos temáticos através das mitologias de diversas culturas. Estas correspondências seriam
conseqüências naturais das idéias propostas por Jung, e esses paralelos são tão fortes e estranhos
que acabam fornecendo uma base para as idéias de Jung. Temas comuns em mitologia sugerem
uma fonte comum e é esta fonte que Jung fornece através de seu conceito de inconsciente coletivo.
É possível, é claro, que as tradições se tornassem comum por difusão; isto é, levadas por antigos
humanos ao se espalharem sobre a terra ou passadas por contactos entre grupos. Mas então, o que
havia sobre esses mitos e histórias particulares que os fizessem especiais, que os fizessem passar
através das idades e culturas, de preferências a outros mitos e histórias. Eu acho difícil, com base
nos conhecimentos atuais, demonstrar sem dúvida que o inconsciente coletivo de Jung ou qualquer
outro fator fosse a fonte ou causa da universalidade dos temas míticos básicos. Mas, embora fraca,
a proposição de que não há mais ampla distribuição, por certos motivos característicos, parece uma
aposta segura o suficiente (8), e que, por si só, irá servir para levar a discussão adiante.
Jung concebeu os arquétipos, como formas atemporais que encontram expressão psíquica
em imagens. Ele as concebeu como dando corpo a um inconsciente coletivo, uma estrutura psíquica
herdada presente em todos humanos. Imagens originadas dos arquétipos, na concepção de Jung,
fornecem os atrativos pelos quais o consciente se comunica com o inconsciente, e originam a
atividade da consciência. As correspondências de mito e ritual em várias culturas foram, para Jung,
expressões, dentro destas culturas, dos arquétipos. Erich Neumann, um dos mais distinguidos
seguidores de Jung, forneceu uma razão para a aceitação dessa idéia. Ele deu assim a base de
seus estudos intensivos dos temas mitológicos universais. Elaborando a partir das pesquisas de
Jung, Neumann traçou um curso para o desenvolvimento da consciência humana. De acordo com
ele, conforme a consciência se desenvolveu, as expressões dos arquétipos se tornaram mais
diferenciadas e personalizadas. Assim, uma direção do desenvolvimento da consciência poderia ser
estabelecida através de manifestações progressivas dos arquétipos em várias culturas, através dos
tempos.
Nossos ancestrais vieram da África e começaram a se espalhar pelo globo há 50000 anos
atrás. É plausível assumir que esses antigos humanos – caçadores coletores, com origens na
mesma região – não fossem diferentes entre si. Agora eles estão representados em culturas de
extraordinária variedade, e algumas de impressionante desenvolvimento. É claro que não houve
tempo suficiente, desde o início da dispersão de nossos ancestrais, para que tais mudanças se
dessem através da genética. A evolução, envolvendo mudanças genéticas depende de tempos
incrivelmente longos. Já a evolução da consciência, como refletida na cultura, parece ter se dado de
forma muito rápida. Conforme avançarmos, devo oferecer uma proposta de mim próprio sobre como,
pelo esquema junguiano, a evolução da consciência pode ter acontecido tão rapidamente. Eu devo
sugerir isso a partir da própria evolução da cultura: que, através dos resultados da preservação da
cultura, e de certos encontros felizes entre indivíduos extraordinários e os arquétipos, nós temos um
mecanismo pelo qual a consciência pode evoluir. O mecanismo é análogo à evolução genética e
opera de acordo com a fórmula básica da evolução natural: a replicação (9) (aqui, a passagem da
cultural grupal através das gerações), sujeita a variações (a nova idéia do indivíduo extraordinário),
selecionada de acordo com o ambiente (da orientação cultural).
Devo deixar claro que de que não existe aqui a sugestão de que Jung ou Neumann tenham
identificado outras formas pelas quais a consciência teria surgido. Jung descreveu no inconsciente
coletivo o leito da vida, a partir do qual ele concluiu que a consciência teria surgido, e nos arquétipos
ele descreveu os elementos do inconsciente coletivo que de alguma forma tem a função de trazer a
consciência para o centro. Neumann identificou sinais ao longo do caminho da emergência da
consciência pelos quais podemos acompanhar seu progresso. A força movente que, na antiga
humanidade começou a trazer a consciência desde as profundezas do inconsciente e que mantém a
vida de cada indivíduo permanece um mistério.
