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Índice

Polícia Militar do Estado do Tocantins

PM-TO
Soldado do QPPM
A Apostila Preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial, com base no último concurso
para este cargo, elaboramos essa apostila a fim que o aluno antecipe seus estudos.
Quando o novo concurso for divulgado aconselhamos a compra de uma nova apostila elaborada de acordo
com o novo Edital.
A antecipação dos estudos é muito importante, porém essa apostila não lhe dá o direito de troca, atualizações
ou quaisquer alterações sofridas no Novo Edital.
ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS

LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura, compreensão e interpretação de textos...................................................................................................................1


Estruturação do texto e dos parágrafos.. Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores
sequenciais. ....................................................................................................................................................................................6
Significação contextual de palavras e expressões...............................................................................................................17
Equivalência e transformação de estruturas......................................................................................................................22
Sintaxe: processos de coordenação e subordinação. Emprego de tempos e modos verbais...........................................26
Pontuação...............................................................................................................................................................................38
Estrutura e formação de palavras.......................................................................................................................................41
Funções das classes de palavras...........................................................................................................................................42
Flexão nominal e verbal........................................................................................................................................................42
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação...................................................................................................42
Concordância nominal e verbal...........................................................................................................................................75
Regência nominal e verbal. .................................................................................................................................................80
Ocorrência de crase..............................................................................................................................................................86
Ortografia oficial...................................................................................................................................................................90
Acentuação gráfica................................................................................................................................................................93

RACIOCÍNIO LÓGICO

Avaliação da habilidade do candidato em entender a estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares,
coisas ou eventos fictícios; deduzir novas informações das relações fornecidas e avaliar as condições usadas para estabelecer
a estrutura daquelas relações. As questões das provas poderão tratar das seguintes áreas: estruturas lógicas; lógica de
argumentação; diagramas lógicos; álgebra e geometria básica.........................................................................................01/32

Didatismo e Conhecimento
Índice

ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS

Mundo Contemporâneo: elementos de política internacional e brasileira. Cultura internacional.


Cultura e sociedade brasileira: música, literatura, artes, arquitetura, rádio, cinema, teatro, jornais, revistas e televisão.
Descobertas e inovações científicas na atualidade e seus impactos na sociedade contemporânea. O desenvolvimento
urbano brasileiro..........................................................................................................................................................................01
História e Geografia do Estado do Tocantins; o movimento separatista; a criação do Estado; os governos desde
a criação; Governo e Administração Pública Estadual; divisão política do Estado, clima e vegetação; hidrografia;
atualidades: economia, política, desenvolvimento....................................................................................................................39

NOÇÕES DE DIREITO

DIREITO CONSTITUCIONAL: Dos princípios fundamentais; direitos e deveres individuais e coletivos; garantias
dos direitos individuais, coletivos, sociais e políticos; Da nacionalidade; partidos políticos; Da Administração Pública;
Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública; Ordem social.
Normas da Constituição do Estado do Tocantins pertinentes aos Militares do Estado, às policias estaduais e à segurança
pública em geral. .........................................................................................................................................................................01
DIREITO PENAL: Infração penal: elementos, espécies; Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal; Tipicidade,
ilicitude, culpabilidade, punibilidade; Imputabilidade penal. Crimes contra a pessoa; Abuso de Autoridade (Lei nº
4.898/65), Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90). Código Penal (Decreto-lei nº. 2.848, de 7 de dezembro de 1940): Título XI
- Dos Crimes Contra a Administração Pública. .......................................................................................................................47
DIREITOS HUMANOS: histórico dos direitos humanos; aspectos gerais; a Declaração Universal dos Direitos
Humanos. .....................................................................................................................................................................................93
DIREITO PENAL MILITAR: Crime militar: conceito. Da violência contra superior ou oficial de serviço. Do
desrespeito a superior e do vilipêndio a símbolo nacional ou farda.
Da coação irresistível e da obediência hierárquica..........................................................................................................107

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Sistema operacional Windows XP e Windows 7.................................................................................................................01


Microsoft Office: Word 2007, Excel 2007, Power Point 2007 e Microsoft Outlook 2007...............................................18
Conceitos e tecnologias relacionados à Internet e a Correio Eletrônico..........................................................................91
Internet Explorer 8..............................................................................................................................................................103
Conceitos básicos de segurança da informação................................................................................................................106

NORMAS PERTINENTES À PMTO

Lei Complementar Nº 79, de 27/04/2012 – Dispõe sobre a organização básica da Polícia Militar do Estado do Tocantins,
e adota outras providências...........................................................................................................................................................1
Lei nº. 2.578, de 20/04/2012 – Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais Militares e Bombeiros Militares do Estado do
Tocantins, e adota outras providências........................................................................................................................................5

REDAÇÃO

Redação.............................................................................................................................................................................01/16

Didatismo e Conhecimento
SAC

Atenção
SAC
Dúvidas de Matéria
A NOVA APOSTILA oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato).
O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital.
O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida somente através do e-mail: professores@
novaconcursos.com.br.
Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da
matéria em questão.
Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/Estado/
matéria/página). Por exemplo: Apostila Professor do Estado de São Paulo / Comum à todos os cargos - Disciplina:.
Português - paginas 82,86,90.
Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo
demorar em média 10 (dez) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o reenvio do mesmo.

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encontre algo, por favor, entre em contato conosco, pelo nosso e-mail, sac@novaconcursos.com.br.
Alertamos aos candidatos que para ingressar na carreira pública é necessário dedicação, portanto a NOVA
APOSTILA auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos com a
organizadora dos concursos, de forma que inscrições, data de provas, lista de aprovados entre outros independe
de nossa equipe.
Havendo a retificação no edital, por favor, entre em contato pelo nosso e-mail, pois a apostila é elaborada com
base no primeiro edital do concurso, teremos o COMPROMISSO de enviar gratuitamente a retificação APENAS por
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Lembramos que nosso maior objetivo é auxiliá-los, portanto nossa equipe está igualmente à disposição para
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Didatismo e Conhecimento
Artigo
O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula
de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova.

A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO

Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.

Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.

E então, você já teve estes problemas?


Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito,
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral,
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas).
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em
tudo que fazemos.

*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.

Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
Interpretar X compreender
LEITURA, COMPREENSÃO E
Interpretar significa
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS. - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
preocupação com a interpretação de textos. Por isso, vão aqui al-
guns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às Compreender significa
questões relacionadas a textos. - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está es-
crito.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas en- - o texto diz que...
tre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação - é sugerido pelo autor que...
comunicativa (capacidade de codificar e decodificar ). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
- o narrador afirma...
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada
uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a an- Erros de interpretação
terior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação
do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros
de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão de interpretação. Os mais frequentes são:
grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e - Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do contexto,
analisada separadamente, poderá ter um significado diferente da- acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento
quele inicial. prévio do tema quer pela imaginação.

Intertexto - comumente, os textos apresentam referências di- - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas
retas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias,
recurso denomina-se intertexto. o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
desenvolvido.
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma interpre-
tação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A par- - Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às
tir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse-
argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das quentemente, errando a questão.
questões apresentadas na prova.
Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso,
o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de
mais.
uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de
palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras pa-
diferenças entre as situações do texto.
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma lavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
realidade, opinando a respeito. uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.
em um só parágrafo.
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras. OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia
e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
Condições básicas para interpretar oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu
antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes
Fazem-se necessários: relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros literá- adequação ao antecedente.
rios, estrutura do texto), leitura e prática; Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sen-
semântico; do, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo
Observação – na semântica (significado das palavras) incluem- adequado a cada circunstância, a saber:
-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e - que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas
antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. depende das condições da frase.
- Capacidade de observação e de síntese e - qual (neutro) idem ao anterior.
- Capacidade de raciocínio. - quem (pessoa)

Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto 2-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
possuído. NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo com o poe-
- como (modo) ma, é correto afirmar que
- onde (lugar) (A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade é algo
quando (tempo) ruim.
quanto (montante) (B) amigo que não guarda segredos não merece respeito.
(C) o melhor amigo é aquele que não possui outros amigos.
Exemplo: (D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado.
Falou tudo QUANTO queria (correto) (E) entre amigos, não devem existir segredos.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria apa-
recer o demonstrativo O ). 3-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SE-
CRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENITEN-
Dicas para melhorar a interpretação de textos CIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder à ques-
tão.
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a lei- Casamento
tura;
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo me- Há mulheres que dizem:
nos duas vezes; Meu marido, se quiser pescar, pesque,
- Inferir; mas que limpe os peixes.
- Voltar ao texto quantas vezes precisar; Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor com- É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
preensão; de vez em quando os cotovelos se esbarram,
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada ques- ele fala coisas como “este foi difícil”
tão; “prateou no ar dando rabanadas”
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
Fonte:
atravessa a cozinha como um rio profundo.
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/co-
Por fim, os peixes na travessa,
mo-interpretar-textos
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
QUESTÕES
somos noivo e noiva.
(Adélia Prado, Poesia Reunida)
1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
O contexto em que se encontra a passagem – Se deixou de bajular A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar que
os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e ra- (A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não gostam
inhas do 20 (2.º parágrafo) – leva a concluir, corretamente, que a que os maridos frequentem pescarias, pois acham difícil limpar os
menção a peixes.
(A) príncipes e princesas constitui uma referência em sentido (B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulheres que
não literal. não gostam de limpar os peixes, embora valorizem os esbarrões de
(B) reis e rainhas constitui uma referência em sentido não li- cotovelos na cozinha.
teral. (C) há mulheres casadas que não gostam de ficar sozinhas com
(C) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência seus maridos na cozinha, enquanto limpam os peixes.
em sentido não literal. (D) as mulheres que amam valorizam os momentos mais sim-
(D) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência ples do cotidiano vividos com a pessoa amada.
em sentido literal. (E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noite, para
(E) reis e rainhas constitui uma referência em sentido literal. limpar, abrir e salgar o peixe.

Texto para a questão 2: 4-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –


FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão,
DA DISCRIÇÃO considere o texto abaixo.
Mário Quintana
Não te abras com teu amigo A marca da solidão
Que ele um outro amigo tem. Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de pa-
E o amigo do teu amigo ralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa
Possui amigos também... pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra
(http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade) na tarde quente.

Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que, em sua
cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e estrutura sintática, houve supressão da expressão
tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos a) vigilantes.
bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver b) carga.
para, apenas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o c) viatura.
mundo cabe numa fresta. d) foi.
e) desviada.
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro:
Tinta negra bazar, 2010. p. 47) 8-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo reduzi- Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
do no qual o menino detém sua atenção é — Carta para o 9.326!!!
(A) fresta. Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está em
(B) marca. branco, e um outro pergunta:
(C) alma. — Quem te mandou essa carta?
(D) solidão. — Minha irmã.
(E) penumbra. — Mas por que não está escrito nada?
— Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
5-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adapta-
PE/2012) ções).
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a tota- O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto acima
lidade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção de decorre
mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende A) da identificação numérica atribuída ao louco.
a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a carta no
o aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus níveis, uma hospício.
espécie de segunda revelação do mundo. C) do fato de outro louco querer saber quem enviou a carta.
D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco.
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o Re- E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
nascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec,
1987, p. 73 (com adaptações). 9-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
Um homem se dirige à recepcionista de uma clínica:
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual “O — Por favor, quero falar com o dr. Pedro.
riso”. — O senhor tem hora?
(...) CERTO ( ) ERRADO O sujeito olha para o relógio e diz:
— Sim. São duas e meia.
6-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- — Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente.
PE/2010) — O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me paga
Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atingiu o aluguel do consultório...
pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge uma expli- Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adapta-
cação oficial satisfatória para o corte abrupto e generalizado de ções).
energia no final de 2009.
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao ho-
(ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa estatal Fur- mem para saber se ele
nas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 km que A) verificou o horário de chegada e está sob os cuidados do
separam Itaipu de São Paulo. dr. Pedro.
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de investi- B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o pagamento
mentos e também erros operacionais conspiraram para produzir a do aluguel.
mais séria falha do sistema de geração e distribuição de energia C) tem relógio e sabe esperar.
do país desde o traumático racionamento de 2001. D) marcou consulta e está calmo.
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cuidados do
dr. Pedro.
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto
acima apresentado, julgue os próximos itens. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 esta- DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010 - ADAPTADA) Aten-
dos do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. ção: As questões de números 10 a 13 referem-se ao texto abaixo.
(...) CERTO ( ) ERRADO Liderança é uma palavra frequentemente associada a feitos
e realizações de grandes personagens da história e da vida so-
7-) (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI- cial ou, então, a uma dimensão mágica, em que algumas poucas
NISTRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a viatura, pessoas teriam habilidades inatas ou o dom de transformar-se em
com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte de São grandes líderes, capazes de influenciar outras e, assim, obter e
Paulo.” manter o poder.

Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
Os estudos sobre o tema, no entanto, mostram que a maioria (A) o respeito que os membros de uma equipe devem demons-
das pessoas pode tornar-se líder, ou pelo menos desenvolver con- trar ao acatar as decisões tomadas pelo líder, por resultarem em
sideravelmente as suas capacidades de liderança. benefício de todo o grupo.
Paulo Roberto Motta diz: “líderes são pessoas comuns que (B) a igualdade entre os valores dos integrantes de um grupo
aprendem habilidades comuns, mas que, no seu conjunto, formam devidamente orientado pelo líder e aqueles propostos pela organi-
uma pessoa incomum”. De fato, são necessárias algumas habili- zação a que prestam serviço.
dades, mas elas podem ser aprendidas tanto através das experiên- (C) o trabalho que deverá sempre ser realizado em equipe,
cias da vida, quanto da formação voltada para essa finalidade. de modo que os mais capacitados colaborem com os de menor
O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; envolve capacidade.
duas ou mais pessoas e a existência de necessidades para serem (D) a criação de interesses mútuos entre membros de uma
atendidas ou objetivos para serem alcançados, que requerem a equipe e de respeito às metas que devem ser alcançadas por todos.
interação cooperativa dos membros envolvidos. Não pressupõe 13-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC-
proximidade física ou temporal: pode-se ter a mente e/ou o com- NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) Não pressupõe
portamento influenciado por um escritor ou por um líder religioso proximidade física ou temporal ... (4º parágrafo)
que nunca se viu ou que viveu noutra época. [...] A afirmativa acima quer dizer, com outras palavras, que
Se a legitimidade da liderança se baseia na aceitação do po- (A) a presença física de um líder natural é fundamental para
der de influência do líder, implica dizer que parte desse poder en- que seus ensinamentos possam ser divulgados e aceitos.
contra-se no próprio grupo. É nessa premissa que se fundamenta (B) um líder verdadeiramente capaz é aquele que sempre se
a maioria das teorias contemporâneas sobre liderança. atualiza, adquirindo conhecimentos de fontes e de autores diver-
Daí definirem liderança como a arte de usar o poder que exis- sos.
te nas pessoas ou a arte de liderar as pessoas para fazerem o que (C) o aprendizado da liderança pode ser produtivo, mesmo se
se requer delas, da maneira mais efetiva e humana possível. [...] houver distância no tempo e no espaço entre aquele que influencia
(Augusta E.E.H. Barbosa do Amaral e Sandra Souza Pinto. e aquele que é influenciado.
Gestão de pessoas, in Desenvolvimento gerencial na Administra- (D) as influências recebidas devem ser bem analisadas e pos-
ção pública do Estado de São Paulo, org. Lais Macedo de Oliveira tas em prática em seu devido tempo e na ocasião mais propícia.
e Maria Cristina Pinto Galvão, Secretaria de Gestão pública, São
Paulo: Fundap, 2. ed., 2009, p. 290 e 292, com adaptações) 14-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR –
FGV PROJETOS/2010)
10-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) De acordo com o Painel do leitor (Carta do leitor)
texto, liderança Resgate no Chile
(A) é a habilidade de chefiar outras pessoas que não pode ser
desenvolvida por aqueles que somente executam tarefas em seu Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de sal-
ambiente de trabalho. vamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo de uma
(B) é típica de épocas passadas, como qualidades de heróis da mina de cobre e ouro no Chile.
história da humanidade, que realizaram grandes feitos e se torna- Um a um os mineiros soterrados foram içados com sucesso,
ram poderosos através deles. mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimentando seus
(C) vem a ser a capacidade, que pode ser inata ou até mesmo companheiros de trabalho. Não se pode esquecer a ajuda técnica
adquirida, de conseguir resultados desejáveis daqueles que cons- e material que os Estados Unidos, Canadá e China ofereceram
tituem a equipe de trabalho. à equipe chilena de salvamento, num gesto humanitário que só
(D) torna-se legítima se houver consenso em todos os grupos enobrece esses países. E, também, dos dois médicos e dois “socor-
quanto à escolha do líder e ao modo como ele irá mobilizar esses ristas” que, demonstrando coragem e desprendimento, desceram
grupos em torno de seus objetivos pessoais. na mina para ajudar no salvamento.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – painel
11-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC- do leitor – 17/10/2010)
NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O texto deixa
claro que Considerando o tipo textual apresentado, algumas expressões
(A) a importância do líder baseia-se na valorização de todo o demonstram o posicionamento pessoal do leitor diante do fato por
grupo em torno da realização de um objetivo comum. ele narrado. Tais marcas textuais podem ser encontradas nos tre-
(B) o líder é o elemento essencial dentro de uma organização, chos a seguir, EXCETO:
pois sem ele não se poderá atingir qualquer meta ou objetivo. A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...”
(C) pode não haver condições de liderança em algumas equi- B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma mina de
pes, caso não se estabeleçam atividades específicas para cada um cobre e ouro no Chile.”
de seus membros. C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...”
(D) a liderança é um dom que independe da participação dos D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
componentes de uma equipe em um ambiente de trabalho. E) “... demonstrando coragem e desprendimento, desceram na
mina...”
12-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC-
NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O fenômeno da (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
liderança só ocorre na inter-relação ... (4º parágrafo) – VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às
No contexto, inter-relação significa questões de números 15 a 17.

Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
Férias na Ilha do Nanja A charge anterior é de Luiz Carlos Coutinho, cartunista mi-
Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as malas neiro mais conhecido como Caulos. É correto afirmar que o tema
nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo faz, pensan- apresentado é
do nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras* – sem fa- (A) a oposição entre o modo de pensar e agir.
lar em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as pedras (B) a rapidez da comunicação na Era da Informática.
soltas e as barreiras... (C) a comunicação e sua importância na vida das pessoas.
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de tanto (D) a massificação do pensamento na sociedade moderna.
trabalho; de tanta luta com os motoristas da contramão; enfim,
cansados, cansados de serem obrigados a viver numa grande ci- Resolução
dade, isto que já está sendo a negação da própria vida.
E eu vou para a Ilha do Nanja. 1-)
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as Pela leitura do texto infere-se que os “reis e rainhas” do sécu-
férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce
lo 20 são as personalidades da mídia, os “famosos” e “famosas”.
como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já estou vendo
Quanto a príncipes e princesas do século 19, esses eram da corte,
os pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça à janela a
literalmente.
namorar um moço na outra janela de outra ilha.
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. Adaptado)
*fissuras: fendas, rachaduras RESPOSTA: “B”.

15-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABA- 2-)


LHO – VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informação con-
maneira como se preparam para suas férias, a autora mostra que tida na alternativa: revelar segredos para o amigo pode ser arris-
seus amigos estão cado.
(A) serenos.
(B) descuidados. RESPOSTA: “D”.
(C) apreensivos.
(D) indiferentes. 3-)
(E) relaxados. Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a autora narra
um momento simples, mas que é prazeroso ao casal.
16-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABA-
LHO – VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar RESPOSTA: “D”.
que, assim como seus amigos, a autora viaja para 4-)
(A) visitar um lugar totalmente desconhecido. Com palavras do próprio texto responderemos: o mundo cabe
(B) escapar do lugar em que está. numa fresta.
(C) reencontrar familiares queridos.
(D) praticar esportes radicais. RESPOSTA: “A”.
(E) dedicar-se ao trabalho.
5-)
17-) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar onde, “à Vamos ao texto: O riso é tão universal como a seriedade; ele
beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como um bosque” abarca a totalidade do universo (...). Os termos relacionam-se. O
(último parágrafo), a autora sugere que viajará para um lugar
pronome “ele” retoma o sujeito “riso”.
(A) repulsivo e populoso.
(B) sombrio e desabitado.
RESPOSTA: “CERTO”.
(C) comercial e movimentado.
(D) bucólico e sossegado.
(E) opressivo e agitado. 6-)
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo menos
18-) (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – CONSUL- 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “o qual”, portan-
PLAN/2013 - ADAPTADA) Texto para responder à questão. to, trata-se de um pronome relativo (oração subordinada adjetiva).
Quando há presença de vírgula, temos uma adjetiva explicativa
(generaliza a informação da oração principal. A construção seria:
“do apagão, que atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados
do país”); quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
delimita a informação – como no caso do exercício).

RESPOSTA: “CERTO’.

7-)
“A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, abando-
(Adail et al II. Antologia brasileira de humor. Volume 1. Porto nada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Trata-se da figura
Alegre: L&PM, 1976. p. 95.) de linguagem (de construção ou sintaxe) “zeugma”, que consis-

Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
te na omissão de um termo já citado anteriormente (diferente da 15-)
elipse, que o termo não é citado, mas facilmente identificado). No “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras
enunciado temos a narração de que a carga foi desviada e de que a – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as
viatura foi abandonada. pedras soltas e as barreiras...” = pensar nessas coisas, certamente,
deixa-os apreensivos.
RESPOSTA: “D”.
8-) RESPOSTA: “C”.
Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais aparece 16-)
no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, porque nós Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta da
brigamos e não estamos nos falando”. própria autora!

RESPOSTA: “D”. RESPOSTA: “B”.

9-) 17-)
“O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero saber se o se- Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
nhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele marcou horário
e se é paciente do Dr. Pedro. RESPOSTA: “D”.

RESPOSTA: “E”. 18-)


Questão que envolve interpretação “visual”! Fácil. Basta ob-
10-) servar o que as personagens “dizem” e o que “pensam”.
Utilizando trechos do próprio texto, podemos chegar à con-
clusão: O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; en- RESPOSTA: “A”.
volve duas ou mais pessoas e a existência de necessidades para
serem atendidas ou objetivos para serem alcançados, que requerem
a interação cooperativa dos membros envolvidos = equipe ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO
E DOS PARÁGRAFOS.
RESPOSTA: “C”. ARTICULAÇÃO DO TEXTO:
PRONOMES E EXPRESSÕES
11-) REFERENCIAIS, NEXOS,
O texto deixa claro que a importância do líder baseia-se na OPERADORES SEQUENCIAIS.
valorização de todo o grupo em torno da realização de um objetivo
comum.

RESPOSTA: “A”. Para escrever um texto, necessitamos de técnicas que impli-


cam no domínio de capacidades linguísticas. Temos dois momen-
12-) tos: o de formular pensamentos (o que se quer dizer) e o de expres-
Pela leitura do texto, dentre as alternativas apresentadas, a que sá-los por escrito (o escrever propriamente dito). Fazer um texto,
está coerente com o sentido dado à palavra “inter-relação” é: “a seja ele de que tipo for, não significa apenas escrever de forma
criação de interesses mútuos entre membros de uma equipe e de correta, mas sim, organizar ideias sobre determinado assunto.
respeito às metas que devem ser alcançadas por todos”. E para expressarmos por escrito, existem alguns modelos de
expressão escrita: Descrição – Narração – Dissertação
RESPOSTA: “D”.
Descrição
13-)
Não pressupõe proximidade física ou temporal = o aprendi- - expõe características dos seres ou das coisas, apresenta uma
zado da liderança pode ser produtivo, mesmo se houver distância visão;
no tempo e no espaço entre aquele que influencia e aquele que é - é um tipo de texto figurativo;
influenciado. - retrato de pessoas, ambientes, objetos;
- predomínio de atributos;
RESPOSTA: “C”. - uso de verbos de ligação;
- frequente emprego de metáforas, comparações e outras
14-) figuras de linguagem;
Em todas as alternativas há expressões que representam a opi- - tem como resultado a imagem física ou psicológica.
nião do autor: Assisti ao maior espetáculo da Terra / Não se pode
esquecer / gesto humanitário que só enobrece / demonstrando co- Narração
ragem e desprendimento.
- expõe um fato, relaciona mudanças de situação, aponta
RESPOSTA: “B”. antes, durante e depois dos acontecimentos (geralmente);

Didatismo e Conhecimento 6
LÍNGUA PORTUGUESA
- é um tipo de texto sequencial; - que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao
- relato de fatos; mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os ou-
- presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo; tros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha grande
- apresentação de um conflito; medo ao pai);
- uso de verbos de ação; - por isso, não existe uma ocorrência que possa ser conside-
- geralmente, é mesclada de descrições; rada cronologicamente anterior a outra do ponto de vista do relato
- o diálogo direto é frequente. (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é cronologicamente
Dissertação anterior a retirarse dela; no nível do relato, porém, a ordem dessas
duas ocorrências é indiferente: o que o escritor quer é explicitar
- expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa; uma característica do menino, e não traçar a cronologia de suas
- é um tipo de texto argumentativo. ações);
- defesa de um argumento: - ainda que se fale de ações (como entrava, retiravase), todas
a) apresentação de uma tese que será defendida, elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em
b) desenvolvimento ou argumentação, relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano de
c) fechamento; 1840, em que o escritor frequentava a escola da rua da Costa) e,
- predomínio da linguagem objetiva; portanto, não denota nenhuma transformação de estado;
- prevalece a denotação. - se invertêssemos a sequência dos enunciados, não correría-
mos o risco de alterar nenhuma relação cronológica poderíamos
Descrição mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar e ler o texto
do fim para o começo: O mestre era mais severo com ele do que
É a representação com palavras de um objeto, lugar, situa- conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes...
ção ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particulares
ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enunciados
apreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, em ima- pode ser invertida, está-se pensando apenas na ordem cronológica,
gens. pois, como veremos adiante, a ordem em que os elementos são
descritos produz determinados efeitos de sentido.
Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa
Quando alteramos a ordem dos enunciados, precisamos fazer
ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não é
certas modificações no texto, pois este contém anafóricos (pala-
necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do ob-
vras que retomam o que foi dito antes, como ele, os, aquele, etc. ou
servador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa forma,
catafóricos (palavras que anunciam o que vai ser dito, como este,
o que será importante ser analisado para um, não será para outro.
etc.), que podem perder sua função e assim não ser compreendi-
A vivência de quem descreve também influencia na hora de
dos. Se tomarmos uma descrição como As flores manifestavam
transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto, pes- todo o seu esplendor. O Sol fazia-as brilhar, ao invertermos a
soa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento. ordem das frases, precisamos fazer algumas alterações, para que o
texto possa ser compreendido: O Sol fazia as flores brilhar. Elas
Exemplos: manifestavam todo o seu esplendor. Como, na versão original, o
pronome oblíquo as é um anafórico que retoma flores, se alterar-
(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Mas mos a ordem das frases ele perderá o sentido. Por isso, precisamos
a penumbra dos ramos cobria o atalho. mudar a palavra flores para a primeira frase e retomá-la com o
Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, peque- anafórico elas na segunda.
nas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado pelos instan- Por todas essas características, dizse que o fragmento do con-
tes já mais apressados da tarde. De onde vinha o meio sonho pelo to de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de texto em que
qual estava rodeada? Como por um zunido de abelhas e aves. Tudo se expõem características de seres concretos (pessoas, objetos, si-
era estranho, suave demais, grande demais.” tuações, etc.) consideradas fora da relação de anterioridade e de
posterioridade.
(extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lispector)
Características:
(II) Chamavase Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado,
inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo - Ao fazer a descrição enumeramos características, compara-
que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia ções e inúmeros elementos sensoriais;
com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a - As personagens podem ser caracterizadas física e psicologi-
isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; camente, ou pelas ações;
raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava- - A descrição pode ser considerada um dos elementos consti-
se antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco. tutivos da dissertação e da argumentação;
(Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. São - é impossível separar narração de descrição;
Paulo, Ática, 1974, págs. 3132.) - O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim
a capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza.
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da - Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo:
escola que o escritor frequentava. “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo
Devese notar: desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea e

Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que pare- “Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não muito
cem conformados expressamente para esposas da multidão (...)” gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. Apesar de seu
(Raul Pompéia – O Ateneu) corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade buliçosa e saltitante que
- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não exis- lhe dava petulância de rapaz e casava perfeitamente com os olhi-
te relação de anterioridade e posterioridade entre seus enunciados. nhos de azougue.”
(José de Alencar - Senhora)
- Devemse evitar os verbos e, se isso não for possível, que se
- Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo:
usem então as formas nominais, o presente e o pretério imperfeito
do indicativo, dando-se sempre preferência aos verbos que indi- “Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, e essa
quem estado ou fenômeno. casa era assim: na frente, uma grade de ferro; depois você entrava
- Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos tinha um jardinzinho; no final tinha uma escadinha que devia ter
adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto. uns cinco degraus; aí você entrava na sala da frente; dali tinha um
corredor comprido de onde saíam três portas; no final do corredor
tinha a cozinha, depois tinha uma escadinha que ia dar no quintal e
A característica fundamental de um texto descritivo é essa ine-
atrás ainda tinha um galpão, que era o lugar da bagunça...”
xistência de progressão temporal. Podese apresentar, numa descri- (Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ)
ção, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam sempre
simultâneos, não indicando progressão de uma situação anterior Recursos:
para outra posterior. Tanto é que uma das marcas linguísticas da
descrição é o predomínio de verbos no presente ou no pretérito - Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas.
imperfeito do indicativo: o primeiro expressa concomitância em Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol.
relação ao momento da fala; o segundo, em relação a um marco - Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas,
concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um céu sereno,
temporal pretérito instalado no texto.
uma pureza de cristal.
Para transformar uma descrição numa narração, bastaria in- - As sensações de movimento e cor embelezam o poder da
troduzir um enunciado que indicasse a passagem de um estado natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde transparente que
anterior para um posterior. No caso do texto II inicial, para trans- deslumbrava e enlouquecia qualquer um.
formá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso grande medo - A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do texto.
do pai. Mais tarde, Iibertouse desse medo... Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito
crente.
Características Linguísticas:
A descrição pode ser apresentada sob duas formas:
O enunciado narrativo, por ter a representação de um aconte- Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a pas-
cimento, fazer-transformador, é marcado pela temporalidade, na sagem são apresentadas como realmente são, concretamente. Ex:
relação situação inicial e situação final, enquanto que o enunciado “Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70kg. Aparência atlética, ombros
descritivo, não tendo transformação, é atemporal. largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e
Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-se- lisos”.
mânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão: Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo:
“ A casa velha era enorme, toda em largura, com porta central que
- Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores se alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de guilho-
de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente no tina para cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado, dentro de
presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver, situar-se, uma estrutura de cantos e apoios de madeira-de-lei. Telhado de
existir, ficar). quatro águas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais velha que Juiz
- Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que é des- de Fora, provavelmente sede de alguma fazenda que tivesse ficado,
crito; Exemplo: capricho da sorte, na linha de passagem da variante do Caminho
Novo que veio a ser a Rua Principal, depois a Rua Direita – sobre
a qual ela se punha um pouco de esguelha e fugindo ligeiramente
“Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço entala-
do alinhamento (...).” (Pedro Nava – Baú de Ossos)
do num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo ia-se alargan-
do até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no alto; tingia Descrição Subjetiva: quando há maior participação da emo-
os cabelos que de uma orelha à outra lhe faziam colar por trás da ção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são transfi-
nuca - e aquele preto lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à gurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar ou expres-
calva; mas não tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos sar seus sentimentos. Ex: “Nas ocasiões de aparato é que se podia
cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras. tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no
Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito despe- peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo
era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de
gadas do crânio.” um rei...” (“O Ateneu”, Raul Pompéia)
(Eça de Queiroz - O Primo Basílio) “(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra es-
perança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par-de-
- Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações, frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando por lei,
sinestesias). Exemplo: de sobregoverno.” (Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)

Didatismo e Conhecimento 8
LÍNGUA PORTUGUESA
Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos - Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um todo
descritivos: (externamente) formato, dimensões, material, peso, textura, cor
e brilho.
Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressão - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua uti-
temporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente, uma lidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto em sua
vez que eles indicam propriedades ou características que ocorrem totalidade.
simultaneamente. No entanto, ela não é indiferente do ponto de
vista dos efeitos de sentido: descrever de cima para baixo ou vice- Descrição de ambientes:
versa, do detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria efeitos
de sentido distintos. - Introdução: comentário de caráter geral.
Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de Bo- - Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global do
cage: ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade e aro-
ma (se houver).
Magro, de olhos azuis, carão moreno, - Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a obje-
bem servido de pés, meão de altura, tos lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou
triste de facha, o mesmo de figura, quaisquer outros objetos.
nariz alto no meio, e não pequeno. - Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no am-
biente.
Incapaz de assistir num só terreno,
mais propenso ao furor do que à ternura; Descrição de paisagens:
bebendo em níveas mãos por taça escura
de zelos infernais letal veneno. - Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer
outra referência de caráter geral.
Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão, 1968, pág. 497. - Desenvolvimento: observação do plano de fundo (explica-
ção do que se vê ao longe).
O poeta descrevese das características físicas para as caracte-
- Desenvolvimento: observação dos elementos mais próximos
rísticas morais. Se fizesse o inverso, o sentido não seria o mesmo,
do observador explicação detalhada dos elementos que compõem
pois as características físicas perderiam qualquer relevo.
a paisagem, de acordo com determinada ordem.
- Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo acerca
O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a visualizar
da impressão que a paisagem causa em quem a contempla.
uma cena. É como traçar com palavras o retrato de um objeto,
lugar, pessoa etc., apontando suas características exteriores, facil-
mente identificáveis (descrição objetiva), ou suas características Descrição de pessoas (I):
psicológicas e até emocionais (descrição subjetiva).
Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjetivos, - Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer
também denominado adjetivação. Para facilitar o aprendizado des- aspecto de caráter geral.
ta técnica, sugerese que o concursando, após escrever seu texto, - Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor da
sublinhe todos os substantivos, acrescentando antes ou depois des- pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas).
te um adjetivo ou uma locução adjetiva. - Desenvolvimento: características psicológicas (personali-
dade, temperamento, caráter, preferências, inclinações, postura,
Descrição de objetos constituídos de uma só parte: objetivos).
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter
- Introdução: observações de caráter geral referentes à proce- geral.
dência ou localização do objeto descrito.
- Desenvolvimento: detalhes (lª parte) formato (comparação Descrição de pessoas (II):
com figuras geométricas e com objetos semelhantes); dimensões
(largura, comprimento, altura, diâmetro etc.) - Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer
- Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) material, peso, cor/ aspecto de caráter geral.
brilho, textura. - Desenvolvimento: análise das características físicas, asso-
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua uti- ciadas às características psicológicas (1ª parte).
lidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto como - Desenvolvimento: análise das características físicas, asso-
um todo. ciadas às características psicológicas (2ª parte).
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter
Descrição de objetos constituídos por várias partes: geral.

- Introdução: observações de caráter geral referentes à proce- A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma
dência ou localização do objeto descrito. estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam.
- Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários das Porque toda técnica descritiva implica contemplação e apreen-
partes que compõem o objeto, associados à explicação de como as são de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, precisa
partes se agrupam para formar o todo. possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o pintor capta o

Didatismo e Conhecimento 9
LÍNGUA PORTUGUESA
mundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma descrição enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre
focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade. uma ação ou ações  é chamado de espaço, representado no texto
Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não-li- pelos advérbios de lugar.
terária ou literária. Na descrição não-literária, há maior preocu- Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
pação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular. Por ser “quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento da narra-
objetiva, há predominância da denotação. tiva é o tempo, representado no texto narrativo através dos tempos
verbais, mas principalmente pelos advérbios de tempo. É o tempo
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica é um que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor
tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando uma lingua- “como” o fato narrado aconteceu.
gem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para descrever A história contada, por isso, passa por uma introdução (parte
aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os compõem, para inicial da história, também chamada de prólogo), pelo desenvolvi-
descrever experiências, processos, etc. mento do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o “miolo”
Exemplo: da narrativa, também chamada de trama) e termina com a conclu-
são da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história
Folheto de propaganda de carro é o narrador,  que pode ser pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu...) ou
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir impessoal (narra em 3ª pessoa: Ele...).
o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodando tran- Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de
quilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat Variant ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos subs-
possuem direção hidráulica e ar condicionado de elevada capaci- tantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto,
dade, proporcionando a climatização perfeita do ambiente. ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos ver-
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui capacida- bos, formando uma rede: a própria história contada.
de de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500 litros, com o Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a
encosto do banco traseiro rebaixado. história.
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em plás-
tico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para evitar a Elementos Estruturais (I):
deformação em caso de colisão.
- Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
Textos descritivos literários: Na descrição literária predo- - Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam e
mina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de associações dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por meio
conotativas que podem ser exploradas a partir de descrições de de características físicas ou psicológicas. Os personagens podem
pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes; situações e coi- ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais (trabalhador,
sas. Vale lembrar que textos descritivos também podem ocorrer estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o medroso, o tímido, o
tanto em prosa como em verso. avarento etc.), heróis ou antiheróis, protagonistas ou antagonistas.
- Narrador: é quem conta a história.
Narração - Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.
- Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o tem-
A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, po convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tempo inte-
fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo rior, subjetivo.
apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço,
organizados por uma narração feita por um narrador. É uma série Elementos Estruturais (II):
de fatos situados em um espaço e no tempo, tendo mudança de um
estado para outro, segundo relações de sequencialidade e causali- Personagens Quem? Protagonista/Antagonista
dade, e não simultâneos como na descrição. Expressa as relações Acontecimento O quê? Fato
entre os indivíduos, os conflitos e as ligações afetivas entre esses Tempo Quando? Época em que ocorreu o fato
indivíduos e o mundo, utilizando situações que contêm essa vi- Espaço Onde? Lugar onde ocorreu o fato
vência. Modo Como? De que forma ocorreu o fato
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o narra- Causa Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato
dor acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocor- Resultado - previsível ou imprevisível.
reu o episódio. É por isso que numa narração predomina a ação: o Final - Fechado ou Aberto.
texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, a maioria dos
verbos que compõem esse tipo de texto são os verbos de ação. O Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se de
conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a his- tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente, como
tória que é contada nesse tipo de texto recebe o nome de enredo. simples exemplos de uma narração. Há uma relação de implicação
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas per- mútua entre eles, para garantir coerência e verossimilhança à his-
sonagens, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio tória narrada.
que está sendo contado. As personagens são identificadas (nomea- Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, obrigato-
das) no texto narrativo pelos substantivos próprios. riamente sempre presentes no discurso, exceto as personagens ou
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem o fato a ser narrado.
querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar)  as ações do

Didatismo e Conhecimento 10
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo: - Complicação: é a parte do texto em que se inicia propria-
mente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo
Porquinhodaíndia ao clímax.
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu
Quando eu tinha seis anos momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
Ganhei um porquinhodaíndía. - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos
Que dor de coração me dava
personagens.
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos Tipos de Personagens:
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão. Os personagens têm muita importância na construção de um
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou se-
O meu porquinhodaíndia foi a minha primeira namorada. cundários, conforme o papel que desempenham no enredo, po-
Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. Rio de dem ser apresentados direta ou indiretamente.
Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110. A apresentação direta acontece quando o personagem aparece
de forma clara no texto, retratando suas características físicas e/ou
Observe que, no texto acima, há um conjunto de transforma- psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os persona-
ções de situação: ganhar um porquinhodaíndia é passar da situação gens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem
de não ter o animalzinho para a de têlo; leválo para a sala ou para com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que
outros lugares é passar da situação de ele estar debaixo do fogão ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.
para a de estar em outros lugares; ele não gostava: “queria era
estar debaixo do fogão” implica a volta à situação anterior; “não
- Em 1ª pessoa:
fazia caso nenhum das minhas ternurinhas” dá a entender que o
menino passava de uma situação de não ser terno com o animalzi-
nho para uma situação de ser; no último verso temse a passagem Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a
da situação de não ter namorada para a de ter. história e é o protagonista. Exemplo:
Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto de
mudanças de situação. É isso que define o que se chama o compo- “Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o
nente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma mudança de es- coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me atrevia
tado pela ação de alguma personagem, é uma transformação de si- a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei a andar
tuação. Mesmo que essa personagem não apareça no texto, ela está de um lado para outro, estacando para amparar-me, e andava outra
logicamente implícita. Assim, por exemplo, se o menino ganhou vez e estacava.”
um porquinhodaíndia, é porque alguém lhe deu o animalzinho. (Machado de Assis. Dom Casmurro)
Assim, há basicamente, dois tipos de mudança: aquele em que
alguém recebe alguma coisa (o menino passou a ter o porquinhoda Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar,
índia) e aquele alguém perde alguma coisa (o porquinho perdia, a
eu estava lá e vi. Exemplo:
cada vez que o menino o levava para outro lugar, o espaço confor-
tável de debaixo do fogão). Assim, temos dois tipos de narrativas:
de aquisição e de privação. “Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do
Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandista
Existem três tipos de foco narrativo: que fez cancha nos banhados do Ibirocaí.
Esse gaúcho desabotinado levou a existência inteira a cruzar
- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da Lua, na
qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; ainda que
mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa. chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como por alma de
- Narrador-observador: é aquele que conta a história como padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca desandou cru-
alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a his- zada!...
tória é contada em 3ª pessoa. (...)
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento dele.
personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos íntimos. Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não no víamos desde muito
Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece misturada
tempo. (...)
com pensamentos dos personagens (discurso indireto livre).
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na matan-
Estrutura: ça dos leitões e no tiramento dos assados com couro.
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista)
- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados
alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, - Em 3ª pessoa:
como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.

Didatismo e Conhecimento 11
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Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa. Caso de Desquite
Exemplo:
“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fantasiaram __ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na boca).
de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu à rua com ar Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto casado. Agora
menos carnavalesco deste mundo, morrendo de vergonha da malha com mania de mulher. Todo velho é sem-vergonha.
__ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só não
de cetim, das asas e das antenas e, mais ainda, da cara à mostra,
me pise, fico uma jararaca.
sem máscara piedosa para disfarçar o sentimento impreciso de ri-
__ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão.
dículo.”
__ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está bom?
(Ilka Laurito. Sal do Lírico) Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de mamar no primei-
ro mês.
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como __Você desempregado, quem é que fazia roça?
sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: __ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava. Fui jo-
gado na estrada, doutor. Desde onze anos estou no mundo sem
Festa ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e dia o hominho aqui
na carroça. Sempre o mais sacrificado, está bom?
Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha o __ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende?
crioulão de roupa limpa e remendada, acompanhado de dois meni- __ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém morre só.
nos de tênis branco, um mais velho e outro mais novo, mas ambos Sempre tem um cristão que enterra o pobre.
com menos de dez anos. __ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher...
Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas resoluta- __ Eu arranjo.
mente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde há seis mesas __ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem dois
desertas. cavalos. A carroça e os dois cavalos, o que há de melhor. Vai me
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O ho- deixar sem nada?
mem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guaranás e dois __ Você tinha amula e a potranca. A mula vendeu e a potranca,
deixou morrer. Tenho culpa? Só quero paz, um prato de comida e
pãezinhos.
roupa lavada.
__ Duzentos e vinte.
__ Para onde foi a lavadeira?
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido. __ Quem?
__Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz. __ A mulata.
__ Como? (...)
__ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais gos- (Dalton Trevisan – A guerra Conjugal)
toso.
O homem olha para os meninos. Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem diz,
__ O preço é o mesmo – informa o rapaz. sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo:
__ Está certo.
Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, como Frio
se o estivessem fazendo pela primeira vez na vida.
O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, em se- O menino tinha só dez anos.
guida, num pratinho, os dois pães com meia almôndega cada um. Quase meia hora andando. No começo pensou num bonde.
O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentro dos Mas lembrou-se do embrulhinho branco e bem feito que trazia,
pães, enquanto o rapaz cúmplice se retira. afastou a idéia como se estivesse fazendo uma coisa errada. (Nos
Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o copo de bondes, àquela hora da noite, poderiam roubá-lo, sem que perce-
cerveja até a boca, depois cada um prova o seu guaraná e morde o besse; e depois?... Que é que diria a Paraná?)
Andando. Paraná mandara-lhe não ficar observando as vitri-
primeiro bocado do pão.
nes, os prédios, as coisas. Como fazia nos dias comuns. Ia firme
O homem toma a cerveja em pequenos goles, observando cri-
e esforçando-se para não pensar em nada, nem olhar muito para
teriosamente o menino mais velho e o menino mais novo absorvi-
nada.
dos com o sanduíche e a bebida. __ Olho vivo – como dizia Paraná.
Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meninos. Devagar, muita atenção nos autos, na travessia das ruas. Ele
E permanecem para sempre, humanos e indestrutíveis, sentados ia pelas beiradas. Quando em quando, assomava um guarda nas
naquela mesa. esquinas. O seu coraçãozinho se apertava.
(Wander Piroli) Na estação da Sorocabana perguntou as horas a uma mulher.
Sempre ficam mulheres vagabundeando por ali, à noite. Pelo jar-
Tipos de Discurso: dim, pelos escuros da Alameda Cleveland. Ela lhe deu, ele seguiu.
Ignorava a exatidão de seus cálculos, mas provavelmente faltava
Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente para mais ou menos uma hora para chegar em casa. Os bondes passa-
o personagem, sem a sua interferência. Exemplo: vam.
(João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço)

Didatismo e Conhecimento 12
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Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do - é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos
personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente re- concretos (o texto “Porquinho-daíndia» preenche também esse re-
cente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX. Exem- quisito);
plo: - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal que,
A Morte da Porta-Estandarte entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e posterio-
ridade (no texto “Porquinhodaíndia» o fato de ganhar o animal é
Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus braços. anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por sua vez é anterior
Rosinha está dormindo. Não acordem Rosinha. Não é preciso se- ao de o menino leválo para a sala, que por seu turno é anterior ao
gurá-lo, que ele não está bêbado... O céu baixou, se abriu... Esse de o porquinhoda-índia voltar ao fogão).
temporal assim é bom, porque Rosinha não sai. Tenham paciên-
cia... Largar Rosinha ali, ele não larga não... Não! E esses tambo- Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre perti-
res? Ui! Que venham... É guerra... ele vai se espalhar... Por que nente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear da tem-
não está malhando em sua cabeça?... (...) Ele vai tirar Rosinha da poralidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no romance ma-
cama... Ele está dormindo, Rosinha... Fugir com ela, para o fundo chadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, quando o narrador
do País... Abraçá-la no alto de uma colina... começa contando sua morte para em seguida relatar sua vida, a
(Aníbal Machado) sequência temporal foi modificada. No entanto, o leitor reconstitui,
ao longo da leitura, as relações de anterioridade e de posteriorida-
Sequência Narrativa: de.
Resumindo: na narração, as três características explicadas
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: uma acima (transformação de situações, figuratividade e relações de
coordenase a outra, uma implica a outra, uma subordinase a outra. anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) devem
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação: estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só uma ou duas
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um dessas características não é uma narração.
dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo);
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma compe- Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto narra-
tência para fazer algo); tivo:
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou de-
via fazer (é a mudança principal da narrativa); - Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que
- uma em que se constata que uma transformação se deu e em aconteceu, quando e onde.
que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens (geral- - Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos perso-
mente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os maus). nagens.
- Desenvolvimento: detalhes do fato.
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se pres- - Conclusão: consequências do fato.
supõem logicamente. Com efeito, quando se constata a realização
de uma mudança é porque ela se verificou, e ela efetuase porque Caracterização Formal:
quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazêla. Tomemos, por
exemplo, o ato de comprar um apartamento: quando se assina a Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto nar-
escritura, realizase o ato de compra; para isso, é necessário poder rativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade, porquanto
(ter dinheiro) e querer ou dever comprar (respectivamente, querer a criação e o colorido do contexto estão em função da individuali-
deixar de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido dade e do estilo do narrador. Dependendo do enfoque do redator, a
despejado, por exemplo). narração terá diversas abordagens. Assim é de grande importância
Algumas mudanças são necessárias para que outras se deem. saber se o relato é feito em primeira pessoa ou terceira pessoa. No
Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um bambu primeiro caso, há a participação do narrador; segundo, há uma in-
ou outro instrumento para derrubála. Para ter um carro, é preciso ferência do último através da onipresença e onisciência.
antes conseguir o dinheiro. Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos acon-
tecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo o aspecto
Narrativa e Narração linear e constituindo o que se denomina “flashback”. O narrador
que usa essa técnica (característica comum no cinema moderno)
Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade é demonstra maior criatividade e originalidade, podendo observar as
um componente narrativo que pode existir em textos que não são ações ziguezagueando no tempo e no espaço.
narrações. A narrativa é a transformação de situações. Por exem-
plo, quando se diz “Depois da abolição, incentivouse a imigra- Exemplo - Personagens
ção de europeus”, temos um texto dissertativo, que, no entanto,
apresenta um componente narrativo, pois contém uma mudança “Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr.
de situação: do não incentivo ao incentivo da imigração européia. Amâncio não viu a mulher chegar.
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto, Não quer que se carpa o quintal, moço?
o que é narração? Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face es-
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características: calavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do pas-
- é um conjunto de transformações de situação (o texto de Ma- sado, os olhos).”
nuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos, preenche essa (Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Mer-
condição); cado Aberto, p. 5O)

Didatismo e Conhecimento 13
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Exemplo - Espaço furioso, contra a corrupção da corte. Mas um príncipe discreto pre-
fere nomear os que se valem do último desses métodos, pois os tais
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a redondeza fanáticos sempre se revelam os mais obsequiosos e subservientes à
escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de algum rio. Não vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição todos os car-
havia, em todo o caso, como negarlhe a insipidez.” gos, conservamse no poder esses ministros subordinando a maioria
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto do senado, ou grande conselho, e, afinal, por via de um expediente
Alegre: Movimento, 1981, p. 51) chamado anistia (cuja natureza lhe expliquei), garantemse contra
futuras prestações de contas e retiramse da vida pública carregados
Exemplo - Tempo com os despojos da nação.
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.
“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembrase: a mu- São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234235.
lher lhe pediu que a chamasse cedo.”
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4) Esse texto explica os três métodos pelos quais um homem
chega a ser primeiroministro, aconselha o príncipe discreto a esco-
lhêlo entre os que clamam contra a corrupção na corte e justifica
Tipologia da Narrativa Ficcional: esse conselho.
Observese que:
- Romance - o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade com
- Conto conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem particu-
- Crônica lar e do que faz para chegar a ser primeiroministro, mas do homem
- Fábula em geral e de todos os métodos para atingir o poder);
- Lenda - existe mudança de situação no texto (por exemplo, a mu-
- Parábola dança de atitude dos que clamam contra a corrupção da corte no
- Anedota momento em que se tornam primeirosministros);
- Poema Épico - a progressão temporal dos enunciados não tem importân-
cia, pois o que importa é a relação de implicação (clamar contra a
Tipologia da Narrativa NãoFiccional:
corrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação para
primeiroministro).
- Memorialismo
- Notícias
Características:
- Relatos
- História da Civilização
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é temático;
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação;
Apresentação da Narrativa:
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de anteriori-
- visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em qua- dade e de posterioridade dos enunciados não têm maior importân-
drinhos) e desenhos. cia o que importa são suas relações lógicas: analogia, pertinência,
- auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e discos. causalidade, coexistência, correspondência, implicação, etc.
- audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas. - a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de reda-
ção. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem característi-
Dissertação cas próprias a cada tipo de texto.
 
A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação de São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento /
uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum tema. Pressu- Conclusão.
põe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, clareza, coe-
rência, objetividade na exposição, um planejamento de trabalho e Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresenta a
uma habilidade de expressão. ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento.
É em função da capacidade crítica que se questionam pontos Tipos:
da realidade social, histórica e psicológica do mundo e dos se-
melhantes. Vemos também, que a dissertação no seu significado - Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos.
diz respeito a um tipo de texto em que a exposição de uma ideia, Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha
através de argumentos, é feita com a finalidade de desenvolver um de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...”
conteúdo científico, doutrinário ou artístico. - Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um
Exemplo: fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início no começo
dos anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que a dé-
Há três métodos pelos quais pode um homem chegar a ser pri- cada colecionou, agravou vários dos históricos problemas sociais
meiroministro. O primeiro é saber, com prudência, como servirse do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana, cuja es-
de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; o segundo, como trair calada tem sido facilmente identificada pela população brasileira.”
ou solapar os predecessores; e o terceiro, como clamar, com zelo - Proposição: o autor explicita seus objetivos.

Didatismo e Conhecimento 14
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- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na sua”? Quer se - Exemplificação: dar exemplos.
sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! Faça
parte desse time de vencedores desde a escolha desse momento! Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento
- Contestação: contestar uma idéia ou uma situação. Ex: “É integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas as
importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é a ideias anteriormente desenvolvidas.
solução no combate à insegurança.”
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex: “Em - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um pen-
1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com televisores. samento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de quem lê.
Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de aparelhos recepto-
res instalados do mundo). Ao todo, existem no país 257 emisso- Exemplo:
ras (aquelas capazes de gerar programas) e 2.624 repetidoras (que
apenas retransmitem sinais recebidos). (...)” Direito de Trabalho
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um novo
texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra-se no modelo econômico: o capitalismo, que até o século XX agia por
fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras meio da inclusão de trabalhadores e hoje passou a agir por meio
que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, da exclusão. (A)
escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo o traba-
sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.” lho automático, devido à evolução tecnológica e a necessidade de
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que qualificação cada vez maior, o que provoca o desemprego. Outro
compõem o texto. fator que também leva ao desemprego de um sem número de tra-
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a balhadores é a contenção de despesas, de gastos. (B)
Segundo a Constituição, “preocupada” com essa crise social
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo fu-
que provém dessa automatização e qualificação, obriga que seja
tebol não é uma prova de alienação?”
feita uma lei, em que será dada absoluta garantia aos trabalhado-
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a curiosi-
res, de que, mesmo que as empresas sejam automatizadas, não per-
dade do leitor.
derão eles seu mercado de trabalho. (C)
- Comparação: social e geográfica.
Não é uma utopia?!
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à dis-
Um exemplo vivo são os bóias-frias que trabalham na colheita
tância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo das
da cana de açúcar que devido ao avanço tecnológico e a lei do go-
massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades que vernador Geraldo Alkmin, defendendo o meio ambiente, proibindo
marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira doença do a queima da cana de açúcar para a colheita e substituindo-os então
século...” pelas máquinas, desemprega milhares deles. (D)
- Narração: narrar um fato. Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão cursos de
cabeleleiro, marcenaria, eletricista, para não perderem o mercado
Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, de forma de trabalho, aumentando, com isso, a classe de trabalhos informais.
organizada e progressiva. É a parte maior e mais importante do Como ficam então aqueles trabalhadores que passaram à vida
texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas: estudando, se especializando, para se diferenciarem e ainda estão
desempregados?, como vimos no último concurso da prefeitura do
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com Rio de Janeiro para “gari”, havia até advogado na fila de inscrição.
este tipo de abordagem. (E)
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a idéia Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos têm
principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição. o direito de trabalho, cabe aos governantes desse país, que almeja
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações um futuro brilhante, deter, com urgência esse processo de desní-
distintas. veis gritantes e criar soluções eficazes para combater a crise gene-
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos ralizada (F), pois a uma nação doente, miserável e desigual, não
favoráveis e desfavoráveis. compete a tão sonhada modernidade. (G)
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou des-
crever uma cena. 1º Parágrafo – Introdução
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos.
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para prováveis A. Tema: Desemprego no Brasil.
resultados. Contextualização: decorrência de um processo histórico pro-
- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve apre- blemático.
sentar questionamento e reflexão.
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, va- 2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
lores, juízos.
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos por- B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que reme-
quês de uma determinada situação. tem a uma análise do tema em questão.

Didatismo e Conhecimento 15
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C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da - A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado
realidade. muita gente ao vício.
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de - A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação
quem propõe soluções. criados pelo homem.
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição. - A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades e
hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido apenas
7º Parágrafo: Conclusão
pela polícia.
F. Uma possível solução é apresentada.
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise atualmen-
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com moder-
te.
nidade.
- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a socie-
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar dade brasileira.
sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos
recursos que permite uma segurança maior no momento de dis- O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:
sertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes que
favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento de um Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de
texto dissertativo. coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características,
funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemente
Ainda temos: necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se enu-
merar, seguindo-se os critérios de importância, preferência, classi-
Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o as- ficação ou aleatoriamente.
sunto que vai ser abordado.
Exemplo:
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo discu-
tido.
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por várias
Argumentação: é um conjunto de procedimentos linguísticos
com os quais a pessoa que escreve sustenta suas opiniões, de forma causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos
a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer argumentos, ou seja, e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos de
razões a favor ou contra uma determinada tese. Televisão.

Estes assuntos serão vistos com mais afinco posteriormente. 2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o nú-
mero de emissoras que dedicam parte da sua programação à veicu-
Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são: lação de programas religiosos de crenças variadas.

- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de 3-


pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação; - A Santa Missa em seu lar.
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema; - Terço Bizantino.
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
- Despertar da Fé.
- impõem-se sempre o raciocínio lógico;
- Palavra de Vida.
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer ambi-
- Igreja da Graça no Lar.
guidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração do que se
quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, nobre, correta
gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal (evitar-se o uso 4-
da primeira pessoa). - Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo
brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios socioló-
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: gicos e poluição.
uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou mais - Existem várias razões que levam um homem a enveredar
frases que explicitem tal ideia. pelos caminhos do crime.
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada (ideia - A gravidez na adolescência é um problema seríssimo, porque
central) porque oculta os problemas sociais realmente graves. pode trazer muitas consequências indesejáveis.
(ideia secundária)”. - O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua sobrevivên-
Vejamos: cia no mundo atual e vários são os tipos de lazer.
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida ur- - O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em vá-
gentemente.
rias categorias.
Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser comba-
tida urgentemente, pois a alta concentração de elementos tóxicos Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver através da
põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo daquelas comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e apresenta-
que sofrem de problemas respiratórios: lhes a semelhança ou dessemelhança.

Didatismo e Conhecimento 16
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo: Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve
“A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a ve- fazer a estruturação do texto.
lhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente senti-
mento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a felici- A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
dade é uma ilusão, que só o sofrimento é real”.
Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida
(Arthur Schopenhauer)
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por
Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes, encon-
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois
tra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato motivador)
itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento.
e, em outras situações, um segmento indicando consequências (fa-
Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a
tos decorrentes).
hipótese ou a tese a ser defendida.
Exemplos:
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão funda-
mentar a ideia principal que pode vir especificada através da argu-
- O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanidade que mentação, de pormenores, da ilustração, da causa e da consequên-
abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas em ver as coisas cia, das definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológi-
imediatistas e lucrativas que o rodeiam. ca, da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados
tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa expo-
- O espírito competitivo foi excessivamente exercido entre sição da ideia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco
nós, de modo que hoje somos obrigados a viver numa sociedade maneiras expostas acima.
fria e inamistosa. Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve
aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi fun-
Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam damentada durante o desenvolvimento da dissertação (um pará-
temporal e espacialmente a evolução de ideias, processos. grafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto
Exemplos: na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da
argumentação básica empregada no desenvolvimento.
Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma lenta
evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. Depois deu um
significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita e só
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL
muitos séculos mais tarde é que passou à comunicação de massa.
Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas úmidos,
DE PALAVRAS E EXPRESSÕES.
os solos são profundos. Existe nessas regiões uma forte decompo-
sição de rochas, isto é, uma forte transformação da rocha em terra
pela umidade e calor. Nas regiões temperadas e ainda nas mais Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola, que
frias, a camada do solo é pouco profunda. (Melhem Adas) por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida como sen-
do um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente com
Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se conceituar, a ideia associada a este conjunto.
exemplificar e aclarar as ideias para torná-las mais compreensí-
veis. Sentido Próprio e Figurado das Palavras
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do Pela própria definição acima destacada podemos perceber que
coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical e na a palavra é composta por duas partes, uma delas relacionada a sua
ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém san- forma escrita e os seus sons (denominada significante) e a outra
gue vermelho-vivo, recém oxigenado. Na artéria pulmonar, porém, relacionada ao que ela (palavra) expressa, ao conceito que ela traz
corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o coração (denominada significado).
remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar gás carbô- Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdividem-se
nico”. assim:
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o sentido co-
Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve de- mum que costumamos dar a uma palavra.
limitar-se o tema que será desenvolvido e que poderá ser enfocado - Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figurado”, que
sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a questão indíge- podemos dar a uma palavra.
na, ela poderá ser desenvolvida a partir das seguintes ideias: Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes con-
textos:
- A violência contra os povos indígenas é uma constante na 1. A cobra picou o menino. (cobra = tipo de réptil peçonhento)
história do Brasil. 2. A sogra dele é uma  cobra. (cobra = pessoa desagradável,
- O surgimento de várias entidades de defesa das populações que adota condutas pouco apreciáveis)
indígenas. 3.  O cara é  cobra  em Física! (cobra = pessoa que conhece
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio brasi- muito sobre alguma coisa, “expert”)
leiro. No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido comum
- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena. (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido
figurado.

Didatismo e Conhecimento 17
LÍNGUA PORTUGUESA
Podemos então concluir que um mesmo  significante  (parte João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois
concreta) pode ter vários significados (conceitos). meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos preso
por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros, grades, ca-
Denotação e Conotação deados e detectores de metal, eles têm outros pontos em comum:
- Denotação:  verifica-se quando utilizamos a palavra com o tabuleiros e peças de xadrez.
seu significado primitivo e original, com o sentido do dicionário; O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula
usada de modo automatizado; linguagem comum. Veja este exem- de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o
plo: que pretendem fazer quando estiverem em liberdade.
Cortaram as asas da ave para que não voasse mais. “Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que
Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido pró- pensar duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça er-
prio, comum, usual, literal. rada, pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-
-mate, instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça
errada, eu posso perder uma peça muito importante na minha vida,
- DICA - Procure associar Denotação com Dicionário: trata-
como eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema maior
se de definição literal, quando o termo é utilizado em seu sentido
é tomaro xeque-mate”, afirma João Carlos.
dicionarístico.
O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos em
- Conotação:  verifica-se quando utilizamos a palavra com o
22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez que
seu significado secundário, com o sentido amplo (ou simbólico); liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar a ativi-
usada de modo criativo, figurado, numa linguagem rica e expressi- dade sob a orientação de servidores da Secretaria de Estado da Jus-
va. Veja este exemplo: tiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado o primeiro tor-
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que seja neio fora dos presídios desde que o projeto foi implantado. Vinte e
tarde mais. oito internos de 14 unidades participam da disputa, inclusive João
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma figurada, Carlos e Fransley, que diz que a vitória não é o mais importante.
fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de ações; discipli- “Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não
na, limitação de conduta e comportamento. esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas
devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como estou
Fonte: sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido ao bom
http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-justi- comportamento”.
ca-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figurado-das-pala- Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido Ven-
vras.html turin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças no
comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo por
Questões sobre Denotação e Conotação eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, já que
cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e pensam melhor
01. (Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – nas suas ações, refletem antes de tomar uma atitude”.
2013). Uma frase empregada – exclusivamente – com sentido fi- Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a liber-
gurado é: dade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos já faz
A) Não é o tipo de companhia que se quer para tomar um planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também minha famí-
vinho ou ir ao cinema. lia. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a minha família:
B) No início de maio, Buffett convidou um sujeito chamado xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai ter que aprender
Doug Kass para participar de um dos painéis que compuseram a porque vai rolar até o torneio familiar”.
reunião anual de investidores de sua empresa, a Berkshire Hatha- “Medidas de promoção de educação e que possibilitem que
o egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós
way.
não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso
C) Buffett queria entender o porquê.
tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair sem
D) Questiona.
retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho Estadual
E) Coloca o dedo na ferida. de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo.
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-
02. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). As- que-liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias.
sinale a alternativa que apresenta palavra empregada no sentido Acesso em: 18.08.2012. Adaptado)
figurado.
A)...somente eles podem decidir o que vão ou não comprar. Considerando o contexto em que as seguintes frases foram
B) Há consumidores que gastam rios de dinheiro com supér- produzidas, assinale a alternativa em que há emprego figurado das
fluos. palavras.
C)… deve comprar o produto em outro lugar. A) O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos
D)… de onde vem o produto que estamos consumindo… em 22 unidades prisionais do Espírito Santo.
E) Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes. B) Além dos muros, grades, cadeados e detectores de metal,
eles têm outros pontos em comum...
03. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- C) Nós não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil.
NESP – 2013). Leia o texto a seguir. D) “Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate”,
“Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeducação afirma João Carlos.

Didatismo e Conhecimento 18
LÍNGUA PORTUGUESA
E) Já passei para a minha família: xadrez, quando eu sair para 2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmiti-
a rua, todo mundo vai ter que aprender... ram valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impu-
seram limites de disciplina.
04. (Agente de Promotoria – Assessoria – VUNESP – 2013). 3) Associação com grupos de jovens portadores de comporta-
Leia o texto a seguir. mento antissocial.
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crian-
Na FLIP, como na Copa ças que se enquadram nessas três condições de risco. Associados à
falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade social, esses
RIO DE JANEIRO – Durante entrevista na Festa Literária fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a violência
Internacional de Paraty deste ano, o cantor Gilberto Gil criticou crescente nas cidades.
as arquibancadas dos estádios brasileiros em jogos da Copa das Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a resposta
Confederações. do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o criminoso
Poderia ter dito o mesmo sobre a plateia da Tenda dos Autores, fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver preso. Ao sair,
para a qual ele e mais de 40 outros se apresentaram. A audiência do estará mais pobre, terá rompido laços familiares e sociais e difi-
evento literário lembra muito a dos eventos Fifa: classe média alta. cilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao mesmo tempo, na
Na Flip, como nas Copas por aqui, pobre só aparece “como prisão, terá criado novas amizades e conexões mais sólidas com o
prestador de serviço”, para citar uma participante de um protesto mundo do crime.
em Paraty, anteontem. Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda. Obri-
Como lembrou outro dos convidados da festa literária, o me- gados a optar por uma repressão policial mais ativa, aumentaremos
xicano Juan Pablo Villalobos, esse cenário é “um espelho do que o número de prisioneiros. As cadeias continuarão superlotadas.
é o Brasil”. Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a cri-
(Marco Aurélio Canônico, Na Flip, como na Copa. Folha de minalidade e tratar os que ingressaram nela.
S.Paulo, 08.07.2013. Adaptado) Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo. Preci-
samos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os policiais
O termo espelho está empregado em sentido a executar sua função com dignidade, criar leis que acabem com
A) figurado, significando qualidade. a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e construir cadeias
B) próprio, significando modelo. novas para substituir as velhas.
C) figurado, significando advertência. Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas pre-
D) próprio, significando símbolo. ventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão capazes
E) figurado, significando reflexo. de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los na sociedade
por meio da educação formal de bom nível, das práticas esportivas
05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- e da oportunidade de desenvolvimento artístico.
NESP – 2013). Leia o texto a seguir. (Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adapta-
do)
Violência epidêmica
Assinale a alternativa em cuja frase foi empregada palavra ou
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora expressão com sentido figurado.
possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes sociais, A) Tendências agressivas surgem em indivíduos com dificul-
é nos bairros pobres que ela adquire características epidêmicas. dades adaptativas ...(4.º parágrafo)
A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades B) A revisão de estudos científicos permite identificar três fa-
de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes centros tores principais na formação das personalidades com maior incli-
urbanos e se dissemina pelo interior. nação ao comportamento violento... (6.º parágrafo)
As estratégias que as sociedades adotam para combater a vio- C) As estratégias que as sociedades adotam para combater a
lência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito pouco violência variam... (3.º parágrafo)
no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços ocorridos no D) ...esses fatores de risco criam o caldo de cultura que ali-
campo das infecções, câncer, diabetes e outras enfermidades. menta a violência crescente nas cidades. (10.º parágrafo)
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações E) Os mais vulneráveis são os que tiveram a personalidade
nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências formada num ambiente desfavorável ao desenvolvimento psicoló-
agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas gico pleno. (5.º parágrafo)
que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de seus
desejos. 06. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que Considere a tirinha para responder à questão.
tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao
desenvolvimento psicológico pleno.
A revisão de estudos científicos permite identificar três fatores
principais na formação das personalidades com maior inclinação
ao comportamento violento:
1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos, humi-
lhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.

Didatismo e Conhecimento 19
LÍNGUA PORTUGUESA
O curioso é perceber como o Brasil de muito tempo atrás sabia
disso, e o ensinava por meio de uma imprensa ocupada em ferir
a brutal desigualdade entre os seres e as classes. Ao percorrer o
extenso volume da História da Caricatura Brasileira (Gala Edi-
ções), compreendemos que tal humor primitivo não praticava um
rosário de ofensas pessoais. Naqueles dias, humor parecia ser ape-
nas, e necessariamente, a virulência em relação aos modos opres-
sivos do poder.
A amplitude dessa obra é inédita. Saem da obscuridade os no-
mes que sucederam ao mais aclamado dos artistas a produzir arte
naquele Brasil, Angelo Agostini. Corcundas magros, corcundas
gordos, corcovas com cabeça de burro, todos esses seres compos-
tos em aspecto polimórfico, com expressivo valor gráfico, eram os
responsáveis por ilustrar a subserviência a estender-se pela Corte
Imperial. Contra a escravidão, o comodismo dos bem-postos e dos
covardes imperialistas, esses artistas operavam seu espírito crítico
em jornais de todos os cantos do País.
(Carta Capital.13.02.2013. Adaptado)
(Adão, Folha de S. Paulo, 19.06.2011)
Na frase –… compreendemos que tal humor primitivo não
Observando a tirinha, pode-se afirmar que o termo atropelada praticava um rosário de ofensas pessoais. –, observa-se emprego
foi empregado em sentido de expressão com sentido figurado, o que ocorre também em:
A) próprio, indicando que o marido não é uma pessoa sensível A) O livro sobre a história da caricatura estabelece marcos
e compreensiva com a esposa. inaugurais em relação a essa arte.
B) próprio, indicando que a esposa é vaidosa e sente-se frus- B) O trabalho do caricaturista pareceu tão importante a seus
trada com a perda da beleza. contemporâneos que recebeu o nome de “nova invenção artística.”
C) figurado, indicando que as crianças são tranqüilas, mas exi- C) Manoel de Araújo Porto-Alegre foi o primeiro profissional
gem total disponibilidade da mãe. dessa arte e o primeiro a produzir caricaturas no Brasil.
D) figurado, indicando que o marido recusa-se a realizar as D) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de todos e
tarefas domésticas. atacava esta ou aquela personagem da Corte.
E) figurado, indicando que as responsabilidades familiares E) O livro sobre a arte caricatural respeita cronologicamente
comprometeram a juventude da esposa. os acontecimentos da história brasileira, suas temáticas políticas
e sociais.
07. O item em que o termo sublinhado está empregado no
sentido denotativo é: 09. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Pú-
A) “Além dos ganhos econômicos, a nova realidade ren- blicas – VUNESP – 2013). Leia o texto a seguir.
deu frutos políticos.”
B) “...com percentuais capazes de causar inveja ao presiden- Tomadas e oboés
te.”
C) “Os genéricos estão abrindo as portas do mercado...” “O do meio, com heliponto, tá vendo?”, diz o taxista, apontan-
D) “...a indústria disparou gordos investimentos.” do o enorme prédio espelhado, do outro lado da marginal: “A parte
E) “Colheu uma revelação surpreendente:...”
elétrica, inteirinha, meu cunhado que fez”. Ficamos admirando o
edifício parcialmente iluminado ao cair da tarde e penso menos no
08. (Analista em C&T Júnior – Administração – VUNESP
tamanho da empreitada do que em nossa variegada humanidade:
– 2013). Leia o texto a seguir.
uns se dedicam à escrita, outros a instalações elétricas,lembro-
O humor deve visar à crítica, não à graça, ensinou Chico Any-
sio, o humorista popular. E disse isso quando lhe solicitaram con- -me do meu tio Augusto, que vive de tocar oboé.“Fio, disjuntor,
siderar o estado atual do riso brasileiro. Nos últimos anos de vida, tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega
o escritor contribuía para o cômico apenas em sua porção de ator, a contaminar-me.
impedido pela televisão brasileira de produzir textos. E o que ele Pergunto quantas tomadas ele acha que tem, no prédio todo.
dizia sobre a risada ajuda a entender a acomodação de muitos hu- Há quem ria desse tipo de indagação. Meu taxista, não. É um ho-
moristas contemporâneos. Porque, quando eles humilham aqueles mem sério, eu também, fazemos as contas: uns dez escritórios por
julgados inferiores, os pobres, os analfabetos, os negros, os nor- andar, cada um com umas seis salas, vezes 30 andares. “Cada sala
destinos, todos os oprimidos que parece fácil espezinhar, não fun- tem o quê? Duas tomadas?”
cionam bem como humoristas. O humor deve ser o oposto disto, “Cê tá louco! Muito mais! Hoje em dia, com computador, es-
uma restauração do que é justo, para a qual desancar aqueles em sas coisas? Depois eu pergunto pro meu cunhado, mas pode botar
condições piores do que as suas não vale. Rimos, isso sim, do su- aí pra uma média de seis tomadas/sala.”
perior, do arrogante, daquele que rouba nosso lugar social. Ok: 10 x 6 x 6 x 30 = 10.800. Dez mil e oitocentas tomadas!

Didatismo e Conhecimento 20
LÍNGUA PORTUGUESA
Há 30, 40 anos, uma hora dessas, a maior parte das tomadas Exagero, hipérbole.
já estaria dormindo o sono dos justos, mas a julgar pelo número de 3-) Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate”,
janelas acesas, enquanto volto para casa, lentamente, pela margi- afirma João Carlos.
nal, centenas de trabalhadores suam a camisa, ali no prédio: criam É o lance que põe fim à partida, acaba com a liberdade, no
logotipos, calculam custos para o escoamento da soja, negociam caso.
minério de ferro. Talvez até, quem sabe, deitado num sofá, um
homem escute em seu iPod as notas de um oboé. 4-) O termo espelho está empregado em sentido figurado, sig-
Alegra-me pensar nesse sujeito de olhos fechados, ouvindo nificando reflexo do que é o país.
música. Bom saber que, na correria geral, em meio a tantos profis-
sionais que acreditam estar diretamente envolvidos no movimento 5-) criam o caldo de cultura que alimenta a violência cres-
de rotação da Terra, esse aí reservou-se cinco minutos de contem- cente nas cidades. (10.º parágrafo)
plação. Criam o ambiente, as situações que alimentam, fortalecem a
Está tarde, contudo. Algo não fecha: por que segue no escritó- violência.
rio, esse homem? Por que não voltou para a mulher e os filhos, não
foi para o chope ou o cinema? O homem no sofá, entendo agora, 6-) E) figurado, indicando que as responsabilidades familiares
está ainda mais afundado do que os outros. O momento oboé era comprometeram a juventude da esposa.
apenas uma pausa para repor as energias, logo mais voltará à sua
mesa e a seus logotipos, à soja ou ao minério de ferro. 7-) com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.
“Onze mil, cento e cinquenta”, diz o taxista, me mostrando o Sentido denotativo = empregado com o sentido real da palavra
celular. Não entendo. “É o SMS do meu cunhado: 11.150 toma-
das.” 8-) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de todos e
Olho o prédio mais uma vez, admirado com a instalação elé- atacava esta ou aquela personagem da Corte.
trica e nossa heteróclita humanidade, enquanto seguimos, feito cá- Zunir: Produzir som forte e áspero. Empregado no sentido de
gados, pela marginal. “gritar” aos leitores as notícias.
(Antonio Prata, Folha de S.Paulo, 06.03.2013. Adaptado)
9-) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho de
No trecho do sexto parágrafo – Bom saber que, na correria grande importância.
geral, em meio a tantos profissionais que acreditam estar dire- Comparando-se ao movimento de rotação, que acontece sem
tamente envolvidos no movimento de rotação da Terra, esse aí a intervenção de quaisquer trabalhadores, “importantes” ou não.
reservou-se cinco minutos de contemplação. –, o segmento em
destaque expressa, de modo figurado, um sentido equivalente ao 10-) A dureza dos corações.
da expressão: profissionais que acreditam ser Corações de pessoas que parecem não ter sentimento.
A) incompreendidos, que são obrigados a trabalhar além do
expediente. - Sinônimos
B) desvalorizados, que não são devidamente reconhecidos. São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - abe-
C) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho de cedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir.
grande importância. Observação: A contribuição greco-latina é responsável pela
D) metódicos, que gerenciam com rigidez a vida corporativa. existência de numerosos pares de sinônimos: adversário e antago-
E) flexíveis, que sabem valorizar os momentos de ócio. nista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo; contravene-
no e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo; transformação e
10.Assinale a alternativa usada em sentido figurado: metamorfose; oposição e antítese.
A)A dureza das pedras.
B)O perfume das flores. - Antônimos
C)O verde das matas. São palavras de significação oposta: ordem - anarquia; sober-
D)A dureza dos corações. ba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
E)Nenhuma das alternativas anteriores. Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo de
sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e anti-
GABARITO pático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo e inativo;
esperar e desesperar; comunista e anticomunista; simétrico e assi-
1-E 2-B 3-D 4-E 5-D 6-E 7-B 8-D 9-C 10-D métrico.

COMENTÁRIOS

1-) Coloca o dedo na ferida.


Frase empregada para dizer que acerta o ponto fraco, onde
dói.

2-) Há consumidores que gastam rios de dinheiro com su-


pérfluos.

Didatismo e Conhecimento 21
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando são colocados antes do radical, como acontece com
EQUIVALÊNCIA E “a-”, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como “-ar”,
surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos.
TRANSFORMAÇÃO DE ESTRUTURAS. Exemplo: in-at-ivo; em-pobr-ecer; inter-nacion-al.

Desinências: são os elementos terminais indicativos das fle-


xões das palavras. Existem dois tipos:
Estrutura e Formação de Palavras - Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (mas-
culino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes.
Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das Exemplos: aluno-o / aluno-s; alun-a / aluna-s. Só podemos falar
palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada em desinências nominais de gêneros e de números em palavras
uma delas. As palavras podem ser divididas em unidades menores, que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras
a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas. como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência
Vamos analisar a palavra “cachorrinhas”. Nessa palavra ob- nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinên-
servamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles: cia nominal de número.
cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele
que contém o significado. - Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pes-
inh - indica que a palavra é um diminutivo soa e de modo e tempo dos verbos. A desinência “-o”, presente
em “am-o”, é uma desinência número pessoal, pois indica que o
a - indica que a palavra é feminina
verbo está na primeira pessoa do singular; “-va”, de “ama-va”, é
s - indica que a palavra se encontra no plural
desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pre-
térito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação.
Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo. Exis-
tem palavras que não comportam divisão em unidades menores,
Vogal Temática: é a vogal que se junta ao radical, preparan-
tais como: mar, sol, lua, etc. São elementos mórficos:
do-o para receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três
- Raiz, Radical, Tema: elementos básicos e significativos vogais temáticas:
- Afixos (Prefixos, Sufixos), Desinência, Vogal Temática: - Caracteriza os verbos da 1ª conjugação: buscar, buscavas,
elementos modificadores da significação dos primeiros etc.
- Vogal de Ligação, Consoante de Ligação: elementos de li- - Caracteriza os verbos da 2ª conjugação: romper, rompemos,
gação ou eufônicos. etc.
- Caracteriza os verbos da 3ª conjugação: proibir, proibirá, etc.
Raiz: É o elemento originário e irredutível em que se concen-
tra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico. Tema: é o grupo formado pelo radical mais vogal temática.
É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma Nos verbos citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi-
família etimológica. Exemplo: Raiz noc [Latim nocere = prejudi-
car] tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem, Vogais e Consoantes de Ligação: As vogais e consoantes de
pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, ino- ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja,
centar, inócuo, etc. para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determi-
nada palavra. Exemplos: parisiense (paris= radical, ense=sufixo,
Uma raiz pode sofrer alterações: at-o; at-or; at-ivo; aç-ão; ac vogal de ligação=i); gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l
-ionar; -ada, cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.

Radical: Formação das Palavras: existem dois processos básicos pe-


los quais se formam as palavras: a Derivação e a Composição. A
Observe o seguinte grupo de palavras: livr-o; livr-inho; livr diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo
-eiro; livr-eco. Você reparou que há um elemento comum nesse de derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no
grupo? Você reparou que o elemento livr serve de base para o sig- processo de composição sempre haverá mais de um radical.
nificado? Esse elemento é chamado de radical (ou semantema).
Elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o Derivação: é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova,
aspecto gramatical e prático. É encontrado através do despojo dos chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primiti-
elementos secundários (quando houver) da palavra. Exemplo: cer- va. Exemplo: Mar (marítimo, marinheiro, marujo); terra (enterrar,
t-o; cert-eza; in-cert-eza. terreiro, aterrar). Observamos que «mar» e «terra» não se formam
de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a for-
Afixos: são elementos secundários (geralmente sem vida autô- mação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo.
noma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas. 
derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema “-mente”, por
exemplo, cria uma nova palavra a partir de “certo”: certamente, Tipos de Derivação
advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos mor-
femas “a-” e “-ar” à forma “cert-” cria o verbo acertar. Observe - Derivação Prefixal ou Prefixação: resulta do acréscimo de
que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado:
gramatical na palavra a que são anexados. crer- descrer; ler- reler; capaz- incapaz.

Didatismo e Conhecimento 22
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- Derivação Sufixal ou Sufixação: resulta de acréscimo de Por derivação regressiva, formam-se basicamente substanti-
sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado vos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substanti-
ou mudança de classe gramatical: alfabetização. No exemplo, o vos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os
sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. o portu-
por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo ga (de português); o boteco (de botequim); o comuna (de comu-
do sufixo -izar. nista); agito (de agitar); amasso (de amassar); chego (de chegar)

A derivação sufixal pode ser: O processo normal é criar um verbo a partir de um substanti-
Nominal, formando substantivos e adjetivos: papel – papela- vo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso:
ria; riso – risonho. forma o substantivo a partir do verbo.
Verbal, formando verbos: atual - atualizar.
Adverbial, formando advérbios de modo: feliz – felizmente. - Derivação Imprópria: A derivação imprópria ocorre quando
determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão
- Derivação Parassintética ou Parassíntese: Ocorre quando a
em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo:
palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufi-
Os adjetivos passam a substantivos: Os bons serão contem-
xo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes
plados.
(substantivos e adjetivos) e verbos. Considere o adjetivo “triste”.
Do radical “trist-” formamos o verbo entristecer através da junção Os particípios passam a substantivos ou adjetivos: Aquele ga-
simultânea do prefixo  “en-” e do sufixo “-ecer”. A presença de roto alcançou um feito passando no concurso.
apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova Os infinitivos passam a substantivos: O andar de Roberta era
palavra, pois em nossa língua não existem as palavras “entriste”, fascinante; O badalar dos sinos soou na cidadezinha.
nem “tristecer”. Exemplos: Os substantivos passam a adjetivos: O funcionário fantasma
emudecer foi despedido; O menino prodígio resolveu o problema.
mudo – palavra inicial Os adjetivos passam a advérbios: Falei baixo para que nin-
e – prefixo guém escutasse.
mud – radical Palavras invariáveis passam a substantivos: Não entendo o
ecer – sufixo porquê disso tudo.
Substantivos próprios tornam-se comuns: Aquele coordena-
desalmado dor é um caxias! (chefe severo e exigente)
alma – palavra inicial
des – prefixo Os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte
alm – radical da Morfologia porque implicam alterações na forma das palavras.
ado – sufixo No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu sig-
nificado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por
Não devemos confundir derivação parassintética, em que o essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada “impró-
acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente simultâneo, pria”.
com casos como os das palavras desvalorização e desigualdade.
Nessas palavras, os afixos são acoplados em sequência: desvalo- Composição: é o processo que forma palavras compostas, a
rização provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos:
sua vez provém de valor.
É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por pa-
- Composição por Justaposição: ao juntarmos duas ou mais
rassíntese: não se pode dizer que expropriar provém de “propriar”
palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética: passatempo,
ou de “expróprio”, pois tais palavras não existem. Logo, expro-
quinta-feira, girassol, couve-flor. Em «girassol» houve uma altera-
priar provém diretamente de próprio, pelo acréscimo concomitante
ção na grafia (acréscimo de um «s») justamente para manter inal-
de prefixo e sufixo.
- Derivação Regressiva: ocorre derivação regressiva quando terada a sonoridade da palavra.
uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução: com-
prar (verbo), compra (substantivo); beijar (verbo), beijo (substan- - Composição por Aglutinação: ao unirmos dois ou mais
tivo). vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus
elementos fonéticos: embora (em boa hora); fidalgo (filho de algo
Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou - referindo-se a família nobre); hidrelétrico (hidro + elétrico); pla-
se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação: nalto (plano alto). Ao aglutinarem-se, os componentes subordi-
- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o ver- nam-se a um só acento tônico, o do último componente.
bo palavra primitiva.
- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o - Redução: algumas palavras apresentam, ao lado de sua for-
contrário. ma plena, uma forma reduzida. Observe: auto - por automóvel;
Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam cine - por cinema; micro - por microcomputador; Zé - por José.
ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém, Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem
com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substanti- ser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação
vo primitivo que dá origem ao verbo ancorar. atual.

Didatismo e Conhecimento 23
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- Hibridismo: ocorre hibridismo na palavra em cuja forma- para-: proximidade, semelhança, intensidade: paralelo, para-
ção entram elementos de línguas diferentes: auto (grego) + móvel sita, paradoxo, paradigma.
(latim). peri-: movimento ou posição em torno de: periferia, peripé-
cia, período, periscópio.
- Onomatopeia: numerosas palavras devem sua origem a uma pro-: posição em frente, anterioridade: prólogo, prognóstico,
tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruí- profeta, programa.
dos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem pros-: adjunção, em adição a: prosélito, prosódia.
aproximadamente os sons e as vozes dos seres: miau, zumzum, proto-: início, começo, anterioridade: proto-história, protóti-
piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc. po, protomártir.
poli-: multiplicidade: polissílabo, polissíndeto, politeísmo.
Prefixos: os prefixos são morfemas que se colocam antes dos sin-, sim-: simultaneidade, companhia: síntese, sinfonia, sim-
patia, sinopse.
radicais basicamente a fim de modificar-lhes o sentido; raramen-
tele-: distância, afastamento: televisão, telepatia, telégrafo.
te esses morfemas produzem mudança de classe gramatical. Os
prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do latim
Prefixos de Origem Latina
e do grego, línguas em que funcionavam como preposições ou ad-
vérbios, logo, como vocábulos autônomos.  Alguns prefixos foram a-, ab-, abs-: afastamento, separação: aversão, abuso, absti-
pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tive- nência, abstração.
ram grande vitalidade na formação de novas palavras: a- , contra- , a-, ad-: aproximação, movimento para junto: adjunto,advoga-
des- , em-  (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti-. do, advir, aposto.
ante-: anterioridade, procedência: antebraço, antessala, an-
Prefixos de Origem Grega teontem, antever.
ambi-: duplicidade: ambidestro, ambiente, ambiguidade, am-
a-, an-: afastamento, privação, negação, insuficiência, carên- bivalente.
cia: anônimo, amoral, ateu, afônico. ben(e)-, bem-: bem, excelência de fato ou ação: benefício,
ana-: inversão, mudança, repetição: analogia, análise, anagra- bendito.
ma, anacrônico. bis-, bi-:  repetição, duas vezes: bisneto, bimestral, bisavô,
anfi-: em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade: biscoito.
anfiteatro, anfíbio, anfibologia. circu(m)-: movimento em torno: circunferência, circunscrito,
anti-: oposição, ação contrária: antídoto, antipatia, antagonis- circulação.
ta, antítese. cis-: posição aquém: cisalpino, cisplatino, cisandino.
apo-: afastamento, separação: apoteose, apóstolo, apocalipse, co-, con-, com-: companhia, concomitância: colégio, coope-
apologia. rativa, condutor.
arqui-, arce-: superioridade hierárquica, primazia, excesso: contra-: oposição: contrapeso, contrapor, contradizer.
arquiduque, arquétipo, arcebispo, arquimilionário. de-: movimento de cima para baixo, separação, negação: de-
cata-: movimento de cima para baixo: cataplasma, catálogo, capitar, decair, depor.
catarata. de(s)-, di(s)-: negação, ação contrária, separação: desventura,
di-:  duplicidade: dissílabo, ditongo, dilema. discórdia, discussão.
dia-: movimento através de, afastamento: diálogo, diagonal, e-, es-, ex-: movimento para fora: excêntrico, evasão, expor-
diafragma, diagrama. tação, expelir.
en-, em-, in-: movimento para dentro, passagem para um es-
dis-: dificuldade, privação: dispneia, disenteria, dispepsia,
tado ou forma, revestimento: imergir, enterrar, embeber, injetar,
disfasia.
importar.
ec-, ex-, exo-, ecto-: movimento para fora: eclipse, êxodo, ec-
extra-: posição exterior, excesso: extradição, extraordinário,
toderma, exorcismo. extraviar.
en-, em-, e-:  posição interior, movimento para dentro: encé- i-, in-, im-: sentido contrário, privação, negação: ilegal, im-
falo, embrião, elipse, entusiasmo. possível, improdutivo.
endo-: movimento para dentro: endovenoso, endocarpo, en- inter-, entre-: posição intermediária: internacional, interpla-
dosmose. netário.
epi-: posição superior, movimento para: epiderme, epílogo, intra-: posição interior: intramuscular, intravenoso, intraver-
epidemia, epitáfio. bal.
eu-: excelência, perfeição, bondade: eufemismo, euforia, eu- intro-: movimento para dentro: introduzir, introvertido, in-
caristia, eufonia. trospectivo.
hemi-: metade, meio: hemisfério, hemistíquio, hemiplégico. justa-: posição ao lado: justapor, justalinear.
hiper-: posição superior, excesso: hipertensão, hipérbole, hi- ob-, o-: posição em frente, oposição: obstruir, ofuscar, ocupar,
pertrofia. obstáculo.
hipo-: posição inferior, escassez: hipocrisia, hipótese, hipo- per-: movimento através: percorrer, perplexo, perfurar, perverter.
dérmico. pos-: posterioridade: pospor, posterior, pós-graduado.
meta-: mudança, sucessão: metamorfose, metáfora, metacarpo. pre-: anterioridade: prefácio, prever, prefixo, preliminar.

Didatismo e Conhecimento 24
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pro-: movimento para frente: progresso, promover, prosse- Sufixos Formadores de Adjetivos
guir, projeção.
re-: repetição, reciprocidade: rever, reduzir, rebater, reatar. - de substantivos: -aco – maníaco; -ado – barbado; -áceo(a)
retro-: movimento para trás: retrospectiva, retrocesso, retroa- - herbáceo, liláceas; -aico – prosaico; -al – anual; -ar – escolar;
gir, retrógrado. -ário - diário, ordinário; -ático – problemático; -az – mordaz;
so-, sob-, sub-, su-: movimento de baixo para cima, inferiori- -engo – mulherengo; -ento – cruento; -eo – róseo; -esco – pito-
dade: soterrar, sobpor, subestimar. resco; -este – agreste; -estre – terrestre; -enho – ferrenho; -eno
super-, supra-, sobre-: posição superior, excesso: supercílio, – terreno; -ício – alimentício; -ico – geométrico; -il – febril; -ino
supérfluo. – cristalino; -ivo – lucrativo; -onho – tristonho; -oso – bondoso;
soto-, sota-: posição inferior: soto-mestre, sota-voga, soto -udo – barrigudo.
-pôr.
trans-, tras-, tres-, tra-: movimento para além, movimento - de verbos:
através: transatlântico, tresnoitar, tradição. -(a)(e)(i)nte: ação, qualidade, estado – semelhante, doente,
ultra-: posição além do limite, excesso: ultrapassar, ultrarro-
seguinte.
mantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta.
-(á)(í)vel: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação – lou-
vice-, vis-: em lugar de: vice-presidente, visconde, vice-almi-
vável, perecível, punível.
rante.
-io, -(t)ivo: ação referência, modo de ser – tardio, afirmativo,
Sufixos: são elementos (isoladamente insignificativos) que, pensativo.
acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua principal -(d)iço, -(t)ício: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação,
característica é a mudança de classe gramatical que geralmente referência – movediço, quebradiço, factício.
opera. Dessa forma, podemos utilizar o significado de um verbo -(d)ouro,-(t)ório: ação, pertinência – casadouro, preparatório.
num contexto em que se deve usar um substantivo, por exemplo.
Como o sufixo é colocado depois do radical, a ele são incorpora- Sufixos Adverbiais: Na Língua Portuguesa, existe apenas um
das as desinências que indicam as flexões das palavras variáveis. único sufixo adverbial: É o sufixo “-mente”, derivado do substan-
Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos extre- tivo feminino latino mens, mentis que pode significar “a mente,
mamente importantes para o funcionamento da língua. São os que o espírito, o intento”.Este sufixo juntou-se a adjetivos, na forma
formam nomes de ação e os que formam nomes de agente. feminina, para indicar circunstâncias, especialmente a de modo.
Exemplos: altiva-mente, brava-mente, bondosa-mente, nervo-
Sufixos que formam nomes de ação: -ada – caminhada; sa-mente, fraca-mente, pia-mente. Já os advérbios que se derivam
-ança – mudança; -ância – abundância; -ção – emoção; -dão – so- de adjetivos terminados em –ês (burgues-mente, portugues-men-
lidão; -ença – presença; -ez(a) – sensatez, beleza; -ismo – civismo; te, etc.) não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora
-mento – casamento; -são – compreensão; -tude – amplitude; -ura uniformes. Exemplos: cabrito montês / cabrita montês.
– formatura.
Sufixos Verbais: Os sufixos verbais agregam-se, via de regra,
Sufixos que formam nomes de agente: -ário(a) – secretário; ao radical de substantivos e adjetivos para formar novos verbos.
-eiro(a) – ferreiro; -ista – manobrista; -or – lutador; -nte – fei- Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimo
rante. da terminação-ar. Exemplos: esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar;
nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar.
Sufixos que formam nomes de lugar, depositório: -aria –
churrascaria; -ário – herbanário; -eiro – açucareiro; -or – corre-
Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação.
dor; -tério – cemitério; -tório – dormitório.
-ar: cruzar, analisar, limpar
-ear: guerrear, golear
Sufixos que formam nomes indicadores de abundância,
aglomeração, coleção: -aço – ricaço; -ada – papelada; -agem – -entar: afugentar, amamentar
folhagem; -al – capinzal; -ame – gentame; -ario(a) - casario, in- -ficar: dignificar, liquidificar
fantaria; -edo – arvoredo; -eria – correria; -io – mulherio; -ume -izar: finalizar, organizar
– negrume.
Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação repetida.
Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência: Verbo Factitivo: é aquele que envolve ideia de fazer ou cau-
-ite - bronquite, hepatite (inflamação), amotite (fósseis). sar.
-oma - mioma, epitelioma, carcinoma (tumores). Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pouco in-
-ato, eto, Ito - sulfato, cloreto, sulfito (sais), granito (pedra). tensa.
-ina - cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais).
-ol - fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto). Exercícios
-ema - morfema, fonema, semema, semantema (ciência lin-
guística). 01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam pelo
-io - sódio, potássio, selênio (corpos simples) mesmo processo:
a) ajoelhar / antebraço / assinatura
Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, b) atraso / embarque / pesca
sistemas políticos: - ismo: budismo, kantismo, comunismo. c) o jota / o sim / o tropeço

Didatismo e Conhecimento 25
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d) entrega / estupidez / sobreviver 08. Assinale a série de palavras em que todas são formadas
e) antepor / exportação / sanguessuga por parassíntese:
a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer
02. A palavra “aguardente” formou-se por: b) solução, passional, corrupção, visionário
a) hibridismo c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente
b) aglutinação d) biografia, macróbio, bibliografia, asteróide
c) justaposição
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo
d) parassíntese
e) derivação regressiva
09. As palavras couve-flor, planalto e aguardente são forma-
03. Que item contém somente palavras formadas por justa- das por:
posição? a) derivação
a) desagradável – complemente b) onomatopeia
b) vaga-lume - pé-de-cabra c) hibridismo
c) encruzilhada – estremeceu d) composição
d) supersticiosa – valiosas e) prefixação
e) desatarraxou – estremeceu
10. Assinale a alternativa em que uma das palavras não é for-
04. “Sarampo” é: mada por prefixação:
a) forma primitiva a) readquirir, predestinado, propor
b) formado por derivação parassintética b) irregular, amoral, demover
c) formado por derivação regressiva
c) remeter, conter, antegozar
d) formado por derivação imprópria
d) irrestrito, antípoda, prever
e) formado por onomatopéia
e) dever, deter, antever
05. Numere as palavras da primeira coluna conforme os pro-
cessos de formação numerados à direita. Em seguida, marque a Respostas: 1-B / 2-B / 3-B / 4-C / 5-E / 6-E / 7-D / 8-A / 9-D
alternativa que corresponde à sequência numérica encontrada: / 10-E /
( ) aguardente     1) justaposição
( ) casamento     2) aglutinação
( ) portuário         3) parassíntese SINTAXE: PROCESSOS DE
( ) pontapé         4) derivação sufixal
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO.
( ) os contras     5) derivação imprópria
( ) submarino     6) derivação prefixal EMPREGO DE TEMPOS E
( ) hipótese MODOS VERBAIS.

a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1
b) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6
c) 1, 4, 4, 1, 5, 6, 6
d) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6 Frase, período e oração:
e) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6 Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabele-
cer comunicação. Expressa juízo, indica ação, estado ou fenôme-
06. Indique a palavra que foge ao processo de formação de no, transmite um apelo, ordem ou exterioriza emoções.
chapechape: Normalmente a frase é composta por dois termos – o sujeito
a) zunzum e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois em Português há
b) reco-reco orações ou frases sem sujeito: Há muito tempo que não chove.
c) toque-toque
d) tlim-tlim Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoa-
e) vivido ção, na língua escrita, a entoação é reduzida a sinais de pontuação.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e
07. Em que alternativa a palavra sublinhada resulta de deriva-
nominais, feita a partir de seus elementos constituintes, elas podem
ção imprópria?
ser classificadas a partir de seu sentido global:
a) Às sete horas da manhã começou o trabalho principal: a
votação. - frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma
b) Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto secre- pergunta: Que queres fazer?
to... Bobagens, bobagens! - frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem ou
c) Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições continua- faz um pedido: Dê-me uma mãozinha! Faça-o sair!
riam sendo uma farsa! - frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo:
d) Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se entenderam. Que dia difícil!
e) Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando de raiva. - frases declarativas: o emissor constata um fato: Ele já chegou.

Didatismo e Conhecimento 26
LÍNGUA PORTUGUESA
Quanto à estrutura da frase, as frases que possuem verbo (ora- O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo.
ção) são estruturadas por dois elementos essenciais: sujeito e pre- “Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.”
dicado. O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em “Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos”.
número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o tema do Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. Minha e
que se vai comunicar”. O predicado é a parte da frase que contém primeira referem-se ao conceito básico expresso em lágrima. Lá-
“a informação nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema, consti- grima é, pois, a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
tuindo a declaração do que se atribui ao sujeito. minada núcleo do sujeito. O núcleo do sujeito relaciona-se com o
Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o pre- verbo, estabelecendo a concordância.
dicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num nome, teremos um A função do sujeito é basicamente desempenhada por substan-
predicado nominal: tivos, o que a torna uma função substantiva da oração. Pronomes,
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opi- substantivos, numerais e quaisquer outras palavras substantivadas
nião. (derivação imprópria) também podem exercer a função de sujeito.
A existência é frágil. Ele já partiu;
Os dois sumiram;
A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples) Um sim é suave e sugestivo.
quando encerra um pensamento completo e vem limitada por pon-
to-final, ponto de interrogação, ponto de exclamação e por reti- Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de
cências. determinação ou indeterminação e o de núcleo do sujeito.
Um vulto cresce na escuridão. Clarissa encolhe-se. É Vasco. Um sujeito é determinado quando é facilmente identificável
pela concordância verbal. O sujeito determinado pode ser simples
Acima temos três orações correspondentes a três períodos sim- ou composto.
ples ou a três frases. Mas, nem sempre oração é frase: “convém A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível
que te apresses” apresenta duas orações, mas uma só frase, pois so- identificar claramente a que se refere a concordância verbal. Isso
mente o conjunto das duas é que traduz um pensamento completo. ocorre quando não se pode ou não interessa indicar precisamente
Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que o sujeito de uma oração.
se organiza ao redor de um verbo. A oração possui sempre um ver- Estão gritando seu nome lá fora;
bo (ou locução verbal), que implica na existência de um predicado, Trabalha-se demais neste lugar.
ao qual pode ou não estar ligado um sujeito.
Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo. O sujeito simples é o sujeito determinado que possui um único
Dessa forma: núcleo. Esse vocábulo pode estar no singular ou no plural; pode
Rua! = é uma frase, não é uma oração.
também ser um pronome indefinido.
Já em: “Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a
Nós nos respeitamos mutuamente;
noite do meu bem.” Temos uma frase e três orações: As duas últi-
A existência é frágil;
mas orações não são frases, pois em si mesmas não satisfazem um
Ninguém se move;
propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.
O amar faz bem.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por
O sujeito composto é o sujeito determinado que possui mais
uma ou mais orações, formando um todo, com sentido comple-
de um núcleo.
to. O período pode ser simples ou composto.
Alimentos e roupas andam caríssimos;
Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, Ela e eu nos respeitamos mutuamente;
que recebe o nome de oração absoluta. O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma moeda.
Chove.
A existência é frágil. Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opi- ao sujeito oculto ( ou elíptico), isto é, ao núcleo do sujeito que
nião. está implícito e que pode ser reconhecido pela desinência verbal
ou pelo contexto.
Período composto é aquele constituído por duas ou mais ora- Abolimos todas as regras. = (nós)
ções:
“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.” O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se
Cantei, dancei e depois dormi. pode identificar claramente a que o predicado da oração refere--se.
Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso contrário, tería-
Termos essenciais da oração: mos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado de duas
O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais maneiras:
da oração, ou seja, sujeito e predicado são termos indispensáveis - com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito
para a formação das orações. No entanto, existem orações forma- não tenha sido identificado anteriormente:
das exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a oração, é Bateram à porta;
a presença do verbo. Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro.

Didatismo e Conhecimento 27
LÍNGUA PORTUGUESA
- com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do pro- Chove muito nesta época do ano;
nome se. Esta é uma construção típica dos verbos que não apresen- Senti seu toque suave;
tam complemento direto: O velho prédio foi demolido.
Precisa-se de mentes criativas; Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas
Vivia-se bem naqueles tempos; para indicar o estado do sujeito, mas indicam processos.
Trata-se de casos delicados;
Sempre se está sujeito a erros. O predicado nominal é aquele que tem como núcleo signifi-
O pronome se funciona como índice de indeterminação do su- cativo um nome; esse nome atribui uma qualidade ou estado ao
jeito.
sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito. O predica-
tivo é um nome que se liga a outro nome da oração por meio de
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, arti-
um verbo.
culam-se a partir de um verbo impessoal. A mensagem está centra-
da no processo verbal. Os principais casos de orações sem sujeito Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto é,
com: não indica um processo. O verbo une o sujeito ao predicativo, in-
- os verbos que indicam fenômenos da natureza: dicando circunstâncias referentes ao estado do sujeito:
Amanheceu repentinamente; “Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.”
Está chuviscando.
Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por estar,
- os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos andar, ficar, parecer, permanecer ou continuar, atuando como ele-
meteorológicos ou se relacionam ao tempo em geral: mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas.
Está tarde. A função de predicativo é exercida normalmente por um adje-
Ainda é cedo. tivo ou substantivo.
Já são três horas, preciso ir;
Faz frio nesta época do ano; O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois nú-
Há muitos anos aguardamos mudanças significativas; cleos significativos: um verbo e um nome. No predicado verbo-no-
Faz anos que esperamos melhores condições de vida; minal, o predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao complemento
verbal.
O predicado é o conjunto de enunciados que numa dada oração O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo,
contém a informação nova para o ouvinte. Nas orações sem sujei-
indicando processos. É também sempre por intermédio do verbo
to, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer:
que o predicativo se relaciona com o termo a que se refere.
Chove muito nesta época do ano;
Houve problemas na reunião. O dia amanheceu ensolarado;
As mulheres julgam os homens inconstantes
Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que se
declara a respeito desse sujeito. No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas fun-
Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o que ções: a de verbo significativo e a de verbo de ligação. Esse predi-
difere do sujeito numa oração é o seu predicado. cado poderia ser desdobrado em dois, um verbal e outro nominal:
Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado); O dia amanheceu;
Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujeito) pelo pen- O dia estava ensolarado.
samento (predicado).
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o comple-
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo mento homens como o predicativo inconstantes.
está num nome ou num verbo. Deve-se considerar também se as
palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou Termos integrantes da oração:
também ao sujeito da oração.
Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às mulheres Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o comple-
de opinião. mento nominal são chamados termos integrantes da oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos verbos tran-
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se refere
sitivos, com eles formando unidades significativas. Esses verbos
ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se direta ou indireta-
podem se relacionar com seus complementos diretamente, sem a
mente ao verbo.
A existência (sujeito) é frágil (predicado). presença de preposição ou indiretamente, por intermédio de pre-
posição.
O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao
oração. O verbo atua como elemento de ligação entre o sujeito e a verbo.
palavra a ele relacionada. Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião;
Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião;
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significati- Dou-lhes três.
vo um verbo: Houve muita confusão na partida final.

Didatismo e Conhecimento 28
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O objeto direto preposicionado ocorre principalmente: - meio: Viajarei de trem.
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes - modo: Foram recrutados a dedo.
a pessoas: - negação: Não há ninguém que mereça.
Amar a Deus; - preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbitantes.
Adorar a Xangô; - substituição ou troca: Abandonou suas convicções por privi-
Estimar aos pais. légios econômicos.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.
- com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de trata-
mento: O adjunto adnominal é o termo acessório que determina, es-
Não excluo a ninguém; pecifica ou explica um substantivo. É uma função adjetiva, pois
Não quero cansar a Vossa Senhoria. são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem o papel de
adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos ad-
- para evitar ambiguidade: nominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos.
Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação seria O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo
outra) de infância.

O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente O adjunto adnominal liga-se diretamente ao substantivo a que
ao verbo, ou seja, através de uma preposição. se refere, sem participação do verbo. Já o predicativo do objeto
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres; liga-se ao objeto por meio de um verbo.
Os homens pedem-lhes amor sincero; O poeta português deixou uma obra originalíssima.
Gosto de música popular brasileira. O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: adjunto ad-
nominal)
O termo que integra o sentido de um nome chama-se com-
O poeta português deixou uma obra inacabada.
plemento nominal. O complemento nominal liga-se ao nome que
O poeta deixou-a inacabada.
completa por intermédio de preposição:
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do objeto)
Desenvolvemos profundo respeito à arte;
A arte é necessária à vida;
Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um substan-
Tenho-lhe profundo respeito.
tivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal relaciona-se apenas
ao substantivo.
Termos acessórios da oração e vocativo:
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar,
Os termos acessórios recebem esse nome por serem acidentais, desenvolver ou resumir a ideia contida num termo que exerça
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o adjunto ad- qualquer função sintática.
verbial, adjunto adnominal, o aposto e o vocativo.
Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.
O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma cir-
cunstância do processo verbal, ou intensifica o sentido de um ad- Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem.
jetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe ao Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo que
advérbio e às locuções adverbiais exercerem o papel de adjunto se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira passei o
adverbial. dia mal-humorado.
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça. O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na
oração, em:
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto adver- a) explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas, per-
bial são: mite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo.
- acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas coisas:
- afirmação: Sim, realmente irei partir. amor, arte, ação.
- assunto: Falavam sobre futebol. c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo
- causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede… isso forma o carnaval.
- companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se
- concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia. por muito tempo na baía anoitecida.
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado.
- dúvida: Talvez nos deixem entrar. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou in-
- fim: Estudou para o exame. terpelar um ouvinte real ou hipotético.
- frequência: Sempre aparecia por lá. A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos,
- instrumento: Fez o corte com a faca. pronomes substantivos, numerais e palavras substantivadas esse
- intensidade: Corria bastante. papel na linguagem.
- limite: Andava atabalhoado do quarto à sala.
- lugar: Vou à cidade. João, venha comigo!
- matéria: Compunha-se de substâncias estranhas. Traga-me doces, minha menina!

Didatismo e Conhecimento 29
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PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas princi-
pais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja.
O período composto caracteriza-se por possuir mais de uma Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
oração em sua composição. Sendo assim: Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras di-
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma oração) ferentes.
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Pe- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.
ríodo Composto =locução verbal, verbo, duas orações)
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas prin-
solar. (Período Composto = três verbos, três orações). cipais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conseguinte,
consequentemente, pois (posposto ao verbo)
Passei no concurso, portanto irei comemorar.
Cada verbo ou locução verbal corresponde a uma oração. Isso
Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
implica que o primeiro exemplo é um período simples, pois tem
Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
apenas uma oração, os dois outros exemplos são períodos compos- A situação é delicada; devemos, pois, agir
tos, pois têm mais de uma oração.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas princi-
orações de um período composto: uma relação de coordenação ou pais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois (an-
uma relação de subordinação. teposto ao verbo).
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de informações, Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas indivi- Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo.
duais, como é o exemplo de: PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Pe-
ríodo Composto) Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
Podemos dizer: “Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.”
1. Estou comprando um protetor solar. Oração Principal Oração Subordinada
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independentes. Observe que na oração subordinada temos o verbo “existe”,
É esse tipo de período que veremos agora: o Período Composto que está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do
indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo em
por Coordenação.
qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, sub-
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois
juntivo e imperativo), são chamadas de orações desenvolvidas ou
tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéticas.
explícitas.
Podemos modificar o período acima. Veja:
Coordenadas Assindéticas Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através Oração Principal Oração Subordinada
de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.
A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu sinto” é a
Coordenadas Sindéticas oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada “existir
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, em meu gesto o teu gesto”. Note que a oração subordinada apre-
mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse senta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção “que”,
caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação. As conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As orações su-
orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: bordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas. - flexionado ou não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações
reduzidas ou implícitas.
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais
conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... como, Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por conjun-
assim... como. ções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, introdu-
zidas por preposição.
Não só cantei como também dancei.
Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
Comprei o protetor solar e fui à praia.
A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas princi- vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se).
pais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no Suponho que você foi à biblioteca hoje.
entanto, ainda, assim, senão. Oração Subordinada Substantiva
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando. Você sabe se o presidente já chegou?
Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia. Oração Subordinada Substantiva

Didatismo e Conhecimento 30
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Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introdu- As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desen-
zem as orações subordinadas substantivas, bem como os advérbios volvidas são iniciadas por:
interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os exemplos: - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A
O garoto perguntou qual seu nome. professora verificou se todos alunos estavam presentes.
Oração Subordinada Substantiva
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes re-
Não sabemos por que a vizinha se mudou. gidos de preposição), nas interrogações indiretas: O pessoal queria
Oração Subordinada Substantiva saber quem era o dono do carro importado.

Classificação das Orações Subordinadas Substantivas - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes re-
gidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu não sei por
De acordo com a função que exerce no período, a oração su- que ela fez isso.
bordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva c) Objetiva Indireta
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do ver- A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como
bo da oração principal. Observe: objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de
É fundamental o seu comparecimento à reunião. preposição.
Sujeito Meu pai insiste em meu estudo.
Objeto Indireto
É fundamental que você compareça à reunião.
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subje- Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)
tiva Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Atenção:
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser subs- Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na ora-
tituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos um período simples: ção.
É fundamental isso. ou Isso é fundamental. Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a fun-
ção de sujeito d) Completiva Nominal
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração prin- A oração subordinada substantiva completiva nominal com-
cipal: pleta um nome que pertence à oração principal e também vem
marcada por preposição.
- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: Sentimos orgulho de seu comportamento.
É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro - Complemento Nominal
Está evidente - Está comprovado
É bom que você compareça à minha festa. Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-se - Con- orgulho disso.)
ta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou Oração Subordinada Substantiva Completiva No-
provado minal
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas objetivas
- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
- ocorrer - acontecer subordinadas substantivas completivas nominais integram o sen-
Convém que não se atrase na entrevista. tido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar
em conta o termo complementado. Essa é, aliás, a diferença entre o
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro complemen-
verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular. ta um verbo, o segundo, um nome.

b) Objetiva Direta e) Predicativa


A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de
A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce fun- predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre
ção de objeto direto do verbo da oração principal. depois do verbo ser.
Nosso desejo era sua desistência.
Todos querem sua aprovação no concurso. Predicativo do Sujeito
Objeto Direto
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso)
Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem Oração Subordinada Substantiva Predicativa
isso) Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva “de”
Oração Principal oração Subordinada Substantiva Objetiva para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não fui bem
Direta na prova.

Didatismo e Conhecimento 31
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f) Apositiva Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de
aposto de algum termo da oração principal. Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam,
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras
Aposto diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.) termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não
há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! restritivas. Existem também orações que realçam um detalhe ou
Oração Subordinada Substantiva Apositiva amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficien-
reduzida de infinitivo temente definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas
explicativas.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : ) Exemplo 1:
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
que passava naquele momento.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor
e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm
introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e
adnominal do antecedente. Observe o exemplo: particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se de um homem
Esta foi uma redação bem-sucedida. específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal) se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando
naquele momento.
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo
bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra construção, Exemplo 2:
a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja: O homem, que se considera racional, muitas vezes age ani-
Esta foi uma redação que fez sucesso. malescamente.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo
o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo prono- em relação à palavra “homem”; na verdade, essa oração apenas
me relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração “homem”.
subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicativa é separa-
antecede. da da oração principal por uma pausa que, na escrita, é representa-
Obs.: para que dois períodos se unam num período composto, da pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja indicada
altera-se o modo verbal da segunda oração. como forma de diferenciar as orações explicativas das restritivas;
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o de fato, as explicativas vêm sempre isoladas por vírgulas; as res-
pronome relativo que: ele sempre pode ser substituído por: o qual tritivas, não.
- a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso. 3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Essa oração é equivalente a:
Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a
função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa,
condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida
Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresen-
tam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações subordi- por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das inte-
nadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem grantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução con-
as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introdu- juntiva que a introduz.
zidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposi-
ção) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
gerúndio ou particípio). Oração Subordinada Adverbial
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância
No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva de- de tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial
senvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo “que” e temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que indi-
apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No cam uma circunstância referente, via de regra, a um verbo. A clas-
segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infiniti- sificação do adjunto adverbial depende da exata compreensão da
vo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo. circunstância que exprime. Observe os exemplos abaixo:

Didatismo e Conhecimento 32
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Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida. Principal conjunção subordinativa condicional: SE
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde
vida. que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma
vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto adver- Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certa-
bial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. No segundo mente o melhor time será campeão.
período, esse papel é exercido pela oração “Quando vi a estátua”, Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o con-
que é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Essa trato.
oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção su- Caso você se case, convide-me para a festa.
bordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do modo in- d) Concessão
dicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam con-
reduzi-la, obtendo-se: cessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma
contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está dire-
Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha tamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa.
vida. Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das for- que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de
mas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é introduzida que.
por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição (“a”, Só irei se ele for.
combinada com o artigo “o”). A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir só se
Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais é realizará caso essa condição seja satisfeita.
feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos adverbiais. Compare agora com:
Baseia-se na circunstância expressa pela oração. Irei mesmo que ele não vá.
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de
Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Ad- qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração desta-
verbiais cada é, portanto, subordinada adverbial concessiva.
a) Causa Observe outros exemplos:
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca Embora fizesse calor, levei agasalho.
um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração prin- Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da
cipal. “É aquilo ou aquele que determina um acontecimento”. população continua à margem do mercado de consumo.
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introdu- estudasse). (reduzida de infinitivo)
zido na oração anteposta à oração principal), pois, pois que, já
que, uma vez que, visto que. e) Comparação
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alterna- uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração prin-
tiva a não ser cancelá-lo. cipal.
Já que você não vai, eu também não vou. Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO
Ele dorme como um urso.
b) Consequência Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações subordi-
As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem nadas adverbiais comparativas. Por exemplo:
um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na ora- Agem como crianças. (agem)
ção principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, Oração Subordinada Adverbial Comparativa
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...
que, tanto...que, tamanho...que. No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedi- ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação do
do de tal, tanto, tão, tamanho) verbo falar e do verbo fazer).
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.)
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concreti- f) Conformidade
zando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam
Infinitivo) ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo
adotado para a execução do que se declara na oração principal.
c) Condição Principal conjunção subordinativa conformativa: CONFOR-
Condição é aquilo que se impõe como necessário para a reali- ME
zação ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais con- Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo
dicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize (todas com o mesmo valor de conforme).
ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. Fiz o bolo conforme ensina a receita.

Didatismo e Conhecimento 33
LÍNGUA PORTUGUESA
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a cul-
iguais. tura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a nor-
g) Finalidade ma- -padrão da língua portuguesa, ao se substituir o termo em
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, destaque, o trecho estará corretamente reescrito em:
a finalidade daquilo que se declara na oração principal. A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prá-
Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução tica.
conjuntiva para que. B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase toda
a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prá-
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
tica.
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entras-
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a
se. cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
h) Proporção D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase toda a
As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a
oração principal. cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À 04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.)
PROPORÇÃO QUE Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel
Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao mas também da necessidade de maior número de viagens... –, os
passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior), quanto termos em destaque estabelecem relação de
maior...(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...(menor), A) explicação. B) oposição. C) alternância.
quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos... D) conclusão. E) adição.
(mais), quanto menos...(menos).
À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões. 05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que estare-
Visito meus amigos à medida que eles me convidam. mos a seu lado sempre.
Quanto maior for a altura, maior será o tombo. Marque a opção correta quanto à sua classificação:
A) Coordenada sindética aditiva.
B) Coordenada sindética alternativa.
i) Tempo
C) Coordenada sindética conclusiva.
As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam
D) Coordenada sindética explicativa.
uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo
exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posteriorida- 06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor adversa-
de. tivo é:
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”.
Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, an- C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de pe-
tes que, depois que, sempre que, desde que, etc. dir esmola”.
Quando você foi embora, chegaram outros convidados. D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da
Sempre que ele vem, ocorrem problemas. miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”.
Mal você saiu, ela chegou. E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde
festa) (Oração Reduzida de Particípio) E à educação”.

Questões sobre Orações Coordenadas 07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjunção subli-
nhada está corretamente indicado entre parênteses.
01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplantação A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende tra-
balhar como advogado. (explicação)
integral de gosto e de estilo” tem valor:
B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição)
A) conclusivo B) adversativo C) concessivo
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe.
D) explicativo E) alternativo (oposição)
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. (al-
02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. A ora- ternância)
ção em destaque é: E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
a) coordenada explicativa b) coordenada adversativa chuva. (conclusão)
c) coordenada aditiva d) coordenada conclusiva
e) coordenada assindética 08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas no texto
“O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na casa, nem as-
03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia o sustou seus habitantes.” A seguir, classifique-as, respectivamente,
seguinte trecho: como coordenadas:

Didatismo e Conhecimento 34
LÍNGUA PORTUGUESA
A) adversativa e aditiva. B) explicativa e aditiva. D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da
C) adversativa e alternativa. D) aditiva e alternativa. miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. = adição
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de
09. Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde
pessoas que não sabem cozinhar. A palavra “porque” pode ser E à educação”. = adição
substituída, sem alteração de sentido, por
A) entretanto. B) então. C) assim. D) pois. E) porém. 7-)
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende tra-
10- Na oração “Pedro não joga E NEM ASSISTE”, temos a balhar como advogado. = adversativa
presença de uma oração coordenada que pode ser classificada em: C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe.
A) Coordenada assindética; = conclusão
B) Coordenada assindética aditiva; D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã.
C) Coordenada sindética alternativa;
= explicativa
D) Coordenada sindética aditiva.
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
chuva. = alternativa
GABARITO
01. B 02. E 03. D 04. E 05. D
06. A 07. B 08. A 09. D 10. D 8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa
RESOLUÇÃO - nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva
9-) Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as
1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação integral de pessoas que não sabem cozinhar.
gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portanto: oração coor- = conjunção explicativa: pois
denada sindética adversativa
10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adição,
2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a oração soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva.
em destaque não é introduzida por conjunção, então: coordenada
assindética Questões sobre Orações Subordinadas

3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção (e (Papiloscopista Policial – Vunesp/2013).
ideia) adversativa Mais denso, menos trânsito
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda
a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida práti- As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em pro-
ca. = conclusiva cesso de deterioração agudizado pelo crescimento econômico da
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase toda última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura,
a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida práti- mas é importante também considerar o planejamento urbano.
ca. = conformativa Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de descon-
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a centração, incentivando a criação de diversos centros urbanos, na
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. visão de que isso levaria a uma maior facilidade de deslocamento.
= conclusiva Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens, di-
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
ficultando o investimento em transporte coletivo e aumentando a
= explicativa
necessidade do transporte individual.
Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu substituir
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a des-
por porque; como conclusiva: substituo por portanto.
concentração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa
4-) fruto não só do novo acesso da população ao automóvel região rica como a Califórnia, com enorme investimento viário,
mas também da necessidade de maior número de viagens... estabe- temos engarrafamentos gigantescos que viraram característica da
lecem relação de adição de ideias, de fatos cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado
5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre. adensamento e predominância do transporte coletivo, como mos-
= conjunção explicativa (= porque) - coordenada sindética ex- tram Manhattan e Tóquio.
plicativa O centro histórico de São Paulo é a região da cidade mais bem
servida de transporte coletivo, com infraestrutura de telecomuni-
6-) cação, água, eletricidade etc. Como em outras grandes cidades,
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não ajuda essa deveria ser a região mais adensada da metrópole. Mas não
(ideia contrária) é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do centro, com
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. = deslocamento das atividades para diversas regiões da cidade.
adição A visão de adensamento com uso abundante de transporte co-
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de pe- letivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível reverter
dir esmola”. = adição esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte indivi-

Didatismo e Conhecimento 35
LÍNGUA PORTUGUESA
dual, fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já pensam
mas também da necessidade de maior número de viagens em fun- em casamento.
ção da distância cada vez maior entre os destinos da população. D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão de mú-
(Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado) sico provavelmente ganhará pouco.
E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido torne-se
As expressões mais denso e menos trânsito, no título, estabele- um artista famoso.
cem entre si uma relação de
(A) comparação e adição. (B) causa e consequência. 05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – Ape-
(C) conformidade e negação. (D) hipótese e concessão. sar da desconcentração e do aumento da extensão urbana veri-
(E) alternância e explicação ficados no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda mais
os diversos centros já existentes... –, sem que tenha seu sentido
02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP alterado, o trecho em destaque está corretamente reescrito em:
– 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positivo por eles se tor- A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Extensão
narem uma referência positiva dentro da unidade, já que cumprem urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar
melhor as regras, respeitam o próximo e pensam melhor nas suas ainda mais os diversos centros já existentes...
ações, refletem antes de tomar uma atitude. – o termo em destaque B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento
estabelece entre as orações uma relação de da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar
A) condição. B) causa. C) comparação. D) tempo. ainda mais os diversos centros já existentes...
E) concessão. C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento
03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas que apa- da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar
recem nos períodos abaixo são todas subjetivas, exceto: ainda mais os diversos centros já existentes...
A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço. D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão
B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita sobre sua urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar
vida. ainda mais os diversos centros já existentes...
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da
C) Ignoras quanto custou meu relógio?
extensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e
D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.
adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião
06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – É fun-
04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
damental que essa visão de adensamento com uso abundante de
Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com seu Na-
transporte coletivo seja recuperada para que possamos reverter
morado Lute. esse processo de uso… –, a expressão em destaque estabelece en-
tre as orações relação de
A) consequência.
B) condição.
C) finalidade.
D) causa.
E) concessão.

07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.). Consi-


dere o trecho: “Como as músicas eram de protesto, naquele mes-
mo ano foi enquadrado na lei de segurança nacional pela ditadura
militar e exilado.” O termo Como, em destaque na primeira parte
do enunciado, expressa ideia de
A) contraste e tem sentido equivalente a porém.
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que.
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme.
D) causa e tem sentido equivalente a visto que.
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que.

08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públi-


cas – VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjuntor, toma-
da, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega a
(Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013) contaminar-me. –, a construção tanto ... que estabelece entre as
construções [com tanto orgulho] e [que chega a contaminar-me]
É correto afirmar que a expressão contanto que estabelece en- uma relação de
tre as orações relação de A) condição e finalidade.
A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja trabalhar de- B) conformidade e proporção.
pois de casada. C) finalidade e concessão.
B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso como can- D) proporção e comparação.
tor romântico. E) causa e consequência.

Didatismo e Conhecimento 36
LÍNGUA PORTUGUESA
09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem 8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a constru-
mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número ção estabelece uma relação de causa e consequência. (a causa da
de imigrantes que o Brasil em um ano.” A alternativa que substitui “contaminação” – consequência)
a expressão em negrito, sem prejuízo ao conteúdo, é:
A) já que. 9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem
B) todavia. mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número
C) ainda que. de imigrantes que o Brasil em um ano.” = conjunção concessiva:
D) entretanto. ainda que
E) talvez.
10-) contanto que garantam sua autenticidade. = conjunção
10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alternativa condicional = desde que
que substitui o trecho em destaque na frase – Assinarei o docu-
Questões sobre Análise Sintática
mento, contanto que garantam sua autenticidade. – sem que haja
prejuízo de sentido.
01. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os tra-
(A) desde que garantam sua autenticidade.
balhadores passaram mais tempo na escola...
(B) no entanto garantam sua autenticidade. O segmento grifado acima possui a mesma função sintática
(C) embora garantam sua autenticidade. que o destacado em:
(D) portanto garantam sua autenticidade. A) ...o que reduz a média de ganho da categoria.
(E) a menos que garantam sua autenticidade. B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe.
C) O crescimento da escolaridade também foi impulsionado...
GABARITO D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio...
E) ...impulsionado pelo aumento do número de universida-
01. B 02. B 03. C 04. D 05. A des...
06. C 07. D 08. E 09. C 10. A
02.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013). Donos de
RESOLUÇÃO uma capacidade de orientação nas brenhas selvagens [...], sabiam
os paulistas como...
1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, consequente- O segmento em destaque na frase acima exerce a mesma fun-
mente, menos trânsito, então: causa e consequência ção sintática que o elemento grifado em:
A) Nas expedições breves serviam de balizas ou mostradores
2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece entre as para a volta.
orações uma relação de causa com a consequência de “tem um B) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acrescentariam
efeito positivo”. aqueles de considerável...
C) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o sinal.
3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração subordinada D) Uma sequência de tais galhos, em qualquer floresta, podia
substantiva objetiva direta significar uma pista.
A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou seja, não E) Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-nos a
se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos verbos “convir”, vila de São Paulo como centro...
“parecer”, “importar”, “constar” etc., e também não inicia com as
03. Há complemento nominal em:
conjunções integrantes “que” e “se”.
A)Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.
B)... embora fosse quase certa a sua possibilidade de ganhar
4-) a expressão contanto que estabelece uma relação de con- a vida.
dição (condicional) C)Ela estava na janela do edifício.
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele.
5-) Apesar da desconcentração e do aumento da extensão urba- E)Pouco depois começaram a brincar de bandido e mocinho
na verificados no Brasil = conjunção concessiva de cinema.
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento da
extensão urbana no Brasil, = causal 04. (ESPM-SP) Em “esta lhe deu cem mil contos”, o termo
C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento destacado é:
da extensão urbana no Brasil = comparativa A) pronome possessivo
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão B) complemento nominal
urbana verificados no Brasil = causal C) objeto indireto
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da D) adjunto adnominal
extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas E) objeto direto

6-) para que possamos = conjunção final (finalidade) 05. Assinale a alternativa correta e identifique o sujeito das se-
guintes orações em relação aos verbos destacados:
7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa ideia de - Amanhã teremos uma palestra sobre qualidade de vida.
causa da consequência “foi enquadrado” = causa e tem sentido - Neste ano, quero prestar serviço voluntário.
equivalente a visto que. A)Tu – vós B)Nós – eu C)Vós – nós D) Ele - tu

Didatismo e Conhecimento 37
LÍNGUA PORTUGUESA
06. Classifique o sujeito das orações destacadas no texto se- 5-) - Amanhã ( nós ) teremos uma palestra sobre qualidade de
guinte e, a seguir, assinale a sequência correta. vida.
É notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatural. - Neste ano, ( eu ) quero prestar serviço voluntário.
É frequente a mistura de assuntos relativos ao nacionalismo com
o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses tomam partido e 6-) É notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatural.
interferem nas aventuras dos heróis, ajudando-os ou atrapalhan- É frequente a mistura de assuntos relativos ao nacionalismo com
do- -os. o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses tomam partido e
A)simples, composto B)indeterminado, composto interferem nas aventuras dos heróis, ajudando-os ou atrapalhan-
C)simples, simples D) oculto, indeterminado do-os.
Ambos os termos apresentam sujeito simples
07. (ESPM-SP) “Surgiram fotógrafos e repórteres”. Identi-
fique a alternativa que classifica corretamente a função sintática e 7-) Surgiram fotógrafos e repórteres.
a classe morfológica dos termos destacados: O sujeito está deslocado, colocado na ordem indireta (final
A) objeto indireto – substantivo da oração). Portanto: função sintática: sujeito (composto); classe
B) objeto direto - substantivo morfológica (classe de palavras): substantivos.
C) sujeito – adjetivo
D) objeto direto – adjetivo
E) sujeito - substantivo
PONTUAÇÃO.
GABARITO

01. C 02. D 03. B 04. C 05. B 06. C 07. E


Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem
RESOLUÇÃO para compor a coesão e a coerência textual, além de ressaltar es-
pecificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais
1-) Os trabalhadores passaram mais tempo na escola
funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua
= SUJEITO
portuguesa.
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. = objeto direto
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. = objeto
Ponto
direto
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
C) O crescimento da escolaridade também foi impulsionado...
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
= sujeito paciente
se encontra.
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio... =
objeto direto - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
E) ...impulsionado pelo aumento do número de universida- - Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
des... = agente da passiva
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
2-) Donos de uma capacidade de orientação nas brenhas selva-
gens [...], sabiam os paulistas como... = SUJEITO Ponto e Vírgula ( ; )
A) Nas expedições breves = ADJUNTO ADVERBIAL 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma impor-
B) nada acrescentariam aqueles de considerável...= adjunto tância.
adverbial - “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão
C) seria perceptível o sinal. = predicativo a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de
D) Uma sequência de tais galhos = sujeito nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
E) apresentam-nos a vila de São Paulo como = objeto direto
2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas.
3-) - Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, montanhas,
A) o beijo da madrugada. = adjunto adnominal frio e cobertor.
B)a sua possibilidade de ganhar a vida. = complemento nomi-
nal (possibilidade de quê?) 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, de-
C)na janela do edifício. = adjunto adnominal creto de lei, etc.
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. = objeto indireto - Ir ao supermercado;
E) a brincar de bandido e mocinho de cinema = objeto indireto - Pegar as crianças na escola;
- Caminhada na praia;
4-) esta lhe deu cem mil contos = o verbo DAR é bitransitivo, - Reunião com amigos.
ou seja, transitivo direto e indireto, portanto precisa de dois com-
plementos – dois objetos: direto e indireto. Dois pontos
Deu o quê? = cem mil contos (direto) 1- Antes de uma citação
Deu a quem? lhe (=a ele, a ela) = indireto - Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Didatismo e Conhecimento 38
LÍNGUA PORTUGUESA
2- Antes de um aposto a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
e calor à noite. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisa-
dores, não lhes destinaram verba alguma.
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a 1982.
rotina de sempre.
- Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em
4- Em frases de estilo direto enumeração):
Maria perguntou: Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
- Por que você não toma uma decisão? A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
Ponto de Exclamação
- Para marcar elipse (omissão) do verbo:
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto,
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
súplica, etc.
- Para isolar:
- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira,
2- Depois de interjeições ou vocativos
- Ai! Que susto! possui um trânsito caótico.
- João! Há quanto tempo! - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
Ponto de Interrogação
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. Fontes: http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo) http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.htm
Questões sobre Pontuação
Reticências
1- Indica que palavras foram suprimidas. 01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alternativa
- Comprei lápis, canetas, cadernos... em que a pontuação está corretamente empregada, de acordo com
a norma-padrão da língua portuguesa.
2- Indica interrupção violenta da frase. (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse aju-
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida dar a revelar quem era a sua dona.
- Este mal... pega doutor? (B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou a
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse aju-
- Deixa, depois, o coração falar... dar a revelar quem era a sua dona.
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora
Vírgula experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse aju-
Não se usa vírgula dar a revelar quem era a sua dona.
*separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se (D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora
diretamente entre si: experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
- entre sujeito e predicado.
esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse aju-
Todos os alunos da sala foram advertidos.
dar a revelar quem era a sua dona.
Sujeito predicado
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
- entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse aju-
V.T.D.I. O.D. O.I. dar a revelar quem era a sua dona.

Usa-se a vírgula: 02. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013 - ADAP-


- Para marcar intercalação: TADA) Jogadores de futebol de diversos times entraram em cam-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, po em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do Campeo-
vem caindo de preço. nato Nacional em apoio à campanha que visa 4 reduzir o número
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produ- de pessoas que não possuem o nome do pai em sua certidão de
zindo, todavia, altas quantidades de alimentos. nascimento. (...)
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não A oração subordinada “que não possuem o nome do pai em sua
querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão certidão de nascimento” não é antecedida por vírgula porque tem
dos lucros altos. natureza restritiva.
- Para marcar inversão: ( ) Certo ( ) Errado

Didatismo e Conhecimento 39
LÍNGUA PORTUGUESA
03.(BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BN- 07. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO –
DES/2012) Em que período a vírgula pode ser retirada, mantendo- VUNESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da
se o sentido e a obediência à norma-padrão? pontuação.
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino. (A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circuns-
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes? tâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada.
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara (B) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque
para o evento. você está junto; com os outros motoristas cujos comportamentos,
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramen- são desconhecidos.
to do desportista. (C) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô, extensão de nossa personalidade.
natação e canoagem. (D) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os
níveis de estresse em alguns motoristas.
04. (BANPARÁ/PA – TÉCNICO BANCÁRIO – ESPP/2012) (E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua,
Assinale a alternativa em que a pontuação está correta. são as principais causas da ira de trânsito.
a) Meu grande amigo Pedro, esteve aqui ontem!
b) Foi solicitado, pelo diretor o comprovante da transação. 08. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS
c) Maria, você trouxe os documentos? GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU-
d) O garoto de óculos leu, em voz alta o poema. MARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ciclo eco-
e) Na noite de ontem o vigia percebeu, uma movimentação nômico e a nossa geração foi escolhida para este vexame, você aí
estranha. desse tamanho pedindo esmola e eu aqui sem nada para te dizer,
agora afasta que abriu o sinal.”
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). Assinale No período acima, as vírgulas foram empregadas em “Paciên-
cia, minha filha, este é [...]”, para separar
a alternativa em que a frase mantém-se correta após o acréscimo
(A) aposto.
das vírgulas.
(B) vocativo.
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na pulseira
(C) adjunto adverbial.
instruções para que envie, uma mensagem eletrônica ao grupo ou
(D) expressão explicativa.
acione o código na internet.
09. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde o có-
PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011) O período
digo foi acionado.
corretamente pontuado é:
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados, re- (A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivência em con-
cebem automaticamente, uma mensagem dizendo que a criança dições hostis nem sempre conseguem agradar, aos espectadores.
foi encontrada. (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes entre si,
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega primeiro podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma história ficcional.
às, areias do Guarujá. (C) A história de heroísmo e de determinação que nem sempre,
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o telefone de é convincente, se passa em um cenário marcado, pelo frio.
quem a encontrou e informar um ponto de referência (D) Caminhar por um extenso território gelado, é correr riscos
iminentes que comprometem, a sobrevivência.
06. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013) (E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar a liberdade,
Para que o fragmento abaixo seja coerente e gramaticalmente cor- nada poderia parecer, realmente intransponível.
reto, é necessário inserir sinais de pontuação. Assinale a posição
em que não deve ser usado o sinal de ponto, e sim a vírgula, para GABARITO
que sejam respeitadas as regras gramaticais. Desconsidere os ajus- 01. C 02. C 03. D 04. C 05. E
tes nas letras iniciais minúsculas. 06. D 07. A 08. B 09.B
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas de
bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A) o pro- RESOLUÇÃO
grama desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças utili-
zarem a bicicleta de forma segura e correta(B) os alunos ajudam 1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
a traçar ciclorrotas e participam de atividades sobre cidadania (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embo-
e reciclagem(C) as escolas participantes se tornam também cen- ra, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma intimidade,
tros de descarte de garrafas PET(D) destinadas depois para reci- procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que
clagem(E) o programa possibilitará o retorno das bicicletas pela pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
saúde das crianças e transformação das comunidades em lugares (B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa e, em-
melhores para se viver. bora experimentasse a sensação , (X) de violar uma intimidade,
(Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117) procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que
a) A pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
b) B (D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa e, em-
c) C bora experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procu-
d) D rou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo que
e) E pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.

Didatismo e Conhecimento 40
LÍNGUA PORTUGUESA
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora , 7-) Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas:
(X) experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procu- (A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circuns-
rou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo que tâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada.
pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. (B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estresse, porque
você está junto; (X) com os outros motoristas cujos comportamen-
2-) A oração restringe o grupo que participará da campanha tos, (X) são desconhecidos.
(apenas os que não têm o nome do pai na certidão de nascimen- (C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros podem
to). Se colocarmos uma vírgula, a oração tornar-se-á “explicativa”, ser uma extensão de nossa personalidade.
generalizando a informação, o que dará a entender que TODAS as (D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e; (X) au-
pessoa não têm o nome do pai na certidão. mentar os níveis de estresse em alguns motoristas.
RESPOSTA: “CERTO”. (E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua,
(X) são as principais causas da ira de trânsito.
3-)
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino. = 8-) Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado para se
mantê-la (termo deslocado) dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo.
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes? =
mantê-la (vocativo) 9-) Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão inadequa-
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara das ou faltantes:
para o evento. (A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivência em
= mantê-la (explicação) condições hostis nem sempre conseguem agradar, (X) aos espec-
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramen- tadores.
to do desportista. (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes entre si,
= pode retirá-la (advérbio de tempo) podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma história ficcional.
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô, (C) A história de heroísmo e de determinação (X) que nem
natação e canoagem. sempre, (X) é convincente, se passa em um cenário marcado, (X)
= mantê-la (enumeração) pelo frio.
4-) Assinalei com (X) a pontuação inadequada ou faltante: (D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é correr
a) Meu grande amigo Pedro, (X) esteve aqui ontem! riscos iminentes (X) que comprometem, (X) a sobrevivência.
b) Foi solicitado, (X) pelo diretor o comprovante da transação. (E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar a liber-
c) Maria, você trouxe os documentos? dade, nada poderia parecer, (X) realmente intransponível.
d) O garoto de óculos leu, em voz alta (X) o poema.
e) Na noite de ontem (X) o vigia percebeu, (X) uma movimen- Recomendo a visualização do link abaixo para entender, de
tação estranha. uma maneira criativa, a importância da pontuação!

5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas http://www.youtube.com/watch?v=JxJrS6augu0


(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá na
pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem eletrônica
ao grupo ou acione o código na internet. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS.
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais de
onde o código foi acionado.
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados ,
(X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem dizendo que a
criança foi encontrada. caro Candidato , esse conteúdo já foi visto em:
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega pri- EQUIVALÊNCIA E
meiro às , (X) areias do Guarujá. TRANSFORMAÇÃO DE ESTRUTURAS.

6-)
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas de
bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A). O pro-
grama desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças utili-
zarem a bicicleta de forma segura e correta(B). Os alunos ajudam
a traçar ciclorrotas e participam de atividades sobre cidadania e
reciclagem(C). As escolas participantes se tornam também centros
de descarte de garrafas PET(D), destinadas depois para recicla-
gem(E). O programa possibilitará o retorno das bicicletas pela
saúde das crianças e transformação das comunidades em lugares
melhores para se viver.
A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, posição
(D), pois antecipa um termo explicativo.

Didatismo e Conhecimento 41
LÍNGUA PORTUGUESA
Flexão dos adjetivos
FUNÇÕES DAS CLASSES DE PALAVRAS.
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL. O adjetivo varia em gênero, número e grau.
PRONOMES: EMPREGO, FORMAS DE Gênero dos Adjetivos
TRATAMENTO E COLOCAÇÃO.
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
(masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos,
classificam-se em:
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou caracterís-
tica do ser e se relaciona com o substantivo. Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao e judia.
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino
bondosa. somente o último elemento. Por exemplo: o moço norte-america-
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, no, a moça norte-americana.
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjeti-
vo, mas substantivo. Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como
para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz.
Morfossintaxe do Adjetivo: Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no femi-
nino. Por exemplo: conflito político-social e desavença político-
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de social.
uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto ad-
nominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto). Número dos Adjetivos
Adjetivo Pátrio (ou gentílico) Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos sim-
alguns deles: ples. Por exemplo: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins boa
e boas
Estados e cidades brasileiros:
Alagoas alagoano
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função
Amapá amapaense
de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver
Aracaju aracajuano ou aracajuense
qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela
Amazonas amazonense ou baré
manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é origi-
Belo Horizonte belo-horizontino
nalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando um ele-
Brasília brasiliense
mento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo:
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense camisas cinza, ternos cinza.
Veja outros exemplos:
Adjetivo Pátrio Composto Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe al-
guns exemplos: Adjetivo Composto

África afro- / Cultura afro-americana É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente,
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento
América américo- / Companhia américo-africana concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam
China sino- / Acordos sino-japoneses o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o ad-
Espanha hispano- / Mercado hispano-português jetivo composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra rosa é
Europa euro- / Negociações euro-americanas originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra
Grécia greco- / Filmes greco-romanos por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substanti-
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas vo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Por
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa exemplo:
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras Camisas rosa-claro.
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros Ternos rosa-claro.

Didatismo e Conhecimento 42
LÍNGUA PORTUGUESA
Olhos verde-claros. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. formas:
Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer ad- Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que
jetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis. dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O secretário é
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os muito inteligente.
dois elementos flexionados. Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de su-
fixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.
Grau do Adjetivo Observe alguns superlativos sintéticos:
benéfico beneficentíssimo
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade bom boníssimo ou ótimo
da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo comum comuníssimo
e o superlativo. cruel crudelíssimo
difícil dificílimo
Comparativo doce dulcíssimo
fácil facílimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a fiel fidelíssimo
dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao
mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser é
ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo: intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação pode
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade ser:
No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão. De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.

Note bem:
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Superioridade
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos
Analítico
advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepos-
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois subs-
tos ao adjetivo.
tantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é ana-
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas for-
lítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”.
mas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Superiori-
latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
dade Sintético
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma popular é constituída
do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo,
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superiorida- agilíssimo.
de, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom /melhor, 3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo,
pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, grande/maior, baixo/ necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas serís-
inferior. simo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável hiato i-í.
Observe que:
a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade,
pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente. O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes na
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (me- Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo, tal qual
lhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade, conti-
duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas guidade. Essa proximidade faz referência ao processo verbal, no
analíticas mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias em
exemplo: que esse processo se desenvolve.
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois elemen- O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de
tos. caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não é
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas qua- modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também modifi-
lidades de um mesmo elemento. ca o adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns exemplos:
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, você
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Inferiori- está até bem informado.
dade Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo
Sou menos passivo (do) que tolerante. alheio, representando uma qualidade, característica.
Superlativo
O artista canta muito mal.
O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro
em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos ve-
e apresenta as seguintes modalidades: rificar que se tratava de somente uma palavra funcionando como

Didatismo e Conhecimento 43
LÍNGUA PORTUGUESA
advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por mais de uma Há locuções adverbiais que possuem advérbios corresponden-
palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar tal função. Te- tes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressada-
mos aí o que chamamos de locução adverbial, representada por al- mente.
gumas expressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente,
de modo algum, entre outras. Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são
Dependendo das circunstâncias expressas pelos advérbios, eles flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única
se classificam em distintas categorias, uma vez expressas por: flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios é
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às a de grau:
claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, des- Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe - longís-
se jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado simo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - inconstitucio-
a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam em nalissimamente, etc.;
-”mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, paciente- Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto - perti-
mente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosa-
nho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
mente, generosamente
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em exces-
se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida.
so, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto,
Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número
que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito,
por completo. dos substantivos.

de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, ama- Classificação dos Artigos
nhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante,
nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, breve, Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira
constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, pro- precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
visoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira
de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei um animal.
momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia
Combinação dos Artigos
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, É muito presente a combinação dos artigos definidos e inde-
longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhu- finidos com preposições. Veja a forma assumida por essas com-
res, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à dis- binações:
tancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao
lado, em volta Preposições Artigos
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de o, os
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum a ao, aos
de do, dos
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, em no, nos
quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe por (per) pelo, pelos
a, as um, uns uma, umas
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efetiva- à, às - -
mente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmen- da, das dum, duns duma, dumas
te (=sem dúvida).
na, nas num, nuns numa, numas
pela, pelas - -
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
simplesmente, só, unicamente
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por
crase.
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se mani-
de designação: Eis festam:
de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quando?
(tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), para - Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral
quê? (finalidade) “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.
Locução adverbial
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do artigo,
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio. outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
Exemplo:
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) - Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.

Didatismo e Conhecimento 44
LÍNGUA PORTUGUESA
- No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo: O 1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as ami-
Pedro é o xodó da família. guinhas

- No caso de os nomes próprios personativos estarem no plu- Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segu-
ral, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os Incas, Os rou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
Astecas... 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou
3ª oração: quando viu as amiguinhas.
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a ter-
conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o pro- ceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As palavras
nome assume a noção de qualquer. “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. Observe: Gosto de natação e de futebol.
(qualquer classe) Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes ou
termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está ligando
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo: termos de uma mesma oração.
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
Morfossintaxe da Conjunção
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de
aproximação numérica: O máximo que ele deve ter é uns vinte As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem pro-
anos. priamente uma função sintática: são conectivos.
- O artigo também é usado para substantivar palavras oriundas Classificação
de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de tudo isso. - Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo
(e flexões).
Conjunções coordenativas
Este é o homem cujo amigo desapareceu.
Este é o autor cuja obra conheço.
Dividem-se em:
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gosto de
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no sentido
cantar e de dançar.
de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), a menos que
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também,
venham especificadas.
não só...como também.
Eles estavam em casa.
Eles estavam na casa dos amigos. - ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição,
Os marinheiros permaneceram em terra. de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
Os marinheiros permanecem na terra dos anões. Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, to-
davia, no entanto, entretanto.
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa excelência re- - ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
solverá os problemas de Sua Senhoria. Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome quer, já...já.
de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Estado de - CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações.
S. Paulo. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois
Morfossintaxe do verbo), portanto, por conseguinte, assim.

Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações - EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É
com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa, o ar- melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
tigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo a que se Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do
refere. Tal função independe da função exercida pelo substantivo: verbo), porquanto.
A existência é uma poesia.
Uma existência é a poesia. Conjunções subordinativas

Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois - CAUSAIS


termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo: Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amigui- vez que, como (= porque).
nhas. Ele não fez o trabalho porque não tem livro.

Didatismo e Conhecimento 45
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- COMPARATIVAS Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo)
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como,
mais...do que, menos...do que. 2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade
Ela fala mais que um papagaio. porque não havia cemitério no local.”
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada (parte
- CONCESSIVAS destacada) mostra a causa da ação expressa pelo verbo da oração
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo principal. Outra forma de reconhecê-la é colocá-la no início do
que, apesar de, se bem que. período, introduzida pela conjunção como - o que não ocorre com
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato a CS Explicativa.
inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar mortos em outra cidade.
cansada) b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente depen-
Apesar de ter chovido fui ao cinema. dentes uma da outra.

- CONFORMATIVAS Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensa-


Principais conjunções conformativas: como, segundo, confor- ções, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor,
me, consoante levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja
Cada um colhe conforme semeia. necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas.
Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade. Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
- CONSECUTIVAS
Expressam uma ideia de consequência. No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”, raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ter dito: - Estou
“tão”, “tamanho”). com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra.
Falou tanto que ficou rouco.
Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma ló-
- FINAIS
gica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
Expressam ideia de finalidade, objetivo.
em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro
Todos trabalham para que possam sobreviver.
lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma ideia
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque
expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução
(=para que),
interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença.
Veja os exemplos:
- PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto Bravo! Bis!
mais, ao passo que, à proporção que. bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi muito
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. bom! Repitam!”
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = sentença
- TEMPORAIS (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!”

Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que. A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não
Quando eu sair, vou passar na locadora. há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças
da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da
Diferença entre orações causais e explicativas alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um
contexto específico. Exemplos:
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais (OSA) Ah, como eu queria voltar a ser criança!
e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos deparamos com a ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
dúvida de como distinguir uma oração causal de uma explicativa. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
Veja os exemplos: hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser atro-
pelado”: O significado das interjeições está vinculado à maneira como
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o senti-
uma explicação do fato expresso na oração anterior. do que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação.
b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes uma Exemplos:
da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que vêm mar- Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão na
cadas por vírgula. rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! Ei,
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado. espere!”
Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão em
Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será expli- um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
cativa. silêncio!”

Didatismo e Conhecimento 46
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Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos.
puxa: interjeição; tom da fala: euforia No entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem varia-
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! ção em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata de um
puxa: interjeição; tom da fala: decepção processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação
que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: até loguinho.
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tris-
teza, dor, etc. Locução Interjetiva
Você faz o que no Brasil? Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão
Eu? Eu negocio com madeiras. com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bolas! Quem me
Ah, deve ser muito interessante. dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa! Ai de mim!
Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem!
2) Sintetizar uma frase apelativa
Cuidado! Saia da minha frente.
Observações:
- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por
As interjeições podem ser formadas por:
exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = Peço-lhe
- simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
- palavras: Oba!, Olá!, Claro! que me desculpe.
- grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora
bolas! - Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu tom
exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais po-
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da en- dem aparecer como interjeições.
tonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma Viva! Basta! (Verbos)
interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo: Fora! Francamente! (Advérbios)
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria) - A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase” por-
Classificação das Interjeições que sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: Socorro!, Aju-
dem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Aten- - Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas, que
ção!, Olha!, Alerta! exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft!
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva! - Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah! homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc.
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca! depois do “ó” vocativo.
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora! - Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de pala-
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá! vras de outras classes, podem aparecer flexionadas no diminutivo
- Desculpa: Perdão!
ou no superlativo: Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!,
Eh!
Interjeições, leitura e produção de textos
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!,
Ora!
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, Usadas com muita frequência na língua falada informal, quan-
Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, do empregadas na língua escrita, as interjeições costumam con-
Putz! ferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além disso,
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante - como
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora! a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou dócil, até
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade! mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos - particular-
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, mente nos diálogos - que comumente se faz uso das interjeições
Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus! com o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e con-
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh! teúdo mais emocional do que racional fazem das interjeições pre-
sença constante nos textos publicitários.
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não
sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes, nem Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.php

Didatismo e Conhecimento 47
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Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexio-
isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada nam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do me-
sequência. dicamento.
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número.
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”] Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças partes
Eu quero café duplo, e você? Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia,
...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”] um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos nu-
...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de merais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. É o
“fila”] que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os nú- É artigo de primeiríssima qualidade!
meros indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda
é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, divisão de futebol)
mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia Emprego dos Numerais
expressa pelos números, existem mais algumas palavras conside-
radas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordena- *Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em
ção. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena. que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a
partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do subs-
Classificação dos Numerais tantivo:

Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico: Ordinais Cardinais


um, dois, cem mil, etc. João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada:
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
primeiro, segundo, centésimo, etc.
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres,
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até
indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: dobro, tri-
nono e o cardinal de dez em diante:
plo, quíntuplo, etc.
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Leitura dos Numerais
Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm- *Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e
se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, tam- outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente
bém de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez refe-
as unidades ligam-se pela conjunção “e”. rência.
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância
e seis. da solidariedade. Ambos agora participam das atividades comu-
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte. nitárias de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atual-
Flexão dos numerais mente, seu uso indica afetação, artificialismo.

Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma,


dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em
diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Car-
dinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número: milhões,
bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.

Os numerais ordinais variam em gênero e número:


primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em


funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e conseguiram
o triplo de produção.

Didatismo e Conhecimento 48
LÍNGUA PORTUGUESA
Cardinais Ordinais Multi- ducentésimo
plicativos Fracionários trezentos trecentésimo -
um primeiro - trecentésimo
- quatrocentos quadringentésimo -
dois segundo d o b r o , quadringentésimo
duplo meio
três terceiro t r i p l o , Cardinais Ordinais Multi-
tríplice terço plicativos Fracionários
quatro quarto quádru- quinhentos quingentésimo -
plo quarto quingentésimo
cinco quinto q u í n t u - seiscentos sexcentésimo -
plo quinto sexcentésimo
seis sexto sêxtuplo setecentos septingentésimo -
sexto septingentésimo
sete sétimo sétuplo oitocentos octingentésimo -
sétimo octingentésimo
oito oitavo óctuplo novecentos nongentésimo ou noningentésimo
oitavo - nongentésimo
nove nono nônuplo mil milésimo -
nono milésimo
dez décimo décuplo milhão milionésimo -
décimo milionésimo
onze décimo primeiro - bilhão bilionésimo -
onze avos
bilionésimo
doze décimo segundo -
doze avos
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar ter-
treze décimo terceiro -
mos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente há
treze avos
uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As
catorze décimo quarto -
preposições são muito importantes na estrutura da língua, pois es-
catorze avos
tabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indis-
quinze décimo quinto -
pensáveis para a compreensão do texto.
quinze avos
dezesseis décimo sexto -
dezesseis avos Tipos de Preposição
dezessete décimo sétimo - 1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente
dezessete avos como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra, de,
dezoito décimo oitavo - desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro
dezoito avos de, para com.
dezenove décimo nono - 2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramati-
dezenove avos cais que podem atuar como preposições: como, durante, exceto,
vinte vigésimo - fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
vinte avos 3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como
trinta trigésimo - uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas: abaixo
trinta avos de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com,
quarenta quadragésimo - em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto
quarenta avos a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
cinqüenta quinquagésimo - A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode
cinquenta avos unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em gê-
sessenta sexagésimo - nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
sessenta avos Vale ressaltar que essa concordância não é característica da
setenta septuagésimo - preposição, mas das palavras às quais ela se une.
setenta avos Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra
oitenta octogésimo - pode se dar a partir de dois processos:
oitenta avos
noventa nonagésimo - 1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
noventa avos preposição a + artigos definidos o, os
cem centésimo cêntuplo a + o = ao
centésimo preposição a + advérbio onde
duzentos ducentésimo - a + onde = aonde

Didatismo e Conhecimento 49
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2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar
um tratamento adequado.
Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s) - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou
De + a(s) = da(s) a função de um substantivo.
De + um = dum Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como parte
De + uns = duns da família
De + uma = duma Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio
De + umas = dumas que a conhecemos melhor que ninguém.
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s) 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das
Em + um = num preposições:
Em + uma = numa Destino = Irei para casa.
Em + uns = nuns Modo = Chegou em casa aos gritos.
Em + umas = numas Lugar = Vou ficar em casa;
A + à(s) = à(s) Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Por + o = pelo(s) Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Por + a = pela(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tratamen-
Preposição + Pronomes to.
De + ele(s) = dele(s) Instrumento = Escreveu a lápis.
De + ela(s) = dela(s) Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + este(s) = deste(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + esta(s) = desta(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + esse(s) = desse(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + essa(s) = dessa(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + aquele(s) = daquele(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquela(s) = daquela(s) Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + isto = disto Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + isso = disso Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui Fonte:
De + aí = daí http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + ali = dali
De + outro = doutro(s) Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele
De + outra = doutra(s) se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o de alguma
Em + este(s) = neste(s) forma.
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s) A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
Em + aquele(s) = naquele(s) [substituição do nome]
Em + aquela(s) = naquela(s) A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
Em + isto = nisto [referência ao nome]
Em + isso = nisso Essa moça morava nos meus sonhos!
Em + aquilo = naquilo [qualificação do nome]
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s) Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos,
A + aquilo = àquilo isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um con-
Dicas sobre preposição texto, o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que
está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunica-
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal ção. Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os
oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja um artigo, demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas
virá precedendo um substantivo. Ele servirá para determiná-lo do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no
como um substantivo singular e feminino. tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes
A dona da casa não quis nos atender. apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso.
Como posso fazer a Joana concordar comigo?
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos [minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
e estabelece relação de subordinação entre eles. Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
Cheguei a sua casa ontem pela manhã. [tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]

Didatismo e Conhecimento 50
LÍNGUA PORTUGUESA
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. Pronome Oblíquo
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença,
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto)
em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plu- ou complemento nominal.
ral). Assim, espera-se que a referência através do pronome seja
Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
coerente em termos de gênero e número (fenômeno da concordân-
cia) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no
enunciado. Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante do
pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diver-
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nossa sa que eles desempenham na oração: pronome reto marca o sujeito
escola neste ano. da oração; pronome oblíquo marca o complemento da oração.
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância ade- Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a acen-
quada] tuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
[neste: pronome que determina “ano” = concordância adequa-
da] Pronome Oblíquo Átono
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância
inadequada]
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são pre-
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, de-
monstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. cedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca: Ele me
deu um presente.
Pronomes Pessoais O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me
São aqueles que substituem os substantivos, indicando dire- - 2ª pessoa do singular (tu): te
tamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”, “você” ou - 1ª pessoa do plural (nós): nos
“vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”, “eles” ou - 2ª pessoa do plural (vós): vos
“elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de quem fala. - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que
exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo.
Observações:
Pronome Reto O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta
na forma contraída, ou seja, houve a união entre o pronome “o” ou
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce “a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar diretamente uma
a função de sujeito ou predicativo do sujeito. preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a função de objeto
Nós lhe ofertamos flores. indireto na oração.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos diretos
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (ape- como objetos indiretos.
nas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão, Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos
uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro diretos.
dos pronomes retos é assim configurado:
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se
- 1ª pessoa do singular: eu com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo,
- 2ª pessoa do singular: tu mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los,
- 3ª pessoa do singular: ele, ela no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas
- 1ª pessoa do plural: nós formas nos exemplos que seguem:
- 2ª pessoa do plural: vós - Trouxeste o pacote?
- 3ª pessoa do plural: eles, elas - Sim, entreguei-to ainda há pouco.
- Não contaram a novidade a vocês?
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como - Não, no-la contaram.
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele na No português do Brasil, essas combinações não são usadas; até
rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”, co- mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
muns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua formal
escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os pronomes
oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na pra- Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais
ça”, “Trouxeram-me até aqui”. depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em
-z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome reto tempo que a terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas ver- fiz + o = fi-lo
bais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo in- fazeis + o = fazei-lo
dicadas pelo pronome reto: Fizemos boa viagem. (Nós) dizer + a = dizê-la

Didatismo e Conhecimento 51
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
formas no, nos, na, nas. Por exemplo: - 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
viram + o: viram-no Eu não me vanglorio disso.
repõe + os = repõe-nos Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
retém + a: retém-na
tem + as = tem-nas - 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
Assim tu te prejudicas.
Pronome Oblíquo Tônico Conhece a ti mesmo.

Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por pre- - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
posições, em geral as preposições a, para, de e com. Por esse mo- Guilherme já se preparou.
tivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto da Ela deu a si um presente.
oração. Possuem acentuação tônica forte. Antônio conversou consigo mesmo.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo - 1ª pessoa do plural (nós): nos.
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo Lavamo-nos no rio.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco - 2ª pessoa do plural (vós): vos.
Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
Eles se conheceram.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são
Elas deram a si um dia de folga.
a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais repetem
a forma do pronome pessoal do caso reto.
A Segunda Pessoa Indireta
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes pes-
soais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos contex-
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando uti-
tos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os pronomes lizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor
costumam ser usados desta forma: (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa.
Não há mais nada entre mim e ti. É o caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. observados no quadro seguinte:
Não há nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim. Pronomes de Tratamento
Atenção: Há construções em que a preposição, apesar de sur- Vossa Alteza V. A. p r í n c i -
gir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo pes, duques
verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito ex- Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
presso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso reto. Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) acerdo-
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. tes e bispos
Não vá sem eu mandar. Vossa Excelência V. Ex.ª (s)
altas autoridades e oficiais-generais
- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes origi- Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores
nou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco e con- de universidades
vosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente exercem a Vossa Majestade V. M. reis e ra-
função de adjunto adverbial de companhia. inhas
Ele carregava o documento consigo. Vossa Majestade Imperial V. M. I. Impera-
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com dores
nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados por Vossa Santidade V. S. Papa
palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum Vossa Senhoria V. S.ª (s)
numeral. tratamento cerimonioso
Você terá de viajar com nós todos. Vossa Onipotência V. O. Deus
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três. Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e
você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no trata-
Pronome Reflexivo mento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar.
Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil;
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras,
objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração. Indicam pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem
que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo. litúrgica, ultraformal ou literária.

Didatismo e Conhecimento 52
LÍNGUA PORTUGUESA
Observações: 2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Po-
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tra- dem ter outros empregos, como:
tamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação à a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro,
compareça a este encontro. b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 anos.

*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa. c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá seus
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o defeitos, mas eu gosto muito dela.
Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pro-
- Os pronomes de tratamento representam uma forma indire- nome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência trouxe sua
ta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos um mensagem?
deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos ende-
reçando à excelência que esse deputado supostamente tem para 4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo con-
poder ocupar o cargo que ocupa. corda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e anotações.

- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª 5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos
pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa. As- átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe os passos. (=
sim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos Vou seguir seus passos.)
empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, Pronomes Demonstrativos
para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos di- posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto.
rigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a pes- Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou dis-
curso.
soa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se
No espaço:
começamos a chamar alguém de “você”, não poderemos usar “te”
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro
ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
está perto da pessoa que fala.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus ca-
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro está
belos. (errado)
perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que fala.
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus ca-
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro
belos. (correto)
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus ca-
belos. (correto) Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto por
meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de fala),
Pronomes Possessivos são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro lo-
caliza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possui- destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade.
dor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída). Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar in-
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular) formações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade
destinatária).
NÚMERO PESSOA P R O - Reafirmamos a disposição desta universidade em participar
NOME no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que en-
singular primeira meu(s), minha(s) via a mensagem).
singular segunda teu(s), tua(s) No tempo:
singular terceira seu(s), sua(s) Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere
plural primeira nosso(s), nossa(s) ao ano presente.
plural segunda vosso(s), vossa(s) Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a
plural terceira seu(s), sua(s) um passado próximo.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa gramati- referindo a um passado distante.
cal a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto
possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele mo- - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou inva-
mento difícil. riáveis, observe:
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
Observações: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Também aparecem como pronomes demonstrativos:
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da alte- - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem
ração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, seu José. ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.

Didatismo e Conhecimento 53
LÍNGUA PORTUGUESA
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) Algo o incomoda?
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que Quem avisa amigo é.
te indiquei.)
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser expres-
- mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas que o so na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada. São
procuraram ontem. eles: cada, certo(s), certa(s).
Cada povo tem seus costumes.
- próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram o pro- Certas pessoas exercem várias profissões.
blema.
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pro-
- semelhante(s): Não compre semelhante livro. nomes indefinidos adjetivos:
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), de-
- tal, tais: Tal era a solução para o problema. mais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, nenhu-
ma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer,
Note que: qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s),
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em constru- toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
ções redundantes, com finalidade expressiva, para salientar algum Menos palavras e mais ações.
termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa é que dera em cheio Alguns se contentam pouco.
casando com o José Afonso. Desfrutar das belezas brasileiras, Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e
isso é que é sorte! invariáveis. Observe:
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto,
- O pronome demonstrativo neutro ou pode representar um ter- outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária, tanta,
mo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que aparece, ge- outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, todos, mui-
ralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto: O casamento tos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas,
seria um desastre. Todos o pressentiam. todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
- Para evitar a repetição de um verbo anteriormente expresso, é cada.
comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, chamado, então,
verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de): Ninguém teve São locuções pronominais indefinidas:
coragem de falar antes que ela o fizesse.
cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem
- Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa mencio- quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual
nada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro lugar: O (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos; aquele Cada um escolheu o vinho desejado.
casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
Indefinidos Sistemáticos
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica: A
menina foi a tal que ameaçou o professor? Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, percebe-
mos que existem alguns grupos que criam oposição de sentido.
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com pro- É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido afirmativo, e
nome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso, no, nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo; todo/tudo, que
etc: Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo) indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam
uma totalidade negativa; alguém/ninguém, que se referem à pes-
Pronomes Indefinidos soa, e algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza, e
qualquer, que generaliza.
São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dan- Essas oposições de sentido são muito importantes na constru-
do-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade inde- ção de frases e textos coerentes, pois delas muitas vezes dependem
terminada. a solidez e a consistência dos argumentos expostos. Observe nas
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-planta- frases seguintes a força que os pronomes indefinidos destacados
das. imprimem às afirmações de que fazem parte:
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado prá-
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa de tico.
quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa, Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são pes-
vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que segura- soas quaisquer.
mente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se quer
revelar. Classificam-se em: Pronomes Relativos
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do
ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São eles: São aqueles que representam nomes já mencionados anterior-
algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, mente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subor-
quem, tudo. dinadas adjetivas.

Didatismo e Conhecimento 54
LÍNGUA PORTUGUESA
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente
grupo racial sobre outros. e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa onde morava
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = ora- foi assaltada.
ção subordinada adjetiva). - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que.
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e in- Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no ex-
troduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema” é terior.
antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome de- - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo como
monstrativo o, a, os, as.
você agiu semana passada.
Não sei o que você está querendo dizer.
- quando (= em que): Bons eram os tempos quando podíamos
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso. jogar videogame.
Quem casa, quer casa.
- Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa
Observe: só frase.
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais, O futebol é um esporte.
cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas. O povo gosta muito deste esporte.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
Note que:
- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo - Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a
por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por o elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente que conver-
qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um sava, (que) ria, (que) fumava.
substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) Pronomes Interrogativos
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais) São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais) indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem- -se
à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interro-
gativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente prono- Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
mes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas pre-
se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter várias feres.
classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos
referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de de- passageiros desembarcaram.
terminadas preposições: Regressando de São Paulo, visitei o sítio
de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste Sobre os pronomes:
caso, geraria ambiguidade.)
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvi- O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujei-
das? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.) to na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando desem-
penha função de complemento. Vamos entender, primeiramente,
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se como o pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Ob-
refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou de ser serve as orações:
poeta, que era a sua vocação natural. 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe
- O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, mas ajudar.
com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, das
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem
quais.
função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. Já na se-
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas. gunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de
(antecedente) (consequente) complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o pro-
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um nome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a segunda
pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar....
Emprestei tantos quantos foram necessários. Ajudar quem? Você (lhe).
(antecedente)
Ele fez tudo quanto havia falado. Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do
(antecedente) pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou en-
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre prece- tre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”) esteja
dido de preposição. no infinitivo ou gerúndio.
É um professor a quem muito devemos. Eu desejo lhe perguntar algo.
(preposição) Eu estou perguntando-lhe algo.

Didatismo e Conhecimento 55
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Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: - O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente dos “a”:
segundos que são sempre precedidos de preposição. Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
fazendo. - O verbo estiver no gerúndio:
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada.
eu estava fazendo. Despediu-se, beijando-me a face.
A colocação pronominal é a posição que os pronomes pes-
soais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que - Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no mesmo
lhe, lhes, nos e vos. instante.
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
em relação ao verbo:
1. próclise: pronome antes do verbo Mesóclise
2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro
do presente ou no futuro do pretérito:
Próclise A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se
realizará)
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma proposta
- Palavras com sentido negativo:
a você)
Nada me faz querer sair dessa cama.
Não se trata de nenhuma novidade.
Questões sobre Pronome
- Advérbios:
Nesta casa se fala alemão. 01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012).
Naquele dia me falaram que a professora não veio. Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não está
claro até onde pode realmente chegar uma política baseada em
- Pronomes relativos: melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono, a
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que mes-
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. mo que a ameaça dos preços do carbono e da água faça em si
diferença, as companhias não podem suportar ter de pagar, de re-
- Pronomes indefinidos: pente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer
Quem me disse isso? preparação. Portanto, elas começam a usar preços-sombra. Ainda
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar
adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria das po-
- Pronomes demonstrativos:
Isso me deixa muito feliz! líticas de crescimento verde sempre será a segunda opção.
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! (Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, referem-
- Preposição seguida de gerúndio: -se, respectivamente, a
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais (A) dúvidas e preços.
indicado à pesquisa escolar. (B) dúvidas e insumos básicos.
(C) companhias e insumos básicos.
- Conjunção subordinativa: (D) companhias e preços do carbono e da água.
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. (E) políticas de crescimento e preços adequados.

Ênclise 02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- adap.).


Fazendo-se as alterações necessárias, o trecho grifado está correta-
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não
mente substituído por um pronome em:
aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo
vai acontecer quando:
- O verbo estiver no imperativo afirmativo: B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-lhes de-
Amem-se uns aos outros. salentado
Sigam-me e não terão derrotas. C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de conhe-
cê-lo?
- O verbo iniciar a oração: D) ...não parecia ser um importante industrial... − não parecia
Diga-lhe que está tudo bem. ser-lhe
Chamaram-me para ser sócio. E) incomodaram o general... − incomodaram-no

Didatismo e Conhecimento 56
LÍNGUA PORTUGUESA
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). A A) Fazem... a ... de que B) Faz ...a ... que
substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, C) Fazem ...à ... com que D) Faz ...à ... que
com os necessários ajustes, foi realizada de modo INCORRETO E) Faz ...à ... a que
em:
A) mostrando o rio= mostrando-o. 09. (TRF 3ª região- Técnico Judiciário - /2014)
B) como escolher sítio= como escolhê-lo. As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes.
C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes. ... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça...
D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = nada lhes ... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
acrescentariam. Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas. acima foram corretamente substituídos por um pronome, na ordem
04. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013). Assinale a al- dada, em:
ternativa em que o pronome destacado está posicionado de acordo (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
com a norma-padrão da língua. (B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta. (C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família.
(D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais.
(E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
10. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013-
(E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança.
adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras dos esta-
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2011). Assinale a alternativa belecimentos felizmente comprovam os acontecimentos, e teste-
cujo emprego do pronome está em conformidade com a norma munhas vão ajudar a polícia na investigação. – de acordo com
padrão da língua. a norma-padrão, os pronomes que substituem, corretamente, os
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. termos em destaque são:
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está abalada. A) os comprovam … ajudá-la.
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks. B) os comprovam …ajudar-la.
(D) Conformado, se rendeu às punições. C) os comprovam … ajudar-lhe.
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
E) lhes comprovam … ajudá-la.
06. (Papiloscopista Policial = Vunesp - 2013). Assinale a al-
ternativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com a GABARITO
norma-padrão da língua portuguesa. 01. C 02. E 03. C 04. D 05. C
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que eles 06. A 07. C 08. E 09. A 10. A
sejam sempre trazidos junto ao corpo.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação de ter RESOLUÇÃO
de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(C) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos resti- 1-) Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
tuir um objeto à pessoa que o perdeu. está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada
(D) O homem se indignou quando propuseram-lhe que abrisse em melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono,
a bolsa que encontrara. a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que
(E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma tendência mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água faça em si
natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. diferença, as companhias não podem suportar ter de pagar, de re-
pente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer
07. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). preparação. Portanto, elas começam a usar preços-sombra. Ainda
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ-
assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar
tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria das po-
prazo.
líticas de crescimento verde sempre será a segunda opção.
Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta e res-
pectivamente, considerando a norma culta da língua.
A) a que … acaba … à B) com que … acabam … à 2-)
C) de que … acabam … a D) em que … acaba … a A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
E) dos quais … acaba … à B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os desalen-
tado
08. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP – 2013- C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de conhe-
adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e respectiva- cê-las ?
mente, as lacunas do trecho. D) ...não parecia ser um importante industrial... − não parecia
______alguns anos, num programa de televisão, uma jovem sê-lo
fazia referência______ violência______ o brasileiro estava sujei-
to de forma cômica. 3-) transpor [...] as matas espessas= transpô-las

Didatismo e Conhecimento 57
LÍNGUA PORTUGUESA
4-) Morfossintaxe do substantivo
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta.
(B) A menina tinha se distanciado muito da família. Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral
(C) A garota disse que se perdeu dos pais. exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou in-
direto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo
do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predica-
5-) tivo do sujeito, do objeto ou como núcleo do vocativo. Também
(A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos. encontramos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e
(B) Falaram-nos que a diplomacia americana está abalada. de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempenhadas
(D) Conformado, rendeu-se às punições. por grupos de palavras.
(E) Todos querem que se combata a corrupção.
Classificação dos Substantivos
6-)
(B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situação de ter 1- Substantivos Comuns e Próprios
Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com mui-
de procurar a dona de uma bolsa perdida.
tas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda
(C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos restituir a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
um objeto à pessoa que o perdeu. oposição aos bairros).
(D) O homem indignou-se quando lhe propuseram que abrisse
a bolsa que encontrara. Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e edi-
(E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma tendência fícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade. Isso
natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. significa que a palavra cidade é um substantivo comum.
7-) Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produtos Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma
de que não necessitam e acabam tendo de pagar tudo a mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, homem, mu-
lher, país, cachorro.
prazo.
Estamos voando para Barcelona.
8-) Faz alguns anos, num programa de televisão, uma jovem O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie ci-
fazia referência à violência a que o brasileiro estava sujeito dade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é aquele
de forma cômica. que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular:
Faz, no sentido de tempo passado = sempre no singular Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.

9-) 2 - Substantivos Concretos e Abstratos


devoravam - verbo terminado em “m” = pronome oblíquo no/
LÂMPADA MALA
na (fizeram-na, colocaram-no)
impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto; “lhe” é Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existên-
para objeto indireto cia própria, que são independentes de outros seres. São substan-
convencer - verbo transitivo direto = pede objeto direto; “lhe” tivos concretos.
é para objeto indireto
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
independentemente de outros seres.
10-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos fe- Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real
lizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão ajudar e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília,
a polícia na investigação. etc.
felizmente os comprovam ... ajudá-la Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.
(advérbio)
Observe agora:
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo Beleza exposta
é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam: O substantivo beleza designa uma qualidade.

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que depen-


-lugares: Alemanha, Porto Alegre... dem de outros para se manifestar ou existir.
-sentimentos: raiva, amor... Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser observa-
-estados: alegria, tristeza... da. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa que seja
-qualidades: honestidade, sinceridade... bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a
-ações: corrida, pescaria... palavra beleza é um substantivo abstrato.

Didatismo e Conhecimento 58
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Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações malta malfeitores ou desordeiros
e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os manada búfalos, bois, elefantes,
quais não podem existir: vida (estado), rapidez (qualidade), via- matilha cães de raça
gem (ação), saudade (sentimento). molho chaves, verduras
multidão pessoas em geral
3 - Substantivos Coletivos ninhada pintos
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.)
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra abe- penca bananas, chaves
lha, mais outra abelha. pinacoteca pinturas, quadros
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. quadrilha ladrões, bandidos
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. ramalhete flores
rebanho ovelhas
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário récua bestas de carga, cavalgadura
repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abe- repertório peças teatrais, obras musicais
lha... réstia alhos ou cebolas
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. romanceiro poesias narrativas
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular revoada pássaros
(enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie sínodo párocos
(abelhas). talha lenha
tropa muares, soldados
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. turma estudantes, trabalhadores
vara porcos
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo es-
tando no singular, designa um conjunto de seres da mesma espécie. Formação dos Substantivos

Substantivo coletivo Conjunto de: Substantivos Simples e Compostos


assembleia pessoas reunidas Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.
alcateia lobos O substantivo chuva é formado por um único elemento ou ra-
acervo livros dical. É um substantivo simples.
antologia trechos literários selecionados
arquipélago ilhas Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemen-
banda músicos to.
bando desordeiros ou malfeitores Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora:
banca examinadores O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda
batalhão soldados + chuva). Esse substantivo é composto.
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais ele-
cacho frutas mentos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
cáfila camelos
cancioneiro canções, poesias líricas Substantivos Primitivos e Derivados
colmeia abelhas Meu limão meu limoeiro,
chusma gente, pessoas meu pé de jacarandá...
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas. O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de ne-
elenco atores de uma peça ou filme nhum outro dentro de língua portuguesa.
esquadra navios de guerra
enxoval roupas Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma
falange soldados, anjos outra palavra da própria língua portuguesa. O substantivo limoeiro
fauna animais de uma região é derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
feixe lenha, capim
flora vegetais de uma região Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra pala-
frota navios mercantes, ônibus vra.
girândola fogos de artifício Flexão dos substantivos
horda bandidos, invasores
junta médicos, bois, credores, examinado- O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável quan-
res do sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo, pode
júri jurados sofrer variações para indicar:
legião soldados, anjos, demônios Plural: meninos Feminino: menina
leva presos, recrutas Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho

Didatismo e Conhecimento 59
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Flexão de Gênero - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul - con-
sulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque - duquesa /
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo conde - condessa / profeta - profetisa
real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois gêneros:
masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os subs- - Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por
tantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja -a: elefante - elefanta
estes títulos de filmes:
O velho e o mar - Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no
Um Natal inesquecível feminino: bode – cabra / boi - vaca
Os reis da praia
- Substantivos que formam o feminino de maneira especial,
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: czar – czari-
precedidos dos artigos a, as, uma, umas: na réu - ré
A história sem fim
Uma cidade sem passado Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
As tartarugas ninjas Epicenos:
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.

Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre
seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o
sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino masculino e o feminino.
e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem – mulher, Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para de-
poeta – poetisa, prefeito - prefeita signar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de epice-
nos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de espe-
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma úni- cificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea.
ca forma, que serve tanto para o masculino quanto para o femini- A cobra macho picou o marinheiro.
no. Classificam-se em: A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a cobra ma- Sobrecomuns:
cho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea. Entregue as crianças à natureza.
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas: a
criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino,
indivíduo. quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem um
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se
meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a doente, o artista refere a palavra. Veja:
e a artista. A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria.
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, Outros substantivos sobrecomuns:
o teorema. a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa cria-
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam tura.
em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de Marcela
emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade) faleceu

Formação do Feminino dos Substantivos Biformes Comuns de Dois Gêneros:


Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao masculi- Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
no: freguês - freguesa É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três a palavra motorista é um substantivo uniforme.
formas: A distinção de gênero pode ser feita através da análise do arti-
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa go ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo: o colega - a
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã colega; o imigrante - a imigrante; um jovem - uma jovem; artista
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona famoso - artista famosa; repórter francês - repórter francesa

Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana - A palavra personagem é usada indistintamente nos dois gê-
neros.
- Substantivos terminados em -or: a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada preferência
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os personagens
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz dos contos de carochinha.

Didatismo e Conhecimento 60
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b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: O Flexão de Número do Substantivo
problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam a per-
sonagem. Em português, há dois números gramaticais: o singular, que
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo fotográ- indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que indica mais de
fico Ana Belmonte. um ser ou grupo de seres. A característica do plural é o “s” final.
Observe o gênero dos substantivos seguintes:
Plural dos Substantivos Simples
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó (pena), o
sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o maracajá, o clã,
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n” fa-
o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o proclama, o
zem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – ímãs; hífen
pernoite, o púbis.
- hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon - cânones.
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a cata-
plasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, a cal, a - Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em “ns”:
faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). homem - homens.

- São geralmente masculinos os substantivos de origem grega - Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural pelo
terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o plasma, o acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema, o estratagema,
o dilema, o teorema, o trema, o eczema, o edema, o magma, o es- Atenção: O plural de caráter é caracteres.
tigma, o axioma, o tracoma, o hematoma.
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; caracol – ca-
racóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.
Gênero dos Nomes de Cidades:
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos. maneiras:
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
A histórica Ouro Preto.
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
A dinâmica São Paulo.
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras:
A acolhedora Porto Alegre.
Uma Londres imensa e triste. répteis ou reptis (pouco usada).
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. - Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas
maneiras:
Gênero e Significação: - Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo
de “es”: ás – ases / retrós - retroses
Muitos substantivos têm uma significação no masculino e ou- - Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis: o
tra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que à frente da lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
tropa, indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), - Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição maneiras.
de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do corpo), o cisma - substituindo o -ão por -ões: ação - ações
(separação religiosa, dissidência), a cisma (ato de cismar, descon- - substituindo o -ão por -ães: cão - cães
fiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), - substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
o capital (dinheiro), a capital (cidade), o coma (perda dos senti-
dos), a coma (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em - Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o látex
coro), a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na
- os látex.
administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sa-
cramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar),
Plural dos Substantivos Compostos
o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vegeta-
ção), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento, pena
grande das asas das aves), o grama (unidade de peso), a grama -A formação do plural dos substantivos compostos depende
(relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (recipiente, setor da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o
de pagamentos), o lente (professor), a lente (vidro de aumento), composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são
o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes, ética), o grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples:
nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte), o maria-fu- aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés,
maça (trem como locomotiva a vapor), maria-fumaça (locomotiva malmequer/malmequeres.
movida a vapor), o pala (poncho), a pala (parte anterior do boné O plural dos substantivos compostos cujos elementos são li-
ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação gados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões.
emissora), o voga (remador), a voga (moda, popularidade). Algumas orientações são dadas a seguir:

Didatismo e Conhecimento 61
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- Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: mão(s) + zinhas = mãozinhas
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores papéi(s) + zinhos = papeizinhos
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens funi(s) + zinhos = funizinhos
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados pé(s) + zinhos = pezinhos
de: pé(s) + zitos = pezitos
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto- Plural dos Nomes Próprios Personativos
-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre que
a terminação preste-se à flexão.
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando forma- Os Napoleões também são derrotados.
dos de: As Raquéis e Esteres.
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colô-
nia e águas-de-colônia Plural dos Substantivos Estrangeiros
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor
e cavalos-vapor Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos
substantivo + substantivo que funciona como determinante do como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto quando ter-
primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior: minam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz.
palavra-chave - palavras-chave, bomba-relógio - bombas-re-
lógio, notícia-bomba - notícias-bomba, homem-rã - homens-rã, Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com as
peixe- -espada - peixes-espada. regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os jipes, os esportes,
as toaletes, os bibelôs, os garçons, os réquiens.
Observe o exemplo:
- Permanecem invariáveis, quando formados de:
Este jogador faz gols toda vez que joga.
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas
Plural com Mudança de Timbre
- Casos Especiais
o louva-a-deus e os louva-a-deus
Certos substantivos formam o plural com mudança de timbre
o bem-te-vi e os bem-te-vis
da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético chamado
o bem-me-quer e os bem-me-queres metafonia (plural metafônico).
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
Singular Plural
Plural das Palavras Substantivadas corpo (ô) corpos (ó)
esforço esforços
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes fogo fogos
gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as forno fornos
flexões próprias dos substantivos. fosso fossos
Pese bem os prós e os contras. imposto impostos
O aluno errou na prova dos noves. olho olhos
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. osso (ô) ossos (ó)
ovo ovos
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não poço poços
variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos seis e al- porto portos
guns dez. posto postos
tijolo tijolos
Plural dos Diminutivos
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, es-
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e posos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
acrescenta-se o sufixo diminutivo. Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de mo-
pãe(s) + zinhos = pãezinhos lho (ó) = feixe (molho de lenha).
animai(s) + zinhos = animaizinhos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos Particularidades sobre o Número dos Substantivos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos - Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o norte, o
tren(s) + zinhos = trenzinhos leste, o oeste, a fé, etc.
colhere(s) + zinhas = colherezinhas - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, as
flore(s) + zinhas = florezinhas espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.

Didatismo e Conhecimento 62
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- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular: Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados (com-
bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, bom nome) e por, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma
honras (homenagem, títulos). arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver desa-
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com sen- parecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe,
tido de plural: pões, põem, etc.
Aqui morreu muito negro.
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas im- Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos ver-
provisadas.
bos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com facili-
dade que nas formas rizotônicas o acento tônico cai no radical do
Flexão de Grau do Substantivo verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizo-
tônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as varia- verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.
ções de tamanho dos seres. Classifica-se em:
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado nor- Classificação dos Verbos
mal. Por exemplo: casa Classificam-se em:
- Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser. de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical:
Classifica-se em: canto cantei cantarei cantava cantasse.
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no
indica grandeza. Por exemplo: casa grande. radical ou nas desinências: faço fiz farei fizesse.
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação com-
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
pleta. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais:
aumento. Por exemplo: casarão.
* Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmen-
te, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser. impessoais são:
Pode ser: ** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que in- fazer (em orações temporais).
dica pequenez. Por exemplo: casa pequena. Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
diminuição. Por exemplo: casinha. Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos: ação ** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
(correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer); Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
desejo (querer). Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus
possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva ** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são
e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escu-
mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilida- recer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal-humora-
des de flexão que esses verbos possuem. do”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qualquer
verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser im-
Estrutura das Formas Verbais pessoal para ser pessoal.
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
os seguintes elementos: Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significado es- Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
sencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a con- ** São impessoais, ainda:
jugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo:
Já passa das seis.
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar), 2ª
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indi-
- Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I - (partir). cando suficiência: Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
- Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tem- 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está
po e o modo do verbo. Por exemplo: muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pes- 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
soa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural): possível”. Por exemplo:
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) Não deu para chegar mais cedo.
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) Dá para me arrumar uns trocados?

Didatismo e Conhecimento 63
LÍNGUA PORTUGUESA
* Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR
apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. PARTICÍPIO IRREGULAR
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram. Imprimir Imprimido
Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos Impresso
pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu bastante. Matar Matado
Morto
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de Morrer Morrido
animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, cacarejar: Morto
galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo Pegar Pegado
Pego
Os principais verbos unipessoais são: Soltar Soltado
1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preci- Solto
so, necessário, etc.):
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bas- - Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em
tante.) sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais, ides,
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.) fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tem-
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da pos compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando
conjunção que. acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas no-
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fu- minais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
mar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. Vou espantar as moscas.
(Sujeito: que não vejo Cláudia) (verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
Está chegando a
* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos mor- hora do debate.
fológicos ou eufônicos. Por exemplo: (verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do in-
dicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que prova- Os noivos foram cumprimentados por
velmente causaria problemas de interpretação em certos contextos. todos os presentes.
(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)
- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente
do indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e
considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões haver.
muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repu-
diadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo
computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da infor- Conjugação dos Verbos Auxiliares
mática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.
SER - Modo Indicativo
- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.
com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito
no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em sou fui era fora
-ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irre- serei seria
gular). Observe: és foste eras foras
serás serias
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR é foi era fora
PARTICÍPIO IRREGULAR será seria
somos fomos éramos fôramos
Anexar Anexado seremos seríamos
Anexo sois fostes éreis fôreis
Dispersar Dispersado sereis seríeis
Disperso são foram eram foram
Eleger Elegido serão seriam
Eleito
Envolver Envolvido SER - Modo Subjuntivo
Envolto
Presente Pretérito Imperfeito

Didatismo e Conhecimento 64
LÍNGUA PORTUGUESA
Futuro ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo
que eu seja se eu fosse Presente Pretérito Imperfeito Futuro
quando eu for Afirmativo Negativo
que tu sejas se tu fosses esteja estivesse e s t i v e r
quando tu fores
que ele seja se ele fosse estejas estivesses estiveres
quando ele for está estejas
que nós sejamos se nós fôssemos esteja estivesse estiver
quando nós formos esteja esteja
que vós sejais se vós fôsseis estejamos estivéssemos estivermos
quando vós fordes estejamos estejamos
que eles sejam se eles fossem estejais estivésseis estiverdes
quando eles forem estai estejais
estejam estivessem estiverem
SER - Modo Imperativo estejam estejam

Afirmativo Negativo ESTAR - Formas Nominais


sê tu não sejas tu Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerún-
seja você não seja você dio Particípio
sejamos nós não sejamos nós estar estar estando
sede vós não sejais vós estado
sejam vocês não sejam vocês estares
estar
SER - Formas Nominais estarmos
estardes
Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal estarem
Gerúndio Particípio
ser ser eu HAVER - Modo Indicativo
sendo sido Presente Pret. Perf. Pret. Imper. P re t .
seres tu Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera
Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal haverei haveria
Gerúndio Particípio hás houveste havias houveras
ser ele haverás haverias
s e r m o s n ó s há houve havia houvera
haverá haveria
s e r d e s v ó s havemos houvemos havíamos
houvéramos haveremos haveríamos
s e r e m e l e s haveis houvestes havíeis
houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam h o u v e -
ESTAR - Modo Indicativo ram haverão haveriam
Presente Pret. perf. Pret. Imperf. P r e t . HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo
Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté. Presente Pretérito Imperfeito Futuro
estou estive estava estivera Afirmativo Negativo
estarei estaria haja houvesse houver
estás estiveste estavas estiveras
estarás estarias hajas houvesses houveres
está esteve estava estivera há hajas
estará estaria haja houvesse houver
estamos estivemos estávamos haja haja
estivéramos estaremos e s t a r í a - hajamos houvéssemos houver-
mos mos hajamos hajamos
estais estivestes estáveis hajais houvésseis
estivéreis estareis estaríeis houverdes havei hajais
estão estiveram estavam hajam houvessem h o u v e -
estiveram estarão estariam rem hajam hajam

Didatismo e Conhecimento 65
LÍNGUA PORTUGUESA
HAVER - Formas Nominais Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respecti-
Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerún- vos pronomes):
dio Particípio Eu me arrependo
haver haver havendo Tu te arrependes
havido Ele se arrepende
haveres Nós nos arrependemos
haver Vós vos arrependeis
havermos
Eles se arrependem
haverdes
haverem
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que
TER - Modo Indicativo a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté. pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz
Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté. uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos transiti-
Tenho tive tinha tivera vos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados
terei teria com os pronomes mencionados, formando o que se chama voz re-
tens tiveste tinhas tiveras flexiva. Por exemplo: Maria se penteava.
terás terias A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser
tem teve tinha tivera exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:
terá teria Maria penteou-me.
temos tivemos tínhamos
tivéramos teremos teríamos
Observações:
tendes tivestes tínheis tivéreis
tereis teríeis - Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos
têm tiveram tinham tiveram átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática.
terão teriam - Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblí-
quos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, são os
TER - Modo Subjuntivo e Imperativo verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de
Presente Pretérito Imperfeito Futuro se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções
Afirmativo Negativo sintáticas. Por exemplo:
Tenha tivesse t i v e r Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto
direto) - 1ª pessoa do singular
tenhas tivesses tiveres
tem tenhas Modos Verbais
tenha tivesse tiver
tenha tenha
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo
tenhamos tivéssemos tivermos
na expressão de um fato. Em Português, existem três modos:
tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sempre es-
tende tenhais tudo.
tenham tivessem tiverem Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu
tenham tenham estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda agora, me-
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os nino.
pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma pes-
soa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais aciden- Formas Nominais
tais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio sentido
do verbo (reflexivos essenciais). Veja: Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advér-
pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, bio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
ater- -se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc.
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de
Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implí-
cita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substanti-
lá. vo. Por exemplo:
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem Viver é lutar. (= vida é luta)
um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome
oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma
pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do É preciso ler este livro.
próprio verbo. Era preciso ter lido este livro.

Didatismo e Conhecimento 66
LÍNGUA PORTUGUESA
- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções
do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinên- em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo: Se
cias, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexio- ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
na-se da seguinte maneira:
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu) - Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós) momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à loja, leva-
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós) rá as encomendas.
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa co- Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que in-
locação. dicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
levará as encomendas.
- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou ad- Presente do Indicativo
vérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio) 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de adjetivo) Desinência pessoal
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na CANTAR VENDER PARTIR
forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: cantO vendO partO
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. O
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. cantaS vendeS parteS
S
- Particípio: quando não é empregado na formação dos tem- canta vende parte
pos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma -
ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por cantaMOS vendeMOS partiMOS
exemplo: MOS
Terminados os exames, os candidatos saíram. cantaIS vendeIS partIS
IS
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma cantaM vendeM parteM
relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo M
(adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para re-
presentar a escola. Pretérito Perfeito do Indicativo
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
Tempos Verbais Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a canteI vendI partI
ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja: I
1. Tempos do Indicativo cantaSTE vendeSTE partISTE
- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio. STE
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num mo- cantoU vendeU partiU
mento anterior ao atual, mas que não foi completamente termina- U
do: Ele estudava as lições quando foi interrompido. cantaMOS vendeMOS partiMOS
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momen- MOS
to anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele estudou as cantaSTES vendeSTES partISTES
lições ontem à noite. STES
- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido cantaRAM vendeRAM partiRAM
antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as lições RAM
quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as
lições quando os amigos chegaram. (forma simples). Pretérito mais-que-perfeito
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele estudará as Des. temporal (1ª/2ª e 3ª conj.) Desinência pessoal
lições amanhã. CANTAR VENDER P A R T I R
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer pos-
teriormente a um determinado fato passado: Se eu tivesse dinheiro, cantaRA vendeRA partiRA
viajaria nas férias. RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS
2. Tempos do Subjuntivo RA S
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento cantaRA vendeRA partiRA
atual: É conveniente que estudes para o exame. RA Ø
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas pos- cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS
terior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo. RA MOS

Didatismo e Conhecimento 67
LÍNGUA PORTUGUESA
cantáREIS vendêREIS partíREIS cantEM vendAM partAM E
RE IS A M
cantaRAM vendeRAM partiRAM
RA M Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Pretérito Imperfeito do Indicativo Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinên-


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conju- cia -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se,
gação assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência
CANTAR VENDER PARTIR temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspon-
cantAVA vendIA partIA dente.
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conju-
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍA- gação Des. temporal Desinência pessoal
MOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS 1ª /2ª e 3ª conj.
cantAVAM vendIAM CANTAR VENDER PARTIR
partIAM
cantaSSE vendeSSE partiSSE
Futuro do Presente do Indicativo SSE Ø
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação cantaSSES vendeSSES p a r t i S -
CANTAR VENDER PARTIR SES SSE S
cantar ei vender ei partir ei cantaSSE vendeSSE partiSSE
cantar ás vender ás partir ás SSE Ø
cantar á vender á partir á cantáSSEMOS vendêSSEMOS p a r t í S -
cantar emos vender emos partir emos SEMOS SSE MOS
cantar eis vender eis partir eis cantáSSEIS vendêSSEIS p a r t í S -
cantar ão vender ão partir ão SEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM p a r t i S -
Futuro do Pretérito do Indicativo SEM SSE M
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR Futuro do Subjuntivo
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência
cantarIA venderIA partirIA -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se,
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente.
cantarIAM venderIAM partirIAM
Presente do Subjuntivo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conju-
gação
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desi- Des. temporal Desinência pessoal

nência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo

pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinên- 1ª /2ª e 3ª conj.
cia -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação). CANTAR VENDER PARTIR

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. D e s . cantaR vendeR partiR
temporal Des.temporal Desinên. pessoal Ø
1ª conj. cantaRES vendeRES partiRES
2ª/3ª conj. R ES
CANTAR VENDER PARTIR cantaR vendeR partiR
R Ø
cantE vendA partA E cantaRMOS vendeRMOS p a r t i R -
A Ø MOS R MOS
cantES vendAS partAS E cantaRDES vendeRDES p a r t i R -
A S DES R DES
cantE vendA partA E cantaREM vendeREM P a r t i -
A Ø REM R EM
cantEMOS vendAMOS partAMOS E
A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E
A IS

Didatismo e Conhecimento 68
LÍNGUA PORTUGUESA
Modo Imperativo Questões sobre Verbo

Imperativo Afirmativo 01. (Agente Polícia Vunesp 2013) Considere o trecho a seguir.
É comum que objetos ___________ esquecidos em locais pú-
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do blicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pes-
indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural soas _____________ a atenção voltada para seus pertences, con-
(vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alte-
servando-os junto ao corpo.
ração, do presente do subjuntivo. Veja:
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente,
Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo as lacunas do texto.
Presente do Subjuntivo (A) sejam … mantesse (B) sejam … mantivessem (C)
sejam … mantém (D) seja … mantivessem (E) seja …
Eu canto --- mantêm
Que eu cante
Tu cantas CantA tu 02. (Escrevente TJ SP Vunesp 2012-adap.) Na frase –… os
Que tu cantes níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas suces-
Ele canta Cante você sivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque expressa
Que ele cante ação
Nós cantamos Cantemos nós (A) concluída. (B) atemporal. (C) contínua. (D)
Que nós cantemos hipotética. (E) futura.
Vós cantais CantAI vós
Que vós canteis
03. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013-adap.) Sem querer estereo-
Eles cantam Cantem vocês
Que eles cantem tipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações
sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou
Imperativo Negativo crédito?”.
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a nega- Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
ção às formas do presente do subjuntivo. (A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo (C) adotar como referência de qualidade.
(D) julgar de acordo com normas legais.
Que eu cante --- (E) classificar segundo ideias preconcebidas.
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você 04. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa
Que nós cantemos Não cantemos nós contendo a frase do texto na qual a expressão verbal destacada
Que vós canteis Não canteis vós
exprime possibilidade.
Que eles cantem Não cantem eles
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema
Observações: capaz de disponibilizar um grande número de obras literárias...
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação e
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singu- arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual.
lar e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conse- (C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por associa-
lho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa ção, e não mais por sequências fixas previamente estabelecidas.
razão, utiliza-se você/vocês. (D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), está ligado a uma nova concepção de textualidade...
sede (vós). (E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibilizar
toda a literatura do mundo...
Infinitivo Pessoal
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conju- 05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO
gação SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O
CANTAR VENDER PARTIR
crescimento econômico, se associado à ampliação do emprego,
cantar vender partir
cantarES venderES PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”, se pas-
partirES sarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito do indicativo,
cantar vender partir teremos a forma:
cantarMOS venderMOS p a r t i r - A) puder.
MOS B) poderia.
cantarDES venderDES p a r t i r - C) pôde.
DES D) poderá.
cantarEM venderEM partirEM E) pudesse.

Didatismo e Conhecimento 69
LÍNGUA PORTUGUESA
06. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa em RESOLUÇÃO
que todos os verbos estão empregados de acordo com a norma-pa-
drão. 1-) É comum que objetos sejam esquecidos em locais pú-
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da impres- blicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pessoas
são definitiva. mantivessem a atenção voltada para seus pertences, conservando
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em silêncio. -os junto ao corpo.
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a trabalhar no
feriado. 2-) os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando que-
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga... das sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a requera a seu expressa ação contínua (= não concluída)
superior.
3-) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de
07. (Papiloscopista Policial Vunesp 2013-adap.) Assinale a um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da
alternativa que substitui, corretamente e sem alterar o sentido da pergunta “débito ou crédito?”.
frase, a expressão destacada em – Se a criança se perder, quem Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de classificar
encontrá-la verá na pulseira instruções para que envie uma mensa- segundo ideias preconcebidas.
gem eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
(A) Caso a criança se havia perdido… 4-) (B) Funcionando como um imenso sistema de informação e
(B) Caso a criança perdeu… arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual.
(C) Caso a criança se perca… = verbo no futuro do pretérito
(D) Caso a criança estivera perdida…
(E) Caso a criança se perda… 5-) Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós poderíamos,
08. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-adap.). vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração é crescimento
Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo econômico (singular), portanto, terceira pessoa do singular (ele)
futuro. = poderia.
A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
B) … somente eles podem decidir se irão ou não comprar.
6-)
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”…
(B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em silên-
D) … de onde vem o produto…?
cio.
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas…
(C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a trabalhar
09. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a
no feriado.
alternativa em que a concordância das formas verbais destacadas
(D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga...
se dá em conformidade com a norma-padrão da língua.
(A) Chegou, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos. (E) Se você quiser a promoção, é necessário que a requeira a
(B) Haviam várias hipóteses acerca do que poderia ter aconte- seu superior.
cido com a criança.
(C) Fazia horas que a criança tinha saído e os pais já estavam 7-) Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve
preocupados. uma grande perda salarial...)
(D) Era duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
(E) Existia várias maneiras de voltar para casa, mas a criança 8-)
se perdeu mesmo assim. A) Os consumidores são assediados pelo marketing = presente
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”…
10. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP – = pretérito do Subjuntivo
2013-adap.). Leia as frases a seguir. D) … de onde vem o produto…? = presente
I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… = preté-
no animal. rito perfeito
II. Existiam muitos ferimentos no boi.
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida movi- 9-)
mentada. (A) Chegaram, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos.
Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este pelo (B) Havia várias hipóteses acerca do que poderia ter aconteci-
verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente: do com a criança.
A) Existia – Haviam – Existiam (D) Eram duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
B) Existiam – Havia – Existiam (E) Existiam várias maneiras de voltar para casa, mas a criança
C) Existiam – Haviam – Existiam se perdeu mesmo assim.
D) Existiam – Havia – Existia
E) Existia – Havia – Existia 10-) I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de ma-
deira no animal.
GABARITO II. Existiam muitos ferimentos no boi.
01. B 02. C 03. E 04. B 05. B III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida movi-
06. A 07. C 08. B 09. C 10. D mentada.

Didatismo e Conhecimento 70
LÍNGUA PORTUGUESA
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal; Futuro do Presente do Indicativo
existir = variável. Portanto, temos: eu valerei
I – Existiam onze pessoas... tu valerás
II – Havia muitos ferimentos... ele valerá
III – Existia muita gente... nós valeremos
vós valereis
Verbos irregulares são verbos que sofrem alterações em seu eles valerão
radical ou em suas desinências, afastando-se do modelo a que per-
tencem. Futuro do Pretérito do Indicativo
No português, para verificar se um verbo sofre alterações, bas- eu valeria
ta conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito do indicativo. Ex: tu valerias
faço – fiz, trago – trouxe, posso - pude. ele valeria
Não é considerada irregularidade a alteração gráfica do radi- nós valeríamos
cal de certos verbos para conservação da regularidade fônica. Ex: vós valeríeis
embarcar – embarco, fingir – finjo. eles valeriam
Exemplo de conjugação do verbo “dar” no presente do indi- Mais-que-perfeito Composto do Indicativo
cativo: eu tinha valido
Eu dou tu tinhas valido
Tu dás ele tinha valido
Ele dá nós tínhamos valido
Nós damos vós tínheis valido
Vós dais eles tinham valido
Eles dão
Gerúndio do verbo valer = valendo
Percebe-se que há alteração do radical, afastando-se do origi-
nal “dar” durante a conjugação, sendo considerado verbo irregular.
Modo Subjuntivo
Exemplo: Conjugação do verbo valer:
Presente
Modo Indicativo
que eu valha
Presente
que tu valhas
eu valho
tu vales que ele valha
ele vale que nós valhamos
nós valemos que vós valhais
vós valeis que eles valham
eles valem
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Pretérito Perfeito do Indicativo se eu valesse
eu vali se tu valesses
tu valeste se ele valesse
ele valeu se nós valêssemos
nós valemos se vós valêsseis
vós valestes se eles valessem
eles valeram
Futuro do Subjuntivo
Pretérito Imperfeito do Indicativo quando eu valer
eu valia quando tu valeres
tu valias quando ele valer
ele valia quando nós valermos
nós valíamos quando vós valerdes
vós valíeis quando eles valerem
eles valiam
Imperativo
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo Imperativo Afirmativo
eu valera --
tu valeras vale tu
ele valera valha ele
nós valêramos valhamos nós
vós valêreis valei vós
eles valeram valham eles

Didatismo e Conhecimento 71
LÍNGUA PORTUGUESA
Imperativo Negativo Presente do subjuntivo: Queira, queiras, queira, queiramos,
-- queirais, queiram.
não valhas tu
não valha ele Ver
não valhamos nós Presente do indicativo: Vejo, vês, vê, vemos, vedes, veem.
não valhais vós
não valham eles Pretérito perfeito do indicativo: Vi, viste, viu, vimos, vistes,
viram.
Infinitivo
Infinitivo Pessoal Futuro do presente do indicativo:Verei, verás, verá, vere-
por valer eu mos, vereis, verão.
por valeres tu
por valer ele Futuro do subjuntivo: Vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.
por valermos nós
por valerdes vós Vir
por valerem eles Presente do indicativo: Venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm.

Infinitivo Impessoal = valer Pretérito perfeito do indicativo: Vim, vieste, veio, viemos,
Particípio = Valido viestes, vieram.

Acompanhe abaixo uma lista com os principais verbos irre- Futuro do presente do indicativo: Virei, virás, virá, viremos,
gulares: vireis, virão.
Dizer
Presente do indicativo: Digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, di- Futuro do subjuntivo: Vier, vieres, vier, viermos, vierdes,
zem. vierem.

Pretérito perfeito do indicativo: Disse, disseste, disse, disse- Vozes do Verbo


mos, dissestes, disseram.
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar
Futuro do presente do indicativo: Direi, dirás, dirá, dire- se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três as
mos, direis, dirão. vozes verbais:
- Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expres-
Fazer sa pelo verbo. Por exemplo:
Presente do indicativo: Faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fa- Ele fez o trabalho.
zem. sujeito agente ação objeto (paciente)

Pretérito perfeito do indicativo: Fiz, fizeste, fez, fizemos, fi- - Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação ex-
zestes, fizeram. pressa pelo verbo. Por exemplo:
O trabalho foi feito por ele.
Futuro do presente do indicativo: Farei, farás, fará, fare- sujeito paciente ação a g e n t e
mos, fareis, farão. da passiva
- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e pa-
Ir ciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo:
Presente do indicativo: Vou, vais, vai, vamos, ides, vão. O menino feriu-se.

Pretérito perfeito do indicativo: Fui, foste, foi, fomos, fostes, Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a no-
foram. ção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao outro)

Futuro do presente do indicativo: Irei, irás, irá, iremos, Formação da Voz Passiva
ireis, irão.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico
Futuro do subjuntivo: For, fores, for, formos, fordes, forem. e sintético.

Querer 1- Voz Passiva Analítica


Presente do indicativo: Quero, queres, quer, queremos, que- Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do
reis, querem. verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada.
Pretérito perfeito do indicativo: Quis, quiseste, quis, quise- O trabalho é feito por ele.
mos, quisestes, quiseram.

Didatismo e Conhecimento 72
LÍNGUA PORTUGUESA
Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado da pre- Ele será acompanhado por mim.
posição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição de.
Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados. Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja ex- haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: Prejudica-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. ram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER),
pois o particípio é invariável. Observe a transformação das frases Saiba que:
seguintes: - Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo) são chamados neutros.
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo) O vinho é bom.
Aqui chove muito.
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo) - Há formas passivas com sentido ativo:
É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)

- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mes- - Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:
mo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a trans- Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
formação da frase seguinte: Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) - Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido ci-
rúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito é
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica paciente.
com outros verbos que podem eventualmente funcionar como au- Chamo-me Luís.
xiliares. Por exemplo: A moça ficou marcada pela doença. Batizei-me na Igreja do Carmo.
Operou-se de hérnia.
2- Voz Passiva Sintética Vacinaram-se contra a gripe.
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo
na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. Por exemplo: Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
Abriram-se as inscrições para o concurso. php
Destruiu-se o velho prédio da escola.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sin- Questões sobre Vozes dos Verbos
tética.
01. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI-
Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz latina de NISTRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Os dados foram divulgados
paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacionam com o sig- ontem pelo Instituto Sou da Paz.”, a expressão destacada é
nificado sofrimento, padecimento. Daí vem o significado de voz (A) adjunto adnominal.
passiva como sendo a voz que expressa a ação sofrida pelo sujeito. (B) sujeito paciente.
Na voz passiva temos dois elementos que nem sempre aparecem: (C) objeto indireto.
SUJEITO PACIENTE e AGENTE DA PASSIVA. (D) complemento nominal.
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva (E) agente da passiva.
02. (FCC-COPERGÁS – Auxiliar Técnico Administrativo -
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancial- 2011) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. Transpondo-
mente o sentido da frase. -se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa) (A) era abatido. (B) fora abatido.
Sujeito da Ativa objeto Direto (C) abatera-se. (D) foi abatido.
(E) tinha abatido
A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva)
Sujeito da Passiva Agente da Passiva 03. (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
... valores e princípios que sejam percebidos pela sociedade
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito como tais.
da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo assumirá a Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo passará a
forma passiva, conservando o mesmo tempo. Observe mais exem- ser, corretamente,
plos: (A) perceba.
- Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos. (B) foi percebido.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mes- (C) tenham percebido.
tres. (D) devam perceber.
- Eu o acompanharei. (E) estava percebendo.

Didatismo e Conhecimento 73
LÍNGUA PORTUGUESA
04. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM 10. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas pela PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011 - ADAP-
multidão... TADA)
A forma verbal resultante da transposição da frase acima para ... ele empreende, de maneira quase clandestina, a série Mu-
a voz ativa é: lheres.
(A) ocupava-se. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal
(B) ocupavam. resultante será:
(C) ocupou. (A) foi empreendida.
(D) ocupa. (B) são empreendidos.
(E) ocupava. (C) foi empreendido.
(D) é empreendida.
05. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) (E) são empreendidas.
A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva está em:
(A) Quando Rodolfo surgiu... GABARITO
(B) ... adquiriu as impressoras... 01. E 02. D 03. A 04. E 05. A
(C) ... e sustentar, às vezes, família numerosa. 06. B 07. C 08. D 09. A 10. D
(D) ... acolheu-o como patrono.
(E) ... que montou [...] a primeira grande folhetaria do Recife ... RESOLUÇÃO

06. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 1-) No enunciado temos uma oração com a voz passiva do ver-
FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou a consti- bo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto Sou da Paz
tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said ... divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz” funciona como
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal sujeito da oração, ou seja, na passiva sua função é a de agente da
resultante é: passiva. O sujeito paciente é “os dados”.
a) se constituiu.
2-) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. = Ele foi
b) chegou a ser constituído.
abatido...
c) teria chegado a constituir.
d) chega a se constituir.
3-) ... valores e princípios que sejam percebidos pela sociedade
e) chegaria a ser constituído.
como tais = dois verbos na voz passiva, então teremos um na ativa:
que a sociedade perceba os valores e princípios...
07. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS
CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’ indicava indis-
4-) As ruas estavam ocupadas pela multidão = dois verbos na
tintamente as músicas produzidas no interior do país... passiva, um verbo na ativa:
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal A multidão ocupava as ruas.
resultante será:
(A) vinham indicadas. 5-)
(B) era indicado. B = as impressoras foram adquiridas...
(C) eram indicadas. C = família numerosa é sustentada...
(D) tinha indicado. D – foi acolhido como patrono...
(E) foi indicada. E – a primeira grande folhetaria do Recife foi montada...
08. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – 6-) O engajamento moral e político não chegou a constituir um
PROCON – AGENTE ADMINISTRATIVO – CEPERJ/2012 - deslocamento da atenção intelectual de Said = dois verbos na voz
adaptada) Um exemplo de construção na voz passiva está em: ativa, mas com presença de preposição e, um deles, no infinitivo,
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos” então o verbo auxiliar “ser” ficará no infinitivo (na voz passiva) e o
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução do dinheiro” verbo principal (constituir) ficará no particípio: Um deslocamento
(C) “enviar o brinquedo por sedex” da atenção intelectual de Said não chegou a ser constituído pelo
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de Defesa do engajamento...
Consumidor”
(E) “A empresa fez campanha para recolher” 7-)’sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produzidas
no interior do país.
09. (METRÔ/SP –SECRETÁRIA PLENO – FCC/2010) As músicas produzidas no país eram indicadas pelo sertanejo,
Transpondo-se para a voz passiva a construção Mais tarde vim a indistintamente.
entender a tradução completa, a forma verbal resultante será:
(A) veio a ser entendida. 8-)
(B) teria entendido. (A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos” = voz ativa
(C) fora entendida. (B) “o consumidor pode solicitar a devolução do dinheiro” =
(D) terá sido entendida. voz ativa
(E) tê-la-ia entendido. (C) “enviar o brinquedo por sedex” = voz ativa

Didatismo e Conhecimento 74
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de Defesa do Observação:
Consumidor” = voz passiva - No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada
(E) “A empresa fez campanha para recolher” = voz ativa a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente,
deverá permanecer no plural:
9-)Mais tarde vim a entender a tradução completa... Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na cam-
A tradução completa veio a ser entendida por mim. panha de doação de alimentos.
10-) ele empreende, de maneira quase clandestina, a série Mu- Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades
lheres. de formatura.
A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira quase
clandestina. 6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos que”,
o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi um dos que atua-
ram na Copa América.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
7) Em casos relativos à concordância com locuções pronomi-
nais, representadas por “algum de nós, qual de vós, quais de vós,
alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos atermos a duas
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos re- questões básicas:
ferindo à relação de dependência estabelecida entre um termo - No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o
e outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes verbo poderá com ele concordar, como poderá também concordar
principais desse processo são representados pelo sujeito, que no com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos. / Alguns de
caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha a nós o receberão.
função de subordinado. - Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no
Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-se singular, o verbo permanecerá, também, no singular: Algum de
pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número e nós o receberá.
pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno
chegou atrasado. Temos que o verbo apresenta-se na terceira pes- 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome
soa do singular, pois faz referência a um sujeito, assim também “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular ou
expresso (ele). Como poderíamos também dizer: os alunos chega- poderá concordar com o antecedente desse pronome: Fomos nós
ram atrasados. quem contou toda a verdade para ela. / Fomos nós quem contamos
toda a verdade para ela.
Casos referentes a sujeito simples
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo “que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa
em número e pessoa: O aluno chegou atrasado. palavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / Em
casa sou eu que decido tudo.
2) Nos casos referentes a sujeito representado por substantivo
coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do singular: A 10) No caso de o sujeito aparecer representado por expressões
multidão, apavorada, saiu aos gritos. que indicam porcentagens, o verbo concordará com o numeral ou
Observação: com o substantivo a que se refere essa porcentagem: 50% dos
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50% do eleitora-
no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o do apoiou a decisão.
plural:
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. Observações:
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. - Caso o verbo apareça anteposto à expressão de porcentagem,
esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram a decisão da
3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, diretoria 50% dos funcionários.
representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de, - Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular:
uma porção de” entre outras, o verbo tanto pode concordar com o 1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.
núcleo dessas expressões quanto com o substantivo que a segue: - Em casos em que o numeral estiver acompanhado de deter-
A maioria dos alunos resolveu ficar. A maioria dos alunos resol- minantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os 50% dos
veram ficar. funcionários apoiaram a decisão da diretoria.

4) No caso de o sujeito ser representado por expressões aproxi- 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por pro-
mativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo concorda nomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira
com o substantivo determinado por elas: Cerca de mil candidatos pessoa do singular ou do plural: Vossas Majestades gostaram das
se inscreveram no concurso. homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite.

5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão 12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo pró-
“mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de um candi- prio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos que os
dato se inscreveu no concurso de piadas. determinam:

Didatismo e Conhecimento 75
LÍNGUA PORTUGUESA
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, - Ela tem pai e mãe louros.
este permanece no singular, contanto que o predicativo também - Ela tem pai e mãe loura.
esteja no singular: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma cria- - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente
ção de Machado de Assis. para o plural.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também per- - O homem e o menino estavam perdidos.
manece no plural: Os Estados Unidos são uma potência mundial. - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem
aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos é uma b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
potência mundial. - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais pró-
ximo.
Casos referentes a sujeito composto Comi delicioso almoço e sobremesa.
Provei deliciosa fruta e suco.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas gramati-
cais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando relacionado - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda
a dois pressupostos básicos: com o mais próximo ou vai para o plural.
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as demais: Estavam feridos o pai e os filhos.
Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. Estava ferido o pai e os filhos.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª ou
na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são primos. c) Um substantivo e mais de um adjetivo
- antecede todos os adjetivos com um artigo.
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto ao Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois filhos compa-
receram ao evento. - coloca o substantivo no plural.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este
poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer no
d) Pronomes de tratamento
plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos. Compa-
- sempre concordam com a 3ª pessoa.
receu ao evento o pai e seus dois filhos.
Vossa Santidade esteve no Brasil.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: Meu esposo
- Concordam com o substantivo a que se referem.
e grande companheiro merece toda a felicidade do mundo.
As cartas estão anexas.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas ou A bebida está inclusa.
ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá permanecer Precisamos de nomes próprios.
no singular ou ir para o plural: Minha vitória, minha conquista, mi- Obrigado, disse o rapaz.
nha premiação são frutos de meu esforço. / Minha vitória, minha
conquista, minha premiação é fruto de meu esforço. f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
- Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular
e o adjetivo no plural.
Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos demais ter- Renato advogou um e outro caso fáceis.
mos da oração para que concordem em gênero e número com o Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
substantivo. Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o
numeral e o pronome. Além disso, temos também o verbo, que se g) É bom, é necessário, é proibido
flexionará à sua maneira. - Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome con- de artigo ou outro determinante.
cordam em gênero e número com o substantivo. Canja é bom. / A canja é boa.
- A pequena criança é uma gracinha. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é
proibida.
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra ge-
ral mostrada acima. h) Muito, pouco, caro
a) Um adjetivo após vários substantivos - Como adjetivos: seguem a regra geral.
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou Comi muitas frutas durante a viagem.
concorda com o substantivo mais próximo. Pouco arroz é suficiente para mim.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. Os sapatos estavam caros.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
- Como advérbios: são invariáveis.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculi- Comi muito durante a viagem.
no ou concorda com o substantivo mais próximo. Pouco lutei, por isso perdi a batalha.

Didatismo e Conhecimento 76
LÍNGUA PORTUGUESA
Comprei caro os sapatos. (D) As instituições fundamentais de um regime democrático
i) Mesmo, bastante não pode estar subordinado às ordens indiscriminadas de um único
- Como advérbios: invariáveis poder central.
Preciso mesmo da sua ajuda. (E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados para o
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. momento eleitoral, que expõem as diferentes opiniões existentes
na sociedade.
- Como pronomes: seguem a regra geral.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. 02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de concordân-
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. cia verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em:
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura,
j) Menos, alerta que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelec-
- Em todas as ocasiões são invariáveis. tual, estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras,
Preciso de menos comida para perder peso.
sua matéria-prima.
Estamos alerta para com suas chamadas.
B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre de-
lineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor ao ultra-
k) Tal Qual
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o passar os limites da época em que vivem seus autores, gênios no
consequente. domínio das palavras, sua matéria-prima.
As garotas são vaidosas tais qual a tia. C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhe per-
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. mitem criar todo um mundo de ficção, em que personagens se
transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa ver-
l) Possível dadeira interação com a realidade.
- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor so-
“pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. mente se realiza plenamente caso haja afinidade de ideias entre
A mais possível das alternativas é a que você expôs. ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. deste último e o prazer da leitura.
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que constitui
cidade. leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo que
ultrapassa os limites de tempo e de época.
m) Meio
- Como advérbio: invariável. 03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para res-
Estou meio (um pouco) insegura. ponder à questão.
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
- Como numeral: segue a regra geral. está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada
Comi meia (metade) laranja pela manhã. em melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbo-
no, a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade
n) Só que mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em si
- apenas, somente (advérbio): invariável. ___________diferença, as companhias não podem suportar ter de
Só consegui comprar uma passagem. pagar, de repente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono,
sem qualquer preparação. Portanto, elas começam a usar preços-
- sozinho (adjetivo): variável.
-sombra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira
Estiveram sós durante horas.
de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem eles a
maioria das políticas de crescimento verde sempre ___________
Fonte:
a segunda opção.
http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia-verbal.
htm (Carta Capital, 27.06.2012.
Adaptado)
Questões sobre Concordância Nominal e Verbal
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con- cunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente,
cordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: com:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores que (A) Restam… faça… será (B) Resta… faz… será
determinam as escolhas dos governantes, para conferir legitimida- (C) Restam… faz... serão (D) Restam… façam… serão
de a suas decisões. (E) Resta… fazem… será
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem ser
embasados na percepção dos valores e princípios que regem a prá- 04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alternativa
tica política. em que o trecho
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadeiro regi- – Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de
me democrático, em que se respeita tanto as liberdades individuais quantificar adequadamente os insumos básicos.– está corretamen-
quanto as coletivas. te reescrito, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

Didatismo e Conhecimento 77
LÍNGUA PORTUGUESA
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até 08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos. FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de concordância
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até verbal e nominal em:
agora uma maneira adequada de os insumos básicos ser quantifi- a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre os
cados. mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais hu-
(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até mildes, são cada vez mais comuns nos dias de hoje.
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony
quantificado. Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
seu tempo, não estão apenas nos livros que escreveram.
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos seja
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e
quantificado.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam
agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos bá- próximos de serem resolvidos ou pelo menos de terem alguma tré-
sicos. gua.
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade,
05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATI- ainda que conscientes de que esta é até certo ponto relativa, costu-
VO - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto: mam encontrar muito mais detratores que admiradores.
I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota negativa... e) No final do século XX já não se via muitos intelectuais e
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classifica- escritores como Edward Said, que não apenas era notícia pelos
ção do continente americano (2,0)... livros que publicavam como pelas posições que corajosamente as-
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e II, a sumiam.
concordância segue as mesmas regras, na ordem dos exemplos,
em: 09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o próximo O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propostas para o
ano. Será que alguém tem opinião diferente da maioria? segmento grifado, deverá ser colocado no plural, está em:
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. Vêm (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
pessoas de muito longe para brincar de quadrilha. (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do planeta)
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase todos
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O consumo
quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
mundial de barris de petróleo)
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas também
existem umas que não merecem nossa atenção. (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. da matéria-prima... (Constantes aumentos)
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços
06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas)
Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de pe-
regrinação. 10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plural caso nale a alternativa em que a concordância das formas verbais desta-
o segmento grifado seja substituído por: cadas está de acordo com a norma-padrão da língua.
(A) Há folheteiros que (A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higienização
(B) A maior parte dos folheteiros subterrânea.
(C) O folheteiro e sua família (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os trabalha-
(D) O grosso dos folheteiros dores da área de limpeza.
(E) Cada um dos folheteiros (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos de
se contrair alguma doença.
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas em: manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel sem pre-
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, começou
conceitos, as pessoas não serão capazes de fruir dessas criações
a adotar medidas mais rigorosas para a proteção de seus funcio-
poéticas tão originais.
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atribuído à nários.
arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas melhores uni-
versidades do país. GABARITO
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a situa- 01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
ção dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos requi- 06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C
zessem o respeito que faziam por merecer.
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e a pouca RESOLUÇÃO
visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser resultado do
puro e simples desconhecimento. 1-) Fiz os acertos entre parênteses:
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os problemas dos (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores que
cordelistas estavam diretamente ligados à falta de representativi- determinam as escolhas dos governantes, para conferir legitimida-
dade. de a suas decisões.

Didatismo e Conhecimento 78
LÍNGUA PORTUGUESA
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem (deve) (A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém tem (sin-
ser embasados (embasada) na percepção dos valores e princípios gular)
que regem a prática política. (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um verdadeiro (C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quiseram (plu-
regime democrático, em que se respeita (respeitam) tanto as liber- ral)
dades individuais quanto as coletivas. (D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem umas
(D) As instituições fundamentais de um regime democrático (plural)
não pode (podem) estar subordinado (subordinadas) às ordens in- (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas as for-
discriminadas de um único poder central. mas estão no plural)
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) voltados (vol-
tado) para o momento eleitoral, que expõem (expõe) as diferentes 6-)
opiniões existentes na sociedade. A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto “folhe-
2-) terios”)
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura,
B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelec-
C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto)
tual, estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras,
D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional)
sua matéria-prima. = correta
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sempre de- E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular
lineiam novos caminhos, pois são capazes de encantar o leitor ao 7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
ultrapassarem os limites da época em que vivem seus autores, gê- (A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a considerar o
nios no domínio das palavras, sua matéria-prima. cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhes per- dessas criações poéticas tão originais.
mite criar todo um mundo de ficção, em que personagens se trans- (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atribuído à
formam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa verdadeira arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas melhores uni-
interação com a realidade. versidades do país.
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor so- (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a situa-
mente se realizam plenamente caso haja afinidade de ideias entre ção dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos requi-
ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual zessem (requeressem) o respeito que faziam por merecer.
deste último e o prazer da leitura. (D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desvaloriza-
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que consti- ção e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode (po-
tuem leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo dem) ser resultado do puro e simples desconhecimento.
que ultrapassa os limites de tempo e de época. (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que os
problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
3-) _Restam___dúvidas representatividade.
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em si
__faça __diferença 8-) Fiz as correções entre parênteses:
a maioria das políticas de crescimento verde sempre ____ a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre os
será_____ a segunda opção. mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais hu-
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tanto no mildes, são (é) cada vez mais comuns (comum) nos dias de hoje.
plural quanto no singular. Nas alternativas não há “restam/faça/ b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony
serão”, portanto a A é que apresenta as opções adequadas. Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de
seu tempo, não estão (está) apenas nos livros que escreveram.
4-)
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam
agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos.
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até (esteja) próximos (próximo) de serem (ser) resolvidos (resolvido)
agora uma maneira adequada de os insumos básicos serem quan- ou pelo menos de terem (ter) alguma trégua.
tificados. d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade,
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até ainda que conscientes de que esta é até certo ponto relativa, costu-
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam mam encontrar muito mais detratores que admiradores.
quantificados. e) No final do século XX já não se via (viam) muitos intelec-
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era (eram)
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam notícia pelos livros que publicavam como pelas posições que co-
quantificados. rajosamente assumiam.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos bá- 9-)
sicos. = correta (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = “há”
permaneceria no singular
5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos aos (B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do planeta) =
itens: “sabe” permaneceria no singular

Didatismo e Conhecimento 79
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O consumo Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acor-
mundial de barris de petróleo) = “dá” permaneceria no singular do com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um fato
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em
da matéria-prima... Constantes aumentos) = “reflete” passaria para frases distintas.
“refletem-se”
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços Verbos Intransitivos
mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas) =
“pressiona” permaneceria no singular Os verbos intransitivos não possuem complemento. É impor-
tante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos
10-) Fiz as correções: adverbiais que costumam acompanhá-los.
(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular) - Chegar, Ir
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da ou direção são: a, para.
manhã = eram Fui ao teatro.
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, começou Adjunto Adverbial de Lugar
= começaram
Ricardo foi para a Espanha.
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL. Adjunto Adverbial de Lugar

- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocor-
jogo.
re entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se
em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não am-
Verbos Transitivos Diretos
bíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam
corretas e claras.
Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos
diretos. Isso significa que não exigem preposição para o estabele-
Regência Verbal
cimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, deve-
Termo Regente: VERBO mos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como
objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los,
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na,
verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e obje- nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquan-
tos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). to lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capa- São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar, aben-
cidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as çoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar,
diversas significações que um verbo pode assumir com a simples alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar,
mudança ou retirada de uma preposição. Observe: conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar, humilhar,
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar. namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, su-
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou portar, ver, visitar.
prazer”, satisfazer. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar verbo amar:
a alguém”. Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a.
Saiba que: Amam aquele rapaz. / Amam-no.
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também
nominal). As preposições são capazes de modificar completamente Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para
o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos: indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Cheguei ao metrô. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
Cheguei no metrô. Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)

No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo Verbos Transitivos Indiretos
caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei
no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se Os verbos transitivos indiretos são complementados por obje-
vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é tos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposi-
muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, ção para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes
cotidiana de alguns verbos, e a regência culta. pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como

Didatismo e Conhecimento 80
LÍNGUA PORTUGUESA
objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos pre-
se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos ços)
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não represen-
tam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pes- - Na utilização de pronomes como complementos, veja as
soa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. construções:
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
- Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre
“em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para eles)
todos.
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos in- seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
troduzidos pela preposição “a”: Comparar
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
ções “a” ou “com” para introduzir o complemento indireto.
- Responder - Tem complemento introduzido pela preposição
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.
“a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao
Pedir
que” se responde.
Respondi ao meu patrão. Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de
Respondemos às perguntas. oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
Respondeu-lhe à altura. Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando
exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Veja: Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
O questionário foi respondido corretamente. Objetiva Direta
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
Saiba que:
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos intro- - A construção “pedir para”, muito comum na linguagem co-
duzidos pela preposição “com”. tidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No en-
Antipatizo com aquela apresentadora. tanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver su-
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam bentendida.
para uma minoria privilegiada. Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir
entregar-lhe os catálogos em casa).
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de
um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo: - A construção “dizer para”, também muito usada popularmen-
Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos que apresentam objeto te, é igualmente considerada incorreta.
direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas.
Veja os exemplos: Preferir
Agradeço aos ouvintes a audiência. Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto in-
Objeto Indireto Objeto Direto
troduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Paguei o débito ao cobrador.
Prefiro trem a ônibus.
Objeto Direto Objeto Indireto

- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com par- Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
ticular cuidado. Observe: termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um mi-
Agradeci o presente. / Agradeci-o. lhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. próprio verbo (pre).
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Mudança de Transitividade X Mudança de Significado
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferen-
Informar tes regências desses verbos é um recurso linguístico muito impor-
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto tante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens
ao se referir a pessoas, ou vice-versa. escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escre-
Informe os novos preços aos clientes. ve. Dentre os principais, estão:

Didatismo e Conhecimento 81
LÍNGUA PORTUGUESA
AGRADAR - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, aca- transitivo indireto.
riciar.
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quan- Muito custa viver tão longe da família.
do o revê. Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia Intransitivo Reduzida de Infinitivo
não perde oportunidade de agradá-lo.
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela ati-
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, tude.
satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
preposição “a”. Indireto Reduzida de Infinitivo
O cantor não agradou aos presentes.
O cantor não lhes agradou. Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa.
ASPIRAR Observe:
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), Custei para entender o problema.
inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Forma correta: Custou-me entender o problema.
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como IMPLICAR
ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspiráva- - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
mos a elas) a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes impli-
cavam um firme propósito.
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarre-
mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe” e tar, provocar: Liberdade de escolha implica amadurecimento po-
“lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o exem- lítico de um povo.
plo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
- Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, en-
ASSISTIR
volver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assis-
tência a, auxiliar. Por exemplo:
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem não
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
trabalhasse arduamente.
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, es-
tar presente, caber, pertencer. Exemplos: PROCEDER
Assistimos ao documentário. - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabi-
Não assisti às últimas sessões. mento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. Nessa se-
Essa lei assiste ao inquilino. gunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial
de modo.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intran- As afirmações da testemunha procediam, não havia como re-
sitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introdu- futá-las.
zido pela preposição “em”: Assistimos numa conturbada cidade. Você procede muito mal.

CHAMAR - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição”


- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela prepo-
atenção ou a presença de. sição “a”) é transitivo indireto.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. O avião procede de Maceió.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar
objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicio- QUERER
nado ou não. - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade
A torcida chamou o jogador mercenário. de, cobiçar.
A torcida chamou ao jogador mercenário. Querem melhor atendimento.
A torcida chamou o jogador de mercenário. Queremos um país melhor.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar,
CUSTAR amar.
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou Quero muito aos meus amigos.
preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas e verdu- Ele quer bem à linda menina.
ras não deveriam custar muito. Despede-se o filho que muito lhe quer.

Didatismo e Conhecimento 82
LÍNGUA PORTUGUESA
VISAR Regência Nominal
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer
pontaria e de pôr visto, rubricar. É o nome da relação existente entre um nome (substantivo,
O homem visou o alvo. adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa re-
O gerente não quis visar o cheque. lação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da
regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apre-
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, sentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam.
é transitivo indireto e rege a preposição “a”. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o
O ensino deve sempre visar ao progresso social. regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar públi- e os nomes correspondentes: todos regem complementos introdu-
co. zidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
ESQUECER – LEMBRAR Obediente a algo/ a alguém.
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal) Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da pre-
posição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a
complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro. algum verbo cuja regência você conhece.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem Substantivos
complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos
indiretos: Admiração a, por Devoção a, para, com, por
- Ele se esqueceu do caderno. Medo a, de
- Eu me esqueci da chave. Aversão a, para, por Doutor em
- Eles se esqueceram da prova. Obediência a
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu. Atentado a, contra Dúvida acerca de, em,
sobre Ojeriza a, por
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada Bacharel em Horror a
passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de Proeminência sobre
sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, Capacidade de, para Impaciência com
porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros Respeito a, com, para com, por
como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa
construção várias vezes. Adjetivos
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento) Acessível a Diferente de
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança) Necessário a
Acostumado a, com Entendido em
O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto Nocivo a
(lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa). Afável com, para com Equivalente a
Paralelo a
SIMPATIZAR Agradável a Escasso de
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei Parco em, de
com os jurados. Alheio a, de Essencial a, para
Passível de
NAMORAR Análogo a Fácil de
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria na- Preferível a
mora João. Ansioso de, para, por Fanático por
Prejudicial a
Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”. Apto a, para Favorável a
Prestes a
OBEDECER Ávido de Generoso com
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a prepo- Propício a
sição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais. Benéfico a Grato a, por
Próximo a
Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado Capaz de, para Hábil em
na voz passiva: A fila não foi obedecida. Relacionado com
Compatível com Habituado a
VER Relativo a
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o Contemporâneo a, de Idêntico a
filme. Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para

Didatismo e Conhecimento 83
LÍNGUA PORTUGUESA
Semelhante a 04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.).
Contrário a Indeciso em ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
Sensível a O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da
Curioso de, por Insensível a frase acima se encontra em:
Sito em A) A palavra direito, em português, vem de directum, do verbo
Descontente com Liberal com latino dirigere...
Suspeito de B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das socie-
Desejoso de Natural de dades...
Vazio de C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela
justiça.
Advérbios D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da
Longe de Perto de justiça...
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento
de justiça.
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o re-
gime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alternativa
a; relativa a; relativamente a.
em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho
de 2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php (A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, seu
espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais notável
Questões sobre Regência Nominal e Verbal em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente
01. (Administrador – FCC – 2013-adap.). seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais no-
... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências tável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em outros.
... (C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifa- seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais no-
do acima está empregado em: tável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em outros.
A) ...astros que ficam tão distantes ... (D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamen-
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... te seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
C) ...que nos proporcionou um espírito ... notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em
D) ...cuja importância ninguém ignora ... outros.
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ... (E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu
espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável
02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.). em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros.
... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos
do sueco. 06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a al-
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complemen- ternativa correta quanto à regência dos termos em destaque.
tos que o grifado acima está empregado em: (A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a responsa-
A) ...que existe uma coisa chamada exército... bilidade pelo problema.
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? (B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se per-
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia... dido.
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de um
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
índio na porta do prédio.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se perdido
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).
de sua família.
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à ga-
desiguais... rotinha.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifa-
do acima está empregado em: 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale a al-
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a extre- ternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do
mos de sutileza. texto, de acordo com as regras de regência.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já assi-
troncos mais robustos. nalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e a
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, exposição a imagens idealizadas pela mídia.
não raro, quem... A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a mí-
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra dia pode exercer sobre os jovens.
de Tunuí... A) dos … na B) nos … entre a
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, C) aos … para a D) sobre os … pela
mestre e colaborador... E) pelos … sob a

Didatismo e Conhecimento 84
LÍNGUA PORTUGUESA
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públi- D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra
cas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão da língua, de Tunuí... = transitivo direto
assinale a alternativa em que os trechos destacados estão corretos E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio,
quanto à regência, verbal ou nominal. mestre e colaborador...=transitivo direto
A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de dez
mil tomadas.
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver um
homem que estaria ouvindo as notas de um oboé. Lidar = transitivo indireto
C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar logo- B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das socie-
tipos e negociar. dades... =transitivo direto
D) O taxista levou o autor a indagar no número de tomadas C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela
do edifício. justiça. =ligação
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse a D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da
um prédio na marginal. justiça... =transitivo direto e indireto
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento
de justiça. =transitivo direto
09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). Assinale
a alternativa que substitui a expressão destacada na frase, confor- 5-) A correção do item deve respeitar as regras de pontuação
me as regras de regência da norma-padrão da língua e sem altera- também. Assinalei apenas os desvios quanto à regência (pontua-
ção de sentido. ção encontra-se em tópico específico)
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de direitos (A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam,
dos trabalhadores domésticos. (B) Não há dúvida de que (erros quanto à pontuação)
A) da B) na C) pela (C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto à
D) sob a E) sobre a pontuação)
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente,
GABARITO
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais no-
01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
06. A 07. C 08. A 09. C tável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros.

RESOLUÇÃO 6-)
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter se
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciên- perdido.
cias ... (C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de um índio
Facilitar – verbo transitivo direto na porta do prédio.
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de ligação
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdido de
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo de liga-
sua família.
ção
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo transitivo (E) A família toda se organizou para realizar a procura pela
direto e indireto garotinha.
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = verbo
transitivo indireto 7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou já
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
do sueco. A pesquisa faz um alerta para a influência negativa que a
Pedir = verbo transitivo direto e indireto
mídia pode exercer sobre os jovens.
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = transitivo
direto
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de ligação 8-)
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia... B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de haver um
=verbo intransitivo homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento. C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em criar lo-
=transitivo direto gotipos e negociar.
D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de toma-
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada em par- das do edifício.
tes desiguais... E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse
Constar = verbo intransitivo
em um prédio na marginal.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos
troncos mais robustos. =ligação
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de direitos
não raro, quem... =transitivo direto dos trabalhadores domésticos.

Didatismo e Conhecimento 85
LÍNGUA PORTUGUESA
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes po-
OCORRÊNCIA DE CRASE. dem ser identificados pelo método: troque a palavra feminina por
uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocor-
rerá crase. Por exemplo:
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”, “mistu- Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao se-
ra”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à “junção” de duas nhor.)
vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio
“a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos pronomes Cláudio para sair mais cedo.)
aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo a qual (as
quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a - diante de numerais cardinais:
crase. O uso apropriado do acento grave depende da compreensão Chegou a duzentos o número de feridos.
da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendi- Daqui a uma semana começa o campeonato.
mento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exi-
gem a preposição “a”. Aprender a usar a crase, portanto, consiste Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição
e um artigo ou pronome. Observe: - diante de palavras femininas:
Vou a + a igreja. Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Vou à igreja. Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição “a”, Sou grata à população.
exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo Fumar é prejudicial à saúde.
“a” que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas
é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos: - diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de”
Conheço a aluna. (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
Refiro-me à aluna. O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-
-se a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”. Portanto, a crase - na indicação de horas:
é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o Acordei às sete horas da manhã.
artigo feminino “a” ou um dos pronomes já especificados. Elas chegaram às dez horas.
Casos em que a crase NÃO ocorre: Foram dormir à meia-noite.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que
- diante de substantivos masculinos: participam palavras femininas. Por exemplo:
Andamos a cavalo. à tarde às ocultas às pressas à medida
Fomos a pé. que
Passou a camisa a ferro. à noite às claras às escondidas à força
Fazer o exercício a lápis. à vontade à beça à larga à escuta
Compramos os móveis a prazo. às avessas à revelia à exceção de à imitação de
à esquerda às turras às vezes à chave
- diante de verbos no infinitivo: à direita à procura à deriva à toa
A criança começou a falar. à luz à sombra de à frente de à proporção que
Ela não tem nada a dizer. à semelhança de às ordens à beira
de
Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos exemplos Crase diante de Nomes de Lugar
acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo
- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tra- “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante de-
tamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona: les haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição “a”.
Diga a ela que não estarei em casa amanhã. Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do
Entreguei a todos os documentos necessários. artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por um ver-
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem. bo que peça a preposição “de” ou “em”. A ocorrência da contração
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos. “da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por
isso, haverá crase. Por exemplo:

Didatismo e Conhecimento 86
LÍNGUA PORTUGUESA
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] Fran- Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
ça.) Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam respon-
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) der nenhuma das questões.
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) A sessão à qual assisti estava vazia.
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Ale-
gre.) Crase com o Pronome Demonstrativo “a”

*- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo “a” tam-
A volto DE, crase PRA QUÊ?” bém pode ser detectada através da substituição do termo regente
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas. feminino por um termo regido masculino. Veja:
Vou à praia. = Volto da praia. Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país.
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, As orações são semelhantes às de antes.
ocorrerá crase. Veja: Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela Suas perguntas são superiores às dele.
regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Seus argumentos são superiores aos dele.
Irei à Salvador de Jorge Amado. Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s),
Aquela (s), Aquilo A Palavra Distância

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo re- Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a cra-
gente exigir a preposição “a”. Por exemplo: se deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância de 100km
daqui. (A palavra está determinada)
Refiro-me a + aquele atentado. Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A pala-
Preposição Pronome vra está especificada.)
Refiro-me àquele atentado.
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não
O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indire- pode ocorrer. Por exemplo:
to referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portan- Os militares ficaram a distância.
to, ocorre a crase. Observe este outro exemplo: Gostava de fotografar a distância.
Aluguei aquela casa. Ensinou a distância.
Dizem que aquele médico cura a distância.
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exi- Reconheci o menino a distância.
ge preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja outros
exemplos: Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade,
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. pode-se usar a crase. Veja:
Quero agradecer àqueles que me socorreram. Gostava de fotografar à distância.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai. Ensinou à distância.
Não obedecerei àquele sujeito. Dizem que aquele médico cura à distância.
Assisti àquele filme três vezes. Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
Espero aquele rapaz. - diante de nomes próprios femininos:
Fiz aquilo que você disse. Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes pró-
Comprei aquela caneta. prios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.

A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo femini-
quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exi- no diante de nomes próprios femininos, então podemos escrever as
gir a preposição “a”, haverá crase. É possível detectar a ocorrência frases abaixo das seguintes formas:
da crase nesses casos utilizando a substituição do termo regido Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto.
feminino por um termo regido masculino. Por exemplo: Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto.

A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. - diante de pronome possessivo feminino:
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade. Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes
possessivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. Ob-
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase. serve:
Veja outros exemplos: Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por
São normas às quais todos os alunos devem obedecer. você.

Didatismo e Conhecimento 87
LÍNGUA PORTUGUESA
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando 04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não me
por você. estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e efervescente.
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase se o
possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo segmento grifado for substituído por:
das seguintes formas: A) leitura apressada e sem profundidade.
Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô. B) cada um de nós neste formigueiro.
Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô. C) exemplo de obras publicadas recentemente.
D) uma comunicação festiva e virtual.
- depois da preposição até: E) respeito de autores reconhecidos pelo público.
Fui até a praia. ou Fui até à praia.
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta. 05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai – 2013).
até às cinco horas da tarde. O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP) tam-
bém desenvolve atividades lúdicas de apoio______ ressociali-
Questões sobre Crase zação do indivíduo preso, com o objetivo de prepará--lo para o
retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em liberdade, ele
01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as discussões estará capacitado______ ter uma profissão e uma vida digna.
sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos jurídicos ou po- (Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/qual_e_a_
liciais. É como se suas únicas consequências estivessem em lega- importancia_da_ressocializacao_de_presos. Acesso em:
lismos, tecnicalidades e estatísticas criminais. Raro ler ____res- 18.08.2012. Adaptado)
peito envolvendo questões de saúde pública como programas de
esclarecimento e prevenção, de tratamento para dependentes e de Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
reintegração desses____ vida. Quantos de nós sabemos o nome de te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão da língua
um médico ou clínica ____quem tentar encaminhar um drogado portuguesa.
da nossa própria família? A) à … à … à B) a … a … à C) a … à … à
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo, D) à … à ... a E) a … à … a
17.09.2012. Adaptado)
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respec- 06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
tivamente, com: LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
(A) aos … à … a … a (B) aos … a … à … a Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho a seguir,
(C) a … a … à … à (D) à … à … à … à empregando o sinal indicativo de crase de acordo com a norma
(E) a … a … a … a -padrão.
Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cederemos es-
02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia o paço ____ nenhuma ação que se proponha ____ prejudicar nossas
texto a seguir. instituições.
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu (A) à … à … à
______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do (B) a … à … à
procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu- (C) à … a … a
-lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o (D) à … à … a
que fez. (E) a … a … à
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de
Janeiro: Globo, 1997, p. 6) 07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem – 2013-adap) O acento indicativo de crase está corretamente em-
dada: pregado em:
A) à – a – a B) a – a – à A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as
C) à – a – à D) à – à – a dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos.
E) a – à – à B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos me-
03 (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL - VU- canismos biológicos de controle emocional.
NESP/2013) De acordo com a norma-padrão da língua portugue- C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
sa, o acento indicativo de crase está corretamente empregado em: D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade ali-
(A) A população, de um modo geral, está à espera de que, com mentam a violência crescente nas cidades.
o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes. E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade
(B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem atinge os mais vulneráveis.
a sua postura.
(C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições 08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). O
muito mais severas. sinal indicativo de crase está correto em:
(D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida dos A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área de
demais motoristas e de pedestres. biotecnologia.
(E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da nova B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à edu-
lei para que ela possa funcionar. cação dos filhos.

Didatismo e Conhecimento 88
LÍNGUA PORTUGUESA
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as insta- 4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressada e sem
lações do prédio. profundidade.
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe a cada um de nós neste formigueiro. (antes de pronome inde-
que envolva a segurança das pessoas. finido)
E) É função da política é dedicar-se à todo problema que com- a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra mascu-
prometa o bem-estar do cidadão. lina)
a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefinido)
09. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) a respeito de autores reconhecidos pelo público. (palavra
O detetive Gervase Fen, que apareceu em 1944, é um homem de masculina)
face corada, muito afeito ...... frases inteligentes e citações dos
clássicos; sua esposa, Dolly, uma dama meiga e sossegada, fica 5-) O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP)
sentada tricotando tranquilamente, impassível ...... propensão de também desenvolve atividades lúdicas de apoio___à__ ressocia-
seu marido ...... investigar assassinatos. lização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará--lo para
(Adaptado de P.D.James, op.cit.) o retorno___à__ sociedade. Dessa forma, quando em liberdade,
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem ele estará capacitado__a___ ter uma profissão e uma vida digna.
dada: - Apoio a ? Regência nominal pede preposição;
(A) à - à - a - retorno a? regência nominal pede preposição;
(B) a - à - a - antes de verbo no infinitivo não há crase.
(C) à - a - à
(D) a - à - à 6-) Vamos por partes!
(E) à - a – a - Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, portanto:
pede preposição;
10. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO - quem cede, cede algo A alguém, então teremos objeto direto
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Em qual das op- e indireto;
ções abaixo o acento indicativo de crase foi corretamente indica- - quem se propõe, propõe-se A alguma coisa.
do? Vejamos:
A) O dia fora quente, mas à noite estava fria e escura. Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cederemos espaço
B) Ninguém se referira à essa ideia antes. A nenhuma ação que se proponha A prejudicar nossas instituições.
C) Esta era à medida certa do quarto. * Sujeitar A + A corrupção;
D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. * ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto indire-
E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. to. Não há acento indicativo de crase, pois “nenhuma” é pronome
indefinido);
GABARITO * que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no caso, ora-
01. B 02. A 03. A 04. A 05. D ção subordinada com função de objeto indireto. Não há acento
06.C 07. E 08. B 09.B 10. D indicativo de crase porque temos um verbo no infinitivo – “pre-
judicar”).
RESOLUÇÃO
7-)
1-) limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais. A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as
Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina não dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos. (antes
há crase) de verbo no infinitivo não há crase)
de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a vida = à) B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos me-
o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar encaminhar canismos biológicos de controle emocional. (se o “a” está no
um drogado da nossa própria família? (antes de pronome indefini- singular e antecede palavra no plural, não há crase)
do/relativo) C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade. (arti-
go indefinido)
2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la sobre a D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade ali-
verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que _a__car- mentam a violência crescente nas cidades. (palavra masculina)
tomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ confiança (objeto di- E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade
reto), e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez. atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nominal: desfa-
3-) vorável a?)
(A) A população, de um modo geral, está à espera (dá para
substituir por “esperando”) de que 8-)
(B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área de
(antes de verbo) biotecnologia. (artigo indefinido)
(C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à educa-
(generalizando, palavra no plural) ção dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar a )
(D) À ninguém (pronome indefinido) C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as insta-
(E) Cabe à todos (pronome indefinido) lações do prédio. (verbo no infinitivo)

Didatismo e Conhecimento 89
LÍNGUA PORTUGUESA
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe *quando o prefixo termina com vogal que se junta com a pala-
que envolva a segurança das pessoas. (pronome indefinido) vra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re +
E) É função da política é dedicar-se à todo problema que com- surgir - ressurgir
prometa o bem-estar do cidadão. (pronome indefinido) *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos: fi-
casse, falasse
9-) Afeito a frases (generalizando, já que o “a” está no sin-
gular e “frases”, no plural) Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos de
Impassível à propensão (regência nominal: pede preposição) origem árabe: cetim, açucena, açúcar
A investigar (antes de verbo no infinitivo não há acento in- *os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Juça-
dicativo de crase) ra, caçula, cachaça, cacique
Sequência: a / à / a. *os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço:
barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança,
10-) carapuça, dentuço
A) O dia fora quente, mas à noite = mas a noite (artigo e subs- *nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - de-
tantivo. Diferente de: Estudo à noite = período do dia) tenção / ater - atenção / reter - retenção
B) Ninguém se referira à essa ideia antes.= a essa (antes de *após ditongos: foice, coice, traição
pronome demonstrativo) *palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): marte -
C) Esta era à medida certa do quarto. = a medida (artigo e subs- marciano / infrator - infração / absorto - absorção
tantivo, no caso. Diferente da conjunção proporcional: À medida
que lia, mais aprendia) O fonema z:
D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. = correta (advérbio de
modo = apressadamente) Escreve-se com S e não com Z:
E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. = palavra *os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo,
masculina ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, freguesa, fregue-
sia, poetisa, baronesa, princesa, etc.
*os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamorfose.
ORTOGRAFIA OFICIAL. *as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
seste.
*nomes derivados de verbos com radicais terminados em “d”:
aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difun-
dir - difusão
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta
*os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Luisi-
das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua. nho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no *após ditongos: coisa, pausa, pouso
que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados *em verbos derivados de nomes cujo radical termina com “s”:
diferentes. Essas palavras são chamadas de homônimas (canto, do anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal).
As palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando têm Escreve-se com Z e não com S:
a mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular *os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo:
do verbo gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, macio - maciez / rico - riqueza
palácio ou passo, movimento durante o andar). *os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se obser- não termine com s): final - finalizar / concreto - concretizar
var as seguintes regras: *como consoante de ligação se o radical não terminar com s:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho
O fonema s:
O fonema j:
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substantivadas
derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: Escreve-se com G e não com J:
pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso.
/ inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão / *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas ex-
repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir ceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
- sensível / consentir - consensual
Observação: Exceção: pajem
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes derivados dos *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, litígio,
verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos relógio, refúgio.
terminados por tir ou meter: agredir - agressivo / imprimir - im- *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
pressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir.
/ percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / *depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado com
comprometer - compromisso / submeter - submissão j: ágil, agente.

Didatismo e Conhecimento 90
LÍNGUA PORTUGUESA
Escreve-se com J e não com G: 03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
*as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar os
*as palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, man- usuários sobre o festival Sounderground.
jerona. Prezado Usuário
*as palavras terminada com aje: aje, ultraje. ________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do me-
trô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30,
O fonema ch: começa o Sounderground, festival internacional que prestigia os
músicos que tocam em estações do metrô.
Escreve-se com X e não com CH: Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e
*as palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, mu- divirta-se!
xoxo, xucro. Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preencher
*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): xampu, as lacunas, correta e respectivamente, com as expressões
A) A fim ...a partir ... as B) A fim ...à partir ... às
lagartixa.
C) A fim ...a partir ... às D) Afim ...a partir ... às
*depois de ditongo: frouxo, feixe.
E) Afim ...à partir ... as
*depois de “en”: enxurrada, enxoval.
04. (TRF - 1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
Observação: Exceção: quando a palavra de origem não derive FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na seguinte
de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) frase:
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a
Escreve-se com CH e não com X: ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aero-
*as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi, portos.
mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha. (B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade,
mas nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa cortês.
As letras e e i: (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de des-
*os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com “i”, cançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio.
só o ditongo interno cãibra. (D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa pode
*os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua crise.
com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com (E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia,
infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui. mas não quiz ser taxado de conivente na concessão de privilégios
- atenção para as palavras que mudam de sentido quando subs- ilegítimos.
tituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (me-
lodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à 05.Em qual das alternativas a frase está corretamente escrita?
tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa.
pião (brinquedo). B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança.
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa.
Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/orto- D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
grafia
06.(IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – VU-
Questões sobre Ortografia NESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho – Mas ela
cresceu ... – está corretamente reescrito no plural, com o verbo no
tempo futuro.
01. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre as
(A) Mas elas cresceram...
frases que seguem, a única correta é:
(B) Mas elas cresciam...
a) Ele se esqueceu de que?
(C) Mas elas cresçam...
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo (D) Mas elas crescem...
entre os presentes. (E) Mas elas crescerão...
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas.
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos fun- 07. (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM – CCI] – VU-
cionários. NESP/2011 - ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o trecho
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração. – O teste decisivo e derradeiro para ele, cidadão ansioso e sofre-
dor...– está escrito corretamente no plural.
02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alternativa (A) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadãos ansioso
cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma- e sofredores...
-padrão. (B) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadães ansio-
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. so e sofredores...
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. (C) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos ansio-
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. sos e sofredores...
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. (D) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadões ansioso
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! e sofredores...

Didatismo e Conhecimento 91
LÍNGUA PORTUGUESA
(E) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadães ansio- 4-) Fiz a correção entre parênteses:
sos e sofredores... (A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a
08. (MPE/RJ – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FUJB/2011) ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aero-
Assinale a alternativa em que a frase NÃO contraria a norma culta: portos.
A) Entre eu e a vida sempre houve muitos infortúnios, por isso (B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua esponta-
posso me queixar com razão. neidade, mas nada que ponha em cheque (xeque) sua reputação de
B) Sempre houveram várias formas eficazes para ultrapas- pessoa cortês.
sarmos os infortúnios da vida. (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que ver- descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza (frondosa)
mos a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida. árvore do pátio.
D) É difícil entender o por quê de tanto sofrimento, principal- (D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência dessa má-
mente daqueles que procuram viver com dignidade e simplicidade. goa pode estar sendo o grande impecilho (empecilho) na superação
E) As dificuldades por que passamos certamente nos fazem dessa sua crise.
mais fortes e preparados para os infortúnios da vida. (E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção dessa alta
quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de conivente na concessão
09.Assinale a alternativa cuja frase esteja incorreta: de privilégios ilegítimos.
A) Porque essa cara? B) Não vou porque não quero.
C) Mas por quê? D) Você saiu por quê? 5-)
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa. =
10-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO mendigo/caderneta/poupança
FORENSE - CESPE/2013 - adaptada) Uma variante igualmente C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. =
correta do termo “autópsia” é autopsia. mendigo/caderneta/poupança
( ) Certo D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
( ) Errado =mendigo/depositou/caderneta/poupança

6-) Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas elas


GABARITO
crescerão...
01.E 02. D 03. C 04. A 05. B
06. E 07. C 08. E 09. A 10. C
7-) Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternativa cor-
reta já indica onde estão as inadequações nos demais itens.
RESOLUÇÃO
8-) Fiz as correções entre parênteses:
1-)
A) Entre eu (mim) e a vida sempre houve muitos infortúnios,
(A) Ele se esqueceu de que? = quê? por isso posso me queixar com razão.
(B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para distribui B) Sempre houveram (houve) várias formas eficazes para ul-
-lo (distribuí-lo) entre os presentes. trapassarmos os infortúnios da vida.
(C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos excessivos C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que ver-
nas críticas. mos (virmos) a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida.
(D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindicações D) É difícil entender o por quê (o porquê) de tanto sofrimen-
dos funcionários. to, principalmente daqueles que procuram viver com dignidade e
(E) Não sei por que ele mereceria minha consideração. simplicidade.
E) As dificuldades por que (= pelas quais; correto) passamos
2-) certamente nos fazem mais fortes e preparados para os infortúnios
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães da vida.
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. = ci-
dadãos 9-) Por que essa cara? = é uma pergunta e o pronome está
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. = longe do ponto de interrogação.
certidões
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = degraus 10-) autopsia s.f., autópsia s.f.; cf. autopsia
(fonte: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/
3-) Prezado Usuário start.htm?sid=23)
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, a RESPOSTA: “CERTO”.
partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa o Sounder-
ground, festival internacional que prestigia os músicos que tocam
em estações do metrô.
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão
e divirta-se!
A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; antes de
horas: há crase

Didatismo e Conhecimento 92
LÍNGUA PORTUGUESA
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos
ACENTUAÇÃO GRÁFICA. e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abo-
lido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras deri-
vadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de Müller)
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras esta-
belecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de algumas til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais na-
particularidades, às quais devemos estar atentos, procurando esta- sais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
belecer uma relação de familiaridade e, consequentemente, colo-
cando-as em prática na linguagem escrita. Regras fundamentais:
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de
redigir, automaticamente aprimoramos essas competências, e logo
Palavras oxítonas:
nos adequamos à forma padrão.
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”,
“em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – ar-
Regras básicas – Acentuação tônica
mazém(s)
A acentuação tônica implica na intensidade com que são pro- Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
nunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos
acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas
de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
como: Paroxítonas:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última - i, is : táxi – lápis – júri
sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel - us, um, uns : vírus – álbuns – fórum
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na pe- - l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
núltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível - ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos
-- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê?
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica está na Repare que essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas
antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médi- que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã,
co – ônibus ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!

Como podemos observar, os vocábulos possuem mais de uma -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”:
sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba so- água – pônei – mágoa – jóquei
mente: são os chamados monossílabos que, quando pronunciados,
apresentam certa diferenciação quanto à intensidade. Regras especiais:
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em
uma dada sequência de palavras. Assim como podemos observar Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos),
no exemplo a seguir:
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a
nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas.
“Sei que não vai dar em nada,
Seus segredos sei de cor”.
* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra
Os monossílabos classificam-se como tônicos; os demais, oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados. Ex.:
como átonos (que, em, de). herói, céu, dói, escarcéu.

Os acentos Antes Agora


assembléia assembleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», «u» e idéia ideia
sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras representam as geléia geleia
vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns. jibóia jiboia
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto. apóia (verbo apoiar) apoia
Ex.: herói – médico – céu (ditongos abertos) paranóico paranoico

acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o” Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados
indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: tâmara – Atlân- ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú – país –
tico – pêssego – supôs Luís

Didatismo e Conhecimento 93
LÍNGUA PORTUGUESA
Observação importante: Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes (regra do
quando vierem depois de ditongo: Ex.: acento diferencial). Apenas em algumas exceções, como:
Antes Agora A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito
bocaiúva bocaiuva perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada para
feiúra feiura diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do
Sauípe Sauipe indicativo). Ex:
Ela pode fazer isso agora.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido. Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
Ex.:
Antes Agora
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da prepo-
crêem creem
lêem leem sição por.
vôo voo - Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”,
enjôo enjoo estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos outros
casos, “por” preposição. Ex:
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que, Faço isso por você.
no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento como Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
antes: CRER, DAR, LER e VER.
Questões sobre Acentuação Gráfica
Repare:
1-) O menino crê em você 01. (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA
Os meninos creem em você. – VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as palavras são
2-) Elza lê bem! acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que justificam,
Todas leem bem! respectivamente, as acentuações de: década, relógios, suíços.
3-) Espero que ele dê o recado à sala. (A) flexíveis, cartório, tênis.
Esperamos que os garotos deem o recado! (B) inferência, provável, saída.
4-) Rubens vê tudo! (C) óbvio, após, países.
Eles veem tudo!
(D) islâmico, cenário, propôs.
* Cuidado! Há o verbo vir: (E) república, empresária, graúda.
Ele vem à tarde!
Eles vêm à tarde! 02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando segui- NESP/2013) Assinale a alternativa com as palavras acentuadas
dos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in- segundo as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio
te, sa-ir, ju-iz e antropológico.
(A) Distúrbio e acórdão.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem (B) Máquina e jiló.
seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. (C) Alvará e Vândalo.
(D) Consciência e características.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem prece- (E) Órgão e órfãs.
didas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
03. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE –
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) As pa-
“u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não lavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de acordo
serão mais acentuadas. Ex.:
com a mesma regra de acentuação gráfica.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Antes Depois
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue 04. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS
argúi (arguir) argui GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Assinale a
afirmativa em que se aplica a mesma regra de acentuação.
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do plural A) tevê – pôde – vê
de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir) B) únicas – histórias – saudáveis
C) indivíduo – séria – noticiários
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, D) diário – máximo – satélite
deter, abster.
ele contém – eles contêm 05. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
ele obtém – eles obtêm PE/2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acen-
ele retém – eles retêm to gráfico tem justificativas gramaticais diferentes.
ele convém – eles convêm (...) CERTO ( ) ERRADO

Didatismo e Conhecimento 94
LÍNGUA PORTUGUESA
06. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- (D) Consciência = paroxítona terminada em ditongo; caracte-
PE/2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” rece- rísticas = proparoxítona
bem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação grá- (E) Órgão e órfãs = ambas: paroxítona terminada em “ão” e
fica. “ã”, respectivamente.
(...) CERTO ( ) ERRADO
3-) “Conteúdo” é acentuada seguindo a regra do hiato; calúnia
07. (BACEN – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL – CES- = paroxítona terminada em ditongo; injúria = paroxítona termina-
GRANRIO/2010) As palavras que se acentuam pelas mesmas da em ditongo.
regras de “conferência”, “razoável”, “países” e “será”, respecti- RESPOSTA: “ERRADO”.
vamente, são
a) trajetória, inútil, café e baú. 4-)
b) exercício, balaústre, níveis e sofá. A) tevê – pôde – vê
c) necessário, túnel, infindáveis e só. Tevê = oxítona terminada em “e”; pôde (pretérito perfeito do
d) médio, nível, raízes e você. Indicativo) = acento diferencial (que ainda prevalece após o Novo
e) éter, hífen, propôs e saída. Acordo Ortográfico) para diferenciar de “pode” – presente do In-
dicativo; vê = monossílaba terminada em “e”
08. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) São acentua- B) únicas – histórias – saudáveis
dos graficamente de acordo com a mesma regra de acentuação grá- Únicas = proparoxítona; história = paroxítona terminada em
fica os vocábulos ditongo; saudáveis = paroxítona terminada em ditongo.
A) também e coincidência. C) indivíduo – séria – noticiários
B) quilômetros e tivéssemos. Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; séria = paro-
C) jogá-la e incrível. xítona terminada em ditongo; noticiários = paroxítona terminada
D) Escócia e nós. em ditongo.
E) correspondência e três. D) diário – máximo – satélite
09. (IBAMA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- Diário = paroxítona terminada em ditongo; máximo = proparo-
PE/2012) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo xítona; satélite = proparoxítona.
com a mesma regra de acentuação gráfica. 5-) Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxítona. Am-
(...) CERTO ( ) ERRADO bas são acentuadas pela mesma regra (antepenúltima sílaba é tôni-
ca, “mais forte”).
GABARITO RESPOSTA: “ERRADO”.
01. E 02. D 03. E 04. C 05. E
06. C 07. D 08. B 09. E 6-) Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; diária = pa-
roxítona terminada em ditongo; paciência = paroxítona terminada
RESOLUÇÃO em ditongo. Os três vocábulos são acentuados devido à mesma
regra.
1-) Década = proparoxítona / relógios = paroxítona terminada RESPOSTA: “CERTO”.
em ditongo / suíços = regra do hiato
(A) flexíveis e cartório = paroxítonas terminadas em ditongo / 7-) Vamos classificar as palavras do enunciado:
tênis = paroxítona terminada em “i” (seguida de “s”) 1-) Conferência = paroxítona terminada em ditongo
(B) inferência = paroxítona terminada em ditongo / provável = 2-) razoável = paroxítona terminada em “l’
paroxítona terminada em “l” / saída = regra do hiato 3-) países = regra do hiato
(C) óbvio = paroxítona terminada em ditongo / após = oxítona 4-) será = oxítona terminada em “a”
terminada em “o” + “s” / países = regra do hiato
(D) islâmico = proparoxítona / cenário = paroxítona terminada a) trajetória, inútil, café e baú.
em ditongo / propôs = oxítona terminada em “o” + “s” Trajetória = paroxítona terminada em ditongo; inútil = paroxí-
(E) república = proparoxítona / empresária = paroxítona termi- tona terminada em “l’; café = oxítona terminada em “e”
nada em ditongo / graúda = regra do hiato b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
Exercício = paroxítona terminada em ditongo; balaústre = re-
2-) Para que saibamos qual alternativa assinalar, primeiro te- gra do hiato; níveis = paroxítona terminada em “i + s”; sofá =
mos que classificar as palavras do enunciado quanto à posição de oxítona terminada em “a”.
sua sílaba tônica: c) necessário, túnel, infindáveis e só.
Intercâmbio = paroxítona terminada em ditongo; Antropológi- Necessário = paroxítona terminada em ditongo; túnel = paro-
co = proparoxítona (todas são acentuadas). Agora, vamos à análise xítona terminada em “l’; infindáveis = paroxítona terminada em “i
dos itens apresentados: + s”; só = monossílaba terminada em “o”.
(A) Distúrbio = paroxítona terminada em ditongo; acórdão = d) médio, nível, raízes e você.
paroxítona terminada em “ão” Médio = paroxítona terminada em ditongo; nível = paroxítona
(B) Máquina = proparoxítona; jiló = oxítona terminada em “o” terminada em “l’; raízes = regra do hiato; será = oxítona terminada
(C) Alvará = oxítona terminada em “a”; Vândalo = proparo- em “a”.
xítona e) éter, hífen, propôs e saída.

Didatismo e Conhecimento 95
LÍNGUA PORTUGUESA
Éter = paroxítona terminada em “r”; hífen = paroxítona ter-
minada em “n”; propôs = oxítona terminada em “o + s”; saída =
regra do hiato.

8-)
A) também e coincidência.
Também = oxítona terminada em “e + m”; coincidência = pa-
roxítona terminada em ditongo
B) quilômetros e tivéssemos.
Quilômetros = proparoxítona; tivéssemos = proparoxítona
C) jogá-la e incrível.
Oxítona terminada em “a”; incrível = paroxítona terminada em
“l’
D) Escócia e nós.
Escócia = paroxítona terminada em ditongo; nós = monossíla-
ba terminada em “o + s”
E) correspondência e três.
Correspondência = paroxítona terminada em ditongo; três =
monossílaba terminada em “e + s”

9-) Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monossílaba ter-


minada em “o”; céu = monossílaba terminada em ditongo aberto
“éu”.
RESPOSTA: “ERRADO”.

Didatismo e Conhecimento 96
RACIOCÍNIO LÓGICO
RACIOCÍNIO LÓGICO
5. Proposições simples e compostas
AVALIAÇÃO DA HABILIDADE DO As proposições simples são assim caracterizadas por apresen-
tarem apenas uma ideia. São indicadas pelas letras minúsculas: p,
CANDIDATO EM ENTENDER A q, r, s, t...
ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES As proposições compostas são assim caracterizadas por apre-
ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, sentarem mais de uma proposição conectadas pelos conectivos ló-
LUGARES, COISAS OU EVENTOS gicos. São indicadas pelas letras maiúsculas: P, Q, R, S, T...
FICTÍCIOS; DEDUZIR NOVAS Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando que a
INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES proposição composta Q é formada pelas proposições simples r, s
FORNECIDAS E AVALIAR AS CONDIÇÕES e t.
USADAS PARA ESTABELECER A Exemplo:
ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES. Proposições simples:
AS QUESTÕES DAS PROVAS p: Meu nome é Raissa 
PODERÃO TRATAR DAS SEGUINTES q: São Paulo é a maior cidade brasileira 
r: 2+2=5 
ÁREAS: ESTRUTURAS LÓGICAS; s: O número 9 é ímpar 
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO; t: O número 13 é primo
DIAGRAMAS LÓGICOS; ÁLGEBRA
E GEOMETRIA BÁSICA. Proposições compostas 
P: O número 12 é divisível por 3 e 6 é o dobro de 12. 
Q: A raiz quadrada de 9 é 3 e 24 é múltiplo de 3. 
R(s, t): O número 9 é ímpar e o número 13 é primo.
Estruturas lógicas
1. Proposição 6. Tabela-Verdade
Proposição ou sentença é um termo utilizado para exprimir A tabela-verdade é usada para determinar o valor lógico de
ideias, através de um conjunto de palavras ou símbolos. Este con- uma proposição composta, sendo que os valores das proposições
junto descreve o conteúdo dessa ideia. simples já são conhecidos. Pois o valor lógico da proposição com-
São exemplos de proposições: posta depende do valor lógico da proposição simples. 
p: Pedro é médico. A seguir vamos compreender como se constrói essas tabelas-
q: 5 > 8
r: Luíza foi ao cinema ontem à noite. verdade partindo da árvore das possibilidades dos valores lógicos
das preposições simples, e mais adiante veremos como determinar
2. Princípios fundamentais da lógica o valor lógico de uma proposição composta.
Princípio da Identidade: A é A. Uma coisa é o que é. O que
é, é; e o que não é, não é. Esta formulação remonta a Parménides Proposição composta do tipo P(p, q)
de Eleia.
Principio da não contradição: Uma proposição não pode ser
verdadeira e falsa, ao mesmo tempo.
Principio do terceiro excluído: Uma alternativa só pode ser
verdadeira ou falsa.

3. Valor lógico 
Considerando os princípios citados acima, uma proposição é
classificada como verdadeira ou falsa.
Sendo assim o valor lógico será:
- a verdade (V), quando se trata de uma proposição verdadeira. Proposição composta do tipo P(p, q, r)
- a falsidade (F), quando se trata de uma proposição falsa.

4. Conectivos lógicos 
Conectivos lógicos são palavras usadas para conectar as pro-
posições formando novas sentenças.
Os principais conectivos lógicos são: 

~ não
∧ e
Proposição composta do tipo P(p, q, r, s) 
V Ou A tabela-verdade possui 24 = 16 linhas e é formada igualmente
as anteriores.
→  se…então
↔ se e somente se

Didatismo e Conhecimento 1
RACIOCÍNIO LÓGICO
Proposição composta do tipo P(p1, p2, p3,..., pn) 9. O conectivo ou e a disjunção
A tabela-verdade possui 2n  linhas e é formada igualmente as O conectivo ou e a disjunção de duas proposições p e q é ou-
anteriores. tra proposição que tem como valor lógico V se alguma das propo-
7. O conectivo não e a negação sições for verdadeira e F se as duas forem falsas. O símbolo p ∨
O conectivo não e a negação de uma proposição p é outra q (p ou q) representa a disjunção, com a seguinte tabela-verdade: 
proposição que tem como valor lógico V se p for falsa e F se p é
verdadeira. O símbolo ~p (não p) representa a negação de p com
a seguinte tabela-verdade:  P q pVq
V V V
P ~P V F V
V F F V V
F V F F F

Exemplo: Exemplo:

p = 7 é ímpar  p = 2 é par 
~p = 7 não é ímpar  q = o céu é rosa 
p ν q = 2 é par ou o céu é rosa 
P ~P
V F P q pVq
V F V
q = 24 é múltiplo de 5 
~q = 24 não é múltiplo de 5 
10. O conectivo se… então… e a condicional
A condicional se p então q é outra proposição que tem como
q ~q valor lógico F se p é verdadeira e q é falsa. O símbolo p → q re-
F V presenta a condicional, com a seguinte tabela-verdade: 

8. O conectivo e e a conjunção P q p→q


O conectivo e e a conjunção de duas proposições p e q é outra
proposição que tem como valor lógico V se p e q forem verda- V V V
deiras, e F em outros casos. O símbolo p Λ q (p e q) representa a V F F
conjunção, com a seguinte tabela-verdade: 
F V V
F F V
P q pΛq
V V V Exemplo:
V F F P: 7 + 2 = 9 
Q: 9 – 7 = 2 
F V F
p → q: Se 7 + 2 = 9 então 9 – 7 = 2 
F F F

Exemplo P q p→q
V V V
p = 2 é par 
q = o céu é rosa p = 7 + 5 < 4 
p Λ q = 2 é par e o céu é rosa  q = 2 é um número primo 
p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo. 
P q pΛq
V F F P q p→q
F V V
p = 9 < 6 
q = 3 é par
p = 24 é múltiplo de 3 q = 3 é par 
p Λ q: 9 < 6 e 3 é par 
p → q: Se 24 é múltiplo de 3 então 3 é par. 

P q pΛq
P q p→q
F F F
V F F

Didatismo e Conhecimento 2
RACIOCÍNIO LÓGICO
p = 25 é múltiplo de 2 
q = 12 < 3 
p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3. 

P q p→q
F F V

11. O conectivo se e somente se e a bicondicional


A bicondicional p se e somente se q é outra proposição que tem como valor lógico V se p e q forem ambas verdadeiras ou ambas falsas,
e F nos outros casos. 
O símbolo     representa a bicondicional, com a seguinte tabela-verdade: 

P q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Exemplo

p = 24 é múltiplo de 3 
q = 6 é ímpar  
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar. 

P q p↔q
V F F

12. Tabela-Verdade de uma proposição composta

Exemplo
Veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ⋁ q) → (~p)) → (p ⋀ q), onde p e q
são duas proposições simples.
Resolução
Uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo: 

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V          
V F          
F V          
F F          

Agora veja passo a passo a determinação dos valores lógicos de P.

a) Valores lógicos de p ν q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V        
V F V        
F V V        
F F F        

Didatismo e Conhecimento 3
RACIOCÍNIO LÓGICO
b) Valores lógicos de ~P

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F      
V F V F      
F V V V      
F F F V      

c) Valores lógicos de (p V p)→(~p)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F    
V F V F F    
F V V V V    
F F F V V    

d) Valores lógicos de p Λ q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V  
V F V F F F  
F V V V V F  
F F F V V F  

e) Valores lógicos de ((p V p)→(~p))→(p Λ q)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V V
V F V F F F V
F V V V V F F
F F F V V F F

13. Tautologia
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma Tautologia se ela for sempre verdadeira,
independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem.

Exemplos:
• Gabriela passou no concurso do INSS ou Gabriela não passou no concurso do INSS
• Não é verdade que o professor Zambeli parece com o Zé gotinha ou o professor Zambeli parece com o Zé gotinha.
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso melhor.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão

Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “V”


Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p V ~p

Exemplo
A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela-verdade. 

p ~P pVq
V F V
F V V

Didatismo e Conhecimento 4
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo O símbolo ⇒  representa a não ocorrência de  VF na tabe-
A proposição (p Λ q) → (p  q) é uma tautologia, pois a última la-verdade de P  →  Q, ou ainda que o valor lógico da condicio-
coluna da tabela-verdade só possui V.  nal P → Q será sempre V, ou então que P → Q é uma tautologia. 

p q pΛq p↔q (p Λ q)→(p↔q) Exemplo


A tabela-verdade da condicional (p Λ q) → (p ↔ q) será: 
V V V V V
V F F F V
p q pΛq P↔Q (p Λ q)→(P↔Q)
F V F F V
V V V V V
F F F V V
V F F F V
14. Contradição
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposi- F V F F V
ções p, q, r, ... será dita uma contradição se ela for sempre falsa,
F F F V V
independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ...
que a compõem
Exemplos: Portanto, (p Λ q) → (p ↔ q) é uma tautologia, por isso (p Λ
• O Zorra total é uma porcaria e Zorra total não é uma porcaria q) ⇒ (p ↔q)
• Suelen mora em Petrópolis e Suelen não mora em Petrópolis
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única 17. Equivalência lógica
proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso melhor.
Exemplo: Definição
Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do Há equivalência entre as proposições P e Q somente quando a
Brasil bicondicional P ↔ Q for uma tautologia ou quando P e Q tiverem
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de a mesma tabela-verdade. P ⇔ Q (P é equivalente a Q) é o símbolo
“~p” e o conetivo de “^” que representa a equivalência lógica. 
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte for-
ma: p ^ ~p Diferenciação dos símbolos ↔ e ⇔
O símbolo  ↔  representa uma operação entre as propo-
Exemplo sições P e Q, que tem como resultado uma nova proposi-
A proposição (p Λ q) Λ (p Λ q) é uma contradição, pois o seu ção P ↔ Q com valor lógico V ou F.
valor lógico é sempre F conforme a tabela-verdade. Que significa O símbolo ⇔ representa a não ocorrência de VF e de FV na
que uma proposição não pode ser falsa e verdadeira ao mesmo tabela-verdade P ↔ Q, ou ainda que o valor lógico de P ↔ Q é
tempo, isto é, o princípio da não contradição. sempre V, ou então P ↔ Q é uma tautologia.

p ~P q Λ (~q) Exemplo
A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será: 
V F F
F V F p q ~q ~p p→q ~q→~p (p→q)↔(~q→~p)
15. Contingência V V F F V V V
Quando uma proposição não é tautológica nem contra válida, V F V F F F V
a chamamos de contingência ou proposição contingente ou propo- F V F V V V V
sição indeterminada.
A contingência ocorre quando há tanto valores V como F F F V V V V V
na última coluna da tabela-verdade de uma proposição. Exem-
plos: P∧Q , P∨Q , P→Q ... Portanto, p → q é equivalente a ~q → ~p, pois estas proposi-
ções possuem a mesma tabela-verdade ou a bicondicional (p → q)
16. Implicação lógica ↔ (~q → ~p) é uma tautologia.
Veja a representação:
Definição (p → q) ⇔ (~q → ~p)
A proposição P implica a proposição Q, quando a condicio-
nal P → Q for uma tautologia. EQUIVALÊNCIAS LOGICAS NOTÁVEIS
O símbolo P ⇒ Q (P implica Q) representa a implicação ló-
gica.  Dizemos que duas proposições são logicamente equivalentes
(ou simplesmente equivalentes) quando os resultados de suas tabe-
Diferenciação dos símbolos → e ⇒ las-verdade são idênticos.
O símbolo → representa uma operação matemática entre as Uma consequência prática da equivalência lógica é que ao tro-
proposições P e Q que tem como resultado a proposição P → Q, car uma dada proposição por qualquer outra que lhe seja equiva-
com valor lógico V ou F. lente, estamos apenas mudando a maneira de dizê-la.

Didatismo e Conhecimento 5
RACIOCÍNIO LÓGICO
A equivalência lógica entre duas proposições, p e q, pode ser Colocando estes resultados em uma tabela, para ajudar a me-
representada simbolicamente como: p q, ou simplesmente por p morização, teremos:
= q.
Começaremos com a descrição de algumas equivalências ló-
gicas básicas.

Equivalências Básicas

1. p e p = p Equivalências com o Símbolo da Negação


Ex: André é inocente e inocente = André é inocente Este tipo de equivalência já foi estudado. Trata-se, tão somen-
te, das negações das proposições compostas! Lembremos:
2. p ou p = p
Ex: Ana foi ao cinema ou ao cinema = Ana foi ao cinema

3. p e q = q e p
Ex: O cavalo é forte e veloz = O cavalo é veloz e forte

4. p ou q = q ou p
Ex: O carro é branco ou azul = O carro é azul ou branco

5. p ↔ q = q ↔ p
Ex: Amo se e somente se vivo = Vivo se e somente se amo.
É possível que surja alguma dúvida em relação a última
6. p ↔ q = (pq) e (qp)
linha da tabela acima. Porém, basta lembrarmos do que foi apren-
Ex: Amo se e somente se vivo = Se amo então vivo, e se vivo
dido:
então amo
p↔q = (pq) e (qp)
Para facilitar a memorização, veja a tabela abaixo:
(Obs: a BICONDICIONAL tem esse nome: porque equivale
a duas condicionais!)
Para negar a bicondicional, teremos na verdade que negar a
sua conjunção equivalente.
E para negar uma conjunção, já sabemos, nega-se as duas par-
tes e troca-se o E por OU. Fica para casa a demonstração da nega-
ção da bicondicional. Ok?

Outras equivalências
Algumas outras equivalências que podem ser relevantes são
as seguintes:

1) p e (p ou q) = p
Ex: Paulo é dentista, e Paulo é dentista ou Pedro é médico =
Equivalências da Condicional Paulo é dentista

As duas equivalências que se seguem são de fundamental 2) p ou (p e q) = p


importância. Estas equivalências podem ser verificadas, ou seja, Ex: Paulo é dentista, ou Paulo é dentista e Pedro é médico =
demonstradas, por meio da comparação entre as tabelas-verdade. Paulo é dentista
Fica como exercício para casa estas demonstrações. As equivalên-
cias da condicional são as seguintes: Por meio das tabelas-verdade estas equivalências podem ser
facilmente demonstradas.
1) Se p então q = Se não q então não p. Para auxiliar nossa memorização, criaremos a tabela seguinte:
Ex: Se chove então me molho = Se não me molho então não
chove

2) Se p então q = Não p ou q.
Ex: Se estudo então passo no concurso = Não estudo ou passo
no concurso

Didatismo e Conhecimento 6
RACIOCÍNIO LÓGICO
NEGAÇAO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS 3. (PC-MA - Farmacêutico Legista - FGV/2012)
Em frente à casa onde moram João e Maria, a prefeitura está
fazendo uma obra na rua. Se o operário liga a britadeira, João sai
de casa e Maria não ouve a televisão. Certo dia, depois do almoço,
Maria ouve a televisão.
Pode-se concluir, logicamente, que
A) João saiu de casa.
B) João não saiu de casa.
C) O operário ligou a britadeira.
D) O operário não ligou a britadeira.
Questoes comentadas: E) O operário ligou a britadeira e João saiu de casa.
“Se o operário liga a britadeira, João sai de casa e Maria não
1. (PROCERGS - Técnico de Nível Médio - Técnico em Se- ouve a televisão”, logo se Maria ouve a televisão, a britadeira não
gurança do Trabalho - FUNDATEC/2012) A proposição “João pode estar ligada.
comprou um carro novo ou não é verdade que João comprou um
carro novo e não fez a viagem de férias.” é: (TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012)
A) um paradoxo. Em decisão proferida acerca da prisão de um réu, depois de
B) um silogismo. constatado pagamento de pensão alimentícia, o magistrado deter-
C) uma tautologia. minou: “O réu deve ser imediatamente solto, se por outro motivo
D) uma contradição. não estiver preso”.
E) uma contingência. Considerando que a determinação judicial corresponde a uma
proposição e que a decisão judicial será considerada descumprida
Tautologia é uma proposição composta cujo resultado é sem- se, e somente se, a proposição correspondente for falsa, julgue os
pre verdadeiro para todas as atribuições que se têm, independente- itens seguintes.
mente dessas atribuições.
Rodrigo, posso estar errada, mas ao construir a tabela-verdade 4. Se o réu permanecer preso, mesmo não havendo outro moti-
com a proposição que você propôs não vamos ter uma tautologia, vo para estar preso, então, a decisão judicial terá sido descumprida.
mas uma contingência. A) Certo
A proposição a ser utilizada aqui seria a seguinte: P v ~(P B) Errado
^ ~Q), que, ao construirmos a tabela-verdade ficaria da seguinte A decisão judicial é “O réu deve ser imediatamente solto, se
forma: por outro motivo não estiver preso”, logo se o réu continuar pre-
so sem outro motivo para estar preso, será descumprida a decisão
P Q ~Q (P/\~Q) ~(P/\~Q) P V ~(P/\~Q) judicial.
V V F F V V
5. Se o réu for imediatamente solto, mesmo havendo outro
V F V V F V motivo para permanecer preso, então, a decisão judicial terá sido
F V F F V V descumprida.
F F V F V V A) Certo
B) Errado
2. (PM-BA - Soldado da Polícia Militar - FCC /2012)
A negação lógica da proposição: “Pedro é o mais velho da P = se houver outro motivo
classe ou Jorge é o mais novo da classe” é Q = será solto
A) Pedro não è o mais novo da classe ou Jorge não é o mais A decisão foi: Se não P então Q, logo VV = V
velho da classe. A questão afirma: Se P então Q, logo FV = V
B) Pedro é o mais velho da classe e Jorge não é o mais novo Não contrariou, iria contrariar se a questão resultasse V + F
da classe. =F
C) Pedro não é o mais velho da classe e Jorge não é o mais
novo da classe. 6. As proposições “Se o réu não estiver preso por outro mo-
D) Pedro não é o mais novo da classe e Jorge não é o mais tivo, deve ser imediatamente solto” e “Se o réu não for imediata-
velho da classe. mente solto, então, ele está preso por outro motivo” são logica-
E) Pedro é o mais novo da classe ou Jorge é o mais novo da mente equivalentes.
classe.
A) Certo
p v q= Pedro é o mais velho da classe ou Jorge é o mais novo B) Errado
da classe.
~p=Pedro não é o mais velho da classe. O réu não estiver preso por outro motivo = ~P
~q=Jorge não é o mais novo da classe. Deve ser imediatamente solto = S
~(p v q)=~p v ~q= Pedro não é o mais velho da classe ou Jorge Se o réu não estiver preso por outro motivo, deve ser imedia-
não é o mais novo da classe. tamente solto=P S

Didatismo e Conhecimento 7
RACIOCÍNIO LÓGICO
Se o réu não for imediatamente solto, então, ele está preso por Inicialmente, reescreveremos a condicional dada na forma de
outro motivo = ~SP condição suficiente e condição necessária:
De acordo com a regra de equivalência (A B) = (~B ~A) a
questão está correta. “Se Viviane não dança, Márcia não canta”

7. A negação da proposição relativa à decisão judicial estará 1ª possibilidade: Viviane não dançar é condição suficiente
corretamente representada por “O réu não deve ser imediatamente
para Márcia não cantar. Não há RESPOSTA: para essa possibi-
solto, mesmo não estando preso por outro motivo”.
lidade.
A) Certo
B) Errado
2ª possibilidade: Márcia não cantar é condição necessária para
“O réu deve ser imediatamente solto, se por outro Viviane não dançar.. Não há RESPOSTA: para essa possibilidade.
motivo não estiver preso” está no texto, assim: Não havendo RESPOSTA: , modificaremos a condicional
P = “Por outro motivo não estiver preso” inicial, transformando-a em outra condicional equivalente, nesse
Q = “O réu deve ser imediatamente solto” caso utilizaremos o conceito da contrapositiva ou contra posição:
PQ, a negação ~(P Q) = P e ~Q pq ~q ~p
P e ~Q = Por outro motivo estiver preso o réu não deve ser “Se Viviane não dança, Márcia não canta” “Se Márcia canta,
imediatamente solto” Viviane dança”
Transformando, a condicional “Se Márcia canta, Viviane dan-
8. (Polícia Civil/SP - Investigador – VUNESP/2014) Um ça” na forma de condição suficiente e condição necessária, obtere-
antropólogo estadunidense chega ao Brasil para aperfeiçoar seu mos as seguintes possibilidades:
conhecimento da língua portuguesa. Durante sua estadia em nos-
1ª possibilidade: Márcia cantar é condição suficiente para Vi-
so país, ele fica muito intrigado com a frase “não vou fazer coisa
viane dançar. Não há RESPOSTA: para essa possibilidade.
nenhuma”, bastante utilizada em nossa linguagem coloquial. A dú-
vida dele surge porque 2ª possibilidade: Viviane dançar é condição necessária para
A) a conjunção presente na frase evidencia seu significado. Márcia cantar.
B) o significado da frase não leva em conta a dupla negação. RESPOSTA: “C”.
C) a implicação presente na frase altera seu significado.
D) o significado da frase não leva em conta a disjunção. 11. (BRDE - ANALISTA DE SISTEMAS - AOCP/2012)
E) a negação presente na frase evidencia seu significado. Considere a sentença: “Se Ana é professora, então Camila é médi-
~(~p) é equivalente a p ca.” A proposição equivalente a esta sentença é
Logo, uma dupla negação é equivalente a afirmar. A) Ana não é professora ou Camila é médica.
RESPOSTA: “B”. B) Se Ana é médica, então Camila é professora.
C) Se Camila é médica, então Ana é professora.
9. (Receita Federal do Brasil – Analista Tributário - D) Se Ana é professora, então Camila não é médica.
ESAF/2012) A negação da proposição “se Paulo estuda, então
E) Se Ana não é professora, então Camila não é médica.
Marta é atleta” é logicamente equivalente à proposição:
Existem duas equivalências particulares em relação a uma
A) Paulo não estuda e Marta não é atleta.
B) Paulo estuda e Marta não é atleta. condicional do tipo “Se A, então B”.
C) Paulo estuda ou Marta não é atleta.
D) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta. 1ª) Pela contrapositiva ou contraposição: “Se A, então B” é
E) Paulo não estuda ou Marta não é atleta. equivalente a “Se ~B, então ~A”
“Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será equiva-
A negação de uma condicional do tipo: “Se A, então B” (AB) lente a:
será da forma: “Se Camila não é médica, então Ana não é professora.”
~(A B) A^ ~B
Ou seja, para negarmos uma proposição composta represen- 2ª) Pela Teoria da Involução ou Dupla Negação: “Se A, então
tada por uma condicional, devemos confirmar sua primeira parte B” é equivalente a “~A ou B”
(“A”), trocar o conectivo condicional (“”) pelo conectivo conjun- “Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será equiva-
ção (“^”) e negarmos sua segunda parte (“~ B”). Assim, teremos: lente a:
RESPOSTA: “B”.
“Ana não é professora ou Camila é médica.”
Ficaremos, então, com a segunda equivalência, já que esta
10. (ANVISA - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CE-
TRO/2012) Se Viviane não dança, Márcia não canta. Logo, configura no gabarito.
A) Viviane dançar é condição suficiente para Márcia cantar. RESPOSTA: “A”.
B) Viviane não dançar é condição necessária para Márcia não
cantar. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Consideran-
C) Viviane dançar é condição necessária para Márcia cantar. do que P e Q representem proposições conhecidas e que V e F re-
D) Viviane não dançar é condição suficiente para Márcia cantar. presentem, respectivamente, os valores verdadeiro e falso, julgue
E) Viviane dançar é condição necessária para Márcia não cantar. os próximos itens. (374 a 376)

Didatismo e Conhecimento 8
RACIOCÍNIO LÓGICO
12. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) (PC/DF 15. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) O argu-
– Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) As proposições Q e P (¬ mento apresentado é um argumento válido.
Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, P for F. ( )Certo ( ) Errado
( )Certo ( ) Errado
Verificaremos se as verdades das premissas P1, P2, P3 e P4
Observando a tabela-verdade da proposição composta “P (¬ sustentam a verdade da conclusão. Nesse caso, devemos conside-
Q)”, em função dos valores lógicos de “P” e “Q”, temos: rar que todas as premissas são, necessariamente, verdadeiras.
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta. (V)
P Q ¬Q P→(¬Q) P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. (V)
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres. (V)
V V F F P4: Há criminosos livres. (V)
V F V V Portanto, se a premissa P4 – proposição simples – é verdadei-
F V F V ra (V), então a 2ª parte da condicional representada pela premissa
P3 será considerada falsa (F). Então, veja:
F F V V

Observando-se a 3 linha da tabela-verdade acima, ―Q‖ e ―P


® (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, ―P‖ for F.
Resposta: CERTO.

13. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A pro-


posição [PvQ]Q é uma tautologia.
( )Certo ( ) Errado
Sabendo-se que a condicional P3 é verdadeira e conhecen-
Construindo a tabela-verdade da proposição composta: [P Ú do-se o valor lógico de sua 2ª parte como falsa (F), então o valor
Q] ® Q, teremos como solução: lógico de sua 1ª parte nunca poderá ser verdadeiro (V). Assim, a
proposição simples ―a justiça é eficaz‖ será considerada falsa (F).
P Q Pv Q (Pv Q)→Q (p^~q)↔(~p v q) Se a proposição simples ―a justiça é eficaz‖ é considerada
V V V V→V V falsa (F), então a 2ª parte da disjunção simples representada pela
premissa P2, também, será falsa (F).
V F V V→F F
F V V V→V V
F F F F→F V

P(P;Q) = VFVV
Portanto, essa proposição composta é uma contingência ou
indeterminação lógica.
Resposta: ERRADO.

14. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Se P for


F e P v Q for V, então Q é V.
( )Certo ( ) Errado
Sendo verdadeira (V) a premissa P2 (disjunção simples) e
Lembramos que uma disjunção simples, na forma: “P vQ”, conhecendo-se o valor lógico de uma das partes como falsa (F),
será verdadeira (V) se, pelo menos, uma de suas partes for ver- então o valor lógico da outra parte deverá ser, necessariamente,
dadeira (V). Nesse caso, se “P” for falsa e “PvQ” for verdadeira, verdadeira (V). Lembramos que, uma disjunção simples será con-
então “Q” será, necessariamente, verdadeira. siderada verdadeira (V), quando, pelo menos, uma de suas partes
Resposta: CERTO. for verdadeira (V).

(PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Sendo verdadeira (V) a proposição simples ―a impunidade
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta. é alta‖, então, confirmaremos também como verdadeira (V), a 1ª
P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. parte da condicional representada pela premissa P1.
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres.
P4: Há criminosos livres.
C: Portanto a criminalidade é alta.
Considerando o argumento apresentado acima, em que P1, P2,
P3 e P4 são as premissas e C, a conclusão, julgue os itens subse-
quentes. (377 e 378)

Didatismo e Conhecimento 9
RACIOCÍNIO LÓGICO
EXEMPLOS:
1. Todos os cariocas são alegres.
    Todas as pessoas alegres vão à praia
    Todos os cariocas vão à praia.
2. Todos os cientistas são loucos.
    Einstein é cientista.
    Einstein é louco!

Nestes exemplos temos o famoso silogismo categórico de


forma típica ou simplesmente silogismo. Os silogismos são os ar-
gumentos que têm somente duas premissas e mais a conclusão, e
utilizam os termos: todo, nenhum e algum, em sua estrutura.
Considerando-se como verdadeira (V) a 1ª parte da condicio-
nal em P1, então, deveremos considerar também como verdadeira ANALOGIAS
(V), sua 2ª parte, pois uma verdade sempre implica em outra ver-
dade. A analogia é uma das melhores formas para utilizar o racio-
Considerando a proposição simples ―a criminalidade é alta‖ cínio. Nesse tipo de raciocínio usa-se a comparação de uma situa-
como verdadeira (V), logo a conclusão desse argumento é, de fato, ção conhecida com uma desconhecida. Uma analogia depende de
verdadeira (V), o que torna esse argumento válido. três situações:
Resposta: CERTO. • os fundamentos precisam ser verdadeiros e importantes;
16. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A nega- • a quantidade de elementos parecidos entre as situações
ção da proposição P1 pode ser escrita como “Se a impunidade não deve ser significativo;
é alta, então a criminalidade não é alta”. • não pode existir conflitos marcantes.
( )Certo ( ) Errado
INFERÊNCIAS
Seja P1 representada simbolicamente, por:
A impunidade não é alta(p) então a criminalidade não é alta(q) A indução está relacionada a diversos casos pequenos que
A negação de uma condicional é dada por:
chegam a uma conclusão geral. Nesse sentido podemos definir
~(pq)
também a indução fraca e a indução forte. Essa indução forte ocor-
Logo, sua negação será dada por: ~P1 a impunidade é alta e a
criminalidade não é alta. re quando não existe grandes chances de que um caso discorde da
Resposta:ERRADO. premissa geral. Já a fraca refere-se a falta de sustentabilidade de
um conceito ou conclusão.
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
DEDUÇÕES
ARGUMENTO
ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS
Argumento é uma relação que associa um conjunto de propo- Os argumentos podem ser classificados em dois tipos: Dedu-
sições (p1, p2, p3,... pn), chamadas premissas ou hipóteses, e uma tivos e Indutivos.
proposição C chamada conclusão. Esta relação é tal que a estrutura
lógica das premissas acarretam ou tem como consequência a pro- 1) O argumento será DEDUTIVO quando suas premissas for-
posição C (conclusão). necerem informações suficientes para comprovar a veracidade da
O argumento pode ser representado da seguinte forma: conclusão, isto é, o argumento é dedutivo quando a conclusão é
completamente derivada das premissas.

EXEMPLO:
Todo ser humano têm mãe.
Todos os homens são humanos.
Todos os homens têm mãe.

2) O argumento será INDUTIVO quando suas premissas não


fornecerem o “apoio completo” para ratificar as conclusões. Por-
tanto, nos argumentos indutivos, a conclusão possui informações
que ultrapassam as fornecidas nas premissas. Sendo assim, não se
aplica, então, a definição de argumentos válidos ou não válidos
para argumentos indutivos.

Didatismo e Conhecimento 10
RACIOCÍNIO LÓGICO
EXEMPLO: premissas deve garantir a verdade da conclusão do argumento.
O Flamengo é um bom time de futebol. Isso significa que, se o argumento é válido, jamais poderemos che-
O Palmeiras é um bom time de futebol. gar a uma conclusão falsa quando as premissas forem verdadeiras.
O Vasco é um bom time de futebol.
O Cruzeiro é um bom time de futebol. Exemplo: (CESPE) Suponha um argumento no qual as pre-
Todos os times brasileiros de futebol são bons. missas sejam as proposições I e II abaixo.
Note que não podemos afirmar que todos os times brasileiros I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é infeliz.
são bons sabendo apenas que 4 deles são bons. II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco.
Nesse caso, se a conclusão for a proposição “Mulheres desem-
Exemplo: (FCC) Considere que as seguintes afirmações são pregadas vivem pouco”, tem-se um argumento correto.
verdadeiras:
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.” SOLUÇÃO:
“Existem crianças que são inteligentes.” Se representarmos na forma de diagramas lógicos (ver artigo
Assim sendo, certamente é verdade que: sobre diagramas lógicos), para facilitar a resolução, teremos:
(A) Alguma criança inteligente não gosta de passear no Me-    I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é infeliz. =
trô de São Paulo. Toda mulher desempregada é infeliz.
(B) Alguma criança que gosta de passear no Metrô de São    II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco. = Toda
Paulo é inteligente. mulher infeliz vive pouco.
(C) Alguma criança não inteligente não gosta de passear no
Metrô de São Paulo.
(D) Toda criança que gosta de passear no Metrô de São Paulo
é inteligente.
(E) Toda criança inteligente não gosta de passear no Metrô
de São Paulo.

SOLUÇÃO:
Representando as proposições na forma de conjuntos (diagra-
mas lógicos – ver artigo sobre diagramas lógicos) teremos:
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.”
“Existem crianças que são inteligentes.”

Com isso, qualquer mulher que esteja no conjunto das desem-


pregadas (ver boneco), automaticamente estará no conjunto das
mulheres que vivem pouco. Portanto, se a conclusão for a propo-
sição “Mulheres desempregadas vivem pouco”, tem-se um argu-
mento correto (correto = válido!).

Argumento Inválido
Dizemos que um argumento é inválido, quando a verdade das
Pelo gráfico, observamos claramente que se todas as crian- premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão,
ças gostam de passear no metrô e existem crianças inteligentes, ou seja, quando a conclusão não é uma consequência obrigató-
então  alguma criança que gosta de passear no Metrô de São ria das premissas.
Paulo é inteligente. Logo, a alternativa correta é a opção B.

CONCLUSÕES Exemplo: (CESPE) É válido o seguinte argumento: Se Ana


cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspeita, mas (e) Ana
VALIDADE DE UM ARGUMENTO não cometeu um crime perfeito, então Ana é suspeita.
Uma proposição é verdadeira ou falsa. No caso de um argu-
mento dedutivo diremos que ele é válido ou inválido. Atente- SOLUÇÃO:
se para o fato que todos os argumentos indutivos são inválidos, Representando as premissas do enunciado na forma de dia-
portanto não há de se falar em validade de argumentos indutivos. gramas lógicos (ver artigo sobre diagramas lógicos), obteremos:
A validade é uma propriedade dos argumentos que depende Premissas:
apenas da forma (estrutura lógica) das suas proposições (premissas “Se Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspei-
e conclusões) e não do seu conteúdo. ta” = “Toda pessoa que comete um crime perfeito não é suspeita”. 
“Ana não cometeu um crime perfeito”.
Argumento Válido  Conclusão:
Um argumento será válido quando a sua conclusão é uma con- “Ana é suspeita”. (Não se “desenha” a conclusão, apenas as
sequência obrigatória de suas premissas. Em outras palavras, po- premissas!)
demos dizer que quando um argumento é válido, a verdade de suas

Didatismo e Conhecimento 11
RACIOCÍNIO LÓGICO
Não, pois ^ representa o conectivo “e”, e o “e” é usado para
unir A justiça E a lei, e “A justiça” não pode ser considerada uma
proposição, pois não pode ser considerada verdadeira ou falsa.

4. Considere que a tabela abaixo representa as primeiras


colunas da tabela-verdade da proposição

O fato do enunciado ter falado apenas que “Ana não cometeu


um crime perfeito”, não nos diz se ela é suspeita ou não. Por isso
temos duas possibilidades (ver bonecos). Logo, a questão está er-
rada, pois não podemos afirmar, com certeza, que Ana é suspeita.
Logo, o argumento é inválido.

EXERCICIOS:

(TJ-AC - Analista Judiciário - Conhecimentos Básicos -


Cargos 1 e 2 - CESPE/2012) (10 a 13)
Logo, a coluna abaixo representa a última coluna dessa
Considerando que as proposições lógicas sejam represen- tabela-verdade.
tadas por letras maiúsculas, julgue os próximos itens, relativos
a lógica proposicional e de argumentação.

1. A expressão é uma tautologia.


A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Fazendo a tabela verdade:

P Q P→Q (P→Q) V P [(P→Q) V P]→Q


V V V V V
V F F V V
F V V V V
F F F F F
A) Certo
Portanto não é uma tautologia. B) Errado

2. As proposições “Luiz joga basquete porque Luiz é alto” Resposta: A.


e “Luiz não é alto porque Luiz não joga basquete” são logica- Fazendo a tabela verdade:
mente equivalentes.
A) Certo
P Q R (P→Q)^(~R)
B) Errado
Resposta: A. V V V F
São equivalentes por que “Luiz não é alto porque Luiz não V V F V
joga basquete” nega as duas partes da proposição, a deixando equi-
valente a primeira. V F V F
V F F F
3. A sentença “A justiça e a lei nem sempre andam pelos
F V V F
mesmos caminhos” pode ser representada simbolicamente
por PΛQ, em que as proposições P e Q são convenientemente F V F V
escolhidas. F F V F
A) Certo
B) Errado F F F V
Resposta: B.

Didatismo e Conhecimento 12
RACIOCÍNIO LÓGICO
TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012) Com base nessa argumentação, julgue os itens a seguir..

6. A proposição “Se estou há 7 anos na faculdade e não te-


nho capacidade para assumir minhas responsabilidades, então
não tenho um mínimo de maturidade” é equivalente a “Se eu
tenho um mínimo de maturidade, então não estou há 7 anos na
faculdade e tenho capacidade para assumir minhas responsa-
bilidades”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Equivalência de Condicional: P -> Q = ~ Q -> ~ P 
Negação de Proposição: ~ (P ^ Q)  =  ~ P v ~ Q 

Com base na situação descrita acima, julgue o item a se-


guir.

5. O argumento cujas premissas correspondem às quatro


afirmações do jornalista e cuja conclusão é “Pedro não dis-
putará a eleição presidencial da República” é um argumento
válido.
A) Certo
B) Errado
Resposta: A.

Argumento válido é aquele que pode ser concluído a partir das


premissas, considerando que as premissas são verdadeiras então
tenho que:
Se João for eleito prefeito ele disputará a presidência;
Se João disputar a presidência então Pedro não vai disputar;
Se João não for eleito prefeito se tornará presidente do partido
e não apoiará a candidatura de Pedro à presidência;
Se o presidente do partido não apoiar Pedro ele não disputará
a presidência.

(PRF - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - Todos os


Cargos - CESPE/2012)
Um jovem, visando ganhar um novo smartphone no dia
das crianças, apresentou à sua mãe a seguinte argumentação:
“Mãe, se tenho 25 anos, moro com você e papai, dou despesas a
vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem
da minha idade. Se estou há 7 anos na faculdade e não tenho
capacidade para assumir minhas responsabilidades, então não
tenho um mínimo de maturidade. Se não ajo como um homem
da minha idade, sou tratado como criança. Se não tenho um
mínimo de maturidade, sou tratado como criança. Logo, se sou
tratado como criança, mereço ganhar um novo smartphone no
dia das crianças”.

Didatismo e Conhecimento 13
RACIOCÍNIO LÓGICO
P Q R ¬P ¬Q ¬R P^¬Q (P^¬Q) → ¬R ¬P^Q R→ (¬P^Q)
V V V F F F F V F F
V V F F F V F V F V
V F V F V F V F F F
V F F F V V V V F V
F V V V F F F V V V
F V F V F V F V V V
F F V V V F F V F F
F F F V V V F V F V

Portanto não são equivalentes.

7. Considere as seguintes proposições: “Tenho 25 anos”, “Moro com você e papai”, “Dou despesas a vocês” e “Dependo de mesa-
da”. Se alguma dessas proposições for falsa, também será falsa a proposição “Se tenho 25 anos, moro com você e papai, dou despesas
a vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem da minha idade”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: A.
(A^B^C^D) E
Ora, se A ou B ou C ou D estiver falsa como afirma o enunciado, logo torna a primeira parte da condicional falsa, (visto que trata-se da
conjunção) tornando- a primeira parte da condicional falsa, logo toda a proposição se torna verdadeira.

8. A proposição “Se não ajo como um homem da minha idade, sou tratado como criança, e se não tenho um mínimo de matu-
ridade, sou tratado como criança” é equivalente a “Se não ajo como um homem da minha idade ou não tenho um mínimo de ma-
turidade, sou tratado como criança”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: A.
A = Se não ajo como um homem da minha idade,
B = sou tratado como criança,
C= se não tenho um mínimo de maturidade

A B C ~A  ~C (~A → B) (~C → B) (~A v ~ C) (~A→ B) ^ (~ C→ B) (~A v ~ C)→ B


V V V F F V V F V V
V V F F V V V V V V
V F V F F V V F V V
V F F F V V F V F F
F V V V F V V V V V
F V F V V V V V V V
F F V V F F V V F F
F F F V V F F V F F

De acordo com a tabela verdade são equivalentes.

Didatismo e Conhecimento 14
RACIOCÍNIO LÓGICO
Diagramas Lógicos Jornais Leitores
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários pro- A 300
blemas. Uma situação que esses diagramas poderão ser usados, é B 250
na determinação da quantidade de elementos que apresentam uma C 200
determinada característica.
AeB 70
AeC 65
BeC 105
A, B e C 40
Nenhum 150

Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicialmente


montar os diagramas que representam cada conjunto. A colocação
dos valores começará pela intersecção dos três conjuntos e depois
para as intersecções duas a duas e por último às regiões que re-
presentam cada conjunto individualmente. Representaremos esses
Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18 conjuntos dentro de um retângulo que indicará o conjunto universo
que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando-se da pesquisa.
nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber: Quantas
pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente carro ou ainda
quantas dirigem somente motos. Vamos inicialmente montar os
diagramas dos conjuntos que representam os motoristas de motos
e motoristas de carros. Começaremos marcando quantos elemen-
tos tem a intersecção e depois completaremos os outros espaços.

Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são leito-
res de nenhum dos três jornais.
Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo esse Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos.
valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e B. A partir dos Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos.
valores reais, é que poderemos responder as perguntas feitas. Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos.
Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos.
Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos.
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos.

Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os seguintes


elementos:

a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.


b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência quan-
to à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a seguinte
tabela:

Didatismo e Conhecimento 15
RACIOCÍNIO LÓGICO
Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas leem DIAGRAMAS DE VENN
apenas o jornal A. Verificamos que 500 pessoas não leem o jornal
C, pois é a soma 205 + 30 + 115 + 150. Notamos ainda que 700 Designa-se por diagramas de Venn os diagramas usados em
pessoas foram entrevistadas, que é a soma 205 + 30 + 25 + 40 + matemática para simbolizar graficamente propriedades, axiomas
115 + 65 + 70 + 150. e problemas relativos aos conjuntos e sua teoria. Os respectivos
Diagrama de Euler diagramas consistem de curvas fechadas simples desenhadas sobre
um plano, de forma a simbolizar os conjuntos e permitir a repre-
Um diagrama de Euler é similar a um diagrama de Venn, mas
sentação das relações de pertença entre conjuntos e seus elementos
não precisa conter todas as zonas (onde uma zona é definida como
(por exemplo, 4 ∉ {3,4,5}, mas 4 ∉ {1,2,3,12}) e relações
a área de intersecção entre dois ou mais contornos). Assim, um
diagrama de Euler pode definir um universo de discurso, isto é, de continência (inclusão) entre os conjuntos (por exemplo, {1, 3}
ele pode definir um sistema no qual certas intersecções não são ⊂ {1, 2, 3, 4}). Assim, duas curvas que não se tocam e estão
possíveis ou consideradas. Assim, um diagrama de Venn contendo uma no espaço interno da outra simbolizam conjuntos que pos-
os atributos para Animal, Mineral e quatro patas teria que con- suem continência; ao passo que o ponto interno a uma curva repre-
ter intersecções onde alguns estão em ambos animal, mineral e de senta um elemento pertencente ao conjunto.
quatro patas. Um diagrama de Venn, consequentemente, mostra Os diagramas de Venn são construídos com coleções de cur-
todas as possíveis combinações ou conjunções. vas fechadas contidas em um plano. O interior dessas curvas re-
presenta, simbolicamente, a coleção de elementos do conjunto. De
acordo com Clarence Irving Lewis, o “princípio desses diagramas
é que classes (ou conjuntos) sejam representadas por regiões, com
tal relação entre si que todas as relações lógicas possíveis entre as
classes possam ser indicadas no mesmo diagrama. Isto é, o diagra-
ma deixa espaço para qualquer relação possível entre as classes, e
a relação dada ou existente pode então ser definida indicando se
alguma região em específico é vazia ou não-vazia”. Pode-se escre-
Diagramas de Euler consistem em curvas simples fechadas ver uma definição mais formal do seguinte modo: Seja C = (C1, C2,
(geralmente círculos) no plano que mostra os conjuntos. Os tama- ... Cn) uma coleção de curvas fechadas simples desenhadas em um
nhos e formas das curvas não são importantes: a significância do plano. C é uma família independente se a região formada por cada
diagrama está na forma como eles se sobrepõem. As relações es- uma das interseções X1 X2 ... Xn, onde cada Xi é o interior ou o
paciais entre as regiões delimitadas por cada curva (sobreposição, exterior de Ci, é não-vazia, em outras palavras, se todas as curvas
contenção ou nenhuma) correspondem relações teóricas (subcon- se intersectam de todas as maneiras possíveis. Se, além disso, cada
junto interseção e disjunção). Cada curva de Euler divide o plano uma dessas regiões é conexa e há apenas um número finito de pon-
em duas regiões ou zonas estão: o interior, que representa simbo- tos de interseção entre as curvas, então C é um diagrama de Venn
licamente os elementos do conjunto, e o exterior, o que represen- para n conjuntos.
ta todos os elementos que não são membros do conjunto. Curvas Nos casos mais simples, os diagramas são representados por
cujos interiores não se cruzam representam conjuntos disjuntos.
círculos que se encobrem parcialmente. As partes referidas em um
Duas curvas cujos interiores se interceptam representam conjun-
enunciado específico são marcadas com uma cor diferente. Even-
tos que têm elementos comuns, a zona dentro de ambas as curvas
representa o conjunto de elementos comuns a ambos os conjuntos tualmente, os círculos são representados como completamente
(intersecção dos conjuntos). Uma curva que está contido comple- inseridos dentro de um retângulo, que representa o conjunto uni-
tamente dentro da zona interior de outro representa um subconjun- verso daquele particular contexto (já se buscou a existência de um
to do mesmo. conjunto universo que pudesse abranger todos os conjuntos possí-
Os Diagramas de Venn são uma forma mais restritiva de dia- veis, mas Bertrand Russell mostrou que tal tarefa era impossível).
gramas de Euler. Um diagrama de Venn deve conter todas as pos- A ideia de conjunto universo é normalmente atribuída a Lewis
síveis zonas de sobreposição entre as suas curvas, representando Carroll. Do mesmo modo, espaços internos comuns a dois ou mais
todas as combinações de inclusão / exclusão de seus conjuntos conjuntos representam a sua intersecção, ao passo que a totalidade
constituintes, mas em um diagrama de Euler algumas zonas podem dos espaços pertencentes a um ou outro conjunto indistintamente
estar faltando. Essa falta foi o que motivou Venn a desenvolver representa sua união.
seus diagramas. Existia a necessidade de criar diagramas em que John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX, am-
pudessem ser observadas, por meio de suposição, quaisquer rela- pliando e formalizando desenvolvimentos anteriores de Leibniz e
ções entre as zonas não apenas as que são “verdadeiras”.
Euler. E, na década de 1960, eles foram incorporados ao currículo
Os diagramas de Euler (em conjunto com os de Venn) são
largamente utilizados para ensinar a teoria dos conjuntos no cam- escolar de matemática. Embora seja simples construir diagramas
po da matemática ou lógica matemática no campo da lógica. Eles de Venn para dois ou três conjuntos, surgem dificuldades quando
também podem ser utilizados para representar relacionamentos se tenta usá-los para um número maior. Algumas construções pos-
complexos com mais clareza, já que representa apenas as relações síveis são devidas ao próprio John Venn e a outros matemáticos
válidas. Em estudos mais aplicados esses diagramas podem ser como Anthony W. F. Edwards, Branko Grünbaum e Phillip Smith.
utilizados para provar / analisar silogismos que são argumentos Além disso, encontram-se em uso outros diagramas similares aos
lógicos para que se possa deduzir uma conclusão. de Venn, entre os quais os de Euler, Johnston, Pierce e Karnaugh.

Didatismo e Conhecimento 16
RACIOCÍNIO LÓGICO
Dois Conjuntos: considere-se o seguinte exemplo: suponha- Diferença de B para A: B\A
se que o conjunto A representa os animais bípedes e o conjunto B
representa os animais capazes de voar. A área onde os dois círcu-
los se sobrepõem, designada por intersecção A e B ou intersecção
A-B, conteria todas as criaturas que ao mesmo tempo podem voar
e têm apenas duas pernas motoras.

Intersecção de dois conjuntos: AB

Considere-se agora que cada espécie viva está representada


por um ponto situado em alguma parte do diagrama. Os humanos e Complementar de dois conjuntos: U \ (AB)
os pinguins seriam marcados dentro do círculo A, na parte dele que
não se sobrepõe com o círculo B, já que ambos são bípedes mas Além disso, essas quatro áreas podem ser combinadas de 16
não podem voar. Os mosquitos, que voam mas têm seis pernas, formas diferentes. Por exemplo, pode-se perguntar sobre os ani-
seriam representados dentro do círculo B e fora da sobreposição. mais que voam ou tem duas patas (pelo menos uma das caracte-
Os canários, por sua vez, seriam representados na intersecção A-B, rísticas); tal conjunto seria representado pela união de A e B. Já
já que são bípedes e podem voar. Qualquer animal que não fosse os animais que voam e não possuem duas patas mais os que não
bípede nem pudesse voar, como baleias ou serpentes, seria marca- voam e possuem duas patas, seriam representados pela diferença
do por pontos fora dos dois círculos. simétrica entre A e B. Estes exemplos são mostrados nas imagens
Assim, o diagrama de dois conjuntos representa quatro áreas a seguir, que incluem também outros dois casos.
distintas (a que fica fora de ambos os círculos, a parte de cada
círculo que pertence a ambos os círculos (onde há sobreposição),
e as duas áreas que não se sobrepõem, mas estão em um círculo
ou no outro):
- Animais que possuem duas pernas e não voam (A sem so-
breposição).
- Animais que voam e não possuem duas pernas (B sem so-
breposição). União de dois conjuntos: A B
- Animais que possuem duas pernas e voam (sobreposição).
- Animais que não possuem duas pernas e não voam (branco
- fora).

Essas configurações são representadas, respectivamente, pe-


las operações de conjuntos: diferença de A para B, diferença de B
para A, intersecção entre A e B, e conjunto complementar de A e
B. Cada uma delas pode ser representada como as seguintes áreas Diferença Simétrica de dois conjuntos: A B
(mais escuras) no diagrama:

Complementar de A em U: AC = U \ A

Diferença de A para B: A\B

Complementar de B em U: BC = U \ B

Didatismo e Conhecimento 17
RACIOCÍNIO LÓGICO
Três Conjuntos: Na sua apresentação inicial, Venn focou-se Proposições Categóricas
sobretudo nos diagramas de três conjuntos. Alargando o exemplo
anterior, poderia-se introduzir o conjunto C dos animais que pos- - Todo A é B
suem bico. Neste caso, o diagrama define sete áreas distintas, que - Nenhum A é B
podem combinar-se de 256 (28) maneiras diferentes, algumas delas - Algum A é B e
ilustradas nas imagens seguintes. - Algum A não é B

Proposições do tipo Todo A é B afirmam que o conjunto A


é um subconjunto do conjunto B. Ou seja: A está contido em B.
Atenção: dizer que Todo A é B não significa o mesmo que Todo
B é A. Enunciados da forma Nenhum A é B afirmam que os con-
juntos A e B são disjuntos, isto é, não tem elementos em comum.
Atenção: dizer que Nenhum A é B é logicamente equivalente a
dizer que Nenhum B é A.
Por convenção universal em Lógica, proposições da forma
Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um
Diagrama de Venn mostrando todas as intersecções possíveis elemento em comum com o conjunto B. Contudo, quando dizemos
entre A, B e C. que Algum A é B, pressupomos que nem todo A é B. Entretanto,
no sentido lógico de algum, está perfeitamente correto afirmar que
“alguns de meus colegas estão me elogiando”, mesmo que todos
eles estejam. Dizer que Algum A é B é logicamente equivalente
a dizer que Algum B é A. Também, as seguintes expressões são
equivalentes: Algum A é B = Pelo menos um A é B = Existe um
A que é B.
Proposições da forma Algum A não é B estabelecem que o
conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao con-
junto B. Temos as seguintes equivalências: Algum A não é B =
Algum A é não B = Algum não B é A. Mas não é equivalente a
Algum B não é A. Nas proposições categóricas, usam-se também
União de três conjuntos: A B C
as variações gramaticais dos verbos ser e estar, tais como é, são,
está, foi, eram, ..., como elo de ligação entre A e B.

- Todo A é B = Todo A não é não B.


- Algum A é B = Algum A não é não B.
- Nenhum A é B = Nenhum A não é não B.
- Todo A é não B = Todo A não é B.
- Algum A é não B = Algum A não é B.
- Nenhum A é não B = Nenhum A não é B.
- Nenhum A é B = Todo A é não B.
Intersecção de três conjuntos: A B C - Todo A é B = Nenhum A é não B.
- A negação de Todo A é B é Algum A não é B (e vice-versa).
- A negação de Algum A é B é Nenhum A não é B (e vice-
versa).

Verdade ou Falsidade das Proposições Categóricas

Dada a verdade ou a falsidade de qualquer uma das proposi-


ções categóricas, isto é, de Todo A é B, Nenhum A é B, Algum A é
B e Algum A não é B, pode-se inferir de imediato a verdade ou a
A \ (B C) falsidade de algumas ou de todas as outras.

1. Se a proposição Todo A é B é verdadeira, então temos as


duas representações possíveis:

1 2
B
A = B
A
(B C) \ A

Didatismo e Conhecimento 18
RACIOCÍNIO LÓGICO
Nenhum A é B. É falsa. QUESTÕES
Algum A é B. É verdadeira.
Algum A não é B. É falsa. 01. Represente por diagrama de Venn-Euler
(A) Algum A é B
2. Se a proposição Nenhum A é B é verdadeira, então temos (B) Algum A não é B
somente a representação: (C) Todo A é B
(D) Nenhum A é B

02. (Especialista em Políticas Públicas Bahia - FCC) Conside-


A B rando “todo livro é instrutivo” como uma proposição verdadeira,
é correto inferir que:
(A) “Nenhum livro é instrutivo” é uma proposição necessaria-
mente verdadeira.
(B) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição necessaria-
Todo A é B. É falsa.
mente verdadeira.
Algum A é B. É falsa. (C) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição verda-
Algum A não é B. É verdadeira. deira ou falsa.
(D) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição verdadeira
3. Se a proposição Algum A é B é verdadeira, temos as quatro ou falsa.
representações possíveis: (E) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição necessa-
riamente verdadeira.

03. Dos 500 músicos de uma Filarmônica, 240 tocam instru-


mentos de sopro, 160 tocam instrumentos de corda e 60 tocam
esses dois tipos de instrumentos. Quantos músicos desta Filarmô-
nica tocam:
(A) instrumentos de sopro ou de corda?
(B) somente um dos dois tipos de instrumento?
(C) instrumentos diferentes dos dois citados?

04. (TTN - ESAF) Se é verdade que “Alguns A são R” e que


“Nenhum G é R”, então é necessariamente verdadeiro que:
(A) algum A não é G;
Nenhum A é B. É falsa. (B) algum A é G.
Todo A é B. Pode ser verdadeira (em 3 e 4) ou falsa (em 1 e 2). (C) nenhum A é G;
Algum A não é B. Pode ser verdadeira (em 1 e 2) ou falsa (em (D) algum G é A;
3 e 4) – é indeterminada. (E) nenhum G é A;

4. Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as 05. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol mas não
praticam vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei mas não praticam
três representações possíveis:
futebol. O total dos que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17
alunos que não praticam futebol. O número de alunos da classe é:
(A) 30.
(B) 35.
(C) 37.
(D) 42.
(E) 44.

06. Um colégio oferece a seus alunos a prática de um ou mais


3 dos seguintes esportes: futebol, basquete e vôlei. Sabe-se que, no
A B atual semestre:
- 20 alunos praticam vôlei e basquete.
- 60 alunos praticam futebol e 55 praticam basquete.
- 21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei.
Todo A é B. É falsa. - o número de alunos que praticam só futebol é idêntico ao
Nenhum A é B. Pode ser verdadeira (em 3) ou falsa (em 1 e número de alunos que praticam só vôlei.
2 – é indeterminada). - 17 alunos praticam futebol e vôlei.
Algum A é B. Ou falsa (em 3) ou pode ser verdadeira (em 1 e - 45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45, não
2 – é indeterminada). praticam vôlei.

Didatismo e Conhecimento 19
RACIOCÍNIO LÓGICO
O número total de alunos do colégio, no atual semestre, é
igual a:
(B)
(A) 93
(B) 110
(C) 103
(D) 99
(E) 114
(C)
07. Numa pesquisa, verificou-se que, das pessoas entrevista-
das, 100 liam o jornal X, 150 liam o jornal Y, 20 liam os dois
jornais e 110 não liam nenhum dos dois jornais. Quantas pessoas
foram entrevistadas?
(A) 220
(D)
(B) 240
(C) 280
(D) 300
(E) 340
02. Resposta “B”.
08. Em uma entrevista de mercado, verificou-se que 2.000
pessoas usam os produtos C ou D. O produto D é usado por 800
pessoas e 320 pessoas usam os dois produtos ao mesmo tempo.
Quantas pessoas usam o produto C?
(A) 1.430
(B) 1.450
(C) 1.500
(D) 1.520
A opção A é descartada de pronto: “nenhum livro é instrutivo”
(E) 1.600
implica a total dissociação entre os diagramas. E estamos com a
situação inversa. A opção “B” é perfeitamente correta. Percebam
09. Sabe-se que o sangue das pessoas pode ser classificado em
como todos os elementos do diagrama “livro” estão inseridos no
quatro tipos quanto a antígenos. Em uma pesquisa efetuada num
diagrama “instrutivo”. Resta necessariamente perfeito que algum
grupo de 120 pessoas de um hospital, constatou-se que 40 delas
livro é instrutivo.
têm o antígeno A, 35 têm o antígeno B e 14 têm o antígeno AB.
Com base nesses dados, quantas pessoas possuem o antígeno O?
03. Seja C o conjunto dos músicos que tocam instrumentos de
(A) 50
corda e S dos que tocam instrumentos de sopro. Chamemos de F o
(B) 52
conjunto dos músicos da Filarmônica. Ao resolver este tipo de pro-
(C) 59
blema faça o diagrama, assim você poderá visualizar o problema e
(D) 63
sempre comece a preencher os dados de dentro para fora.
(E) 65
Passo 1: 60 tocam os dois instrumentos, portanto, após fazer-
10. Em uma universidade são lidos dois jornais, A e B. Exa-
mos o diagrama, este número vai no meio.
tamente 80% dos alunos leem o jornal A e 60% leem o jornal B.
Passo 2:
Sabendo que todo aluno é leitor de pelo menos um dos jornais,
a)160 tocam instrumentos de corda. Já temos 60. Os que só
encontre o percentual que leem ambos os jornais.
tocam corda são, portanto 160 - 60 = 100
(A) 40%
b) 240 tocam instrumento de sopro. 240 - 60 = 180
(B) 45%
Vamos ao diagrama, preenchemos os dados obtidos acima:
(C) 50%
(D) 60%
(E) 65%

Respostas 100 60 180

01. (A)

Com o diagrama completamente preenchido, fica fácil achara


as respostas: Quantos músicos desta Filarmônica tocam:
a) instrumentos de sopro ou de corda? Pelos dados do proble-
ma: 100 + 60 + 180 = 340

Didatismo e Conhecimento 20
RACIOCÍNIO LÓGICO
b) somente um dos dois tipos de instrumento? 100 + 180 = Teste da alternativa “B” (algum A é G). Observando os dese-
280 nhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de A que está
c) instrumentos diferentes dos dois citados? 500 - 340 = 160 mais a direita, esta alternativa não é verdadeira, isto é, tem elemen-
tos em A que não estão em G. Pelo mesmo motivo a alternativa
04. Esta questão traz, no enunciado, duas proposições cate- “D” não é correta. Passemos para a próxima.
góricas: Teste da alternativa “C” (Nenhum A é G). Observando os
- Alguns A são R desenhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de A que
- Nenhum G é R está mais a esquerda, esta alternativa não é verdadeira, isto é, tem
elementos em A que estão em G. Pelo mesmo motivo a alternativa
Devemos fazer a representação gráfica de cada uma delas por “E” não é correta. Portanto, a resposta é a alternativa “A”.
círculos para ajudar-nos a obter a resposta correta. Vamos iniciar
pela representação do Nenhum G é R, que é dada por dois círculos 05. Resposta “E”.
separados, sem nenhum ponto em comum.

Como já foi visto, não há uma representação gráfica única n = 20 + 7 + 8 + 9


para a proposição categórica do Alguns A são R, mas geralmente n = 44
a representação em que os dois círculos se interceptam (mostrada
abaixo) tem sido suficiente para resolver qualquer questão. 06. Resposta “D”.

n(FeB) = 45 e n(FeB -V) = 30 → n(FeBeV) = 15


n(FeV) = 17 com n(FeBeV) = 15 → n(FeV - B) = 2
n(F) = n(só F) + n(FeB-V) + n(FeV -B) + n(FeBeV)
60 = n(só F) + 30 + 2 + 15 → n(só F) = 13

n(sóF) = n(sóV) = 13
Agora devemos juntar os desenhos das duas proposições cate-
n(B) = n(só B) + n(BeV) + n(BeF-V) → n(só B) = 65 - 20 –
góricas para analisarmos qual é a alternativa correta. Como a ques-
30 = 15
tão não informa sobre a relação entre os conjuntos A e G, então
n(nem F nem B nem V) = n(nem F nem V) - n(solo B) = 21-
teremos diversas maneiras de representar graficamente os três con- 15 = 6
juntos (A, G e R). A alternativa correta vai ser aquela que é verda-
deira para quaisquer dessas representações. Para facilitar a solução Total = n(B) + n(só F) + n(só V) + n(Fe V - B) + n(nemF
da questão não faremos todas as representações gráficas possíveis nemB nemV) = 65 + 13 + 13 + 2 + 6 = 99.
entre os três conjuntos, mas sim, uma (ou algumas) representa-
ção(ões) de cada vez e passamos a analisar qual é a alternativa que
satisfaz esta(s) representação(ões), se tivermos somente uma alter-
nativa que satisfaça, então já achamos a resposta correta, senão,
desenhamos mais outra representação gráfica possível e passamos
a testar somente as alternativas que foram verdadeiras. Tomemos
agora o seguinte desenho, em que fazemos duas representações,
uma em que o conjunto A intercepta parcialmente o conjunto G, e
outra em que não há intersecção entre eles.

07. Resposta “E”.

A B

80 20 130 + 110
Teste das alternativas:
Teste da alternativa “A” (algum A não é G). Observando os
desenhos dos círculos, verificamos que esta alternativa é verda-
deira para os dois desenhos de A, isto é, nas duas representações Começamos resolvendo pelo que é comum: 20 alunos gostam
há elementos em A que não estão em G. Passemos para o teste da de ler os dois.
próxima alternativa. Leem somente A: 100 – 20 = 80

Didatismo e Conhecimento 21
RACIOCÍNIO LÓGICO
Leem somente B: 150 – 20 = 130 Em resumo:
Totaliza: 80 + 20 + 130 + 110 = 340 pessoas. - Polinômio é uma expressão algébrica racional e inteira, por
exemplo:
08. Resposta “D”. x2y
3x – 2y
A B x + y5 + ab

- Monômio é um tipo de polinômio que possui apenas um


1200 320 480 termo, ou seja, que possui apenas coeficiente e parte literal. Por
exemplo:
a2 → 1 é o coeficiente e a2 parte literal.
3x2y → 3 é o coeficiente e x2y parte literal.
Somente B: 800 – 320 = 480 -5xy6 → -5 é o coeficiente e xy6 parte literal
Usam A = total – somente B = 2000 – 480 = 1520.
Operações com Polinômios
09. Resposta “C”.
Adição
A B
O procedimento utilizado na adição e subtração de polinômios
+ 59 envolve técnicas de redução de termos semelhantes, jogo de sinal,
26 14 21
operações envolvendo sinais iguais e sinais diferentes.
Exemplo 1
Começa-se resolvendo pelo AB, então somente A = 40 – 14 =
26 e somente B = 35 – 14 = 21. Adicionar x2 – 3x – 1 com –3x2 + 8x – 6.
Somando-se A, B e AB têm-se 61, então o O são 120 – 61 = (x2 – 3x – 1) + (–3x2 + 8x – 6) → eliminar o segundo parênte-
59 pessoas. ses através do jogo de sinal.
+(–3x2) = –3x2
10. Resposta “A”. +(+8x) = +8x
- Jornal A → 0,8 – x +(–6) = –6
- Jornal B → 0,6 – x x2 – 3x – 1 –3x2 + 8x – 6 → reduzir os termos semelhantes.
- Intersecção → x x2 – 3x2 – 3x + 8x – 1 – 6
–2x2 + 5x – 7
Então fica: Portanto: (x2 – 3x – 1) + (–3x2 + 8x – 6) = –2x2 + 5x – 7

(0,8 - x) + (0,6 - x) + x = 1 Exemplo 2


- x + 1,4 = 1
- x = - 0,4 Adicionando 4x2 – 10x – 5 e 6x + 12, teremos:
x = 0,4. (4x2 – 10x – 5) + (6x + 12) → eliminar os parênteses utilizan-
do o jogo de sinal.
Resposta “40% dos alunos leem ambos os jornais”. 4x2 – 10x – 5 + 6x + 12 → reduzir os termos semelhantes.
4x2 – 10x + 6x – 5 + 12
Algebra 4x2 – 4x + 7
Portanto: (4x2 – 10x – 5) + (6x + 12) = 4x2 – 4x + 7
Para polinômios podemos encontrar várias definições diferen-
tes como: Subtração
Polinômio é uma expressão algébrica com todos os termos
semelhantes reduzidos. Exemplo 1

- 3xy é monômio, mas também considerado polinômio, assim Subtraindo –3x2 + 10x – 6 de 5x2 – 9x – 8.
podemos dividir os polinômios em monômios (apenas um monô- (5x2 – 9x – 8) – (–3x2 + 10x – 6) → eliminar os parênteses
mio), binômio (dois monômios) e trinômio (três monômios). utilizando o jogo de sinal.
– (–3x2) = +3x2
- 3x + 5 é um polinômio e uma expressão algébrica. – (+10x) = –10x
– (–6) = +6
Como os monômios, os polinômios também possuem grau e
é assim que eles são separados. Para identificar o seu grau, basta 5x2 – 9x – 8 + 3x2 –10x +6 → reduzir os termos semelhantes.
observar o grau do maior monômio, esse será o grau do polinômio. 5x2 + 3x2 – 9x –10x – 8 + 6
Com os polinômios podemos efetuar todas as operações: adi- 8x2 – 19x – 2
ção, subtração, divisão, multiplicação, potenciação e radiciação. Portanto: (5x2 – 9x – 8) – (–3x2 + 10x – 6) = 8x2 – 19x – 2

Didatismo e Conhecimento 22
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo 2 - 10x3 + 2x2

Se subtrairmos 2x³ – 5x² – x + 21 e 2x³ + x² – 2x + 5 teremos: Portanto: -2x2 (5x – 1) = - 10x3 + 2x2
(2x³ – 5x² – x + 21) – (2x³ + x² – 2x + 5) → eliminando os
parênteses através do jogo de sinais. Multiplicação de número natural
2x³ – 5x² – x + 21 – 2x³ – x² + 2x – 5 → redução de termos
semelhantes. - Se multiplicarmos 3 por (2x2 + x + 5), teremos:
2x³ – 2x³ – 5x² – x² – x + 2x + 21 – 5 3 (2x2 + x + 5) → aplicar a propriedade distributiva.
0x³ – 6x² + x + 16 3 . 2x2 + 3 . x + 3 . 5
– 6x² + x + 16 6x2 + 3x + 15.
Portanto: (2x³ – 5x² – x + 21) – (2x³ + x² – 2x + 5) = – 6x² +
x + 16 Portanto: 3 (2x2 + x + 5) = 6x2 + 3x + 15.

Exemplo 3 Multiplicação de polinômio com polinômio

Considerando os polinômios A = 6x³ + 5x² – 8x + 15, B = 2x³ - Se multiplicarmos (3x – 1) por (5x2 + 2)
– 6x² – 9x + 10 e C = x³ + 7x² + 9x + 20. Calcule: (3x – 1) . (5x2 + 2) → aplicar a propriedade distributiva.
a) A + B + C 3x . 5x2 + 3x . 2 – 1 . 5x2 – 1 . 2
(6x³ + 5x² – 8x + 15) + (2x³ – 6x² – 9x + 10) + (x³ + 7x² + 9x 15x3 + 6x – 5x2 – 2
+ 20)
6x³ + 5x² – 8x + 15 + 2x³ – 6x² – 9x + 10 + x³ + 7x² + 9x + 20 Portanto: (3x – 1) . (5x2 + 2) = 15x3 + 6x – 5x2 – 2
6x³ + 2x³ + x³ + 5x² – 6x² + 7x² – 8x – 9x + 9x + 15 + 10 + 20 - Multiplicando (2x2 + x + 1) por (5x – 2), teremos:
9x³ + 6x² – 8x + 45 (2x2 + x + 1) (5x – 2) → aplicar a propriedade distributiva.
2x2 . (5x) + 2x2 . (-2) + x . 5x + x . (-2) + 1 . 5x + 1 . (-2)
A + B + C = 9x³ + 6x² – 8x + 45 10x3 – 4x2 + 5x2 – 2x + 5x – 2
10x3+ x2 + 3x – 2
b) A – B – C
(6x³ + 5x² – 8x + 15) – (2x³ – 6x² – 9x + 10) – (x³ + 7x² + 9x Portanto: (2x2 + x + 1) (5x – 2) = 10x3+ x2 + 3x – 2
+ 20) Divisão
6x³ + 5x² – 8x + 15 – 2x³ + 6x² + 9x – 10 – x³ – 7x² – 9x – 20
6x³ – 2x³ – x³ + 5x² + 6x² – 7x² – 8x + 9x – 9x + 15 – 10 – 20 - Divisão de monômio por monômio
6x³ – 3x³ + 11x² – 7x² – 17x + 9x + 15 – 30
3x³ + 4x² – 8x – 15 Ao resolvermos uma divisão onde o dividendo e o divisor são
monômios devemos seguir a regra: dividimos coeficiente com coe-
A – B – C = 3x³ + 4x² – 8x – 15 ficiente e parte literal com parte literal. Exemplos: 6x3 3x = 6 . x3
= 2x2 3x2
A multiplicação com polinômio (com dois ou mais monô-
mios) pode ser realizada de três formas:
Multiplicação de monômio com polinômio.
Multiplicação de número natural com polinômio. Observação: ao dividirmos as partes literais temos que estar
Multiplicação de polinômio com polinômio. atentos à propriedade que diz que base igual na divisão, repete a
base e subtrai os expoentes.
As multiplicações serão efetuadas utilizando as seguintes pro- Depois de relembrar essas definições veja alguns exemplos de
priedades: como resolver divisões de polinômio por monômio.
- Propriedade da base igual e expoente diferente: an . am = a n + m
- Monômio multiplicado por monômio é o mesmo que multi- Exemplo: (10a3b3 + 8ab2) (2ab2)
plicar parte literal com parte literal e coeficiente com coeficiente.
O dividendo 10a3b3 + 8ab2 é formado por dois monômios.
Multiplicação de monômio com polinômio Dessa forma, o divisor 2ab2, que é um monômio, irá dividir cada
um deles, veja:
- Se multiplicarmos 3x por (5x2 + 3x – 1), teremos: (10a3b3 + 8ab2) (2ab2)
3x . (5x2 + 3x – 1) → aplicar a propriedade distributiva.
3x . 5x2 + 3x . 3x + 3x . (-1)
15x3 + 9x2 – 3x

Portanto: 3x (5x2 + 3x – 1) = 15x3 + 9x2 – 3x Assim, transformamos a divisão de polinômio por monômio
- Se multiplicarmos -2x2 por (5x – 1), teremos: em duas divisões de monômio por monômio. Portanto, para con-
-2x2 (5x – 1) → aplicando a propriedade distributiva. cluir essa divisão é preciso dividir coeficiente por coeficiente e
-2x2 . 5x – 2x2 . (-1) parte literal por parte literal.

Didatismo e Conhecimento 23
RACIOCÍNIO LÓGICO
Se D(x) é divisor de P(x) ⇔ R(x)=0

Exemplo:
Determinar o quociente de P(x)=x4+x3-7x2+9x-1 por
D(x)=x2+3x-2.
Resolução: Aplicando o método da chave, temos:
ou

x 4 + x3 − 7 x 2 + 9 x − 1 x 2 + 3x − 2
− x 4 − 3x3 + 2 x 2 x 2 − 2 x + 1 → Q( x)
− 2 x3 − 5 x 2 + 9 x − 1
Portanto, (10a3b3 + 8ab2) (2ab2) = 5a2b + 4
+ 2 x3 + 6 x 2 − 4 x
Exemplo: (9x2y3 – 6x3y2 – xy) (3x2y)
x2 + 5x − 1
O dividendo 9x2y3 – 6x3y2 – xy é formado por três monômios.
− x 2 − 3x + 2
Dessa forma, o divisor 3x2y, que é um monômio irá dividir cada
um deles, veja: 2 x + 1 → R( x)

Verificamos que:
Assim, transformamos a divisão de polinômio por monômio
em três divisões de monômio por monômio. Portanto, para con-
cluir essa divisão é preciso dividir coeficiente por coeficiente e
parte literal por parte literal.
O dispositivo de Briot-Ruffini  
Utiliza-se para efetuar a divisão de um polinômio P(x) por um
binômio da forma (ax+b).  
Exemplo: Determinar o quociente e o resto da divisão do po-
linômio P(x)=3x3-5x2+x-2 por (x-2).
Resolução: 
Portanto,

- Divisão de Polinômio por polinômio


Sejam dois polinômios P(x) e D(x), com D(x) não nulo.     
Efetuar a divisão de P por D é determinar dois polinômios
Q(x) e R(x), que satisfaçam as duas condições abaixo: Para resolvermos este problema, vamos seguir o passo a passo
abaixo:
1ª) Q(x).D(x) + R(x) = P(x) 1) Vamos achar a raiz do divisor: x-2 =0 ➜ x=2 ;
2) Colocamos a raiz do divisor e os coeficientes do dividen-
P( x) D( x ) do ordenadamente na parte de cima da reta, como mostra a figura
acima;  
R( x) Q( x) 3) O primeiro coeficiente do dividendo é repetido abaixo.  
4) Multiplicamos a raiz do divisor por esse coeficiente repeti-
2ª) gr(R) < gr(D) ou R(x)=0 do abaixo e somamos o produto com o 2º coeficiente do dividendo,
colocando o resultado abaixo deste.  
Nessa divisão: 5) Multiplicamos a raiz do divisor pelo número colocado abai-
P(x) é o dividendo. xo do 2º coeficiente e somamos o produto com o 3º coeficiente,
D(x) é o divisor. colocando o resultado abaixo deste, e assim sucessivamente.  
Q(x) é o quociente. 6) Separamos o último número formado, que é igual ao resto
R(x) é o resto da divisão. da divisão, e os números que ficam à esquerda deste serão os coe-
ficientes do quociente. 
Obs: Quando temos R(x)=0 dizemos que a divisão é exata, ou Observe que o grau de Q(x) é uma unidade inferior ao de P(x),
seja, P(x) é divisível por D(x) ou D(x) é divisor de P(x) pois o divisor é de grau 1.  

Didatismo e Conhecimento 24
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resposta: Q(x)=3x2+x+3 e R(x)=4. 7 - (MACK)
P(x) x – 2 Q(x) x – 6
Questões 4 Q(x) 1 Q1(x)
Considerando as divisões de polinômios acima, podemos afir-
1 – (Guarda Civil SP)O resto da divisão do polinômio x³ + mar que o resto da divisão de P(x) por x2 – 8x + 12 é:
3x² – 5x + 1 por x – 2 é: A) 3x – 2
A) 1 B) x + 1
B) 2 C) 2x + 2
C) 10 D) 2x + 1
D) 11 E) x + 2
E) 12
8 - (FGV) Sabe-se que o polinômio f = x4 – x3 – 3x2 + x + 2 é
2 - (Guarda Civil SP) Considere o polinômio divisível por x2 – 1. Um outro divisor de f é o polinômio:
A) x2 – 4
B) x2 + 1
C) (x + 1)2
Sabendo que P(1) = 2, então o valor de P(3) é: D) (x – 2)2
A) 386. E) (x – 1)2
B) 405. 9 - (FGV) Um polinômio P (x) do 4o grau é divisível por (x –
C) 324. 3)3. Sendo P (0) = 27 e P (2) = –1, então o valor de P (5) é:
D) 81. A) 48
E) 368. B) 32
3 – (UESP) Se o polinômio P(x) = x3 + mx2 - 1 é divisível por C) 27
x2 + x - 1, então m é igual a: D) 16
A) -3 E) 12
B) -2
C) -1 10 - (MACK) Se P (x) = x3 – 8 x2 + kx – m é divisível por
D) 1 (x – 2) (x + 1) então , (m, vale:
E) 2 A) 2/5
B) – 5/14
4 – (UF/AL) Seja o polinômio do 3° grau p = ax³ + bx² + cx C) 7/2
+ d cujos coeficientes são todos positivos. O n° real k é solução da D) 2/7
equação p(x) = p(- x) se, e somente se, k é igual a: E) 1/2
A) 0
B) 0 ou 1 Respostas
C) - 1 ou 1
D) ± √c/a 1 - RESPOSTA: “D”
E) 0 ou ± √-c/a

5 – (UFSM) Considere os polinômios, de coeficientes reais:


A(x)= x3 + ax2 + bx + c
B(x)= bx3 + 2x2 + cx +2
Teremos que A(k)=B(k), qualquer que seja o número real k ,
quando:
A) a=c=2 e b=1
B) b=c=1 e a=2
C) a=b=c=1
D) a=b=c=2
E) nunca

6 - (FUVEST)Um polinômio P(x) = x3 + ax2 + bx + c, satisfaz


as seguintes condições: 2 – RESPOSTA: “A”
P(1) = 0; P(–x) + P(x) = 0, qualquer que seja x real. Qual o P(1)=4.1  + 3.1 – 2.1 + 1 + k =2
valor de P(2)? P(1) =4 + 3 – 2 + 1+ k = 2
A) 2 10 + k = 2
B) 3 k=2–6
C) 4 k=–4
D) 5  
E) 6 Substituindo k, e fazendo P(3), teremos:

Didatismo e Conhecimento 25
RACIOCÍNIO LÓGICO
 P(3) =  4x4  + 3x³ + 2x² + x – 4 9 - RESPOSTA: “E”
P(3) = 4.(3)4 + 3.(3)3 + 2.(3)2 + 3 -4 P(x) = (x – 3)3 . Q(x) + R(x)
P(3) = 4.81 + 3.27 – 2.9 + 3 – 4 P(0) = –27 . Q(0) = 27 Q(0) = –1
P(3) = 324 + 81 – 18 + 3 – 4 P(2) = –1 . Q(2) = –1 Q(2) = 1
P(3) = 386 P(5) = ?
Q(x) = ax + b
3 – RESPOSTA: “E” Q(0) = b = –1
x³ + mx² +0x - 1 | x² + x - 1 Q(2) = 2a – 1 = 1 ➜ a = 1 ➜ Q(x) = x – 1
-x³ - x² + x ............x + 1 P(5) = (5 – 3)3 . Q(5) ➜ P(5) = 8 . (5 – 1) = 32
......(m-1)x² +x-1 10 - RESPOSTA: “B”
..... -1x² - x-1 Resolução:
.........(m-2)
o resto deve ser igual a zero, assim teremos que
m-2=0
m=2
4 - RESPOSTA: “E”

p(x) = p(-x)
ax³+bx²+cx+d=-ax³+bx²-cx+d
2ax³+2cx= Geometria
2(ax³+cx)=0
ax³+cx=0 A Geometria é a parte da matemática que estuda as figuras e
Como k é solução da equação ax³+cx=0, teremos suas propriedades. A geometria estuda figuras abstratas, de uma
p(k)=ak³+ck=0 perfeição não existente na realidade. Apesar disso, podemos ter
ak³+ck=0 uma boa ideia das figuras geométricas, observando objetos reais,
k(ak²+c)=0 como o aro da cesta de basquete que sugere uma circunferência,
k=0 ou ak²+c=0 as portas e janelas que sugerem retângulos e o dado que sugere
k²=-c/a um cubo.
k=±√-c/a
Reta, semirreta e segmento de reta
5 - RESPOSTA: “E”
A(x)=B(x) ➜ x3 +ax2 + bx +c = bx3 +2x2 + cx+2 ➜ x3 +ax2 +
bx +c - bx3 -2x2 – cx -2 =0➜
x3 (1-b) + x2(a-2) + x(b-c) +c – 2 =0, daí tiramos:
b=1 ; a=2 ; b=c ; c=2 , b=2 , então se b=1 e b=2 , b não pode
ter dois valores, logo não existe resposta correta.

6 - RESPOSTA: “E”
P(x)= x3+ax2+bx+c
P(1) = 13+a12+b1+c ➜ a+b+c=-1 Definições.
a) Segmentos congruentes.
P(-x)+P(x)= -x3+ax2-bx+c + x3+ax2+bx+c ➜ 2ax2+2c=0 ➜ Dois segmentos são congruentes se têm a mesma medida.
ax +c=0 ➜ a=0 ; c=0
2
b) Ponto médio de um segmento.
Substituindo em a+b+c= -1, b=-1 Um ponto P é ponto médio do segmento AB se pertence ao
P(2) = 23 -1.2 = 8-2 = 6 segmento e divide AB em dois segmentos congruentes.
c) Mediatriz de um segmento.
7 - RESPOSTA: “E” É a reta perpendicular ao segmento no seu ponto médio
P(x) = Q (x) (x – 2) + 4; Q(x) = Q1 (x) (x – 6) + 1 Ângulo
P(x) = (Q1 (x) (x – 6) + 1) (x – 2) + 4
P(x) = Q1 (x) (x2 – 8x + 12) + x – 2 + 4
P(x) = Q1 (x) (x2 – 8x + 12) + (x + 2)
R(x) = x + 2

8 - RESPOSTA: “C”
x2 – 1 = (x + 1) (x – 1)

x4 – x3 – 3x2 + x + 2 = (x + 1)2 . (x – 1) . (x – 2)

Didatismo e Conhecimento 26
RACIOCÍNIO LÓGICO
Definições.
a) Ângulo é a região plana limitada por duas semirretas de
mesma origem.
b) Ângulos congruentes: Dois ângulos são ditos congruentes
se têm a mesma medida.
c) Bissetriz de um ângulo: É a semirreta de origem no vértice
do ângulo que divide esse ângulo em dois ângulos congruentes.

Perímetro
Entendendo o que é perímetro.
Imagine uma sala de aula de 5m de largura por 8m de
comprimento.
Quantos metros lineares serão necessários para colocar rodapé Veremos que a área do campo de futebol é 70 unidades de
nesta sala, sabendo que a porta mede 1m de largura e que nela não área.
se coloca rodapé? A unidade de medida da área é: m² (metros quadrados), cm²
(centímetros quadrados), e outros.
Se tivermos uma figura do tipo:

A conta que faríamos seria somar todos os lados da sala,


menos 1m da largura da porta, ou seja:
P = (5 + 5 + 8 + 8) – 1
P = 26 – 1 Sua área será um valor aproximado. Cada é uma unidade,
P = 25 então a área aproximada dessa figura será de 4 unidades.
No estudo da matemática calculamos áreas de figuras planas e
para cada figura há uma fórmula pra calcular a sua área.

Retângulo
É o quadrilátero que tem todos os ângulos internos congruentes
e iguais a 90º.

Colocaríamos 25m de rodapé.


A soma de todos os lados da planta baixa se chama Perímetro. No cálculo da área de qualquer retângulo podemos seguir o
Portanto, Perímetro é a soma dos lados de uma figura plana. raciocínio:

Área
Área é a medida de uma superfície.
A área do campo de futebol é a medida de sua superfície
(gramado).
Se pegarmos outro campo de futebol e colocarmos em uma
malha quadriculada, a sua área será equivalente à quantidade de
quadradinho. Se cada quadrado for uma unidade de área:

Didatismo e Conhecimento 27
RACIOCÍNIO LÓGICO
Pegamos um retângulo e colocamos em uma malha
quadriculada onde cada quadrado tem dimensões de 1 cm. Se A= .
contarmos, veremos que há 24 quadrados de 1 cm de dimensões A= ²
no retângulo. Como sabemos que a área é a medida da superfície
de uma figuras podemos dizer que 24 quadrados de 1 cm de Trapézio
dimensões é a área do retângulo. É o quadrilátero que tem dois lados paralelos. A altura de um
trapézio é a distância entre as retas suporte de suas bases.

O retângulo acima tem as mesmas dimensões que o outro, Em todo trapézio, o segmento que une os pontos médios
só que representado de forma diferente. O cálculo da área do dos dois lados não paralelos, é paralelo às bases e vale a média
retângulo pode ficar também da seguinte forma: aritmética dessas bases.
A = 6 . 4 A = 24 cm²
Podemos concluir que a área de qualquer retângulo é:

A=b.h
A área do trapézio está relacionada com a área do triângulo
Quadrado que é calculada utilizando a seguinte fórmula:
É o quadrilátero que tem os lados congruentes e todos os A = b . h (b = base e h = altura).
ângulos internos a congruentes (90º). 2

Observe o desenho de um trapézio e os seus elementos mais


importantes (elementos utilizados no cálculo da sua área):

Sua área também é calculada com o produto da base pela Um trapézio é formado por uma base maior (B), por uma base
altura. Mas podemos resumir essa fórmula: menor (b) e por uma altura (h).
Para fazermos o cálculo da área do trapézio é preciso dividi-lo
em dois triângulos, veja como:
Primeiro: completamos as alturas no trapézio:

Como todos os lados são iguais, podemos dizer que base é


igual a e a altura igual a , então, substituindo na fórmula A = b .
h, temos:

Didatismo e Conhecimento 28
RACIOCÍNIO LÓGICO
Segundo: o dividimos em dois triângulos:

Em todo losango as diagonais são:


A área desse trapézio pode ser calculada somando as áreas dos a) perpendiculares entre si;
dois triângulos (∆CFD e ∆CEF). b) bissetrizes dos ângulos internos.
Antes de fazer o cálculo da área de cada triângulo
separadamente observamos que eles possuem bases diferentes e
A área do losango é definida pela seguinte fórmula:
alturas iguais.
d .D Onde D é a diagonal maior e d é a menor.
Cálculo da área do ∆CEF: S=
2
A∆1 = B . h
Triângulo
2
Cálculo da área do ∆CFD: Figura geométrica plana com três lados.

A∆2 = b . h
2
Somando as duas áreas encontradas, teremos o cálculo da
área de um trapézio qualquer:

AT = A∆1 + A∆2

AT = B . h + b . h
2 2

AT = B . h + b . h → colocar a altura (h) em evi-


2 Ângulo externo. O ângulo externo de qualquer polígono
dência, pois é um termo comum aos dois fatores. convexo é o ângulo formado entre um lado e o prolongamento do
outro lado.
AT = h (B + b)
2 Classificação dos triângulos.

a) quanto aos lados:


Portanto, no cálculo da área de um trapézio qualquer
- triângulo equilátero.
utilizamos a seguinte fórmula:
- triângulo isósceles.
A = h (B + b) - triângulo escaleno.
2
b) quanto aos ângulos:
h = altura - triângulo retângulo.
B = base maior do trapézio - triângulo obtusângulo.
b = base menor do trapézio - triângulo acutângulo.

Losango
Propriedades dos triângulos
É o quadrilátero que tem os lados congruentes. 1) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3 ângulos
internos é 180º.

Didatismo e Conhecimento 29
RACIOCÍNIO LÓGICO
Área do triangulo

2) Em todo triângulo, a medida de um ângulo externo é igual à


soma das medidas dos 2 ângulos internos não adjacentes.

Segmentos proporcionais
Teorema de Tales.
Em todo feixe de retas paralelas, cortado por uma reta
transversal, a razão entre dois segmento quaisquer de uma
transversal é igual à razão entre os segmentos correspondentes da
outra transversal.

3) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3 ângulos


externos é 360º.

Semelhança de triângulos
Definição.
Dois triângulos são semelhantes se têm os ângulos dois a dois
congruentes e os lados correspondentes dois a dois proporcionais.
Definição mais “popular”.
Dois triângulos são semelhantes se um deles é a redução ou a
ampliação do outro.
Importante - Se dois triângulos são semelhantes, a
4) Em todo triângulo isósceles, os ângulos da base são
proporcionalidade se mantém constante para quaisquer dois
congruentes. Observação - A base de um triângulo isósceles é o
segmentos correspondentes, tais como: lados, medianas, alturas,
seu lado diferente. raios das circunferências inscritas, raios das circunferências
circunscritas, perímetros, etc.

Altura - É a distância entre o vértice e a reta suporte do lado


oposto.

Didatismo e Conhecimento 30
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exercícios 8. Na figura a seguir, as distâncias dos pontos A e B à reta va-
lem 2 e 4. As projeções ortogonais de A e B sobre essa reta são os
1. Seja um paralelogramo com as medidas da base e da altura pontos C e D. Se a medida de CD é 9, a que distância de C deverá
respectivamente, indicadas por b e h. Se construirmos um outro estar o ponto E, do segmento CD, para que CÊA=DÊB
paralelogramo que tem o dobro da base e o dobro da altura do
outro paralelogramo, qual será relação entre as áreas dos parale-
logramos?

2. Os lados de um triângulo equilátero medem 5 mm. Qual é a


área deste triângulo equilátero?

3. Qual é a medida da área de um paralelogramo cujas medi-


das da altura e da base são respectivamente 10 cm e 2 dm? a)3
b)4
4. As diagonais de um losango medem 10 cm e 15 cm. Qual é c)5
a medida da sua superfície? d)6
e)7
5. Considerando as informações constantes no triangulo PQR,
pode-se concluir que a altura PR desse triângulo mede: 9. Para ladrilhar uma sala são necessários exatamente 400 pe-
ças iguais de cerâmica na forma de um quadrado. Sabendo-se que
a área da sala tem 36m², determine:
a) a área de cada peça, em m².
b) o perímetro de cada peça, em metros.

10. Na figura, os ângulos ABC, ACD, CÊD, são retos. Se


AB=2 3 m e CE= 3 m, a razão entre as áreas dos triângulos
ABC e CDE é:

a)5 b)6 c)7 d)8

6. Num cartão retangular, cujo comprimento é igual ao dobro


de sua altura, foram feitos dois vincos AC e BF, que formam, entre
si, um ângulo reto (90°). Observe a figura:

a)6
b)4
c)3
d)2
e) 3

Respostas

Considerando AF=16cm e CB=9cm, determine: 1. A2 = (2b)(2h) = 4bh = 4A1


a) as dimensões do cartão;
b) o comprimento do vinco AC 2. Segundo o enunciado temos:
l=5mm
7. Na figura, os ângulos assinalados sao iguais, AC=2 e AB=6. Substituindo na fórmula:
A medida de AE é:
a)6/5 b)7/4 c)9/5 d)3/2 e)5/4 l² 3 5² 3
S
= S
⇒= = 6, 25 3 ⇒ =
S 10,8
4 4
3. Sabemos que 2 dm equivalem a 20 cm, temos:
h=10
b=20
Substituindo na fórmula:
.h 20.10
S b=
= = 100cm
= ² 2dm²

Didatismo e Conhecimento 31
RACIOCÍNIO LÓGICO
4. Para o cálculo da superfície utilizaremos a fórmula que en- 10.
volve as diagonais, cujos valores temos abaixo:
d1=10
d2=15

Utilizando na fórmula temos:

d1.d 2 10.15
S= ⇒ = 75cm ²
2 2

4 6 36
5. = ⇒ PR = =6
PR 9 6
x 9
6.
= ⇒ x ² = 144 ⇒ x = 12
16 x
=a ) x 12(
= altura ); 2 x 24(comprimento)
b) AC = 9² + x ² = 81 + 144 = 15

7.

8.

9.

Didatismo e Conhecimento 32
ATUALIDADES E
CONHECIMENTOS REGIONAIS
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Perfil
MUNDO CONTEMPORÂNEO: Paulistano, José Eduardo Cardozo é mestre em Direito, ad-
vogado e procurador do município de São Paulo. Foi vereador de
ELEMENTOS DE POLÍTICA
São Paulo por três mandatos, presidiu a Câmara Municipal durante
INTERNACIONAL E BRASILEIRA. dois anos, e, por duas vezes, foi deputado federal pelo PT de São
CULTURA INTERNACIONAL. Paulo – a última vez em 2006.
CULTURA E SOCIEDADE BRASILEIRA: Cardozo começou a militância política no Centro Acadêmico
MÚSICA, LITERATURA, ARTES, da Faculdade de Direito da PUC. Foi também secretário de Governo
ARQUITETURA, RÁDIO, CINEMA, do município de São Paulo (1989 a 1992), na gestão da prefeita Lui-
TEATRO, JORNAIS, REVISTAS E za Erundina. Atuou como chefe de gabinete da antiga Secretaria da
TELEVISÃO. DESCOBERTAS E Administração Federal da Presidência da República (1993).
INOVAÇÕES CIENTÍFICAS NA Trabalhou como professor de direito administrativo da Pontifí-
ATUALIDADE E SEUS IMPACTOS NA cia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e de curso pre-
paratório para ingresso nas carreiras do Ministério Público e Ma-
SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA. gistratura.
O DESENVOLVIMENTO No governo da presidente Dilma Rousseff, assumiu o Minis-
URBANO BRASILEIRO. tério da Justiça em janeiro de 2011, quando ela tomou posse para o
primeiro mandato. Ao longo desse período, passou a se firmar como
um dos principais conselheiros políticos dela.

Veja a nota divulgada nesta segunda pelo Palácio do Pla-


POLÍTICA nalto:
Planalto anuncia que Cardozo deixa o Ministério da Justiça
e assume a AGU
NOTA
O Palácio do Planalto anunciou em nota nesta segunda-feira
A presidenta da República, Dilma Rousseff, informa que o mi-
(29 de fevereiro) que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardo-
nistro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deixará a pasta e assumirá
zo, deixará o cargo para assumir a Advocacia-Geral da União. Ele
a chefia da Advocacia Geral da União, em substituição ao ministro
substituirá no cargo o atual AGU Luís Inácio Adams, que deixará o
Luiz Inácio Adams que solicitou o seu desligamento por motivos
posto por motivos pessoais. Para o lugar de Cardozo, a presidente
pessoais.
Dilma Rousseff convidou o baiano Wellington Cesar Lima e Silva,
que atuou como procurador-geral de Justiça da Bahia. Ele havia sido Assumirá o Ministério da Justiça o ex-Procurador Geral da Jus-
escolhido para o cargo pelo então governador da Bahia Jaques Wag- tiça do Estado da Bahia, Dr. Wellington César Lima e Silva.
ner, atual ministro-chefe da Casa Civil. Assumirá o cargo de ministro-chefe da Controladoria Geral da
O governo também anunciou o nome de Luiz Navarro para as- União, o Sr. Luiz Navarro de Brito.
sumir a Controladoria-Geral da União (CGU). Servidor de carreira, A presidente da República agradece os valiosos serviços pres-
Navarro chegou a atuar como secretário-executivo e corregedor-ge- tados ao longo de todos estes anos, com inestimável competência e
ral da CGU. brilho, pelo Dr. Luís Inácio Adams, e deseja pleno êxito à sua ativi-
Ele substituirá Carlos Higino, que estava interinamente no co- dade profissional futura.
mando da CGU, desde que Valdir Simão foi deslocado para o Minis- Agradece ainda ao ministro-interino da CGU Sr. Carlos Higino
tério do Planejamento no final do ano passado. pela sua dedicação.
No posto desde janeiro de 2011, Cardozo era um dos principais Fonte: G1 - (29/02/2016)
conselheiros políticos da presidente Dilma Rousseff, mas vinha sofren-
do pressão por parte do PT por não controlar as atividades da Polícia Dilma enfrenta um hostil Congresso e pede ajuda para su-
Federal, especialmente nas investigações da Operação Lava Jato. perar crise
Nem o gesto inusual da presidenta Dilma Rousseff de ir pes-
‘Pressões’ soalmente ao Congresso informar a agenda legislativa de seu Go-
Antes mesmo de o Planalto confirmar a saída de Cardozo, a verno serviu para amainar os sinais de que 2016 deverá ser, de novo,
Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) di- um campo de batalha para o Planalto. O primeiro dia do ano legisla-
vulgou nota nesta segunda qual manifestou “extrema preocupação” tivo brasileiro no qual a presidenta discursou foi marcado por apelos
com a eventual mudança na pasta. Para a entidade, a saída dele se por novos impostos, pedidos de apoio para superar a crise, vaias de
daria por “pressões políticas para que controle” os trabalhos da PF. opositores de Rousseff (PT), além de críticas e ponderações até de
A saída de Cardozo ocorre em meio ao processo de impeach- aliados dela. Nada francamente promissor para quem nos próximos
ment que a presidente enfrenta na Câmara dos Deputados. Além dis- cinco meses terá de lidar com um pedido de destituição presidencial,
so, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa, a pedido do PSDB, deflagrado em 2015, e terá o árduo trabalho de convencer sua base
se houve abuso de poder econômico por parte da campanha que a de apoio a votar pela criação de novos tributos em plena recessão.
reelegeu em 2014. Recepcionada pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros
O atual advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, disse que (PMDB-AL), do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandovski,
deixará o governo nesta semana porque o órgão precisa de “nova e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Rousseff
energia” e “novo dinamismo”. Ele avaliou também que a troca no deu beijos nos rostos dos dois primeiros, e com o terceiro – que acei-
comando da pasta não vai prejudicar a defesa de Dilma no processo tou a abertura de seu pedido de impeachment – trocou um rápido
de impeachment. e seco aperto de mãos.