A resistência às conclusões de Jung
Existem muitas explicações pelas quais pode ser explicadas por que a maior parte das
elucidações de Jung sobre a mente inconsciente e seu funcionamento não tem conseguido
concordância geral. Veremos algumas delas, mas alguém pode ser tentado a dizer, à moda de Jung,
que isso virá com o tempo. O ímpeto para este livro é que o tempo é agora.
Existem muitos psiquiatras e psicólogos que têm por base as conclusões de Jung, e existem
também muitos livros, periódicos, escolas, seminários e convocações através do mundo que
testemunham a força dos ensinamentos de Jung como dimensão cultural. Mas, a despeito disso,
para o homem de leis, Jung parece ainda ser vagamente conhecido como um seguidor de Freud,
que sugeriu a idéia do inconsciente coletivo. Esta idéia é vista como intrigante, mas não a espécie
de coisa que alguém preparou para incorporar em uma visão de mundo. As pessoas que buscam
aprender – acadêmicos, clérigos, cientistas, filósofos – exercem suas disciplinas deixando de lado o
que Jung teria dito – com sólida base racional – sobre suas próprias mentes.
Jung nos leva ao conhecimento da realidade das manifestações psíquicas. Um sonho, por
instância é um fato. O conteúdo do sonho pode ser (10) tomado pelo observador cético como
rabiscos – pedaços sem sentido de algo que se infiltra no sono; mas ninguém pode negar que os
pedaços existem. E assim com outros distúrbios da atitude consciente: humores, fantasias, medos
que fluem em alguém por razões não tão boas – talvez infundadas, mas nem por isso menos real.
Jung teria encontrado um padrão; e ele demonstrou isto de forma pragmática. Por instância seu
trabalho com associações de palavras no começo de seu trabalho foi de alta significância para os
primeiros psicólogos e, interessantemente, levou à invenção do detector de mentiras; seu
desenvolvimento da Psicologia Analítica resultou na presença de mais de 1000 analistas junguianos
e formou muitos terapeutas práticos; e sua descrição dos tipos psicológicos tem dado surgimento a
uma florescente indústria de consultoria psicológica, que fornece serviços para toda sorte de
empregadores e conselheiros.
A ciência não pode florescer sem objetividade, pois na objetividade reside a diferença entre
ciência e superstição. No entanto, a essência da psicologia é a subjetividade e por esta razão a
psicologia sempre tem levantado suspeita como ciência. Como Jung apontou, o problema de lidar
com a mente está em se conseguir um ponto a partir do qual a mente possa ser observada. Nada
pode ser apreendido, exceto através da mente. Assim, quando a mente se volta para se
compreender, a validade de suas conclusões é condicionada pelos meios pelos quais ela opera, e
estes meios formam uma sombra sobre o resultado. Isto parece, em outras palavras, quando é a
própria mente que está sob exame, nunca podemos saber se ou em que extensão o ato de observar
se sobrepõe à observação.
O problema da subjetividade na psicologia foi encarado sob nova forma no behaviorismo de
John B. Watson, primeiro proposto em 1913. A idéia estava em consonância com a tendência
científica da época. Watson argumentou que a psicologia deveria se ocupar essencialmente em
desconsiderar a consciência. Ela deveria ser vista a partir de fora, em termos de um comportamento
do individuo. A conduta humana poderia ser previsto e regulada em termos de determinantes
ambientais. O mais radical e influente proponente do movimento behaviorista, B. F. Skinner, fez
estudos magistrais sobre a psicologia por décadas. Em 1959, Noam Chomsky escreveu uma revisão
de um dos livros de Skinner que falava sobre assuntos básicos, e o behaviorismo foi derrotado (11).
Durante o longo período de sua dominância, o behaviorismo eclipsou os círculos acadêmicos e
científicos com a perspectiva da introspecção para a qual houve uma reação, da qual Jung era parte.
Além disso, Jung desafiou uma era científica, recusando-se a rejeitar a existência da
paranormalidade. Sua insistência em reconhecer a possibilidade de conexões não causais alimentou
seu celebrado rompimento com Freud, que implacavelmente reprimiu qualquer coisa que pudesse
pôr em risco a aceitação da psicanálise como ciência. Jung tratou com seriedade todos os produtos
da mente, independentemente de o quanto sem sentido eles possam parecer ao pensamento de
seus dias, e se aventurou profundamente no reino dos sonhos, mitos, contos de fadas, astrologia,
Gnosticismo, alquimia e misticismo oriental.
Finalmente, o pensamento de Jung não é organizado e comprimido dentro de um ou dois
volumes onde possa prontamente ser acessível. De fato, seu trabalho é espalhado em uma grande
quantidade de livros, papéis científicos, palestras e tratados teóricos. Algumas vezes se sobrepõem
e muitos estão sujeitos a revisões durante o curso da longa vida de Jung. Somos afortunados em tê-
los, publicado em um único conjunto, os “Jung’s Collected Works”. Entretanto, esta compilação
consiste de vinte volumes de material complexo, muitos assuntos variados e dados de composição,
e existe pouca coisa de fácil leitura.
A emergência da consciência
Jung se construiu sobre as descobertas de dois grandes precursores: Darwin e Freud. Darwin
descobriu o desenvolvimento evolutivo do organismo físico. Freud demonstrou que a mente
consciente não abrange a Psique inteira e que existem processos mentais inconscientes que afetam
diretamente nosso comportamento. Jung prosseguiu para desenvolver os conceitos de arquétipos e
o inconsciente coletivo. Central em sua formulação é a compreensão de que o inconsciente coletivo
evoluiu, assim como o corpo, e que a mente inconsciente funciona autonomamente; isto é, seu
funcionamento não é sujeito ao controle consciente.
Os conceitos de arquétipos e inconsciente coletivo podem ser colocados em um esquema no
qual a evolução do consciente (12) pode ser imaginada. Neste ponto eu devo tocar em algumas
idéias que colocam esta formulação em ordem para dar ao leitor um sentido de onde estamos
caminhando. Assim sendo, eu devo pedir ao leitor, no entanto, que confie em que nos capítulos
seguintes teremos uma visão mais ampla da paisagem do pensamento de Jung a este respeito.
Neste ponto estaremos saltando por cima de alguns pontos.
Comecemos com os instintos. Ninguém questiona a presença dos instintos, seja em animais
ou humanos. O mecanismo para a transmissão dos instintos de uma a outra geração pode
apresentar problemas, mas foi conclusivamente demonstrado que os instintos não são produtos do
comportamento. Em vez disso, eles estão presentes no DNA do organismo. O inconsciente coletivo
imaginado por Jung é uma extensão ou elaboração dos instintos. O consciente, ele pensou, por sua
vez, cresceu a partir do inconsciente coletivo. As funções conscientes são um dispositivo adaptativo
que habilita os seres humanos a temperar e refinar o caráter da resposta instintiva. Assim, o
imperativo instintivo pode ser evitado ou sobreposto através da adaptação do individuo ao ambiente.
Se, por exemplo, o macho humano pode evitar o desejo de sexo em sua expressão imediata e
infatigável, ele pode viver mais e ultimamente desfrutar mais sexo.
Os arquétipos são apontados por Jung como o mais básico nível das formas instintivas. No
curso da evolução humana – deixo de lado a extensão em que isso ocorre com outras espécies –
eles levam a um mais rarefeito papel. Eles se tornam veiculo para certas espécies de imagens que
formam o comportamento da antiga humanidade. Estas imagens ou idéias, em mentes ainda não
conscientes, foram projetadas no ambiente, levando o individuo e o grupo a reagirem a elas como se
fossem realidades externas. Estes espíritos – conteúdos inconscientes projetados sobre o mundo ao
redor – habitavam todas as coisas: o céu, a floresta, o rio, a lança, a pedreira. Os únicos recursos do
individuo era conjurá-los através de magia. Este foi o nível da participação mística descrito por Levy-
Bruhl. O individuo era psiquicamente indiferenciado e interligado com o mundo natural. Como um
agregado de conteúdos inconscientes integrados em um ego, quando uma distinção era
estabelecida entre o ego e seus (13) e seus arredores, o consciente começou a emergir.