Didatismo e Conhecimento 1
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
“A CPMF é a ponte necessária entre a urgência do curto prazo quem é de um partido que há 13 anos governa o Brasil”, avaliou
e a necessidade da estabilidade fiscal do médio prazo”, discursou a o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o candidato derrotado pela
petista, que, quando levantava os olhos para mirar seus espectado- petista no segundo turno em 2014.
res no plenário da Câmara, via cartazes com a frase “Xô, CPMF”, Entre os governistas, o ex-presidente da Câmara e deputado do
exemplares do boneco inflável Pixuleco (que é uma imagem do PT-RS, Marco Maia, diz que a deferência da presidenta ao Legis-
ex-presidente Lula com roupa de presidiário) e uma faixa segurada lativo pode ajudá-la na aprovação das medidas que sustentariam o
pelos deputados Jair e Eduardo Bolsonaro (os conservadores pai e seu Governo. “Só teremos de discutir mais a CPMF. Se poupar os
filho filiados ao PP e ao PSC, defensores do impeachment) com os pequenos e cobrar mais dos grandes, ela pode ser aprovada. Caso
dizeres: “O Brasil não aguenta mais você. Cai fora”. contrário, será muito difícil”, afirmou.
O polêmico projeto de lei que recria a CPMF (o imposto sobre Fonte: El País Brasil – (03/02/2016)
movimentações bancárias), que Rousseff prometeu enviar às Ca-
sas, é uma das principais apostas do Governo para tentar reequi- Ex-presidente Lula passa a ser investigado na Operação
librar as contas públicas e deve ser o primeiro round no plenário. Zelotes
A presidenta também pediu apoio à prorrogação da Desvinculação O assunto é a Operação Zelotes, que apura a suposta venda de
das Receitas da União (DRU) e sugeriu que os orçamentos dos Medidas Provisórias. O ex-presidente Lula passou agora a condi-
Estados e dos Municípios também tivessem esse mesmo benefí- ção de investigado,
cio, que é o de manejar parte de seu orçamento sem a necessidade É um novo inquérito. A polícia investiga se funcionários pú-
de aprovação do Legislativo. Voltou a defender uma reforma da blicos participaram do suposto esquema de venda de Medidas Pro-
Previdência, uma agenda que encontra resistência até dentro do visórias para favorecer montadoras de carros. E o ex-presidente
seu partido, o PT. Lula é investigado, porque era presidente, quando as Medidas Pro-
Em dado momento, durante seus quase 40 minutos de dis- visórias foram editadas.
curso, Rousseff ouviu uma aguda voz a questionando sobre o que O delegado Marlon Cajado explicou à Justiça Federal a inves-
havia sido feito para combater o avanço do Zika vírus e da micro- tigação a suposta compra de Medidas Provisórias para beneficiar
cefalia. Era a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP). Em resposta, a montadoras. Ele justificou: a instauração de novo inquérito policial
presidenta disse que o país está, entre outras medidas, firmando é para saber “se outros servidores públicos foram, de fato, corrom-
parcerias com o Governo americano para a produção da vacina pidos e estariam associados a essa organização criminosa ou se
contra o vírus e pediu ajuda e ideias de Gabrilli, que é cadeirante, estariam ‘vendendo fumaça’, vitimando-os e praticando o tráfico
para acolher os que sofrem de microcefalia e melhorar a assistên- de influência” em relação a eles. E cita nomes. Luiz Inácio Lula da
cia de portadores de deficiência. “O Governo não consegue aten- Silva. Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil, Dyogo de Oli-
der os portadores de deficiência hoje e só propõe uma parceria. veira, número dois no Ministério da Fazenda, entre outros, como o
É pouco para enfrentar esse grave problema”, reclamou Gabrilli. ex-ministro Gilberto Carvalho, que já é investigado.
Se não bastasse os ataques dos adversários, Rousseff levou
Não há inquérito específico para investigar a conduta do ex
até um “puxão de orelha” de seu aliado Renan Calheiros. Em sua
-presidente Lula. A investigação é ampla, sobre vários suspeitos.
fala no encerramento da sessão de abertura dos trabalhos no Con-
O ex-presidente já tinha sido ouvido nessa investigação no mês
gresso, o peemedebista disse que passava da hora do Brasil ter um
passado, mas como informante. Agora, a PF passa a investigar se
“Banco Central centrado, sem nenhum tipo de interferência”. A
ele teve envolvimento, já que Medidas Provisórias suspeitas foram
crítica levava em conta a decisão do BC de manter a taxa de juros
editadas no governo Lula. São duas: a 471, de 2009, e a 512, de
em 14,25%, uma atitude que agradou ao Governo petista.
2010, que concederam incentivos fiscais para montadoras que se
Deferência instalaram nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O clima hostil, marcado por ao menos cinco momentos de Em nota, o advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Za-
vaias, se intercalou com alguns aplausos de membros da sua base nin Martins, afirmou que nada justifica a conduta do delegado ao
aliada, principalmente quando falou sobre a criação da terceira afirmar que o ex-presidente seria investigado. Disse que Lula foi
fase programa habitacional Minha Casa Minha Vida e quando su- ouvido no dia seis de janeiro na condição de informante, sem as
geriu que, com a redução da crise hídrica nas regiões Sudeste e garantias constitucionais próprias dos investigados, e que não há
Centro-Oeste do Brasil, a tarifa de energia poderá ser reduzida. nenhum elemento que justifique a mudança no tratamento.
Dos dois lados, a análise foi de que Rousseff ao menos de- Dezesseis pessoas já respondem a processo na Operação
monstrou respeito ao Legislativo ao comparecer na abertura dos Zelotes. São lobistas, empresários e os chamados colaboradores,
trabalhos, ato incomum entre presidentes em anos que não são de pessoas dentro do governo e do Congresso que supostamente re-
início de mandato. “Não me opus à presença da presidente. Só presentavam os interesses da quadrilha. Seis pessoas estão presas.
acho que não muda o rumo da história. De nada vai adiantar”, afir- O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Oli-
mou o senador José Serra (PSDB-SP), um dos líderes da oposição. veira, disse que não há nenhuma acusação contra ele e que partici-
O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) disse que a mensagem pou do processo apenas como testemunha.
de Dilma, principalmente na área econômica, pouco acrescentou e A defesa da ex-ministra Erenice Guerra disse que ela já pres-
dificilmente irá prosperar. “Ela quer levar o burro para beber água tou depoimento e que na época não tinha atuação sobre as questões
no lago em que ele não quer beber. Não adianta insistir em novos tratadas nas Medidas Provisórias.
impostos.” O ex-ministro Gilberto Carvalho disse que também já prestou
“Faltou ela fazer um mea-culpa de seus erros. Ela continua depoimento no caso e que o processo segue sem nenhuma novi-
sem dar um rumo para o país. A mensagem dela parecia que o dade.
seu partido tinha acabado de assumir o Governo, não foi a fala de Fonte: G1 – (05/02/2016)

Didatismo e Conhecimento 2
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
OPERAÇÃO ZELOTES Histórico
A Zelotes foi deflagrada há um ano, em março de 2015. Inicial-
Polícia realiza 6ª fase da Zelotes com foco no grupo Ger- mente, o alvo da operação era o esquema de fraudes nos julgamentos
dau do Carf.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (25) a Segundo as apurações, conselheiros suspeitos de integrar o es-
6ª fase da Operação Zelotes, que investiga fraudes em julgamentos quema criminoso passavam informações privilegiadas de dentro do
no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Carf para escritórios de assessoria, consultoria ou advocacia.
Ministério da Fazenda. Um dos alvos desta etapa é o grupo side- Esses escritórios, de acordo com os investigadores, procuravam
rúrgico Gerdau. A suspeita é que o grupo, com atividades em 14 empresas multadas pela Receita Federal e prometiam controlar o re-
países, tenha tentado interferir no Carf no pagamento de multas sultado dos julgamentos de recursos. O esquema teria movimentado
que somam R$ 1,5 bilhão. R$ 19 bilhões em irregularmente.
Agentes saíram às ruas para cumprir 18 mandados de busca A PF diz que ficou “comprovado” que conselheiros e funcio-
e apreensão e 20 de condução coercitiva (quando a pessoa presta nários do órgão “defendiam interesses privados, em detrimento da
depoimento na delegacia e depois é liberada), mas nenhum de pri- União”, “valendo-se de informações privilegiadas”.
são. As ações desta quinta ocorrem nos estados de São Paulo, Rio Segundo a PF, mesmo depois do início da operação, as investi-
Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e no Distrito Federal. gações encontraram indícios de que os crimes continuaram a ser co-
A polícia também tem mandado para cumprir duas oitivas metidos.
com pessoas que já foram presas na Zelotes e estão no presídio da Num segundo momento, a Zelotes passou a apurar também um
Papuda, no Distrito Federal: José Ricardo da Silva, ex-conselheiro suposto esquema de venda de medidas provisórias. A PF descobriu
do Carf, e do lobista Alexandre Paes dos Santos. que uma das empresas que atuava no órgão recebeu R$ 57 milhões de
Um dos mandados de condução coercitiva para André Gerdau, uma montadora de veículos entre 2009 e 2015 para aprovar emenda
diretor-presidente e presidente do comitê executivo da Gerdau. à MP 471 de 2009, que rendeu a essa montadora benefícios fiscais de
(Correção: Inicialmente, investigadores da Polícia Federal in- R$ 879,5 milhões. Junto ao Carf, a montadora deixou de pagar R$
formaram que havia mandado de condução coercitiva para Jorge 266 milhões.
Gerdau, fundador e presidente do presidente do Conselho Consul- Em 4 de dezembro, 16 pessoas suspeitas se tornaram réus na
Zelotes depois que a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério
tivo do Grupo. Depois, a PF corrigiu a informação, que foi atuali-
Público Federal no Distrito Federal.
zada às 8h25.)
Fonte: G1 - (25/02/2016)
Segundo a polícia, o grupo Gerdau fechou contratos com es-
critórios de advocacia que atuaram de maneira ilícita para manipu-
Fachin retira da pauta do Supremo denúncia contra Renan
lar o andamento de julgamentos e decisões no Carf.
Calheiros
Há também mandados de condução coercitiva para diretores
O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal
da Gerdau e pessoas ligadas a empresas que teriam feito supos- (STF), decidiu retirar da pauta de julgamentos a denúncia contra o
tos pagamentos que, segundo as investigações, foram usados para presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A decisão do
comprar ou manipular decisões no Carf. ministro foi tomada após a defesa do peemedebista encaminhar uma
A polícia realizou também busca e apreensão na sede adminis- petição alegando que há uma falha processual que pode afetar o jul-
trativa da empresa, no Rio Grande do Sul. Segundo a delegada da gamento pelo plenário. Para evitar nulidades, Fachin retirou o caso de
PF Fernanda de Oliveira, a etapa desta quinta ocorreu porque há pauta e encaminhou os argumentos da defesa para parecer da Procu-
indícios de que o grupo continuava em atividade criminosa, mes- radoria-Geral da República (PGR). Na denúncia, que chegou ao STF
mo após a deflagração da Zelotes, em março de 2015. Segundo em 2013, Renan é acusado de cometer os crimes de peculato, falsida-
ela, há provas documentais para afirmar que a Gerdau atuava para de ideológica e uso de documento falso. A acusação tem como base o
influenciar resultados do julgamento do Carf. escândalo que está sob investigação desde 2007, pelo suposto recebi-
Em nota divulgada na manhã desta quinta, a empresa infor- mento de propina pelo parlamentar da construtora Mendes Júnior para
mou que está colaborando integralmente com as investigações da apresentar emendas que beneficiariam a empreiteira. Em troca, o pee-
Polícia Federal e que não concedeu qualquer autorização para que medebista teria as despesas pessoais da jornalista Monica Veloso, com
seu nome fosse utilizado em pretensas negociações ilegais. A Ger- quem mantinha relacionamento extraconjugal, pagas pela empresa.
dau disse ainda que repele veementemente qualquer atitude que Para comprovar um ganho de 1,9 milhão de reais, na ocasião, Re-
tenha ocorrido nesse sentido. Ao concluir a nota, a empresa afirma nan apresentou recibos de venda de gado em Alagoas. Os documentos
que está à disposição das autoridades competentes para prestar os foram apresentados ao Conselho de Ética do Senado. A suspeita dos
esclarecimentos que vierem a ser solicitados. investigadores é de que as notas sejam frias, com falsificação dos do-
cumentos para justificar o patrimônio.
Mandados cumpridos Fachin liberou o caso para ser julgado pelo plenário no último
Balanço divulgado pela Polícia Federal no fim da manhã in- dia 2. O ministro assumiu a relatoria do caso ao entrar na Corte, em
formou que 9 mandados de condução coercitiva foram realizados junho do ano passado. O relator original do processo era o ministro
em Brasília, 5 em São Paulo, 4 no Rio Grande do Sul, 1 no Rio de Ricardo Lewandowski, que deixou o processo ao assumir a presidên-
Janeiro e 1 no Recife. cia do Tribunal. Só após a chegada da manifestação da PGR sobre os
Já os mandados de busca e apreensão foram realizados em argumentos da defesa de Calheiros, Fachin irá avaliar o caso e decidir
Brasília (4), São Paulo (7), Rio Grande do Sul (5), Rio de Janeiro sobre a nova liberação das denúncias para inclusão na pauta de
(1) e Recife (1). julgamentos.
Fonte: Veja.com – (19/02/2016)

Didatismo e Conhecimento 3
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Câmara conclui votação de lei que define terrorismo e tex- O objetivo das investigações desta fase é o cumprimento de
to vai à sanção medidas cautelares, a partir de representação da autoridade poli-
A Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira (24) mu- cial, relacionadas a três grupos: um grupo empresarial responsável
dança feita no Senado e voltou a incluir no projeto de lei que de- por pagamento de vantagens ilícitas; um operador de propina en-
fine o que é o crime de terrorismo o trecho que deixa claro que a volvido com a Petrobras; e um grupo recebedor, cuja participação
proposta não se aplica a manifestações sociais. O texto segue agora fora confirmada com o recebimento de valores já identificados no
para sanção presidencial. A presidente Dilma Rousseff poderá ve- exterior em valores que ultrapassam US$ 7 milhões.
tar total ou parcialmente a proposta. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia
O projeto havia sido aprovado na Câmara em agosto do ano Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição da 13ª Vara
passado, mas, quando o projeto passou pelo Senado, em outubro, da Justiça Federal.
sofreu modificações e precisou voltar à Câmara, que manteve o Fonte: Portal Terra - (22/02/2016)
primeiro texto.
A principal mudança no Senado havia sido a retirada do trecho Moro autoriza uso de prova suíça contra Odebrecht, e de-
que dizia que a proposta não se aplica a manifestações políticas, fesa critica
movimentos sociais, sindicais, religiosos, que tenham com o ob- O juiz federal Sergio Moro decidiu na quarta (10 de feverei-
jetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais. ro) que documentos vindos da Suíça cujo trâmite foi considerado
O texto final aprovado prevê pena de 12 a 30 anos para quem irregular por um tribunal daquele país, mas não ilícito, devem ser
praticar atos terroristas. O projeto tipifica terrorismo como prática usados nas ações penais contra a Odebrecht.
cometida por uma ou mais pessoas de atos para intimidar ou coagir Pouco antes de Moro proferir a decisão, a defesa do ex-exe-
estado, organização internacional ou pessoa jurídica, nacional ou cutivo da empreiteira Márcio Faria havia dito em petição e co-
estrangeira, com o objetivo de provocar terror, colocando em risco municado à imprensa que o uso judicial desses papéis equivalia a
cidadãos, patrimônio ou a paz pública. “rasgar a Constituição”.
Para ser tipificado como terrorismo, o ato também precisa ne- Os documentos apontam que a empreiteira usou uma empre-
cessariamente ter sido motivado por xenofobia, discriminação ou sa offshore chamada Havinsur S/A, controlada pela Construtora
preconceito de raça, cor, etnia e religião. Norberto Odebrecht segundo os documentos bancário suíços, para
pagar US$ 565 mil em propina para Renato Duque, ex-diretor de
Atualmente a legislação brasileira não prevê o crime de ter-
Serviços da Petrobras, o que ele nega.
rorismo. Em caso de eventual atentado, os atos praticados seriam
Na terça (3/2) a Folha revelou que um tribunal da Suíça con-
enquadrados com base em outros crimes, como homicídio doloso
siderou irregular o envio da documentação.
(intencional) e porte de arma de uso restrito, por exemplo.
Os juízes suíços consideraram que o Ministério Público do
De acordo com o texto, fica configurada como prática terroris-
país se excedeu ao enviar os extratos das contas, e não só um relato
ta usar, transportar ou guardar explosivos e gases tóxicos; incen-
sobre a movimentação. O tribunal apontou ainda que a Havinsur
diar, depredar ou saquear meios de transporte ou bem público ou
deveria ter sido ouvida antes de a documentação ser enviada.
privado; e sabotar ou danificar sistemas de informática ou bancos
Ambas as falhas, de acordo com a corte suíça, podem ser cor-
de dados. rigidas e não tornam a prova ilícita.
Segundo o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia Moro seguiu o entendimento dos procuradores da Lava Jato,
(SD-BA), as especificações que delimitam a ação terrorista, como de que não houve ordem do tribunal suíço para retirar a papelada
atos de discriminação e xenofobia, impedem que, por exemplo, de- da ação penal contra a Odebrecht.
predações feitas por black blocs em protestos sejam enquadradas “Apesar do reconhecimento do erro procedimental suprível
como terrorismo. Nesse caso, explica, os integrantes dos grupos por parte do Ministério Público Suíço, a corte suíça não proibiu
black blocs responderiam por vandalismo e depredação de bens. as autoridades brasileiras de utilizar os documentos, nem solicitou
Fonte: G1 - (24/02/2016) a sua devolução”, escreveu na decisão. “Pelo contrário, denegou
expressamente pedido nesse sentido da Havinsur/Odebrecht”.
OPERAÇÃO LAVA JATO Ainda de acordo com o juiz, “o erro procedimental deve ser
corrigido na Suíça, sem qualquer relação com os procedimentos
PF cumpre 51 mandados judiciais em nova fase da Lava no Brasil”. Para Moro, “não se trata aqui de prova ilícita, ou seja,
Jato produzida em violação de direitos fundamentais do investigado ou
A Polícia Federal deflagou na manhã desta segunda-feira (22) do acusado (...). Há apenas um erro de procedimento”.
mais uma fase da Operação Lava Jato. Os policiais cumprem man- Moro ironizou, como já haviam feitos os procuradores, as
dados em São Paulo, no Rio de Janeiro e Salvador. Cerca de 300 acusações da Odebrecht de que a empresa está sendo perseguida:
policiais federais cumprem 51 mandados judiciais, sendo 38 de “Quanto às demais alegações de que ele [Márcio Faria] e a Ode-
busca e apreensão seis de prisão temporária e cinco de condução brecht seriam vítimas de uma espécie de conspiração universal,
coercitiva. são desnecessários comentários do juízo”.
Os mandados são cumpridos nos Estados da Bahia (Salvador O juiz deu prazo de sete dias para a Odebrecht apresentar sua
e Camaçari), Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Petrópolis e Manga- defesa. Depois, ele julgará a ação. Márcio Faria está preso desde
ratiba e São Paulo (capital, Campinas e Poá). 19 de junho de 2015 com Marcelo Odebrecht e Rogério Farias.
Esta 23ª fase da Operação Lava Jato foi denominada de “Aca- Eles são acusados de pagar US$ 381 milhões em suborno em con-
rajé” em alusão ao termo utilizado por alguns investigados para tratos da Petrobras. A empresa nega ter pago propina.
nominar dinheiro em espécie.

Didatismo e Conhecimento 4
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
“Prova ilícita” A reunião serviria para selecionar cerca de “cinco diretorias
Em petição enviada a Moro antes de ele decidir sobre as pro- de estatais” para alimentar o caixa de campanhas eleitorais futuras.
vas, a advogada Dora Cavalcanti, de Márcio Faria, diz que a inter- “O que seria interessante a nomeação das pessoas? Foi conversado
pretação dos procuradores da Lava Jato estava equivocada e que o sobre Petrobras, Correio, Caixa Econômica Federal, Furnas, Banco
uso dessa documentação viola a Constituição. do Brasil”, relacionou Moura. Todos deveriam ser funcionários com,
“É manifestamente impossível autorizar o uso de prova ilícita no mínimo, 20 anos de carreira na empresa.
sem rasgar a nossa Constituição”, diz a advogada. Ela alega que, Para a Petrobras, o nome indicado ao então ministro Dirceu foi
se o tribunal suíço considerou a cooperação ilícita, a prova também o de Renato Duque. Neste contexto, o lobista disse que citou o nome
o é. de Dimas Toledo para a diretoria de Furnas, o que o petista teria rece-
“A Constituição brasileira prevê que ‘são inadmissíveis no bido com ressalva. “Ele usou uma expressão: ‘Dimas, não, porque se
processo as provas obtidas por meios ilícitos’. O nexo indissociá- entrar em Furnas, se colocar ele de porteiro, ele vai mandar em Fur-
vel entre os documentos e o meio ilícito de sua obtenção é que bas- nas, ele está lá há 34 anos, é uma indicação que sempre foi do Aécio”.
ta para serem considerados prova ilícita”, afirma Dora Cavalcanti. Moura prossegue a explicação. Um mês e meio depois da con-
Segundo a advogada, a prova só poderia ser usada “se e quan- versa, Dirceu novamente o teria chamado para endossar o nome de
do” a Procuradoria suíça corrigir os procedimentos irregulares. Toledo. “Ele perguntou qual era minha relação com o Dimas Toledo
“Enquanto isso, os acusados não podem ser obrigados a se e eu respondi que o achava competente, profissional. Então ele me
pronunciar sobre documentos obtidos por meios ilícitos”, afirma. respondeu: ‘Não, porque esse foi o único cargo que o Aécio pediu pro
Para a defensora, Faria já afirmou que “nunca ouviu falar des- Lula. Então você vá lá conversar com o Dimas e diga para ele que
vamos apoiar [a indicação de seu nome]’”.
sas empresas offshore e nem das contas mencionadas na denún-
Ainda segundo o lobista, Dimas Toledo, ao assumir a diretoria,
cia”. Ele foi apontado por delatores como negociador de propina
afirmou a Moura que “em Furnas era igual”, referindo-se a esquema
na Petrobras.
de propina. “Ele disse: ‘Não precisa nem aparecer aqui. Vai ficar um
A advogada rebateu também as afirmações dos procuradores terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio’”.
de que a Odebrecht se apega a questões processuais para atrasar Em nota, a assessoria de imprensa do PSDB definiu como “de-
a ação. claração requentada e absurda” a citação a Aécio e uma “velha tenta-
“A defesa não quer fugir do mérito. Nem por isso deve con- tiva de vincular o PSDB aos crimes cometidos no governo petista”.
cordar com a admissão de provas ilícitas no processo!”. A advoga- O partido, segundo a nota, “jamais fez qualquer indicação para
da irá recorrer da decisão de Moro. o governo do PT”. “O senador Aécio Neves não conhece o lobista,
Fonte: Folha.com – (10/02/2016) réu confesso de diversos crimes, e tomará todas as providências ca-
bíveis para desmontar mais essa sórdida tentativa de ligar lideranças
‘É um terço SP, um terço nacional e um terço Aécio’, diz da oposição aos escândalos investigados pela Operação Lava Jato”,
delator sobre Furnas encerra a nota.
O lobista Fernando Moura, ligado ao PT, afirmou em depoi-
mento ao juiz Sergio Moro que Furnas era uma estatal controlada Abraço na piscina
pelo hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG), cujo indicado para a Moura foi questionado pelo juiz se Dirceu havia ou não indicado
diretoria foi escolhido por ele e aceito pelo governo Lula, e que o Renato Duque para a diretoria de serviços da Petrobras -acusação que
esquema de propina se assemelhava ao instalado na Petrobras. “É o petista nega.
um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio.” O lobista afirmou ter levado diretamente a indicação a Dirceu e
A declaração foi feita em resposta a questionamento do Minis- a Silvio Pereira, então tesoureiro do partido.
tério Público Federal, durante novo depoimento prestado ao juiz O próprio Dirceu teria lhe dado a notícia, durante uma festa
em Curitiba, na quarta-feira (3). na casa de Roseana Sarney (PMDB-MA), no dia 1º de fevereiro de
A defesa pediu que Moura fosse ouvido novamente. Ele che- 2003, no mesmo dia da nomeação de Duque.
gou a ser ameaçado de perder os benefícios da delação premiada “O Zé Dirceu me ligou para que eu fosse ao jantar. Quando che-
depois de apresentar, na sexta-feira passada, outra versão sobre o guei, ele estava na piscina com outras cinco pessoas. Ele me disse:
envolvimento do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, no es- ‘Eu nomeei hoje o Duque’. Eu o abracei e dei-lhe um beijo no rosto”,
quema de desvio de recursos da Petrobras por meio de contratos disse Moura.
Nomeado diretor, Duque teria definido, em reunião com Moura
de empreiteiras.
e Silvio Pereira, o percentual de 3% de propinas no valor dos con-
No dia 26, também ao juiz Moro, o lobista havia mudado sua
tratos da diretoria. A divisão é explicada pelo lobista: 1% para o que
versão e isentado o ex-ministro de ter lhe recomendado que fugisse
chamou de “núcleo SP”, que seria o PT paulista, e o “o núcleo políti-
do país, no auge das denúncias do mensalão. co do Dirceu”, 1% para o “núcleo nacional” (PT nacional) e 1% para
Com o risco de ter a delação anulada, à Procuradoria ele vol- a “companhia” (Duque e Barusco).
tou a incriminar Dirceu, e repetiu a acusação nesta quarta diante de Ao contrário do que respondeu ao juiz no dia 26, Moura voltou a
Moro. Antes de começar a falar, pediu desculpas ao juiz pelo tom afirmar que Dirceu lhe deu a dica para sair do país durante as denún-
desrespeitoso do último encontro, quando negou o que afirmara cias sobre o mensalão, em 2005.
na delação. Dirceu está preso desde agosto do ano passado. A reportagem
O nome de Aécio foi citado por Moura quando citou ter ocor- não conseguiu ouvir o advogado do ex-ministro, Roberto Podval. Em
rido uma reunião em 2002, logo após a vitória de Lula, onde se entrevistas anteriores, o criminalista afirmou que as mudanças nas
discutia a escolha de nomes para a diretoria de diversas estatais, declarações do delator mostram que o que ele diz não tem “menor
entre elas a Petrobras. relevância nem credibilidade”.

Didatismo e Conhecimento 5
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Dirceu também nega ter atuado na escolha do nome de Duque. O parlamentar foi preso após pedido da Procuradoria Geral da
Afirma que nem o conhecia e que assinou sua nomeação assim República (PGR) e autorização concedida pelo Supremo Tribunal
como o fez com diversos nomes, pela sua atribuição de chefe da Federal (STF), por suspeita de tentar atrapalhar as investigações da
Casa Civil. Segundo a defesa, havia dois nomes apontados para a Operação Lava Jato. Em novembro, ele foi gravado oferecendo fuga
função, um do PSDB e Duque, pelo PT. Como o PSDB já tinha para que ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fechasse acordo
sido contemplado com um cargo para Minas Gerais, explicou, a de delação premiada.
opção foi aceitar o nome de Duque. Na sexta, mais cedo, o ministro Teori Zavascki, do STF revogou
Fonte: Folha.com – (04/02/2016) a prisão preventiva do senador. Relator dos processos da Operação
Lava Jato no STF, Teori determinou recolhimento domiciliar de Del-
STF arquiva investigação sobre Aécio na Lava Jato cídio no período noturno e dias de folga, enquanto no pleno exercício
O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no do mandato de senador. Assim, Delcídio poderá comparecer normal-
Supremo Tribunal Federal, arquivou ontem (19/02) trecho de de- mente às sessões do Senado.
lação premiada que mencionava o senador Aécio Neves (PSDB Caso seja afastado ou cassado do mandato, Delcídio deverá fi-
-MG) como suposto destinatário de repasses no âmbito do esque- car em recolhimento domiciliar integral até nova demonstração de
ma de corrupção na Petrobras. ocupação lícita. O petista também deverá comparecer a cada 15 dias
Zavascki acolheu na decisão solicitação da Procuradoria-Ge- perante a Justiça, bem como a todos os atos do processo, caso requi-
ral da República (PGR). Em delação premiada, um dos responsá- sitado.
veis por repasses de valores a mando do doleiro Alberto Youssef, Ele também está proibido de deixar o país – o passaporte do
Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, disse petista deverá ser entregue em até 48 horas.
ter entregue R$ 300 mil a um diretor da UTC Engenharia no Rio de Na decisão favorável ao senador, Teori Zavascki considerou ser
Janeiro que teriam como destino final o senador tucano. “inquestionável” que o “quadro fático é bem distinto” daquele que
Na manifestação ao Supremo, a Procuradoria destaca que o possibilitou a prisão.
primeiro depoimento de Ceará, no qual ele cita o nome de Aécio, “Os atos de investigação em relação aos quais o senador poderia
foi colhido em julho de 2015, mas que novos depoimentos pos- interferir, especialmente a delação premiada de Nestor Cerveró, já
teriores do doleiro Alberto Youssef e do dono da UTC, Ricardo foram efetivados. E o Ministério Público já ofereceu denúncia contra
Pessoa, desmentiram a versão. o agravante. Assim, conforme reconhece expressamente a manifes-
Em setembro, Youssef prestou depoimento no qual negou ter tação do Ministério Público, a medida extrema já não se faz indis-
falado sobre entrega de valores a Aécio. Pessoa negou que a em- pensável, podendo ser eficazmente substituída por outras medidas
presa tenha repassado valores em espécie para Aécio. Segundo o alternativas”, escreveu o ministro em seu despacho.
empreiteiro, o diretor para quem Ceará fez entrega de valores no Em nota, o advogado de Delcídio, Mauricio Silva Leite, afirmou
Rio “não sabia quem eram os destinatários finais dos valores que que a decisão garante a Delcídio a possibilidade de exercer seu direito
lhe eram entregues”. de defesa com maior amplitude. “A decisão respeita, principalmente,
“Como se vê, os elementos indicativos iniciais não se confir- a presunção da inocência, prevista na Constituição Federal”, afirmou.
maram com a oitiva especialmente do colaborador Ricardo Ribei- O senador deverá assinar um termo de compromisso e caso
ro Pessoa, na medida em que ele foi peremptório que não entregou descumpra as exigências, poderá voltar para a cadeia. Caso Delcídio
valores espúrios, direta ou indiretamente, para o Senador Aécio venha a perder o mandato, não haverá necessidade de uso de torno-
Neves. Esta circunstância impõe que se arquive o presente expe- zeleira eletrônica, como pediu a PGR. Para Zavascki, não há risco
diente, diante da não confirmação de dados mínimos que autori- concreto para justificar a medida. A decisão do ministro não impede
zem o prosseguimento da apuração em sede própria de inquérito”, que Delcídio tenha contato com os demais parlamentares investiga-
escreveu o procurador-geral da República na manifestação ao STF. dos, não contrário do que havia solicitado o procurador-geral da Re-
Em delação premiada, Youssef afirmou que o ex-deputado pública, Rodrigo Janot.
José Janene (PP-PR) - mentor do esquema de propinas na Petro- Fonte: G1 – (20/02/2016)
brás e morto em 2010 - lhe contou que “dividia diretoria de Fur-
nas (subsidiária da Eletrobrás vinculada ao Ministério de Minas e Colegas preveem dificuldades para Delcídio na volta ao Se-
Energia) com o então deputado na época Aécio Neves”. nado
Ao analisar o caso, o ministro Teori Zavascki apontou que é O senador Delcídio do Amaral (MS) vai encontrar um cenário
“irrecusável” pela jurisprudência do Supremo o arquivamento de complicado na volta às atividades no Senado. Os parlamentares pre-
peças de informações criminais quando fundada na “ausência de veem que o ex-líder do governo passará por “constrangimento” ao
elementos” que permitam ao procurador-geral da República for- longo dos compromissos legislativos e sofrerá desgaste na defesa do
mar sua opinião. mandato em processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho
Em nota, Aécio destacou que a decisão “desmascara mais uma de Ética da Casa. Na sexta-feira (19), instantes antes de Delcídio dei-
torpe tentativa de envolver nomes da oposição no mar de lama que xar a prisão no 1º Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do Distrito
envolve o PT e o governo e que a Lava Jato tem mostrado ao país”. Federal (1º BPTran), Luís Henrique Machado, um dos advogados do
Fonte: Época Negócios – (20/02/2016) senador, afirmou que Delcídio voltaria às atividades no Senado já na
próxima segunda-feira (22).
Delcídio deixa prisão e tem de devolver passaporte em 48h O senador ficou quase 90 dias preso preventivamente por ter ten-
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) deixou na noite da tado, de acordo com a Procuradoria Geral da República (PGR), atra-
sexta-feira (19/02) prisão no Batalhão de Trânsito da Polícia Mi- palhar as investigações da operação Lava Jato. A prisão de Delcídio
litar do Distrito Federal (BPTrans), onde estava preso desde 18 de foi revogada pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da
dezembro. Ao todo, Delcídio cumpriu 87 dias de prisão preventiva. Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Didatismo e Conhecimento 6
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Para o senador Acir Gurgacz (RO), líder do PDT – partido da A defesa pede ainda o impedimento do relator, Ataídes de
base aliada ao governo –, o ideal seria Delcídio solicitar licença Oliveira (PSDB-TO), argumentando que, por ser da oposição,
das atividades parlamentares. Ataídes não tem isenção para ocupar o cargo. Se o colegiado aten-
“Eu acho que não tem um clima bom para o Delcídio retor- der ao pedido da defesa, pode haver um atraso no processo, pois
nar ao Senado. Eu, se fosse ele, pediria licença por alguns meses será necessário escolher um novo relator por meio de sorteio.
e depois retornaria. Vejo a volta dele com muita dificuldade por Fonte: G1 – (20/02/2016)
tudo que aconteceu, tudo que tem que ser explicado”, afirmou
Gurgacz. “Vai ser um constrangimento para ele e para os demais Dono de sítio usado por Lula pede acesso a inquérito da
senadores”, completou o líder do PDT. Lava-Jato
Na mesma linha, o senador da oposição Agripino Maia A defesa do empresário Fernando Bittar, um dos donos do
(DEM-RN), disse que Delcídio terá de lidar com uma situação Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), frequentado pelo ex-presi-
“esquisita” na volta aos trabalhos. dente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ao juiz federal Sérgio Moro
“A situação em que ele voltará ao Senado será diferente da acesso ao inquérito da Polícia Federal que investiga a compra da
que ele deixou. Ele vai enfrentar um cenário atípico, uma situa- propriedade, em 2010, e as obras realizadas no local supostamente
ção esquisita, a que o Senado nunca assistiu”, projetou. “Agora, feitas pela OAS e Odebrecht, com a atuação do pecuarista José
eu quero saber como ele será recebido pelo PT, o partido dele. Carlos Bumlai - amigo do petista.
Qual será atitude do PT com relação ao Delcídio?”, questionou Bittar é sócio de um dos filhos de Lula e filho do ex-prefeito
Agripino. de Campinas Jacó Bittar (PT), com quem o ex-presidente tem rela-
No dia da prisão de Delcídio, em novembro de 2015, o presi- ções próximas desde a década de 1980. Ele é um dos investigados
dente nacional do PT, Rui Falcão, divulgou nota na qual dizia que pela força-tarefa do Ministério Público Federal, em procedimento
o partido não se via obrigado a qualquer “gesto de solidariedade” aberto especificamente para apurar as relações de Lula com o Sítio
a Delcídio, porque considerou que “nenhuma das tratativas atri- Santa Bárbara. “O Peticionário foi intimado para prestar esclareci-
buídas ao senador têm qualquer relação com sua atividade parti- mentos nos autos do PIC (Procedimento de Investigação Criminal)
dária”. número 1.25.000.003350/2015-98, perante a denominada “Força
A nota se refere à gravação feita por Bernardo Cerveró, filho Tarefa Lava-Jato”, do MPF de Curitiba”, informa o criminalista
do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, em que Delcídio apa- Alberto Zacharias Toron, defensor de Bittar. “Referido procedi-
rece oferecendo dinheiro, apoio junto a ministros do STF e um mento tem por escopo, no que diz com Fernando Bittar, a apuração
plano de fuga a Nestor Cerveró para que ele omitisse o nome de da aquisição da ‘Chácara Santa Bárbara’, localizada no Município
Delcídio durante delação premiada. de Atibaia/SP.”
A postura do PT foi lembrada nesta sexta-feira pelo líder do Bittar e Fernando Suassuna, o outro dono do sítio e também
PMDB no Senado, Eunício de Oliveira (CE). Para Eunício, a nota sócio de Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha, devem ser ouvidos
de Rui Falcão foi determinante para que o plenário do Senado pela força-tarefa da Lava-Jato na próxima semana.
desse aval à prisão de Delcídio decretada pelo STF. O criminalista, defensor de Bittar, informa no pedido que,
“Não foi uma nota de solidariedade, pelo contrário. A decisão desde que seu cliente foi intimado, “inúmeras” reportagens têm
do Senado de manter Delcídio preso foi graças ao posicionamento sido publicadas a cerca do assunto, entre elas, notícias sobre o su-
do próprio partido dele”, frisou Eunício. Delcídio do Amaral está posto envolvimento das empreiteiras investigadas por corrupção
suspenso do PT por tempo indeterminado. na Petrobras e sobre a abertura de um inquérito específico sobre
O senador Eunício de Oliveira também classificou a volta de o imóvel rural.
Delcídio às atividades no Senado como “uma situação muito difí- “Considerando o inegável interesse do Peticionário no objeto
cil” e lembrou que o ex-líder do governo ainda precisa enfrentar do IPL (inquérito policial) que veio a ser instaurado para apuração
um desgastante julgamento no Conselho de Ética da Casa. “Ser de aquisição de sítio de sua propriedade e da inconteste inter-re-
solto não o libera do processo no Conselho de Ética”. lação entre o referido IPL e o PIC no 1.25.000.003350/2015-98,
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos autores requer-se vista e cópia do procedimento investigatório policial ins-
da representação em desfavor de Delcídio no Conselho de Ética, taurado”, solicita Toron, em petição do dia 17.
disse que a situação de Delcídio é “incompatível com o decoro O pedido foi apresentado a Moro dentro do inquérito que apu-
parlamentar” e quer que o processo de cassação do ex-líder do ra executivos da OAS. Foi nesse procedimento que iniciaram-se as
governo seja mais célere. apurações sobre irregularidades na aquisição e nas benfeitorias do
“O Delcídio pode até achar, na consciência dele, que não tem Sítio Santa Bárbara.
nada de errado, que é inocente, mas as circunstâncias são graves. Fonte: Agência Estado – (19/02/2016)
Um senador volta à atividade, mas continua na condição de preso
domiciliar. Não podemos ficar como se nada tivesse acontecido”, Mensagens indicam que OAS bancou reformas para Lula
disse Randolfe. O celular do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, um dos con-
Os advogados de Delcídio do Amaral já protocolaram uma denados no escândalo de corrupção da Petrobras, guardava men-
defesa prévia no Conselho de Ética. Eles alegam que as acusações sagens indicando que a companhia fez reformas e mobiliou dois
contra o senador são insuficientes e que a gravação usada como imóveis relacionados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
prova foi obtida de maneira ilegal. Além disso, os advogados ar- um triplex no Guarujá (SP) e um sítio em Atibaia (SP). Segun-
gumentam que, na conversa gravada, Delcídio não estava atuando do os investigadores da Operação Lava-Jato, nos textos o petista
como parlamentar e, por isso, a representação no Conselho de é chamado de “chefe” e a ex-primeira-dama, Marisa Letícia, de
Ética não teria sentido. “madame”.

Didatismo e Conhecimento 7
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
A divulgação dos diálogos foi feita pela revista Veja. Em fe- enriqueceu graças à parceria empresarial com a telefônica Oi. Lula
vereiro de 2014, segundo a reportagem, Léo Pinheiro — mesmo nega ser dono do sítio e disse, por meio de assessoria, frequentar
sendo comandante de um império de quase 70 mil trabalhadores o local somente em “dias de descanso”. As evidências obtidas por
em 21 países, construindo plataformas de petróleo, hidrelétricas, ÉPOCA, porém, confrontam fortemente a versão do ex-presidente.
estradas e grandes usinas — estava preocupado com uma emprei- A cada cinco dias, um segurança de Lula era deslocado para Ati-
tada bem mais modesta: a instalação de armários de cozinha em baia. Quem visita sítio de amigos com tamanha frequência?
dois locais distintos, Guarujá e Atibaia, a “cozinha do chefe”. ÉPOCA mapeou os dados a partir das diárias dos sete servi-
O assunto estava sendo discutido com Paulo Gordilho, outro dores que fizeram parte da equipe de segurança do ex-presidente.
diretor da empreiteira, que avisa: “O projeto da cozinha do chefe No total, eles receberam 968 diárias da presidência, custando R$
está pronto”. E pergunta se pode marcar uma reunião com a “ma- 189 mil. Os dados mostram que, em muitos casos, os seguran-
dame”. Pinheiro sugere que a reunião aconteça um dia depois e ças tiveram de alternar turnos em Atibaia, como forma de garantir
pede ao subordinado que cheque “se o do Guarujá está pronto”. que assim sempre estivesse alguém na cidade num determinado
Gordilho responde que sim. No dia seguinte, o diretor pergunta a período. Se, por exemplo, um segurança ficou de segunda-feira
Léo Pinheiro se a reunião estava confirmada. “Vamos sair a que a quinta-feira, e outro chegou na quarta-feira e ficou até sábado,
horas?”, questiona. “O Fábio ligou desmarcando. Em princípio ÉPOCA contabilizou apenas uma viagem, de segunda a sábado. O
será às 14 hs na segunda. Estou vendo, pois vou para Uruguai”, itinerário é quase sempre o mesmo: São Bernardo do Campo (onde
responde o presidente da empreiteira. Lula mora), Atibaia e retorno para a mesma cidade.
Para os investigadores, os diálogos entre executivos são au- A versão de Lula para o caso do sítio é clara. Segundo a asses-
toexplicativos. No início de 2014, a OAS concluiu a construção soria de imprensa de Lula, “o ex-presidente Lula e também Dona
do edifício Solaris, onde fica o triplex atribuído a Lula, o “chefe”. Marisa, frequentam em dias de descanso um sítio de propriedade
A partir daí, por orientação da “madame”, a ex-primeira-dama, a de amigos da família na cidade de Atibaia”. ÉPOCA questionou
empreiteira iniciou a reforma e a colocação de mobília no apar- o Instituto Lula sobre as viagens dos seguranças a Atibaia, mas a
tamento, a exemplo do que já vinha fazendo no sítio de Atibaia. assessoria não fez comentários. Disse que “tentativa de associá-lo
“Fábio”, segundo os investigadores, é Fábio Luís, o Lulinha, filho a supostos atos ilícitos tem o objetivo mal disfarçado de macular a
mais velho do casal. Nas últimas semanas, Lula tem negado ser imagem do ex-presidente”.
proprietário do sítio e do triplex. Para fazer essas 111 viagens, os seguranças de Lula pernoita-
Os investigadores acreditam que Fábio Luís, o Lulinha, filho ram um total de 283 vezes em Atibaia. O período total dos docu-
do ex-presidente Lula, era o elo entre a família e a cúpula da OAS. mentos é de cerca de 1400 dias _ as datas na cidade representam
Em companhia dos pais, ele visitou as obras, participou da discus- cerca de 20%. Em junho e julho de 2014, por exemplo, os segu-
são dos projetos e tratou com Léo Pinheiro, presidente da compa- ranças de Lula passaram seis finais de semanas seguidos na cidade
nhia, detalhes dos serviços. do sítio. há casos em que as idas a Atibaia representam quase a
Para não incomodar o “chefe” com assuntos comezinhos, se- metade de todas as viagens feitas por um segurança de Lula.
gundo a revista Veja, a OAS tratava das minúcias diretamente com
Marisa e Lulinha. Léo Pinheiro fazia questão de ter controle sobre Fora do país
cada etapa da reforma, diz a reportagem. Quando havia uma mu- Como todo ex-presidente, Lula tem por direito contar com se-
dança no projeto, ele era informado. “A modificação da cozinha gurança e assessores. A lei, contudo, não estende esse benefício a
que te mandei é optativa. Puxando e ampliando para lateral. Com familiares. ÉPOCA cruzou as viagens dos segurança a Atibaia com
isto (sic) fica tudo com forro de gesso e não esconde a estrutura do dados produzidos pela Polícia Federal sobre entradas e saídas do
telhado na zona da sala”, informa Gordilho. Pela data da mensa- país por Lula, material que integra a investigação do Ministério
gem, ele se referia ao projeto do sítio de Atibaia. Público Federal sobre tráfico de influência internacional.
A reportagem é um novo passo em um caminho de suspeitas Em seis datas, os seguranças de Lula estão em Atibaia en-
que envolvem também a Odebrecht. A dona de uma loja de cons- quanto o ex-presidente ou estava retornado ou deixando o país. Às
trução de Atibaia e um prestador de serviços local informam que 7h57 do dia 13 de março de 2013, a PF registrou a saída de Lula
a Odebrecht pagou a parte da reforma do sítio utilizado por Lula e do país. Ele começava ali um tour pela África. Naquele mesmo dia
familiares. Apenas em material, a empreiteira teria gasto R$ 500 13, o militar Elias dos Reis deixava São Bernardo, rumo a Atibaia.
mil. A propriedade é de Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo Recebeu de diária R$ 265, voltando a São Bernardo no dia seguin-
e fundador do PT com Lula, e de Jonas Suassuna, sócio de Fábio te. Enquanto Lula estava na África, o Planalto assim registrou a
Luís da Silva, filho do ex-presidente. viagem a Atibaia: “Compor a equipe de segurança do Sr Ex-Presi-
Fonte: Jornal Zero Hora – (19/02/2016) dente da República”. O que um segurança do ex-presidente fazia
em Atibaia enquanto Lula estava na África?
Documentos revelam que Lula e família viajaram 111 ve- As diárias estão disponíveis a partir de 2012. A primeira ida
zes a sítio de Atibaia registrada é em 30 de março de 2012. Naquele ano, as viagens
Relatórios de viagem produzidos pelo Palácio do Planalto re- eram curtas. Em 14 ocasiões, foi apenas um bate volta, sem per-
velam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contou com noite. A frequência começa a se intensificar ao longo dos meses,
sua segurança pessoal por 111 vezes em Atibaia, entre 2012 e 11 de chegando ao auge em julho de 2014 _ era a Copa do Mundo. Lá, os
janeiro deste ano. É nas matas de Atibaia, no interior de São Paulo, seguranças de Lula estiveram presentes nas partidas contra Chile
que fica o sítio Santa Bárbara, no qual a Odebrecht gastou R$ 700 e Colômbia, na fase final do torneio. Depois, ficaram o maior pe-
mil em reformas. No papel, o sítio está em nome de um amigo ríodo no sítio. A partir do dia 17 de julho, por onze dias seguidos
de Lula e do sócio de um dos filhos dele - Fábio Luís, aquele que algum segurança presidencial esteve presente em Atibaia.

Didatismo e Conhecimento 8
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
As visitas mais recentes foram no começo do ano. Os segu- Ex-presidente FHC critica “uso político” de uma questão pes-
ranças de Lula passaram o réveillon de 2016 em Atibaia e, depois, soal
ficaram por lá de quinta-feira, dia 7, a segunda-feira, dia 11. Nos O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta sexta-
documentos do Planalto, há casos em que os seguranças tiveram feira que não utilizou empresas para remessa de recursos ao exterior,
que registrar as viagens depois do ocorrido. Isso porque, segundo exceto bancos. Ele criticou o “uso político” do caso.
os assessores, a viagem foi feita em cima da hora. “O servidor “Não tem fundamento, portanto, qualquer ilação de ilegalidade.
viajou para atender a demanda da agenda do ex-presidente Lula. E O presidente lamenta o uso político de uma questão pessoal”, segundo
devido a urgência no atendimento não foi possível enviar o SCDP nota.
[registro] antes da ocorrência da respectiva viagem”, diz um dos Mais cedo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou
registro. que as denúncias feitas pela jornalista Mirian Dutra, que manteve um
Os dados denotam que a frequência de Lula em Atibaia pode relacionamento com FHC nos anos 1980 e 1990, serão analisadas pela
ser maior do que a visita a amigos donos do sítio, como ele já Polícia Federal.
admitiu em nota à imprensa. Os donos do sítio são dois sócios do “Todas as remessas internacionais que realizou obedeceram estri-
filho de Lula, Fábio Luís. Segundo a Folha de S. Paulo, fornece- tamente a lei, foram feitas a partir de contas bancárias declaradas e com
dores da obra disseram que o sítio foi reformado pela Odebrecht. recursos próprios resultantes de seu trabalho”, afirmou o ex-presidente
na nota.
Em nota, a construtora Odebrecht disse que “não identificou
A jornalista afirmou em entrevista nesta semana que manteve um
relação da empresa com a obra”.
contrato fictício com a empresa Brasif Exportação e Importação como
Fonte: Revista Época – (01/02/2016)
maneira de receber recursos de FHC no exterior. A Brasif confirmou
o contrato, realizado em 2002, e informou que incluía a realização de
CASO FHC/MIRIAM DUTRA pesquisas sobre os preços em lojas e free shops na Europa. A empresa,
no entanto, isentou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de par-
Brasif nega participação de FHC em contratação de Mi- ticipação nesta contratação.
riam Dutra Fonte: UOL Economia – (19/02/2016)
A empresa Brasif, citada pela jornalista Miriam Dutra em en- FHC admite ter firmado contrato com Brasif
trevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, divulgou nota na sexta-feira O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nes-
(19/02), na qual afirma que o ex-presidente Fernando Henrique sa quinta, 18/02, existir um contrato feito “há mais de 13 anos” com a
Cardoso “não teve qualquer participação” na contratação dela, Brasif S.A. Exportação e Importação, empresa que, segundo a jornalista
“tampouco fez qualquer depósito na Eurotrade ou em outra em- Mirian Dutra - com quem o tucano teve um relacionamento extraconju-
presa da Brasif”. gal nos anos 1990 -, foi usada para repassar uma mesada de US$ 3.000 a
A jornalista afirmou que a empresa Brasif Exportação e Im- ela entre dezembro de 2002 e dezembro de 2006. O tucano, no entanto,
portação, concessionária à época das lojas duty free nos aeropor- disse não ter condições de se manifestar sobre os detalhes até que a
tos brasileiros, ajudou o ex-presidente a enviar dinheiro para ela empresa preste esclarecimentos sobre o assunto.
no exterior entre 2002 e 2006. Miram e Fernando Henrique tive- Mirian afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que um contrato fictício
ram um relacionamento extraconjugal entre 1985 e 1991. A trans- de trabalho com a Brasif era usado para repassar a mesada. A empre-
ferência de dinheiro, segundo ela, foi feita por meio da assinatura sa foi concessionária das lojas duty free nos aeroportos brasileiros nos
de um contrato fictício de trabalho. Segundo tal contrato, que a anos 1990 e atualmente atua em diversos segmentos. “Desconheço de-
“Folha” publica, a jornalista teria de fazer análise de mercado em talhes da vida profissional de Mirian Dutra. Com referência à empresa
lojas convencionais e de duty free. Miriam admite ao jornal, po- citada no noticiário, trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos,
rém, que jamais pisou em uma loja para trabalhar. Mesmo assim, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida
recebia a quantia de US$ 3 mil mensais. O ex-presidente FHC empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários”, disse
negou que tenha utilizado a empresa Brasif S/A Exportação e Im- o ex-presidente.
portação para enviar ao exterior recursos para a jornalista. Fernando Henrique afirmou que os recursos destinados à jornalis-
ta “provieram de rendas legítimas” do seu trabalho. “Depositadas em
Em nota divulgada na sexta-feira (19/02), o ex-presidente
contas legais e declaradas ao IR, mantidas no Banco do Brasil em NY/
afirma que “nunca utilizou qualquer empresa, exceto bancos, para
Miami ou no Novo Banco, Madri, quando não em bancos no Brasil.”-
a remessa de recursos a pessoas no exterior. Todas as remessas
Segundo Mirian, que na ocasião era funcionária da TV Globo, o con-
internacionais que realizou obedeceram estritamente a lei, foram trato previa que ela fizesse análise de mercado em lojas convencionais
feitas a partir de contas bancárias declaradas e com recursos pró- e de duty free. Mirian admitiu ao jornal, porém, que nunca esteve em
prios resultantes de seu trabalho. Não tem fundamento, portanto, uma loja para trabalhar. De acordo com ela, o contrato era um meio para
qualquer ilação de ilegalidade”. A nota diz que Fernando Henri- receber dinheiro de FHC e ajudar a sustentar o filho dela, Tomás Dutra.
que Cardoso “lamenta o uso político de uma questão pessoal”.
No comunicado da Brasif, a empresa afirma que contratou DNA
Miriam em dezembro de 2002, por indicação do cunhado dela, Em sua nota, o ex-presidente também diz que sempre ajudou To-
mas que o ex-presidente não teve participação na contratação, más, apesar de os testes de DNA não terem reconhecido sua paternida-
tampouco fez qualquer depósito. de. “Sempre me dispus a fazer qualquer outro teste que os interessados
Fonte: G1 – (19/02/2016) julgassem conveniente. A despeito disso, procurei manter as mesmas
relações afetivas e materiais com o Tomás.”O ex-presidente tam-
bém relata que continuou a pagar a matrícula e sustento de Tomás
em uma “prestigiada universidade americana”.

Didatismo e Conhecimento 9
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
“Da mesma forma, doei mais recentemente um apartamento a Consequências
ele em Barcelona, bem como alguns recursos para fazer os estudos Ainda que já fosse esperado, o rebaixamento pela Moody´s
de mestrado e, quando possível, atendo-o nas necessidades afetivas”. pode ter efeitos sobre a cotação do dólar, a dívida do país, o financia-
Ao jornal, o ex-presidente havia negado ter enviado dinheiro para mento das empresas e o nível de investimentos estrangeiros no país.
Mirian Dutra por meio da empresa. Procurada pelo jornal O Estado de Isso porque o grau de investimento é um “selo de qualidade”
S.Paulo, a empresa Brasif não se manifestou até a conclusão desta edi- que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir
ção. Por meio de nota, a TV Globo informou que “jamais foi avisada” da nota de risco, os investidores podem avaliar se a possibilidade
pela jornalista de supostos contratos fictícios que a profissional teria de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de
firmado com Brasif.Contrato. Mirian afirmou ainda na entrevista que perder o capital investido em um país.
começou a receber a ajuda financeira em 2002, quando seu contrato Muitos fundos internacionais, por exemplo, só permitem a apli-
com a TV Globo foi alterado e sua remuneração diminuída. cação em investimentos que tenham grau de “bom pagador” em pelo
A emissora disse no comunicado que revisou o contrato da “re- menos duas das três agências. Ou seja, diante do alerta e da dúvida,
muneradora” em 2004, não em 2002, “tudo segundo a lei vigente no os investidores optam por “não pagar para ver”.
país em que trabalhava (Espanha)”.A jornalista havia tratado da re- Com menos investidores “interessados” no Brasil, o país pode
lação com FHC também em entrevista à edição deste mês da revista perder dólares, o que acaba tendo reflexos na cotação da moeda.
BrazilcomZ, publicada na Espanha. Para o governo e as empresas, fica mais caro conseguir crédito, já
Fonte: Época Negócios – (19/02/2016) que eles passam a ser vistos como “maus pagadores”.
Alex Agostini, economista-chefe da agência de classificação de
ECONOMIA risco nacional Austin Rating, acredita, entretanto, que a decisão da
Moody´s não deverá provocar turbulências no mercado, uma vez
Moody’s tira grau de investimento do Brasil que a decisão já era aguardada. “Vai ficar mais difícil o Brasil re-
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota do ceber grandes investimentos por parte dos fundos de pensão inter-
Brasil e tirou o grau de investimento – selo de bom pagador – do país nacionais. Mas o mercado já precificou e já fez os ajustes em suas
nesta quarta-feira (24/02), como já era esperado. A nota do país caiu carteiras. Eu diria que vai passar desapercebido. Vai ser menos im-
dois degraus de uma vez: passou de Baa3, o último nível dentro do portante que o zika”, diz.
grau de investimento, para Ba2, que é categoria de especulação. A Como consequências já visíveis da perda do selo de bom pa-
agência também colocou o Brasil em perspectiva negativa, indicando gador ele cita a queda do volume de investimentos estrangeiros em
que pode sofrer novo rebaixamento. ações, renda fixa e títulos públicos, como também do montante de
Em nota, a Moody’s afirma que o corte da nota foi influencia- investimentos estrangeiros diretos, que recuaram 22,5% em 2015.
do pela maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um
ambiente de baixo crescimento, com expectativa de que a dívida do Brasil não deve recuperar selo tão cedo
governo ultrapasse 80% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos O Brasil conquistou o grau de investimento pelas agências in-
três anos. ternacionais Fitch Ratings e Standard & Poor’s pela primeira vez em
A agência também aponta a “dinâmica política desafiadora” vai 2008. Em 2009, conseguiu a classificação pela Moody’s.
continuar a complicar os esforços de consolidação fiscal e atrasar as Agora, com a perda do selo de bom pagador nas três agências, a
reformas estruturais. perspectiva para uma reconquista do grau de investimento fica ainda
“A perspectiva negativa reflete a visão de que os riscos são de mais distante. Historicamente, países costumam levar cerca de 5 a
uma consolidação e uma recuperação ainda mais lentas, ou de que 10 anos para recuperar o título.
surjam mais choques, o que cria incertezas em relação à magnitude da “As perspectivas de melhora ficam ainda mais postergadas. O
deterioração do perfil de crédito do Brasil.” cenário é muito mais de um novo tropeço do que de uma melhora”,
avalia Agostini. “Uma melhora da nota do país fica só para depois
Última a tirar grau de investimento de 2018, quando tivermos uma situação mais clara sobre o cresci-
Entre as três grandes agências internacionais, apenas a Moody’s mento econômico, que ao que tudo indica não deverá ocorrer antes
mantinha o Brasil com grau de investimento. No dia 9 de dezembro, de 2017”, completa.
entretanto, a agência colocou a nota do país em revisão para possível Fonte: G1 - (24/02/2016)
rebaixamento, indicando que ela poderia ser reduzida em breve.
A primeira a tirar o selo de bom pagador do Brasil foi a Standard Após tirar grau de investimento, S&P volta a rebaixar nota
and Poor’s (S&P), em setembro do ano passado. Há uma semana, a do Brasil
agência voltou a rebaixar a nota brasileira. A Standard and Poor’s (S&P) rebaixou novamente a nota de
Em dezembro, foi a vez da Fitch, que ao mesmo tempo colocou crédito soberano do Brasil nesta quarta-feira (17), mais de cinco me-
a nota do país em perspectiva negativa, indicando que ela pode voltar ses após o país perder o selo de bom pagador pela agência. O rating,
a ser rebaixada. que é usado como referência para os investidores estrangeiros apli-
Como principal motivo para a retirada do grau de investimento carem recursos no Brasil, foi cortado em um nível, passando de BB+
do país, as agências apontam a deterioração das contas públicas, o para BB, com perspectiva negativa.
aumento do endividamento público e a preocupação com a retomada A agência justificou sua decisão alegando que o perfil do crédito
do crescimento da economia. do Brasil se debilitou desde setembro do ano passado, enquanto os
No mercado financeiro, a nota de um país funciona como um desafios políticos e econômicos seguem sendo “consideráveis”.
“certificado de segurança” que as agências de classificação dão a Em setembro, o Brasil perdeu o grau de investimento pela S&P,
países que elas consideram com baixo risco de calotes a investi- quando a nota do país foi rebaixada de “BBB-” para “BB+”, com
dores. perspectiva negativa.

Didatismo e Conhecimento 10
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura PIB e inflação
aos investidores um menor risco de calotes. A S&P foi a primeira O governo também passou a prever uma contração de 2,9%
agência entre as maiores a tirar o grau de investimento do Brasil. para o PIB neste ano, adotando um tom mais próximo à estimativa
O Ministério da Fazenda informou estar convicto que o novo do mercado, de 3,2% segundo o Boletim Focus do Banco Central.
rebaixamento da nota de crédito do Brasil é temporário e será re- Até então, a estimativa oficial era de uma queda menor, de 1,9%
vertido “tão logo os resultados das medidas em andamento come- para 2016. Por meio do decreto de programação orçamentária, o
cem a produzir efeitos na economia, levando ao reequilíbrio fiscal governo anunciou que a inflação deverá ficar acima do previsto: de
e à recuperação do crescimento”. 6,47% para 7,10%.
No corte desta quarta-feira, a S&P afirmou esperar “um pro-
cesso de ajuste mais prolongado com uma correção mais lenta da Previdência
política fiscal” e previu que o país fechará 2016 com uma contra- Em coletiva de imprensa, o ministro da Fazenda, Nelson Bar-
ção de cerca de 3% e terminar 2015 com queda de 3,71%. bosa, afirmou que o governo ainda espera aprovar a ressurreição da
A agência mantém o otimismo para 2017, quando acredita que CPMF. Congressistas indicavam que o governo deveria autorizar
o país crescerá 1%. A S&P mencionou mais uma vez o conturbado o corte de gastos antes de uma possível volta do imposto para au-
ambiente político, que mantém a presidente Dilma Rousseff à bei- mentar a receita – o que pode facilitar a aprovação no Congresso.
Barbosa também manteve a defesa das mudanças na Previdência
ra de um julgamento no Congresso visando sua destituição, e que,
Social, que representa 44% dos gastos públicos.
de acordo com a agência, “complica a aprovação de medidas de
“Nossa principal iniciativa é elaborar e submeter ao Congresso
ajuste fiscal para reativar a maltratada economia nacional”.
uma reforma de Previdência Social. Nossa ideia é que em 60 dias
“Apesar dos planos do governo para planejar uma reforma es- sejam analisados os sete itens propostos para esta reforma. Serão
trutural, como a da previdência, esperamos que o ambiente político mudanças graduais, sem surpresa e nada será feito sem transpa-
após o processo de impeachment siga limitando a viabilidade das rência. Os impactos tendem a ocorrer no futuro, mas já irão trazer
reformas, independentemente de quem seja presidente”, expressou sinalização positiva imediatamente”, disse o ministro.
a agência.
A S&P lembrou ainda dos escândalos de corrupção, que en- Precatórios
volvem dezenas de políticos, como um ingrediente mais que man- Barbosa também declarou que um projeto de lei será encami-
tém o clima de incerteza no país. “Acreditamos que as atuais in- nhado ao Congresso sugerindo a criação de um fundo públicos de
vestigações de corrupção de indivíduos e empresas de alto nível, natureza financeira para o pagamento aos beneficiários de precató-
tanto no setor privado como no público, e em diferentes partidos rios. “Detectamos que a maior parte dos recursos fica muito tempo
políticos, aumentaram a incerteza política no curto prazo”, opinou. parada no sistema financeiro. Temos a obrigação de usar os recur-
Fonte: G1 – (17/02/2016) sos que já estão disponíveis de maneira mais eficiente”, disse. Com
isso, o esforço fiscal pode ter um incremento de R$ 12 bilhões.
Governo anuncia corte de R$ 23,4 bi no orçamento e adota O ministro afirmou que nem todos recursos pagos pelo governo,
tom mais realista depositados no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Social, são
A equipe econômica do governo federal anunciou na tarde sacados no mesmo ano. O projeto de lei deve ser enviado já na
desta sexta-feira (19/02) um corte de R$ 23,4 bilhões no orçamen- próxima segunda-feira (22).
to da União em 2016. O anúncio, que fora adiado no último dia
11 de fevereiro, acabou saindo antes da segunda data prevista – a Programas sociais
presidente Dilma Rousseff afirmou que sairia em março. É uma O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi afetado.
decisão acertada do governo, que sinaliza preocupação com o ajus- Escaparam do corte áreas prioritárias do governo como Minha Casa
te das contas públicas diante do cenário de recessão. Minha Vida, combate à crise hídrica – incluindo a Transposição do
Duas motivações levaram a equipe econômica acelerar o co- São Francisco -, rodovias e ferrovias estruturantes, Olimpíadas e
municado. A primeira foi a notícia de que a agência de classifica- Paralimpíadas 2016 e combate ao mosquito Aedes aegypti, causa-
dor do vírus zika.
ção de risco internacional Standard & Poor’s rebaixou a nota do
Segundo o ministro do Planejamento, Valdir Simão, o governo
Brasil esta semana. Outro motivo é a reunião de ministros do G20
está implementando um “contingenciamento seletivo” para garan-
na próxima semana. O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, viaja
tir investimentos e ações sociais. “Estamos dando continuidade ao
para a China, e já terá uma resposta para a situação econômica esforço de redução de gastos. Há contribuição de todos ministérios
nacional. [no corte de despesas]”, declarou.
A equipe econômica também sinalizou que pedirá ao Con- No ano passado, o governo anunciou um corte inicial de gastos
gresso Nacional autorização para fechar o ano com um deficit de de R$ 69,9 bilhões. Depois, em julho de 2015, outros R$ 8,74 bi-
0,97% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de R$ 60,2 bi- lhões foram contingenciados.
lhões. A meta fixada no orçamento de 2016 falava em um superávit Fonte: Revista Época – (19/02/2016)
primário (economia necessária para pagar os juros da dívida) para
o setor público de 0,5% do PIB, o equivalente a R$ 30,5 bilhões. Senado aprova projeto que altera regra de exploração do
A notícia é ruim. Ainda assim, é melhor que haja uma previsão pré-sal
realista - e acompanhada de uma trajetória de queda do déficit no Após meses de discussões acaloradas por senadores e integran-
futuro próximo - do que a insistência em metas impossíveis de tes do governo e idas e vindas do Palácio do Planalto, o Senado
cumprir. aprovou há pouco o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que
desobriga a Petrobras de ser a operadora única e ter participação

Didatismo e Conhecimento 11
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal. O texto, que O relator do projeto disse que houve um avanço, uma vez que
segue para a Câmara dos Deputados, recebeu 40 votos a favor, a proposta foi fruto de um acordo que permitirá a estatal se reerguer.
26 contra e ainda ocorreram duas abstenções após seis horas de “O que nós estamos fazendo aqui é tirar a obrigatoriedade de a Pe-
debates. trobras participar de todos os campos, todas as operações e todas as
A proposta representa uma derrota para o Executivo na reta fi- sociedades”, afirmou Jucá. “Abrimos o mercado, mas resguardamos
nal que, ao durante o dia, teve de fazer um recuo sobre a orientação o filé para a Petrobras, não estamos enfraquecendo-a, pelo contrário,
repassada inicialmente à bancada do PT na Casa e preferiu nego- dando condições para que ela efetivamente escolha o que é mais ren-
ciar uma proposta tida como redução de danos. Nos últimos dias, tável”, completou.
a presidente Dilma Rousseff mandou sinais contraditórios a inter- Após a votação, Lindbergh Farias - que recebeu a orientação
locutores diferentes, o que na avaliação dos senadores demonstrou inicial do governo de ser contra - disse ter se sentido abandonado
que ela não quis se posicionar sobre a matéria. pelo governo “numa matéria que era estratégica”. Em solidariedade,
Os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), que tinha uma proposta de
Governo, Ricardo Berzoini, fecharam um acordo com o senador emenda à Constituição para manter as atuais regras, fez coro ao pe-
Romero Jucá (PMDB-RR), relator da matéria, para garantir que a tista: “O governo não tinha meu voto, agora não tem o meu respeito”.
estatal tenha ao menos o direito de preferência na participação de Fonte: Agência Estado - (24/02/2016)
futuras licitações. Essa era a mesma linha defendida pelo ministro
de Minas e Energia, o senador licenciado pelo PMDB Eduardo
Petroleiros criticam aprovação de projeto que flexibiliza
Braga, que participou das negociações.
partilha do pré-sal
Até o início da tarde, Wagner e Berzoini atuaram para tentar
rejeitar o projeto de Serra e manter a atual legislação de dezembro A aprovação, pelo Senado, do substitutivo do senador Romero
de 2010. Defenderam essa orientação, inclusive, ao líder do PT no Jucá (PMDB-RR) ao Projeto de Lei 131/2015, de autoria do sena-
Senado, Humberto Costa (PE), que foi indicado pelo Planalto hoje dor José Serra (PSDB-SP), que revoga a participação obrigatória da
para a liderança do governo na Casa. Mas foram premidos a recuar Petrobras na exploração de petróleo da camada do pré-sal provocou
diante da possibilidade de derrota e preferiram discutir um texto críticas de entidades de trabalhadores do setor. O substitutivo foi
alternativo com o próprio relator. E passaram a disparar telefone- aprovado na última quarta-feira (24) pelos senadores.
mas para senadores pedindo apoio à solução negociada. Para o secretário-geral da Federação Única dos Petroleiros
O texto acordado prevê que Conselho Nacional de Política (FUP), José Maria Rangel, a aprovação do substitutivo foi um “de-
Energética (CNPE), considerando o interesse nacional, “oferecerá sastre” para o país, uma vez que desobriga a Petrobras de se compro-
à Petrobras a preferência para ser o operador dos blocos a serem meter com o percentual mínimo de 30% nos investimentos dos con-
contratados sob o regime de partilha de produção”. A versão an- sórcios de exploração na região. De acordo com ele, a alteração foi
terior do parecer de Jucá - questionada por senadores do PT - não negociada pelo governo federal, sem esgotar a participação dos par-
garantia o direito de preferência, uma vez que dizia que o CNPE lamentares da base no Senado, que poderiam impedir a aprovação.
“poderá oferecer” à estatal o direito de preferência. “É um projeto mentiroso que, com a atual situação do petróleo
A Petrobras terá 30 dias para se pronunciar após ser notifica- em nível mundial, em qualquer país minimamente sério, Parlamento
da pelo conselho. Outra alteração feita por Jucá, acordada com os e governo, com o barril a US$ 30, diriam para não mexer em nada.
ministros do Planalto, diz que após a manifestação da empresa, o Deixa tudo como está e vamos ver como a geopolítica vai se movi-
CNPE vai propor à Presidência da República quais blocos deverão mentar. Lá na frente, a gente vai ver o que pode ser feito”, defendeu
ser operados pela empresa, indicando a participação mínima do Rangel.
consórcio de 30%. Com o substitutivo, a Petrobras deixa de ser a operadora de to-
dos os blocos contratados sob o regime de partilha de produção. A
Banana estatal não é mais obrigada a participar de todos os consórcios de
A bancada do PT e outros senadores da base aliada indepen- exploração com percentual mínimo de 30%. A proposta aprovada diz
dentes tentaram barrar qualquer alteração. Entre os argumentos que a Petrobras terá a prerrogativa de escolher se quer ser operadora
usados, estavam o de de que o baixo preço do barril de petróleo
do campo ou se prefere se abster da exploração mínima de 30%. O
atualmente não é o ideal para se mudar as regras de exploração e
texto ainda será votado na Câmara dos Deputados.
retirar a obrigatoriedade da estatal na exploração e que a mudança
O secretário-geral da FUP contesta que, com a revogação, em-
representaria a “entrega” de uma riqueza brasileira. “Nós estamos
querendo entregar o pré-sal a preço de banana para as multinacio- presas estrangeiras aumentariam os investimentos na área de petróleo
nais do petróleo”, criticou Lindbergh Farias (PT-RJ) no Brasil. Segundo Rangel, não houve, no período de 20 anos, gran-
Os defensores da mudança, por sua vez, defenderam que a des investimentos externos. “É uma série de equívocos que, lamenta-
Petrobras está sem recursos suficientes para fazer a exploração na velmente, o governo entrou. A questão do petróleo, a nosso ver, não
camada do pré-sal. Não existe, afirmam, qualquer tipo de entre- pode ser tratada como uma política de governo. Tem que ser tratada
guismo na mudança legal em discussão. Para Serra, disse haver como uma política de Estado. O que foi delegado agora, com o subs-
uma ignorância grande por parte de quem o ataca em relação ao titutivo, é que tira da mão do Estado e coloca na mão do governo. O
projeto. que para nós é um outro equívoco”.
“Ninguém está entregando nada. Ninguém está levando nada Já o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras, Fe-
embora. Tudo continua nas mãos do poder público. Apenas a Pe- lipe Coutinho, rechaçou uma volta do regime de concessões no setor
trobras não é obrigada a investir. Apenas isso. Se ela quiser, em de petróleo. De acordo com Coutinho, este modelo é usado quando
um mês, ela manifesta sua intenção e ela que controlará o posto”, existe muito risco na atividade exploratória e, nesta situação, é dada a
afirmou. Para o tucano, o projeto “ajuda” a estatal petrolífera. propriedade do petróleo para as empresas que encontrarem o óleo.

Didatismo e Conhecimento 12
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
“Seria um retrocesso total. O modelo de concessão é aquele De acordo com Braga, a queda do consumo de energia, a
que dá menos resultado para o Estado nacional. No caso do pré- operação de novas usinas e o aumento do nível dos reservatórios
sal, não existe alto risco. O risco é mínimo, então, daria uma alta das hidrelétricas em todo o País permitiram dispensar o uso das
recompensa para as multinacionais. É totalmente na contramão do termelétricas, que geram energia mais cara.
que faz qualquer país que tenha quantidade relevante de petróleo “A tarifa de energia elétrica está efetivamente em viés de bai-
com baixo risco. Quando existe baixo risco o tipo de contrato que xa”, disse o ministro.
se usa é de partilha ou mesmo monopólio estatal exercido pelo Fonte: Exame.com - (25/02/2016)
estado nacional.”
Para Coutinho, a Lei de Partilha foi criada com a avaliação INTERNACIONAL
de que os riscos seriam menores e atende às necessidades atuais.
Uma mudança, segundo o presidente da associação, pode favo- União Europeia chega a acordo sobre demandas do Reino
recer multinacionais e impactar os leilões do pré-sal previstos a Unido
partir de 2017. Os 28 países da União Europeia chegaram a um acordo, nes-
“Não vemos necessidade nenhuma de acelerar os leilões, ta sexta-feira (19), para atender às exigências do Reino Unido de
porque já estão sendo produzidos barris de petróleo, o pré-sal já modo a incentivar sua permanência no bloco, ao fim de mais de 30
entrou em uma velocidade recorde em relação a outros campos de horas de negociações quase ininterruptas.
exploração em águas profundas no mundo e, hoje, 35% da produ- Segundo o primeiro-ministro britânico, David Cameron, a
ção já vêm do pré-sal. A exploração tem sido um sucesso. Fazer Grã-Bretanha terá um “status especial” dentro da UE.
novos leilões para produção no pré-sal vai contribuir para a queda “Nas últimas horas negociei um acordo que dá status especial
nos preços”, disse, acrescentando que não há exemplos de países do Reino Unido dentro da UE. Vou voar de volta para Londres
que exportam matéria-prima estratégica por meio de multinacio- nesta noite e notificar o Gabinete amanhã às 10h da manhã”, disse
nais. o premiê britânico David Cameron em coletiva de imprensa após
a reunião (assista acima). “Este acordo cumpri os requisitos que
Pressão na Câmara estabeleci no início desse processo de renegociação”, afirmou.
Amanhã (1º), a direção da Federação Única dos Petroleiros “Acordo. Apoio unânime para um novo acordo para o Reino
vai se reunir para estudar formas de informar a sociedade sobre Unido na União Europeia”, disse o presidente do Conselho Euro-
peu, Donald Tusk, em sua conta no Twitter. “Há um acordo para
os efeitos da mudança na exploração do pré-sal. No dia seguin-
que o Reino Unido fique na UE. Acabou-se o drama”, escreveu
te, junto com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Cen-
também no Twitter a presidente lituana Dalia Grybauskaite.
tral dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e outros
Após alcançar o difícil acordo, durante um jantar de trabalho,
movimentos sociais, a direção participa de audiência da Frente
o primeiro-ministro britânico, David Cameron, tem agora mãos
Parlamentar em Defesa da Petrobras, na Câmara. Os deputados
livres para voltar a Londres e convocar o referendo sobre a UE.
federais irão apreciar a matéria, após a aprovação no Senado.
Nele, o premiê pedirá o voto a favor da permanência no bloco.
O secretário-geral da federação, José Maria Rangel, disse que Mas o líder conservador tem uma missão difícil: precisa con-
a ideia é impedir mais alterações na Câmara dos Deputados. “A vencer a bancada eurocética de seu partido, além da opinião públi-
Câmara dos Deputados tem aprovado uma série de projetos que ca britânica, para aceitar os termos do acordo desta sexta.
têm retirado direitos dos trabalhadores, como a redução da maio- O acordo prevê cortes em benefícios para filhos de imigrantes
ridade penal e, agora, a questão da criminalização dos movimen- no Reino Unido que vivem no exterior, aplicável imediatamente
tos. É uma pauta totalmente adversa à classe trabalhadora e aos para novas chegadas e, a partir de 2020, para os 34 mil requeren-
movimentos sociais.” tes já existentes. Também prevê emendas em tratados da UE para
Fonte: Agência Brasil - (29/02/2016) deixar claro que o requisito feito aos países-membros de buscarem
uma união cada vez mais próxima entre si “não se aplica ao Reino
Braga anuncia redução de até 6,5% da conta de luz em Unido”.
abril Além disso, o texto contém uma “interrupção de emergência”
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou em benefícios concedidos a trabalhores que pode ser aplicada por
nesta quinta-feira, 25, que a conta de luz trará a bandeira verde sete anos -- menos do que os 13 anos propostos por Cameron e
a partir de 1º de abril, e as tarifas de energia deixarão de ter a mais do que o proposto por outros países -- , além de uma auto-
cobrança extra. rização para que o Reino Unido tome medidas de segurança de
Com isso, os consumidores terão uma redução de 6% a 6,5% emergência para proteger Londres.
na conta de luz, disse o diretor-geral da Agência Nacional de A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que o pacote de
Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino. reformas “despertá o apoio necessário para que o Reino Unido per-
O fim da cobrança extra na conta de luz será possível porque maneça na UE”.
o governo decidiu desligar mais 15 usinas térmicas no início de O referendo foi prometido para o fim de 2017, mas espera-
março, o equivalente a 3 mil megawatt (MW). Sem esses em- se que ele seja realizado em junho deste ano. Cameron afirmou
preendimentos, será possível poupar cerca de R$ 8 bilhões por que anunciará a data em breve e se disse “decepcionado”, mas não
ano. surpreso com o fato de um de seus maiores aliados, o secretário de
No início de fevereiro, o governo já havia anunciado o desli- Justiça, Michael Gove, fazer campanha pela saída.
gamento de sete usinas térmicas, com 2 mil MW, o que permitiu O premiê declarou ter obtido as mudanças que desejava e
o acionamento da bandeira amarela e uma economia anual de R$ que colocarão o Reino Unido “no banco do motorista” de um dos
2 bilhões. maiores mercados do mundo e criarão uma UE “mais flexível”.

Didatismo e Conhecimento 13
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
“O povo britânico precisa agora decidir entre ficar nesta UE “O povo britânico precisa agora decidir entre ficar nesta UE
reformada ou sair. Este será um momento que só ocorre uma vez a reformada ou sair. Este será um momento que só ocorre uma vez
cada geração, capaz de moldar o destino de nosso país.” a cada geração, capaz de moldar o destino de nosso país.”
Segundo a rede BBC, críticos disseram que as reformas não Segundo a rede BBC, críticos disseram que as reformas não
permitirão ao Reino Unido impedir que leis indesejáveis sejam permitirão ao Reino Unido impedir que leis indesejáveis sejam
aprovadas pela UE ou reduzir a imigração. aprovadas pela UE ou reduzir a imigração.
Fonte: G1 – (19/02/2016) Fonte: G1 – (20/02/2016)

Cameron anuncia referendo sobre acordo com a UE 40 mil foram demitidos na Argentina desde a posse de Ma-
para 23 de junho cri, dizem sindicatos
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciu Sindicatos argentinos disseram nesta quarta-feira (3) que pelo
neste sábado (20) que o referendo sobre a permanência do Reino menos 40 mil trabalhadores dos setores privado e público foram
Unido na União Europeia será realizado no dia 23 de junho, demitidos ou não tiveram seus contratos renovados desde dezem-
segundo a Reuters. bro, mês em que Mauricio Macri assumiu a presidência da Argen-
No dia seguinte a um acordo em Bruxelas, o líder britânico tina.
reiterou que o Reino Unido será “mais forte, mais seguro e mais O estudo ao qual a agência de notícias Efe teve acesso, ela-
próspero dentro de uma União Europeia reformada”, durante um borado pelo Observatório do Direito Social da Central de Traba-
breve depoimento em Downing Street, Londres. lhadores da Argentina (CTA), contabilizou 19 mil despedidos ou
Os 28 países da União Europeia chegaram a um acordo para com contratos não renovados em órgãos estatais e 22,5 mil em
atender às exigências do Reino Unido de modo a incentivar sua empresas privadas. No setor privado, quase metade das demissões
permanência no bloco, ao fim de mais de 30 horas de negocia- foi na construção.
ções quase ininterruptas. Para a CTA, uma das duas centrais mais importantes da Ar-
Segundo Cameron, a Grã-Bretanha terá um “status especial” gentina, trata-se de uma “ofensiva patronal contra os trabalhado-
dentro da UE. “Este acordo cumpri os requisitos que estabeleci res, avalizada e impulsionada pelo governo” de Macri, que busca
no início desse processo de renegociação”, afirmou. “reduzir substancialmente o custo da força de trabalho”, apontou
“Acordo. Apoio unânime para um novo acordo para o Rei- o relatório.
no Unido na União Europeia”, disse o presidente do Conselho
Europeu, Donald Tusk, em sua conta no Twitter. “Há um acordo Reajuste salarial
para que o Reino Unido fique na UE. Acabou-se o drama”, escre- A relação entre os sindicatos, o governo e os empresários atra-
veu também no Twitter a presidente lituana Dalia Grybauskaite. vessa nestas semanas momentos de especial tensão por causa do
Mas o líder conservador tem uma missão difícil: precisa início das negociações de reajuste salarial, que acontecem anual-
convencer a bancada eurocética de seu partido, além da opinião mente para compensar a perda de poder aquisitivo pela elevada
pública britânica, para aceitar os termos do acordo desta sexta. inflação no país.
O acordo prevê cortes em benefícios para filhos de imigran- Enquanto os grandes sindicatos falam de reajustes mínimos
tes no Reino Unido que vivem no exterior, aplicável imediata- de 30% a 45%, o Executivo de Mauricio Macri ofereceu aumentos
mente para novas chegadas e, a partir de 2020, para os 34 mil re- entre 20% e 25%, já que estimam que a inflação - baseada nos da-
querentes já existentes. Também prevê emendas em tratados da dos oficiais de outubro - poderá alcançar esses números em 2016.
UE para deixar claro que o requisito feito aos países-membros Os sindicatos, no entanto, consideram que essa faixa já parece
de buscarem uma união cada vez mais próxima entre si “não se “mais do que improvável” a esta altura do ano, dadas as grandes
aplica ao Reino Unido”. altas nos preços sentidas nas compras nas últimas semanas, reco-
Além disso, o texto contém uma “interrupção de emergên- nhecidas em alguns casos inclusive pelo governo, e as medidas
cia” em benefícios concedidos a trabalhores que pode ser apli- econômicas aplicadas por Macri, como o fim dos subsídios à ener-
cada por sete anos -- menos do que os 13 anos propostos por gia elétrica.
Cameron e mais do que o proposto por outros países -- , além
de uma autorização para que o Reino Unido tome medidas de Ameaça de demissão
segurança de emergência para proteger Londres. Neste cenário, a CTA sustentou que a ameaça de demissão
A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que o pacote de tem sido usada como arma para aplacar as reivindicações dos tra-
reformas “despertá o apoio necessário para que o Reino Unido balhadores.
permaneça na UE”. “Tratam-se de ações dos empregadores em dois processos pa-
O referendo foi prometido para o fim de 2017, mas espera- ralelos: as demissões que afetam milhares de trabalhadores, suas
se que ele seja realizado em junho deste ano. Cameron afirmou famílias; e ao mesmo tempo um efeito sobre o conjunto dos tra-
que anunciará a data em breve e se disse “decepcionado”, mas balhadores que tem a ver com gerar o medo do desemprego como
não surpreso com o fato de um de seus maiores aliados, o secre- forma de debilitar a ação coletiva”, sustentou Luis Campos, coor-
tário de Justiça, Michael Gove, fazer campanha pela saída. denador do Observatório.
O premiê declarou ter obtido as mudanças que desejava e “É de esperar que as organizações sindicais respondam a este
que colocarão o Reino Unido “no banco do motorista” de um conflito possivelmente com ações nos postos de trabalho, de forma
dos maiores mercados do mundo e criarão uma UE “mais fle- descentralizada, mas é possível prever ações coletivas centraliza-
xível”. das nas próximas semanas”, prosseguiu.

Didatismo e Conhecimento 14
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
O Observatório advertiu que o relatório não representa uma Ações asiáticas sobem após medida do BC chinês
“sistematização exaustiva”, já que se tratam dos casos dos quais As ações chinesas subiram nesta terça-feira (1º) após o banco
tiveram conhecimento desde o mês de dezembro, e que alguns de- central cortar a taxa de compulsório bancário na segunda-feira, em
les “foram revertidos em consequência da ação coletiva dos traba- seu esforço mais recente para sustentar a economia.
lhadores”. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas
No entanto, embora não maneje um número concreto, a CTA em Xangai e Shenzhen, avançou 1,85%, enquanto o índice de
indicou à Efe que as situações em que as demissões foram evitadas Xangai teve alta de 1,71%. Porém, os ganhos foram limitados pe-
foram minoria. las pesquisas Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em
“A maioria são casos onde se abriram instâncias de negocia- inglês) decepcionantes dos setores de indústria e serviços, que des-
ção, mas de maneira nenhuma podemos dizer que esses postos de tacaram os desafios enfrentados pela segunda maior economia do
trabalho foram salvos”, especificou Campos. mundo.
Fonte: UOL Economia – (03/02/2016) No restante do continente, as ações também foram impulsio-
nadas pelo afrouxamento monetário na China junto às pesquisas
Argentina anuncia redução de imposto para a classe mé- fracas do país, aumentando as esperanças de medidas de estímulos
dia adicionais.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou nesta Às 7:39 (horário de Brasília), o índice MSCI que reúne ações
quinta-feira (18) a redução do imposto de renda, reivindicada pe- da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão subia 1,33%.
Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 0,37%, a 16.085 pontos.
los sindicatos e que beneficia os assalariados médios.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 1,55%, a 19.407 pon-
O anúncio é feito em meio à pressão sindical por aumentos
tos. Em Xangai, o índice SSEC ganhou 1,71%, a 2.733 pontos.
salariais diante de uma inflação que chegou em 2015 a 30% e foi
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas
de 3,6% em janeiro, segundo medições privadas. em Xangai e Shenzen, avançou 1,85%, a 2.930 pontos. Em Seul, o
A medida anunciada por Macri é retroativa a janeiro e eleva índice Kospi não teve operações. Em Taiwan, o índice Taiex regis-
de 20.000 a 30.000 pesos (2.000 dólares) o piso a partir do qual trou alta de 0,89%, a 8.485 pontos. Em Cingapura, o índice Straits
se cobra o tributo pago por 1,1 milhões de assalariados. A medida Times valorizou-se 0,6%, a 2.682 pontos. Em Sydney, o índice
se aplica a pessoas casadas que tenham dois filhos, segundo “El S&P/ASX 200 avançou 0,85%, a 4.922 pontos.
Clarín”. Fonte: G1 - (01/03/2016)
“Agradeço-lhes a flexibilidade, muitos achavam que tinham
que dar mais, mas são etapas”, disse Macri diante de ministros, CULTURA E SOCIEDADE
governadores e sindicalistas na Casa de Governo.
Na semana passada, o tema tinha sido abordado na primei- ZIKA VÍRUS
ra reunião que manteve Macri com representantes sindicais desde
que assumiu em 10 de dezembro. Estudo obtém nova evidência de relação entre zika e Guil-
“É um avanço, mas faltam muitos temas”, destacou após o lain-Barré
ato Hugo Moyano, titular de uma das cinco centrais operárias que Um estudo publicado nesta segunda-feira (29) encontrou no-
faziam várias greves nos últimos anos para pedir a eliminação do vas evidências de que o vírus da zika pode estar relacionado a ca-
imposto. sos de Guillain-Barré. A síndrome afeta o sistema nervoso e pode
Os sindicatos pedem que sejam revistas as escalas para a apli- provocar fraqueza muscular e paralisia – geralmente temporária
cação do imposto que tem um cálculo escalonado com uma alíquo- – dos membros. A possível ligação entre zika e Guillain-Barré já
ta máxima de 35%. vinha sendo avaliada por especialistas há algum tempo
Estima-se que estas mudanças tenham feito parte de um pro- A pesquisa, liderada pelo Instituto Pasteur de Paris e divulga-
jeto de lei que será enviado ao Congresso a partir de 1º de março, da na revista científica “The Lancet”, avaliou amostras de sangue
quando começarem as sessões ordinárias. de 42 pessoas diagnosticadas com Guillain-Barré no Centro Hos-
Moyano indicou que apesar do anúncio, os sindicatos man- pitalar da Polinésia Francesa (CHPF) durante o surto de zika que
terão sua reivindicação de conseguir aumentos salariais em torno afetou o território do Pacífico Sul entre outubro de 2013 e abril de
2014.
de 32% e considerou “desatualizado” o piso a partir do qual será
Todos os 42 pacientes tiveram amostras de sangue coletadas
pago o imposto.
que passaram por testes sorológicos para verificar a presença de
“O clima das ‘paritarias’ (negociações salariais entre sindi-
anticorpos contra o vírus da zika. Os resultados mostraram que 41
catos e empresas) é o mesmo, o piso é 32%” de aumento, disse pacientes, 98% do total, tiveram zika.
Moyano sobre o peso do anúncio ao lembrar que aqueles trabalha- Enquanto isso, na população geral, a incidência de zika foi
dores que não são beneficiados pelas mudanças “tiveram um efeito de 36%. O grupo controle, usado para estimar a proporção de ca-
muito duro da inflação” sobre seus salários. sos de zika na população geral, foi composto por 98 pessoas que
O governo estabelece uma meta inflacionária de 20% a 25% se consultaram no CHPF por queixas não relacionadas a zika ou
para este ano e pretende que as discussões salariais se enquadrem Guillain-Barré, das quais 35 apresentaram anticorpos que aponta-
nesta faixa. vam para a infecção por zika.
Macri anunciou, ainda, uma ampliação da ajuda do Estado Estudos anteriores já tinham apontado para a ocorrência de
para os salários mais baixos. aumento de casos da síndrome simultaneamente à ocorrência de
Fonte: G1 – (18/02/2016) surtos de zika, porém esta foi a primeira vez que exames sorológi-
cos foram feitos para constatar essa ligação.

Didatismo e Conhecimento 15
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
“Este é o primeiro estudo a avaliar um grande número de pa- Como é o tratamento?
cientes que desenvolveram a síndrome de Guillain-Barré depois A doença pode regredir de maneira espontânea, mas existem
de uma infecção pelo vírus da zika e a fornecer evidência de que dois tratamentos que aceleram a recuperação. Um deles é a plasma-
o vírus da zika pode causar a síndrome de Guillain-Barré”, disse o férese, procedimento que lembra a hemodiálise, em que o sangue é
principal autor do estudo, o professor Arnaud Fontanet, do Institu- filtrado para remover os anticorpos que estão lesando os nervos do
to Pasteur, em Paris. paciente. O tratamento exige uma estrutura hospitalar complexa e
O estudo também buscou identificar se um histórico de den- uma equipe com experiência em hemoterapia.
gue poderia contribuir para o desenvolvimento de Guillain-Barré O outro é a injeção de imunoglobulina humana, que faz com
nos pacientes, mas não obteve resultados conclusivos sobre essa que os anticorpos deixem de atacar os próprios nervos. O tratamen-
questão. to de um único paciente com essa estratégia pode custar entre R$
Durante o surto de zika na Polinésia Francesa, houve cerca de 30 e 40 mil. Segundo o neurologista Marcondes Cavalcante França
32 mil casos suspeitos de zika. Junior, da ABNeuro, os dois tratamentos estão disponíveis no Sis-
tema Único de Saúde (SUS), porém nem todos os hospitais têm a
Aumento de casos na América Latina estrutura necessária para aplicá-los.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quatro es- Além disso, é importante que o paciente fique internado duran-
tados do Nordeste - Alagoas, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte te a doença porque, caso a paralisia afete os músculos respiratórios,
- tiveram aumento superior a 100% no número de casos da síndro- ele precisa ser submetido à ventilação mecânica. Mesmo pacientes
me de Guillain-Barré em 2015. O aumento total na incidência do com sintomas mais leves devem ser internados, pois a doença pode
problema no país foi de 19% em 2015, em relação a outros anos. evoluir rapidamente.
Ainda segundo a OMS, os casos do distúrbio neurológico au- Fonte: G1 - (29/02/2016)
mentaram em cinco países: Além do Brasil, também na Colômbia,
El Salvador, Suriname e Venezuela. Fiocruz detecta vírus da zika com potencial de infecção em
saliva e urina
Quais são os sintomas da síndrome de Guillain-Barré? O presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Ga-
A síndrome de Guillain-Barré - que pode afetar pessoas de delha, disse nesta sexta-feira (5), no Rio, que o vírus da zika foi
qualquer idade, especialmente adultos mais velhos - começa a se encontrado de forma ativa na urina e na saliva. A descoberta foi
manifestar por formigamento nos pés e pernas. A sensação tem feita a partir da análise de amostras de dois pacientes com sintomas
caráter ascendente, ou seja, vai subindo para os joelhos, coxas, compatíveis com o vírus da zika.
mãos e braços. Segundo Gadelha, isso “muda o patamar e a forma que esta-
O formigamento e a alteração da sensibilidade dos membros mos tendo que desdobrar as pesquisas”. No entanto,”o significado
vêm acompanhado de fraqueza nos músculos e paralisia. Os sin- dessa descoberta na transmissão ainda deve ser esclarecido”.
tomas podem atingir os músculos da face e da respiração, o que Os cientistas observaram que o material coletado nas amostras
faz com que o paciente precise ser tratado em unidades de terapia dos pacientes - além de conter a presença do vírus da zika, confir-
intensiva (UTI). mada pelos chamados testes PCR - também foi capaz de provocar
danos em células em testes de laboratório.
Há risco de o paciente ficar com sequelas? Isso comprova a atividade viral, segundo os cientistas. Ainda
A síndrome de Guillain-Barré é considerada uma doença de assim, pesquisas aprofundadas serão necessárias para comprovar se
prognóstico favorável pelos médicos. Em 85% dos casos, há uma necessariamente haverá infecção através de fluidos.
recuperação praticamente completa que pode levar de dois a qua- “O fato de haver um vírus ativo com capacidade de infecção
tro meses. Em 15% dos casos, pode haver sequelas, desde as mais na urina e na saliva não é uma comprovação ainda, nem significa
leves, como fraqueza nos pés ou dormência, até as mais significa- que necessariamente o será, que há possibilidade de infecção de
tivas, em que os pacientes podem perder a capacidade de andar. outas pessoas de maneira sistemica através desses fluidos”, disse
Gadelha.
Quais são as causas da doença? “Antes, só foram encontradas partículas não infecciosas. Mas
A síndrome de Guillain-Barré ocorre, na maioria das vezes, ainda é preciso pesquisar para saber se é possível que se infecte
algumas semanas após uma infecção por vírus ou bactéria. O que outra pessoa”, reforçou.
ocorre é que o organismo do paciente desenvolve uma reação imu-
nológica para combater a infecção e destruir os vírus ou bactérias. Ministério da saúde pede cautela
Mas existem estruturas nos vírus e bactérias que são muito pare- Depois do anúncio da Fiocruz, o Ministério da Saúde recomen-
cidas com a bainha de mielina, estrutura que reveste as células dou que as pessoas adotem “cautela e prevenção” e reforcem me-
nervosas. didas de higiene para evitar o contágio pelo vírus da zika. Entre as
Algumas infecções que já foram associadas ao desenvolvi- medidas sugeridas estão evitar compartilhar objetos de uso pessoal,
mento de Guillain-Barré são as infecções por citomegalovírus, como escovas de dente e copos, e lavar as mãos com frequência.
vírus da gripe, da dengue, da hepatite, além de bactérias como a A Fiocruz também fez uma série de recomendações. O cuidado
Campylobacter jejuni. com gestantes é uma preocupação da pesquisa, segundo Gadelha.
Considerando o aumento expressivo do número de casos de “Recomendamos às gestantes que evitem grandes aglomera-
Guillain-Barré em regiões onde também se constatou a presença ções, que evitem que compartilhem copos e materiais levados à
do zika vírus, especialistas consideram que existem fortes indícios boca. Pessoas que convivam com gestantes e tenham sintomas de
de correlação. zika devem ter uma responsabilidade adicional”, afirmou.

Didatismo e Conhecimento 16
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
“A evidência de hoje não faz com que nos digamos às pes- Especialistas também levantaram a hipótese de subnotificação
soas que elas não podem ir para o carnaval”, acrescentou Gadelha. de casos de microcefalia no passado, o que explicaria o número
Perguntado sobre a situação dos solteiros no carnaval em relação atual maior.
à possibilidade de infecção pelo vírus da zika através da saliva, No entanto, para médicos que tentam comprovar a ligação
ele enfatizou que o maior cuidado tem de ser com as gestantes. “O entre microcefalia e zika, o alto número de bebês registrados nos
risco estará aumentando. Mas não temos isso (evitar o beijo) como últimos meses de 2015 também se deve ao fato de que eles fo-
uma medida de saúde pública, pelo amor de Deus. Pode beijar!”, ram concebidos nos primeiros meses do ano, quando o mosquito
exclamou. está mais ativo.”O número de casos novos de microcefalia caiu,
O fato de haver a possibilidade de contaminação por urina e sa- se compararmos com dezembro. Atendíamos cerca de 15 novos
liva, segundo a Fiocruz, não diminui a necessidade de se combater o casos por semana e agora são quatro”, disse à BBC Brasil a infec-
mosquito Aedes aegypti. tologista Regina Coeli, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz,
Apesar da descoberta, a Fiocruz acredita que não há possibilida- principal referência para o atendimento da microcefalia no Estado.
des altas de contaminação pelo vírus da zika durante os Jogos Olím- “O que vimos até agora é um reflexo de nove meses atrás,
picos do Rio, realizados em agosto. quando havia um surto de dengue, zika e chikungunya. Precisamos
“O mês de agosto é um mês de baixa transmissão vetorial. Já tomar pé da situação para que o mesmo não ocorra daqui a nove
está sendo feito um trabalho para o controle de vetores. A popula- meses.”
ção agora talvez entenda que tem que ajudar neste controle”, afirmou
Gadelha. ‘Enxugando gelo’
O cenário em Pernambuco mostra que as medidas de combate
Regular para colaborar ao mosquito podem ter chegado tarde para evitar novas ocorrên-
O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, afirmou que tem a in- cias.
formação de que algumas amostras brasileiras de zika já começaram Em dezembro, o governo pernambucano anunciou que desti-
a ser enviadas para a Organização Mundial de Saude, mas alertou naria R$ 25 milhões a esforços para atender as famílias com casos
que é preciso regulação para que haja uma melhor colaboração com de microcefalia e para ações de combate ao Aedes aegypti.
a comunidade científica internacional. No entanto, o Estado já registra uma epidemia de arboviroses
Uma reportagem da agência AP citou nesta quinta que, segundo (doenças transmitidas por mosquitos) cujos números superam o do
cientistas estrangeiros, o Brasil não está compartilhando amostras do mesmo período no ano passado.
vírus como se espera. Gadelha é citado alegando ser ilegal enviar No caso da dengue, cuja notificação é compulsória há mais
amostras desse tipo. O G1 ouviu o Ministério da Saúde e o Ministério tempo, o crescimento em relação ao início de 2015 chega a 190%,
do Meio Ambiente, e eles afirmaram que não haveria empecilho legal de acordo com dados divulgados pela Secretaria da Saúde pernam-
neste caso. bucana.
“Isso tudo tem que estar sob proteção e formas de regulação para Em cidades como Vitória de Santo Antão, a cerca de 60 km
que haja uma colaboração horizontal. Temos que ter cuidado também de Recife, a emergência do Hospital João Murilo de Oliveira aten-
com a biopirataria, com a qual muitos países já sofreram”, afirmou deu mais de 3 mil pacientes a mais do que sua capacidade – 70%
Gadelha. Segundo ele, há entraves na regulação que podem trazer deles com sintomas de uma das três arboviroses.”Entre novembro
“insegurança jurídica”, detalhou. e janeiro tínhamos uma queda nos atendimentos, mas esse ano já
“Há interpretação de quem um material genético seja patrimônio estamos superlotados. O pico das viroses, que era nos meses de
do vírus, ou seja, nacional. Outros acham que seja de patrimônio ge- março, abril e maio, veio antes”, disse a diretora do hospital, Ro-
nético humano, então poderia ser levado a outros países”, explicou. berta Camara.
Fonte: G1 - (05/02/2016) “Muitas pessoas têm chegado aqui com manchas vermelhas
no corpo. Até os nossos funcionários estão adoecendo. Estamos
Notificações de microcefalia caem, mas nova epidemia de superlotados e a sensação é de que estamos enxugando gelo.”
zika preocupa em Pernambuco Segundo Camara, o hospital recebeu mais de 90 mães com
Uma nova epidemia de altas proporções de zika, chikungunya sintomas que podem ser de zika vírus em janeiro – 40 a mais do
e dengue causa preocupação em médicos em Pernambuco, que lida que no mês anterior.
com o mais alto número de casos suspeitos e confirmados de micro- Desde o último mês de outubro, a cidade teve 26 casos suspei-
cefalia no país. tos de microcefalia notificados.
As ocorrências recentes da má-formação em bebês têm sido as- “As gestantes são um alerta para nós. E elas chegam muito
sociadas ao zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. assustadas com a possibilidade de terem zika.”
Mas, desde o início de janeiro, o número de novos casos regis-
trados em todo o país – que chegou a crescer mais de 40% por sema- Desespero
na em dezembro – começou a cair. Luciana Verçosa, de 33 anos, falou com a reportagem da BBC
Atualmente, o Ministério da Saúde investiga 3.670 casos suspei- Brasil enquanto aguardava resultados de testes para saber se tinha
tos de microcefalia. Cerca de 400 foram confirmados e 700, descar- dengue ou chikungunya. O teste para diagnosticar o zika vírus, que
tados. A queda nas notificações provocou questionamentos sobre a é feito em Recife, demora cerca de 15 dias para ficar pronto.
qualidade do registro de casos no país. Ela está grávida de cinco meses e há uma semana sente dores
De acordo com o ministério, a mudança nos números se deve a nos pés, coceira e tem manchas vermelhas pelo corpo.
fatores como redução do pânico em relação à má-formação e ajuste “Vim para cá hoje na esperança de a médica me examinar e
dos serviços de saúde ao novo protocolo para notificações – que dizer que não é nada. Nem estou preocupada comigo, sei que as
estaria evitando erros no registro de casos. manchas vão passar. É mais com meu filho mesmo.”

Didatismo e Conhecimento 17
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Em seu bairro, diz ela, é raro receber visitas de agentes de Natural da província de Jiangxi, no sudeste da China, o ho-
saúde. Família, vizinhos e colegas de trabalho pegaram algum tipo mem apresentou sintomas como febre, tonturas e dores de cabeça
de dengue, chikungunya ou zika. em 28 de janeiro, quando ainda estava na Venezuela.
“Já gastei tanto repelente que nem sai mais o que usar. Na O risco de difusão do vírus é “extremamente baixo” devido
minha casa não tem foco, mas não sei na dos outros. Se for o mos- às temperaturas frias nesta época do ano na região, garantem as
quito, só pode ser na casa de alguém.” autoridades de Saúde chinesas.
O coordenador-geral de Vigilância em Saúde de Vitória de Transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o zika é
Santo Antão, Marcos Santos, diz que a cidade ainda não recebeu responsável por um grande número de casos de deformações con-
verba estadual prometida para ações contra o Aedes aegypti. O gênitas em bebês com mães contaminadas durante a gravidez.
repasse do governo federal chegou, mas menor do que nos anos O Brasil é atualmente o país mais atingido no mundo pela
anteriores. epidemia do zika, com entre 500 mil e 1,5 milhão de infectados, de
Além do lixo espalhado nas ruas – que pode acumular água acordo com o mais recente levantamento. A Colômbia é o segundo
limpa e servir de foco para as larvas do mosquito –, bairros da ci- colocado em número de casos, com 22.600.
dade costumam ficar mais de um mês sem água. Por isso é comum No semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
que pessoas armazenem em casa. classificou o aumento de casos de microcefalia e de desordens
“Nosso problema com o mosquito é grande. A gente fica pen- neurológicas em bebês na América Latina como emergência de
sando até quando vai conseguir vencer”, afirma Santos. saúde pública de alcance internacional, ressaltando haver grande
“Já tivemos outras epidemias e conseguimos acabar com elas, suspeita de que o aumento de casos seja causado pelo zika. O vírus
mas agora vemos que o mosquito está se alastrando. Ficamos até também é suspeito de causar a síndrome neurológica de Guillain
em desespero, porque estamos apagando incêndio com pouca -Barré, que pode causar paralisia definitiva.
água.” Os sintomas e sinais clínicos da infecção pelo zika, transmiti-
Fonte: BBC Brasil - (10/02/2016) da (de forma comprovada) aos seres humanos por picada de mos-
quitos infectados (na América Latina por meio do Aedes aegypti,
EUA encontram vírus Zika em tecido de bebês mortos no também vetor de transmissão do vírus do dengue, da febre chikun-
Brasil com microcefalia gunya e da febre amarela), são muito parecidos com os da gripe,
O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, provocando febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, con-
na sigla em inglês) conseguiu identificar o vírus Zika em amostras juntivite, dores de cabeça e musculares.
de tecido de dois bebês com microcefalia que morreram no Brasil. Geralmente, eles começam a desaparecer quatro ou cinco dias
A informação foi divulgada pelo diretor do instituto, Tom Frieden, depois da infecção. O período normal de incubação varia entre três
durante um painel para membros do Comitê de Assuntos Exterio- e 12 dias.
res do Congresso norte-americano. Fonte: Último Segundo - (10/02/2016)
A notícia, publicada pelo jornal USA Today e pela Fox News,
afirma que Frieden explicou que novos testes ainda precisam ser EUA e Quênia colocam em questão os Jogos Olímpicos do
feitos para que o CDC consiga confirmar a relação do vírus com a Rio, preocupados com o vírus
doença. Mesmo assim, para o diretor, “essa é a mais forte evidên- Zika é uma região florestal de Uganda, na qual há muitos anos
cia, até agora, de que o Zika vírus é a causa da microcefalia [nos um mosquito picou um macaco febril e depois transmitiu a um hu-
bebês cujas amostras foram analisadas]”. mano o vírus que infectava o primata. Décadas depois, o zika vírus
O CDC tem recomendado a mulheres grávidas que planejam saiu do coração da África para ocupar, como palavra temida, um
viajar às áreas infectadas pelo vírus Zika que considerem adiar a espaço de destaque no vocabulário olímpico e, como apelido de
ida. Para os demais viajantes, a recomendação é de se proteger um vírus epidêmico no Brasil, nas preocupações da Organização
contra a picada de mosquitos. Mundial de Saúde (OMS).
Apesar de os Estados Unidos não terem registrado doentes in- As autoridades sanitárias temem que a grande concentração
fectados por mosquitos dentro do país, o presidente Barack Obama de turistas, mais de dois milhões, esperados no Rio em agosto
quer investir U$ 1,856 bilhão nos esforços de combate ao vírus. possa contribuir, quando voltarem a seus países de origem, para
Na segunda-feira, Obama fez um pedido de reforço orçamentário a disseminação de uma epidemia concentrada até o momento na
ao Congresso. América. Relembram, além disso, que o vírus, que se acreditava
O dinheiro será usado em programas de controle de mosqui- estar concentrado na Micronésia, onde ocorreu o primeiro caso em
tos, pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina, e também 2007, tenha chegado à América Latina levado por fãs das ilhas que
vai servir para ajudar países afetados pelo vírus a combater o mos- foram à Copa do Mundo do Brasil em 2014.
quito e controlar a transmissão da doença. Apesar de os organizadores das Olimpíadas do Rio, que final-
Fonte: Agência Brasil - (10/02/2016) mente instalaram ar condicionado na Vila Olímpica para que os
atletas possam dormir com as janelas fechadas, o Comitê Olím-
China confirma primeiro caso de zika vírus pico Internacional (COI) tentar evitar o pânico e pedir prudên-
As autoridades sanitárias chinesas confirmaram o primeiro cia, alguns importantes comitês olímpicos nacionais, como o dos
caso de zika vírus no país, nesta quarta-feira (10). O infectado é Estados Unidos e o do Quênia, apertaram o botão de alarme, tão
um homem de 34 anos que esteve na Venezuela e regressou à Chi- contagioso quanto o vírus transmitido pelas fêmeas, que picam vá-
na em 5 de fevereiro, após fazer escala em Hong Kong. Ele está rias pessoas, do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite
hospitalizado e em quarentena, mas já em recuperação, afirmou a a febre amarela, a dengue e o chikungunya em países tropicais e
imprensa oficial. subtropicais.

Didatismo e Conhecimento 18
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Os Estados Unidos, a grande potência olímpica, concedeu CASO AMARILDO
a seus esportistas, pela primeira vez explicitamente, a liberdade
de decisão. “Quem tiver medo, que não vá”, disseram a eles às Justiça do RJ condena 13 PMs por tortura, morte e sumiço
autoridades olímpicas do país que boicotou os Jogos de Moscou de Amarildo
em 1980 devido à invasão soviética do Afeganistão. O Quênia, A juíza da 35ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Daniela Alvarez
vizinho de Uganda e da região de Zika e grande potência do atletis- Prado, condenou 13 policiais militares pela tortura seguida de morte
mo, anunciou, por meio de seu lendário campeão da Olimpíada do e ocultação de cadáver do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza.
México de 1968, Kip Keino, que está cogitando não ir ao Brasil. Amarildo desapareceu no dia 14 de julho de 2013, após ser le-
“A saúde de nossa juventude é mais importante do que os Jogos”, vado por PMs para a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora),
disse Keino, que também é presidente do Comitê Olímpico Que- localizada no Alto da Rocinha, comunidade da zona sul do Rio de
niano, temeroso também de devolver o vírus à África. Janeiro. Os PMs suspeitavam que o ajudante de pedreiro sabia onde
Outros países, porém, acompanham a evolução do vírus sem os traficantes locais escondiam armas e drogas.
alarmismo, como a Espanha. “A doença se desenvolve em 80% As investigações da Polícia Civil e o Ministério Público con-
sem sintomas, e estes não são graves: febre moderada, coceira, cluíram que Amarido foi torturado até a morte, atrás dos contêineres
conjuntivite..., mas não os levamos muito a sério”, diz Helena onde funciona a UPP. Ao todo, 25 PMs foram denunciados à Justiça
Herrero, diretora dos serviços médicos da federação espanhola de por participação nos crimes.
futebol e coordenadora da comissão médica do Comitê Olímpico O chamado “Caso Amarildo” teve ampla repercussão e moti-
Espanhol. “A OMS decretou um alerta global e estamos esperando vou várias manifestações contra a violência em todo o país. A juíza
antes de tomar decisões, porque há possibilidades de complica- Daniela Alvares Prado escreve em sua sentença que Amarildo foi
ções. Um aumento de casos de microcefalia no Brasil foi asso- “vítima de uma cadeia de enganos, era vulnerável à ação policial,
ciado ao vírus em mulheres grávidas, mas não há comprovação além de ser ‘negro e pobre, dentro de uma comunidade à margem
científica.” da sociedade’ “.
O comandante da UPP, major da Polícia Militar Edson Santos,
Repelentes de insetos recebeu a maior pena “por ser um superior que deveria dar exemplo
Herrero destaca que estão acompanhando pontualmente todos aos subordinados”, de acordo com a sentença da juíza: 13 anos e
os relatórios de Saúde, da OMS e das autoridades e que acredita que sete meses em regime fechado pelos crimes de tortura seguida de
a epidemia, que afeta atualmente um milhão e meio de brasileiros, morte, ocultação de cadáver e fraude processual. Em depoimento,
perderá força. “Em agosto será inverno no Brasil e com o frio a ele chegou a afirmar que Amarildo havia sido ouvido na UPP por
população de mosquitos diminuirá”, diz. “Vamos recomendar me- alguns minutos “e deixou o local a pé e sozinho”. O major acusou
didas preventivas aos esportistas para evitar a picada do mosquito, traficantes de terem matado o ajudante de pedreiro.
pois não há vacinas: que usem um repelente de mosquitos com O advogado de Santos, Saulo Salles, afirmou ainda não ter sido
mais de 50% de DEET, que usem mangas e calças compridas, que notificado a respeito da decisão da juíza. “Vou no fórum ainda hoje
não usem cremes nem perfumes, que evitem regiões pantanosas e para ver se isso procede ou não. A defesa não tem ciência porque não
alagadas, que usem preservativos em suas relações sexuais, que houve qualquer notificação. O último movimento do processo era de
durmam com mosquiteiros impregnados de inseticida...” outubro do ano passado”, disse ele. Como a sentença é de primeira
A diretora espanhola explica que, para que o vírus se propa- instância, cabe recurso. “De qualquer forma, vamos recorrer.”
gue, devem coincidir em tempo e local os mosquitos e as pessoas O subcomandante da unidade, tenente da PM Luiz Felipe de
infectadas postas em contato por uma picada do mesmo artrópode. Medeiros, foi condenado a dez anos e sete meses de prisão. De
Fonte: El País Brasil - (10/02/2016) acordo com a sentença, “ele orquestrou o crime junto com o major
Edison”.
Papa diz que uso de preservativo para prevenir a zika é O soldado Douglas Roberto Vital Machado foi condenado a 11
aceitável anos e seis meses em regime fechado, “por ter atuado desde a captu-
O Papa Francisco surpreendeu mais uma vez nesta quinta-fei- ra de Amarildo até a morte dele”.
ra (19) ao dizer que o uso de contraceptivo para evitar a gravidez Os soldados da PM Marlon dos Campos Reis, Jorge Luís Gon-
quando há risco de contaminação pelo vírus da zika é aceitável. çalves Coelho, Jairo da Conceição Ribas, Wellington Tavares da Sil-
Foi durante a conversa com os jornalistas, no avião papal, na via- va e Fábio Brasil da Rocha da Graça foram condenados a dez anos
gem de volta do México para o Vaticano. e quatro meses.
Um assunto polêmico, mas muito importante para América Todos os condenados deverão ser expulsos da Polícia Militar do
Latina, continente com o maior número de católicos e de casos de Rio de Janeiro. Ainda cabe recurso à decisão em primeira instância.
zika. O papa admitiu que “evitar a gravidez não é um mal abso-
luto” diante do risco de contrair a zika, doença que pode causar a Covardia
microcefalia em bebês. Na sentença, a juíza critica a atuação da Polícia Militar do Rio
Ele lembrou até que não é o primeiro papa a defender o uso de Janeiro: “nos deparamos com a covardia, ilegalidade, o desvio de
de anticoncepcionais. Nos anos 1960, o Papa Paulo VI também finalidade e o abuso de poder exercido pelos réus”.
autorizou freiras que sofressem estupros na África a usar métodos A investigação revela que policiais militares, que não participa-
para evitar a gravidez. ram da ação criminosa, foram obrigados a ficar dentro dos contêine-
Mas ele fez questão de separar contracepção e a aborto. Para res, com expressa proibição de saírem do local. Um deles contou,
ele, o aborto é crime, “o mesmo tipo cometido pela máfia”. em depoimento, que ouviu as seguintes palavras proferidas por
Fonte: G1 – (19/02/2016) Amarildo: “Não, não, me mata, mas não faz isso comigo!”.

Didatismo e Conhecimento 19
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Depois da tortura, o major Edison Santos mandou os policiais “Lygia é a maior escritora brasileira viva e a qualidade de sua
que estavam nos contêineres fossem embora: “Vai todo mundo produção literária é inquestionável”, afirmou em nota Durval de
embora, não quero ninguém aqui!”. Noronha Goyos, presidente da organização.
A investigação sobre o destino do corpo de Amarildo pros- Uma das principais escritoras brasileiras, Lygia Fagundes
segue. Policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) são Telles é autora de livros como “Ciranda de Pedra” e “As Meninas”,
suspeitos de retirarem o cadáver da vítima em uma viatura. ganhadora do Prêmio Jabuti de 1973. Ela é imortal da Academia Bra-
Fonte: Uol - (31/01/2016) sileira de Letras.
Todo ano, o Nobel a envia até 3.000 cartas convidando acade-
Senado permite ampliação de 5 para 20 dias da licença mias, universidades e premiados em outros anos a indicar autores do
-paternidade mundo inteiro. Ter recebido uma carta, porém, não é o único jeito de
O Senado aprovou nesta quarta-feira (3) o projeto que insti- indicar alguém ao maior troféu literário do mundo —há indicações
tui o marco legal da primeira infância, que, entre outros pontos, espontâneas, feitas por pessoas renomadas na área.
permite que as empresas ampliem de 5 para 20 dias a duração da O processo corre em sigilo. Passados 50 anos de cada edição do
licença-paternidade. O projeto já foi aprovado pela Câmara dos prêmio, a Academia Sueca costuma divulgar os indicados na ocasião.
Deputados e, para entrar em vigor, depende de sanção da presiden- No começo de janeiro, por exemplo, foi divulgado que o bra-
te Dilma Rousseff. sileiro Alceu Amoroso Lima havia sido indicado em 1965. Entre os
O texto estabelece que a licença paternidade pode ter mais 15 indicados naquele ano, estavam ainda o chileno Pablo neruda, o russo
dias, além dos cinco já estabelecidos por lei, para os funcionários Vladimir Nabokov, o irlandês Samuel Beckett e o argentino Jorge
das empresas que fazem parte do Programa Empresa Cidadã. Luís Borges. O vencedor daquele ano, porém, foi o russo Mikhail
A prorrogação da licença também valerá para os empregados Sholokhov.
que adotarem crianças. Outros brasileiros indicados foram Coelho neto (1933), Flávio
O Programa Empresa Cidadã, regulamentado pelo governo de Carvalho (1939) e Manoel Wanderley (1941).
em 2010, possibilita a ampliação do prazo da licença-maternidade Fonte: Folha.com – (03/02/2016)
das trabalhadoras do setor privado de quatro meses para até seis
meses. Até aquele momento, a extensão do benefício só existia Harper Lee, ganhadora do Pulitzer por ‘O Sol É para To-
para funcionárias públicas. dos’, morre aos 89
A escritora Harper Lee, que ganhou o prêmio Pulitzer de ficção
O programa permite que a empresa deduza de impostos fe-
em 1961 por seu livro “O Sol É para Todos”, morreu aos 89 anos,
derais o total da remuneração integral da funcionária. A empresa
informou o “The New York Times” e outras publicações americanas
que adere ao programa pode abater do Imposto de Renda devido
nesta sexta-feira (19).
valores dos dois salários extras. A regra só vale para as empresas
A autora nasceu em 1926, em Monroeville, no Alabama. Se mu-
que têm tributação sobre lucro real.
dou em 1949 para Nova York, onde trabalhou como auxiliar em com-
Segundo o projeto, no período da licença, os pais e as mães
panhias aéreas enquanto seguia com a carreira de escritora.
não podem exercer qualquer atividade remunerada e a criança tem
Oito anos mais tarde, apresentou o manuscrito do romance so-
de ser mantida sob os cuidados deles. Se essa regra for descumpri- bre o racismo e a injustiça no sul dos Estados Unidos para a editora
da, os funcionários perdem o direito à prorrogação. americana J. B. Lippincott & Co., que lhe pediu para reescrevê-lo.
Lançada em 1960, a obra foi um sucesso comercial —vendeu
Marco legal mais de 40 milhões de cópias— e de crítica.
O texto aprovado pelo Senado trata de políticas públicas vol- Já no ano seguinte, o romance recebeu o Pulitzer, principal prê-
tadas à primeira infância, que abrange as crianças de até seis anos mio literário americano, transformando-a em uma celebridade lite-
de idade. O projeto estabelece que as gestantes têm de receber rária. Reclusa, sempre fez poucas aparições —mas nas poucas en-
apoio da União dos estados e dos municípios durante todo o perío- trevistas que deu costumava se dizer surpresa com o sucesso de “O
do da gravidez. Sol...”.
Além disso, as famílias devem receber orientação e formação O livro conta a história de Atticus Finch, um advogado de uma
sobre maternidade e paternidade responsável, alimentação saudá- cidadezinha que vai defender um homem negro acusado injustamen-
vel, prevenção de acidentes, entre outros. te de estuprar uma mulher. O livro é narrada por Scout, filha do ad-
“O projeto, ao apresentar uma série de iniciativas, vem com vogado.
intuito de particularizar o olhar sobre as características etárias do O romance se tornou filme em 1962, com Gregory Peck no pa-
desenvolvimento infantil”, afirmou a senadora Fatima Bezerra pel do advogado engajado Atticus Finch. Foi adaptado para o teatro
(PT-RN), relatora do projeto no Senado. em várias cidades norte-americanas e em Londres e ganhará versão
Fonte: G1 - (03/02/2016) na Broadway na temporada 2017-2018.
Até ano passado, Lee era considerada autora de livro só —até
LITERATURA que um manuscrito inédito com alguns do mesmos personagens de
“O Sol...” ser encontrado e publicado no ano passado. No Brasil, a
Lygia Fagundes Telles é indicada ao Nobel de Literatura obra recebeu o título de “Vá, Coloque Um Vigia” (José Olympio).
deste ano O novo romance não chegou às prateleiras sem controvérsias.
A Ube (União Brasileira de Escritores) indicou à Academia Como Harper Lee costumava garantir que nunca mais publicaria um
Sueca o nome de Lygia Fagundes Telles para concorrer ao Prêmio novo livro, os advogados da autora começaram a ser acusados de pu-
Nobel de Literatura deste ano. De acordo com comunicado da en- blicar a obra à sua revelia —uma vez que, com a idade avançada,
tidade, a escolha da autora foi tomada de forma unânime. a escritora não poderia mais decidir sobre si.

Didatismo e Conhecimento 20
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Alguns críticos apontaram que a obra não passava de um ras- as minhas. Sua ajuda foi de extrema importância no começo, quan-
cunho de “O Sol é Para Todos”. Um dos motivos é o fato de Atti- do não conseguíamos nos aproximar da população local, ficando
cus Finch, advogado que defende os negros no livro mais famoso amiga das esposas dos homens que eu queria encontrar. Ela ficou
da autora, surgir em “Vá, Coloque Um Vigia” como um racistas próxima de muitos fiéis das igrejas. Um jornal do Kansas disse
que apóia a segregação dos negros. recentemente que todo mundo [em Holcomb] colaborou porque eu
Harper Lee era amiga de infância de outro escritor crucial nas era um escritor famoso. Na verdade, nenhuma só pessoa na cidade
letras americanas, Truman Capote. O pai dele chegou a presentear havia ouvido falar de mim”, disse Capote ao “New York Times”,
a dupla com uma máquina de escrever —e eles começaram a ditar pouco depois da publicação de seu “romance de não ficção”.
narrativas um ao outro. Não à toa, Capote escreveu a orelha de “O 1970-1980 Vive reclusa, entre Nova York e sua cidade natal,
Sol É Para Todos” —e ela foi assistente do autor na apuração da trabalhando em um livro sobre um serial killer do Alabama que
reportagem que virou o livro “A Sangue Frio”. jamais foi publicado.
Na faculdade, a Huntingdon College, a escritora começou 2007 Recebe de George W. Bush a Medalha Presidencial da
escrever artigos para jornais literários. Depois de lá, ela foi es- Liberdade, condecoração por sua contribuição com a tradição lite-
tudar direito na Universidade do Alabama, para agradar seu pai, rária americana em uma cerimônia na Casa Branca
que também era advogado. Ali, ela chegou a editora-chefe de uma 2013 Processa seu agente literário, que acusa de tentar en-
revista de humor do campus. ganá-la na venda de direitos autorais, e um museu em sua cidade
Depois de uma temporada no Reino Unido, ela se mudou para natal, por vender produtos licenciados de “O Sol É para Todos”
Nova York, em 1949. Chegou a trabalhar como livreira e em uma sem autorização.
companhia aérea. 2014 Lee permite a publicação de seu romance em versão di-
No começo, Harper Lee escrevia contos, mas recebeu conse- gital.
lho de um agente literária que escrevesse um romance. “Vá, Co- 2015 A advogada da escritora diz ter encontrado os manuscri-
loque Um Vigia”, era o primeiro nome da obra, que só mais tarde tos de um romance inédito, “Vá, Coloque um Vigia”, dado como
ganhou o título “O Sol É Para Todos”. perdido. O livro foi rejeitado por uma editora em 1957 e seria uma
primeira versão de “O Sol é Para Todos”. Em fevereiro, a editora
CRONOLOGIA HarperCollins anuncia que irá publicar o título, lançado em junho
1926 Nelle Harper Lee nasce em 28 de abril, em Monroeville, do ano passado com recordes de venda nos EUA. No Brasil, foi
pequena cidade do Alabama (EUA). É a caçula dos quatro filhos de editado pela José Olympio poucos meses depois.
seu pai, um advogado e dono de um jornal local. Ainda na infância, No entanto, pairam dúvidas sobre o consentimento de Lee
torna-se amiga do escritor Truman Capote. com a nova edição: ela, em idade avançada, só teria se manifesta-
1949 Formada em direito pela Universidade do Alabama, do sobre a publicação em carta divulgada por meio de sua repre-
muda-se aos 23 anos para Nova York decidida a se tornar escri- sentante.
tora. Enquanto isso, trabalha como agente de passagens em uma Fonte: Folha.com – (19/02/2016)
companhia aérea. Na cidade, reecontra Capote, então um nome em
ascensão no meio literário. Escritor italiano Umberto Eco morre aos 84 anos
1956 Tira um ano para se dedicar à escrita, graças ao apoio O escritor e semiólogo italiano Umberto Eco morreu nessa
financeiro de um casal de amigos, compositores da Broadway. Co- sexta-feira em sua casa aos 84 anos, informou na madrugada deste
meça a trabalhar no manuscrito de uma história ambientada no sábado o jornal La Repubblica.
interior do Alabama, base de “O Sol é Para Todos”. Segundo essa publicação italiana, a morte do autor de O Nome
1959 Acompanha Truman Capote durante a apuração sobre da Rosa ocorreu por volta das 22h30 locais (19h30 de Brasília) e
o assassinato da família Cluster em Holcom, no Kansas, que se foi confirmada pela família.
transformaria no livro “A Sangue Frio”. Eco nasceu em Alexandria, na Itália, no dia 5 de janeiro de
1960 Lee volta a Nova York e termina “O Sol é Para Todos”, 1932 e se destacou como semiólogo, filósofo e escritor.
que chega com um sucesso estrondoso às livrarias e logo se torna Após saber da morte do intelectual, o primeiro-ministro da
um clássico da literatura americana. O livro é narrado por Scot, Itália, Matteo Renzi, expressou suas condolências à família e des-
alter-ego da autora. Ela conta uma história de sua infância, quando tacou a “inteligência única” de Eco, capaz de “antecipar o futuro”.
o pai, advogado, defendeu um homem negro acusado de estuprar “Foi um exemplo extraordinário de intelectual europeu, unia
uma mulher branca, em uma cidade no interior do Alabama segre- uma inteligência única com uma incansável capacidade de anteci-
gada pelo racismo. par o futuro”, destacou Renzi, segundo a imprensa italiana.
1961 “O Sol é Para Todos” vence o Prêmio Pulitzer, um dos “É uma perda enorme para a cultura, que sentirá saudades de
mais importantes da literatura, de ficção. seus textos e de sua voz, de seu pensamento agudo e vivo, de sua
1962 Estreia a adaptação de “O Sol é Para Todos” no cinema. humanidade”, concluiu Renzi.
A versão contou com a colaboração de Lee e venceu quatro esta- Entre os maiores sucessos de Eco se encontra, além do citado
tuetas no Oscar. O Nome do Rosa (1980), O Pêndulo de Foucalt (1988), um ro-
1966 “A Sangue Frio” é publicado. Há relatos de que Lee tra- mance que narra a história de três intelectuais que inventam um
balhava em um novo romance, enquanto colaborava com Capote. suposto plano dos cavaleiros templários para dominar o mundo.
Ele dedicou o livro à amiga, mas jamais reconheceu a colaboração Agraciado com o Prêmio Príncipe das Astúrias de Comuni-
da autora como ela acreditava merecer. “Ela me fez companhia du- cação e Humanidades em 2000, Eco escreveu seu último livro no
rante a viagem. Ficamos uns dois meses juntos. Ela foi a uma série ano passado com o título de O Número Zero , uma crítica ao mau
de entrevistas, tomou suas próprias notas, com que eu pude checar jornalismo, à mentira e à manipulação da história.

Didatismo e Conhecimento 21
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Em entrevista com a Agência Efe realizada em abril do ano O Brasil totalizou 391 pontos em matemática, de acordo com
passado em sua casa em Milão, em frente ao castelo Sforzesco, o PISA. A média dos países da OCDE é de 494 pontos.
perto do Duomo, após publicar seu último romance, Eco declarou A organização considera que os alunos que ficam abaixo do
que a obra é uma paródia sobre os tempos turbulentos atuais, por- nível 2 (entre os seis existentes, que evoluem de acordo com o grau
que “essa é a função crítica do intelectual”. de dificuldade das perguntas) nas disciplinas analisadas (matemá-
“Essa é minha maneira de contribuir para esclarecer algumas tica, leitura e ciências) terão dificuldades na escola e, mais tarde,
coisas. O intelectual não pode fazer nada mais que isso, não pode no mercado de trabalho, e poderão não ascender socialmente.
fazer a revolução. As revoluções feitas por intelectuais são sempre Segundo o PISA, 67,1% dos alunos brasileiros com 15 e 16
muito perigosas”, detalhou na época o escritor. anos (faixa etária analisada no estudo) estão abaixo do nível 2 em
O Número Zero é um romance jornalístico, mais curto que matemática, com baixa performance na disciplina.
os anteriores, que costumavam ter 600 páginas; por isso soa de Apenas 0,8% dos alunos brasileiros atingiram os níveis 5 e
maneira diferente, segundo o próprio Eco. 6 na disciplina, que exigem análises complexas. Em Xangai, na
“Este livro saiu em ritmo de jazz. Os outros eram mais como China, primeiro do ranking em matemática, mais da metade dos
uma sinfonia de Mahler e este é mais como o jazz pelo argumento, estudantes (55,4%) integram os níveis 5 e 6, de alta performance.
com temas mais rápidos, como é o jornalismo”, declarou à Efe na A OCDE destaca, no entanto, que o Brasil registrou uma das
época.
maiores taxas de crescimento no total de pontos em matemática
A história de seu último livro começa com a criação, por parte
entre 2003 a 2012, passando de 356 a 391 pontos no período.
de um empresário italiano, que nos faz pensar em Silvio Berlusco-
ni, de O Número Zero , um exemplar de um jornal que não tem a
intenção de informar, mas de funcionar como uma ferramenta de Mais alunos desfavorecidos
poder para colocar pressão, desacreditar políticos e rivais e criar O que explica o fato de o Brasil ainda se manter entre os últi-
relatórios, notícias falsas e complôs. mos no ranking de matemática (e também de leitura e de ciências
Além de seus romances, dos quais vendeu mais de 30 milhões do PISA) é o número maior de alunos, principalmente desfavore-
de cópias em todo o mundo, segundo a imprensa italiana, Eco se cidos e de zonas rurais, que passaram a integrar o sistema educa-
destacou também por ser autor de vários ensaios sobre semiótica, cional, disse à BBC Brasil Sophie Vayssettes, analista de educação
estética medieval, linguística e filosofia. da OCDE.
Sua primeira obra de semiótica foi A Estrutura Ausente , pu- A taxa de escolarização no Brasil passou de 65% em 2003
blicada em 1968, que foi seguida por As Formas do Conteúdo e para 78% em 2012, ressalta Vayssettes.
Sinal (1973), que depois culminaram em uma obra mais completa Programas como o Bolsa Família permitiram maior acesso à
sobre essa matéria, Tratado de Semiótica Geral “, publicada em educação, diz ela, acrescentando que os novos alunos, desfavoreci-
1975. dos socialmente, “acumulam desvantagens” e geralmente apresen-
Fonte: Portal Terra – (19/02/2016) tam atrasos de aprendizado em relação aos demais.
“Se a base de comparação no Brasil tivesse se mantido a mes-
EDUCAÇÃO ma, se não fossem incluídos os alunos novos que tinham passado
anos fora da escola, a pontuação obtida nos testes do PISA seria
Brasil avança em conhecimento básico de matemática, bem mais alta. Chegamos a fazer uma simulação sobre isso”, afir-
mas continua atrás em ranking ma.
O Brasil é um dos países que mais reduziram o número de Entre os fatores que permitiram a redução do número de
alunos sem conhecimentos básicos de matemática. Mas ainda é alunos brasileiros sem conhecimentos básicos em matemática, a
um dos últimos colocados em um ranking de competências nessa especialista cita melhorias na formação dos professores, que tam-
disciplina, aponta estudo da OCDE (Organização para a Coopera- bém passaram a ter incentivos como aumentos salariais e planos
ção e Desenvolvimento Econômico) publicado nesta quarta-feira. de carreira.
O número de alunos brasileiros na faixa de 15 anos que esta- Maiores investimentos em educação, que hoje representam
va abaixo do nível de conhecimentos básicos em matemática caiu
6,1% do PIB brasileiro, a mesma média dos países da OCDE, e
18% entre 2003 e 2012 (último dado disponível).
também melhoria na qualidade do material pedagógico são outros
A OCDE considera que, para chegar ao primeiro nível, os alu-
fatores apontados pela especialista.
nos têm de saber mostrar competências básicas como uma opera-
ção de adição. Também houve o acréscimo de um ano letivo no antigo sis-
O estudo, intitulado Alunos de baixo desempenho: por que tema primário e o secundário se tornou obrigatório (segundo seg-
ficam para trás e como ajudá-los?, divulgado nesta quarta, faz uma mento do ensino fundamental).
nova análise das séries de dados do último estudo PISA (Programa “Há uma dinâmica positiva no Brasil em relação à educação”,
Internacional de Avaliação de Alunos) da OCDE, publicado no fi- diz a analista.
nal de 2013, com dados de 2012. Os gastos por aluno com idade entre 6 e 15 anos no Brasil,
de US$ 26,7 mil (cerca de R$ 103,8 mil) ainda representam, no
Mau desempenho entanto, apenas pouco mais da metade do montante considerado
Apesar da melhora em relação aos conhecimentos básicos, adequado pela OCDE, que é de US$ 50 mil.
os alunos brasileiros ficaram apenas no 58° lugar em matemática “O Brasil precisa aumentar os gastos por aluno”, diz a espe-
entre os 65 países e territórios analisados no último estudo PISA. cialista, acrescentando que é preciso também dar mais recursos
Com essa classificação, o Brasil se situa abaixo da Albânia e da para escolas com estudantes desfavorecidos e melhorar o ensino
Costa Rica. pré-escolar no país.

Didatismo e Conhecimento 22
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
O Brasil também possui uma das mais altas taxas de repetên- Homicídio Doloso
cia entre os 65 países que integram o PISA. Mais de um terço dos Entre os 4197 casos casos de homicídio doloso — com inten-
alunos com 15 anos (36%) já repetiu de ano pelo menos uma vez. ção de matar — no Rio em 2015, 1507 aconteceram nos municí-
“A repetência é um fator de abandono dos estudos e de perda pios da Baixada Fluminense, com 35,9% dos casos. O meio mais
da confiança. É preciso criar pedagogias diferentes para motivar os empregado foi a arma de fogo, com 67,5% dos casos, e 4,5% com
alunos”, afirma Vayssettes. o uso de armas brancas. Os outros 28,5% envolvem homicídios
Fonte: BBC Brasil – (10/02/2016) provocados por asfixia, veneno, pauladas, pedradas, queimaduras
e veneno. Entre as vítimas, 69% das vítimas são negras e pardas.
Negros e pardos são 67,5% de vítimas de crimes letais no Os homens também dominam as estatísticas, com 88,3% das víti-
Rio, segundo ISP mas de homicídio doloso no estado.
Um dia depois de a Anistia Internacional apontar que negros Os números de 2015 são menores em comparação a 2014, que
e pobres são vítimas preferenciais de crimes violentos no Brasil, teve 4942 homicídios dolosos praticados no Estado. Quase 2 mil
dados divulgados nesta terça-feira (24) pelo Instituto de Segurança destes casos ocorreram na Baixada Fluminense. Armas de fogo
Pública do Rio confirmam que 67,5% das vítimas de crimes vio- foram utilizadas em 62,7% das vezes. 33,8% das vítimas tinham
lentos no estado em 2015 foram negros e pardos, somando 3379 entre 18 e 29 anos.
mortes.
A tabela, uma novidade do ISP, contabilizou 5.006 casos de Latrocínios
letalidade violenta, que incluem homicídio doloso (quando há Entre as 133 vítimas de roubo seguido de morte em 2015,
intenção de matar), com 4197 casos; homicídios decorrentes de 45,9% eram brancas. O percentual de negros e pardos soma 48,9%
dos casos. O perfil se diferencia também na idade: 16,5% das víti-
intervenção policial, com 644 casos; latrocínio (roubo seguido de
mas tinham entre 30 e 59 anos de idade. A maior concentração de
morte), com 133 mortes; e lesão corporal seguida de morte, com
casos foi na capital, com 44 casos.
32 mortes. 1702 casos, ou 33% do total, ocorreram na Baixada Em 2014, o número foi um pouco maior: 152 casos, 51 deles
Fluminense. na capital. Em relação à idade, 61,2% das vítimas tinha entre 30 e
Em 2014, foram registrados 5719 casos de letalidade violenta, 59 anos de idade.
com 4942 homicídios dolosos, 584 homicídios decorrentes de in-
tervenção policial, 152 latrocínios e 41 lesões corporais seguidas Lesão corporal seguida de morte
de morte, com liderança da Baixada: 2218 casos, 38,7% dos casos. Se 2014 teve 41 pessoas mortas em casos de lesão corporal se-
Nos dois anos, a maior parte das vítimas era de homens: guida de morte, o número caiu para 32 em 2015, que teve o interior
88,2% em 2014 e 89,6% em 2015. do estado como a região mais afetada, com 13 casos. Em 2014, os
crimes aconteceram em maior número na capital, com 17 casos.
Cor da pele Mais de 90% das mortes por lesão corporal foram provocadas
Entre as vítimas de crimes letais de 2015, 46,4% são pardas e por socos, tapas ou pontapés. Armas de fogo e armas brancas fo-
23,1% delas são negras. 22% das vítimas de crimes de letalidade ram utilizadas em pouco mais de 9% dos casos.
violenta são brancas. Segundo os dados computados pelo Depar- Em 2014, destaca-se um caso de lesão seguida de morte ocor-
tamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações rida em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, no contex-
da Polícia Civil (DGTIT/PCERJ), 7,7% dos casos de letalidade to de violência familiar e doméstica. O gênero da vítima, no entan-
violenta em 2015 não tiveram cor da pele informada. to, não foi informado no registro, assim como a idade e cor de pele.
Fonte: G1 - (24/02/2016)
Os números são um pouco menores que os apresentados em
2014: 45,7% eram pardos e 22,7% negros, representando 68,4%
Macri lança protocolo que impede livre cobertura de ma-
(3911) das 5719 vítimas de crimes de letalidade violenta no estado. nifestações na Argentina
Brancos representavam 21,9% dos casos, com 8,2% de cor de pele A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich,
ignorada e 1,5% como não informados. anunciou um novo protocolo de atuação para as forças de segu-
rança nas manifestações públicas. Segundo as novas regras, os
Mortes por intervenção policial jornalistas deverão ‘fazer seu trabalho em uma zona determinada
Em 2015, as mortes decorrentes de intervenção policial che- pela polícia’.
garam a 644, 10% a mais do que em 2014 e 54% a mais do que em Segundo a Telesur, desde que assumiu o poder na Argentina,
2013, quando o número de casos chegou a 416, o menor da década. o empresário Maurício Macri vem sendo alvo de protestos pratica-
Dos 644 casos, 77,2% envolviam negros ou pardos, indicando 497 mente diários contra seu governo por conta das medidas considera-
mortes. 14,6% das vítimas eram brancas, e 8,8% não tiveram a cor das ‘antidemocráticas’ e ‘neoliberais’ que vem adotando.
de pele informada. Em pouco mais de dois meses, ele já tentou mudar a Lei de
Em relação ao sexo, 98,4% das vítimas eram homens. Entre os Meios, demitiu milhares de servidores públicos, aumentou em
que tiveram a idade informada, 24,4% tinham entre 18 e 29 anos. 400% a conta de energia e agora lança um pacote de medidas re-
O indicador foi o único dos quatro apresentados pelo ISP que pressivas com o intuito de acabar com os protestos de rua sema-
subiu em relação a 2014, quando 73,4% das vítimas eram negras nais, apelidados de “plazas del pueblo”.
ou pardas, com 98,6% das mortes sofridas por homens. O per- “O governo do presidente Mauricio Macri não quer que, du-
rante os próximos quatro anos, as ruas sigam sendo um lugar diário
centual de vítimas entre 18 e 29 anos foi maior do que em 2015:
e permanente de problemas”, afirmou Patricia Bullrich, ao apre-
36,3% das vítimas
sentar as novas medidas.

Didatismo e Conhecimento 23
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
De acordo com o protocolo, toda e qualquer manifestação de- Transmissão pelo sêmen
verá ser submetida à aprovação da polícia, com trajeto, número Enquanto isso, dados apresentados anteriormente na Confe-
esperado de participantes e tempo estimado de passeata. rência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas levantaram preo-
Caso algum trajeto ou horário seja desrespeitado, os manifes- cupações sobre a transmissão sexual do vírus em sobreviventes.
tantes serão reprimidos. “Pediremos que se retirem pacificamente. Os resultados indicaram que 38% dos homens tinham sido
Se não saírem entre cinco e dez minutos, os ‘tiramos’”, disse a testados como positivos para ebola no seu sêmen em pelo menos
ministra de segurança. uma ocasião, no ano seguinte à sua recuperação. E, no caso mais
Sobre a resolução dedicada à imprensa, o Centro de Estudos extremo, o ebola tinha sido detectado 18 meses mais tarde.
Legais e Sociais (Cels) afirmou que elas afetam diretamente e de No entanto, a maioria dos sobreviventes relatou ser sexual-
maneira negativa a liberdade de imprensa, pois impede o controle mente ativa, com apenas quatro em cada 100 desses homens usan-
que o registro fotográfico e audiovisual exerce sobre o trabalho da do preservativo.
polícia. Fonte: O Globo - (26/02/2016)
“As restrições podem significar um possível condicionamento
e um enfoque direcionado das coberturas jornalísticas de protes- OSCAR 2016
tos”, alertou em comunicado o Fórum de Jornalismo Argentino
(Fopea). Oscar 2016: Leonardo DiCaprio e ‘Spotlight’ são os ga-
Fonte: Portal Imprensa - (24/02/2016) nhadores da noite
A cerimônia do Oscar neste domingo (28) em Los Angeles foi
Ebola tem sérios efeitos de longo prazo na saúde de sobre- uma noite de primeiras vezes. Ao menos para Leonardo DiCaprio,
viventes que levou a estatueta de melhor ator por “O Regresso”. No entanto,
A maioria das pessoas que sobrevivem a uma infecção por o prêmio de melhor filme foi para “Spotlight: segredos revelados”.
ebola terá problemas de saúde de longa duração, dizem médicos Os outros atores premiados ganharam em sua primeira indica-
do US National Institutes of Health. ção. Brie Larson levou por “O quarto de Jack”.
Seus estudos sobre sobreviventes na Libéria mostraram que A sueca Alicia Vikander foi melhor atriz coadjuvante por “A
um grande número havia desenvolvido fraqueza, perda de memó- garota dinamarquesa”. Mark Rylance foi melhor coadjuvante por
ria e sintomas depressivos nos seis meses após a alta hospitalar de “Ponte dos Espiões”.
uma unidade de ebola. Foi também uma cerimônia com um bicampeonato (o melhor
Outros pacientes tornaram-se “ativamente suicidas” ou conti- diretor Alejandro G. Iñárritu) e um tricampeonato (o diretor de
fotografia Emmanuel Lubezki). Eles venceram por “O regresso”.
nuam a ter alucinações, diz a “BBC”.
O G1 acompanhou a cerimônia e o tapete vermelho do Oscar
Mais de 17.000 pessoas na África Ocidental sobreviveram à
em tempo real.
infecção por ebola.
Mad Max: prêmios técnicos
A prova, a ser apresentada na reunião anual da Academia de Quando o assunto foi prêmios técnicos, não teve para nin-
Neurologia, é uma visão antecipada de um estudo muito maior de guém. “Mad Max: Estrada da Fúria” levou seis estatuetas desse
problemas de saúde a longo prazo identificados após o ebola. tipo. Ficou com mixagem de som, edição de som, montagem, ca-
A análise inicial, em 82 sobreviventes, mostrou que a maioria belo e maquiagem, design de produção e figurino.
tinha tido problemas neurológicos graves durante a infecção, in- A animação brasileira “O menino e o mundo” perdeu o Oscar
cluindo meningite, alucinações ou coma. para “Divertida mente” e Lady Gaga perdeu o prêmio de canção
Seis meses mais tarde, novos problemas de longo prazo ti- original para Sam Smith. Veja no vídeo abaixo o discurso do can-
nham se desenvolvido. tor inglês, que escreveu e gravou a trilha de “007 contra Spectre”.
Cerca de dois terços tinham fraqueza do corpo, enquanto do- A premiação foi comandada por Chris Rock. O apresentador
res de cabeça regulares, sintomas depressivos e perda de memória aproveitou todo seu tempo com piadas mirando o racismo e o boi-
foram encontrados em metade dos pacientes. cote ao Oscar proposto por algumas celebridades negras. Ele tratou
Dois deles estavam com fortes tendências suicidas no momen- o assunto com bastante sarcasmo e foi bem recebido pela plateia.
to da avaliação. Derrota brasileira
“Foi muito marcante, esta é uma população jovem de pacien- Antes da cerimônia, o diretor Alê Abreu comemorou o fato
tes, e nós não esperaríamos ter visto esses tipos de problemas. de estar na premiação. “Estar aqui já é uma grande vitória. É uma
Quando as pessoas tinham perda de memória, isso tendia a afetar grande vitória do Brasil. Sabe, um filme feito com tamanha liber-
sua vida diária, com alguma sensação de que não poderiam voltar dade de criação”, afirmou, no tapete vermelho.
para a escola ou para empregos normais, e alguns tinham proble- “Estar aqui no meio dessa festa da indústria de Hollywood,
mas de sono terríveis. O ebola não foi embora para essas pessoas”, competindo de igual para igual com esses filmes de US$ 300 mi-
disse às “BBC” a Dra. Lauren Bowen, do Instituto Nacional de lhões”, disse o cineasta de “O menino e o mundo”.
Distúrbios Neurológicos e Derrame.
A infecção pelo ebola devasta o corpo. Alguns dos sintomas Veja abaixo lista com os vencedores em negrito:
podem melhorar com o tempo à medida que o corpo se cura, outros
Melhor filme
podem ser até devidos a trauma social, já que muitos sobreviven-
“A grande aposta”
tes sofrem ostracismo de suas famílias e comunidades. Entretanto
“Ponte dos espiões”
outros sintomas, incluindo problemas oculares, indicam danos no
“Brooklyn”
cérebro, que podem não cicatrizar.
“Mad Max: Estrada da fúria”

Didatismo e Conhecimento 24
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
“Perdido em Marte” Melhor documentário de curta-metragem
“O regresso” “Body team 12”
“O quarto de Jack” “Chau, beyond the lines”
“Spotlight: Segredos revelados” “Claude Lanzmann: Spectres of the Shoah”
“A Girl in the River: The Price of forgiveness”
Melhor ator “Last day of freedom”
Bryan Cranston (“Trumbo”)
Matt Damon (“Perdido em Marte”) Melhor ator coadjuvante
Leonardo DiCaprio (“O regresso”) Christian Bale (“A grande aposta”)
Michael Fassbender (“Steve Jobs”) Tom Hardy (“O regresso”)
Eddie Redmayne (“A garota dinamarquesa”) Mark Ruffalo (“Spotlight: Segredos revelados”)
Mark Rylance (“Ponte dos espiões”)
Melhor atriz Sylvester Stallone (“Creed”)
Cate Blanchett (“Carol”)
Brie Larson (“O quarto de Jack”) Melhor animação
Jennifer Lawrence (“Joy”) “Anomalisa”
Charlotte Rampling (“45 anos”) “O menino e o mundo”
Saoirse Ronan (“Brooklyn”) “Divertida mente”
“Shaun, o carneiro”
Melhor diretor “As memórias de Marnie”
Alejandro G. Iñárritu (“O regresso”)
Tom McCarthy (“Spotlight: Segredos revelados”) Melhor curta de animação
George Miller (“Mad Max: Estrada da fúria”) “Bear Story”
Adam McKay (“A grande aposta”) “Prologue”
Lenny Abrahamson (“O quarto de Jack”) “Sanjay’s Super Team”
“We can’t live without Cosmos”
Melhor canção original “World of tomorrow”
“Earned it”, The Weeknd (“Cinquenta tons de cinza”)
“Manta Ray”, J. Ralph & Antony (“Racing extinction”)
Melhores efeitos visuais
“Simple song #3”, Sumi Jo e Viktoria Mullova (“Youth”)
“Ex Machina”
“Writing’s on the wall”, Sam Smith (“007 contra Spectre”)
“Mad Max: Estrada da fúria”
“Til it happens to you”, Lady Gaga (“The hunting ground”)
“Perdido em Marte”
“O regresso”
Melhor trilha sonora
“Ponte dos espiões” “Star Wars: O despertar da força”
“Carol”
“Os 8 odiados” Melhor mixagem de som
“Sicario” “Ponte dos espiões”
“Star Wars: O despertar da força” “Mad Max: Estrada da fúria”
“Perdido em Marte”
Melhor filme estrangeiro “O regresso”
“O abraço da serpente” (Colômbia) “Star Wars: O despertar da força”
“Cinco graças” (França)
“O filho de Saul” (Hungria) Melhor edição de som
“O lobo do deserto” (Jordânia) “Mad Max: Estrada da fúria”
“Guerra” (Dinamarca) “Perdido em Marte”
“O regresso”
Melhor curta de live action “Sicario”
“Ave Maria” “Star Wars: O despertar da força”
“Day one”
“Everything will be okay (Alles Wird Gut)” Melhor montagem
“Shok” “A grande aposta”
“Stutterer” “Mad Max: Estrada da fúria”
“O regresso”
Melhor documentário “Spotlight: Segredos revelados”
“Amy” “Star Wars: O despertar da força”
“Cartel Land”
“The look of silence”
“What happened, Miss Simone?”
“Winter on fire: Ukraine’s Fight for Freedom”

Didatismo e Conhecimento 25
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
ESPORTE família para garantir o pagamento das pendências tributárias e das
ELEIÇÕES NA FIFA multas cabíveis. A decisão atendeu a pedido da Procuradoria da Fa-
zenda Nacional, que também apurou as irregularidades.
Eleições na Fifa vão para segundo turno com 3 candidatos O MPF e a Receita Federal investigam os denunciados e suas
Após disputa acirrada entre o suíço Gianni Infantino, secretá- empresas há cerca de dois anos, período durante o qual foram re-
rio-geral da Uefa, e o xeque bahrenita Salman bin Ebrahim al-Kha- unidas mais de cinco mil folhas de documentos e colhidos os de-
lifa, mandatário da Confederação Asiática de Futebol, as eleições poimentos de diversas testemunhas. O material embasa a denúncia,
para presidente da Fifa, que acontecem nesta sexta-feira, irão para juntamente com as informações obtidas por meio da cooperação
o segundo turno. internacional entre o MPF e a Justiça espanhola.
Para vencer no primeiro turno, um candidato precisava de, Fonte: Portal Terra - (02/02/2016)
pelo menos, dois terços dos apoios dos integrantes do colégio elei-
toral da entidade, no caso 138 votos, já que 207 federações nacio- OLIMPÍADAS 2016
nais participavam do pleito.
Infantino foi o mais primeiro colocado do primeiro turno, com COI analisa urgências no Rio a 5 meses das Olimpíadas
88 votos, apenas três a mais que Al-Khalifa. Os dois seguirão para O Comitê Executivo do COI se reunirá de terça-feira a quinta-
a próxima votação, junto com o princípe jordaniano Ali Bin Al feira em Lausanne (Suíça) para analisar o grau de implantação das
-Hussein, que recebeu 27 votos. reformas aprovadas há 14 meses e examinar os relatórios de orga-
O francês Jérome Champagne, com apenas sete votos, foi eli- nização das próximas edições dos Jogos Olímpicos, com atenção
minado da disputa, como previa o sistema eleitoral. Mais cedo, especial aos deste ano, que acontecerão daqui a cinco meses no Rio
o sul-africano Tokyo Sexwale já havia renunciado à candidatura, de Janeiro.
garantindo que apoiará o vencedor. Enquanto algumas das instalações esportivas estão sendo colo-
A partir de agora, uma nova votação acontecerá, com os três cadas à prova com sucesso nos eventos-teste, o comitê organizador
primeiros colocados. Se algum dos três conseguir mais da metade e o COI devem fazer frente a problemas de difícil solução que vêm
dos votos, será o novo presidente. Caso isso não aconteça, o líder repercutindo no exterior, como a contaminação Baía de Guanabara e
e vice-líder dessa rodada, vão ao terceiro turno. proliferação do mosquito ‘Aedes aegypti’, transmissor do zika vírus,
Fonte: Portal Terra - (26/02/2016) da dengue e da febre chikungunya.
Um assunto pendente, de final incerto e sobre o qual o COI
receberá relatórios de última hora é a extensão do metrô de Rio até a
CASO NEYMAR
Barra da Tijuca, onde está a maioria das instalações.
Enquanto o governo do estado do Rio garantiu que as obras
MPF denuncia Neymar, pai e dirigentes por fraude e so-
estarão prontas a tempo, o prefeito da capital fluminense, Eduardo
negação
Paes, admitiu que há um “risco elevado” que não seja assim. Por
O Ministério Público Federal em Santos denunciou o atacante
via das dúvidas, segundo ele, a prefeitura conta com um plano de
Neymar, seu pai, Neymar da Silva, e os dirigentes do Barcelona,
contingência que prevê o uso de corredores de ônibus.
Alexandre Rosell Feliu e Josep Maria Bartomeu Floresta, por so- A extensão do metrô à Barra tem um custo de R$ 10,3 bilhões.
negação de tributos e falsidade ideológica. De acordo com a acusa- Para cobri-lo, o governo precisa de um empréstimo de R$ 1,3 bi-
ção, eles forjaram uma série de documentos entre 2006 e 2013 com lhão, que ainda não foi liberado pelo BNDES.
o intuito de suprimir impostos devidos à Receita Federal do Brasil. O bom funcionamento do transporte é um elemento fundamen-
A denúncia foi protocolada no último dia 27 na Justiça Federal. tal para o sucesso dos Jogos.
Em texto liberado à imprensa, o MPF relata que os esquemas Alguns problemas ocorridos em Atlanta-1996 foram uma das
arquitetados envolveram três empresas ligadas à família do ata- causas do balanço organizativo deficiente daquela edição do evento.
cante: a Neymar Sport e Marketing, a N&N Consultoria Esportiva O comitê organizador dos Jogos de 2020, em Tóquio, também
e Empresarial e a N&N Administração de Bens, Participações e apresentará ao COI suas últimas decisões.
Investimentos. O plano original passou por notáveis modificações, pensando
As empresas não possuíam capital social nem capacidade na parte econômica, mas a um custo de uma maior distância entre
operacional condizentes com a movimentação financeira realiza- as sedes.
da. As fraudes foram praticadas em contratos relacionados ao uso Essa redução dos custos, junto com a transparência e a boa go-
do direito de imagem de Neymar enquanto atuava pelo Santos, a vernança, é um dos objetivos da Agenda 2020, programa de refor-
partir de 2006, e durante o processo de transferência do jogador ao mas aprovado pelo organismo olímpico no final de 2014 e que agora
Barcelona, cujas negociações tiveram início em 2011. tenta acelerar para, de quebra, dar exemplo às federações afetadas
A denúncia coloca os diretores do Santos à época (Luis Ál- por irregularidades.
varo de Oliveira Ribeiro e Odílio Rodrigues) como testemunhas. A Federação Russa de Atletismo, por exemplo, está suspensa de
Detalhadamente, a denúncia conta diversos casos em que, na ótica funções por sua tolerância com o doping.
da procuradoria, Neymar e seu pai burlaram o fisco e causaram Com isso, seus atletas não poderiam participar dos Jogos do Rio
diversos desfalques às contas públicas. O objetivo é recuperar o caso eles começassem hoje. Outro assunto que o Executivo precisa
dinheiro perdido. resolver antes de agosto.
A conduta de Neymar, com a participação dos demais denun- A reunião, que acontecerá em um hotel em Lausanne por obras
ciados, gerou prejuízos milionários aos cofres públicos. Em se- na sede do COI, terminará na quinta com uma coletiva do presidente
tembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região da entidade, Thomas Bach.
bloqueou R$ 188,8 milhões do jogador, do pai e das empresas da Fonte: Exame.com - (29/02/2016)

Didatismo e Conhecimento 26
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
EUA recomendam que grávidas não viajem às Olimpíadas INTERNACIONAL
do Rio
O Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Uni- ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS
dos emitiu uma série de recomendações às pessoas que pretendem
viajar ao Brasil para participar dos Jogos Olímpicos do Rio, em Donald Trump vence republicano em Nevada
agosto. O principal conselho é o mesmo que faz para todas as re- O pré-candidato republicano Donald Trump venceu sua ter-
giões afetadas pelo zika vírus: se você estiver grávida, é melhor ceira prévia seguida nesta terça-feira (23). Com 100% de votos
mudar de planos. apurados, Trump teve 45,9% dos votos e esteve à frente dos sena-
“Devido ao surto do zika vírus, o CDC recomenda às grávidas dores de origem cubana Marco Rubio (23,9%) e Ted Cruz (21,4%).
que considerem não viajar aos Jogos”, diz o centro, em suas reco- Com a vitória, o magnata nova-iorquino deve somar 14 dele-
mendações tanto para os Jogos Olímpicos como para os Paralímpi- gados para o apoiar na convenção nacional do Partido Republicano
cos, que acontecem um mês depois na mesma cidade. em julho. Rubio deve ter mais sete delegados e Cruz mais seis. Ben
Para as grávidas que não podem mudar a viagem, o CDC pede Carson e John Kasich conseguiram mais um delegado cada.
que “consultem antes seu médico” e que sigam “estritamente” as Por volta de 6h desta quarta (24), com 77,7% da apuração em
instruções para evitar de todas as maneiras possíveis a picada de Nevada, projeções já apontavam a vitória de Donald Trump com
mosquitos. O Aedes aegypti é a principal via de transmissão do 45,15% dos votos, seguido por Marco Rubio, com 23,53%; Ted
vírus, que está sendo ligado ao aumento de casos de microcefalia e Cruz, 22,26%; Ben Carson, 5,1%; e John Kasich, 3,48%.
da síndrome de Guillain-Barré. Com o expressivo resultado em Nevada (Trump tem mais vo-
Tendo em vista o número crescente de casos de contágio do tos que o segundo e o terceiro colocados somados), ele amplia suas
zika vírus por transmissão sexual, o CDC insiste também em sua chances de ser o indicado do Partido Republicano para concorrer à
recomendação para que os homens que viajem a regiões onde exis- presidência dos EUA na eleição de 8 de novembro.
tam surtos de zika – como a sede dos Jogos – usem preservativo “Serão incríveis dois meses”, disse Trump, ao discursar -
ou se abstenham de manter relações sexuais se sua companheira quando o resultado oficial ainda mostrava cerca de 5% de apuração
estiver grávida. -, sobre os próximos estados que realizarão prévias. “Nós talvez
As recomendações do CDC são publicadas no mesmo dia em nem precisaremos dos próximos dois meses.”
que a Argentina divulga o primeiro caso de transmissão do zika “Tivemos 46% dos votos entre os latinos. Eu estou realmente
vírus por via sexual. A contaminada foi uma mulher da província feliz por isso”, ressaltou Trump no discurso. Na sequência, o bilio-
de Córdoba cujo companheiro adquiriu o vírus na Colômbia e que nário voltou a falar sobre sua polêmica proposta de construir um
ao retornar a infectou ao manterem relações sexuais. muro entre os Estados Unidos e o México - e fazer o país vizinho
Na mesma semana, o CDC disse estar investigando 14 novos pagar por isso.
casos de possível transmissão sexual do zika vírus. Segundo espe- A vitória de Trump já era prevista, pois todas as pesquisas o
mostravam com dois dígitos de vatangem sobre seus oponentes. A
cificou na sexta-feira, destes, dois casos já foram confirmados e
grande questão é quem ocuparia o segundo lugar, Cruz ou Rubio,
outros quatro são considerados “prováveis”. Dois casos foram des-
que travam uma disputa acirrada desde o início das prévias repu-
cartados e o restante, outros seis, continuam “sob investigação”.
blicanas.
Além disso, o CDC informou que nove grávidas residentes
nos Estados Unidos contraíram o zika vírus em diferentes momen-
Delegados
tos da gravidez ao viajarem a regiões afetadas.
Trump já venceu as primárias de New Hampshire e Carolina
Seis das mulheres tiveram sintomas do vírus durante o primei- do Sul, mas perdeu o caucus de Iowa para Ted Cruz. Ainda assim,
ro trimestre da gravidez. Duas delas sofreram abortos espontâneos ele já soma uma grande vantagem no número de delegados, com
– mesmo que o CDC tenha frisado não ter sido possível estabele- 81. Ted Cruz e Marco Rubio contam com 17 cada. John Kasich
cer um vínculo direto entre o zika e a perda do feto – e outras duas conquistou seis delegados e Ben Carson quatro.
decidiram interromper a gravidez. Outra mulher deu à luz um bebê Os quatro delegados que haviam sido atribuídos a Jeb Bush,
com microcefalia, enquanto a sexta infectada continua com sua que desistiu de concorrer à nomeação, devem direcionar seus vo-
gravidez. Das duas mulheres infectadas durante o segundo trimes- tos a outros candidatos, mas ainda não se sabe a quem.
tre de gravidez, uma deu à luz um bebê “aparentemente saudável”
e a outra também continua com a gestação. A mulher contaminada Prévias
no terceiro trimestre de gravidez teve um bebê saudável. Mesmo Até o dia 14 de junho (veja o calendário completo), eleito-
que as suspeitas sejam cada vez maiores, ainda não foi estabele- res de todo o país irão indicar delegados para representá-los nas
cido um vínculo claro entre o zika vírus e a microcefalia. Ainda convenções de cada partido. Para ser apontado candidato, um de-
há dúvidas, por exemplo, se a condição é causada somente por mocrata precisa ter os votos de 2.382 dos 4.763 delegados dispo-
conta do zika ou se outros fatores influenciam nessa malformação; níveis. Para um republicano, é preciso conquistar 1.237 dos 2.472
também ainda se investiga se influi ou não o grau de gestação da delegados disponíveis no partido.
mulher no momento da infecção com o vírus. A próxima etapa será uma primária democrata na Carolina do
Fonte: El País Brasil - (27/02/2016) Sul, no sábado (27). Em seguida, a grande expectativa gira em
torno da Super Terça, em 1º de março, quando ocorrem decisões
simultâneas em 14 estados e no território de Samoa Americana.
O estado que irá indicar o maior número de delegados de am-
bos os partidos - a Califórnia - será um dos últimos a realizar suas
primárias, marcadas para 7 de junho.

Didatismo e Conhecimento 27
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Tanto primárias quanto caucuses têm duas modalidades di- Também haverá assembleias populares republicanas no Alas-
ferentes: fechada, na qual votam apenas os eleitores registrados ca e Wyoming, e dos democratas no território da Samoa ameri-
em cada partido, e aberta, em que qualquer eleitor pode votar no cana.
pré-candidato que escolher de um dos partidos (mas não nos dois). Trump, com 82 delegados que supõem 60% dos apoios em
Alguns estados, como Ohio, Califórnia e Nova Jersey, adotam um disputa até o momento para a convenção do Partido Republica-
sistema misto. no, pode consolidar na Super Terça sua condição de favorito para
Os dois partidos definem em julho quem serão seus candida- reunir os 1.327 delegados necessários para se tornar o candidato
tos oficiais. A convenção do Partido Republicano acontece antes, presidencial nas eleições de novembro.
entre os dias 18 e 21 de julho, em Cleveland, Ohio. Já o Partido Pelo lado democrata, Hillary também chega como favorita à
Democrata aponta seu candidato oficial ao final de uma conven- Super Terça para ganhar em boa parte dos estados em jogo e com
ção realizada entre 25 e 28 de julho, na Filadélfia, Pensilvânia. o impulso de sua contundente vitória de sábado nas primárias da
Fonte: G1 - (24/02/2016) Carolina do Sul.
Fonte: G1 - (29/02/2016)
Trump e Hillary são favoritos na véspera da Super Terça,
diz pesquisa Democrata Sanders e republicano Trump vencem em New
O magnata Donald Trump, pelo lado republicano, e a ex-se- Hampshire
cretária de Estado Hillary Clinton, pelo democrata, lideram em ní- O senador Bernie Sanders venceu a primária do partido De-
mocrata no Estado de New Hampshire, realizada na terça-feira (9),
vel nacional a disputa eleitoral nos EUA, na véspera das votações
impondo uma expressiva derrota a Hillary Clinton na disputa pelo
da Super Terça em mais de uma dezena de estados, segundo uma
posto de candidato da legenda a presidente dos Estados Unidos nas
pesquisa divulgada nesta segunda-feira (29).
eleições deste ano. Do lado republicano, a vitória foi do bilionário
A pesquisa, realizada pela rede “CNN”, mostra que Trump
Donald Trump, favorito na corrida em seu partido.
tem o apoio para conseguir a indicação presidencial republicana Com 92% dos votos apurados, Sanders tinha 60% ante 38%
de quase a metade (49%) dos eleitores registrados do partido e de Hillary, segundo a CNN. Trump tinha 35%, mais que o dobro
daqueles que se definem como independentes de tendência con- do segundo colocado, o governador de Ohio, John Kasich, que
servadora. atingia 16%. O senador Ted Cruz, que havia vencido a disputa em
O polêmico magnata tem mais de 30 pontos de vantagem sob Iowa, em 1º de fevereiro, estava em terceiro lugar com 11%.
seus mais rivais diretos, os senadores Marco Rubio, com 16% de Sanders, que se define como um socialista democrata, afirmou
respaldo, e Ted Cruz, que aparece com 15%. que sua vitória indica que os norte-americanos desejam “uma mu-
Além disso, o apoio a Trump cresceu desde a anterior pes- dança real” e é mais um passo numa “revolução política” que ele
quisa, realizada em janeiro e na qual era o favorito de 41% dos avalia ocorrer nos EUA.
indagados. “Nós mandamos uma mensagem que vai ecoar de Wall Street
O senador Rubio também se fortaleceu desde a pesquisa de a Washington, de Maine à Califórnia: o governo de nosso grande
janeiro, quando tinha apenas 8% de apoio, enquanto Cruz perdeu país pertence a todos e não apenas a um punhado de financiadores
respaldo ao passar de 19% a 15% atual. de campanha”, disse o senador por Vermont.
A pesquisa reflete também que Trump, com 51% das prefe- A fala é uma referência aos milhões de dólares injetados nas
rências, é visto como o candidato que, se chegar à Casa Branca, campanhas eleitorais norte-americanas, especialmente por meio
seria “mais eficaz” na hora de resolver os problemas do país, se- dos comitês de apoio conhecidos como Super PACS - que não
guido por Cruz (17%) e Rubio (13%). precisam revelar a origem dos recursos. Até janeiro, Hillary havia
arrecadado US$ 163,5 milhões, mais do que o dobro dos US$ 75,1
Democratas milhões de Sanders.
Pelo lado democrata, Hillary é a favorita entre os eleitores
registrados do partido e aqueles independentes de tendência pro- Juventude
gressista, com 55% de apoio contra 38% de seu rival, o senador Pesquisas de boca de urna apontam que a vitória de Sanders
Bernie Sanders. foi ancorada nos votos de eleitores que se disseram preocupados
Sanders mantém o mesmo respaldo para conseguir a candida- com a desigualdade e a corrupção na política. O senador também
teve expressivo apoio entre as mulheres, especialmente as mais
tura democrata que tinha na pesquisa de janeiro, enquanto Hillary
jovens, segundo o jornal “The New York Times”.
experimentou um aumento, ao passar de 52% a 55% atual.
Hillary, considerada favorita no partido Democrata, reconhe-
A pesquisa de “CNN” foi realizada de 24 a 27 de fevereiro
ceu ter tido problemas em conquistar votos dos mais jovens – San-
com entrevistas telefônicas a 1.001 adultos de todo o país e sua
ders obteve 83% entre os que têm 18 a 29 anos, segundo a CNN
margem de erro é de 3%. – e apelou aos eleitores negros e latinos após a derrota. O chefe de
campanha da ex-secretária de Estado, Robin Mook, afirmou que
Super Terça “vai ser muito difícil, se não impossível”, para um democrata ven-
Amanhã, na jornada conhecida como Super Terça, serão cer a nomeação sem grande apoio nesses dois grupos.
realizadas primárias e “caucus” (assembleias populares) republi- “As pessoas têm todo o direito de estar irritadas, mas elas tam-
canas e democratas no Alabama, Arkansas, Colorado, Geórgia, bém estão com fome, fome de soluções”, afirmou Hillary. “Eu vou
Massachusetts, Minnesota, Oklahoma, Tennessee, Texas, Ver- trabalhar mais do que todos para fazer as mudanças que tornam a
mont e Virgínia. vida melhor.”

Didatismo e Conhecimento 28
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Trump confirma favoritismo As vitórias de Clinton e Trump os colocam em posições fortes
A vitória em New Hampshire consolida o favoritismo de Do- com a eleição presidencial de 2016 chegando mais perto da Super
nald Trump entre os republicanos. O bilionário lidera as pesquisas Terça-feira - a disputa em vários estados que deve ocorrer em 1º de
no partido com um discurso de fortalecimento das Forças Armadas março. “Não há nada de fácil em concorrer para presidente”, disse
e combate à imigração ilegal. Trump, em seu discurso de vitória na Carolina do Sul. “É difícil, é
“Nós vamos fazer nossas Forças Armadas tão fortes que nin- desagradável, é vil, é perverso. E é bonito - quando você ganha é
guém vai mexer conosco”, disse Trump, que reiterou a promessa bonito.” Ted Cruz e Marco Rubio se enfrentaram em uma batalha
de construir um muro na fronteira dos EUA com o México. pelo segundo lugar na Carolina do Sul, enquanto Bush e outros
O bilionário também prometeu garantir o direito dos norte-a- candidatos ficaram muito atrás.
mericanos de se armarem, num momento em que o presidente Ba- A vitória por quase 5 pontos de Clinton aliviou as ansiedades
rack Obama, um democrata, tem proposto aumentar os controles crescentes de seus apoiadores, que temiam um desafio maior de
sobre a posse e o porte de armas no país. Sanders. Ela aproveitou um eleitorado democrata mais diversifi-
De acordo com a TV ABC, Trump venceu pois conseguiu cado, que a ajudou a se recuperar depois de um segundo lugar na
grande apoio entre os eleitores republicanos que buscam um can- primária de New Hampshire. “Alguns podem ter duvidado de nós,
didato de fora do sistema político tradicional, estão irritados com mas nunca duvidamos de nós mesmos”, disse Clinton a simpati-
a administração de Barack Obama e estão preocupados com a eco- zantes durante o comício de vitória em Las Vegas. “Esta vitória é
nomia e o terrorismo. As pesquisas apontam também que 2/3 dos para vocês.” Ela disse ainda que os norte-americanos estão certos
eleitores apoiam a proposta do bilionário de proibir temporaria- de “estar com raiva” mas que também estão em busca de “soluções
mente a entrada de muçulmanos nos EUA. verdadeiras”.

Delegados Bush fora


Com a vitória, Trump conquistou dez delegados em New O republicano Jeb Bush desistiu de sua campanha para a pre-
Hampshire, enquanto Kasich ficou com quatro e Bush, Cruz e sidência no sábado, depois de um resultado decepcionante na Ca-
Rubio conseguiram três cada um. Os delegados são concedidos rolina do Sul, reconhecendo sua incapacidade de aproveitar as es-
de acordo com a proporção de votos em todo o estado. Entre os peranças dos eleitores republicanos irritados com o establishment
democratas, Sanders deve ficar com pelo menos 13 delegados e político.
Clinton deve contar com nove. Dois ainda não foram designados. O ex-governador da Flórida e herdeiro político da família
Disputas seguem até junho Bush disse aos apoiadores que tentou se manter fiel ao que acredi-
New Hampshire foi o segundo estado norte-americano a rea- ta. Ainda assim, ele ficou muito atrás nas primárias na Carolina do
lizar as prévias para as eleições presidenciais de 2016. Em 1º de Sul, onde a sua campanha bem organizada foi superada por Donald
fevereiro, os eleitores de Iowa deram vitória ao senador Ted Cruz Trump, Ted Cruz e Marco Rubio.”Estou orgulhoso da campanha
no partido Republicano e a Hillary Clinton no Democrata. que fizemos para unificar o nosso país e para defender soluções
Até junho, todos os 50 Estados realizarão as disputas. Os pró- conservadoras”, disse Bush, visivelmente emocionado. “A presi-
ximos são Carolina do Sul e Nevada, onde a decisão ocorre em 20, dência é maior do que qualquer pessoa. É certamente maior do que
23 e 27 de fevereiro. qualquer um dos candidatos. Eu acredito firmemente que o povo
O cenário na Carolina do Sul é favorável a Trump, mas não norte-americano deve confiar este cargo para alguém que entende
a Sanders. O bilionário tem 36% das intenções de voto entre os que quem a detém é o servo e não o mestre.”
republicanos, ante 19,7% de Ted Cruz, que ocupa a segunda po- Fonte: Época Negócios - (21/02/2016)
sição. O senador democrata, por outro lado registra 32,5%, pouco
mais da metade dos 62% de Hillary, que também leva vantagem ONU pede a liberdade de Julian Assange e diz que prisão
em Nevada. Os dados são uma média das pesquisas de intenções de fundador do WikiLeaks foi “arbitrária”
de voto monitoradas pelo site Real Clear Politics. O Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenções Arbitrárias
A eleição presidencial nos EUA é indireta, realizada por 538 publicou nesta quinta-feira suas conclusões sobre o caso de Julian
delegados eleitorais, distribuídos pelos Estados conforme sua po- Assange. Num parecer, que não é de cumprimento obrigatório para
pulação. Em 48 dos 50 estados americanos (as exceções são Maine os Governos envolvidos (Reino Unido e Suécia), os especialistas
e Nebraska), o candidato vitorioso nas prévias recebe todos os vo- consideraram que o criador do site WikiLeaks – há três anos e
tos dos delegados desses estados. meio asilado na Embaixada do Equador em Londres – foi arbitra-
Neste ano, a eleição ocorre em 8 de novembro. riamente detido. Mas o relatório não se refere apenas a este perío-
Fonte: G1 - (10/02/2016) do, apontando que Assange foi tratado de forma injusta também na
época em que foi privado de sua liberdade, em dezembro de 2010,
Trump e Clinton vencem prévias; Jeb Bush desiste da dis- e nos dez dias que passou na prisão de Wandsworth.
puta presidencial Assange, que apresentou seu caso a esse órgão da ONU em
Donald Trump ampliou sua vantagem na disputa pela candi- 2014, refugiou-se na embaixada equatoriana para evitar ser extra-
datura presidencial dentro do Partido Republicano com uma vitó- ditado para a Suécia, onde seria interrogado na qualidade de acusa-
ria no sábado (20/02) nas primárias da Carolina do Sul. Em Neva- do por três crimes de assédio sexual e um estupro. As três primei-
da, Hillary Clinton derrotou Bernie Sanders em uma vitória crucial ras acusações já prescreveram, mas a última se mantém. Assange
no caucus do Partido Democrata.O ex-governador da Flórida Jeb temia que, se fosse extraditado para a Suécia, seria posteriormente
Bush, que tinha tido desempenho ruim nas primeiras três prévias transferido para os EUA, onde é acusado de crimes contra a segu-
republicanas, desistiu de sua campanha depois de um decepcio- rança nacional por causa dos documentos governamentais sigilo-
nante quarto lugar na Carolina do Sul. sos divulgados em 2010 pelo WikiLeaks.