Gradualmente partes e pedaços do inconsciente foram assimilados pelo ego. Os conteúdos
psíquicos previamente projetados do exterior se tornaram predicados internos da consciência. O
grupo, através de rituais e mitos, consolidou isto na realidade reforçando o frágil ego. A religião
substituiu a magia como o meio de aplacar as forças imperiosas da natureza. Estas forças foram
personificadas como deidades, seres que eram mais ou menos compreensíveis, se não totalmente
manipuláveis.
Podemos imaginar que o mundo apareceu para os humanos no consciente, como acontece
com uma criança hoje, como as experiências da criança na transição entre a projeção inconsciente e
um consciente incipiente. Eu posso concluir, à luz do presente conhecimento, alguma coisa deste
processo tomando lugar em mim como uma criança. Algo dividido entre fantasia e realidade. Aqui
está um exemplo. Quando meu pai foi para o exército, na segunda guerra mundial, eu, minha mãe e
meu único irmão vivíamos com alguns parentes em uma casa alugada. Atrás da casa havia uma
garagem. Eu tinha em minha cabeça que meu pai, durante um incêndio (que eu saiba até agora, de
fato, isso não aconteceu), tinha pulado do segundo andar da casa, de um apartamento acima da
garagem para a área de estacionamento. Ele não poderia ter feito isso, é claro, e uma parte de mim
podia ver isto, mas outra parte mantinha viva a fantasia. Eu lembro em minha mente que o ato
heróico realmente havia acontecido. Isso me dava uma visão de poder de meu pai. Ele era o
recipiente de minha projeção da imagem arquetípica do pai.
Visto de outra forma, eu tenho recordacoes despertar de consciencia em tempos antigos.
Minha mae se comprometeu a dar a mim e a meu irmao pilulas de vitamina. Tínhamos duas
cápsulas para tomar a cada manha e eu tinha dificuldade em engolir a minha. Eu devia colocá-la em
minha língua, mas não sabia como fazer para empurrá-la para a garganta. Em lembro,
especificamente, estando em meu triciclo, sobre o gramado, quando eu, intencionalmente achei a
solução. Eu pensei e tentei o seguinte: coloquei meus dedos, como se estivesse segurando a pílula,
atrás de minha língua e a coloquei na minha garganta. Na próxima manhã eu usei este processo e
ele funcionou. Eu passei a usá-lo então. Isto é (14) um exemplo trivial, mas eu acho que ilustra como
nos movemos de um lugar onde as coisas são conhecíveis para nós, mas ainda nos são
desconhecidas, para o ponto de ação consciente e objetiva. Até meu experimento, minha garganta
era para mim um buraco cinza.
Como o consciente, no curso da história evolutiva, se desenvolveu fora do inconsciente, certo
relacionamento entre esses dois pólos da Psique foi estabelecido para configurar o padrão para sua
interação. A respeito do consciente, o inconsciente tem um papel compensatório. Qualquer que seja
a postura do Ego, o inconsciente se mantém em oposição a ele, como um balanço. Se, por exemplo,
o homem de negócios busca tudo para si mesmo, seus sonhos podem assumir um caráter
deflacionário. Se ele permanece esquecido do fato de que sua avaliação auto-consciente é
exagerada, seu inconsciente pode interferir em suas ações de forma calculada para derrubá-lo.
Como uma instância média ele pode ser propelido em seu auto engrandecimento ao ponto de torná-
lo embaraçado entre seus parceiros.
É quase como se o inconsciente tivesse uma mente própria. Consideremos, por instância o
processo do sonho. Muitos sonhos têm partes claramente desenvolvidas. Se a parte deve ser
significante – digo em termos de movimento do individuo a partir de uma postura consciente
equilibrada – então é como se algo soubesse do avanço, embora certamente não a mente
consciente do sonhador, onde o sonho teve lugar. Aqui está um exemplo do sonho de Karen, um
modelo de menina (explicarei depois). Cheguei a conhecer esta mulher no Caribe. Ela esperava
mergulhar para pescar com um arpão. Existe um lugar em que ela mergulhou algumas vezes,
localmente conhecido como supermercado, onde havia pedras e corais em linha. No sonho de
minha amiga, ela buscava por grosserias em um supermercado submarino, buscando seu cartão e
selecionando itens para ela mesma. Repentinamente ela encontrou um grande tubarão. Ela nadava
de forma a evitá-lo. Agora, como um tubarão é uma ameaça para mergulhadores – é fácil onde as
imagens - supermercado, tubarão – sugeriam. O sonho tem seu próprio desenho. O exótico
supermercado submarino se torna quase literalmente o supermercado diário. O sonho de nenhuma
maneira tem o jeito de coisas juntadas por acaso. Mais que isso, se alguém supõe que o sonho fala
para a vida atual do sonhador, então ele assume em muito maior extensão o caráter de ter sido
cuidadosamente montado. (15) Havia conflitos entre a vida de minha amiga e sua vida
decididamente mais domestica. Eu não tentaria interpretar isto, mas o sonho parece destinado a
falar de alguma forma sobre o conflito entre essas duas formas de sua vida. Mas quem seria o
compositor desse script? Nosso candidato é o inconsciente, como Jung demonstra, tem a
capacidade de atuar por si próprio, independente do Ego ou da vontade. Como veremos,
encontraremos um grande número de exemplos de sonhos que não parecem só ser inteligíveis, mas
falam de formas significativas.
A jornada do herói
Tentaremos agora vislumbrar como os arquétipos operam para trazer os conteúdos do
inconsciente para a luz do consciente. Jung adiantou que isto se dá através da formação de imagens
que é galvanizada no consciente, mesmo que as imagens não se tornem inteiramente conscientes.
Começaremos com as imagens antigas e veremos como se tornam o material do mito – imagens
conscientemente registradas.
A primeira experiência de qualquer um é a da mãe. Este ordinário ser humano é, para a
formação da Psique na infância, a experiência que o põe em contato com o mundo. Dela se pode
dizer que a consciência da separação de alguém de sua mãe marca o inicio do ego. Atrás da mãe
real está a imagem impressionante do arquétipo da Grande Mãe, representando o inconsciente a
partir do qual o Ego emerge. Se alguém segue a teoria de Jung, os arquétipos que gravitam ao redor
do Ego emergente o impelem a estabelecer a separação da imagem inconsciente da mãe, para que
não se funda nela. O Ego é confrontado com os custos de sua preservação, embora o estado
anterior de unidade com a mãe se apresenta como uma benção paradisíaca. Para este fim, as
imagens do inconsciente assumem uma surpreendente inversão. A Grande Mãe, imaginada como
abrangente e doadora da vida, toma seu caráter polar oposto da impressionante, terrível Mãe. O Ego
banido do paraíso (pré-consciente), é confrontado com o terrível dragão que ameaça com o
esquecimento, sendo oposto pela ação heróica. As imagens mostram a realidade que o ego
emergente corre o risco de ser engolfado novamente no vazio do (16) inconsciente. Se a resistência
à ameaça da extinção tem sucesso, o arquétipo do herói é psiquicamente traçado, o ego atinge o
poder. As iterações no mito e na literatura da luta do herói contra o sinistro representante do
inconsciente são numerosas. Como Jung o concebe, eles evidenciam a luta do consciente para
assegurar uma posição central na personalidade.
Ao falar do herói e não da heroína, pode aparecei que estou afastando o feminino da
equação. Este não é o caso. A garota ou mulher, ao prosseguir através da vida, experimenta as
mesmas experiências da jornada do herói. Considerem que o inconsciente coletivo é o mesmo em
ambos os sexos. Ele é inato uma parte da estrutura do ser humano. Assim, na teoria junguiana, o
potencial do masculino e do feminino é incorporado em cada Psique. No entanto, apesar de os
recursos do arquétipo ser o mesmo em ambos os sexos, as imagens nascidas dele podem ter um
caráter diferente na mulher quando comparado com o homem. Assim, um padrão é naturalmente
congruente com o desenvolvimento igualmente distintivo do gênero na fisiologia. No capitulo dois, eu
farei algumas especulações sobre a forma como o herói pode aparecer no feminino.