Didatismo e Conhecimento 29
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Em nota, os especialistas da ONU pediram à Suécia e ao Rei- A equipe jurídica do editor do Wikileaks recorreu à comissão
no Unido que avaliem a situação de Assange “para garantir sua apresentando o caso do australiano como o de um refugiado políti-
segurança e integridade física, facilitar o exercício do seu direito co cujos direitos não estavam sendo respeitados. Embora não este-
à liberdade de movimentos e garantir que ele goze plenamente ja detido, na prática não pode abandonar a Embaixada do Equador
dos seus direitos garantidos pelas normas internacionais sobre a sem se arriscar a ser preso pelas autoridades britânicas.
detenção”. Solicitam também que o mandado de prisão contra ele Fonte: El País Brasil - (05/02/2016)
seja revogado e admitem que ele tem um “direito a compensa-
ção”. Assange acusa primeiro-ministro britânico de difamação
O Grupo de Trabalho criado pela Comissão de Direitos Hu- O fundador do Wikileaks, Julian Assange, acusou nesta quarta-
manos da ONU considerou arbitrária a detenção do jornalista feira o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, de “di-
australiano apesar de ele não estar tecnicamente detido, já que famá-lo” por ter dito que é requerido na Suécia para “ser julgado”.
Assange se refugiou voluntariamente na Embaixada do Equador Na sessão semanal de perguntas ao primeiro-ministro no par-
em Londres, depois de esgotados todos os recursos judiciais em lamento, Cameron indicou hoje que o ativista “era requerido para
território britânico para evitar a extradição. O relatório considera enfrentar um julgamento” na Suécia, o que foi desmentido por As-
que Assange “foi submetido a várias formas de privação de liber- sange.
dade”, desde sua detenção inicial na prisão de Wandsworth, segui- O jornalista australiano está refugiado na embaixada do Equa-
da de uma detenção domiciliar e do confinamento na embaixada. dor em Londres desde 2012, após passar dois anos em prisão domi-
Além disso, os especialistas da ONU citam outros argumentos ciliar, para evitar sua extradição à Suécia, que lhe quer interrogar
para mostrar que a detenção dele foi arbitrária: Assange foi “man- por delitos sexuais que ele nega e pelos quais não foi acusado for-
tido sob isolamento durante a primeira fase da sua detenção” e malmente.
houve “falta de diligência da promotoria sueca em suas investi- O líder tory opinou que Assange deveria abandonar a embaixa-
gações”. da equatoriana e “enfrentar a ordem de detenção que existe contra
O Governo do Reino Unido rejeitou imediatamente o parecer ele”.
e anunciou que preparará uma resposta formal às conclusões do Em comunicado emitido pela portal Wikileaks, o mesmo que
painel de especialistas. “Isto não muda nada”, disse a chancelaria divulgou documentos confidenciais dos Estados Unidos, Assange
britânica em nota. “Julian Assange nunca esteve arbitrariamente esclareceu que a afirmação de Cameron é “falsa” e ressaltou que
detido.” “nem sequer” foi “acusado formalmente de nenhum crime”.
A decisão do grupo de especialistas, presidido por um sul-co-
O jornalista acusou o chefe do Executivo britânico de “caluniá
reano e integrado por cinco especialistas em detenções ilegais que
-lo”, amparando-se na “impunidade legal do parlamento”.
não são funcionários da ONU, foi tomada por apenas três de seus
“Óbvio que é absurdo que alguém possa ser extraditado sob
membros. Uma especialista, de nacionalidade australiana como
tais circunstâncias e é por isso que o parlamento britânico proibiu
Assange, considerou-se impedida, e outro integrante do grupo en-
essa prática em 2014”, declarou Assange.
tendeu que a situação do criador do WikiLeaks “não é de deten-
No último dia 5, o Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbi-
ção”. O painel de especialistas analisa cerca de 400 detenções por
trárias da ONU pediu a Reino Unido e Suécia que pusessem fim à
ano, e já se pronunciou em casos como o de Mohamed Nasheed,
“privação de liberdade” do jornalista australiano.
ex-presidente das Maldivas, e de Jason Rezaian, jornalista do The
Washington Post. Em mensagem da varanda da embaixada equatoriana em Lon-
dres, Assange instou então os governos sueco e britânico a respeitar
O anúncio de Assange esse veredicto “vinculativo”.
Na quinta-feira, Assange anunciou que estava disposto a se Assange foi detido em Londres em 7 de dezembro de 2010 a
entregar à polícia britânica se a decisão dos especialistas da ONU pedido da Suécia, que lhe reivindica por delitos sexuais dos quais
não lhe fosse favorável. Ele compartilhou essa informação du- não foi acusado, embora só um dos quatro iniciais siga vigente.
rante a madrugada, no Twitter, e logo depois Jennifer Robinson, O fundador do Wikileaks nega esses fatos, pelos quais não foi
da equipe jurídica do WikiLeaks, declarou ao EL PAÍS que, se a interrogado, e se recusa a se entregar, pois acredita que a Suécia lhe
decisão da ONU fosse favorável a Assange, esperava que a Suécia extraditaria aos Estados Unidos, onde enfrentaria um julgamento
a aplicasse. “É uma questão de direitos humanos que não se pode militar e uma eventual condenação à pena de morte pelas revela-
rechaçar”, disse. ções de seu portal.
O jornalista australiano, que sempre negou as acusações, Após perder a batalha legal no Reino Unido, Assange se refu-
teme que a extradição à Suécia seja uma mera escala rumo a um giou em 19 de junho de 2012 na embaixada do Equador, país que
julgamento em um tribunal secreto da Virgínia (EUA) que, segun- lhe concedeu asilo, mas Londres rejeitou dar-lhe um salvo-conduto
do ele, pretende processá-lo pelos vazamentos de documentos do diplomático para ir a Quito e a polícia britânica lhe vigia para detê
Departamento de Estado, o chamado Cablegate, que revelaram -lo assim que botar um pé na rua.
manobras da diplomacia norte-americana por intermédio das suas Fonte: Portal Terra - (10/02/2016)
embaixadas.
Os advogados de Assange pediram nesta quinta-feira à pro-
motoria sueca que anule o pedido de extradição que pesa sobre
ele. A decisão do painel da ONU não é juridicamente vinculante,
mas exerce uma pressão sobre os Estados, que costumam recorrer
a essa instância para casos relativos a direitos humanos.

Didatismo e Conhecimento 30
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
UNIÃO EUROPEIA “Quando se trata dos empregos das pessoas, não basta dizer
que tudo ficará bem da noite para o dia e que nos organizare-
Bósnia formaliza pedido de adesão à UE mos”, considerou o premiê, culpando os partidários do chama-
A Bósnia e Herzegovina apresentou oficialmente um pedido do ‘Brexit’ de não pensar nas consequências.
de adesão se à União Europeia (UE) nesta segunda-feira (15/02). “Acredito que nas próximas semanas teremos que estudar
O ministro holandês do Exterior, Bert Koenders, cujo país atentamente as consequências econômicas que teria a saída”,
mantém atualmente a presidência rotatória do bloco europeu, afir- afirmou.
mou que a UE vê com bons olhos o retorno da Bósnia e Herzego- “Somos um grande país e, seja qual for a decisão que to-
vina ao “caminho das reformas”. memos, continuaremos grandes. Mas temos que escolher entre
No início dos anos 2000, o país já almejava a adesão, mas di- ser maiores em uma UE reformada ou dar um salto no vazio”.
visões profundas entre as comunidades sérvia, croata e muçulmana Cameron aproveitou a oportunidade para cutucar o seu co-
impediam que as reformas políticas e sociais exigidas por Bruxelas lega conservador Boris Johnson, o prefeito de Londres e um dos
fossem levadas adiante. políticos mais cotados para suceder o premier, que anunciou no
“É urgente que mantenhamos as circunstâncias positivas para domingo que apoia a saída do Reino Unido.
a continuidade da implementação das reformas”, afirmou Koen- “Não vou brigar por outro mandato, não tenho outra am-
ders, ressaltando que a UE irá avaliar cuidadosamente o ingresso bição do que conseguir o melhor para o meu país”, afirmou
da Bósnia e Herzegovina, que deve levar alguns anos para ser fi- sem mencionar Johnson, cujo posicionamento foi atribuído por
nalizado. muitos observadores a cálculos políticos.
“É com grande prazer que estamos aptos a fazê-lo [apresentar Cameron respondeu a vários deputados conservadores irri-
o pedido de adesão], em nome do povo da Bósnia e Hezergovina”, tados que defenderam a saída da UE, mas encontrou o apoio dos
afirmou Dragon Covic, que encabeça a presidência tripartite do principais partidos da oposição - trabalhistas e nacionalistas es-
país. coceses - em sua defesa da permanência no bloco.
Ele lembrou que a Croácia ingressou na UE em 2013, en- “O Partido Trabalhista e o movimento sindical são esmaga-
quanto Sérvia e Montenegro, países dos Bálcãs que, assim como doramente a favor da permanência, porque a UE trouxe inves-
a Bósnia, integravam a ex-Iugoslávia, já realizam avanços rumo à timentos, emprego e a protecção dos trabalhadores e do meio
adesão ao bloco das 28 nações. ambiente”, declarou o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Cor-
Ciente de que haverá “anos de muitos desafios pela frente”, byn.
Covic ressaltou que seu país precisa fazer melhoras na economia e Segundo o jornal The Times, metade dos 330 deputados
demonstrar que é um candidato sério a se tornar membro do bloco conservadores darão as costas a Cameron.
europeu. No caso da Croácia, o ingresso levou uma década para O jornal The Guardian afirma, por sua vez, que apenas os
ser concluído. militantes conservadores de duas de suas 70 delegações locais
Em declaração conjunta, a chefe da diplomacia da UE, Fede- estão a favor de continuar na UE.
rica Mogherini, e o comissário para Ampliação da UE, Johannes
Hahn, comemoraram a iniciativa bósnia, afirmando que “enquanto Libra despenca
algumas forças em nosso continente questionam a própria existên- Em um artigo publicado nesta segunda-feira pelo The Daily
cia da nossa união, o requerimento da Bósnia e Hezergovina de- Telegraph, Johnson explica que o referendo “é uma oportuni-
monstra que a necessidade de um continente europeu unido ainda dade única na vida de realizar mudanças reais” nas relações de
é forte entre nossos povos”. Londres com seus vizinhos europeus.
Koenders ressaltou, porém, que serão necessários “progressos Mas os acontecimentos das últimas 72 horas - cúpula euro-
significativos” quanto às reformas para que os Estados-membros peia, acordo com Londres, convocatória do referendo e decla-
considerem o país como candidato a ingressar no bloco europeu. rações de Johnso - impactaram a libra esterlina, que caiu a seu
“Agora, cabe à Bósnia e Hezergovina apresentar os resultados.” nível mais baixo desde 2009.
O país dos Bálcãs enfrenta graves divisões étnicas desde a “Um embate frente a frente entre o primeiro-ministro e o
guerra que sucedeu ao fim da Iugoslávia, travada entre 1992 e prefeito de Londres (ambos do mesmo partido) causa grande
1995. preocupação no mundo dos investidores, e é por isso que ten-
Fonte: Deutsche Welle Brasil - (15/02/2016) dem a deixar a libra para buscar a relativa segurança do dó-
lar, pelo menos neste momento”, explicou o analista Augustin
Cameron apresenta ao Parlamento acordo para não sair Eden, do Accendo Markets.
da UE Finalmente, a Comissão Europeia anunciou que não vai
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, alertou nes- participar na campanha do referendo britânico, ao contrário do
ta segunda-feira, no Parlamento, que a saída do Reino Unido da que fez na Grécia em julho de 2015, quando o governo grego
União Europeia prejudicará a segurança e a economia, em uma submeteu a um voto popular o acordo para um novo resgate dos
sessão que deixou visíveis as divergências entre os conservadores. credores internacionais.
“Deixar a Europa ameaçaria a nossa economia e segurança Cameron começou no sábado o desafio de convencer seus
nacional”, declarou Cameron no Parlamento para convocar o re- ministros e a população britânica em geral da conveniência
ferendo sobre a questão, após retornar de Bruxelas, onde obteve de votar em favor da permanência do país na União Europeia,
algumas das exigências para a permanência britânica na UE. anunciando a realização do referendo em 23 de junho.

Didatismo e Conhecimento 31
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
O anúncio da data marcou o início de uma campanha difí- “Os direitos dos cidadãos da UE que trabalham ou moram
cil. De acordo com pesquisas, a metade dos britânicos deseja no Reino Unido seriam preservados sob a Convenção de Viena
continuar na União e a outra metade abandoná-la. do Direito dos Tratados de 1969. Sob esta convenção, a retirada
Em todo o caso, o chefe de Governo defenderá vigorosamen- de tratados isenta as partes de qualquer obrigação futura, mas não
te o “sim” e explicou que, no âmbito do acordo, o Reino Unido afeta direitos e obrigações adquiridas antes da retirada”, explica a
não terá que financiar os países da zona euro que atravessam pro- organização.
blemas; suas empresas não serão discriminadas por não utilizarem O The Migration Observatory, grupo especializado em ques-
o euro; terão novos poderes para deportar criminosos europeus tões migratórias da Universidade de Oxford, também não vê indí-
que entrarem no país e poderão limitar a sete anos alguns benefí- cios de que os europeus poderiam ter seu direito de permanência
cios sociais aos imigrantes. afetados.
Fonte: Exame.com - (22/02/2016) “Eles não serão retirados do país, mas podem ter problemas
para retornar, por exemplo, se decidirem ficar no Brasil por diga-
E se o Reino Unido deixar a União Europeia? Como ficam mos dois anos. Porque, neste caso, seria como se eles estivessem
os brasileiros? se mudando para cá de novo”, diz à BBC Brasil Rob McNeil, por-
O anúncio do plebiscito que pode tirar o Reino Unido da ta-voz da organização.
União Europeia (UE) preocupou italianos, espanhóis, portugueses “Tudo vai depender muito dos tratados bilaterais que seriam
e muitos outros europeus do continente que vivem no país. firmados com cada país”, completa. “A verdade é que simplesmen-
Preocupou também os brasileiros de dupla nacionalidade que te ainda não temos respostas para questões básicas.”
têm passaportes desses países. O motivo? As incertezas sobre Modelos
como ficarão as leis de imigração após uma eventual saída do Especialistas apontam dois principais modelos para possíveis
Reino Unido da UE - e se os europeus terão direito de viver e futuras relações entre o Reino Unido e o bloco europeu. O primei-
trabalhar no país. ro cenário seria o Reino Unido sair da União Europeia, mas não
Cidadãos de países membros da UE têm o direito de viver e do Espaço Econômico Europeu (EEE) - situação semelhante à da
trabalhar na Grã-Bretanha ou em qualquer outro país do bloco. Noruega. Neste caso os imigrantes europeus não seriam afetados,
Mas uma das principais questões que levaram muitos britânicos a porque o mercado comum também aceita liberdade de movimento.
defender a saída do bloco é justamente a imigração. Outra possibilidade é que o Reino Unido deixe também o
Muitos querem que o governo possa ter um controle maior EEE. Neste caso, poderia regular a situação dos imigrantes euro-
sobre quem entra no país - e acreditam que as regras da UE res- peus por meio de tratados bilaterais com países ou com a União
tringem esse poder. Europeia. É o modelo adotado pela Suíça.
Mas o que aconteceria com os brasileiros europeus se o país Na falta de respostas claras, a advogada brasileira Vitória Na-
realmente deixar a UE? bas, especialista em questões de imigração, aconselha brasileiros a
Especialistas ressaltam que é cedo para ter respostas defini- retirar documentos de residência ou passaporte britânicos o quanto
tivas, uma vez que ainda não foram discutidos os termos desta antes, por precaução.
eventual saída. Mas eles acreditam que esses brasileiros não terão “Não sabemos o que vão fazer com os europeus que estão
de deixar o país. aqui e com os que querem entrar. Para estes segundos vai ser pior,
Não há estimativas oficiais sobre o número de brasileiros vi- claro”, afirma.
vendo no Reino Unido com passaporte europeu - e que, por isso, “Para quem já está aqui, meu conselho é fazer o cartão de
seriam potencialmente atingidos pela medida. residente, a residência permanente ou o passaporte o mais rápido
“Eles são invisíveis”, diz Carlos Mellinger, presidente da as- possível. É a garantia de que você pode ficar aqui, não tem porque
sociação de auxílio a brasileiros Casa do Brasil. “Mas estimamos ‘comer bola’”, diz.
300 mil brasileiros aqui. E os ‘europeus’ são um grande percen- Nabas, assim como Carlos Mellinger, da Casa do Brasil, apon-
tual”, completa. tam outra questão que preocupa os brasileiros: com os novos acor-
dos podem afetar aqueles que se casarem com europeus.
Direitos preservados Segundo eles, o acordo já negociado - que valerá caso o Reino
No sábado, o premiê britânico, David Cameron, anunciou Unido permaneça na União Europeia - prevê que o não europeu
que o plebiscito para definir se o país vai deixar o bloco será no (brasileiro, por exemplo) que se casar com europeu não terá os
dia 23 de junho. O próprio premiê britânico é contra a saída do mesmos direitos plenos que têm hoje. Mas ainda não há, segundo
bloco, mas vários políticos proeminentes de seu partido, como o ela, detalhamento da proposta.
prefeito de Londres, Boris Johnson, farão campanha pela saída. “Ainda não sabemos como vai ficar, mas isso preocupa”, afir-
Pesquisa do instituto Ipsus Mori realizada em fevereiro indi- ma Nabas.
cou que 51% dos eleitores querem que o Reino Unido permaneça Segundo Mellinger, desde que o plebiscito foi anunciado,
na União Europeia, 36% defendem a saída e 13% estavam inde- muitos brasileiros com cidadania europeia procuraram a associa-
cisos. ção para saber como ficaria sua situação.
Segundo a associação Migration Watch UK - que defende a Fonte: G1 - (23/02/2016)
saída do bloco -, os cidadãos europeus residentes no Reino Unido
não seriam afetados.

Didatismo e Conhecimento 32
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
CESSAR-FOGO NA GUERRA NA SÍRIA O decreto diz que as sanções adotadas pelo Brasil ficam sem
efeito a partir de hoje em virtude do acordo alcançado entre o Irã,
Potências mundiais chegam a acordo sobre ‘pausa’ em no marco das Nações Unidas, e EUA, Rússia, China, França, Reino
guerra na Síria Unido e Alemanha, que pôs fim às tensões com essa nação.
Potências mundiais reunidas na Alemanha chegaram a um Após esse acordo, no qual o Irã se comprometeu a suspender
acordo para implementar uma “cessar de hostilidades” na guer- seus processos de enriquecimento de urânio, a própria ONU reco-
ra civil na Síria, segundo o secretário de Estado americano John mendou o fim das sanções aplicadas gradualmente a esse país desde
Kerry. 2006.
Esse “cessar de hostilidades” não se estende porém à luta con- Então, o Brasil se opôs à adoção de sanções contra o Irã, mas
tra grupos islâmicos jihadistas como o autoproclamado Estado Is- aprovou as mesmas uma vez que foram aceitas pelo Conselho de
lâmico e a Frente al-Nusra. Segurança das Nações Unidas, em “respeito” às decisões desse or-
Kerry fez o anúncio após encontro do Grupo Internacional de ganismo internacional.
Apoio à Síria - do qual participam Estados Unidos, Rússia, União Com o fim das sanções, o governo brasileiro acredita que o
Europeia, Turquia, Irã e Arábia Saudita - em Munique, na Alema- comércio com o Irã, que chegou a cair até 30% nos últimos anos,
nha. pode triplicar na próxima meia década.
Perguntado se esse “cessar de hostilidades” se configurava em No ano passado, segundo números oficiais, a troca comercial
um cessar-fogo, Kerry disse que não. do Brasil com o Irã chegou a US$ 1,67 bilhão, apoiada sobretudo
“Um cessar-fogo tem várias prerrogativas legais e requeri- nas exportações brasileiras de produtos agrícolas, setor que fora das
mentos. Um cessar de hostilidades não tem. Ambos tem um efeito sanções adotadas pela ONU.
similar”, disse Kerry. Fonte: Portal Terra - (12/02/2016)
“Um cessar-fogo... têm uma conotação de algo bem mais per-
manente. Não é o caso. Trata-se de uma pausa que depende do Venezuela desvaloriza moeda e aumenta gasolina
processo ir em frente, e por isso o termo ‘cessar de hostilidades’ é O governo da Venezuela desvalorizou nesta quarta-feira
mais apropriado.”
(17/02) sua moeda em 37% e subiu, pela primeira vez em mais de
Ele também afirmou que as potências concordaram em acele-
20 anos, o preço da gasolina mais barata do mundo. A alta do com-
rar a expansão da ajuda humanitária no país.
bustível chegou a mais de 6.000%.
O anúncio ocorre no momento em que o Exército sírio avança
As medidas são uma tentativa de combater a grave crise eco-
sobre a província de Aleppo, com apoio aéreo da Rússia.
nômica que assola o país petroleiro. O presidente Nicolás Maduro
Esse movimento de tropas governamentais poderia cercar de-
pediu que os venezuelanos apoiem suas decisões, afirmando que se
zenas de milhares de civis em áreas controladas por rebeldes nos
trata de medidas “necessárias”.
arredores da cidade de Aleppo.
A partir desta sexta-feira, o preço da gasolina de 95 octanas
Plano ambicioso subirá de 0,097 bolívar por litro para 6 bolívares por litro. Já a de
Kerry afirmou que o plano é “ambicioso” e disse que o maior 91 octanas, passará de 0,070 bolívar para 1 bolívar por litro. Para
desafio do acordo é fazer com que as partes honrem tudo o que foi efeito de comparação, uma cerveja custa cerca de 300 bolívares, e
discutido. uma caixa de morango, 800 bolívares.
“O que temos aqui são palavras no papel, o que precisamos Segundo Maduro, os novos preços do combustível devem as-
ver nos próximos dias são ações no terreno”, disse o secretário de segurar “o pagamento do que se investe para produzi-lo”, assim
Estado americano. como o funcionamento da petroleira estatal PDVSA.
Uma força-tarefa da ONU deve ser organizada para fornecer O presidente afirmou que apenas 30% dos veículos do país ne-
apoio humanitário para todos os lados beligerantes. cessitam desse tipo de gasolina de alta octanagem, mas que 70% a
Kerry fez o anúncio ao lado do chanceler da Rússia Sergei utilizam devido à pouca diferença de preço com a de 91 octanas.
Lavrov e do enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mis- “Gastamos cerca de 1 bilhão de dólares para fazer a gasolina
tura. de 95, poderíamos economizar 800 milhões com o novo sistema de
Lavrov disse que há “razões para acreditar que fizemos um preços, que podem ir para alimentos e medicamentos”, disse Madu-
belo trabalho hoje”. ro. Segundo o chefe de Estado, 30% dos rendimentos provenientes
Durante o anúncio à imprensa, Kerry sugeriu que as forças do novo sistema de preços irão para a Missão Transporte, que inclui
russas estão atacando posições rebeldes e não terroristas, como programas de auxílio ao transporte público.
insiste Moscou.
Os dois concordaram que negociações de paz envolvendo re- Taxa de câmbio e salário mínimo
beldes e o governo da Síria devem recomeçar o mais cedo possível. Maduro também anunciou que a mais forte das taxas de câmbio
Fonte: BBC Brasil - (11/02/2016) oficiais do país, usada para itens básicos, como alimentos e medica-
mentos, passar de 6,30 bolívares para cada dólar para 10 bolívares
AMÉRICA LATINA por dólar. Outro tipo de câmbio, que o líder venezuelano classificou
de “complementário e flutuante”, ficará em 203 bolívares por dólar.
Brasil suspende sanções impostas ao Irã em apoio à ONU Maduro também anunciou a alta dos preços controlados para
A presidente Dilma Rousseff suspendeu as sanções que o Bra- uma centena de serviços e produtos. Na tentativa de amenizar o
sil impôs ao Irã no marco das resoluções adotadas pela ONU con- impacto das medidas, que podem pressionar a inflação, o presiden-
tra o programa nuclear dessa nação, segundo um decreto publicado te também decretou um aumento de salário mínimo de 20%, para
na sexta-feira (12/02) no Diário Oficial. 11.578 bolívares.

Didatismo e Conhecimento 33
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Crise e lembranças do “Caracaço” MEIO AMBIENTE
A Venezuela enfrenta uma profunda crise – caracterizada por
uma recessão econômica, a inflação mais alta do mundo e escas- Depois de matar 16 toneladas de peixes, Belo Monte é
sez de bens básicos –, que se agravou com a queda dos preços do multada em R$ 8 milhões
petróleo, sua principal fonte de divisas. A concessionária Norte Energia, dona da hidrelétrica de Belo
O aumento do preço dos combustíveis é um tema sensível no Monte, em construção no rio Xingu (PA), foi multada pelo Ibama
país, que detém as maiores reservas de petróleo cru do mundo. em R$ 8 milhões, por conta do grande volume de peixes mortos
Em 1989, o então presidente Carlos Andrés Pérez empreendeu em decorrência do enchimento do reservatório da usina. Entre os
uma série de ajustes econômicos, incluindo o aumento da gaso- dias 24 de novembro do ano passado, quando o lago começou a ser
lina, que levaram a protestos violentos conhecidos como “Cara- formado, até o dia 18 de fevereiro, mais de 16 toneladas de peixes
caço”. A partir de então, os venezuelanos assumiram como um mortos foram encontrados na região de Altamira e Vitória do Xin-
direito adquirido desfrutar da gasolina mais barata do mundo. gu, os municípios mais afetados pela hidrelétrica. As informações
Fonte: Deutsche Welle Brasil - (18/02/2016) foram confirmadas pelo Ibama.
Por meio de nota, o órgão ambiental responsável pelo licen-
Boca de urna prevê derrota de Evo Morales em referendo ciamento da usina informou que fez duas autuações contra a em-
Pesquisas eleitorais afirmam que os bolivianos rejeitaram presa, ambas no dia 1 de fevereiro. Uma multa de R$ 7,5 milhões
neste domingo (21/02), em referendo, a reforma constitucional refere-se à mortandade de peixes ocorrida na “Volta Grande do
que amplia de dois para três o número permitido de mandatos Xingu”, uma extensão de 100 km de rio localizada entre as duas
presidenciais consecutivos e que possibilitaria ao presidente Evo barragens da hidrelétrica.
Morales voltar a ser candidato em 2019. Uma segunda punição de R$ 510,5 mil refere-se à “apresen-
Morales, que é já o líder político há mais tempo no poder na tação de informação parcialmente falsa sobre a contratação de tra-
Bolívia, organizou um referendo para poder se candidatar mais balhadores para o resgate e salvamento de ictiofauna no licencia-
uma vez, mas perdeu por 52,3% contra 47,7%, de acordo com a mento ambiental”.
projeção feita pelo instituto Ipsos. Já o instituto Mori afirma que Os serviços relacionados ao resgate dos peixes são realizados
o “não” à reforma constitucional obteve 51%, e o “sim”, 49%. pela empresa Biota Projetos e Consultoria Ambiental. Uma tercei-
Se as estimativas se confirmarem, esta será a primeira derrota ra multa está a caminho. “O Ibama fará nova autuação por infração
política do presidente boliviano, na cargo desde 2006 e que previu ambiental em razão da mortandade ocorrida no vertedouro (estru-
que venceria com 70% dos votos. A reforma autorizaria Morales a tura usada para liberar excesso de água) e em outras estruturas
disputar um quarto mandato presidencial, para se manter no poder da usina hidrelétrica. Neste caso, a equipe técnica está analisando
até 2025. dados para dimensionamento das sanções”, declarou o órgão.
A divulgação das pesquisas deu início às celebrações da opo- Além das multas, o Ibama vai exigir da empresa uma medida
sição nas ruas de várias cidades. Já o governo falou em empate compensatória adicional em relação aos recursos pesqueiros. Essa
técnico no resultado das pesquisas e disse que é necessário espe- compensação ainda não está definida. Em entrevista ao à repor-
rar pelo resultado oficial, que pode levar dias para ser divulgado. tagem, o secretário do meio ambiente de Altamira, Luiz Alberto
O vice-presidente Álvaro García Linera afirmou que houve Araújo, disse que, na última quinta-feira, sua equipe encontrou
um “claríssimo empate técnico eleitoral” que revela que “metade covas lotadas de peixes nas proximidades de um dos barramentos
do povo optou para que se altere a Constituição”. da usina.
Ele disse que as pesquisas sempre consideram uma margem A busca foi feita após uma denúncia feita por pescadores. “Es-
de erro. Por isso, advertiu que o resultado pode ser diferente do tavam ocultando peixes, são toneladas. É um crime grave. Além
divulgado. Ele argumentou que as pesquisas não consideram os disso, a Norte Energia está levando peixe para o aterro que fica
votos no exterior nem as zonas rurais, onde, segundo ele, Morales dentro de seu canteiro de obras, a fiscalização fica completamente
tem mais apoio. prejudicada”, afirmou.
Na manhã desta segunda-feira, com 72,5% dos votos apura- A secretaria levou ontem a denúncia ao Ministério Público
dos, a presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, Katia Uriona, Federal. Perguntado sobre o assunto, o Ibama informou que uma
afirmou que 56,5% dos bolivianos votaram pelo “não”, e 43,2% equipe do órgão foi ontem ao local para avaliar se houve irregula-
pelo “sim”. O governo, no entanto, insistiu ainda haver um “em- ridades. “Caso elas sejam confirmadas, também haverá autuação”,
pate técnico” e pediu que se espere pelos resultados oficiais. declarou.
Na Bolívia, é comum festejar e tomar como correto o resul- Por meio de nota, a Norte Energia declarou que “os incidentes
tado das pesquisas de boca de urna e da contagem rápida da noite mencionados na reportagem estão associados aos efeitos da opera-
eleitoral devido à demora do escrutínio oficial. Mais de 6,5 mi- ção dos vertedouros com vazões elevadas” e que “as causas já fo-
lhões de bolivianos estavam aptos a votar no referendo. ram identificadas e foram minimizadas por ajustes operacionais”.
Fonte: Deutsche Welle Brasil - (22/02/2016) A morte dos peixes, segundo a companhia, não tem relação
com a qualidade das águas dos dois reservatórios da usina hidrelé-
trica, que tem monitoramento diário. “A Norte Energia informa
ainda que, em relação à disposição dos peixes recolhidos abaixo
destes vertedores, adota práticas adequadas para estes casos”, in-
formou.

Didatismo e Conhecimento 34
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Nesta semana teve início o teste da primeira das 18 turbi- e Biocombustíveis (ANP), em cumprimento ao Plano Nacional de
nas da casa de força principal de Belo Monte, com capacidade de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo (PNC). Até o
11.000 megawatts (MW). O complexo hidrelétrico inclui ainda momento, foram coletados 5 metros cúbicos de resíduos contami-
uma barragem de geração complementar, de mais 233,1 MW. O nados por óleo.
Ibama declarou que todos os eventos de mortandade são relatados Cesar Coelho contou que a Petrobras está com equipes na re-
ao órgão em boletins diários e fazem parte do processo de licen- serva fazendo a limpeza da praia, recolhendo o material e levando
ciamento. para estações de tratamento da empresa. “As áreas com maior con-
Fonte: Época Negócios – (20/02/2016) centração já tiveram o óleo recolhido, mas não sai tudo”, infor-
mou. Por exigência do Ibama, a Petrobras monitora a região para
Manchas de óleo ameaçam reserva em Sergipe evitar contaminações e danos ambientais.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) confirmou Fonte: Band.com.br - (19/02/2016)
nesta sexta-feira (19) a presença de placas de óleo ao longo de
17 quilômetros de areia na praia da Reserva Biológica de Santa Justiça bloqueia R$ 500 milhões da Samarco, Vale e BHP
Isabel, em Pirambu, Sergipe. Billiton
A vistoria do órgão foi feita na quarta-feira, após o Instituto A Justiça de Minas Gerais deferiu pedido do Ministério Públi-
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ges- co que determina o bloqueio de 500 milhões de reais das minera-
tor da reserva, receber um comunicado oficial da Petrobras sobre doras Samarco, Vale e BHP, por conta do desastre ambiental cau-
a presença de óleo na areia. sado pelo mortal rompimento da barragem do Fundão, em Mariana
A quantidade e a origem do óleo ainda são desconhecidas. (MG), em novembro de 2015.
Segundo o Ibama, as placas de petróleo têm até 15x15 centíme- Segundo nota do Ministério Público desta segunda-feira (23),
tros aproximadamente. Os técnicos coletaram amostras do mate- o bloqueio do valor visa assegurar a efetivação das medidas re-
rial, também encontrado ao longo do litoral entre a foz dos rios queridas em Ação Civil Pública (ACP) e a integral recuperação
Japaratuba e Sergipe. do meio ambiente urbano do município de Barra Longa, atingido
pela enxurrada de lama da barragem situada no município vizinho.
De acordo com o instituto, técnicos ambientais fizeram um
Entre os prejuízos causados ao município, houve devastação
sobrevoo na região na quinta-feira (18) e não identificaram man-
do distrito de Gesteira e destruição de equipamentos públicos,
chas no mar. Outras vistorias devem ser feitas na costa nos pró-
obras de infraestrutura, redes de saneamento e de abastecimento
ximos dias.
de água, além de escolas.
O estado de Sergipe tem grande concentração de plataformas
O rompimento da barragem de Fundão no dia 5 de novembro
de produção petrolífera. São 25 instalações em 163 quilômetros
de 2015 provocou a devastação total do distrito de Gesteira, bem
de costa, todas da Petrobras.
como alcançou a sede de Barra Longa, destruindo todos os tipos de
A estatal informou não ter identificado anomalia nos campos
equipamentos públicos, além de obras de infraestrutura, segundo
de petróleo próximos, portanto a mancha é considerada “órfã” até o Ministério Público.
que os testes identifiquem a origem. Segundo especialistas, o óleo A liminar determina ainda que a Samarco e suas controladoras
também pode ter vazado ou ter sido liberado por navios em alto --a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton -- elaborem e apresen-
mar e chegado até o litoral brasileiro. tem, em 30 dias, projetos básicos, estruturais e executivos para
integral recuperação e reparação de todos os bens públicos e de in-
Ameaça ambiental fraestrutura do município, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
A Reserva Ambiental de Santa Isabel tem 45 quilômetros de Segundo os promotores de Justiça Thiago Fernandes de Car-
extensão, com praias desertas, lagoas, manguezais e dunas com valho e Bruno Guerra de Oliveira, autores da ACP, “de todos os
vegetação de restinga. O local preserva o ecossistema litorâneo e municípios atingidos pela barragem, sem dúvida alguma, o mu-
abriga a mais importante área de reprodução das tartarugas olivas nicípio de Barra Longa foi o mais atingido e destruído, quando se
no país. Até a manhã de sexta-feira, uma tartaruga foi encontrada leva em conta os bens e equipamentos públicos que foram danifi-
morta, mas ainda não é possível afirmar a causa da morte. O ani- cados”.
mal foi encaminhado para necrópsia. A ação na Justiça ocorre paralelamente a negociações para um
O coordenador do projeto Tamar na região, Cesar Coelho, acordo entre a Samarco e o governo brasileiro, que envolveria o
está preocupado com o impacto do óleo nos ninhos de tartaruga. processo indenizatório de R$ 20 bilhões por danos causados pelo
Ele está acompanhando as ações de coleta e monitorando possí- rompimento mortal de uma barragem de rejeitos.
veis impactos aos ecossistemas. “A maior concentração de óleo A avalanche de lama deixou pelo menos 17 mortos, inundan-
chegou justamente onde há a maior quantidade de ovos de tartaru- do centenas de quilômetros de vales fluviais em dois Estados (Mi-
gas. Se os filhotes nascerem, e estamos na época, provavelmente nas Gerais e Espírito Santo) e atingindo o Rio Doce e o Oceano
vão morrer”, disse. Atlântico.
O Tamar atua há 25 anos na área e acompanha o período de Contatada, a Samarco confirmou a ordem judicial e disse que
desova, que vai de setembro a março. “De setembro a dezembro, “está adotando as medidas judiciais para revertê-la”.
as fêmeas botam os ovos. De dezembro a março, os filhotes nas- A empresa afirmou que defende a revogação do bloqueio
cem. Estamos no pico dos nascimentos”, lamentou. Coelho disse como “medida necessária para que possa dar continuidade às ações
que ainda é cedo para estimar o estrago. que já estão em andamento para mitigar os impactos sociais e am-
Sobre as providências para lidar com o problema, o Ibama in- bientais decorrentes do acidente”.
formou que acionou a Marinha e a Agência Nacional de Petróleo Fonte: Época Negócios - (22/02/2016)

Didatismo e Conhecimento 35
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Mudança climática é fator em 9 de cada 10 desastres na- “Vários países da Europa enfrentaram limites de calor com
turais números significativos de vítima mortais, sobretudo na Fran-
Nove de cada dez desastres naturais estão relacionados com a ça, enquanto Índia e Paquistão experimentaram ondas de calor
mudança climática, segundo os dados apresentados nesta quinta- que estiveram entre as mais graves dos últimos tempos”, relatou
feira pelo Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desas- Guha-Sapir.
tres e pelo Centro de Pesquisa da Epidemiologia dos Desastres. “A mortalidade pelas ondas de calor está muito subestimada”,
“Atravessamos o ano mais quente jamais registrado. Cerca de opinou o especialista.
98,6 milhões de pessoas se viram afetadas por desastres em 2015 Fonte: Exame.com - (11/02/2016)
e o clima, ajudado por um forte fenômeno de El Niño, foi um fator
em 92% dos casos”, disse o diretor desse organismo das Nações Nível dos oceanos tem a maior taxa de crescimento dos úl-
Unidas, Robert Glasser. timos 3.000 anos
O impacto mais evidente foi observado nas 32 maiores secas O nível dos oceanos teve a maior taxa de crescimento dos úl-
registradas no ano passado, mais que o dobro da média anual de timos 3.000 anos, um fenômeno ocasionado pela emissão humana
15 na década anterior. Essas secas afetaram 50,5 milhões de pes- de gases do efeito estufa. De acordo com quatro novos estudos, pu-
soas, especialmente na África. blicados na última edição da Proceedings of the National Academy
“As secas piorarão em 2016. Neste ano vamos enfrentar um of Sciences (PNAS), a emissão de gases de efeito estufa fez com
desastre humanitário por esta razão, com êxodos de população e que a temperatura terrestre aumentasse e, consequentemente, os
níveis do oceano ao redor do mundo se elevassem em taxas assus-
migrações”, previu a diretora do Centro de Pesquisa da Epidemio-
tadoras. De acordo com os cientistas, se nada for feito para barrar o
logia dos Desastres, Debarati Guha-Sapir, em entrevista coletiva.
aumento do nível dos oceanos, enchentes e catástrofes ambientais
Os dados expostos hoje revelam também que o impacto dos
podem ser ainda mais comuns no futuro.
desastres nem sempre está determinado pelo tamanho ou pela de-
“A elevação do nível no século XX foi extraordinária no con-
mografia dos países. texto dos três últimos milênios - e o aumento durante as duas últi-
Isso é evidenciado pelo fato de a Guatemala estar no quinto mas décadas foi ainda mais veloz”, disse Robert Kopp, cientista da
lugar entre os dez países com mais mortos por causa de desastres Rutgers University, nos Estados Unidos, e líder de um dos estudos.
naturais, com 627 pessoas que morreram em deslizamentos de Novas estatísticas - No primeiro estudo, uma equipe interna-
terra. cional de especialistas, liderada por Kopp, percebeu que o oceano
Esse mesmo país se encontra no nono lugar pelo número de era bastante sensível a qualquer mudança climática, desde as mais
afetados por esse desastre natural, um total de 2,8 milhões de pes- sutis variações até as grandes elevações ou quedas de temperatura.
soas. Por meio de uma série de cálculos estatísticos, a equipe descobriu
Guha-Sapir explicou que na Guatemala, como ocorre no que a temperatura terrestre e o nível dos oceanos estão diretamente
resto da América Central, as populações pobres vivem em áreas relacionados: quando a temperatura da superfície terrestre é redu-
inclinadas, “portanto quando caem fortes chuvas ocorrem estes zida o nível dos oceanos também baixa.
desprendimentos de lodo”. Durante a Idade Média, as regiões de terra sofreram resfria-
A localização de bairros nessas áreas é desaconselhada do mento e o nível dos oceanos foi reduzido. No século XIX, com
ponto de vista do planejamento urbano, acrescentou o especia- o início da era industrial e das emissões de carbono, o nível dos
lista. oceanos aumentou. No século seguinte, no entanto, a elevação no
Por sua parte, o Chile foi o sexto país que mais perdas econô- nível dos oceanos foi a mais rápida registrada nos últimos 27 sé-
micas sofreu por desastres naturais - entre inundações e um terre- culos. As projeções da equipe revelam que, no futuro, o nível das
moto que esteve acompanhado de um tsunami -, que se elevaram águas poderá aumentar entre 50 centímetros e 1 metro.
até cerca de US$ 3,1 bilhões, segundo números apresentados pela “O gelo derrete mais rápido quando a temperatura aumenta. É
ONU. física básica”, disse Stefan Rahmstorf, professor de física oceânica
Os terremotos, embora não sejam os mais frequentes, são a do Potsdam Institute for Climate Impact Research, e coautor do
ameaça natural mais mortal, como o que aconteceu no Nepal, que estudo.
causou 8.831 mortes. O segundo estudo publicado no periódico confirmou as proje-
ções sobre o futuro do nível dos oceanos e o terceiro estudo detalha
“Isto mostra a importância de garantir o cumprimento dos
como a emissão de gases de efeito estufa poderá interferir nos ní-
códigos de edificação. Os edifícios são os que matam as pessoas
veis dos oceanos da Terra. Os pesquisadores criaram um novo mé-
nas zonas sísmicas, como voltamos a ver no fim de semana em
todo, mais préciso e confiável para realizar estimativas dos mantos
Taiwan”, ressaltou Glasser.
de gelo - descrito em um estudo adicional - e descobriram que
Pelo número de afetados, as inundações ocuparam o segundo talvez a parte dos oceanos mais afetada pelas mudanças climáticas
lugar de importância, com 27,5 milhões de pessoas afetadas em seja o manto de gelo na superfície dos mares.
152 episódios no mundo todo. Ao realizar análises de dados, a equipe percebeu que, durante
As tempestades - intensificadas pelos transtornos sofridos o Mioceno, período entre 23,8 milhões e 5,3 milhões de anos atrás,
pelo clima devido ao aquecimento do planeta - constituíram o o manto gelado mudava constantemente sua espessura, devido a
terceiro tipo de desastre que mais gente afetou: 10,5 milhões de pequenas alterações no nível de dióxido de carbono na atmosfera.
pessoas. Na época, as temperaturas eram elevadas, semelhante as que são
As temperaturas extremas foram outra categoria de desastre projetadas pelos cientistas para o futuro.
particularmente grave em 2015, sobretudo as ondas de calor.

Didatismo e Conhecimento 36
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
“Com todo o gás de efeito estufa que nós já emitimos, não Brasileiros integram grupo que observou ondas gravita-
podemos impedir que o nível dos oceanos aumente, mas podemos cionais
reduzir substancialmente a taxa deste aumento se pararmos de uti- Após uma série de rumores nos últimos meses, um consórcio
lizar combustíveis de origens fósseis”, disse Anders Levermann, internacional de cientistas, integrado por pesquisadores do Brasil,
pesquisador do centro de pesquisas climáticas Potsdam Instutute confirmou ontem (11/02) ter feito a primeira detecção direta de
for Climate Impact Reasearch, na Alemanha. ondas gravitacionais – oscilações do espaço-tempo previstas por
Fonte: Veja.com - (24/02/2016) Albert Einstein (1879 –1955) há um século – geradas pela colisão
e fusão de dois buracos negros.
CIÊNCIA E TECNOLOGIA O anúncio foi feito por cientistas do projeto Ligo (sigla em
inglês de Laser Interferometer Gravitacional-wave Observatory)
Reino Unido concede 1ª licença para manipulação de em- em uma coletiva de imprensa promovida pela National Science
briões humanos Foundation (NSF) em Washington, nos Estados Unidos, e publica-
A autoridade britânica que regulamenta a embriologia con- do em um artigo na revista Physical Review Letters.
cedeu nesta segunda-feira a primeira autorização para modificar A colaboração científica reúne mais de mil cientistas de mais
geneticamente embriões humanos, como parte das pesquisas sobre de 90 universidades e instituições de pesquisa de 15 países, além
as causas dos abortos espontâneos.
dos Estados Unidos.
A autorização se refere à utilização do método Crispr-Cas9,
Entre os participantes do projeto estão Odylio Denys de
que permite centrar-se nos genes defeituosos para neutralizá-los
Aguiar, Marcio Constâncio Júnior, César Augusto Costa, Allan
de maneira mais precisa. “Nosso comitê aprovou a solicitação da
doutora Kathy Niakan, do Francis Crick Institute, para renovar sua Douglas dos Santos Silva, Elvis Camilo Ferreira e Marcos André
licença de pesquisa em laboratório, incluindo a edição genética Okada, todos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
de embriões”, indicou a Autoridade de Fertilização Humana e de e Riccardo Sturani, pesquisador do Instituto de Física Teórica da
Embriologia (HFEA, em inglês) em um comunicado. Universidade Estadual Paulista (IFT-Unesp).
O pedido foi apresentado no mês de setembro para estudar os Os pesquisadores do Brasil participam da colaboração cientí-
genes que atuam no desenvolvimento das células que vão formar fica Ligo por meio de projetos apoiados pela FAPESP.
a placenta. O objetivo é determinar por quê algumas mulheres so- “Senhoras e senhores, nós detectamos ondas gravitacionais.
frem abortos espontâneos. Nós conseguimos”, anunciou David Reitze, diretor executivo do
Fonte: Revista Istoé – (01/02/2016) projeto Ligo, durante o evento.
Usando detectores gêmeos do projeto Ligo, situados um em
Ondas gravitacionais previstas por Einstein são descobertas Livingston, em Louisiana, e o outro em Hanford, em Washington,
As ondas gravitacionais, cuja existência Albert Einstein pre- nos Estados Unidos – a três quilômetros de distância um do outro
viu há um século em sua Teoria da Relatividade Geral, foram de- –, os pesquisadores afirmaram ter observado, pela primeira vez,
tectadas pela primeira vez de maneira direta no dia 14 de setembro ondas gravitacionais a partir de um evento cataclísmico, denomi-
do ano passado, o que permitirá um melhor conhecimento do uni- nado GW 150914, em uma galáxia distante mais de 1 bilhão de
verso, anunciaram, nesta quinta-feira, cientistas do Observatório anos-luz da Terra.
de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (LIGO, na sigla As ondas gravitacionais foram detectadas em 14 de setembro
em inglês). de 2015, às 6h51 no horário de Brasília, pelos detectores do Ligo.
Em uma grande entrevista coletiva em Washington, os cien- Fonte: Exame.com - (12/02/2016)
tistas puseram fim a meses de rumores e de grande expectativa China lançará segundo laboratório espacial no terceiro
entre a comunidade de pesquisadores diante de uma descoberta trimestre
que abre caminho para se redescobrir o universo, desta vez, sem A China vai colocar um segundo laboratório espacial em ór-
necessidade da luz. bita no terceiro trimestre deste ano, informou a agência de notícias
“Nossa observação das ondas gravitacionais cumpre um am- estatal Xinhua neste domingo (28), parte do plano do país de ter
bicioso objetivo estabelecido há cinco décadas para detectar de
uma estação espacial tripulada permanente em serviço ao redor de
maneira direta este fenômeno e entender melhor o universo”, ex-
2022.
plicou o diretor do projeto LIGO, David Reitze.
Avançar com o programa espacial da China é uma prioridade
“Além disso, completamos o legado de Einstein no centenário
de sua Teoria da Relatividade Geral”, acrescentou. para Pequim, com o presidente chinês, Xi Jinping, incitando o país
Einstein descobriu em sua Teoria da Relatividade que os ob- a se estabelecer como uma potência espacial.
jetos que se movimentam no universo produzem ondulações no Espera-se que Tiangong (Palácio Celestial) 2 seja ancorada a
espaço-tempo e que estas se propagam pelo espaço. Predizia assim uma nave de carga, Shenzhou 1 (Embarcação Celestial), que está
a existência das ondas gravitacionais. programada para ser lançada no primeiro semestre do próximo
As ondas foram detectadas às 9h51 GMT (7h51 em Brasília) ano, disse a Xinhua.
do dia 14 de setembro pelos dois detectores do LIGO, um localiza- A China também planeja lançar a nave espacial Shenzhou 11,
do em Livingston (Louisiana) e outro em Hanford (Washington), que vai levar dois astronautas a bordo, no quarto trimestre deste
nos Estados Unidos. ano para atracar com Tiangong 2, segundo a Xinhua.
As ondas gravitacionais transportam informação sobre o mo- A Xinhua, citando um porta-voz não identificado para o pro-
vimento dos objetos no universo, e se espera que permitam obser- grama espacial, afirmou que a expectativa é de que a China con-
var a história do cosmos até instantes remotos de sua origem. clua até 2020 uma estação espacial em órbita, que consistirá de um
Fonte: Exame.com – (11/02/2016) módulo central e dois laboratórios conectados.

Didatismo e Conhecimento 37
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
O primeiro laboratório espacial, Tiangong 1, foi lançado em Genes neandertais desses encontros são encontrados em hu-
2011 e tem trabalhado bem, disse a Xinhua. manos hoje, e estudos recentes indicam que essas porções de DNA
O programa espacial chinês ainda precisa dominar o lança- exercem papel em tudo, de nosso sistema imunológico à propen-
mento de carga e combustível através de cargueiros espaciais e são a doenças.
reciclagem de ar e água para missões tripuladas prolongados, disse Mas esse achado recente de um fluxo de genes na direção
a mídia estatal. oposta, de humanos a neandertais, sugere que os cruzamentos es-
Fonte: G1 - (28/02/2016) tavam acontecendo milhares de anos antes.
O impacto desses genes sobre os neandertais ainda não é claro.
Especialistas descobrem tumba da época faraônica no A descoberta, no entanto, amplia o entendimento sobre a his-
Cairo tória da migração humana.
Especialistas americanos e egípcios descobriram os vestígios Se os primeiros humanos estavam mantendo relações sexuais
de uma tumba que pertenceu a um responsável de alto categoria com neandertais há 100 mil anos, isso deve ter ocorrido fora da
de um faraó da dinastia XII (1991-1786 a.C.), em uma zona no África, porque não há vestígios dessa espécie extinta no continente
sudoeste da capital egípcia, informou nesta terça-feira em comuni- africano.
cado o Ministério egípcio de Antiguidades. E isso significa que esses humanos deixaram a África antes da
Na nota, o ministro de Antiguidades, Mamduh al Damati, afir- grande dispersão que ocorreu ao menos 40 mil anos depois.
mou que a descoberta foi feita na zona arqueológica de Al Lasht, A conclusão reforça a ideia de que houve incursões humanas
durante os trabalhos efetuados pela equipe mista de arqueólogos. precoces para fora da África. Outra evidência recente inclui a des-
Essa equipe é presidida pelo diretor da zona arqueológica de coberta de fósseis de humanos em Skhul e Qafzehm em Israel, e
Dashur e Al Lasht, Mohammed Youssef, e pela arqueóloga Sara pesquisas indicam que pessoas viviam na China há 80 mil anos.
Barkak, da Universidade americana do Alabama. “Creio que qualquer lugar no Sudeste Asiático pode ter sido
O chefe do Departamento de Egiptologia no Ministério de ter sido o lugar desse cruzamento, já que não sabemos ao certo
Antiguidades, Mahmoud Afifi, afirmou no comunicado que a nova como neandertais e primeiros humanos modernos poderiam ter
tumba, que está localizada ao sul da pirâmide do faraó Sesostris I, estado nas regiões entre a Arábia e a China nesta época”, disse
está escavada na rocha. Chris Stringer, chefe de pesquisa em origem humana no Museu de
Além disso, indicou que a cripta conta com um caminho as- História Natural de Londres.
cendente feito de tijolos de adobe e que pertenceu ao portador dos “No momento simplesmente não sabemos como esses cruza-
selos reais do faraó Sesostris I, pertencente à dinastia XII. mentos ocorreram. As possibilidades vão de trocas de parceiros
O reinado de Sesostris I, pertencente ao denominado Império relativamente pacíficas a um grupo atacando o outro e roubando
Meio (2134-1569 a . C.), ao longo do qual reinava em Tebas a fêmeas (o que ocorre com chimpanzés e humanos caçadores-cole-
XII dinastia, se caracteriza por uma época de paz relativa na qual tores) e adoção de bebês órfãos.”
serviu para assegurar as fronteiras e as conquistas conseguidas du- Para Stringer, estudos genéticos eventualmente poderão mos-
rante o período anterior. trar “se a transferência de DNA na outra direção foi sobretudo por
Fonte: Exame.com - (23/02/2016) meio de machos, fêmeas ou na mesma proporção, mas será preciso
muito mais informação antes disso.”
Sexo entre humanos e neandertais ‘ocorreu 40 mil anos Fonte: BBC Brasil - (18/02/2016)
antes do que se pensava’
Traços de DNA humano encontrados em um genoma neander- Questões:
tal sugerem que começamos a nos misturar com nossos extintos
parentes há 100 mil anos. 1) O ex-presidente Lula passou à condição de réu na Ope-
Imaginava-se até então que as duas espécies haviam se en- ração Zelotes por:
contrado pela primeira vez quando humanos modernos deixaram a a) Ter praticado suposto crime tráfico de influência para con-
África, há cerca de 60 mil anos. seguir benefícios em prol de si próprio e de sua família.
O estudo foi publicado na revista científica Nature. Para Sergi b) Ter cometido supostos crimes de corrupção e de irresponsa-
Castellano, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na bilidade fiscal enquanto era presidente.
Alemanha, a descoberta é “significativa para o entendimento da c) Ter utilizado a máquina pública para favorecer empreiteiras
história de humanos modernos e neandertais”. de amigos e aliados políticos.
Resquícios de uma neandertal fêmea, encontrados em uma d) Ter desviado recursos da educação para reformar um apar-
caverna remota nas montanhas Altai, na Sibéria (Rússia), foram tamento.
a fonte das revelações sobre a vida sexual de nossos ancestrais. e) Ter autorizado a edição de medidas provisórias que favore-
Uma análise genética revelou presença de porções de DNA ceram montadoras de automóveis
humano dentro do genoma da neandertal, indicando um cruzamen-
to de espécies há 100 mil anos. 2) José Eduardo Cardozo, substituído por Wellington Ce-
Pesquisas anteriores haviam sugerido que esses cruzamentos sar Lima e Silva, ocupava o cargo de:
com nossos parentes corpulentos e de sobrancelhas proeminentes a) Ministro-Chefe da Casa Civil
tinham começado quando humanos deixaram a África e começa- b) Ministro da Justiça
ram a se espalhar pelo mundo. c) Ministro da Defesa
Ao deixar o continente, eles encontraram e tiveram cruzamen- d) Ministro das Relações Exteriores
tos com os neandertais, que viveram ao longo da Europa e da Ásia. e) Advogado Geral da União

Didatismo e Conhecimento 38
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
3) O deputado Delcídio do Amaral passou 90 dias preso 10) A presidente Dilma Rousseff suspendeu as sanções im-
em virtude de: postas ao Irã pela Organização das Nações Unidas. Tais san-
a) Ter tentado atrapalhar o andamento das investigações da ções haviam sido adotadas em virtude:
Operação Lava Jato. a) Da existência de grupos extremistas apoiados pelo governo
b) Ter vendido emendas constitucionais em favor da reforma local.
da previdência. b) Do endurecimento do regime ditatorial no país, aumentan-
c) Ter feito lobby em favor da reeleição. do a repressão às minorias curdas.
d) Ter sido flagrado recebendo propina de empreiteiras. c) Do comprometimento do país a interromper os processos
e) Ter atuado como “laranja” em esquemas de desvio de re- de enriquecimento de urânio.
cursos públicos. d) Da suspensão da realização dos testes nucleares.
e) Da demonstração do desejo daquele país em se tornar uma
democracia.
4) Com o rebaixamento de sua nota de crédito pela agência
Moody’s, o Brasil passou a figurar na categoria de: Gabarito: 1-E/2-B/3-A/4-D/5-Falsa/6-C/7-B/8-D/9-A/10-C
a) Grau especulativo
b) Alto grau de investimento
c) Médio grau de investimento
d) Grau de especulação
e) Grau de moratória

5) O Senado aprovou em fevereiro um projeto que deso- HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO ESTADO


briga a Petrobras a ser a única operadora e de ter participação DO TOCANTINS; O MOVIMENTO
mínima de 60% na exploração do pré-sal. SEPARATISTA; A CRIAÇÃO DO ESTADO;
A afirmação é: OS GOVERNOS DESDE A CRIAÇÃO;
( ) Verdadeira ( ) Falsa GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA ESTADUAL; DIVISÃO
6) Atualmente fazem parte da União Europeia: POLÍTICA DO ESTADO, CLIMA E
a) 30 países VEGETAÇÃO; HIDROGRAFIA;
b) 23 países
ATUALIDADES: ECONOMIA,
c) 28 países
d) 46 países POLÍTICA, DESENVOLVIMENTO.
e) 38 países

7) A autora brasileira indicada ao Prêmio Nobel de Lite-


ratura de 2016 é: História de Tocantins
a) Ana Maria Machado
b) Lygia Fagundes Telles Criado em 1988 pela Assembleia Nacional Constituinte, o
c) Tati Bernardi Tocantins é o mais novo dos 26 estados do Brasil. Localiza-se na
d) Hilda Hist região Norte, exatamente no centro geográfico do país, condição
e) Rachel de Queiroz que lhe possibilita fazer limites com estados do Nordeste, Centro-
Oeste e do próprio Norte.
8) Leonardo DiCaprio ganhou pela primeira vez o Oscar Na maior parte, o território do Tocantins é formado por
de melhor ator interpretando o explorador Hugh Glass no fil- planícies e/ou áreas suavemente onduladas, estendendo-se por
me: imensos planaltos e chapadões, o que constitui pouca variação
a) Titanic altimétrica se comparado com a maioria dos outros estados.
b) A Origem Assim, o ponto mais elevado do Tocantins é a Serra das Traíras,
c) O Aviador com altitude máxima de 1.340 metros.
d) O Regresso Em termos de vegetação, o Tocantins é um dos nove estados
e) A Ilha que formam a região Amazônica. Sua vegetação de cerrado (87%
do território) divide espaço, sobretudo, com a floresta de transição
9) Uma importante descoberta científica feita em fevereiro amazônica.
de 2016 e que já havia sido prevista por Albert Einstein um Mais da metade do território do Tocantins (50,25%) são áreas
século atrás foi: de preservação, unidades de conservação e bacias hídricas, onde se
a) A das ondas gravitacionais incluem santuários naturais como a Ilha do Bananal (a maior ilha
b) A Partícula de Deus fluvial do mundo) e os parques estaduais do Cantão, do Jalapão,
c) O Condensado de Bose-Einstein do Lajeado e o Monumento Nacional das Árvores Fossilizadas,
d) A massa dos neutrinos entre outros. No Cantão, três importantes ecossistemas chegam a
e) A Teoria das Cordas encontrar-se: o amazônico, o pantaneiro e o cerrado.

Didatismo e Conhecimento 39
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Só em reservas indígenas, totalizam-se 2 milhões de hectares  Norte de Goiás
protegidos, onde uma população de 10 mil indígenas preserva suas O norte de Goiás deu origem ao atual Estado do Tocantins.
tradições, seus costumes e crenças. No Tocantins existem sete Segundo a historiadora Parente (1999), esta região foi interpretada
etnias (Karajá, Xambioá, Javaé, Xerente, krahô Canela, Apinajè e sob três versões. Inicialmente, norte de Goiás foi denominativo
Pankararú), distribuídas em 82 aldeias. atribuído somente à localização geográfica dentro da região
das Minas dos Goyazes na época dos descobrimentos auríferos
Criação: 5/10/1988 (promulgação da Constituição Federal – no século XVIII. Com referência ao aspecto geográfico, essa
artigo 13 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) denominação perdurou por mais de dois séculos, até a divisão do
Instalação: 01/01/1989 Estado de Goiás, quando a região norte passa a ser o Estado do
População: 1.243.627 habitantes (2007 - IBGE) Tocantins.
Área: 277.620,914 km² Num segundo momento, com a descoberta de grandes minas
Número de municípios: 139 na região, o norte de Goiás passou a ser conhecido como uma das
Clima: tropical semi-úmido áreas que mais produziam ouro na capitania. Esta constatação
Temperatura média anual: 25ºC a 29ºC despertou o temor ao contrabando que acabou fomentando um
Vegetação: Cerrado (87% de seu território) com florestas de arrocho fiscal maior que nas outras áreas mineradoras.
transição (12%) Por último, o norte de Goiás passou a ser visto, após a queda
Principais rios: Tocantins, Araguaia (que juntos formam da mineração, como sinônimo de atraso econômico e involução
a maior bacia hidrográfica inteiramente situada em território social, gerador de um quadro de pobreza para a maior parte da
brasileiro), do Sono, das Balsas, Paranã e Manuel Alves. Todos população.
rios perenes, o que contribui para que o Tocantins seja considerado Essa região foi palco primeiramente de uma fase épica vivida
um dos 5 estados mais ricos em água do país. pelos seus exploradores, “que em quinze anos abriam caminhos
Limites: Maranhão e Pará, ao Norte; e estradas, vasculharam rios e montanhas, desviam correntes,
Goiás, ao Sul; desmatam regiões inteiras, rechaçaram os índios, exploram,
Maranhão, Piauí e Bahia, ao Leste; habitam e povoam uma área imensa....” (PALACIM)
Pará e Mato Grosso, a Oeste. Descoberto o ouro, a região passa, de acordo com a política
Desbravamento da região mercantilista do século XVIII, a ser incorporada ao Brasil. O
A colonização do Brasil se deu dentro do contexto da política período aurífero foi brilhante, mas breve. E a decadência, quase
mercantilista do século XVI que via no comércio a principal forma sem transição, sujeitou a região a um estado de abandono.
de acumulação de capital, garantido, principalmente, através da Foi na economia de subsistência que a população encontrou
posse de colônias e de metais preciosos. mecanismos de resistência para se integrar economicamente
Além de desbravar, explorar e povoar novas terras os ao mercado nacional. Essa integração, embora lenta, foi se
colonizadores tinham também uma justificativa ideológica: a concretizando baseada na produção agropecuária, que predomina
expansão da fé cristã. “Explorava-se em nome de Deus e do até hoje e constitui a base econômica do Estado do Tocantins
lucro, como disse um mercador italiano” (AMADO, GARCIA). (PARENTE).
A preocupação em catequizar as populações encontradas foi
constante. Economia do ouro
A colônia brasileira, administrada política e economicamente As descobertas de minas de ouro em Minas Gerais no ano
pela metrópole, tinha como função fornecer produtos tropicais e/ 1690 e em Cuiabá em 1718 despertaram a crença de que em Goiás,
ou metais preciosos e consumir produtos metropolitanos. Portugal, situado entre Minas Gerais e Mato Grosso, também deveria existir
então, iniciou a colonização pela costa privilegiando a cana de ouro. Foi essa a argumentação da bandeira de Bartolomeu Bueno
açúcar como principal produto de exportação. da Silva, o Anhanguera (filho do primeiro Anhanguera que esteve
Enquanto os colonizadores portugueses se concentravam com o pai na região anos antes), para conseguir a licença do rei de
no litoral, no século XVII ingleses, franceses e holandeses Portugal a fim de explorar a região.
conquistavam a região norte brasileira estabelecendo colônias que O rei cedia a particulares o direito de exploração de riquezas
servissem de base para posterior exploração do interior do Brasil. minerais mediante o pagamento do quinto, que segundo ordenação
Os franceses, depois de devidamente instalados no forte de São do reino, era uma decorrência do domínio real sobre todo o subsolo.
Luís na costa maranhense, iniciam a exploração dos sertões do O rei, não querendo realizar a exploração diretamente, cedia a seus
Tocantins. Coube a eles a descoberta do Rio Tocantins pela foz no súditos este direito exigindo em troca o quinto do metal fundido e
ano de 1610 (RODRIGUES). apurado, a salvo de todos os gastos.
O rio Tocantins foi um dos caminhos para o conhecimento e Em julho de 1722 a bandeira do Anhanguera saiu de São Paulo.
exploração da região onde hoje se localiza o Estado do Tocantins. Em 1725 volta com a notícia da descoberta de córregos auríferos.
Nasce no Planalto Central de Goiás e corta, no sentido sul-norte, A partir desse momento, Goiás entra na história como as Minas
todo o território do atual Estado do Tocantins. dos Goyazes. Dentro da divisão do trabalho no império português,
Só mais de quinze anos depois dos franceses foi que os este é o título de existência e de identidade de Goiás durante quase
portugueses iniciaram a colonização da região pela “decidida ação um século.
dos jesuítas”. E ainda no século XVII os padres da Companhia de
Jesus fundaram as aldeias missionárias da Palma (Paranã) e do
Duro (Dianópolis) (SECOM).

Didatismo e Conhecimento 40
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Um grande contingente populacional deslocou-se para “a Todos, uns com mais e outros com menos ações, participavam
região do Araés, como a princípio se chamou essa parte do Brasil, da bolsa do ouro. Grandes comerciantes e contratadores que
que diziam possuir montanhas de ouro, lagos encantados e os residiam em Lisboa ou Rio de Janeiro mantinham aqui seus
martírios de Nosso Senhor de Jesus Cristo gravados nas pedras administradores. Escravos, mulatos e forros também praticavam a
das montanhas. Era um novo Eldorado de histórias romanescas e faiscagem - procura de faíscas de ouro em terras já anteriormente
contos fabulosos” (ALENCASTRE). lavradas. Alguns, pela própria legislação, tinham muito mais
Diante dessas expectativas reinou, nos primeiros tempos, vantagens.
a anarquia, pois era a mineração “alvo de todos os desejos. O O negro teve uma importância fundamental nas regiões
proprietário, o industrialista, o aventureiro, todos convergiam seus mineiras. Além de ser a mão-de-obra básica em todas as atividades,
esforços e seus capitais para a mineração” (ALENCASTRE). da extração do ouro ao carregamento nos portos, era também uma
Inicialmente, as minas de Goiás eram jurisdicionadas à mercadoria de grande valor. Primeiro, a quantidade de negros
capitania de São Paulo na condição de intendência, com a cativos foi condição determinante para se conseguir concessões de
capital em Vila Boa e sob a administração de Bueno, a quem foi lavras e, portanto, para um branco se tornar mineiro. Depois, com
atribuído o cargo de superintendente das minas com o objetivo a instituição da capitação no lugar do quinto, o escravo tornou-
de “representar e manter a ordem legal e instaurar o arcabouço se referência de valor para o pagamento do imposto. Neste, era a
tributário” ( PALACIN). quantidade de escravos matriculados que determinava o quanto o
mineiro iria pagar em ouro para a Coroa. Mas a situação do negro
Formação dos arraiais era desoladora. Os maus tratos e a dureza do trabalho nas minas
“Há ouro e água”. Isto basta. Depois da fundação solene resultavam em constantes fugas.
do primeiro arraial de Goiás, o arraial de Sant’Anna, esse foi o A mão-de-obra indígena na produção para a exportação foi
critério para o surgimento dos demais arraiais. Para as margens dos muito menor que a negra. Isso é devido ao fato da não adaptação
rios ou riachos auríferos deslocaram-se populações da metrópole do índio ao rigor do trabalho exigido pelo branco, gerando uma
e de todas as partes da colônia, formando à proporção em que produção de baixa rentabilidade.
se descobria ouro, um novo arraial “que podia progredir ou ser
abandonado, dependendo da quantidade de riquezas existentes” O controle das minas
(PARENTE). Desde quando ficou conhecida a riqueza aurífera das Minas
Nas décadas de 1730 e 1740 ocorreram as descobertas de Goyazes, o governo português tomou uma série de medidas
auríferas no norte de Goiás e, por causa delas, a formação dos para garantir para si o maior proveito da exploração das lavras.
primeiros arraiais no território onde hoje se situa o Estado do Foi proibida a abertura de novas estradas em direção às minas.
Tocantins. Natividade e Almas (1734), Arraias e Chapada (1736), Os rios foram trancados à navegação. As indústrias proibidas ou
Pontal e Porto Real (1738). Nos anos 40, surgiram Conceição, limitadas. A lavoura e a criação inviabilizadas por pesados tributos:
Carmo e Taboca, e mais tarde Príncipe (1770). Alguns foram braços não podiam ser desviados da mineração. O comércio foi
extintos, como Pontal, Taboca e Príncipe. Os outros resistiram à fiscalizado. E o fisco, insaciável na arrecadação.
decadência da mineração e no século XIX se transformaram em “Só havia uma indústria livre: a mineração, mas esta mesma
vilas e posteriormente em cidades. sujeita à capitação e censo, à venalidade dos empregados de
O grande fluxo de pessoas de todas as partes e de todos os registros e contagens, à falsificação na própria casa de fundição,
tipos permitiu que a composição social da população dos arraiais ao quinto (...), ao confisco por qualquer ligeira desconfiança de
de ouro se tornasse bastante heterogênea. Trabalhar, enriquecer e contrabando” (ALENCASTRE). À época do descobrimento das
regressar ao lugar de origem eram os objetivos dos que se dirigiam Minas dos Goyazes vigorava o método de quintamento nas casas
para as minas. Em sua maioria eram homens brancos, solteiros ou de fundição. A das minas de Goiás era em São Paulo. Para lá que
desacompanhados da família, que contribuíram para a mistura de deveriam ir os mineiros para quintar seu ouro. Recebiam de volta,
raças com índias e negras escravas. No final do século XVIII, os depois de descontado o quinto, o ouro fundido e selado com selo
mestiços já eram grande parte da população que posteriormente real.
foram absorvidos no comércio e no serviço militar. O ouro em pó podia ser usado como moeda no território das
A população branca era composta de mineiros e de pessoas minas, mas se saísse da capitania, tinha que ser declarado ao passar
pobres que não tinham nenhuma ocupação e eram tratados, nos pelo registro e depois quintado, o que praticamente ficava como
documentos oficiais, como vadios. obrigação dos comerciantes. Estes, vendendo todas as coisas a
Ser mineiro significava ser dono de lavras e escravos. Era crédito, prazo e preços altíssimos acabavam ficando com o ouro
o ideal de todos os habitantes das minas, um título de honra e dos mineiros e eram os que, na realidade, canalizavam o ouro das
praticamente acessível a quase todos os brancos. O escravo podia minas para o exterior e deviam, por conseguinte, pagar o quinto
ser comprado a crédito, sua posse dava o direito de requerer uma correspondente.
data - um lote no terreno de mineração - e o ouro era de fácil O método da casa de fundição para a cobrança do quinto
exploração, do tipo aluvional, acumulado no fundo e nas margens seria ideal se não fosse um problema que tomava de sobressalto
dos rios. o governo português: o contrabando do ouro, que oferecia alta
rentabilidade: “os vinte por cento do imposto mais dez por cento
de ágio”.

Didatismo e Conhecimento 41
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Das minas para a costa ou para o exterior era sempre um Outra tentativa para reverter o quadro da arrecadação foi
negócio lucrativo, que “nem o cipoal de leis, alvarás, cartas régias organizar bandeiras para tentar novos descobrimentos. Tem-
e provisões, nem os sequestros, devassas de registros, prêmios se notícia do itinerário de apenas duas. Uma dirigiu-se rumo ao
prometidos aos delatores e comissões aos soldados puderam por Pontal (região de Porto Real), pela margem esquerda do Tocantins
freio (...)”.(PALACIN). e entrou em conflito com os Xerente, resultando na morte de seu
O grande contrabando era dos comerciantes que controlavam o comandante.
comércio desde os portos, praticado (...) “por meio da conivência A outra saiu de Traíras (nas proximidades de Niquelândia
dos guardas dos registros, ou de subornos de soldados, que (GO) para as margens do rio Araguaia em busca dos Martírios,
custodiavam o comboio dos quintos reais”. Contra si o governo serra onde se acreditava existir imensas riquezas auríferas. Mas a
tinha as dilatadas fronteiras, o escasso policiamento, o costume expedição só chegou até a ilha do Bananal onde sofreu ataques dos
inveterado e a inflexibilidade das leis econômicas. (PALACIN). A Xavante e Javaé, dali retornando.
seu favor tinha o poder político, jurídico e econômico sobre toda a No período de 1779 a 1822, ocorreu a queda brusca da
colônia. Assim, decreta como primeira medida, em se tratando das arrecadação do quinto com o fim das descobertas do ouro de
minas, o isolamento destas. aluvião, predominando a faiscagem nas minas antigas. Quase sem
A partir de 1730 foram proibidas todas as outras vias de acesso transição, chegou a súbita decadência.
a Goiás ficando um único caminho, o iniciado pelas bandeiras
paulistas que ligavam as minas com as regiões do Sul, São Paulo e A crise econômica
Rio de Janeiro. Com isso, ficava interditado o acesso pelas picadas O declínio da mineração foi irreversível e arrastou “consigo
vindas do Nordeste - Bahia e Piauí. Foi proibida a navegação os outros setores a uma ruína parcial: diminuição da importação e
fluvial pelo Tocantins, afastando a região de outras capitanias - do comércio externo, menor arrecadação de impostos, diminuição
Grão-Pará e Maranhão. da mão-de-obra pelo estancamento na importação de escravos,
À proporção que crescia a importância das minas surgiram estreitamento do comércio interno, com tendência à formação
atritos com os governadores das capitanias do Maranhão e Pará, de zonas de economia fechada e um consumo dirigido à pura
“quando do descobrimento das minas de Natividade e São Félix subsistência, esvaziamento dos centros de população, ruralização,
e dos boatos de suas grandes riquezas (...). Os governadores empobrecimento e isolamento cultural” (PALACIN). Toda a
tomaram para si a incumbência de nomear autoridades para capitania entrou em crise e nada foi feito para a sua revitalização.
os ditos arraiais e outras minas que pudessem surgir, a fim de Endividados com os comerciantes, os mineiros estavam
tomarem posse e cobrarem os quintos de ouro ali existentes”. descapitalizados.
(PARENTE).O resultado foi o afastamento dessa interferência A avidez pelo lucro fácil, tanto das autoridades administrativas
seguido da proibição, através de bandos, da entrada das populações metropolitanas quanto dos mineiros e comerciantes, não admitiu
das capitanias limítrofes na região e a saída dos que estavam dentro perseveranças. O local onde não se encontrava mais ouro era
sem autorização judicial. abandonado. Os arraiais de ouro, que surgiam e desapareciam no
Tocantins, contribuíram apenas para o expansionismo geográfico.
Decadência da produção Cada vez se adentrava mais o interior em busca do ouro aluvional,
A produção do ouro goiano teve o seu apogeu nos primeiros mas em vão.
dez anos de estabelecimento das minas, entre 1726 e 1735. Foi No norte da capitania a crise foi mais profunda. Isolada tanto
o período em que o ouro aluvional aflorava por toda a região, propositadamente quanto geograficamente, essa região sempre
resultando numa produtividade altíssima. Quando se iniciou a sofreu medidas que frearam o seu desenvolvimento. A proibição
cobrança do imposto de capitação em todas as regiões mineiras, da navegação fluvial pelos rios Tocantins e Araguaia eliminou
a produção começou a cair, possivelmente mascarada pelo a maneira mais fácil e econômica de a região atingir outros
incremento do contrabando na região, impossível de se mensurar. mercados consumidores das capitanias do norte da colônia. O
De 1752 a 1778, a arrecadação chegou a um nível mais alto caminho aberto que ligava Cuiabá a Goiás não contribuiu em
por ser o período da volta da cobrança do quinto nas casas de quase nada para interligar o comércio da região com outros
fundição. Mas a produtividade continuou decrescendo. O motivo centros abastecedores, visto que o mercado interno estava voltado
dessa contradição era a própria extensão das áreas mineiras, que ao litoral nordestino. Esse isolamento, junto com o fato de não se
compensavam e excediam a redução de produtividade. incentivar a produção agro-pecuária nas regiões mineiras, tornava
A distâncias das minas do norte, os custos para levar o ouro e abusivo o preço de gêneros de consumo e favorecia a especulação.
o risco de ataques indígenas aos mineiros justificaram a criação de A carência de transportes, a falta de estradas e o risco frequente de
uma casa de fundição em São Félix em 1754. Mas, já em 1797, foi ataques indígenas dificultavam o comércio.
transferida para Cavalcante, “por não arrecadar o suficiente para Além destas dificuldades, o contrabando e a cobrança de
cobrir as despesas de sua manutenção”.(PARENTE). pesados tributos contribuíram para drenagem do ouro para fora
A Coroa Portuguesa mandou investigar as razões da diminuição da região. Dos impostos, somente o quinto era remetido para
da arrecadação da Casa de Fundição de São Félix. Foram tomadas Lisboa. Todos os outros (entradas, dízimos, contagens, etc.) eram
algumas providências como a instalação de um registro, posto destinados à manutenção da colônia e da própria capitania.
fiscal, entre Santa Maria (Taguatinga) e Vila do Duro (Dianópolis). Inviabilizadas as alternativas de desenvolvimento econômico
devido à falta de acumulação de capital e ao atrofiamento do
mercado interno após o fim do ciclo da mineração, a população se
volta para a economia de subsistência.

Didatismo e Conhecimento 42
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Nas últimas décadas do século XVIII e início do século XIX, Com estas propostas chamou a atenção das autoridades
toda a capitania estava mergulhada numa situação de crise, o que governamentais para a importância do comércio de Goiás com
levou os governantes goianos a voltarem suas atenções para as o Pará, através dos rios Araguaia e Tocantins. Foi ele próprio
atividades econômicas que antes sofreram proibições, objetivando realizador de viagens para o Pará incentivando a navegação do
soerguer a região da crise em que mergulhara. Tocantins. Destacou-se como um grande defensor dos interesses
da região quando foi ouvidor da Comarca do norte. A criação dessa
Subsistência da população e a integração econômica comarca visava promover o povoamento no extremo norte para
Na segunda década do século XIX, com o fim da mineração, fomentar o comércio e a navegação dos rios Araguaia e Tocantins.
os aglomerados urbanos estacionaram ou desapareceram e grande
parte da população abandonou a região. Os que permaneceram Criação da Comarca do Norte - 1809
foram para zona rural e dedicaram-se à criação de gado e Para facilitar a administração, a aplicação da justiça e,
agricultura, produzindo apenas algum excedente para aquisição de principalmente, incentivar o povoamento e o desenvolvimento da
gêneros essenciais (PALACIN). navegação dos rios Tocantins e Araguaia, o Alvará de 18 de março
Toda a capitania entrou num processo de estagnação de 1809 dividiu a Capitania de Goiás em duas comarcas (regiões):
econômica. No norte, o quadro de abandono, despovoamento, a Comarca do Sul e a Comarca do Norte. Esta recebeu o nome
pobreza e miséria foi descrito por muitos viajantes e autoridades de Comarca de São João das Duas Barras, assim como chamaria
que passaram pela região nas primeiras décadas do século XIX. a vila que, na confluência do Araguaia no Tocantins se mandaria
Saint-Hilaire, na divisa norte/sul da capitania, revelou: “à criar com este mesmo nome para ser sua sede. Para nela servir
exceção de uma casinha que me pareceu abandonada, não encontrei foi nomeado o desembargador Joaquim Theotônio Segurado como
durante todo o dia nenhuma propriedade, nenhum viajante, não vi seu ouvidor.
o menor trato de terra cultivada, nem mesmo um único boi”. A nova comarca compreendia os julgados de Porto Real,
Johann Emanuel Pohl, anos depois, passando pelo povoado Natividade, Conceição, Arraias, São Félix, Cavalcante, Traíras e
de Santa Rita constatou: “é um lugar muito pequeno, em visível Flores. O arraial do Carmo, que já tinha sido cabeça de julgado,
decadência (...). Por não haver negros, por falta de braços, as lavras perde essa condição que foi transferida para Porto Real, ponto que
de ouro estão inteiramente descuradas e abandonadas”. começava a prosperar com a navegação do Tocantins. Enquanto
O desembargador Theotônio Segurado, que mais tarde se não se fundava a vila de São João das Duas Barras, Natividade seria
tornaria ouvidor da Comarca do Norte, em relatório de 1806, a sede da ouvidoria. A função primeira de Theotônio Segurado era
deu conta das penúrias em que vivia a região em função tanto do designar o local onde deveria ser fundada essa vila.
abandono como da falta de meios para contrapor esse quadro: “A Alegando a distância e a descentralização em relação aos
capitania nada exportava; o seu comércio externo era absolutamente julgados mais povoados, o ouvidor e o povo do norte solicitaram
passivo: os gêneros da Europa, vindos em bestas do Rio ou Bahia a D. João autorização para a construção da sede da comarca em
pelo espaço de 300 léguas, chegavam caríssimos; os negociantes outro local. No lugar escolhido por Segurado, o alvará de 25 de
vendiam tudo fiado: daí a falta de pagamentos, daí as execuções, janeiro de 1814 autorizava a construção da sede na confluência
daí a total ruína da Capitania”. dos rios Palma e Paranã, a vila de Palma, hoje a cidade de Paranã.
Diante dessa situação, a Coroa Portuguesa tomou consciência A vila de São João das Duas Barras recebeu o título de vila, mas
de que só através do povoamento, da agricultura, da pecuária e do nunca chegou a ser construída. Theotônio Segurado, administrador
comércio com outras regiões que a capitania poderia retomar o da Comarca do Norte, muito trabalhou para o desenvolvimento
fluxo comercial de antes. Como saída para a crise voltaram-se as da navegação do Tocantins e o incremento do comércio com o
atenções para as possibilidades de ligação comercial com o litoral, Pará. Assumiu posição de liderança como grande defensor dos
através da capitania do Pará, pela navegação dos rios Tocantins e interesses regionais e, tão logo se mostrou oportuno, não hesitou
Araguaia (CAVALCANTE). em reivindicar legalmente a autonomia político-administrativa da
As picadas, os caminhos e a navegação pelos rios Tocantins e região.
Araguaia, todos interditados na época da mineração para conter o O 18 de março foi, oficialmente, considerado o Dia da
contrabando, foram liberados desde 1782. Como efeito imediato Autonomia pela lei 960 de 17 de março de 1998, por ser a data da
o norte começou a se relacionar com o Pará, ainda que de forma criação da Comarca do Norte, estabelecida como marco inicial da
precária e inexpressiva. luta pela emancipação do Estado.
Nas primeiras décadas do século XIX, o desembargador Movimento Separatista do Norte de Goiás - 1821 a 1824
Theotônio Segurado já apontava a navegação dos rios Tocantins e A Revolução do Porto no ano de 1820, em Portugal, exigindo
Araguaia como alternativa para o desenvolvimento da região através a recolonização do Brasil, mobilizou na colônia, especificamente
do estímulo à produção para um comércio mais vantajoso tanto no litoral, a elite intelectualizada em prol da emancipação do país.
no norte como em toda a Capitania, diferente do tradicionalmente Em Goiás, essas ideias liberais refletiram na tentativa de derrubar
realizado com a Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Com esse a própria personificação da dominação portuguesa: o capitão-
fim propôs a formação de companhias de comércio, o estímulo general Manoel Sampaio.
à agricultura, o povoamento das margens desses rios oferecendo Houve uma primeira investida nesse sentido em 1821, sob
isenção por dez anos do pagamento de dízimos aos que ali se a liderança do capitão Felipe Antônio Cardoso e do pe. Luiz
estabelecessem, e, aos comerciantes, concessão de privilégios na Bartolomeu Marques.
exportação para o Pará (CAVALCANTE).

Didatismo e Conhecimento 43
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Coube ao primeiro mobilizar os quartéis e ao segundo Ainda no Império, duas tentativas: a defesa de Visconde
conclamar o povo e lideranças para a preparação de um golpe de Taunay, na condição de deputado pela Província de Goiás,
que iria depor Sampaio. Contudo, houve uma denúncia sobre o propondo a separação do norte goiano para a criação da Província
golpe e, em seguida, foi ordenada a prisão dos principais líderes da Boa Vista do Tocantins, com a vila capital em Boa Vista
rebeldes. O pe. Marques conseguiu fugir e novamente articulou (Tocantinópolis), em 1863; e, de modo mais concreto, em 1889,
contra o capitão-general. Sampaio impôs sua autoridade e os com o projeto de Fausto de Souza para a redivisão do Império em
rebeldes foram expulsos da capital Vila Boa. Alguns vieram para o 40 províncias, constando a do Tocantins na região que compreendia
norte, como o capitão Cardoso, que teve ordem para se retirar para o norte goiano.
o distrito de Arraias, e o pe. José Cardoso de Mendonça, enviado Nas primeiras décadas da República o discurso separatista
para a aldeia de Formiga e Duro. sobreviveu na imprensa regional, principalmente de Porto Nacional
Mas os acontecimentos que ocorreram na capital não ficaram - maior centro econômico e político da época - em periódicos como
isolados. A ideia da nomeação de um governo provisório, depois de “Folha do Norte” e “Norte de Goiás”. A partir da década de 1930
fracassada na capital, foi aclamada no norte onde já havia anseios que o discurso retorna à esfera nacional.
separatistas. O desejo do padre Luiz Bartolomeu Marques não era Após a criação pela Constituição de 1937 dos territórios do
outro senão a independência do Brasil. E a deposição de Sampaio Amapá, Rio Branco, Guaporé - atual Rondônia - Itaguaçu e Ponta
seria apenas o primeiro passo. Para este fim contavam com o Porã (extintos pela Constituição de 1946), houve também quem
vigário de Cavalcante, Francisco Joaquim Coelho de Matos, que defendesse a criação do território do Tocantins.
cedeu a direção das coisas ao desembargador Joaquim Theotônio
Segurado. A criação do Estado do Tocantins - 1988
No dia 14 de setembro, um mês após a frustrada tentativa de O ano era 1987. As lideranças souberam aproveitar o momento
deposição de Sampaio, instalou-se o governo independencista oportuno para mobilizar a população em torno de um projeto de
do norte, com capital provisória em Cavalcante. O ouvidor da existência quase secular e pelo qual lutaram muitas gerações: a
Comarca do Norte, Theotônio Segurado, presidiu e estabeleceu autonomia política do norte goiano, já batizado Tocantins.
essa junta provisória até janeiro de 1822. No dia seguinte, o governo A Conorte apresentou à Assembleia Constituinte uma emenda
provisório da Comarca da Palma fez circular uma proclamação popular com cerca de 80 mil assinaturas como reforço à proposta
em que declarou-se separado do governo.(ALENCASTRE). As de criação do Estado. Foi criada a União Tocantinense, organização
justificativas para a separação do norte em relação ao centro-sul supra-partidária com o objetivo de conscientização política em toda
de Goiás eram, para Segurado, de natureza econômica, política, a região norte para lutar pelo Tocantins também através de emenda
administrativa e geográfica. popular. Com objetivo similar, nasceu o Comitê Pró-Criação do
A instalação de um governo independente - não necessariamente Estado do Tocantins, que conquistou importantes adesões para a
em relação à Coroa Portuguesa, mas sim ao governo do capitão- causa separatista. “O povo nortense quer o Estado do Tocantins. E
general da Comarca do Sul - parecia ser o único objetivo de o povo é o juiz supremo. Não há como contestá-lo”, reconhecia o
Theotônio Segurado. A sua posição não-independencista provocou governador de Goiás na época, Henrique Santilo. (SILVA)
a insatisfação de alguns dos seus correligionários políticos e a Em junho, o deputado Siqueira Campos, relator da Subcomissão
retirada de apoio à causa separatista. Em outubro de 1821, transfere dos Estados da Assembleia Nacional Constituinte, redige e entrega
a capital para Arraias provocando oposição e animosidade dos ao presidente da Assembleia, o deputado Ulisses Guimarães, a
representantes de Cavalcante. Com o seu afastamento em janeiro fusão de emendas criando o Estado do Tocantins que foi votada e
de 1822, quando partiu para Lisboa como deputado representante aprovada no mesmo dia.
de Goiás na Corte, agravou a crise interna. Pelo artigo 13 do Ato das Disposições Constitucionais
“A partir dessa data uma série de atritos parecem denunciar que Transitórias da Constituição, em 05 de outubro de 1988, nascia o
a junta havia ficado acéfala. Na ausência de Segurado, nenhuma Estado do Tocantins.
liderança capaz de impor-se com a autoridade representativa A eleição dos primeiros representantes tocantinenses foi
da maioria dos arraiais conseguiu se firmar. Pelo contrário, os realizada em 15 de novembro de 1988, pelo Tribunal Regional
interesses particulares dos líderes de Cavalcante, Palmas, Arraias Eleitoral de Goiás, junto com as eleições dos prefeitos municipais.
e Natividade se sobrepuseram à causa separatista regional” Além do governador e seu vice, foram escolhidos os senadores e
(CAVALCANTE). deputados federais e estaduais.
A cidade de Miracema do Norte, localizada na região central
Trajetória de luta pela criação do Tocantins do novo Estado, foi escolhida como capital provisória. No
No final do século XIX e no decorrer do século XX, a ideia de se dia 1º de janeiro de 1989 foi instalado o Estado do Tocantins e
criar o Tocantins, estado ou território, esteve inserida no contexto empossados o governador, José Wilson Siqueira Campos; seu vice,
das discussões apresentadas em torno da redivisão territorial do Darci Martins Coelho; os senadores Moisés Abrão Neto, Carlos
país, no plano nacional. Mas, a concretização desta ideia só veio Patrocínio e Antônio Luiz Maya; juntamente com oito deputados
com a Constituição de 1988 que criou o Estado do Tocantins pelo federais e 24 deputados estaduais.
desmembramento do estado de Goiás. Ato contínuo, o governador assinou decretos criando as
Secretarias de Estado e viabilizando o funcionamento dos
poderes Legislativo e Judiciário e dos Tribunais de Justiça e de
Contas. Foram nomeados o primeiro secretariado e os primeiros
desembargadores.

Didatismo e Conhecimento 44
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Também foi assinado decreto mudando o nome das cidades Governo de Tocantins
do novo Estado que tinham a identificação “do Norte” e passaram A Procuradoria Geral do Estado do Tocantins é instituição de
para “do Tocantins”. Foram alterados, por exemplo, os nomes natureza permanente, essencial à Justiça e à Administração Pública
de Miracema do Norte, Paraíso do Norte e Aurora do Norte Estadual, sendo a unidade de representação do Estado para fins
para Miracema do Tocantins, Paraíso do Tocantins e Aurora do judiciais e extrajudiciais, consultoria e assessoramento jurídicos
Tocantins. ao Chefe do Poder Executivo, estando diretamente subordinada
No dia 5 de outubro de 1989, foi promulgada a primeira a este.
Constituição do Estado, feita nos moldes da Constituição Federal. Constituem atribuições da Procuradoria Geral do Estado a
Foram criados mais 44 municípios além dos 79 já existentes. centralização das leis e decretos gerais vigentes de interesse do
Atualmente, o Estado possui 139 municípios. Estado do Tocantins, para efeitos de orientação e informação
Foi construída, no centro geográfico do Estado, numa área sistemática dos órgãos do Poder Executivo. Além disso, cabe
de 1.024 Km2 desmembrada do município de Porto Nacional, a também à PGE a orientação do pensamento jurídico do Poder
cidade de Palmas, para ser a sede do governo estadual. Em 1º de Executivo, mediante a fixação de jurisprudências, devidamente
janeiro de 1990, foi instalada a capital. atualizadas. 
A PGE tem como norte atender ao interesse público, zelar pelo
Governos cumprimento das normas jurídicas, das decisões judiciais e dos
Início Do pareceres por ela emitidos, de forma a resguardar o Estado e os
Nº Nome Fim Do Mandato Observação interesses dos órgãos da Administração Pública em consonância
Mandato
José
com a Constituição Federal e a legislação vigente.
Wilson 1 de Governador Além disso, a PGE é legitimada para a promoção da Ação
1 15 de março de 1991 Civil Pública, o exercício do controle da legalidade e moralidade
Siqueira janeiro de 1989 eleito
Campos dos atos do Poder Executivo, o exame das antepropostas e
Moisés
anteprojetos de leis, preposições de declaração de nulidade de atos
15 de Governador administrativos, quando solicitado pelo Chefe do Executivo.
2 Nogueira 1 de janeiro de 1995
março de 1991 eleito
Avelino
José
Divisão Política de Tocantins
Wilson 1 de Governador
3 4 de abril de 1998 Quando o Estado do Tocantins foi criado, havia apenas 60
Siqueira janeiro de 1995 eleito
Campos municípios. A seguir, ainda por Goiás, foram criados mais 19 novos
Raimundo
municípios, dois dos quais, Aliança do Tocantins e São Valério da
Nonato
Vice- Natividade, foram instalados a 1º de Janeiro de 1989. Os demais
4
Pires dos
4 de abril de 1998 1 de janeiro de 1999 governador 17 novos municípios tiveram suas eleições municipais realizadas a
Santos
eleito 16 de abril e foram instalados a 1º de Junho deste mesmo ano, com
José a posse dos primeiros Prefeitos e Vices e as respectivas Câmaras
Wilson 1 de Governador de Vereadores.
5
Siqueira janeiro de 1999
1 de janeiro de 2003
eleito Até 1º de Janeiro deste ano de 1990, o Estado do Tocantins
Campos contava com 80 Municípios. Com a fusão de Taquarussu do Porto
Marcelo com Palmas, Município criado pela Constituinte Estadual, reduziu-
de 1 de Governador se para 79 o número de Municípios no Estado.
6 1 de janeiro de 2007
Carvalho janeiro de 2003 eleito
Miranda Geografia de Tocantins
Marcelo
Governador O estado do Tocantins está situado na região Norte do Brasil. É
de 1 de 8 de
-
Carvalho janeiro de 2007 setembro de 2009
reeleito,
o mais novo dos 26 estados do país. Seus limites são os seguintes:
cassado
Miranda Goiás (Sul); Piauí (Leste); Maranhão (Nordeste); Bahia (Sudeste);
Carlos Governador Pará (Noroeste) e Mato Grosso (Sudoeste). A extensão territorial
7 Henrique
9 de
1 de janeiro de 2011 eleito do estado de Tocantins é de 277.620,9 km², divididos em 139
setembro de 2009
Amorim indiretamente municípios. A capital do estado é Palmas.
O relevo do Tocantins é predominantemente formado por
planícies, embora sejam encontradas planaltos e depressões,
principalmente na região sul do estado, com pouca variação de
José
altitude. A maior parte do estado não ultrapassa a altitude de 500
Wilson 1 de Governador metros, em relação ao nível do mar. O ponto mais elevado do
8
Siqueira janeiro de 2011
até atualidade
eleito estado tem 1340 metros de altitude, e fica na Serra das Traíras.
Campos A vegetação predominante no estado é o Cerrado  (cobre
90% do território), cujas principais características são os grandes
arbustos e as árvores esparsas, de galhos retorcidos e raízes
profundas.

Didatismo e Conhecimento 45
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
O restante do território é constituído pela floresta de transição Floresta Tropical – Características de regiões cuja temperatura
amazônica, ao norte do estado. Nas margens dos Rios Araguaia é permanentemente quente com chuvas superiores a um total de
e Tocantins são encontradas pequenos trechos de Mata Atlântica. 1500 mm anual. Apresenta muitas espécies vegetais de grande valor
Mais da metade do território é considerado área de preservação, econômico como as madeiras-de- lei, destacando-se o Mogno e o
comdestaque para a Ilha do Bananal (maior ilha fluvial do mundo) Pau-Brasil etc. As bordas litorâneas do vale do Tocantins, no norte
e para o Parque estadual do Cantão, no qual os ecossistemas do do Estado, notadamente Tocantinópolis e Babaçulândia, oferecem
Cerrado, o Pantaneiro e o Amazônico se encontram. uma grande riqueza vegetal – o babaçu. O estado ocupa o 3º lugar,
O clima no estado é tropical. A temperatura média é de 32°C no Brasil, em relação à sua produção.
no período de seca (de abril a setembro) e de 26°C no período Resultantes da interação entre altitudes, latitudes, relevo, solo,
de chuvas (de outubro a março). Na região norte do estado as hidrografia e o clima, o Estado pode ser dividido em três regiões
temperaturas médias são cerca de 3°C mais altas do que na região que são:
sul. 1ª Região Norte: de influência Amazônica, caracterizada pelas
O Tocantins é um dos estados de maior potencial hídrico do florestas fluviais.
país. Seus principais rios são o Araguaia e o Tocantins. AIlha do 2ª Região do Médio Araguaia: constituída, principalmente, pelo
Bananal fica no Rio Araguaia. Outros importantes rios da região complexo do Bananal – onde se encontram os cerrados associados
são: rio do Sono, rio das Balsas e rio Paraná. às matas de Galeria e à Floresta Estacional Semidecidual.
As principais cidades do estado, além da capital Palmas, 3ª Região Centro-Sul e Leste: onde predomina o cerrado com
São: Araguaína, Gurupi, Porto Nacional, Paraíso do Tocantins, algumas variações de Floresta Estacional Decidual nas fronteiras
Araguatins, Colinas do Tocantins, Miracema do Tocantins, de Bahia- Goiás.
Tocantinópolis e Guaraí. De maneira geral podemos afirmar que a cobertura vegetal
predominante no Tocantins é o cerrado, perfazendo um percentual
Aspectos Geográficos superior a 60%. O restante é composto por florestas esparsas que
podem ser identificadas, sobretudo, nas Bacias hídricas Tocantins-
A vegetação do Tocantins é bastante variada; apresenta Araguaia – Paranã e seus afluentes.
desde o campo cerrado, cerradão, campos limpos ou rupestres a Os recursos naturais de origem vegetal que merecem maior
floresta equatorial de transição, sob forma de “mata de galeria”, destaque no Tocantins são: o coco babaçu, o pequi e o buruti. O
extremamente variada. babaçu é rico em celulose e óleo, que, ao lado do pequi é aproveitado
A vegetação é o espelho do clima. Em área, o cerrado ocupa nos pratos típicos da região. O coco tem grande valor industrial,
o primeiro lugar no Estado do Tocantins. As árvores do cerrado pois serve para a fabricação de gorduras, sabões e sabonetes. A
estão adaptadas à escassez de água durante uma estação do ano. casca do coco serve como combustível e a palha do babaçu presta-
Caracterizam-se por uma vegetação campestre, com árvores e se para o fabrico de redes, cordas, cobertura de casas etc.
arbustos esparsos, útil à criação extensiva do gado, por ser uma Outra riqueza vegetal largamente explorada é a produção da
vegetação de campos naturais, em espécie vegetal dos diferentes madeira-de-lei.
tipos de Cerrado.
Cerrado – Árvores de pequeno porte, poucas folhagens, raízes Relevo
longas adequadas à procura de água no sub-solo, folhas pequenas O relevo do Estado do Tocantins é sóbrio. Pertence ao Planalto
duras e grossas, ciando grande parte na Estação seca. As espécies Central Brasileiro. Caracteriza-se, sobretudo, pelo solo sob
nativas mais comuns são: pau-terra, pau-santo, barbatimão, pequi, cerrados, predominando, na sua maioria, superfícies tabulares e
araticum e muricí. aplainadas, resultantes dos processos de pediplanação.
Campo Sujo – Uma divisão do cerrado, que apresenta árvores
bastante espaçadas uma das outras e, às vezes, em formação Há, no Estado, 4 regiões geográficas a saber:
compacta. Ex: lixeira, gramínea etc. 1ª Chapada da Bahia do Meio-Norte: fronteiras gerais Bahia-
Campo Limpo – Caracteriza-se por se constituir uma Maranhão – são chapadas com altitudes variadas de 300 a 600
formação tipicamente herbácea, com feição de estepes, quando metros, representadas pela Serra da Cangalha e Mangabeira no
isoladas; se em tubas deixam parcelas de terrenos descobertas, Município de Itacajá.
sob a forma de pradarias; quando é contínua, reveste densamente 2ª Chapada da Bacia de São Francisco: apresenta como divisor
o terreno. Está ligada à topografia e hidrografia, notando-se uma das águas das Bacias São Francisco/Tocantins, com altitude média
associação nos divisores de água, nas encostas das elevações onde de 900 metros. Características fisionômica: a Serra Geral de Goiás,
o lençol freático aflora, e, também, nas várzeas dos rios. Ex: Ilha a Leste do Estado.
do Bananal – onde se dá criação extensiva do gado no Estado. 3ª Planalto do Tocantins: com altitude médias de 700 metro.
Floresta Equatorial – Aparece de modo contínuo no norte do Os planaltos Cristalino e Pleneplanície do Araguaia se constituem
Estado, próximo ao paralelo 5º, e acompanha o curso dos rios, sob degraus intermediários, com altitudes médias entre 1.000 a 300
forma de “mata de galeria”. Essa formação em área de temperatura metros.
quente e pluviosidade elevada propicia o aparecimento de uma 4ª Peneplanície do Araguaia: constituída por um peneplano de
forma densa bastante estratificada, composta de espécies variadas colinas suaves com altitudes de 300 metros a 400 metros, ao longo
dos vales dos rios Araguaia e das Mortes.
O Estado, num todo, é caracterizado por variadas gamas de
rochas ígneas e metamórficas do complexo cristalino e unidades
sedimentares de diversas idades.

Didatismo e Conhecimento 46
ATUALIDADES E CONHECIMENTOS REGIONAIS
Clima
No Estado do Tocantins, o clima predominante é Tropical
caracterizado por uma estação chuvosa (de outubro a abril) e outra
seca (de maio a setembro). É condicionado fundamentalmente pela
sua ampla extensão latitudinal e pelo relevo de altitude gradual
e crescente de norte a sul, que variam desde as grande planícies
fluviais até as plataformas e cabeceiras elevadas entre 200 a 600
metros, especialmente pelo relevo mais acidentado, acima de 600
metros de altitude Sul.
Há uma certa homogeneidade climática no Tocantins . Porém,
por sua grande extensão de contorno vertical definem-se duas
áreas climáticas distintas a saber.
1ª Ao Norte do paralelo 6ºS, onde o relevo é suavemente
ondulado, coberto pela Floresta Fluvial Amazônica, o clima é
úmido, segundo Kopper, sem inverno seco. Com temperaturas
médias anuais variando entre 24º-C e 28º, as máximas ocorrem em
agosto/setembro com 38º-C e a média mínima mensal em julho,
com 22º C, sendo que a temperatura média anual é de 26º C. Em
geral as precipitações pluviômetricas são variáveis entre 1.500 a
2.100 mm, com chuvas de novembro a março.
2ª Ao Sul do paralelo 6º S, onde o clima predominante é
subúmido ou (estacionalmente) seco, os meses chuvosos e os
secos se equilibram e as temperaturas médias anuais diminuem
lentamente, à medida que se eleva a altitude. As máximas
coincidem com o rigor das secas em setembro/outubro com ar
seco e enfumaçado das queimadas de pastos e cerrados. Assim, a
temperatura compensada no extremo sul, varia de 22º C e 23º C, no
centro varia de 24º C a 25º C e no norte, de 26ºC a 27ºC. As chuvas
ocorrem de outubro a abril.

Hidrografia
A hidrografia do Estado do Tocantins é delimitada a Oeste pelo
Rio Araguaia, a leste pelo Rio Tocantins. Ambos correm de sul
para norte e se unem no setentrião do Estado banhando boa parte
do torrão tocantinense.
O PRODIAT, Projeto de Desenvolvimento Integrado da Bacia
do Araguaia/Tocantins, dividiu a hidrografia do Estado em duas
sub-bacias a saber:
1ª Sub-bacia do Rio Araguaia: formada pelo Rio Araguaia e
seus afluentes, tendo um terço de seu volume no Estado.
2ª Sub-bacia do Rio Tocantins: formada pelo Rio Tocantins
e seus afluentes, ocupando dois terços de seu volume
aproximadamente no Estado.
O Rio Araguaia nasce nas vertentes da Serra do Caiapó e corre
de sul para norte, formando a maior ilha fluvial do mundo, a ilha
do Bananal e lança suas águas no Tocantins depois de percorrer
1.135 km engrossado por seus afluentes.
O Rio Tocantins, nasce na Lagoa Formosa em Goiás a mais de
1.000m de altitude. Ele forma-se depois de receber as águas dos
rios das Almas e Maranhão. Sendo um rio de planalto, lança suas
águas barrentas em plena baía de Guajará no Pará.
Concluindo, podemos afirmar que o regime hídrico das bacias
Araguaia/Tocantins é bem definido, apresentando um período
de estiagem que culmina em setembro/outubro e um período
de cheias culminando em fevereiro/abril. Há anos em que as
enchentes ocorrem mais cedo, no mês de dezembro, dependendo
da antecipação das chuvas nas cabeceiras. (MINTER).

Didatismo e Conhecimento 47
NOÇÕES DE DIREITO
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
DIREITO CONSTITUCIONAL: DOS PRIN- ções internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
CÍPIOS FUNDAMENTAIS; DIREITOS E
II - prevalência dos direitos humanos;
DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS; III - autodeterminação dos povos;
GARANTIAS DOS DIREITOS INDIVIDUAIS, IV - não-intervenção;
COLETIVOS, SOCIAIS E POLÍTICOS; DA V - igualdade entre os Estados;
NACIONALIDADE; PARTIDOS POLÍTICOS; VI - defesa da paz;
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; DEFESA VII - solução pacífica dos conflitos;
DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMO- VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
CRÁTICAS: SEGURANÇA PÚBLICA; OR- IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
GANIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA; dade;
ORDEM SOCIAL. NORMAS DA CONSTITUI- X - concessão de asilo político.
ÇÃO DO ESTADO DO TOCANTINS PERTI- Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará
a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
NENTES AOS MILITARES DO ESTADO, ÀS
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-a-
POLICIAS ESTADUAIS E À SEGURANÇA mericana de nações.
PÚBLICA EM GERAL. 1 Direitos e deveres individuais e coletivos. Convém repro-
duzir o art. 5º, da Constituição Federal, para facilitar o estudo:

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem- CAPÍTULO I
bléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, E COLETIVOS
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igual-
dade e a justiça como valores supremos de uma sociedade frater- Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
na, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re-
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
DO BRASIL. termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
TÍTULO I coisa senão em virtude de lei;
Dos Princípios Fundamentais III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu-
mano ou degradante;
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, cons- anonimato;  
titui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamen- V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
tos: além da indenização por dano material, moral ou à imagem; 
I - a soberania; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
II - a cidadania assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
III - a dignidade da pessoa humana; forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;  
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistên-
V - o pluralismo político. cia religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;  
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos des- religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar
ta Constituição. para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cien-
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fe- tífica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
derativa do Brasil: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
II - garantir o desenvolvimento nacional; material ou moral decorrente de sua violação;   
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi- XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela po-
gualdades sociais e regionais; dendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. dia, por determinação judicial;  

Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES DE DIREITO
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica- XXX - é garantido o direito de herança;
ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos
a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
processual penal;   pessoal do “de cujus”;
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou pro- XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
fissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabele- consumidor;
cer;    XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos in-
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar- formações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;   geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de respon-
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per- segurança da sociedade e do Estado;
manecer ou dele sair com seus bens; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pa-
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em gamento de taxas:
locais abertos ao público, independentemente de autorização, des- a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de di-
de que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para reitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defe-
competente; sa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, ve- XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
dada a de caráter paramilitar; lesão ou ameaça a direito;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coo- XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurí-
perativas independem de autorização, sendo vedada a interferência dico perfeito e a coisa julgada;
estatal em seu funcionamento; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissol- XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organi-
vidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigin- zação que lhe der a lei, assegurados:
do-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; a) a plenitude de defesa;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a per- b) o sigilo das votações;
manecer associado; c) a soberania dos veredictos;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto- d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou a vida;
extrajudicialmente; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
XXII - é garantido o direito de propriedade; sem prévia cominação legal;
 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos di-
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me- reitos e liberdades fundamentais;
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e im-
previstos nesta Constituição; prescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
 XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com-  XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entor-
prietário indenização ulterior, se houver dano; pecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para que, podendo evitá-los, se omitirem;
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, e o Estado Democrático;
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei- XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
ros pelo tempo que a lei fixar; do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará,
desportivas; entre outras, as seguintes:
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das a) privação ou restrição da liberdade;
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos in- b) perda de bens;
térpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; c) multa;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais d) prestação social alternativa;
privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às e) suspensão ou interdição de direitos;
criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de em- XLVII - não haverá penas:
presas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse so- a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
cial e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; art. 84, XIX;

Didatismo e Conhecimento 2
NOÇÕES DE DIREITO
b) de caráter perpétuo; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger
c) de trabalhos forçados; direito líquido e certo, não amparado por habeas corpusou habeas
d) de banimento; data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
e) cruéis; autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, atribuições do Poder Público;
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física por:
e moral; a) partido político com representação no Congresso Nacional;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que pos- b) organização sindical, entidade de classe ou associação le-
sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta- galmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano,
ção; em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos di-
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e reitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
drogas afins, na forma da lei; nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime LXXII - conceder-se-á habeas data:
político ou de opinião; a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
autoridade competente; de entidades governamentais ou de caráter público;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
o devido processo legal; por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
meios ilícitos; autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em da sucumbência;
julgado de sentença penal condenatória; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gra-
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a iden- tuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
tificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;(Regula- LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
mento). assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na
se esta não for intentada no prazo legal; forma da lei:
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos proces- a) o registro civil de nascimento;
suais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigi- b) a certidão de óbito;
rem; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cida-
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competen- dania.
te, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são as-
militar, definidos em lei; segurados a razoável duração do processo e os meios que garantam
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitu-
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família cional nº 45, de 2004)
do preso ou à pessoa por ele indicada; § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamen-
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais tais têm aplicação imediata.
o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da fa- § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
mília e de advogado; excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela ado-
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federati-
por sua prisão ou por seu interrogatório policial; va do Brasil seja parte.
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela auto- § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
ridade judiciária; humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Na-
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando cional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluí-
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do respon- do pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)  (Atos aprovados
sável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação na forma deste parágrafo)
alimentícia e a do depositário infiel; § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter-
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém nacional a cuja criação tenha manifestado adesão.(Incluído pela
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Didatismo e Conhecimento 3
NOÇÕES DE DIREITO
1.1 Direito à vida. O art. 5º, caput, da Constituição Federal, Trata-se a liberdade, contudo, de direito amplíssimo, por
dispõe que o direito à vida é inviolável. Dividamos em subtópicos: compreender, dentre outros, a liberdade de opinião, a liberdade de
A) Acepções do direito à vida. São duas as acepções deste pensamento, a liberdade de locomoção, a liberdade de consciência
direito à vida, a saber, o direito de permanecer vivo (ex.: o Brasil e crença, a liberdade de reunião, a liberdade de associação, e a
veda a pena de morte, salvo em caso de guerra declarada pelo Pre- liberdade de expressão.
sidente da República em resposta à agressão estrangeira, conforme Dividamos em subtópicos:
o art. 5º, XLVII, “a” c.c. art. 84, XIX, CF), e o direito de viver com
dignidade (ex.: conforme o art. 5º, III, CF, ninguém será subme- A) Liberdade de consciência, de crença e de culto. O art. 5º,
tido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante) (ex. 2: VI, da Constituição Federal, prevê que é inviolável a liberdade de
consoante o art. 5º, XLV, CF, nenhuma pena passará da pessoa do consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
do perdimento de bens ser, nos termos de lei, estendidas aos suces- de culto e a suas liturgias. Ademais, o inciso VIII, do art. 5º, dispõe
sores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio que é assegurada, nos termos de lei, a prestação de assistência reli-
transferido) (ex. 3: são absolutamente vedadas neste ordenamento giosa nas entidades civis e militares de internação coletiva.
constitucional penas de caráter perpétuo, de banimento, cruéis, e Há se ressaltar, preliminarmente, que a “consciência” é mais
de trabalhos forçados) (ex. 4: a pena será cumprida em estabeleci- algo amplo que “crença”. A “crença” tem aspecto essencialmente
mentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o religioso, enquanto a “consciência” abrange até mesmo a ausência
sexo do apenado, conforme o inciso XLVIII, do art. 5º, CF) (ex. 5: de uma crença.
pelo art. 5º, XLIX, é assegurado aos presos o respeito à integridade Isto posto, o “culto” é a forma de exteriorização da crença.
física e moral); O culto se realiza em templos ou em locais públicos (desde que
atenda à ordem pública e não desrespeite terceiros).
B) Algumas questões práticas sobre o direito à vida. Como O Brasil não adota qualquer religião oficial, como a República
fica o caso das Testemunhas de Jeová, que não admitem receber Islâmica do Irã, p. ex. Em outros tempos, o Brasil já foi uma nação
transfusão de sangue? Como fica a questão do conflito entre o di- oficialmente católica. Com a Lei Fundamental de 1988, o seu art.
reito à vida e a liberdade religiosa? O entendimento prevalente é o 19 vedou o estabelecimento de religiões oficiais pelo Estado.
de que o direito à vida deve prevalecer sobre a liberdade religiosa. O que é a “escusa de consciência”? Está prevista no art. 5º,
E o caso da eutanásia/ortotanásia? São escassas as decisões VIII, da Constituição, segundo o qual ninguém será privado de
judiciais admitindo o “direito de morrer”, condicionando isso ao direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica
elevado grau de sofrimento de quem pede, bem como a impossibi- ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
lidade de recuperação deste. Há se lembrar que, tal como o direito todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa fixada
de permanecer vivo, o direito à vida também engloba o direito de em lei.
viver com dignidade, e conviver com o sofrimento físico é um Enfim, a escusa de consciência representa a possibilidade que
profundo golpe a esta dignidade do agente. a pessoa tem de alegar algum imperativo filosófico/religioso/polí-
E a legalização do aborto? Também há grande celeuma em tico para se eximir de alguma obrigação, cumprindo, em contra-
torno da questão. Quem se põe favoravelmente ao aborto o faz partida, uma prestação alternativa fixada em lei.
com base no direito à privacidade e à intimidade, de modo que não A prestação alternativa não tem qualquer cunho sancionatório.
caberia ao Estado obrigar uma pessoa a ter seu filho. Quem se põe É apenas uma forma de se respeitar a convicção de alguém.
de maneira contrária ao aborto, contudo, o faz com base na vida do E se não houver prestação alternativa fixada em lei, fica in-
feto que se está dando fim com o procedimento abortivo. viabilizada a escusa de consciência? Não, a possibilidade é ampla.
E a hipótese de fetos anencefálicos? O Supremo Tribunal Fe- Mesmo se a lei não existir, a pessoa poderá alegar o imperativo
deral decidiu, mui recentemente, pela possibilidade de extirpação de consciência, independentemente de qualquer contraprestação.
do feto anencefálico do ventre materno, sem que isso configure o E se a pessoa se recusa a cumprir, também, a prestação alter-
crime de aborto previsto no Código Penal. Isto posto, em enten- nativa? Ficará com seus direitos políticos suspensos (há quem diga
dendo que o feto anencefálico tem vida, agora são três as hipóteses que seja hipótese de perda dos direitos políticos, na verdade), por
de aborto: em caso de estupro, em caso de risco à vida da gestante, força do que prevê o art. 15, IV, da Constituição Federal.
e em caso de feto anencefálico. Por outro lado, em entendendo B) Liberdade de locomoção. Consoante o inciso XV, do art.
que o feto anencefálico não tem vida, não haverá crime de aborto 5º, da Lei Fundamental, é livre a locomoção no território nacional
por se tratar de crime impossível, afinal, para que haja o delito é em tempos de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos de lei
necessário que o feto esteja vivo. De toda maneira, qualquer que (essa lei é a de nº 6.815 - Estatuto do Estrangeiro), nele entrar,
seja o entendimento adotado, agora é possível tal hipótese, inde- permanecer ou dele sair com seus bens.
pendentemente de autorização judicial. Isso nada mais representa que a “liberdade de ir e vir”;

1.2 Direito à liberdade. O direito à liberdade, consagrado no


caput do art. 5º, CF, é genericamente previsto no segundo inciso
do mesmo artigo, quando se afirma que ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Tal
dispositivo representa a consagração da autonomia privada.

Didatismo e Conhecimento 4
NOÇÕES DE DIREITO
C) Liberdade da manifestação do pensamento. Conforme o Já pelo art. 5º, XVII, CF, é plena a liberdade de associação
art. 5º, IV, da Constituição pátria, é livre a manifestação do pensa- para fins lícitos, sendo vedado que associações tenham caráter pa-
mento, sendo vedado o anonimato. Por outro lado, o inciso subse- ramilitar. Eis a liberdade de associação.
quente a este assegura o direito de resposta, proporcional ao agra- O que diferencia a “reunião” da “associação”, basicamente, é
vo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem. o espaço temporal em que existem. As reuniões são temporárias,
Veja-se, pois, que a Constituição protege a “manifestação” do para fins específicos (ex.: protesto contra a legalização das drogas).
pensamento, isto é, sua exteriorização, já que o “pensamento em Já as associações são permanentes, ou, ao menos, duram por mais
si” já é livre por sua própria natureza de atributo inerente ao ho- tempo que as reuniões (ex.: associação dos plantadores de tomate).
mem. Ademais, a criação de associações independe de lei, sendo ve-
Ademais, a vedação ao anonimato existe justamente para per- dada a interferência estatal em seu funcionamento (art. 5º, XVIII,
mitir a responsabilização quando houver uma manifestação abusi- CF). As associações poderão ter suas atividades suspensas (para
va do pensamento; isso não se exige decisão judicial transitada em julgado), ou pode-
D) Liberdade de profissão. É livre o exercício de qualquer tra- rão ser dissolvidas (para isso se exige decisão judicial transitada
balho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais em julgado) (art. 5º, XIX, CF). Ninguém poderá ser compelido
que a lei estabelecer (art. 5º, XIII, CF). a associar-se ou manter-se associado, contudo (art. 5º, XX, CF).
Trata-se de norma constitucional de eficácia contida, seguindo Também, o art. 5º, XXI, da CF, estabelece a possibilidade de
a tradicional classificação de José Afonso da Silva, pois o exer- representação processual dos associados pelas entidades associati-
cício de qualquer trabalho é livre embora a lei possa estabelecer vas. Trata-se de verdadeira representação processual (não é substi-
restrições. É o caso do exercício da advocacia, p. ex., condicionado tuição), que depende de autorização expressão dos associados nes-
à prévia composição dos quadros da Ordem dos Advogados do se sentido, que pode ser dada em assembleia ou mediante previsão
Brasil por meio de exame de admissão. genérica no Estatuto.
Tal liberdade representa tanto o exercício de qualquer profis-
são como a escolha de qualquer profissão; 1.3 Direito à igualdade. Um dos mais importantes direitos
E) Liberdade de expressão. Trata-se de liberdade amplíssima. fundamentais, convém dividi-lo em subtópicos para melhor aná-
Conforme o nono inciso, do art. 5º, da Lei Fundamental, é livre a lise:
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comu- A) Igualdade formal e material. A igualdade deve ser anali-
nicação, independentemente de censura ou licença. sada tanto em seu prisma formal, como em seu enfoque material.
Tal dispositivo é a consagração do direito à manifestação do Sob enfoque formal, a igualdade consiste em tratar a todos
pensamento, ao estabelecer meios que deem efetividade a tal direi- igualmente (ex.: para os maiores de dezesseis anos e menores de
to, afinal, o rol exemplificativo de meios de expressão previstos no dezoito anos, o voto é facultativo. Todos que se situam nesta faixa
mencionado inciso trata das atividades intelectuais, melhor com- etária têm o direito ao voto, embora ele seja facultativo).
preendidas como o direito à elaboração de raciocínios independen- Ademais, neste enfoque formal, a igualdade pode ser na lei
tes de modelos preexistentes, impostos ou negativamente dogmati- (normas jurídicas não podem fazer distinções que não sejam auto-
zados; das atividades artísticas, que representam o incentivo à cena rizadas pela Constituição), bem como perante a lei (a lei deve ser
cultural, sem que músicas, livros, obras de arte e espetáculos tea- aplicada igualmente a todos, mesmo que isso crie desigualdade).
trais, por exemplo, sejam objeto de censura prévia, como houve no Já sob enfoque material, a igualdade consiste em tratar de for-
passado recente do país; das atividades científicas, aqui entendidas ma desigual os desiguais (ex.: o voto é facultativo para os analfa-
como o direito à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico; e da betos. Todavia, os analfabetos não podem ser votados. A alfabe-
comunicação, termo abrangente, se considerada a imprensa, a tele- tização é uma condição de elegibilidade. Significa que, se o indi-
visão, o rádio, a telefonia, a internet, a transferência de dados etc.; víduo souber ler e escrever, poderá ser votado. Se não, há óbice
F) Liberdade de informação. É assegurado a todos o acesso à constitucional a que ocupe cargo eletivo);
informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao B) Igualdade de gênero. A CF é expressa, em seu art. 5º, I:
exercício profissional (art. 5º, XIV, CF). homens e mulheres são iguais nos termos da Constituição Federal.
Tal liberdade engloba tanto o direito de informar (prerrogativa Isso significa que a CF pode fixar distinções, como o faz quan-
de transmitir informações pelos meios de comunicação), como o to aos requisitos para aposentadoria, quanto à licença-gestante, e
direito de ser informado. quanto ao serviço militar obrigatório apenas para os indivíduos do
Vale lembrar, inclusive, que conforme o art. 5º, XXXIII, da sexo masculino, p. ex. Quanto à legislação infraconstitucional, é
Constituição, todos têm direito a receber dos órgãos públicos in- possível fixar distinções, desde que isso seja feito em consonân-
formações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou cia com a Constituição Federal, isto é, sem excedê-la ou lhe for
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de respon- insuficiente;
sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado; 1.4 Direito à segurança. A segurança é tratada tanto no caput
G) Liberdade de reunião e de associação. Pelo art. 5º, XVI, do art. 5º, como no caput do art. 6º, ambos da Constituição Federal.
CF, todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais No caput do art. 6º, se refere à segurança pública, que será
abertos ao público, independentemente de autorização, desde que estudada quando da análise dos direitos sociais. A segurança a que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mes- se refere o caput do art. 5º é a segurança jurídica, que impõe aos
mo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade compe- Poderes públicos o respeito à estabilidade das relações jurídicas já
tente. Eis a liberdade de reunião. constituídas.

Didatismo e Conhecimento 5
NOÇÕES DE DIREITO
Engloba-se, pois, o direito adquirido (o direito já se incorpo- Se em razão de interesse social, exige-se indenização em di-
rou a seu titular), o ato jurídico perfeito (há se preservar a mani- nheiro justa e prévia, como regra geral.
festação de vontade de quem editou algum ato, desde que ele não E, nos casos de necessidade e utilidade pública, o particular
atente contra a lei, a moral e os bons costumes), e a coisa julgada (é não tem culpa alguma. Trata-se, meramente, de situação de pre-
a imutabilidade de uma decisão que impede que a mesma questão valência do interesse público sobre o interesse privado. A inde-
seja debatida pela via processual novamente), consagrados todos nização, como regra geral, também deve ser prévia, justa, e em
no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal. dinheiro.
Ainda, no caso de desapropriação por interesse social, pode
1.5 Direito de propriedade. Conforme o art. 5º, caput e inciso ocorrer a chamada “desapropriação sanção”, pelo desatendimento
XXII, da Constituição Federal, é assegurado o direito de proprie- da função social da propriedade. Nesse caso, diante da “culpa”
dade. Há limitações, contudo, a tal direito, como a função social da do proprietário, a indenização será prévia, justa, porém não será
propriedade. Para melhor compreender tal instituto fundamental, em dinheiro, mas sim em títulos públicos. Com efeito, são duas
pois, há se dividi-lo em temas específicos: as hipóteses de desapropriação-sanção: desapropriação-sanção de
A) Função social da propriedade. A função social, consa- imóvel urbano, prevista no art. 182, §4º, III, CF (o pagamento é
grada no art. 5º, XXIII, CF, não é apenas um limite ao direito de feito em títulos da dívida pública, com prazo de resgate de até dez
propriedade, mas, sim, faz parte da própria estrutura deste direito. anos); desapropriação-sanção de imóvel rural, prevista no art. 184,
“Trocando em miúdos”, só há direito de propriedade se atendida CF (ela é feita para fins de reforma agrária, e o pagamento é feito
sua função social (há, minoritariamente, quem pense o contrário). em títulos da dívida agrária, com prazo de resgate de até vinte
Aliás, é esta função social da propriedade que assegura que a anos, contados a partir do segundo ano de sua emissão);
pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que tra- E) Confisco da propriedade. O confisco está previsto no art.
balhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento 243 da CF. Também é hipótese de transferência compulsória da
de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei propriedade, como a desapropriação. Mas, dela se distingue por-
sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento (art. 5º, XXVI, que no confisco não há pagamento de qualquer indenização.
CF); Isto posto, são duas as hipóteses de confisco: as glebas de
B) Inviolabilidade do domicílio. A Constituição Federal asse- qualquer região do país onde forem localizadas culturas ilegais de
gura, em seu art. 5º, XI, que a casa é asilo inviolável do indivíduo, plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especifi-
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, camente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar so- produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indeniza-
corro, ou, durante o dia, por determinação judicial. ção ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em
Veja-se que, em caso de flagrante delito, para prestar socorro, lei (art. 243, caput, CF); bem como todo e qualquer bem de valor
ou evitar desastre, na casa se pode entrar a qualquer hora do dia. econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entor-
Se houver necessidade de determinação judicial, a entrada na re- pecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de
sidência, salvo consentimento do morador, somente pode ser feita instituições e pessoal especializado no tratamento e recuperação
durante o dia; de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscali-
C) Requisição da propriedade. A Constituição Federal prevê zação, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas
duas hipóteses de requisição: no caso de iminente perigo público, a substâncias (art. 243, parágrafo único, CF);
autoridade competente poderá usar de propriedade particular, asse- F) Usucapião da propriedade (aquelas previstas na Constitui-
gurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano (art. 5º, ção). Há duas previsões constitucionais acerca de usucapião, em
XXV, CF); e no caso de vigência de estado de sítio, decretado em que o prazo para aquisição da propriedade é reduzido: usucapião
caso de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de urbano (aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos
fatos que comprovem a ineficácia da medida tomada durante o es- e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente
tado de defesa, é possível a requisição de bens (art. 139, VII, CF). e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
Na requisição civil não há transferência de propriedade. Há adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
apenas uso ou ocupação temporários da propriedade particular. imóvel urbano ou rural, conforme o art. 183, caput, da CF); e usu-
Trata-se de ocupação emergencial, de modo que só caberá indeni- capião rural (aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural
zação posterior, e, ainda, se houver dano. ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem
A requisição militar também é emergencial. Também só have- oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta
rá indenização posterior, diante de dano; hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família,
D) Desapropriação da propriedade. Prevista no art. 5º, XXIV, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade, consoante o
da CF, é cabível em três casos: necessidade pública; utilidade pú- art. 191, caput, da CF).
blica; e interesse social. Não custa chamar a atenção, veja-se, que as hipóteses consti-
Na desapropriação, dá-se retirada compulsória da propriedade tucionais também exigem os requisitos tradicionais da usucapião,
do particular. a saber, a posse mansa e pacífica, a posse ininterrupta, e a posse
não-precária.
Não custa lembrar, por fim, que imóveis públicos não podem
ser adquiridos por usucapião;

Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES DE DIREITO
1.6 Direito à privacidade. Para o estudo do Direito Constitu- D) Legitimidade ativa. É amplíssima. Qualquer pessoa pode
cional, a privacidade é o gênero, do qual são espécies a intimidade, manejá-lo, em próprio nome ou de terceiro, assim como o Minis-
a honra, a vida privada e a imagem. Neste sentido, o inciso X, do tério Público. A pessoa que o maneja é chamada “impetrante”, en-
art. 5º, da Constituição, prevê que são invioláveis a intimidade, a quanto que a pessoa que dele se beneficia é chamada “paciente”
vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direi- (desta maneira, é perfeitamente possível que impetrante e paciente
to à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua sejam a mesma pessoa).
violação: A importância deste “writ” é tão grande que, nos termos do
A) Intimidade, vida privada e publicidade (imagem). Pela segundo parágrafo, do art. 654, do Código de Processo Penal, os
“Teoria das Esferas”, importada do direito alemão, quanto mais juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício o re-
próxima do indivíduo, maior a proteção a ser conferida à esfera médio quando, no curso do processo, verificarem que alguém sofre
(as esferas são representadas pela intimidade, pela vida privada, e ou está na iminência de sofrer coação ilegal;
pela publicidade). E) Legitimidade passiva. Pode ser tanto um agente público
Desta maneira, a intimidade merece maior proteção. São (autoridade policial ou autoridade judicial, p. ex.) como um agente
questões de foro personalíssimo de seu detentor, não competindo a particular (diretor de uma clínica de psiquiatria, p. ex.).
terceiros invadir este universo íntimo. F) Hipóteses de coação ilegal. A coação será considerada ile-
Já a vida privada merece proteção intermediária. São questões gal, nos moldes do art. 648, CPP, quando não houver justa causa
que apenas dizem respeito a seu detentor, desde que realizadas em para tal; quando alguém estiver preso por mais tempo do que de-
ambiente íntimo. Se momentos da vida privada são expostos ao termina a lei; quando quem tiver ordenado a coação não tiver com-
público, pouco pode fazer a proteção legal que não resguardar a petência para fazê-lo; quando houver cessado o motivo que autori-
honra e a imagem do indivíduo. zou a coação; quando não for alguém admitido a prestar fiança nos
Por fim, na publicidade a proteção é mínima. Compete à pro- casos em que a lei autoriza; quando o processo for manifestamente
teção legal apenas resguardar a honra do indivíduo, já que o ato é nulo; ou quando extinta a punibilidade.
público; Vale lembrar, por outro lado, que o segundo parágrafo, do art.
B) Honra. O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atri- 142, da Constituição, veda tal remédio constitucional em relação a
butos pertinentes à reputação do cidadão sujeito de direitos. Exata- punições disciplinares militares;
mente por isso o Código Penal prevê os chamados “crimes contra G) Competência para apreciação. A competência é determi-
a honra”. nada de acordo com a autoridade coatora. Assim, se esta for um
Delegado de Polícia, o “writ” será endereçado ao juiz de primeiro
1.7 Habeas corpus. Vejamos: grau; se for o juiz de primeira instância, endereça-se ao tribunal
A) Surgimento. A Magna Carta inglesa, de 1215, foi o primei- a que é vinculado; se for o promotor de justiça, para um primeiro
ro documento a prevê-lo, enquanto o “Habeas Corpus Act”, de entendimento endereça-se ao juiz de primeira instância e para um
1679, procedimentalizou-o pela primeira vez. No Brasil, o Código segundo entendimento endereça-se ao tribunal respectivo equipa-
de Processo Penal do Império, de 1832, trouxe-o para este orde- rando, pois, a autoridade ministerial ao magistrado de primeiro
namento, enquanto a primeira Constituição Republicana, de 1891, grau; se a autoridade coatora for o juiz do JECRIM, competente
foi a primeira Lei Fundamental pátria a consagrar o instituto (é da para apreciar o remédio será a turma recursal.
época da Lei Fundamental a chamada “Doutrina Brasileira do Ha- Vale lembrar, ainda, que o STF (arts. 102, I, “d”, “i” e 102, II,
beas Corpus”, que maximizava o instituto a habilitava-o a proteger “a”, CF) e o STJ (arts. 105, I, “c” e 105, II, “a”, CF) também têm
qualquer direito, inclusive aqueles que hoje são buscados pela via competência para apreciar habeas corpus.
do Mandado de Segurança). Hoje, a previsão constitucional do ha- H) Procedimento. O procedimento está previsto no Código de
beas corpus está no art. 5º, LXVIII, da Constituição da República; Processo Penal, entre seus arts. 647 e 667;
B) Natureza jurídica. Trata-se de ação constitucional (e não I) Algumas considerações finais. Pela Súmula nº 695, do Su-
de “recurso processual penal”, veja-se) de natureza tipicamente premo Tribunal Federal, não cabe HC quando já extinta a pena
penal que almeja a proteção das liberdades individuais de loco- privativa de liberdade.
moção quando esta se encontra indevidamente violada ou em vias Pela Súmula nº 693, STF, não cabe habeas corpus contra deci-
de violação. são condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso
Vale lembrar que, apesar de ser uma ação tipicamente penal, por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
não há qualquer óbice a que se utilize o habeas corpus em outras Pela Súmula nº 690, STF, compete ao Supremo o julgamento
searas como a cível, num caso de indevida privação de liberdade de habeas corpus contra decisão de turma recursal dos juizados
por dívida de alimentos, p. ex., ou na trabalhista, caso alguém seja especiais criminais.
indevidamente impedido de exercer seu labor, noutro exemplo; Por fim, pela Súmula nº 694, do Supremo, não cabe tal “writ”
C) Espécies. O habeas corpus pode ser preventivo (quando contra a imposição de pena de exclusão de militar ou de perda de
houver mera ameaça de violação ao direito de ir e vir, caso em que patente ou de função pública.
se obterá um “salvo-conduto”), ou repressivo (quando ameaça já
tiver se materializado);

Didatismo e Conhecimento 7
NOÇÕES DE DIREITO
1.8 Mandado de segurança (individual e coletivo). Veja- C) Legitimidade ativa. Toda e qualquer pessoa, nacional ou
mos: estrangeira, física ou jurídica, capaz ou incapaz, que titularize di-
A) Surgimento. Trata-se de remédio trazido ao Brasil (há reito fundamental não materializável por omissão legislativa do
quem defenda, prevalentemente, que o instituto seja criação ge- Poder público;
nuinamente brasileira) pela Lei Fundamental de 1934, e, desde D) Legitimidade passiva. Pertence à autoridade ou órgão res-
então, a única Constituição que não o previu foi a de 1937. Hoje, ponsável pela expedição da norma regulamentadora;
o mandado de segurança individual está constitucionalmente dis- E) Competência. No tocante ao órgão competente para jul-
ciplinado no art. 5º, LXIX, e o mandado de segurança coletivo no gamento, o tal “writ” apresenta competência “móvel”, de acordo
art. 5º, LXX, todos da Lei Maior pátria; com a condição e vinculação do impetrado. Assim, tal incumbên-
B) Natureza jurídica. Trata-se de ação constitucional, de rito cia caberá ao Supremo Tribunal Federal, quando a elaboração de
sumário e especial, destinada à proteção de direito líquido e cer- norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República,
to de pessoa física ou jurídica não amparado por habeas corpus do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Fe-
ou habeas data (com isso já se denota a natureza subsidiária do deral, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de
“writ”: ele somente é cabível caso não seja hipótese de habeas Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio
corpus ou habeas data). Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “q”, CF); ao Superior Tri-
Ademais, apesar de ser mais comum sua utilização no âmbito bunal de Justiça, quando a elaboração da norma regulamentadora
cível, óbice não deve haver a sua utilização nas searas das justiças for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da admi-
criminal e especializada; nistração direta ou indireta, excetuados os casos da competência
C) Espécies. O “writ” pode ser preventivo (quando se estiver do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da
na iminência de violação a direito líquido e certo), ou repressivo Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal (art.
(quando já consumado o abuso/ilegalidade); 105, I, “h”, CF); ao Tribunal Superior Eleitoral, quando as deci-
D) Legitimidade ativa. Deve ser a mais ampla possível, sões dos Tribunais Regionais Eleitorais denegarem habeas corpus,
abrangendo não só a pessoa física como a jurídica, nacional ou mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção (art.
estrangeira, residente ou não no Brasil, bem como órgãos públicos 121, §4º, V, CF); e aos Tribunais de Justiça Estaduais, frente aos
despersonalizados e universalidades reconhecidas por lei (espólio, entes a ele vinculados;
condomínio, massa falida etc.). Vale lembrar que esta legitimidade F) Procedimento. Não há lei regulamentando o mandado de
pode ser ordinária (se postula-se direito próprio em nome próprio) injunção, se lhe aplicando, por analogia, a Lei nº 12.016/09, inclu-
ou extraordinária (postula-se em nome próprio direito alheio); sive no que atine ao mandado de injunção coletivo;
E) Legitimidade passiva. A autoridade coatora deve ser auto- G) Diferença do mandado de injunção para a ação direta de
ridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribui- inconstitucionalidade por omissão. O mandado de injunção é re-
ções do Poder Público; médio habilitado a socorrer o particular numa situação concreta,
F) Mandado de segurança coletivo. O mandado de segurança isto é, busca-se um pronunciamento apto a atender uma especifi-
coletivo poderá ser impetrado por partido político com representa- cidade. Já a ADO é instrumento adequado a atender o particular
ção no Congresso Nacional ou por organização sindical, entidade numa situação abstrata, sendo dotado, por conseguinte, de conteú-
de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamen- do e finalidade mais abrangente que seu antecessor em razão de
to há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus mem- seu raio de alcance. Em outras palavras, seria dizer que o mandado
bros ou associados; de injunção se baseia em um comando da emergência, e a ADI por
G) Competência. A competência se fixa de acordo com a au- omissão se baseia em um dispositivo de urgência.
toridade coatora. Assim, pode apreciar mandado de segurança um H) Efeitos da decisão concedida em sede de mandado de in-
juiz de primeiro grau, estadual ou federal; os Tribunais estaduais junção. Aqui há divergência na doutrina e na jurisprudência.
ou federais; o STF (arts. 102, I, “d” e 102, II, “a”, CF); e o STJ Para uma primeira corrente (“corrente não-concretista”),
(arts. 105, I, “b” e 105, II, “b”, CF); deve o Judiciário apenas cientificar o omisso em prol da edição
H) Procedimento. É regulado pela Lei nº 12.016/09, que revo- normativa necessária, dando à injunção concedida natureza decla-
gou a Lei anterior, de nº 1.533, que vigia desde 1951. ratória apenas. Este posicionamento imperou por muito tempo no
Supremo Tribunal Federal.
1.9 Mandado de injunção. Vejamos: Já um segundo entendimento, subdividindo-se, confere cará-
A) Surgimento. Prevalece que é uma criação genuinamente ter condenatório ou mandamental à ciência da mora, nos moldes
brasileira, tendo sido previsto por primeira vez na Carta Funda- de uma “obrigação de fazer” referida no art. 461 ou de uma “exe-
mental pátria de 1988. Institutos com nomes semelhantes podem cução contra a Fazenda Pública” referida nos arts. 730 e seguintes,
ser encontrados no direito anglo-saxão, embora, neste, sua fina- todos do Código de Processo Civil, ensejando a necessidade de
lidade é distinta daquela para a qual a Constituição brasileira o execução de sentença, própria no caso condenatório, ou imprópria
criou. Atualmente, o mandado de injunção está disciplinado no art. no caso mandamental. Há julgados esparsos no STF perfilhando-se
5º, LXXI, da Constituição Federal; aos posicionamentos condenatório e mandamental.
B) Natureza jurídica. Cuida-se de ação constitucional que Um terceiro entendimento (“corrente concretista individual
objetiva a regulamentação de normas constitucionais de eficácia intermediária”) entende que, constatada a mora legislativa, é o
limitada (omissas, portanto), assegurando, deste modo, o intento caso de assinalar um prazo razoável para a elaboração da norma
de aplicabilidade imediata previsto no parágrafo primeiro, do art. regulamentadora. Findo tal prazo e persistindo a omissão, é caso
5º, da Constituição Federal; de indenização por perdas e danos a ser buscada perante o Estado.

Didatismo e Conhecimento 8
NOÇÕES DE DIREITO
Por sua vez, uma quarta corrente (“corrente concretista indi- C) Requisitos para a propositura da ação popular. Há um
vidual pura”) acena pelo caráter constitutivo da injunção conce- requisito objetivo (o legitimado ativo deve ser cidadão) e outro
dida via pronunciamento judicial, mas que a criação normativa se subjetivo (a proteção do patrimônio público, da moralidade admi-
limita apenas aos litigantes. Assim, admite-se atividade legislativa nistrativa, do meio ambiente, do patrimônio histórico, e do patri-
do Judiciário, mas com alcance restrito às partes. Esse é o posi- mônio cultural);
cionamento atualmente prevalente no Guardião da Constituição D) Legitimidade ativa. Deve ser “cidadão”, isto é, aquele que
Federal. esteja no pleno gozo dos direitos políticos. Se está falando, pois,
Por fim, uma quinta corrente (“corrente concretista geral”) do cidadão-eleitor. Inclusive, o parágrafo terceiro, do art. 1º, da
entende, sim, ser constitutiva a natureza da injunção concedida, Lei nº 4.717/65, que regula a ação popular, dispõe que a prova da
tomando de um caso específico a inspiração necessária para a edi- cidadania para ingresso em juízo será feita com o título eleitoral ou
ção de uma norma geral e abstrata. Seria o exercício atípico de com o documento a que ele corresponda;
“atividade legislativa” do Judiciário. Consoante tal entendimento, E) Legitimidade passiva. Nos moldes do art. 6º, da Lei nº
o STF sanaria ele próprio a ausência de regulamentação a normas 4.717/65, sempre haverá um ente da Administração Pública, direta
constitucionais de eficácia e aplicabilidade limitada. ou indireta, ou então pessoa jurídica que de algum modo lide com
dinheiro público;
1.10 Habeas data. Vejamos: F) Competência. Será fixada de acordo com a origem do ato
A) Surgimento. A origem do habeas data está no direito nor- ou omissão a serem impugnados. Vale lembrar que, quanto ao pro-
teamericano, através do “Freedom of Information Act”, de 1974, cedimento, a Lei nº 4.717/65, que disciplina tal ação, afirma que
com a finalidade de possibilitar o acesso do particular aos dados segue-se o rito ordinário previsto no Código de Processo Civil,
ou às informações constantes de registros públicos ou particulares com algumas modificações.
permitidos ao público. No Brasil, a Constituição Federal de 1988
foi a primeira a trazê-lo, em seu art. 5º, LXXII; 1.12 Ação Civil Pública. Vejamos:
B) Natureza jurídica. Trata-se de ação constitucional, que ob- A) Cabimento. Conforme o art. 1º, da Lei nº 7.347/85, é ca-
jetiva assegurar o conhecimento de informações relativas à pes- bível ação civil pública em caso de danos patrimoniais e morais
soa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de causados ao meio ambiente (inciso I); ao consumidor (inciso II);
entidades governamentais de caráter público, bem como a retifi- a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
cação de dados, quando não se prefira fazê-lo por procedimento paisagístico (inciso III); a qualquer outro interesse difuso ou cole-
sigiloso, judicial ou administrativo; tivo (inciso IV); por infração da ordem econômica e da economia
C) Legitimidade ativa. Tal “writ” pode ser impetrado por pes- popular (inciso V); e à ordem urbanística (inciso VI);
soa física, brasileira ou estrangeira, ou por pessoa jurídica. Ain- B) Não cabimento. Segundo o art. 1º, parágrafo único, da
da, há quem defenda sua impetração por entes despersonalizados, LACP - Lei da Ação Civil Pública, não será cabível ação civil pú-
como a massa falida e o espólio; blica para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições
D) Legitimidade passiva. Figurarão no polo ativo entidades previdenciárias, FGTS ou outros fundos de natureza institucional
governamentais da Administração Pública Direta e Indireta nas cujos beneficiários podem ser individualmente determinados;
três esferas, bem como instituições, órgãos, entidades e pessoas C) Objeto. De acordo com o art. 3º, LACP, a ação civil pode-
jurídicas privadas prestadores de serviços de interesse público que rá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de
possuam dados relativos à pessoa do impetrante; obrigação de fazer ou não fazer;
E) Competência. A Constituição Federal prevê a competência D) Legitimidade ativa. Consoante o art. 5º, da LACP, tem le-
do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “d”), do Superior Tribu- gitimidade ativa tanto para a ação principal como para a cautelar
nal de Justiça (art. 105, I, “b”), dos Tribunais Regionais Federais o Ministério Público (inciso I); a Defensoria Pública (inciso II); a
(art. 108, I, “c”), bem como dos juízes federais (art. 109, VIII); União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (inciso III);
F) Procedimento. A disciplina do habeas data está prevista na a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia
Lei nº 9.507/97. mista (inciso IV); e a associação que, concomitantemente, esteja
constituída há pelo menos um ano nos termos da lei civil (inciso
1.11 Ação popular. Vejamos: V, alínea “a”) e inclua, entre suas finalidades institucionais, a pro-
A) Surgimento. Sua origem vem da época do Império Roma- teção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à
no, quando os cidadãos romanos dirigiam-se ao magistrado para livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico,
buscar a tutela de um bem, valor ou interesse que pertencesse à turístico e paisagístico (inciso V, alínea “b”);
coletividade. O primeiro texto legal sobre a ação popular surgiu na E) Legitimidade passiva. Não há, em regra, limitação quanto a
Bélgica, em 1836. quem deva figurar no polo passivo da ação civil pública.
No Brasil, a primeira Lei Fundamental pátria a disciplinar a
ação popular foi a de 1934. Suprimida na de 1937, mas restabe-
lecida na de 1946, tem estado presente em todas as Cartas desde
então. Na Constituição Federal de 1988, sua previsão se encontra
no art. 5º, LXXIII;
B) Natureza jurídica. Trata-se de ação constitucional, que
visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural;

Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES DE DIREITO
2 Direitos sociais. Convém reproduzir os dispositivos consti- XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo
tucionais pertinentes ao tema: no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
CAPÍTULO II normas de saúde, higiene e segurança;
DOS DIREITOS SOCIAIS XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, XXIV - aposentadoria;
o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ- XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-esco-
aos desamparados, na forma desta Constituição.   (Redação dada las; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de trabalho;
de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,
indenização compensatória, dentre outros direitos; quando incorrer em dolo ou culpa;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
III - fundo de garantia do tempo de serviço; trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha-
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa- contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional
mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, nº 28, de 25/05/2000)
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula- 28, de 25/05/2000)
ção para qualquer fim; b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do 28, de 25/05/2000)
trabalho; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de fun-
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em conven- ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
ção ou acordo coletivo; estado civil;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salá-
que percebem remuneração variável; rio e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração inte- XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico
gral ou no valor da aposentadoria; e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalu-
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua bre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de de-
retenção dolosa; zesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da em- XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com víncu-
presa, conforme definido em lei; lo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
XII - salário-família pago em razão do dependente do tra- Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado-
balhador de baixa renda nos termos da lei;  (Redação dada pela res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII,
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de tra-
coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943) balho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX,
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em tur- XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência so-
nos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; cial.   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013)
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do- Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado
mingos; o seguinte:
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mí- I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fun-
nimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. dação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente,
59 § 1º) vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na orga-
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, nização sindical;
um terço a mais do que o salário normal; II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical,
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do sa- em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou eco-
lário, com a duração de cento e vinte dias; nômica, na mesma base territorial, que será definida pelos traba-
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; lhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante área de um Município;
incentivos específicos, nos termos da lei;

Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES DE DIREITO
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses cole- 2.3 Direitos sociais em espécie. São os previstos no art. 6º, da
tivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais Constituição Federal, em rol não-exauriente:
ou administrativas; A) Direito social à educação. Possui o direito social à educa-
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratan- ção grande assunção de conteúdo auto-obrigacional pelo Estado,
do de categoria profissional, será descontada em folha, para cus- nos arts. 205 a 214 da Constituição.
teio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, Destes, o art. 205 afirma que a educação é “dever do Estado”,
independentemente da contribuição prevista em lei; o art. 206, I, preceitua que a “igualdade de condições para o acesso
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a e permanência na escola” é um dos princípios norteadores do tema,
sindicato; o art. 208, I, normatiza que o dever do Estado com a educação será
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negocia- efetivado mediante a garantia de “educação básica obrigatória e
ções coletivas de trabalho; gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade, assegurada sua
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas oferta gratuita para todos os que a ela não tiverem acesso na idade
organizações sindicais; própria”, e o inciso IV do mesmo dispositivo fala em “educação
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par- infantil em creche e pré-escola para crianças de até cinco anos de
tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação idade”. Ademais, os parágrafos primeiro e segundo do art. 208
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do cravam, respectivamente, que o “acesso ao ensino obrigatório e
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. gratuito é direito público subjetivo”, e que o “não oferecimento
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à or- do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular,
ganização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendi- importa responsabilidade da autoridade competente”. Por fim, o
das as condições que a lei estabelecer. art. 212 e seus parágrafos tratam da porcentagem de distribuição
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos tra- de tributos pelas pessoas da Administração Pública Direta entre si
balhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os e na educação propriamente.
interesses que devam por meio dele defender. Interessante notar, em primeira análise, que o Estado se exime
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e dis- da obrigatoriedade no fornecimento de educação superior, no art.
porá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comuni- 208, V, quando assegura, apenas, o “acesso” aos níveis mais eleva-
dade. dos de ensino, pesquisa e criação artística. Fica denotada ausência
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas de comprometimento orçamentário e infra-estrutural estatal com
da lei. um número suficiente de universidades/faculdades públicas aptas
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e em- a recepcionar o maciço contingente de alunos que saem da camada
pregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus inte- básica de ensino, sendo, pois, clarividente exemplo de aplicação
resses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão da reserva do possível dentro da Constituição. Aliás, vale lembrar,
e deliberação. foi esse o motivo - o direito à matrícula numa universidade pública
 Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é - que ensejou o desenvolvimento da “reserva” no direito alemão,
assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade com a diferença de que lá se trabalha com extensão territorial, po-
exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empre- pulacional e financeira muito diferente daqui. Enfim, “trocando
gadores. em miúdos”, tem-se que o Estado apenas assume compromisso
2.1 Finalidade dos direitos sociais. Os direitos sociais per- no acesso ao ensino superior, via meios de preparo e inclusão para
tencem à segunda geração/dimensão de direitos fundamentais, li- isso, mas não garante, em momento algum, a presença de todos
gando-se ao valor “igualdade”. que tiverem este almejo neste nível de capacitação.
Com efeito, o grande objetivo dos direitos sociais é concreti- Noutra consideração ainda sobre o inciso V, é preciso obser-
zar a igualdade material, através do reconhecimento da existência var que se utiliza a expressão “segundo a capacidade de cada um”,
de diferenças na condição econômico-financeira da população, o de forma que o critério para admissão em universidades/faculda-
que faz necessário uma atuação do Estado na busca deste substrato des públicas é, somente, pelo preparo intelectual do cidadão, a ser
da igualdade. Disso infere-se, pois, que a principal (mas não única) testado em avaliações com tal fito, como o vestibular e o exame
finalidade dos direitos sociais é proteger os marginalizados e/ou os nacional do ensino médio. Trata-se de método no qual, através de
hipossuficientes. filtragem darwinista social, se define aqueles que prosseguirão em
seu aprendizado, formando massa rara de portadores de diploma
2.2 Vedação ao retrocesso social. A vedação de retrocesso universitário.
social se refere à concretização infraconstitucional dos direitos so- Assim, o que se observa é que o Estado assume compromisso
ciais. Portanto, não se dirige ao Poder Constituinte, mas sim aos educacional com os brasileiros de até dezessete anos de idade, via
Poderes Públicos. educação infantil em creche e pré-escola até os cinco anos (art.
Com efeito, a concretização de um direito social deve ser con- 208, IV, CF), e via educação básica e obrigatória dos quatro até
siderada materialmente constitucional. Isto porque, ao efetivar um dezessete anos (art. 208, I). Afora esta faixa etária, somente terão
direito social por meio de legislação infraconstitucional, o conteú- acesso à educação básica aqueles que não a tiveram em seu devido
do dessa lei é constitucional e passa a ter esse “status”, o que im- tempo;
pede sua redução/extinção pelo Poder Público. Veja-se, pois, que B) Direito social à saúde. De maneira indúbia, é no direito
a partir do momento que se confere “status” constitucional a certa à saúde que se concentram as principais discussões recentes do
lei, veda-se a retirada dessa concretização. Direito Constitucional.

Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES DE DIREITO
Esse acirramento de ânimos no que diz respeito à saúde se dá incentivos específicos, nos termos da lei” (inciso XX), a “redução
tanto porque, de todos os direitos sociais, este é o que mais perto dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
está do direito fundamental individual à vida, do art. 5º, caput, higiene e segurança” (inciso XXII), a “proteção em face da auto-
da Constituição pátria, como porque são visíveis os avanços da mação, na forma da lei” (inciso XXVII), dentre outros.
medicina/indústria farmacêutica nos últimos tempos - embora não Em análise à gama de direitos atrelados ao trabalho, percebe-
sejam menos cristalinos os preços praticados no setor. É dizer: o se que se pode distribuí-los em blocos, de forma que a Constitui-
direito fundamental à saúde tem custo de individualização exacer- ção enfatiza o direito de trabalhar - isto é, o direito de não ficar
bado, se comparado com o anterior direito social à educação. desempregado, como quando assegura o mercado de trabalho da
Como se não bastasse, é ululante o caráter híbrido da saúde, mulher (art. 7º, XX), ou quando protege os trabalhadores contra a
em considerando seus enfoques positivo - o direito individual de automação (art. 7º, XXVII) -, o direito de trabalhar com dignida-
receber saúde -, e negativo - o dever do Estado de fornecer saúde. de - isto é, a preconização da necessidade de condições humanas
Tal direito está disciplinado na Lei Fundamental nos arts. 196 de trabalho, como quando prevê adicional de remuneração para
a 200, e, dentre estes, o art. 196 afirma ser a saúde “direito de todos atividades penosas, insalubres ou perigosas (art. 7º, XXIII) ou trata
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômi- da duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias
cas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao e quarenta e quatro horas semanais (art. 7º, XIII) -, bem como o
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promo- direito de perceber rendimentos pelo trabalho - isto é, a remune-
ção, proteção e recuperação”, e o art. 198, parágrafos primeiro a ração devida pelo labor, como quando trata do salário mínimo (art.
terceiro, tratam da distribuição de recursos para manutenção desta 7º, IV) ou do décimo terceiro salário (art. 7º, VIII);
garantia fundamental. E) Direito social à moradia. Tal direito não encontra regula-
Some-se a isso o fato do direito à saúde ser amplíssimo, bas- mentação no texto constitucional, tal como o direito social à ali-
tando para essa conclusão a análise superficial do rol de funções do mentação, já que a moradia só foi acrescida à Constituição Federal
Sistema Único de Saúde contido no art. 200 da Constituição, pelo no ano 2000, pela Emenda Constitucional nº 26.
qual, dentre outras, são atribuições do SUS a execução de ações A moradia é mais uma promessa feita pelo Estado de conceder
de vigilância sanitária e epidemiológica (inciso II), a ordenação da um lar a quem não o tenha, bem como de oferecer saneamento
formação de recursos humanos na área (inciso III), a participação básico àqueles que já tenham um lar, embora vivam em condições
da formulação da política e da execução das ações de saneamento insalubres.
básico (inciso IV), a colaboração na proteção do meio ambiente, A “tese do patrimônio mínimo”, ou a proteção do bem de fa-
nele comprometido o do trabalho (inciso VIII) etc. Outrossim, há mília são materializações do direito social à moradia;
ainda outra extensa gama de questões circundantes, como a deter- F) Direito social ao lazer. A Constituição não tem tópico es-
minação de internação de pacientes em unidades de terapia inten- pecífico destinado a explicar “o quê” é o direito social ao lazer, po-
siva, a insuficiência de leitos hospitalares comuns, o fornecimento dendo-se extraí-lo, sem pretensões exaurientes ao tema, da cultura
de medicamentos importados e de alto custo, o envio de pacientes (arts. 215 e 216) e do desporto (art. 217). Ademais, o lazer aparece
para tratamento no exterior etc.; como componente teleológico do salário mínimo, no art. 7º, IV, da
Lei Fundamental;
C) Direito social à alimentação. Há ausência de regulamenta-
ção deste direito no Texto Constitucional, tendo em vista sua inclu- G) Direito social à segurança. O art. 196 da Constituição Fe-
são apenas em 2010, pela Emenda Constitucional nº 64. deral preceitua que a saúde é “direito de todos e dever do Estado”.
Com efeito, o conceito de “alimentação” é amplíssimo, não Em mesma frequência, o art. 205 diz que a educação é “direito de
se restringindo apenas ao estritamente necessário à sobrevivência, todos e dever do Estado e da família”. Já o art. 144 prevê que a
abrangendo, também, aquilo que seja fundamental para uma exis- segurança pública é “dever do Estado, direito e responsabilidade
tência digna. Ou seja, não basta sobreviver, é preciso que se viva de todos”.
com dignidade e respeito; Nos casos dos direitos fundamentais sociais à saúde e à edu-
cação, toma-se o sentido direito-dever, isto é, primeiro se assegura
D) Direito social ao trabalho. O trabalho é o direito fundamen- ao cidadão o direito, depois se cobra do agente estatal o dever. Já
tal social que maior guarida encontra na Constituição, haja vista a na segurança pública essa ordem é invertida, somente se reconhe-
grande quantidade de mecanismos assecuratórios dos arts. 7º a 11 cendo o direito depois de atribuído ao Estado o dever.
- que só perdem para o art. 5º -, dentre os quais se podem destacar, Essa factualidade, mais que um mero desapercebimento do
no art. 7º, o “seguro-desemprego, em caso de desemprego involun- constituinte, se dá por três motivos: o primeiro é a vedação da
tário” (inciso II), o “salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente justiça por mãos próprias, que impede, como regra, a autotutela,
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às inclusive havendo previsão penal para o exercício arbitrário das
de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, próprias razões, tudo em prol da jurisdicionalização dos conflitos
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes particulares; o segundo, pela própria impossibilidade do cidadão
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua se defender proficuamente da violência fruto da marginalização
vinculação para qualquer fim” (inciso IV), a “remuneração do tra- social à sua volta, o que faz com que a segurança pública seja,
balho noturno superior à do diurno” (inciso IV), o “salário-família sim, imprescindível à manutenção de um estado almejado de tran-
pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos quilidade; e o terceiro, pela natural exigibilidade pelo cidadão em
termos da lei” (inciso XII), o “gozo de férias anuais remuneradas face do Estado, de ordem, caso se sinta ameaçado em seus direitos
com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal” (inciso individuais.
XVII), a “proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante

Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES DE DIREITO
É ululante, pois, o conteúdo prestacional da segurança pública Neste prumo, prevê o art. 203 da Constituição que a assistên-
como direito social, neste terceiro enfoque. Não menos notória, cia social será prestada a quem dela necessitar, independentemente
contudo, é a exígua carga principiológica do art. 144 e parágrafos de contribuição à seguridade social, tendo por objetivos a proteção
da Constituição, cujo caput se limita a falar na segurança pública à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice (in-
“exercida para a preservação da ordem pública e da incolumida- ciso I), o amparo às crianças e adolescentes carentes (inciso II),
de das pessoas e do patrimônio”. Afora isso, o que se tem é uma a promoção da integração ao mercado de trabalho (inciso III), a
básica previsão funcional de cada uma das polícias elencadas nos habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras de deficiência
cinco incisos do artigo em evidência; e a promoção de sua integração à vida comunitária (inciso IV),
H) Direito social à previdência social. O direito fundamental e a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
social à previdência social está mais bem regulamentado nos arts. portadora de deficiência e ao idoso que comprovarem não possuir
201 e 202 da Constituição - sem prejuízo do contido em legislação meios de provimento da própria manutenção ou de tê-las providas
infraconstitucional, instância na qual abunda a matéria -, sendo por familiares (inciso V).
destinado à cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e
idade avançada (inciso I), proteção à maternidade, especialmente à 3 Direitos de nacionalidade. Convém reproduzir os disposi-
gestante (inciso II), proteção ao trabalhador em situação de desem- tivos que serão aqui estudados, para efeito de praticidade no estu-
prego involuntário (inciso III), salário-família e auxílio-reclusão do do leitor:
(inciso IV), e pensão por morte (inciso VI), todos do art. 201 da
Lei Fundamental. CAPÍTULO III
Com efeito, a previdência decorre de situações justificadas DA NACIONALIDADE
nas quais o labor não se faz possível, de maneira que o indivíduo
só não está trabalhando porque já adquiriu este direito ou porque Art. 12. São brasileiros:
acontecimento superveniente impediu isso. Só que o fato da pes- I - natos:
soa não trabalhar não enseja autorizativo para que possa, simples- a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
mente, deixar de receber rendimentos, mesmo porque há quem, de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
além do próprio incapacitado, necessite da renda para subsistência; país;
I) Direito social à proteção à maternidade e à infância. O di- b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasi-
reito fundamental social à proteção à maternidade e à infância não leira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Fe-
se encontra concentrado em parte específica da Constituição, numa derativa do Brasil;
seção autônoma, como a previdência social e a educação, p. ex., c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra-
mas espalhado por toda a Lei Fundamental. É o que se pode inferir sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
se analisado o art. 5º, L, que assegura às presidiárias “condições petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
para que possam permanecer com seus filhos durante o período de optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
amamentação”, o art. 7º, XVIII, que prevê a licença à gestante, o nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
art. 7º, XXI, que constitucionaliza a “assistência gratuita aos filhos nal nº 54, de 2007)
e dependentes desde o nascimento até cinco anos em creches e pré II - naturalizados:
-escolas”, o art. 201, II, que protege a maternidade, especialmente a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasilei-
a gestante, o art. 203, I, que prevê como objetivo da assistência so- ra, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
cial à proteção “à família, à maternidade, à infância, à adolescência residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
e à velhice”, o art. 203, II, que normatiza “o amparo às crianças e b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
adolescentes carentes”, dentre outros; República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterrup-
J) Direito social à assistência aos desamparados. O direito tos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
fundamental à assistência aos desamparados encerra com maestria brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
o longo rol de direitos sociais constitucionalmente assegurados no nº 3, de 1994)
art. 6º. Primeiro, por seu cristalino conteúdo prestacional, típico § 1º   Aos portugueses com residência permanente no País,
dos direitos sociais de segunda dimensão, e, segundo, por tentar, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos
tal como um revisor de direitos, suprir eventuais lacunas que te- os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
nham sido deixadas pelo constituinte ao regulamentar outros di- Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Re-
reitos sociais. É dizer: a assistência aos desamparados é um típico visão nº 3, de 1994)
“direito tampão”. § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 23, de 1999)

Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES DE DIREITO
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro C) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe bra-
que: sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
virtude de atividade nociva ao interesse nacional; optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:  (Redação nacionalidade brasileira (art. 12, I, “c”, CF).
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es- 3.4 Brasileiros naturalizados. São eles:
trangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, A) Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade bra-
de 1994) sileira, exigidas aos originários dos países de língua portuguesa
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral (art.
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para 12, II, “a”, CF). Trata-se de hipótese conhecida por “naturalização
permanência em seu território ou para o exercício de direitos ci- ordinária”;
vis;  (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de Convém observar que, aqui, há um desdobramento em duas
1994) situações, a saber, o caso dos estrangeiros que não são originários
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República de países de língua portuguesa, e o caso dos estrangeiros originá-
Federativa do Brasil. rios dos países de língua portuguesa.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandei- Para os estrangeiros advindos de países de língua portuguesa
ra, o hino, as armas e o selo nacionais. (Portugal, Timor Leste, Macau, Angola etc.), a própria Constitui-
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ção fixa os requisitos: residência por um ano ininterrupto e idonei-
ter símbolos próprios. dade moral. Prevalece que há direito público subjetivo de quem se
encontra nesta condição, ou seja, não se trata de mera faculdade do
3.1 Espécies de nacionalidade. São elas: Poder Executivo.
A) Nacionalidade originária (ou primária). É aquela que re- Já para os estrangeiros advindos de países que não falam a
sulta do nascimento. O Estado atribui-a ao indivíduo num ato uni- língua portuguesa, as condições estão previstas no Estatuto do Es-
lateral, isto é, independentemente da vontade do indivíduo; trangeiro (Lei nº 6.815/80), cujo art. 112 fala, cumulativamente,
B) Nacionalidade secundária (ou adquirida). É aquela que em capacidade civil segundo a lei brasileira; registro como per-
decorre de uma manifestação conjunta de vontades. Ao indivíduo, manente no Brasil; residência contínua no território nacional pelo
competirá demonstrar seu interesse em adquirir a nacionalidade de prazo mínimo de quatro anos imediatamente anteriores ao pedido
um país; ao Estado, competirá decidir se aceita ou não tal indiví- de naturalização; saber ler e escrever a língua portuguesa (consi-
duo como seu nacional. derando as condições do naturalizando); ter uma profissão e bens
suficientes à manutenção própria e da família; ter boa saúde (não
3.2 Modos de aquisição da nacionalidade. Tratam-se de cri- se exige a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro que já resida
térios através dos quais a nacionalidade é fixada em um país. São no Brasil há mais de dois anos); ter boa conduta; bem como ine-
eles: xistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no
A) Critério territorial (ou jus solis). A nacionalidade é defini- exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de
da pelo local do nascimento. Países que recebem muitos imigran- prisão, abstratamente considerada, superior a um ano.
tes costumam adotar tal critério; Vale lembrar que, neste caso, a concessão da naturalização
B) Critério sanguíneo (ou jus sanguinis). A nacionalidade é (que se fará mediante “portaria do Ministro da Justiça”) é uma
definida pelo vínculo de descendência. Países que sofrem uma de- faculdade do Poder Executivo, ou seja, a existência dos requisitos
bandada muito grande de nacionais, em razão de conflitos, doen- constantes do art. 112, da Lei nº 6.815/80, não assegura a natura-
ças, necessidades econômicas, ou oportunidades promissoras em lização;
terras estrangeiras, costumam adotar tal critério; B) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na
C) Critério misto. A nacionalidade pode ser definida tanto em República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterrup-
razão do local do nascimento, como pelo vínculo de descendência. tos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
Pode-se dizer que a República Federativa do Brasil adota tal crité- brasileira (art. 12, II, “b”, CF). Trata-se de hipótese conhecida por
rio, pois tanto são brasileiros natos os filhos nascidos no exterior “naturalização extraordinária”, segundo a qual, uma vez presentes
de pais brasileiros desde que qualquer deles esteja a serviço do os requisitos, prevalece na doutrina o entendimento de que há di-
país (critério sanguíneo), p. ex., como o são os nascidos em terri- reito público subjetivo à aquisição da nacionalidade.
tório nacional, ainda que de pais estrangeiros, desde que qualquer
deles não esteja a serviço de seu país (critério territorial), noutro
exemplo.

3.3 Brasileiros natos. São eles:


A) Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
país (art. 12, I, “a”, CF);
B) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasi-
leira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Fede-
rativa do Brasil (art. 12, I, “b”, CF);

Didatismo e Conhecimento 14
NOÇÕES DE DIREITO
3.5 Diferenças entre brasileiros natos e naturalizados. De CAPÍTULO IV
acordo com o art. 12, §2º, da Constituição Federal, apenas o texto DOS DIREITOS POLÍTICOS
constitucional pode fixar distinções entre brasileiros natos e natu-
ralizados. Lei infraconstitucional não pode fazê-lo, salvo se respei- Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio uni-
tar ou reforçar o que diz a Lei Fundamental pátria. versal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e,
Neste diapasão, a Constituição Federal fixa cinco diferenças: nos termos da lei, mediante:
A) Cargos públicos privativos de brasileiros natos (art. 12, I - plebiscito;
§3º, CF). Há três cargos que, por questão de segurança nacional, II - referendo;
apenas podem ser ocupados por brasileiros natos, a saber, os car- III - iniciativa popular.
gos de diplomata, de oficial das Forças Armadas, e de Ministro de § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
Estado da Defesa; I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
B) Linha sucessória da Presidência da República (art. 12, II - facultativos para:
§3º, CF). O Presidente da República, o Vice-Presidente da Re- a) os analfabetos;
pública, o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do b) os maiores de setenta anos;
Senado, e os Ministros do STF, devem ser brasileiros natos. Eis a c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
linha sucessória da Presidência da República, consoante previsto § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e,
no art. 80, da Constituição; durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
C) Assentos do Conselho da República (art. 89, VII, da Cons- § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
tituição Federal). Integrarão o Conselho da República, nos mol- I - a nacionalidade brasileira;
des do art. 89, VII, CF, seis brasileiros natos, com mais de trinta II - o pleno exercício dos direitos políticos;
e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da III - o alistamento eleitoral;
República, dois eleitos pelo Senado Federal, e dois eleitos pela IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada V - a filiação partidária; Regulamento
a recondução; VI - a idade mínima de:
D) Propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Re-
(art. 222, caput, da CF). A propriedade de empresa jornalística e pública e Senador;
de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasi- b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado
leiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas e do Distrito Federal;
jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual
país. Também, conforme o segundo parágrafo do mesmo dispositi- ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
vo, a responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção d) dezoito anos para Vereador.
da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comuni- § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado
cação social; e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
E) Vedação de extradição (art. 5º, LI, da CF). Veda-se, de substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
forma absoluta, a extradição do brasileiro nato. único período subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitu-
Quanto ao brasileiro naturalizado, a regra é que também não cional nº 16, de 1997)
possa ser extraditado, com duas exceções: em caso de crime co- § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repú-
mum praticado antes da naturalização (exceto crime político ou de blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Pre-
opinião), ou em caso de tráfico ilícito de entorpecentes, ainda que feitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses
praticado após a naturalização. antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
3.6 Perda da nacionalidade. A Constituição Federal prevê cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau
duas hipóteses de perda de nacionalidade, em seu art. 12, §4º: ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Es-
A) Se o brasileiro tiver cancelada sua naturalização por sen- tado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
tença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacio- haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se
nal; já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
B) Se o brasileiro adquirir outra nacionalidade, salvo em caso § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes con-
de reconhecimento da nacionalidade originária pela lei estrangeira, dições:
ou em caso de imposição de naturalização pela norma estrangeira I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
ao brasileiro residente em Estado estrangeiro como condição para da atividade;
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
4 Direitos políticos e partidos políticos. Convém reproduzir da diplomação, para a inatividade.
os dispositivos constitucionais pertinentes ao tema:

Didatismo e Conhecimento 15
NOÇÕES DE DIREITO
§ 9º  Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegi- 4.1 Exercício da soberania nacional. Se faz através de:
bilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade A) Plebiscito (art. 14, I, CF). Consiste na consulta prévia à
administrativa, a moralidade para exercício de mandato conside- população acerca de um ato que se pretende tomar. Consoante o
rada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade primeiro parágrafo, do art. 2º, da Lei nº 9.709/98, o plebiscito é
das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo,
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha
indireta.  (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão sido prometido;
nº 4, de 1994) B) Referendo (art. 14, II, CF). Consiste na consulta posterior
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça à população acerca de um ato que já foi praticado, mas que ainda
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruí- não entrou em vigor (e somente entrará caso isso seja da vonta-
da a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção de da população). Consoante o segundo parágrafo, do art. 2º, da
ou fraude. Lei nº 9.709/98, o referendo é convocado com posterioridade a
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva
de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou ratificação ou rejeição;
de manifesta má-fé. C) Iniciativa popular (art. 14, III, CF). Consoante o art. 13,
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda da Lei nº 9.709/98, consiste a iniciativa popular na apresentação
ou suspensão só se dará nos casos de: de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no míni-
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em mo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos
julgado; por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos
II - incapacidade civil absoluta; eleitores de cada um deles. Tal projeto deve dizer respeito tão so-
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du- mente a um só assunto, e não poderá ser rejeitado por vício de
rarem seus efeitos; forma (caso em que caberá à Câmara dos Deputados providenciar
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação a correção de eventuais impropriedades de técnica legislativa ou
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; de redação).
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor 4.2 Espécies (modalidades) de direitos políticos. Os direitos
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra políticos são divididos em duas grandes espécies:
até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda A) Direitos políticos positivos. Permitem a participação do in-
Constitucional nº 4, de 1993) divíduo na vida política do Estado.
Tais direitos podem ser ativos (capacidade eleitoral ativa),
CAPÍTULO V quando permitem ao indivíduo votar, ou passivos (capacidade
DOS PARTIDOS POLÍTICOS eleitoral passiva), quando permitem ao indivíduo ser votado e, se
for o caso, eleito;
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de B) Direitos políticos negativos. Consistem em uma privação
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime de- dos direitos políticos. Deles decorrem as inelegibilidades (absolu-
mocrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa tas e relativas), a perda, e a suspensão de direitos políticos.
humana e observados os seguintes preceitos:Regulamento
I - caráter nacional; 4.3 Sufrágio. É a própria essência do direito político. É o di-
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de enti- reito de participar do processo político, de votar e ser votado. No
dade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; Brasil, o sufrágio é universal e periódico.
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; O sufrágio universal é adotado em regimes democráticos,
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. em regra. As exigências formais para que o sufrágio seja exerci-
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para defi- do (idade mínima, nacionalidade, etc.) não retiram a qualidade de
nir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para ado- “universal” do sufrágio brasileiro.
tar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, Também, existe o “sufrágio restrito”, em que se exige alguma
sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbi- condição específica para que possa haver participação no processo
to nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatu- eletivo. Há três tipos de sufrágio restrito, nenhum deles vigente no
tos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Reda- Brasil de hoje:
ção dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006) A) Censitário. É a exigência de algum tipo de condição eco-
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade ju- nômica para que a pessoa possa participar. A Constituição Imperial
rídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal de 1824 tinha essa exigência;
Superior Eleitoral. B) Capacitário. É a exigência de alguma capacidade especial,
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo par- geralmente de natureza intelectual (ex.: somente se autoriza a votar
tidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. quem tem nível superior);
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organi- C) Em razão do sexo. Muitos países ainda proíbem a mulher
zação paramilitar. de votar. No Brasil, esta já foi uma tônica vigente.

Didatismo e Conhecimento 16
NOÇÕES DE DIREITO
4.4 Voto. O voto é o exercício do direito de sufrágio. Assim, a Também, a pessoa com mais de setenta anos não está obriga-
Constituição cometeu uma impropriedade ao afirmar que “o voto da a se alistar ou votar.
é secreto e periódico”. O que é “periódico” é o sufrágio, e o que é Por fim, o analfabeto não está obrigado a se alistar e/ou votar.
“secreto” é o escrutínio, que se verá a seguir.
Isto posto, são características do voto: 4.8 Elegibilidade. É a capacidade eleitoral passiva, isto é,
A) Direto. Em regra, os representantes do povo são escolhidos trata-se do direito de ser votado.
de forma direta no Brasil. Há uma única exceção constitucional, Quando se atinge a plena cidadania no Brasil? No Brasil, a
em que haverá eleição indireta, no art. 81, §1º, da Lei Fundamen- cidadania vai se adquirindo progressivamente e, aos trinta e cinco
tal, segundo o qual, vagando os cargos de Presidente e Vice-Presi- anos, a pessoa atinge a cidadania plena. Isto porque, é apenas aos
dente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta trinta e cinco anos que a pessoa passa a poder ser eleita para Pre-
a última vaga. Todavia, ocorrendo a vacância nos últimos dois sidente da República, Vice-Presidente da República ou Senador da
anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será República.
feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional,
na forma da lei. 4.9 Idades mínimas para exercer um mandato eletivo. São
Então, veja-se que, se os cargos de Presidente e Vice-Presi- elas:
dente da República ficarem vagos nos dois primeiros anos do man- A) 35 anos. Presidente da República, Vice-Presidente da Re-
dato, o cargo de Presidente será assumido pelo Presidente da Câ- pública e Senador da República;
mara de forma temporária, porque novas eleições diretas ocorrerão B) 30 anos. Governador de Estado e do Distrito Federal, e
noventa dias depois da abertura da última vaga. Os novos eleitos Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
assumirão um “mandato-tampão”, pelos dois anos que restam da- C) 21 anos. Prefeito, Vice-Prefeito, Deputado Federal, Depu-
quele mandato. Mas, se os cargos vagarem nos dois últimos anos tado Distrital, Deputado Estadual, e Juiz de Paz;
do mandato, o Presidente da Câmara assumirá o cargo temporaria- D) 18 anos. Vereador.
mente, determinando a realização de eleições indiretas, pelo Con-
gresso Nacional, em trinta dias depois da abertura da última vaga; 4.10 Condições de elegibilidade. Elas estão no art. 14, §3º,
B) Igual para todos. O voto de todos tem valor igual; da CF:
C) Periódico. Essa característica decorre da periodicidade das A) Nacionalidade brasileira. Os “quase nacionais” do art. 12,
eleições; §1º (portugueses com residência permanente no Brasil) podem
D) Livre. O que assegura a liberdade no direito de voto é o ser eleitos (exceto para os cargos privativos de brasileiros natos),
escrutínio secreto; desde que haja reciprocidade para os brasileiros que estejam em
E) Personalíssimo. Ou seja, a pessoa não pode transferir esse mesma situação em Portugal. Trata-se de exceção à exigência da
direito por meio de procuração ou qualquer outro instrumento. nacionalidade brasileira;
4.5 Escrutínio. O escrutínio é o modo como o direito de voto B) Pleno exercício dos direitos políticos. O cidadão não pode
é exercido (ex.: voto fechado ou voto aberto). incorrer em nenhuma hipótese de perda/suspensão de direitos po-
líticos;
4.6 Alistabilidade. É a capacidade eleitoral ativa, isto é, trata- C) Alistamento eleitoral. Para ser votado, o indivíduo deve,
se do direito de votar. antes de tudo, poder votar, isto é, ser “eleitor”;
Isto posto, no Brasil são inalistáveis (isto é, que não podem D) Domicílio eleitoral na circunscrição. “Domicílio eleito-
votar), por força do segundo parágrafo, do art. 14, da Constituição ral” é a sede eleitoral em que o cidadão se encontra alistado. As-
Federal: sim, se “X” tem domicílio eleitoral no Estado de São Paulo, p. ex.,
A) Conscritos, durante o serviço militar obrigatório. “Cons- e quiser se candidatar a Governador de Estado, só pode fazê-lo
crito” é aquele que se alista nas Forças Armadas aos 17/18 anos, pelo Estado de São Paulo, mas não pelo Estado do Rio Grande do
prestando o serviço militar obrigatório. O conceito de conscrito Sul. Noutro exemplo, se “Y” tem domicílio eleitoral na cidade de
abrange também médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários Belo Horizonte, não pode se candidatar à Prefeitura pela cidade de
que prestem o serviço militar obrigatório após a conclusão do cur- Uberlândia, mas apenas pela capital mineira;
so superior; E) Filiação partidária. No Brasil, não se admite “candidato
B) Estrangeiros. Exceto os portugueses equiparados (“quase sem partido”;
nacionais”); F) Idade mínima. Já trabalhado alhures.
C) Os menores de 16 anos. Conforme entendimento do Tribu-
nal Superior Eleitoral, um menor de dezesseis anos pode requerer 4.11 Espécies de inelegibilidade. Na condição de “direitos
seu título de eleitor, desde que possua dezesseis anos completos no políticos negativos”, as inelegibilidades podem ser:
dia das eleições. A) Inelegibilidades absolutas. São situações insuperáveis, em
que não será possível a superação do obstáculo. As inelegibilida-
4.7 Obrigatoriedade/facultatividade do alistamento e do des absolutas, por serem restrições graves a direitos políticos, ape-
voto. No Brasil, o alistamento e o voto são obrigatórios para os nas podem ser estabelecidas pela Constituição Federal.
maiores de dezoito, e menores de setenta anos. São duas as hipóteses de inelegibilidade absoluta, constantes
Desta maneira, uma pessoa com dezesseis anos completos, e do art. 14 §4º, da CF, a saber, os inalistáveis (conscritos, menores
menos de dezoito anos, não está obrigada a se alistar (e, conforme de dezesseis anos, e estrangeiros), e os analfabetos;
entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, ainda que possua o B) Inelegibilidade relativa. Aqui, é possível a desincompati-
título de eleitor, não está obrigada a votar). bilização.