O que foi descrito de forma muito ampla tem lugar em vários níveis. Alguém poderia perguntar
se, quando traçamos a jornada do herói, estamos falando do padrão arquetípico para a emergência
da consciência nos indivíduos ou na espécie humana. A resposta é, em ambos. Em cada indivíduo,
as imagens inconscientes, percebidas como formas e condicionando o mundo exterior, dão lugar no
consciente a uma progressiva compreensão das coisas externas. Assim, o vazio negro da garganta
como engolidor de uma pequena pílula pode se tornar algo com características simples e palpáveis
que pode ser negociada. É assim também com o surgimento da consciência nas espécies, de
acordo com a progressão cultural. O ponto inicial é um indivíduo particular que tenha um particular
relacionamento com o inconsciente. Através da expressão política, religiosa, filosófica, científica ou
artística, este indivíduo extraordinário renova o contato com os arquétipos dentro do contexto de sua
cultura. Se estiver certo no tempo, a idéia revolucionária terá lugar e efeito como uma transformação
vital na vida do grupo. Quem poderia dizer que Lutero, Newton ou Picasso não promoveram uma
expansão de consciência desse tipo? Após cada um deles, o mundo não foi o mesmo. (17) Jung
disse que “o homem cujo sol ainda se move ao redor da terra é essencialmente diferente daquele
cuja terra é um satélite do sol”.
Alguém deve resistir à tentação de concluir a partir destas proposições que certos
pensamentos ou imagens são herdados, passadas diretamente através de genes. Aquilo que é
herdado é uma predisposição a formar certos tipos de imagens. Jung usa a analogia do cristal. A
grade cristalina não é discernível no fluido mãe, mas durante a cristalização ocorre um único e
distintivo padrão. Assim, enquanto os padrões cristalinos de uma dada substância são todos iguais
diferentes, não há dois idênticos. Assim é com a expressão dos arquétipos. O que é herdado é a
disposição para formar certas imagens. Assim, com o passar dos tempos e culturas existe uma
tremenda diversidade no material mítico, os padrões, em qualquer lugar são os mesmos.
Aqui surge também uma boa idéia para confrontar o problema da teleologia, evitando, se
possível distrair o leitor, que pode refletir sobre isto. Teleologia, a idéia de um design ou meta da
natureza, é um conceito altamente suspeito para a mente científica. Um profundo efeito da revolução
darwiniana foi para desenvolver a idéia prevalente de que a Natureza segue um caminho finalístico
aparentemente ordenado por uma inteligência divina. Mas, no lugar de um principio ordenador divino
brotaram conceitos pseudocientíficos, como o social darwinismo. A idéia de que universo é ordenado
para refletir Deus foi convertida para afirmar que o universo é ordenado para produzir o homem. E
não só o homem: o homem europeu.
No devido curso, a comunidade científica reagiu contra esta presunção antropocentrista, e
essa reação continua a ser refletida em uma forte resistência a qualquer coisa que seja teleológica.
Assim, por instância, a designação de uma cultura primitiva, implica em que outras culturas tenham
progredido além dela, pode ser vista como um tabu. Mas sugerir uma direção na natureza não é
necessariamente sugerir uma meta. O conceito de evolução não existe exceto em termos de uma
evolução de algo para algo. Assim é com a evolução psíquica. Se a psique, como a conhecemos,
não surgiu dentro do cérebro de algum antigo ancestral, daí a ser passada intacta a todos seus
descendentes, então a psique existiu no passado de forma menos desenvolvida, mais primitiva, se
quisermos. (18)
Onde os arquétipos?
Tentei esboçar uma trilha teórica da operação dos instintos, via arquétipos, para a emergência
da consciência, e então como a consciência se torna mais e mais compreensiva, assumindo uma
orientação cada vez mais realista em relação ao mundo exterior em nosso presente estado.