Didatismo e Conhecimento 17
NOÇÕES DE DIREITO
4.12 Espécies de inelegibilidade relativa. Vejamos: C) Condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-
A) Reeleição para cargos de Chefe do Executivo. Isso foi per- rarem seus efeitos. Trata-se de hipótese de suspensão dos direitos
mitido em 1997, pela Emenda Constitucional nº 16. Conforme o políticos;
quinto parágrafo, do art. 14, da Constituição Federal, o Presidente D) Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou presta-
da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, ção alternativa, nos termos do art. 5º, VIII. Aqui há divergência
os Prefeitos, e quem os houver substituído no curso dos mandatos sobre ser perda ou suspensão dos direitos políticos. Prevalece que
poderão ser reeleitos para um único período subsequente. Isso sig- é hipótese de suspensão dos direitos políticos;
nifica que somente é possível um segundo mandato subsequente, E) Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, §4º.
jamais um terceiro. Trata-se de hipótese de suspensão dos direitos políticos. Ademais,
E se os agentes aqui mencionados tencionarem concorrer a o juiz deve apontar expressamente essa suspensão em sua senten-
outros cargos? Devem renunciar aos respectivos mandatos até seis ça.
meses antes do pleito. O objetivo é que a máquina pública ad-
ministrativa não seja utilizada como instrumento de captação de 4.15 Partidos políticos. Os partidos políticos estão generica-
votos; mente tratados em apenas um dispositivo da Constituição Federal,
B) Inelegibilidade em razão do parentesco. Consoante o art. a saber, o art. 17.
14, §7º, da Constituição, são inelegíveis, no território de jurisdição Sem prejuízo deste dispositivo constitucional, há a Lei nº
do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o 9.096/95, que trata especificamente da organização dos partidos
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, do Go- políticos. Esta lei é usualmente conhecida como “Lei dos Partidos
vernador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito Políticos”.
ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao Com efeito, a despeito de outros tempos, ditatoriais, em que
pleito, salvo e já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. a pluralidade de partidos era algo inimaginável, com a redemo-
Assim, suponha-se que “X” é Governadora do Estado do cratização promovida em 1988 tornou-se livre a criação, a fusão,
Amapá. “Y”, seu filho, não pode concorrer à Prefeitura de Macapá, a incorporação, e a extinção de partidos políticos, resguardados a
capital do Amapá, por ser território de circunscrição de “X”, salvo soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, e
se “Y” apenas estiver tentando à reeleição. Isso não obsta, todavia, os direitos fundamentais da pessoa humana.
que “Y” concorra a Prefeito por algum Município do Estado do Veja-se, pois, que uma vez observadas a soberania nacional, o
Acre, afinal, isso está fora da circunscrição do Estado do Amapá, regime democrático, o pluripartidarismo, e os direitos fundamen-
da qual “X”, mãe de “Y”, é Governadora. tais, há uma liberdade partidária como nunca se viu na democracia
Noutro exemplo, suponha-se que “A” é Prefeito da cidade do deste país. Desta maneira, um partido nazista (nacional-socialista),
Rio de Janeiro. “B”, cônjuge de “A”, não pode se candidatar a p. ex., por não respeitar os direitos fundamentais nem o regime de-
Vereador pela cidade do Rio de Janeiro, salvo se candidato à ree- mocrático, tem sua criação/atuação vedada. Um partido defensor
leição. Isso não representa óbice a que “A” se candidate a Vereador do desmembramento de parte do Brasil para formar outra nação,
na cidade de Niterói, pois tal Município está fora da circunscrição p. ex., por atentar contra a segurança nacional, tem sua criação/
da cidade do Rio de Janeiro, da qual “A” é Prefeito; atuação vedada.
C) Elegibilidade do militar alistável. Se contar com menos de Ademais, para se criar um partido político, alguns preceitos
dez anos de serviço, o militar alistável deverá afastar-se da ativida- necessitam ser observados. Vejamos:
de; se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela au- A) O caráter nacional. Um partido político deve se propor a
toridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da agir no país inteiro;
diplomação, para a inatividade. Eis a essência do oitavo parágrafo, B) A proibição de recebimento de recursos financeiros de en-
do art. 14, da Lei Fundamental pátria. tidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes. Exige-
se que os partidos tenham aspecto nacional. Não pode um partido
4.13 Possibilidade de estabelecer outras inelegibilidades ser sustentado pelo governo da Venezuela, p. ex., pois teme-se que
relativas. Outras inelegibilidades relativas poderão ser determi- isso atente contra a soberania pátria;
nadas por lei complementar. Tal lei já existe, e é a Lei Comple- C) A prestação de contas junto à Justiça Eleitoral. A Justiça
mentar nº 64/90. A “Lei da Ficha Limpa” (Lei Complementar nº Eleitoral é fiscal da atuação administrativa/financeira dos partidos
135/2010) promoveu alterações nesta Lei Complementar. políticos;
D) O funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Um
4.14 Suspensão ou perda dos direitos políticos. Nos termos partido político não pode querer ter suas próprias regras de atua-
do art. 15, caput, da Constituição Federal, é vedada a cassação de ção no Congresso Nacional, se isso afrontar ao senso comum e
direitos políticos. Só é possível a “perda” (quando se dá de forma às disposições constitucionais acerca da competência das Casas
definitiva) ou a “suspensão” (quando se dá de forma provisória) Legislativas;
dos direitos políticos nos seguintes casos: E) Não pode um partido político se utilizar de organização
A) Cancelamento da naturalização por sentença transitada paramilitar. Eis a essência do previsto no parágrafo quarto, do art.
em julgado. Trata-se de hipótese de perda dos direitos políticos; 17, CF. Não pode um partido defender a utilização de armas/vio-
B) Incapacidade civil absoluta. Trata-se de hipótese de sus- lência para o atingimento de seus objetivos.
pensão dos direitos políticos, afinal, pode-se recuperar a capaci-
dade;

Didatismo e Conhecimento 18
NOÇÕES DE DIREITO
CAPÍTULO VII Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais
Seção I no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores
DISPOSIÇÕES GERAIS do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Minis-
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer tros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Pro-
nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, curadores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:  (Re- Constitucional nº 41, 19.12.2003)
dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, as- Executivo;
sim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de serviço público;   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e 19, de 1998)
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor pú-
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para blico não serão computados nem acumulados para fins de conces-
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone- são de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Consti-
ração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) tucional nº 19, de 1998)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos
anos, prorrogável uma vez, por igual período; e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de con- incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III,
vocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos con- de 1998)
cursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emen-
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições da Constitucional nº 19, de 1998)
e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri- a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda
buições de direção, chefia e assessoramento;  (Redação dada pela Constitucional nº 19, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científi-
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre as- co; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
sociação sindical; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emen-
definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitu- da Constitucional nº 34, de 2001)
cional nº 19, de 1998) XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públi- ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda-
cos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controla-
de sua admissão; das, direta ou indiretamente, pelo poder público;   (Redação dada
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais
interesse público; terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedên-
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que cia sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse- e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
de índices;   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela
1998)  (Regulamento) Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
funções e empregos públicos da administração direta, autárquica ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior,
e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no

Didatismo e Conhecimento 19
NOÇÕES DE DIREITO
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições III - a remuneração do pessoal.”
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obriga- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas
ções de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que rece-
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de quali- berem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
ficação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri- Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio
mento das obrigações. (Regulamento) em geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remu-
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- neração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os car-
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades gos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convê- exoneração.  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
nio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remune-
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e ratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, in- de caráter indenizatório previstas em lei.  (Incluído pela Emenda
formativo ou de orientação social, dela não podendo constar no- Constitucional nº 47, de 2005)
mes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de   § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
autoridades ou servidores públicos. artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III impli- seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
cará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembarga-
termos da lei. dores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Mi-
na administração pública direta e indireta, regulando especialmen- nistros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto
te: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao 2005)
usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárqui-
serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ca e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda Constitucional
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X nº 19, de 1998)
e XXXIII;  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
III - a disciplina da representação contra o exercício negli- tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
gente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune-
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a ração;
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a in- III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibi-
disponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e lidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem pre- IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exer-
juízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. cício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas-
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu- tamento, os valores serão determinados como se no exercício es-
rado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo tivesse.
ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu- Seção II
pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que DOS SERVIDORES PÚBLICOS
possibilite o acesso a informações privilegiadas.  (Incluído pela (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser cípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra- único e planos de carreira para os servidores da administração pú-
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas blica direta, das autarquias e das fundações públicas.  (Vide ADIN
de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor so- nº 2.135-4)
bre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato;

Didatismo e Conhecimento 20
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,
pios instituirão conselho de política de administração e remunera- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
ção de pessoal, integrado por servidores designados pelos respec- autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de ca-
tivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, ráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo
de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais com- observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atua-
ponentes do sistema remuneratório observará: (Redação dada pela rial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Consti-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) tucional nº 41, 19.12.2003)
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de
dos cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proven-
Constitucional nº 19, de 1998) tos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação
II - os requisitos para a investidura;  (Incluído pela Emenda dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Constitucional nº 19, de 1998) I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcio-
III - as peculiaridades dos cargos.  (Incluído pela Emenda nais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente
Constitucional nº 19, de 1998) em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitu-
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores cional nº 41, 19.12.2003)
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requi- II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
sitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
de convênios ou contratos entre os entes federados. (Redação dada e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;       (Reda-
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ção dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisi- cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as se-
tos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exi- guintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
gir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 20, de 15/12/98)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição,
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni- se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, 15/12/98)
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (In- de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) contribuição.  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- de 15/12/98)
nicípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor re- § 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião
muneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respecti-
o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº vo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que
19, de 1998) serviu de referência para a concessão da pensão.  (Redação dada
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por oca-
empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, sião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utili-
de 1998) zadas como base para as contribuições do servidor aos regimes
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da
nicípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários prove- lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
nientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autar- § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferencia-
quia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas dos para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regi-
de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, me de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço públi- leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela
co, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtivida- Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
de. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitu-
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em cional nº 47, de 2005)
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emen- II que exerçam atividades de risco;  (Incluído pela Emenda
da Constitucional nº 19, de 1998) Constitucional nº 47, de 2005)
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física.  (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Didatismo e Conhecimento 21
NOÇÕES DE DIREITO
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no  § 1º, III, «a», desde que instituam regime de previdência complementar para os
para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fi-
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensi- xar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas
no fundamental e médio.(Redação dada pela Emenda Constitucio- pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido
nal nº 20, de 15/12/98) para os benefícios do regime geral de previdência social de que
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos trata o art. 201.  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção 15/12/98)
de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência § 15. O regime de previdência complementar de que trata o
previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Exe-
nº 20, de 15/12/98) cutivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência
morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respecti-
nº 41, 19.12.2003) vos participantes planos de benefícios somente na modalidade de
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor faleci- contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional
do, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime nº 41, 19.12.2003)
geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis-
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposen- posto nos  §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver
tado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
41, 19.12.2003) instituição do correspondente regime de previdência complemen-
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no car- tar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
go efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo esta- § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
belecido para os benefícios do regime geral de previdência social cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualiza-
de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela dos, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluí- 19.12.2003)
do pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposenta-
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- dorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com per-
nº 41, 19.12.2003) centual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço cor- § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado
respondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º,
Constitucional nº 20, de 15/12/98) III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de con- de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previden-
tagem de tempo de contribuição fictício.  (Incluído pela Emenda ciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória
Constitucional nº 20, de 15/12/98) contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total 19.12.2003)
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de ou- de previdência social para os servidores titulares de cargos efeti-
tras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de pre- vos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em
vidência social, e ao montante resultante da adição de proventos cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluí-
de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma do pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá ape-
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda nas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão
Constitucional nº 20, de 15/12/98) que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os be-
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdên- nefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
cia dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for
que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Consti-
previdência social.  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, tucional nº 47, de 2005)
de 15/12/98) Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional
como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se nº 19, de 1998)
o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Cons- § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação
titucional nº 20, de 15/12/98) dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Didatismo e Conhecimento 22
NOÇÕES DE DIREITO
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- Já os órgãos da Administração Pública indireta são as autar-
rada ampla defesa;  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, quias, fundações, empresas públicas, e sociedades de economia
de 1998) mista. Tais órgãos têm personalidade jurídica própria, ou de di-
III - mediante procedimento de avaliação periódica de de- reito público (autarquias e fundações públicas de direito público)
sempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defe- ou de direito privado (fundações públicas de direito privado, em-
sa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) presas públicas, e sociedades de economia mista).
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es- 1.2 Alguns princípios aplicáveis à Administração Pública.
tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, São eles:
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re- A) Princípio da legalidade. Para o direito privado, legalidade
muneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela significa poder fazer tudo o que a lei não proíbe (autonomia priva-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) da). Já para a Administração Pública, legalidade significa somente
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser- poder fazer aquilo previsto em lei;
vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor- B) Princípio da impessoalidade. Impessoalidade denota au-
cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em sência de subjetividade. O administrador não pode se utilizar da
outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de coisa pública para satisfazer interesses pessoais;
1998) C) Princípio da moralidade. Traduz a ideia de honestidade,
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga- de ética, de correção de atitudes, de boa-fé. A moralidade adminis-
tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída trativa representa mais que a moralidade comum, porque enquanto
para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, nesta as relações são interpessoais, na moralidade administrativa
de 1998) envolve-se o trato da coisa pública;
Seção III D) Princípio da publicidade. Tal princípio significa conhe-
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO cimento, ciência, divulgação ao titular dos interesses em jogo, a
DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS saber, o povo. Disso infere-se que a publicidade acaba sendo con-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) dição de eficácia, em regra, do ato administrativo (como ocorre
nos procedimentos licitatórios, p. ex.). Neste diapasão, o primeiro
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom- parágrafo, do art. 37, da Constituição, preceitua que a publicidade
beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos pú-
e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos blicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
1998) caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores pú-
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal blicos;
e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as dispo- E) Princípio da eficiência. Tal princípio não estava previsto
sições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, no texto originário da Constituição Federal em 1988. Foi ele acres-
cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. cido pela Emenda Constitucional nº 19/1998, e significa presteza,
142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos qualidade no serviço, agilidade, economia, ausência de desperdí-
respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitu- cio;
cional nº 20, de 15/12/98) F) Princípio da supremacia do interesse público. Em um even-
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito tual conflito entre um interesse particular e outro da coletividade,
Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específi- este último deverá prevalecer, como regra geral. Tal princípio de-
ca do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Consti- corre de outro axioma, a saber, o “da Indisponibilidade do Interes-
tucional nº 41, 19.12.2003) se Público”, segundo o qual, sendo a coisa pública pertencente a
todos, não pode o agente administrador dela utilizar livremente;
1 Noções gerais sobre a Administração Pública. Convém G) Princípio da presunção de legitimidade dos atos adminis-
lembrar que o tema “Administração Pública” é também estudado trativos. Há uma presunção relativa (isto é, que admite prova em
pelo Direito Administrativo. Aliás, há se dizer: o tema “Adminis- contrário) em torno dos atos administrativos, de que são legítimos,
tração Pública” (mesmo aquele previsto na Constituição Federal) válidos e eficazes.
é melhor estudado no Direito Administrativo. É óbvio que, além destes, há outros princípios vigentes para a
Desta maneira, para não entrar em outro ramo do Direito, o Administração Pública, como o da isonomia, o da razoabilidade/
Administrativo, há se cingir, apenas, às questões constitucionais proporcionalidade, o da autotutela etc. Mas, tais matérias não se-
atinentes à Administração Pública, sem quaisquer comentários a rão aqui explicadas, por serem da alçada do Direito Administrativo
leis infraconstitucionais sobre o assunto. propriamente dito.

1.1 Administração direta e indireta. Os órgãos da Admi- 1.3 Ocupantes de cargos, empregos e funções públicas.
nistração Pública direta são aqueles componentes dos Poderes da Tanto brasileiros (que preencham os requisitos estabelecidos em
República propriamente ditos. Tais órgãos são despersonalizados. lei) como os estrangeiros (na forma da lei) podem ocupar cargos,
empregos e funções públicas.

Didatismo e Conhecimento 23
NOÇÕES DE DIREITO
1.4 Investidura em cargo ou emprego público. Em regra, a B) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
investidura em cargo ou emprego público se dá mediante aprova- exceto, quando houver disponibilidade de horários, na hipótese de
ção prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, dois cargos de professor, ou de um cargo de professor com outro
de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego. técnico ou químico, ou de dois cargos ou empregos privativos de
As exceções são os cargos em comissão, de livre nomeação e exo- profissionais de saúde com profissões regulamentadas;
neração. C) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Po-
Em situações excepcionais, como urgência ou interesse públi- der Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
co de duração temporária, se pode dispensar o concurso público, Executivo;
ou, ao menos, realizar processo seletivo simplificado. Neste diapa- D) A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
são, a Lei nº 8.745/93 disciplina os casos de contratação por tempo funções e empregos públicos da administração direta, autárquica
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União,
interesse público, p. ex. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
1.5 Prazo de validade do concurso público. O prazo de pensões de outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
uma vez por igual período. Convém lembrar que, durante o prazo natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
improrrogável previsto no edital, aquele aprovado em concurso Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
público será convocado com prioridade sobre novos concursados nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distri-
para assumir cargo ou emprego. to Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder
Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais no âmbito do Po-
1.6 Contratação pela Administração Publica de obras, ser- der Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de
viços, compras e alienações. Ressalvadas as hipóteses de dispen- Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
sa ou inexigibilidade, a contratação, pela Administração Pública, cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
de obras, serviços, compras ou alienações se dá mediante procedi- Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este li-
mento licitatório. A lei que dispõe sobre normas gerais de licitação mite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
é a de nº 8.666/93. Defensores Públicos.
Consoante o art. 37, XXI, da Lei Fundamental pátria, os pro-
cedimentos licitatórios devem ser públicos, e devem assegurar 2.4 Fixação dos padrões de vencimento do sistema remu-
igualdade de condições a todos os concorrentes (com cláusulas neratório do servidor público. A fixação dos padrões de venci-
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições mento e dos demais componentes do sistema remuneratório ob-
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá servará:
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis A) A natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade
à garantia do cumprimento das obrigações). dos cargos componentes de cada carreira;
B) Os requisitos para a investidura;
2 Servidores públicos. Utilizando a expressão “servidor pú- C) As peculiaridades dos cargos.
blico” em sentido genérico, por tais se pode entender os agentes
que trabalham em prol do funcionamento e das obrigações assu- 2.5 Nuanças em relação aos padrões de vencimento do sis-
midas pelo Estado. tema remuneratório do servidor público. Vejamos:
A) O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
2.1 Direito à livre associação sindical do servidor público. Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
O servidor público, tal como na iniciativa privada, tem direito à remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-
livre associação sindical, independentemente da existência de lei ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
regulamentadora neste sentido. prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI, da
2.2 Direito de greve do servidor público. Ao servidor públi- Constituição Federal;
co é assegurado o direito de greve, a ser exercido nos termos e nos B) Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
limites definidos em lei específica (art. 37, VII, CF). O problema cípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remu-
é que essa lei não foi regulamentada até hoje, razão pela qual o neração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
Supremo Tribunal Federal vem mandando aplicar, no que couber, disposto no art. 37, XI, da Constituição;
a lei de greve da iniciativa privada (Lei nº 7.783/89) aos servidores C) Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
públicos. Tais decisões vêm ocorrendo em sede de mandados de anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
injunção. empregos públicos;
D) A remuneração dos servidores públicos organizados em
2.3 Algumas nuanças atinentes à remuneração de pessoal carreira poderá ser fixada nos termos do art. 39, §4º, CF.
de serviço público. Vejamos:
A) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoa do
serviço público;

Didatismo e Conhecimento 24
NOÇÕES DE DIREITO
2.6 Aposentadoria dos servidores públicos. Os servidores Há se lembrar que, invalidada por sentença judicial a demis-
abrangidos pelo regime de previdência de que trata o art. 40, CF, são do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante
serão aposentados: da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
A) Por invalidez permanente, sendo os proventos proporcio- indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibili-
nais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente dade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor
incurável, na forma da lei; estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional
B) Compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven- ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
tos proporcionais ao tempo de contribuição; cargo.
C) Voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para
cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as se- essa finalidade.
guintes condições: 1) Sessenta anos de idade e trinta e cinco de
contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta 3 Militares dos Estados, do Distrito Federal, e dos Terri-
de contribuição, se mulher; 2) Sessenta e cinco anos de idade, se tórios. São militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri-
homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos pro- tórios, os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros
porcionais ao tempo de contribuição. Militares, instituições estas organizadas com base na hierarquia e
Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão redu- na disciplina.
zidos em cinco anos, em relação ao disposto na primeira condição
da hipótese “C” acima vista, para o professor que comprove exclu-
sivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na CAPÍTULO III
educação infantil e no ensino fundamental e médio. DA SEGURANÇA PÚBLICA
Ainda, há se lembrar que os proventos de aposentadoria e as
pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a re- Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
muneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através
pensão. dos seguintes órgãos:
Há se lembrar, por fim, que para o cálculo dos proventos de I - polícia federal;
aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas II - polícia rodoviária federal;
as remunerações utilizadas como base para as contribuições do III - polícia ferroviária federal;
servidor aos regimes de previdência de que tratam os arts. 40 e IV - polícias civis;
201, da Constituição Federal, na forma da lei. V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão perma-
2.7 Possibilidade de adoção de critérios diferenciados para nente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
a concessão de aposentadoria, na forma do art. 40, da Consti- destina-se a:” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
tuição Federal. Não é possível a adoção de critérios diferenciados de 1998)
para a concessão de aposentadoria, ressalvados, nos termos defini- I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
dos em leis complementares, os casos de servidores: em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
A) Portadores de deficiência; entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in-
B) Que exerçam atividades de risco; frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio-
C) Cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
que prejudiquem a saúde ou a integridade física. II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação
2.8 Possibilidade de cumulação de aposentadorias, na for- fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
ma do art. 40, da Constituição. Ressalvadas as aposentadorias competência;
decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição, é III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regi- de fronteiras;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
me de previdência previsto no art. 40, CF. de 1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judi-
2.9 Estabilidade dos servidores públicos. São estáveis após ciária da União.
três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organi-
de provimento efetivo em virtude de concurso público. zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se,
O servidor público estável só perderá o cargo: na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias fede-
A) Em virtude de sentença judicial transitada em julgado; rais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
B) Mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organi-
rada ampla defesa; zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se,
C) Mediante procedimento de avaliação periódica de desem- na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias fede-
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. rais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Didatismo e Conhecimento 25
NOÇÕES DE DIREITO
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de 2 Órgãos que compõem a estrutura da segurança pública.
carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as fun- São eles:
ções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto A) A polícia federal;
as militares. B) A polícia rodoviária federal;
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser- C) A polícia ferroviária federal;
vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além D) As polícias civis;
das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades E) As polícias militares e corpos de bombeiros militares.
de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, for- 2.1 Função da Polícia Federal. A polícia federal, instituída
ças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União
com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito e estruturado em carreira, destina-se:
Federal e dos Territórios. A) A apurar infrações penais contra a ordem política e social
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ou em detrimento de bens, serviços e interessas da União ou de
órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
a eficiência de suas atividades. infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou interna-
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais cional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, confor- B) A prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
me dispuser a lei. drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do competência;
art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) C) A exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da or- de fronteiras;
dem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio D) A exercer, com exclusividade, as funções de polícia judi-
nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de ciária da União.
2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân- 2.2 Função da Polícia Rodoviária Federal. A polícia rodo-
sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao viária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulha-
Emenda Constitucional nº 82, de 2014) mento ostensivo das rodovias federais.
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus 2.3 Função da Polícia Ferroviária Federal. A polícia ferro-
agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.  (In- viária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União
cluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014) e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulha-
1 Segurança pública. A segurança tem um duplo aspecto na mento ostensivo das ferrovias federais.
Constituição Federal, a saber, o aspecto de direito e garantia indi-
vidual e coletivo, por estar prevista no caput, do art. 5º, da Cons- 2.4 Função das Polícias Civis. Às polícias civis, dirigidas por
tituição Federal (ao lado do direito à vida, da liberdade, da igual- delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a compe-
dade, e da propriedade), bem como o aspecto de direito social, por tência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
estar prevista no art. 6º, da Constituição Federal. A segurança do infrações penais, exceto as militares.
caput, do art. 5º, CF, todavia, se refere à “segurança jurídica”. Já
a segurança do art. 6º, CF, se refere à “segurança pública”, a qual 2.5 Função das Polícias Militares. Às polícias militares ca-
encontra disciplinamento no art. 144, da Constituição da Repú- bem o papel de polícia ostensiva e a preservação da ordem pú-
blica. blica.
Ademais, enquanto a Lei Fundamental pátria preceitua que
a educação e a saúde são “direitos de todos e dever do Estado”, 2.6 Função dos Corpos de Bombeiros Militares. Além das
fala, por outro lado, que a segurança pública, antes mesmo de ser atividades definidas em lei, incumbe aos corpos de bombeiros mi-
direito de todos, é um “dever do Estado”. Com isso, isto é, ao co- litares a execução de atividades de defesa civil.
locar a segurança pública antes de tudo como um dever do Estado,
e só depois como um direito do todos, denota o compromisso dos TÍTULO VIII
agentes estatais em prevenir a desordem, e, consequencialmente, Da Ordem Social
evitar a justiça por próprias mãos. CAPÍTULO I
Neste prumo, no art. 144, caput, da Constituição Federal, se DISPOSIÇÃO GERAL
afirma que a segurança pública é exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas, como para a pre- Art. 193. A ordem social tem como base o primado do traba-
servação dos patrimônios público e particular. lho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

Didatismo e Conhecimento 26
NOÇÕES DE DIREITO
CAPÍTULO II § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade
DA SEGURIDADE SOCIAL social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Po-
Seção I der Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
DISPOSIÇÕES GERAIS creditícios.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto inte- a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o dis-
grado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, posto no art. 154, I.
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá
e à assistência social. ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, custeio total.
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só po-
I - universalidade da cobertura e do atendimento; derão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publi-
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às cação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes
populações urbanas e rurais; aplicando o disposto no art. 150, III, «b».
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefí- § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as
cios e serviços; entidades beneficentes de assistência social que atendam às exi-
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; gências estabelecidas em lei.
V - eqüidade na forma de participação no custeio; § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais
VI - diversidade da base de financiamento; e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhado- empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social
res, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comer-
colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de cialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da
1998) lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a so- § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput
ciedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferencia-
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do das, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições mão-deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do
sociais: mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equipara- nº 47, de 2005)
da na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos
Constitucional nº 20, de 1998) para o sistema único de saúde e ações de assistência social da
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pa- União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos
gos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida
serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Constitucional nº 20, de 1998) § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contri-
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Consti- buições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para
tucional nº 20, de 1998) débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (In-
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de cluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
1998) § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência so- quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV
cial, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão con- do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitu-
cedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. cional nº 42, de 19.12.2003)
201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamen-
quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional to. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- Seção II
nicípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos DA SAÚDE
orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será ela- Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garan-
borada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, tido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução
previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias,      as- igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e re-
segurada a cada área a gestão de seus recursos. cuperação.

Didatismo e Conhecimento 27
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saú- § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
de, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos
física ou jurídica de direito privado. da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 2010) Regulamento
I - descentralização, com direção única em cada esfera de go- § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º
verno; do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça fun-
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades ções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de des-
III - participação da comunidade. cumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de § 1º As instituições privadas poderão participar de forma com-
outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda plementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, me-
Constitucional nº 29, de 2000) diante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde re- § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios
cursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respecti- ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos
vo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze casos previstos em lei.
por cento);  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facili-
2015) tem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, proces-
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recur- samento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado
sos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso todo tipo de comercialização.
II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) atribuições, nos termos da lei:
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân-
da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recur- cias de interesse para a saúde e participar da produção de medica-
sos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(In- mentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros
cluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) insumos;
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº bem como as de saúde do trabalhador;
29, de 2000) III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saú-
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;  (Re- de;
dação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) IV - participar da formulação da política e da execução das
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados ações de saneamento básico;
à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni- V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
cípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, científico e tecnológico e a inovação;      (Redação dada pela Emen-
objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (In- da Constitucional nº 85, de 2015)
cluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o con-
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das des- trole de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para con-
pesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e munici- sumo humano;
pal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans-
IV - (revogado).   (Redação dada pela Emenda Constitucional porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos,
nº 86, de 2015) tóxicos e radioativos;
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele com-
admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às preendido o do trabalho.
endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com
a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos espe-
cíficos para sua atuação. .(Incluído pela Emenda Constitucional
nº 51, de 2006)

Didatismo e Conhecimento 28
NOÇÕES DE DIREITO
Seção III § 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo ante-
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL rior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magis-
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma tério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Reda-
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atua- § 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem
rial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na
Constitucional nº 20, de 1998) atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos re-
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade gimes de previdência social se compensarão financeiramente, se-
avançada;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de gundo critérios estabelecidos em lei. (Incluído dada pela Emenda
1998) Constitucional nº 20, de 1998)
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Reda- § 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do tra-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) balho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de pre-
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego in- vidência social e pelo setor privado. (Incluído dada pela Emenda
voluntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de Constitucional nº 20, de 1998)
1998) § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título,
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previ-
dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Cons- denciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e
titucional nº 20, de 1998) na forma da lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20,
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao côn- de 1998)
juge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § § 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previden-
2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) ciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferencia- renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho domés-
dos para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regi- tico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias
me geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual
exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a a um salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional
integridade física e quando se tratar de segurados portadores de nº 47, de 2005)
deficiência, nos termos definidos em lei complementar. (Redação § 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que
dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência
ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005
ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter com-
20, de 1998) plementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o geral de previdência social, será facultativo, baseado na constitui-
cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da ção de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) por lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- nº 20, de 1998)
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios § 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao
definidos em lei.  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº participante de planos de benefícios de entidades de previdência
20, de 1998) privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, respectivos planos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de re- 20, de 1998)
gime próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda Consti- § 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as con-
tucional nº 20, de 1998) dições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas de benefícios das entidades de previdência privada não integram o
terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos
ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) benefícios concedidos, não integram a remuneração dos partici-
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previ- pantes, nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitu-
dência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condi- cional nº 20, de 1998)
ções: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas
de contribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitu- autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia
cional nº 20, de 1998) mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocina-
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos dor, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição nor-
de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os tra- mal poderá exceder a do segurado. (Incluído pela Emenda Consti-
balhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas tucional nº 20, de 1998)
atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o pro-
dutor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Didatismo e Conhecimento 29
NOÇÕES DE DIREITO
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, CAPÍTULO III
Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas Seção I
direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fe- DA EDUCAÇÃO
chadas de previdência privada, e suas respectivas entidades fecha-
das de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da
nº 20, de 1998) família, será promovida e incentivada com a colaboração da socie-
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior apli- dade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo
car-se-á, no que couber, às empresas privadas permissionárias ou para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patro- Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes
cinadoras de entidades fechadas de previdência privada. (Incluído princípios:
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo escola;
estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das dire- II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pen-
torias das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará samento, a arte e o saber;
a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de deci- III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coe-
são em que seus interesses sejam objeto de discussão e delibera- xistência de instituições públicas e privadas de ensino;
ção. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos ofi-
ciais;
Seção IV V - valorização dos profissionais da educação escolar, garan-
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL tidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusiva-
mente por concurso público de provas e títulos, aos das redes pú-
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela ne- blicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
cessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
e tem por objetivos: VII - garantia de padrão de qualidade.
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adoles- VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais
cência e à velhice; da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de traba-
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de de- lhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a
ficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de
possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida 2006)
por sua família, conforme dispuser a lei. Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência so- científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e
cial serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pes-
social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas quisa e extensão.
com base nas seguintes diretrizes: § 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coor- e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
denação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a Constitucional nº 11, de 1996)
execução dos respectivos programas às esferas estadual e muni- § 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesqui-
cipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; sa científica e tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional
II - participação da população, por meio de organizações re- nº 11, de 1996)
presentativas, na formulação das políticas e no controle das ações Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado
em todos os níveis. mediante a garantia de:
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita
cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Reda-
aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emen- ção dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emen-
da Constitucional nº 42, de 19.12.2003) da Constitucional nº 59, de 2009)
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela II - progressiva universalização do ensino médio gratui-
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) to; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional III - atendimento educacional especializado aos portadores de
nº 42, de 19.12.2003) deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamen- IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até
te aos investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) nal nº 53, de 2006)

Didatismo e Conhecimento 30
NOÇÕES DE DIREITO
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e § 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela
da criação artística, segundo a capacidade de cada um; União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pe-
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições los Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para
do educando; efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da edu- transferir.
cação básica, por meio de programas suplementares de material § 2º Para efeito do cumprimento do disposto no «caput» deste
didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Re- artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e
dação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público § 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará priori-
subjetivo. dade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Pú- que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade
blico, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autori- e equidade, nos termos do plano nacional de educação. (Redação
dade competente. dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no § 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos
ou responsáveis, pela freqüência à escola. provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamen-
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as tários.
seguintes condições: § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Cons-
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fun- titucional nº 53, de 2006)
damental, de maneira a assegurar formação básica comum e res- § 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da con-
peito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. tribuição social do salário-educação serão distribuídas proporcio-
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá nalmente ao número de alunos matriculados na educação básica
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fun- nas respectivas redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda
damental. Constitucional nº 53, de 2006)
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas pú-
portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a uti- blicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais
lização de suas línguas maternas e processos próprios de apren- ou filantrópicas, definidas em lei, que:
dizagem. I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus exce-
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- dentes financeiros em educação;
nicípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola
ensino. comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos caso de encerramento de suas atividades.
Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e § 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser desti-
exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supleti- nados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na
va, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos,
e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência téc- quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública
nica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí- na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público
pios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino funda- localidade.
mental e na educação infantil. (Redação dada pela Emenda Cons- § 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e
titucional nº 14, de 1996) fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por institui-
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente ções de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio
no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitu- financeiro do Poder Público.   (Redação dada pela Emenda Cons-
cional nº 14, de 1996) titucional nº 85, de 2015)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de
Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de
colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos,
obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de metas e estratégias de implementação para assegurar a manuten-
2009) ção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos
ensino regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação dada
2006) pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de I - erradicação do analfabetismo;
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte II - universalização do atendimento escolar;
e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, III - melhoria da qualidade do ensino;
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e IV - formação para o trabalho;
desenvolvimento do ensino. V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.

Didatismo e Conhecimento 31
NOÇÕES DE DIREITO
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públi- § 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a
cos em educação como proporção do produto interno bruto. (In- fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de
cluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e
projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamen-
Seção II to de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
DA CULTURA I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional
direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará nº 42, de 19.12.2003)
e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamen-
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas popula- te aos investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda
res, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participan- Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
tes do processo civilizatório nacional. Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em
 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa,
alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais. institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas
 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre
plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à inte- os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover
gração das ações do poder público que conduzem à: (Incluído pela o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exer-
Emenda Constitucional nº 48, de 2005) cício dos direitos culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (In- nº 71, de 2012)
cluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005) § 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política
II produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano
pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005) Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios: Incluído
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
em suas múltiplas dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucio- I - diversidade das expressões culturais; Incluído pela Emenda
nal nº 48, de 2005) Constitucional nº 71, de 2012
IV democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais; In-
pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005) cluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimen-
Emenda Constitucional nº 48, de 2005) to e bens culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens 2012
de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memó- e privados atuantes na área cultural; Incluído pela Emenda Consti-
ria dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos tucional nº 71, de 2012
quais se incluem: V - integração e interação na execução das políticas, progra-
I - as formas de expressão; mas, projetos e ações desenvolvidas; Incluído pela Emenda Cons-
II - os modos de criar, fazer e viver; titucional nº 71, de 2012
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais;  In-
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espa- cluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
ços destinados às manifestações artístico-culturais; VII - transversalidade das políticas culturais; Incluído pela
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagísti- Emenda Constitucional nº 71, de 2012
co, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da so-
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, pro- ciedade civil; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
moverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de IX - transparência e compartilhamento das informações; In-
inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e cluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
de outras formas de acautelamento e preservação. X - democratização dos processos decisórios com participa-
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão ção e controle social; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71,
da documentação governamental e as providências para franquear de 2012
sua consulta a quantos dela necessitem. XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos re-
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conheci- cursos e das ações; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
mento de bens e valores culturais. 2012
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orça-
na forma da lei. mentos públicos para a cultura. Incluído pela Emenda Constitucio-
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detento- nal nº 71, de 2012
res de reminiscências históricas dos antigos quilombos. § 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas
respectivas esferas da Federação: Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 71, de 2012
I - órgãos gestores da cultura; Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 71, de 2012

Didatismo e Conhecimento 32
NOÇÕES DE DIREITO
II - conselhos de política cultural; Incluído pela Emenda § 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas
Constitucional nº 71, de 2012 áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por
III - conferências de cultura; Incluído pela Emenda Constitu- meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e concederá
cional nº 71, de 2012 aos que delas se ocupem meios e condições especiais de traba-
IV - comissões intergestores; Incluído pela Emenda Constitu- lho.  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
cional nº 71, de 2012 § 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em
V - planos de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e aper-
nº 71, de 2012 feiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas
VI - sistemas de financiamento à cultura; Incluído pela Emen- de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do
da Constitucional nº 71, de 2012 salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produ-
VII - sistemas de informações e indicadores culturais; Incluí- tividade de seu trabalho.
do pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012 § 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular par-
VIII - programas de formação na área da cultura; e Incluído cela de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012 ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
IX - sistemas setoriais de cultura. Incluído pela Emenda Cons- § 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput
titucional nº 71, de 2012 , estimulará a articulação entre entes, tanto públicos quanto pri-
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema vados, nas diversas esferas de governo.    (Incluído pela Emenda
Nacional de Cultura, bem como de sua articulação com os demais Constitucional nº 85, de 2015)
sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo. Incluído pela § 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior
Emenda Constitucional nº 71, de 2012 das instituições públicas de ciência, tecnologia e inovação, com
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organiza- vistas à execução das atividades previstas no caput.  (Incluído pela
rão seus respectivos sistemas de cultura em leis próprias. Incluído Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012 Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e
Seção III será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural
DO DESPORTO e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tec-
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas for- nológica do País, nos termos de lei federal.
mais e não-formais, como direito de cada um, observados: Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortale-
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associa- cimento da inovação nas empresas, bem como nos demais entes,
ções, quanto a sua organização e funcionamento; públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prio- polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da inova-
ritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do ção, a atuação dos inventores independentes e a criação, absor-
desporto de alto rendimento; ção, difusão e transferência de tecnologia.  (Incluído pela Emenda
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e Constitucional nº 85, de 2015)
o não- profissional; Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de nicípios poderão firmar instrumentos de cooperação com órgãos
criação nacional. e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina compartilhamento de recursos humanos especializados e capaci-
e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da dade instalada, para a execução de projetos de pesquisa, de de-
justiça desportiva, regulada em lei. senvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente be-
contados da instauração do processo, para proferir decisão final. neficiário, na forma da lei.   (Incluído pela Emenda Constitucional
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de pro- nº 85, de 2015)
moção social. Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Ino-
vação (SNCTI) será organizado em regime de colaboração entre
CAPÍTULO IV entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação.  (Incluído
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNC-
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimen- TI.  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
to científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legisla-
inovação.   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de rão concorrentemente sobre suas peculiaridades.   (Incluído pela
2015) Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tra-
tamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o
progresso da ciência, tecnologia e inovação.  (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente
para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento
do sistema produtivo nacional e regional.

Didatismo e Conhecimento 33
NOÇÕES DE DIREITO
CAPÍTULO V § 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independen-
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL temente da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, de-
verão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expres- lei específica, que também garantirá a prioridade de profissionais
são e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não brasileiros na execução de produções nacionais. (Incluído pela
sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constitui- Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
ção. § 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir em- empresas de que trata o § 1º. (Incluído pela Emenda Constitucional
baraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer nº 36, de 2002)
veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, § 5º As alterações de controle societário das empresas de que
V, X, XIII e XIV. trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional. (Incluído
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
ideológica e artística. Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar
§ 3º Compete à lei federal: concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complemen-
Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a taridade dos sistemas privado, público e estatal.
que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação § 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64,
se mostre inadequada; § 2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem.
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à § 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá
família a possibilidade de se defenderem de programas ou pro- de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional,
gramações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. em votação nominal.
221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que § 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos
possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente. legais após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos pa-
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, rágrafos anteriores.
agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições § 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de ven-
legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, cido o prazo, depende de decisão judicial.
sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorren- § 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para
tes de seu uso. as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão.
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Con-
indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. gresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação inde- Comunicação Social, na forma da lei.
pende de licença de autoridade.
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio CAPÍTULO VI
e televisão atenderão aos seguintes princípios: DO MEIO AMBIENTE
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas; Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamen-
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à pro- te equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
dução independente que objetive sua divulgação; qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalísti- o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras
ca, conforme percentuais estabelecidos em lei; gerações.
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da famí- § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao
lia. Poder Público:
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodi- I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
fusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regula-
naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas consti- mento)
tuídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. (Redação II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio ge-
dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) nético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e ma-
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do ca- nipulação de material genético;  (Regulamento)   (Regulamento)
pital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de ra- III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços ter-
diodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ritoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos,
ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei,
dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atri-
e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação dada pela butos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
Emenda Constitucional nº 36, de 2002) IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou ati-
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção vidade potencialmente causadora de significativa degradação do
e direção da programação veiculada são privativas de brasileiros meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de publicidade;  (Regulamento)
comunicação social. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 36, de 2002)

Didatismo e Conhecimento 34
NOÇÕES DE DIREITO
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegu-
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, rar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade,
a qualidade de vida e o meio ambiente;   (Regulamento) o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
ensino e a conscientização pública para a preservação do meio am- à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
biente; toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem nº 65, de 2010)
a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Re- § 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à
gulamento) saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a partici-
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a pação de entidades não governamentais, mediante políticas espe-
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução téc- cíficas e obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela
nica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a saúde na assistência materno-infantil;
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação II - criação de programas de prevenção e atendimento especia-
de reparar os danos causados. lizado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem
do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patri- portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e
mônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coleti-
de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, in- vos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as
clusive quanto ao uso dos recursos naturais. formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitu-
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pe- cional nº 65, de 2010)
los Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradou-
ecossistemas naturais. ros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser ins- portadoras de deficiência.
taladas. § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes as-
pectos:
CAPÍTULO VII I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho,
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção escola; (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
do Estado. IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união específica;
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalida-
a lei facilitar sua conversão em casamento. de e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento,
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunida- quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
de formada por qualquer dos pais e seus descendentes. VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurí-
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são dica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhi-
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. mento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Re- abandonado;
dação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010) VII - programas de prevenção e atendimento especializado à
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes
e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre de- e drogas afins. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65,
cisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacio- de 2010)
nais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a explora-
forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. ção sexual da criança e do adolescente.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de § 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte
violência no âmbito de suas relações. de estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quais-
quer designações discriminatórias relativas à filiação.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente
levar-se- á em consideração o disposto no art. 204.

Didatismo e Conhecimento 35
NOÇÕES DE DIREITO
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional § 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174,
nº 65, de 2010) § 3º e § 4º.
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são par-
jovens; (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) tes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visan- interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do
do à articulação das várias esferas do poder público para a execu- processo.
ção de políticas públicas. (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 1 Base e objetivos da ordem social. A ordem social tem
65, de 2010) como base o primado do trabalho, e como objetivos o bem-estar
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito e a justiça sociais. Eis o teor do art. 193, da Constituição Federal.
anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os fi- 1.1 O que significa dizer que a ordem social tem como base
lhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar “o primado do trabalho”? A Lei Fundamental de 1988 assegu-
os pais na velhice, carência ou enfermidade. ra uma série de direitos aos trabalhadores. Eles podem ser obser-
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de vados nos arts. 7º e 8º, da Constituição Federal, essencialmente,
amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comu- dentre os quais se assegura o décimo-terceiro salário, um salário
nidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o mínimo condizente com as necessidades pessoais e familiares, a
direito à vida. remuneração da hora noturna superior à hora diurna, a proibição
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados contra a automação, a equiparação entre trabalhador urbano e ru-
preferencialmente em seus lares. ral, o direito de greve, a igualdade de oportunidades para homens
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratui- e mulheres, dentre outros.
dade dos transportes coletivos urbanos. Ademais, se observado o art. 1º, IV, da Constituição Federal,
se verá que a República Federativa do Brasil tem como um de seus
CAPÍTULO VIII fundamentos os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
DOS ÍNDIOS Tal dispositivo reconhece o capitalismo como modelo econômico
vigente no país. Entretanto, não se trata de qualquer capitalismo,
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, mas de um capitalismo humanista, que, apesar de fomentar a livre
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários so- iniciativa (o que leva ao aquecimento da economia e a melhores
bre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União e maiores opções para os consumidores), protege seus trabalhado-
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. res, garantindo-lhes um mínimo de bem-estar.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por Desta maneira, o trabalho é encarado como um valor social
eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas ati- em nosso ordenamento, pois junto dele vem o direito de quem tra-
vidades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos balha de poder usufruir dos vencimentos (remuneração), de obter
ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua re- chances de aumentar suas rendas, de crescer dentro de uma profis-
produção física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradi- são, de garantir o sustento de uma família etc.
ções. Desta maneira, quando o art. 193, CF, prevê que a ordem social
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios desti- bem como base o primado do trabalho, significa que se reconhece
nam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo que o labor é necessário ao bom desenvolvimento do país. Em
das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. outras palavras, busca-se fazer do trabalho um instrumento com
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os po- o qual, diante de suas consequências (produção de renda, geração
tenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em de empregos, e aumento da arrecadação do Estado), se concretize
terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Con- ainda mais os direitos sociais, bem como todos os outros direitos
gresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes previstos no Título da Constituição que trata “Da Ordem Social”.
assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indis- 1.2 E, o que significa dizer que a ordem social tem como
poníveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. objetivos o bem-estar e a justiça sociais? A ideia de justiça social
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas ter- implica uma ideia de justiça distributiva, tal como previa John Ra-
ras, salvo, «ad referendum» do Congresso Nacional, em caso de wls no início da segunda metade do século passado.
catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no Quando se utiliza a expressão “justiça social”, não diz respeito
interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Na- apenas ao acesso ao Poder Judiciário, isto é, à justiça enquanto
cional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo abstratização de um ente jurídico, mas alude, igualmente, a um ele-
que cesse o risco. mento norteador de respeito ao Princípio da Igualdade/Isonomia,
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, como forma de permitir que, perante um prisma da sociedade, to-
os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse dos tenham as mesmas iniciativas e os mesmos instrumentos para
das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas o alcance do sucesso pessoal e profissional. Mas, que essa luta não
naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado se dê a mercê da dignidade da pessoa humana, a qual é denomina-
relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei dor comum de um Estado Democrático de Direito.
complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a inde-
nização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto
às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.

Didatismo e Conhecimento 36
NOÇÕES DE DIREITO
Ora, se essa igualdade de oportunidades não resultar em bem F) Diversidade da base de financiamento. A arrecadação vem
-estar a quem participa deste processo, não haverá qualquer êxito de diversas fontes. Toda a sociedade financiará a seguridade social,
no atingimento da base da “Ordem Social”, afinal, de nada terá tanto de forma direta como de forma indireta, mediante recursos
adiantado conseguir progredir por meio do trabalho se, em troca, provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
houver abdicação das benesses de se viver com dignidade. Federal e dos Municípios. Para se ter ideia, como contribuições
sociais se prevê aquelas advindas do empregador, da empresa e da
2 Seguridade social. A seguridade social compreende um entidade a ela equiparada na forma da lei, aquelas incidentes sobre
conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e a receita de concursos e prognósticos, aquelas incidentes sobre o
da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
à previdência, e à assistência social. Eis, em essência, o teor do equiparar.
caput, do art. 194, da Constituição Federal. G) Caráter democrático e descentralizado da administração,
Com efeito, há se observar, preliminarmente, que a seguridade mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhado-
social se destina ao custeio da saúde, da previdência e da assistên- res, dos empregadores, dos aposentados, e do Governo nos órgãos
cia social. É esse o tripé fundamental a que se presta o mecanismo colegiados. A “gestão quadripartite” talvez seja a grande carac-
securitário. Todo tipo de arrecadação promovida pela seguridade terística da seguridade social. Ela será feita pelos trabalhadores,
social destina-se à manutenção deste tripé. Assim, quando se fala pelos empregadores, pelos aposentados, e pelo Governo. Todos os
em “déficit da saúde”, ou em “rombo da previdência”, p. ex., é agentes envolvidos em questões securitárias, seja porque alvos de
porque o problema está, basicamente, na seguridade social, ou na políticas públicas, seja porque devedores de contribuições sociais,
forma como se faz a arrecadação e a distribuição de recursos. seja porque organizadores da distribuição e alocação de recursos,
Isto posto, são alguns objetivos da seguridade social: deverão palpitar, democraticamente, em busca de uma medida
A) Universalidade da cobertura e do atendimento. Todos os “que fique melhor para todos”.
tutelados pela República Federativa do Brasil têm direito à cober-
tura e ao atendimento promovidos pela seguridade social. Quando 2.1 Saúde. No primeiro plano da seguridade social está a saú-
se chega num hospital público, p. ex., não importam as condições de, disciplinada entre os arts. 196 e 200, da Constituição.
econômicas daquele que busca socorro. O atendimento deve ser o Segundo o art. 196, CF, a saúde é direito de todos e dever do
mesmo, independentemente da cor, credo, “status” econômico, ou Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que vi-
etnia. Esta “equação” somente funciona porque nem todos preci- sem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
sam se socorrer constantemente da seguridade social. Desta forma, universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, prote-
todos pagam pelo uso (através de contribuições), mas só alguns ção e recuperação.
efetivamente usam; Com efeito, o artigo subsequente, 197, dispõe serem de re-
B) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às levância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder
populações urbanas e rurais. Essa ideia de equivaler as popu- Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fis-
lações urbanas e rurais é uma tônica da Constituição Federal de calização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente
1988, que já o tinha feito no art. 7º, ao equiparar trabalhadores ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de
rurais e urbanos; direito privado (veja-se, pois, que a assistência à saúde é livre à
C) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios iniciativa privada).
e serviços. Tratam-se de dois princípios inerentes à seguridade As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede re-
social, a saber, o “Princípio da Seletividade” e o “Princípio da gionalizada e hierarquizada, e constituem um sistema único (o
Distributividade”. Pela “seletividade” se determina as áreas priori- “SUS”, Sistema Único de Saúde), organizado de acordo com as
tárias de atuação, e pela “distributividade” se faz a devida alocação diretrizes da descentralização, do atendimento integral, e da par-
de recursos; ticipação da comunidade.
D) Irredutibilidade do valor dos benefícios. É preciso man- Neste diapasão, são atribuições do sistema único de saúde,
ter o “poder de compra” com os benefícios concedidos. Evita-se com fulcro no art. 200, da Constituição da República:
a desvalorização dos benefícios concedidos frente às taxas infla- A) Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân-
cionárias. Em mesmo sentido, o parágrafo quarto, do art. 201, CF, cias de interesse para a saúde e participar da produção de medica-
prevê que é assegurado o reajustamento dos benefícios (pertinen- mentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros
tes à previdência social) para preservar-lhes, em caráter permanen- insumos (inciso I);
te, o valor real, conforme critérios definidos em lei; B) Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
E) Equidade na forma de participação do custeio. A ideia é bem como as de saúde do trabalhador (inciso II);
que cada um contribua na medida de sua capacidade. Uns, inva- C) Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde
riavelmente, por terem melhores condições financeiras, pagarão (inciso III);
mais, enquanto outros, por terem um baixo orçamento mensal, pa- D) Participar da formulação da política e da execução das
garão menos. Isso não significa que quem pagou mais será melhor ações de saneamento básico (inciso IV);
atendido ou terá prioridade. O atendimento é universal, como já E) Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento
dito; científico e tecnológico (inciso V);
F) Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o contro-
le de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
humano (inciso VI);

Didatismo e Conhecimento 37
NOÇÕES DE DIREITO
G) Participar do controle e fiscalização da produção, trans- 3 Educação. A educação é direito de todos e dever do Estado
porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colabo-
tóxicos e radioativos (inciso VII); ração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
H) Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreen- seu preparo para o exercício e sua qualificação para o trabalho.
dido o do trabalho (inciso VIII). Há se chamar atenção ao fato de que a Constituição torna a
família compromissária para com o direito social à educação. Ne-
2.2 Previdência social. A previdência social será organizada nhuma política governamental que seja estabelecida para diminuir
sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação a evasão escolar será profícua se não contar com o auxílio da fa-
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio finan- mília e da sociedade.
ceiro e atuarial, e atenderá nos termos de lei, a (art. 201, CF):
A) Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade 3.1 Princípios que movem o ensino. O art. 206 da Constitui-
avançada (inciso I); ção dispõe que o ensino será ministrado com base nos seguintes
B) Proteção à maternidade, especialmente à gestante (inciso princípios:
II); A) Igualdade de condições para o acesso e permanência na
C) Proteção ao trabalhador em situação de desemprego invo- escola (inciso I);
luntário (inciso III); B) Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pen-
D) Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos samento, a arte e o saber (inciso II);
segurados de baixa renda (inciso IV); C) Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coe-
E) Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao côn- xistência de instituições públicas e privadas de ensino (inciso III);
juge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no §2º, D) Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais
do art. 201, CF (inciso V). (inciso IV);
As Leis nº 8.212/91 (que regulamenta o “plano de custeio”) e E) Valorização dos profissionais da educação escolar, garan-
nº 8.213/91 (que regulamenta os “planos de benefícios”) discipli- tidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusi-
nam o “Regime Geral de Previdência Social”. vamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas (inciso V);
2.3 Assistência social. A assistência social será prestada a F) Gestão democrática do ensino público, na forma da lei (in-
quem dela necessitar, independentemente de contribuição à segu- ciso VI);
ridade social, e tem por objetivos (art. 203, CF): G) Garantia de padrão de qualidade (inciso VII);
A) A proteção à família, à maternidade, à infância, à adoles- H) Piso salarial profissional nacional para os profissionais da
cência e à velhice (inciso I); educação escolar pública, nos termos de lei federal (inciso VIII).
B) O amparo às crianças e adolescentes carentes (inciso II); Ademais, há se lembrar que o ensino é livre à iniciativa priva-
C) A promoção da integração ao mercado de trabalho (inciso da, desde que cumpridas as normas gerais da educação nacional,
III); sujeitando-se à autorização e avaliação de qualidade pelo Poder
D) A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de defi- Público.
ciência e a promoção de sua integração à vida comunitária (inciso Também, o ensino religioso, de matrícula facultativa, consti-
IV); tuirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensi-
E) A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à no fundamental.
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não Por fim, o ensino fundamental regular será ministrado em lín-
possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida gua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a
por sua família, conforme dispuser a lei (inciso V). utilização de suas línguas maternas e processos próprios de apren-
Some-se a isso a informação constante do art. 204, da Lei dizagem.
Fundamental, segundo a qual as ações governamentais na área da
assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da 3.2 Dever do Estado com a educação. Com supedâneo no
seguridade social, previstos no art. 195, CF, além de outras fontes, art. 208, da Constituição, o dever do Estado com a educação será
e organizada com base nas seguintes diretrizes: efetivado mediante a garantia de:
A) Descentralização político-administrativa, cabendo a coor- A) Educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos de-
denação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a zessete anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para
execução dos respectivos programas às esferas estadual e muni- todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria (inciso I);
cipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social B) Progressiva universalização do ensino médio gratuito (in-
(inciso I); ciso II);
B) Participação da população, por meio de organizações re- C) Atendimento educacional especializado aos portadores de
presentativas, na formulação das políticas e no controle (inciso II). deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (inciso
O caráter extremamente abrangente da assistência social per- III);
mite denominá-la, inclusive, como verdadeiro “direito-tampão”. D) Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até
A Lei nº 8.742/93 (“Lei de Organização da Assistência Social”) cinco anos de idade (inciso IV);
regulamenta os benefícios, objetivos e finalidades a que se preza E) Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e
tal direito tipicamente social. da criação artística, segundo a capacidade de cada um (inciso V);
F) Oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do
educando (inciso VI);

Didatismo e Conhecimento 38
NOÇÕES DE DIREITO
G) Atendimento ao educando, em todas as etapas da educação J) Democratização dos processos decisórios com participação
básica, por meio de programas suplementares de material didático e controle social (inciso X);
-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (inciso VII). K) Descentralização articulada e pactuada da gestão, dos re-
O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público cursos e das ações (inciso XI);
subjetivo. Isto significa que pode um cidadão cobrar do Estado o L) Ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamen-
direito ao ensino gratuito (inclusive judicialmente), já que se trata tos públicos para a cultura (inciso XII).
de uma garantia que lhe é pré-estabelecida pelo parágrafo primei-
ro, do art. 208, da Constituição. Isso tanto é verdade que o não-o- 4.3 Patrimônio cultural brasileiro. Com supedâneo no art.
ferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua ofer- 216, da Constituição Federal, constituem patrimônio cultural bra-
ta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente sileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados indivi-
(art. 208, §2º, CF). dualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade,
à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
4 Cultura. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos brasileira, nos quais se incluem:
direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará A) As formas de expressão (inciso I);
e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. B) Os modos de criar, fazer e viver (inciso II);
O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, C) As criações científicas, artísticas e tecnológicas (inciso III);
indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes D) As obras, objetos, documentos, edificações e demais es-
do processo civilizatório nacional. paços destinados às manifestações artístico-culturais (inciso IV);
A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta E) Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagís-
significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais. tico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico
(inciso V).
4.1 Plano Nacional de Cultura. A lei estabelecerá o “Plano O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promo-
Nacional de Cultura”, de duração plurianual, visando ao desen- verá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de in-
volvimento cultural do País e à integração das ações do poder pú- ventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de
blico que conduzem à (art. 215, §3º, CF): outras formas de acautelamento e preservação.
A) Defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro (in- Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da
ciso I); documentação governamental e as providências para franquear sua
B) Produção, promoção e difusão de bens culturais (inciso II); consulta a quantos dela necessitem.
C) Formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimen-
em suas múltiplas dimensões (inciso III); to de bens e valores culturais.
D) Democratização do acesso aos bens de cultura (inciso IV); Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na
E) Valorização da diversidade étnica e regional (inciso V). forma da lei.
Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de
4.2 Sistema Nacional de Cultura. O Sistema Nacional de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descen-
tralizada e participativa, institui um processo de gestão e promo- 5 Desporto. É dever do Estado fomentar práticas desportivas
ção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e per- formais e não-formais, como direito de cada um, observados (art.
manentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, 217, CF):
tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e A) A autonomia das entidades desportivas dirigentes e asso-
econômico com pleno exercício dos direitos culturais. Tal sistema ciações, quanto a sua organização e funcionamento (inciso I);
fundamenta-se na política nacional de cultura e nas suas diretrizes, B) A destinação de recursos públicos para a promoção prio-
estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos se- ritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do
guintes princípios (art. 216-A e §1º, ambos da Constituição): desporto de alto rendimento (inciso II);
A) Diversidade das expressões culturais (inciso I); C) O tratamento diferenciado para o desporto profissional e o
B) Universalização do acesso aos bens e serviços culturais não-profissional (inciso III);
(inciso II); D) A proteção e o incentivo às manifestações desportivas de
C) Fomento à produção, difusão e circulação de conhecimen- criação nacional (inciso IV).
to e bens culturais (inciso III); O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às
D) Cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça
privados atuantes na área cultural (inciso IV); desportiva, regulada em lei.
E) Integração e interação na execução das políticas, progra- A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias,
mas, projetos e ações desenvolvidas (inciso V); contados da instauração do processo, para proferir decisão final.
F) Complementaridade nos papéis dos agentes culturais (in- O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção
ciso VI); social.
G) Transversalidade das políticas culturais (inciso VII);
H) Autonomia dos entes federados e das instituições da socie- 6 Ciência e tecnologia. Nos termos do art. 218, caput, da
dade civil (inciso VIII); Constituição Federal, o Estado promoverá e incentivará o desen-
I) transparência e compartilhamento das informações (inciso volvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas.
IX);

Didatismo e Conhecimento 39
NOÇÕES DE DIREITO
Neste sentido, são nuanças pertinentes à ciência e tecnologia: A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e dire-
A) A pesquisa científica básica receberá tratamento prioritário ção da programação veiculada são privativas de brasileiros natos
do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso das ciên- ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comu-
cias; nicação social.
B) A pesquisa tecnológica voltar-se-á, preponderantemente,
para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento 7.3 Concessão/permissão/autorização para serviço de
do sistema produtivo nacional e regional; comunicação. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar
C) O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão
áreas de ciência, pesquisa e tecnologia, e concederá aos que delas sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complemen-
se ocupem meios e condições especiais de trabalho; taridade dos sistemas privado, público e estatal.
D) A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, §2º
pesquisa, criação de tecnologia adequada ao país, formação e aper- e §4º, CF, a contar do recebimento da mensagem.
feiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas A não renovação da concessão ou permissão dependerá de
de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional,
salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produ- em votação nominal.
tividade de seu trabalho; O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos le-
E) É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular par- gais após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos pará-
cela de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento grafos anteriores.
ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica; O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido
F) O mercado interno integra o patrimônio nacional e será o prazo, depende de decisão judicial.
incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e so- O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as
cioeconômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológi- emissoras de rádio e de quinze anos para as de televisão.
ca do país, nos termos de lei federal.
8 Meio ambiente. Segundo o art. 225, caput, da Constituição
7 Comunicação social. Por proteger a Constituição Federal, Federal, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equi-
entre outros, a liberdade de expressão, a livre manifestação do pen- librado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
samento, e o direito à informação, ganhou a comunicação social de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
importância singularizada na Lei Fundamental, por se tratar do de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
modo como se materializa os direitos que partem do pensamento Da simples redação do dispositivo constitucional várias infor-
como princípio ativo. A manifestação do pensamento, a criação, a mações podem ser extraídas.
expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veícu- A primeira delas diz respeito ao “meio ambiente ecologica-
lo, pois, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto na mente equilibrado”. A Constituição não assegura apenas, veja-se,
Constituição Federal. o “direito ao meio ambiente”, pois, o meio ambiente já é algo na-
tural da espécie humana, isto é, qualquer espaço físico/social no
7.1 Princípios que regem a produção e a programação das qual vive a espécie humana pode ser considerado meio ambien-
emissoras de rádio e televisão. São eles, segundo o art. 221, da te. Exatamente por isso a Constituição Federal assegura um meio
Constituição: ambiente “ecologicamente equilibrado”, assim entendido aquele
A) Preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e meio em que a exploração de recursos naturais e minerais se dê nos
informativas (inciso I); limites do razoável, seguindo as regulamentações existentes sobre
B) Promoção da cultura nacional e regional e estímulo à pro- o assunto, com a devida recuperação da área degradada se for o
dução independente que objetive sua divulgação (inciso II); caso. Se possível, ainda, almeja-se que a harmonia entre o homem
C) Regionalização da produção cultural, artística e jornalísti- e a natureza (aqui entendida em sentido amplo) seja uma relação
ca, conforme percentuais estabelecidos em lei (inciso III); mutualista, protocooperativa.
D) Respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família A segunda informação remonta à expressão “bem de uso co-
(inciso IV). mum do povo”. Com efeito, seguindo-se a abrasileira teoria das
gerações/dimensões de direitos fundamentais, de Paulo Bonavi-
7.2 Propriedade de empresa de comunicação social. A pro- des, o meio ambiente situa-se na terceira geração/dimensão, ligada
priedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons ao valor “fraternidade”. Por isso, é errado falar no meio ambiente
e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais como um “espaço fechado para poucos”.
de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasi- No direito civil, os bens de uso comum do povo são aqueles
leiras e que tenham sede no país. bens públicos que permitem o livre acesso das pessoas. É exata-
Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital mente essa a lógica que se quer fazer valer para o meio ambiente:
total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radio- trata-se de bem público, de livre acesso à população, desde que
difusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou este livre acesso não importe depredação.
indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez A terceira informação diz respeito à atribuição de competên-
anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e es- cia para protegê-lo e preservá-lo: o Poder Público e a coletividade.
tabelecerão o conteúdo da programação. É sabido que apenas o Poder Público não basta para promover a
conservação e revitalização ambiental.

Didatismo e Conhecimento 40
NOÇÕES DE DIREITO
É preciso pessoas, fundações, organizações não-governamen- Também, a Constituição Federal assegura, no parágrafo quin-
tais etc., com fito de atuar com função auxiliar nas políticas desem- to, do art. 226, que os direitos e deveres referentes à sociedade
penhadas pelo Poder Público. Desta maneira, é equivocado falar conjugal serão exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
que apenas ao Poder Público competem as tratativas ambientais. Trata-se da consagração do “Princípio da Isonomia/Igualdade”,
A quarta e última informação extraída do art. 225, caput, diz genericamente previsto no art. 5º, da Constituição Federal, como
respeito ao “Princípio da Cooperação Intergeracional”. Preservar direito e garantia fundamental individual e coletivo.
o meio-ambiente não é um meio de manter o presente. É muito Ademais, com base no parágrafo terceiro, do art. 226, CF, para
mais do que isso. Consiste em garantir às gerações vindouras o di- efeito de proteção estatal, é reconhecida a união estável entre ho-
reito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. A ideia, pois, mem e mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
é que cada geração proteja o meio ambiente em nome da sua gera- conversão em casamento.
ção, e da que há de vir. E a chamada “união homoafetiva”, como fica? É entendi-
Prosseguindo, para assegurar a efetividade do direito ao meio mento majoritário nos Tribunais Superiores (STF e STJ) que se
ambiente, incumbe ao Poder Público (art. 225, §1º): deve conferir o “status” de família a pessoas do mesmo sexo como
A) Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e união estável, nada obstante o Texto Constitucional exigir “ho-
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas (inciso I); mem e mulher”. Assim, caso a prova do concurso exija o conteú-
B) Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio ge- do do que está previsto na Constituição Federal, há se responder
nético do país e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e ma- que, de fato, só se admite união estável entre “homem e mulher”.
nipulação de material genético (inciso II); Agora, caso se pergunte de acordo com a jurisprudência reinante
C) Definir, em todas as unidades da federação, espaços territo- pátria, há se responder que a união homoafetiva também pode ser
riais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo reconhecida como entidade familiar. É preciso ficar atento, pois,
a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada ao enunciado do concurso.
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos Mas, as alterações na parte constitucional que trata de família
que justifiquem sua proteção (inciso III); não param por aí. Isto porque, a Emenda Constitucional nº 66/2010
D) Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade regulamentou o divórcio direto, tornando-o mais prático, abolindo
potencialmente causadora de degradação ao meio ambiente, estu- a exigência de certos lapsos temporais para a separação do casal.
do prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade (inciso Agora, veja-se, não se exige mais prévia separação judicial por um
IV); ano, ou a comprovada separação de fato por mais de dois anos.
E) Controlar a produção, a comercialização e o emprego de Caso se tenha casado num dia, e se queira divorciar no outro, agora
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, isso tornou-se possível.
a qualidade de vida e o meio ambiente (inciso V); Por fim, o parágrafo oitavo, do art. 226, CF, dispõe que o Esta-
F) Promover a educação ambiental em todos os níveis de en- do assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que
sino e a conscientização pública para a preservação do meio am- a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito
biente (inciso VI); de suas relações. Com efeito, a Lei nº 11.340/2006 (popularmente
G) Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as conhecida por “Lei Maria da Penha”) deu um grande passo em
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem direção à regulamentação deste parágrafo oitavo, ao punir a vio-
a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade (inciso lência doméstica e familiar contra a mulher.
VII).
Ademais, acerca de atividades específicas, a Lei Fundamental 10 Criança, adolescente e jovem. O “Estatuto da Criança e
de 1988 assegura que as usinas que operem com reator nuclear do Adolescente” (Lei nº 8.069/90) ajuda a disciplinar as tratati-
deverão ter sua localização definida em lei federal (sem a qual não vas pertinentes à criança e ao adolescente. Ademais, não se pode
poderão ser instaladas). Quanto às atividades de exploração de re- esquecer que o “Estatuto da Juventude” segue em tramitação no
cursos minerais, aquele que assim o faz fica obrigado a reparar o Congresso Nacional, podendo ser aprovado a qualquer momento.
ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigido pelo A cabeça do art. 227, da Lei Fundamental, preconiza ser de-
órgão público competente, na forma da lei. ver da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
Por fim, há se lembrar que a Floresta Amazônica brasileira, adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida,
a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização,
a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização se fará à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência fa-
dentro de forma que assegure a preservação do meio ambiente, miliar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma
inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.
9 Família. Segundo o art. 226, caput, da Constituição Fede- A leitura do art. 227, caput, da Constituição Federal permite
ral, a família é a base da sociedade, e, por isso, merece especial concluir que se adotou, neste país, a chamada “Doutrina da Pro-
proteção do Estado. teção Integral da Criança”, ao lhe assegurar a absoluta prioridade
Essa proteção especial exercida pelo Estado não configura em políticas públicas, medidas sociais, decisões judiciais, respeito
autorizativo, contudo, a que se intervenha no livre planejamento aos direitos humanos, e observância da dignidade da pessoa hu-
familiar. Com efeito, tal planejamento familiar é livre decisão do mana.
casal, competindo ao Estado apenas propiciar recursos educacio-
nais e científicos para o exercício de tal direito, vedada qualquer
forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

Didatismo e Conhecimento 41
NOÇÕES DE DIREITO
Neste sentido, o parágrafo único, do art. 5º, do “Estatuto da Por fim, há se mencionar o acrescentado parágrafo oitavo
Criança e do Adolescente”, prevê que a garantia de prioridade (pela Emenda Constitucional nº 65/2010), ao art. 227, da Cons-
compreende a primazia de receber proteção e socorro em quais- tituição Federal, segundo o qual a lei estabelecerá o estatuto da
quer circunstâncias (alínea “a”), a precedência de atendimento nos juventude, destinado a regular os direitos dos jovens (inciso I),
serviços públicos ou de relevância pública (alínea “b”), a preferên- e o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à
cia na formulação e na execução das políticas sociais públicas (alí- articulação das várias esferas do poder público para a execução de
nea “c”), e a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas políticas públicas (inciso II).
relacionadas com a proteção à infância e à juventude (alínea “d”).
Ademais, a proteção à criança, ao adolescente e ao jovem re- 11 Idoso. Consoante o art. 230, caput, da Constituição, a fa-
presenta incumbência atribuída não só ao Estado, mas também à mília, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas
família e à sociedade. Sendo assim, há se prestar bastante atenção idosas, assegurando sua participação na comunidade, defenden-
nas provas de concurso, tendo em vista que só se costuma colo- do sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes a vida. A lógica
car o Estado como observador da “Doutrina da Proteção Integral”, de funcionamento da doutrina e da jurisprudência para os idosos
sendo que isso também compete à família e à sociedade. é muito próxima daquela aplicada para as crianças/adolescentes,
Nesta frequência, o direito à proteção especial abrangerá os dada a condição excepcional de sujeitos historicamente desprote-
seguintes aspectos (art. 227, §3º, CF): gidos que ocupam.
A) A idade mínima de dezesseis anos para admissão ao tra- Ademais, o “Estatuto do Idoso” (Lei nº 10.741/03) ajuda a
balho, salvo a partir dos quatorze anos, na condição de aprendiz disciplinar as questões pertinentes aos idosos. Dentre seus dispo-
(inciso I de acordo com o art. 7º, XXXIII, CF, pós-alteração pro- sitivos, cumpre reproduzir o parágrafo único, do art. 3º, segundo o
movida pela Emenda Constitucional nº 20/98); qual a garantia de prioridade ao idoso compreende:
B) A garantia de direitos previdenciários e trabalhistas (inciso A) Atendimento preferencial imediato e individualizado junto
II); aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população
C) A garantia de acesso ao trabalhador adolescente e jovem à (inciso I);
escola (inciso III); B) Preferência na formulação e na execução de políticas so-
D) A garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição ciais públicas específicas (inciso II);
do ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica C) Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas re-
por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar lacionadas com a proteção ao idoso (inciso III);
específica (inciso IV); D) Viabilização de formas alternativas de participação, ocupa-
E) A obediência aos princípios de brevidade, excepcionalida- ção e convívio do idoso com as demais gerações (inciso IV);
de e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, E) Priorização do atendimento do idoso por sua própria fa-
quando da aplicação de qualquer medida privativa de liberdade mília, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não
(inciso V); a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria
F) O estímulo do Poder Público, através de assistência jurí- sobrevivência (inciso V);
dica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhi- F) Capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas
mento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos
abandonado (inciso VI); (inciso VI);
G) Programas de prevenção e atendimento especializado à G) Estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulga-
criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e ção de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsi-
drogas afins (inciso VII). cossociais de envelhecimento (inciso VII);
Prosseguindo, o parágrafo sexto, do art. 227, da Constituição, H) Garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assis-
garante o “Princípio da Igualdade entre os Filhos”, ao dispor que tência social locais (inciso VIII);
os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, I) Prioridade no recebimento da restituição do imposto de ren-
terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer de- da (inciso IX).
signações discriminatórias relativas à filiação.
Assim, com a Constituição Federal, os filhos não têm mais 12 Índios. A Constituição Federal reconhece aos índios sua
“valor” para efeito de direitos alimentícios e sucessórios. Não se organização social, seus costumes, suas línguas, suas crenças, suas
pode falar em um filho receber metade da parte que originalmente tradições, bem como os direitos originários sobre as terras que tra-
lhe cabia por ser “bastardo”, enquanto aquele fruto da sociedade dicionalmente ocupam.
conjugal receber a quantia integral. Aliás, nem mesmo a expressão Acerca destas terras, competirá à União demarcá-las, prote-
“filho bastardo” pode mais ser utilizada, por representar uma for- gendo e fazendo respeitar todos os seus bens.
ma de discriminação designatória. Ademais, uma informação que merece ser sobrelevada é o
Também, o art. 229 traz uma “via de mão dupla” entre pais e fato de que as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios desti-
filhos, isto é, os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos nam-se à sua posse permanente (e não à sua propriedade, como se
menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os costuma afirmar erroneamente), cabendo-lhes o usufruto exclusivo
pais na velhice, carência ou enfermidade. Tal dispositivo, inclusi- das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nela existentes. É errado,
ve, permite que os filhos peçam alimentos aos pais, e que os pais portanto, dizer que os índios são proprietários de suas terras. Tal
peçam alimentos aos filhos. propriedade, por força do art. 20, XI, da Constituição Federal, é
da União.

Didatismo e Conhecimento 42
NOÇÕES DE DIREITO
Mas, o que seriam as “terras tradicionalmente habitadas pelos §8º. A lei disporá sobre os limites de idade, a estabilidade e
índios”? São aquelas por eles habitadas em caráter permanente, outras condições de transferência do servidor militar para a ina-
as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à tividade.
preservação dos recursos ambientais necessários a sua reprodução §9º. Aplicam-se aos militares do Estado as disposições do art.
física e cultural, segundo seus usos costumes e tradições. Eis o 42 da Constituição Federal, sendo as patentes dos oficiais confe-
teor do primeiro parágrafo, do art. 231, da Constituição Federal. ridas pelo Governador do Estado.
Tais terras são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas §10. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 15, de
são imprescritíveis. Para que se faça a remoção de grupos indíge- 26/09/2005).
nas destas terras deve haver concordância do Congresso Nacio-
nal, desde que isso ocorra em caso de catástrofe ou epidemia que [...]
coloque em risco sua população, ou por motivo que contrarie os
interesses da soberania nacional. Nestes casos, tão logo cessem os TÍTULO XI
motivos, voltarão os índios para suas terras. Da Segurança da Sociedade e do Sistema Penitenciário
Por fim, convém lembrar que o art. 232, da Lei Fundamental, CAPÍTULO I
prevê que os índios, suas comunidades e organizações são partes Da Segurança do Indivíduo e da Sociedade
legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e in-
teresses, devendo o Ministério Público intervir em todos os atos Art. 114. A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
do processo. ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio, pelos seguin-
(* legislação compilada) tes órgãos estaduais:
I - Polícia Civil;
Dispositivos da Constituição do Estado de Tocantins pertinen- II - Polícia Militar;
tes ao tema: III - Corpo de Bombeiros Militar.
§1º. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar são
SUBSEÇÃO III regidos por legislação especial, que define sua estrutura, deveres,
Dos Servidores Públicos Militares prerrogativas de seus integrantes, de modo a assegurar a eficiên-
cia de suas atividades e atuação harmônica, observados os precei-
Art. 13. Os membros da Polícia Militar e do Corpo de Bom- tos da Constituição Federal.
beiros Militar são militares do Estado, regidos por estatuto próprio, §2º. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 15, de
estabelecido em lei. 26/09/2005).
§1º. As patentes com prerrogativas, direitos e deveres a elas §3º. A lei definirá a estrutura e funcionamento da Polícia Ci-
inerentes, são asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da vil, observados os preceitos desta e da Constituição Federal.
reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos, postos e §4º. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar forças
uniformes militares. auxiliares e reservas do Exército, juntamente com a Polícia Civil,
§2º. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 07, de subordinam-se ao Governador do Estado.
15/12/1998).
§3º. O militar em atividade que aceitar cargo público civil per- Art. 115. O exercício da função policial é privativo do policial
manente será transferido para a reserva. de carreira, recrutado exclusivamente por concurso público de pro-
§4º. O militar da ativa que tomar posse em cargo, emprego vas ou de provas e títulos, submetido a curso de formação policial.
ou função pública temporária, não eletiva, ainda que da adminis- Parágrafo único. Os integrantes dos serviços policiais serão
tração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somen- reavaliados periodicamente, aferindo-se suas condições para o
te poderá, enquanto permanecer nesta situação, ser promovido exercício do cargo, na forma da lei.
por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para
aquela promoção e transferência para a reserva, sendo, depois de Art. 116. A Polícia Civil é dirigida por delegado de polícia de
dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a ina- carreira, incumbindo-se das funções de polícia judiciária e da apu-
tividade. ração das infrações penais, exceto as militares e as da competência
§5º. Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve. da União.
§6º. O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar §1º. A carreira de Delegado de Polícia será estruturada em
filiado a partidos políticos. quadro próprio, dependendo o respectivo ingresso de concurso pú-
§7º. O oficial condenado na Justiça Comum ou Militar à pena blico de provas e títulos.
privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada §2º. Haverá, pelo menos, um delegado de polícia de carreira
em julgado, será submetido a julgamento perante a Justiça Militar em cada sede de comarca.
que decidirá sobre a perda do seu cargo ou patente, se o considerar
indigno ao oficialato ou com ele incompatível. Art. 117. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar,
são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia
e disciplina militares, competindo, entre outras, as seguintes ativi-
dades para:

Didatismo e Conhecimento 43
NOÇÕES DE DIREITO
I - a Polícia Militar: 3. (ANALISTA JUDICIÁRIO - TRT/1ª REGIÃO - 2011 -
a) policiamento ostensivo de prevenção criminal, de seguran- FCC) No tocante à Administração Pública, o direcionamento da
ça, de trânsito urbano e rodoviário; atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem comum, a
b) atividades relacionadas com a preservação e restauração da imparcialidade, a neutralidade, a participação e aproximação dos
ordem pública e com a garantia do poder de polícia dos órgãos e serviços públicos da população, a eficácia, a desburocratização e a
entidades da administração pública, em especial das áreas fazen- busca da qualidade são características do princípio da:
dária, sanitária, de proteção ambiental, de uso e ocupação do solo (A) Publicidade.
e de patrimônio cultural; (B) Legalidade.
II – o Corpo de Bombeiros Militar: (C) Impessoalidade.
a) a coordenação e execução de ações de defesa civil; (D) Moralidade.
b) a prevenção e o combate aos incêndios; (E) Eficiência.
c) proteção, busca e salvamento em alturas, terrestre e aquáti-
co de pessoas e bens; 4. (ANALISTA TÉCNICO - DPE/SC - 2013 - FEPESE)
d) estabelecimento de normas relativas à segurança das pes- Assinale a alternativa correta em matéria de Direito Constitucio-
soas e de seu patrimônio contra incêndio e catástrofes ou pânico; nal. É fundamento da República Federativa do Brasil:
e) perícia de incêndios; (A) A defesa da paz.
f) resgate de vítimas de acidentes e sinistros; (B) Erradicar a pobreza.
g) analisar projetos contra incêndio e pânico, fiscalizar sua (C) A dignidade da pessoa humana.
execução, aplicar sanções e interdições em edificações ou locais (D) A prevalência dos direitos humanos.
de concentração de público que não apresente as condições de se- (E) Construir uma sociedade livre, justa e solidária.
gurança exigidas por normas vigentes.
III - A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, a fun- 5. (ANALISTA JUDICIÁRIO - CNJ - 2013 - CESPE)
ção de polícia judiciária militar, nos termos da lei federal. Acerca dos princípios fundamentais da Constituição Federal de
Parágrafo único. Lei Complementar organizará a Polícia Mili- 1988 (CF), julgue o item que segue: “A República Federativa do
tar e o Corpo de Bombeiros Militar. Brasil rege-se, nas suas relações internacionais, pelos seguintes
princípios: independência nacional; prevalência dos direitos hu-
QUESTÕES DE FIXAÇÃO manos; autodeterminação dos povos; não intervenção; igualdade
entre os Estados; defesa da paz; solução pacífica dos conflitos; re-
púdio ao terrorismo e ao racismo; cooperação entre os povos para
1. (ANALISTA TÉCNICO - DPE/SC - 2013 - FEPESE) o progresso da humanidade; e concessão de asilo político”.
Assinale a alternativa correta em matéria de Direito Constitucio-
nal: 6. (TÉCNICO EM CONTABILIDADE - MPE/RO - 2012
(A) Após adquirida a estabilidade o servidor público não po- - FUNCAB) Segundo a Constituição Federal, constitui objetivo
derá mais perder o cargo. fundamental da República Federativa do Brasil:
(B) Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser- (A) A cidadania.
vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração integral, (B) A dignidade da pessoa humana.
até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (C) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
(C) Passados três anos do exercício do cargo o servidor adqui- (D) Garantir o desenvolvimento nacional.
rirá automaticamente a estabilidade. (E) A soberania.
(D) O servidor público poderá se aposentar voluntariamente,
desde que tenha cumprido tempo mínimo de quinze anos de exer- 7. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - DPE/SC - 2013 - FE-
cício no serviço público e dez anos no cargo efetivo em que se dará PESE) Assinale a alternativa incorreta de acordo com a Consti-
a aposentadoria. tuição Federal de 1988:
(E)  Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor (A) Os direitos e garantias individuais têm aplicação mediata.
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se (B)  Na desapropriação por utilidade pública, a indenização
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indeniza- deverá ser justa, prévia e em dinheiro.
ção, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com (C) A prática do racismo constitui crime inafiançável e im-
remuneração proporcional ao tempo de serviço. prescritível.
(D)  O partido político com representa-
2. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - PREVIC - 2011 - ção no Congresso Nacional poderá impetrar
CESPE) No que concerne ao direito constitucional, julgue o item mandado de segurança coletivo.
a seguir: “Na forma da CF, os atos de improbidade administrativa (E) A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori-
importam, entre outras consequências, a suspensão dos direitos dade judiciária.
políticos e a indisponibilidade dos bens”.

Didatismo e Conhecimento 44
NOÇÕES DE DIREITO
8. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - DPE/SC - 2013 - FE- (E) A CF permite que os partidos políticos recebam recursos
PESE) Assinale a alternativa correta: financeiros de governo estrangeiro, desde que haja a correspon-
(A) Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popu- dente prestação de contas à justiça eleitoral.
lar.
(B) A manifestação do pensamento é livre; contudo, é vedado 13. (TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRE/MS - 2013 - CES-
o anonimato. PE) Ricardo, pai adotivo de Sérgio, irmão de Tiago e casado com
(C)  Em decorrência do direito real de propriedade, o Poder Sara, Governador de Estado e reeleito para um segundo mandato,
Público em nenhuma hipótese poderá coibir o proprietário a ce- visando a candidatar-se para o mandato de Senador pelo mesmo
dê-lo. Estado, renunciou ao mandato de Governador sete meses antes das
(D) Apenas os brasileiros, natos ou naturalizados, são protegi- eleições legislativas, razão por que Alberto, Vice-Governador, as-
dos pelos direitos e garantias fundamentais contidos na Constitui- sumiu o cargo de Governador. Considerando a situação hipotética
ção Federal de 1988. acima, assinale a opção correta e com base no que dispõe a CF:
(E) O trabalho externo do preso em regime fechado é equiva- (A) Sérgio, por não ser filho biológico de Ricardo, pode can-
lente à pena de trabalho forçado. didatar-se para suceder seu pai no cargo de Governador de Estado.
(B) Se eleito para o mandato de Senador, Ricardo não poderá,
9. (TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT/1ª Região - 2013 - nas eleições seguintes, candidatar-se novamente ao cargo de Go-
FCC) Suponha que uma empresa tenha requerido ao Poder Exe- vernador de Estado, porque já o exerceu por dois mandatos con-
cutivo a emissão de certidão em que constem os dados e a situação secutivos.
atual do processo administrativo de que é parte. Indeferido o pe- (C) Ricardo ao renunciar ao mandato de Governador para de-
dido sob o argumento de que o processo seria sigiloso, a empresa sincompatibilizar-se, afastou a inelegibilidade relativa por motivos
pretende obter ordem judicial para que a certidão seja expedida. funcionais.
Deverá deduzir sua pretensão por meio de: (D) Alberto não poderá candidatar-se à reeleição para o cargo
(A) Ação popular. de Governador de Estado.
(B) Mandado de injunção. (E) Sara, por ser mulher de Ricardo, é absolutamente inelegí-
(C) Mandado de segurança. vel para todo e qualquer cargo político.
(D) habeas data.
(E) Habeas corpus. 14. (OFICIAL DE JUSTIÇA - TJ/PE - 2012 - FCC) Epitá-
cio, na condição de conscrito, durante o serviço militar obrigatório:
10. (TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT/1ª Região - 2013 - (A) Pode se eleger ao cargo de Governador, se tiver no míni-
FCC) Tendo em vista a disciplina da Constituição Federal a res- mo trinta e cinco anos de idade.
peito do direito de greve, considere as seguintes assertivas: (B) Não pode alistar-se como eleitor.
I. É vedado, em qualquer hipótese, o exercício do direito de (C) Se não for analfabeto, pode alistar-se como eleitor.
greve pelo empregado público. (D) Pode candidatar-se para Deputado Federal, se tiver no mí-
II. A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá nimo vinte e cinco anos de idade.
sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. (E) Se for filiado à partido político, pode alistar-se como elei-
III. O exercício válido e regular do direito de greve por toda e tor.
qualquer categoria profissional depende de prévia previsão em lei
que o autorize. 15. (CONTADOR - PREFEITURA DE CAMPO VERDE/
Está correto o que se afirma apenas em: MT - 2010 - CONSULPLAN) Assinale a alternativa que não cor-
(A) I. responde a cargo privativo de brasileiro nato:
(B) I e II. (A) Oficial das Forças Armadas.
(C) II e III. (B) Ministro de Estado da Defesa.
(D) II. (C) Presidente do Senado Federal.
(E) III. (D) Ministro do Supremo Tribunal Federal.
(E) Ministro da Saúde.
11. (AUXILIAR DE TRÂNSITO - DETRAN/DF - 2009 -
CESPE) Julgue o item a seguir acerca dos direitos previstos na 16. (TÉCNICO JURÍDICO - PG/DF - 2011 - IADES) Se-
CF: “O lazer é um direito social garantido pela CF”. gundo Pontes de Miranda, nacionalidade é o vínculo jurídico-polí-
tico que faz da pessoa um dos elementos componentes da dimen-
12. (TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRE/MS - 2013 - CESPE) são pessoal do Estado. Assim, uma pessoa pode adquirir a nacio-
Relativamente aos direitos políticos e aos partidos políticos, assi- nalidade brasileira no modo originário:
nale a opção correta: (A) Somente por meio de laços de sangue (Ius sanguinis).
(A) A inelegibilidade reflexa aplica-se ao cônjuge ou parente (B) Somente por meio do local de nascimento (Ius solis).
do vice-prefeito e dos secretários municipais. (C) Pelo casamento ou outro benefício legal.
(B) Para concorrer a outro cargo, o deputado federal deve re- (D) Pela naturalização.
nunciar ao respectivo mandato até seis meses antes do pleito. (E) Pelo sistema misto tanto por laços de sangue quanto pelo
(C) A CF adotou o sufrágio capacitário ao estabelecer a inele- local de nascimento.
gibilidade dos analfabetos.
(D) O conscrito não pode se alistar como eleitor.

Didatismo e Conhecimento 45
NOÇÕES DE DIREITO
17. (TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO - TCE/SE - (B) O Estado incentivará programas de assistência integral à
2011 - FCC) Paulo, brasileiro nato, é jogador de futebol e atua em saúde da criança e do adolescente, vedada a participação de enti-
um determinado clube da Itália. Como condição de permanência dades não governamentais, salvo se estas receberem algum tipo de
no País onde atua e manutenção do exercício de sua atividade pro- auxílio do poder público que possa atestar a idoneidade da insti-
fissional, a Itália impõe a Paulo a sua naturalização. Nesse caso, tuição.
Paulo: (C) A lei disporá sobre normas de construção das casas e dos
(A) Não terá declarada a perda da nacionalidade brasileira. edifícios de uso público e privado e de fabricação de veículos de
(B) Terá declarada a suspensão da nacionalidade brasileira até transporte coletivo e individual, a fim de garantir acesso adequado
o momento em que ele regressar ao Brasil e optar novamente pela aos idosos e às pessoas portadoras de deficiência física e mental.
nacionalidade brasileira. (D) Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união
(C) Perderá automaticamente a nacionalidade brasileira, mas estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo
poderá solicitar a sua reaquisição ao Ministro da Justiça, quando a lei facilitar sua conversão em casamento.
retornar ao Brasil. (E) Os pais devem ser incentivados pelo poder público a as-
(D) Terá declarada a perda da nacionalidade brasileira. sistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o
(E) Terá declarada a suspensão da nacionalidade brasileira en- dever de ajudar e amparar os pais e avós na velhice, carência ou
quanto não cancelar a naturalização italiana. enfermidade.
22. (ADVOGADO - BDMG - 2011- FUMARC) Leia as as-
18. (TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRE/AP - 2011 - FCC) O sertivas abaixo:
partido político PAAEE só poderá registrar seus estatutos no Tri- I. Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recu-
bunal Superior Eleitoral após: perar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica
(A) Adquirir personalidade jurídica, na forma da Lei civil. exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
(B) Receber recursos do fundo partidário ou de qualquer ori- II. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio am-
gem. biente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a san-
(C)  Prestar contas à Justiça Eleitoral e aos demais partidos ções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
políticos. reparar os danos causados.
(D) Prestar contas à União e à respectiva unidade federal. III. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra
(E) Demonstrar à Justiça Eleitoral que não é mantido por or- do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patri-
ganização paramilitar ou não. mônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro
de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, in-
19. (EXECUTIVO PÚBLICO - CASA CIVIL/SP - 2010 clusive quanto ao uso dos recursos naturais.
- FCC) Segundo a Constituição Federal, art. 215, o Estado tem IV. São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pe-
obrigação de proteger: los Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos
(A) Todas as formas de expressão artística com algum valor ecossistemas naturais
estético e tradição em regiões afastadas dos centros urbanos. V. As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua
(B) As manifestações das culturas populares, indígenas e afro localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser ins-
-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civi- taladas.
lizatório nacional. Marque a alternativa verdadeira:
(C) As culturas indígenas em risco de extinção e as manifes- (A) Todas as assertivas são verdadeiras e estão de acordo com
tações artísticas de povos que contribuíram positivamente para a o texto constitucional.
civilização brasileira. (B) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras e estão de
(D) As manifestações culturais que expressam efetivamente a acordo com o texto constitucional.
essência da identidade popular dos grupos participantes do proces- (C) Apenas as assertivas I, II e IV são verdadeiras e estão de
so de formação da sociedade brasileira. acordo com o texto constitucional.
(E) Apenas as culturas de origem popular discriminadas pelas (D) Apenas as assertivas I, IV e V são verdadeiras e estão de
elites econômicas e sociais do país. acordo com o texto constitucional.

20. (AGENTE ADMINISTRATIVO - MTE - 2008 - CES- 23. (INSPETOR DE POLÍCIA - PC/RJ - 2008 - PC/RJ) A
PE) Acerca da ordem social, julgue o item a seguir: “O inventário, Lei Maior determina competir ao Poder Público a organização, nos
a desapropriação e o tombamento são formas de proteção do patri- termos da lei, da seguridade social, com observância obrigatória de
mônio cultural brasileiro”. determinados objetivos, entre os quais, não se inclui:
(A) Universalidade da cobertura e do atendimento.
21. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - FUNDAÇÃO (B) Equidade na forma de participação no custeio.
CASA - 2010 - VUNESP) Assinale a alternativa correta: (C) Diversidade da base de financiamento.
(A) Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana (D) Seletividade na prestação dos benefícios e serviços.
e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre de- (E) Caráter centralizado da gestão administrativa.
cisão da mulher, competindo ao Estado a regulamentação desse
direito, incentivando toda e qualquer forma de planejamento im-
positivo por parte de instituições oficiais ou privadas.

Didatismo e Conhecimento 46
NOÇÕES DE DIREITO
24. (TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGIS-
TROS - TJ/CE - 2011 - IESES) Leia atentamente as proposições
abaixo e assinale a que se apresentar correta: DIREITO PENAL: INFRAÇÃO PENAL:
(A) A assistência social tem por objetivo, entre outros, o de ELEMENTOS, ESPÉCIES; SUJEITO ATIVO
garantir um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora E SUJEITO PASSIVO DA INFRAÇÃO
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de PENAL; TIPICIDADE, ILICITUDE,
prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, CULPABILIDADE, PUNIBILIDADE;
conforme dispuser a lei. IMPUTABILIDADE PENAL. CRIMES
(B) A Constituição Federal, conquanto consubstancie a neces- CONTRA A PESSOA; ABUSO DE
sidade de proteção das crianças e dos adolescentes, nada dispõe AUTORIDADE (LEI Nº 4.898/65),
sobre o planejamento da juventude.
CRIMES HEDIONDOS (LEI Nº 8.072/90).
(C) Os programas de amparo aos idosos serão executados pre-
ferencialmente nas redes do sistema público de saúde.
CÓDIGO PENAL (DECRETO-LEI Nº. 2.848,
(D) É facultada a filiação ao regime geral de previdência so- DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940):
cial, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante TÍTULO XI - DOS CRIMES CONTRA A
de regime próprio de previdência. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

25. (TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT/19ª REGIÃO - 2011 -


FCC) Sobre a liberdade de comunicação, é incorreto afirmar que a
forma de comunicação rege-se pelo principio básico de que:
(A) Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens Conceito de infração penal.
independem de autorização, concessão ou permissão do Poder O que diferencia as infrações de natureza penal das infrações
Executivo Federal, sob controle sucessivo do Congresso Nacional. civis ou administrativas é a sua gravidade; não há distinção essen-
(B)  Os meios de comunicação social não podem, direta ou cial.
indiretamente, ser objeto de monopólio.
(C) A publicação de veículo impresso de comunicação inde- Enquanto os ilícitos civis e administrativos são punidos de
pende de licença de autoridade. forma mais branda, as infrações penais levam à aplicação de pe-
(D) Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir em- nas, que são as mais graves sanções existentes no ordenamento
baraço à plena liberdade de informação jornalística. jurídico, incluindo a privação de liberdade.
(E)  É vedada toda e qualquer forma de censura de natureza
política, ideológica e artística. No Direito Brasileiro dividem-se as infrações penais em:
• crimes, aos quais são cominadas penas de detenção ou
GABARITO reclusão; e
• contravenções, que são punidas com prisão simples ou
1. Alternativa “E” multa.
2. Afirmação correta
3. Alternativa “E” A diferença entre crimes e contravenções também está, unica-
4. Alternativa “C” mente, na sua gravidade. Os crimes, por atingirem bens jurídicos
5. Afirmação correta mais importantes, são punidos de maneira mais severa.
6. Alternativa “D”
7. Alternativa “A” Como denominador comum entre crimes e contravenções, a
8. Alternativa “B” doutrina costuma usar a palavra “delito”, ou mesmo “crime”, em
9. Alternativa “C” sentido amplo. No presente texto, quando nos referirmos a crime,
10. Alternativa “D” estaremos abrangendo as contravenções.
11. Afirmação correta
12. Alternativa “D” Elementos da infração penal.
13. Alternativa “C” Qualquer delito possui os seguintes elementos:
14. Alternativa “B” 1. tipicidade: enquadramento do fato ao modelo (tipo) des-
15. Alternativa “E” crito na lei penal;
16. Alternativa “E” 1. ilicitude: contrariedade entre o fato e o ordenamento ju-
17. Alternativa “A” rídico;
18. Alternativa “A” 2. culpável: praticado de forma reprovável pelo seu agente.
19. Alternativa “B” A punibilidade, embora deva existir para que seja aplicada a
20. Afirmação correta pena, não é considerada elemento do delito (vide item 1.10).
21. Alternativa “D”
22. Alternativa “A”
23. Alternativa “E”
24. Alternativa “A”
25. Alternativa “A”

Didatismo e Conhecimento 47
NOÇÕES DE DIREITO
Espécies de infração penal. Crimes simples e complexos: Quando o tipo penal descre-
A doutrina costuma esboçar diversas classificações dos cri- ve uma conduta em que apenas um bem jurídico é lesionado ou
mes. Tratemos das principais: ameaçado de lesão, o crime será simples: homicídio (vida), furto
(patrimônio) etc. Mas existem crimes em que mais de um bem
Crimes próprios, impróprios e de mão-própria: nos crimes jurídico é atingido ou exposto a perigo, e o tipo penal reúne ele-
próprios, exige-se uma especial qualificação do agente, como os mentos de outros crimes, formando um crime novo: roubo (furto +
crimes de funcionário público, ou o infanticídio, que só pode ser lesão corporal ou ameaça), extorsão mediante seqüestro (extorsão
praticado pela mãe; os impróprios podem ser cometidos por qual- + seqüestro) etc.
quer pessoa, a exemplo do homicídio ou do furto. Os crimes de
mão-própria são aqueles que o agente tem de cometer pessoalmen- Crimes materiais, formais e de mera conduta. Nos mate-
te, sem que possa delegar sua execução. Ex.: falso testemunho, riais, o tipo penal descreve a conduta e o resultado (homicídio,
prevaricação etc. roubo, peculato); nos formais, descreve-se a conduta mas não se
exige que o resultado seja atingido (crimes contra a honra, extor-
Crimes unissubjetivos e plurissubjetivos: Unissubjetivos são); já nos de mera conduta inexiste resultado possível (violação
são os delitos que podem ser praticados por uma única pessoa, de domicílio, desobediência). Estudaremos melhor essas três espé-
embora, eventualmente, sejam cometidos em concurso de agentes. cies de crimes quando tratarmos do resultado (item 1.7.3).
Ex.: homicídio, roubo, estupro etc. Os plurissubjetivos necessaria-
mente têm de ser praticados por mais de uma pessoa: quadrilha ou 3. Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal.
bando, rixa, bigamia etc.
Conceito.
Crime habitual: Constituído por atos que, praticados isola- É o conjunto das condições exigidas para que um sujeito possa
damente, são irrelevantes para o Direito Penal, mas, cometidos de figurar numa relação processual, a fim de se submeter à aplicação
forma reiterada, passam a constituir um delito. Por exemplo: quem da lei penal.
tira proveito da prostituição alheia, de maneira eventual, não co- Não se confunde com a imputabilidade por se referir a mo-
mete o delito de rufianismo; mas, se existe habitualidade na prática mento anterior ao crime, enquanto a imputabilidade constitui mo-
desses atos, constituir-se-á o crime. Outros exemplos: exercício mento contemporâneo ao delito. Assim, no caso de doença mental
ilegal da medicina, curandeirismo, manter casa de prostituição etc. superveniente, por exemplo, o sujeito no momento do crime era
imputável, mas perde a capacidade no momento em que está sendo
Crimes de ação única e de ação múltipla: Nos de ação úni- processado (artigo 152 do Código de Processo Penal).
ca, o tipo penal só descreve uma forma de conduta: matar, subtrair,
fraudar; os tipos de ação múltipla descrevem variadas formas. No Da Capacidade Penal das Pessoas Jurídicas.
art. 122, pratica-se o delito induzindo, instigando ou auxiliando a Há algumas teorias que tentam explicar esse assunto. Duas
prática do suicídio. Qualquer das modalidades de conduta é incri- prevalecem:
minada. • Teoria da ficção: a pessoa jurídica não tem consciência
e vontade própria. É uma ficção legal. Assim, não tem capacidade
Crimes unissubsistentes e plurissubsistentes: Se a conduta penal e não pode cometer crime, sendo responsáveis os seus diri-
não pode ser fracionada, como na ameaça ou na injúria, em que gentes.
o crime é praticado por um único ato, diz-se que o delito é unis- • Teoria da realidade (teoria organicista): vê na pessoa
subsistente. Como conseqüência, a tentativa é impossível. A maio- jurídica um ser real, um verdadeiro organismo, tendo vontade pró-
ria dos delitos, entretanto, é plurissubsistente, pois o sujeito ativo pria. Assim, pode ela delinqüir.
pode dividir a conduta em vários atos (homicídio, roubo, pecula- Com a Constituição Federal de 1988, inovou-se no sentido de
to), daí a possibilidade de haver tentativa. reconhecer a responsabilidade penal da pessoa jurídica. (artigos
173, § 5.º e 225, § 3.º). A lei ambiental também assim o faz (Lei
Crimes de dano e de perigo: Quando o tipo penal descreve n. 9.605/98).
a efetiva lesão ao bem jurídico, o crime é de dano: homicídio, fur-
to, lesão corporal etc. Mas o tipo penal pode exigir apenas que o Da Capacidade Especial do Sujeito Ativo.
bem jurídico seja exposto a perigo, como no caso da omissão de Há crimes que podem ser cometidos por qualquer pessoa.
socorro, do porte ilegal de arma, da direção perigosa. Distinguem- Outros, porém, exigem determinada posição jurídica ou de fato
se os delitos de perigo em: crimes de perigo concreto, quando a do agente para sua configuração (exemplo: funcionário público).
lei exige seja o perigo comprovado, como na direção perigosa; ou Estes últimos recebem denominação de crimes próprios.
crimes de perigo presumido, em que a lei considera haver perigo, O fenômeno da capacidade especial do sujeito ativo se reveste
independentemente de prova, a exemplo da omissão de socorro ou de relevante interesse na questão do concurso de agentes. Assim,
do porte ilegal de arma. embora sejam próprios os crimes de infanticídio e peculato, res-
pondem por eles não somente a mãe ou o funcionário público, mas
também o estranho que dele por ventura participe (dispõe o artigo
30 do Código Penal que não se comunicam as circunstâncias e as
condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime).

Didatismo e Conhecimento 48
NOÇÕES DE DIREITO
SUJEITO PASSIVO DO CRIME. 2ª Fase: Crime continua sendo fato típico, ilícito e culpável,
sendo que o fato típico permanece com os seus elementos: Condu-
Conceito. ta, resultado, nexo e tipicidade penal. Mas a tipicidade penal agora
Para o Professor Damásio de Jesus, sujeito passivo é o titular passa a ser formal mais uma tipicidade material. Então a tipicidade
do interesse, cuja ofensa constitui a essência do crime. Por isso, é não ficou limitada à operação de ajuste. Além da operação de ajus-
preciso indagar qual o interesse tutelado pela lei penal incrimina- te, essa tipicidade formal, essa subsunção, precisa da tipicidade
dora. material. E o que é a tipicidade material? Produção de relevante
e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
Questão do Incapaz, da Pessoa Jurídica, do Morto, do Então, agora, não basta você subtrair coisa alheia móvel. Você tem
Feto, dos Animais e Coisas Inanimadas. que subtrair coisa alheia móvel produzindo intolerável lesão ou
Todo homem vivo pode ser sujeito passivo material de crime. perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Aí eu tenho tipicidade
Dessa forma, é inegável que o incapaz, titular de direitos, pos- penal.
sa ser sujeito passivo de delito, tais como no infanticídio (recém- 3ª Fase: Forma mais moderna de encarar a tipicidade pe-
nascido), homicídio (demente), abandono intelectual (menor em nal: Que forma é essa? O fato típico continua sendo constituído
idade escolar) etc. de conduta, resultado, nexo e tipicidade penal. Mas a tipicidade
Quanto à pessoa jurídica, esta pode ser sujeito passivo mate- penal é tipicidade formal, que vocês já dominam, mais tipicidade
rial do delito, desde que a descrição típica não pressuponha uma conglobante. É uma tipicidade formal, mais uma tipicidade con-
pessoa física. Assim, pode ser vítima de furto, dano etc. globante. E o que é tipicidade conglobante? Nada mais é do que
O morto não pode ser sujeito passivo de delito, pois não é a tipicidade material mais atos antinormativos. Tipicidade formal
titular de direito, podendo ser objeto material do delito.O artigo eu sei o que é, é operação de ajuste. Tipicidade material eu sei o
138, § 2.º, do Código Penal dispõe ser punível a calúnia contra os que é, é relevância da lesão ou perigo de lesão. O que significa ato
mortos, pois a ofensa à memória dos mortos reflete nas pessoas de antinormativo? É um ato não determinado ou não incentivado
seus parentes, que são os sujeitos passivos. polêmico.
O homem pode ser sujeito passivo mesmo antes de nascer,
pois o feto tem direito à vida (artigos 124, 125 e 126, do Código TIPICIDADE CONGLOBANTE
Penal). “Tipicidade Conglobante – trata-se de um corretivo da tipici-
Os animais e coisas inanimadas não podem ser sujeitos pas- dade penal. Tem como requisitos a tipicidade material (relevância
sivos de delito, podendo ser objetos materiais (exemplo: crimes da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico) e a antinormativida-
contra a fauna, Lei n. 9.605/98). Neste caso, os sujeitos passivos de latu (ato não determinado ou não incentivado por lei).
serão seus proprietários, e em certos casos a coletividade. A consequência da tipicidade conglobante é que o estrito
Pergunta: A pessoa pode ser ao mesmo tempo sujeito ativo e cumprimento de um dever legal e o exercício regular de um direito
passivo do delito, em face de sua própria conduta? incentivados por lei migram da ilicitude para o fato típico, servin-
Resposta: Não. O homem não pode cometer crime contra si do como causa de atipicidade.”
mesmo. Foi Zaffaroni que criou isso.
“De acordo com Zaffaroni, espera-se de um ordenamento ju-
Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade. rídico “ordem”, isto é, os vários direitos determinando e incenti-
vando os mesmos fatos (é uma incoerência o direito penal tipificar
TIPICIDADE PENAL comportamentos que os outros ramos do direito determinam ou
EVOLUÇÃO DA TIPICIDADE PENAL incentivam).”
1ª Fase: Para essa primeira fase, crime é um fato típico
ilícito, culpável e um fato típico constituído de conduta, resultado, ESPÉCIES DE TIPICIDADE FORMAL
nexo e tipicidade penal – Nesta primeira fase, a tipicidade penal Para a tipicidade formal, o resultado naturalístico só exis-
era sinônimo de uma tipicidade formal. Ou seja, para que o fato te nos crimes materiais. Para a tipicidade material, todo e qualquer
fosse penalmente típico, bastava uma tipicidade formal, isto é, crime tem resultado, porém o resultado jurídico. Para a tipicidade
mera operação de ajuste entre fato e norma. Sabe o que significa formal, o que importa é o resultado naturalístico. Crime que não
isso? Alguém subtraiu outrem. Bastava isso para a tipicidade pe- tem resultado naturalístico tem uma tipicidade formal. Já para a
nal. Por quê? Porque subtrair coisa alheia móvel era fato típico. tipicidade material, todo e qualquer crime vai ter analisado o resul-
Acabou. A tipicidade evoluiu. tado normativo.
A tipicidade formal tem duas espécies: duas formas de
ajustar o fato à norma.
a) Tipicidade DIRETA ou IMEDIATA
Existe um ajuste (adequação) direta entre fato e a lei in-
criminadora. Se eu tenho, por exemplo, o art. 121, que pune, matar
alguém, se, de fato, A mata B, há uma subsunção direta entre fato
e lei incriminadora. Isso não cai nem no MOBRAL. O que cai? A
segunda espécie de tipicidade formal:

Didatismo e Conhecimento 49
NOÇÕES DE DIREITO
b) Tipicidade INDIRETA ou MEDIATA Se alguém praticar um fato típico e ilícito, praticou um crime.
Aqui existe um ajuste indireto ou mediato entre fato e Se o agente for culpável, deverá ser punido, exceto se existir uma
a lei incriminadora. É imprescindível recorrer-se das normas de causa de extinção da punibilidade.
extensão. Como assim? Art. 121 pune ‘matar alguém’. Que acon- As causas de extinção da punibilidade, exceto a anistia e a
teceu de fato? A tentou matar B. Pergunto. Vocês conseguem ajus- abolitio criminis, não afetam os requisitos do crime, mas somente
tar o comportamento de A ao art. 121? Para você fazer isso, você excluem a possibilidade de aplicação da sanção.
precisa antes, socorrer-se do art. 14, II, que diz que a tentativa é
punível. Então, houve um ajuste, uma subsunção indireta. Você Imputabilidade penal
precisou, primeiro, socorrer-se de uma norma de extensão.
Como se chama essa norma de extensão do art. 14, II? Imputabilidade - é a possibilidade de atribuir-se ao indivíduo
Norma de extensão temporal. Por que norma de extensão tem- a responsabilidade pela conduta praticada. Baseia-se num princí-
poral? Porque estende, amplia a incriminação a fatos praticados pio de responsabilização moral que pressupõe o pleno exercício
anteriormente à consumação. das faculdades mentais para que o caráter ilícito da conduta seja
Exemplo: o art. 121 pune ‘matar alguém’. Veja: ‘A matou compreendido e a capacidade de o agente condições orientar sua
B enquanto C vigiava se alguém se aproximava’. O art. 121 pune conduta de acordo com tal entendimento.
matar alguém, com relação a A eu tenho a subsunção direta. Mas,
e C? C matou alguém? Eu não consigo ajustar a conduta de C ao São três os critérios para definir a inimputabilidade:
art. 121. Eu só consigo ajustar a conduta de C ao art. 121, se eu 1. Biológico: que considera as alterações fisiológicas no or-
passar primeiro no art. 29, que diz: “quem de qualquer forma con- ganismo do agente;
corre para o crime incide nas penas a este cominadas na medida 1. Psicológico: que se baseia na incapacidade, presente no
de sua participação.” Então, agora, eu posso ajustar C ao art. 121. momento da ação ou da omissão, de compreender a ilicitude do
Mas, para fazer isso, eu tenho que me socorrer de uma norma de fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento;
extensão. A é jogado no art. 121 diretamente, C não, C é jogado no 2. Bio-psicológico: que reúne os elementos dos critérios
art.121, combinado com o art. 29. A subsunção é indireta com rela- anteriores.
ção a A. Você em que anunciar, art. 121 combinado com o art. 29.
O art. 29 serve para você ajustar o comportamento do partícipe e Para o Código, art. 26, caput, são inimputáveis os agentes que
não para dizer que houve um concurso de agentes. A galera coloca não possuam, ao tempo da ação ou da omissão, condições de en-
todo mundo no art. 29 e não é assim. Vocês compreenderam essa tender o caráter ilícito da conduta ou de determinar-se de acordo
nova norma de extensão? Essa é uma norma que alcança a pessoa, com tal entendimento. Tais pessoas não podem ter sua conduta
é uma norma de extensão pessoal e espacial. Serve para ampliar reprovada e ficam isentos de pena.
a incriminação, alcançando pessoas que não praticaram o núcleo.
Temos mais uma norma de extensão. É a norma do art. O parágrafo único do mesmo dispositivo trata de um caso de
13, §2º, chamada norma de extensão causal. Fato: 121, matar al- semi-imputabilidade (melhor seria semi-responsabilidade) que re-
guém. O que aconteceu de fato? Mãe deixa de amamentar o filho. sulta em uma redução de pena, de um a dois terços, para os agentes
Quem matou o filho? Não foi a mãe. Foi a inanição. Isso matou. que, embora imputáveis, têm reduzida sua condição de entender a
Mas a mãe como tinha o dever jurídico de evitar o resultado, vai ilicitude ou de conduzir-se conforme tal juízo.
responder como se tivesse agido. É uma norma de extensão causal
Fica claro que em ambas as hipóteses o CP utilizou o crité-
Antijuridicidade ou ilicitude rio bio-psicológico, pois exige a doença ou retardamento mental
É a relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento ju- (biológico) e a incapacidade total ou relativa no momento da ação
rídico. (psicológico).
“A conduta descrita em norma penal incriminadora será ilíci-
ta ou antijurídica quando não for expressamente declarada lícita. Roberto Lyra utiliza-se de um quadro de requisitos bastante
Assim, o conceito de ilicitude de um fato típico é encontrado por elucidativo:
exclusão: é antijurídico quando não declarado lícito por causas de
exclusão da antijuridicidade (CP, art. 23, ou normas permissivas INIMPUTABILIDADE — ART. 26, CAPUT
encontradas em sua parte especial ou em leis especiais)”.
Requisito causal Doença mental ou
Culpabilidade desenvolvimento mental
É a reprovação da ordem jurídica, em face de estar ligado o incompleto ou retardado
homem a um fato típico e antijurídico. É reprovação que recai so-
bre o sujeito. Por isso, não é requisito do crime, mas condição de Requisito temporal Ao tempo da ação ou da
imposição da pena. omissão
Requisito Ser inteiramente incapaz de
Punibibilidade conseqüencial entender o caráter ilícito do fato
A punibilidade também não é requisito ou elemento do crime, ou de determinar-se de acordo
mas sua consequência jurídica. com esse entendimento
Nada mais é que a possibilidade jurídica de se aplicar a san-
ção.

Didatismo e Conhecimento 50
NOÇÕES DE DIREITO
SEMI-RESPONSABILIDADE — ART. 26, Na embriaguez completa o indivíduo perde a capacidade de
PARÁGRAFO ÚNICO discernimento e, por vezes, chega à impossibilidade de compreen-
são do caráter ilícito de sua conduta ou à impossibilidade de dire-
Requisito Perturbação mental ou cionar-se de modo diverso. O Código, entretanto, só isenta de pena
causal desenvolvimento mental incompleto o agente se tal embriaguez derivar de caso fortuito ou força maior.
ou retardado
Abaixo apresentamos um quadro com as espécies de embria-
Requisito Ao tempo da ação ou da omissão guez e suas consequências jurídico-penais:
temporal
Requisito Não ser inteiramente capaz de
conseqüencial entender o caráter ilícito do fato ou
Espécie de Origem Conseqüência
de determinar-se de acordo com
embriaguez
esse entendimento
Patológica Doença que Inimputabilidade
O art. 27 cuida da inimputabilidade por menoridade. É um provoca por equivalência
caso de desenvolvimento mental incompleto que o Código tratou dependência à doença mental
de maneira específica para impedir a punição, nos mesmos termos física e psíquica (art. 26, caput)
dos adultos, de quem não tenha atingido ainda a idade de 18 anos. Voluntária Intenção do Agente
A pessoa torna-se imputável no primeiro instante do dia de seu 18º indivíduo em considerado
aniversário. embriagar-se, imputável
embora não
Em verdade utilizou-se um critério de política criminal para tencionasse
evitar que pessoas ainda em formação convivessem, nas mesmas praticar crime
unidades prisionais, e tivessem um tratamento igual aos crimino- algum
sos adultos, o que terminaria contribuindo para a irrecuperabilida- Culposa Ocasionada por Idem
de do indivíduo. descuido do
agente
Repetindo o art. 228 da Constituição Federal, o CP remete
Fortuita ou Quando o agente Inimputabilidade
a punição dos menores de 18 anos à legislação especial — Lei
acidental desconhecia (art. 28, § 1º)
8.069/90, de 13.7.90 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
os efeitos da
substância
No caso da menoridade, o CP utilizou o critério puramente
ingerida no seu
biológico, pois despreza se o menor de dezoito anos tem ou não organismo
capacidade de entender a iliticitude do fato ou de conduzir-se de
acordo com esse entendimento. Por força maior O agente é Inimputabilidade
coagido física (art. 28, §1º)
Utilizando o quadro de Roberto Lyra, obter-se-ia o seguinte ou moralmente
a ingerir a
INIMPUTABILIDADE POR MENORIDADE — ART. 27 substância
Preordenada O agente Imputável, sendo
Requisito causal Ter menos de 18 anos embriaga-se punido com
propositalmente agravante (art.
Requisito temporal No momento da ação ou da para o 61, “l”)
omissão cometimento do
delito
O art. 28 trata da inimputabilidade por embriaguez, mas an-
tes faz duas ressalvas: a emoção ou a paixão não excluem a im- O parágrafo segundo trata de hipótese de redução de pena
putabilidade, o mesmo se dando com a embriaguez voluntária ou quando a embriaguez é incompleta e disso resulta compreensão
culposa. apenas parcial do ilícito ou pouca capacidade de resistência ao im-
pulso criminoso (redução de um a dois terços).
Tem-se por embriaguez o “estado de intoxicação aguda e Também na embriaguez, usou o CP o critério bio-psicológico.
passageira, provocada pelo álcool (ou outras substâncias de se-
melhantes efeitos), que reduz ou priva a capacidade de entendi-
mento” (Delmanto).
A embriaguez comporta, segundo Damásio de Jesus, três está-
gios: excitação, depressão e fase de sono. A embriaguez completa
corresponderia aos dois últimos estágios, enquanto o primeiro ca-
racterizaria a embriaguez incompleta.

Didatismo e Conhecimento 51
NOÇÕES DE DIREITO
Coação Irresistível e Obediência Hierárquica. PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
Coação Moral Irresistível DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
No art. 22 o Código trata de duas excludentes de culpabili- DOS CRIMES CONTRA A VIDA
dade. A primeira delas é a coação irresistível. Trata-se de coação
moral pois a coação física é excludente da conduta e portanto da Homicídio simples
tipicidade do fato, já que não restaria ao indivíduo vontade de agir. Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
A coação moral é constituída por ameaça feita ao agente, di-
rigida a um bem jurídico seu ou de terceiro. Normalmente há três Caso de diminuição de pena
pessoas envolvidas: o coator (quem dirige a ameaça), o coacto (ou § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele-
coagido, que sofre a ameaça) e a vítima (que suporta a ação cri- vante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção,
minosa). logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode redu-
Permite-se, entretanto, que a própria vítima aja como coatora zir a pena de um sexto a um terço.
(como numa difícil hipótese em que a vítima ameaça o agente,
obrigando-o a matá-la). Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
A coação há de ser irresistível, ou seja, não se poderia exigir I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
do agente que, naquelas circunstâncias e diante da importância que motivo torpe;
ele atribui ao bem jurídico em perigo, agisse de forma diversa. Se a II - por motivo futil;
coação for resistível, o agente responde pelo crime, com a atenuan- III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura
te do art. 65, III, “c”, primeira parte. ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo
comum;
Obediência hierárquica. IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou
outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofen-
Cuida o Código, na segunda parte do art. 22, de excluir a cul- dido;
pabilidade do agente que recebe ordem ilegal de seu superior hie- V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
rárquico, não lhe sendo possível desobeder a ordem recebida. vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Deve existir, entre o subordinado e o superior, uma relação de
hierarquia calcada em normas de direito público. Não pode existir São três os tipos (espécies):
obediência hierárquica de natureza religiosa, familiar, associativa - homicídio simples;
etc. - homicídio privilegiado;
- homicídio qualificado.
A ordem proferida deve ser ilegal. Sendo lícita, tratar-se-ia de
estrito cumprimento do dever legal, excludente de antijuridicidade Homicídio Simples:
previsto no art. 23, III, primeira parte. Mas sua ilicitude não pode Conceito de homicídio: eliminação da vida humana extraute-
ser explícita, manifesta. Sendo clara e patente a ilegalidade da or- rina, provocada por outra pessoa.
dem, o subordinado pode e deve se negar a cumpri-la, ainda que Tipo penal: matar alguém.
submetido ao regime militar de hierarquia. Caso tema punição dis- Pena: reclusão de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.
ciplinar, e cumpra a ordem mesmo sabendo de sua ilicitude, agiria
sob coação moral, e não por obediência hierárquica. Objeto jurídico:
Objetividade jurídica trata-se do bem jurídico tutelado pela
Caso o agente pratique o fato acreditando na legalidade da or- norma penal. No caso do homicídio o bem jurídico tutelado é a
dem, incidiria em erro de proibição. É necessária a dúvida sobre a vida humana extra-uterina. O homicídio é um crime simples, pois
legalidade, dúvida que, em um sistema hierárquico, não pode levar tem apenas um bem jurídico tutelado (vida). Crimes complexos
o subordinado a abster-se de cumprir a ordem. Mas o cumprimento são aqueles em que a lei protege mais de um bem jurídico (exem-
há de ser estrito, ou seja, não pode ultrapassar os limites da ordem plo: latrocínio).
proferida; caso contrário, responderá o agente pelo excesso.
Sujeito ativo:
O agente que tem consciência da ilicitude da ordem, mas ain- Qualquer pessoa. O homicídio é um crime comum, pois pode
da assim insiste em cumpri-la, é beneficiado pela atenuante do art. ser praticado por qualquer pessoa, ao contrário dos crimes pró-
65, III, “c”, segunda parte. O superior responde pelo fato com a prios, que só podem ser praticados por determinadas pessoas.
agravante do art. 61, II, “g”. O homicídio admite coautoria e participação. Lembre-se que
Crimes contra a pessoa o Código Penal adotou a teoria restritiva, logo:
Autor: é a pessoa que pratica a conduta descrita no tipo, o ver-
bo do tipo (é quem subtrai, quem constrange, quem mata).

Didatismo e Conhecimento 52
NOÇÕES DE DIREITO
Partícipe: é a pessoa que não comete a conduta descrita no Desistência Voluntária: o agente só responde pelos atos já
tipo, mas de alguma forma contribui para o crime. Exemplo: aque- praticados. Ocorre quando, por exemplo, ele efetua um disparo
le que empresta a arma, incentiva. contra a vítima e percebe que não a atingiu de forma mortal, sendo
que, na sequência, voluntariamente deixa de efetuar novos dispa-
Para que exista co-autoria e participação, é necessário que ros, apesar de ser possível fazê-lo. O agente responde só por lesões
exista liame subjetivo, ou seja, a ciência por parte dos envolvidos corporais. Não há tentativa, por não existir circunstância alheia à
de que estão colaborando para um fim comum. vontade do agente que tenha impedido a consumação (artigo 15 do
Código Penal).
Pergunta: Que vem a ser autoria colateral?
Resposta: Ocorre quando duas ou mais pessoas querem come- Elemento subjetivo:
ter o mesmo crime e agem ao mesmo tempo, sem que uma saiba da - dolo direto: quando a pessoa quer o resultado;
intenção da outra, e o resultado morte decorre da conduta de um só - dolo eventual: o agente assume o risco de produzir o resulta-
agente, que é identificado no caso concreto. O que for identificado do (prevê a morte e age).
responderá por homicídio consumado e o outro por tentativa.
No caso de homicídio decorrente de racha de automóveis (ar-
Pergunta: Que se entende por autoria incerta? tigo 308 do Código de Trânsito Brasileiro), os Tribunais têm en-
Resposta: Ocorre quando, na autoria colateral, não se conse- tendido que se trata de homicídio com dolo eventual.
gue identificar o causador da morte, respondendo todos por tenta-
tiva de homicídio. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO - ARTIGO 121, § 1.º, DO
CÓDIGO PENAL
Classificação:
É um crime simples, comum, instantâneo, material e de dano. Natureza Jurídica:
Causa de diminuição de pena (redução de 1/6 a 1/3, em todas
Sujeito passivo: as hipóteses).
Qualquer ser humano após seu nascimento e desde que esteja Apesar de o parágrafo trazer a expressão “pode”, trata-se de
vivo. uma obrigatoriedade, para não ferir a soberania dos veredictos. O
Crime impossível: tem a finalidade de afastar a tentativa por privilégio é votado pelos jurados e, se reconhecido o privilégio,
absoluta ineficácia do meio ou absoluta impropriedade do objeto. a redução da pena é obrigatória, pois do contrário estaria sendo
Há crime impossível por absoluta impropriedade do objeto na con- ferido o princípio da soberania dos veredictos. Trata-se, portanto,
duta de quem tenta tirar a vida de pessoa já morta e, neste caso, não de um direito subjetivo do réu.
há tentativa de homicídio, ainda que o agente não soubesse que a As hipóteses são de natureza subjetiva porque estão ligadas
vítima estava morta. Haverá também crime impossível, mas por aos motivos do crime:
absoluta ineficácia do meio, quando o agente usa, por exemplo, - Motivo de relevante valor moral (nobre): diz respeito a senti-
arma de brinquedo ou bala de festim. mentos do agente que demonstre que houve uma motivação ligada
a uma compaixão ou algum outro sentimento nobre. É o caso da
Consumação: eutanásia.
Dá-se no momento da morte (crime material). A morte ocorre - Motivo de relevante valor social: diz respeito ao sentimento
quando cessa a atividade encefálica (Lei n. 9.434/97, artigo 3.º). A da coletividade. Exemplo: matar o traidor da Pátria.
prova da materialidade se faz por meio do laudo de exame necros- - Sob domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta
cópico assinado por dois legistas, que devem atestar a ocorrência provocação da vítima.
da morte e se possível as suas causas. Requisitos:
a - existência de uma injusta provocação (não é injusta agres-
Tentativa: são, senão seria legítima defesa). Exemplo: adultério, xingamento,
Tentativa branca de homicídio: ocorre quando o agente prati- traição. Não é necessário que a vítima tenha tido a intenção especí-
ca o ato de execução, mas não atinge o corpo da vítima que, por- fica de provocar, bastando que o agente se sinta provocado.
tanto, não sofre qualquer dano em sua integridade corporal. b - que, em razão da provocação, o agente fique tomado por
Tentativa cruenta de homicídio: ocorre quando a vitima é atin- uma emoção extremamente forte. Emoção é um estado súbito e
gida, sendo apenas lesionada. passageiro de instabilidade psíquica.
Tentativa de homicídio diferencia-se de lesão corporal consu- c - reação imediata (logo em seguida...): não pode ficar evi-
mada: o que distingue é o dolo (intenção do agente). denciada uma patente interrupção entre a provocação e a morte.
Progressão criminosa: o agente inicia a execução querendo Leva-se em conta o momento em que o sujeito ficou sabendo da
apenas lesionar e depois altera o seu dolo e resolve matar. Con- provocação.
sequência: o agente só responde pelo homicídio que absorve as Pergunta: Qual a diferença entre o privilégio da violenta emo-
lesões corporais. ção com a atenuante genérica homônima?
Lesão corporal seguida de morte: trata-se de crime preterdo- Resposta: No privilégio, a lei exige que o sujeito esteja sob
loso (dolo na lesão e culpa na morte). Não se confunde com a o domínio de violenta emoção, enquanto na atenuante, basta que
progressão criminosa. o sujeito esteja sob a influência da violenta emoção. O privilégio
exige reação imediata, já a atenuante não.

Didatismo e Conhecimento 53
NOÇÕES DE DIREITO
HOMICÍDIO QUALIFICADO - ARTIGO 121, § 2.º, DO Emprego de veneno:
CÓDIGO PENAL Trata-se do venefício, que é o homicídio praticado com o em-
Pena: reclusão de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. prego de veneno.
É necessário que seja inoculado de forma que a vítima não
Classificação: perceba. Se o veneno for introduzido com violência ou grave
- Quanto aos motivos: incisos I e II. ameaça, será aplicada a qualificadora do meio cruel. Certas subs-
- Quanto ao meio empregado: inciso III. tâncias que são inofensivas para as pessoas em geral poderão ser
- Quanto ao modo de execução: inciso IV. consideradas veneno em razão de condições de saúde peculiares da
- Por conexão: inciso V. vítima, como no caso do açúcar para o diabético.

Inciso I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por Emprego de fogo:


outro motivo torpe Se além de causar a morte da vítima o fogo ou explosivo da-
Na paga ou promessa de recompensa, há a figura do mandante nificarem bem alheio, o agente só responderá pelo homicídio qua-
e do executor. Neste caso, o homicídio é também chamado homi- lificado (artigo 163, parágrafo único, inciso II, do Código Penal).
cídio mercenário.
A paga é prévia em relação à execução. Na promessa de re- Emprego de explosivo:
compensa, o pagamento é posterior à execução. Mesmo se o man- Exemplo de bombas caseiras em torcidas de futebol. Eventual
dante não a cumprir, existirá a qualificadora. dano ao patrimônio alheio ficará absorvido pelo homicídio qualifi-
Questão: a qualificadora da promessa de recompensa comuni- cado pelo fogo ou explosivo.
ca-se ao mandante do crime?
Resposta: a qualificadora é mera circunstância. Assim, sem a Emprego de asfixia:
qualificadora o homicídio continua existindo. A lei procurou au- Causa o impedimento da função respiratória. Formas de as-
mentar a pena do executor de homicídio que atua impelido pelo fixia:
abjeto e egoístico motivo pecuniário, reservando tratamento mais - Asfixia mecânica
severo para os chamados “matadores de aluguel”. A circunstância - Esganadura: o agente, com seu próprio corpo, comprime o
tem caráter pessoal porque se trata do motivo do crime, ou seja, pescoço da vítima.
algo ligado ao agente, não ao fato. Assim, tratando-se de circuns- - Estrangulamento: passar fio, arame etc. no pescoço da ví-
tância de caráter pessoal, não se comunica ao partícipe (artigo 30). tima, causando-lhe a morte. É a própria força do agente atuando,
Há, todavia, entendimento contrário. mas não com as mãos.
Motivo torpe: é o motivo moralmente reprovável, vil, repug- - Enforcamento: é a força da gravidade que faz com que o
nante. Exemplo: matar o pai para ficar com herança; matar a es- peso da vítima cause sua morte (por exemplo: o pescoço da vítima
posa porque ela não quis manter relação sexual. O ciúme não é é envolto com uma corda).
considerado motivo torpe. A vingança será considerada, ou não, - Sufocação: é a utilização de algum objeto que impeça a en-
motivo torpe dependendo do que a tenha originado. trada de ar nos pulmões da vítima (exemplo: introduzir algodão na
garganta da vítima, colocar travesseiro no seu rosto).
Inciso II - motivo fútil - Afogamento: imersão em meio líquido.
Matar por motivo de pequena importância, motivo insignifi- - Soterramento: imersão em meio sólido (exemplo: enterrar
cante. Exemplo: matar por causa de uma “fechada” no trânsito. alguém vivo fora de um caixão).
A ausência de prova, referente aos motivos do crime, não per- - Imprensamento ou sufocação indireta: impedir o movimen-
mite o reconhecimento dessa qualificadora. to respiratório colocando, por exemplo, um peso sobre o tórax da
Ciúme não caracteriza motivo fútil. vítima.
A existência de uma discussão “forte”, precedente ao crime, - Asfixia tóxica: uso de gás asfixiante: monóxido de carbono,
afasta o motivo fútil, ainda que a discussão tenha se iniciado por por exemplo.
motivo de pequena importância, pois se entende que a causa do - Confinamento: trancar alguém em lugar fechado de forma
homicídio foi a discussão e não o motivo anterior que a havia ori- a impedir a troca de ar (exemplo: enterrar alguém vivo dentro de
ginado. caixão).
A vingança será considerada, ou não, motivo fútil, dependen-
do do que a tenha originado. Emprego de tortura ou qualquer meio insidioso ou cruel:
Tortura: Deve ser a causa direta da morte. Trata-se de meios
Inciso III - emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tor- que causam na vítima intenso sofrimento físico ou mental. A reite-
tura ou outro meio insidioso ou cruel, ou que possa representar ração de golpes, dependendo da forma como ela é utilizada, pode
perigo comum. ou não caracterizar a qualificadora de meio cruel (exemplos: ape-
drejamento, paulada, espancamento etc.).
Eventual mutilação praticada após a morte caracteriza crime
autônomo de destruição de cadáver (artigo 211 do Código Penal).

Didatismo e Conhecimento 54
NOÇÕES DE DIREITO
O crime de tortura com resultado morte (artigo 1.º, § 3.º, da - Teleológica: Quando a morte visa assegurar a execução de
Lei n. 9.455/97), que prevê pena de reclusão de 8 a 16 anos, não outro crime (exemplo: matar o segurança para seqüestrar o empre-
se confunde com o homicídio qualificado pela tortura. A diferença sário). Haverá concurso material entre o homicídio qualificado e
está no elemento subjetivo. No homicídio qualificado, o agente o outro delito, salvo se houver crime específico no Código Penal
quer a morte da vítima e utiliza meio que causa intenso sofrimen- para esta situação (exemplo: no latrocínio, o agente mata para rou-
to físico ou mental. No crime de tortura com resultado morte, no bar).
entanto, o agente tem a intenção de torturar a vítima, mas acaba
provocando sua morte culposamente (trata-se de crime preterdolo- - Conseqüencial: Ocorre quando a morte visa garantir:
so - dolo no antecedente e culpa no consequente). - ocultação de outro crime: o agente quer evitar que alguém
Meio insidioso: é o meio ardiloso que consiste no uso de frau- descubra que o crime foi praticado;
de, armadilha, parecendo não ter havido infração penal, e sim um - impunidade: evitar que alguém conheça o autor de um crime
acidente, como no caso de sabotagem nos freios do automóvel. (exemplo: matar testemunha);
- vantagem (exemplo: ladrões de banco – um mata o outro).
Emprego de qualquer meio do qual possa resultar perigo
comum: Na conexão teleológica, primeiro o agente mata e depois co-
Gera perigo a um número indeterminado de pessoas. Não é mete o outro crime. Na conseqüencial, primeiro comete o outro
necessário que o caso concreto demonstre o perigo comum, basta crime, depois mata.
que se comprove que o meio usado poderia causar dano a várias Se o agente visa a garantia da execução, a ocultação, a impu-
pessoas, ainda que não haja uma situação de risco específico. nidade ou vantagem de uma contravenção, será aplicada a quali-
Questão: O que ocorre, todavia, se no caso concreto o agen- ficadora do motivo torpe, conforme o caso. Não incide o inciso V,
te, além de matar a vítima, efetivamente expõe outras pessoas a pois, esse se refere expressamente a outro crime.
perigo?
Resposta: Parte da doutrina entende que há homicídio quali- Observações:
ficado em concurso formal com o crime de perigo comum (artigo - Premeditação não é qualificadora.
250 e seguintes do Código Penal). Mas há entendimento divergen- - Homicídio de pessoa da mesma família não gera qualifica-
te, pois se o agente atua com o dolo de dano, não pode agir com dora, apenas agravante genérica do artigo 61 inciso II, alínea “e”,
dolo de perigo. do Código Penal.
- Parricídio: matar qualquer ascendente.
Inciso IV – à traição, de emboscada ou mediante dissimula- - Matricídio: matar a própria mãe.
ção ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa - Filicídio: matar o próprio filho.
do ofendido
Refere-se ao modo que o sujeito usou para aproximar-se da As qualificadoras podem ser de duas espécies:
vítima. - subjetivas: referem-se aos motivos do crime (incisos I, II e
Traição: aproveitar-se da prévia confiança que a vítima de- V);
posita no agente para alvejá-la (exemplo: matar a esposa que está - objetivas: referem-se aos meios e modos de execução (inci-
dormindo). sos III e IV).
- Emboscada ou tocaia: aguardar escondido a passagem da
vítima por um determinado local para matá-la. As qualificadoras se estendem aos co-autores ou partíci-
- Dissimulação: uso de artifício para se aproximar da vítima. pes?
Pode ser: Somente as objetivas se comunicam, desde que tenham in-
Material: dá-se com o uso de disfarce, fantasia ou métodos gressado na esfera de conhecimento do cultor ou partícipe. As de
análogos para se aproximar. caráter subjetivo são incomunicáveis, conforme dispõe o artigo 30
- Moral: a pessoa usa a palavra. Sujeito dá falsas provas de do Código Penal.
amizade ou de apreço para poder se aproximar.
Se o crime tem mais de uma qualificadora que incide so-
Qualquer outro recurso que dificulte ou torne impossível a bre um fato, aplica-se somente uma delas. Exemplo: homicídio
defesa da vítima triplamente qualificado. Basta uma qualificadora para alterar os li-
Exemplos: surpresa, disparo pelas costas, enquanto a vítima mites da pena. As demais qualificadoras passam a ter a função de
dorme etc. influir na dosagem da pena dentro dos novos limites. Aqui, surge
Quando uma pessoa armada mata outra desarmada, a jurispru- a seguinte questão:
dência não configura a qualificadora por razão de política criminal. Como as demais qualificadoras influem na pena?
Resposta: há duas posições:
Inciso V – para assegurar a execução, a ocultação, a impu- Se previstas como agravantes genéricas, passam a funcionar
nidade ou vantagem de outro crime como tal, sendo consideradas na segunda fase.
O inciso refere-se às qualificadoras por conexão, que podem Funcionam como circunstâncias judiciais desfavoráveis ob-
ser: servadas na primeira fase. Esse entendimento se baseia na inter-
pretação do artigo 61, caput, do Código Penal.

Didatismo e Conhecimento 55
NOÇÕES DE DIREITO
Questão: O delito disposto no artigo 121 do Código Penal AUMENTO DE PENA ARTIGO 121, § 4.º,
pode ser qualificado e privilegiado ao mesmo tempo? DO CÓDIGO PENAL
Resposta: Sim, desde que as qualificadoras sejam objetivas,
pois as hipóteses que tratam do privilégio são todas de natureza No Homicídio Culposo: A pena será aumentada de 1/3 (um
subjetiva – tornando-se inconciliáveis com as qualificadoras sub- terço):
jetivas (o homicídio não poder ser, a um só tempo, cometido por
motivo de relevante valor social e por motivo fútil). - Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima
No momento da quesitação, quando do julgamento pelo Júri, Só se aplica a quem agiu com culpa e não socorreu. Não se
o privilégio é votado antes das qualificadoras (Súmula n. 162 do aplica o aumento:
Supremo Tribunal Federal). Assim, se os jurados o reconhecerem, - se a vítima está evidentemente morta;
o juiz coloca em votação apenas as qualificadoras objetivas, já que - se a vítima foi socorrida de imediato por terceiro;
as subjetivas ficam prejudicadas. - quando o socorro não era possível por questões materiais,
O homicídio qualificado é crime hediondo. ameaça de agressão etc.

Questão: O homicídio privilegiado-qualificado é conside- - Se o agente foge para evitar o flagrante


rado crime hediondo?
Resposta: Existem duas correntes: - Se o agente não procurar diminuir as consequências de
Para o Prof. Damásio de Jesus, não é hediondo. O artigo 67 do seu ato.
Código Penal dispõe que havendo concurso entre agravante e ate-
nuante, deve se dar preponderância à circunstância de caráter sub- - Se o crime resulta da inobservância de regra técnica de
jetivo (motivos do crime, personalidade do agente e reincidência). arte, profissão ou ofício.
Por analogia, concorrendo privilégio e qualificadora, prevalece o Como diferenciá-la da imperícia? A diferença é que na impe-
privilégio, por tratar-se de circunstância subjetiva. rícia o agente não possui aptidão técnica para a conduta, enquanto
Aceita pela jurisprudência: inaplicável a analogia ao arti- na causa de aumento o agente conhece a regra técnica, mas por
go 67, porque qualificadora e privilégio são elementos que não descaso, desleixo, não a observa, provocando assim a morte da
se equivalem. Ao contrário do que ocorre com as agravantes e vítima.
atenuantes genéricas. A qualificadora deve preponderar, porque
modifica a própria estrutura típica do delito, alternando a pena in No Homicídio Doloso: A pena será aumentada de 1/3, se a
abstrato, enquanto que o privilégio é apenas causa de diminuição vítima for menor de 14 anos. A idade deve ser aferida no momen-
de pena. to da ação ou omissão. Assim, aplica-se o aumento mesmo se a
vítima morre após completar 14 anos, nos termos do artigo 4.º do
HOMICÍDIO CULPOSO - ARTIGO 121, § 3.º, Código Penal.
DO CÓDIGO PENAL Aplica-se ao homicídio simples, qualificado e privilegiado.

Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos. PERDÃO JUDICIAL - ARTIGO 121, § 5.º,
A morte decorre de imprudência, negligência ou imperícia. DO CÓDIGO PENAL
- Imprudência: consiste numa ação, conduta perigosa.
- Negligência: é uma omissão; ocorre quando se deveria ter Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá conceder o
tomado um certo cuidado. perdão judicial, deixando de aplicar a pena, quando as consequên-
- Imperícia: ocorre quando uma pessoa não possui aptidão cias do crime atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
técnica para a realização de uma certa conduta e mesmo assim a imposição da mesma se torne desnecessária. Só na sentença é que
realiza, dando causa à morte. poderá ser concedido o perdão judicial.
Exemplo: agente que culposamente mata o próprio filho.
Culpa concorrente: ocorre quando duas pessoas agem de for- Tem caráter pessoal, logo não se estende a terceiro.
ma culposa, provocando a morte de um terceiro. Ambos respon- Natureza Jurídica do Perdão Judicial
dem pelo crime. É uma faculdade do juiz e não um dos direitos públicos subje-
O fato de a vítima também ter agido com culpa não exclui a tivos do réu. O juiz, portanto, tem a discricionariedade de conceder
responsabilidade do agente. Não há compensação de culpas em ou não. Trata-se de causa extintiva da punibilidade (artigo 107,
Direito Penal. inciso IX, do Código Penal).
O homicídio culposo do Código Penal só se aplica se o crime
não for cometido na direção de veículo automotor, porque nesse
caso estará configurado o crime definido no artigo 302 do Código INDUZIMENTO, AUXÍLIO OU INSTIGAÇÃO
de Trânsito Brasileiro, que prevê pena mais severa. AO SUICÍDIO
A ação penal é pública incondicionada. O processo observará
o rito sumário. Art. 122, caput — Induzir ou instigar alguém a suicidar-se
ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena — reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se con-
suma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio
resulta lesão corporal de natureza grave.

Didatismo e Conhecimento 56
NOÇÕES DE DIREITO
Esse crime também é chamado de “participação em suicídio” Percebe-se, assim, que a própria lei exclui o crime quando a
porque pune quem colabora com suicídio alheio. A lei não incri- vítima não tenta se matar ou, se tentando, sofre apenas lesões le-
mina aquele que tenta o suicídio e não obtém êxito. O legislador ves, já que, para esses casos, não há previsão legal de pena.
entendeu que a punição nesse caso teria apenas efeitos negati- Por isso, o crime somente se consuma no momento da morte
vos,como, por exemplo, reforçar a ideia suicida. Assim, como o da vítima ou, no segundo caso, quando ela sofre lesões graves.
suicídio em si não constitui crime, pode-se dizer que no art. 122 Não importa o tempo que medeie entre a conduta do agente e
o legislador tornou ilícita a participação em fato não criminoso a da vítima. Basta que se prove o nexo causal, ou seja, se alguém
(participação em suicídio). estimulou a vítima há um ano e esta se mata, só terá havido infra-
A lei pune apenas aquele que participa do suicídio de outra ção penal no instante em que a vítima agiu contra a própria vida.
pessoa em uma das três modalidades definidas no tipo, quais se- Apenas a partir desse momento poderá correr o prazo prescricional
jam, induzindo, instigando ou prestando auxílio. e somente então é que será possível a punição do agente. A tentati-
Induzir. Significa dar a ideia do suicídio a alguém que ainda va que teoricamente seria possível não existe porque a lei só pune
não tinha tido esse pensamento. O agente faz surgir a intenção do o crime quando há morte ou lesões graves e, nesses casos, o crime
suicídio. está consumado. Com efeito, se a vítima sequer tenta o suicídio ou
Na história recente, há vários acontecimentos que se integram sofre apenas lesões leves, o fato é atípico e, na hipótese em que
a essa hipótese, ligados, basicamente, a líderes de fanáticos reli- sofre lesões graves, entende-se que o crime está consumado, uma
giosos, que estimulam o suicídio em massa de seus seguidores. vez que, para esse caso, já existe pena autônoma na própria parte
Instigar. Significa reforçar a intenção suicida já existente. É o especial do Código Penal, sendo, portanto, desnecessária a combi-
caso daqueles que vislumbram uma pessoa no alto de um prédio, nação com a norma de extensão do art. 14, II, do Código Penal que
prestes a se atirar de lá, e, ainda assim, passam a estimular, me- trata da tentativa.
diante gritos, que o suicida efetivamente salte. A conclusão, portanto, é que o crime do art. 122 não admite
No induzimento, a ideia de suicídio ainda não havia passado tentativa. Não se confunda, todavia, a tentativa de suicídio que
pela cabeça da vítima. Na instigação, por outro lado, a ideia já evidentemente existe e que se refere ao fato em si, com a tentativa
havia surgido na vítima e o sujeito a estimula. O induzimento e a de crime de participação em suicídio que, nos termos acima, não
instigação são chamados de participação moral. admite o conatus.
Auxiliar. Significa colaborar materialmente com a prática do Observações:
suicídio, quer dando instruções, quer emprestando objetos (arma, 1) Não há suicídio no ato daquele que quer ser herói e que vai
veneno) para que a vítima se suicide. O auxílio é chamado de par- à guerra por seu país. Por isso, aquele que o instiga a ir à guerra
ticipação material. Essa participação, todavia, deve ser secundária, não pratica crime.
acessória, pois se a ajuda for a causa direta e imediata da morte da 2) Se o agente pratica, por exemplo, induzimento e auxílio
vítima, o crime será o de homicídio, como no caso de quem, a pe- ao suicídio de alguém, responde por um único delito. Trata-se de
dido da vítima, puxa o gatilho e provoca a sua morte, já que, ainda crime de ação múltipla (de conteúdo variado), em que a prática de
que exista consentimento, ele não é válido, uma vez que a vida mais de uma conduta em relação à mesma vítima configura uma
é bem indisponível. Não se pode, nesse caso, tipificar o crime de só infração penal. Nessa espécie de delito, que possui tipo misto
participação em suicídio, porque não houve efetivamente suicídio. alternativo, a realização de mais de uma conduta, apesar de confi-
No Brasil, o famoso caso do médico norte-americano que gurar crime único, deve ser levada em consideração na aplicação
cede um dispositivo a pacientes terminais para que eles próprios da pena.
venham a dar início à inoculação de veneno para a provocação da 3) Livros e músicas que estimulam a prática do suicídio ou
morte configuraria o crime do art. 122 do Código Penal. que ensinam modos de se suicidar não geram a incriminação de
Suicídio — é a supressão voluntária e consciente da própria seus autores porque o induzimento, o auxílio ou a instigação têm
vida. que visar pessoa determinada ou determinadas.
Assim, se alguém tira sua própria vida mas de forma não cons- 4) Deve haver relação de causa e efeito entre a conduta do
ciente ou voluntária, afasta-se a caracterização do delito em estudo agente e a da vítima. É o chamado nexo de causalidade. Se o agen-
e pode- -se configurar o crime de homicídio. Por isso, se a vítima te empresta um revólver e a vítima se enforca, não há crime, já que,
é forçada, mediante violência ou grave ameaça, a ingerir veneno excluído o empréstimo da arma, a vítima teria conseguido cometer
ou a desferir um tiro no próprio peito não há suicídio porque a o suicídio da mesma forma como o fez.
vítima não queria se matar. O autor da violência ou grave ameaça 5) Seriedade deve existir na conduta do agente. Se alguém, em
responderá por homicídio. tom de brincadeira, diz à vítima que a única solução é “se matar”
Da mesma maneira, se há emprego de alguma forma de fraude e a vítima efetivamente se mata, o fato é atípico por ausência de
para que a vítima tire sua vida sem perceber que o está fazendo, dolo. O crime em estudo admite apenas a forma dolosa, inclusive
também se tipificará homicídio por parte do autor da fraude. o dolo eventual, mas não prevê hipótese culposa.
6) Se várias pessoas fazem roleta-russa em grupo, uns esti-
Consumação e tentativa. O art. 122 do Código Penal, quan- mulando os outros, os sobreviventes respondem pelo crime do art.
do trata da pena para o delito, menciona punição apenas nas hipó- 122 do Código Penal. Se, entretanto, uma pessoa aperta o gatilho
tese sem que a vítima morre ou sofre lesões graves. Na primeira da arma em direção a outra pessoa e provoca a morte dela haverá
hipótese, a pena é de reclusão de dois a seis anos e, na segunda, homicídio com dolo eventual.
reclusão de um a três.

Didatismo e Conhecimento 57
NOÇÕES DE DIREITO
7) A existência desse crime pressupõe que a vítima tenha al- 12) Quem pessoalmente induz, instiga ou auxilia a vítima a se
guma capacidade de entendimento (de que sua conduta irá provo- matar é autor do crime de participação em suicídio. Por sua vez,
car sua morte) e resistência. Assim, quem induz criança de pouca uma pessoa que não teve contato direto com ela, mas, anteriormen-
idade ou pessoa com grave enfermidade mental a se atirar de um te, estimulou o autor do crime, é partícipe do crime de participação
prédio responde por homicídio. em suicídio. Em outras palavras, existe a possibilidade do instituto
8) Se duas pessoas fazem um pacto de morte, incentivando- da participação no crime chamado “participação em suicídio”. Ex.:
se mutuamente a cometer suicídio, e uma delas se mata e a outra A, sabendo que C está com depressão, convence B a procurar C e
desiste, esta responde pelo crime do art. 122 do Código Penal. O induzi- lo ao suicídio. B conversa com C e este efetivamente se
mesmo ocorre se ambas realizam o ato suicida, mas uma sobre- mata.
vive. Caso ambas sobrevivam, e uma sofra lesão grave e a outra Como apenas B teve contato direto com a vítima, só ele pode
sofra lesão leve, a última responderá pelo crime (porque a primeira ser chamado de autor do crime de participação em suicídio, en-
sofreu lesão grave), enquanto para a outra o fato será considerado quanto A é partícipe deste crime.
atípico. 13) A namorada rompe um relacionamento amoroso e depois
Por sua vez, é possível que, apesar do incentivo mútuo, fique é procurada pelo namorado, que, desesperado, diz que vai se ma-
acertado que uma delas irá atirar na outra e depois se matar. Nesse tar se ela não voltar com ele. Esta, todavia, fica irredutível e não
caso, se a autora do disparo sobreviver, responderá pelo homicídio retoma o namoro. Ele, então, se mata. A conduta da namorada não
da outra, mas, se o resultado for o inverso (morte da própria au- constitui crime, porque a decisão de não reatar o namoro não se
tora dos disparos), a sobrevivente responderá por participação em enquadra na definição de induzimento, instigação ou auxílio.
suicídio.
9) O crime de participação em suicídio admite a forma omis- Qualificação doutrinária
siva? a) Material. Para que se consuma é necessário o resultado
Damásio, Frederico Marques e Delmanto entendem que não, morte ou lesão grave.
pois, mesmo que o agente tenha o dever jurídico de impedir a mor- b) De dano. Pressupõe efetiva lesão ao bem jurídico.
te e não o faça, responderá por omissão de socorro qualificada pela c) Comissivo (discutível, conforme já visto).
morte (art. 135, parágrafo único do CP) e não por participação em d) Instantâneo. Consuma em um momento determinado e cer-
suicídio. to, ou seja, o momento em que a vítima sofre lesão grave ou morre.
Ex.: bombeiro que assiste passivamente uma pessoa se atirar e) Ação livre. Admite qualquer meio de execução.
de um prédio quando poderia ter tentado salvá-la. Esses autores f) Comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa.
entendem que os verbos induzir, instigar e prestar auxílio, conti- g) Simples. Atinge apenas o bem jurídico vida.
dos no art. 122do CP, por seu próprio significado, são incompatí-
veis com a forma omissiva. Prevalece, entretanto, o entendimento CAUSAS DE AU MENTO DE PENA
de que é possível o auxílio por omissão, mas apenas para aqueles
que têm o dever jurídico de evitar o resultado e, podendo fazê-lo, Art. 122, parágrafo único — A pena é duplicada:
intencionalmente se omitem. Essa interpretação se funda no art. I — se o crime é praticado por motivo egoístico;
13, § 2o do Código Penal, que, de acordo com seus seguidores, II — se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer
por estar na Parte Geral do Código, incide sobre todos os delitos causa, a capacidade de resistência.
da Parte Especial, inclusive sobre o do art. 122. É o entendimento O art. 122, parágrafo único, dispõe que a pena será aplicada
de Júlio F. Mirabete, Cezar Roberto Bitencourt, Fernando Capez, em dobro quando:
Magalhães Noronha, Flávio Monteiro de Barros, dentre outros.
10) A configuração do crime de participação em suicídio pres- 1) O crime for praticado por motivo egoístico. Ocorre nas hi-
supõe que a conduta do agente — induzimento, instigação ou auxí- póteses em que o agente visa auferir alguma vantagem, econômica
lio — tenha ocorrido antes do ato suicida. Assim, quando alguém, ou não, em decorrência do suicídio da vítima. Ex.: para ficar com
sem qualquer colaboração ou incentivo de outrem, comete o ato sua herança; para ficar com seu cargo; para poder conquistar sua
suicida (corta os pulsos, p. ex.) e, em seguida, arrepende-se e pede esposa etc.
para ser socorrido e não é atendido, ocorre crime de omissão de
socorro. Por sua vez, comete homicídio doloso quem pratica uma 2) A vítima for menor (1a parte). De acordo com a maior parte
ação para intencionalmente impedir o socorro solicitado pelo sui- dos doutrinadores, esta causa de aumento só tem aplicação quan-
cida arrependido que tentava salvar-se. Ex.: o suicida telefona para do a vítima for maior de 14 e menor de 18 anos. Argumentam
o socorro médico, mas o agente, querendo que sobrevenha a morte que, por interpretação sistemática, deve-se presumir a total falta
da vítima, leva-a para local diverso daquele em que o socorro fora de capacidade de entendimento daquele que não tem mais de 14
pedido. anos, com base no art. 224, do Código Penal, que presume a vio-
11) O art. 146, § 3º, II, do Código Penal estabelece que não há lência nos crimes sexuais quando a vítima está em tal faixa etária.
crime de constrangimento ilegal na coação exercida para impedir É o entendimento de Damásio de Jesus, Cezar Roberto Bitencourt,
suicídio. Fernando Capez, Celso Delmanto etc.
Para essa corrente, se a vítima tem mais de 18 anos, aplica-se
o crime de participação em suicídio em sua forma simples; se tem
menos de 18 e mais de 14, aplica-se tal crime em sua forma agra-
vada; finalmente, se a vítima não é maior de 14, o crime é sempre
de homicídio.

Didatismo e Conhecimento 58
NOÇÕES DE DIREITO
Heleno Fragoso discorda da interpretação anterior, sustentan- Sujeito Ativo: é a mãe que esteja sob estado puerperal (crime
do que a presunção de violência não está prevista na Parte Geral próprio).
do Código e sim dentro do título dos crimes sexuais, de modo que P: É possível concurso de pessoas?
aplicá-la a outros delitos constitui analogia in malam parte, que é R: Sim, incide o art. 30 do Código Penal (não se comunicam
vedada. Argumenta que não se pode punir por homicídio com base as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
em presunções. elementares do crime). O estado puerperal é uma circunstância de
Para esse autor, o delito só deixa de ser suicídio com a pena caráter pessoal, porém é elementar do crime de infanticídio, por-
aumentada para ser tratado como homicídio se for feita prova efe- tanto alcança os participantes, que responderão pelo delito.
tiva, no caso concreto – por perícias, depoimentos –, de que o me- Há uma corrente que afirma ser o estado puerperal uma con-
nor não entendeu que estava tirando a própria vida. dição personalíssima, incomunicável. Mas a lei não fala em condi-
ção de caráter personalíssimo. Prevalece, todavia, a doutrina opos-
3) A vítima tiver diminuída, por qualquer causa, a capacidade ta, infanticídio para a mãe e para terceiro.
de resistência (2ª parte). Ocorre quando o agente se aproveita de O infanticídio não possui forma culposa. Assim, se a morte
uma situação de maior fragilidade da vítima para estimulá-la ao da criança resulta de culpa da mãe, mesmo que esta esteja sob a
suicídio, como, por exemplo, no caso de embriaguez, depressão influência do estado puerperal, o crime será de homicídio culposo
etc. Veja-se que a lei se refere à diminuição de tal capacidade, já (HUNGRIA e MIRABETE). Para uma segunda corrente (DAMÁ-
que a sua total supressão implicará o reconhecimento de homicí- SIO DE JESUS), estando a mulher sob a influência do estado puer-
dio. peral, não se pode exigir dela uma conduta de cuidado (cuidado
do homem comum) e prudência, sendo, portanto, atípico o fato
INFANTICÍDIO (incompatibilidade entre a conduta culposa e o estado puerperal).

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o pró-


prio filho, durante o parto ou logo após: ABORTO
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que
Tipo Penal: matar, sob a influência do estado puerperal, o outrem lho provoque:
próprio filho, durante o parto ou logo após. Pena: detenção de dois Pena - detenção, de um a três anos.
a seis anos. Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestan-
Elementares do Crime: te:
- Matar: aplicam-se as regras do homicídio quanto a esse ver- Pena - reclusão, de três a dez anos.
bo (consumação, tentativa etc.). Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
- Estado puerperal: alteração psíquica que acontece em gran- Pena - reclusão, de um a quatro anos.
de número de mulheres em razão de alterações orgânicas decorren- Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a
tes do fenômeno do parto. gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil
P: Deve ser provado o estado puerperal ou ele se presume? mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave
R: Tem de ser provado por perícia médica, mas, se os médicos ameaça ou violência
ficarem em dúvida sobre sua existência e o laudo for inconclusivo, Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores
será presumido o estado puerperal, aplicando-se o in dubio pro reo. são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou
- Próprio filho: é o sujeito passivo, nascente ou recém nascido. dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão
Se a mulher, por erro, mata o filho de outra, supondo ser o corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer
dela, responderá por infanticídio (art. 20, § 3.º, do Código Penal – dessas causas, lhe sobrevém a morte.
erro quanto à pessoa). Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Não são aplicadas as agravantes genéricas de crime contra I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
descendente e de crime contra criança por constituírem elementos II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido
essenciais do crime. de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu repre-
- Durante ou logo após o parto: este é o elemento temporal, sentante legal.
ou seja, o crime só poderá ser praticado em um determinado mo-
mento. Conceito
Considera-se início do parto a dilatação do colo do útero, e fim É a interrupção da gravidez com a consequente morte do feto.
do parto, o nascimento. O aborto pode ser natural, acidental ou provocado (ele é criminoso
A expressão “logo após” variará conforme o caso concreto, ou é legal).
pois a duração do estado puerperal difere de uma mulher para ou-
tra.
Diferenças entre o infanticídio e o abandono de recém-nas-
cido qualificado pela morte (art. 134, § 2.º, do Código Penal): no
infanticídio existe dolo de matar e a mulher age em razão do estado
puerperal, enquanto no abandono, o dolo é apenas o de abandonar
o recém-nascido para ocultar desonra própria, e o evento morte
decorre da culpa.

Didatismo e Conhecimento 59
NOÇÕES DE DIREITO
Aborto Criminoso (arts. 124 a 126 do Código Penal): Requisitos:
Art. 124 do Código Penal: - que seja feito por médico;
Traz duas figuras que punem a mulher grávida. São dois casos - que não haja outro meio para salvar a vida da gestante.
de crime próprio, sendo o sujeito passivo sempre o feto. Não se exige risco atual, como no estado de necessidade. Ante
- Auto-aborto: praticar aborto em si mesma. a simples constatação de que no futuro haverá perigo, poderá o
- Aborto consentido: consentir que terceiro provoque aborto. aborto ser realizado desde logo. Havendo perigo atual, o aborto
O terceiro responderá pelo art. 126, que contém pena maior. Esta pode ser praticado por qualquer pessoa, aplicando-se nesse caso o
é uma exceção à regra de que todos que colaboram para um crime estado de necessidade.
respondem nos mesmos termos de seu autor principal (exceção à Inc. II: aborto sentimental.
teoria monista ou unitária. É uma exceção expressa). Requisitos:
A pena para quem provoca aborto com o consentimento da - que seja feito por médico;
gestante é de um a quatro anos. Se ocorrer a morte da gestante, de - que a gravidez tenha resultado de estupro;
dois a oito anos. O aumento é aplicável na hipótese de morte cul- - que haja o consentimento da gestante ou, se incapaz, de seu
posa, porque, se o agente tinha dolo em relação ao aborto e em re- representante legal.
lação à morte, haverá dois crimes autônomos (aborto e homicídio). Não se exige a autorização judicial. Na prática, basta o bole-
O crime do art. 126 do Código Penal pressupõe que a autorização tim de ocorrência.
da mulher dure até a consumação do aborto. P: Como o art. 128, inc. II, do Código Penal só permite o abor-
P: É possível que terceiro responda pela prática de aborto sem to se a gravidez resultar de estupro, é permitido o aborto também
o consentimento da gestante quando o consentimento foi dado e quando a gravidez resultar de crime de atentado violento ao pudor?
durou até a consumação? R: A doutrina é unânime em dizer que sim. Aplica-se a ana-
R: Sim, nas cinco hipóteses do art. 126, par. ún., do Código logia in bonam partem (em favor do causador do aborto). O aten-
Penal, que determinam que o consentimento deve ser desconside- tado violento ao pudor é o único crime análogo ao estupro porque
rado: quando houver violência, grave ameaça ou fraude na obten- ambos são cometidos com violência ou grave ameaça e atingem o
ção do consentimento (vontade viciada); se a gestante for menor mesmo bem jurídico, que é a liberdade sexual.
de 14 anos ou doente mental (ausência de capacidade de entendi-
mento do ato). Das Lesões Corporais.
Consumação: o aborto consuma-se com a morte do feto.
Tentativa: é possível. LESAO CORPORAL
Elemento subjetivo: só existe na forma dolosa. Não existe cri- Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de ou-
me autônomo de aborto culposo. trem:
Quem, por imprudência, dá causa a um aborto responde por Pena - detenção, de três meses a um ano.
crime de lesão corporal culposa, sendo vítima a mulher (gestante). § 1º Se resulta:
Porém, se foi a própria gestante que, por imprudência, deu causa I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de
ao aborto, o fato será atípico, já que não existe a autolesão. trinta dias;
Manobras abortivas em quem não está grávida constituem cri- II - perigo de vida;
me impossível por absoluta impropriedade do objeto. III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
O aborto é um crime de ação livre (pode ser praticado por IV - aceleração de parto:
qualquer meio), mas desde que seja um meio apto a provocar a Pena - reclusão, de um a cinco anos.
morte do feto, caso contrário, haverá crime impossível. § 2° Se resulta:
Se a gravidez era de gêmeos e a pessoa que praticou o aborto I - Incapacidade permanente para o trabalho;
não sabia, há crime único para evitar a responsabilidade objetiva. II - enfermidade incurável;
Se sabia que eram gêmeos, responde pelos dois crimes de aborto III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
(concurso formal impróprio ou imperfeito: uma ação, dois resulta- IV - deformidade permanente;
dos, cuja conseqüência é a soma de penas). V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Art. 127 do Código Penal – forma qualificada: § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o
Se a gestante sofre lesão grave, a pena é aumentada em um agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
terço. Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Se a gestante morre, a pena é aumentada em dobro. Só vale § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele-
para o aborto praticado por terceiro, consentido ou não pela ges- vante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção,
tante (arts.125 e 126). logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode redu-
A forma qualificada não é aplicada ao art. 124 por expressa zir a pena de um sexto a um terço.
disposição. § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a
pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos
Aborto Legal – Art. 128 do Código Penal: de réis:
Prevê duas hipóteses em que a provocação do aborto é per- I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
mitida. II - se as lesões são recíprocas.
Natureza jurídica: causa de exclusão de ilicitude. § 6° Se a lesão é culposa:
Inc. I: aborto necessário. Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Didatismo e Conhecimento 60
NOÇÕES DE DIREITO
§ 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das Ação penal:
hipóteses do art. 121, § 4º. O artigo 88 da Lei n. 9.099/95 transformou a lesão corporal
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.. dolosa leve em crime de ação penal pública condicionada à repre-
§ 9o  Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, sentação do ofendido. A jurisprudência e a doutrina estenderam a
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha exigência da representação para as vias de fato.
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações do- Outra regra trazida pela Lei n. 9.099/95: para o oferecimento
mésticas, de coabitação ou de hospitalidade: da denúncia não é necessário um exame de corpo de delito, basta
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. um boletim de ocorrência ou ficha médica.
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o  a 3o  deste artigo, se as
circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se Lesão decorrente de esporte:
a pena em 1/3 (um terço). Não há crime, desde que tenha havido respeito às regras do
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada jogo, pois se trata de exercício regular de direito.
de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de
deficiência. Intervenção cirúrgica:
Se a cirurgia não é de emergência, o médico deve obter o
Ofensa à integridade corporal consiste no dano anatômi- consentimento do paciente ou do seu representante legal. Tra-
co prejudicial ao corpo humano. Exemplo: corte, queimadura, ta-se, quando há consentimento, de exercício regular de direi-
mutilações etc. to.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa, exceto o próprio ofendido. Se a cirurgia for de urgência, o agente estará acobertado
Saliente-se que a lei não pune a autolesão. A autolesão pode, entre- pelo estado de necessidade em favor de terceiro.
tanto, constituir crime de outra natureza, tais como autolesão para Lesão Grave – Artigo 129, § 1.º, do Código Penal
receber seguro (artigo 171, § 2.º, inciso V, do Código Penal), ou Pena: de 1 (um) a 5 (cinco) anos de reclusão.
criação de incapacidade para frustrar a incorporação militar (artigo Inciso I – se resulta incapacidade para as ocupações habi-
184 do Código Penal Militar). tuais por mais de 30 dias
Sujeito Passivo: qualquer pessoa, salvo nas hipóteses em que É necessário o exame complementar, realizado no primeiro
a vítima só poderá ser mulher grávida. dia após o período de 30 dias, para comprovar a materialidade da
Consumação: no momento da ofensa à integridade física ou lesão grave (artigo 168, § 2.º, do Código de Processo Penal). O
à saúde. prazo de 30 dias é contado nos termos do artigo 10 do Código
Tentativa Penal.
É possível. A tentativa de lesão corporal difere da contraven- Ocupação habitual é qualquer atividade rotineira na vida da
ção de vias de fato (artigo 21 da Lei de Contravenções Penais), vítima, tal como estudar, andar, praticar esportes etc., exceto a
pois, na contravenção o agente não tem intenção de lesionar a víti- considerada ilícita. No caso de atividade lícita, mas imoral, have-
ma (exemplo: empurrão). Se o agente emprega violência ultrajan- rá lesão grave (exemplo: incapacitar prostituta de manter relações
te, com intenção de humilhar a vítima, estamos diante do crime de sexuais).
injúria real (artigo 140, § 2.º, do Código Penal). Se a vítima deixar de praticar atividades rotineiras, por sentir
Se o agente agride sem a intenção de lesionar, mas lesiona, vergonha, não há se falar em incapacidade.
ocorre a lesão corporal culposa, que afasta as vias de fato. Trata-se de um exemplo de crime a prazo.
O resultado agravador pode ser culposo ou doloso.
Lesão Leve: Inciso II – se resulta perigo de vida
Por exclusão, é toda lesão que não for grave nem gravíssima. É uma hipótese preterdolosa, pois o sujeito não quer a morte.
Pena: detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano. A lesão corporal Se o agente queria o resultado morte, responderá por tentativa de
leve é infração de menor potencial ofensivo. homicídio.
O perito deve dizer claramente em que consistiu o perigo de
Concurso de crimes: vida (exemplo: houve perigo de vida porque a vítima perdeu muito
Em muitos crimes, como no roubo, por exemplo, a violên- sangue etc.), e o Promotor de Justiça deve transcrever na denúncia.
cia é utilizada como meio de execução. O que ocorrerá se da Inciso III – se resulta debilidade permanente de membro,
violência decorrer lesão leve? sentido ou função.
No silêncio da lei a respeito do resultado violência, conclui- Membros são os apêndices do corpo (braços e pernas). Exem-
se que a lesão leve fica absorvida (exemplo: roubo, extorsão, plo: cortar o tendão do braço, causando perda parcial do membro.
estupro, atentado violento ao pudor, crime de tortura etc.). Se, Os sentidos são o tato, o olfato, a visão, o paladar e a audição.
no entanto, a lei expressamente ressalvar a aplicação autôno- Exemplo: diminuição da capacidade de enxergar, ouvir etc.
ma do resultado da violência, o agente responderá pelos dois A função consiste no funcionamento de órgãos ou aparelhos
crimes, sendo somadas as penas (exemplo: injúria real, cons- do corpo humano (exemplo: função respiratória, função reprodu-
trangimento ilegal, dano qualificado, rapto, exercício arbitrá- tora).
rio das próprias razões, resistência etc.). A debilidade é o enfraquecimento, a diminuição, a redução
da capacidade funcional. A debilidade deve ser permanente, ou
seja, de recuperação incerta e improvável e cuja cessação eventual
ocorrerá em data incalculável (permanente não é a mesma coisa
que perpétua).

Didatismo e Conhecimento 61
NOÇÕES DE DIREITO
A debilidade não se confunde com a perda ou inutilização do Está ligado ao dano estético, causado pelas cicatrizes. Exem-
membro, sentido ou função, hipóteses de lesão corporal gravíssi- plo: queimadura por fogo, por ácido (vitriolagem), etc. Requisitos:
ma, disciplinadas no § 2.º. Que o dano estético seja razoável, ou seja, de uma certa mon-
ta.
Inciso IV - aceleração do parto Deve ser permanente, isto é, não se reverte com o passar do
Caracteriza-se pela antecipação da data do nascimento. Pres- tempo. Se a vítima se submeter a uma cirurgia plástica e houver
supõe o nascimento com vida. Para evitar a responsabilidade ob- a correção, desclassifica-se o delito. Se a cirurgia plástica for pos-
jetiva, é necessário que o agente saiba que a mulher está grávida. sível, mas a vítima não a fizer, persiste o crime, pois a vítima não
está obrigada a fazer a cirurgia. Se a deformidade surgiu de um
Lesão Gravíssima – Artigo 129, § 2.º, do Código Penal erro médico, há dois crimes (lesão dolosa em relação ao primeiro
Pena: reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos. e lesão culposa em relação ao médico).
A denominação lesão gravíssima é dada pela doutrina e juris- Que a deformidade seja visível.
prudência. A lei não utiliza essa expressão, que tem a finalidade Que seja capaz de provocar impressão vexatória. A deformi-
de diferenciar as lesões do § 2.º que tem pena mais severa do que dade estética deve ser algo que reduza a beleza física da vítima.
o § 1.º. Inciso V – se resulta aborto
Se uma lesão se enquadra em grave e gravíssima, o réu res- Aborto é a interrupção da gravidez, com a conseqüente morte
ponderá pela gravíssima. do produto da concepção.
Trata-se de qualificadora preterdolosa. Há dolo na lesão e cul-
Inciso I – se resulta incapacidade permanente para o tra- pa em relação ao aborto. Se houver dolo também em relação ao
balho: aborto, o agente responde por lesão corporal em concurso formal
É mais específico que o § 1.º, inciso I. A incapacidade deve ser imperfeito com aborto (artigo 70, caput, parte final). Há, por fim,
permanente (a lei não diz perpétua) e deve abranger qualquer tipo hipótese do agente que quer provocar o aborto e, culposamente,
de trabalho (posição majoritária). Para uma corrente minoritária, causa lesão grave na mãe (artigo 127 do Código Penal).
a incapacidade da vítima deve impossibilitar o trabalho que ela É necessário que o agente saiba que a mulher está grávida.
exercia anteriormente. Isso para evitar a chamada responsabilidade objetiva (artigo 19 do
O sujeito passivo não poderá ser criança ou pessoa idosa apo- Código Penal).
sentada.
Inciso II – se resulta enfermidade incurável: Lesão Corporal Seguida de Morte – Artigo 129, § 3.º, do
Da lesão decorre doença para a qual não existe cura. Código Penal:
Para uma corrente, a transmissão intencional de AIDS tipifica Pena: reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
a tentativa de homicídio. Para outra, caracteriza lesão gravíssima, É também um crime preterdoloso no qual há dolo na lesão
pela transmissão de moléstia incurável. e culpa no resultado morte. O agente não prevê a morte, que
era previsível. Por ser preterdoloso, não admite tentativa.
Inciso III – se resulta perda ou inutilização de membro, sen- Se não houver dolo na agressão (lesão), trata-se de homi-
tido ou função: cídio culposo.
A perda pode se dar: Caracterizará progressão criminosa se houver dolo inicial
- por mutilação: ocorre pela própria ação lesiva; é o corte de de lesão e, durante a execução, o agente resolver matar a víti-
uma parte do corpo da vítima (extirpação do braço, da perna, da ma. Nesse caso, responderá pelo homicídio doloso (crime mais
mão etc.); grave).
- por amputação: é a extirpação feita pelo médico, posterior-
mente à ação, para salvar a vida da vítima. Lesão Corporal Privilegiada – Artigo 129, § 4.º, do Código
Na inutilização, o membro permanece ligado ao corpo da víti- Penal
ma, ainda que parcialmente, mas totalmente inapto para a realiza- As hipóteses de privilégio das lesões corporais são as mesmas
ção de sua atividade própria. do homicídio privilegiado. O privilégio só se aplica nas lesões do-
Observações: losas. É uma causa de redução de pena de 1/6 a 1/3.
Com relação aos membros: o decepamento de um dedo ou a
perda parcial dos movimentos do braço constitui lesão grave, ou Substituição da Pena - Artigo 129, § 5.o, do Código Penal
seja, mera debilidade. Havendo paralisia total, ainda que seja de “O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a
um só braço, ou se houver mutilação da mão, a lesão é gravíssima pena de detenção pela de multa”, nas seguintes hipóteses:
pela inutilização de membro. - quando estiver presente uma das causas de privilégio (tra-
Com relação aos sentidos: há alguns sentidos captados por tando-se de lesão corporal leve privilegiada, o juiz poderá reduzir
órgãos duplos (visão e audição). A provocação de cegueira, ainda a pena restritiva de liberdade ou substituí-la por multa);
que completa, em um só olho, constitui apenas debilidade perma- - quando as lesões forem recíprocas (sem que um dos agentes
nente. O mesmo ocorre com a audição. tenha agido em legítima defesa).
Com relação à função: a perda ou inutilidade de função só
será possível em função não vital, como por exemplo, a perda da
função reprodutora, causada pela extirpação do pênis.
Inciso IV – se resulta deformidade permanente

Didatismo e Conhecimento 62
NOÇÕES DE DIREITO
Lesão Corporal Culposa – Artigo 129, § 6.º, do Código Pe- Observação: na hipótese de lesão leve qualificada prevista no
nal § 9º, como a nova pena máxima é de três anos, deixou o crime de
Aplicam-se todos os institutos do homicídio culposo, inclusi- ser de competência do Juizado Especial Criminal, estando, assim,
ve os que se referem às causas de aumento de pena e também às afastadas as regras da Lei n. 9.099/95, que só se aplicam aos cri-
regras referentes ao perdão judicial (§§ 7.º e 8.º do artigo 129 do mes cuja pena máxima não excede dois anos. De qualquer modo,
Código Penal). o art. 16 da Lei n. 11.340/2006 continua exigindo a representação
A pena para lesão culposa é de 2 (dois) meses a 1 (um) ano do ofendido.
de detenção. No § 10 o legislador estabeleceu causas de aumento de pena
No Código de Trânsito Brasileiro (artigo 303), porém, a lesão de um terço para os crimes de lesão corporal grave, gravíssima ou
corporal culposa, com o agente na direção de veículo automotor, seguida de morte, se cometidos contra ascendente, descendente,
recebe pena de detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e sus- irmão, cônjuge etc. Com efeito, o § 10 faz expressa menção aos §§
pensão da habilitação. 1º a 3º do art. 129, deixando claro que se refere a essas modalida-
A composição quanto aos danos civis extingue a punibilida- des de lesão corporal, ficando evidenciado, por exclusão, que o §
de, tanto da lesão culposa do Código Penal quanto do Código de 9º se refere à lesão leve.
Trânsito Brasileiro. Exige-se representação, porque a ação penal é O § 10, aliás, ajuda a demonstrar que não foram criados tipos
pública condicionada. Na lesão culposa, não há figura autônoma autônomos, mas sim circunstâncias que agravam a pena do delito
decorrente da gravidade da lesão cujo grau (leve, grave ou gravís- de lesão corporal dolosa, porque, expressamente, diz que as penas
simo) é irrelevante para caracterizar lesão corporal culposa, afe- aumentam de um terço, “se as circunstâncias são as indicadas no
tando apenas a tipificação da pena em concreto. § 9º deste artigo”. É sabido que circunstâncias são elementos agre-
CAUSA DE AU MENTO DE PENA: gados que aumentam a pena e não elementares de um delito. Em
O art. 129, § 7º, combinado com o art. 121, § 4º, do Código suma, não existe um crime chamado “violência doméstica”, mas
Penal, estabelece que a pena da lesão corporal dolosa, de qualquer crimes de lesão corporal agravados pela violência doméstica,mes-
espécie, sofrerá acréscimo de um terço se a vítima é menor de 14 mo porque o capítulo em estudo se chama “das lesões corporais”.
anos ou maior de 60. É possível, ainda, notar, pela leitura de tais parágrafos, que
sequer é necessário que o fato ocorra no âmbito doméstico para
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA que a pena seja agravada. Com efeito, não consta do texto legal
que a pena só será exacerbada se o crime contra ascendente, des-
Art. 129, § 9º — Se a lesão for praticada contra ascenden- cendente, irmão, cônjuge, companheiro, ou contra quem o agente
te, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, tiver sido praticado dentro de casa.
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente É indiferente, portanto, o local em que a agressão ocorra. Haverá
das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: sempre a agravação. Apenas nas últimas figuras, ou seja, quando o
Pena — detenção, de três meses a três anos. agente cometer o crime prevalecendo- se de relações domésticas,
Art. 129, § 10 — Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste de coabitação ou de hospitalidade, é que se pressupõe que o fato
artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo, ocorra no ambiente doméstico. A conclusão não pode ser outra,
aumenta-se a pena em um terço. na medida em que as primeiras figuras estão separadas destas no
Art. 129, § 11 — Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será texto legal pela conjunção alternativa “ou”, de modo que não é ne-
aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa cessário, para agravar a pena, que a agressão seja feita pelo agente
portadora de deficiência. contra um ascendente, prevalecendo-se de relação doméstica, já
que a lei diz “contra ascendente, ..., ou prevalecendo-se de relação
Esses dispositivos, criados pela Lei n. 10.886/2004, não cons- doméstica”.
tituem tipos penais autônomos, já que não possuem núcleo, isto é, Em suma, a rubrica “violência doméstica” não condiz total-
não têm nenhum verbo descrevendo uma conduta típica própria. mente com o texto legal aprovado.
Para criar um tipo penal autônomo não basta lhe dar um nome — Com a aprovação da nova lei, pode ocorrer uma situação pe-
“violência doméstica”, por exemplo. Pela redação dos §§ 9º e 10, culiar. Suponha-se que o pai agrida o filho de 12 anos de idade
resta claro que, pelo texto legal aprovado, o legislador quis acres- provocando nele lesões de natureza grave (art. 129, § 1º). Como
centar algumas circunstâncias com o intuito de agravar o crime de o filho tem menos de 14 anos, o art. 129, § 7º (c/c o art. 121, §
lesão corporal. 4º), determina um aumento de um terço, e como se trata de crime
Tanto é assim que, como já mencionado, não descreveu uma contra descendente, o § 10 determina outro aumento de um terço.
conduta típica própria, mas sim fez remissão ao crime de lesão Poderia o juiz aumentar a pena duas vezes? A resposta é negativa
corporal, iniciando o § 9º com a expressão “se a lesão...”, dei- em razão da regra do art. 68, parágrafo único, do Código Penal,
xando evidente que, ao acrescentar circunstâncias (crime contra que estabelece que, se o juiz reconhecer duas causas de aumento,
ascendente, descendente, irmão, cônjuge etc.) e prever novos li- ambas da Parte Especial, poderá aplicar um só aumento. A doutri-
mites de pena, acabou criando, no § 9º, o crime de lesão corporal na entende que a palavra “pode” não é mera faculdade do juiz, mas
dolosa leve qualificada pela violência doméstica. A pena que, ori- obrigação de aumentar a pena uma só vez.
ginariamente, era de seis meses a um ano, foi alterada pela Lei n. Deve-se ver, por fim, que não mais podem incidir sobre o cri-
11.340/2006, passando a ser de três meses a três anos de detenção, me de lesão corporal as agravantes genéricas do art. 61, II, e e f,
pena esta que deverá sofrer acréscimo de um terço se a vítima da que possuem redação idêntica, pois, se isso acontecesse, haveria
violência doméstica for portadora de deficiência, nos termos do inegável bis in idem.
art. 129, § 11, do Código Penal (criado pela Lei n. 11.340/2006).

Didatismo e Conhecimento 63
NOÇÕES DE DIREITO
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Já na hipótese do art. 130, § 1º, do Código Penal, estamos
diante de um crime de perigo com dolo de dano e, portanto, nos
Dentro da classificação geral dos crimes, há uma que interessa estritos termos da lei, o agente tem de ter conhecimento efetivo de
especificamente a este capítulo: que está acometido da doença, e deve ter dolo direto no sentido de
a) Crimes de dano. São aqueles cuja existência pressupõe a transmiti-la.
efetiva lesão ao bem jurídico tutelado. Consumação. No momento da prática do ato sexual, ainda
b) Crimes de perigo. São aqueles que se caracterizam pela que a vítima não seja contaminada. Ocorrendo o contágio, o agen-
mera possibilidade dano, ou seja, basta que o bem jurídico seja te responde apenas pelo art. 130, caput, do Código Penal, já que,
exposto a uma situação de risco; já em relação ao dolo, basta que o por se tratar de dolo de perigo, conclui-se que o agente não queria
agente tenha a intenção de expor a vítima a tal situação de perigo. transmitir a doença e, assim, poderia, no máximo, responder por
Esse perigo pode ser: lesão corporal culposa que, entretanto, fica afastada por ter pena
— individual: atinge indivíduos determinados (arts. 130 e s. menor que o crime de perigo.
do Código Penal); Já na hipótese do § 1º, se a vítima sofre apenas lesões leves,
— coletivo ou comum: atinge um número indeterminado de por ser a pena desse delito menor do que a do crime de perigo, res-
pessoas (arts. 250 e s. do CP). ponderá o agente pelo crime mais grave, ou seja, o do art. 130, § 1º,
Os crimes de perigo subdividem-se ainda em: do Código Penal. Por outro lado, se a vítima sofrer lesões graves,
a) perigo concreto — aqueles cuja caracterização depende de o agente responderá pelas lesões corporais.
prova efetiva de que uma certa pessoa sofreu a situação de perigo; Tentativa. É possível quando o agente quer manter a relação
b) perigo presumido ou abstrato — a lei descreve uma conduta sexual e não consegue.
e presume a existência do perigo, independentemente da compro- Concurso. É bastante comum a hipótese do agente que, aco-
vação de que uma certa pessoa tenha sofrido risco, não admitindo, metido de doença venérea, comete um estupro, devendo, nesse
ainda, que se faça prova em sentido contrário. caso, responder pelos dois crimes com concurso formal (arts. 130,
caput, e 213 do CP). Já no caso de o agente ter intenção de trans-
mitir a doença, por haver autonomia de desígnios em relação ao
PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO resultado, haverá concurso formal impróprio entre o delito previs-
to no art. 130, § 1º, e o de estupro, se não houver a transmissão da
Art. 130 — Expor alguém, por meio de relações sexuais ou molestia. Se o ato sexual forçado efetivamente transmitir a doença,
qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que o agente responderá por crime de estupro com a pena aumentada
sabe ou deve saber que está contaminado: de um sexto até metade, nos termos do art. 234-B, acrescentado
Pena — detenção, de três meses a um ano, ou multa. ao Código Penal pela Lei n. 12.015/2009, excluindo-se a punição
§ 1º — Se é intenção do agente transmitir a moléstia: pelo crime de perigo.
Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa. Qualificação doutrinária. Crime comum, de forma vincu-
§ 2º — Somente se procede mediante representação. lada (somente pode ser cometido através de contato sexual), co-
Objetividade jurídica. A incolumidade física da vítima. missivo, instantâneo, simples, de perigo (caput) ou de perigo com
Sujeito ativo. Qualquer pessoa, homem ou mulher, casado dolo de dano (§ 1º) e formal.
ou solteiro, recatada ou meretriz. A doutrina tradicional costuma Ação penal. Em qualquer caso, a ação é pública condicionada
classificar esse crime como comum; contudo, considerando que a representação.
só pessoas que estão contaminadas com doença venérea podem
cometê-lo, o correto seria classificá-lo como crime próprio. PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE
Sujeito passivo. É a pessoa com quem o agente pratica o ato Art. 131 — Praticar, com o fim de transmitir a outrem mo-
sexual. Mesmo a prostituta pode ser vítima desse crime, já que a léstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o
lei também protege a sua saúde, posto que, nos termos da Consti- contágio:
tuição Federal, todos são iguais perante a lei. Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Tipo objetivo. A caracterização do crime se dá quando o
agente mantém relações sexuais ou qualquer outro ato libidinoso Objetividade jurídica. A incolumidade física e a saúde da
coma vítima apto a lhe transmitir moléstia venérea. É evidente que pessoa humana.
se o agente procura evitar eventual transmissão com o uso, por Sujeito ativo. Qualquer pessoa que esteja acometida com
exemplo, de preservativo, afasta-se a configuração do delito. doença grave. A doutrina tradicional costuma classificar esse crime
Elemento subjetivo. Na hipótese do art. 130, caput, é a von- como comum, mas ele, em verdade, é crime próprio, porque o tipo
tade de manter a relação sexual. No que diz respeito ao conheci- penal exige uma característica especial no sujeito ativo.
mento acerca da doença, a caracterização se dá tanto quando o Sujeito passivo. Qualquer pessoa, desde que ainda não con-
agente sabe da doença (dolo direto em relação a tal elementar) taminada.
como quando deve saber que está contaminado (hipótese que, de Tipo objetivo. O crime caracteriza-se pela prática de qualquer
acordo com a maioria quase absoluta da doutrina, indica culpa, ato, uma vez evidenciado que ele pode transmitir a moléstia, exi-
havendo, entretanto, entendimento de que seria indicativo de dolo gência feita pelo próprio tipo penal (beijo, aperto de mão, espirrar
eventual). no garfo que a vítima vai usar para comer etc.). Trata-se de crime
de ação livre, já que admite qualquer meio de execução, desde que
apto a efetuar a transmissão.

Didatismo e Conhecimento 64
NOÇÕES DE DIREITO
A lei refere-se à transmissão de moléstia grave (que provo- Ao tratar da pena desse delito, o legislador estabeleceu uma
ca séria perturbação da saúde), pouco importando se incurável ou hipótese de subsidiariedade expressa, porque a lei diz que o agen-
não. Deve ser, entretanto, contagiosa, ou como exige a lei, trans- te somente responderá pelo art. 132 do Código Penal “se o fato
missível. As moléstias venéreas, sendo elas graves, podem tipificar não constitui crime mais grave”. No passado, o agente que efe-
o crime em tela, desde que o perigo de contágio não ocorra através tuava disparo de arma de fogo próximo à vítima, na via públi-
de ato sexual, já que, nesse caso, aplica-se o art. 130 do Código ca, respondia pelo crime em estudo, e, caso efetuasse o disparo
Penal. para cima, sem expor pessoa determinada a perigo, responderia
Elemento subjetivo. Trata-se de crime de perigo com dolo de apenas pela contravenção penal do art. 28 da Lei das Contraven-
dano que apenas se caracteriza quando o agente quer transmitir a ções Penais. Acontece que o mencionado art. 28 foi revogado pela
moléstia. Em razão disso, admite apenas o dolo direto, excluindo- Lei n. 9.437/97, estando a questão do disparo de arma de fogo
se o dolo eventual. Como a lei não prevê modalidade culposa, o em via pública regulamentada, atualmente, pelo art. 15 da Lei n.
fato será atípico se o agente atua apenas de forma imprudente e não 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), que pune a conduta de
ocorre a transmissão da doença. Haverá, entretanto, crime de lesão “disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar
culposa se acontecer a transmissão. habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em dire-
Consumação. No exato instante da prática do ato, indepen- ção a ela”, com pena de reclusão, de dois a quatro anos, e multa, e
dentemente da efetiva transmissão da doença. Trata-se, pois, de que, por ser mais grave, afasta a aplicação do art. 132 do Código
crime formal. Se, in casu, ocorre a transmissão de doença que im- Penal. O delito do art. 15 atinge a incolumidade pública, na medida
plica lesão leve, ficarão estas absorvidas, mas se implicarem lesões em que o Estatuto do Desarmamento presume que o disparo em lu-
graves ou morte,o agente será responsabilizado apenas por crime gar habitado coloca em risco a coletividade. Assim, caso o agente
de lesão corporal de natureza grave ou homicídio. É o entendi- efetue o disparo em lugar habitado, querendo expor a risco pessoa
mento de Damásio E. de Jesus, o qual nos parece mais adequado determinada, sua conduta se amolda aos dois tipos penais, pois
à hipótese em tela. colocou em risco pessoa determinada e também a coletividade;
Tentativa. É possível. porém, em razão da subsidiariedade do art. 132 do Código Penal,
Qualificação doutrinária. Crime formal, com dolo de dano, fica absorvido tal crime.
comum, simples, comissivo, de forma livre e instantâneo. Por outro lado, se o disparo for efetuado no meio de uma flo-
Ação penal. Pública incondicionada. resta ou em outro lugar desabitado, a conduta não se enquadra no
mencionado art. 15. Nesse caso, se a intenção do agente era expor
PERIGO PARA A SAÚDE OU VIDA DE OUTREM pessoa(s) determinada(s) a situação de risco, estará tipificado o de-
Art. 132 — Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo di- lito do art. 132 do Código Penal, mas se não queria expor ninguém
reto e iminente: a risco, o fato é atípico.
Pena — detenção, de três meses a um ano, se o fato não Se o agente efetua o disparo, qualquer que seja o local, com
constitui crime mais grave. intenção de matar a vítima, mas não a atinge, responde por tentati-
va branca de homicídio.
Objetividade jurídica. A vida e a saúde da pessoa humana. É evidente, também, que, qualquer que seja o modo de exe-
Sujeito ativo. Qualquer pessoa. cução, deixa de haver o crime de “perigo para a vida ou saúde de
Sujeito passivo. Qualquer pessoa. Não se exige qualquer vin- outrem” quando a vítima é atingida e sofre lesões graves ou morre.
culação ou ligação jurídica entre autor e vítima. Nesses casos, o agente responderá por lesões corporais ou homi-
Tipo objetivo. “Expor alguém a perigo” significa criar ou co- cídio, doloso (dolo eventual) ou culposo, dependendo da hipótese.
locar a vítima em uma situação de perigo de dano. Trata-se de A Lei n. 9.777/98 acrescentou um parágrafo único ao art. 132,
crime de ação livre, que admite qualquer forma de execução: “fe- estabelecendo uma causa de aumento de pena de um sexto a um
char” veículo, abalroar o veículo da vítima, desferir golpe com terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem decorre do
instrumento contundente próximo à vítima etc. O crime em aná- transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabele-
lise pode também ser cometido por omissão, como, por exemplo, cimento de qualquer natureza, em desacordo com as normas le-
no caso de patrão que não fornece aparelhos de proteção a seus gais. É inegável que a finalidade do dispositivo é apenar mais gra-
funcionários, desde que disso resulte situação concreta de peri- vemente os responsáveis pelo transporte de trabalhadores rurais
go, já que o não cumprimento das normas de segurança, por si (boias-frias) que o fazem sem os cuidados necessários para evitar
só, caracteriza a contravenção penal do art. 19 da Lei n. 8.213/91 acidentes com vítimas. Pelo texto da lei somente haverá aumento
(legislação referente a benefícios previdenciários e acidentários). de pena se houver desrespeito às normas legais destinadas a garan-
É necessário, ainda, que o perigo seja: a) direto — é aquele que tir a segurança. Essas normas estão descritas no Código de Trânsi-
atinge pessoa(s) certa(s) e determinada( s). Trata-se, pois, de crime to Brasileiro. O aumento da pena pressupõe também a ocorrência
de perigo concreto, uma vez que exige prova de que o agente ob- de perigo concreto.
jetivava efetuar a conduta contra uma certa pessoa ou contra certas Elemento subjetivo. É o dolo de perigo em relação a pessoa(
pessoas. Se o agente visa número indeterminado de pessoas, ha- s) determinada(s). Não admite modalidade culposa. Havendo dolo
verá crime de perigo comum previsto nos arts. 250 e s. do Código de dano, o agente responderá por outro crime.
Penal; b) iminente — é aquele que pode provocar imediatamente o Consumação. No momento da prática do ato que resulta em
dano; é o perigo imediato. perigo concreto.
Tentativa. É possível.

Didatismo e Conhecimento 65
NOÇÕES DE DIREITO
Concurso. Caso o agente, com uma única ação, dolosamente FORMAS QUALIFICADAS
exponha duas pessoas a risco, responde por dois crimes em con- Art. 133, § 1º — Se do abandono resulta lesão corporal de
curso formal. natureza grave:
Qualificação doutrinária. Crime de perigo concreto, comum, Pena — reclusão, de um a cinco anos.
doloso, de ação livre, comissivo ou omissivo, simples, instantâneo Art. 133, § 2º — Se resulta a morte:
e subsidiário. Pena — reclusão, de quatro a doze anos.
Ação penal. Pública incondicionada. Não é difícil de se concluir, em razão das penas cominadas
(inferiores às do homicídio doloso simples), que se trata de qua-
ABANDONO DE INCAPAZ lificadoras exclusivamente preterdolosas. Assim, em havendo in-
Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guar- tenção de provocar o resultado mais grave, ou, caso o agente tenha
da, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de assumido o risco de produzi-lo, responderá por lesões corporais
defender-se dos riscos resultantes do abandono. graves ou por homicídio, tentado ou consumado. Se as lesões fo-
Pena – detenção, de 6 meses a 3 anos. rem leves, todavia, subsiste o crime do art. 133 do Código Penal,
§ 1º — Se do abandono resulta lesão corporal de natureza que as absorve por possuir pena maior.
grave:
Pena — reclusão, de um a cinco anos. CAUSAS DE AU MENTO DE PENA
§ 2º — Se resulta a morte: Art. 133, § 3º — As penas cominadas neste artigo aumen-
Pena — reclusão, de quatro a doze anos. tam-se de um terço:
I — se o abandono ocorre em lugar ermo — é o local solitá-
Objetividade jurídica. A vida e a saúde da pessoa. rio,isolado (habitual ou acidentalmente);
Sujeito ativo. É aquele que tem o dever de zelar pela vítima. II — se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, ir-
Trata-se de crime próprio, pois somente pode ser cometido mão, tutor ou curador da vítima — a enumeração é taxativa.
por quem tenha a pessoa sob seu cuidado, vigilância, guarda ou III — se a vítima é maior de 60 anos — esse dispositivo
autoridade. Pressupõe- se, portanto, uma especial relação de assis- foi acrescentado no Código Penal pelo Estatuto do Idoso (Lei n.
tência entre o agente e a vítima. 10.741/2003).
Sujeito passivo. A pessoa que esteja sob a mencionada rela-
ção de assistência. A lei não se refere apenas às pessoas menores
de idade, mas também aos adultos que não possam se defender por EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM- -NASCIDO
si próprios, abrangendo, ainda, a incapacidade temporária (doentes Art. 134 — Expor ou abandonar recém-nascido, para ocul-
físicos ou mentais, paralíticos, cegos, idosos, pessoa embriagada tar desonra própria:
etc.). Pena — detenção, de seis meses a dois anos.
Tipo objetivo. “Abandonar” significa deixar sem assistência,
afastar-se do incapaz. O crime pode ser praticado por ação (levar Objetividade jurídica. A segurança do recém-nascido.
a vítima em um certo local e ali deixá-la) ou por omissão (deixar Sujeito ativo. Trata-se de crime próprio que somente pode ser
de prestar a assistência que a vítima necessita ao se afastar da re- cometido pela mãe para esconder a gravidez fora do casamento,
sidência em que moram), desde que, da conduta, resulte perigo ou pelo pai, na mesma hipótese, ou em razão de filho adulterino ou
concreto, efetivo, para a vítima. Não haverá crime quando o pró- incestuoso. Existe, porém, corrente minoritária sustentando que,
prio assistido é quem se afasta daquele que tem o dever de assistir. como o tipo penal usa a expressão “ocultar desonra própria”, só
Também não existirá o delito se o responsável fica próximo da a mãe poderia ser sujeito ativo, respondendo o pai por crime de
vítima ou em situação de poder vigiá-la, na expectativa de que abandono de incapaz (art. 133). Este último entendimento é defen-
alguém a recolha. dido por Cezar Roberto Bitencourt e Celso Delmanto.
Elemento subjetivo. É o dolo, vontade livre e consciente de Sujeito passivo. O recém-nascido, assim considerado até a
abandonar o assistido, de forma a que corra risco. queda do cordão umbilical. Há séria divergência, entretanto, em
Consumação. O crime se consuma quando, em razão do torno do exato significado da condição de “recém-nascido”.
abandono, a vítima sofre situação de risco concreto. Trata-se de Tipo objetivo. Expor significa remover a vítima para local
crime instantâneo, e, mesmo que o agente, posteriormente, reassu- diverso daquele em que lhe é prestada a assistência; abandonar
ma o dever de assistência, o delito já estará consumado. significa omitir à vítima a devida assistência.
Tentativa. É possível. Elemento subjetivo. Dolo de perigo. Exige o tipo um espe-
Distinção cial fim de agir que é o de “ocultar desonra própria”. Essa honra
a) Não havendo a relação de assistência entre as partes, o cri- que o agente deve visar preservar é a de natureza sexual, a boa
me poderá eventualmente ser o de omissão de socorro do art. 135 fama, a reputação etc. Se a causa do abandono for miséria, excesso
do Código Penal. de filhos ou outros, o crime será o de abandono de incapaz do art.
b) Se a intenção do agente for a de ocultar desonra própria e a 133 do Código Penal, delito que também ocorrerá se o agente não
vítima for um recém-nascido, o crime será aquele previsto no art. é pai ou mãe da vítima.
134 do Código Penal. Consumação. Quando a vítima é abandonada, desde que do
Dos Crimes Contra a Pessoa fato resulte perigo concreto para o recém-nascido.
Ação penal. Pública incondicionada. Tentativa. É possível quando o agente elege a forma comissi-
va para o cometimento do delito.

Didatismo e Conhecimento 66
NOÇÕES DE DIREITO
Qualificação doutrinária. Crime de perigo concreto, doloso, Nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente, “crian-
próprio, simples, comissivo ou omissivo e instantâneo. ça” é a pessoa menor de 12 anos.
Ação penal. Pública incondicionada. c) Pessoa inválida, ao desamparo — invalidez é a caracterís-
tica daquele que não pode se valer de si próprio para a prática dos
FORMAS QUALIFICADAS atos normais do ser humano. Pode decorrer de defeito físico, de
Art. 134, § 1º — Se do fato resulta lesão corporal de natu- doença incapacitante etc. A pessoa deve, ainda, estar ao desampa-
reza grave: ro, ou seja, impossibilitada de se afastar de uma situação de perigo
Pena — detenção, de um a três anos. por suas próprias forças e sem contar com a assistência de outra
Art. 134, § 2º — Se resulta a morte: pessoa.
Pena — detenção, de dois a seis anos. Atualmente, se a omissão de socorro referir-se a pessoa idosa
em situação de iminente perigo, estará caracterizado crime mais
Considerando o montante da pena prevista para as formas grave, descrito no art. 97 da Lei n. 10.741/2003 (Estatuto do Ido-
qualificadas, pode-se concluir facilmente que elas somente se so), cuja pena é de detenção, de seis meses a um ano, e multa.
aperfeiçoam quando o resultado agravador é culposo. Constituem, d) Pessoa ferida, ao desamparo — é aquela que sofreu lesões
portanto, hipóteses exclusivamente preterdolosas. corporais, de forma acidental ou provocada por terceiro e que está
Havendo intenção de matar, o crime poderá ser o de infanticí- também desamparada.
dio, se caracterizado o estado puerperal, ou o homicídio, caso não e) Pessoa em grave e iminente perigo — o perigo, nesse caso,
caracterizado. deve ser de grandes proporções e estar prestes a desencadear um
dano. Ex.: pessoa pendurada em um abismo ou trancada em um
OMISSÃO DE SOCORRO quarto de um prédio em chamas etc. Mesmo que a vítima não quei-
Art. 135 — Deixar de prestar assistência, quando possível ra ser socorrida existirá o crime, pois a incolumidade física e a vida
fazê- -lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, são bens indisponíveis. O crime, entretanto, deixará de existir se a
ou à pessoa Dos Crimes Contra a Pessoa inválida ou ferida, ao oposição da vítima inviabilizar o socorro.
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses Não importa, por outro lado, quem causou a situação de pe-
casos, o socorro da autoridade pública: rigo (a própria vítima, terceiro, forças da natureza etc.). O pró-
Pena — detenção, de um a seis meses, ou multa. prio omitente pode ter sido o autor da situação de risco. Veja-se,
entretanto, que se ele agiu culposamente, de forma a causar, por
Objetividade jurídica. A preservação da vida e da saúde e a exemplo, lesões corporais na vítima e depois não a socorreu, res-
consagração do dever de assistência mútua entre os homens. ponderá pelo crime específico de lesões corporais culposas com a
Sujeito ativo. Pode ser qualquer pessoa, independentemente pena agravada (art. 129, §§ 6º e 7º, do CP). É óbvio também que
de alguma vinculação jurídica com a vítima. se o agente quis lesionar ou matar alguém e, posteriormente, não
E se várias pessoas negam assistência à vítima? prestou socorro, responderá tão somente pelas lesões corporais do-
Todos respondem pelo crime. losas ou pelo homicídio.
E se apenas um presta socorro, havendo várias pessoas que Nas quatro primeiras hipóteses (“a” até “d”), o crime de omis-
poderiam tê-lo feito? são de socorro é de perigo abstrato ou presumido, ou seja, basta
Não há crime, uma vez que a vítima foi socorrida e, em se que se prove que a pessoa se enquadra em uma das hipóteses des-
tratando de obrigação solidária, o cumprimento do dever por uma critas na lei, que já se presume que a ausência do socorro implicou
delas desobriga todas as demais. situação de risco. Já na última, o crime é de perigo concreto, de-
Sujeito passivo. Apenas as pessoas enumeradas na lei podem vendo se provar que efetivamente ocorreu uma situação de risco.
ser sujeito passivo. Há, portanto, cinco espécies de vítima: Elemento objetivo. O crime pode ocorrer de duas maneiras:
a) Criança abandonada — é aquela que foi propositadamente a) Falta de assistência imediata — quando o agente pode pres-
deixada em determinado lugar por seus responsáveis e, assim, está tar o socorro e não o faz. Ex.: uma pessoa vê outra se afogar e,
entregue a si mesma, sem poder prover sua própria subsistência. sabendo nadar, nada faz para salvá-la. Somente se aplica quando
Diverge do crime de abandono de incapaz porque, na omissão, não a prestação do socorro não põe em risco a vida ou a incolumidade
é o agente quem cria o perigo abandonando o menor, o sujeito já física da pessoa que, na realidade, não precisa tentar se tornar um
encontra a vítima em abandono e não lhe presta assistência. No herói. Contudo, certas profissões, como no caso mais comum que
crime de abandono de incapaz é o próprio agente quem toma a é o dos bombeiros, trazem o dever de enfrentar o perigo, e os seus
iniciativa de abandoná-la. agentes apenas não responderão pela omissão de socorro quando
b) Criança extraviada — é a criança perdida, aquela que não o risco for efetivamente muito grande. Se a prestação de socorro
sabe retornar ao local onde reside ou onde possa encontrar prote- implicar risco para terceira pessoa, a omissão não constitui fato
ção. antijurídico.
b) Falta de assistência mediata — não podendo prestar o so-
corro pessoalmente, o agente também não solicita auxílio à autori-
dade pública. No exemplo acima, se a pessoa não sabe nadar, deve
procurar noticiar o afogamento que está acontecendo para qual-
quer agente da autoridade para que este providencie o salvamento.
Caso não o faça, incide na 2ª figura da omissão de socorro. Veja-se,
ainda, que o pedido de auxílio deve ser imediato.

Didatismo e Conhecimento 67
NOÇÕES DE DIREITO
Não se trata, em verdade, de uma opção do agente, ou, em Trabalho inadequado, por sua vez, é aquele impróprio ou in-
outras palavras, se tem condições de auxiliar ele próprio a vítima, conveniente às condições de idade, sexo, desenvolvimento físico
deve fazê- -lo. Se não o fizer, responderá pelo crime, ainda que da vítima, etc. Obrigar uma criança a trabalhar à noite, no frio, em
solicite a ajuda da autoridade, já que não estamos diante de uma local aberto, ou seja, em situações que podem lhe trazer problemas
mera opção. para a saúde.
Elemento subjetivo. É o dolo, direto ou eventual. Não existe c) Abusar dos meios de disciplina ou correção — refere-se a
forma culposa. lei à aplicação de castigos corporais imoderados. Abuso no poder
Consumação. No momento da omissão. de correção e disciplina passa a existir quando o meio empregado
Tentativa. Não é admissível, já que se trata de crime omissivo para tanto atinge tal intensidade que expõe a vítima a uma situação
puro (ou próprio). de perigo para sua vida ou saúde. Não há crime na aplicação de
Qualificação doutrinária. Comum, simples, omissivo pró- palmadas ou chineladas nas nádegas de uma criança. Há crime, en-
prio (só admite forma omissiva), doloso, de perigo concreto ou tretanto, quando se desferem violentos socos ou chutes na vítima
abstrato, dependendo do caso. ou, ainda, na aplicação de chineladas no rosto de uma criança etc.
Se o meio empregado expõe a vítima a um intenso sofrimento
CAUSAS DE AU MENTO DE PENA físico ou mental, estará configurado o crime do art. 1º, II, da Lei n.
Art. 135, parágrafo único — A pena é aumentada de metade, 9.455/97 (Lei de Tortura), que tem redação bastante parecida com
se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e tripli- a última hipótese do crime de maus-tratos, mas que, por possuir
cada, se resulta a morte. pena bem mais alta (reclusão, de dois a oito anos), se diferencia do
Em razão do montante da pena, conclui-se que as qualifica- crime de maus-tratos em razão da gravidade da conduta, ou seja,
doras são exclusivamente preterdolosas, ou seja, o resultado lesão no crime de tortura a vítima deve ser submetida a um sofrimento
grave ou morte deve ser culposo. intenso, bem mais grave do que o dos maus-tratos. A distinção,
No caso em tela, o nexo causal tem de ser analisado de forma porém, deverá ser feita caso a caso. Configuram o crime de tortura
inversa, uma vez que o crime é omissivo. Assim, somente será a aplicação de chicotadas, aplicação de ferro em brasa etc. A re-
aplicada a qualificadora se ficar provado que, caso o agente tivesse dação completa de tal dispositivo é a seguinte: “Submeter alguém
socorrido a vítima, poderia ter evitado a ocorrência do resultado sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
agravador (lesão grave ou morte). grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma
de aplicar castigo corporal ou medida de caráter preventivo”.
MAUS-TRATOS Há que se ressaltar, ainda, que se o meio empregado não ex-
Art. 136 — Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob põe a vítima a perigo, mas a submete a situação vexatória, não se
sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, en- configura o delito de maus-tratos, mas o crime do art. 232 do Esta-
sino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou tuto da Criança e do Adolescente (desde que a vítima seja criança
cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou adolescente sob guarda, autoridade ou vigilância do agente).
ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disci- Ex.: raspar o seu cabelo, rasgar sua roupa em público etc.
plina: Sujeitos do delito. O crime de maus-tratos é um crime pró-
Pena — detenção, de dois meses a um ano, ou multa. prio específico, pois exige uma vinculação, uma relação jurídica
entre o autor da infração penal e a vítima, ou seja, o autor do crime
Objetividade jurídica. A vida e a saúde da pessoa. deve ter a guarda, vigilância ou autoridade sobre a vítima para fim
Condutas típicas. “Expor a vida ou a saúde de outrem a pe- de educação, ensino, tratamento ou custódia. A vítima, pois, deve
rigo” através de uma das condutas descritas na lei. Trata-se, pois, estar subordinada ao agente, hipótese que, por exemplo, afasta a
de crime de ação vinculada, cuja caracterização depende da ocor- possibilidade de a esposa ser vítima desse crime em relação ao
rência de uma das situações descritas na lei (ao contrário do que marido, já que não existe relação de subordinação entre eles. O
ocorre no art. 132, que admite qualquer meio de execução). marido pode cometer lesões corporais qualificadas pela violência
As hipóteses enumeradas pela lei são as seguintes: doméstica ou o delito do art. 132 do Código Penal, mas não crime
a) Privar a vítima de alimentos ou cuidados indispensáveis de maus-tratos. Podem cometer os maus-tratos, por exemplo, os
— a privação de alimentos pode ser relativa (parcial) ou absoluta pais, tutores, curadores, professores, enfermeiros, carcereiros etc.
(total). Basta a privação relativa para a caracterização do ilícito Consumação. No momento da produção do perigo. Algumas
penal. É evidente, ainda, que no caso de privação absoluta, so- das hipóteses previstas na lei exigem uma certa habitualidade,
mente existirá maus-tratos se o agente deixar de alimentar a vítima como no caso da privação de alimentos, em que não basta deixar
apenas por um certo tempo, expondo-a a situação de perigo, já que a vítima sem um almoço para sua configuração, outras, entretanto,
se houver intenção homicida, o crime será o de homicídio, tentado não a exigem, como na situação na qual ocorre abuso dos meios de
ou consumado. correção ou disciplina. Nesse último caso, o crime é instantâneo,
Cuidados indispensáveis são aqueles necessários à preserva- mas há hipóteses em que os maus-tratos constituem crime perma-
ção da vida e da saúde (tratamento médico, agasalho etc.). nente (privação de alimentos ou cuidados indispensáveis).
b) Sujeitar a vítima a trabalhos excessivos ou inadequados — Tentativa. Somente é possível nas condutas comissivas.
trabalho excessivo é aquele que produz fadiga acima do normal em Elemento subjetivo. É o dolo, direto ou eventual. Não existe
face do grande volume. Essa análise deve ser feita em confronto forma culposa.
com o tipo físico da vítima, ou seja, caso a caso.

Didatismo e Conhecimento 68
NOÇÕES DE DIREITO
Qualificação doutrinária. Crime de perigo concreto, de ação Elemento subjetivo. O dolo. É irrelevante o motivo que le-
múltipla, já que a prática de mais de uma conduta em face da mes- vou ao surgimento da rixa. Trata-se de crime de perigo em que
ma vítima e no mesmo contexto caracteriza crime único (privação se pune a simples troca de agressões, sem a necessidade de que
de alimentos e abuso dos meios de correção, por exemplo), pró- qualquer dos envolvidos sofra lesão. Caso isso ocorra e o autor das
prio, simples, comissivo ou omissivo, instantâneo ou permanente. lesões seja identificado, ele responderá pela rixa e pelas lesões le-
ves. Se, entretanto, as lesões forem graves ou houver morte, haverá
1. FORMAS QUALIFICADAS rixa qualificada, que será estudada mais adiante. A contravenção
Art. 136, § 1º — Se do fato resulta lesão corporal de natu- de vias de fato, porém, fica absorvida pela rixa.
reza grave: Veja-se, ainda, que o crime é de perigo abstrato, pois a lei pre-
Pena — reclusão, de um a quatro anos. sume que, com a troca de agressões, há situação de risco. Não há
Art. 136, § 2º — Se resulta a morte: crime na conduta daquele que ingressa na luta apenas para separar
Pena — reclusão, de quatro a doze anos. os lutadores, já que inexiste dolo nessa hipótese.
Em razão da pena também se conclui que são hipóteses exclu- Elemento objetivo. Participar: significa tomar parte nas
sivamente preterdolosas. agressões através de chutes, socos, pauladas etc.
A participação, entretanto, pode ser:
2. CAUSA DE AU MENTO DE PENA a) material — por parte daqueles que realmente tomam parte
Art. 136, § 3º — Aumenta-se a pena de um terço, se o crime na luta através dos chutes, socos etc.;
é praticado contra pessoa menor de catorze anos. b) moral — por parte daqueles que incentivam os demais atra-
Cuida-se de figura inserida no Código Penal por ocasião do vés de induzimento, instigação ou qualquer outra forma de estí-
advento do Estatuto da Criança e do Adolescente. Por sua vez, os mulo. O partícipe moral, todavia, deve ser, no mínimo, a quarta
maus-tratos realizados contra idosos caracterizam, atualmente, cri- pessoa, já que a rixa exige pelo menos três na efetiva troca de
me especial, previsto no art. 99 da Lei n. 10.741/2003 — Estatuto agressões.
do Idoso. Na primeira hipótese, o agente é chamado de partícipe da rixa
e, na segunda, de partícipe do crime de rixa.
RIXA Consumação. Com a efetiva troca de agressões.
Art. 137 — Participar de rixa, salvo para separar os con- Tentativa. Em regra não é possível, pois, ou ocorre a rixa e
tendores: o crime está consumado, ou ela não se inicia, e, nesse caso, não
Pena — detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. há crime. Damásio E. de Jesus, por sua vez, entende ser possível
a tentativa na chamada rixa ex proposito, em que três lutadores
Conceito. Rixa é uma luta desordenada, um tumulto, envol- combinam uma briga entre si, na qual cada um lutará com qualquer
vendo troca de agressões entre três ou mais pessoas, em que os deles, sendo que a polícia intervém no exato momento em que
lutadores visam todos os outros indistintamente. Como nesses tu- iriam iniciar-se as violências recíprocas.
multos é impossível estabelecer qual golpe foi desferido por deter- Qualificação doutrinária. Crime de concurso necessário
minado agressor contra outro, todos devem ser punidos por rixa, (plurissubjetivo), doloso, instantâneo, simples, de ação livre, co-
ou seja, pela participação no tumulto. Dessa forma, não há rixa missivo, comum e de perigo abstrato.
quando existem dois grupos contrários, perfeitamente definidos, Legítima defesa. Não é possível se alegar legítima defesa na
lutando entre si, porque, nessa hipótese, os integrantes de cada rixa, pois quem dela participa comete ato antijurídico. Assim, se,
grupo serão responsabilizados pelas lesões corporais causadas nos durante a rixa, uma pessoa empunha um revólver para atingir outro
integrantes do grupo contrário. A jurisprudência, entretanto, vem rixoso e este se defende, matando o primeiro, responde pela rixa
reconhecendo o crime de rixa quando se inicia uma troca de agres- que este crime já se havia consumado anteriormente. Há legítima
sões entre dois grupos distintos, mas, em razão do grande número defesa apenas em relação ao homicídio.
de envolvidos, surge tamanha confusão, que, durante seu desenro-
lar, torna-se impossível identificar tais grupos. RIXA QUALIFICADA
Objetividade jurídica. A vida e a saúde das pessoas envol- Art. 137, parágrafo único — Se ocorre morte ou lesão cor-
vidas. poral de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na
Sujeito ativo e passivo. Trata-se de crime de concurso ne- rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.
cessário cuja configuração exige uma participação de, no mínimo, A rixa qualificada é, na realidade, um dos últimos resquícios
três pessoas (ainda que alguns sejam menores de idade) na troca de responsabilidade objetiva que estão em vigor em nossa lei pe-
de agressões. nal, uma vez que a sua redação, bem como a própria explicação
É também definido como crime de condutas contrapostas, já extraída da exposição de motivos, deixa claro que todos os en-
que os rixosos agem uns contra os outros e, assim, são, a um só volvidos na rixa sofrerão maior punição, independentemente de
tempo, sujeito ativo e passivo do delito. serem eles ou não os responsáveis pela lesão grave ou morte. Até
mesmo a vítima das lesões graves responderá pela pena agravada.
Por outro lado, se for descoberto o autor do resultado agravador,
ele responderá pela rixa qualificada em concurso material com o
crime de lesões corporais graves ou homicídio (doloso ou culposo,
dependendo do caso), enquanto todos os demais continuarão res-
pondendo pela rixa qualificada.

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NOÇÕES DE DIREITO
Há, entretanto, entendimento no sentido de que a pessoa iden- CALÚNIA
tificada como responsável pelo resultado agravador responderá Art. 138, caput — Caluniar alguém, imputando-lhe falsa-
pelas lesões graves ou morte em concurso com rixa simples, pois mente fato definido como crime:
puni-la pela rixa qualificada constituiria bis in idem (dupla punição Pena — detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
pelo mesmo fato).
É indiferente que o resultado tenha ocorrido em um dos inte- TIPO FUNDAMENTAL (caput)
grantes da rixa ou em terceira pessoa. Se ocorrerem várias mortes, Imputar. Atribuir a alguém a responsabilidade pela prática de
haverá crime único de rixa qualificada, devendo a circunstância ser algum fato.
levada em conta na fixação da pena- -base (art. 59 do CP). Falsamente. Elemento normativo do tipo. Se não for falsa a
Se o agente tomou parte na rixa e saiu antes da morte da víti- ofensa, o fato é atípico. A falsidade pode referir-se:
ma, responde pela forma qualificada, pois se entende que, com seu a) à existência do fato — o agente narra um crime que ele sabe
comportamento anterior, colaborou com a criação de condições que não ocorreu;
para o desenrolar da luta, que culminou em resultado mais lesivo. b) à autoria do crime — o fato existiu mas o agente sabe que
Ao contrário, se o agente entra na rixa após a morte, responde por a vítima não foi a autora.
rixa simples. Se o sujeito acha que a imputação é verdadeira, há erro de
Diz a lei que a rixa é qualificada se efetivamente ocorre morte tipo, que exclui o dolo.
ou lesão grave. Assim, se durante a luta ocorre uma tentativa de Fato definido como crime. Não importa se a imputação se re-
homicídio da qual não sobrevém morte nem lesão grave, a rixa é fere a crime de ação pública ou privada, apenado com reclusão ou
simples e o autor da tentativa, se identificado, também responderá detenção, doloso ou culposo etc. É necessário que o caluniador
por esse crime. atribua ao caluniado a prática de um fato determinado, ou seja,
A pena da figura qualificada é a mesma, quer resulte morte ou de um acontecimento concreto. Assim, dizer que, no mês passa-
lesão grave. do, João matou Pedro quando este chegava em sua casa constitui
imputação de fato determinado e configura calúnia, desde que seja
DOS CRIMES CONTRA A HONRA falsa tal imputação. Ao contrário, dizer apenas que João é assas-
Os crimes contra a honra são: sino constitui crime de injúria (imputação de qualidade negativa),
a) calúnia; pois não existe na hipótese imputação de fato.
b) injúria; Veja-se que, se uma lei posterior deixar de considerar o fato
c) difamação. como crime, pode haver desclassificação para difamação ou até
Cada um desses crimes tem um significado próprio e está pre- mesmo tornar o fato atípico.
visto no Código Penal e em várias legislações especiais (Código Elemento subjetivo. O dolo, direto ou eventual (quando o
Eleitoral, Código Militar, Lei de Segurança Nacional). Assim, a agente, na dúvida, assume o risco de fazer uma imputação falsa).
legislação penal comum somente será aplicada quando não ocorrer Formas de calúnia
uma das hipóteses especiais. a) inequívoca ou explícita. Ocorre quando a ofensa é feita às
claras, sem deixar qualquer margem de dúvida no sentido de que o
CONCEITO DE HONRA agente queria praticar uma ofensa.
Honra é o conjunto de atributos morais, físicos e intelectuais b) equívoca ou implícita. A ofensa é feita de forma velada,
de uma pessoa, que a tornam merecedora de apreço no convívio sub-reptícia.
social e que promovem a sua auto-estima. Nela o agente dá a entender que alguém teria feito determi-
A honra divide-se em: nada coisa.
1) honra objetiva; c) reflexa. Ocorre quando o agente quer caluniar uma pessoa
2) honra subjetiva. mas, na descrição do fato, acaba por atribuir crime também a uma
Honra objetiva. Sentimento que o grupo social tem a respei- outra pessoa. Em relação a esta a calúnia é reflexa. Ex.: ao imputar
to dos atributos físicos, morais e intelectuais de alguém. É o que a prática de corrupção passiva a um funcionário público, o calunia-
os outros pensam a respeito do sujeito. A calúnia e a difamação dor acaba ofendendo também a pessoa que teria sido o corruptor
atingem a honra objetiva. Ambas se consumam, portanto, quando ativo.
terceira pessoa toma conhecimento da ofensa proferida. Consumação. Conforme já visto, o crime de calúnia se con-
Honra subjetiva. Sentimento que cada um tem a respeito de suma no momento em que a imputação chega aos ouvidos de ter-
seus próprios atributos. É o juízo que se faz de si mesmo, o seu ceira pessoa, já que se trata de crime que atinge a honra objetiva.
amor- -próprio, sua auto-estima. Independe, pois, de se saber quando a vítima tomou conhecimento
A honra subjetiva subdivide-se em: da ofensa contra ela assacada.
1) honra-dignidade — diz respeito aos atributos morais da Tentativa. A calúnia verbal não admite tentativa, pois, ou o
pessoa; agente profere a ofensa e o crime se consuma, ou não o faz e, nesse
2) honra-decoro — refere-se aos atributos físicos e intelec- caso, o fato é atípico. Na forma escrita, a tentativa é admissível,
tuais. como, por exemplo, no caso de carta ofensiva que se extravia.
A injúria atinge a honra subjetiva e, assim, se consuma quando Distinção. Na calúnia o agente visa atingir apenas a honra
a própria vítima toma conhecimento da ofensa que lhe foi feita. da vítima, imputando-lhe falsamente um crime perante outras pes-
soas.

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NOÇÕES DE DIREITO
Na denunciação caluniosa (art. 339 do CP), o agente quer pre- Art. 138, § 3º, III — se do crime imputado, embora de ação
judicar a vítima perante as autoridades constituídas, dando causa, pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
por exemplo, ao início de uma investigação policial ou de uma O crime imputado pode ser de ação pública ou privada. Em
ação penal, imputando-lhe crime ou contravenção de que o sabe qualquer caso, se já houve absolvição, não é possível a exceção,
inocente. mesmo que surjam novas provas.
É possível existir a calúnia se a imputação for verdadeira?
SUBTIPO DA CALÚNIA Sim, nos casos em que não se admite exceção da verdade (art.
Art. 138, § 1º — Na mesma pena incorre quem, sabendo 138, § 3º, I, II e III, do CP).
falsa a imputação, a propala ou divulga. Veja-se, por outro lado, que a exceção da verdade é, inegavel-
Propalar — relatar verbalmente. mente, um meio de defesa, e, em razão disso, existe entendimento
Divulgar — relatar por qualquer outro meio. de que qualquer vedação ao uso do instituto (tal qual ocorre nas
Esse dispositivo visa punir aquele que ouviu a calúnia e a es- três hipóteses acima) fere o princípio constitucional que assegura
palhou, enquanto a calúnia do caput visa punir o próprio precursor. aos acusados o contraditório e a ampla defesa.
Se fica provado que o sujeito sabia que a imputação era falsa, em
nada lhe beneficia dizer que a ouviu de outra pessoa. DIFAMAÇÃO
Nesse delito, todavia, não é possível o dolo eventual, pois a lei Art. 139 — Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à
se utiliza da expressão “sabendo falsa”, indicativa de dolo direto, sua reputação:
de efetivo conhecimento acerca da falsidade. Pena — detenção, de três meses a um ano, e multa.
Ocorre esse crime se o sujeito propala apenas para uma pes-
soa? Conceito. A difamação, conforme já mencionado, é crime que
Sim, porque possibilita que ela venha a transmitir a informa- atenta contra a honra objetiva, e pressupõe, tal qual na calúnia,
ção a outras pessoas. a imputação de um fato determinado, bastando, entretanto, que a
É possível a tentativa nestes casos? ofensa tenha o poder de arranhar a reputação da vítima, ou seja, o
Não. Ou o sujeito conta o que ouviu ou não conta. bom nome, o bom conceito que o ofendido goza entre seus pares.
Art. 138, § 2º — É punível a calúnia contra os mortos. Ex.: dizer que Mário foi trabalhar embriagado na semana passada.
A imputação de fato definido como contravenção penal a carac-
EXCEÇÃO DA VERDADE teriza, uma vez que somente existe calúnia na imputação falsa de
Só existe calúnia se a imputação é falsa. Se ela for verdadei- crime. Saliente- -se, ainda, que, na difamação, mesmo que a impu-
ra o fato é atípico. A falsidade da imputação é presumida, sendo, tação seja verdadeira, existirá o crime, deixando claro o legislador
entretanto, uma presunção relativa, uma vez que a lei permite que que as pessoas não devem fazer comentários com outros acerca
o querelado (ofensor) se proponha a provar, no mesmo processo, de fatos desabonadores de que tenham conhecimento sobre essa
que sua imputação era verdadeira. Tal se dará através da oposição ou aquela pessoa. Dizer que viu uma determinada mulher casa-
da exceção da verdade. da cometendo adultério constitui difamação e não calúnia, porque
Assim, se o querelado consegue provar a veracidade, será ab- o adultério deixou de ser considerado crime em razão da Lei n.
solvido e, caso o crime imputado seja de ação pública e ainda não 11.106/2005.
esteja prescrito, serão remetidas cópias para o Ministério Públi- Falar que viu uma certa moça trabalhando como garota de
co para que tome as providências pertinentes ao caso. A razão de programa também constitui difamação, pois a prostituição em si
existir da exceção é que há interesse público em se possibilitar que não é crime.
o querelado prove que o ofendido cometeu o crime, para que se Comentar que viu alguém drogado em uma festa também con-
possa futuramente responsabilizá-lo. figura difamação, pois o uso de droga não é crime. Se o agente,
Regra. Na calúnia cabe exceção da verdade. Todavia, a exce- todavia, tivesse dito ter visto tal pessoa portando droga na festa,
ção não será admitida em três hipóteses: o fato seria considerado calúnia — se a imputação fosse falsa —,
Art. 138, § 3º, I — Admite-se a prova da verdade, salvo: se, uma vez que o art. 28 da Lei Antidrogas (Lei n. 11.343/2006) con-
constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido sidera crime o porte de entorpecente para uso próprio.
não foi condenado por sentença irrecorrível. Sujeito ativo. Pode ser qualquer pessoa.
Nos crimes de ação privada só a vítima (ou seus representan- Aquele que ouve uma difamação e propala o fato é sujeito
tes legais) pode iniciar o processo, pois o legislador entendeu que ativo?
o processo pode lhe causar gravames e, assim, deu a ela a possibi- Sim, uma vez que não há figura autônoma como na calúnia.
lidade de decidir se vai ou não processar. Ora, se o autor da impu- Assim, aquele que propala o fato comete nova difamação.
tação quiser provar em juízo que sua alegação é verdadeira (sem Sujeito passivo. Qualquer pessoa.
que haja condenação por esse fato), ele estará passando por cima Consumação. A difamação consuma-se quando um terceiro
da vontade da vítima e tocando em assunto que ela quis evitar. Por fica sabendo da imputação.
isso, não é permitida a exceção. Tentativa. Somente possível na forma escrita.
Art. 138, § 3º, II — se o fato é imputado a qualquer das pes-
soas indicadas no n. I do art. 141.
Não cabe, pois, a exceção da verdade quando a ofensa é feita
contra o presidente da República ou contra chefe de governo es-
trangeiro.

Didatismo e Conhecimento 71
NOÇÕES DE DIREITO
EXCEÇÃO DA VERDADE Assim, os xingamentos referentes a raça ou cor da vítima
Regra. Não cabe, já que na difamação é indiferente que a im- constituirão crime de injúria qualificada (e não racismo) se visa-
putação seja falsa ou verdadeira. vam pessoa(s) determinada(s). Os delitos de racismo, por sua vez,
Exceção. Se o fato é imputado a funcionário público e diz res- estão previstos na Lei n. 7.716/89 e se caracterizam por manifes-
peito ao exercício de suas funções, é cabível a exceção da verdade tações preconceituosas generalizadas (a todos de uma determinada
(art. 139, parágrafo único). Nesse caso, se o ofensor provar que é cor, p. ex.) ou pela segregação racial (proibição de ficar sócio de
verdadeira a imputação, será absolvido, funcionando aqui como um clube ou de se matricular em uma escola em razão da raça ou
excludente específica da ilicitude, já que a falsidade não integra o da cor, p. ex.).
tipo. Na calúnia, por outro lado, a prova da verdade torna o fato As ofensas contra pessoas idosas ou deficientes só constituem
atípico porque a falsidade integra a descrição do crime. a qualificadora quando referentes a essa condição da vítima.

INJÚRIA PERDÃO JUDICIAL


Art. 140 — Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou Art. 140, § 1º, I — O juiz pode deixar de aplicar a pena:
o decoro: quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente
Pena — detenção, de um a seis meses, ou multa. a injúria.
Conceito. Trata-se de crime contra a honra que se diferencia A palavra “diretamente” implica que as partes devam estar
dos demais porque não implica imputação de fato determinado, presentes, face a face. A palavra “reprovável”, por sua vez, é con-
exigindo apenas que o agente profira um xingamento à vítima ou siderada um elemento normativo.
que lhe atribua uma qualidade negativa apta a atingir-lhe a digni- A finalidade do dispositivo é permitir que o juiz isente de pena
dade ou o decoro. A dignidade é atingida quando se atenta con- quem proferiu a ofensa em um momento de irritação, por ter sido
tra os atributos morais da pessoa, enquanto o decoro é arranhado provocado pela outra parte naquele exato instante.
quando se atingem seus atributos físicos ou intelectuais. Dizer que Art. 140, § 1º, II — no caso de retorsão imediata, que con-
alguém é safado, sem- -vergonha, ladrão, vagabundo constitui sista em outra injúria.
ofensa à dignidade. Chamar a vítima de idiota, imbecil, ignorante, Retorsão significa revide, ou seja, tão logo é ofendida, a víti-
burro, celerado, monstro constitui ofensa ao decoro. ma também ofende o primeiro.
Na queixa-crime ou na denúncia por crime de injúria é ne- A retorsão, para que possibilite o perdão judicial, deve ser
cessário que o titular da ação descreva, sob pena de inépcia, quais imediata, feita logo em seguida à primeira ofensa.
foram as palavras ofensivas ditas pelo ofensor, ainda que sejam
palavras de baixo calão. INJÚRIA REAL
Como na injúria não há imputação de fato, a exceção da ver- Art. 140, § 2º — Se a injúria consiste em violência ou vias
dade é totalmente vedada. de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se con-
Qual a diferença entre a injúria contra funcionário público e siderem aviltantes:
desacato? Pena — detenção, de três meses a um ano, e multa, além da
O desacato tem de ser praticado na presença do funcionário pena correspondente à violência.
público. Conceito. É a injúria em que o agente elege como meio para
Já a injúria na ausência dele. Veja-se, entretanto, que a injúria, ofender a vítima uma agressão que tenha o potencial de causar
de forma geral, pode ser praticada tanto na presença quanto na vergonha, desonra.
ausência da vítima. Apenas no caso de funcionário público é que Elementos do tipo. Trata-se de modalidade de injúria cujo
a ofensa na presença do funcionário se constitui em delito mais meio de execução é a violência ou as vias de fato.
grave, ou seja, o desacato. Violência. Nesse crime é sinônimo de agressão da qual decor-
Consumação. Por se tratar de crime contra a honra subjetiva, ra lesão corporal. A própria lei determina que o agente responderá
o crime somente se consuma quando o fato chega ao conhecimento pela injúria real e também pelas lesões eventualmente provocadas,
da vítima. somando- se as penas.
Tentativa. Possível apenas na forma escrita, nunca na oral. Vias de fato. Qualquer agressão dirigida a outrem, sem in-
tenção de provocar lesões. As vias de fato ficam absorvidas pela
QUALIFICA DORA injúria real, já que a lei prevê autonomia apenas para as lesões
Art. 140, § 3º — Se a injúria consiste na utilização de ele- corporais. Para que exista injúria real é necessário que a agressão
mentos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condi- seja considerada aviltante, ou seja, que possa causar vergonha, de-
ção de pessoa idosa ou portadora de deficiência: sonra. A vergonha pode ser causada:
Pena — reclusão, de um a três anos e multa. 1) Pela natureza do ato. Esbofetear, levantar a saia, rasgar a
Essa qualificadora foi introduzida no Código Penal pela Lei n. roupa, cavalgar a vítima com intenção de ultrajar, raspar seu ca-
9.459/97, mas a sua 2ª parte, referente a vítimas idosas ou deficien- belo etc.
tes, foi acrescentada pela Lei n. 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). 2) Pelo meio empregado. Atirar tomate ou ovo em quem está
A 1ª parte, que trata da ofensa referente a raça, cor, etnia, re- fazendo um discurso, jogar cerveja ou um bolo no rosto da vítima
ligião ou origem, é conhecida como “injúria racial”. O crime de durante uma festa com a intenção de envergonhá-la em público
injúria, como todos os demais crimes contra a honra, pressupõe etc.
que a ofensa seja endereçada a pessoa ou pessoas determinadas.

Didatismo e Conhecimento 72
NOÇÕES DE DIREITO
Observações genéricas: 1) Damásio de Jesus, Cezar Roberto Bitencourt e Euclides da
1) Os crimes contra a honra são crimes de dano. Neles, o agen- Silveira entendem que sim, pois ela goza de reputação, ou seja,
te visa causar efetiva lesão à honra da vítima, que é o bem jurídico outras pessoas têm um conceito acerca de seus atributos, como,
tutelado. por exemplo, cumpridora de suas obrigações, fabricante de bons
2) São, entretanto, crimes formais, pois o resultado (desonra) produtos etc. É a corrente mais aceita.
é descrito mas não exigido para fim de consumação. 2) Para Nélson Hungria e Magalhães Noronha, a pessoa jurí-
Sujeito ativo. Pode ser qualquer pessoa. Certas pessoas, en- dica não pode ser sujeito passivo porque a difamação está contida
tretanto, não podem ser sujeito ativo de crime contra a honra, pois no Título I da Parte Especial, que trata “Dos crimes contra a pes-
gozam de imunidade. soa”, sendo que, nesse título, todos os demais crimes têm como
1) Imunidade parlamentar — prevista no art. 53 da Constitui- vítima uma pessoa física, não havendo motivos para que apenas na
ção Federal — os deputados e senadores são invioláveis por suas difamação a pessoa jurídica pudesse sê-lo.
palavras, votos e opiniões, quando no exercício do mandato. E os mortos?
2) Os vereadores também são invioláveis, mas apenas nos li- Os mortos podem apenas ser vítima de calúnia por previsão
mites do município onde exercem suas funções — art. 29, VIII, da expressa do art. 138, § 2º, do Código Penal, que diz que é punível a
Constituição. calúnia contra os mortos. O sujeito passivo, todavia, não é o morto,
3) Art. 7º, § 2º, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da OAB) — os ad- que não mais é titular de direitos. As vítimas são seus familiares,
vogados possuem imunidade, não praticando injúria e difamação, interessados na manutenção de seu bom nome. Por não haver pre-
quando no exercício regular de suas atividades, sem prejuízo das visão idêntica com relação à difamação e à injúria, entende-se, por
sanções disciplinares aplicáveis pela ordem dos advogados. conseguinte, não ser possível difamação e injúria contra os mortos.
4) Os membros do Ministério Público no desempenho de suas Meios de execução. Os três crimes podem ser cometidos por
funções (art. 41, V, da Lei n. 8.625/93 — Lei Orgânica do Minis- meio de palavras, por escrito, por gestos ou meios simbólicos, des-
tério Público). de que possam ser compreendidos.
Sujeito passivo. Pode ser qualquer pessoa. Elemento subjetivo. É o dolo.
O desonrado pode ser sujeito passivo? Não basta, entretanto, praticar a conduta descrita no tipo. Exi-
A doutrina entende que sim. Não há pessoa que seja totalmen- ge- -se também que o sujeito queira atingir, diminuir a honra da
te desonrada. Se o fato ofende a pessoa de alguma forma, há crime. vítima (animus injuriandi vel difamandi).
O doente mental e o menor de 18 anos podem ser sujeito pas- Exige-se, também, seriedade na conduta. Se a ofensa é feita
sivo? por brincadeira, jocandi animu, não há crime.
Quanto à injúria não há dúvidas de que podem ser sujeito pas- Também não há crime se a intenção da pessoa era repreender
sivo, desde que possam entender as ofensas contra eles proferidas, ou aconselhar a vítima.
já que se trata de crime contra a honra subjetiva. Há crime impos- O consentimento da vítima exclui o crime?
sível, por exemplo, quando alguém tenta ofender uma criança de A honra é bem disponível. Por isso, o prévio consentimento
seis meses, xingando-a de alguma forma. exclui o delito. O consentimento posterior, por sua vez, pode acar-
Em relação à difamação também podem ser sujeito passivo, retar renúncia ou perdão, que são causas extintivas da punibilida-
pois é possível que a honra deles seja atingida, uma vez que pos- de, já que os crimes contra a honra, de regra, somente se apuram
suem reputação a zelar. mediante ação privada.
No que diz respeito à calúnia, atualmente se encontra supe- E o consentimento dado pelo representante legal de um me-
rada a discussão em torno das teorias clássica e finalista que dis- nor?
cutiam se os menores e loucos cometiam ou não CRIME. Basta, Não exclui o crime porque a honra não é dele.
em verdade, a atribuição de fato, em tese, descrito como crime, e
isto, evidentemente, pode acontecer. Podem, portanto, ser vítimas DISPOSIÇÕES COMUNS:
de calúnia. CAUSAS DE AU MENTO DE PENA
E a pessoa jurídica? Art. 141 — As penas cominadas neste Capítulo aumentam-
A pessoa jurídica, em regra, não pode ser vítima de calúnia, se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: (aplicam-se a
pois, no Brasil, ela não pode praticar fato definido como crime. todos os crimes contra a honra).
Observação: Os arts. 173, § 5º, e 225, § 3º, da Constituição I — contra o Presidente da República, ou contra chefe de
Federal prevêem, excepcionalmente, a possibilidade de o legisla- governo estrangeiro.
dor criar a responsabilidade penal da pessoa jurídica que venha a Se for calúnia ou difamação contra o presidente da Repúbli-
praticar crimes contra a ordem econômica e financeira, a economia ca, havendo motivação política e lesão real ou potencial a bens
popular ou o meio ambiente. inerentes à Segurança Nacional, haverá crime contra a Segurança
A Lei n. 9.605/98 tipificou crimes contra o meio ambiente que Nacional (arts. 1º, 2º e 26 da Lei n. 7.170/83).
podem ser praticados por pessoas jurídicas, e, por isso, passou a Art. 141, II — contra funcionário público, em razão de suas
ser possível caluniá-las, imputando- lhes falsamente a prática de funções.
crime ambiental. Deve haver nexo de causalidade entre a ofensa e o exercício
A pessoa jurídica, ente fictício que é, também não pode ser da função. Mesmo que seja feita fora do serviço, mas o fato se
vítima de injúria, pois não possui honra subjetiva. refira ao exercício das funções, haverá o aumento de pena.
Nesses casos, resolve-se em injúria contra os representantes
legais da pessoa jurídica e não contra ela própria.
Quanto à difamação, há duas posições doutrinárias:

Didatismo e Conhecimento 73
NOÇÕES DE DIREITO
Não se aplica essa causa de aumento quando a vítima não Para alguns existe o crime, já que o juiz, por ser imparcial e
é mais funcionário público, mesmo que a ofensa esteja ligada a presidir o processo, não pode ser ofendido. Para outros não subsis-
função que ele exercia. Isso porque a vítima deve ser funcionário te a ofensa, uma vez que a lei não faz qualquer ressalva.
público e o aposentado não é. O dispositivo abrange apenas ofensas feitas em juízo.
Art. 141, III — na presença de várias pessoas, ou por meio O art. 133 da Constituição Federal diz que o advogado é in-
que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. violável por seus atos e manifestações, no exercício da profissão,
O que significa a expressão “várias pessoas”? nos limites da lei. Essa lei era justamente o art. 142, I, do Código
Significa que deve haver um mínimo de três pessoas. Quando Penal.
a lei se refere a duas pessoas o faz expressamente (exs.: art. 155, Porém, com relação aos advogados, surgiu uma regra especí-
§ 4º, IV; art. 157, § 2º, II; art. 226, I). Quando se refere a quatro, fica que se encontra no art. 7º, § 2º, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto
também (exs.: art. 146, § 1º; art. 288). da OAB):
Não se computa nesse número o autor, os co-autores e os que “O advogado tem imunidade profissional, não constituindo
não puderem entender o fato, como crianças, surdos, loucos etc. injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de
Por meio que facilite a divulgação. Pode ser através de carta- sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem
zes, alto- -falantes, distribuição de panfletos etc. O Supremo Tribu- prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB”.
nal Federal entendeu que a Lei de Imprensa não foi recepcionada Trata-se de regra mais abrangente, pois exclui a injúria e a
pela Carta Constitucional, e, ao julgar a ADPF n. 130, cassou sua difamação mesmo que a ofensa não seja feita em juízo (inquérito
eficácia. Assim, atualmente as ofensas feitas em jornais ou revis- policial, civil, comissão parlamentar de inquérito) nem na discus-
tas, ou, ainda, em programas de rádio ou televisão, sofrerão o au- são da causa (basta que esteja no exercício regular da advocacia).
mento em estudo. O art. 142, I, portanto, continua sendo aplicável, porém, ape-
Art. 141, IV — contra pessoa maior de 60 anos ou portadora nas para quem não exerce a advocacia, já que para estes existe a
de deficiência, exceto no caso de injúria. regra específica e mais abrangente do Estatuto da OAB.
O dispositivo foi introduzido no Código Penal pela Lei n. É evidente, por sua vez, que eventuais ofensas “gratuitas” fei-
10.741/2003 (Estatuto do Idoso). tas por advogado, sem que haja qualquer relação entre estas e o
Essa causa de aumento não se aplica ao crime de injúria, uma desempenho das atividades profissionais, constituem ilícito penal,
vez que houve expressa exclusão no texto legal. Contudo, quando pois a imunidade prevista no Estatuto não confere aos advogados
a injúria consiste na utilização de elementos referentes a condi- licença para ofender as pessoas indistintamente e sem qualquer
ção de pessoa idosa ou deficiente, caracteriza-se o crime de injúria razão plausível.
qualificada do art. 140, § 3º, do Código Penal, com a redação dada Art. 142, II — a opinião desfavorável da crítica literária,
também pelo Estatuto do Idoso. Em suma, em se tratando de ca- artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de in-
lúnia ou difamação aplica-se a causa de aumento de pena do art. juriar ou difamar.
141, IV, mas se o crime for de injúria, aplica-se a qualificadora já A finalidade do dispositivo é conferir certa liberdade para que
mencionada. Art. 141, parágrafo único — Se o crime é cometido os críticos possam expor suas opiniões sem receio de, automatica-
mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em mente, responder a uma ação penal.
dobro. Art. 142, III — o conceito desfavorável emitido por funcio-
Aplica-se tanto ao que pagou quanto ao que recebeu. nário público, em apreciação ou informação que preste no cum-
Paga. Ocorre antes do crime. primento de dever do ofício.
Promessa de recompensa. A vantagem (financeira ou não) É uma hipótese especial de estrito cumprimento do dever le-
será entregue após a prática do crime. gal.
O conceito de funcionário público encontra-se no art. 327 do
CAUSAS ESPECIAIS DE EXCLUSÃO DE ANTIJURI- Código Penal.
DICIDADE Art. 142, parágrafo único — Nos casos dos ns. I e III, res-
Art. 142 — Não constituem injúria ou difamação punível: ponde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
I — a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela
parte ou por seu procurador. RETRATAÇÃO
Abrange a ofensa: Art. 143 — O querelado que, antes da sentença, se retrata
Oral. Júri ou debates em audiência. cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Escrita. Petições, alegações finais, recursos etc. Observações:
Para que haja a excludente é necessário que exista nexo entre 1) Retratar significa retirar o que foi dito, assumir que errou.
a ofensa e a discussão da causa. A ofensa gratuita não está acober- 2) A retratação deve ser total e incondicional ou, como diz a
tada pelo dispositivo. lei, cabal. Deve englobar tudo o que foi dito.
A excludente alcança as partes (autor e réu), bem como as- 3) Funciona a retratação como causa extintiva da punibilida-
sistentes, litisconsortes, terceiros intervenientes, inventariante etc. de.
Existe a excludente mesmo que a ofensa não seja contra a ou- O art. 107, VI, do Código Penal diz que se extingue a punibi-
tra parte, mas contra terceiro (testemunha, p. ex.), e desde que rela- lidade pela retratação, nos casos previstos em lei. O art. 143 é um
cionada com a causa. Há divergência, entretanto, quando a ofensa desses casos.
é feita contra o juiz da ação. 4) A retratação é circunstância subjetiva e, por isso, não se
estende aos outros querelados que não se retratarem.
5) Independe de aceitação.

Didatismo e Conhecimento 74
NOÇÕES DE DIREITO
6) Como a lei se refere apenas a “querelado”, a retratação so- parte. Nesse sentido, a Súmula 714 do Supremo Tribunal Fede-
mente gera efeito nos crimes de calúnia e difamação que se apu- ral, estabelecendo que é concorrente a legitimidade do ofendido,
rem mediante queixa. Quando a ação for pública, como no caso mediante queixa, ou do Ministério Público, condicionada à repre-
de ofensa contra funcionário público, a retratação não gera efeito sentação, em crime contra a honra de servidor público em razão do
algum. exercício das funções. O fundamento é de que o Código estabele-
7) Ela pode ocorrer até a sentença de 1ª Instância. Após, não ceu a ação pública condicionada apenas para o funcionário não ter
terá valor algum. que arcar com as despesas de contratação de advogado, mas ele
8) Não se aplica à injúria. pode abrir mão desse benefício e ingressar com a ação privada.
3) É pública incondicionada no crime de injúria real se a ví-
PEDIDO DE EXPLICAÇÕES tima sofrer lesão corporal. A doutrina, entretanto, atenta ao fato
Art. 144 — Se, de referências, alusões ou frases, se infe- de a Lei n. 9.099/95 ter transformado em pública condicionada à
re calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode representação o crime de lesão corporal de natureza leve, passou
pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a a fazer a seguinte distinção quanto ao tipo de ação na injúria real:
critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. se a vítima sofre lesão grave ou gravíssima, a ação continua sendo
Observações: pública incondicionada, e, se sofre lesão leve, a ação é condiciona-
1) É uma medida facultativa. da à representação. Ressalte-se, por fim, que a injúria real cometi-
2) Somente pode ser feita antes do oferecimento da queixa. da por vias de fato é de ação privada, ou seja, segue a regra do art.
3) É utilizada quando a vítima fica na dúvida acerca de ter 145, caput, do CP.
sido ou 4) De acordo com a Lei n. 12.033/2009, no crime de injúria
não ofendida ou sobre qual o real significado do que contra qualificada do art. 140, § 3o, do CP, a ação penal é pública condi-
ela foi dito. cionada à representação.
4) Não há rito especial para esse pedido de explicações em
nossa lei. Por isso, segue o rito das notificações avulsas, ou seja, CONSTRANGIMENTO ILEGAL
a vítima faz o requerimento, o juiz manda notificar o autor da im- Art. 146 — Constranger alguém, mediante violência ou gra-
putação a ser esclarecida e, com ou sem resposta, o juiz entrega ve ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro
os autos ao requerente (vítima). Se, após isso, a vítima ingressa meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite,
com queixa, é nessa fase que o juiz analisará se a recebe ou rejeita, ou a fazer o que ela não manda:
levando em conta as explicações dadas. Pena — detenção, de três meses a um ano, ou multa.
5) O juiz não julga o pedido de explicações. Objetividade jurídica. A liberdade dos cidadãos de fazer ou
6) A parte final do art. 144 diz que aquele que se recusa a dar não o que bem lhes aprouver, dentro dos parâmetros da lei.
explicações ou as dá de forma insatisfatória, responde pela ofensa. Sujeito ativo. Qualquer pessoa. Trata-se, pois, de crime co-
Isso não significa, entretanto, que o juiz estará obrigado a condenar mum,já que, no mais das vezes, se o agente for funcionário público
o ofensor, já que, após o recebimento da queixa, o querelado terá no exercício de suas funções estará cometendo crime de abuso de
toda oportunidade de defesa, observando-se, ainda, o princípio do autoridade (Lei n. 4.898/65).
contraditório. O dispositivo tem a única finalidade de ressalvar a Sujeito passivo. Qualquer pessoa que tenha capacidade de
importância da resposta e esclarecer que, em verdade, a omissão decidir sobre seus atos, estando, assim, excluídos os menores de
será levada em pouca idade, os que estejam completamente embriagados, os lou-
conta por ocasião da análise acerca do recebimento ou rejei- cos etc.
ção da queixa ou denúncia. Tipo objetivo.
7) O pedido de explicações não interrompe o prazo decaden- Constranger. Sinônimo de obrigar, coagir.
cial, mas torna o juízo prevento. O crime completa-se em dois casos:
1) quando a vítima é forçada a fazer algo: uma viagem, escre-
AÇÃO PENAL ver uma carta, dirigir um veículo etc.;
Art. 145 — Nos crimes previstos neste Capítulo somente se 2) quando a vítima é forçada a não fazer algo — conduta
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, omissiva (por parte da vítima) que abrange também a hipótese em
da violência resulta lesão corporal. que ela é obrigada a tolerar que o agente faça algo.
Parágrafo único — Procede-se mediante requisição do Mi- A conduta, aqui, é no sentido de que a vítima se omita em
nistro da Justiça, no caso do n. I do art. 141, e mediante repre- relação a alguma coisa e, portanto, a tentativa é perfeitamente pos-
sentação do ofendido, no caso do n. II do mesmo artigo. sível, por exemplo, quando o agente emprega violência ou grave
Regra. A ação penal é privada. ameaça para forçar alguém a não viajar ou a não aceitar um empre-
Essa regra comporta três exceções: go e este,não obstante a violência ou grave ameaça, o faz.
1) É pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça Observações:
quando a ofensa for feita contra a honra do presidente da Repúbli- 1) O crime possui, em verdade, três meios de execução: vio-
ca ou chefe de governo estrangeiro. lência, grave ameaça ou qualquer outro que reduza a capacidade
2) É pública condicionada à representação do ofendido quan- de resistência da vítima (violência imprópria), como no caso de
do a vítima for funcionário público e a ofensa referir-se ao exercí- uso de hipnose,
cio de suas funções. Contudo, o Supremo Tribunal Federal entende bebida, sonífero etc.
que, nesse caso, o funcionário público pode optar por ingressar 2) A ação ou omissão da vítima visada pelo agente deve estar
com queixa-crime (ação privada), sem que haja ilegitimidade de em desamparo perante a lei. A ilegitimidade da pretensão pode ser:

Didatismo e Conhecimento 75
NOÇÕES DE DIREITO
a) absoluta: quando o agente não tem qualquer direito a ação A segunda sustentando que não se trata tecnicamente de arma
ou omissão — constranger a vítima a tomar uma bebida, a fazer porque não tem poder vulnerante e, assim, não configura a causa
uma viagem; de aumento por não haver adequação na descrição legal. Como a
b) relativa: quando há o direito mas a vítima não pode ser mencionada Súmula 174 admitia o aumento no crime de roubo se
forçada — constranger a vítima a pagar dívida de jogo, dívida com cometido com arma de brinquedo e, posteriormente, foi cancelada,
meretriz. é amplamente dominante atualmente o entendimento de que não
Elemento subjetivo. O dolo, que, nesse crime, significa a há o acréscimo.
vontade e a consciência de que a ação ou omissão visadas são ile- Também não há aumento se o agente apenas simula estar ar-
gítimas. mado.
A finalidade do agente é, pois, irrelevante, excluindo-se o de- Art. 146, § 2º — Além das penas cominadas, aplicam-se as
lito, porém, quando há erro quanto a ilicitude do fato. correspondentes à violência.
Consumação. No instante em que a vítima, coagida, toma o As penas, portanto, serão somadas, ainda que as lesões sejam
comportamento que não queria. leves, isto é, se ao praticar o constrangimento ilegal o agente pro-
Tentativa. É possível. vocar lesão na vítima, responderá pelos dois crimes.
Subsidiariedade. Trata-se de crime de caráter subsidiário, ou
seja, a existência de delito mais grave, como roubo, estupro, se- EXCLU DENTES DE TIPICIDADE
questro, afasta sua incidência. Art. 146, § 3º — Não se compreendem na disposição deste
Antes do advento da Lei Antitortura (Lei n. 9.455/97), quem artigo:
empregasse violência ou grave ameaça para forçar a vítima a co- I — a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimen-
meter um crime responderia por crime de constrangimento ilegal to do paciente ou de seu representante legal, se justificada por
em concurso material com o delito que a vítima foi forçada a co- iminente perigo de vida.
meter. Atualmente, entretanto, haverá concurso entre o crime pra- É uma espécie de estado de necessidade.
ticado e a modalidade de tortura prevista no art. 1º, I, b, da Lei Há a exclusão da ilicitude mesmo na transfusão de sangue
n. 9.455/97: “constranger alguém com emprego de violência ou feita sem autorização, ainda que os familiares não a aceitem por
grave ameaça, causando- lhe sofrimento físico ou mental para pro- motivos religiosos.
vocar ação ou omissão de natureza criminosa”. Porém, se a coação Art. 146, § 3º, II — a coação exercida para impedir suicídio.
for para a prática de contravenção penal, haverá concurso entre Não constitui crime, por exemplo, amarrar alguém para evitar
esta e o constrangimento ilegal, uma vez que a lei de tortura refere- que ele pule do alto de um prédio.
se apenas à coação para a prática de crime.
O constrangimento ilegal é também subsidiário em relação ao AMEAÇA
crime de extorsão (art. 158) porque, neste, o agente obriga a vítima Art. 147 — Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto,
a fazer ou não fazer algo visando obter vantagem econômica ilíci- ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e
ta, enquanto, no constrangimento, sua intenção é outra qualquer. grave:
Qualificação doutrinária. Crime doloso, simples, comum, Pena — detenção, de um a seis meses, ou multa.
instantâneo, de ação livre e comissivo. Parágrafo único — Somente se procede mediante represen-
Ação penal. Pública incondicionada. tação.
Objetividade jurídica. A liberdade das pessoas no que tange
CAUSAS DE AU MENTO DE PENA à tranquilidade, sossego etc.
Art. 146, § 1º — As penas aplicam-se cumulativamente e em Sujeito ativo. Qualquer pessoa.
dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três Sujeito passivo. Deve(m) ser pessoa(s) determinada(s) e ca-
pessoas, ou há emprego de armas. paz(es) de entender o caráter intimidatório da ameaça proferida.
Em face da redação, exige-se que pelo menos quatro pessoas Assim, dizer a uma criança de um ano que irá matá-la não constitui
tenham tomado parte nos próprios atos executórios, ou seja, é pre- crime, pois a criança não compreende o que foi falado e não se
ciso que haja quatro co-autores. Quanto ao emprego de arma, exi- sente amedrontada. É óbvio, por outro lado, que há crime quando
ge-se que ela seja efetivamente usada, não bastando, pois, mera o agente se dirige aos pais e diz a estes que irá matar a criança,
simulação. A utilização da palavra “armas”, no plural, refere-se ao pois a morte do filho constitui mal injusto e grave, sendo evidente
gênero, não havendo a necessidade do emprego de duas ou mais. o poder de atemorizar os genitores.
Como a lei não faz distinção, abrange tanto as armas próprias, que Tipo objetivo. A ameaça, ato de intimidar que é, pode ser co-
são aquelas fabricadas para servir como instrumento de ataque ou metida, nos termos da própria lei, de diversas formas: por palavras,
defesa (armas de fogo, punhais, espadas etc.), quanto as impró- gestos, escritos, ou por qualquer outra forma apta a amedrontar.
prias, que são instrumentos confeccionados com outra finalidade, Trata- -se de crime de ação livre.
mas que também têm poder vulnerante (facas de cozinha, navalhas A ameaça, além disso, pode ser:
etc.). 1) Direta. Refere-se a mal a ser causado na própria vítima.
No que se refere às armas de brinquedo, após o cancelamento 2) Indireta. Refere-se a mal a ser provocado em terceira pes-
da Súmula 174 do Superior Tribunal de Justiça, voltaram a existir soa,como no exemplo há pouco mencionado da ameaça de matar o
duas correntes. A primeira entendendo configurado o aumento da filho recém-nascido feita aos pais.
pena porque a vítima não sabe que a arma é de brinquedo e, assim, 3) Explícita. Exibição de arma, por exemplo.
o agente obtém maior facilidade na execução do crime. 4) Implícita. Quando o agente dá a entender, de forma velada,
que causará mal a alguém.

Didatismo e Conhecimento 76
NOÇÕES DE DIREITO
A ameaça pode, ainda, ser condicionada a eventos futuros da Ex.: carta contendo ameaça que se extravia e não chega ao
própria vítima e a ela alheios. Ex.: “se você casar de novo eu te destinatário.
mato” ou “se eu não arrumar outro trabalho eu me mato”. Caso, to- Ação penal. Pública condicionada à representação.
davia, o agente condicione o mal a uma ação ou omissão imediata
da vítima,o crime é o de constrangimento ilegal. Ex.: “se você for SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO
embora agora eu te mato”. Neste último caso, o agente está forçan- Art. 148 — Privar alguém de sua liberdade, mediante se-
do a vítima a não fazer algo, com emprego de grave ameaça, o que questro ou cárcere privado:
configura crime mais grave de constrangimento ilegal. Pena — reclusão, de um a três anos.
A ameaça deve se referir, ainda, a mal: Objetividade jurídica. A liberdade de ir e vir.
a) grave — de morte, de lesões corporais, de colocar fogo na Sujeito ativo. Qualquer pessoa, mas, caso seja funcionário
casa da vítima etc. Se a ameaça não for considerada grave, não público no exercício da função, haverá crime de abuso de auto-
existirá o delito de ameaça; ridade.
b) injusto — não acobertado pela lei. A exigência de que o mal Sujeito passivo. Qualquer pessoa, inclusive as paraplégicas
seja injusto é o elemento normativo do crime de ameaça. ou portadoras de doenças incapacitantes, que não podem ser obri-
A doutrina exige também que o mal prometido seja iminente gadas a ir ou permanecer em qualquer local contra sua vontade.
e verossímil, já que não constitui infração penal, por exemplo, a Tipo objetivo. No cárcere privado a vítima fica em local fe-
promessa de fazer chover sem parar até inundar a região. Tampou- chado, sem possibilidade de deambulação, ao contrário do seques-
co haverá crime se o agente disser que vai matar a vítima, que hoje tro, em que a vítima fica privada de sua liberdade, mas em local
tem 18 anos, quando ela completar 80. aberto.
Não é necessário, por outro lado, que a ameaça seja proferida Como diz Júlio Fabbrini Mirabete, nesse caso há enclausura-
na presença da vítima, mas o delito só se consumará quando a mento e no outro, confinamento.
vítima dela tomar conhecimento. Elemento subjetivo. É o dolo. Não se exige qualquer inten-
Elemento subjetivo. Trata-se de crime doloso que pressupõe ção específica. Se a finalidade for obter um resgate, haverá crime
intenção específica de intimidar a vítima. Não é necessário, entre- de extorsão mediante sequestro (art. 159), e se houver intenção
tanto, que o agente tenha, em seu íntimo, intenção de concretizar libidinosa, será reconhecida a figura qualificada do próprio crime
o mal prometido. de sequestro(art. 148, § 1º,V).
Os doutrinadores costumam salientar, em sua maioria, que o Consumação. Quando ocorre a efetiva privação da liberdade
fato de o agente ter proferido a ameaça em momento de raiva, de por tempo juridicamente relevante. Trata-se de crime permanente,
exaltação de ânimos, não afasta a ameaça, porque o art. 28, I, do no qual é possível a prisão em flagrante durante todo o tempo em
Código Penal diz que a emoção não exclui o crime. Na jurispru- que a vítima estiver no cárcere.
dência, entretanto, prevalece o entendimento de que a ameaça feita Tentativa. É possível, quando o agente inicia o ato executório
em meio mas não consegue sequestrar a vítima.
a uma discussão, em momento de ira, não constitui crime por
falta de QUALIFICA DORAS
intenção específica de amedrontar a vítima. O melhor entendi- Art. 148, § 1º — A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
mento, todavia, é no sentido de que a análise deve ser feita em cada I — se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou com-
caso concreto. É comum, por exemplo, que na briga entre irmãos, panheiro do agente ou maior de 60 anos; (a hipótese do maior de
um grite que vai matar o outro, porém, ninguém leva isso a sério – 60 anos foi inserida pelo Estatuto do Idoso, e a do companheiro da
a frase foi dita “da boca para fora”. Ao contrário, existem situações vítima foi introduzida pela Lei n. 11.106/2005).
em que o fato de o agente estar nervoso constitui até mesmo fator Se a vítima é sequestrada dias antes de completar 60 anos e só
de maior apreensão por parte da vítima, configurando o delito. Ex.: for solta depois, aplica-se a qualificadora, pois o sequestro é crime
após uma colisão de veículos, um dos condutores, conhecido como permanente.
agressivo e valentão, diz ao outro que irá matá-lo. É claro que a II — se o crime é praticado mediante internação da vítima
vítima se sente intimidada. em casa de saúde ou hospital; (pode ser cometido por médico ou
Discussão semelhante existe em relação à ameaça feita por por qualquer outra pessoa).
pessoa embriagada. Para alguns há crime porque o art. 28, II, do CP III — se a privação da liberdade dura mais de quinze dias;
estabelece que a embriaguez voluntária não exclui a infração. Para (entre a consumação e a libertação da vítima).
outros, a pessoa embriagada não tem intenção de intimidar. Pare- IV — se o crime é praticado contra menor de 18 anos; (dis-
ce, contudo, que uma interpretação intermediária é mais adequada, positivo inserido pela Lei n. 11.106/2005).
excluindo- se o crime de ameaça apenas quando se demonstrar que V — se o crime é praticado com fins libidinosos.
o estágio de embriaguez era tão elevado que o próprio agente já Essa qualificadora foi inserida no Código Penal pela Lei n.
não tinha controle do que falava, pois é comum que pessoas com- 11.106/2005, que, concomitantemente, revogou o crime de rapto
pletamente embriagadas passem a falar coisas sem sentido. violento. A conduta típica é praticamente a mesma — privação
Consumação. No momento em que a vítima toma conheci- da liberdade para fim libidinoso —, tendo, porém, havido algu-
mento do teor da ameaça, independentemente de sua real intimi- mas alterações relevantes: a) pela nova redação, a vítima pode ser
dação. qualquer pessoa, homem ou mulher, enquanto, no rapto, apenas
Trata-se, pois, de crime formal. Basta que o agente queira inti- mulheres podiam ser sujeito passivo. Além disso, uma prostituta
midar e que a ameaça proferida tenha potencial para tanto. pode ser vítima de sequestro qualificado, porque o novo texto não
Tentativa. É possível, nos casos de ameaça feita por escrita. exige que a vítima seja pessoa honesta no âmbito sexual.

Didatismo e Conhecimento 77
NOÇÕES DE DIREITO
No rapto, apenas mulher honesta podia ser vítima; b) no rapto d) cerceando o uso de qualquer meio de transporte, com o
a ação penal era, em regra, privada, enquanto no sequestro a ação é intuito de retê-la no local de trabalho;
pública incondicionada; c) no rapto a finalidade libidinosa era ele- e) mantendo vigilância ostensiva no local de trabalho ou apo-
mentar, enquanto no sequestro é qualificadora; d) a conduta deixou derando- se de documentos ou objetos pessoais do trabalhador,
de ser tratada como crime sexual, tendo sido deslocada do título com o fim de retê-lo no local de trabalho.
dos crimes contra os costumes para aquele que trata dos crimes A enumeração é taxativa e não comporta analogia para abran-
contra a pessoa — mais especificamente para o capítulo dos crimes ger outras hipóteses.
contra a liberdade individual. Trata-se de crime de ação múltipla — tipo misto alternativo
O crime de sequestro qualificado é formal, pois se consuma — em que a realização de mais de uma conduta em relação à mes-
no momento da captura da vítima, ainda que o agente seja preso ma vítima constitui crime único.
antes de conseguir com ela realizar algum ato de natureza sexual. Sujeito ativo. Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime
Se, após o sequestro, o agente estuprar a vítima, responderá pelos comum.
crimes em concurso material. Sujeito passivo. Também pode ser qualquer pessoa. Eventual
Art. 148, § 2º — Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos consentimento da vítima é irrelevante, já que não se admite que
ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: alguém concorde em viver em escravidão.
Pena — reclusão, de dois a oito anos. Se a vítima for criança ou adolescente, a pena será aumentada
Essa qualificadora se aplica, por exemplo, quando a vítima em metade (art. 149, § 2º, I).
fica detida em local frio, quando é exposta à falta de alimentação, Elemento subjetivo. É o dolo, direto ou eventual.
quando fica mantida em local ermo ou privado de luz solar etc. Se o crime tiver sido cometido por motivo de preconceito de
Também é aplicável se a vítima é espancada pelos sequestradores, raça, cor, etnia, religião ou origem, haverá um acréscimo de me-
exceto se ela vier a sofrer lesão grave ou morte, hipótese em que tade da pena (art. 149, § 2º, II). Quer dizer, se o sujeito cometeu o
se aplicarão as penas dos crimes autônomos de lesões corporais crime por ser a vítima pessoa branca, negra, oriental, indígena, ca-
graves ou homicídio e a do sequestro simples. Nesse caso não se tólica, judia, muçulmana, nordestina, argentina, árabe, hindu etc.,
aplica a qualificadora para se evitar a configuração de bis in idem. a sua pena será maior.
Veja-se, por fim, que haverá crime de tortura agravada do art. Consumação. Como o Código Penal exige que a vítima seja
1º, § 3º, III, da Lei n. 9.455/97 se o sequestro for realizado com o reduzida a condição análoga à de escravo, é evidente que a situa-
fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de ção fática deve perdurar por um certo período, de modo a ser pos-
terceira pessoa, para provocar ação ou omissão de natureza crimi- sível a constatação, de acordo com as circunstâncias do caso con-
nosa ou em razão de discriminação racial ou religiosa. creto, de que houve uma completa submissão da vítima ao agente.
Em se tratando de delito que atinge a liberdade da vítima,
REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO pode ser classificado como crime permanente, ou seja, sua consu-
Art. 149 — Reduzir alguém a condição análoga à de escra- mação prolonga-se no tempo enquanto a vítima estiver submetida
vo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaus- ao agente, de modo que, nesse período, a prisão em flagrante é
tiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, sempre possível, nos termos do art. 303 do Código de Processo
quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão Penal.
da dívida contraída com o empregador ou preposto: Tentativa. É possível.
Pena — reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena Ação penal. É pública incondicionada. O Supremo Tribunal
correspondente à violência. Federal declarou que a competência para apurar este crime é da
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: Justiça Federal ao julgar o Recurso Extraordinário n. 398041, em
I — cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte 30 de novembro de 2006.
do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; Pena. Por expressa previsão legal, além da pena de reclusão,
II — mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se de dois a oito anos, e multa, caso o agente provoque lesões cor-
apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com porais, ainda que leves, na vítima, responderá pelos dois crimes.
o fim de retê- -lo no local de trabalho.
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO
I — contra criança ou adolescente; Art. 150 — Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosa-
II — por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião mente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito,
ou origem. em casa alheia ou em suas dependências:
Introdução. Esse dispositivo teve sua redação alterada pela Pena — detenção, de um a três meses, ou multa.
Lei n. 10.803/2003. Antes de tal alteração, o delito era de forma Objetividade jurídica. A tranquilidade da vida doméstica.
livre, pois não especificava o modo de reduzir a vítima a condição Não se trata de delito que protege a posse ou o patrimônio,
análoga à de escravo. Atualmente, o crime é de forma vinculada, posto que não se considera crime, por exemplo, o ingresso em casa
pois só haverá sua tipificação se o fato ocorrer por uma das formas abandonada ou desabitada.
de execução descritas na lei, ou seja: Conceito. A lei estabelece, na definição do delito, duas formas
a) submetendo-se a vítima a trabalhos forçados ou a jornada de execução:
exaustiva; a) entrar em casa alheia significa que o agente invade, ingressa
b) sujeitando-a a condições degradantes de trabalho; totalmente na residência da vítima ou em alguma de suas depen-
c) restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão dências;
de dívida contraída com o empregador ou preposto;

Didatismo e Conhecimento 78
NOÇÕES DE DIREITO
b) permanecer em casa alheia pressupõe que, em um primeiro Elemento subjetivo. É o dolo. Para a configuração do crime
momento, tenha o agente autorização para lá estar e, cessada essa pressupõe-se que o agente tenha, como fim próprio, o ingresso ou
autorização, o agente, contra a vontade da vítima, deixa de se des- permanência em casa alheia. Quando o agente o faz como meio
locar para fora de suas dependências. de execução de outro crime, a violação de domicílio fica por este
Por se tratar de tipo misto alternativo, haverá crime único absorvida.
quando o agente entra e, depois, permanece no local sem autori- O delito torna-se também afastado quando o agente entra na
zação. casa para fugir de pessoas que o perseguem para agredi-lo ou sub-
De outro lado, a entrada ou permanência pode ser clandestina, traí- lo, ou quando o agente imagina estar ingressando em local
quando o agente o faz sem que a vítima o perceba, ou astuciosa, diverso do que pretendia (erro de tipo).
quando o agente emprega uma espécie qualquer de fraude, como Consumação. Quando o agente ingressa completamente na
no caso de uso de roupa de empresa telefônica, elétrica etc. casa da vítima, ou, quando, ciente de que deve sair, não o faz por
O fato pode se dar, também, contra vontade expressa do mo- tempo juridicamente relevante. Na primeira hipótese, o crime é
rador, nas hipóteses em que o responsável pela residência clara- instantâneo, e, na segunda, permanente.
mente diz que se opõe à entrada ou permanência do agente, ou Trata-se, por outro lado, de crime de mera conduta, uma vez
contra vontade tácita do morador, nas situações em que é possível que a lei não descreve qualquer resultado.
ao agente concluir, em razão das circunstâncias do caso concreto, Tentativa. É admissível em ambas as hipóteses (entrada ou
que o morador não deseja sua entrada ou permanência no local. permanência).
A descrição típica exige, pois, a oposição, expressa ou tácita, Qualificação doutrinária. Crime comum, doloso, instantâ-
de quem de direito, ou seja, daquele que tem o poder de impedir a neo ou permanente (conforme o caso), subsidiário, simples etc.
entrada de pessoas em sua casa (proprietário, locatário, possuidor
etc.). No caso de edifícios, cada morador tem direito de vetar a FORMAS QUALIFICADAS
entrada ou permanência de alguém em sua unidade, bem como Art. 150, § 1º — Se o crime é cometido durante a noite, ou
nas áreas comuns (desde que, nesse caso, não atinja o direito dos em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou
outros condôminos). por duas ou mais pessoas:
No caso de habitações coletivas, prevalece o entendimento Pena — detenção, de seis meses a dois anos, além da pena
de que, havendo oposição de um dos moradores, persistirá a proi- correspondente à violência.
bição. Por outro lado, se houver divergência entre pais e filhos, Noite. É o período em que não há luz solar.
prevalecerá a intenção dos pais, exceto se a residência for de pro- Lugar ermo. É o local desabitado, onde não há circulação de
priedade de filho maior de idade. Os empregados têm direito de pessoas.
impedir a entrada de pessoas estranhas em seus aposentos, direito Violência. É tanto aquela empregada contra pessoas como
que, entretanto, não atinge o proprietário da casa. contra coisa, já que a lei não fez distinção. Se, todavia, a violência
O art. 150, em seu § 4º, traz uma norma penal complemen- for empregada contra pessoa e a vítima vier a sofrer lesões corpo-
tar, esclarecendo que se compreendem na expressão “casa”: “I — rais, serão aplicadas cumulativamente as penas referentes à viola-
qualquer compartimento habitado” (casas, apartamentos, barracos ção de domicílio e às lesões corporais, ainda que leves.
de favela etc.); “II — aposento ocupado de habitação coletiva” Emprego de arma. Pode ser a utilização de arma própria (ins-
(quarto de hotel, cortiço etc.); “III — compartimento não aberto trumentos feitos com a finalidade específica de matar ou ferir —
ao público, onde alguém exerce sua profissão ou atividade” (escri- revólver, pistola, espingarda etc.) ou imprópria (feitas com outras
tório, consultório, parte interna de uma oficina etc.). Entende-se, finalidades mas que também podem matar ou ferir — navalha,
pois, que não há crime no ingresso às partes abertas desses locais, faca, machado etc.).
como recepção, sala de espera etc. No que se refere às armas de brinquedo, após o cancelamento
Protege a lei, ainda, as dependências da casa, ou seja, quintal,- da Súmula 174 do Superior Tribunal de Justiça, que admitia a agra-
garagem, terraço etc. vação, voltaram a existir duas correntes. A primeira entendendo
Por outro lado, o art. 150, § 5º, do Código Penal estabelece configurada a qualificadora porque a vítima não sabe que a arma é
que não se incluem na expressão “casa”: “I — hospedaria, estala- brinquedo,e, assim, o agente obtém maior facilidade na execução
gem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo do crime. A segunda sustentando que não se trata tecnicamente de
a restrição do n. II do parágrafo anterior; II — taverna, casa de arma porque não possui poder vulnerante, de modo que a qualifi-
jogo e outras do mesmo gênero”. Estão, pois, excluídos os bares, cadora não é aplicável por não haver adequação na descrição legal.
estabelecimentos comerciais na parte aberta ao público (salvo se Como a mencionada Súmula 174 admitia o aumento no crime de
estiver fechado e alguém nele residir), igrejas, veículos (salvo se roubo cometido com arma de brinquedo e, posteriormente, foi can-
houver uma parte própria para alguém morar como no caso de trai- celada, é amplamente dominante, atualmente, o entendimento de
lers), casas desabitadas etc. Entende- se, também, que não estão que não há o acréscimo.
incluídos na expressão “casa” as pastagens de uma fazenda ou o Também não há aumento se o agente apenas simula estar ar-
gramado de uma casa não murada ou cercada, nem as repartições mado.
públicas. A doutrina é praticamente unânime no sentido de que basta
Sujeito ativo. Qualquer pessoa. Até mesmo o proprietário o envolvimento de duas pessoas, ainda que uma delas seja mera
pode cometê-lo, quando invade a casa do inquilino sem autori- partícipe. Ex.: empregado que, conluiado com outra pessoa, deixa
zação. a porta aberta para que esta entre na casa para ali pernoitar sem o
Sujeito passivo. O morador, titular do direito de proibir a en- consentimento do morador.
trada ou permanência de alguém na casa.

Didatismo e Conhecimento 79
NOÇÕES DE DIREITO
CAUSAS DE AU MENTO DE PENA da Lei de Execuções Penais, para se evitar motins ou planos de
Art. 150, § 2º — Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é resgate de detentos etc. Damásio E. de Jesus lembra que também
cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com não haverá o delito quando o curador abre uma carta endereçada a
inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com um doente mental, ou o pai abre a carta dirigida a um filho menor.
abuso do poder. A própria Lei n. 6.538/78 estabelece não haver o crime na abertura
Aplica-se às formas simples e qualificadas do § 1º. de correspondência endereçada a homônimo, quando há suspeita
Se o funcionário entra ou permanece em casa alheia sem man- de a correspondência conter material sujeito a imposto, proibido
dado judicial ou sem se tratar de hipótese de flagrante delito, de ou não declarado, ou, ainda, na hipótese de impossibilidade de sua
desastre ou para prestar socorro, está agindo fora dos casos legais restituição ao remetente.
em que o ingresso em residência é permitido. Se existe um man- O crime se consuma no momento em que o agente toma co-
dado de prisão ou de busca, devem ser observadas as formalidades nhecimento acerca do teor da correspondência, sendo de se salien-
para seu cumprimento. tar que a infração penal admite a tentativa, como no caso de quem
O mandado de prisão em residência, por exemplo, só pode ser é flagrado ao abrir uma carta, mas antes de tomar conhecimento do
cumprido durante o dia. Se o cumprimento se der à noite, haverá seu conteúdo. É evidente, também, que o crime somente é punido
crime. Existe abuso de poder, por sua vez, quando o funcionário, na forma dolosa, não havendo, pois, a configuração da infração
por exemplo, extrapola o tempo necessário de permanência no lo- quando o agente abre a correspondência por engano.
cal. O sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa, e as vítimas
O art. 3o, b, da Lei n. 4.898/65 prevê como crime de abuso de são o remetente e o destinatário, que são as pessoas interessadas na
autoridade a conduta de qualquer funcionário público que atente manutenção do sigilo da correspondência. Trata-se, pois, de crime
contra a inviolabilidade de domicílio. Embora exista entendimento de dupla subjetividade passiva.
de que tal dispositivo tenha revogado o crime do Código Penal em Existe uma presunção de que há autorização entre cônjuges
relação a funcionários públicos, na prática tem-se entendido que para que um abra a correspondência do outro, presunção que ces-
deve ser ele punido por violação de domicílio, na forma simples, sará, todavia, se for feita prova de que um já havia alertado o outro
em concurso com o crime de abuso de autoridade. para assim não agir, e o outro desrespeitou.
A ação penal é pública condicionada à representação (art. 151,
EXCLU DENTES DE ILICITUDE § 4º, do CP, mantido em vigor pelo art. 48 da Lei n. 6.538/78).
Art. 150, § 3º — Não constitui crime a entrada ou perma-
nência em casa alheia ou em suas dependências: SONEGAÇÃO OU DESTRUIÇÃO DE CORRESPON-
I — durante o dia, com observância das formalidades legais, DÊNCIA
para efetuar prisão ou outra diligência; Art. 40, § 1º — “Incorre nas mesmas penas quem se apossa
II — a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum cri- indevidamente de correspondência alheia, embora não fecha-
me está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. da, para sonegá-la ou destruí-la, no todo ou em parte”.
Nas hipóteses do inciso I, há que se ressaltar que a Constitui- Trata-se de figura penal que tem por finalidade punir o agente
ção Federal exige sempre mandado judicial, quer para efetuar bus- que se apodera de correspondência alheia, aberta ou fechada, com
ca e apreensão, quer para cumprir mandado de prisão, quer para o fito de sonegá-la (fazer com que não chegue até a vítima) ou de
efetivar qualquer outra diligência. destruí-la (rasgando-a, ateando fogo etc.). Não importa se a vítima
Estabelece a Carta Magna que “a casa é asilo inviolável do chegou a ter conhecimento de seu conteúdo. Se a correspondência
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento tem valor econômico, a subtração constituirá furto e a destruição
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para crime de dano. O delito em tela admite apenas a forma dolosa,
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação legal”. sendo irrelevante o motivo que leva o agente a querer destruir ou
Pela regra constitucional, portanto, verifica-se ser possível a sonegar a correspondência.
invasão do domicílio, além das hipóteses enumeradas na lei, quan- Temos aqui outra figura penal com dupla subjetividade jurí-
do é caso de desastre ou para prestar socorro a alguém. dica, pois as vítimas do delito são o destinatário e o remetente. O
sujeito ativo, por sua vez, pode ser qualquer pessoa, e, caso seja
VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA funcionário público que cometa a infração, se prevalecendo de seu
Os delitos previstos no art. 151, caput, e em seu § 1º, I, foram cargo ou de sua função, deverá ser aplicada a agravante genérica
substituídos pelos crimes descritos no art. 40 da Lei n. 6.538/78. do art. 43 da Lei n. 6.538/78.
“Art. 40 — Devassar indevidamente o conteúdo de corres- A consumação ocorre no instante em que o agente se apodera
pondência fechada dirigida a outrem: da correspondência, e, sendo crime formal, não é necessário que
Pena — detenção, até seis meses, ou pagamento não exce- atinja a finalidade visada de destruí-la ou sonegá-la. A tentativa,
dente a vinte dias-multa.” por seu turno, é possível quando o agente não consegue se apossar
Trata a lei de proteger a carta, o bilhete, o telegrama, desde da carta, telegrama etc.
que fechados, decorrência do princípio constitucional que diz ser A ação penal é pública condicionada à representação.
“inviolável o sigilo de correspondência” (art. 5o, XII, 1a parte).
Veja-se, entretanto, que apesar do texto constitucional não
descrever qualquer exceção, é evidente que tal princípio não é ab-
soluto, cedendo quando houver interesse maior a ser preservado,
como, por exemplo, no caso de leitura de correspondência de pre-
so, permitida nas hipóteses descritas no art. 41, parágrafo único,

Didatismo e Conhecimento 80
NOÇÕES DE DIREITO
VIOLAÇÃO DE COMUNICAÇÃO TELEGRÁFICA, INSTALAÇÃO OU UTILIZAÇÃO DE ESTAÇÃO DE
RADIOELÉTRICA OU TELEFÔNICA APARELHO RADIOELÉTRICO
Art. 151, § 1º, II — Na mesma pena incorre quem indevi- O art. 151, § 1º, IV, foi substituído pelo art. 70 da Lei n.
damente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente 4.117/62 com a seguinte redação: “Constitui crime punível com
comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou detenção de um a dois anos, aumentada da metade se houver
conversação telefônica entre outras pessoas. dano a terceiro, a instalação ou utilização de telecomunicações,
As condutas típicas são: sem observância do disposto nesta lei e nos regulamentos”.
a) divulgar — relatar o conteúdo da correspondência a outras O parágrafo único do art. 70 estabelece como condição de
pessoas; procedibilidade a busca e apreensão do aparelho. A figura típica
b) utilizar — como a lei não faz ressalva, significa usá-la para abrange a transmissão de radioamadores, até mesmo daqueles que
qualquer fim, para qualquer destinação; operam em automóveis, conhecidos como PX, sem a autorização
c) transmitir — narrar o conteúdo a uma pessoa determinada. exigida pelo CONTEL.
O delito apenas existe quando a divulgação ou transmissão
são feitas de forma indevida (elemento normativo) ou quando a FORMAS QUALIFICADAS
utilização é feita de forma abusiva (elemento subjetivo do tipo). Art. 151, § 2º — As penas aumentam-se de metade, se há
Os sujeitos do delito são os mesmos dos dois crimes anterio- dano para outrem.
res. Esse dispositivo aplica-se aos crimes que ainda estão previs-
A infração penal se consuma no instante da divulgação, trans- tos no Código Penal. Em relação àqueles da Lei n. 6.538/78, há
missão ou utilização. Trata-se de crime material que, assim, admite dispositivo idêntico no art. 40, § 2º. O dano a que as leis se referem
a tentativa. é aquele decorrente de alguma lesão econômica ou moral.
A lei tutela no presente dispositivo o sigilo das conversações
telegráficas, radioelétricas e telefônicas entre outras pessoas. Art. 151, § 3º — Se o agente comete o crime, com abuso de
A ação é pública condicionada à representação e a pena é de função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
detenção, de um a seis meses, ou multa. Pena — detenção, de um a três anos.
Em relação a conversações telefônicas o tipo penal ainda pode
ser aplicado para quem, por exemplo, ouve conversa alheia em ex- Art. 151, § 4º — Somente se procede mediante representa-
tensão telefônica e divulga seu conteúdo. Atualmente, entretanto, ção, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
constitui crime, bem mais gravemente apenado (reclusão, de dois Esse dispositivo não foi revogado pelo art. 3º, c, da Lei n.
a quatro anos, e multa), “realizar interceptação de comunicações 4.898/65, que prevê crime de abuso de autoridade na conduta de
telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da quem atenta contra o sigilo de correspondência. Isso porque não
Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados são todos os que trabalham em serviço postal, telegráfico ou ra-
em lei”. Esse crime está descrito no art. 10 da Lei n. 9.296/96, que dioelétrico que se enquadram no conceito de funcionário público
regulamenta as hipóteses em que pode ser decretada a intercepta- de modo a poderem se enquadrar na lei de abuso de autoridade.
ção telefônica, bem como o procedimento a ser adotado. Assim,
quem realiza a interceptação de conversa telefônica alheia sem CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL
autorização judicial já está cometendo crime, independentemente Art. 152 — Abusar da condição de sócio ou empregado de
da futura divulgação do conteúdo. Além disso, como as gravações estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em
feitas de forma autorizada devem ser mantidas em sigilo, nos ter- parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência,
mos do art. 8o da Lei n. 9.296/96, quem tomar conhecimento de ou revelar a estranho o seu conteúdo:
seu conteúdo e der divulgação cometerá também o delito em sua Pena — detenção, de três meses a dois anos.
parte final. Ex.: funcionário de Distrito Policial que informa o con- Parágrafo único — Somente se procede mediante represen-
teúdo das gravações a órgãos da imprensa. tação.
Trata-se de crime próprio, já que somente pode ser pratica-
IMPEDIMENTO DE COMUNICAÇÃO OU CONVER- do por sócio ou empregado, exigindo-se, pois, a existência de um
SAÇÃO contrato de emprego ou de sociedade. Como bem salienta Nélson
Art. 151, § 1º, III — Na mesma pena incorre quem impede Hungria, basta essa condição para o aperfeiçoamento do crime,
a comunicação ou a conversação referidas no número anterior. sendo desnecessário que ele ocorra quando o agente está no lo-
A lei pune quem impede a comunicação telegráfica ou radioe- cal de trabalho ou no exercício da função. Veja-se, também, que o
létrica dirigida a terceiros ou a conversação entre outras pessoas. agente pode ser o sócio ou o empregado tanto da empresa remeten-
É indiferente que o agente o faça de forma continuada ou não. te como da destinatária.
O crime configura-se quando o agente impede a comunicação ou Sujeito passivo, por sua vez, também será a empresa ou a in-
conversação já iniciadas ou mesmo quando, ainda não iniciadas, o dústria remetente ou destinatária.
agente atua de forma a inviabilizar que as partes entrem em conta- O objeto material é a correspondência comercial, assim en-
to telefônico, telegráfico etc. tendida aquela que diga respeito às atividades exercidas pelo es-
tabelecimento.

Didatismo e Conhecimento 81
NOÇÕES DE DIREITO
Por isso, a correspondência remetida a ele, tratando de assun- A Lei n. 9.983/2000 criou uma figura qualificada no § 1º-A,
to estranho às suas atividades, poderá ser objeto apenas de crime punindo com reclusão, de um a quatro anos, e multa, quem divul-
comum de violação de correspondência. gar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim
O art. 152 descreve um tipo misto alternativo, incriminando definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou
quem desvia (dá rumo diverso do correto), sonega (se apropria e banco de dados da Administração Pública.
esconde), subtrai (furta) ou suprime (destrói) a correspondência A ação penal depende de representação, salvo se o fato causar
comercial. prejuízo para a Administração Pública, quando será incondiciona-
A prática de mais de uma dessas condutas em relação à mesma da (§§ 1º e 2º).
correspondência caracteriza crime único.
Também existe crime na conduta do sócio ou do empregado VIOLAÇÃO DE SEGREDO PROFISSIONAL
que revela o conteúdo da correspondência a outras pessoas que Art. 154 — Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de
dele não deviam ter conhecimento. que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profis-
O insigne Nélson Hungria lembra que “é preciso, para a exis- são, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
tência do crime, que haja, pelo menos, possibilidade de dano, seja Pena — detenção, de três meses a um ano, ou multa.
este patrimonial ou moral”, pois “Não se compreenderia que o só- Parágrafo único — Somente se procede mediante represen-
cio cometesse crime por praticar qualquer dos atos referidos no tação.
texto legal, se dele nenhum dano pudesse resultar à sociedade ou Na vida em sociedade, nas relações entre os homens, muitas
a outrem. vezes um indivíduo, no exercício de sua atividade, toma conheci-
Quanto ao empregado, se, do mesmo modo, não houvesse se- mento de segredos de outras pessoas e, por isso, o legislador eri-
quer perigo de dano, além do infligido à intangibilidade da corres- giu à condição de crime a conduta daqueles que, sem um motivo
pondência, não haveria necessidade de incriminação fora do art. justo, revelem tais segredos. É o caso, por exemplo, do advogado
151. Se o conteúdo da correspondência é fútil ou inócuo, não pode que ouve seu cliente confessar particularmente o cometimento do
ser objeto do crime em questão” (Comentários ao Código Penal, delito de que está sendo acusado, do sacerdote em relação às con-
4. ed., Forense, v. 6, p. 246). fissões dos fiéis, do médico etc.
A consumação ocorre no exato instante da prática do ato des- Cuida-se, pois, de crime próprio.
crito no tipo, e a tentativa é possível. No dizer de Damásio de Jesus, “sujeitos ativos do crime são
O parágrafo único do art. 152 dispõe que a ação é pública os confidentes necessários, pessoas que recebem o conteúdo do
condicionada à representação. segredo em razão de função, ministério, ofício ou profissão. Di-
zem-se confidentes necessários porque, em razão de sua atividade
DIVULGAÇÃO DE SEGREDO específica, normalmente tomam conhecimento de fatos particula-
Art. 153 — Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de res da vida alheia” (Direito penal, 16. ed., Saraiva, v. 2, p. 263).
documento particular ou de correspondência confidencial, de Função é o encargo decorrente de lei, de contrato, ou de ordem
que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir judicial, como, por exemplo, tutela, curatela, direção de escola etc.
dano a outrem: Ministério é uma atividade decorrente de uma situação fática
Pena — detenção, de um a seis meses, ou multa. e não de direito, de origem religiosa ou social. Ex.: sacerdócio,
Visa a lei resguardar o sigilo em relação aos fatos da vida cujo assistência social voluntária etc.
conhecimento por outras pessoas possa provocar dano. Trata-se de Ofício é o desempenho de atividade mecânica ou manual.
crime próprio, pois somente pode ser cometido pelo destinatário Exs.: motorista particular que toma conhecimento das atividades
ou detentor. É necessário, ainda, que a informação tenha chegado do patrão; jardineiro que presencia fatos em seu local de trabalho
a ele através de documento particular ou de correspondência con- etc.
fidencial. Assim, a divulgação de segredo que lhe é confidenciado Profissão abrange, no dizer de Nélson Hungria, qualquer ati-
oralmente não constitui crime. O sujeito passivo, nos termos da lei, vidade exercida habitualmente e com fim de lucro. Ex.: médicos,
é a pessoa que pode sofrer o dano com a divulgação do segredo. dentistas, advogados etc.
Pode ser o remetente, o destinatário ou qualquer outra pessoa. O Os auxiliares dessas pessoas também respondem pelo crime
crime, entretanto, se consuma quando o segredo é divulgado para quando tomam conhecimento do segredo no desempenho de suas
número indeterminado de pessoas, sendo, na verdade, desneces- atividades. Ex.: estagiários, enfermeiras etc.
sário que alguém efetivamente sofra prejuízo, bastando, pois, a Se o agente toma conhecimento do segredo em razão de fun-
potencialidade lesiva nesse sentido. ção pública estará cometendo o crime do art. 325 (violação de si-
Trata-se, assim, de crime formal. A tentativa é possível. gilo funcional).
O crime é doloso e, como a lei exige que o fato ocorra sem Sujeito passivo do delito é aquele que pode sofrer algum dano
justa causa, é necessário que o agente saiba da ilegitimidade de seu com a revelação do segredo, podendo ser o titular do segredo ou
comportamento, que tenha ciência de que o conteúdo divulgado terceiro.
era sigiloso e que, portanto, poderia gerar prejuízo a outrem. Não A conduta típica é “revelar”, que significa dar ciência, contar
se admite a forma culposa. A descrição típica contém um elemento a alguém o segredo. Pode ocorrer de forma escrita, oral etc. Basta
normativo manifestado na expressão “divulgar, sem justa causa”, que o agente conte o segredo para uma única pessoa, que o delito já
que significa a inexistência de um motivo razoável a justificar a estará configurado, desde que possa, evidentemente, causar dano a
divulgação. Há justa causa, por exemplo, quando a divulgação se alguém, dano este que pode ser de qualquer natureza, patrimonial
faz necessária para apurar a autoria de um delito ou quando há ou moral.
consentimento do interessado etc.

Didatismo e Conhecimento 82
NOÇÕES DE DIREITO
Por ser crime formal, a infração se consuma no momento em c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a
que o segredo chega à terceira pessoa, mesmo que disso não decor- prisão ou detenção de qualquer pessoa;
ra o prejuízo para a vítima, bastando, pois, a lesividade, a possibili- d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou deten-
dade do dano. A tentativa é possível, por exemplo, no caso em que ção ilegal que lhe seja comunicada;
a revelação se daria por escrito e se extravia. e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a
Não se caracteriza a infração penal quando há justa causa para prestar fiança, permitida em lei;
a revelação do segredo: consentimento da vítima, estado de neces- f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial car-
sidade, exercício regular de direito etc. ceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde
O crime é doloso e não admite a forma culposa. que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer
A ação penal é pública condicionada à representação. quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo
Abuso de Autoridade (Lei nº 4.898/65) de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumen-
tos ou de qualquer outra despesa;
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou
jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem
Regula o Direito de Representação e o processo de Respon- competência legal;
sabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de au- i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de
toridade. medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou
de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA  Faço saber que o Con- nº 7.960, de 21/12/89)
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei,
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabi- quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil,
lidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela
presente lei. Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção
administrativa civil e penal.
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de § 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a
petição: gravidade do abuso cometido e consistirá em:
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal a) advertência;
para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva san- b) repreensão;
ção; c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver compe- cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens;
tência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. d) destituição de função;
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e e) demissão;
conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, f) demissão, a bem do serviço público.
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do
de testemunhas, no máximo de três, se as houver. dano, consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos
a dez mil cruzeiros.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: § 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos
a) à liberdade de locomoção; artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:
b) à inviolabilidade do domicílio; a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
c) ao sigilo da correspondência; b) detenção por dez dias a seis meses;
d) à liberdade de consciência e de crença; c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer
e) ao livre exercício do culto religioso; outra função pública por prazo até três anos.
f) à liberdade de associação; § 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser apli-
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do cadas autônoma ou cumulativamente.
voto; § 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade
h) ao direito de reunião; policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser comina-
i) à incolumidade física do indivíduo; da a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício pro- funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por
fissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) prazo de um a cinco anos.

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a apli-
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade indivi- cação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar com-
dual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; petente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato.
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a § 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabele-
constrangimento não autorizado em lei; cidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis ou militares,
que estabeleçam o respectivo processo.

Didatismo e Conhecimento 83
NOÇÕES DE DIREITO
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a de-
militar normas reguladoras do inquérito administrativo serão apli- núncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação privada. O
cadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, re-
nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários pudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os
Públicos Civis da União). termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de qua-
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da renta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a
autoridade civil ou militar. denúncia.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará,
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à auto- desde logo, dia e hora para a audiência de instrução e julgamen-
ridade administrativa ou independentemente dela, poderá ser pro- to, que deverá ser realizada, improrrogavelmente. dentro de cinco
movida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou dias.
ambas, da autoridade culpada. § 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento
final e para comparecer à audiência de instrução e julgamento, será
Art. 10. Vetado feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via
da representação e da denúncia.
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de
Processo Civil. Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser
apresentada em juízo, independentemente de intimação.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de in- Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória
quérito policial ou justificação por denúncia do Ministério Público, para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o caso
instruída com a representação da vítima do abuso. previsto no artigo 14, letra “b”, requerimentos para a realização de
diligências, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da motivado, considere indispensáveis tais providências.
vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu,
desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos
ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a audiência, apre-
instrução e julgamento. goando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em do Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa
duas vias. e o advogado ou defensor do réu.
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade se ausente o Juiz.
houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá:
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não
por meio de duas testemunhas qualificadas; houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência ocorrido constar do livro de termos de audiência.
de instrução e julgamento, a designação de um perito para fazer as
verificações necessárias. Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública,
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e presta- se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil,
rão seus depoimentos verbalmente, ou o apresentarão por escrito, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcio-
querendo, na audiência de instrução e julgamento. nalmente, no local que o Juiz designar.
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação
poderá conter a indicação de mais duas testemunhas. Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o inter-
rogatório do réu, se estiver presente.
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apre- Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado,
sentar a denúncia requerer o arquivamento da representação, o o Juiz nomeará imediatamente defensor para funcionar na audiên-
Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, cia e nos ulteriores termos do processo.
fará remessa da representação ao Procurador-Geral e este oferece-
rá a denúncia, ou designará outro órgão do Ministério Público para Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz
oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advo-
Juiz atender. gado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do
réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um, prorrogável por
mais dez (10), a critério do Juiz.

Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente


a sentença.

Didatismo e Conhecimento 84
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art.
próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os depoi- 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);      (Inciso incluído pela Lei nº 8.930,
mentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos de 1994)
e, por extenso, os despachos e a sentença. V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);       (Redação dada
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Mi- VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e
nistério Público ou o advogado que houver subscrito a queixa, o 4 );     (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
o

advogado ou defensor do réu e o escrivão. VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).     (Inciso
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem di- VII-A – (VETADO)       (Inciso incluído pela Lei nº 9.695,
fíceis e não permitirem a observância dos prazos fixados nesta lei, de 1998)
o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro. VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou altera-
ção de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art.
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Có- 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei
digo de Processo Penal, sempre que compatíveis com o sistema de no 9.677, de 2 de julho de 1998).      (Inciso incluído pela Lei nº
instrução e julgamento regulado por esta lei. 9.695, de 1998)
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de ex-
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, cabe- ploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art.
rão os recursos e apelações previstas no Código de Processo Penal. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).     (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário. genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de
outubro de 1956, tentado ou consumado.        (Parágrafo incluído
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e 77º pela Lei nº 8.930, de 1994)
da República.
H. CASTELLO BRANCO  Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilí-
Juracy Magalhães cito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetí-
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.12.1965 veis de:  (Vide Súmula Vinculante)
I - anistia, graça e indulto;
Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90) II - fiança.       (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
§ 1o  A pena por crime previsto neste artigo será cumprida
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990. inicialmente em regime fechado.      (Redação dada pela Lei nº
11.464, de 2007)
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, in- § 2o  A progressão de regime, no caso dos condenados aos
ciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providên- crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5
cias. (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três
quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con- 2007)
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: § 3o  Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá funda-
mentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.      (Redação
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - § 4o  A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960,
Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá
8.930, de 1994)  (Vide Lei nº 7.210, de 1984) o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de extrema e comprovada necessidade.       (Incluído pela Lei nº
de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e 11.464, de 2007)
homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e
VII);  (Redação dada pela Lei nº 13.142, de 2015) Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segu-
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, rança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a
§ 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios
praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.
da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em Art. 4º (Vetado).
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;   (Incluí- Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte in-
do pela Lei nº 13.142, de 2015) ciso:
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei “Art. 83. ..............................................................
nº 8.930, de 1994) ........................................................................
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);      (Inciso
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

Didatismo e Conhecimento 85
NOÇÕES DE DIREITO
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de con- Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados
denação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213,
entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo úni-
reincidente específico em crimes dessa natureza.” co, 214 e sua combinação com o art. 223, caput eparágrafo único,
todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o li-
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; mite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qual-
214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, quer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 157. ............................................................. Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976,
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte re-
reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a dação:
reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. “Art. 35. ................................................................
........................................................................ Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo se-
Art. 159. ............................................................... rão contados em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. arts. 12, 13 e 14.”
§ 1º .................................................................
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. Art. 11. (Vetado).
§ 2º .................................................................
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
§ 3º .................................................................
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
........................................................................
Art. 213. ............................................................... Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º
Pena - reclusão, de seis a dez anos. da República.
Art. 214. ............................................................... FERNANDO COLLOR 
Pena - reclusão, de seis a dez anos. Bernardo Cabral
........................................................................ Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990
Art. 223. ...............................................................
Pena - reclusão, de oito a doze anos. Código Penal (Decreto-lei nº. 2.848, de 7 de dezembro de
Parágrafo único. ........................................................ 1940): Título XI – Dos Crimes Contra a Administração Públi-
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos. ca.
........................................................................
Art. 267. ............................................................... TÍTULO XI
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
........................................................................ CAPÍTULO I
Art. 270. ............................................................... DOS CRIMES PRATICADOS
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
.......................................................................” CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte Peculato


parágrafo: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, va-
“Art. 159. .............................................................. lor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que
........................................................................ tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor ou alheio:
que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestra- Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
do, terá sua pena reduzida de um a dois terços.” § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, em-
bora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio,
no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de fun-
prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou cionário.
terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar Peculato culposo
à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantela- § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime
mento, terá a pena reduzida de um a dois terços. de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
posterior, reduz de metade a pena imposta.

Didatismo e Conhecimento 86
NOÇÕES DE DIREITO
Peculato mediante erro de outrem Corrupção passiva
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
Inserção de dados falsos em sistema de informações (In- vantagem:
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Reda-
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a ção dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência
corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Ad- da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de prati-
ministração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si car qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato
de 2000)) de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluí- influência de outrem:
do pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de in- Facilitação de contrabando ou descaminho


formações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de de contrabando ou descaminho (art. 334):
informações ou programa de informática sem autorização ou so- Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação
licitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e mul- Prevaricação
ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para sa-
a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Ad- tisfazer interesse ou sentimento pessoal:
ministração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
9.983, de 2000) Art. 319-A.  Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente pú-
blico, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, 11.466, de 2007).
total ou parcialmente: Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui
crime mais grave. Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de respon-
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas sabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimen-
da estabelecida em lei: to da autoridade competente:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indireta- Advocacia administrativa
mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse pri-
razão dela, vantagem indevida: vado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Excesso de exação Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:  (Re- Violência arbitrária
dação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pre-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação texto de exercê-la:
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena cor-
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou- respondente à violência.
trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres pú-
blicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Didatismo e Conhecimento 87
NOÇÕES DE DIREITO
Abandono de função CAPÍTULO II
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos DOS CRIMES PRATICADOS POR
em lei: PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. GERAL
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Usurpação de função pública
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
fronteira: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado Resistência
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de sa- Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência
tisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autori- ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem
zação, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, lhe esteja prestando auxílio:
substituído ou suspenso: Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Violação de sigilo funcional § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo correspondentes à violência.
e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato Desobediência
não constitui crime mais grave. Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e Desacato
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da fun-
não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da ção ou em razão dela:
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000) Tráfico de Influência  (Redação dada pela Lei nº 9.127, de
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pú- 1995)
blica ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para ou-
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído trem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em
pela Lei nº 9.983, de 2000) ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Re-
dação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Violação do sigilo de proposta de concorrência Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Reda-
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pú- ção dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
blica, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcioná-
rio.  (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos Corrupção ativa
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exer- Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcio-
ce cargo, emprego ou função pública. nário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, de ofício:
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Reda-
empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a ção dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
execução de atividade típica da Administração Pública.      (Incluí- Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em
do pela Lei nº 9.983, de 2000) razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da Descaminho
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pú- Art. 334.  Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito
blica ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
nº 6.799, de 1980) mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 1o  Incorre na mesma pena quem:  (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)

Didatismo e Conhecimento 88
NOÇÕES DE DIREITO
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da
em lei;  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) pena correspondente à violência.
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descami- Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de
nho;  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qual-
quer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício Inutilização de edital ou de sinal
de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou cons-
estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou purcar edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou
fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandesti- inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por
na no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer
outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) objeto:
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal Subtração ou inutilização de livro ou documento
ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.  (Redação Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário,
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos em razão de ofício, ou de particular em serviço público:
deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandesti- Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui
no de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residên- crime mais grave.
cias.  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela
praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada Lei nº 9.983, de 2000)
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previden-
Contrabando ciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (In-
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:  (In- cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
cluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.  (Incluído pela de informações previsto pela legislação previdenciária segurados
Lei nº 13.008, de 26.6.2014) empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autôno-
§ 1o Incorre na mesma pena quem:  (Incluído pela Lei nº mo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela
13.008, de 26.6.2014) Lei nº 9.983, de 2000)
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;  (In- II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da con-
cluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) tabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que de- devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído
penda de registro, análise ou autorização de órgão público compe- pela Lei nº 9.983, de 2000)
tente;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferi-
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira des- dos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de
tinada à exportação;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) contribuições sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983,
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qual- de 2000)
quer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluí-
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei bra- do pela Lei nº 9.983, de 2000)
sileira;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) § 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, de-
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no clara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibi- as informações devidas à previdência social, na forma definida em
da pela lei brasileira.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)§ lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela
2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste arti- Lei nº 9.983, de 2000)
go, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de merca- § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar so-
dorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.  (Incluído mente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes,
pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965) desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.(Incluído pela II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,
Lei nº 13.008, de 26.6.2014) seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social,
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de
Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pa-
ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, gamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos
estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou pro- e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade
curar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ou aplicar apenas a de multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:

Didatismo e Conhecimento 89
NOÇÕES DE DIREITO
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajusta- Denunciação caluniosa
do nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos bene- Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial,
fícios da previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) de processo judicial, instauração de investigação administrativa,
inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra al-
CAPÍTULO II-A  guém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (Redação dada
(Incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002) pela Lei nº 10.028, de 2000)
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve
Corrupção ativa em transação comercial internacional de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prá-
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, tica de contravenção.
vantagem indevida a funcionário público estrangeiro, ou a tercei-
ra pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de Comunicação falsa de crime ou de contravenção
ofício relacionado à transação comercial internacional:  (Incluído Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a
pela Lei nº 10467, de 11.6.2002) ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter veri-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído ficado:
pela Lei nº 10467, de 11.6.2002) Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em
razão da vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro Auto-acusação falsa
retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexisten-
funcional. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002) te ou praticado por outrem:
Tráfico de influência em transação comercial internacio- Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
nal (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para Falso testemunho ou falsa perícia
outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vanta- Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade
gem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em pro-
estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação cesso judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo
comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002) arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluí- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.     (Re-
do pela Lei nº 10467, de 11.6.2002) dação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)     (Vigência)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o cri-
alega ou insinua que a vantagem é também destinada a funcionário me é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de
estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002) obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em
Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei nº processo civil em que for parte entidade da administração pública
10467, de 11.6.2002) direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
      Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no pro-
para os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem cesso em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública em entida- verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
des estatais ou em representações diplomáticas de país estrangei- Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra
ro. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002) vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete,
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangei- para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimen-
ro quem exerce cargo, emprego ou função em empresas contro- to, perícia, cálculos, tradução ou interpretação:(Redação dada pela
ladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
estrangeiro ou em organizações públicas internacionais. (Incluído Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada
pela Lei nº 10467, de 11.6.2002) pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um
CAPÍTULO III terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for
DA JUSTIÇA parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Reda-
ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Reingresso de estrangeiro expulso
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que Coação no curso do processo
dele foi expulso: Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou
expulsão após o cumprimento da pena. qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em
processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.

Didatismo e Conhecimento 90
NOÇÕES DE DIREITO
Exercício arbitrário das próprias razões Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
pena correspondente à violência. § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de
procede mediante queixa. dois a seis anos.
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se
que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou con- também a pena correspondente à violência.
venção: § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou
o internado.
Fraude processual § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano,
civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, ou multa.
com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Evasão mediante violência contra a pessoa
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo
em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência
em dobro. contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena corres-
Favorecimento pessoal pondente à violência.
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública
autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Arrebatamento de preso
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: quem o tenha sob custódia ou guarda:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspon-
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, dente à violência.
cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
Motim de presos
Favorecimento real Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou dis-
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ciplina da prisão:
ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena cor-
crime: respondente à violência.
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 349-A.  Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou fa- Patrocínio infiel
cilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o
rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisio- dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juí-
nal. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009). zo, lhe é confiado:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Lei nº 12.012, de 2009).
Patrocínio simultâneo ou tergiversação
Exercício arbitrário ou abuso de poder Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou
Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder: sucessivamente, partes contrárias.
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que: Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabe- Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de resti-
lecimento destinado a execução de pena privativa de liberdade ou tuir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu
de medida de segurança; na qualidade de advogado ou procurador:
II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediata-
mente a ordem de liberdade; Exploração de prestígio
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra uti-
vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; lidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou tes-
temunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Didatismo e Conhecimento 91
NOÇÕES DE DIREITO
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº 10.028,
agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se de 2000)
destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que
Violência ou fraude em arrematação judicial tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; valor da garantia prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei nº
afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de 10.028, de 2000)
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da Lei nº 10.028, de 2000)
pena correspondente à violência.
Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei nº
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão 10.028, de 2000)
de direito Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor su-
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: perior ao permitido em lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído
pela Lei nº 10.028, de 2000)
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS Aumento de despesa total com pessoal no último ano do
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) mandato ou legislatura  (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Contratação de operação de crédito Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete
aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédi- anteriores ao final do mandato ou da legislatura: (Incluído pela Lei
to, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa:(Incluído nº 10.028, de 2000))
pela Lei nº 10.028, de 2000) Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei Lei nº 10.028, de 2000)
nº 10.028, de 2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza Oferta pública ou colocação de títulos no mercado (Incluí-
ou realiza operação de crédito, interno ou externo:(Incluído pela do pela Lei nº 10.028, de 2000)
Lei nº 10.028, de 2000) Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública
I – com inobservância de limite, condição ou montante esta- ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública
belecido em lei ou em resolução do Senado Federal;(Incluído pela sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registra-
Lei nº 10.028, de 2000) dos em sistema centralizado de liquidação e de custódia: (Incluído
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o pela Lei nº 10.028, de 2000)
limite máximo autorizado por lei. (Incluído pela Lei nº 10.028, Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela
de 2000) Lei nº 10.028, de 2000)
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pa-
gar (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pa- Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes
gar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que contra a existência, a segurança e a integridade do Estado e contra
exceda limite estabelecido em lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de a guarda e o emprego da economia popular, os crimes de imprensa
2000) e os de falência, os de responsabilidade do Presidente da Repú-
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído blica e dos Governadores ou Interventores, e os crimes militares,
pela Lei nº 10.028, de 2000) revogam-se as disposições em contrário.
Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legis- Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro
latura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) de 1942.
       Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obriga- Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da Independên-
ção, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou cia e 52º da República.
legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício GETÚLIO VARGAS
financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, Francisco Campos
que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de cai- Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.12.1940
xa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei
nº 10.028, de 2000)
Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei nº
10.028, de 2000)
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído
pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela
Lei nº 10.028, de 2000)

Didatismo e Conhecimento 92
NOÇÕES DE DIREITO
De início, a literatura grega trouxe na obra Antígona uma dis-
cussão a respeito da prevalência da lei natural sobre a lei posta. Na
DIREITOS HUMANOS:
obra, a protagonista discorda da proibição do rei Creonte de que
HISTÓRICO DOS DIREITOS HUMANOS; seu irmão fosse enterrado, uma vez que ele teria traído a pátria. As-
ASPECTOS GERAIS; A DECLARAÇÃO sim, enterra seu irmão e argumenta com o rei que nada do que seu
UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. irmão tivesse feito em vida poderia dar o direito ao rei de violar a
regra imposta pelos deuses de que todo homem deveria ser enter-
rado para que pudesse partir desta vida: a lei natural prevaleceria
então sobre a ordem do rei.4
HISTÓRICO DOS DIREITOS HUMANOS; Os sofistas, seguidores de Sócrates (470 a.C. - 399 a.C.), o
O surgimento dos direitos humanos está envolvido num his- primeiro grande filósofo grego, questionaram essa concepção de
tórico complexo no qual pesaram vários fatores: tradição huma- lei natural, pois a lei estabelecida na polis, fruto da vontade dos
nista, recepção do direito romano, senso comum da sociedade da cidadãos, seria variável no tempo e no espaço, não havendo que se
Europa na Idade Média, tradição cristã, entre outros1. Com efeito, falar num direito imutável; ao passo que Aristóteles (384 a.C. - 322
são muitos os elementos relevantes para a formação do conceito a.C.), que o sucedeu, estabeleceu uma divisão entre a justiça posi-
de direitos humanos tal qual perceptível na atualidade de forma tiva e a natural, reconhecendo que a lei posta poderia não ser justa5.
que é difícil estabelecer um histórico linear do processo de forma- Aristóteles6 argumenta: “lei particular é aquela que cada co-
ção destes direitos. Entretanto, é possível apontar alguns fatores munidade determina e aplica a seus próprios membros; ela é em
históricos e filosóficos diretamente ligados à construção de uma parte escrita e em parte não escrita. A lei universal é a lei da na-
concepção contemporânea de direitos humanos. tureza. Pois, de fato, há em cada um alguma medida do divino,
É a partir do período axial (800 a.C. a 200 a.C.), ou seja, mes- uma justiça natural e uma injustiça que está associada a todos os
mo antes da existência de Cristo, que o ser humano passou a ser homens, mesmo naqueles que não têm associação ou pacto com
considerado, em sua igualdade essencial, como um ser dotado de outro”.
liberdade e razão. Surgiam assim os fundamentos intelectuais para Nesta linha, destaca-se o surgimento do estoicismo, doutri-
a compreensão da pessoa humana e para a afirmação da existência na que se desenvolveu durante seis séculos, desde os últimos três
de direitos universais, porque a ela inerentes. Durante este período séculos anteriores à era cristã até os primeiros três séculos desta
que despontou a ideia de uma igualdade essencial entre todos os era, mas que trouxe ideias que prevaleceram durante toda a Idade
homens. Contudo, foram necessários vinte e cinco séculos para Média e mesmo além dela. O estoicismo organizou-se em torno de
que a Organização das Nações Unidas - ONU, que pode ser con- algumas ideias centrais, como a unidade moral do ser humano e a
siderada a primeira organização internacional a englobar a quase- dignidade do homem, considerado filho de Zeus e possuidor, como
totalidade dos povos da Terra, proclamasse, na abertura de uma consequência, de direitos inatos e iguais em todas as partes do
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que “todos mundo, não obstante as inúmeras diferenças individuais e grupais7.
os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos”2. Influenciado pelos estóicos, Cícero (106 a.C. - 43 a.C.), um
No berço da civilização grega continuou a discussão a respei- dos principais pensadores do período da jovem república romana,
to da existência de uma lei natural inerente a todos os homens. As também defendeu a existência de uma lei natural. Neste sentido é
premissas da concepção de lei natural estão justamente na discus- a assertiva de Cícero8: “a razão reta, conforme à natureza, gravada
são promovida na Grécia antiga, no espaço da polis. Neste sentido, em todos os corações, imutável, eterna, cuja voz ensina e pres-
destaca Assis3 que, originalmente, a concepção de lei natural está creve o bem, afasta do mal que proíbe e, ora com seus mandados,
ligada não só à de natureza, mas também à de diké: a noção de ora com suas proibições, jamais se dirige inutilmente aos bons,
justiça simbolizada a partir da deusa diké é muito ampla e abstrata, nem fica impotente ante os maus. Essa lei não pode ser contestada,
mas com a legislação passou a ter um conteúdo palpável, de modo nem derrogada em parte, nem anulada; não podemos ser isentos de
que a justiça deveria corresponder às leis da cidade; entretanto, é seu cumprimento pelo povo nem pelo senado; não há que procurar
preciso considerar que os costumes primitivos trazem o justo por para ela outro comentador nem intérprete; não é uma lei em Roma
natureza, que pode se contrapor ao justo por convenção ou legisla- e outra em Atenas, - uma antes e outra depois, mas uma, sempiter-
ção, devendo prevalecer o primeiro, que se refere ao naturalmente na e imutável, entre todos os povos e em todos os tempos”.
justo, sendo esta a origem da ideia de lei natural.

4 SÓFOCLES. Édipo rei / Antígona. Tradução Jean Melville. São Pau-


lo: Martin Claret, 2003.
5 ASSIS, Olney Queiroz. O estoicismo e o Direito: justiça, liberdade e
1 COSTA, Paulo Sérgio Weyl A. Direitos Humanos e Crítica Moderna. poder. São Paulo: Lúmen, 2002.
Revista Jurídica Consulex. São Paulo, ano XIII, n. 300, p. 27-29, jul. 6 ARISTÓTELES. Retórica. Tradução Marcelo Silvano Madeira. São
2009. Paulo: Rideel, 2007. 
2 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Hu- 7 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Hu-
manos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. manos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
3 ASSIS, Olney Queiroz. O estoicismo e o Direito: justiça, liberdade e 8 CÍCERO, Marco Túlio. Da República. Tradução Amador Cisneiros.
poder. São Paulo: Lúmen, 2002. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.

Didatismo e Conhecimento 93
NOÇÕES DE DIREITO
Com a queda do Império Romano, iniciou-se o período me- A negação plena da existência de direitos inatos ao homem
dieval, predominantemente cristianista. Um dos grandes pensado- implicava em conferir um poder irrestrito ao soberano, o que gerou
res do período, Santo Tomás de Aquino (1225 d.C. -1274 d.C.)9, consequências que desagradavam a burguesia.
supondo que o mundo e toda a comunidade do universo são regi- O príncipe, obra de Maquiavel (1469 d.C. - 1527 d.C.) consi-
dos pela razão divina e que a própria razão do governo das coisas derada um marco para o pensamento absolutista, relata com preci-
em Deus fundamenta-se em lei, entendeu que existe uma lei eterna são este contexto no qual o poder do soberano poderia se sobrepor
ou divina, pois a razão divina nada concebe no tempo e é sempre a qualquer direito alegadamente inato ao ser humano desde que
eterna. Com base nisso, Aquino10 chamou de lei natural “a par- sua atitude garantisse a manutenção do poder. Maquiavel13 consi-
ticipação da lei eterna na lei racional”. Sobre o conteúdo da lei dera “na conduta dos homens, especialmente dos príncipes, contra
natural, definiu Aquino (2005, p. 562) que “todas aquelas coisas a qual não há recurso, os fins justificam os meios. Portanto, se um
que devem ser feitas ou evitadas pertencem aos preceitos da lei de príncipe pretende conquistar e manter o poder, os meios que em-
natureza, que a razão prática naturalmente apreende ser bens hu- pregue serão sempre tidos como honrosos, e elogiados por todos,
manos”. Logo, a lei natural determina o agir virtuoso, o que se es- pois o vulgo atenta sempre para as aparências e os resultados”.
pera do homem em sociedade, independentemente da lei humana. Os monarcas dos séculos XVI, XVII e XVIII agiam de forma
Com a concepção medieval de pessoa humana é que se iniciou autocrática, baseados na teoria política desenvolvida até então que
um processo de elaboração em relação ao princípio da igualdade negava a exigência do respeito à Ética, logo, ao direito natural,
de todos, independentemente das diferenças existentes, seja de or- no espaço público. Somente num momento histórico posterior se
dem biológica, seja de ordem cultural. Foi assim, então, que surgiu permitiu algum resgate da aproximação entre a Moral e o Direito,
o conceito universal de direitos humanos, com base na igualdade qual seja o da Revolução Intelectual dos séculos XVII e XVIII,
essencial da pessoa11. com o movimento do Iluminismo, que conferiu alicerce para as
No processo de ascensão do absolutismo europeu, a monar- Revoluções Francesa e Industrial - ainda assim a visão antropocen-
quia da Inglaterra encontrou obstáculos para se estabelecer no iní- trista permaneceu, mas começou a se consolidar a ideia de que não
cio do século XIII, sofrendo um revés. Ao se tratar da formação da era possível que o soberano impusesse tudo incondicionalmente
monarquia inglesa, em 1215 os barões feudais ingleses, em uma aos seus súditos.
reação às pesadas taxas impostas pelo Rei João Sem-Terra, im- Com efeito, quando passou a se questionar o conceito de So-
puseram-lhe a Magna Carta. Referido documento, em sua aber- berano, ao qual todos deveriam obediência mas que não deveria
tura, expõe a noção de concessão do rei aos súditos, estabelece a obedecer a ninguém. Indagou-se se os indivíduos que colocaram
existência de uma hierarquia social sem conceder poder absoluto o Soberano naquela posição (pois sem povo não há Soberano) te-
ao soberano, prevê limites à imposição de tributos e ao confisco, riam direitos no regime social e, em caso afirmativo, quais seriam
constitui privilégios à burguesia e traz procedimentos de julga- eles. As respostas a estas questões iniciam uma visão moderna do
mento ao prever conceitos como o de devido processo legal, ha- direito natural, reconhecendo-o como um direito que acompanha
beas corpus e júri. Não que a carta se assemelhe a uma declaração o cidadão e não pode ser suprimido em nenhuma circunstância.14
de direitos humanos, principalmente ao se considerar que poucos Antes que despontassem as grandes revoluções que interrom-
homens naquele período eram de fato livres, mas ela foi funda- peram o contexto do absolutismo europeu, na Inglaterra houve uma
mental naquele contexto histórico de falta de limites ao soberano12. árdua discussão sobre a garantia das liberdades pessoais, ainda que
A Magna Carta de 1215 instituiu ainda um Grande Conselho que o foco fosse a proteção do clero e da nobreza. Quando a dinastia
foi o embrião para o Parlamento inglês, embora isto não signifique Stuart tentou transformar o absolutismo de fato em absolutismo
que o poder do rei não tenha sido absoluto em certos momentos, de direito, ignorando o Parlamento, este impôs ao rei a Petição de
como na dinastia Tudor. Havia um absolutismo de fato, mas não Direitos de 1948, que exigia o cumprimento da Magna Carta de
de Direito. 1215. Contudo, o rei se recusou a fazê-lo, fechando por duas vezes
Em geral, o absolutismo europeu foi marcado profundamente o Parlamento, sendo que a segunda vez gerou uma violenta reação
pelo antropocentrismo, colocando o homem no centro do univer- que desencadeou uma guerra civil. Após diversas transições no
so, ocupando o espaço de Deus. Naturalmente, as premissas da lei trono inglês, despontou a Revolução Gloriosa que durou de 1688
natural passaram a ser questionadas, já que geralmente se associa- até 1689, conferindo-se o trono inglês a Guilherme de Orange, que
vam à dimensão do divino. aceitou a Declaração de Direitos - Bill of Rights.
Todo este movimento resultou, assim, nas garantias expres-
9 AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução Aldo Vannuc- sas do habeas corpus e do Bill of Rights de 1698. Por sua vez,
chi e Outros. Direção Gabriel C. Galache e Fidel García Rodríguez.
a instituição-chave para a limitação do poder monárquico e para
Coordenação Geral Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira. Edição Joaquim
Pereira. São Paulo: Loyola, 2005b. v. VI, parte II, seção II, questões garantia das liberdades na sociedade civil foi o Parlamento e foi
57 a 122. a partir do Bill of Rights britânico que surgiu a ideia de governo
10 AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução Aldo Van- representativo, ainda que não do povo, mas pelo menos de suas
nucchi e Outros. Direção Gabriel C. Galache e Fidel García Rodríguez. camadas superiores15.
Coordenação Geral Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira. Edição Joaquim
Pereira. São Paulo: Loyola, 2005b. v. VI, parte II, seção II, questões 13 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro Nassetti. São
57 a 122. Paulo: Martin Claret, 2007.
11 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Hu- 14 COSTA, Paulo Sérgio Weyl A. Direitos Humanos e Crítica Moderna.
manos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. Revista Jurídica Consulex. São Paulo, ano XIII, n. 300, p. 27-29, jul.
12 AMARAL, Sérgio Tibiriçá. Magna Carta: Algumas Contribuições Jurí- 2009.
dicas. Revista Intertemas: revista da Toledo. Presidente Prudente, ano 15 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos
09, v. 11, p. 201-227, nov. 2006. Humanos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

Didatismo e Conhecimento 94
NOÇÕES DE DIREITO
Tais ideias liberais foram importantes como base para o Ilu- Derrubados os privilégios das classes dominantes, a Assem-
minismo, que se desencadeou por toda a Europa. Destaca-se que bleia se reuniu para o preparo de uma carta de liberdades, que veio
quando isso ocorreu, em meados do século XVIII, se dava o ad- a ser a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.17
vento do capitalismo em sua fase industrial. O processo de forma- Entre outras noções, tal documento previu: a liberdade e
ção do capitalismo e a ascensão da burguesia trouxeram implica- igualdade entre os homens quanto aos seus direitos (artigo 1º), a
ções profundas no campo teórico, gerando o Iluminismo. necessidade de conservação dos seus direitos naturais, quais sejam
O Iluminismo lançou base para os principais eventos que a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão
ocorreram no início da Idade Contemporânea, quais sejam as Re- (artigo 2º); a limitação do direito de liberdade somente por lei (ar-
voluções Francesa, Americana e Industrial. Tiveram origem nestes tigo 4º); o princípio da legalidade (artigo 7º); o princípio da ino-
movimentos todos os principais fatos do século XIX e do início do cência (artigo 9º); a manifestação livre do pensamento (artigos 10
século XX, por exemplo, a disseminação do liberalismo burguês, o e 11); e a necessária separação de poderes (artigo 16).
declínio das aristocracias fundiárias e o desenvolvimento da cons- 3) Por sua vez, a Revolução Industrial, que começou na Ingla-
ciência de classe entre os trabalhadores16. terra, criou o sistema fabril, o que reformulou a vida de homens
Jonh Locke (1632 d.C. - 1704 d.C.) foi um dos pensadores da e mulheres pelo mundo todo, não só pelos avanços tecnológicos,
época, transportando o racionalismo para a política, refutando o mas notadamente por determinar o êxodo de milhões de pessoas
Estado Absolutista, idealizando o direito de rebelião da sociedade do interior para as cidades. Os milhares de trabalhadores se sujei-
civil e afirmando que o contrato entre os homens não retiraria o tavam a jornadas longas e desgastantes, sem falar nos ambientes
seu estado de liberdade. Ao lado dele, pode ser colocado Montes- insalubres e perigosos, aos quais se sujeitavam inclusive as crian-
quieu (1689 d.C. - 1755 d.C.), que avançou nos estudos de Locke ças. Neste contexto, surgiu a consciência de classe18, lançando-se
e na obra O Espírito das Leis estabeleceu em definitivo a clássica base para uma árdua luta pelos direitos trabalhistas.
divisão de poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Por fim, Fato é que quanto maior a autonomia de vontade - buscada
merece menção o pensador Rousseau (1712 d.C. - 1778 d.C.), de- nas revoluções anteriores - melhor funciona o mercado capitalista,
fendendo que o homem é naturalmente bom e formulando na obra beneficiando quem possui maior número de bens. Assim, a clas-
O Contrato Social a teoria da vontade geral, aceita pela pequena se que detinha bens, qual seja a burguesia, ampliou sua esfera de
burguesia e pelas camadas populares face ao seu caráter democrá- poder, enquanto que o proletariado passou a ser vítima do poder
tico. Enfim, estes três contratualistas trouxeram em suas obras as econômico. No Estado Liberal, aquele que não detém poder eco-
ideias centrais das Revoluções Francesa e Americana. Em comum, nômico fica desprotegido. O indivíduo da classe operária sozinho
defendiam que o Estado era um mal necessário, mas que o sobera- não tinha defesa, mas descobriu que ao se unir com outros em
no não possuía poder divino/absoluto, sendo suas ações limitadas situação semelhante poderia conquistar direitos. Para tanto, passa-
pelos direitos dos cidadãos submetidos ao regime estatal. No en- ram a organizar greves.
tanto, Rousseau era o pensador que mais se diferenciava dos dois Nasceu, assim, o direito do trabalho, voltado à proteção da
anteriores, que eram mais individualistas e trouxeram os principais vítima do poder econômico, o trabalhador. Parte-se do princípio
fundamentos do Estado Liberal, porque defendia a entrega do po- da hipossuficiência do trabalhador, que é o princípio da proteção
der a quem realmente estivesse legitimado para exercê-lo, pensa- e que gerou os princípios da primazia, da irredutibilidade de ven-
mento que mais se aproxima da atual concepção de democracia. cimentos e outros. Nota-se que no campo destes direitos e dos de-
1) O primeiro grande movimento desencadeado foi a Re- mais direitos econômicos, sociais e culturais não basta uma postu-
volução Americana. Em 1776 se deu a independência das treze ra do indivíduo: é preciso que o Estado interfira e controle o poder
Colônias da América Continental Britânica, registrada na Decla- econômico.
ração de Direitos do Homem e, posteriormente, na Declaração de Entre os documentos relevantes que merecem menção nesta
Independência. Após diversas batalhas, a Inglaterra reconheceu a esfera, destacam-se: Constituição do México de 1917, Constitui-
independência em 1783. Destacam-se alguns pontos do primeiro ção Alemã de Weimar de 1919 e Tratado de Versalhes de 1919,
documento: o artigo I do referido documento assegura a igualdade sendo que o último instituiu a Organização Internacional do Tra-
de todos de maneira livre e independente, considerando esta como balho - OIT (que emitia convenções e recomendações) e pôs fim à
um direito inato; o artigo II estabelece que o poder pertence ao Primeira Guerra Mundial.
povo e que o Estado é responsável perante ele; o artigo V prevê No final do século XIX e no início de século XX, o mundo
a separação dos poderes e o artigo VI institui a realização de elei- passou por variadas crises de instabilidade diplomática, posto que
ções diretas, necessariamente. A declaração americana estava mais vários países possuíam condições suficientes para se sobreporem
voltada aos americanos do que à humanidade, razão pela qual a sobre os demais, resultado dos avanços tecnológicos e das melho-
Revolução Francesa costuma receber mais destaque num cenário rias no padrão de vida da sociedade.
histórico global.
2) Já a Revolução Francesa decorreu da incapacidade do
governo de resolver sua crise financeira, ascendendo com isso a
classe burguesa (sans-culottes), sendo o primeiro evento de tal as-
censão a Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789, seguida por
outros levantes populares. 17 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do ho-
mem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert E.
Lerner e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2.
16 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do ho- 18 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do
mem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert E. homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Ro-
Lerner e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2. bert E. Lerner e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2.

Didatismo e Conhecimento 95
NOÇÕES DE DIREITO
Neste contexto, surgiram condições para a eclosão das duas matéria constitucional quanto em todos os desdobramentos norma-
Guerras Mundiais, eventos que alteraram o curso da história da tivos. A Constituição de Weimar nunca foi ab-rogada durante o re-
civilização ocidental. Entre estas, destaca-se a Segunda Guerra gime nazista, mas a lei de plenos poderes de 24 de março de 1933
Mundial, cujos eventos foram marcados pela desumanização: to- teve não só o efeito de legalizar a posse de Hitler no poder como o
dos com o devido respaldo jurídico perante o ordenamento dos de legalizar geral e globalmente as suas ações futuras. Dessa ma-
países que determinavam os atos. A teoria jurídica que conferiu neira, como apontou Carl Schmitt - escrevendo depois da II Guer-
fundamento a um Direito que aceitasse tantas barbáries, sem per- ra Mundial -, Hitler foi confirmado no poder, tornando-se a fonte
der a sua validade, foi o Positivismo que teve como precursor Hans de toda legalidade positiva, em virtude de uma lei do Parlamento
Kelsen, com a obra Teoria Pura do Direito. que modificou a Constituição. Também a Constituição stalinista
No entender de Kelsen19, a justiça não é a característica que de 1936, completamente ignorada na prática, nunca foi abolida”.
distingue o Direito das outras ordens coercitivas porque é relativo No dia 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Na-
o juízo de valor segundo o qual uma ordem pode ser considerada ções Unidas elaborou a Declaração Universal dos Direitos Huma-
justa. Percebe-se que a Moral é afastada como conteúdo necessário nos. Um dos principais pensadores que contribuiu para a Declara-
do Direito, já que a justiça é o valor moral inerente ao Direito. ção Universal dos Direitos Humanos de 1948 foi Maritain23, que
.A Segunda Guerra Mundial chegou ao fim somente em 1945, entendia que os direitos humanos da pessoa como tal se fundamen-
após uma sucessão de falhas alemãs, que impediram a conquista de tam no fato de que a pessoa humana é superior ao Estado, que não
Moscou, desprotegeram a Itália e impossibilitaram o domínio da pode impor a ela determinados deveres e nem retirar dela alguns
região setentrional da Rússia (produtora de alimentos e petróleo). direitos, por ser contrário à lei natural. Em suma, para o filósofo
Já o evento que culminou na rendição do Japão foi o lançamento o homem ético é fiel aos valores da verdade, da justiça e do amor,
das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. O mundo somente e segue a doutrina cristã para determinar seus atos: tais elementos
tomou conhecimento da extensão da tirania alemã quando os exér- determinam o agir moral e levam à produção do bem na sociedade
citos Aliados abriram os campos de concentração na Alemanha e humanista integral.
nos países por ela ocupados, encontrando prisioneiros famintos, Moraes24 lembra que a Declaração de 1948 foi a mais impor-
doentes e brutalizados, além de milhões de corpos dos judeus, po- tante conquista no âmbito dos direitos humanos fundamentais em
loneses, russos, ciganos, homossexuais e traidores do Reich em nível internacional, muito embora o instrumento adotado tenha
geral, que foram perseguidos, torturados e mortos20. sido uma resolução, não constituindo seus dispositivos obriga-
Vale ressaltar a constituição de um órgão que foi o responsá- ções jurídicas dos Estados que a compõem. O fato é que desse
vel por redigir o primeiro documento de relevância internacional documento se originaram muitos outros, nos âmbitos nacional e
abrangendo a questão dos direitos humanos. Em 26 de junho de internacional, sendo que dois deles praticamente repetem e por-
1945 foi assinada a carta de organização das Nações Unidas, que menorizam o seu conteúdo, quais sejam: o Pacto Internacional dos
tem por fundamento o princípio da igualdade soberana de todos os Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Eco-
estados que buscassem a paz, possuindo uma Assembleia Geral, nômicos, Sociais e Culturais, ambos de 1966.
um Conselho de Segurança, uma Secretaria, em Conselho Econô- Ainda internacionalmente, após os pactos mencionados, vá-
mico e Social, um Conselho de Mandatos e um Tribunal Interna- rios tratados internacionais surgiram. Nesta linha, Piovesan25
cional de Justiça21. apontou os seguintes documentos: Convenção Internacional sobre
Entre 20 de novembro de 1945 e 1º de outubro de 1946 rea- a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, Con-
lizou-se o Tribunal de Nuremberg, ao qual foram submetidos a venção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação
julgamento os principais líderes nazistas, o principal argumento contra a Mulher, Convenção sobre os Direitos da Criança, Con-
levantado foi o de que todas as ações praticadas foram baseadas venção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Convenção
em ordens superiores, todas dotadas de validade jurídica perante contra a Tortura, etc.
a Constituição. Explica Lafer22: “No plano do Direito, uma das Ao lado do sistema global surgiram os sistemas regionais de
maneiras de assegurar o primado do movimento foi o amorfismo proteção, que buscam internacionalizar os direitos humanos no
jurídico da gestão totalitária. Este amorfismo reflete-se tanto em plano regional, em especial na Europa, na América e na África26.
Resultou deste processo a Convenção Americana de Direitos Hu-
19 KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed.
Tradução João Baptista Machado. São Paulo: Martins 23 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e
Fontes, 2003. a lei natural. 3. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio
20 BURNS, Edward McNall. História da civiliza- Editora, 1967.
ção ocidental: do homem das cavernas às naves espa- 24 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos
ciais. 43. ed. Atualização Robert E. Lerner e Standisch fundamentais: teoria geral, comentários aos artigos 1º
Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2. a 5º da Constituição da República Federativa do Brasil,
21 BURNS, Edward McNall. História da civiliza- doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997.
ção ocidental: do homem das cavernas às naves espa- 25 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Di-
ciais. 43. ed. Atualização Robert E. Lerner e Standisch reito Constitucional Internacional. 9. ed. São Paulo:
Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2. Saraiva, 2008.
22 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos 26 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Di-
humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah reito Constitucional Internacional. 9. ed. São Paulo:
Arendt. São Paulo: Cia. das Letras, 2009. Saraiva, 2008.

Didatismo e Conhecimento 96
NOÇÕES DE DIREITO
manos (Pacto de São José da Costa Rica) de 1969. O direito natural, na sua formulação clássica, não é um con-
No âmbito nacional, destacam-se as positivações nos textos junto de normas paralelas e semelhantes às do direito positivo, e
das Constituições Federais. Afinal, como explica Lafer27, a afir- sim o fundamento deste direito positivo, sendo formado por nor-
mação do jusnaturalismo moderno de um direito racional, univer- mas que servem de justificativa a este, por exemplo: “deve se fazer
salmente válido, gerou implicações relevantes na teoria constitu- o bem”, “dar a cada um o que lhe é devido”, “a vida social deve ser
cional e influenciou o processo de codificação a partir de então. conservada”, “os contratos devem ser observados” etc.30
Embora muitos direitos humanos também se encontrem nos textos Em literatura, destaca-se a obra do filósofo Sófocles31 intitula-
constitucionais, aqueles não positivados na Carta Magna também da Antígona, na qual a personagem se vê em conflito entre seguir
possuem proteção porque o fato de este direito não estar assegura- o que é justo pela lei dos homens em detrimento do que é justo por
do constitucionalmente é uma ofensa à ordem pública internacio- natureza quando o rei Creonte impõe que o corpo de seu irmão não
nal, ferindo o princípio da dignidade humana. seja enterrado porque havia lutado contra o país. Neste sentido,
a personagem Antígona defende, ao ser questionada sobre o des-
ASPECTOS GERAIS; cumprimento da ordem do rei: “sim, pois não foi decisão de Zeus;
Na atualidade, a primeira noção que vem à mente quando se e a Justiça, a deusa que habita com as divindades subterrâneas, ja-
fala em direitos humanos é a dos documentos internacionais que os mais estabeleceu tal decreto entre os humanos; tampouco acredito
consagram, aliada ao processo de transposição para as Constitui- que tua proclamação tenha legitimidade para conferir a um mortal
ções Federais dos países democráticos. Contudo, é possível apro- o poder de infringir as leis divinas, nunca escritas, porém irrevogá-
fundar esta noção se tomadas as raízes históricas e filosóficas dos veis; não existem a partir de ontem, ou de hoje; são eternas, sim! E
direitos humanos, as quais serão abordadas em detalhes adiante, ninguém pode dizer desde quando vigoram! Decretos como o que
acrescentando-se que existem direitos inatos ao homem indepen- proclamaste, eu, que não temo o poder de homem algum, posso
dentemente de previsão expressa por serem elementos essenciais violar sem merecer a punição dos deuses! [...]”.
na construção de sua dignidade. O desrespeito às normas de direito natural - e porque não di-
Logo, um conceito preliminar de direitos humanos pode ser zer de direitos humanos - leva à invalidade da norma que assim o
estabelecido: direitos humanos são aqueles inerentes ao homem preveja (Ex: autorizar a tortura para fins de investigação penal e
enquanto condição para sua dignidade que usualmente são des- processual penal não é simplesmente inconstitucional, é mais que
critos em documentos internacionais para que sejam mais segura- isso, por ser inválida perante a ordem internacional de garantia de
mente garantidos. A conquista de direitos da pessoa humana é, na direitos naturais/humanos uma norma que contrarie a dignidade
verdade, uma busca da dignidade da pessoa humana. inerente ao homem sob o aspecto da preservação de sua vida e
O direito natural se contrapõe ao direito positivo, localizado integridade física e moral).
no tempo e no espaço: tem como pressuposto a ideia de imutabi- Enfim, quando questões inerentes ao direito natural passam a
lidade de certos princípios, que escapam à história, e a universali- ser colocadas em textos expressos tem-se a formação de um con-
dade destes princípios transcendem a geografia. A estes princípios, ceito contemporâneo de direitos humanos. Entre outros documen-
que são dados e não postos por convenção, os homens têm aces- tos a partir dos quais tal concepção começou a ganhar forma, des-
so através da razão comum a todos (todo homem é racional), e tacam-se: Magna Carta de 1215, Bill of Rights ao final do século
são estes princípios que permitem qualificar as condutas humanas XVII e Constituições da Revolução Francesa de 1789 e Americana
como boas ou más, qualificação esta que promove uma contínua de 1787. No entanto, o documento que constitui o marco mais sig-
vinculação entre norma e valor e, portanto, entre Direito e Moral.28 nificativo para a formação de uma concepção contemporânea de
As premissas dos direitos humanos se encontram no conceito direitos humanos é a Declaração Universal de Direitos Humanos
de lei natural. Lei natural é aquela inerente à humanidade, inde- de 1948. Após ela, muitos outros documentos relevantes surgiram,
pendentemente da norma imposta, e que deve ser respeitada acima como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e Pacto
de tudo. O conceito de lei natural foi fundamental para a estrutu- Internacional de Direitos Humanos, Sociais e Culturais, ambos de
ração dos direitos dos homens, ficando reconhecido que a pessoa 1966, além da Convenção Interamericana de Direitos Humanos
humana possui direitos inalienáveis e imprescritíveis, válidos em (Pacto de São José da Costa Rica) de 1969, entre outros.
qualquer tempo e lugar, que devem ser respeitados por todos os Os direitos humanos possuem as seguintes características
Estados e membros da sociedade. O direito natural é, então, co- principais:
mum a todos e, ligado à própria origem da humanidade, representa 1) Historicidade: os direitos humanos possuem antecedentes
um padrão geral, funcionando como instrumento de validação das históricos relevantes e, através dos tempos, adquirem novas pers-
ordens positivas29. pectivas. Nesta característica se enquadra a noção de dimensões
de direitos.
2) Universalidade: os direitos humanos pertencem a todos e
por isso se encontram ligados a um sistema global (ONU), o que
impede o retrocesso.

27 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálo-


go com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras,
2009.
28 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o 30 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito. 26. ed. São
pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras, 2009. Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
29 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o 31 SÓFOCLES. Édipo rei / Antígona. Tradução Jean Melville. São Paulo: Mar-
pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras, 2009. tin Claret, 2003.

Didatismo e Conhecimento 97
NOÇÕES DE DIREITO
3) Inalienabilidade: os direitos humanos não possuem conteú- iConforme evoluíram as chamadas dimensões dos direitos hu-
do econômico-patrimonial, logo, são intransferíveis, inegociáveis manos tais bens jurídicos fundamentais adquiriram novas verten-
e indisponíveis, estando fora do comércio, o que evidencia uma tes, saindo de uma noção individualista e chegando a uma coletiva,
limitação do princípio da autonomia privada. de modo que a própria finalidade dos direitos humanos adquiriu
4) Irrenunciabilidade: direitos humanos não podem ser renun- nova compreensão, deixando de ser preservar apenas o indivíduo
ciados pelo seu titular devido à fundamentalidade material destes e passando a envolver a manutenção da sociedade sustentável. A
direitos para a dignidade da pessoa humana. teoria das dimensões de direitos humanos foi identificada por Ka-
5) Inviolabilidade: direitos humanos não podem deixar de ser rel Vasak.
observados por disposições infraconstitucionais ou por atos das É pacífico que as três primeiras dimensões de direitos humanos
autoridades públicas, sob pena de nulidades. envolvem: 1) direitos civis e políticos (LIBERDADE); 2) direitos
6) Indivisibilidade: os direitos humanos compõem um único sociais, econômicos e culturais (IGUALDADE MATERIAL); 3)
conjunto de direitos porque não podem ser analisados de maneira direitos ambientais e de solidariedade (FRATERNIDADE). Desta-
isolada, separada. ca-se que as três primeiras dimensões de direitos remetem ao lema
7) Imprescritibilidade: os direitos humanos não se perdem da Revolução Francesa: «Liberdade, igualdade, fraternidade».
com o tempo, não prescrevem, uma vez que são sempre exercíveis Em relação à primeira dimensão de direitos, inicialmente, de-
e exercidos, não deixando de existir pela falta de uso (prescrição). nota-se a afirmação dos direitos de liberdade, referente aos direitos
8) Complementaridade: os sistemas regionais descentralizam que tendem a limitar o poder estatal e reservar parcela dele para o
a ONU para respeitar a complementaridade, ou seja, os diferentes indivíduo (liberdade em relação ao Estado), sendo que posterior-
elementos de base cultural, religiosa e social das diversas regiões. mente despontam os direitos políticos, relativos às liberdades posi-
9) Interdependência: as dimensões de direitos humanos apre- tivas no sentido de garantir uma participação cada vez mais ampla
sentam uma relação orgânica entre si, logo, a dignidade da pessoa dos indivíduos no poder político (liberdade no Estado). Os dois
humana deve ser buscada por meio da implementação mais eficaz movimentos que levaram à afirmação dos direitos de primeira di-
e uniforme das liberdades clássicas, dos direitos sociais, econômi- mensão, que são os direitos de liberdade e os direitos políticos, fo-
cos e de solidariedade como um todo único e indissolúvel. ram a Revolução Americana, que culminou na Declaração de Vir-
10) Efetividade: para dar efetividade aos direitos humanos a gínia (1776), e a Revolução Francesa, cujo documento essencial
ONU se subdivide, isto é, o tratamento é global mas certas áreas foi a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789)32.
irão cuidar de determinados direitos de suas regiões. Além disso, Quanto à segunda dimensão, foram proclamados os direitos
há uma descentralização para os sistemas regionais para preservar sociais, expressando o amadurecimento das novas exigências
a complementaridade, sem a qual não há efetividade. Reflete tal como as de bem-estar e igualdade material (liberdade por meio
característica a aplicabilidade imediata dos direitos humanos pre- do Estado). Durante a Revolução Industrial tomaram proporção
vista no art. 5°, §1° da Constituição Federal. os direitos de segunda dimensão, que são os direitos sociais, re-
11) Relatividade: o princípio da relatividade dos direitos hu- fletindo a busca do trabalhador por condições dignas de trabalho,
manos possui dois sentidos: por um, o multiculturalismo existente remuneração adequada, educação e assistência social em caso de
no globo impede que a universalidade se consolide plenamente, invalidez ou velhice, garantindo o amparo estatal à parte mais fra-
de forma que é preciso levar em consideração as culturas locais ca da sociedade.33
para compreender adequadamente os direitos humanos; por outro, Ao lado dos direitos sociais, chamados de segunda geração,
os direitos humanos não podem ser utilizados como um escudo emergiram os chamados direitos de terceira geração, que consti-
para práticas ilícitas ou como argumento para afastamento ou di- tuem uma categoria ainda heterogênea e vaga, mas que concentra
minuição da responsabilidade por atos ilícitos, assim os direitos na reivindicação do direito de viver num ambiente sem poluição.34
humanos não são ilimitados e encontram seus limites nos demais
direitos igualmente consagrados como humanos.
A finalidade primordial dos direitos humanos é garantir que
a dignidade do homem não seja violada, estabelecendo um rol
de bens jurídicos fundamentais que merecem proteção ineren-
tes, basicamente, aos direitos civis (vida, segurança, propriedade
e liberdade), políticos (participação direta e indireta nas decisões
políticas), econômicos (trabalho), sociais (igualdade material, edu-
cação, saúde e bem-estar), culturais (participação na vida cultural)
e ambientais (meio ambiente saudável, sustentabilidade para as fu-
turas gerações). Percebe-se uma proximidade entre os direitos hu-
manos e os direitos fundamentais do homem, o que ocorre porque
o valor da pessoa humana na qualidade de valor-fonte da ordem
de vida em sociedade fica expresso juridicamente nestes direitos
fundamentais do homem.
32 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso La-
fer. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
33 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer.
9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
34 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer.
9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

Didatismo e Conhecimento 98
NOÇÕES DE DIREITO
A doutrina não é pacífica no que tange à definição de dimen- Contemporaneamente, o regime que mais se aproxima dos
sões posteriores de direitos humanos. Para Bobbio35 - e a maioria ideais de uma democracia direta é a democracia semidireta da Suí-
da doutrina - os chamados direitos de quarta dimensão se referem ça. Uma democracia semidireta é um regime de democracia em
aos efeitos traumáticos da evolução da pesquisa biológica, que que existe a combinação de representação política com formas de
permitirá a manipulação do patrimônio genético do indivíduo de democracia direta.
modo cada vez mais intenso; enquanto que Bonavides36 defende Cidadania é um conceito ligado ao de democracia, uma vez
que são de quarta dimensão os direitos inerentes à globalização que somente no Estado Democrático há espaço para aquele que
política. Bonavides37 também diverge ao falar de uma quinta di- é cidadão, ou seja, apenas nele que certos membros da população
mensão composta pelo direito à paz, o qual foi colocado por Vasak aos quais são conferidos direitos políticos participam direta ou in-
na terceira dimensão. Autores do direito eletrônico como Peck38 diretamente das decisões políticas estatais.
e Olivo39 entendem que ele seria a quinta dimensão dos direitos Em resumo, é preciso tomar alguns conceitos correlatos:
humanos, envolvendo o direito de acesso e convivência num am- a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga um
biente salutar no ciberespaço. indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele passe a
Em resumo, as dimensões de direitos humanos se referem às integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de direitos e
mudanças de paradigmas quanto aos bens jurídicos que deveriam obrigações.
ser considerados fundamentais ao homem. Embora todo direito b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado, unidas
humano seja imutável, isso não significa que o processo interpre- pelo vínculo da nacionalidade.
tativo não possa evoluir e, com isso, se reconhecer que um novo c) População: conjunto de pessoas residentes no Estado, na-
aspecto da dignidade humana merece ampla proteção. cionais ou não.
Nesta linha, numa moderna concepção de direitos humanos, Cidadão, por sua vez, é o nacional, isto é, aquele que possui
conceitos que frequentemente são associados a estes são democra- o vínculo político-jurídico da nacionalidade com o Estado, que
cia e cidadania, de forma que viver num Estado Democrático de goza de direitos políticos, ou seja, que pode votar e ser votado.
Direito é um pressuposto para o livre exercício dos direitos inatos Na Constituição Federal brasileira tais direitos políticos se encon-
ao homem. tram previstos nos artigos 14 e 15, merecendo destaque o caput do
Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime de governo artigo 14:
em que o poder de tomar decisões políticas está com os cidadãos, Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio uni-
de forma direta (quando um cidadão se reúne com os demais e, versal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e,
juntos, eles tomam a decisão política) ou indireta (quando ao ci- nos termos da lei, mediante:
dadão é dado o poder de eleger um representante). Uma democra- I - plebiscito;
cia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, II - referendo;
republicano ou monárquico - somente importa que seja dado aos III - iniciativa popular.
cidadãos o poder de tomar decisões políticas (por si só ou por seu Pelo artigo, denota-se que a democracia brasileira adota a
representante eleito). modalidade semidireta, porque possibilita a participação popular
ATENÇÃO: a principal classificação das democracias é a que direta no poder por intermédio de processos como o plebiscito,
distingue a direta da indireta - a) direta, também chamada de pura, o referendo e a iniciativa popular. Como são hipóteses restritas,
na qual o cidadão expressa sua vontade por voto direto e individual pode-se afirmar que a democracia indireta é predominantemente
em casa questão relevante; b) indireta, também chamada repre- adotada no Brasil, por meio do sufrágio universal e do voto direto
sentativa, em que os cidadãos exercem individualmente o direi- e secreto com igual valor para todos.
to de voto para escolher representante(s) e aquele(s) que for(em) Sufrágio universal é o direito de todos cidadãos de votar e ser
mais escolhido(s) representa(m) todos os eleitores. votado. O voto, que é o ato pelo qual se exercita o sufrágio, deverá
A democracia direta tornou-se cada vez mais difícil, conside- ser direto e secreto.
rado o grande número de cidadãos, de modo que a regra é a demo- O que diferencia o plebiscito do referendo é o momento da
cracia indireta. Na Grécia Antiga se encontra um raro exemplo de consulta à população: no plebiscito, primeiro se consulta a popula-
democracia direta, que somente era possível porque embora a po- ção e depois se toma a decisão política; no referendo, primeiro se
pulação fosse grande, a maioria dela não era composta de pessoas toma a decisão política e depois se consulta a população.
consideradas como cidadãs, como mulheres, escravos e crianças, Na iniciativa popular, confere-se à população o poder de apre-
e somente os cidadãos tinham direito de participar do processo sentar projeto de lei à Câmara dos Deputados, mediante assinatura
democrático. de 1% do eleitorado nacional, distribuído por 5 Estados ao menos,
com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles (art. 61,
35 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer.
9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
§2°, CF).
36 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. ed. Compreendidos os aspectos centrais dos conceitos de demo-
São Paulo: Malheiros, 2011. cracia e cidadania, os quais se ligam à moderna concepção de di-
37 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. ed. reitos humanos, encerra-se abordando o princípio da dignidade da
São Paulo: Malheiros, 2011. pessoa humana, outro conceito que é intrínseco aos direitos huma-
38 PECK, Patrícia. Direito digital. São Paulo: Saraiva, 2002. nos, uma vez que todos os direitos que possuem tal natureza gravi-
39 OLIVO, Luís Carlos Cancellier de. Os “novos” direitos en- tam em torno deste princípio, de modo que não sendo assegurado
quanto direitos públicos virtuais na sociedade da informação. In:
WOLKMER, Antônio Carlos; LEITE, José Rubens Morato (Org.). Os
o direito em questão há violação de um dos aspectos da dignidade
“novos” direitos no Brasil: natureza e perspectivas. São Paulo: Saraiva, da pessoa humana.
2003.

Didatismo e Conhecimento 99
NOÇÕES DE DIREITO
Basicamente, é como se a dignidade da pessoa humana fosse - O documento que constitui o marco mais significativo para a
uma qualidade inerente ao ser humano que resta presente quando a formação de uma concepção contemporânea de direitos humanos é
ele são garantidos todos os seus direitos humanos. a Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, refletindo a
Segundo Vieira40, “o papel fundamental da razão é habilitar chamada internacionalização dos direitos humanos. Enfim, pela
o ser humano a construir parâmetros morais, como a concepção primeira vez foi elaborado um documento de abrangência interna-
de que as pessoas devem ser tratadas com dignidade, pelo simples cional que reconhecesse expressamente todos os direitos inerentes
fato de serem pessoas; de que não podem ser tratadas como meios á humanidade, sem os quais ela é tolhida de sua dignidade. O an-
ou meros instrumentos na realização dos nossos desejos e anseios tecedente histórico deste documento foi, notadamente, a 2ª Guerra
próprios, que devem ser respeitados”. Mundial, com seus regimes totalitários fascistas, como o nazismo.
A dignidade da pessoa humana engloba um conjunto de as- - Foi constituído um órgão após a 2ª Guerra Mundial visando
pectos da vida humana a cada qual se liga um tipo de direito huma- impedir incidentes futuros semelhantes e garantir a paz mundial,
no: abrange questões físicas e psíquicas. Tamanha a sua relevância o qual foi o responsável por redigir a Declaração de 1948. Em 26
que se encontra previsto na Constituição Federal em seu artigo 1°, de junho de 1945 foi assinada a carta de Organização das Nações
III, na qualidade de um fundamento da República Federativa do Unidas (ONU), que tem por fundamento o princípio da igualdade
Brasil. soberana de todos os estados que buscassem a paz, possuindo uma
Em suma, a dignidade da pessoa humana identifica um espaço Assembleia Geral, um Conselho de Segurança, uma Secretaria, em
de integridade moral a ser assegurado a todas as pessoas por sua Conselho Econômico e Social, um Conselho de Mandatos e um
só existência no mundo, relacionando-se com a liberdade e com os Tribunal Internacional de Justiça.
valores do espírito, expressando um valor civilizatório incorpora- - No dia 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das
do ao patrimônio da humanidade e tendo em seu núcleo o mínimo Nações Unidas elaborou a Declaração Universal dos Direitos Hu-
existencial.41 manos. Moraes43 lembra que a Declaração de 1948 foi a mais im-
portante conquista no âmbito dos direitos humanos fundamentais
A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS em nível internacional, muito embora o instrumento adotado tenha
DIREITOS HUMANOS. sido uma resolução, não constituindo seus dispositivos obriga-
ções jurídicas dos Estados que a compõem. Em outras palavras,
- Os graves eventos que ocorreram durante a guerra baseados a Declaração em si não possui conteúdo coativo em relação aos
no ideário positivista, notadamente o extermínio de milhões de ci- Estados-partes, mas seus princípios se refletem em outros tratados
vis, numa ideologia antissemita positivada na Constituição alemã internacionais que o possuem.
que autorizava tais atos, fez com que este arcabouço teórico caísse - O fato é que desse documento se originaram muitos outros,
por terra. Passou a ser necessário o resgate do conteúdo moral no nos âmbitos nacional e internacional, sendo que dois deles prati-
Direito, deixando claro que existem direitos inerentes ao homem camente repetem e pormenorizam o seu conteúdo, quais sejam: o
que não podem ser violados. Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Inter-
No passado, tal tarefa era desempenhada pelo chamado di- nacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. No âmbito
reito natural, que se contrapõe ao direito positivo, localizado no regional, entre outros, a Convenção Interamericana de Direitos
tempo e no espaço: tem como pressuposto a ideia de imutabilidade Humanos. No âmbito nacional, destacam-se as positivações nos
de certos princípios, que escapam à história, e a universalidade textos das Constituições Federais.
destes princípios transcendem a geografia. Como visto, a estes
princípios, que são dados e não postos por convenção, os homens Adotada e proclamada pela Resolução n° 217 A (III) da  As-
têm acesso através da razão comum a todos (todo homem é racio- sembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948
nal), e são estes princípios que permitem qualificar as condutas Preâmbulo
humanas como boas ou más, qualificação esta que promove uma - O preâmbulo é um elemento comum em textos constitucio-
contínua vinculação entre norma e valor e, portanto, entre Direito nais. Em relação ao preâmbulo constitucional, Jorge Miranda44
e Moral.42 define: “[...] proclamação mais ou menos solene, mais ou menos
Entretanto, as normas de direito natural não eram declaradas significante, anteposta ao articulado constitucional, não é compo-
expressamente em nenhum documento, além do que geralmente nente necessário de qualquer Constituição, mas tão somente um
apareciam vinculadas a conceitos religiosos. Nisto se diferenciam elemento natural de Constituições feitas em momentos de ruptura
das normas de direitos humanos, que refletem a concepção con- histórica ou de grande transformação político-social”.
temporânea de direito natural.

40 VIEIRA, Oscar Vilhena. Direitos fundamentais: uma leitura


da jurisprudência do STF. São Paulo: Malheiros, 2006. 43 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais:
41 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e Aplicação da teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da Repú-
Constituição. São Paulo: Saraiva, 2003. blica Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas,
42 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um 1997.
diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das 44 MIRANDA, Jorge (Coord.). Estudos sobre a constituição.
Letras, 2009. Lisboa: Petrony, 1978.

Didatismo e Conhecimento 100


NOÇÕES DE DIREITO
Do conceito do autor é possível extrair elementos para definir Considerando que os Estados-Membros se comprometeram
o que representam os preâmbulos em documentos internacionais: a desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito
proclamação dotada de certa solenidade e significância que ante- universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a ob-
cede o texto do documento internacional e, embora não seja um servância desses direitos e liberdades,
elemento necessário a ele, merece ser considerada porque reflete Considerando que uma compreensão comum desses direitos e
o contexto de ruptura histórica e de transformação político-social liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento
que levou à elaboração do documento como um todo. No caso desse compromisso,
da Declaração de 1948 ficam evidentes os antecedentes históricos - Todos os países que fazem parte da Organização das Nações
inerentes às Guerras Mundiais. Unidas, tanto os 51 membros fundadores quanto os que ingressa-
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a ram posteriormente (basicamente, todos demais países do mundo),
todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e totalizando 193, assumiram o compromisso de cumprir a Carta da
inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no ONU, documento que a fundou e que traz os princípios condutores
mundo, da ação da organização.
- O princípio da dignidade da pessoa humana, pelo qual todos A Assembléia  Geral proclama
os seres humanos são dotados da mesma dignidade e para que ela A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como
seja preservada é preciso que os direitos inerentes à pessoa hu- o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações,
mana sejam garantidos, já aparece no preâmbulo constitucional, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade,
sendo guia de todo documento. tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do
- Denota-se, ainda, a característica da inalienabilidade dos di- ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos
reitos humanos, pela qual os direitos humanos não possuem con- e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter
teúdo econômico-patrimonial, logo, são intransferíveis, inegociá- nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e
veis e indisponíveis, estando fora do comércio, o que evidencia a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos
uma limitação do princípio da autonomia privada. próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos sob sua jurisdição.
humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciên- - A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo das Na-
cia da Humanidade e que o advento de um mundo em que os ho- ções Unidas, no qual há representatividade de todos os membros e
mens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de por onde passam inúmeros tratados internacionais.
viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a Artigo I
mais alta aspiração do homem comum, Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direi-
- A humanidade nunca irá esquecer das imagens vistas quando tos. São dotadas de razão  e consciência e devem agir em relação
da abertura dos campos de concentração nazistas, nos quais os ca- umas às outras com espírito de fraternidade.
dáveres esqueléticos do que não eram considerados seres humanos - O primeiro artigo da Declaração é altamente representativo,
perante aquele regime político se amontoavam. Aquelas pessoas trazendo diversos conceitos chaves de todo o documento:
não eram consideradas iguais às demais por possuírem alguma ca- a) Princípios da universalidade, presente na palavra todos, que
racterística, crença ou aparência que o Estado não apoiava. Daí a se repete no documento inteiro, pelo qual os direitos humanos per-
importância de se atentar para os antecedentes históricos e com- tencem a todos e por isso se encontram ligados a um sistema global
preender a igualdade de todos os homens, independentemente de (ONU), o que impede o retrocesso.
qualquer fator. b) Princípio da dignidade da pessoa humana: a dignidade é um
Considerando essencial que os direitos humanos sejam prote- atributo da pessoa humana, segundo o qual ela merece todo o res-
gidos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compe- peito por parte dos Estados e dos demais indivíduos, independen-
lido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão, temente de qualquer fator como aparência, religião, sexualidade,
- Por todo o mundo se espalharam, notadamente durante a Se- condição financeira. Todo ser humano é digno e, por isso, possui
gunda Guerra Mundial, regimes totalitários altamente opressivos, direitos que visam garantir tal dignidade.
não só por parte das Potências do Eixo (Alemanha, Itália, Japão), c) Dimensões de direitos humanos: tradicionalmente, os direi-
mas também no lado dos Aliados (Rússia e o regime de Stálin). tos humanos dividem-se em três dimensões, cada qual representa-
Considerando essencial promover o desenvolvimento de rela- tiva de um momento histórico no qual se evidenciou a necessidade
ções amistosas entre as nações, de garantir direitos de certa categoria. A primeira dimensão, pre-
- Depois de duas grandes guerras a humanidade conseguiu sente na expressão livres, refere-se aos direitos civis e políticos, os
perceber o quanto era prejudicial não manter relações amistosas quais garantem a liberdade do homem no sentido de não ingerência
entre as nações, de forma que o ideal de paz ganhou uma nova estatal e de participação nas decisões políticas, evidenciados his-
força. toricamente com as Revoluções Americana e Francesa. A segunda
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, dimensão, presente na expressão iguais, refere-se aos direitos eco-
na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade nômicos, sociais e culturais, os quais garantem a igualdade mate-
e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos ho- rial entre os cidadãos exigindo prestações positivas estatais nesta
mens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social direção, por exemplo, assegurando direitos trabalhistas e de saúde,
e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, possuindo como antecedente histórico a Revolução Industrial.