Enquanto esta varredura evolutiva puder encontrar uma ressonância intuitiva em alguém, existe uma
inegável estranheza. Os arquétipos são difíceis de entender. Como alternativas lógicas são tão
difíceis de entender que muitas pessoas preferem não pensar neles ou interpreta-los como
formulações metafísicas ou religiosas, deixando de lado a visão analítica. Assisti a uma palestra de
um biofísico que demonstrou convincentemente que existe mais que suficiente capacidade neural no
cérebro para acomodar todos os processos eletroquímicos necessários à complexidade do
pensamento. Então quando a questão foi colocada para ele, conjeturou que todos esses processos
explicáveis devem ter sido colocados em um estado de autoconsciência em conseqüência de algo
como sobreposição de entradas neurais.
Uma alternativa foi colocada por um psiquiatra freudiano. Ele descreveu fatos de sua própria
experiência clinica de surgimento de imagens míticas em pacientes que estavam totalmente
inconscientes do caráter inegável arquetípico destas imagens. Ele observou que poderia haver duas
explicações: ou existe um inconsciente coletivo, como Jung propôs, ou as similaridades das imagens
que surgem espontaneamente são atribuídas ao fato de as experiências humanas fundamentais
serem suficientemente a essas imagens que pode se dizer que surgem reflexivamente em resposta
a similares estímulos. Donde, porém, o reflexo? Vamos olhar mais tarde, no conto de Perseu e o
Gorgon em termos de suas inextricáveis ramificações dentro de um complexo mítico maior. Seria
ingenuidade propor que esse elaborado conjunto imagens, tendo homólogos em outros sistemas
míticos, surgiram simplesmente como desdobramento da experiência cotidiana.
As teses de que o consciente emergiu através de um processo de imagens delineadas a partir
de um inconsciente coletivo fornece uma explicação em um reino onde as explicações são
escassas. Alguém seguindo esta linha talvez espere que, se a explicação for provada, isto levará
(19) a uma solução clara. Os arquétipos serão confirmados como produtos da seleção natural que
evoluíram para permitir ao avanço da adaptabilidade representado pela consciência. Mas as
formulações de Jung não permitirão uma solução arrumada. Ele adiantou que os arquétipos
preexistem nas espécies – todas as espécies. Esta postulação de Jung levanta a dicotomia mente e
cérebro. Ele apresenta uma questão do tipo quem nasceu antes, a galinha ou o ovo, sobre quem
veio primeiro: a mente como representada pelos arquétipos, ou a matéria, como representado pelo
cérebro como um órgão físico. Jung sugere que as coisas da mente não podem ser tidas como
emanada da matéria. O que é surpreendente é que este argumento tem suporte quando voltamos
aos antigos filósofos gregos, e, além disso, ele ganha valor nas formulações de alguns dos baluartes
da física moderna. Jung demonstrou que o caso da prioridade de uma realidade não material,
puramente formal é tão defensável, logicamente, como a proposição, do pensamento ocidental, de
que a mente é inteiramente derivada da matéria – isto é, que a mente é inteiramente o produto de
processos eletroquímicos do cérebro. Podemos nos perguntar no final, se os dois casos podem ser
tomados como mutuamente exclusivos modos de ver o mundo, com ambos sendo necessários para
uma completa concepção dele.
O relacionamento entre o consciente e o inconsciente
O mito fornece a expressão arquetípica e nos ajuda a desenvolver a psique individual. Freud
repetidamente encontrou a situação mítica no inconsciente de seus pacientes. Ele concluiu que eles
a tinha experimentado pessoalmente e então reprimido a atual situação quando criança. Jung nos
fez compreender, entretanto, que a redução, em todos os casos, da experiência psíquica ao fato
biográfico é tão desnecessário quanto improvável. Entretanto, Freud através da técnica analítica que
ele desenvolveu, chamou à tona o caminho arquetípico tomado pela evolução da psique. É o grande
caminho de toda experiência humana, mas seguimos em nossas psiques sem ter literalmente
viajado na experiência mundana.