Didatismo e Conhecimento 101


NOÇÕES DE DIREITO
A terceira dimensão, presente na expressão fraternidade, refe- - O sistema de proteção de direitos humanos estabelecido no
re-se ao necessário olhar sobre o mundo como um lugar de todos, âmbito da Organização das Nações Unidas é global, razão pela
no qual cada qual deve reconhecer no outro seu semelhante, digno qual não cabe o seu desrespeito em qualquer localidade do mundo.
de direitos, olhar este que também se lança para as gerações futu- Por isso, um estrangeiro que visite outro país não pode ter seus
ras, por exemplo, com a preservação do meio ambiente e a garan- direitos humanos violados, independentemente da Constituição
tia da paz social, sendo o marco histórico justamente as Guerras daquele país nada prever a respeito dos direitos dos estrangeiros.
Mundiais.45 A pessoa humana não perde tal caráter apenas por sair do territó-
Artigo II rio de seu país. Em outras palavras, denota-se uma das facetas do
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liber- princípio da universalidade.
dades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer Artigo  VII
espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,  religião, opinião política Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer dis-
ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nasci- tinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção
mento, ou qualquer outra condição.  contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e
- Reforça-se o princípio da igualdade, bem como o da digni- contra qualquer incitamento a tal discriminação.
dade da pessoa humana, de forma que todos seres humanos são - Um dos desdobramentos do princípio da igualdade refere-se
iguais independentemente de qualquer condição, possuindo os à igualdade perante à lei. Toda lei é dotada de caráter genérico e
mesmos direitos visando a preservação de sua dignidade. abstrato que evidencia não aplicar-se a uma pessoa determinada,
Artigo III mas sim a todas as pessoas que venham a se encontrar na situação
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança por ela descrita. Não significa que a legislação não possa estabele-
pessoal. cer, em abstrato, regras especiais para um grupo de pessoas desfa-
Segundo Lenza46, “abrange tanto o direito de não ser morto, vorecido socialmente, direcionando ações afirmativas, por exem-
privado da vida, portanto, direito de continuar vivo, como também plo, aos deficientes, às mulheres, aos pobres - no entanto, todas
o direito de ter uma vida digna”. Na primeira esfera, enquadram-se estas ações devem respeitar a proporcionalidade e a razoabilidade
questões como pena de morte, aborto, pesquisas com células-tron- (princípio da igualdade material).
co, eutanásia, entre outras polêmicas. Na segunda esfera, notam- Artigo VIII
se desdobramentos como a proibição de tratamentos indignos, a Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais com-
exemplo da tortura, dos trabalhos forçados, etc. petentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos funda-
Artigo IV mentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escra- - Não basta afirmar direitos, é preciso conferir meios para
vidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas garanti-los. Ciente disto, a Declaração traz aos Estados-partes o
formas.  dever de estabelecer em suas legislações internas instrumentos
- A abolição da escravidão foi uma luta histórica em todo o para proteção dos direitos humanos. Geralmente, nos textos cons-
globo. Seria totalmente incoerente quanto aos princípios da liber- titucionais são estabelecidos os direitos fundamentais e os instru-
dade, da igualdade e da dignidade se admitir que um ser humano mentos para protegê-los, por exemplo, o habeas corpus serve à
pudesse ser submetido ao outro, ser tratado como coisa. O ser hu- proteção do direito à liberdade de locomoção.
mano não possui valor financeiro e nem serve ao domínio de outro, Artigo IX
razão pela qual a escravidão não pode ser aceita. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo V - Prisão e detenção são formas de impedir que a pessoa saia de
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou cas- um estabelecimento sob tutela estatal, privando-a de sua liberdade
tigo cruel, desumano ou degradante. de locomoção. Exílio é a expulsão ou mudança forçada de uma
- Tortura é a imposição de dor física ou psicológica por cruel- pessoa do país, sendo assim também uma forma de privar a pessoa
dade, intimidação, punição, para obtenção de uma confissão, in- de sua liberdade de locomoção em um determinado território. Ne-
formação ou simplesmente por prazer da pessoa que tortura. A nhuma destas práticas é permitida de forma arbitrária, ou seja, sem
tortura é uma espécie de tratamento ou castigo cruel, desumano o respeito aos requisitos previstos em lei.
ou degradante. A Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e Artigo X
Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência
(Resolução n° 39/46 da Assembleia Geral das Nações Unidas) foi justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial,
estabelecida em 10 de dezembro de 1984 e ratificada pelo Brasil para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qual-
em 28 de setembro de 1989. quer acusação criminal contra ele.
Artigo VI - Em outras palavras não é possível juízo ou tribunal de exce-
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reco- ção, ou seja, um juízo especialmente delegado para o julgamento
nhecida como pessoa perante a lei. do caso daquela pessoa. O juízo deve ser escolhido imparcialmen-
te, de acordo com as regras de organização judiciária que valem
para todos. Não obstante, o juízo deve ser independente, isto é,
poder julgar independentemente de pressões externas para que o
julgamento se dê num ou noutro sentido.
45 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer.
9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
46 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematiza-
do. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

Didatismo e Conhecimento 102


NOÇÕES DE DIREITO
O juízo também deve ser imparcial, não possuindo amizade - Silva48 entende que “o segredo da vida privada é condição de
ou inimizade em graus relevantes para com o acusado. Afinal, o di- expansão da personalidade”. “O direito à honra distancia-se leve-
reito à liberdade é consagrado e para que alguém possa ser privado mente dos dois anteriores, podendo referir-se ao juízo positivo que
dela por uma condenação criminal é preciso que esta se dê dentro a pessoa tem de si (honra subjetiva) e ao juízo positivo que dela
dos trâmites legais, sem violar direitos humanos do acusado. fazem os outros (honra objetiva), conferindo-lhe respeitabilidade
Artigo XI no meio social. O direito à imagem também possui duas conota-
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ções, podendo ser entendido em sentido objetivo, com relação à
ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido reprodução gráfica da pessoa, por meio de fotografias, filmagens,
provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe desenhos, ou em sentido subjetivo, significando o conjunto de
tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua de- qualidades cultivadas pela pessoa e reconhecidas como suas pelo
fesa. grupo social”49.
- O princípio da presunção de inocência ou não culpabilidade - O artigo também abrange a proteção ao domicílio, local no
liga-se ao direito à liberdade. Antes que ocorra a condenação cri- qual a pessoa deseja manter sua privacidade e pode desenvolver
minal transitada em julgado, isto é, processada até o último recurso sua personalidade; e à correspondência, enviada ao seu lar uni-
interposto pelo acusado, este deve ser tido como inocente. Durante camente para sua leitura e não de terceiros, preservando-se sua
o processo penal, o acusado terá direito ao contraditório e à ampla privacidade.
defesa, bem como aos meios e recursos inerentes a estas garantias, Artigo XIII
e caso seja condenado ao final poderá ser considerado culpado. A 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e resi-
razão é que o estado de inocência é inerente ao ser humano até que dência dentro das fronteiras de cada Estado.
ele viole direito alheio, caso em que merecerá sanção. - Não há limitações ao direito de locomoção dentro do próprio
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omis- Estado, nem ao direito de residir. Vale lembrar que a legislação
são que, no momento, não constituíam delito perante o direito na- interna pode estabelecer casos em que tal direito seja relativizado,
cional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte por exemplo, obrigando um funcionário público a residir no muni-
do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato cípio em que está sediado ou impedindo o ingresso numa área de
delituoso. interesse estatal.
- Evidencia-se o princípio da irretroatividade da lei penal in 2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive
pejus (para piorar a situação do acusado) pelo qual uma lei penal o próprio, e a este regressar.
elaborada posteriormente não pode se aplicar a atos praticados no - A nacionalidade é um direito humano, assim como a liberda-
passado - nem para um ato que não era considerado crime passar a de de locomoção. Destaca-se que o artigo não menciona o direito
ser, nem para que a pena de um ato que era considerado crime seja de entrar em qualquer país, mas sim o de deixá-lo.
aumentada. Evidencia não só o respeito à liberdade, mas também Artigo XIV
- e principalmente - à segurança jurídica. 1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procu-
Artigo XII rar e de gozar asilo em outros países. 
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na 2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição
sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos
à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
contra tais interferências ou ataques. - O direito de asilo serve para proteger uma pessoa perseguida
- A proteção aos direitos à privacidade e à personalidade se por suas opiniões políticas, situação racial, convicções religiosas
enquadra na primeira dimensão de direitos fundamentais no que ou outro motivo político em seu país de origem, permitindo que ela
tange à proteção à liberdade. Enfim, o exercício da liberdade le- requeira perante a autoridade de outro Estado proteção. Claro, não
ga-se também às limitações a este exercício: de que adianta ser se protege aquele que praticou um crime comum em seu país e fu-
plenamente livre se a liberdade de um interfere na liberdade - e nos giu para outro, caso em que deverá ser extraditado para responder
direitos inerentes a esta liberdade - do outro. pelo crime praticado.
- “O direito à intimidade representa relevante manifestação Artigo XV
dos direitos da personalidade e qualifica-se como expressiva prer- 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 
rogativa de ordem jurídica que consiste em reconhecer, em favor 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalida-
da pessoa, a existência de um espaço indevassável destinado a pro- de, nem do direito de mudar de nacionalidade.
tegê-la contra indevidas interferências de terceiros na esfera de sua - Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um indi-
vida privada”47. víduo a determinado Estado, fazendo com que ele passe a integrar
o povo daquele Estado, desfrutando assim de direitos e obrigações.
Não é aceita a figura do apátrida, o indivíduo que não possui ne-
nhuma nacionalidade.

48 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional posi-


tivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
47 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito cons- 49 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito cons-
titucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. titucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

Didatismo e Conhecimento 103


NOÇÕES DE DIREITO
- É possível mudar de nacionalidade nas situações previstas Artigo XIX
em lei, naturalizando-se como nacional de outro Estado que não Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão;
aquele do qual originalmente era nacional. Geralmente, a perma- este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e
nência no território do pais por um longo período de tempo dá de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quais-
direito à naturalização, abrindo mão da nacionalidade anterior para quer meios e independentemente de fronteiras.
incorporar a nova. - Silva53 entende que a liberdade de expressão pode ser vista
Artigo XVI sob diversos enfoques, como o da liberdade de comunicação, ou
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restri- liberdade de informação, que consiste em um conjunto de direitos,
ção de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair formas, processos e veículos que viabilizam a coordenação livre
matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em da criação, expressão e difusão da informação e do pensamento.
relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.  Contudo, o a manifestação do pensamento não pode ocorrer de
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno forma ilimitada.
consentimento dos nubentes. Artigo XX
- O casamento, como todas as instituições sociais, varia com 1. Toda pessoa tem direito à  liberdade de reunião e associa-
o tempo e os povos, que evoluem e adquirem novas culturas. Há ção pacíficas. 
quem o defina como um ato, outros como um contato. Basicamen- - O direito de reunião pode ser exercido independentemente
te, casamento é a união, devidamente formalizada conforme a lei, de autorização estatal, mas deve se dar de maneira pacífica, por
com a finalidade de construir família. A principal finalidade do ca- exemplo, sem utilização de armas.
samento é estabelecer a comunhão plena de vida, impulsionada 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associa-
pelo amor e afeição existente entre o casal e baseada na igualdade ção.
de direitos e deveres dos cônjuges e na mútua assistência.50 Não - Por sua vez, “a liberdade de associação para fins lícitos, ve-
é aceitável o casamento que se estabeleça à força para algum dos dada a de caráter paramilitar, é plena. Portanto, ninguém poderá
nubentes, sendo exigido o livre e pleno consentimento de ambos. ser compelido a associar-se e, uma vez associado, será livre, tam-
Artigo XVII bém, para decidir se permanece associado ou não”54.
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade Artigo XXI
com outros. 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente
- “Toda pessoa [...] tem direito à propriedade, podendo o or- escolhidos. 
denamento jurídico estabelecer suas modalidades de aquisição, 2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público
perda, uso e limites. O direito de propriedade, constitucionalmente do seu país. 
assegurado, garante que dela ninguém poderá ser privado arbitra- 3. A vontade do povo será a base  da autoridade do governo;
riamente [...]”51. O direito à propriedade se insere na primeira di- esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por
mensão de direitos humanos, garantindo que cada qual tenha bens sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que
materiais justamente adquiridos, respeitada a função social. assegure a liberdade de voto.
Artigo XVIII - Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime de gover-
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciên- no em que o poder de tomar decisões políticas está com os cida-
cia e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião dãos, de forma direta (quando um cidadão se reúne com os demais
ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, e, juntos, eles tomam a decisão política) ou indireta (quando ao
pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada cidadão é dado o poder de eleger um representante). Uma demo-
ou coletivamente, em público ou em particular. cracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentaris-
- Silva52 aponta que a liberdade de pensamento, que também ta, republicano ou monárquico - somente importa que seja dado
pode ser chamada de liberdade de opinião, é considerada pela dou- aos cidadãos o poder de tomar decisões políticas (por si só ou por
trina como a liberdade primária, eis que é ponto de partida de todas seu representante eleito), nos termos que este artigo da Declaração
as outras, e deve ser entendida como a liberdade da pessoa adotar prevê. A principal classificação das democracias é a que distingue
determinada atitude intelectual ou não, de tomar a opinião pública a direta da indireta - a) direta, também chamada de pura, na qual
que crê verdadeira. Tal opinião pública se refere a diversos aspec- o cidadão expressa sua vontade por voto direto e individual em
tos, entre eles religião e crença. casa questão relevante; b) indireta, também chamada represen-
- No que tange à exteriorização da liberdade de religião, ou tativa, em que os cidadãos exercem individualmente o direito de
seja, à liberdade de expressão religiosa, não é devida nenhuma per- voto para escolher representante(s) e aquele(s) que for(em) mais
seguição, assim como é garantido o direito de praticá-la em grupo escolhido(s) representa(m) todos os eleitores.
ou individualmente. - Não obstante, se introduz a dimensão do Estado Social, de
forma que ao cidadão é garantida a prestação de serviços públicos.
50 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 6. ed. Isto se insere na segunda dimensão de direitos humanos, referentes
São Paulo: Saraiva, 2009. v. 6. aos direitos econômicos, sociais e culturais - sem os quais não se
51 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: consolida a igualdade material.
teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da Repú-
blica Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 53 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional posi-
1997. tivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
52 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional posi- 54 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematiza-
tivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. do. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

Didatismo e Conhecimento 104


NOÇÕES DE DIREITO
Artigo XXII - Por mais que o trabalho seja um direito humano, nem so-
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à se- mente dele é feita a vida de uma pessoa. Desta forma, assegura-se
gurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela coo- horários livres para que a pessoa desfrute de momentos de lazer e
peração internacional e de acordo com a organização e recursos descanso, bem como impede-se a fixação de uma jornada de traba-
de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais in- lho muito exaustiva. São medidas que asseguram isto a previsão de
dispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua descanso semanal remunerado, a limitação do horário de trabalho,
personalidade. a concessão de férias remuneradas anuais, entre outras.
- Direitos econômicos, sociais e culturais compõem a segunda Artigo XXV
dimensão de direitos fundamentais. O Pacto internacional de Di- 1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de asse-
reitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966 é o documento que gurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação,
especifica e descreve tais direitos. de uma maneira geral, são direi- vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indis-
tos que não dependem puramente do indivíduo para a implementa- pensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença,
ção, exigindo prestações positivas estatais, geralmente externadas invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
por políticas públicas (escolhas políticas a respeito de áreas que subsistência fora de seu controle.    
necessitam de investimento maior ou menos para proporcionar - O ideal é que todas as pessoas possuam um padrão de vida
um bom índice de desenvolvimento social, diminuindo desigual- suficiente para garantir sua dignidade em todas as esferas: alimen-
dades). Entre outros direitos, envolvem o trabalho, a educação, a tação, vestuário, moradia, saúde, etc. Bem se sabe que é um obje-
saúde, a alimentação, a moradia, o lazer, etc. Como são inúmeras tivo constante do Estado Democrático de Direito proporcionar que
as áreas que necessitam de investimento estatal, naturalmente o pessoas cheguem o mais próximo possível - e cada vez mais - desta
atendimento a estes direitos se dá de maneira gradual. circunstância.
Artigo XXIII - Fala-se em segurança no sentido de segurança pública, de
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de em- dever do Estado de preservar a ordem pública e a incolumidade
prego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção das pessoas e do patrimônio público e privado55. Neste conceito
contra o desemprego. enquadra-se a seguridade social, na qual o Estado, custeado pela
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual coletividade e pelos cofres públicos, garante a manutenção finan-
remuneração por igual trabalho. ceira dos que por algum motivo não possuem condição de traba-
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração lhar.
justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e as-
uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se sistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.  matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles in- - A proteção da maternidade tem sentido porque sem isto o
gressar para proteção de seus interesses. mundo não continua. É preciso que as crianças sejam protegidas
- O trabalho é um instrumento fundamental para assegurar a com atenção especial para que se tornem adultos capazes de pro-
todos uma existência digna: de um lado por proporcionar a remu- porcionar uma melhora no planeta.
neração com a qual a pessoa adquirirá bens materiais para sua sub- Artigo XXVI
sistência, de outro por gerar por si só o sentimento de importância 1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gra-
para a sociedade por parte daquele que faz algo útil nela. No en- tuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instru-
tanto, a geração de empregos não se dá automaticamente, cabendo ção elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional
aos Estados desenvolverem políticas econômicas para diminuir os será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta ba-
índices de desemprego o máximo possível. seada no mérito.
- A remuneração é a retribuição financeira pelo trabalho rea- 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvi-
lizado. Nesta esfera também é necessário o respeito ao princípio mento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito
da igualdade, por não ser justo que uma pessoa que desempenhe pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A ins-
as mesmas funções que a outra receba menos por um fator exter- trução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre
no, característico dela, como sexo ou raça. No âmbito do serviço todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as
público é mais fácil controlar tal aspecto, mas são inúmeras as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 
empresas privadas que pagam menor salário a mulheres e que não 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de
chegam a ser levadas à justiça por isso. Não obstante, a remune- instrução que será ministrada a seus filhos.
ração deve ser suficiente para proporcionar uma existência digna, - O direito à educação deve ser garantido obrigatoriamente e
com o necessário para manter assegurados ao menos minimamente gratuitamente, no mínimo, até o ensino fundamental. O acesso a
todos os direitos humanos previstos na Declaração. cursos técnicos não são obrigatórios, mas devem ser disponibili-
- Os sindicatos são bastante comuns na seara trabalhista e, zados. Como o ensino superior é mais caro, o Estado deve criar
como visto, a todos é garantida a liberdade de associação, não po- sistemas de seleção para o ingresso conforme o mérito dos candi-
dendo ninguém ser impedido ou forçado a ingressar ou sair de um datos (vestibulares).
sindicato. - Nota-se que o conceito de educação é muito mais abrangente
Artigo XXIV que a mera alfabetização, envolvendo conteúdos voltados à forma-
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limita- ção da pessoa humana.
ção razoável das horas de trabalho e férias periódicas remune- 55 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematiza-
radas. do. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

Didatismo e Conhecimento 105


NOÇÕES DE DIREITO
Artigo XXVII colidiriam com os direitos das outras pessoas, os quais teriam que
1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida ser violados. Este é um dos sentidos do princípio da relatividade
cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do pro- dos direitos humanos - os direitos humanos não podem ser utiliza-
cesso científico e de seus benefícios.  dos como um escudo para práticas ilícitas ou como argumento para
2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais afastamento ou diminuição da responsabilidade por atos ilícitos,
e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária assim os direitos humanos não são ilimitados e encontram seus li-
ou artística da qual seja autor. mites nos demais direitos igualmente consagrados como humanos.
- Os conflitos que se dão entre a liberdade e a propriedade in- Isto vale tanto para os indivíduos, numa atitude perante os demais,
telectual se evidenciam, principalmente, sob o aspecto da liberda- quanto para os Estados, ao externar o compromisso global assumi-
de de expressão, na esfera específica da liberdade de comunicação do perante a ONU.
ou informação, que, nos dizeres de Silva56, “compreende a liber-
dade de informar e a liberdade de ser informado”. Sob o enfoque EXERCÍCIOS
do direito à liberdade e do direito de acesso à cultura, seria livre
a divulgação de toda e qualquer informação e o acesso aos dados 1. (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário)
disponíveis, independentemente da fonte ou da autoria. De outro Assinale a alternativa que contempla corretamente um direito ga-
lado, há o direito de propriedade intelectual, o qual possui um ca- rantido expressamente pela Constituição Federal.
ráter dualista: moral, que nunca prescreve porque o autor de uma a) Inviolabilidade do sigilo de correspondência e das comu-
obra nunca deixará de ser considerado como tal, e patrimonial, nicações telefônicas, salvo, no primeiro caso, por ordem judicial,
que prescreve, perdendo o autor o direito de explorar benefícios para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
econômicos de sua obra57. Cada vez mais esta dualidade entre di- b) Inviolabilidade do domicílio, impedindo que alguém nele
reitos se encontra em conflito, uma vez que a evolução tecnológica possa entrar sem consentimento do morador, salvo para prestar so-
trouxe meios para a cópia em massa de conteúdos protegidos pela corro, ou, durante o dia ou à noite, por determinação judicial.
propriedade intelectual. c) Livre exercício dos cultos religiosos e garantia, na forma da
Artigo XVIII lei, da proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional d) Direito de reunião pacífica, sem armas, em locais abertos
em que os direitos e  liberdades estabelecidos na presente Decla- ao público, desde que obtida prévia autorização do poder público e
ração possam ser plenamente realizados. desde que não frustre outra reunião anteriormente convocada para
- Como já destacado, o sistema de proteção dos direitos hu- o mesmo local.
manos tem caráter global e cada Estado que assumiu compromisso e) Manifestação livre do pensamento, com respectiva garantia
perante a ONU ao integrá-la deve garantir o respeito a estes direi- do anonimato.
tos no âmbito de seu território. Com isso, a pessoa estará numa R: C. Prevê o artigo 5°, VI, CF: “ é inviolável a liberdade de
ordem social e internacional na qual seus direitos humanos sejam consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
assegurados, preservando-se sua dignidade. cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
Artigo XXIX locais de culto e a suas liturgias”.
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que
o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 2. (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário)
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa es- Segundo o que estabelece a Carta Magna Brasileira, para que
tará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusiva- um tratado internacional seja considerado equivalente à emenda
mente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito constitucional, é necessário que
dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigên- a) seja assinado pelo Chefe do Poder Executivo, ratificado por
cias da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade ambas as Casas do Congresso Nacional e, independentemente da
democrática. sua matéria, que seja aprovado em dois turnos, por três quintos dos
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese algu- votos dos respectivos membros.
ma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das b) seja sobre direitos humanos e que tenha sido aprovado, em
Nações Unidas. cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
Artigo XXX dos votos dos respectivos membros.
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser inter- c) tenha sido aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional,
pretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pes- em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem-
soa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer bros, independentemente da matéria que ele trate.
ato destinado à destruição  de quaisquer dos direitos e liberdades d) seja devidamente aprovado pelo Congresso Nacional, rati-
aqui estabelecidos. ficado pelo Poder Executivo e incorporado à Constituição Federal,
- Nenhum direito humano é ilimitado: se o fossem, seria im- independentemente da matéria que ele trate.
possível garantir um sistema no qual todas as pessoas tivessem e) o Supremo Tribunal Federal reconheça a sua compatibili-
tais direitos plenamente respeitados, afinal, estes necessariamente dade com o texto constitucional por meio do julgamento de Ação
Declaratória da Constitucionalidade.
56 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional posi-
tivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
57 PAESANI, Liliana Minardi. Direito e Internet: liberdade de in-
formação, privacidade e responsabilidade civil. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2006.

Didatismo e Conhecimento 106


NOÇÕES DE DIREITO
R: B. Nesta linha, o artigo 5°, §3°, CF: “Os tratados e conven- Percebeu-se a necessidade de impedir que isto ocorresse no-
ções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, vamente e, para tanto, os direitos naturais ora consagrados desde
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três o início da história foram positivados, num movimento de laiciza-
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às ção e sistematização do Direito característico do mundo moderno,
emendas constitucionais”. formando uma ponte involuntária entre o jusnaturalismo e o posi-
tivismo jurídico.
3. (VUNESP - 2011 - TJM-SP - Oficial de Justiça) Determina
expressamente o inc. IX do art. 5.° da Constituição da República 5. (VUNESP - 2008 - DPE-MS - Defensor Público)
Federativa do Brasil, que é livre a expressão da atividade intelec- Com relação ao Tribunal Penal Internacional, é correto afir-
tual, artística, cientifica e de comunicação, mar que
a) mediante prévia obtenção de licença. a) a competência do Tribunal restringir-se-á ao julgamento
b) mediante prévia análise do órgão censor. dos crimes de genocídio e crimes contra a humanidade.
c) independentemente de censura ou licença. b) o Tribunal não terá jurisdição sobre pessoas que, à data da
d) mediante prévia aprovação por órgão catalogador. alegada prática do crime, não tenham ainda completado 21 anos
e) independentemente de censura com relação às três primei- de idade.
ras atividades e mediante licença com relação à última. c) os crimes da competência do Tribunal não prescrevem.
R: C. Nos termos do mencionado dispositivo “é livre a expres- d) o Tribunal só terá competência relativamente aos crimes
são da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, cometidos após 17.07.1998, data da sua criação.
independentemente de censura ou licença”. R: C. O artigo 29 do Estatuto de Roma, que institui o Tribunal
Penal Internacional, aduz que os delitos sob a jurisdição do Tribu-
4. (VUNESP - 2008 - DPE-MS - Defensor Público) Quando nal Penal Internacional são imprescritíveis.
se fala em direitos humanos, considerando sua historicidade, é cor-
reto dizer que:
a) somente passam a existir com as Declarações de Direitos DIREITO PENAL MILITAR: CRIME
elaboradas a partir da Revolução Gloriosa Inglesa de 1688. MILITAR: CONCEITO. DA VIOLÊNCIA
b) foram estabelecidos, pela primeira vez, por meio da Carta CONTRA SUPERIOR OU OFICIAL DE
Magna de 1215, que é a expressão maior da proteção dos Direitos
SERVIÇO. DO DESRESPEITO A SUPERIOR
do Homem em âmbito universal.
c) a concepção contemporânea de Direitos Humanos foi in-
E DO VILIPÊNDIO A SÍMBOLO NACIONAL
troduzida, em 1789, pela Declaração dos Direitos do Homem e do OU FARDA. DA COAÇÃO IRRESISTÍVEL E
Cidadão, fruto da Revolução Francesa. DA OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA.
d) a internacionalização dos Direitos Humanos surge a partir
do Pós-Guerra, como resposta às atrocidades cometidas durante o
nazismo.
R: D. Com a Declaração Universal dos Direitos Humanos PARTE GERAL
de 1948 se iniciou um processo de internacionalização dos direi- LIVRO ÚNICO
tos humanos porque ela foi o primeiro documento internacional TÍTULO I
a abordar os direitos humanos, discriminando-os expressamente. DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
Ocorre que com a crescente positivação do Direito pelo Estado que
se fez presente antes e durante as grandes guerras, ele se tornou um Princípio de legalidade
simples instrumento de gestão e comando da sociedade, ou seja, Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
deixou de ser algo dado pela razão comum, gerando uma mutabi- sem prévia cominação legal.
lidade no tempo e um particularismo no espaço: o lícito e o ilícito Lei supressiva de incriminação
passou a ser basicamente o que cada Estado impõe como tal, não o Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior
consolidado pelo direito natural. O mundo somente tomou conhe- deixa de considerar crime, cessando, em virtude dela, a própria
cimento da extensão da tirania alemã quando os exércitos Aliados vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos
abriram os campos de concentração na Alemanha e nos países por efeitos de natureza civil.
ela ocupados, encontrando prisioneiros famintos, doentes e bruta-
lizados, além de milhões de corpos dos judeus, poloneses, russos, Retroatividade de lei mais benigna
ciganos, homossexuais e traidores do Reich em geral, que foram § 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o
perseguidos, torturados e mortos. No Tribunal de Nuremberg, ao agente, aplica-se retroativamente, ainda quando já tenha sobrevin-
qual foram submetidos a julgamento os principais líderes nazis- do sentença condenatória irrecorrível.
tas, o principal argumento levantado foi o de que todas as ações
praticadas foram baseadas em ordens superiores, todas dotadas de Apuração da maior benignidade
validade jurídica perante a Constituição. § 2° Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior
e a anterior devem ser consideradas separadamente, cada qual no
conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.

Didatismo e Conhecimento 107


NOÇÕES DE DIREITO
Medidas de segurança b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em
Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou
tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vi- reformado, ou assemelhado, ou civil;
gente ao tempo da execução. c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em
comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do
Lei excepcional ou temporária lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou
Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o reformado, ou civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a deter- d) por militar durante o período de manobras ou exercício,
minaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, con-
Tempo do crime tra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem adminis-
Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação trativa militar;
ou omissão, ainda que outro seja o do resultado. f) revogada. (Vide Lei nº 9.299, de 8.8.1996) 
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado,
Lugar do crime ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como
Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se de- tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos
senvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que seguintes casos:
sob forma de participação, bem como onde se produziu ou deveria a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra
produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se a ordem administrativa militar;
praticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida. b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em
situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de
Territorialidade, Extraterritorialidade Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de conven- inerente ao seu cargo;
ções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido, c) contra militar em formatura, ou durante o período de pronti-
no todo ou em parte no território nacional, ou fora dêle, ainda que, dão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento,
neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado acantonamento ou manobras;
pela justiça estrangeira. d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar,
contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho
Território nacional por extensão de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública,
§ 1° Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para
extensão do território nacional as aeronaves e os navios brasileiros, aquêle fim, ou em obediência a determinação legal superior.
onde quer que se encontrem, sob comando militar ou militarmente Parágrafo único.  Os crimes de que trata este artigo quando
utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, dolosos contra a vida e cometidos contra civil serão da compe-
ainda que de propriedade privada. tência da justiça comum, salvo quando praticados no contexto de
Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros ação militar realizada na forma do art. 303 da Lei no7.565, de 19 de
§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica. (Redação
a bordo de aeronaves ou navios estrangeiros, desde que em lugar dada pela Lei nº 12.432, de 2011)
sujeito à administração militar, e o crime atente contra as institui-
ções militares. Crimes militares em tempo de guerra
Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:
Conceito de navio I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de
§ 3º Para efeito da aplicação dêste Código, considera-se navio guerra;
tôda embarcação sob comando militar. II - os crimes militares previstos para o tempo de paz;
III - os crimes previstos neste Código, embora também o se-
Pena cumprida no estrangeiro jam com igual definição na lei penal comum ou especial, quando
Art. 8° A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta praticados, qualquer que seja o agente:
no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computa- a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupa-
da, quando idênticas. do;
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem compro-
Crimes militares em tempo de paz meter a preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do País
I - os crimes de que trata êste Código, quando definidos de ou podem expô-la a perigo;
modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, em-
que seja o agente, salvo disposição especial; bora não previstos neste Código, quando praticados em zona de
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam efetivas operações militares ou em território estrangeiro, militar-
com igual definição na lei penal comum, quando praticados: mente ocupado.
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra
militar na mesma situação ou assemelhado;

Didatismo e Conhecimento 108


NOÇÕES DE DIREITO
Militares estrangeiros Assemelhado
Art. 11. Os militares estrangeiros, quando em comissão ou Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não,
estágio nas fôrças armadas, ficam sujeitos à lei penal militar bra- dos Ministérios da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, sub-
sileira, ressalvado o disposto em tratados ou convenções interna- metido a preceito de disciplina militar, em virtude de lei ou regu-
cionais. lamento.
Pessoa considerada militar
Equiparação a militar da ativa Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação dêste
Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na ad- Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja
ministração militar, equipara-se ao militar em situação de ativida- incorporada às fôrças armadas, para nelas servir em pôsto, gradua-
de, para o efeito da aplicação da lei penal militar. ção, ou sujeição à disciplina militar.

Militar da reserva ou reformado Equiparação a comandante


Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as res- Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplica-
ponsabilidades e prerrogativas do pôsto ou graduação, para o efei- ção da lei penal militar, tôda autoridade com função de direção.
to da aplicação da lei penal militar, quando pratica ou contra êle é
praticado crime militar. Conceito de superior
Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autorida-
Defeito de incorporação de sôbre outro de igual pôsto ou graduação, considera-se superior,
Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a apli- para efeito da aplicação da lei penal militar.
cação da lei penal militar, salvo se alegado ou conhecido antes da
prática do crime. Crime praticado em presença do inimigo
Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quan-
Tempo de guerra do o fato ocorre em zona de efetivas operações militares, ou na
Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei iminência ou em situação de hostilidade.
penal militar, começa com a declaração ou o reconhecimento do
estado de guerra, ou com o decreto de mobilização se nêle estiver Referência a “brasileiro” ou “nacional”
compreendido aquêle reconhecimento; e termina quando ordenada Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a “brasileiro” ou
a cessação das hostilidades. “nacional”, compreende as pessoas enumeradas como brasileiros
na Constituição do Brasil.
Contagem de prazo
Art.  16. No cômputo dos prazos inclui-se o dia do comêço. Estrangeiros
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Parágrafo único. Para os efeitos da lei penal militar, são con-
Legislação especial. Salário-mínimo siderados estrangeiros os apátridas e os brasileiros que perderam
Art.  17. As regras gerais dêste Código aplicam-se aos fatos a nacionalidade.
incriminados por lei penal militar especial, se esta não dispõe de Os que se compreendem, como funcionários da Justiça Militar
modo diverso. Para os efeitos penais, salário mínimo é o maior Art.  27. Quando êste Código se refere a funcionários, com-
mensal vigente no país, ao tempo da sentença. preende, para efeito da sua aplicação, os juízes, os representantes
do Ministério Público, os funcionários e auxiliares da Justiça Mi-
Crimes praticados em prejuízo de país aliado litar.
Art. 18. Ficam sujeitos às disposições dêste Código os crimes
praticados em prejuízo de país em guerra contra país inimigo do Casos de prevalência do Código Penal Militar
Brasil: Art. 28. Os crimes contra a segurança externa do país ou con-
I - se o crime é praticado por brasileiro; tra as instituições militares, definidos neste Código, excluem os da
II - se o crime é praticado no território nacional, ou em terri- mesma natureza definidos em outras leis.
tório estrangeiro, militarmente ocupado por fôrça brasileira, qual- CONSIDERAÇÕES:
quer que seja o agente.
1. O CRIME MILITAR NA CONSTITUIÇÃO
Infrações disciplinares A definição de crime militar é tarefa difícil uma vez que os
Art. 19. Êste Código não compreende as infrações dos regula- tipos penais militares tutelam bens de interesses das instituições
mentos disciplinares. militares e por cuidar a legislação militar, não só dos crimes prati-
cados pelo militar no exercício da função.
Crimes praticados em tempo de guerra A Constituição Federal não define crime militar, mas a ele se
Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo dis- refere em vários dos seus artigos: 5°, inciso LXI; 124; 125, § 4°;
posição especial, aplicam-se as penas cominadas para o tempo de 144, § 4°. Reconhece, desta forma, a existência de crime militar.
paz, com o aumento de um têrço.

Didatismo e Conhecimento 109


NOÇÕES DE DIREITO
A discussão acentua-se quando se verifica que o texto da Car- São delitos militares ratione personae aqueles cujo sujeito ati-
ta Magna, em seu artigo 5°, inciso LXI, excepciona os casos de vo é militar atendendo exclusivamente à qualidade de militar do
transgressão disciplinar ou “crimes propriamente militares” ao as- agente.
segurar que “... ninguém será preso senão em flagrante delito ou O critério ratione loci leva em conta o lugar do crime, bas-
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária compe- tando portanto, que o delito ocorra em lugar sob administração
tente, salvo nos casos de transgressão militar, definidos em lei;” e militar.
estabelece o direito à segurança, proteger-se a liberdade contra a São delitos militares, ratione temporis, os praticados em de-
prisão ilegal ou abusiva. terminada época (...).
Faz-se essa exceção para a prisão, mesmo sem ser em fla- Conclui-se que a qualificação do crime militar se faz pelo cri-
grante delito ou sem ordem judiciária competente, em virtude da tério ratione legis, ou seja, é crime militar aquele que o CPM diz
necessidade que têm as instituições militares de manterem uma que é, ou melhor, enumera em seu artigo 9°.
disciplina rígida.
Ao afirmar que “à Justiça Militar compete processar e julgar 3. COMENTÁRIOS AO ARTIGO 9° DO CPM E ANÁLI-
os crimes militares definidos em lei” (art. 124 da CF), estabelece- SE CRÍTICA DA JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA ACER-
se competência ampla para a Justiça Militar julgar qualquer pes- CA DO ARTIGO
soa, inclusive civis. Por esse artigo 9°, a doutrina criou uma subdivisão entre cri-
O crime militar próprio enseja duas situações distintas para o mes propriamente e impropriamente militares, referidos na Cons-
seu autor, que será sempre o militar da ativa, poder ser preso pela tituição Federal (art. 5°, inc. LXI) e no CP (art. 61).
autoridade de polícia judiciária militar competente, mesmo sem É necessário distinguir crime militar próprio do impróprio,
ser em flagrante delito e sem ordem escrita da autoridade judi- conhecer o significado dos termos específicos contidos no art. 9°,
ciária, por expressa disposição constitucional (art 5°, inciso LXI), conhecer a jurisprudência que ampliou o entendimento de crime
recepcionando, assim, em parte, o disposto no artigo 18 do CPPM, militar em relação aos policiais militares e saber em que condições
abolida para os crimes impróprios, sendo apenas para os crimes o civil comete crime militar, que dever-se-ia chamar crime militar
propriamente militares. E se for condenado na Justiça comum, se- acidental.
gundo dispõe o artigo 64, inciso II do Código Penal comum, não O inc. I do referido artigo trata dos crimes propriamente mili-
será considerado reincidente, se tiver condenação anterior por cri- tares e no inc. II os impropriamente militares, in verbis:
me militar próprio, que foi equiparado ao crime político. Art. 9, CPM. Consideram-se crimes militares, em tempo de
Enquanto a competência da Justiça Militar da União (arti- paz:
go 124 da CF) é ampla, julgando todos os crimes capitulados no I – os crimes de que trata este Código, quando definidos de
CPM, tendo os militares e os civis como jurisdicionados, as Jus- modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer
tiças Militares dos Estados têm competência restrita (ratione per- que seja o agente, salvo disposição especial;
sonae) julgando os crimes militares previstos na lei mas, apenas, II – os crimes previstos neste Código, embora também o se-
quando praticados por policiais militares e por bombeiros militares jam com igual definição na lei penal comum, quando praticados:
dos respectivos Estados e do Distrito Federal, nos termos do art. a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra
125, § 4°: compete à Justiça Militar estadual processar e julgar militar na mesma situação ou assemelhado;
os policiais militares e bombeiros militares nos crimes militares, b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em
definidos em lei, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou
perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. reformado, ou assemelhado, ou civil;
Já o art. 144, § 4°, estabelece a competência das Polícias Ci- c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em
vis, suas funções de polícia judiciária e a apuração de infrações comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do
penais, exceto as militares devendo estas ser realizadas pela Po- lugar sujeito a administração militar, contra militar da reserva, ou
lícia Judiciária Militar no que tange às infrações penais militares. reformado, ou civil;
d) por militar durante o período de manobras ou exercício,
2. CONCEITO LEGAL DE CRIME MILITAR contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
O Código Penal Militar não define crime militar, mas sim enu- e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, con-
mera segundo critério ex vis legis. Critério este fundamental para a tra o patrimônio sob a administração, ou a ordem administrativa
caracterização de crime militar estabelecido pelo nosso Código na militar;
qual crime militar é o que a Lei considera como tal. Ou enumera. f) (Revogado pela Lei 9.299/96);
Bem como afirma o ilustre Promotor da Justiça Militar da III – os crimes praticados por militar da reserva, ou reforma-
União, Dr. Jorge César de Assis: do, ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se
“Crime militar é toda violação acentuada ao dever militar e como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso
aos valores das instituições militares”. II, nos seguintes casos:
Para conceituar o crime militar a doutrina estabeleceu os se- a)contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a
guintes critérios: ratione materiae, ratione personae, ratione tem- ordem administrativa militar;
poris e ratione legis. b)em lugar sujeito à administração militar contra militar em
O critério ratione materiae exige “que se verifique a dupla situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de
qualidade militar no ato e no agente”. Ministério Militar ou da Justiça Militar, no exercício de função
inerente ao seu cargo;

Didatismo e Conhecimento 110


NOÇÕES DE DIREITO
c) contra militar em formatura, ou durante o período de pronti- 4. INCONSTITUCIONALIDADE (OU NÃO) DO PARÁ-
dão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, GRAFO ÚNICO DO ARTIGO 9° DO CPM (LEI 9.299/96)
acantonamento ou manobras; Apesar das alterações feitas no artigo 9° do CPM com o ad-
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, vento da Lei 9.299/96, manteve-se como crime militar aquele pra-
contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho ticado por militar em serviço. Em relação aos policiais militares,
de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, o conceito de crime militar alargou-se, eis que a atividade policial
administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para possibilita a ocorrência de delito por parte de seus integrantes.
aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior. Os crimes militares em razão do dever jurídico de agir, em-
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando bora não elencados expressamente nas alíneas do art. 9° do CPM,
dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da competên- representam uma espécie de crime militar. Trata-se do policial
cia da Justiça Comum. militar que, à paisana ou de folga, e com armamento particular,
Inicialmente, entendia-se que o crime militar próprio era comete fato delituoso por ter se colocado em serviço.
“aquele que só podia ser cometido pelo militar”. Verificou-se de- Com relação ao parágrafo único acrescido ao art. 9° do CPM,
pois que nem todo crime, cometido pelo militar, seria delito mili- há um deslocamento de competência da Justiça Militar (Estadual
tar, porque ele atua também como cidadão. ou Federal) para o Tribunal do Júri, nos crimes dolosos contra a
Os crimes propriamente militares são aqueles cuja prática não vida.
seria possível senão por militar, sendo esta qualidade do agente es- De um lado, temos a norma Constitucional do art. 124 e do
sencial para que o fato delituoso se verifique. A caracterização de 125, § 4°, expressando a competência tanto da Justiça Militar Fe-
crime militar obedece ao critério ex vis legis, portanto, verifica-se deral quanto da Justiça Militar Estadual; e de outro, temos a norma
que crime militar próprio é aquele que só está previsto no Código constitucional do art 5°, XXXVIII, reconhecendo a instituição do
Penal Militar e que só poderá ser praticado por militar. A exceção Tribunal do Júri.
está no crime de insubmissão, que apesar de só estar previsto no A competência da Justiça Militar é definida pela Constituição
Código Penal Militar (art. 183), só pode ser cometido por civil. e não pode ser alterada por Lei Infraconstitucional. A alteração da
Os crimes impróprios para serem considerados como militar competência da Justiça Militar é matéria a ser tratada por Emenda
necessitam de que lhe seja agregada uma nova circunstância, que à Constituição, na forma estabelecida pelo seu art. 60 e seus pa-
passará a constituir a verdadeira elementar do tipo. Estão definidos rágrafos.
tanto no Código Penal castrense como no Código Penal comum e Portanto, a Lei 9.299/96 é absolutamente inconstitucional
Leis esparsas. São crimes impropriamente militares, o homicídio, porque ofende princípios estabelecidos na Lei Maior. Não pode o
a lesão corporal, o furto, a violação de domicílio, entre outros. legislador ordinário alterar a competência fixada pela Constituição
Há os casos em que o civil comete crime militar, caracteri- Federal. Existe sim, a possibilidade de se alterar a competência
zando, assim, os crimes acidentalmente militares, seja contra as da Justiça Militar, mas através do instrumento estabelecido pela
instituições militares, no que dispõe o inc. III do art. 9° do CPM, Carta Magna.
seja o crime contra o serviço militar da Insubmissão (art. 183), que Entretanto, à exceção do Superior Tribunal Militar, todos os
sendo militar, só pode ser praticado por civil. demais Tribunais brasileiros, têm decidido pela vigência e eficácia
Segundo o art. 21 do CPM, “considera-se assemelhado o plena da referida Lei. (TEXTO ADAPTADO).
servidor, efetivo ou não, dos ministérios da marinha, do exército
ou da aeronáutica, submetido a preceito de disciplina militar, em
virtude de lei ou regulamento”. A questão do assemelhado vem Da violência contra superior ou oficial de serviço.
da Constituição de 1934 ao determinar foro especial nos delitos
militares, prolongando-se até a Constituição de 1969. CAPÍTULO III
Para o assemelhado ser considerado como tal, deveria fazer DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU
parte das Forças Armadas, isto é, qualquer pessoa incorporada às MILITAR DE SERVIÇO
Forças Armadas, subordinar-se aos regulamentos militares, gozar Violência contra superior
de direitos e vantagens e prerrogativas de militares e, não fazer
parte da classe dos combatentes. Art. 157. Praticar violência contra superior:
Porém, o Decreto 23.203, de 18.06.1947, exclui o conceito de Pena - detenção, de três meses a dois anos.
assemelhado da legislação militar não sujeitando mais os funcio- Formas qualificadas
nários civis à disciplina militar, mas sim ao seu respectivo estatuto. § 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o
Desta forma, não só dispositivos do CPM como também os agente, ou oficial general:
da Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170, de 14.12.1983), e os Pena - reclusão, de três a nove anos.
do Regulamento Disciplinar da Aeronáutica (Dec. 76.322, de § 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada
22.09.1975) estão revogados em relação ao que dispuseram sobre de um têrço.
assemelhados. § 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da
pena da violência, a do crime contra a pessoa.
§ 4º Se da violência resulta morte:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em
serviço.

Didatismo e Conhecimento 111


NOÇÕES DE DIREITO
Violência contra militar de serviço § 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente
Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe
de quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão: a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
Pena - reclusão, de três a oito anos. a quem, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir
Formas qualificadas o resultado; e a quem, com seu comportamento anterior, criou o
§ 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada risco de sua superveniência.
de um têrço. Art. 30. Diz-se o crime:
§ 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da Crime consumado
pena da violência, a do crime contra a pessoa. I - consumado, quando nêle se reúnem todos os elementos de
§ 3º Se da violência resulta morte: sua definição legal;
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Tentativa
Ausência de dôlo no resultado II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por
Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal circunstâncias alheias à vontade do agente.
e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado Pena de tentativa
nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena do crime contra a pes- Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspon-
soa é diminuída de metade. dente ao crime, diminuída de um a dois terços, podendo o juiz,
no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime con-
Do desrespeito a superior e do vilipêndio a símbolo nacional sumado.
ou farda. Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 31. O agente que, voluntàriamente, desiste de prosseguir
CAPÍTULO IV na execução ou impede que o resultado se produza, só responde
DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A pelos atos já praticados.
SÍMBOLO NACIONAL OU A FARDA Crime impossível
Desrespeito a superior Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-
Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar: se o crime, nenhuma pena é aplicável.
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não cons- Art. 33. Diz-se o crime:
titui crime mais grave. Culpabilidade
Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de ser- I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco
viço de produzi-lo;
Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela,
unidade a que pertence o agente, oficial-general, oficial de dia, de atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado
serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade. em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever
Desrespeito a símbolo nacional ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que
Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito poderia evitá-lo.
à administração militar, ato que se traduza em ultraje a símbolo Excepcionalidade do crime culposo
nacional: Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém
Pena - detenção, de um a dois anos. pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o
Despojamento desprezível pratica dolosamente.
Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, in- Nenhuma pena sem culpabilidade
sígnia ou distintivo, por menosprêzo ou vilipêndio: Art. 34. Pelos resultados que agravam especialmente as penas
Pena - detenção, de seis meses a um ano. só responde o agente quando os houver causado, pelo menos, cul-
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o fato é posamente.
praticado diante da tropa, ou em público. Êrro de direito
Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra
Da coação irresistível e da obediência hierárquica. menos grave quando o agente, salvo em se tratando de crime que
TÍTULO II atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou
DO CRIME êrro de interpretação da lei, se escusáveis.
Relação de causalidade Êrro de fato
Art.  36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe,
Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime por êrro plenamente escusável, a inexistência de circunstância de
sòmente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a fato que o constitui ou a existência de situação de fato que tornaria
ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. a ação legítima.
§ 1º A superveniência de causa relativamente independente Êrro culposo
exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado. Os 1º Se o êrro deriva de culpa, a êste título responde o agente, se
fatos anteriores, imputam-se, entretanto, a quem os praticou. o fato é punível como crime culposo.
Êrro provocado
2º Se o êrro é provocado por terceiro, responderá êste pelo
crime, a título de dolo ou culpa, conforme o caso.

Didatismo e Conhecimento 112


NOÇÕES DE DIREITO
Êrro sôbre a pessoa Estado de necessidade, como excludente do crime
Art.  37. Quando o agente, por êrro de percepção ou no uso Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica
dos meios de execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em o fato para preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual,
vez de outra, responde como se tivesse praticado o crime contra que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o
aquela que realmente pretendia atingir. Devem ter-se em conta não mal causado, por sua natureza e importância, é consideràvelmente
as condições e qualidades da vítima, mas as da outra pessoa, para inferior ao mal evitado, e o agente não era legalmente obrigado a
configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou arrostar o perigo.
atenuação da pena. Legítima defesa
Êrro quanto ao bem jurídico Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando mode-
§ 1º Se, por êrro ou outro acidente na execução, é atingido radamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou
bem jurídico diverso do visado pelo agente, responde êste por cul- iminente, a direito seu ou de outrem.
pa, se o fato é previsto como crime culposo. Excesso culposo
Duplicidade do resultado Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de
§ 2º Se, no caso do artigo, é também atingida a pessoa visada, crime, excede culposamente os limites da necessidade, responde
ou, no caso do parágrafo anterior, ocorre ainda o resultado preten- pelo fato, se êste é punível, a título de culpa.
dido, aplica-se a regra do art. 79. Excesso escusável
Art. 38. Não é culpado quem comete o crime: Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de
Coação irresistível escusável surprêsa ou perturbação de ânimo, em face da situação.
a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de Excesso doloso
agir segundo a própria vontade; Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o
Obediência hierárquica fato por excesso doloso.
b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárqui- Elementos não constitutivos do crime
co, em matéria de serviços. Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime:
1° Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem. I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhe-
2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato cida do agente;
manifestamente criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de
execução, é punível também o inferior. dia, de serviço ou de quarto, ou a de sentinela, vigia, ou plantão,
Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade quando a ação é praticada em repulsa a agressão.
Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito
próprio ou de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de EXERCÍCIOS
parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não pro-
vocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, 1 - Prova: CESPE - 2007 - DPU - Defensor Público - Entre os
ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era critérios utilizados para se classificar o crime militar, o critério
razoàvelmente exigível conduta diversa. processualista (ratione materiae, ratione personal, ratione loci,
Coação física ou material ratione temporis e ratione legis) se impôs, com preferência pelo
Art. 40. Nos crimes em que há violação do dever militar, o critério ratione materiae, sendo crime militar aquele definido
agente não pode invocar coação irresistível senão quando física no CPM.
ou material. (   )Certo    (   )Errado
Atenuação de pena
Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possível
resistir à coação, ou se a ordem não era manifestamente ilegal; ou, 2 - Policial militar que, reagindo à prisão, agride verbal-
no caso do art. 39, se era razoàvelmente exigível o sacrifício do mente superior de serviço, com palavras de baixo calão, dene-
direito ameaçado, o juiz, tendo em vista as condições pessoais do grindo sua autoridade, comete, dentre outros, o delito militar
réu, pode atenuar a pena. de:
Exclusão de crime  a) desacato a superior;
Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato:  b) desacato a militar;
I - em estado de necessidade;  c) insubmissão;
II - em legítima defesa;  d) revolta;
III - em estrito cumprimento do dever legal;  e) desobediência.
IV - em exercício regular de direito.
Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o coman-
dante de navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de 3 - Prova: CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Execu-
perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios ção de Mandados - Específicos - Crimes militares próprios cor-
violentos, a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a respondem aos crimes praticados por militares e previstos no
unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a Código Penal Militar.
rendição, a revolta ou o saque.
(   )Certo    (   )Errado

Didatismo e Conhecimento 113


NOÇÕES DE DIREITO
4 - Prova: CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Execu-
ção de Mandados - Específicos - No atual Código Penal Militar
(CPM), são prescritos os crimes militares e regulamentadas as
infrações disciplinares.

(   )Certo    (   )Errado

GABARITO

01 E
02 A
03 E
04 E

Didatismo e Conhecimento 114


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas neste
SISTEMA OPERACIONAL momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas
sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas ou
WINDOWS XP E WINDOWS 7.
entre programas com rapidez e facilidade.
A barra de tarefas é muito útil no dia a dia. Imagine que você
esteja criando um texto em um editor de texto e um de seus colegas
lhe pede para você imprimir uma determinada planilha que está em
seu micro.
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS XP Você não precisa fechar o editor de textos. Apenas salve o
arquivo que está trabalhando, abra a planilha e mande imprimir,
O Windows XP (o XP utilizado no nome vêm da palavra enquanto imprime você não precisa esperar que a planilha seja
eXPerience), que inicialmente foi chamado de Windows Whistler, totalmente impressa, deixe a impressora trabalhando e volte para
e que sucede o Windows Me e também o Windows 2000. o editor de textos, dando um clique no botão correspondente na
O WinXP possui duas versões: o Windows XP Home Edition Barra de tarefas e volte a trabalhar.
(que substitui o Windows Me) e o Windows XP Professional A barra de Tarefas, na visão da Microsoft, é uma das maiores
Edition (que substitui o Windows 2000 Professional). ferramentas de produtividade do Windows. Vamos abrir alguns
aplicativos e ver como ela se comporta.
Iniciando o Windows

Ao iniciar o Windows XP a primeira tela que temos é tela de


logon, nela, selecionamos o usuário que irá utilizar o computador.
Ao entrarmos com o nome do usuário, o Windows efetuará o O Botão Iniciar
Logon (entrada no sistema) e nos apresentará a área de trabalho:
O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas.
Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se pode acessar outros
menus que, por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser
acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias
opções. Alguns comandos do menu Iniciar têm uma seta para a
direita, significando que há opções adicionais disponíveis em um
menu secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre um item
com uma seta, será exibido outro menu.
O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um programa
que estiver instalado no computador, ou fazer alterações nas
configurações do computador, localizar um arquivo, abrir um
documento.

Na Área de trabalho encontramos os seguintes itens:


• Ícones;
• Barra de tarefas;
• O Botão iniciar.

Ícones

Figuras que representam recursos do computador, um ícone


pode representar um texto, música, programa, fotos e etc. você
pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode
excluir. Alguns ícones são padrão do Windows:
• Meu Computador;
• Meus Documentos;
• Meus locais de Rede;
• Internet Explorer.

Barra de tarefas

Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Menu Iniciar Clicando-se em Iniciar, desligar, teremos uma janela onde é
possível escolher entre três opções:
O botão iniciar pode ser configurado. No Windows XP, você • Hibernar: Clicando neste botão, o Windows salvará o
pode optar por trabalhar com o novo menu Iniciar ou, se preferir, estado da área de trabalho no disco rígido e depois desligará o
configurar o menu Iniciar para que tenha a aparência das versões computador. Desta forma, quando ele for ligado novamente, a área
anteriores do Windows (95/98/Me). Clique na barra de tarefas com de trabalho se apresentará exatamente como você deixou, com os
o botão direito do mouse e selecione propriedades e então clique programas e arquivos que você estava usando, abertos.
na guia menu Iniciar. • Desativar: Desliga o Windows, fechando todos os pro-
Esta guia tem duas opções: gramas abertos para que você possa desligar o computador com
- Menu iniciar: Oferece a você acesso mais rápido a e-mail segurança.
e Internet, seus documentos, imagens e música e aos programas • Reiniciar: Encerra o Windows e o reinicia.
usados recentemente, pois estas opções são exibidas ao se clicar no
botão Iniciar. Esta configuração é uma novidade do Windows XP.
- Menu Iniciar Clássico: Deixa o menu Iniciar com a aparência
das versões antigas do Windows, como o Windows ME, 98 e 95.

Propriedades do menu Iniciar

Todos os programas
O menu Todos os Programas, ativa automaticamente outro
submenu, no qual aparecem todas as opções de programas. Para
entrar neste submenu, arraste o mouse em linha reta para a direção
em que o submenu foi aberto. Assim, você poderá selecionar o Acessórios do Windows
aplicativo desejado. Para executar, por exemplo, o Paint, basta
posicionar o ponteiro do mouse sobre a opção Acessórios. O O Windows XP inclui muitos programas e acessórios úteis.
submenu Acessórios será aberto. Então aponte para Paint e dê um São ferramentas para edição de texto, criação de imagens,
clique com o botão esquerdo do mouse. jogos, ferramentas para melhorar a performance do computador,
calculadora e etc.
Logon e Logoff Se fôssemos analisar cada acessório que temos,
Abre uma janela onde você poderá optar por fazer logoff ou encontraríamos várias aplicações, mas vamos citar as mais usadas
mudar de usuário. Veja a função de cada um: e importantes. Imagine que você está montando um manual para
• Trocar usuário: Clicando nesta opção, os programas que ajudar as pessoas a trabalharem com um determinado programa
o usuário atual está usando não serão fechados, e uma janela com do computador. Neste manual, com certeza você acrescentaria a
os nomes dos usuários do computador será exibida para que a troca imagem das janelas do programa. Para copiar as janelas e retirar
de usuário seja feita. Use esta opção na seguinte situação: Outro só a parte desejada, utilizaremos o Paint, que é um programa para
usuário vai usar o computador, mas depois você irá continuar a trabalharmos com imagens. As pessoas que trabalham com criação
usá-lo. Então o Windows não fechará seus arquivos e programas, e de páginas para a Internet utilizam o acessório Bloco de Notas, que
quando você voltar ao seu usuário, a área de trabalho estará exata- é um editor de texto muito simples. Assim, vimos duas aplicações
mente como você deixou. para dois acessórios diferentes.
• Fazer logoff: este caso é também para a troca de usuário. A pasta acessória é acessível dando-se um clique no botão
A grande diferença é que, ao efetuar o logoff, todos os programas Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas
do usuário atual serão fechados, e só depois aparece a janela para e, no submenu que aparece, escolha Acessórios.
escolha do usuário.

Desligando o Windows XP

Didatismo e Conhecimento 2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Meu Computador Para criar uma pasta siga estes passos:
1. Abra a pasta ou unidade de disco que deverá conter a nova
No Windows XP, tudo o que você tem dentro do computador pasta que será criada.
- programas, documentos, arquivos de dados e unidades de disco, 2. clique no menu Arquivo / Novo / Pasta.
por exemplo - torna-se acessível em um só local chamado Meu 3. Aparecerá na tela uma Nova Pasta selecionada para que
Computador. você digite um nome.
Quando você inicia o Windows XP, o Meu computador 4. Digite o nome e tecle ENTER
aparece como um ícone na parte esquerda da tela, ou Área de 5. Pronto! A Pasta está criada.
Trabalho (opcional).
O Meu computador é a porta de entrada para o usuário
navegar pelas unidades de disco (rígido, flexíveis e CD-ROM).
Normalmente, nas empresas existem vários departamentos como
administração, compras, estoque e outros. Para que os arquivos de
cada departamento não se misturem, utilizamos o Meu computador
para dividirmos o Disco em pastas que organizam os arquivos de
cada um dos departamentos. Em casa, se mais de uma pessoa
utiliza o computador, também criaremos pastas para organizar os
arquivos que cada um cria.
Windows Explorer
Exibir o conteúdo de uma pasta
Para você ter uma ideia prática de como exibir o conteúdo de O Windows Explorer tem a mesma função do Meu
uma pasta (estas são utilizadas para organizar o disco rígido, como Computador: Organizar o disco e possibilitar trabalhar com os
se fossem gavetas de um armário), vamos, por exemplo, visualizar arquivos fazendo, por exemplo, cópia, exclusão e mudança no
o conteúdo de pasta Windows. Siga os seguintes passos: local dos arquivos. Enquanto o Meu Computador traz como padrão
1. Dê um clique sobre a pasta correspondente ao disco rígido a janela sem divisão, você observará que o Windows Explorer traz
(C:) a janela dividida em duas partes. Mas tanto no primeiro como no
2. será aberta uma janela com título correspondente ao rótulo segundo, esta configuração pode ser mudada.
da unidade de disco rígido C:. Nesta janela aparecem as pastas Podemos criar pastas para organizar o disco de uma empresa ou
correspondentes às “gavetas” existentes no disco rígido C:, bem casa, copiar arquivos para disquete, apagar arquivos indesejáveis
como os ícones referentes aos arquivos gravados no “raiz” (pasta e muito mais.
principal) da unidade C.
Janela do Windows Explorer
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas
em seu computador e todos os arquivos e pastas localizados em
cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e
mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O
painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra
todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desktop
(também tratada como uma pasta); O painel da direita exibe o
conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de maneira
idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Computador,
como padrão ele traz a janela sem divisão, as é possível dividi-la
também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas) Para
abrir o Windows Explorer, clique no botão Iniciar, vá a opção
Todos os Programas / acessórios e clique sobre Windows Explorer
ou clique sob o botão iniciar com o botão direito do mouse e
selecione a opção Explorar.
Preste atenção na Figura da página anterior que o painel da
3. Dê um clique sobre a pasta Windows. Ela será aberta como esquerda na figura acima, todas as pastas com um sinal de + (mais)
uma janela cujo título é Windows, mostrando todas as pastas indicam que contêm outras pastas. As pastas que contêm um sinal
(“gavetas”) e ícones de arquivos existentes na pasta Windows. de - (menos) indicam que já foram expandidas (ou já estamos
visualizando as subpastas).
Criando pastas
Como já mencionado anteriormente, as pastas servem para
organizar o disco rígido. Para conseguirmos esta organização, é
necessário criarmos mais pastas e até mesmo subpastas destas.

Didatismo e Conhecimento 3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Quando você aprendeu a usar o Meu Computador, você viu Vamos apagar um arquivo para poder comprovar que o mesmo
que, apesar da janela não aparecer dividida, você pode dividi-la será colocado na lixeira. Para isso, vamos criar um arquivo de
clicando no ícone que fica na barra de ferramentas. texto vazio com o bloco de notas e salvá-lo em Meus documentos,
Outra formatação que serve tanto para o Meu Computador, após isto, abra a pasta, e selecione o arquivo recém-criado, e então
quanto para o Windows Explorer é que você pode escolher se deseja pressione a tecla DELETE. Surgirá uma caixa de dialogo como a
ou não exibir, do lado esquerdo da janela, um painel que mostra figura a seguir:
as tarefas mais comuns para as pastas e links que mostram outras
partes do computador. Clicando no menu Ferramentas e depois
clicando em Opções de pasta, a janela seguinte é apresentada:

Clique em SIM e então o arquivo será enviado para Lixeira.

Esvaziando a Lixeira
Ao Esvaziar a Lixeira, você está excluindo definitivamente
os arquivos do seu Disco Rígido. Estes não poderão mais ser mais
recuperados pelo Windows. Então, esvazie a Lixeira somente
quando tiver certeza de que não precisa mais dos arquivos ali
encontrados.
1. Abra a Lixeira
2. No menu ARQUIVO, clique em Esvaziar Lixeira.
Você pode também esvaziar a Lixeira sem precisar abri-la,
para tanto, basta clicar com o botão DIREITO do mouse sobre
o ícone da Lixeira e selecionar no menu de contexto Esvaziar
Lixeira.
Lixeira do Windows

A Lixeira é uma pasta especial do Windows e ela se encontra


na Área de trabalho, como já mencionado, mas pode ser acessada
através do Windows Explorer. Se você estiver trabalhando com
janelas maximizadas, não conseguirá ver a lixeira. Use o botão
direito do mouse para clicar em uma área vazia da Barra de
Tarefas. Em seguida, clique em Minimizar todas as Janelas. Para
verificar o conteúdo da lixeira, dê um clique sobre o ícone e surgirá
a seguinte figura:

WordPad

O Windows traz junto dele um programa para edição de textos.


O WordPad. Com o WordPad é possível digitar textos, deixando-
os com uma boa aparência.
Como mencionado no parágrafo anterior, o WordPad é um
editor de textos que nos auxiliará na criação de vários tipos de
documentos. Mas poderíamos dizer que o Wordpad é uma versão
muito simplificada do Word.

Didatismo e Conhecimento 4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os usuários do Word vão se sentir familiarizados, pois ele 4. Negrito
possui menus e barras de ferramentas similares. Porém o Word 5. Itálico
tem um número muito maior de recursos. A vantagem do WordPad 6. Sublinhado
é que ele já vem com o Windows. Então, se você não tem em seu 7. Cor da fonte
computador o Microsoft Word, poderá usar o WordPad na criação 8. Texto alinhado á esquerda
de seus textos. 9. Texto Centralizado
Para Abrir o WordPad, localize o item Acessórios no Menu 10. Texto alinhado a direita
Iniciar. Ao abrir o programa a seguinte janela será exibida: 11. Marcadores
Formatando o texto
Para que possamos formatar (alterar a forma) de um texto
todo, palavras ou apenas letras, devemos antes de tudo selecionar
o item em que iremos aplicar a formatação. Para selecionar,
mantenha pressionado o botão esquerdo do mouse e arraste sobre
a(s) palavra(s) ou letra(s) que deseja alterar:
Feito isto, basta apenas alterar as propriedades na barra de
formatação.
Você pode ainda formatar o texto ainda pela caixa de diálogo
para formatação, para isso clique em: Menu Formatar / Fonte, a
seguinte tela será apresentada:
Aqui, você também poderá fazer formatações do texto, bom
como colocar efeitos como Riscado e sublinhado.
Com o Neste menu (Formatar), temos também a opção
de formatar o parágrafo, definindo os recuos das margens e
alinhamento do texto.

Paint
Barra Padrão
O Paint é um acessório do Windows que permite o tratamento
Na barra Padrão, é aonde encontramos os botões para as de imagens e a criação de vários tipos de desenhos para nossos
tarefas que executamos com mais frequência, tais como: Abrir, trabalhos.
salvar, Novo documento, imprimir e etc. Através deste acessório, podemos criar logomarcas, papel de
parede, copiar imagens, capturar telas do Windows e usa-las em
documentos de textos.
Uma grande vantagem do Paint, é que para as pessoas que
estão iniciando no Windows, podem aperfeiçoar-se nas funções
básicas de outros programas, tais como: Abrir, salvar, novo,
Funções dos botões: desfazer. Além de desenvolver a coordenação motora no uso do
1. Novo documento mouse.
2. Abrir documento
3. Salvar Calculadora
4. Visualizar
5. Localizar (esmaecido) A calculadora do Windows contém muito mais recursos do
6. Recortar (esmaecido) que uma calculadora comum, pois além de efetuar as operações
7. Copiar (esmaecido) básicas, pode ainda trabalhar como uma calculadora científica.
8. Colar Para abri-la, vá até acessórios.
9. Desfazer A Calculadora padrão contém as funções básicas, enquanto
10. Inserir Data/Hora a calculadora cientifica é indicada para cálculos mais avançados.
Para alternar entre elas clique no menu Exibir
Barra de formatação
Logo abaixo da barra padrão, temos a barra de Formatação, Ferramentas do sistema
ela é usada para alterar o tipo de letra (fonte), tamanho, cor, estilo,
disposição de texto e etc. O Windows XP trás consigo uma serie de programas que
nos ajudam a manter o sistema em bom funcionamento. Esses
programas são chamados de Ferramentas do Sistema. Podemos
acessa-los através do Menu Acessórios, ou abrindo Meu
Funções dos botões: Computador e clicando com o botão direito do mouse sobre a
1. Alterar fonte unidade de disco a ser verificada, no menu de contexto, selecione
2. Alterar tamanho da fonte a opção propriedades:
3. Lista de conjunto de caracteres do idioma

Didatismo e Conhecimento 5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As alterações feitas pela restauração do sistema são totalmente
reversíveis. O Computador cria automaticamente pontos de
restauração, mas você também pode usar a restauração do sistema
para criar seus próprios pontos de restauração. Isso é útil se você
estiver prestes a fazer uma alteração importante no sistema, como
a instalação de um novo programa ou alterações no registro.

OS SEGUINTES ATALHOS PODEM SER USADOS


COM O WINDOWS

Teclas Gerais do Windows

Para
•Consultar a Ajuda sobre o item selecionado na caixa de
diálogo
Pressione......F1
•Fechar um programa.
Na janela de Propriedades do Disco, clique na guia Pressione......ALT+F4
Ferramentas: •Exibir o menu de atalhos para o item selecionado
Nesta janela, temos as seguintes opções: Pressione......ESHIFT+F10
•Exibir o menu Iniciar
Pressione......CTRL+ESC
•Alternar para a janela anterior. Ou alternar para a próxima
janela mantendo pressionada a
tecla ALT enquanto pressiona TAB repetidamente
Pressione......ALT+TAB
•Recortar.
Pressione......CTRL+X
•Copiar
Pressione......CTRL+C
•Colar
Pressione......CTRL+V
•Excluir
Pressione......DEL
•Desfazer
Pressione......CTRL+Z
•Ignorar a auto - execução ao inserir um CD
Pressione......SHIFT enquanto insere o CD-ROM

Verificação de erros: Ferramenta que procura no disco erros, Para a área de trabalho, Meu Computador e Windows
defeitos ou arquivos danificados. Explorer
Desfragmentação: Quando o Windows grava um arquivo
no Disco, ele o grava em partes separadas, quando precisar abrir Quando um item está selecionado, você pode usar as seguintes
esse mesmo arquivo, o próprio Windows levará mais tempo, pois teclas de atalho.
precisa procurar por todo o disco. Usando esta ferramenta, ele
ajusta o disco e torna o computador até 20% mais rápido. Para
Backup: Ferramenta que cria uma cópia dos seus arquivos •Renomear um item.
ou de todo o sistema, para o case de algum problema, nada seja Pressione......F2
perdido. •Localizar uma pasta ou arquivo
Restauração do sistema: Além da ferramenta Backup, o Pressione......F3
Windows XP apresenta uma ferramenta mais avançada e simples •Excluir imediatamente sem colocar o item na Lixeira
de protegem o sistema contra erros e falhas, esta ferramenta Pressione......SHIFT+DEL
encontra-se em Acessórios / ferramentas do sistema. •Exibir as propriedades do item
Você pode usar a restauração do sistema para desfazer Pressione......ALT+ENTER OU ALT+clique duplo
alterações feitas no computador e restaurar configurações e o •Copiar um arquivo
desempenho. A restauração do sistema retorna o computador a Pressione......CTRL enquanto arrasta o arquivo
uma etapa anterior (ponto de restauração) sem que você perca •Criar atalho
trabalhos recentes, como documentos salvos, e-mail ou listas de Pressione......CTRL+SHIFT enquanto arrasta um arquivo
histórico e de favoritos da internet.

Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Meu Computador Pressione......SHIFT 5 vezes
Para •Ativar e desativar as Teclas de Filtragem
•Selecionar tudo Pressione......SHIFT DIREITA Durante 8 segundos
Pressione......CTRL+A •Ativar e desativar as Teclas de Alternação
•Atualizar uma janela. Pressione......NUMLOCK Durante 5 segundos
Pressione......F5 •Ativar e desativar as Teclas do Mouse
•Exibir a pasta um nível Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA
Pressione......BACKSPACE +NUMLOCK
•Fechar a pasta selecionada e todas as pastas pai •Ativar e desativar o Alto Contraste
Pressione......SHIFT enquanto clica no botão “Fechar” Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA +
Somente para o Windows Explorer PRINTSCREEN
•Ir Para
Pressione......CTRL+G Propriedades
•Alternar entre os painéis esquerdo e direito Se clicarmos o botão direito do mouse sobre qualquer parte da
Pressione......F6 Área de Trabalho (ou pelo Painel de Controle/Aparência e temas/
•Expandir todas as subpastas sob a pasta selecionada Vídeo), aparecerá uma janela e, com ela, poderemos personalizar
Pressione......NUMLOCK+ ASTERISCO (* no teclado a área de trabalho.
numérico)
•Expandir a pasta selecionada
Pressione......NUMLOCK+SINAL DE ADIÇÃO (+ no
teclado numérico)
•Ocultar a pasta selecionada.
Pressione......NUMLOCK+SINAL DE SUBTRAÇÃO no
teclado numérico)
•Expandir a seleção atual se estiver oculta; caso contrário,
selecionar a primeira subpasta
Pressione......SETA À DIREITA
•Expandir a seleção atual se estiver expandida; caso contrário,
selecionar a pasta pai
Pressione......SETA À ESQUERDA

Para caixas de diálogo de propriedades


Opção Propriedade:
Para Quando você escolhe a opção PROPRIEDADES, você pode
•Mover-se entre as opções, para frente alterar o visual da área de trabalho mudando as cores, os tipos de
Pressione......TAB letras e outras coisas. A tela abaixo irá aparecer:
•Mover-se entre as opções, para traz
Pressione......SHIFT+TAB
•Mover-se entre as guias, para frente
Pressione......CTRL+TAB
•Mover-se entre as guias, para traz
Pressione......CTRL+SHIFT+TAB
Para caixas de diálogo Abrir e Salvar Como
Para
•Abrir a lista “Salvar em” ou “Procurar em”
Pressione......F4
•Atualizar
Pressione......F5
•Abrir a pasta um nível acima, se houver uma pasta selecionada
Pressione......BACKSPACE

Teclas de Atalho para Opções de Acessibilidade

Para usar teclas de atalho para Opções Acessibilidade, as Plano de Fundo:


teclas de atalho devem estar ativadas. Para maiores informações É onde você pode mudar o Papel de Parede, aquela imagem
consulte “Acessibilidade, teclas de atalho” no Índice da Ajuda. que enfeita a nossa área de trabalho.

Para
•Ativar e desativar as Teclas de Aderência

Didatismo e Conhecimento 7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
AS PASTAS

O Windows usa pastas para agrupar aplicações, documentos


(arquivos) e, também, para unir recursos. Os ícones de pastas são
usados para representar esses grupos e, portanto, serão comentados
em diferentes áreas desse texto.
Criar, apagar, mover e copiar pastas serão tarefas que você
fará constantemente em Windows.
Assim, para que você realmente saiba quem são essas pastas
relacionaram-se vários exemplos delas.
O primeiro exemplo é a pasta “Acessórios”, que contém todos
os ícones de aplicativos de acessórios que são instalados com
Windows, a saber:
• WordPad,
Proteção de tela: • Paint,
Também pode ser chamada pelo termo em inglês “Screen • Calculadora,
Saver”. A proteção de tela é um tipo de animação que aparece na • Bloco de Notas, entre outros.
tela do computador, quando você o deixa ligado, sem mexer nele
por alguns minutos. Existem vários tipos de protetores de telas, Nesse caso, a pasta agrupa aplicações.
alguns já vêm com o Windows e outros são programas adicionais Ao clicar no botão “Iniciar”, o menu “Iniciar” será apresentado.
que você instala no seu computador. Nesse menu, você encontrará alguns submenus que, na realidade,
Quando o Protetor de tela estiver funcionando, e você quiser representam pastas. Se você apontar com o mouse para o submenu
voltar a usar o computador, asta mexer no mouse ou apertar uma “Programas”, será apresentada uma lista de pastas que podem
tecla, para que ele desapareça da tela. conter outras pastas ou conter ícones de aplicações. Apontar para
o submenu “Acessórios” exibirá todos os ícones de aplicação que
estão nessa pasta, e outras pastas, a saber:
• Fax,
• Ferramentas do Sistema,
• Jogos,
• Entretenimento.

Apontar para o submenu “Entretenimento” exibirá os ícones


de aplicações desse grupo.
E as pastas em Windows continuam. Se você der um duplo-
clique no ícone “Meu Computador”, você abrirá uma janela com
pelo menos mais duas pastas que são respectivamente “Painel de
Controle” e “Impressoras”. A pasta “Painel de Controle” possui
os ícones referentes a todos os programas necessários para
configuração do ambiente, do hardware e da rede, caso você esteja
Aparência: usando uma. A pasta “Impressoras” possui a lista de drivers de
Modifica a aparência da tela, mudando as cores, fontes, impressoras instalados em seu computador. Mas, ainda na janela
tamanhos das janelas, dos ícones, área de trabalho, etc... “Meu Computador”, você encontrará outras pastas. Se você der um
duplo-clique no ícone que representa o drive C (disco rígido) você
verá uma lista muito maior de pastas que dependerá inteiramente
da forma como os documentos foram organizados no disco.
Como você pode perceber, a sua área de trabalho será
organizada através das pastas que você criar, e essas pastas poderão
ter tanto os seus documentos como as suas ferramentas de trabalho
(aplicativos).

O CONCEITO DE CAMINHO
A estrutura de pastas dentro de um computador é como uma
árvore, com pastas principais ramificando-se em pastas menores.
As pastas podem estar dentro de outras pastas para criar
um nível mais profundo na organização de seu disco, como um
armário que pode ter gavetas e, dentro destas, divisórias para
separar as peças de roupa. Portanto, as pastas ficam organizadas
em uma forma hierárquica, como já foi mencionado.

Didatismo e Conhecimento 8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Em termos lógicos, cada item em um nível hierárquico inferior OPERAÇÕES SOBRE ARQUIVOS
pertence ao item que o contém. Através de “Windows Explorer” e de “Meu Computador” é
Essa forma hierárquica mostra que para se chegar a um possível a realização de diversas operações sobre arquivos, tais
determinado item, deve-se percorrer um determinado caminho, como cópia, exclusão, renomeação, movimentação, etc. As tarefas
que corresponde à posição desse item dentro da estrutura de pastas. descritas a seguir poderão ser efetuadas tanto em “Windows
Por exemplo, a figura exibe a barra de título da janela Explorer” como em “Meu Computador”.
“Explorando” quando você consulta a pasta “Acessórios” que foi
criada na instalação de Windows. Seleção de Arquivos

A maior parte das operações sobre arquivos podem ser


realizadas com apenas um arquivo ou com grupos de arquivos e/ou
pastas. Para trabalhar com grupos de arquivos ou pastas é preciso
Se a barra de título de “Windows Explorer” estiver mostrando efetuar antes a seleção deles com o mouse. Existem duas formas
apenas a pasta atualmente selecionada, clique no menu “Exibir”, de seleção, uma contínua e outra alternada.
escolha o comando “Opções de pasta”, clique na guia “Modos de Uma vez efetuada a seleção, operações podem ser feitas
exibição” e, ative a opção “Exibir caminho completo na barra de sobre esses arquivos ou pastas, tais como cópia, movimentação
títulos”. ou exclusão.
A \ (barra invertida) é usada para separar as subpastas e
compor o caminho. - Fazendo uma seleção contínua:
Veja a seguir um exemplo de caminho: • Selecione o primeiro arquivo, clicando nele.
C:\EXCEL\EXCEL1\JANEIRO\LANÇAMENTO DE • Mantenha pressionada a tecla SHIFT.
ENTRADAS • Clique no último arquivo da seleção.
Esse caminho mostra que o arquivo “LANÇAMENTO
DE ENTRADAS”, se encontra na pasta “JANEIRO” que
hierarquicamente está subordinada à pasta “EXCEL1” e este à
pasta “EXCEL” na unidade de disco C.
Se você clicar duas vezes na unidade de disco C da janela
“Windows Explorer”, você verá as pastas de seu computador
exibidas através de ramificações, onde uma pasta principal
ramifica-se em outras pastas menores.

- Fazendo uma seleção descontínua:


• Selecione um arquivo.
• Mantenha pressionada a tecla CTRL.
• Dê cliques em arquivos alternados dentro da janela de
conteúdo da pasta.

Muitas vezes, você precisará dizer para o Windows onde


um arquivo está localizado, e para fazer isso necessitará saber
o caminho do arquivo. Por exemplo, veja a pasta “Microsoft
Shared”. Para que Windows encontre um arquivo armazenado lá,
ele começa pela unidade de disco (C:), percorre a pasta “Arquivos
de Programas”, percorre a pasta “Arquivos Comuns”, e só depois,
pesquisa a pasta “Microsoft Shared”. O (C:) significa a unidade
de disco, e todas as outras pastas estão dentro da grande pasta C:,
portanto, elas são listadas após a pasta C:.

Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
OPERAÇÕES SOBRE ARQUIVOS COM USO DO 3. Efetue o arraste da pasta da janela da pasta de origem
MOUSE sobre a pasta da janela de destino.
4. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação,
Cópia ou movimentação de pastas ou arquivos podem ser utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse.
feitas de um local de origem para outro de destino no “Windows 5. Perceba, que se a pasta não desaparecer da antiga estrutu-
Explorer” ou em “Meu Computador” usando o mouse com ra hierárquica, isto indicará que essa operação será uma cópia. Se a
operações de arraste. tecla SHIFT for pressionada, a pasta irá desaparecer, e nesse caso a
Sequência de Passos para Cópia e Movimentação operação será uma movimentação.
•Copiando ou movimentando para uma unidade de disco
Para efetuar as tarefas de cópia ou movimentação, procure diretamente:
observar a sequência de passos a seguir: 1. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
• Selecione a(s) pasta(s) ou arquivo(s) a ser (em) copia- 2. Efetue o arraste da pasta da janela de origem para sobre
do(s) ou movimentado(s). o ícone da unidade de disco para a qual deseja que a operação seja
• Decida se deseja realizar uma cópia ou movimentação. efetuada.
• Efetue o arraste da(s) pasta(s) ou arquivo(s) seleciona- 3. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação,
do(s) com o mouse da origem para o destino, e mantenha pressio- utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse.
nado o botão do mouse. Observe atentamente se o desenho que O ponto mais importante a observar aqui se resume no
acompanha a pasta ou o ícone da pasta tem um sinal + (mais). Se seguinte: “A pasta será copiada ou movimentada para a unidade de
ele tiver esse sinal, a operação será de cópia, caso contrário será disco de destino como uma pasta nessa unidade de disco”.
de movimentação.
• Solte o mouse caso a operação é a que deseja. Caso con- •Cópia ou Movimentação de Arquivos
trário, verifique entre as teclas CTRL ou SHIFT aquela que define A cópia ou movimentação de arquivos é, em linhas gerais,
a operação desejada. semelhante ao que descrevemos em relação às pastas. Só que no
• Observe atentamente se o desenho da pasta ou ícones caso da cópia ou movimentação de uma pasta, todo o seu conteúdo
dos arquivos que estão sendo arrastados permaneceram ou não na irá com ela.
origem. Se permanecerem, a operação efetuada terá sido de cópia,
caso contrário terá sido de movimentação. •Estruturando hierarquicamente no mesmo disco:
Abra a janela de “Windows Explorer” ou de “Meu
Computador”.
Selecione a pasta de diretório que deseja copiar ou movimentar.
Efetue um arraste dessa pasta sobre a pasta de destino.
Solte o botão do mouse caso seja uma movimentação, ou
segure CTRL antes de soltar o botão do mouse caso seja uma cópia.

•Copiando ou movimentando para uma pasta em outra unidade


de disco:
1. Abra em tela as duas janelas de “Meu Computador” ou
“Windows Explorer”, a de origem e a de destino.
2. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
3. Efetue o arraste da pasta da janela da pasta de origem
sobre a pasta da janela de destino.
COPIA OU MOVIMENTAÇÃO DE PASTAS 4. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação,
utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse.
•Estruturando hierarquicamente no mesmo disco: O procedimento para efetuar a cópia de pastas de uma janela
1. Abra a janela de “Windows Explorer” ou de “Meu Com- de pastas para outra janela em forma de ícone, é o mesmo que
putador”. acabamos de utilizar.
2. Selecione a pasta de diretório que deseja copiar ou mo-
vimentar. •Copiando ou movimentando para uma unidade de disco
3. Efetue um arraste dessa pasta sobre a pasta de destino. diretamente:
4. Solte o botão do mouse caso seja uma movimentação, 1. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
ou segure CTRL antes de soltar o botão do mouse caso seja uma 2. Efetue o arraste da pasta da janela de origem para sobre
cópia. o ícone da unidade de disco para a qual deseja que a operação seja
efetuada.
•Copiando ou movimentando uma pasta em outra unidade de Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação,
disco: utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse.
1. Abra em tela as duas janelas de “Meu Computador” ou Novamente, o ponto mais importante a observar aqui se
“Windows Explorer”, a de origem e a de destino. resume no seguinte: “A pasta será copiada ou movimentada para
2. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada. a unidade de disco de destino como uma pasta nessa unidade de
disco”.

Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Obs.: para copiar uma pasta de um local a outro, tanto na · Interface gráfica aprimorada, com nova barra de tarefas e
mesma unidade de disco quanto em outra, podemos utilizar o suporte para telas touch screen e multi-táctil (multi-touch)
seguinte procedimento: · Internet Explorer 8;
Clique com o botão direito sobre a pasta, no menu que surge · Novo menu Iniciar;
escolher a opção “copiar” e no local desejado, repetir o processo, · Nova barra de ferramentas totalmente reformulada;
selecionando desta vez a opção “colar”. · Comando de voz (inglês);
RENOMEAÇÃO DE ARQUIVOS · Gadgets sobre o desktop;
· Novos papéis de parede, ícones, temas etc.;
• O comando “Renomear” permite modificar o nome de · Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows
um arquivo, sem alterar o seu conteúdo. Media Player, integrado ao Windows Explorer;
• Renomeando um arquivo: · Arquitetura modular, como no Windows Server 2008;
• Clique com o botão direito do mouse sobre o nome do · Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Windows
arquivo que deseja renomear. (Paint e WordPad, por exemplo), como no Office 2007;
• No menu de atalho, selecione “Renomear”. O nome do · Aceleradores no Internet Explorer 8;
arquivo é selecionado permitindo que você altere-o. · Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória RAM;
• Digite o novo nome e, em seguida, clique em um lugar · Home Groups;
qualquer. · Melhor desempenho;
· Windows Media Player 12;
EXCLUSÃO DE ARQUIVOS · Nova versão do Windows Media Center;
· Gerenciador de Credenciais;
Excluindo um arquivo: · Instalação do sistema em VHDs;
• Selecione o nome do arquivo que deseja excluir. · Nova Calculadora, com interface aprimorada e com mais
• Pressione a tecla DEL. funções;
· Reedição de antigos jogos, como Espadas Internet, Gamão
Internet e Internet Damas;
· Windows XP Mode;
· Aero Shake;

Apesar do Windows 7 conter muitos novos recursos o número


de capacidades e certos programas que faziam parte do Windows
Vista não estão mais presentes ou mudaram, resultando na remoção
de certas funcionalidades. Mesmo assim, devido ao fato de ainda
Se a configuração da “Lixeira” estiver selecionada para ser um sistema operacional em desenvolvimento, nem todos os
armazenar temporariamente os arquivos apagados, uma caixa de recursos podem ser definitivamente considerados excluídos.
mensagem é exibida solicitando a confirmação da exclusão do Fixar navegador de internet e cliente de e-mail padrão no
arquivo enviando-o para a “Lixeira”, caso contrário, o arquivo é menu Iniciar e na área de trabalho (programas podem ser fixados
automaticamente eliminado do disco. manualmente).
Se a configuração da “Lixeira” estiver selecionada para
armazenar temporariamente os arquivos apagados, uma caixa de Windows Photo Gallery, Windows Movie Maker, Windows
mensagem é exibida solicitando a confirmação da exclusão do Mail e Windows
arquivo enviando-o para a “Lixeira”, caso contrário, o arquivo é Calendar foram substituídos pelas suas respectivas contrapartes
automaticamente eliminado do disco. do Windows Live, com a perda de algumas funcionalidades.
O Windows 7, assim como o Windows Vista, estará disponível
em cinco diferentes edições, porém apenas o Home Premium,
WINDOWS 7 Professional e Ultimate serão vendidos na maioria dos países,
restando outras duas edições que se concentram em outros
O Windows é um sistema operacional produzidos pela Mi- mercados, como mercados de empresas ou só para países em
crosoft para uso em computadores. O Windows 7 foi lançado para desenvolvimento. Cada edição inclui recursos e limitações, sendo
empresas no dia 22 de julho de 2009, e começou a ser vendido que só o Ultimate não tem limitações de uso. Segundo a Microsoft,
livremente para usuários comuns dia 22 de outubro de 2009. os recursos para todas as edições do Windows 7 são armazenadas
Diferente do Windows Vista, que introduziu muitas novidades, no computador.
o Windows 7 é uma atualização mais modesta e direcionada para a Um dos principais objetivos da Microsoft com este novo
linha Windows, tem a intenção de torná-lo totalmente compatível Windows é proporcionar uma melhor interação e integração do
com aplicações e hardwares com os quais o Windows Vista já era sistema com o usuário, tendo uma maior otimização dos recursos do
compatível. Windows 7, como maior autonomia e menor consumo de energia,
Apresentações dadas pela companhia no começo de 2008 voltado a profissionais ou usuários de internet que precisam
mostraram que o Windows 7 apresenta algumas variações como interagir com clientes e familiares com facilidade, sincronizando e
uma barra de tarefas diferente, um sistema de “network” chamada compartilhando facilmente arquivos e diretórios.
de “HomeGroup”, e aumento na performance.

Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Comparando as edições Grupo Doméstico

O Windows 7 tem três edições diferentes de um mesmo Ao invés de um, digamos que você tenha dois ou mais
sistema operacional, que se adéquam as necessidades diárias de computadores em sua casa. Permitir a comunicação entre várias
cada usuário essas edições são o Home Premium, o Professional estações vai te poupar de ter que ir fisicamente onde a outra
e Ultimate. máquina está para recuperar uma foto digital armazenada apenas
Essas edições apresentam variações de uma para outra, como nele.
o Home Premium, que é uma edição básica, mas de grande uso Com o Grupo Doméstico, a troca de arquivos fica simplificada
para usuários que não apresentam grandes necessidades. e segura. Você decide o que compartilhar e qual os privilégios que
Os seus recursos são a facilidade para suas atividades diárias os outros terão ao acessar a informação, se é apenas de visualização,
com a nova navegação na área de trabalho, o usuário pode abrir de edição e etc.
os programas mais rápida e facilmente e encontrar os documentos
que mais usa em instantes. Tela sensível ao toque
Tornar sua experiência na Web mais rápida, fácil e segura do
que nunca com o Internet Explorer 8, assistir a muitos dos seus O Windows 7 está preparado para a tecnologia sensível ao
programas de TV favoritos de graça e onde quiser, com a TV na toque com opção a multitoque, recurso difundido pelo iPhone.
Internet e criar facilmente uma rede doméstica e conectar seus O recurso multitoque percebe o toque em diversos pontos da
computadores a uma impressora com o Grupo Doméstico. tela ao mesmo tempo, assim tornando possível dimensionar uma
Já o Professional apresenta todos esses recursos adicionados imagem arrastando simultaneamente duas pontas da imagem na
de outros que o deixam mais completo como o usuário pode tela.
executar vários programas de produtividade do Windows XP no O Touch Pack para Windows 7 é um conjunto de aplicativos
Modo Windows XP, conectar-se a redes corporativas facilmente e e jogos para telas sensíveis ao toque. O Surface Collage é um
com mais segurança com o Ingresso no Domínio e além do Backup aplicativo para organizar e redimensionar fotos. Nele é possível
e Restauração de todo o sistema encontrado em todas as edições, montar slide show de fotos e criar papeis de parede personalizados.
é possível fazer backup em uma rede doméstica ou corporativa. Essas funções não são novidades, mas por serem feitas para usar
O Ultimate também apresenta todos esses recursos acrescidos uma tela sensível a múltiplos toques as tornam novidades.
de outros que tornam sua funcionalidade completa com todos os
recursos disponíveis nessa versão do sistema operacional como
ajuda para proteger os dados do seu computador e de dispositivos
de armazenamento portáteis contra perda ou roubo com o
BitLocker e poder trabalhar no idioma de sua escolha ou alternar
entre 35 idiomas.

Recursos

Segundo o site da própria Microsoft, os recursos encontrados


no Windows 7 são fruto das novas necessidades encontradas pelos
usuários. Muitos vêm de seu antecessor, Windows Vista, mas
existem novas funcionalidades exclusivas, feitas para facilitar a
utilização e melhorar o desempenho do SO (Sistema Operacional)
no computador.
Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras versões
do Windows, não terá que jogar todo o conhecimento fora. Apenas Microsoft Surface Collage, desenvolvido para usar tela sen-
vai se adaptar aos novos caminhos e aprender “novos truques” sível ao toque.
enquanto isso.
Tarefas Cotidianas Lista de Atalhos

Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia se tornou Novidade desta nova versão, agora você pode abrir direta-
comum. Não precisamos mais estar em alguma empresa enorme mente um arquivo recente, sem nem ao menos abrir o programa
para precisar sempre de um computador perto de nós. O Windows que você utilizou. Digamos que você estava editando um relatório
7 vem com ferramentas e funções para te ajudar em tarefas comuns em seu editor de texto e precisou fechá-lo por algum motivo.
do cotidiano. Quando quiser voltar a trabalhar nele, basta clicar com o botão
direito sob o ícone do editor e o arquivo estará entre os recentes.
Ao invés de ter que abrir o editor e somente depois se preocu-
par em procurar o arquivo, você pula uma etapa e vai diretamente
para a informação, ganhando tempo.

Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os resultados são mostrados enquanto você digita e são divi-
didos em categorias, para facilitar sua visualização.
Abaixo as categorias nas quais o resultado de sua busca pode
ser dividido.
· Programas
· Painel de Controle
· Documentos
· Música
· Arquivos

Exemplo de arquivos recentes no Paint.

Pode, inclusive, fixar conteúdo que você considere importan-


te. Se a edição de um determinado documento é constante, vale a
pena deixá-lo entre os “favoritos”, visto que a lista de recentes se
modifica conforme você abre e fecha novos documentos.

Snap

Ao se utilizar o Windows por muito tempo, é comum ver vá-


rias janelas abertas pelo seu monitor. Com o recurso de Snap, você
pode posicioná-las de um jeito prático e divertido. Basta apenas
clicar e arrastá-las pelas bordas da tela para obter diferentes posi-
cionamentos.
O Snap é útil tanto para a distribuição como para a compara-
ção de janelas. Por exemplo, jogue uma para a esquerda e a outra
na direita. Ambas ficaram abertas e dividindo igualmente o espaço Ao digitar “pai” temos os itens que contêm essas letras em
pela tela, permitindo que você as veja ao mesmo tempo. seu nome.

Windows Search Windows Explorer

O sistema de buscas no Windows 7 está refinado e estendido. O que você encontra pelo menu iniciar é uma pequena parte
Podemos fazer buscas mais simples e específicas diretamente do do total disponível.
menu iniciar, mas foi mantida e melhorada a busca enquanto você Fazendo a busca pelo Windows Explorer – que é acionado
navega pelas pastas. automaticamente quando você navega pelas pastas do seu compu-
tador – você encontrará uma busca mais abrangente.
Menu iniciar Em versões anteriores, como no Windows XP, antes de se fa-
zer uma busca é necessário abrir a ferramenta de busca.
As pesquisas agora podem ser feitas diretamente do menu No Seven, precisamos apenas digitar os termos na caixa de
iniciar. É útil quando você necessita procurar, por exemplo, pelo busca, que fica no canto superior direito.
atalho de inicialização de algum programa ou arquivo de modo
rápido.
“Diferente de buscas com as tecnologias anteriores do Windo-
ws Search, a pesquisa do menu início não olha apenas aos nomes
de pastas e arquivos.
Considera-se o conteúdo do arquivo, tags e propriedades tam-
bém” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 770).

Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows Explorer com a caixa de busca (Jim Boyce; Windo-


ws 7 Bible, pg 774).

A busca não se limita a digitação de palavras. Você pode apli-


car filtros, por exemplo, buscar, na pasta músicas, todas as can-
ções do gênero Rock. Existem outros, como data, tamanho e tipo.
Dependendo do arquivo que você procura, podem existir outras A central de ações e suas opções.
classificações disponíveis.
Imagine que todo arquivo de texto sem seu computador possui - Do seu jeito
um autor. Se você está buscando por arquivos de texto, pode ter a O ambiente que nos cerca faz diferença, tanto para nossa qua-
opção de filtrar por autores. lidade de vida quanto para o desempenho no trabalho. O compu-
tador é uma extensão desse ambiente. O Windows 7 permite uma
Controle dos pais alta personalização de ícones, cores e muitas outras opções, dei-
xando um ambiente mais confortável, não importa se utilizado no
Não é uma tarefa fácil proteger os mais novos do que visuali- ambiente profissional ou no doméstico.
zam por meio do computador. O Windows 7 ajuda a limitar o que Muitas opções para personalizar o Windows 7 estão na página
pode ser visualizado ou não. Para que essa funcionalidade fique de Personalização1, que pode ser acessada por um clique com o
disponível, é importante que o computador tenha uma conta de ad- botão direito na área de trabalho e em seguida um clique em Per-
ministrador, protegida por senha, registrada. Além disso, o usuário sonalizar.
que se deseja restringir deve ter sua própria conta. É importante notar que algumas configurações podem deixarv
seu computador mais lento, especialmente efeitos de transparên-
As restrições básicas que o Seven disponibiliza: cia. Abaixo estão algumas das opções de personalização mais in-
· Limite de Tempo: Permite especificar quais horas do dia que teressantes.
o PC pode ser utilizado.
· Jogos: Bloqueia ou permite jogar, se baseando pelo horário Papéis de Parede
e também pela classificação do jogo. Vale notar que a classificação
já vem com o próprio game. Os papéis de parede não são tamanha novidade, virou prati-
· Bloquear programas: É possível selecionar quais aplicativos camente uma rotina entre as pessoas colocarem fotos de ídolos,
estão autorizados a serem executados. paisagens ou qualquer outra figura que as agrade. Uma das novi-
Fazendo download de add-on’s é possível aumentar a quanti- dades fica por conta das fotos que você encontra no próprio SO.
dade de restrições, como controlar as páginas que são acessadas, e Variam de uma foto focando uma única folha numa floresta até
até mesmo manter um histórico das atividades online do usuário. uma montanha.
A outra é a possibilidade de criar um slide show com várias
Central de ações fotos. Elas ficaram mudando em sequência, dando a impressão que
sua área de trabalho está mais viva.
A central de ações consolida todas as mensagens de segurança
e manutenção do Windows. Elas são classificadas em vermelho Gadgets
(importante – deve ser resolvido rapidamente) e amarelas (tarefas
recomendadas). As “bugigangas” já são conhecidas do Windows Vista, mas
O painel também é útil caso você sinta algo de estranho no eram travadas no canto direito. Agora elas podem ficar em qual-
computador. Basta checar o painel e ver se o Windows detectou quer local do desktop.
algo de errado. Servem para deixar sua área de trabalho com elementos sor-
tidos, desde coisas úteis – como uma pequena agenda – até as de
gosto mais duvidosas – como uma que mostra o símbolo do Corin-
thians. Fica a critério do usuário o que e como utilizar.

Didatismo e Conhecimento 14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O próprio sistema já vem com algumas, mas se sentir necessi- Com este novo recurso, dois computadores rodando Windows
dade, pode baixar ainda mais opções da internet. 7 podem compartilhar músicas através do Windows Media Player
12. É necessário que ambos estejam associados com um ID online,
como a do Windows Live.
Personalização

Você pode adicionar recursos ao seu computador alterando o


tema, a cor, os sons, o plano de fundo da área de trabalho, a pro-
teção de tela, o tamanho da fonte e a imagem da conta de usuário.
Você pode também selecionar “gadgets” específicos para sua área
de trabalho.
Ao alterar o tema você inclui um plano de fundo na área de
trabalho, uma proteção de tela, a cor da borda da janela sons e, às
vezes, ícones e ponteiros de mouse.
Você pode escolher entre vários temas do Aero, que é um vi-
sual premium dessa versão do Windows, apresentando um design
como o vidro transparente com animações de janela, um novo
Gadgets de calendário e relógio. menu Iniciar, uma nova barra de tarefas e novas cores de borda
de janela.
Temas Use o tema inteiro ou crie seu próprio tema personalizado al-
terando as imagens, cores e sons individualmente. Você também
Como nem sempre há tempo de modificar e deixar todas as pode localizar mais temas online no site do Windows. Você tam-
configurações exatamente do seu gosto, o Windows 7 disponibiliza bém pode alterar os sons emitidos pelo computador quando, por
temas, que mudam consideravelmente os aspectos gráficos, como exemplo, você recebe um e-mail, inicia o Windows ou desliga o
em papéis de parede e cores. computador.
O plano de fundo da área de trabalho, chamado de papel de
ClearType parede, é uma imagem, cor ou design na área de trabalho que cria
um fundo para as janelas abertas. Você pode escolher uma imagem
“Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes parecerem para ser seu plano de fundo de área de trabalho ou pode exibir uma
mais claras e suaves no monitor. É particularmente efetivo para apresentação de slides de imagens. Também pode ser usada uma
monitores LCD, mas também tem algum efeito nos antigos mode- proteção de tela onde uma imagem ou animação aparece em sua
los CRT(monitores de tubo). O Windows 7 dá suporte a esta tec- tela quando você não utiliza o mouse ou o teclado por determinado
nologia” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 163, tradução nossa). período de tempo. Você pode escolher uma variedade de proteções
de tela do Windows.
Novas possibilidades Aumentando o tamanho da fonte você pode tornar o texto, os
ícones e outros itens da tela mais fáceis de ver. Também é possível
Os novos recursos do Windows Seven abrem, por si só, novas reduzir a escala DPI, escala de pontos por polegada, para diminuir
possibilidades de configuração, maior facilidade na navega, dentre o tamanho do texto e outros itens na tela para que caibam mais
outros pontos. Por enquanto, essas novidades foram diretamente informações na tela.
aplicadas no computador em uso, mas no Seven podemos também Outro recurso de personalização é colocar imagem de conta
interagir com outros dispositivos. de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um computador.
A imagem é exibida na tela de boas vindas e no menu Iniciar. Você
Reproduzir em pode alterar a imagem da sua conta de usuário para uma das ima-
gens incluídas no Windows ou usar sua própria imagem.
Permitindo acessando de outros equipamentos a um computa- E para finalizar você pode adicionar “gadgets” de área de tra-
dor com o Windows Seven, é possível que eles se comuniquem e balho, que são miniprogramas personalizáveis que podem exibir
seja possível tocar, por exemplo, num aparelho de som as músicas continuamente informações atualizadas como a apresentação de
que você tem no HD de seu computador. slides de imagens ou contatos, sem a necessidade de abrir uma
É apenas necessário que o aparelho seja compatível com o nova janela.
Windows Seven – geralmente indicado com um logotipo “Compa-
tível com o Windows 7». Aplicativos novos

Streaming de mídia remoto Uma das principais características do mundo Linux é suas
versões virem com muitos aplicativos, assim o usuário não precisa
Com o Reproduzir em é possível levar o conteúdo do compu- ficar baixando arquivos após instalar o sistema, o que não ocorre
tador para outros lugares da casa. Se quiser levar para fora dela, com as versões Windows.
uma opção é o Streaming de mídia remoto. O Windows 7 começa a mudar essa questão, agora existe uma
serie de aplicativos juntos com o Windows 7, para que o usuário
não precisa baixar programas para atividades básicas.

Didatismo e Conhecimento 15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Com o Sticky Notes pode-se deixar lembretes no desktop e Também foi adicionado recurso de conversão de unidades
também suportar entrada por caneta e toque. como de pés para metros.
No Math Input Center, utilizando recursos multitoque, equa-
ções matemáticas escritas na tela são convertidas em texto, para
poder adicioná-la em um processador de texto.
O print screen agora tem um aplicativo que permite capturar
de formas diferentes a tela, como por exemplo, a tela inteira, partes
ou áreas desenhadas da tela com o mouse.

Calculadora: 2 novos modos.

Aplicativo de copiar tela (botão print screen).

O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferramentas


e design melhorado, ganhou menus e ferramentas que parecem do
Office 2007.

WordPad remodelado

Requisitos

Apesar desta nova versão do Windows estar mais leve em


relação ao Vista, ainda é exigido uma configuração de hardware
(peças) relativamente boa, para que seja utilizado sem problemas
de desempenho.

Esta é a configuração mínima:


· Processador de 1 GHz (32-bit)
· Memória (RAM) de 1 GB
· Placa de Vídeo compatível com DirectX 9.0 e 32 MB de
memória (sem Windows Aero)
Paint com novos recursos. · Espaço requerido de 16GB
· DVD-ROM
O WordPad também foi reformulado, recebeu novo visual · Saída de Áudio
mais próximo ao Word 2007, também ganhou novas ferramentas,
assim se tornando um bom editor para quem não tem o Word 2007. Se for desejado rodar o sistema sem problemas de lentidão e
A calculadora também sofreu mudanças, agora conta com 2 ainda usufruir derecursos como o Aero, o recomendado é a seguin-
novos modos, programador e estatístico. te configuração.
No modo programador ela faz cálculos binários e tem opção
de álgebra booleana. A estatística tem funções de cálculos básicos.

Didatismo e Conhecimento 16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Configuração Recomendada: Além disso, as tarefas recebem prioridades. Apesar de não
· Processador de 2 GHz (32 ou 64 bits) ajudar efetivamente no desempenho, o Windows 7 prioriza o que o
· Memória (RAM) de 2 GB usuário está interagindo (tarefas “foreground”).
· Espaço requerido de disco rígido: 16 GB Outras, como uma impressão, tem baixa prioridade pois são
· Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos DirectX 9 naturalmente lentas e podem ser executadas “longe da visão” do
com 256 MB de memória (para habilitar o tema do Windows Aero) usuário, dando a impressão que o computador não está lento.
· Unidade de DVD-R/W Essa característica permite que o usuário não sinta uma lenti-
· Conexão com a Internet (para obter atualizações) dão desnecessária no computador.
Entretanto, não se pode ignorar o fato que, com cada vez mais
Atualizar de um SO antigo recursos e “efeitos gráficos”, a tendência é que o sistema operacio-
nal se torne um forte consumidor de memória e processamento. O
O melhor cenário possível para a instalação do Windows 7 é Seven disponibiliza vários recursos de ponta e mantêm uma per-
com uma máquina nova, com os requisitos apropriados. Entretan- formance satisfatória.
to, é possível utilizá-lo num computador antigo, desde que atenda
as especificações mínimas. Monitor de desempenho
Se o aparelho em questão possuir o Windows Vista instala-
do, você terá a opção de atualizar o sistema operacional. Caso sua Apesar de não ser uma exclusividade do Seven, é uma ferra-
máquina utilize Windows XP, você deverá fazer a re-instalação do menta poderosa para verificar como o sistema está se portando.
sistema operacional. Podem-se adicionar contadores (além do que já existe) para colher
Utilizando uma versão anterior a do XP, muito provavelmen- ainda mais informações e gerar relatórios.
te seu computador não atende aos requisitos mínimos. Entretanto,
nada impede que você tente fazer a reinstalação. Monitor de recursos

Atualização Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra infor-


mações sobre o uso do processador, da memória, disco e conexão
“Atualizar é a forma mais conveniente de ter o Windows 7 em à rede.
seu computador, pois mantém os arquivos, as configurações e os
programas do Windows Vista no lugar” (Site da Microsoft, http:// PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS VERSÕES
windows.microsoft.com/pt-
BR/windows7/help/upgrading-from-windows-vista-to-win- Windows 7 Starter
dows-7).
É o método mais adequado, se o usuário não possui conheci- Como o próprio título acima sugere, esta versão do Windows
mento ou tempo para fazer uma instalação do método tradicional. é a mais simples e básica de todas. A Barra de Tarefas foi comple-
Optando por essa opção, ainda devesse tomar cuidado com a com- tamente redesenhada e não possui suporte ao famoso Aero Glass.
patibilidade dos programas, o que funciona no Vista nem sempre Uma limitação da versão é que o usuário não pode abrir mais do
funcionará no 7. que três aplicativos ao mesmo tempo.
Esta versão será instalada em computadores novo apenas nos
Instalação países em desenvolvimento, como Índia, Rússia e Brasil. Disponí-
vel apenas na versão de 32 bits.
Por qualquer motivo que a atualização não possa ser efetuada,
a instalação completa se torna a opção mais viável. Windows 7 Home Basic
Neste caso, é necessário fazer backup de dados que se deseja Esta é uma versão intermediária entre as edições Starter e
utilizar, como drivers e documentos de texto, pois todas as infor- Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Terá também a
mações no computador serão perdidas. Quando iniciar o Windows versão de 64 bits e permitirá a execução de mais de três aplicativos
7, ele vai estar sem os programas que você havia instalado e com ao mesmo tempo.
as configurações padrão. Assim como a anterior, não terá suporte para o Aero Glass
nem para as funcionalidades sensíveis ao toque, fugindo um pouco
Desempenho da principal novidade do Windows 7. Computadores novos pode-
rão contar também com a instalação desta edição, mas sua venda
De nada adiantariam os novos recursos do Windows 7 se ele será proibida nos Estados Unidos.
mantivesse a fama de lento e paranóico, adquirida por seu anteces-
sor. Testes indicam que a nova versão tem ganhou alguns pontos Windows 7 Home Premium
na velocidade.
O Seven te ajuda automaticamente com o desempenho: “Seu Edição que os usuários domésticos podem chamar de “com-
sistema operacional toma conta do gerenciamento do processador pleta”, a Home Premium acumula todas as funcionalidades das
e memória para você” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 1041, edições citadas anteriormente e soma mais algumas ao pacote.
tradução nossa).

Didatismo e Conhecimento 17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Dentre as funções adicionadas, as principais são o suporte à Windows 7 Ultimate, o mais completo e mais caro
interface Aero Glass e também aos recursos Touch Windows (tela
sensível ao toque) e Aero Background, que troca seu papel de pa- Esta será, provavelmente, a versão mais cara de todas, pois
rede automaticamente no intervalo de tempo determinado. Haverá contém todas as funcionalidades já citadas neste artigo e mais al-
ainda um aplicativo nativo para auxiliar no gerenciamento de redes gumas. Apesar de sua venda não ser restrita às empresas, o Mi-
wireless, conhecido como Mobility Center. crosoft disponibilizará uma quantidade limitada desta versão do
sistema.
Isso porque grande parte dos aplicativos e recursos presentes
na Ultimate são dedicados às corporações, não interessando muito
aos usuários comuns.

Esta edição será colocada à venda em lojas de varejo e tam-


bém poderá ser encontrada em computadores novos.

Windows 7 Professional, voltado às pequenas empresas

Mais voltada para as pequenas empresas, a versão Professio-


nal do Windows 7 possuirá diversos recursos que visam facilitar
a comunicação entre computadores e até mesmo impressoras de
uma rede corporativa. MICROSOFT OFFICE: WORD 2007,
EXCEL 2007, POWER POINT 2007 E
Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o Domain MICROSOFT OUTLOOK 2007.
Join, que ajuda os computadores de uma rede a “se enxergarem”
e conseguirem se comunicar. O Location Aware Printing, por sua
vez, tem como objetivo tornar muito mais fácil o compartilhamen-
to de impressoras.
Como empresas sempre estão procurando maneiras para se Microsoft Word 2007
proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz o Encrypting
File System, que dificulta a violação de dados. Esta versão também O Word 2007 é um processador de texto, constituindo uma
será encontrada em lojas de varejo ou computadores novos. poderosa ferramenta de auxílio à elaboração de documentos.
Com este aplicativo, você pode criar uma grande diversidade
Windows 7 Enterprise, apenas para vários de documentos, utilizando recursos como tabelas, gráficos, índices,
imagens, som, vídeo e texto em colunas entre muitos outros.
Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma versão Nesta nova versão, o Word surge com uma nova interface, em
mais voltada para empresas de médio e grande porte, só poderá que os tradicionais menus de opções desaparecem e dão lugar a
ser adquirida com licenciamento para diversas máquinas. Acumula uma faixa de opções com diversas guias, onde podemos encontrar,
todas as funcionalidades citadas na edição Professional e possui mais facilmente, os comandos necessários para executar as tarefas
recursos mais sofisticados de segurança. que nos propomos realizar.
Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável pela
criptografia de dados e o AppLocker, que impede a execução de 1. Explorando a janela do Word
programas não-autorizados. Além disso, há ainda o BrachCache,
para turbinar transferência de arquivos grandes e também o Di- 1.1 Acessando o Word
rectAccess, que dá uma super ajuda com a configuração de redes Há várias formas de acessar o Word. A mais utilizada é clicar
corporativas. no botão Iniciar, Todos os programas, Microsoft Office, Microsoft
Office Word 2007. Observe a figura abaixo:

Didatismo e Conhecimento 18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1.2 Conhecendo a área de trabalho do Word Do lado direito do Botão Office , você poderá
Logo que abrimos o Word, um documento é criado personalizar a Barra de ferramentas de acesso rápido, clicando na
automaticamente com o nome de Documento 1, e é visualizada Caixa de listagem (lista de opções disponíveis) .
uma janela, como a demonstrada na figura. Para ativar ou desativar um comando, basta clicar sobre ele.

Menu – Clicando sobre o Botão Office , no canto


superior esquerdo, aparecerão funções como Salvar, Imprimir e
Fechar entre outras, que são as principais ações de controle da Barra de Título – Mostra o título do programa e o nome do
janela do Word. documento (arquivo) que está aberto.

Faixa de opções – A faixa de opções é o local onde estão os


principais comandos do Word, separados por guias: Início, Inserir,
Layout da Página, Referências, Correspondências, Revisão e
Exibição.

Didatismo e Conhecimento 19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Botão ajuda – Acessa a ajuda do Office Online ou a local
(salva no computador).
Controle da janela – Controles para Minimizar , Maximizar
( ficar do tamanho da tela), Restaurar (poder ser redimensionada
conforme necessidade) e Fechar a janela.

Barra de status – Mostra informações sobre o documento atual,


tais como o número de páginas e a página atual. Está localizada na
margem inferior da tela.

Réguas – As réguas horizontais e verticais são usadas para


defi nir e visualizar os recuos de parágrafos, tabulação, margem
das páginas e largura das colunas, quando trabalhamos com
tabelas (fi gura 8). Para habilitá-las ou desabilitá-las, basta clicar
no botão Régua, que fi ca no canto superior direito (abaixo da
faixa de opções).
Modos de exibição – Os modos de exibição são encontrados
à direita da barra de status e permitem alterar a visualização do
documento.

Barra de rolagem – As barras de rolagem permitem que você


navegue pelo documento, quando a página for maior que a tela,
clicando sobre as setas ou arrastando o botão de rolagem.

As opções são as seguintes:

Abaixo da barra de rolagem, há botões para tornar essa


navegação mais rápida:

Página anterior e Próxima página .

No botão Selecionar objeto da procura, é possível, por


exemplo, procurar uma palavra, gráfico, tabela etc. em todo o
documento.

Didatismo e Conhecimento 20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Área do documento – Local em que os textos são digitados


e editados. Nessa área, observamos uma barra vertical piscando,
chamada de cursor ou ponto de inserção.
Qualquer caractere será inserido à esquerda do cursor.

1.3 Obtendo ajuda Curiosidade!


Para obter ajuda, é só clicar no botão Ajuda , localizado
no canto superior direito da janela, ou pressionar a tecla F1. Abrir- Quando você abrir a janela de Ajuda, o Word tentará conectar-
se-á, então, uma janela, como mostra a figura: se automaticamente ao Office Online. Isso acontece, pois o
conteúdo online é mais completo e atualizado, mas, se você quiser
usar o Conteúdo Offline (instalado junto com o Office sem a
necessidade de estar conectado à internet), basta clicar no botão
Conectado ao Office Online e na opção Mostre conteúdo apenas
deste computador .

Existem várias formas de encerrar o Word. Uma delas é clicar


no Botão Office e na opção Fechar.
Caso haja alguma alteração em seu documento que não tenha
sido salva, aparecerá a seguinte mensagem:

Dica!
A forma mais rápida de encerrar o Word é clicar no controle
Fechar, em sua janela

Didatismo e Conhecimento 21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1.4 Entendendo melhor o menu do Word
Vamos, agora, trabalhar com cada uma das opções do menu do
Word, visualizadas ao clicar no Botão Office:

Usando a tecla ENTER para criar uma nova linha

Observe que, ao chegar ao final da linha de texto, o cursor vai


automaticamente para a linha seguinte.
Para fazer o cursor passar para a próxima linha antes que ele
atinja a margem direita, é necessário pressionar a tecla ENTER.
Você só precisará usar a tecla ENTER em duas situações:
• Para terminar um parágrafo.
• Para criar uma linha em branco entre parágrafos, figuras,
gráficos etc.

Para salvar (gravar) um documento, clique no Botão Office e,


em seguida, em Salvar. Vale lembrar que o documento é salvo com
as alterações feitas até o momento da ação de salvar, isto é, tudo
o que você fizer depois dela não estará salvo, enquanto não clicar
novamente em Salvar.
Quando você fechar e abrir o arquivo novamente, ele estará
da forma como estava quando foi salvo pela última vez. O arquivo
Essa opção abre uma janela como a ilustrada na figura terá a extensão .docx , que é inserida automaticamente pelo Word.
abaixo. Nela, você pode escolher um modelo (layout) para o novo Dicas !
documento. O modelo padrão é Documento em branco. Para facilitar a busca por seus documentos, há algumas dicas
quanto à nomeação de arquivos quando for salvá-los:
• Use palavras-chave que facilitem a memorização.
• Digite as iniciais em maiúsculas.
• Evite preposições entre as palavras.
• Evite acentos e cedilhas.
• Insira datas, se necessário.
Exemplo:
Para salvar um relatório semanal de atividades, um bom nome
seria RelSemAtiv_12_Dez.
Nesse caso, o 12_Dez identifica a semana a que se refere o
relatório, sem ser necessário abri-lo.
Vamos salvar o documento que acabamos de digitar com o
nome de Parte_Pratica.
É importantíssimo o hábito de manter o documento salvo.
Contudo, caso você se esqueça de salvá-lo e, por algum problema,
o computador se desligue ou trave inesperadamente, ainda há
possibilidade de recuperar o documento, graças ao recurso
Recuperação automática de arquivos.
Adicionando texto Como? Recuperação automática de arquivos?
Sim! Sem que você note, de tempo em tempo, automaticamente,
No documento criado, vamos inserir um pequeno texto, o Word salva o arquivo, para que, em ocasiões inesperadas, você
que será utilizado posteriormente para praticarmos os demais não perca seu trabalho.
comandos. O Word apresenta um grande número de configurações Assim, na ocasião seguinte em que você abrir o Word
que eliminam a necessidade de atentar para como o texto vai ficar 2007, aparecerá uma janela com a lista de todos os documentos
na página, diferentemente do tempo da máquina de escrever. recuperados. Para abrir qualquer um dos arquivos, basta clicar
Ao começar a digitar, o cursor se movimenta para a direita, e os sobre ele.
caracteres que você digita vão aparecendo à esquerda dele. Digite
o texto abaixo e não se preocupe em como fazer o cursor passar
para a linha seguinte. Isso é feito automaticamente e se chama
rearranjo de linhas.

Didatismo e Conhecimento 22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Usando modelos prontos para criar documentos

A seguir, vamos ver alguns modelos de documentos que Conforme mostra a figura abaixo, na lista ao lado dos botões
podem ser feitos com o auxílio do Word. Para acessá-los, clique do menu, há uma área chamada Documentos Recentes. Nela,
no Botão Office e, em seguida, no botão Novo. Após selecionar o aparecem os últimos documentos acessados com o ícone no
modelo desejado, basta clicar em Baixar. canto direito. Para fixar um documento na lista dos mais recentes,
basta clicar nesse ícone, que ficará assim: .

Ao clicar no botão Abrir, aparecerá uma janela em que você


deve procurar o arquivo que deseja abrir.

Ao localizar o arquivo desejado, clique sobre ele e em Abrir.

Para salvar um documento no Word, você deve clicar no


Botão Office e, em seguida, em Salvar.
Se houver necessidade de salvar o arquivo com outro nome ou
em outro local, clique no Botão Office e, em seguida, em Salvar
como. Em seguida, digite o nome desejado e/ou selecione o local
desejado (HD, CD, Pendrive etc.) e clique em Salvar.

Didatismo e Conhecimento 23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Impressão Rápida - Imprime diretamente, sem nenhuma


configuração.
• Visualização de Impressão – Possibilita conferir como
ficará impresso seu documento. Para voltar à visualização layout
de impressão, clique no botão Fechar Visualização de Impressão

Para imprimir o arquivo aberto, é necessário ter alguma


impressora conectada ao computador ou a uma rede local.
Clique no Botão Office e posicione o mouse no botão Imprimir
: aparecerão três opções, como vemos na tela abaixo :

1.5 A faixa de opções

A faixa de opções mostra os comandos mais utilizados


agrupados por temas, para que você não precise procurá-los em
vários menus, assim facilitando o trabalho.
A seguir, apresentamos a faixa de opções e como trabalhar
com ela.

• Imprimir – Abre uma janela com configurações que 1.5.1 Conteúdo da faixa de opções
permitem selecionar a impressora, páginas a serem impressas, Há três componentes básicos na faixa de opções. É bom saber
número de cópias etc. como cada um se chama para compreender como utilizá-lo.

Didatismo e Conhecimento 24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1. Guias – Há sete guias básicas na parte superior. Cada


uma representa uma área de atividade e, em cada uma delas, os
comandos são reunidos por grupos. Por exemplo, a guia Início
contém todos os comandos que você utiliza com mais frequência
e os botões Recortar, Copiar e Colar, que estão no grupo Área de
transferência.
2. Grupos – Cada guia tem vários grupos que mostram os
itens relacionados em conjunto.
3. Comandos – Um comando é um botão, uma caixa para
inserir informações ou um menu.

Dica

A faixa de opções facilita a localização de todas as funções.


No entanto, você pode querer trabalhar com seu documento em um
espaço maior. Se esse for o caso, é possível ocultá-lo, dando um
clique duplo na guia ativa. Para ver os comandos novamente, basta
dar outro clique duplo em uma das guias.

Confira abaixo os grupos de cada uma das guias:


• Início – Área de transferência, Fonte, Parágrafo, Estilo e 2.2 Selecionando partes do documento
Edição.
• Inserir – Páginas, Tabelas, Ilustrações, Links, Cabeçalho e
Rodapé, Texto e Símbolos.
• Layout da Página – Temas, Confi gurar Página, Plano de
Fundo da Página, Parágrafo e Organizar.
• Referências – Sumário, Notas de Rodapé, Citações e
Bibliogra fi a, Legendas, Índice e Índice de Autoridades.
• Correspondências – Criar, Iniciar Mala Direta, Gravar e
Inserir Campos, Visualizar Resultados e Concluir.
• Revisão – Revisão de Texto, Comentários, Controle,
Alterações, Comparar e Proteger.
• Exibição – Modo de Exibição de Documento, Mostrar/
Ocultar, Zoom, Janela e Macros.
Alguns grupos têm uma seta diagonal no canto inferior direito
chamada de Iniciador de Caixa de Diálogo. Ao clicar nela, você
verá mais opções relacionadas a esse grupo.

2. EDITANDO UM DOCUMENTO

2.1 Navegando pelo documento

Há várias maneiras de navegar por documentos. Além da


barra de rolagem, que vimos anteriormente, e do mouse, podemos
utilizar as seguintes teclas:

Didatismo e Conhecimento 25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
2.5 Formatando caracteres e parágrafos

Utilizaremos os comandos da guia Início para trabalharmos


com as formatações mais comuns de caracteres e parágrafos, que
incluem mudança de fonte, cor, tamanho, alinhamento de texto etc.
Um novo recurso do Office 2007 que facilita a formatação
do documento é o preview ou pré-visualização de uma alteração
sem ter que aplicá-la. Por exemplo, para alterar o tipo de fonte
(letra), conforme você passa o mouse pelas fontes instaladas, o
texto selecionado é, automaticamente, visualizado como ficará. E
isso vale para algumas das opções de formatação: cor, tamanho e
estilo dentre outras.
2.5.1 Alterando a fonte, a cor e o tamanho do caractere ou
Caso você prefira, alguns comandos podem ser realizados
texto
com o mouse:
Utilizaremos o grupo Fontes para trabalharmos com caracteres
e textos.
Para fazer as alterações desejadas, é necessário que o texto
esteja selecionado. Veja os comandos de seleção no item 2.2.
Abra o arquivo Parte_Pratica e selecione a palavra
“melhores”. Clique na caixa de diálogo para abrir as opções de
fonte e vá passando o mouse sobre elas.
Observe que a palavra selecionada vai sendo visualizada de
acordo com o tipo de fonte sobre a qual o ponteiro do mouse é
deslocado. Após escolher a fonte desejada, clique sobre ela.

2.3 Inserindo texto

Para inserir texto no documento (uma letra, uma palavra, um


parágrafo, uma página etc.), basta posicionar o cursor no local
desejado e digitar os dados a serem inseridos.
Vale lembrar que a inserção ocorrerá à esquerda do cursor.

2.4 Deletando (apagando) texto


Em seguida, faça o mesmo com a opção de tamanho.

Didatismo e Conhecimento 26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Dica
Quando você seleciona um texto e passa o mouse sobre
ele, aparece uma caixa de ferramentas, com algumas opções de
formatação, para tornar seu trabalho mais rápido.

2.5.2 Alterando o alinhamento de linhas ou parágrafos

Agora, utilizaremos os comandos do grupo Parágrafo , da guia


Início .
O texto da linha em que estiver posicionado o cursor ou o
O mesmo procedimento deverá ser adotado para alterar a cor parágrafo selecionado poderão ser alinhados de quatro formas:
do realce do texto, que, por padrão, é sem cor; a cor da fonte,
que, por padrão, é preta; e o estilo de sublinhado, que, por padrão,
é desativado. No caso dos demais comandos, o efeito só será
visualizado após ser aplicado.

2.5.3 Alterando o espaçamento entre linhas

Podemos alterar o espaçamento entre linhas (o padrão é 1,0


– simples), ou ainda os espaços antes ou depois dos parágrafos (o
padrão é de 12 em 12 pontos). Observe a figura.

Didatismo e Conhecimento 27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O botão Opções de Espaçamento de Linha permite estabelecer
espaçamentos personalizados.

Margem do parágrafo selecionado

As margens esquerda e direita, bem como a marcação de


parágrafo do texto selecionado, são de fi nidas pelos marcadores
ao clicarmos sobre eles e arrastá-los.

-- Marcação do parágrafo
-- Margem esquerda
-- Margem direita
2.5.4 Utilizando a régua para definir margens e marcações 1 – Margem esquerda em 0cm.
de parágrafos 2 – Parágrafo em 2cm.
3 – Margem direita em 15cm.
A régua é a ferramenta que de fi ne as margens do documento, 4 – Após o ENTER, o cursor fica automaticamente na posição
do texto selecionado e as marcações de parágrafo. 2cm.
Margem do documento
Na régua, existem marcadores que defi nem as margens Todos os comandos vistos até agora podem ser efetuados,
esquerda e direita do documento. Veja a figura: clicando-se no Iniciador de Caixa de Diálogo do grupo Parágrafo.

Observe que há números antes e depois dos marcadores. Essa


numeração é o valor da margem em centímetros. Por padrão, as
margens iniciam-se em 0cm e terminam em 15cm.
Ao passar o mouse por um dos marcadores, aparecerá uma
seta. Se você clicar nela e arrastá-la, alterará as margens do
documento.

Por exemplo, abra o arquivo Parte_Pratica e arraste a margem


esquerda, até que o número 1 seja o único visualizado. Isso
indicará que há 1cm de margem esquerda para todo o documento.
Para determinar a margem direita em 14cm, basta arrastá-la até o
número 14.
O texto deverá ficar semelhante ao apresentado na figura
abaixo.

Didatismo e Conhecimento 28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
2.5.5 Trabalhando com marcadores, numeradores e listas
As listas desempenham várias funções, desde resumir
informações a facilitar sua compreensão e assimilação. As listas
podem ser numeradas ou apresentar marcadores.

Se você tiver uma sequência de informações, uma lista


numerada será essencial para informar o número de itens
rapidamente.
As listas podem apresentar um nível único ou vários níveis.
Na lista de nível único, todos os itens têm a mesma hierarquia e
o mesmo recuo. Já a lista de vários níveis significa que há uma Os símbolos disponíveis dependerão da fonte selecionada.
lista dentro de outra. Veja abaixo a diferença entre ambas: Na figura, a fonte é Wingdings. Também poderão ser adicionadas
imagens.
Para criar automaticamente listas numeradas, digite o número
1 e um ponto (1.), seguido de um espaço. O numerador padrão é
1. De modo semelhante ao anterior, ao abrir a caixa de diálogo
Numeração , você poderá utilizar um formato ou Definir Novo
Formato de Número.

Criando lista de vários níveis


Podemos criar automaticamente listas de vários níveis. Para
Tanto marcadores quanto numeradores podem ser inseridos isso, basta pressiona o botão e selecionar o modelo desejado.
nos parágrafos selecionados.
Há mais de uma maneira de iniciar uma lista. Uma das mais
utilizadas é criar a lista automaticamente, à medida que os dados
são digitados.
Se você precisar de uma lista com marcadores, basta digitar
um asterisco (*), seguido de um espaço: o asterisco se transforma
em marcador, e a lista é iniciada. Quando terminar de digitar o
primeiro item, pressione ENTER, e um novo marcador aparecerá
na linha seguinte.
Existem vários símbolos que você pode usar para iniciar uma
lista. O marcador padrão é o bollet •. Ao abrir a caixa de diálogo
Marcadores, você poderá utilizar um marcador existente ou
Definir Novo Marcador

Para que os subníveis apareçam, basta clicar no botão


Aumentar recuo . Veja o exemplo abaixo:
1. VITAMINAS
1.1 Complexo B
1.1.1. B1

Didatismo e Conhecimento 29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1.1.2. B2
1.1.3. B12
2. SAIS MINERAIS
Caso você avance um recuo a mais do que o desejado, basta
clicar no botão Diminuir recuo .

Interrompendo a lista
A maneira mais fácil de interromper a criação de uma lista é
pressionar a tecla ENTER duas vezes. Ao fazer isso, você estará
pronto para iniciar um novo parágrafo em uma nova linha.
Se estiver no meio de uma lista e precisar digitar algum texto
abaixo do marcador no mesmo nível do texto acima, use a tecla
BACKSPACE. Isso removerá o marcador, mas manterá o recuo
de texto.
Para alinhar o novo texto abaixo do próprio marcador, e não
do texto acima, pressione BACKSPACE duas vezes. Por fi m,
para eliminar o recuo de lista, pressione BACKSPACE três vezes.
Marcadores ou números
Se você achar que escolheu o tipo inadequado de lista, ou
seja, iniciou-a com marcadores, mas entende que números seriam
melhores ou vice-versa, não se preocupe.
É fácil fazer a troca. Basta clicar em qualquer lugar na lista e,
em seguida, no botão Marcadores ou Numeração , na
faixa de opções.

Curiosidade!
Esses dois botões “memorizarão” o tipo de lista utilizado pela
última vez e farão uso desse tipo, quando você clicar nesses botões
novamente.

Dica!
Para classificar uma lista após criá-la em ordem alfabética, por
exemplo, use o botão Classificar. Tenha em mente que, ao classificar
uma lista numerada, somente os itens serão classificados. A ordem
numérica continuará a mesma.

2.5.6 Inserindo bordas e sombreamento


Para dar destaque a palavras, parágrafos, páginas, imagens e
células (tabelas) entre outros objetos, o Word dispõe do recurso de
borda e de sombreamento.
Abra o arquivo Parte_Pratica e selecione o trecho “Microsoft
Office Word 2007”.
Dê um clique na seta que abre a caixa de diálogo do botão
Bordas e Sombreamento .
Observe que as opções apresentadas permitem colocar
bordas na parte inferior, superior etc. Clique na opção Bordas e
Sombreamento.
Essa opção possibilita trabalhar com o seguinte:
• Bordas – Coloca borda no texto selecionado ou no parágrafo.
• Borda da página – Coloca uma borda em todas as páginas
do documento.
• Sombreamento – Permite definir cor de Preenchimento e
estilo dos padrões do texto ou parágrafo selecionado.

Didatismo e Conhecimento 30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No exemplo acima, o Preenchimento é amarelo e, no item padrões, o estilo selecionado é Horizontal clara, na cor verde.
Quando trabalhamos com tabelas, a utilização de bordas torna melhor e mais agradável a visualização.

2.5.7 Visualizando marcas de parágrafos e símbolos de formatação ocultos

Às vezes, você deseja obter um resultado de formatação e não consegue entender por que ele não aparece. Pode ser que existam
caracteres ocultos em seu documento.
Para visualizá-los, clique no botão Mostrar Tudo . Observe a figura abaixo.

O que cada símbolo representa:


• ¶ – Foi pressionada a tecla ENTER.
• Æ – Foi utilizado marcador ou numeração.
• . (ponto) – Existência de espaço em branco.
• ........Quebra de página......... – Quebra de página criada pelo usuário ( CTRL + ENTER).
• .......................................... – Quebra de página automática.

2.6 Copiando uma formatação


Imagine que você tenha trocado o tipo, a cor e o tamanho da fonte, inserido borda e/ou sombreamento e quer tudo isso em um novo
parágrafo ou parte do documento. Seria preciso fazer tudo novamente? Não!
O Word dispõe do botão Formatar Pincel , que copia a formatação de uma área selecionada e a aplica em outra. Após selecionar
a formatação desejada, dê um clique duplo nesse botão e, em seguida, no local onde você quer repetir a formatação. Caso seja mais de um,
você pode arrastar o mouse para expandir a seleção.
Para cancelar a cópia de formatação, dê um clique no botão para desativá-lo.
Veja o exemplo abaixo, em que a formatação da palavra “melhores” foi copiada para o último trecho do parágrafo (arquivo Parte_
Pratica ).

Didatismo e Conhecimento 31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

2.7 Movendo partes do documento


Ainda observando o parágrafo já mencionado, você decide que a frase “Agora é hora de se familiarizar com o Microsoft Offi ce Word
2007.” deve ser a última e não a primeira.
Você não precisa excluí-la e digitá-la novamente. Em vez disso, mova-a, realizando uma operação de recortar e colar: recorte a frase
para excluí-la do local atual e, em seguida, cole-a no novo local.
Primeiro, selecione a frase inteira.

Em seguida, clique em Recortar , no grupo Área de Transferência . Observe que a frase desaparece do texto.

Em seguida, mova o cursor para o fim do parágrafo, onde deseja que a frase apareça e, no grupo Área de Transferência, clique em Colar
.

Dica!
Um atalho de teclado para recortar é CTRL+X e para colar é CTRL+V.
Quando você começar a editar o documento com frequência, verá como esse atalho é rápido e conveniente.
Os itens recortados ou copiados permanecem na Área de Transferência, até que você saia de todos os programas do Office ou os exclua,
clicando no item desejado e, em seguida, em Excluir ou em Limpar tudo.

Didatismo e Conhecimento 32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
2.8 Copiando partes do documento

Os procedimentos para copiar partes de um documento são praticamente os mesmos de recortar. A diferença é que o conteúdo será
mantido na posição original.
Selecione o trecho “obtenha ajuda”:

Em seguida, clique em Copiar , no grupo Área de Transferência. Observe que o trecho permanece no local de origem.

Em seguida, mova o cursor para o fim do parágrafo, onde deseja que a frase apareça e, no grupo Área de Transferência, clique em Colar.

Observe que o texto foi duplicado.


Dica!
Um atalho de teclado para copiar é CTRL+C e para colar é CTRL+V.

2.9 Utilizando estilos rápidos


No grupo Estilos, temos a Galeria de Estilos Rápidos, que exibe em miniatura diversas combinações de formatação. Quando você
posicionar o ponteiro do mouse sobre uma das miniaturas, poderá ver como o estilo rápido afetará o texto selecionado.

Abra o arquivo Parte_pratica e dê dois ENTER após 2007, para que a frase fique como se fosse um título. Selecione a frase como no
exemplo abaixo:

Em seguida, posicione o mouse nos estilos rápidos existentes e observe o resultado.


O estilo utilizado na figura foi Referência intensa.

Didatismo e Conhecimento 33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Em seguida, digite a palavra word na caixa de texto Localizar.
Para localizar cada ocorrência, clique em Localizar próxima. E
para localizar todas as ocorrências de uma vez, clique em Localizar
em e em Documento principal.

O botão Alterar Estilos permite selecionar estilos rápidos para


todo o documento e não apenas para a área selecionada.

Para cancelar uma pesquisa em andamento, pressione ESC .

2.10.2 Localizando e realçando um texto na tela


Para ajudá-lo a visualizar cada ocorrência de uma palavra ou
frase no documento, é possível pesquisar todas as ocorrências e
realçá-las na tela. Apesar de o texto estar realçado na tela, ele não
fi ca realçado, quando o documento é impresso.
2.10 Localizando e substituindo textos Clique em Edição e, em seguida, selecione a opção Localizar
. Observe que a palavra word já está na caixa de texto Localizar,
Imagine se, em um relatório ou trabalho de escola, você pois o Word mantém a última pesquisa feita. Clique em Realce de
tivesse que procurar ou substituir uma palavra que aparece 50 Leitura e em Realçar Tudo.
vezes, em diferentes pontos do texto. Isso levaria bastante tempo,
não é mesmo?
Um recurso muito útil é o de localização e substituição rápida
de uma palavra ou frase. Para isso, utilizamos os comandos do
grupo Edição, da guia Início .

2.10.1 Localizando texto


Abra o arquivo Parte_Pratica e copie o parágrafo pelo menos
três vezes.

Para desativar o realce na tela, clique em Realce de Leitura e


em Limpar Realce.

2.10.3 Localizando e substituindo texto


É possível substituir automaticamente uma palavra ou frase
por outra. Por exemplo, é possível substituir Word por Excel.
Observação: O texto de substituição usará a mesma
capitalização que o texto a ser substituído, ou seja, se você
Clique no grupo Edição e, em seguida, selecione a opção pesquisar por WORD e substituí-lo por Excel, o resultado será
Localizar . Observe a figura: EXCEL.
Clique em Edição e, em seguida, selecione a opção Substituir
. Observe, na figura abaixo que a caixa de diálogo
apresentada é muito semelhante à anterior:

Didatismo e Conhecimento 34
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na caixa de diálogo Localizar, digite o texto que deseja


pesquisar e, na caixa Substituir por , digite o texto de substituição.
Para selecionar texto com formatação semelhante, selecione
uma das ocorrências com a formatação desejada e clique na opção
correspondente.

2.11 Revisando o texto


Assim que um documento é finalizado, fazer uma boa revisão
é essencial. Para isso, pode-se utilizar a guia Revisão, composta
pelos seguintes grupos:

Para localizar a próxima ocorrência do texto, clique em


Localizar Próxima. Caso queira substituí-la, clique em Substituir.
Ao clicar em Substituir, o cursor irá para a próxima ocorrência
do texto. Para substituir todas as ocorrências, clique em Substituir
Tudo. • Revisão de Texto – Permite veri fi car erros ortográ fi cos e
Dica! gramaticais, pesquisar em dicionários, traduzir o texto para outros
Digite sempre o texto de substituição em minúsculo, pois ele idiomas e ainda contar as palavras do documento.
assumirá a capitalização do texto a ser substituído. • Comentários – Permite inserir informações impressas ou
2.10.4 Indo para um ponto específico do documento não no documento, com o objetivo de esclarecer possíveis dúvidas
Ao clicar nas opções Localizar ou Substituir , você terá quanto ao conteúdo.
acesso à guia Ir para, que, como o título sugere, permite a você ir • Controle e Alterações – Possibilitam ao revisor do texto
diretamente a um ponto do documento, que pode ser uma Página, sinalizar, de forma simples e prática, as áreas do documento que
Seção, Linha etc. foram alteradas.
• Comparar – Compara duas versões do mesmo documento,
ou combina versões de vários autores em um único documento.
• Proteger – Restringe a formatação e a edição do documento
por parte de outros usuários, o acesso a alterações no documento a
pessoas específicas e a adição de comentários, mas sem alterações
significativas.

2.11.1 Verificando e corrigindo ortografia e gramática


Por padrão, automaticamente, o Word verifica a ortografia e
a gramática, enquanto o texto é digitado. Isso evita que tenhamos
2.10.5 Selecionando textos, objetos e formatações que fazer uma revisão final antes de entregar o documento a seu
No grupo Edição, ainda temos a opção Selecionar (fi gura destinatário. Porém, nem sempre o que o Word identifica como
57), que permite Selecionar Tudo (seleciona todo o documento), erro ortográfico ou gramatical está realmente errado. Por essa
Selecionar Objetos (imagens, gráficos etc.) e Selecionar texto com razão, você pode aceitar ou não a mudança sugerida.
formatação semelhante (mesma fonte, cor, tamanho, etc.). Digite o arquivo “Soneto_de_Fidelidade”:
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamentu.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

Didatismo e Conhecimento 35
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
E assim, quando mais tarde me procure Esse é um recurso muito útil, quando precisamos utilizar uma
Quem sabe a morte, angústia de quem vive palavra várias vezes no texto.
Quem sabe a solidão, fim de quem ama Depois de selecionar a palavra, dê um clique em Dicionário
Eu possa me dizer do amor (que tive): de Sinônimos .
Que não seja imortal, posto que é chama Por exemplo, vamos ver quais são os sinônimos que o Word
Mas que seja in fi nito enquanto dure. apresenta para a palavra “muito”:
Soneto de Fidelidade

Vinicius de Moraes, “Antologia Poética”, Editora do Autor,


Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.
Observe que a palavra pensamento está escrita de forma
errada e se encontra sublinhada em vermelho. Isso indica problema
ortográfico. Já a palavra cada está sublinhada em verde, o que
indica problema gramatical.
Clique no botão Ortografia e Gramática : será visualizada
uma tela semelhante à da figura abaixo.

Após localizar a palavra mais adequada ao contexto de seu


documento, clique na seta, que abre a caixa de diálogo ao lado da
palavra.

A palavra que o Word entende como grafada erroneamente


aparecerá destacada em vermelho e, na caixa Sugestões, serão
apresentadas opções para corrigi-la. Escolha a que melhor se
ajusta ao texto e clique em Alterar. Você ainda poderá clicar em:

As opções são as seguintes:

O dicionário padrão utilizado para a verificação é o Português


(Brasil). Contudo, ele poderá ser alterado, clicando-se na caixa de
opções Idioma do dicionário.

2.11.2 Utilizando o dicionário de sinônimos


O Word possui uma lista de sinônimos para várias palavras.

Didatismo e Conhecimento 36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Você pode clicar com o botão direito do mouse sobre uma
palavra para corrigi-la ou para buscar um sinônimo para ela.

Tabelas

As tabelas são com certeza um dos elementos mais


importantes para colocar dados em seu documento. Use tabelas
para organizar informações e criar formas de páginas interessantes
e disponibilizar seus dados. Para inserir uma tabela, na ABA Inserir
clique no botão Tabela.

Ao clicar no botão de Tabela, você pode definir a quantidade


de linhas e colunas, pode clicar no item Inserir Tabela ou Desenhar
a Tabela, Inserir uma planilha do Excel ou usar uma Tabela Rápida
que nada mais são do que tabelas prontas onde será somente
necessário alterar o conteúdo.

As demais opções do grupo Revisão de Texto são as seguintes:

Didatismo e Conhecimento 37
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Você pode criar facilmente uma tabela mais complexa, por


exemplo, que contenha células de diferentes alturas ou um número Nesta janela existem quatro Guias. A primeira é relativa à
variável de colunas por linha semelhante à maneira como você usa tabela, pode-se definir a largura da tabela, o alinhamento e a quebra
uma caneta para desenhar uma tabela. Ao desenhar a caixa que fará do texto na tabela. Ao clicar no botão Bordas e Sombreamento
parte da tabela, você pode utilizar o topo abre-se a janela de bordas e sombreamento estudada anteriormente.
Ao clicar em Opções é possível definir as margens das células e o
Ferramentas de Tabela. espaçamento entre as células.

Através do grupo Opções de Estilo de Tabela é possível definir


células de cabeçalho. O grupo Estilos de Tabela permite aplicar
uma formatação a sua tabela e o grupo Desenhar Bordas permite
definir o estilo, espessura e cor da linha. O botão Desenhar Tabela
transforma seu cursor em um lápis para desenhar as células de sua
tabela, e o botão Borracha apaga as linhas da tabela.
Você pode observar também que ao estar com alguma célula
da tabela com o cursor o Word acrescenta mais uma ABA ao final,
chamada Layout, clique sobre essa ABA. O segundo grupo é o Linhas e Colunas permite adicionar e
remover linhas e colunas de sua tabela.

O primeiro grupo Tabela permite selecionar em sua tabela,


apenas uma célula, uma linha, uma coluna ou toda a tabela.

Ao clicar na Faixa deste grupo ele abre uma janela onde é


possível deslocar células, inserir linhas e colunas. O terceiro grupo
é referente à divisão e mesclagem de células.

Ao clicar na opção Propriedades será aberto uma janela com


as propriedades da janela.

Didatismo e Conhecimento 38
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A opção Mesclar Células, somente estará disponível se você A opção classificar como o próprio nome diz permite
selecionar duas ou mais células. Esse comando permite fazer com classificar os dados de sua tabela.
que as células selecionadas tornem-se uma só.

A opção dividir células permite dividir uma célula. Ao clicar


nessa opção será mostrada uma janela onde você deve definir em
quantas linhas e colunas a célula será dividida.

Ele abre a seguinte janela e coloca sua primeira linha como


a linha de cabeçalho, você pode colocar até três colunas como
critérios de classificação. O botão Converter em Texto permite
transformar sua tabela em textos normal. A opção fórmula permite
fazer cálculos na tabela.
A opção dividir tabela insere um parágrafo acima da célula
que o cursor está, dividindo a tabela. O grupo Tamanho da Célula Cabeçalho e Rodapé
permite definir a largura e altura da célula. A opção AutoAjuste
tem a função de ajustar sua célula de acordo com o conteúdo O Word sempre reserva uma parte das margens para o
dentro dela. cabeçalho e rodapé. Para acessar as opções de cabeçalho e rodapé,
clique na ABA Inserir, Grupo Cabeçalho e Rodapé.

O grupo Alinhamento permite definir o alinhamento do


conteúdo da tabela. O botão Direção do Texto permite mudar a
direção de seu texto. A opção Margens da Célula, permite alterar Ele é composto de três opções Cabeçalho, Rodapé e Número
as margens das células como vimos anteriormente. de Página.

O grupo Dados permite classificar, criar cálculos, etc., em sua


tabela.

Didatismo e Conhecimento 39
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para aplicar números de páginas automaticamente em seu
cabeçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome o
cuidado de escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página
ele aplicará o número da página no rodapé. Podemos também
aplicar cabeçalhos e rodapés diferentes a um documento, para isso
basta que ambos estejam em seções diferentes do documento. O
cuidado é ao aplicar o cabeçalho ou o rodapé, desmarcar a opção
Vincular ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho,
apenas deve-se clicar no botão Rodapé.

Ao clicar em Cabeçalho o Word disponibiliza algumas opções Data e Hora


de caixas para que você possa digitar seu texto. Ao clicar em Editar
Cabeçalho o Word edita a área de cabeçalho e a barra superior O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data
passa a ter comandos para alteração do cabeçalho. e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo Texto, temos
o botão Data e Hora.

A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado,


o restante do documento fica em segundo plano. Tudo o que for
inserido no cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com
exceção se você definiu seções diferentes nas páginas.

Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK. Se


precisar que esse campo sempre atualize data, marque a opção
Atualizar automaticamente.

Inserindo Elementos Gráficos

O Word permite que se insira em seus documentos arquivos


gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as opções de
inserção estão disponíveis na ABA Inserir.

Didatismo e Conhecimento 40
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Imagens Entre as opções de recolorir podemos colocar nossa imagem
em tons de cinza, preto e branco, desbotar a imagem e remover
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemento Imagem. uma cor da imagem. Este recurso permite definir uma imagem
Para inserir uma imagem clique no botão com o mesmo nome no com fundo transparente. A opção Compactar Imagens permite
grupo Ilustrações na ABA Inserir. Na janela que se abre, localize o deixar sua imagem mais adequada ao editor de textos. Ao clicar
arquivo de imagem em seu computador. nesta opção o Word mostra a seguinte janela:

A imagem será inserida no local onde estava seu cursor.


O que será ensinado agora é praticamente igual para todo os
elementos gráficos, que é a manipulação dos elementos gráficos.
Ao inserir a imagem é possível observar que a mesma enquanto Pode-se aplicar a compactação a imagem selecionada, ou a
selecionada possui uma caixa pontilhadas em sua volta, para todas as imagens do texto. Podemos alterar a resolução da imagem.
mover a imagem de local, basta clicar sobre ela e arrastar para o A opção Redefinir Imagem retorna a imagem ao seu estado inicial,
local desejado, se precisar redimensionar a imagem, basta clicar abandonando todas as alterações feitas. O próximo grupo chama-
em um dos pequenos quadrados em suas extremidades, que são se Sombra, como o próprio nome diz, permite adicionar uma
chamados por Alças de redimensionamento. Para sair da seleção sombra a imagem que foi inserida.
da imagem, basta apenas clicar em qualquer outra parte do texto.
Ao clicar sobre a imagem, a barra superior mostra as configurações
de manipulação da imagem.

O primeiro grupo é o Ajustar, dentre as opções temos Brilho e


Contraste, que permite clarear ou escurecer a imagem e adicionar No botão Efeitos de Sombra, você poderá escolher algumas
ou remover o contraste. Podemos recolorir a imagem. posições de sombra (Projetada, Perspectiva) e cor da sombra. Ao
lado deste botão é possível definir a posição da sombra e no meio
a opção de ativar e desativar a sombra. No grupo Organizar é
possível definir a posição da imagem em relação ao texto.

O primeiro dos botões é a Posição, ela permite definir em qual


posição a imagem deverá ficar em relação ao texto.

Didatismo e Conhecimento 41
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ao clicar na opção Mais Opções de Layout abre-se a janela


Layout Avançado que permite trabalhar a disposição da imagem
em relação ao bloco de texto no qual ela esta inserida. Essas
mesmas opções estão disponíveis na opção Quebra Automática
de Texto nesse mesmo grupo. Ao colocar a sua imagem em uma
disposição com o texto, é habilitado alguns recursos da barra de
imagens. Como bordas

O último grupo é referente às dimensões da imagem.

Através deste grupo é possível acrescentar bordas a sua Neste grupo você pode cortar a sua imagem, ou redimensionar
imagem E no grupo Organizar ele habilita as opções de Trazer a imagem definindo Largura e Altura.
para Frente, Enviar para Trás e Alinhar. Ao clicar no botão Trazer Os comandos vistos até o momento estavam disponíveis
para Frente, ele abre três opções: Trazer para Frente e Avançar, da seguinte forma, pois nosso documento esta salvo em.DOC –
são utilizadas quando houver duas ou mais imagens e você precisa versão compatível com Office XP e 2003. Ao salvar o documento
mudar o empilhamento delas. A opção Trazer para Frente do Texto em .DOCX compatível somente com a versão 2010, acontecem
faz com que a imagem flutue sobre o Texto. Ao ter mais de uma algumas alterações na barra de imagens.
imagem e ao selecionar as imagens (Utilize a tecla SHIFT), você
poderá alinhar as suas imagens.

No grupo Ajustar já temos algumas alterações, ao clicar


no item Cor. Em estilos de imagem podemos definir bordas e
sombreamentos para a imagem.

Didatismo e Conhecimento 42
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Podemos aplicar também os Efeitos de Imagem Formas
Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do
texto

Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar


na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir as
suas dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as
propriedade para modificar a forma.
Clip Art

Clip-Art são imagens, porém são imagens que fazem parte


do pacote Office. Para inserir um clipart, basta pela ABA Inserir,
clicar na opção Clip-Art. Na direita da tela abre-se a opção de
consulta aos clip-Art. O primeiro grupo chama-se Inserir Forma, ele possui a
ferramenta de Inserir uma forma. Ao lado temos a ferramenta
Editar Forma essa ferramenta permite trabalhar os nós da forma –
Algumas formas bloqueiam a utilização dessa ferramenta. Abaixo
dela temos a ferramenta de caixa de texto, que permite adicionar
uma caixa de texto ao seu documento. Estando com uma forma
fechada, podemos transformar essa forma em uma caixa de texto.
Ao lado temos o Grupo Estilos de Forma.

Os primeiros botões permitem aplicar um estilo a sua forma.

Clique sobre a imagem a ser adicionada ao seu texto com o


botão direito e escolha Copiar (CTRL+C). Clique em seu texto
onde o Clip-Art deve ser adicionado e clique em Colar (CTRL+V)
As configurações de manipulação do clip-art são as mesmas das
imagens.

Didatismo e Conhecimento 43
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao clicar em Mais Gradações, será possível personalizar a
forma como será o preenchimento do gradiente.

Ainda nesse grupo temos a opção de trabalharmos as cores,


contorno e alterar a forma.

Na guia gradiente, temos as opções de Uma cor, Duas cores e


Pré-definidas.
Ao escolher uma cor você pode escolher a cor a ser aplicada,
se quer ela mais para o claro ou escuro, pode definir a transparência
do gradiente e como será o sombreamento.

A opção Imagem preenche sua forma com alguma imagem. A


opção Gradação permite aplicar tons de gradiente em sua forma.

Ao clicar na opção Duas Cores, você pode definir a cor 1 e cor


2, o nível de transparência e o sombreamento.

Didatismo e Conhecimento 44
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao clicar em Pré-definidas, o Office possui algumas cores de
preenchimento prontas.

Basta selecionar o tipo de organograma a ser trabalhado e


clique em OK. Porém se o formato de seu documento for DOCX,
a janela a ser mostrada será:

A Guia Textura permite aplicar imagens como texturas


ao preenchimento, a guia Padrão permite aplicar padrões de
preenchimento e imagem permite aplicar uma imagem Após o
grupo Estilos de Forma temos o grupo sombra e após ele o grupo
Efeitos 3D. Em hierarquia, escolha o primeiro da segunda linha e clique
em OK.

Podemos aplicar efeitos tridimensionais em nossas formas.


Além de aplicar o efeitos podemos mudar a cor do 3D, alterar a
profundidade, a direção, luminosidade e superfície. As demais Altere os textos conforme a sua necessidade. Ao clicar no topo
opções da Forma são idênticas as das imagens. em Ferramentas SmartArt, serão mostradas as opções de alteração
do objeto.
SmartArt
O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao
seu documento. Se você estiver usando o Office 2003 ou seu
documento estiver salvo em DOC, ao clicar nesse botão, ele
habilita a seguinte janela:

Didatismo e Conhecimento 45
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O primeiro botão é o de Adicionar uma forma. Basta clicar O primeiro grupo é o Texto, nesse grupo podemos editar o
em um botão do mesmo nível do que será criado e clicar neste texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No grupo
botão. Outra forma de se criar novas caixas dentro de um mesmo Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois
nível é ao terminar de digitar o texto pressionar ENTER. Ainda temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar e Tamanho.
no grupo Criar Gráfico temos os botões de Elevar / Rebaixar que
permite mudar o nível hierárquico de nosso organograma. No EXCEL 2007
grupo Layout podemos mudar a disposição de nosso organograma.
O próximo grupo é o Estilos de SmartArt que permite mudar as O Excel 2007 é um programa para elaboração de planilha
cores e o estilo do organograma. eletrônica, constituindo poderosa ferramenta de auxílio à execução
de trabalhos que envolvem cálculos matemáticos.
Com esse aplicativo, você pode criar uma grande diversidade
de documentos, utilizando recursos como fórmulas, atualização
automática de resultados, gráficos elaborados em 3D e classificação
por valores preestabelecidos entre muitos outros.
Nesta versão, o Excel surge com uma nova interface, em que
os tradicionais menus de opções desaparecem e dão lugar a uma
Faixa de Opções com diversas guias, onde podemos encontrar,
mais facilmente, os comandos necessários para executar as tarefas
que nos propomos realizar.

1. Explorando a janela do Excel


1.1. Acessando o Excel
Há várias formas de acessar o Excel. A mais utilizada é clicar
no botão Iniciar, Todos os programas, Microsoft Office, Microsoft
Office Excel 2007.

WordArt

Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo


os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele ainda
mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo
Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt Selecione um
formato de WordArt e clique sobre ele.

Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu


texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt

Didatismo e Conhecimento 46
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1.2. Área de trabalho do Excel
Logo que abrimos o Excel, um documento é criado
automaticamente com o nome de Pasta1 e é visualizada uma janela
como a demonstrada na figura.

Barra de Título – Mostra o título do programa e o nome da


pasta de trabalho que está aberta (figura 5).
Menu – Clicando sobre o Botão Office, no canto superior
esquerdo da janela do Excel, aparecerão funções como Salvar,
Imprimir e Fechar entre outras, que são as principais ações desse
aplicativo.
Botão Ajuda – Acessa a ajuda do Office Online ou a local
(salva no computador).
Controle da Janela – Controles para Minimizar (aparece na
barra de tarefas), Maximizar (fica do tamanho da tela), Restaurar
(pode ser redimensionada conforme a necessidade) e Fechar (fecha
a janela). Você poderá utilizá-los para o Excel ou para cada pasta
aberta.

Faixa de Opções – A Faixa de Opções é o local onde estão os


principais comandos do Excel, separados por guias: Início, Inserir,
Layout da Página, Fórmulas, Dados, Revisão e Exibição.

Caixa de nomes – Exibe o nome da célula ativa, formado pela


Do lado direito do Botão Office , você poderá personalizar letra da coluna e o número da linha. Por exemplo, A1. Caso várias
a Barra de Ferramentas de Acesso Rápido (figura 4), clicando na células estejam selecionadas, será exibido o nome da primeira.
Caixa de listagem (lista de opções disponíveis) . Para ativar ou
desativar um comando, basta clicar sobre ele.

Didatismo e Conhecimento 47
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Célula – Área de dados limitada por linhas e colunas. Divisores de planilha vertical e horizontal – Dividem a
planilha vertical ou horizontalmente para facilitar a visualização
dos dados. Estão localizados nas barras de rolagem vertical e
horizontal respectivamente.

Barras de rolagem – Permitem navegar pela planilha, quando


ela for maior que a tela.

Célula ativa – Célula que receberá o conteúdo a ser digitado.

Linha – Conjunto de células na posição horizontal.

Botões de movimentação entre planilhas – Permitem


Coluna – Conjunto de células na posição vertical. movimentar-se entre as planilhas que não estão sendo visualizadas
na guia de planilhas.

Guia de planilhas – Exibe os nomes das planilhas que fazem


parte da pasta e permite inserir novas planilhas.

Intervalo de célula – Duas ou mais células selecionadas. Barra de status – Mostra informações sobre a planilha atual,
tais como se a célula está sendo editada, se o conteúdo está pronto
etc. Fica localizada na margem inferior da tela.

Modos de exibição – As opções de exibição são encontradas


à direita da Barra de status e permitem alterar a visualização da
planilha. São as seguintes:

Inserir função – Insere uma fórmula pré-desenvolvida


que simplifica e reduz as fórmulas na planilha.

Barra de fórmulas – Local onde os valores digitados (números,


fórmulas e textos) serão visualizados e editados.

Expandir barra de fórmulas – Aumenta a visualização da


Barra de fórmulas. Está localizado à direita dela.

Didatismo e Conhecimento 48
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1.3. Ajuda
Se precisar de ajuda, é só clicar no botão Ajuda
, localizado no canto superior direito da janela do Excel, ou
pressionar a tecla F1. Abrir-se-á, então, uma janela, como mostra
a figura:

Curiosidade!
Quando você abrir a janela de Ajuda, o Excel tentará conectar-
se automaticamente ao Office Online. Isso acontece, pois o
conteúdo online é mais completo e atualizado.
Contudo, se você quiser usar o Conteúdo Offline, instalado
junto com o Office sem a necessidade de estar conectado à
Internet, basta clicar no botão Conectado ao Office Online e na
opção Mostrar conteúdo apenas deste computador.

Didatismo e Conhecimento 49
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1.4. Entendendo melhor o menu do Excel
Ao clicar no Botão Office , encontraremos as seguintes
funções:

Você deve ter observado que o conteúdo da célula A3 – Pasta


polionda – é maior que a largura da coluna e “invadiu” a célula B3.
Isso acontece, porque a célula B3 está vazia.
Assim que ela for preenchida, o conteúdo será visualizado
parcialmente. Mais adiante, veremos como resolver esse problema.
Agora, insira mais estes dados:

Novo – Essa opção abre uma janela como a ilustrada na figura


23. Nela, você pode escolher um modelo (layout) para o novo
documento. O modelo padrão é Pasta de trabalho em branco.

Salvar – Para salvar (gravar) uma pasta de trabalho, clique


no Botão Office e, em seguida, em Salvar. Vale lembrar
que a pasta de trabalho é salva com as alterações realizadas até
o momento da ação de salvar, isto é, tudo o que você fizer depois
disso não estará salvo, enquanto não clicar novamente em Salvar.
O arquivo terá a extensão .xlsx, que é inserida automaticamente
pelo Excel. Vamos salvar a pasta de trabalho que acabamos de
criar com o nome de Parte_Pratica.
Não se esqueça de que todas as planilhas serão salvas e não
apenas a atual.

Atenção!
Uma pasta de trabalho do Excel é um arquivo que contém uma
ou mais planilhas, que podem ser usadas para organizar diversos
tipos de informações relacionadas.
Inserindo dados
Por padrão, a pasta de trabalho é criada com três planilhas.
Cada uma delas tem um nome na guia de planilha: Plan1, Plan2 e
Plan3. Os dados são inseridos na planilha ativa.
Para navegar entre elas, basta clicar sobre seu nome.
Vamos inserir alguns dados na pasta criada, a ser utilizada
posteriormente para praticarmos os demais comandos.
Ao começar a digitar, você verá o conteúdo na célula e na
Barra de fórmulas. Digite os dados e pressione a tecla ENTER para
mover o cursor para a célula abaixo ou a tecla TAB para mover o Dicas!
cursor para a célula à direita. Para facilitar a busca por seus arquivos, há algumas dicas
Se você pressionar a tecla ESC, o conteúdo digitado será sobre a nomeação deles:
cancelado. - Use palavras-chave que facilitem a memorização.
- Escreva as palavras usando iniciais maiúsculas.
- Evite preposições entre as palavras.
- Evite acentos e cedilhas.
- Insira datas, quando necessário.

Didatismo e Conhecimento 50
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Exemplo: Se você for salvar um relatório semanal de custos,
um bom nome seria RelSemCustos_09_Mar.
Nesse caso, o “09_Mar” é para identificar a que semana o
relatório se refere, sem precisar abri-lo.
É importantíssimo o hábito de manter o documento salvo.
Entretanto, caso você se esqueça disso e, por algum problema,
o computador se desligue inesperadamente ou trave, ainda há o Ao clicar no botão Abrir, aparecerá uma janela. Nela, você
recurso da Recuperação automática de arquivos. deve procurar o arquivo que deseja abrir.
Como? Recuperação automática de arquivos?
Sim! Sem que você note, de tempos em tempos, o Excel 2007
salva a pasta automaticamente, para que você não corra o risco de
perder seu trabalho.
Assim, na vez seguinte em que você abri-lo, aparecerá uma
janela com a lista de todas as pastas recuperadas. Basta, então,
clicar naquela que você deseja abrir.
Usando modelos prontos para criar planilhas
A seguir, vamos ver alguns modelos de planilhas que podem
ser feitos com o auxílio do Excel. Para acessá-los, clique no Botão
Office e, em seguida, no botão Novo.

Após selecionar o modelo desejado, basta clicar em Baixar.

Ao localizar o arquivo desejado, clique em Abrir.


Salvar como – Para salvar uma pasta de trabalho no Excel,
você deve clicar no Botão Office e, em seguida, em Salvar.
Se for preciso salvar a pasta de trabalho com outro nome
ou em outro local, clique no botão Salvar como, digite o nome
desejado e/ou selecione o local desejado (HD, CD, pendrive etc.)
e clique em Salvar.

Imprimir – Para imprimir uma planilha, é necessário ter uma


impressora conectada ao computador ou a uma rede local.
Ao clicar no botão Imprimir, aparecerão três opções, como
vemos na figura:

Abrir – Ao lado dos botões do menu, há uma área com o título


Documentos

Recentes (figura 29). Nessa área, aparecerão os últimos


documentos acessados com o ícone no canto direito. Para
fixar um documento na lista dos mais recentes, basta clicar neste
ícone, que apresentará a seguinte forma: ·.

Didatismo e Conhecimento 51
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Dica!
A forma mais rápida de encerrar o Excel é clicar no controle
Fechar, em sua janela.
Lembre-se de que o primeiro controle refere-se ao programa e
• A opção Imprimir abrirá uma janela (figura 33) com o segundo, à pasta de trabalho.
configurações que permitirão selecionar a impressora, planilhas e
páginas a serem impressas, número de cópias etc.

1.5. A Faixa de Opções


A Faixa de Opções mostra os comandos mais utilizados
agrupados por temas, para Que você não precise procurá-los em
vários menus, facilitando o trabalho.

A seguir, apresentamos a Faixa de Opções e como trabalhar


com ela.
• A opção Impressão Rápida imprime diretamente, sem
nenhuma configuração. 1.5.1. O que há na Faixa de Opções?
• A opção Visualizar Impressão permite conferir como ficará Há três componentes básicos na Faixa de Opções. Veja quais
seu documento. são e como utilizá-los.
Para voltar à visualização normal, clique no botão Fechar
Visualização de Impressão.

1. Guias – Há sete guias básicas na parte superior. Cada


uma representa uma área de atividade e apresenta os comandos
reunidos por grupos. Por exemplo, a guia Início contém todos os
comandos que você utiliza com mais frequência. E os botões Re-
cortar, Copiar e Colar estão no grupo Área de transferência.
2. Grupos – Cada guia tem vários grupos, que mostram os
itens relacionados em conjunto.
3. Comandos – Um comando é um botão, uma caixa para
inserir informações ou um menu.

Dica!
A Faixa de Opções facilita a localização de todas as funções.
Fechar – Existem várias formas de encerrar o Excel. Uma No entanto, você pode querer trabalhar com seu documento em um
delas é clicar no Botão Office e no botão Fechar. espaço maior. É possível ocultá-la, dando um clique duplo na guia
Caso haja alguma alteração em sua pasta de trabalho que não ativa. Para ver os comandos novamente, basta dar outro clique
tenha sido salva, aparecerá a seguinte mensagem: duplo em uma das guias.

Didatismo e Conhecimento 52
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Confira abaixo os grupos de cada uma das guias:
• Início – Área de transferência, Fonte, Alinhamento, Estilo,
Células e Edição.
• Inserir – Tabelas, Ilustrações, Gráfico, Link e Texto.
• Layout da Página – Temas, Configurar Página, Dimensionar
para Ajustar, Opções de Planilha e Organizar.
• Fórmulas – Biblioteca de funções, Nomes definidos,
Auditoria de fórmulas e Cálculo.
• Dados – Obter dados externos, Conexões, Classificar e
filtrar, Ferramentas de dados e Estrutura de tópicos.
• Revisão – Revisão de texto, Comentários e Alterações.
• Exibição – Modo de exibição de pasta de trabalho, Mostrar/
Ocultar, Zoom, Janela e Macros.
Alguns grupos têm uma seta diagonal no canto inferior direito,
chamada de Iniciador de Caixa de Diálogo. Ao clicar nela, você
verá mais opções relacionadas a esse grupo.
Se você precisar selecionar mais de uma célula, basta manter
Guias de Planilha pressionado o mouse e arrastar selecionando as células em
sequência.

Um arquivo do Excel ao iniciar com três guias de planilha,


estas guias permite que se possa em um único arquivo armazenar
mais de uma planilha, inicialmente o Excel possui três planilhas,
e ao final da Plan3 temos o ícone de inserir planilha que cria uma
nova planilha. Você pode clicar com o botão direito do mouse em
uma planilha existente para manipular as planilhas.

Se precisar selecionar células alternadamente, clique sobre a


primeira célula a ser selecionada, pressione CTRL e vá clicando
nas que você quer selecionar.

Na janela que é mostrada é possível inserir uma nova planilha,


excluir uma planilha existente, renomear uma planilha, mover ou
copiar essa planilha, etc...

Movimentação na planilha

Para selecionar uma célula ou torná-la ativa, basta movimentar


o retângulo (cursor) de seleção para a posição desejada. A
movimentação poderá ser feita através do mouse ou teclado.
Com o mouse para selecionar uma célula basta dar um clique
em cima dela e observe que a célula na qual você clicou é mostrada
como referência na barra de fórmulas.

Didatismo e Conhecimento 53
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Podemos também nos movimentar com o teclado, neste caso
usamos a combinação das setas do teclado com a tecla SHIFT.

Entrada de textos e números

Na área de trabalho do Excel podem ser digitados caracteres, Vamos montar uma planilha simples.
números e fórmulas.
Ao finalizar a digitação de seus dados, você pode pressionar Observe que o conteúdo de algumas células é maior que a sua
a tecla ENTER, ou com as setas mudar de célula, esse recurso largura, podemos acertar isso da seguinte forma.
somente não será válido quando estiver efetuando um cálculo. Se precisar trabalhar a largura de uma coluna, posiciono o
Caso precise alterar o conteúdo de uma célula sem precisar mouse entre as colunas, o mouse fica com o formato de uma flecha
redigitar tudo novamente, clique sobre ela e pressione F2, faça sua de duas pontas, posso arrastar para definir a nova largura, ou posso
alteração e pressione ENTER em seu teclado. dar um duplo clique que fará com que a largura da coluna acerte-
se com o conteúdo. Posso também clicar com o botão direito do
Operadores e Funções mouse e escolher Largura da Coluna.

A função é um método utilizado para tornar mais fácil e rápido


a montagem de fórmulas que envolvem cálculos mais complexos
e vários valores. Existem funções para os cálculos matemáticos,
financeiros e estatísticos. Por exemplo, na função: =SOMA
(A1:A10) seria o mesmo que (A1+A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8
+A9+A10), só que com a função o processo passa a ser mais fácil.
Ainda conforme o exemplo pode-se observar que é necessário
sempre iniciar um cálculo com sinal de igual (=) e usa-se nos
cálculos a referência de células (A1) e não somente valores.
A quantidade de argumentos empregados em uma função
depende do tipo de função a ser utilizada. Os argumentos podem
ser números, textos, valores lógicos, referências, etc...

Operadores

Operadores são símbolos matemáticos que permitem fazer


cálculos e comparações entre as células. Os operadores são:

O objetivo desta planilha é calcularmos o valor total de cada


produto (quantidade multiplicado por valor unitário) e depois o
total de todos os produtos.

Didatismo e Conhecimento 54
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para o total de cada produto precisamos utilizar o operador Quando temos uma sequência de cálculos como a nossa
de multiplicação (*), no caso do Mouse temos que a quantidade planilha o Excel permite que se faça um único cálculo e ao
está na célula A4 e o valor unitário está na célula C4, o nosso posicionar o cursor do mouse no canto inferior direito da célula
caçulo será feito na célula D4. Poderíamos fazer o seguinte cálculo o cursor se transforma em uma cruz (não confundir com a seta
=1*20 que me traria o resultado, porém bastaria alterar o valor da branca que permite mover o conteúdo da célula e ao pressionar o
quantidade ou o V. unitário que eu precisaria fazer novamente o mouse e arrastar ele copia a fórmula poupando tempo).
cálculo. O correto é então é fazer =A4*C4 com isso eu multiplico Para calcular o total você poderia utilizar o seguinte cálculo
referenciando as células, independente do conteúdo dela, ele fará a D4+D5+D6+D7+D8, porém isso não seria nada pratico em
multiplicação, desde que ali se tenha um número. planilhas maiores. Quando tenho sequências de cálculos o Excel
permite a utilização de funções.
No caso a função a ser utilizada é a função SOMA, a sua
estrutura é =SOMA(CelIni:Celfim), ou seja, inicia-se com o sinal
de igual (=), escreve-se o nome da função, abrem-se parênteses,
clica-se na célula inicial da soma e arrasta-se até a última
célula a ser somada, este intervalo é representado pelo sinal de dois
pontos (:), e fecham-se os parênteses.
Embora você possa fazer manualmente na célula o Excel
possui um assistente de função que facilita e muito a utilização das
mesmas em sua planilha. Na ABA Inicio do Excel dentro do grupo
Edição existe o botão de função.

Observe que ao fazer o cálculo é colocado também na barra


de fórmulas, e mesmo após pressionar ENTER, ao clicar sobre a
célula onde está o resultado, você poderá ver como se chegou ao
resultado pela barra de fórmulas.

A primeira função é justamente Soma, então clique na célula e


clique no botão de função.

Para o cálculo do teclado é necessário então fazer o cálculo da


segunda linha A5*C5 e assim sucessivamente. Observamos então
que a coluna representada pela letra não muda, muda-se somente Observe conforme a imagem que o Excel acrescenta a soma
o número que representa a linha, e se nossa planilha tivesse uma e o intervalo de células pressione ENTER e você terá seu cálculo.
grande quantidade de produtos, repetir o cálculo seria cansativo e
com certeza sujeita a erros. Formatação de células

A formatação de células é muito semelhante a que vimos para


formatação de fonte no Word, basta apenas que a célula onde será
aplicada a formatação esteja selecionada, se precisar selecionar
mais de uma célula, basta selecioná-las.

Didatismo e Conhecimento 55
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As opções de formatação de célula estão na ABA Inicio.

Temos o grupo Fonte que permite alterar a fonte a ser utilizada, o tamanho, aplicar negrito, itálico e sublinhado, linhas de grade, cor de
preenchimento e cor de fonte. Ao clicar na faixa do grupo será mostrada a janela de fonte.

A guia mostrada nesta janela é a Fonte nela temos o tipo da letra, estilo, tamanho, sublinhado e cor, observe que existem menos recursos
de formatação do que no Word.
A guia Número permite que se formatem os números de suas células. Ele dividido em categorias e dentro de cada categoria ele possui
exemplos de utilização e algumas personalizações como, por exemplo, na categoria Moeda em que é possível definir o símbolo a ser usado
e o número de casas decimais.

Didatismo e Conhecimento 56
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A guia Preenchimento permite adicionar cores de
preenchimento às suas células.

A guia Alinhamento permite definir o alinhamento do conteúdo


da célula na horizontal e vertical, além do controle do texto.
Vamos então formatar nossa planilha, inicialmente selecione
todas as células de valores em moeda. Você pode utilizar a janela
de formatação como vimos antes, como pode também no grupo
Número clicar sobre o botão moeda.

A guia Bordas permite adicionar bordas a sua planilha, embora Vamos colocar também a linha onde estão Quant, Produto
a planilha já possua as linhas de grade que facilitam a identificação etc... em negrito e centralizado.
de suas células, você pode adicionar bordas para dar mais destaque. O título Relação de Produtos ficará melhor visualmente se
estiver centralizado entra a largura da planilha, então selecione
desde a célula A1 até a célula D1 depois clique no botão Mesclar
e Centralizar centralize e aumente um pouco o tamanho da fonte.

Para finalizar selecione toda a sua planilha e no botão de


bordas, selecione uma borda externa.

Didatismo e Conhecimento 57
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Estilos

Esta opção é utilizada par aplicar, automaticamente um


formato pré-definido a uma planilha selecionada.

Ele acrescenta uma coluna superior com indicações de colunas


e abre uma nova ABA chamada Design

O botão estilo de Célula permite que se utilize um estilo de


cor para sua planilha.
No grupo Opções de Estilo de Tabela desmarque a opção
Linhas de Cabeçalho.
Para poder manipular também os dados de sua planilha é
necessário selecionar as células que pretende manipular como
planilha e no grupo Ferramentas clique no botão Converter em
Intervalo.

Auto Preenchimento das Células

Vimos no exemplo anterior que é possível copiar uma fórmula


que o Excel entende que ali temos uma fórmula e faz a cópia.
A segunda opção Formatar como Tabela permite também Podemos usar este recurso em outras situações, se eu tiver um
aplicar uma formatação a sua planilha, porém ele já começa a texto comum ou um número único, e aplicar este recurso, ele copia
trabalhar com Dados. sem alterar o que será copiado, mas posso utilizar este recurso para
ganhar tempo.
Se eu criar uma sequência numérica, por exemplo, na célula
A1 o número 1 e na célula A2 o número 2, ao selecionar ambos, o
Excel entende que preciso copiar uma sequência.
Se eu colocar na célula A1 o número 1 e na célula A2 o número
3, ele entende que agora a sequência é de dois em dois.

Didatismo e Conhecimento 58
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Esta mesma sequência pode ser aplicada a dias da semana,


horas, etc...

Inserção de linhas e colunas

Para adicionar ou remover linhas e colunas no Excel é simples.


Para adicionar, basta clicar com o botão direito do mouse em uma
linha e depois clicar em Inserir, a linha será adicionada acima da
selecionada, no caso a coluna será adicionada à esquerda. Para
excluir uma linha ou uma coluna, basta clicar com o botão direito
na linha ou coluna a ser excluída.
Este processo pode ser feito também pelo grupo Células que
está na ABA inicio.
Congelar Painéis

Algumas planilhas quando muito longas necessitam que sejam


mantidos seus cabeçalho e primeiras linhas, evitando-se assim a
digitação de valores em locais errados. Esse recurso chama-se
congelar painéis e está disponível na ABA exibição.

Através da opção Formatar podemos também definir a largura


das linhas e colunas.
No grupo Janela temos o botão Congelar Painéis, clique na
opção congelar primeira linha e mesmo que você role a tela a
primeira linha ficará estática.

Ainda dentro desta ABA podemos criar uma nova janela da


planilha Ativa clicando no botão Nova Janela, podemos organizar
as janelas abertas clicando no botão Organizar Tudo,

Didatismo e Conhecimento 59
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O cálculo ficaria para o primeiro produto =D4/D9 e depois


bastaria aplicar a formatação de porcentagem e acrescentar duas
casas decimais.

Pelo grupo Mostrar / Ocultar podemos retirar as linhas


de grade, as linhas de cabeçalho de coluna e linha e a barra de
formulas.

Trabalhando com Referências

Percebemos que ao copiar uma fórmula, automaticamente


são alteradas as referências, isso ocorre, pois trabalhamos até o
momento com valores relativos.
Porém, vamos adicionar em nossa planilha mais uma
coluna onde pretendo calcular qual a porcentagem cada produto Porém se utilizarmos o conceito aprendido de copiar a célula
representa no valor total E4 para resolver os demais cálculos na célula E5 à fórmula ficará
=D5/D10, porém se observarmos o correto seria ficar =D5/D9,
pois a célula D9 é a célula com o valor total, ou seja, esta é a célula
comum a todos os cálculos a serem feitos, com isso não posso
copiar a fórmula, pelo menos não como está.

Didatismo e Conhecimento 60
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Uma solução seria fazer uma a uma, mas a ideia de uma D9 - Relativa, não fixa linha nem coluna
planilha é ganhar-se tempo. A célula D9 então é um valor absoluto, $D9 - Mista, fixa apenas a coluna, permitindo a variação da
ele não muda é também chamado de valor constante. linha.
A solução é então travar a célula dentro da formula, para isso D$9 - Mista, fixa apenas a linha, permitindo a variação da
usamos o símbolo do cifrão ($), na célula que fizemos o cálculo coluna.
E4 de clique sobre ela, depois clique na barra de fórmulas sobre a $D$9 - Absoluta, fixa a linha e a coluna.
referência da célula D9. Algumas outras funções

Vamos inicialmente montar a seguinte planilha

Pressione em seu teclado a tecla F4. Será então adicionado


o símbolo de cifrão antes da letra D e antes do número 9. $D$9.
Em nosso controle de atletas vamos através de algumas outras
funções saber algumas outras informações de nossa planilha.
O Excel possui muitas funções, você pode conhecer mais
sobre elas através do assistente de função.

Pressione ENTER e agora você poderá copiar a sua célula.

No exemplo acima foi possível travar toda a células, existem


casos em que será necessário travar somente a linha e casos onde
será necessário travar somente a coluna.
As combinações então ficariam (tomando como base a célula
D9)

Didatismo e Conhecimento 61
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Máximo

Mostra o valor MAIOR de uma seleção de células.


Em nossa planilha vamos utilizar essa função para saber é a
maior idade, maior peso e a maior altura.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade
na linha de valores máximos E15 e monte a seguinte função
=MAXIMO(E4:E13). Com essa função estamos buscando no
intervalo das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.

Ao clicar na opção Mais Funções abre-se a tela de Inserir


Função, você pode digitar uma descrição do que gostaria de saber
calcular, pode buscar por categoria, como Financeira,m Data Hora
etc..., ao escolher uma categoria, na caixa central serão mostradas
todas as funções relativas a essa categoria.
Ao selecionar, por exemplo, a categoria Estatística e dentro
do conjunto de funções desta categoria a função Máximo abaixo é Vamos repetir o processo para os valores máximos do peso e
apresentado uma breve explicação da utilização desta função. Se da altura.
precisar de mais detalhes da utilização da função clique sobre o MIN
link Ajuda sobre esta função.
Mostra o valor mínimo de uma seleção de células.
Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os
valores mínimos nas características de nossos atletas.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade
na linha de valores máximos E16 e monte a seguinte função
=MIN(E4:E13). Com essa função está buscando no intervalo das
células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.

Para calcular os valores mínimos para o peso e a altura o


processo é o mesmo.

Didatismo e Conhecimento 62
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Média Sua sintaxe é =SE(TESTELÓGICO;VALOR
VERDADEIRO;VALOR FALSO).
Calcula a média aritmética de uma seleção de valores. =SE - Atribuição de inicio da função;
Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os TESTELÓGICO - Teste a ser feito par validar a célula;
valores médios nas características de nossos atletas. VALOR VERDADEIRO - Valor a ser apresentado na célula
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade quando o teste lógico for verdadeiro, pode ser outra célula, um
na linha de valores máximos E17 e monte a seguinte função caçulo, um número ou um texto, apenas lembrando que se for um
=MEDIA(E4:E13). Com essa função estamos buscando no texto deverá estar entre aspas.
intervalo das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado. VALOR FALSO - Valor a ser apresentado na célula quando o
teste lógico for falso, pode ser outra célula, um caçulo, um número
ou um texto, apenas lembrando que se for um texto deverá estar
entre aspas.
Para exemplificar o funcionamento da função vamos
acrescentar em nossa planilha de controle de atletas uma coluna
chamada categoria.

Para o peso e a altura basta apenas repetir o processo


Vamos utilizar essa função em nossa planilha de controle de
atletas. Vamos utilizar a função nos valores médios da planilha, Vamos atribuir inicialmente que atletas com idade menor
deixaremos com duas casas decimais. que 18 anos serão da categoria Juvenil e acima disso categoria
Vamos aproveitar também o exemplo para utilizarmos um Profissional. Então a lógica da função será que quando a Idade do
recurso muito interessante do Excel que é o aninhamento de atleta for menor que 18 ele será Juvenil e quando ela for igual ou
funções, ou seja, uma função fazendo parte de outra. maior que 18 ele será Profissional.
A função para o cálculo da média da Idade é =MÉDIA(E4:E13) Convertendo isso para a função e baseando-se que a idade do
clique na célula onde está o cálculo e depois clique na barra de primeiro atleta está na célula E4 à função ficará:
fórmulas. =SE(E4<18;”Juvenil”;”Profissional”.)
Altere a função para =ARRED(MÉDIA(E4:E13);1) com isso
fizemos com que caso exista números após a vírgula o mesmo
será arredonda a somente uma casa decimal. Caso você não queira
casas decimais coloque após o ponto e vírgula o número zero.
Nesta situação deve-se ter uma atenção grande em relação aos
parênteses, observe que foi aberto uma após a função ARRED e
um a pós a função MÉDIA então se deve ter o cuidado de fechá-los
corretamente. O que auxilia no fechamento correto dos parênteses
é que o Excel vai colorindo os mesmos enquanto você faz o cálculo.

Explicando a função.
=SE(E4<18: inicio da função e teste lógico, aqui é verificado
se o conteúdo da célula E4 é menor que 18.
Função SE “Juvenil”: Valor a ser apresentado como verdadeiro.
“Profissional”: Valor a ser apresentado como falso. )
Esta é com certeza uma das funções mais importantes do Vamos incrementar um pouco mais nossa planilha, vamos
Excel e provavelmente uma das mais complexas para quem está criar uma tabela em separado com a seguinte definição. Até 18 anos
iniciando. será juvenil, de 18 anos até 30 anos será considerado profissional e
Esta função retorna um valor de teste_lógico que permite acima dos 30 anos será considerado Master.
avaliar uma célula ou um cálculo e retornar um valor verdadeiro Nossa planilha ficará da seguinte forma.
ou um valor falso.

Didatismo e Conhecimento 63
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Então vamos utilizar a função CONT.SE para buscar em nossa
planilha quantos atletas temos em cada categoria.