Os arquétipos funcionam no nível de vida diária das pessoas. Seu papel,diz Jung, não é
somente guiar a emergência da consciência em primeira instancia, mas também manter o balanço
psíquico e assistir nas outras transformações básicas da vida. A (20) ressonância que
experimentamos com mitos e contos de fada pode ser atribuída ao fato de que os processos
interiores correspondentes a eles têm lugar dentro de nós. A criança deve ser diferenciada dos pais,
o jovem adulto deve tomar um curso independente, a mortalidade deve ser encarada como o meio
da vida e o declínio dos poderes deve ser aceito na vida tardia. Encontrando estas transformações
não significa um processo exclusivo da consciência. Como em todas as coisas humanas, se as
coisas acontecem naturalmente, o consciente e o inconsciente caminham lado a lado. Conhecendo
vagamente por que, muitas culturas têm reforçado estes processos por rituais, como ritos de
iniciação e puberdade. Os sacramentos da igreja, embora já um pouco palidamente, exemplifica
esses rituais em nossa própria cultura.
Em “concentrações” de atletas implica uma combinação de poderes conscientes e
inconscientes. O jogador não pensa que atitude tomar no instante exato do jogo. Durante o jogo, o
jogador não pode estar dominado pelos processos conscientes. Ainda assim, o pensamento
consciente precisa estar integrado no movimento durante o contexto do jogo. Assim é a vida. Se a
total cooperação deve ser obtida, o inconsciente precisa agir de acordo com seu papel. As relações
com o inconsciente devem ser perfeitamente bem dentro de nosso ser especificamente desperto
para isso, de tal forma que a posição do consciente não se sobreponha entre os aspectos racionais
e irracionais da personalidade. Terríveis conseqüências podem surgir de um grave desequilíbrio.
Jung apontou para a guerra entre dois mundos, como conseqüência, pela arrogância dos homens
ocidentais na convicção de que o mundo poderia ser entendido e dominado somente através da
aplicação da razão e conhecimento cientifico. (aqui saltei um trecho (21))
O Self e a individuação
O que Jung quis dizer com “individuação” é o processo da natural oposição entre consciente e
inconsciente é resolvido pelo “caminho do meio”. O processo não precisa ser iniciado só pelo ego,
ou pode ser. O inconsciente, através da produção de imagens arquetípicas, é um parceiro ativo com
a persona. A cultura pode imprimir suas normas no individuo, mas a meta da individualidade é, ou
deveria ser, tornar não fungíveis as reproduções do molde cultural, mas liberar a pessoa que pensa
e atua por si mesma. Para se tornar aquela pessoa, deveríamos otimizar a integração daquelas
várias partes em um todo unificado. Esta é a meta do processo da individuação.
Existe um arquétipo que confere uma imagem de inteireza e é fundamental em todas as
culturas. Ela direciona o processo da individuação, e é nada menos que a imagem de Deus. E desde
que Deus, se é que existe um Deus, somente pode ser apreendido através da psique, esta imagem
arquetípica que é uma imagem direta do divino que sempre seremos. Esta realidade psíquica, Jung
chama o Self. Jung é feliz, penso, nesta imagem entre o Self e Deus, seja ela a mesma dos teólogos
ou não. Jung retrata o Self como a totalidade da psique. O Self, em toda sua majestade, está
inerentemente além de toda compreensão, pois a parte – a mente consciente – nunca pode
compreender totalmente o inteiro. O Self é simbolizado por uma figura circular,tipicamente com um
quádruplo caráter, como em um circulo dividido por uma cruz ou circulando um quadrado: assim, a
preocupação medieval com o problema matemático da quadratura do circulo. O quádruplo aspecto
da imagem é uma expressão das quatro funções básicas da personalidade, descrita por Jung no
livro Tipos Psicológicos capitulo dois.
Conforme encontrada em associação com o circulo, estas quatro funções são representadas
como juntas em um inteiro, e assim a imagem do Self é igual à inteireza psíquica. Ela é encontrada
nas representações de Jesus ladeado pelos quatro evangelistas, na visão estática dos santos, nos
escrutínios arcanos dos alquimistas, nas mandalas do misticismo oriental, nas pinturas dos nativos
americanos e nos sonhos das pessoas ordinárias. (22)
Nos antigos tempos da igreja cristã era

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