Temos então agora na coluna J a referência de idade, e na


coluna K a
categoria.
Então agora preciso verificar a idade de acordo com o valor na A função ficou da seguinte forma =CONT.SE(H4:H13;K4)
coluna J e retornar com valores verdadeiros e falsos o conteúdo da onde se faz a contagem em um intervalo de H3:H13 que é o
coluna K. A função então ficará da seguinte forma: resultado calculado pela função
SE e retorna a célula K4 onde está a categoria juvenil de
atletas. Para as demais categorias basta repetir o cálculo mudando-
se somente a categoria que está sendo buscada.

Funções de Data e Hora


Podemos trabalhar com diversas funções que se baseiam na
data e hora de seu computador. As principais funções de data e
=SE(E4<J4;K4;SE(E4<J5;K5;K6)) hora são:
Temos então: =HOJE( ) Retorna a data atual.
=SE(E4<J4: Aqui temos nosso primeiro teste lógico, onde =MÊS(HOJE()) Retorna o mês atual
verificamos se a idade que consta na célula E4 é menor que o =ANO(HOJE()) Retorna o ano atual
valor que consta na célula J4. =HORA(AGORA()) Retorna à hora atual
K4: Célula definida a ser retornada como verdadeiro deste =MINUTO(AGORA()) Retorna o minuto atual
teste lógico, no caso o texto “Juvenil”. =SEGUNDO(AGORA()) Retorna o segundo atual
SE(E4<J5: segundo teste lógico, onde verificamos se valor =AGORA( ) Retorna a data e à hora
da célula E4 é menor que 30, se for real retorna o segundo valor =DIA.DA.SEMANA(HOJE()) Retorna o dia da semana em
verdadeiro, é importante ressaltar que este teste lógico somente número
será utilizado se o primeiro teste der como falso. =DIAS360( ) Calcula o número de dias que há entre uma
K5: Segundo valor verdadeiro, será retornado se o segundo data inicial e uma data final.
teste lógico estiver correto. Para exemplificar monte a seguinte planilha.

K6: Valor falso, será retornado se todos os testes lógicos


derem como falso.
Permite contar em um intervalo de valores quantas vezes
se repete determinado item. Vamos aplicar a função em nossa
planilha de controle de atletas
Adicione as seguintes linhas abaixo de sua planilha

Em V.Diário, vamos calcular quantas horas foram trabalhadas


durante cada dia.
=B3-B2+B5-B4, pegamos a data de saída e subtraímos pela
data de entrada de manhã, com isso sabemos quantas horas foram
trabalhadas pela manhã na mesma função faço a subtração da saída
no período da tarde pela entrada do período da tarde e somo os dois
períodos.

Didatismo e Conhecimento 64
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Repita o processo para todos os demais dias da semana, Ao observar atentamente o valor calculado ele mostra 20:40,
somente no sábado é preciso apenas calcular a parte da manhã, ou porém nessa semana o funcionário trabalhou mais de 40 horas, isso
seja, não precisa ser feito o cálculo do período da tarde. ocorre pois o cálculo de horas zera ao chegar em 23:59:59, então
preciso fazer com que o Excel entenda que ele precisa continuar
a contagem.
Clique na faixa do grupo número na ABA Inicio, na janela que
se abre clique na categoria Hora e escolha o formato 37:30:55 esse
formato faz com que a contagem continue.

Para calcular o V. da hora que o funcionário recebe coloque


um valor, no caso adicione 15 e coloquei no formato Moeda.
Vamos agora então calcular quanto ele ganhou por dia, pois temos
quantas horas ele trabalhou durante o dia e sabemos o valor da
hora. Como temos dois formatos de números precisamos durante
o cálculo fazer a conversão.
Para a segunda-feira o cálculo fica da seguinte forma:
=HORA(B6)*B7+MINUTO(B6)*B7/60.
Inicialmente utilizamos a função HORA e pegamos como
referência de hora o valor da célula B6, multiplicamos pelo valor
que está em B7, essa parte calcula somente à hora cheia então
precisamos somar os minutos que pega a função MINUTO e
multiplica a quantidade de horas pelo valor da hora, como o valor
é para a hora o dividimos então por 60
Após isso coloque o valor em formato Moeda. Crie um novo campo abaixo da Tabela e coloque V. a receber
e faça a soma dos valores totais.

Para os demais cálculos o V.Hora será igual há todos os dias


então ele precisa ser fixo para que o cálculo possa ser copiado, o
número 60 por ser um número não é muda.
=HORA(B6)*$B$7+MINUTO(B6)*$B$7/60
Para sabermos quantas horas o funcionário trabalhou na
semana, faça a soma de todos os dias trabalhados.

Didatismo e Conhecimento 65
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Planilhas 3D

O conceito de planilha 3D foi implantado no Excel na versão


5 do programa, ele é chamado dessa forma pois permite que se
façam referências de uma planilha em outra. Posso por exemplo
fazer uma soma de valores que estejam em outra planilha, ou seja
quando na planilha matriz algum valor seja alterado na planilha
que possui referência com ela também muda.

Vamos a um exemplo

Clique agora no campo onde será colocado o valor de compra


do dólar na célula B4 e clique na célula onde está o valor que acabou
de digitar célula B2, adicione o sinal de divisão (/) e depois clique
na planilha valores ele vai colocar o nome da planilha seguido de
um ponto de exclamação (!) e clique onde está o valor de compra
do dólar. A função ficará da seguinte forma =B2/valores!B2.

Faremos uma planilha para conversão de valores, então na


planilha 1 vamos ter um campo para que se coloque o valore em
real e automaticamente ele fará a conversão para outras moedas,
monte a seguinte planilha.
Vamos renomear a planilha para resultado.

Com isso toda vez que eu alterar na planilha valores o valor do


Para isso dê um duplo clique no nome de sua planilha Plan1 e dólar, ele atualiza na planilha resultado.
digite o novo nome. Faça o cálculo para o valor do dólar para venda, a função
Salve seu arquivo e clique na guia Plan2 e digite a seguinte ficará da seguinte forma: =B2/valores!C2.
planilha Para poder copiar a fórmula para as demais células, bloqueie a
célula B2 que é referente ao valor em real.
O ideal nesta planilha é que a única célula onde o usuário
possa manipular seja a célula onde será digitado valor em real para
a conversão, então vamos bloquear a planilha deixando essa célula
desprotegia.
Clique na célula onde será digitado o valor em real depois na
ABA Inicio no grupo Fonte clique na faixa e na janela que se abre
clique na guia Proteção.
Desmarque a opção Bloqueadas, isso é necessário, pois esta
célula é a única que poderá receber dados.
Renomeie essa planilha para valores
Retorne a planilha resultado e coloque um valor qualquer no
campo onde será digitado valor.

Didatismo e Conhecimento 66
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clique agora na ABA Revisão e no grupo Alterações clique no
botão Proteger Planilha.

Inserção de Objetos

Será mostrada mais uma janela coloque uma senha A inserção de objetos no Excel é muito semelhante ao que
(recomendável) aprendemos no Word, as opções de inserção de objetos estão na
ABA Inserir.

Podemos inserir Imagens, clip-arts, formas, SmartArt, caixas


de texto, WordArt, objetos, símbolos, etc.
Como a maioria dos elementos já sabemos como implementar
vamos focar em Gráficos.

Gráficos

A utilização de um gráfico em uma planilha além de deixá-la


com uma aparência melhor também facilita na hora de mostrar
resultados. As opções de gráficos, esta no grupo Gráficos na ABA
Inserir do Excel

Para criar um gráfico é importante decidir quais dados serão


avaliados para o gráfico. Vamos utilizar a planilha Atletas para
criarmos nosso gráfico, vamos criar um gráfico que mostre os
atletas x peso.
Selecione a coluna com o nome dos atletas, pressione CTRL e
selecione os valores do peso.
Ao tentar alterar uma célula protegida será mostrado o
seguinte aviso

Se precisar alterar alguma célula protegida basta clicar no


botão Desproteger Planilha no grupo Alterações.
Ao clicar em um dos modelos de gráfico no grupo Gráficos
você poderá selecionar um tipo de gráfico disponível, no exemplo
cliquei no estilo de gráfico de colunas.

Didatismo e Conhecimento 67
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Se você quiser mudar o estilo de seu gráfico, você pode clicar


no botão Alterar Tipo de Gráfico.

Para alterar a exibição entre linhas e colunas, basta clicar no


botão Alterar Linha/Coluna.

Escolha no subgrupo coluna 2D a primeira opção e seu gráfico


será criado.
Ainda em Layout do Gráfico podemos modificar a distribuição
dos elementos do Gráfico.

Para mover o gráfico para qualquer parte de sua planilha


basta clicar em uma área em branco de o gráfico manter o mouse
pressionado e arrastar para outra parte.
Na parte superior do Excel é mostrada a ABA Design (Acima
dela Ferramentas de Gráfico).
Podemos também modificar o estilo de nosso gráfico através
do grupo Estilos de Gráfico

Didatismo e Conhecimento 68
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Vamos utilizar para isso a planilha de Atletas.
Classificar uma lista de dados é muito fácil, e este recurso
pode ser obtido pelo botão Classificar e Filtrar na ABA Inicio, ou
pelo grupo Classificar e Filtrar na ABA Dados.

Vamos então selecionar os dados de nossa planilha que serão


classificados.

Clique no botão Classificar.

Podemos também deixar nosso gráfico isolado em uma nova


planilha, basta clicar no botão Mover Gráfico.

Você precisa definir quais serão os critérios de sua classificação,


onde diz
Classificar por clique e escolha nome, depois clique no botão
Adicionar Nível e coloque Modalidade.

Dados

O Excel possui uma ABA chamada Dados que permite


importar dados de outras fontes, ou trabalhar os dados de uma
planilha do Excel.

Antes de clicar em OK, verifique se está marcada a opção


Meus dados contêm cabeçalhos, pois selecionamos a linha de
títulos em nossa planilha e clique em OK.
Classificação
Vamos agora trabalhar com o gerenciamento de dados criados
no Excel.

Didatismo e Conhecimento 69
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Posso ainda refinar mais a minha filtragem, caso precise


saber dentro do sexo feminino quantos atletas estão na categoria
Profissional, eu faço um novo filtro na coluna Categoria.

Você pode mudar a ordem de classificação sempre que for


necessário, basta clicar no botão de Classificar.

Auto Filtro
Este é um recurso que permite listar somente os dados que
você precisa visualizar no momento em sua planilha. Com seus
dados selecionados clique no botão Filtro e observe que será
adicionado junto a cada célula do cabeçalho da planilha uma seta.

Estas setas permite visualizar somente os dados que te


interessam na planilha, por exemplo caso eu precise da relação
de atletas do sexo feminino, basta eu clicar na seta do cabeçalho
sexo e marcar somente Feminino, que os demais dados da planilha
ficarão ocultos.

Observe que as colunas que estão com filtro possuem um


ícone em forma de funil no lugar da seta.
Para remover os filtros, basta clicar nos cabeçalhos com filtro
e escolher a opção selecionar tudo.
Você também pode personalizar seus filtros através da opção
Filtros de Texto e Filtro de número (quando conteúdo da célula for
um número).

Didatismo e Conhecimento 70
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para remover os subtotais, basta clicar no botão Subtotal e na
janela que aparece clique em Remover Todos.

Imprimindo planilhas

Como vimos anteriormente, ao clicar no Botão Office e no


botão Imprimir , teremos três opções de impressão: Impressão
Rápida, Visualização de Impressão e Imprimir.
Vamos detalhar as opções Visualização de Impressão e
Imprimir.

Visualização de impressão
Antes de imprimir qualquer documento, é interessante ter uma
visão de como ele ficará impresso. Além de permitir isso, a opção
Visualização de impressão possibilita a execução de vários ajustes.
Subtotais Observe as opções da guia Visualização de Impressão
Podemos agrupar nossos dados através de seus valores,
vamos inicialmente classificar nossa planilha pelo sexo dos atletas
relacionado com a idade.

Os grupos que compõem essa guia são Imprimir, Zoom e


Visualizar.
No grupo Imprimir, temos o botão Imprimir, que tem a mesma
função mostrada na figura 33. Temos também o botão Configurar
Página , que abre uma caixa de diálogo com várias guias. A
Depois clique no botão Subtotal. primeira refere-se a configurações de páginas.
Em A cada alteração em: coloque sexo e em Adicionar subtotal
a deixe marcado apenas Peso, depois clique em OK.

A segunda guia permite alterar a configuração das margens.

Observe na esquerda que são mostrados os níveis de


visualização dos subtotais e que ele faz um total a cada sequência
do sexo dos atletas.

Didatismo e Conhecimento 71
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
TELA DO POWERPOINT

No grupo Zoom, temos o botão Zoom , que tem a função


de ampliar ou reduzir a visualização da planilha.
No grupo Visualizar, temos as seguintes opções:
ELEMENTOS DA TELA DO POWERPOINT
1 – Botão do Microsoft Office
Ele substitui o menu Arquivo (versões anteriores) e está loca-
lizado no canto superior esquerdo do programa.

Ao clicar no Botão do Microsoft Office , serão exibidos


comandos básicos:
Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar,
Publicar e Fechar.

2 – Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do


Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um con-
junto de comandos independentes da guia exibida no momento.
É possível adicionar botões que representam comandos à bar-
ra e mover a barra de um dos dois locais possíveis.

3 – Barra de Título
Exibe o nome do programa ( Microsoft PowerPoint) e, tam-
bém exibe o nome do documento ativo.
PowerPoint 2007.
4 – Botões de Comando da Janela

Programa utilizado para criação e apresentações de Slides. Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e
Para iniciá-lo basta clicar no botão Iniciar da barra de tarefas do restaurar a janela do programa PowerPoint.
Windows, apontar para Todos os Programas, selecionar Microsoft
Office e clicar em Microsoft Office PowerPoint 2007.

Didatismo e Conhecimento 72
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
5 – Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os co-
mandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são
organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está
relacionada a um tipo de atividade como gravação ou disposição
de uma página. Para diminuir a desorganização, algumas guias são
exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia Ferra-
mentas de Imagem somente é exibida quando uma imagem é se-
lecionada.

SELECIONAR SLIDE
Para selecionar um slide, basta clicar na guia Slide no painel
à esquerda.

1) Guias
2) Os grupos em cada guia dividem a tarefa em subtarefas.
3) Os botões de comando em cada grupo executam um co-
mando ou exibem um menu de comandos.
6 – Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em
um slide.
7 – Barra de Status
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre
elas: o número de slides; tema e idioma.

8 – Nível de Zoom
Clicar para ajustar o nível de zoom.

CRIAR APRESENTAÇÕES

Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2007 en-


globa: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e con-
teúdo; escolher layouts; modificar o design do slide, se desejar,
alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de
estrutura e criar efeitos, como transições de slides animados.
Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão do
Microsoft Office, e em seguida clicar em Novo .

Então escolher um modelo para a apresentação (Em Branco,


Modelos Instalados, Meus modelos, Novo com base em documen-
to existente ou Modelos do Microsoft Office Online).

Depois de escolhido o modelo clicar em Criar.

Didatismo e Conhecimento 73
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
LAYOUT Para inserir um texto no slide clicar com o botão esquerdo do
Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na mouse no retângulo (Clique para adicionar um título), após clicar
Guia Início e depois no botão Layout, escolha o layout desejado o ponto de inserção (cursor será exibido).
clicando sobre ele.

Então basta começar a digitar.

INSERIR TEXTO
Antes de inserir o primeiro texto é necessário conhecer a apli-
cação de algumas teclas:

Para fazer a acentuação, deve-se digitar a tecla de acento e


depois a letra a ser acentuada. Quando a tecla correspondente ao
acento for pressionada, não sairá nada na tela; só depois que for
digitada a letra é que ela aparecerá acentuada.

Didatismo e Conhecimento 74
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
FORMATAR TEXTO Ajusta o espaçamento entre caracteres.
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para 9 – Maiúsculas e Minúsculas
selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo Altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minús-
sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão culas, ou outros usos comuns de maiúsculas/minúsculas.
pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o botão 10 – Cor da Fonte
esquerdo. Altera a cor da fonte.
11 – Alinhar Texto à Esquerda
Alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através
do comando Ctrl+Q.
12 – Centralizar
Centraliza o texto. Também pode ser acionado através do co-
mando Ctrl+E.
13 – Alinhar Texto à Direita
Alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através
do comando Ctrl+G.
14 – Justificar
Alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando es-
paço extra entre as palavras conforme o necessário, promovendo
uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita da página.
15 – Colunas
Divide o texto em duas ou mais colunas.

INSERIR SÍMBOLOS ESPECIAIS


Além dos caracteres que aparecem no teclado, é possível inse-
Com o texto selecionado, basta clicar nos botões para fazer as rir no slide vários caracteres e símbolos especiais.
alterações desejadas: 1. Posicionar o cursor no local que se deseja inserir o sím-
bolo.

1 – Fonte
Altera o tipo de fonte
2 – Tamanho da fonte
Altera o tamanho da fonte
3 – Negrito 2. Acionar a guia Inserir.
Aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acio-
nado através do comando Ctrl+N.
4 – Itálico
Aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser aciona-
do através do comando Ctrl+I. 3. Clicar no botão Símbolo.
5 – Sublinhado
Sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado
através do comando Ctrl+S.
6 – Tachado
Desenha uma linha no meio do texto selecionado.
7 – Sombra de Texto
Adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para desta- 4. Selecionar o símbolo.
cá-lo no slide.
8 – Espaçamento entre Caracteres

Didatismo e Conhecimento 75
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

5. Clicar em Inserir e em seguida Fechar.

MARCADORES E NUMERÇÃO INSERIR NOVO SLIDE


Com a guia Início acionada, clicar no botão , para criar Para inserir um novo slide acionar a guia Início e clicar no
parágrafos com marcadores. Para escolher o tipo de marcador cli- botão .
car na seta. Depois clicar no layout desejado.

Com a guia Início acionada, clicar no botão , para iniciar uma


lista numerada. Para escolher diferentes formatos de numeração
clicar na seta.

EXCLUIR SLIDE
Para excluir um slide basta selecioná-lo e depois clicar no
botão , localizado na guia Início.
LIMPAR FORMATAÇÃO
Para limpar toda a formatação de um texto basta selecioná-lo
e clicar no botão , localizado na guia Início.

Didatismo e Conhecimento 76
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
SALVAR ARQUIVO
Após criar uma apresentação, é necessário efetuar a gravação • WordArt : inseri um texto com efeitos especiais.
do arquivo, essa operação é chamada de “Salvar”. Se o arquivo
não for salvo, corre-se o risco de perdê-lo por uma eventual falta CABEÇALHO E RODAPÉ
de energia, ou por outro motivo que cause a saída brusca do pro- Para editar o cabeçalho ou rodapé do slide, basta clicar no
grama. botão , na guia Inserir. As informações serão exibidas na par-
Para salvar o arquivo, acionar o Botão do Microsoft Office te superior ou inferior de cada página impressa.
e clicar em Salvar, ou clicar no botão .
INSERIR TABELA
SAIR DO POWERPOINT Para inserir ou traçar uma tabela, basta clicar no botão ,
Para sair do Microsoft Office PowerPoint, utilizar as seguintes localizado na guia Inserir.
opções:
• Acionar o Botão do Microsoft Office e clicar em Sair do ALTERAR A ORDEM DOS SLIDES
PowerPoint. Para alterar a ordem dos slides:
• Clicar no Botão Fechar . • Selecionar a guia Slides (no painel à esquerda),
• Pressionar as teclas ALT+F4.
Se o arquivo não foi salvo ainda, ou se as últimas alterações
não foram gravadas, o PowerPoint emitirá uma mensagem, aler-
tando- o do fato.

ABRIR ARQUIVO
Para colocar um arquivo na tela do PowerPoint, deve-se acio-
nar o Botão do Microsoft Office , e clicar em Abrir.
Na caixa de diálogo do comando Abrir, existem vários botões • Clicar com o botão esquerdo do mouse sobre o slide,
que auxiliam na localização do arquivo desejado. Depois de en-
contrar o arquivo clicar em Abrir.

INSERIR FIGURAS
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar
em um desses botões:

• Imagem do Arquivo : inseri uma imagem de um arquivo.

• Clip-art : é possível escolher entre várias figuras que


acompanham o Microsoft Office.

• Formas : inseri formas prontas, como retângulos e cír-


culos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.

• SmartArt : inseri um elemento gráfico SmartArt para


comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos va-
riam desde listas gráficas e diagramas de processos até gráficos
mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.

• Mantê-lo pressionado e arrastá-lo até a posição desejada.


• Gráfico : inseri um gráfico para ilustrar e comparar da-
dos.

Didatismo e Conhecimento 77
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ALTERAR PLANO DE FUNDO


Para alterar o plano de fundo de um slide, basta clicar com o
botão direito do mouse sobre ele, e em seguida clicar em Formatar
Plano de Fundo.

ANIMAR TEXTOS E OBJETOS


Para animar um texto ou objeto, selecionar o texto ou objeto,
clicar na guia Animações, e depois em Animações Personaliza-
das, abrirá um painel à direita, clicar em Adicionar efeito. Nele se
encontram várias opções de animação de entrada, ênfase, saída e
trajetórias de animação.

Depois escolher entre as opções clicar Aplicar a tudo para


aplicar a mudança a todos os slides, se for alterar apenas o slide
atual clicar em fechar.

INSERIR BOTÃO DE AÇÃO


Um botão de ação consiste em um botão já existente que pode
ser inserido na apresentação e para o qual pode definir hiperlinks.
Os botões de ação contêm formas, como setas para direita e para
esquerda e símbolos de fácil compreensão referentes às ações de ir
para o próximo, anterior, primeiro e último slide, além de execu-
tarem filmes ou sons. Eles são mais comumente usados para apre-
sentações autoexecutáveis — por exemplo, apresentações que são
exibidas várias vezes em uma cabine ou quiosque (um computador
e monitor, geralmente localizados em uma área frequentada por
muitas pessoas, que pode incluir tela sensível ao toque, som ou
vídeo.

Didatismo e Conhecimento 78
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os quiosques podem ser configurados para executar apresen-
tações do PowerPoint de forma automática, contínua ou ambas).
1. Na guia Inserir, no grupo Ilustrações, clicar na seta abaixo
de Formas e, em seguida, clique no botão Mais .
2. Em Botões de Ação, clicar no botão que se deseja adicionar.
3. Clicar sobre um local do slide e arrastar para desenhar a
forma para o botão.
4. Na caixa Configurar Ação, seguir um destes procedimentos:
• Para escolher o comportamento do botão de ação quando
você clicar nele, clicar na guia Selecionar com o Mouse.
• Para escolher o comportamento do botão de ação quando
você mover o ponteiro sobre ele, clicar na guia Selecionar sem o
Mouse.
5. Para escolher o que acontece quando você clica ou move
o ponteiro sobre o botão de ação, siga um destes procedimentos:
• Se você não quiser que nada aconteça, clicar em Nenhuma.
• Para criar um hiperlink, clicar em Hiperlink para e selecionar
o destino para o hiperlink.
• Para executar um programa, clicar em Executar programa
e, em seguida, clicar em Procurar e localizar o programa que você
deseja executar.
• Para executar uma macro (uma ação ou um conjunto de
ações que você pode usar para automatizar tarefas. As macros são
gravadas na linguagem de programação Visual Basic for Applica- 1. Na guia Apresentações de Slides, no grupo Iniciar Apresen-
tions), clicar em Executar macro e selecionar a macro que você tação de Slides, clicar na seta ao lado de Apresentação de Slides
deseja executar. Personalizada e, em seguida, clicar em Apresentações Personali-
As configurações de Executar macro estarão disponíveis so- zadas.
mente se a sua apresentação contiver uma macro. 2. Na caixa de diálogo Apresentações Personalizadas, clicar
• Se você deseja que a forma escolhida como um botão de em Novo.
ação execute uma ação, clicar em Ação do objeto e selecionar a 3. Em Slides na apresentação, clicar nos slides que você dese-
ação que você deseja que ele execute. ja incluir na apresentação personalizada e, em seguida, clicar em
As configurações de Ação do objeto estarão disponíveis so- Adicionar.
mente se a sua apresentação contiver um objeto OLE (uma tecno- Para selecionar diversos slides sequenciais, clicar no primeiro
logia de integração de programa que pode ser usada para comparti- slide e, em seguida, manter pressionada a tecla SHIFT enquanto
lhamento de informações entre programas. Todos os programas do clica no último slide que deseja selecionar. Para selecionar diver-
Office oferecem suporte para OLE; por isso, você pode comparti- sos slides não sequenciais, manter pressionada a tecla CTRL en-
lhar informações por meio de objetos vinculados e incorporados). quanto clica em cada slide que queira selecionar.
• Para tocar um som, marcar a caixa de seleção Tocar som e 4. Para alterar a ordem em que os slides são exibidos, em Sli-
selecionar o som desejado. des na apresentação personalizada, clicar em um slide e, em segui-
da, clicar em uma das setas para mover o slide para cima ou para
CRIAR APRESENTAÇÃO PERSONALIZADA baixo na lista.
Existem dois tipos de apresentações personalizadas: básica e 5. Digitar um nome na caixa Nome da apresentação de slides
com hiperlinks. e clicar em OK. Para criar apresentações personalizadas adicionais
Uma apresentação personalizada básica é uma apresentação com quaisquer slides da sua apresentação, repetir as etapas de 1
separada ou uma apresentação que inclui alguns slides originais. a 5.
Uma apresentação personalizada com hiperlinks é uma forma Para visualizar uma apresentação personalizada, clicar no
rápida de navegar para uma ou mais apresentações separadas. nome da apresentação na caixa de diálogo Apresentações Persona-
1 – Apresentação Personalizada Básica lizadas e, em seguida, clicar em Mostrar.
Utilizar uma apresentação personalizada básica para fornecer 2 – Apresentação Personalizada com Hiperlink
apresentações separadas para diferentes grupos da sua organiza- Utilizar uma apresentação personalizada com hiperlinks para
ção. Por exemplo, se sua apresentação contém um total de cinco organizar o conteúdo de uma apresentação. Por exemplo, se você
slides, é possível criar uma apresentação personalizada chamada cria uma apresentação personalizada principal sobre a nova orga-
“Site 1” que inclui apenas os slides 1, 3 e 5. É possível criar uma nização geral da sua empresa, é possível criar uma apresentação
segunda apresentação personalizada chamada “Site 2” que inclui personalizada para cada departamento da sua organização e vincu-
os slides 1, 2, 4 e 5. Quando você criar uma apresentação perso- lá-los a essas exibições da apresentação principal.
nalizada a partir de outra apresentação, é possível executá-la, na
íntegra, em sua sequência original.

Didatismo e Conhecimento 79
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1. Sem transição
2. Persiana Horizontal
3. Persiana Vertical
4. Quadro Fechar
1. Na guia Apresentações, no grupo Iniciar Apresentação de 5. Quadro Abrir
Slides, clicar na seta ao lado de Apresentação de Slides Personali- 6. Quadriculado na Horizontal
zada e, em seguida, clicar em Apresentações Personalizadas. 7. Quadriculado na Vertical
2. Na caixa de diálogo Apresentações Personalizadas, clicar 8. Pente Horizontal
em Novo. 9. Pente Vertical
3. Em Slides na apresentação, clicar nos slides que você de- Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rá-
seja incluir na apresentação personalizada principal e, em seguida, pidos, clicar no botão Mais , conforme mostrado no diagrama
clicar em Adicionar. acima.
Para selecionar diversos slides seqüenciais, clicar no primeiro
slide e, em seguida, manter pressionada a tecla SHIFT enquanto • Adicionar a mesma transição de slides a todos os slides
clica no último slide que deseja selecionar. Para selecionar diver- em sua apresentação:
sos slides não seqüenciais, manter pressionada a tecla CTRL en- 1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na
quanto clica em cada slide que queira selecionar. guia Slides.
4. Para alterar a ordem em que os slides são exibidos, em Sli- 2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide.
des na apresentação personalizada, clicar em um slide e, em segui- 3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide,
da, clicar em uma das setas para mover o slide para cima ou para clicar em um efeito de transição de slides.
baixo na lista. 4. Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rá-
5. Digitar um nome na caixa Nome da apresentação de slides pidos, clicar no botão Mais .
e clicar em OK. Para criar apresentações personalizadas adicionais 5. Para definir a velocidade de transição de slides, no grupo
com quaisquer slides da sua apresentação, repetir as etapas de 1 Transição para Este Slide, clicar na seta ao lado de Velocidade da
a 5. Transição e, em seguida, selecionar a velocidade desejada.
6. Para criar um hiperlink da apresentação principal para uma 6. No grupo Transição para Este Slide, clicar em Aplicar a
apresentação de suporte, selecionar o texto ou objeto que você de- Tudo.
seja para representar o hiperlink.
7. Na guia Inserir, no grupo Vínculos, clicar na seta abaixo de • Adicionar diferentes transições de slides aos slides em
Hiperlink. sua apresentação
8. Em Vincular para, clicar em Colocar Neste Documento. 1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na
9. Seguir um destes procedimentos: guia Slides.
• Para se vincular a uma apresentação personalizada, na lista 2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide.
Selecionar um local neste documento, selecionar a apresentação 3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide,
personalizada para a qual deseja ir e marcar a caixa de seleção clicar no efeito de transição de slides que você deseja para esse
Mostrar e retornar. slide.
• Para se vincular a um local na apresentação atual, na lista 4. Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rá-
Selecione um local neste documento, selecionar o slide para o qual pidos, clicar no botão Mais .
você deseja ir. 5. Para definir a velocidade de transição de slides, no grupo
Para visualizar uma apresentação personalizada, clicar no Transição para Este Slide, clicar na seta ao lado de Velocidade da
nome da apresentação na caixa de diálogo Apresentações Persona- Transição e, em seguida, selecionar a velocidade desejada.
lizadas e, em seguida, clicar em Mostrar. 6. Para adicionar uma transição de slides diferente a outro sli-
de em sua apresentação, repetir as etapas 2 a 4.
TRANSIÇÃO DE SLIDES
As transições de slide são os efeitos semelhantes à animação • Adicionar som a transições de slides
que ocorrem no modo de exibição Apresentação de Slides quando 1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na
você move de um slide para o próximo. É possível controlar a ve- guia Slides.
locidade de cada efeito de transição de slides e também adicionar 2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide.
som. 3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide,
O Microsoft Office PowerPoint 2007 inclui vários tipos dife- clicar na seta ao lado de Som de Transição e, em seguida, seguir
rentes de transições de slides, incluindo (mas não se limitando) as um destes procedimentos:
seguintes: • Para adicionar um som a partir da lista, selecionar o som
desejado.

Didatismo e Conhecimento 80
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Para adicionar um som não encontrado na lista, selecionar o Para mostrar uma apresentação sem executar uma ani-
Outro Som, localizar o arquivo de som que você deseja adicionar mação incorporada, marcar a caixa de seleção Apresentação sem
e, em seguida, clicar em OK. animação.
4. Para adicionar som a uma transição de slides diferente, re- o Ao fazer sua apresentação diante de uma audiência ao
petir as etapas 2 e 3. vivo, é possível escrever nos slides. Para especificar uma cor de
tinta, na lista Cor da caneta, selecionar uma cor de tinta.
CONFIGURAR APRESENTAÇÃO DE SLIDES A lista Cor da caneta estará disponível apenas se Exibida por
um orador (tela inteira) (na seção Tipo de apresentação) estiver
• Tipo de apresentação selecionada.
Usar as opções na seção Tipo de apresentação para especificar
como você deseja mostrar a apresentação para sua audiência. • Avançar slides
o Para fazer sua apresentação diante de uma audiência ao Usar as opções na seção Avançar slides para especificar como
vivo, clicar em Exibida por um orador (tela inteira). mover de um slide para outro.
o Para permitir que a audiência exiba sua apresentação a o Para avançar para cada slide manualmente durante a
partir de um disco rígido ou CD em um computador ou na Internet, apresentação, clicar em Manualmente.
clicar em Apresentada por uma pessoa (janela). o Para usar intervalos de slide para avançar para cada slide
o Para permitir que a audiência role por sua apresentação automaticamente durante a apresentação, clicar em Usar interva-
de auto execução a partir de um computador autônomo, marcar a los, se houver.
caixa de seleção Mostrar barra de rolagem. • Vários Monitores
o Para entregar uma apresentação de auto execução exe- É possível executar sua apresentação do Microsoft Office Po-
cutada em um quiosque (um computador e monitor, geralmente werPoint 2007 de um monitor (por exemplo, em um pódio) en-
localizados em uma área frequentada por muitas pessoas, que pode quanto o público a vê em um segundo monitor.
incluir tela sensível ao toque, som ou vídeo. Os quiosques podem Usando dois monitores, é possível executar outros programas
ser configurados para executar apresentações do PowerPoint de que não são vistos pelo público e acessar o modo de exibição Apre-
forma automática, contínua ou ambas), clicar em Apresentada em sentador. Este modo de exibição oferece as seguintes ferramentas
um quiosque (tela inteira). para facilitar a apresentação de informação:
o É possível utilizar miniaturas para selecionar os slides
• Mostrar slides de uma seqüência e criar uma apresentação personalizada para o
Usar as opções na seção Mostrar slides para especificar quais seu público.
slides estão disponíveis em uma apresentação ou para criar uma o A visualização de texto mostra aquilo que o seu próximo
apresentação personalizada (uma apresentação dentro de uma clique adicionará à tela, como um slide novo ou o próximo marca-
apresentação na qual você agrupa slides em uma apresentação dor de uma lista.
existente para poder mostrar essa seção da apresentação para um o As anotações do orador são mostradas em letras grandes
público em particular). e claras, para que você possa utilizá-las como um script para a sua
o Para mostrar todos os slides em sua apresentação, clicar apresentação.
em Tudo. o É possível escurecer a tela durante sua apresentação e,
o Para mostrar um grupo específico de slides de sua apre- depois, prosseguir do ponto em que você parou. Por exemplo, tal-
sentação, digitar o número do primeiro slide que você deseja mos- vez você não queira exibir o conteúdo do slide durante um interva-
trar na caixa De e digitar o número do último slide que você deseja lo ou uma seção de perguntas e respostas.
mostrar na caixa Até. No modo de exibição do Apresentador, os ícones e botões são
o Para iniciar uma apresentação de slides personalizada grandes o suficiente para uma fácil navegação, mesmo quando
que seja derivada de outra apresentação do PowerPoint, clicar em você está usando um teclado ou mouse desconhecido.
Apresentação personalizada e, em seguida, clicar na apresenta-
ção que você deseja exibir como uma apresentação personalizada EXIBIR APRESENTAÇÃO
(uma apresentação dentro de uma apresentação na qual você agru- Para exibir uma apresentação clicar na guia Apresentação de
pa slides em uma apresentação existente para poder mostrar essa Slides, e seguir um destes procedimentos:
seção da apresentação para um público em particular).

• Opções da apresentação • Clicar no botão , ou pressionar a tecla F5, para iniciar


Usar as opções na seção Opções da apresentação para especi- a apresentação a partir do primeiro slide.
ficar como você deseja que arquivos de som, narrações ou anima-
ções sejam executados em sua apresentação.
o Para executar um arquivo de som ou animação continua- • Clicar no botão , ou pressionar simultaneamente as te-
mente, marcar a caixa de opções Repetir até ‘Esc’ ser pressionada. clas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide atual.
o Para mostrar uma apresentação sem executar uma nar-
ração incorporada, marcar a caixa de seleção Apresentação sem
narração.

Didatismo e Conhecimento 81
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
IMPRESSÃO
No Microsoft Office PowerPoint 2007, é possível criar e im- (1) O folheto com três slides por página possui espaços entre
primir slides, folhetos e anotações. É possível imprimir sua apre- as linhas para anotações.
sentação no modo de exibição de Estrutura de Tópicos, de maneira Você pode selecionar um layout para os folhetos em visuali-
colorida, em preto e branco ou em escala de cinza. zação de impressão (um modo de exibição de um documento da
• Imprimir slides maneira como ele aparecerá ao ser impresso).
1. Clicar no Botão Microsoft Office , clicar na seta ao
lado de Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar impressão. Organizar conteúdo em um folheto:
2. No grupo Configurar página, da lista Imprimir, selecionar Na visualização de impressão é possível organizar o conteúdo
Slides. no folheto e visualizá-lo para saber como ele será impresso. Você
3. Clicar em Opções, apontar para Cor/escala de cinza e, em pode especificar a orientação da página como paisagem ou retrato
seguida, clicar em uma das opções: e o número de slides que deseja exibir por página.
o Cor: Se estiver usando uma impressora colorida, essa op- Você pode adicionar visualizar e editar cabeçalhos e rodapés,
ção realizará a impressão em cores. como os números das páginas. No layout com um slide por página,
o Cor (em impressora preto-e-branco): Se estiver usando você só poderá aplicar cabeçalhos e rodapés ao folheto e não aos
uma impressora preto-e-branco, essa opção realizará a impressão slides, se não desejar exibir texto, data ou numeração no cabeçalho
em escala de cinza. ou no rodapé dos slides.
o Escala de cinza: Essa opção imprime imagens em tons de
cinza que variam entre o preto e o branco. Os preenchimentos de Aplicar conteúdo e formatação em todos os folhetos:
plano de fundo são impressos como branco para que o texto fique Se desejar alterar a aparência, a posição e o tamanho da nu-
mais legível. (Às vezes a escala de cinza é bastante semelhante à meração, da data ou do texto do cabeçalho e do rodapé em todos
Preto-e-branco puro). os folhetos, faça as alterações no folheto mestre. Para incluir um
o Preto-e-branco puro: Essa opção imprime o folheto sem nome ou logotipo em todas as páginas do folheto, basta adicioná
preenchimentos em cinza. -lo ao mestre. As alterações feitas no folheto mestre também são
4. Clicar em Imprimir. exibidas na impressão da estrutura de tópicos.
Para alterar as opções de impressão, siga estas etapas:
1. Na guia Estrutura, no grupo Configurar página, clicar em Imprimir folhetos:
Configurar página. 1. Abrir a apresentação em que deseja imprimir os folhetos.
2. Na lista Slides dimensionados para, clicar no tamanho de 2. Clicar no Botão Microsoft Office , clicar na seta ao lado de
papel desejado para impressão. Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar impressão.
o Se clicar em Personalizado, digitar ou selecionar as di- 3. No grupo Configurar página, clicar na seta em Imprimir e
mensões do papel nas caixas Largura e Altura. selecionar a opção desejada de layout do folheto na lista.
o Para imprimir em transparências, clicar em Transparên- O formato Folhetos (3 Slides por Página) possui linhas para
cia. anotações do público.
3. Para definir a orientação da página para os slides, em Orien- 4. Para especificar a orientação da página, clicar na seta em
tação, na caixa Slides, clicar em Paisagem ou Retrato. Orientação e, em seguida, clicar em Paisagem ou Retrato.
5. Clicar em Imprimir.
• Criar e imprimir folhetos Se desejar imprimir folhetos em cores, selecionar uma im-
Você pode imprimir as apresentações na forma de folhetos, pressora colorida.
com até nove slides em uma página, que podem ser utilizados pelo Clicar no Botão Microsoft Office, clicar na seta ao lado de
público para acompanhar a apresentação ou para referência futura. Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar impressão. Em Im-
primir, clicar em Opções, apontar para Cor/Escala de Cinza e se-
lecionar Cor.

• Criar e imprimir anotações


Você pode criar anotações (páginas impressas que exibem
anotações do autor abaixo do slide que contém as anotações.)
como notas para si mesmo, enquanto realiza a apresentação, ou
para o público.

Criar anotações:
Use o painel de anotações (o painel no modo de exibição nor-
mal no qual você digita as anotações que deseja incluir em um
slide. Você imprime essas anotações como páginas de anotações
ou as exibe ao salvar uma apresentação como página da Web.) na
exibição Normal para gravar anotações sobre os slides.

Didatismo e Conhecimento 82
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Aplicar conteúdo e formatação a todas as anotações:
Para aplicar conteúdo ou formatação a todas as anotações em
uma apresentação, altere as Anotações mestras (um modo de exi-
bição ou página de slide em que você define a formatação de todos
os slides ou páginas de sua apresentação.
Cada apresentação tem um mestre para cada componente prin-
cipal: slides, slides de títulos, anotações do orador e folhetos para
o público). Por exemplo, para inserir o logotipo de uma empresa
ou outra arte em todas as páginas de anotações, adicione a arte a
Anotação mestra. Ou, se desejar alterar o estilo da fonte usado para
todas as anotações, altere o estilo na Anotação mestra. Você pode
alterar a aparência e a posição da área do slide, das anotações, dos
Você pode digitar e formatar suas anotações enquanto trabalha cabeçalhos, dos rodapés, dos números de página e da data.
na exibição Normal, mas para ver como as anotações serão impres-
sas e o efeito geral da formatação de qualquer texto, como as cores Exibir anotações em uma página da Web:
da fonte, alterne para o Modo de anotações. Também é possível Se você salvar sua apresentação como uma página da Web,
verificar e alterar os cabeçalhos e rodapés de suas anotações no suas anotações serão exibidas automaticamente, a menos que se-
Modo de anotações. jam ocultadas. Os títulos transformam-se em um sumário da apre-
Cada anotação mostra uma imagem de slide, junto com as sentação e as anotações do slide aparecem abaixo de cada slide.
anotações correspondentes a um slide. No Modo anotações, você Suas anotações podem fazer o papel de orador, fornecendo ao pú-
pode ornamentar suasanotações com gráficos, imagens (um arqui- blico os elementos básicos e os detalhes que um orador forneceria
vo (como um metarquivo) que pode ser desagrupado e manipulado durante uma apresentação ao vivo.
como dois ou mais objetos, ou um arquivo quepermanece como Ocultar os tópicos em uma apresentação da Web
um único objeto (como bitmaps), tabelas ou outras ilustrações). Se você salvar sua apresentação como uma página da Web, os
tópicos associados à sua apresentação serão exibidos automatica-
mente pelo seu navegador da Web. Os títulos do slide se tornam
um sumário na apresentação. Caso não deseje que o tópico seja
exibido, oculte-o antes de salvar o arquivo como uma página da
Web.
1. Clicar no Botão Microsoft Office e, em seguida, clicar em
Salvar Como.
2. Na caixa Nome do arquivo, digitar um nome de arquivo ou
não fazer nada paraaceitar o nome sugerido.
3. Na lista Salvar como tipo, selecionar Página da Web e, em
seguida, clicar em Publicar.
4. Na caixa de diálogo Publicar como página da Web, clicar
em Opções da Web.
Uma imagem ou um objeto (uma tabela, um gráfico, uma 5. Na guia Geral, desmarcar a caixa de seleção Adicionar con-
equação ou outra forma de informação. Os objetos criados em um troles de navegação de slide e clicar em OK.
aplicativo, como planilhas, e vinculados ou incorporados em ou- 6. Na caixa de diálogo Publicar como página da Web, clicar
tro aplicativo são objetos OLE) adicionado ao Modo de anotações em Publicar.
será exibido nas anotações, mas não na tela da exibição Normal.
Se salvar suas apresentações como uma página da Web, a ima- Imprimir as anotações:
gem ou o objeto não será exibido quando abrir a apresentação no 1. Abrir a apresentação em que deseja imprimir as anotações.
navegador Web, embora suas anotações sejam exibidas. 2. Clicar no Botão Microsoft Office , clicar na seta ao lado de
As alterações, adições e exclusões realizadas nas anotações Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar impressão.
aplicam-se apenas às anotações e ao texto das mesmas no modo 3. Na guia Configurar Página, clicar na seta da caixa Imprimir,
de exibição Normal. e clicar em Anotações.
Se desejar aumentar, reposicionar ou formatar a área de ima- 4. Para especificar a orientação da página, clicar na seta em
gem do slide ou a área das anotações, vá para o Modo de anotações Orientação e, em seguida, clicar em Retrato ou Paisagem.
e faça as alterações. 5. Clicar em Imprimir.
Você não pode desenhar imagens no painel de anotações no 6. Para configurar cabeçalhos e rodapés, clicar em Opções e
modo de exibição Normal. Alterne para o Modo de anotações e em Cabeçalho e Rodapé.
desenhe ou adicione a imagem. Se desejar imprimir suas anotações em cores, selecionar uma
impressora colorida. Clicar no Botão Microsoft Office, clicar na
seta ao lado de Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar im-
pressão. Em Imprimir, clicar em Opções, apontar para Cor/Escala
de Cinza e selecionar Cor.

Didatismo e Conhecimento 83
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Criar e imprimir uma apresentação no Modo de Exibi- 4. Clicar no Botão do Microsoft Office, apontar para a seta ao
ção de Estrutura de Tópicos lado de Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar Impressão.
Existem várias maneiras de exibir uma apresentação no Mi- 5. No grupo Configurar página, clicar na seta em Imprimir e,
crosoft Office PowerPoint 2007 e cada exibição é criada com uma em seguida, clicar em Modo de estrutura de tópicos.
finalidade diferente. Por exemplo, no Modo de Exibição de Estru- 6. Para especificar a orientação da página, clicar na seta em
tura de Tópicos, o PowerPoint mostra a sua apresentação como Orientação e, em seguida, clicar em Paisagem ou Retrato.
uma estrutura de tópicos com os títulos e o texto principal de cada 7. Clicar em Imprimir.
slide. Os títulos são exibidos no lado esquerdo do painel, que con- Atalho do teclado: Para exibir a caixa de diálogo Imprimir,
tém a guia Estrutura de Tópicos, junto com o ícone e o número do pressionar CTRL+P.
slide. O texto principal está recuado abaixo do título do slide. Os 2. Clicar em Localizar Impressora.
objetos gráficos são exibidos como pequenas notações no ícone do 3. Na lista Nome, selecionar a impressora que você deseja
slide no Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos. usar.

Trabalhar no Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos é


especialmente prático se você quiser fazer edições globais, obter MS OUTLOOK
uma visão geral da apresentação, alterar a seqüência dos marcado- O Microsoft Outlook 2010 oferece excelentes ferramentas de
res ou slides ou realizar alterações na formatação. gerenciamento de emails profissionais e pessoais para mais de 500
Quando você salva a apresentação como uma página da Web, milhões de usuários do Microsoft Office no mundo todo. Com o
o texto da guia Estrutura de Tópicos se transforma em um índice, lançamento do Outlook 2010, você terá uma série de experiências
para que você possa navegar pelos slides. mais ricas para atender às suas necessidades de comunicação no
As guias Estrutura de Tópicos e Slides são alteradas para exi- trabalho, em casa e na escola.
bir um ícone quando o painel ficar estreito. Se a guia Estrutura de Do visual redesenhado aos avançados recursos de organização
Tópicos estiver oculta, basta ampliar o painel, arrastando a borda de emails, pesquisa, comunicação e redes sociais, o Outlook 2010
direita. proporciona uma experiência fantástica para você se manter pro-
dutivo e em contato com suas redes pessoais e profissionais.

Adicionar uma conta de email


Antes de poder enviar e receber emails no Outlook 2010, você
precisa adicionar e configurar uma conta de email. Se tiver usado
uma versão anterior do Microsoft Outlook no mesmo computador
em que instalou o Outlook 2010, suas configurações de conta serão
importadas automaticamente.
Aumentar o tamanho do painel que contém as guias Estrutura Se você não tem experiência com o Outlook ou se estiver ins-
de Tópicos e Slides. talando o Outlook 2010 em um computador novo, o recurso Con-
figuração Automática de Conta será iniciado automaticamente e
Criar uma apresentação no Modo de Exibição de Estrutu- o ajudará a configurar as definições de suas contas de email. Essa
ra de Tópicos: configuração exige somente seu nome, endereço de email e senha.
1. Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição de Apresenta- Se não for possível configurar sua conta de email automaticamen-
ção, clicar em Normal. te, será necessário digitar as informações adicionais obrigatórias
2. No painel contendo as guias Estrutura de Tópicos e Slides, manualmente.
clicar na guia Estrutura de Tópicos. 1. Clique na guia Arquivo.
3. Na guia Estrutura de Tópicos, posicionar o ponteiro e colar 2. Em Dados da Conta e clique em Adicionar Conta.
o conteúdo ou começar a digitar o texto.

Exibir uma apresentação no Modo de Estrutura de Tópi-


cos:
1. Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição de Apresenta-
ção, clicar em Normal.
2. No painel que contém as guias Estrutura de Tópicos e Sli-
des, clicar na guia Estrutura de Tópicos.

Imprimir uma apresentação no Modo de Exibição de Es- Sobre contas de email


trutura de Tópicos: O Outlook dá suporte a contas do Microsoft Exchange, POP3
1. Abrir a apresentação que deseja imprimir. e IMAP. Seu ISP (provedor de serviços de Internet) ou administra-
2. Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição de Apresenta- dor de emails pode lhe fornecer as informações necessárias para a
ção, clicar em Normal. configuração da sua conta de email no Outlook.
3. No painel que contém as guias Estrutura de Tópicos e Sli- Contas de email estão contidas em um perfil. Um perfil é com-
des, clicar na guia Estrutura de Tópicos. posto de contas, arquivos de dados e configurações que especifi-
cam onde as suas mensagens de email são salvas.

Didatismo e Conhecimento 84
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Um novo perfil é criado automaticamente quando o Outlook é
executando pela primeira vez.
Adicionar uma conta de email ao iniciar o Outlook 2010 pela
primeira vez
Se você ainda não tem experiência com o Outlook ou se esti-
ver instalando o Outlook 2010 em um computador novo, o recurso
Configuração Automática de Conta será iniciado automaticamente
e o ajudará a definir as configurações das suas contas de email.
Esse processo exige somente seu nome, endereço de email e senha.
Se não for possível configurar a sua conta de email automatica-
mente, você precisará inserir as informações adicionais obrigató-
rias manualmente.
1. Inicie o Outlook.
2. Quando solicitado a configurar uma conta de email, cli-
que em Avançar.

Se a tentativa inicial de configurar a conta falhar, uma segunda


tentativa poderá ser feita com o uso de uma conexão não crip-
tografada com o servidor de email. Se você vir essa mensagem,
clique em Avançar para continuar. Se a conexão não criptografada
também falhar, não será possível configurar a sua conta de email
automaticamente.

3. Para adicionar uma conta de email, clique em Sim e de-


pois em Avançar.
4. Insira seu nome, endereço de email e senha e clique em
Avançar.

Clique em Repetir ou marque a caixa de seleção Configurar


servidor manualmente.
Depois que a conta for adicionada com êxito, você poderá adi-
cionar mais contas clicando em Adicionar outra conta.

Observação: Quando o seu computador está conectado a um


domínio de rede de uma organização que usa o Microsoft Exchan-
ge Server, suas informações de email são automaticamente inseri-
das. A senha não aparece porque a sua senha de rede é usada. Um
indicador de progresso é exibido à medida que a sua conta está 5. Para sair da caixa de diálogo Adicionar Nova Conta, cli-
sendo configurada. O processo de configuração pode levar vários que em Concluir.
minutos.

Didatismo e Conhecimento 85
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se você tiver adicionado uma conta do Exchange Server, de- • Na caixa Nome, digite seu nome da forma que aparecerá
verá sair e reiniciar o Outlook para que essa conta apareça e possa para as outras pessoas.
ser usada no Outlook. • Na caixa Endereço de Email, digite o endereço de email
  Observação: Se o seu perfil já tiver uma conta do Micro- completo atribuído por seu administrador de email ou ISP. Não se
soft Exchange Server e você quiser adicionar outra, será neces- esqueça de incluir o nome de usuário, o símbolo @ e o nome do
sário usar a Configuração Automática de Conta. Para configurar domínio como, por exemplo, pat@contoso.com.
manualmente uma conta adicional do Exchange Server, você deve • Nas caixas Senha e Confirmar Senha, digite a senha atri-
sair do Outlook e depois usar o módulo Email no Painel de Con- buída ou criada por você.
trole.  Dica: A senha poderá diferenciar maiúsculas de minúsculas.
Verifique se a tecla CAPS LOCK foi pressionada durante a inser-
Adicionar uma conta de email manualmente ção da sua senha.
Existem três maneiras de adicionar manualmente sua conta de 4. Em Informações do Servidor, faça o seguinte:
email. A maioria das pessoas só possui um perfil e deverá usar a • Na caixa de listagem Tipo de Conta, escolha POP3 ou
seção Adicionar ao perfil em execução. IMAP.
 Observação   A configuração manual de contas do Microsoft • Na caixa Servidor de entrada de emails, digite o nome
Exchange não pode ser feita enquanto o Outlook estiver em exe- completo do servidor fornecido pelo provedor de serviços de In-
cução. Use as etapas das seções Adicionar a um perfil existente ou ternet ou pelo administrador de email. Geralmente, é mail. seguido
Adicionar a um novo perfil. do nome de domínio, por exemplo, mail.contoso.com.
Adicionar ao perfil em execução • Na caixa Servidor de saída de emails (SMTP), digite o
1. Clique na guia Arquivo. nome completo do servidor fornecido pelo provedor de serviços
2. Na guia Info, em Informações da Conta, clique em Con- de Internet ou pelo administrador de email. Geralmente, é mail.
figurações de Conta. seguido do nome do domínio, por exemplo, mail.contoso.com.
3. Clique em Configurações de Conta. 5. Em Informações de Logon, faça o seguinte:
4. Clique em Adicionar Conta. • Na caixa Nome de Usuário, digite o nome do usuário
Adicionar a um perfil existente fornecido pelo provedor ou pelo administrador de email. Ele pode
1. Feche o Outlook. fazer parte do seu endereço de email antes do símbolo @, como
2. No Painel de Controle, clique ou clique duas vezes em pat, ou pode ser o seu endereço de email completo, como pat@
Email. contoso.com.
A barra de título da caixa de diálogo Configurar Email contém • Na caixa Senha, digite a senha fornecida pelo provedor
o nome do perfil atual. Para selecionar um perfil diferente já exis- ou pelo administrador de email ou uma senha que tenha sido criada
tente, clique em Mostrar Perfis, selecione o nome do perfil e, em por você.
seguida, clique em Propriedades. • Marque a caixa de seleção Lembrar senha.
3. Clique em Contas de Email.  Observação: Você tem a opção de salvar sua senha digitando
Adicionar a um novo perfil -a na caixa Senha e marcando a caixa de seleção Lembrar senha.
1. Feche o Outlook. Se você escolheu essa opção, não precisará digitar a senha sempre
2. No Painel de Controle, clique ou clique duas vezes no que acessar a conta. No entanto, isso também torna a conta vulne-
módulo Email. rável a qualquer pessoa que tenha acesso ao seu computador.
3. Em Perfis, clique em Mostrar Perfis. Opcionalmente, você poderá denominar sua conta de email
4. Clique em Adicionar. como ela aparece no Outlook. Isso será útil caso você esteja usan-
5. Na caixa de diálogo Novo Perfil, digite um nome para o do mais de uma conta de email. Clique em Mais Configurações.
perfil e, em seguida, clique em OK. Na guia Geral, em Conta de Email, digite um nome que ajudará a
Trata-se do nome que você vê ao iniciar o Outlook caso confi- identificar a conta, por exemplo, Meu Email de Provedor de Servi-
gure o Outlook para solicitar o perfil a ser usado. ços de Internet Residencial.
6. Clique em Contas de Email. A sua conta de email pode exigir uma ou mais das configura-
ções adicionais a seguir. Entre em contato com o seu ISP se tiver
Configurar manualmente uma conta POP3 ou IMAP dúvidas sobre quais configurações usar para sua conta de email.
Uma conta POP3 é o tipo mais comum de conta de email. • Autenticação de SMTP     Clique em Mais Configura-
Uma conta IMAP é um tipo avançado de conta de email que ções. Na guia Saída, marque a caixa de seleção Meu servidor de
oferece várias pastas de email em um servidor de emails. As contas saída de emails requer autenticação, caso isso seja exigido pela
do Google GMail e da AOL podem ser usadas no Outlook 2010 conta.
como contas IMAP. • Criptografia de POP3     Para contas POP3, clique em
Se não souber ao certo qual é o tipo da sua conta, entre em Mais Configurações. Na guia Avançada, em Números das portas
contato com o seu provedor de serviços de Internet (ISP) ou admi- do servidor, em Servidor de entrada (POP3), marque a caixa de
nistrador de email. seleção O servidor requer uma conexão criptografada (SSL), caso
1. Clique em Definir manualmente as configurações do ser- o provedor de serviços de Internet instrua você a usar essa confi-
vidor ou tipos de servidor adicionais e em Avançar. guração.
2. Clique em Email da Internet e em Avançar.
3. Em Informações do Usuário, faça o seguinte:

Didatismo e Conhecimento 86
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Criptografia de IMAP     Para contas IMAP, clique em 8. Clique em Avançar.
Mais Configurações. Na guia Avançada, em Números das portas 9. Clique em Concluir.
do servidor, em Servidor de entrada (IMAP), para a opção Usar o
seguinte tipo de conexão criptografada, clique em Nenhuma, SSL, Remover uma conta de email
TLS ou Automática, caso o provedor de serviços de Internet ins- 1. Clique na guia Arquivo.
trua você a usar uma dessas configurações. 2. Em Informações da Conta, clique em Configurações de
• Criptografia de SMTP    Clique em Mais Configurações. Conta e depois em Configurações de Conta.
Na guia Avançada, em Números das portas do servidor, em Servi-
dor de saída (SMTP), para a opção Usar o seguinte tipo de conexão
criptografada, clique em Nenhuma, SSL, TLS ou Automática, caso
o provedor de serviços de internet instrua você a usar uma dessas
configurações.
Opcionalmente, clique em Testar Configurações da Conta
para verificar se a conta está funcionando. Se houver informações
ausentes ou incorretas, como a senha, será solicitado que sejam
fornecidas ou corrigidas. Verifique se o computador está conectado
com a Internet.
Clique em Avançar.
Clique em Concluir.

Configurar manualmente uma conta do Microsoft Ex- 3. Selecione a conta de email que você deseja remover e
change clique em Remover.
As contas do Microsoft Exchange são usadas por organizações 4. Para confirmar a remoção da conta, clique em Sim.
como parte de um pacote de ferramentas de colaboração incluindo Para remover uma conta de email de um perfil diferente, en-
mensagens de email, calendário e agendamento de reuniões e con- cerre e reinicie o Outlook com o outro perfil e siga as etapas an-
trole de tarefas. Alguns provedores de serviços de Internet (ISPs) teriores. Você também pode remover contas de outros perfis da
também oferecem contas do Exchange hospedadas. Se não estiver seguinte forma:
certo sobre o tipo de conta que utiliza, entre em contato com o seu 1. Saia do Outlook.
ISP ou administrador de email. 2. No Painel de Controle, clique ou clique duas vezes em
A configuração manual de contas do Microsoft Exchange não Email.
pode ser feita enquanto o Outlook estiver em execução. Para adi-
cionar uma conta do Microsoft Exchange, siga as etapas de Adi- A barra de título da caixa de diálogo Configurar Email contém
cionar a um perfil existente ou Adicionar a um novo perfil e siga o nome do perfil atual. Para selecionar um perfil diferente já exis-
um destes procedimentos: tente, clique em Mostrar Perfis, selecione o nome do perfil e, em
1. Clique em Definir manualmente as configurações do ser- seguida, clique em Propriedades.
vidor ou tipos de servidor adicionais e em Avançar. 3. Clique em Contas de Email.
2. Clique em Microsoft Exchange e, em seguida, clique em 4. Selecione a conta e clique em Remover.
Avançar. 5. Para confirmar a remoção da conta, clique em Sim.
3. Digite o nome atribuído pelo administrador de email para  Observações 
o servidor executando o Exchange. • A remoção de uma conta de email POP3 ou IMAP não
4. Para usar as Configurações do Modo Cache do Exchan- exclui os itens enviados e recebidos com o uso dessa conta. Se
ge, marque a caixa de seleção Usar o Modo Cache do Exchange. você estiver usando uma conta POP3, ainda poderá usar o Arquivo
5. Na caixa Nome de Usuário, digite o nome do usuário de Dados do Outlook (.pst) para trabalhar com os seus itens.
atribuído ao administrador de email. Ele não costuma ser seu nome • Se estiver usando uma conta do Exchange, seus dados
completo. permanecerão no servidor de email, a não ser que eles sejam mo-
6. Opcionalmente, siga um destes procedimentos: vidos para um Arquivo de Dados do Outlook (.pst).
• Clique em Mais Configurações. Na guia Geral em Con-
ta de Email, digite o nome que ajudará a identificar a conta, por
exemplo, Meu Email de Trabalho.
• Clique em Mais Configurações. Em qualquer uma das
guias, configure as opções desejadas.
• Clique em Verificar Nomes para confirmar se o servidor
reconhece o seu nome e se o computador está conectado com a
rede. Os nomes de conta e de servidor especificados nas etapas 3
e 5 devem se tornar sublinhados. Se isso não acontecer, entre em
contato com o administrador do Exchange.
7. Se você clicou em Mais Configurações e abriu a caixa de
diálogo Microsoft Exchange Server, clique em OK.

Didatismo e Conhecimento 87
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Criar uma mensagem de email
1. Na guia Página Inicial, no grupo Novo, clique em Novo Encaminhar uma mensagem
Email. Ao encaminhar uma mensagem, ela incluirá todos os anexos
que estavam incluídos na mensagem original. Para incluir mais
anexos, consulte Anexar um arquivo ou outro item a uma mensa-
gem de email.
1. Na guia Página Inicial ou Mensagem, no grupo Respon-
der, clique em Encaminhar.
Observação: O nome da guia depende da condição da mensa-
gem, se está selecionada na lista de mensagens ou se está aberta na
respectiva janela.
2. Especifique destinatários nas caixas Para, Cc ou Cco.
Atalho do teclado  Para criar uma mensagem de email a partir 3. Escreva sua mensagem.
de qualquer pasta do Outlook, pressione CTRL+SHIFT+M 4. Clique em Enviar.
2. Na caixa Assunto, digite o assunto da mensagem. Dica: Se quiser encaminhar duas ou mais mensagens para os
3. Insira os endereços de email ou os nomes dos destina- mesmos destinatários, como se fossem uma só, em Email, clique
tários na caixa Para, Cc ou Cco. Separe vários destinatários por em uma das mensagens, pressione CTRL e clique em cada mensa-
ponto-e-vírgula. gem adicional. Na guia Página Inicial, no grupo Responder, clique
Para selecionar os nomes dos destinatários em uma lista no em Encaminhar. Cada mensagem será encaminhada como anexo
Catálogo de Endereços, clique em Para, Cc ou Cco e clique nos de uma nova mensagem.
nomes desejados.
4. Depois de redigir a mensagem, clique em Enviar. Adicionar um anexo a uma mensagem de email
Arquivos podem ser anexados a uma mensagem de email.
Responder ou encaminhar uma mensagem de email Além disso, outros itens do Outlook, como mensagens, contatos
Quando você responde a uma mensagem de email, o reme- ou tarefas, podem ser incluídos com as mensagens enviadas.
tente da mensagem original é automaticamente adicionado à caixa 1. Crie uma mensagem ou, para uma mensagem existente,
Para. De modo semelhante, quando você usa Responder a Todos, clique em Responder, Responder a Todos ou Encaminhar.
uma mensagem é criada e endereçada ao remetente e a todos os 2. Na janela da mensagem, na guia Mensagem, no grupo
destinatários adicionais da mensagem original. Seja qual for sua Incluir, clique em Anexar Arquivo.
escolha, você poderá alterar os destinatários nas caixas Para, Cc
e Cco.

Ao encaminhar uma mensagem, as caixas Para, Cc e Cco fi-


cam vazias e é preciso fornecer pelo menos um destinatário.

Responder ao remetente ou a outros destinatários


Você poder responder apenas ao remetente de uma mensagem Abrir e salvar anexos
ou a qualquer combinação de pessoas existente nas linhas Para e Anexos são arquivos ou itens que podem ser incluídos em uma
Cc. Pode também adicionar novos destinatários. mensagem de email. As mensagens com anexos são identificadas
1. Na guia Página Inicial ou na guia Mensagem, no grupo por um ícone de clipe de papel   na lista de mensagens. Depen-
Responder, clique em Responder ou em Responder a Todos. dendo do formato da mensagem recebida, os anexos são exibidos
 Observação: O nome da guia depende da condição da men- em um de dois locais na mensagem.
sagem, se está selecionada na lista de mensagens ou se está aberta • Se o formato da mensagem for HTML ou texto sem for-
na respectiva janela. matação, os anexos serão exibidos na caixa de anexo, sob a linha
Para remover o nome das linhas Para e Cc, clique no nome Assunto.
e pressione DELETE. Para adicionar um destinatário, clique na • Se o formato da mensagem for o formato menos comum
caixa Para, Cc ou Cco e especifique o destinatário. RTF (Rich Text Format), os anexos serão exibidos no corpo da
2. Escreva sua mensagem. mensagem. Mesmo que o arquivo apareça no corpo da mensagem,
3. Clique em Enviar. ele continua sendo um anexo separado.
 Dica   Seja cuidadoso ao clicar em Responder a Todos, prin- Observação   O formato utilizado na criação da mensagem é
cipalmente quando houver listas de distribuição ou um grande nú- indicado na barra de título, na parte superior da mensagem.
mero de destinatários em sua resposta. Geralmente, o melhor é
usar Responder e adicionar somente os destinatários necessários, Abrir um anexo
ou então usar Responder a Todos, mas remover os destinatários Um anexo pode ser aberto no Painel de Leitura ou em uma
desnecessários e as listas de distribuição. mensagem aberta. Em qualquer um dos casos, clique duas vezes
no anexo para abri-lo.
Para abrir um anexo na lista de mensagens, clique com o botão
direito do mouse na mensagem que contém o anexo, clique em
Exibir Anexos e clique no nome do anexo.

Didatismo e Conhecimento 88
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
 Observações  3. Clique em uma local de pasta e clique em OK.
• Você pode visualizar anexos de mensagens HTML ou
com texto sem formatação no Painel de Leitura e em mensagens Adicionar uma assinatura de email às mensagens
abertas. Clique no anexo a ser visualizado e ele será exibido no Você pode criar assinaturas personalizadas para suas mensa-
corpo da mensagem. Para voltar à mensagem, na guia Ferramentas gens de email que incluem texto, imagens, seu Cartão de Visita
de Anexo, no grupo Mensagem, clique em Mostrar Mensagem. O Eletrônico, um logotipo ou até mesmo uma imagem da sua assina-
recurso de visualização não está disponível para mensagens RTF. tura manuscrita.
• Por padrão, o Microsoft Outlook bloqueia arquivos de Criar uma assinatura
anexo potencialmente perigosos (inclusive os arquivos .bat, .exe, • Abra uma nova mensagem. Na guia Mensagem, no gru-
.vbs e .js), os quais possam conter vírus. Se o Outlook bloquear po Incluir, clique em Assinatura e em Assinaturas.
algum arquivo de anexo em uma mensagem, uma lista dos tipos
de arquivos bloqueados será exibida na Barra de Informações, na
parte superior da mensagem.

• Na guia Assinatura de Email, clique em Novo.


Adicionar uma assinatura
Salvar um anexo • Em uma nova mensagem, na guia Mensagem, no grupo
Após abrir e exibir um anexo, você pode preferir salvá-lo em Incluir, clique em Assinatura e clique na assinatura desejada.
uma unidade de disco. Se a mensagem tiver mais de um anexo,
você poderá salvar os vários anexos como um grupo ou um de
cada vez.
Salvar um único anexo de mensagem
Execute um dos seguintes procedimentos:
• Se a mensagem estiver no formato HTML ou de texto
sem formatação     Clique no anexo, no Painel de Leitura, ou abra
a mensagem. Na guia Anexos, no grupo Ações, clique em Salvar
como. É possível clicar com o botão direito do mouse no anexo e
então clicar em Salvar como. Criar um compromisso de calendário
• Se a mensagem estiver no formato RTF     No Painel Compromissos são atividades que você agenda no seu calen-
de Leitura ou na mensagem aberta, clique com o botão direito do dário e que não envolvem convites a outras pessoas nem reserva
mouse no anexo e clique em Salvar como. de recursos.
Escolha uma local de pasta e clique em Salvar. • Em Calendário, na guia Página Inicial, no grupo Novo,
Salvar vários anexos de uma mensagem clique em Novo Compromisso. Como alternativa, você pode clicar
1. No Painel de Leitura ou na mensagem aberta, selecione com o botão direito do mouse em um bloco de tempo em sua grade
os anexos a serem salvos. Para selecionar vários anexos, clique de calendário e clicar em Novo Compromisso.
neles mantendo pressionada a tecla CTRL.
2. Execute um dos seguintes procedimentos:
• Se a mensagem estiver no formato HTML ou de texto
sem formatação     Na guia Anexos, no grupo Ações, clique em
Salvar como.
• Se a mensagem estiver no formato RTF     Clique com
o botão direito do mouse em uma das mensagens selecionadas e
depois clique em Salvar como.
3. Clique em uma local de pasta e clique em OK. Atalho do teclado: Para criar um compromisso, pressione
Salvar todos os anexos de uma mensagem CTRL+SHIFT+A.
1. No Painel de Leitura ou na mensagem aberta, clique em Agendar uma reunião com outras pessoas
um anexo. Uma reunião é um compromisso que inclui outras pessoas e
2. Siga um destes procedimentos: pode incluir recursos como salas de conferência. As respostas às
• Se a mensagem estiver no formato HTML ou de texto suas solicitações de reunião são exibidas na Caixa de Entrada.
sem formatação     Na guia Anexos, no grupo Ações, clique em • Em Calendário, na guia Página Inicial, no grupo Novo,
Salvar Todos os Anexos. clique em Nova Reunião.
• Se a mensagem estiver no formato RTF     Clique na guia
Arquivo para abrir o modo de exibição Backstage. Em seguida,
clique em Salvar anexos e depois em OK.

Didatismo e Conhecimento 89
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Atalho do teclado: Para criar uma nova solicitação de reunião Atalho do teclado: Para criar um contato de qualquer pasta no
de qualquer pasta no Outlook, pressione CTRL+SHIFT+Q. Outlook, pressione CTRL+SHIFT+C.

Definir um lembrete Criar uma tarefa


Você pode definir ou remover lembretes para vários itens, in-  Muitas pessoas mantêm uma lista de coisas a fazer  — em
cluindo mensagens de email, compromissos e contatos. papel, em uma planilha ou com uma combinação de papel e méto-
Para compromissos ou reuniões dos eletrônicos. No Microsoft Outlook, você pode combinar várias
Em um item aberto, na guia Compromisso ou Reunião, no listas em uma só, receber lembretes e controlar o andamento das
grupo Opções, na lista suspensa Lembrete, selecione o período de tarefas.
tempo antes do compromisso ou da reunião para que o lembrete • Em Tarefas, na guia Página Inicial, no grupo Novo, cli-
apareça. Para desativar um lembrete, selecione Nenhum. que em Nova Tarefa.
Para mensagens de email, contatos e tarefas
• Na guia Página Inicial, no grupo Marcas, clique em •
Acompanhar e em Adicionar Lembrete. •


Atalho do teclado: Para criar uma nova tarefa, pressione CTR-


L+SHIFT+K.

Criar uma anotação


Anotações são o equivalente eletrônico de notas adesivas em
papel. Use-as para rascunhar dúvidas, ideias, lembretes e qualquer
coisa que você escreveria em papel.
• Em Anotações, no grupo Novo, clique em Nova Anota-
ção.

 Dica: Você pode sinalizar rapidamente mensagens de email


como itens de tarefas pendentes usando lembretes. Clique com o
botão direito do mouse na coluna Status do Sinalizador na lista de
mensagens. Ou, se a mensagem estiver aberta, na guia Mensagem, Atalho do teclado: Para criar uma anotação, pressione CTR-
no grupo Controle, clique em Acompanhamento e, em seguida, L+SHIFT+N.
clique em Adicionar Lembrete.

Criar um contato
Contatos podem ser tão simples quanto um nome e endereço
de email ou incluir outras informações detalhadas, como endereço
físico, vários telefones, uma imagem, datas de aniversário e quais-
quer outras informações que se relacionem ao contato.
• Em Contatos, na guia Página Inicial, no grupo Novo, cli-
que em Novo Contato.

Didatismo e Conhecimento 90
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Topologia
• Estrela: Um computador central controla a rede;
CONCEITOS E TECNOLOGIAS • Anel: Computadores conectados em forma circular;
RELACIONADOS À INTERNET E A • Barramento: Conecta todos os nós em um linha e pode pre-
CORREIO ELETRÔNICO. servar a rede se um computador falhar.

Meios de Conexão

As estruturas formadas pelos meios de conexão entregam ao


usuário o serviço de comunicação que ele necessita. Esta estrutura
REDES DE COMPUTADORES pode ser formada por:
• Cabo Coaxial: Utiliza cabos rígidos de cobre e na atualidade
As redes de computadores são interconexões de sistemas de é utilizada em parceria com a fibra óptica para distribuição de TV
comunicação de dados que podem compartilhar recursos de har- a cabo;
dware e de software, assim, rede é um mecanismo através do qual • Onda de Rádio: Também conhecida por Wireless, substitui o
computadores podem se comunicar e/ou compartilhar hardware e uso dos pares metálicos e das fibras, utilizando o ar como meio de
software; propagação dos dados;
A tecnologia hoje disponível permite que usuários se liguem • Fibra Óptica: Baseada na introdução do uso da fibra óptica,
a um computador central, a qualquer distância, através de sistemas substituindo o par metálico;
de comunicação de dados. • Par Metálico: Constituída pela rede de telefonia, porém tra-
Um sistema de comunicação de dados consiste em estações, fegando dados, voz e imagem;
canais, equipamentos de comunicação e programas específicos • Satélite: O equipamento funciona como receptor, repetidor
que unem os vários elementos do sistema, basicamente estações, a e regenerador do sinal que se encontra no espaço, de modo que
um computador central. reenvia à terra um sinal enviado de um ponto a outro que faz uso
Estação é qualquer tipo de dispositivo capaz de se comunicar do satélite para conexão;
com outro, através de um meio de transmissão, incluindo computa- • Rede Elétrica: Faz uso dos cabos de cobre da rede de energia
dores, terminais, dispositivos periféricos, telefones, transmissores para a transmissão de voz, dados e imagens.
e receptores de imagem, entre outros. • Modem
Os elementos básicos de uma rede são:
• Host: Equipamento conectado na rede;
• Nó ou Processamento: Ponto de conexão e comunicação de
hosts;
• Transporte ou Transmissão: Faz interligação dos nós através
da transmissão em longas distâncias; Converte um sinal analógico em digital e vice-versa;
• Acesso: Elemento que faz a interligação do usuário ao nó;
• Hub
Tipos de Rede

Quanto ao alcance:
• Rede Local (LAN – Local Area Network);
Rede de abrangência local e que geralmente não ultrapassa o
prédio aonde a mesma se encontra, ou seja, rede formada por um
grupo de computadores conectados entre si dentro de certa área; Equipamento de rede indicado para conexão de poucos ter-
• Rede Metropolitana (MAN – Metropolitan Area Network); minais;
Rede de abrangência maior e que geralmente não ultrapassa a • Switch
área de uma cidade;
• Rede de Longa Distância (WAN – Wide Area Network);

Rede de longa distância e que em sua maioria não ultrapassa


a área do país;
• Rede Global (GAN – Global Area Network) Denominadas
de redes globais pois abrangem máquinas em conexão em qual-
quer área do globo. Equipamento de rede que divide uma rede de computadores
de modo a não torná-la lenta;
Quanto à conexão:
• Internet: Rede internacional de computadores.
• Intranet: Rede interna de uma empresa.
• Extranet: Conexão de redes, que utilizam como meio a in-
ternet.

Didatismo e Conhecimento 91
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Bridge Acesso à Internet

O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço


de Internet, oferece principalmente serviço de acesso à Internet,
adicionando serviços como e-mail, hospedagem de sites ou blogs,
ou seja, são instituições que se conectam à Internet com o
Dispositivo de rede que liga uma ou mais redes que se encon- objetivo de fornecer serviços à ela relacionados, e em função do
tram com certa distância; serviço classificam-se em:
• Provedores de Backbone: São instituições que constroem e
• Roteador administram backbones de longo alcance, ou seja, estrutura física
de conexão, com o objetivo de fornecer acesso à Internet para
redes locais;
• Provedores de Acesso: São instituições que se conectam à
Internet via um ou mais acessos dedicados e disponibilizam acesso
Equipamento que permite a comunicação entre computadores à terceiros a partir de suas instalações;
e redes que se encontram distantes; • Provedores de Informação: São instituições que
disponibilizam informação através da Internet.
INTERNET Endereço Eletrônico ou URL

“Imagine que fosse descoberto um continente tão vasto que Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se
suas dimensões não tivessem fim. Imagine um mundo novo, conhecer o seu endereço.
com tantos recursos que a ganância do futuro não seria capaz de Este endereço, que é único, também é considerado sua
esgotar; com tantas oportunidades que os empreendedores seriam URL (Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recursos
poucos para aproveitá-las; e com um tipo peculiar de imóvel Universal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim: www.
que se expandiria com o desenvolvimento.” xxxx.com.br
John P. Barlow Onde:
Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear www = protocolo da World Wide Web
ficassem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentágono. xxx = domínio
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da década com = comercial
de 60, ficou em poder exclusivo do governo conectando bases br = brasil
militares, em quatro localidades.
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições norte- WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
americanas de pesquisa que desejassem aprimorar a tecnologia,
logo vinte e três computadores foram conectados, porém o padrão É um serviço disponível na Internet que possui um conjunto
de conversação entre as máquinas se tornou impróprio pela de documentos espalhados por toda rede e disponibilizados a
quantidade de equipamentos. qualquer um.
Era necessário criar um modelo padrão e universal para Estes documentos são escritos em hipertexto, que utiliza uma
que as máquinas continuassem trocando dados, surgiu então o linguagem especial, chamada HTML.
Protocolo Padrão TCP/IP, que permitiria portanto que mais outras
máquinas fossem inseridas àquela rede. Domínio
Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrônico, o
E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as máquinas que Designa o dono do endereço eletrônico em questão, e
compunham aquela rede de pesquisa, assim no ano seguinte a rede onde os hipertextos deste empreendimento estão localizados.
se torna internacional. Quanto ao tipo do domínio, existem:
Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do Brasil .com = Instituição comercial ou provedor de serviço
conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aquilo que .edu = Instituição acadêmica
conhecemos hoje como internet, auxiliando portanto o processo .gov = Instituição governamental
de pesquisa em tecnologia e outras áreas a nível mundial, além de .mil = Instituição militar norte-americana
alimentar as forças armadas brasileiras de informação de todos os .net = Provedor de serviços em redes
tipos, até que em 1990 caísse no domínio público. .org = Organização sem fins lucrativos
Com esta popularidade e o surgimento de softwares de
navegação de interface amigável, no fim da década de 90,
pessoas que não tinham conhecimentos profundos de informática
começaram a utilizar a rede internacional.

Didatismo e Conhecimento 92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de A camada n em uma máquina estabelece uma conversão
Trasferência em Hipertexto com a camada n em outra máquina. As regras e convenções
É um protocolo ou língua específica da internet, responsável utilizadas nesta conversação são chamadas coletivamente de
pela comunicação entre computadores. protocolo da camada n, conforme ilustrado na Figura abaixo
Um hipertexto é um texto em formato digital, e pode levar para uma rede com sete camadas. As entidades que compõem as
a outros, fazendo o uso de elementos especiais (palavras, frases, camadas correspondentes em máquinas diferentes são chamadas
ícones, gráficos) ou ainda um Mapa Sensitivo o qual leva a outros de processos parceiros. Em outras palavras, são os processos
conjuntos de informação na forma de blocos de textos, imagens parceiros que se comunicam utilizando o protocolo.
ou sons. Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da camada
Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o mouse, n em uma máquina para a camada n em outra máquina. Em vez
remete o usuário à outra parte do documento ou outro documento. disso, cada camada passa dados e informações de controle para
a camada imediatamente abaixo, até que o nível mais baixo seja
Home Page alcançado. Abaixo do nível 1 está o meio físico de comunicação,
através do qual a comunicação ocorre. Na Figura abaixo, a
Sendo assim, home page designa a página inicial, principal do comunicação virtual é mostrada através de linhas pontilhadas e a
site ou web page. comunicação física através de linhas sólidas.
É muito comum os usuários confundirem um Blog ou Perfil
no Orkut com uma Home Page, porém são coisas distintas, aonde
um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é um Profile, ou seja um
hipertexto que possui informações de um usuário dentro de uma
comunidade virtual.

HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de


Marcação de Hipertexto
É a linguagem com a qual se cria as páginas para a web.
Suas principais características são:
• Portabilidade (Os documentos escritos em HTML devem ter
aparência semelhante nas diversas plataformas de trabalho);
• Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “customizar”
diversos elementos do documento, como o tamanho padrão da
letra, as cores, etc);
• Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter um
tamanho reduzido, a fim de economizar tempo na transmissão
através da Internet, evitando longos períodos de espera e
congestionamento na rede). Entre cada par de camadas adjacentes há uma interface. A
interface define quais operações primitivas e serviços a camada
Browser ou Navegador inferior oferece à camada superior. Quando os projetistas decidem
quantas camadas incluir em uma rede e o que cada camada deve
É o programa específico para visualizar as páginas da web. fazer, uma das considerações mais importantes é definir interfaces
O Browser lê e interpreta os documentos escritos em HTML, limpas entre as camadas. Isso requer, por sua vez, que cada
apresentando as páginas formatadas para os usuários. camada desempenhe um conjunto específico de funções bem
compreendidas. Além de minimizar a quantidade de informações
ARQUITETURAS DE REDES que deve ser passada de camada em camada, interfaces bem
definidas também tornam fácil a troca da implementação de uma
As modernas redes de computadores são projetadas de forma camada por outra implementação completamente diferente (por
altamente estruturada. Nas seções seguintes examinaremos com exemplo, trocar todas as linhas telefônicas por canais de satélite),
algum detalhe a técnica de estruturação. pois tudo o que é exigido da nova implementação é que ela
ofereça à camada superior exatamente os mesmos serviços que a
HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS implementação antiga oferecia.
O conjunto de camadas e protocolos é chamado de arquitetura
Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das redes de rede. A especificação de arquitetura deve conter informações
é organizada em camadas ou níveis, cada uma construída sobre suficientes para que um implementador possa escrever o programa
sua predecessora. O número de camadas, o nome, o conteúdo ou construir o hardware de cada camada de tal forma que obedeça
e a função de cada camada diferem de uma rede para outra. corretamente ao protocolo apropriado.
No entanto, em todas as redes, o propósito de cada camada é
oferecer certos serviços às camadas superiores, protegendo essas
camadas dos detalhes de como os serviços oferecidos são de fato
implementados.

Didatismo e Conhecimento 93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Nem os detalhes de implementação nem a especificação O mesmo vale para uma rede local: nesta, cada dispositivo
das interfaces são parte da arquitetura, pois esses detalhes estão conectado deve receber um endereço único. Se duas ou mais
escondidos dentro da máquina e não são visíveis externamente. máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se então um problema chamado
Não é nem mesmo necessário que as interfaces em todas as “conflito de IP”, que dificulta a comunicação destes dispositivos e
máquinas em uma rede sejam as mesmas, desde que cada máquina pode inclusive atrapalhar toda a rede.
possa usar corretamente todos os protocolos. Para que seja possível termos tanto IPs para uso em redes locais
quanto para utilização na internet, contamos com um esquema de
O endereço IP distribuição estabelecido pelas entidades IANA (Internet Assigned
Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... Ok, Numbers Authority) e ICANN (Internet Corporation for Assigned
você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um recado no Names and Numbers) que, basicamente, divide os endereços em
Facebook. Vamos então melhorar este exemplo: quando você quer três classes principais e mais duas complementares. São elas:
enviar um presente a alguém, você obtém o endereço da pessoa Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128 redes,
e contrata os Correios ou uma transportadora para entregar. É cada uma com até 16.777.214 dispositivos conectados;
graças ao endereço que é possível encontrar exatamente a pessoa Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até 16.384
a ser presenteada. Também é graças ao seu endereço - único para redes, cada uma com até 65.536 dispositivos;
cada residência ou estabelecimento - que você recebe suas contas Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até
de água, aquele produto que você comprou em uma loja on-line, 2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos;
enfim. Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast;
Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast reservado.
computador seja encontrado e possa fazer parte da rede mundial As três primeiras classes são assim divididas para atender às
de computadores, necessita ter um endereço único. O mesmo vale seguintes necessidades:
para websites: este fica em um servidor, que por sua vez precisa ter - Os endereços IP da classe A são usados em locais onde são
um endereço para ser localizado na internet. necessárias poucas redes, mas uma grande quantidade de máquinas
Isto é feito pelo endereço IP (IP Address), recurso que também nelas.
é utilizado para redes locais, como a existente na empresa que você Para isso, o primeiro byte é utilizado como identificador
trabalha, por exemplo. da rede e os demais servem como identificador dos dispositivos
O endereço IP é uma sequência de números composta de 32 conectados (PCs, impressoras, etc);
bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro sequências de - Os endereços IP da classe B são usados nos casos onde a
8 bits. Cada uma destas é separada por um ponto e recebe o nome quantidade de redes é equivalente ou semelhante à quantidade
de octeto ou simplesmente byte, já que um byte é formado por de dispositivos. Para isso, usam-se os dois primeiros bytes do
8 bits. O número 172.31.110.10 é um exemplo. Repare que cada endereço IP para identificar a rede e os restantes para identificar
octeto é formado por números que podem ir de 0 a 255, não mais os dispositivos;
do que isso. - Os endereços IP da classe C são usados em locais que requerem
grande quantidade de redes, mas com poucos dispositivos em cada
uma. Assim, os três primeiros bytes são usados para identificar a
rede e o último é utilizado para identificar as máquinas.
Quanto às classes D e E, elas existem por motivos especiais:
a primeira é usada para a propagação de pacotes especiais para a
comunicação entre os computadores, enquanto que a segunda está
reservada para aplicações futuras ou experimentais.
A divisão de um IP em quatro partes facilita a organização da Vale frisar que há vários blocos de endereços reservados para
rede, da mesma forma que a divisão do seu endereço em cidade, fins especiais. Por exemplo, quando o endereço começa com 127,
bairro, CEP, número, etc, torna possível a organização das casas geralmente indica uma rede “falsa”, isto é, inexistente, utilizada
da região onde você mora. Neste sentido, os dois primeiros octetos para testes. No caso do endereço 127.0.0.1, este sempre se refere
de um endereço IP podem ser utilizados para identificar a rede, por à própria máquina, ou seja, ao próprio host, razão esta que o leva
exemplo. Em uma escola que tem, por exemplo, uma rede para a ser chamado de localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é
alunos e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma utilizado para propagar mensagens para todos os hosts de uma rede
rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos octetos de maneira simultânea.
são usados na identificação de computadores.
Classes de endereços IP Endereços IP privados
Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem ser Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são privados.
utilizados tanto para identificar o seu computador dentro de uma Isto significa que eles não podem ser utilizados na internet, sendo
rede, quanto para identificá-lo na internet. reservados para aplicações locais. São, essencialmente, estes:
Se na rede da empresa onde você trabalha o seu computador -Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma máquina em outra rede -Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
pode ter este mesmo número, afinal, ambas as redes são distintas -Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
e não se comunicam, sequer sabem da existência da outra. Mas,
como a internet é uma rede global, cada dispositivo conectado nela
precisa ter um endereço único.

Didatismo e Conhecimento 94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede com Perceba então que, aqui, temos uma máscara formada por 24
cerca de 50 computadores. Você pode alocar para estas máquinas bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para criarmos as nossas
endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, por exemplo. Todas sub-redes, temos que ter um esquema com 25, 26 ou mais bits,
elas precisam de acesso à internet. O que fazer? Adicionar mais um conforme a necessidade e as possibilidades. Em outras palavras,
IP para cada uma delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um precisamos trocar alguns zeros do último octeto por 1.
servidor ou equipamento de rede - como um roteador - que receba Suponha que trocamos os três primeiros bits do último octeto
a conexão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos (sempre trocamos da esquerda para a direita), resultando em:
conectados a ele. Com isso, somente este equipamento precisará 11111111.11111111.11111111.11100000
de um endereço IP para acesso à rede mundial de computadores. Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de bits
“trocados”, teremos a quantidade possível de sub-redes. Em nosso
Máscara de sub-rede caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possibilidade de criar até
As classes IP ajudam na organização deste tipo de oito sub-redes. Sobrou cinco bits para o endereçamento dos host.
endereçamento, mas podem também representar desperdício. Fazemos a mesma conta: 2^5 = 32. Assim, temos 32 dispositivos
Uma solução bastante interessante para isso atende pelo nome em cada sub-rede (estamos fazendo estes cálculos sem considerar
de máscara de sub-rede, recurso onde parte dos números que um limitações que possam impedir o uso de todos os hosts e sub-
octeto destinado a identificar dispositivos conectados (hosts) é redes).
“trocado” para aumentar a capacidade da rede. Para compreender 11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultante é
melhor, vamos enxergar as classes A, B e C da seguinte forma: 255.255.255.224.
- A: N.H.H.H; Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser empregado
- B: N.N.H.H; também em endereços classes A e B, conforme a necessidade.
- C: N.N.N.H. Vale ressaltar também que não é possível utilizar 0.0.0.0 ou
N significa Network (rede) e H indica Host. Com o uso de 255.255.255.255 como máscara.
máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se “transformar” IP estático e IP dinâmico
em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras de sub-rede IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanentemente
permitem determinar quantos octetos e bits são destinados para a um dispositivo, ou seja, seu número não muda, exceto se tal
a identificação da rede e quantos são utilizados para identificar os ação for executada manualmente. Como exemplo, há casos de
dispositivos. assinaturas de acesso à internet via ADSL onde o provedor atribui
Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: se um um IP estático aos seus assinantes. Assim, sempre que um cliente
octeto é usado para identificação da rede, este receberá a máscara se conectar, usará o mesmo IP.
de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado para os dispositivos, O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado a um
seu valor na máscara de sub-rede será 0 (zero). A tabela a seguir computador quando este se conecta à rede, mas que muda toda
mostra um exemplo desta relação: vez que há conexão. Por exemplo, suponha que você conectou
seu computador à internet hoje. Quando você conectá-lo amanhã,
lhe será dado outro IP. Para entender melhor, imagine a seguinte
Identificador
Identificador Máscara de situação: uma empresa tem 80 computadores ligados em rede.
Classe Endereço IP do Usando IPs dinâmicos, a empresa disponibiliza 90 endereços
da rede sub-rede
computador IP para tais máquinas. Como nenhum IP é fixo, um computador
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0 receberá, quando se conectar, um endereço IP destes 90 que não
estiver sendo utilizado. É mais ou menos assim que os provedores
B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0 de internet trabalham.
C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0 O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâmicos é o
protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol).
Você percebe então que podemos ter redes com máscara
255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indicando uma IP nos sites
classe. Mas, como já informado, ainda pode haver situações onde Você já sabe que os sites na Web também necessitam de um IP.
há desperdício. Por exemplo, suponha que uma faculdade tenha Mas, se você digitar em seu navegador www.infowester.com, por
que criar uma rede para cada um de seus cinco cursos. Cada curso exemplo, como é que o seu computador sabe qual o IP deste site ao
possui 20 computadores. A solução seria então criar cinco redes ponto de conseguir encontrá-lo?
classe C? Pode ser melhor do que utilizar classes B, mas ainda Quando você digitar um endereço qualquer de um site, um
haverá desperdício. Uma forma de contornar este problema é servidor de DNS (Domain Name System) é consultado. Ele é
criar uma rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as quem informa qual IP está associado a cada site. O sistema DNS
máscaras novamente entram em ação. possui uma hierarquia interessante, semelhante a uma árvore
Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas estes, na (termo conhecido por programadores). Se, por exemplo, o site
verdade, representam bytes (linguagem binária). 255 em binário www.infowester.com é requisitado, o sistema envia a solicitação
é 11111111. O número zero, por sua vez, é 00000000. Assim, a a um servidor responsável por terminações “.com”. Esse servidor
máscara de um endereço classe C, 255.255.255.0, é: localizará qual o IP do endereço e responderá à solicitação. Se o
11111111.11111111.11111111.00000000 site solicitado termina com “.br”, um servidor responsável por esta
terminação é consultado e assim por diante.

Didatismo e Conhecimento 95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
IPv6 Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a partir
O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um passado de uma rede local - tal como uma rede wireless - visualizará o IP
não muito distante, você conectava apenas o PC da sua casa à que esta disponibiliza à sua conexão. Para saber o endereço IP do
internet, hoje o faz com o celular, com o seu notebook em um acesso à internet em uso pela rede, você pode visitar sites como
serviço de acesso Wi-Fi no aeroporto e assim por diante. Somando whatsmyip.org.
este aspecto ao fato de cada vez mais pessoas acessarem a internet
no mundo inteiro, nos deparamos com um grande problema: o Provedor
número de IPs disponíveis deixa de ser suficiente para toda as
(futuras) aplicações. O provedor é uma empresa prestadora de serviços que oferece
A solução para este grande problema (grande mesmo, afinal, acesso à Internet. Para acessar a Internet, é necessário conectar-se
a internet não pode parar de crescer!) atende pelo nome de IPv6, com um computador que já esteja na Internet (no caso, o provedor)
uma nova especificação capaz de suportar até - respire fundo - 340. e esse computador deve permitir que seus usuários também tenham
282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 de endereços, acesso a Internet.
um número absurdamente alto! No Brasil, a maioria dos provedores está conectada à Embratel,
que por sua vez, está conectada com outros computadores fora do
Brasil.
Esta conexão chama-se link, que é a conexão física que
interliga o provedor de acesso com a Embratel. Neste caso, a
Embratel é conhecida como backbone, ou seja, é a “espinha
dorsal” da Internet no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como
se fosse uma avenida de três pistas e os links como se fossem as
ruas que estão interligadas nesta avenida.
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade de
transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados.
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). Deve ser feito
um contrato com o provedor de acesso, que fornecerá um nome de
O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no aumento da usuário, uma senha de acesso e um endereço eletrônico na Internet.
quantidade de octetos. Um endereço do tipo pode ser, por exemplo:
FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
Finalizando URL - Uniform Resource Locator
Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que a
especificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do mapa. Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma identificação
Isso até deve acontecer, mas vai demorar bastante. Durante essa de onde está localizado o computador e quais recursos este
fase, que podemos considerar de transição, o que veremos é a computador oferece. Por exemplo, a URL:
“convivência” entre ambos os padrões. http://www.novaconcursos.com.br
Não por menos, praticamente todos os sistemas operacionais Será mais bem explicado adiante.
atuais e a maioria dos dispositivos de rede estão aptos a lidar tanto
com um quanto com o outro. Por isso, se você é ou pretende ser um Como descobrir um endereço na Internet?
profissional que trabalha com redes ou simplesmente quer conhecer
mais o assunto, procure se aprofundar nas duas especificações. Para que possamos entender melhor, vamos exemplificar.
A esta altura, você também deve estar querendo descobrir Você estuda em uma universidade e precisa fazer algumas
qual o seu IP. Cada sistema operacional tem uma forma de mostrar pesquisas para um trabalho. Onde procurar as informações que
isso. Se você é usuário de Windows, por exemplo, pode fazê-lo preciso?
digitando cmd em um campo do Menu Iniciar e, na janela que Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de procura,
surgir, informar ipconfig /all e apertar Enter. Em ambientes Linux, que são sites que possuem um enorme banco de dados (que contém
o comando é ifconfig. o cadastro de milhares de Home Pages), que permitem a procura
por um determinado assunto. Caso a palavra ou o assunto que foi
procurado exista em alguma dessas páginas, será listado toda esta
relação de páginas encontradas.
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, referente
ao assunto desejado. Por exemplo, você quer pesquisar sobre
amortecedores, caso não encontre nada como amortecedores,
procure como autopeças, e assim sucessivamente.

Didatismo e Conhecimento 96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de endereços Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo temos
uma relação de alguns deles:
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime, etc.).
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar em - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, PCX,
páginas da internet, bastando para isto digitar o endereço da página. etc.).
Alguns sites interessantes: - Negócios e Utilitários
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular) - Apresentações
• www.ufpel.tche.br (Ufpel)
• www.cefetrs.tche.br (Cefet) FTP - Transferência de Arquivos
• www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor público)
• www.siapenet.gog.br (contracheque) Permite copiar arquivos de um computador da Internet para o
• www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas) seu computador.
• www.mec.gov.br (Ministério da Educação) Os programas disponíveis na Internet podem ser:
• Freeware: Programa livre que pode ser distribuído e uti-
Identificação de endereços de um site lizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua utilização, e
não é considerado “pirataria” a cópia deste programa.
Exemplo: http://www.pelotas.com.br • Shareware: Programa demonstração que pode ser uti-
http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de lizado por um determinado prazo ou que contém alguns limites,
comunicação para ser utilizado apenas como um teste do programa. Se o usuário
WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial gostar ele compra, caso contrário, não usa mais o programa. Na
pelotas -> empresa ou organização que mantém o site maioria das vezes, esses programas exibem, de tempos em tempos,
.com -> tipo de organização uma mensagem avisando que ele deve ser registrado.
......br -> identifica o país • Outros tipos de shareware têm tempo de uso limitado.
Depois de expirado este tempo de teste, é necessário que seja feito
Tipos de Organizações: a compra deste programa.

.edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.edu Navegar nas páginas


.com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com
.gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um
.mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil documento normal e de links das próprias páginas.
.net -> computadores com funções de administrar redes.
Exemplo: embratel.net Como salvar documentos, arquivos e sites
.org -> organizações não governamentais. Exemplo: care.org
Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.
Home Page
Como copiar e colar para um editor de textos
Pela definição técnica temos que uma Home Page é um arquivo
ASCII (no formato HTML) acessado de computadores rodando Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o botão
um Navegador (Browser), que permite o acesso às informações em direito do mouse e escolha a opção Copiar.
um ambiente gráfico e multimídia.
Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações dentro
das Home Pages.
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
http://www.endereço.com/página.html
Por exemplo, a página principal da Pronag:
http://www.pronag.com.br/index.html

PLUG-INS

Os plug-ins são programas que expandem a capacidade do Abra o editor de texto clique em colar
Browser em recursos específicos - permitindo, por exemplo, que
você toque arquivos de som ou veja filmes em vídeo dentro de
uma Home Page. As empresas de software vêm desenvolvendo
plug-ins a uma velocidade impressionante. Maiores informações e
endereços sobre plug-ins são encontradas na página:
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Software/
Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/

Didatismo e Conhecimento 97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Navegadores Barra de endereços

O navegador de WWW é a ferramenta mais importante para A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar em
o usuário de Internet. É com ele que se podem visitar museus, páginas da internet, bastando para isto digitar o endereço da página.
ler revistas eletrônicas, fazer compras e até participar de novelas Alguns sites interessantes:
interativas. As informações na Web são organizadas na forma • www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular)
de páginas de hipertexto, cada um com seu endereço próprio, • www.ufpel.tche.br (Ufpel)
conhecido como URL. Para começar a navegar, é preciso digitar • www.cefetrs.tche.br (Cefet)
um desses endereços no campo chamado Endereço no navegador. • www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor público)
O software estabelece a conexão e traz, para a tela, a página • www.siapenet.gog.br (contracheque)
correspondente. • www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas)
O navegador não precisa de nenhuma configuração especial • www.mec.gov.br (Ministério da Educação)
para exibir uma página da Web, mas é necessário ajustar alguns
parâmetros para que ele seja capaz de enviar e receber algumas Identificação de endereços de um site
mensagens de correio eletrônico e acessar grupos de discussão
(news). Exemplo: http://www.pelotas.com.br
O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no Centro de http:// -> (HiperTextTranferProtocol) protocolo de
Pesquisas da CERN (ConseilEuropeenpourlaRechercheNucleaire), comunicação
Suíça. Originalmente, o WWW era um meio para físicos da CERN WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial
trocar experiências sobre suas pesquisas através da exibição de pelotas -> empresa ou organização que mantém o site
páginas de texto. Ficou claro, desde o início, o imenso potencial .com -> tipo de organização
que o WWW possuía para diversos tipos de aplicações, inclusive ......br -> identifica o país
não científicas. Tipos de Organizações:
O WWW não dispunha de gráficos em seus primórdios, apenas
de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto WWW ganhou força .edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.edu
extra com a inserção de um visualizador (também conhecido como .com ->instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com
browser) de páginas capaz não apenas de formatar texto, mas .gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
também de exibir gráficos, som e vídeo. Este browser chamava-se .mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil
Mosaic e foi desenvolvido dentro da NCSA, por um time chefiado .net -> computadores com funções de administrar redes.
por Mark Andreesen. O sucesso do Mosaic foi espetacular. Exemplo: embratel.net
Depois disto, várias outras companhias passaram a produzir .org -> organizações não governamentais. Exemplo: care.org
browsers que deveriam fazer concorrência ao Mosaic. Mark
Andreesen partiu para a criação da Netscape Communications, Home Page
criadora do browser Netscape.
Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic, o Pela definição técnica temos que uma Home Page é um arquivo
Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos outros ASCII (no formato HTML) acessado de computadores rodando
browsers. um Navegador (Browser), que permite o acesso às informações em
Como descobrir um endereço na Internet? um ambiente gráfico e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando
a busca de informações dentro das HomePages.
Para que possamos entender melhor, vamos exemplificar. O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
Você estuda em uma universidade e precisa fazer algumas http://www.endereço.com/página.html
pesquisas para um trabalho. Onde procurar as informações que Por exemplo, a página principal da Pronag:
preciso? http://www.pronag.com.br/index.html
Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de procura, PLUG-INS
que são sites que possuem um enorme banco de dados (que contém
o cadastro de milhares de Home Pages), que permitem a procura Os plug-ins são programas que expandem a capacidade do
por um determinado assunto. Browser em recursos específicos - permitindo, por exemplo, que
]Caso a palavra ou o assunto que foi procurado exista em você toque arquivos de som ou veja filmes em vídeo dentro de
alguma dessas páginas, será listado toda esta relação de páginas uma Home Page. As empresas de software vêm desenvolvendo
encontradas. plug-ins a uma velocidade impressionante. Maiores informações e
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, referente endereços sobre plug-ins são encontradas na página:
ao assunto desejado. Por exemplo, você quer pesquisar sobre http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Software/
amortecedores, caso não encontre nada como amortecedores, Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/
procure como autopeças, e assim sucessivamente. Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo temos
uma relação de alguns deles:
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime, etc.).
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, PCX,
etc.).

Didatismo e Conhecimento 98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Negócios e Utilitários
- Apresentações

FTP - Transferência de Arquivos

Permite copiar arquivos de um computador da Internet para o


seu computador.
Os programas disponíveis na Internet podem ser:

• Freeware: Programa livre que pode ser distribuído e uti-


lizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua utilização, e
não é considerado “pirataria” a cópia deste programa.
• Shareware: Programa demonstração que pode ser uti-
lizado por um determinado prazo ou que contém alguns limites,
para ser utilizado apenas como um teste do programa. Se o usuário
gostar ele compra, caso contrário, não usa mais o programa. Na Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pesquisa.
maioria das vezes, esses programas exibem, de tempos em tempos,
uma mensagem avisando que ele deve ser registrado.
• Outros tipos de shareware têm tempo de uso limitado.
Depois de expirado este tempo de teste, é necessário que seja feito
a compra deste programa.

Navegar nas páginas Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na pesquisa
com letras maiúsculas e minúsculas e nem palavras com ou sem
Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um acento.
documento normal e de links das próprias páginas.
Opções de pesquisa
Como salvar documentos, arquivos e sites

Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.


Web: pesquisa em todos os sites
Como copiar e colar para um editor de textos Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas.
Exemplo do resultado se uma pesquisa.
Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o botão
direito do mouse e escolha a opção Copiar.

Abra o editor de texto clique em colar


Pesquisa na internet (sites de busca)

Os sites de busca servem para procurar por um determinado


assunto ou informação na internet.
Alguns sites interessantes:
• www.google.com.br
• www.altavista.tche.br
• www.cade.com.br
Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet.
Como fazer a pesquisa Exemplo:

Digite na barra de endereço o endereço do site de pesquisa.


Por exemplo:
www.google.com.br

Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organizados por


assunto em categorias. Exemplo:

Didatismo e Conhecimento 99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como escolher palavra-chave

• Busca com uma palavra: retorna páginas que incluam a


Traduzindo páginas
palavra digitada.
• “Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas que
A partir de uma pesquisa é possível traduzir a página. Exemplo
incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda a sequência
de termos que foram digitadas.
• Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna páginas
que incluam todas
• as palavras aleatoriamente na página.
• Busca com sinal de menos (-): as palavras que ficam an-
tes do sinal de
• menos são excluídas da pesquisa.
Correio eletrônico
• Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um cálculo
Um Pouco de História
em um site de pesquisa.
Foi em 1971 que tudo começou (na realidade começou antes,
Por exemplo: 3+4
com pesquisas), com um engenheiro de computação da BBN
Irá retornar:
(Bolt Beranek e Newman), chamado Ray Tomlinson. Utilizando
um programa chamado SNDMSG, abreviação do inglês “Send
Message”, e o ReadMail, Ray conseguiu enviar mensagem de
um computador para outro. Depois de alguns testes mandando
mensagens para ele mesmo, Ray tinha criado o maior e mais
utilizado meio de comunicação da Internet, o correio eletrônico
O resultado da pesquisa
do inglês “eletronic mail” ou simplesmente como todos conhecem
e-mail.
O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte forma:
O símbolo @ foi utilizado por Tomlinson para separar o nome
do computador do nome do usuário, esta convenção é utilizada
até hoje. Como não poderia deixar de ser, o primeiro endereço
de e-mail foi criado por Tomlinson, tomlinson@bbn-tenexa. O
símbolo @ (arroba) é lido no inglês com “at”, que significa em,
algo como: o endereço tomlinson está no computador bbn-tenexa.
Durante um bom tempo, o e-mail foi usado, quase que
exclusivamente, por pesquisadores da área de computação e
militares. Foi com o desenvolvimento e o aumento de usuários da
Internet, que o e-mail se popularizou e passou a ser a aplicação
mais utilizada na internet. Hoje, até mesmo pessoas que usam a
Internet muito pouco, tem um e-mail.
O correio eletrônico se parece muito com o correio tradicional.
Utilizando ferramentas de tradução
Todo usuário tem um endereço próprio e uma caixa postal, o
carteiro é a Internet. Você escreve sua mensagem, diz pra quem
No google, por exemplo, temos uma ferramenta de idiomas
que mandar e a Internet cuida do resto. Mas por que o e-mail se
que permite traduzir um texto ou página, que é mostrada a seguir.
popularizou tão depressa? A primeira coisa é pelo custo. Você não
paga nada por uma comunicação via e-mail, apenas os custos de
conexão com a Internet.

Didatismo e Conhecimento 100


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Outro fator é a rapidez, enquanto o correio tradicional levaria Alguns nomes podem mudar de servidor para servidor, porém
dias para entregar uma mensagem, o eletrônico faz isso quase que representando as mesmas funções. Além dos destes campos tem
instantaneamente e não utiliza papel. Por ultimo, a mensagem ainda os botões para EVIAR, ENCAMINHAR e EXCLUIR as
vai direto ao destinatário, não precisa passa de mão-em-mão mensagens, este botões bem como suas funcionalidades veremos
(funcionário do correio, carteiro, etc.), fica na sua caixa postal em detalhes, mais a frente.
onde somente o dono tem acesso e, apesar de cada pessoa ter Para receber seus e-mails você não precisa está conectado
seu endereço próprio, você pode acessar seu e-mail de qualquer à Internet, pois o e-mail funciona com provedores. Mesmo você
computador conectado à Internet. não estado com seu computador ligado, seus e-mail são recebidos
Bem, o e-mail mesclou a facilidade de uso do correio e armazenados na sua caixa postal, localizada no seu provedor.
convencional com a velocidade do telefone, se tornando um dos Quando você acessa sua caixa postal, pode ler seus e-mail on-
melhores e mais utilizado meio de comunicação. line (diretamente na Internet, pelo WebMail) ou baixar todos para
seu computador através de programas de correio eletrônico. Um
Estrutura e Funcionalidade do e-mail programa muito conhecido é o Outlook Express, o qual detalhar
mais a frente.
Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos os A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço de e-mail e
endereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão, nome do qualquer pessoa que souber esse endereço, pode enviar mensagens
usuário + @ + host, onde: para você. Também é possível enviar mensagens para várias
» Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário pessoas ao mesmo tempo, para isto basta usar os campos “Cc” e
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: sergiodecastro. “Cco” descritos acima.
» @ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa o nome Atualmente, devido a grande facilidade de uso, a maioria
do usuário do seu provedor. das pessoas acessa seu e-mail diretamente na Internet através
» Host – é o nome do provedor onde foi criado o endereço do navegador. Este tipo de correio é chamado de WebMail. O
eletrônico. Exemplo: click21.com.br . WebMail é responsável pela grande popularização do e-mail, pois
» Provedor – é o host, um computador dedicado ao serviço 24 mesmo as pessoas que não tem computador, podem acessar sua
horas por dia. caixa postal de qualquer lugar (um cyber, casa de um amigo, etc.).
Para ter um endereço eletrônico basta querer e acessar a Internet,
Vejamos um exemplo real: sergiodecastro@click21.com.br é claro. Existe quase que uma guerra por usuários. Os provedores,
também, disputam quem oferece maior espaço em suas caixas
A caixa postal é composta pelos seguintes itens: postais. Há pouco tempo encontrar um e-mail com mais de 10
Mb, grátis, não era fácil. Lembro que, quando a Embratel ofereceu
» Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens o Click21 com 30 Mb, achei que era muito espaço, mas logo o
recebidas. iBest ofereceu 120 Mb e não parou por ai, a “guerra” continuo
» Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não culminando com o anúncio de que o Google iria oferecer 1 Gb
enviadas. (1024 Mb). A ultima campanha do GMail, e-mail do Google, é
» E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os e-mails que de aumentar sua caixa postal constantemente, a ultima vez que
foram enviados. acessei estava em 2663 Mb.
» Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda não
terminou de redigir. WebMail
» Lixeira – Armazena as mensagens excluídas.
O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação acessada
Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão presentes: diretamente na Internet, sem a necessidade de usar programa
de correio eletrônico. Praticamente todos os e-mails possuem
» Para – é o campo onde será inserido o endereço do aplicações para acesso direto na Internet. É grande o número de
destinatário. provedores que oferecem correio eletrônico gratuitamente, logo
» Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da mesma abaixo segue uma lista dos mais populares.
mensagem, ao usar este campo os endereços aparecerão para todos
os destinatários. » Hotmail – http://www.hotmail.com
» Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior, no » GMail – http://www.gmail.com
entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos. » iBest Mail – http://www.ibestmail.com.br
» Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem. » iG Mail – http://www.ig.com.br
» Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, » Yahoo – http://www.yahoo.com.br
programas, música, arquivos de texto, etc.). » Click21 – http://www.click21.com.br
» Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida a
mensagem. Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e seguir
as instruções do site. Outro importante fator a ser observado é o
tamanho máximo permitido por anexo, este foi outro fator que
aumentou muito de tamanho, há pouco tempo a maioria dos
provedores permitiam em torno de 2 Mb, mas atualmente a maioria
já oferecem em média 10 Mb.

Didatismo e Conhecimento 101


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Porém tem alguns mais generosos que chegam a oferecer mais 2. Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição de
que isso, é o caso do Click21 que oferece 21 Mb, claro que essas e-mail será aberta. A janela de edição é o espaço no qual você vai
limitações são preocupantes quando se trata de e-mail grátis, pois redigir, responder e encaminhar mensagens. Semelhante à função
a final de contas quando pagamos o bolso é quem manda. Além de novo e-mail do Outlook.
caixa postal os provedores costumam oferecer serviços de agenda 3. Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus
e contatos. A figura abaixo mostra a interface de alguns e-mails endereços de e-mail são previamente guardados para utilização
grátis. futura, nesta seção também é possível criar grupos para facilitar o
Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a critério de gerenciamento dos seus contatos.
cada um escolher o seu, ou até mesmo os seus, eu, por exemplo, 4. Configurações – Este botão abre (como o próprio nome
procuro aqueles que oferecem uma interface com o menor já diz) a janela de configurações. Nesta janela podem ser feitas
propaganda possível. diversas configurações, tais como: mudar senha, definir número de
» Criando seu e-mail e-mail por página, assinatura, resposta automática, etc.
Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente simples, 5. Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma seção
eu escolhi o iBestMail, pois a interface deste WebMail não tem com vários tópicos de ajuda.
propagandas e isso ajudar muito os entendimentos, no entanto você 6. Sair – Este botão é muito importante, pois é através dele que
pode acessar qualquer dos endereços informados acima ou ainda você vai fechar sua caixa postal, muito recomendado quando o uso
qualquer outro que você conheça. O processo de cadastro é muito de seu e-mail ocorrer em computadores de terceiros.
simples, basta preencher um formulário e depois você terá sua 7. Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu
conta de e-mail pronta para ser usada. Alguns provedores exigem endereço de e-mail; quantidade total de sua caixa posta; parte
CPF para o cadastro, o iBest e o iG são exemplos, já outros você utilizada em porcentagem e um pequeno gráfico.
informa apenas dados pessoais, o Yahoo e o Gmail são exemplos, 8. Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você está, no
este último é preciso ter um convite. exemplo a Caixa de Entrada.
Vamos aos passos: 9. Número de Mensagens – Exibe o intervalo de mensagens
1. Acesse a pagina do provedor (www.ibestmail.com.br) ou que estão na tela e também o total da seção selecionada.
qualquer outro de sua preferência, conforme a figura abaixo. 10. Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão todos
2. Clique no botão “CADASTRE-SE JÁ”, será aberto um os comandos relacionados com as mensagens exibidas. Para usar
formulário, preencha-o observando todos os campos. Os campos estes comandos, selecione uma ou mais mensagens o comando
do formulário têm suas particularidades de provedor para provedor, desejado e clique no botão “OK”. O botão “Bloquear”, bloqueia
no entanto todos trazem a mesma ideia, colher informações do o endereço de e-mail da mensagem, útil para bloquear e-mails
usuário. Quando você estiver preenchendo o formulário vai indesejados. Já o botão “Contas externas” abre uma seção para
encontrar um campo semelhante ao mostrado na figura seguinte, configurar outras contas de e-mails que enviarão as mensagens
neste campo você informa o nome de usuário. Este será a primeira a sua caixa postal. Para o correto funcionamento desta opção é
parte do seu e-mail e é igual a este em qualquer cadastro, no preciso que a conta a ser acessada tenha serviço POP3 e SMTP.
exemplo temos “@ibest.com.br”. A junção do nome de usuário 11. Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a lista de
com o nome do provedor é que será seu endereço eletrônico. No página, que aumenta conforme a quantidade de e-mails na seção.
exemplo ficaria o seguinte: seunome@ibest.com.br. Para acessar selecione a página desejada e clique no botão “OK”.
3. Após preencher todo o formulário clique no botão “Aceito”, Veja que todos os comandos estão disponíveis também na parte
pronto seu cadastro estará efetivado. inferior, isto para facilitar o uso de sua caixa postal.
Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é comum que 12. Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de um correio
muitos nomes já tenham sido cadastrados por outros usuários, neste eletrônico. Caixa de Entrada; Mensagens Enviadas; Rascunho e
caso será exibida uma mensagem lhe informando do problema. Lixeira. Um detalhe importante é o estilo do nome, quando está
Isso acontece porque dentro de um mesmo provedor não pode ter normal significa que todas as mensagens foram abertas, porém
dois nomes de usuários iguais. A solução é procurar outro nome quando estão em negrito, acusam que há uma ou mais mensagens
que ainda esteja livre, alguns provedores mostram sugestões que não foram lidas, o número entre parêntese indica a quantidade.
como: seunome2005; seunome28, etc. Se ocorrer isso com você (o Este detalhe funciona para todas as pastas e mensagens do correio.
que é bem provável que acontecerá) escolha uma das sugestões ou 13. Painel de Visualização – Espaço destinado a exibir as
informe outro nome (não desista, você vai conseguir), finalize seu mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa postal, é exibido o
cadastro que seu e-mail vai está pronto para ser usado. conteúdo da Caixa de Entrada, mas este painel exibe também as
» Entendendo a Interface do WebMail mensagens das diversas pastas existentes na sua caixa postal. A
A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail que observação feita no item anterior, sobre negrito, também é válida
nos liga do mundo externo aos comandos do programa. Vamos para esta seção. Observe as caixas de seleção localizadas do lado
conhecer melhor esta interface a partir da analise da figura esquerdo de cada mensagem, é através delas que as mensagens são
abaixo. Estes conhecimentos vão lhe servir para qualquer selecionadas. A seleção de todos os itens ao mesmo tempo, também
WebMail que você tiver e também para o Outlook Express que é pode ser feito pela caixa de seleção do lado esquerdo do título
um programa de gerenciamento de e-mails. da coluna “Remetente”. O título das colunas, além de nomeá-las,
Agumas das opções que encontramos na maioria dos também serve para classificar as mensagens que por padrão estão
webmails descreveremos a seguir : classificadas através da coluna “Data”, para usar outra coluna na
1. Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar sua caixa classificação basta clicar sobre nome dela.
de entrar, verificando se há novas mensagens no servidor.

Didatismo e Conhecimento 102


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
14. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível adicionar, 5. Página Inicial: vai para a página definida como “home
renomear e apagar as suas pastas. As pastas são um modo de page”
organizar seu conteúdo, armazenando suas mensagens por temas. 6. Pesquisar: realiza pesquisas na Internet, utilizando índices
Quando seu e-mail é criado não existem pastas nesta seção, de busca da Microsoft.
isso deve ser feito pelo usuário de acordo com suas necessidades. 7. Favoritos: abre o Menu Favoritos, ou seja, abre o catálogo
15. Contas Externas – Este item é um link que abrirá a seção de URLs que o usuário guarda.
onde pode ser feita uma configuração que permitirá você acessar 8. Windows Mídia: facilita a reprodução de arquivos de som,
outras caixas postais diretamente da sua. O próximo link, como o vídeo ou multimídia.
nome já diz, abre a janela de configuração dos e-mails bloqueados Você pode usá-la para ouvir sua estação de rádio da Internet
e mais abaixo o link para baixar um plug-in que lhe permite fazer favorita enquanto utiliza o computador.
uma configuração automática do Outlook Express. Estes dois 9. Histórico: contem links para sites da Web e páginas visitadas
primeiros links são os mesmos apresentados no item 10. em dias e semanas anteriores.
10. Correio: envia e recebe e-mails, link ou a página atual por
e-mail, utilizando o Outlook Express 6.0.
11. Imprimir: imprime uma página da Web atual.
INTERNET EXPLORER 8. 12. Editar Microsoft: para fazer a edição da página atual.

Barra de endereços

A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar em


INTERNET EXPLORER 8 páginas da internet, bastando para isto digitar o endereço da página.
Alguns sites interessantes:
O Internet Explorer é um browser (navegador) usado para • www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular)
acessar a WWW – o serviço mais popular da internet. Além das • www.ufpel.tche.br (Ufpel)
características comuns a todos os browsers, ele possui recursos • www.cefetrs.tche.br (Cefet)
específicos para facilitar e agilizar a navegação. • www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor público)
A Janela Principal • www.siapenet.gog.br (contracheque)
• www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas)
No exemplo a seguir a página inicial é da Ufpel. • www.mec.gov.br (Ministério da Educação)

Identificação de endereços de um site

Exemplo: http://www.pelotas.com.br
http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de
comunicação
WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial
pelotas -> empresa ou organização que mantém o site
.com -> tipo de organização
......br -> identifica o país

Tipos de Organizações:

.edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.edu


.com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com
.gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
.mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil
.net -> computadores com funções de administrar redes.
Ferramentas para a navegação (botões padrão) Exemplo: embratel.net
.org -> organizações não governamentais. Exemplo: care.org

1. Voltar: volta para página anterior (já visitada).


2. Avançar: avança para página seguinte (já visitada).
3. Parar: cancela o carregamento da página.
4. Atualizar: recarrega a página atual.

Didatismo e Conhecimento 103


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Menu Favoritos Como salvar documentos, arquivos e sites

Adicionar endereços no Menu Favoritos Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.

Clique em no menu Favoritos e em Adicionar Favoritos. Como copiar e colar para um editor de textos

Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o botão


direito do mouse e escolha a opção Copiar.

Abra o editor de texto clique em colar


Pesquisa na internet (sites de busca)

Os sites de busca servem para procurar por um determinado


assunto ou informação na internet.
Alguns sites interessantes:
• www.google.com.br
• www.bing.com.br
• www.altavista.tche.br
• www.cade.com.br

Como fazer a pesquisa

Digite na barra de endereço o endereço do site de pesquisa.


Por exemplo:
www.google.com.br

Organizar endereços no Menu Favoritos

Clique no menu Favoritos e na opção Organizar Favoritos

Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pesquisa.

Navegar nas páginas Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na pesquisa
com letras maiúsculas e minúsculas e nem palavras com ou sem
Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um acento.
documento normal e de links das próprias páginas.

Didatismo e Conhecimento 104


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Opções de pesquisa Por exemplo: 3+4
Irá retornar:

O resultado da pesquisa
Web: pesquisa em todos os sites O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte forma:
Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas.
Exemplo do resultado se uma pesquisa.

Como abrir em uma nova janela

Clique com botão direito do mouse sobre o link da página. Irá


abrir o seguinte menu.
Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet.
Exemplo:

Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organizados por


assunto em categorias. Exemplo:
Download de arquivos
Download é disponibilização de documentos, aplicativos
para “baixar” em seu computador, ou seja, fazer uma cópia deste
arquivo para o computador.
Para efetuar um Download clique no local indicado para esta
operação. Irá sugir a seguinte janela.

Como escolher palavra-chave

• Busca com uma palavra: retorna páginas que incluam a


palavra digitada.
• “Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas que
incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda a sequência
de termos que foram digitadas.
• Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna páginas
que incluam todas
• as palavras aleatoriamente na página.
• Busca com sinal de menos (-): as palavras que ficam an- Nesta janela permite que você apenas abra o arquivo, clique
tes do sinal de em Abrir, ou salve o documento, clique em Salvar e após determine
• menos são excluídas da pesquisa. o local em que será salvo o documento.
• Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um cálculo
em um site de pesquisa.

Didatismo e Conhecimento 105


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Como traduzir páginas Você deve periodicamente excluir os arquivos temporários da
internet, basta clicar no botão Excluir arquivos ·. Além,
Pode ser utilizada as ferramentas de tradução ou traduzir uma disso deve-se limpar também o histórico no botão Limpar histórico
página específica. ·. O ideal é colocar o número de dias que ficam
no histórico entre dois ou três.
Utilizando ferramentas de tradução Para definir a página inicial como padrão sempre que abrir
No google, por exemplo, temos uma ferramenta de idiomas o Internet Explorer, digite na caixa endereço o endereço que será
que permite traduzir um texto ou página, que é mostrada a seguir. padrão.

Após clique no botão Aplicar.

Traduzindo páginas
CONCEITOS BÁSICOS DE
A partir de uma pesquisa é possível traduzir a página. Exemplo SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO.

Segurança de Informação

Segurança de Informação está relacionada com a proteção


existente ou necessária sobre dados que possuem valor para al-
guém ou uma organização. Possui aspectos básicos como confi-
Menu Ferramentas dencialidade, integridade e disponibilidade da informação que nos
ajuda a entender as necessidades de sua proteção e que não se apli-
Opções da Internet ca ou está restrita a sistemas computacionais, nem a informações
eletrônicas ou qualquer outra forma mecânica de armazenamento.
No menu Ferramentas, na opção opções da internet, na aba Ela se aplica a todos os aspectos de proteção e armazenamento de
geral podemos excluir os arquivos temporários e o histórico. Além informações e dados, em qualquer forma. O nível de segurança de
disso, podemos definir a página inicial. um sistema operacional de computador pode ser tipificado pela
configuração de seus componentes.

CONCEITOS DE SEGURANÇA

A Segurança da Informação refere-se à proteção existente


sobre as informações de uma determinada empresa, instituição
governamental ou pessoa, isto é, aplica-se tanto as informações
corporativas quanto as pessoais.
Entende-se por informação todo e qualquer conteúdo ou dado
que tenha valor para alguma organização ou pessoa. Ela pode estar
guardada para uso restrito ou exposta ao público para consulta ou
aquisição.
Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não de fer-
ramentas) para a definição do nível de segurança existente e, com
isto, serem estabelecidas as bases para análise da melhoria ou piora
da situação de segurança existente.
A segurança de uma determinada informação pode ser afeta-
da por fatores comportamentais e de uso de quem se utiliza dela,
pelo ambiente ou infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal
intencionadas que tem o objetivo de furtar, destruir ou modificar
a informação.

Didatismo e Conhecimento 106


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Antes de proteger, devemos saber: Por isso é extremamente importante que os administradores
• O que proteger. de sistemas se mantenham atualizados sobre os principais proble-
• De quem proteger. mas encontrados nos aplicativos utilizados, através dos sites dos
• Pontos vulneráveis. desenvolvedores ou específicos sobre segurança da Informação.
• Processos a serem seguidos. As principais empresas comerciais desenvolvedoras de software
e as principais distribuições Linux possuem boletins periódicos
MECANISMOS DE SEGURANÇA informando sobre as últimas vulnerabilidades encontradas e suas
devidas correções. Alguns sistemas chegam até a possuir o recurso
O suporte para as recomendações de segurança pode ser en- de atualização automática, facilitando ainda mais o processo.
contrado em:
• CONTROLES FÍSICOS: são barreiras que limitam o Firewalls
contato ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que ga-
rante a existência da informação) que a suporta. Definimos o firewall como sendo uma barreira inteligente en-
Devemos atentar para ameaças sempre presentes, mas nem tre duas redes, geralmente a rede local e a Internet, através da qual
sempre lembradas; incêndios, desabamentos, relâmpagos, alaga- só passa tráfego autorizado. Este tráfego é examinado pelo firewall
mentos, problemas na rede elétrica, acesso indevido de pessoas em tempo real e a seleção é feita de acordo com um conjunto de
aos servidores ou equipamentos de rede, treinamento inadequado regras de acesso Ele é tipicamente um roteador (equipamento que
de funcionários, etc. liga as redes com a Internet), um computador rodando filtragens de
Medidas de proteção física, tais como serviços de guarda, uso pacotes, um software Proxy, um firewall-in-a-box (um hardware
de nobreaks, alarmes e fechaduras, circuito interno de televisão e proprietário específico para função de firewall), ou um conjunto
sistemas de escuta são realmente uma parte da segurança da infor- desses sistemas.
mação. As medidas de proteção física são frequentemente citadas Pode-se dizer que firewall é um conceito ao invés de um pro-
como “segurança computacional”, visto que têm um importante duto. Ele é a soma de todas as regras aplicadas a rede. Geralmente,
papel também na prevenção dos itens citados no parágrafo acima. essas regras são elaboradas considerando as políticas de acesso da
O ponto-chave é que as técnicas de proteção de dados por organização.
mais sofisticadas que sejam, não têm serventia nenhuma se a segu- Podemos observar que o firewall é único ponto de entrada da
rança física não for garantida. rede, quando isso acontece o firewall também pode ser designado
como check point.
Instalação e Atualização De acordo com os mecanismos de funcionamentos dos fire-
walls podemos destacar três tipos principais:
A maioria dos sistemas operacionais, principalmente as distri- • Filtros de pacotes
buições Linux, vem acompanhada de muitos aplicativos que são • Stateful Firewalls
instalados opcionalmente no processo de instalação do sistema. • Firewalls em Nível de Aplicação
Sendo assim, torna-se necessário que vários pontos sejam ob-
servados para garantir a segurança desde a instalação do sistema, - Filtros de Pacotes
dos quais podemos destacar:
• Seja minimalista: Instale somente os aplicativos necessários, Esse é o tipo de firewall mais conhecido e utilizado. Ele con-
aplicativos com problemas podem facilitar o acesso de um ata- trola a origem e o destino dos pacotes de mensagens da Internet.
cante; Quando uma informação é recebida, o firewall verifica as informa-
• Devem ser desativados todos os serviços de sistema que não ções sobre o endereço IP de origem e destino do pacote e compara
serão utilizados: Muitas vezes o sistema inicia automaticamente com uma lista de regras de acesso para determinar se pacote está
diversos aplicativos que não são necessários, esses aplicativos autorizado ou não a ser repassado através dele.
também podem facilitar a vida de um atacante; Atualmente, a filtragem de pacotes é implementada na maio-
• Deve-se tomar um grande cuidado com as aplicações de ria dos roteadores e é transparente aos usuários, porém pode ser fa-
rede: problemas nesse tipo de aplicação podem deixar o sistema cilmente contornada com IP Spoofers. Por isto, o uso de roteadores
vulnerável a ataques remotos que podem ser realizados através da como única defesa para uma rede corporativa não é aconselhável.
rede ou Internet; Mesmo que filtragem de pacotes possa ser feita diretamente
• Use partições diferentes para os diferentes tipos de dados: a no roteador, para uma maior performance e controle, é necessária a
divisão física dos dados facilita a manutenção da segurança; utilização de um sistema específico de firewall. Quando um grande
• Remova todas as contas de usuários não utilizadas: Contas número de regras é aplicado diretamente no roteador, ele acaba
de usuários sem senha, ou com a senha original de instalação, po- perdendo performance. Além disso, Firewall mais avançados po-
dem ser facilmente exploradas para obter-se acesso ao sistema. dem defender a rede contra spoofing e ataques do tipo DoS/DDoS.
Grande parte das invasões na Internet acontece devido a fa-
lhas conhecidas em aplicações de rede, as quais os administradores
de sistemas não foram capazes de corrigir a tempo. Essa afirmação
pode ser confirmada facilmente pelo simples fato de que quando
uma nova vulnerabilidade é descoberta, um grande número de ata-
ques é realizado com sucesso.

Didatismo e Conhecimento 107


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Stateful Firewalls • CONTROLES LÓGICOS: são barreiras que impedem ou
limitam o acesso à informação, que está em ambiente controlado,
Outro tipo de firewall é conhecido como Stateful Firewall. Ele geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria exposta a alte-
utiliza uma técnica chamada Stateful Packet Inspection, que é um ração não autorizada por elemento mal intencionado.
tipo avançado de filtragem de pacotes. Esse tipo de firewall exami- Existem mecanismos de segurança que apoiam os controles
na todo o conteúdo de um pacote, não apenas seu cabeçalho, que lógicos:
contém apenas os endereços de origem e destino da informação.
Ele é chamado de ‘stateful’ porque examina os conteúdos dos pa- Mecanismos de encriptação
cotes para determinar qual é o estado da conexão, Ex: Ele garante
que o computador destino de uma informação tenha realmente so- A criptografia vem, na sua origem, da fusão de duas palavras
licitado anteriormente a informação através da conexão atual. gregas:
Além de serem mais rigorosos na inspeção dos pacotes, os • CRIPTO = ocultar, esconder.
stateful firewalls podem ainda manter as portas fechadas até que • GRAFIA = escrever
uma conexão para a porta específica seja requisitada. Isso permite Criptografia é arte ou ciência de escrever em cifra ou em códi-
uma maior proteção contra a ameaça de port scanning. gos. É então um conjunto de técnicas que tornam uma mensagem
incompreensível permitindo apenas que o destinatário que conhe-
- Firewalls em Nível de Aplicação ça a chave de encriptação possa decriptar e ler a mensagem com
Nesse tipo de firewall o controle é executado por aplicações clareza.
específicas, denominadas proxies, para cada tipo de serviço a ser Permitem a transformação reversível da informação de forma
controlado. Essas aplicações interceptam todo o tráfego a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para tal, algoritmos
recebido e o envia para as aplicações correspondentes; assim, determinados e uma chave secreta para, a partir de um conjunto de
cada aplicação pode controlar o uso de um serviço. dados não encriptados, produzir uma sequência de dados encripta-
Apesar desse tipo de firewall ter uma perda maior de perfor- dos. A operação inversa é a desencriptação.
mance, já que ele analisa toda a comunicação utilizando proxies,
ele permite uma maior auditoria sobre o controle no tráfego, já Assinatura digital
que as aplicações específicas podem detalhar melhor os eventos
associados a um dado serviço. Um conjunto de dados encriptados, associados a um docu-
A maior dificuldade na sua implementação é a necessidade de mento do qual são função, garantindo a integridade do documento
instalação e configuração de um proxy para cada aplicação, sen- associado, mas não a sua confidencialidade.
do que algumas aplicações não trabalham corretamente com esses A assinatura digital, portanto, busca resolver dois problemas
mecanismos. não garantidos apenas com uso da criptografia para codificar as
informações: a Integridade e a Procedência.
Considerações sobre o uso de Firewalls Ela utiliza uma função chamada one-way hash function, tam-
bém conhecida como: compression function, cryptographic check-
Embora os firewalls garantam uma maior proteção, e são ines- sum, message digest ou fingerprint. Essa função gera uma string
timáveis para segurança da informação, existem alguns ataques única sobre uma informação, se esse valor for o mesmo tanto no
que os firewalls não podem proteger, como a interceptação de trá- remetente quanto destinatário, significa que essa informação não
fego não criptografado, ex: Interceptação de e-mail. Além disso, foi alterada.
embora os firewalls possam prover um único ponto de segurança Mesmo assim isso ainda não garante total integridade, pois
e auditoria, eles também podem se tornar um único ponto de falha a informação pode ter sido alterada no seu envio e um novo hash
– o que quer dizer que os firewalls são a última linha de defesa. pode ter sido calculado.
Significa que se um atacante conseguir quebrar a segurança de um Para solucionar esse problema, é utilizada a criptografia as-
firewall, ele vai ter acesso ao sistema, e pode ter a oportunidade simétrica com a função das chaves num sentido inverso, onde o
de roubar ou destruir informações. Além disso, os firewalls prote- hash é criptografado usando a chave privada do remetente, sendo
gem a rede contra os ataques externos, mas não contra os ataques assim o destinatário de posse da chave pública do remetente po-
internos. No caso de funcionários mal intencionados, os firewalls derá decriptar o hash. Dessa maneira garantimos a procedência,
não garantem muita proteção. Finalmente, como mencionado os pois somente o remetente possui a chave privada para codificar o
firewalls de filtros de pacotes são falhos em alguns pontos. - As hash que será aberto pela sua chave pública. Já o hash, gerado a
técnicas de Spoofing podem ser um meio efetivo de anular a sua partir da informação original, protegido pela criptografia, garantirá
proteção. a integridade da informação.
Para uma proteção eficiente contra as ameaças de segurança
existentes, os firewalls devem ser usados em conjunto com diver- Mecanismos de garantia da integridade da informação
sas outras medidas de segurança.
Existem, claro, outros mecanismos de segurança que apoiam Usando funções de “Hashing” ou de checagem, consistindo
os controles físicos: Portas / trancas / paredes / blindagem / guar- na adição.
das / etc.

Didatismo e Conhecimento 108


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Mecanismos de controle de acesso Entretanto, apenas com a chegada dos certificados para os
browsers é que pudemos contar também com a identificação na
Palavras-chave, sistemas biométricos, firewalls, cartões in- ponta cliente, eliminando assim a necessidade do uso de senhas
teligentes. e logins.
Mecanismos de certificação O S/Mime é também um protocolo muito popular, pois permi-
te que as mensagens de correio eletrônico trafeguem encriptadas e/
Atesta a validade de um documento. O Certificado Digital, ou assinadas digitalmente. Desta forma os e-mails não podem ser
também conhecido como Certificado de Identidade Digital associa lidos ou adulterados por terceiros durante o seu trânsito entre a má-
a identidade de um titular a um par de chaves eletrônicas (uma quina do remetente e a do destinatário. Além disso, o destinatário
pública e outra privada) que, usadas em conjunto, fornecem a com- tem a garantia da identidade de quem enviou o e-mail.
provação da identidade. É uma versão eletrônica (digital) de algo O Form Signing é uma tecnologia que permite que os usuários
parecido a uma Cédula de Identidade - serve como prova de identi- emitam recibos online com seus certificados digitais. Por exemplo:
dade, reconhecida diante de qualquer situação onde seja necessária o usuário acessa o seu Internet Banking e solicita uma transferên-
a comprovação de identidade. cia de fundos. O sistema do banco, antes de fazer a operação, pede
O Certificado Digital pode ser usado em uma grande varieda- que o usuário assine com seu certificado digital um recibo con-
de de aplicações, como comércio eletrônico, groupware (Intranets firmando a operação. Esse recibo pode ser guardado pelo banco
e Internet) e transferência eletrônica de fundos. para servir como prova, caso o cliente posteriormente negue ter
Dessa forma, um cliente que compre em um shopping virtual, efetuado a transação.
utilizando um Servidor Seguro, solicitará o Certificado de Identi- O Authenticode e o Object Signing são tecnologias que per-
dade Digital deste Servidor para verificar: a identidade do vende- mitem que um desenvolvedor de programas de computador assine
dor e o conteúdo do Certificado por ele apresentado. Da mesma digitalmente seu software. Assim, ao baixar um software pela In-
forma, o servidor poderá solicitar ao comprador seu Certificado ternet, o usuário tem certeza da identidade do fabricante do pro-
de Identidade Digital, para identificá-lo com segurança e precisão. grama e que o software se manteve íntegro durante o processo de
Caso qualquer um dos dois apresente um Certificado de Iden- download. Os certificados digitais se dividem em basicamente dois
tidade Digital adulterado, ele será avisado do fato, e a comunica- formatos: os certificados de uso geral (que seriam equivalentes a
ção com segurança não será estabelecida. uma carteira de identidade) e os de uso restrito (equivalentes a car-
O Certificado de Identidade Digital é emitido e assinado por tões de banco, carteiras de clube etc.). Os certificados de uso geral
uma Autoridade Certificadora Digital (Certificate Authority). Para são emitidos diretamente para o usuário final, enquanto que os de
tanto, esta autoridade usa as mais avançadas técnicas de cripto- uso restrito são voltados basicamente para empresas ou governo.
grafia disponíveis e de padrões internacionais (norma ISO X.509
para Certificados Digitais), para a emissão e chancela digital dos Integridade: Medida em que um serviço/informação é genui-
Certificados de Identidade Digital. no, isto é, esta protegido contra a personificação por intrusos.
Podemos destacar três elementos principais:
- Informação de atributo: É a informação sobre o objeto que Honeypot: É o nome dado a um software, cuja função é de-
é certificado. No caso de uma pessoa, isto pode incluir seu nome, tectar ou de impedir a ação de um cracker, de um spammer, ou
nacionalidade e endereço e-mail, sua organização e o departamen- de qualquer agente externo estranho ao sistema, enganando-o, fa-
to da organização onde trabalha. zendo-o pensar que esteja de fato explorando uma vulnerabilidade
- Chave de informação pública: É a chave pública da entida- daquele sistema.
de certificada. O certificado atua para associar a chave pública à
informação de atributo, descrita acima. A chave pública pode ser AMEAÇAS À SEGURANÇA
qualquer chave assimétrica, mas usualmente é uma chave RSA.
- Assinatura da Autoridade em Certificação (CA): A CA as- Ameaça é algo que oferece um risco e tem como foco algum
sina os dois primeiros elementos e, então, adiciona credibilidade ativo. Uma ameaça também pode aproveitar-se de alguma vulne-
ao certificado. Quem recebe o certificado verifica a assinatura e rabilidade do ambiente.
acreditará na informação de atributo e chave pública associadas se Identificar Ameaças de Segurança – Identificar os Tipos de
acreditar na Autoridade em Certificação. Ataques é a base para chegar aos Riscos. Lembre-se que existem
Existem diversos protocolos que usam os certificados digitais as prioridades; essas prioridades são os pontos que podem com-
para comunicações seguras na Internet: prometer o “Negócio da Empresa”, ou seja, o que é crucial para a
• Secure Socket Layer ou SSL; sobrevivência da Empresa é crucial no seu projeto de Segurança.
• Secured Multipurpose Mail Extensions - S/MIME; Abaixo temos um conjunto de ameaças, chamado de FVRD-
• Form Signing; NE:
• Authenticode / Objectsigning.
O SSL é talvez a mais difundida aplicação para os certificados Falsificação
digitais e é usado em praticamente todos os sites que fazem co-
mércio eletrônico na rede (livrarias, lojas de CD, bancos etc.). O Falsificação de Identidade é quando se usa nome de usuário
SSL teve uma primeira fase de adoção onde apenas os servidores e senha de outra pessoa para acessar recursos ou executar tarefas.
estavam identificados com certificados digitais, e assim tínhamos Seguem dois exemplos:
garantido, além da identidade do servidor, o sigilo na sessão. • Falsificar mensagem de e-mail;
• Executar pacotes de autenticação.

Didatismo e Conhecimento 109


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Um ataque de Falsificação pode ter início em um PostIt com Quem pode ser uma ameaça?
sua senha, grudado no seu monitor. Quem ataca a rede/sistema são agentes maliciosos, muitas
vezes conhecidos como crackers, (hackers não são agentes mali-
Violação ciosos, tentam ajudar a encontrar possíveis falhas). Estas pessoas
são motivadas para fazer esta ilegalidade por vários motivos. Os
A Violação ocorre quando os dados são alterados: principais motivos são: notoriedade, autoestima, vingança e o di-
• Alterar dados durante a transmissão; nheiro. É sabido que mais de 70% dos ataques partem de usuários
• Alterar dados em arquivos. legítimos de sistemas de informação (Insiders) -- o que motiva
corporações a investir largamente em controles de segurança para
Repudiação seus ambientes corporativos (intranet).
A Repudiação talvez seja uma das últimas etapas de um ata- É necessário identificar quem pode atacar a minha rede, e qual
que bem sucedido, pois é o ato de negar algo que foi feito. Isso a capacidade e/ou objetivo desta pessoa.
pode ser feito apagando as entradas do Log após um acesso inde- • Principiante – não tem nenhuma experiência em programa-
vido. Exemplos: ção e usa ferramentas de terceiros. Geralmente não tem noção do
• Excluir um arquivo crítico e negar que excluiu; que está fazendo ou das consequências daquele ato.
• Comprar um produto e mais tarde negar que comprou. • Intermediário – tem algum conhecimento de programação e
utiliza ferramentas usadas por terceiros. Esta pessoa pode querer
Divulgação algo além de testar um “Programinha Hacker”.
• Avançado – Programadores experientes, possuem conheci-
A Divulgação das Informações pode ser tão grave e/ou custar mento de Infraestrutura e Protocolos. Podem realizar ataques es-
tão caro quanto um ataque de “Negação de Serviço”, pois informa- truturados. Certamente não estão só testando os seus programas.
ções que não podiam ser acessadas por terceiros, agora estão sendo Estas duas primeiras pessoas podem ser funcionários da em-
divulgadas ou usadas para obter vantagem em negócios. presa, e provavelmente estão se aproveitando de alguma vulnera-
Dependendo da informação ela pode ser usada como objeto de bilidade do seu ambiente.
chantagem. Abaixo exemplos de Divulgação:
• Expor informações em mensagens de erro; VULNERABILIDADES
• Expor código em sites.
Os ataques com mais chances de dar certo são aqueles que ex-
Negação de Serviço (DoS) (Denial of Service, DoS) ploram vulnerabilidades, seja ela uma vulnerabilidade do sistema
operacional, aplicativos ou políticas internas.
A forma mais conhecida de ataque que consiste na perturba- Veja algumas vulnerabilidades:
ção de um serviço, devido a danos físicos ou lógicos causados no • Roubo de senhas – Uso de senhas em branco, senhas pre-
sistema que o suportam. Para provocar um DoS, os atacantes dis- visíveis ou que não usam requisitos mínimos de complexidade.
seminam vírus, geram grandes volumes de tráfego de forma artifi- Deixar um Postit com a sua senha grudada no monitor é uma vul-
cial, ou muitos pedidos aos servidores que causam subcarga e estes nerabilidade.
últimos ficam impedidos de processar os pedidos normais. • Software sem Patches – Um gerenciamento de Service Packs
O objetivo deste ataque é parar algum serviço. Exemplo: e HotFixes mal feito é uma vulnerabilidade comum. Veja casos
• “Inundar” uma rede com pacotes SYN (Syn-Flood); como os ataques do Slammer e do Blaster, sendo que suas res-
• “Inundar” uma rede com pacotes ICPM forçados. pectivas correções já estavam disponíveis bem antes dos ataques
O alvo deste tipo de ataque pode ser um Web Server contendo serem realizados.
o site da empresa, ou até mesmo “inundar” o DHCP Server Local • Configuração Incorreta – Aplicativos executados com contas
com solicitações de IP, fazendo com que nenhuma estação com IP de Sistema Local, e usuários que possuem permissões acima do
dinâmico obtenha endereço IP. necessário.
• Engenharia Social – O Administrador pode alterar uma se-
Elevação de Privilégios nha sem verificar a identidade da chamada.
• Segurança fraca no Perímetro – Serviços desnecessários,
Acontece quando o usuário mal-intencionado quer executar portas não seguras. Firewall e Roteadores usados incorretamente.
uma ação da qual não possui privilégios administrativos suficien- • Transporte de Dados sem Criptografia – Pacotes de autenti-
tes: cação usando protocolos de texto simples, dados importantes en-
• Explorar saturações do buffer para obter privilégios do sis- viados em texto simples pela Internet.
tema; Identifique, entenda como explorá-las e mesmo que não seja
• Obter privilégios de administrador de forma ilegítima. possível eliminá-las, monitore e gerencie o risco de suas vulnera-
Este usuário pode aproveitar-se que o Administrador da Rede bilidades.
efetuou logon numa máquina e a deixou desbloqueada, e com isso Nem todos os problemas de segurança possuem uma solução
adicionar a sua própria conta aos grupos Domain Admins, e Re- definitiva, a partir disso inicia-se o Gerenciamento de Risco, anali-
mote Desktop Users. Com isso ele faz o que quiser com a rede da sando e balanceando todas as informações sobre Ativos, Ameaças,
empresa, mesmo que esteja em casa. Vulnerabilidades, probabilidade e impacto.

Didatismo e Conhecimento 110


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
NÍVEL DE SEGURANÇA (C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de um
computador, pois bastam o nome do usuário e a senha da máquina
Depois de identificado o potencial de ataque, as organizações para se ter acesso às contas dos demais usuários possivelmente
têm que decidir o nível de segurança a estabelecer para um rede cadastrados nessa máquina.
ou sistema os recursos físicos e lógicos a necessitar de proteção. (D) O Windows oferece um conjunto de acessórios disponí-
No nível de segurança devem ser quantificados os custos associa- veis por meio da instalação do pacote Office, entre eles, calculado-
dos aos ataques e os associados à implementação de mecanismos ra, bloco de notas, WordPad e Paint.
de proteção para minimizar a probabilidade de ocorrência de um (E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do botão Ini-
ataque . ciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o Windows, dar
POLÍTICAS DE SEGURANÇA saída no usuário correntemente em uso na máquina e, em seguida,
desligar o computador.
De acordo com o RFC 2196 (The Site Security Handbook), Comentários: Para desinstalar um programa de forma segura
uma política de segurança consiste num conjunto formal de regras deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou remover pro-
que devem ser seguidas pelos usuários dos recursos de uma orga- gramas
nização. Resposta – Letra A
As políticas de segurança devem ter implementação realista,
e definir claramente as áreas de responsabilidade dos usuários, do 2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as informa-
pessoal de gestão de sistemas e redes e da direção. Deve também ções estão contidas em arquivos de vários formatos, que são arma-
adaptar-se a alterações na organização. As políticas de segurança zenados no disco fixo ou em outros tipos de mídias removíveis do
fornecem um enquadramento para a implementação de mecanis- computador, organizados em:
mos de segurança, definem procedimentos de segurança adequa- (A) telas.
dos, processos de auditoria à segurança e estabelecem uma base (B) pastas.
para procedimentos legais na sequência de ataques. (C) janelas.
O documento que define a política de segurança deve deixar (D) imagens.
de fora todos os aspetos técnicos de implementação dos mecanis- (E) programas.
mos de segurança, pois essa implementação pode variar ao longo
do tempo. Deve ser também um documento de fácil leitura e com- Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma bem cla-
preensão, além de resumido. ra a organização por meio de PASTAS, que nada mais são do que
Algumas normas definem aspectos que devem ser levados em compartimentos que ajudam a organizar os arquivos em endereços
consideração ao elaborar políticas de segurança. Entre essas nor- específicos, como se fosse um sistema de armário e gavetas.
mas estão a BS 7799 (elaborada pela British Standards Institution) Resposta: Letra B
e a NBR ISO/IEC 17799 (a versão brasileira desta primeira).
Existem duas filosofias por trás de qualquer política de se- 3- Um item selecionado do Windows XP pode ser excluído
gurança: a proibitiva (tudo que não é expressamente permitido é permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pressionando-se si-
proibido) e a permissiva (tudo que não é proibido é permitido). multaneamente as teclas
Enfim, implantar Segurança em um ambiente não depende (A) Ctrl + Delete.
só da Tecnologia usada, mas também dos Processos utilizados (B) Shift + End.
na sua implementação e da responsabilidade que as Pessoas têm (C) Shift + Delete.
neste conjunto. Estar atento ao surgimento de novas tecnologias (D) Ctrl + End.
não basta, é necessário entender as necessidades do ambiente, e (E) Ctrl + X.
implantar políticas que conscientizem as pessoas a trabalhar de
modo seguro. Comentário: Quando desejamos excluir permanentemente um
Seu ambiente nunca estará seguro, não imagine que instalando arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes para a lixeira, bas-
um bom Antivírus você elimina as suas vulnerabilidades ou dimi- ta pressionarmos a tecla Shift em conjunto com a tecla Delete. O
nui a quantidade de ameaças. É extremamente necessário conhecer Windows exibirá uma mensagem do tipo “Você tem certeza que
o ambiente e fazer um estudo, para depois poder implementar fer- deseja excluir permanentemente este arquivo?” ao invés de “Você
ramentas e soluções de segurança. tem certeza que deseja enviar este arquivo para a lixeira?”.
Resposta: C
Questões Comentadas 4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de arquivos,
sem que haja perda de informação?
1- Com relação ao sistema operacional Windows, assinale a (A) Compactação
opção correta. (B) Deleção
(A) A desinstalação de um aplicativo no Windows deve ser (C) Criptografia
feita a partir de opção equivalente do Painel de Controle, de modo (D) Minimização
a garantir a correta remoção dos arquivos relacionados ao aplicati- (E) Encolhimento adaptativo
vo, sem prejuízo ao sistema operacional.
(B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e DE-
LETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto aos diretó-
rios de programas instalados na máquina em uso.

Didatismo e Conhecimento 111


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Comentários: A compactação de arquivos é uma técnica am- Principais Vantagens do Gerenciador de e-mail:
plamente utilizada. Alguns arquivos compactados podem conter • Pode ler e escrever mensagens mesmo quando está des-
extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exemplos de programas conectado da Internet;
compactadores são o WinZip, WinRar, SolusZip, etc. • Permite armazenar as mensagens localmente (no com-
Resposta: A putador local);
• Permite utilizar várias caixas de e-mail ao mesmo tempo;
5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel: Maiores Desvantagens:
• Ocupam espaço em disco;
• Compatibilidade com os servidores de e-mail (nem sem-
pre são compatíveis).
A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em negrito os
mais conhecidos e utilizados atualmente):
Microsoft Office Outlook
Microsoft Outlook Express;
Mozilla Thunderbird;
Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e colado IcrediMail
(Ctrl+V) na célula D3, seu valor será: Eudora
(A) 7 Pegasus Mail
(B) 56 Apple Mail (Apple)
(C) 448 Kmail (Linux)
(D) 511 Windows Mail
(E) uma mensagem de erro Comentários: temos que D1=SO- A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um WEBMAIL, ou
MA(A1:C1). Quando copiamos uma célula que contém uma fór- seja, não é instalado no computador local. Logo, é o gabarito da
mula e colamos em outra célula, a fórmula mudará ajustando-se à questão.
nova posição. Veja como saber como ficará a nova fórmula ao ser Resposta: B.
copiada de D1 para D3:
7- Sobre os conceitos de utilização da Internet e correio ele-
trônico, analise:
I. A URL digitada na barra de Endereço é usada pelos navega-
dores da Web (Internet Explorer, Mozilla e Google Chrome) para
localizar recursos e páginas da Internet (Exemplo: http://www.
google.com.br).
II. Download significa descarregar ou baixar; é a transferência
de dados de um servidor ou computador remoto para um compu-
tador local.
III. Upload é a transferência de dados de um computador local
  para um servidor ou computador remoto.
IV. Anexar um arquivo em mensagem de e-mail significa mo-
Agora é só substituir os valores: A fórmula diz para somar vê-lo definitivamente da máquina local, para envio a um destinatá-
todas as células de A3 até C3(dois pontos significam ‘até’), sendo rio, com endereço eletrônico.
assim teremos que somar A3,  , B3, C3 obtendo-se o resultado 448. Estão corretas apenas as afirmativas:
Resposta: C. A) I, II, III, IV
B) I, II
6- “O correio eletrônico é um método que permite compor, C) I, II, III
enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de co- D) I, II, IV
municação”. São softwares gerenciadores de email, EXCETO: E) I, III, IV
A) Mozilla Thunderbird.
B) Yahoo Messenger. Comentários: O URL é o endereço (único) de um recurso na
C) Outlook Express. Internet. A questão parece diferenciar um recurso de página, mas
D) IncrediMail. na verdade uma página é um recurso (o mais conhecido, creio) da
E) Microsoft Office Outlook 2003. Web. Item verdadeiro.
Comentários: Podemos citar vários gerenciadores de e-mail É comum confundir os itens II e III, por isso memorize: down
(eletronic mail ou correio eletrônico), mas devemos memorizar = baixar
que os sistemas que trabalham o correio eletrônico podem fun- o = baixar para sua máquina, descarregar. II e III são verda-
cionar por meio de um software instalado em nosso computador deiros.
local ou por meio de um programa que funciona dentro de um
navegador, via acesso por Internet. Este programa da Internet, que
não precisa ser instalado, e é chamado de WEBMAIL, enquanto o
software local é o gerenciador de e-mail citado pela questão.

Didatismo e Conhecimento 112


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
(C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma rede
local, pois sua função é conectar um computador à rede de tele-
fonia fixa.
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina denomi-
nada cliente requisita serviços a outra, denominada servidor, ainda
é o atual paradigma de acesso à Internet.
(E) Um servidor de páginas web é a máquina que armazena
os nomes dos usuários que possuem permissão de acesso a uma
quantidade restrita de páginas da Internet.
Comentários: O modelo cliente/servidor é questionado em ter-
mos de internet pois não é tão robusto quanto redes P2P pois, en-
quanto no primeiro modelo uma queda do servidor central impede
No item IV encontramos o item falso da questão, o que nos o acesso aos usuários clientes, no segundo mesmo que um servidor
leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em mensagem de “caia” outros servidores ainda darão acesso ao mesmo conteúdo
e-mail significa copiar e não mover! permitindo que o download continue. Ex: programas torrent, Emu-
Resposta: C. le, Limeware, etc.
Em relação às outras letras:
8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos do am- letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve para loca-
biente MS Office, assinale a opção correta. lizar e identificar conjuntos de computadores na Internet e corres-
(A) Ao se clicar no nome de um documento gravado com a ponde ao endereço que digitamos no navegador.
extensão .xls a partir do Meu Computador, o Windows ativa o MS letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma forma
Access para a abertura do documento em tela. que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede é restrito a
(B) As opções Copiar e Colar, que podem ser obtidas ao se uma rede local e não a internet como um todo.
acionar simultaneamente as teclas CTRL + C e CTRL + V,respecti- letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o computador
vamente, estão disponíveis no menu Editar de todos os aplicativos a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma forma só que
da suíte MS Office. de maneira local, o acesso via ADSL pode sim acessar redes locais.
(C) A opção Salvar Como, disponível no menu das aplicações letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de computação
do MS Office, permite que o usuário salve o documento corren- que fornece serviços a uma rede de computadores. E não necessa-
temente aberto com outro nome. Nesse caso, a versão antiga do riamente armazena nomes de usuários e/ou restringe acessos.
documento é apagada e só a nova versão permanece armazenada Resposta: D
no computador.
(D) O menu Exibir permite a visualização do documento aber- 10- Com relação à Internet, assinale a opção correta.
to correntemente, por exemplo, no formato do MS Word para ser (A) A URL é o endereço físico de uma máquina na Internet,
aberto no MS PowerPoint. pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde está localizada
(E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a elabora- tal máquina.
ção de apresentações de slides que utilizem conteúdo e imagens de (B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuários se co-
maneira estruturada e organizada. nectarem a uma mesma máquina simultaneamente, como no caso
de salas de bate-papo.
Comentários: O menu editar geralmente contém os comandos (C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebimento
universais dos programas da Microsoft como é o caso dos atalhos de arquivos na Internet.
CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do localizar. (D) Quando se digita o endereço de uma página web, o termo
Em relação às outras letras: http significa o protocolo de acesso a páginas em formato HTML,
Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo Excel por exemplo.
e não o Access (E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de correio
Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma cópia do eletrônico envia uma mensagem com anexo para outro destinatário
arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga. de correio eletrônico.
Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de exibi- Comentários: Os itens apresentados nessa questão estão rela-
ção do documento dentro do contexto de cada programa e não de cionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os protocolos mais
um programa para o outro como é o caso da afirmativa. comuns:
Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação de - HTTP (Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de carrega-
slides e sim o Ms Power Point. mento de páginas de Hipertexto –  HTML - IP (Internet Protocol)
Resposta: B – Identificação lógica de uma máquina na rede- POP (Post Office
9- Com relação a conceitos de Internet e  intranet, assinale a Protocol) – Protocolo de recebimento de emails direto no PC via
opção correta. gerenciador de emails - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol)
(A) Domínio é o nome dado a um servidor que controla a en- – Protocolo padrão de envio de emails - IMAP(Internet Message
trada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre na Internet. Access Protocol) – Semelhante ao POP, no entanto, possui mais re-
(B) A intranet só pode ser acessada por usuários da Internet cursos e dá ao usuário a possibilidade de armazenamento e acesso
que possuam uma conexão http, ao digitarem na barra de endere- a suas mensagens de email direto no servidor. - FTP(File Transfer
ços do navegador: http://intranet.com. Protocol) – Protocolo para transferência de arquivos

Didatismo e Conhecimento 113


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Resposta: D (E) quando integralmente selecionadas, copiadas e “coladas”
no editor de textos, serão exibidas na forma de tabela.
11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção correta.  
(A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar pastas e Comentários: Sempre que se copia células de uma planilha
arquivos e por seu intermédio não é possível acessar o Painel de eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam como uma tabe-
Controle, o qual só pode ser acessado pelo botão Iniciar do Win- la simples, onde as fórmulas são esquecidas e só os números são
dows. colados.
(B) Para se obter a listagem completa dos arquivos salvos em Resposta: E
um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data de modificação, de-
ve-se selecionar Detalhes nas opções de Modos de Exibição. 13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio do cor-
(C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede ofere- reio eletrônico, deve considerar as operações de
ce um histórico de páginas visitadas na Internet para acesso direto (A) anexação de arquivos e de inserção dos endereços eletrô-
a elas. nicos dos destinatários no campo “Cco”.
(D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows e a opção (B) de desanexação de arquivos e de inserção dos endereços
Renomear for acionada no Windows Explorer com o botão direito eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
do mouse,será salva uma nova versão do arquivo e a anterior con- (C) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços ele-
tinuará aberta com o nome antigo. trônicos dos destinatários no campo “Cc”.
(E) Para se encontrar arquivos armazenados na estrutura de (D) de desanexação de arquivos e de inserção dos endereços
diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de busca Google, eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
pois é ele que dá acesso a todos os diretórios de máquinas ligadas (E) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços ele-
à Internet. trônicos dos destinatários no campo “Para”.
 
Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arquivos são Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo correio
mostrados de várias formas como Listas, Miniaturas e Detalhes. eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou seja, anexar o
Resposta: B arquivo à mensagem. Quando colocamos os endereços dos desti-
natários no campo Cco, ou seja, no campo “com cópia oculta”, um
Atenção: Para responder às questões de números 12 e 13, destinatário não ficará sabendo quem mais recebeu aquela mensa-
considere integralmente o texto abaixo: gem, o que atende a segurança solicitada no enunciado.
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão deverão Resposta: A
ser publicados em rede interna de uso exclusivo do órgão, com
tecnologia semelhante à usada na rede mundial de computadores. 14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo -
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deverão ser CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio de arquivos em
verificados para que não contenham erros. Alguns artigos digita- lotes, também denominados scripts, o shell de comando é um
dos deverão conter a imagem dos resultados obtidos em planilhas programa que fornece comunicação entre o usuário e o sistema
eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, valores e totais. operacional de forma direta e independente. Nos sistemas ope-
Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados devem racionais Windows XP, esse programa pode ser acessado por
ser tomados para a recuperação em caso de perda e também para meio de um comando da pasta Acessórios denominado
evitar o acesso por pessoas não autorizadas às informações guar- (A) Prompt de Comando
dadas. (B) Comandos de Sistema
Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas na in- (C) Agendador de Tarefas
ternet visando o atendimento do nível de qualidade da informação (D) Acesso Independente
prestada à sociedade, pelo órgão. (E) Acesso Direto
O ambiente operacional de computação disponível para rea-
lizar estas operações envolve o uso do MS-Windows, do MS-Offi-
ce, das ferramentas Internet Explorer e de correio eletrônico, em Resposta: “A”
português e em suas versões padrões mais utilizadas atualmente. Comentários
Observação: Entenda-se por mídia removível disquetes, CD’s Prompt de Comando é um recurso do Windows que oferece
e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível acoplada em por- um ponto de entrada para a digitação de comandos do MSDOS
tas do tipo USB) e outras funcionalmente semelhantes. (Microsoft Disk Operating System) e outros comandos do com-
putador. O mais importante é o fato de que, ao digitar comandos,
12- As células que contêm cálculos feitos na planilha eletrô- você pode executar tarefas no computador sem usar a interface
nica, gráfica do Windows. O Prompt de Comando é normalmente usado
(A) quando “coladas” no editor de textos, apresentarão resul- apenas por usuários avançados.
tados diferentes do original.
(B) não podem ser “coladas” no editor de textos.
(C) somente podem ser copiadas para o editor de textos dentro
de um limite máximo de dez linhas e cinco colunas.
(D) só podem ser copiadas para o editor de texto uma a uma.

Didatismo e Conhecimento 114


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
15. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo
- CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir digitado no apli-
cativo Word. Aplicativos para edição de textos. Aplicando-se
a esse texto o efeito de fonte Tachado, o resultado obtido será

Resposta: “C”
Comentários:
Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d, e. En-
tretanto, temos que observar que na questão os itens d, e, além de
receberem taxado, também ficaram em caixa alta. O único que re-
cebe apenas o taxada, sem alterar outras formatações foi o item c. a) 3, 0 e 7.
b) 5, 0 e 7.
16. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo - c) 5, 1 e 2.
CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento de um arquivo d) 7, 5 e 2.
de textos ou de imagens na internet, entre um servidor e um e) 8, 3 e 4.
cliente, constituem, em relação ao cliente, respectivamente, um
(A) download e um upload Resposta: “C”
(B) downgrade e um upgrade Comentário:
(C) downfile e um upfile Expressão =MÉDIA(A1:A3)
(D) upgrade e um downgrade São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média é divi-
(E) upload e um download dido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
Resposta: “E”. Expressão =MENOR(B1:B3;2)
Comentários: Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor número, que
 Up – Cima / Down – baixo  / Load – Carregar; seria o número 1. Para facilitar coloque esses números em ordem
Upload – Carregar para cima (enviar). crescente.
Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”) Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior número, que
17- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011) Assinale seria o número 2. Para facilitar coloque esses números em ordem
a alternativa que contém os nomes dos menus do programa decrescente.
Microsoft Word XP, em sua configuração padrão, que, respec-
tivamente, permitem aos usuários: (I) numerar as páginas do 19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II)
documento, (II) contar as palavras de um parágrafo e (III) adi-
cionar um cabeçalho ao texto em edição.
a) Janela, Ferramentas e Inserir.
b) Inserir, Ferramentas e Exibir.
c) Formatar, Editar e Janela.
d) Arquivo, Exibir e Formatar.
e) Arquivo, Ferramentas e Tabela.
Resposta: “B”
Comentário:
• Ação numerar - “INSERIR”
• Ação contar paginas - “FERRAMENTAS”
• Ação adicionar cabeçalho - “EXIBIR”

18- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011) a) 1


b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Resposta: “D”

Didatismo e Conhecimento 115


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Comentário: Resposta: “E”
Passo 1
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1 Comentário:

21- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No âmbito


das URLs, considere o exemplo: protocolo://xxx.yyy.zzz.br. O
domínio de topo (ou TLD, conforme sigla em inglês) utilizado
para classificar o tipo de instituição, no exemplo dado acima,
éo
Passo 2 a) protocolo.
que foi propagada pela alça de preenchimento para A2 e A3 b) xxx.
c) zzz.
d) yyy.
e) br.
Resposta: “C”
Comentários:
a) protocolo. protocolo HTTP
b) xxx. o nome do domínio
c) zzz. o tipo de domínio
d) yyy. subdomínios
e) br. indicação do país ao qual pertence o domínio

22. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Analise a


régua horizontal do Microsoft Word, na sua configuração pa-
drão, exibida na figura.
Click na imagem para melhor visualizar
Passo 3
Assim, a célula com interrogação (A3) apresenta, após a pro-
pagação, o resultado

Assinale a alternativa que contém apenas os indicadores


de tabulação.
(A) II, III, IV e V.
(B) III e VI.
(C) I, IV e V.
(D) III, IV e V.
(E) I, II e VI.

Resposta: D

20- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No PowerPoint


2007, a inserção de um novo comentário pode ser feita na guia
a) Geral.
b) Inserir.
c) Animações.
d) Apresentação de slides.
e) Revisão.

Didatismo e Conhecimento 116


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Comentário:

Você pode usar a régua para definir tabulações manuais no


lado esquerdo, no meio e no lado direito do documento.
Obs.: Se a régua horizontal localizada no topo do documento
não estiver sendo exibida, clique no botão Exibir Régua no topo
da barra de rolagem vertical.
É possível definir tabulações rapidamente clicando no seletor
de tabulação na extremidade esquerda da régua até que ela exiba
o tipo de tabulação que você deseja. Em seguida, clique na régua
no local desejado.
Uma tabulação Direita define a extremidade do texto à direi-
ta. Conforme você digita, o texto é movido para a esquerda.
Uma tabulação Decimal alinha números ao redor de um pon-
to decimal. Independentemente do numero de dígitos, o ponto de-
cimal ficará na mesma posição.
Uma tabulação Barra não posiciona o texto. Ela insere uma
barra vertical na posição de tabulação.

23. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Uma Nesta questão, foram colocadas várias funções, destrincha-
planilha do Microsoft Excel, na sua configuração padrão, pos- das no exemplo acima (arredondamento, mínimo e somatório) em
sui os seguintes valores nas células: B1=4, B2=1 e B3=3. A fór- uma única questão. A função ARRED é para arredondamento e
mula =ARRED(MÍNIMO(SOMA (B1:B3)/3;2,7);2) inserida pertence a mesma família de INT(parte inteira) e TRUNCAR (par-
na célula B5 apresentará o seguinte resultado: te do valor sem arredondamento). A resposta está no item 2 que in-
(A) 2 dica a quantidade de casas decimais. Sendo duas casas decimais,
(B) 1,66 não poderia ser letra A, C ou D. A função SOMA efetua a soma
(C) 2,667 das três células (B1:B3->B1 até B3). A função MÍNIMO descobre
(D) 2,7 o menor entre os dois valores informados (2,66666 - dízima pe-
(E) 2,67 riódica - e 2,7). A função ARRED arredonda o número com duas
casas decimais.
Resposta: E
Considere a figura que mostra o Windows Explorer do Mi-
Comentário: crosoft Windows XP, em sua configuração original, e responda
às questões de números 24 e 25.

Didatismo e Conhecimento 117


NOÇÕES DE INFORMÁTICA
24. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) O arqui-
vo zaSetup_en se encontra
(A) no disquete.
(B) no DVD.
(C) em Meus documentos.
(D) no Desktop.
(E) na raiz do disco rígido.
Resposta: E

Comentário:
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas
em seu computador e todos os arquivos e pastas localizados em
cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e
mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O pai-
nel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra
todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desk-
top (também tratada como uma pasta); O painel da direita exibe
o conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de maneira
idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Computador,
como padrão ele traz a janela sem divisão, as é possível dividi-la
também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas)

25. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ao se


clicar em , localizado abaixo do menu Favoritos, será fe-
chado
(A) o Meu computador.
(B) o Disco Local (C:).
(C) o painel Pastas.
(D) Meus documentos.
(E) o painel de arquivos.

Resposta: C

Comentário:

Este botão, contido na barra de ferramentas, exibe/ oculta o


painel PASTAS.

Didatismo e Conhecimento 118


NORMAS PERTINENTES
À PMTO
NORMAS PERTINENTES À PMTO
X - efetuar o patrulhamento aéreo no âmbito de sua com-
LEI COMPLEMENTAR Nº 79, DE 27/04/2012 – petência.
DISPÕE SOBRE AORGANIZAÇÃO BÁSICADA Art. 3º A PMTO é subordinada diretamente ao Chefe do Poder
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO TOCAN- Executivo.
TINS, E ADOTA OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA POLÍCIA MILITAR

LEI COMPLEMENTAR Nº 79, DE 27 DE ABRIL DE 2012. Seção I


Publicada no Diário Oficial nº 3.617 Da Estrutura Geral

Dispõe sobre a organização básica da Polícia Militar do Esta- Art. 4º A PMTO é estruturada em órgãos de direção, de apoio,
do do Tocantins, e adota outras providências. de execução e especiais.

O Governador do Estado do Tocantins: Art. 5º Os órgãos de direção realizam o comando e a adminis-


Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado do Tocan- tração da Corporação.
tins decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
Art. 6º Os órgãos de apoio realizam e assessoram a atividade-
CAPÍTULO I meio da Corporação, atendendo às necessidades administrativas,
DA DESTINAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR, de assessoramento técnico, de pessoal, de ensino e instrução, de
DAS MISSÕES E DA SUBORDINAÇÃO semoventes e de material da PMTO, atuando em cumprimento às
diretrizes e ordens dos órgãos de direção.
Art. 1º A Polícia Militar do Estado do Tocantins - PMTO, ins-
tituição permanente, força auxiliar e reserva do Exército Brasilei- Art. 7º Os órgãos de execução são constituídos pelas unida-
ro, organizada com base na hierarquia e na disciplina militares, des operacionais da Corporação e realizam as atividades-fim da
destina-se à preservação da ordem pública e à realização do poli- PMTO; cumprem as missões ou a destinação da Corporação, exe-
ciamento ostensivo no território do Estado do Tocantins. cutando as diretrizes e ordens emanadas dos órgãos de direção,
amparados pelos órgãos de apoio.
Art. 2º Compete à PMTO:
I - planejar, organizar, dirigir, supervisionar, coordenar, Seção II
controlar e executar as ações de polícia ostensiva e de preservação Dos Órgãos de Direção
da ordem pública;
II - executar, com exclusividade, ressalvadas as missões
peculiares às Forças Armadas, o policiamento ostensivo fardado Art. 8º Compete aos órgãos de direção:
para prevenção e repressão dos ilícitos penais e infrações definidas I - o comando, a administração e o planejamento geral,
em lei, bem como as ações necessárias ao pronto restabelecimento com vistas à organização da Corporação;
da ordem pública; II - o acionamento, por meio de diretrizes e ordens, dos ór-
III - atuar de maneira preventiva, repressiva ou dissuasiva gãos de apoio e dos de execução;
em locais ou áreas específicas em que ocorra ou se presuma possí- III - a coordenação, o controle, a fiscalização e a atuação dos
vel a perturbação da ordem pública; órgãos de apoio e os de execução.
IV - exercer o policiamento ostensivo e a fiscalização de
trânsito nas rodovias estaduais e, no limite de sua competência, Art. 9º Os órgãos de direção compõem o Comando Geral da
nas vias urbanas e rurais, além de outras ações destinadas ao cum- Corporação que se constitui do:
primento da legislação de trânsito; I - Comandante Geral; II - Estado Maior.
V - desempenhar, nos limites de sua competência, a polí-
cia administrativa do meio ambiente, na fiscalização, constatação Art. 10. O Comandante Geral, responsável superior pelo co-
e autuação de infrações ambientais e outras ações pertinentes, e mando, pela administração e pelo emprego da Corporação é no-
colaborar com os demais órgãos ambientais na proteção do meio meado por ato do Chefe do Poder Executivo, dentre os Coronéis
ambiente; da ativa diplomados em Curso Superior de Polícia, pertencentes
VI - proceder, nos termos da lei, à apuração das infrações ao Quadro de Oficiais Policiais Militares - QOPM do Estado do
penais de competência da polícia judiciária militar; Tocantins.
VII - planejar e realizar ações de inteligência destinadas à Parágrafo único. O Comandante Geral é auxiliado pelo Estado
prevenção criminal e ao exercício da polícia ostensiva e da preser- Maior.
vação da ordem pública na esfera de sua competência;
VIII- realizar a guarda externa de estabelecimentos penais e as Art. 11. O Estado Maior é o responsável perante o Coman-
missões de segurança de dignitários em conformidade com a lei;
dante Geral por ações de planejamento, estudo, orientação, coor-
IX - garantir o exercício do poder de polícia pelos Poderes e denação, fiscalização e controle das atividades da PMTO, caben-
Órgãos Públicos do Estado, especialmente os das áreas fazendária,
do-lhe a formulação de diretrizes, ordens e normas gerais de ação
sanitária, de uso e ocupação do solo, do patrimônio cultural e do
do Comandante Geral no acionamento dos órgãos de apoio e de
meio ambiente;
execução, no cumprimento de suas missões.

Didatismo e Conhecimento 1
NORMAS PERTINENTES À PMTO
§1º O Estado Maior é composto pelas seguintes seções: IV - Assessoria de Comunicação - ASCOM;
I - 1a Seção (PM/1): responsável pelo planejamento de ma- V - Assessoria Jurídica - AJUR;
térias relativas à gestão profissional e à legislação; VI - Assessoria junto à Assembleia Legislativa - AAL;
II - 2a Seção (PM/2): responsável pelo planejamento das VII - Assessoria junto à Prefeitura Municipal de Palmas -
atividades de inteligência, contra-inteligência, guarda e manuten- APMP;
ção de documentos e arquivos sigilosos; e por confeccionar o bo- VIII- Assessoria junto à Secretaria da Segurança Pública -
letim geral reservado da Corporação; ASESP;
III - 3a Seção (PM/3): responsável pelo planejamento dos IX - Assessoria junto à Secretaria do Trabalho e da Assistên-
assuntos relativos à articulação operacional, à administração e ao cia Social - ASETAS;
controle das operações policiais militares; e pelos estudos, doutri- X - Assessoria junto ao Ministério Público Estadual - AMP;
na e pesquisas relativas à preservação da ordem pública, ao poli- XI - Assessoria junto ao Tribunal de Contas do Estado - ATCE;
ciamento ostensivo e à padronização de procedimentos operacio- XII - Assessoria junto ao Tribunal de Justiça do Estado - ATJ;
nais da Corporação; XIII- Assessoria junto ao Departamento Estadual de
IV - 4a Seção (PM/4): responsável pelo planejamento das Trânsito - ADET;
matérias relativas à logística, à infraestrutura e ao controle patri- XIV- Assessoria Técnica de Informática e Telecomu-
monial da Corporação; nicações - ATIT;
V - 5a Seção (PM/5): responsável pelo planejamento das XV - Capelania Militar - CAPMIL;
atividades de comunicação social, publicidade, relacionamento XVI- Comissão de Promoção de Oficiais - CPO;
com a mídia, cerimonial, eventos e marketing institucional; XVII- Comissão de Promoção de Praças - CPP;
VI - 6a Seção (PM/6): responsável pelo planejamento das XVIII- Comissão Permanente de Medalhas - CPM;
matérias relativas ao orçamento e às finanças da Corporação; XIX- Corregedoria Geral - CORREG;
VII - 7a Seção (PM/7): responsável pelo planejamento das XX - Diretoria de Apoio Logístico - DAL;
matérias relativas: a) às atividades de informática e teleco- XXI- Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa -
municação; DEIP;
b) à elevação da qualidade dos serviços, no âmbito de suas XXII- Diretoria de Gestão Profissional - DGP;
atribuições, através da eficiência e da economicidade das ativida- XXIII- Diretoria de Orçamento e Finanças - DOF;
des administrativas e operacionais da Corporação. XXIV- Diretoria de Saúde e Promoção Social - DSPS;
§2º O Chefe da PM/5 acumula a função de Assessor de Co-
XXV- Núcleo Setorial de Controle Interno - NUSCIN.
municação.
§1º Os órgãos de apoio previstos nos incisos VI a VIII e X a
§3º O Chefe da PM/7 acumula a função de Assessor Técnico
XIII deste artigo auxiliam o Comando Geral da Corporação quan-
de Informática e Telecomunicações.
to às matérias de interesse institucional, a cargo dos respectivos
órgãos.
Art. 12. O Chefe do Estado Maior é o principal assessor do
§2º A assessoria de que trata o inciso IX deste artigo auxilia o
Comandante Geral, competindo-lhe a direção, orientação, coorde-
nação e fiscalização dos trabalhos do Estado Maior, cumulativa- Comando Geral junto ao Programa Pioneiros Mirins.
mente com a função de Subcomandante Geral da PMTO. §3º A CAPMIL, regulada por ato do Chefe do Poder Execu-
§1º O Chefe do Estado Maior substitui o Comandante Geral tivo, vincula-se diretamente ao Comando Geral na condição de
em seus impedimentos legais e eventuais. órgão de assistência religiosa aos Militares, vedada a prática obri-
§2º O Chefe do Estado Maior é nomeado por ato do Chefe do gatória de qualquer culto.
Poder Executivo mediante indicação do Comandante Geral, dentre
os Coronéis da ativa pertencentes ao QOPM e tem precedência Art. 15. Ao GCG, diretamente subordinado ao Comandante
funcional sobre os demais Policiais Militares, exceto sobre o Co- Geral, cabe a:
mandante Geral. I - assistência ao Comandante Geral, Chefe do Estado
Maior e Subchefe do Estado Maior, quanto ao assessoramento di-
Art. 13. O Subchefe do Estado Maior substitui o Chefe do reto, imediato e de caráter pessoal no desempenho de suas funções;
Estado Maior em seus impedimentos legais e eventuais. II - intermediação de contatos com os órgãos internos e ex-
Parágrafo único. O Subchefe do Estado Maior é nomeado por ternos.
ato do Chefe do Poder Executivo mediante indicação do Coman- Parágrafo único. O GCG é chefiado por um Oficial Superior
dante Geral, dentre os Coronéis do QOPM da Corporação e tem da ativa da Corporação, de livre escolha do Comandante Geral.
precedência funcional sobre os demais Policiais Militares, exceto
sobre o Comandante Geral e o Chefe do Estado Maior. Art. 16. A APMT, vinculada tecnicamente à DEIP, é respon-
sável por formar, aperfeiçoar e especializar Oficiais e Praças da
Seção III Corporação e de coirmãs.
Dos Órgãos de Apoio Parágrafo único. Podem ser criados, por ato do Comandante
Geral, Núcleos de Formação, Aperfeiçoamento e Especialização -
NFAE nas Unidades da Corporação, vinculados à DEIP.
Art. 14. São órgãos de apoio da PMTO:
I - Gabinete do Comandante Geral - GCG; Art. 17. A AG é responsável pela administração do Quartel e
II - Academia Policial Militar Tiradentes - APMT; da Banda de Música do Comando Geral e pela coordenação das
III - Ajudância Geral - AG; demais Bandas de Músicas.

Didatismo e Conhecimento 2
NORMAS PERTINENTES À PMTO
Parágrafo único. O Ajudante Geral acumula a função de Co- Art. 28. A DOF é responsável pela execução, coordenação,
mandante do Quartel do Comando Geral - QCG. fiscalização, acompanhamento e controle das matérias relativas às
atividades de administração financeira, orçamentária e contábil da
Art. 18. A ASCOM é responsável pela execução das ativida- Corporação.
des de comunicação social, publicidade, relacionamento com a
mídia, cerimonial, eventos e marketing institucional. Art. 29. A DSPS é responsável pela execução, coordenação,
fiscalização, acompanhamento e controle das matérias relativas
Art. 19. A AJUR é órgão de assessoramento direto e imediato aos serviços de saúde e à promoção social dos Policiais Milita-
ao Comandante Geral. res estaduais ativos e inativos, seus dependentes e pensionistas,
cabendolhe manter a DGP permanentemente informada das situa-
Art. 20. A ATIT é responsável pela execução das matérias re- ções de afastamentos de Policiais Militares.
lativas à informática e às telecomunicações. Parágrafo único. A Junta Militar Central de Saúde - JMCS,
composta por Oficiais do Quadro de Saúde ou por profissionais ci-
Art. 21. A CPO é responsável pelas matérias relativas à pro- vis, subordinada DSPS, é responsável pela execução das inspeções
moção de Oficiais. de saúde de interesse da PMTO.

Art. 22. A CPP é responsável pelas matérias relativas à pro- Art. 30. O NUSCIN, órgão de assessoramento direto ao Co-
moção de Praças. mandante Geral, é responsável pelas providências referentes à de-
fesa do patrimônio público no âmbito da Corporação.
Art. 23. A CPM é responsável pelas matérias relativas à con-
cessão de medalhas no âmbito da Corporação. Art. 31. Cabe ao Comandante Geral instituir assessorias e
comissões, de caráter temporário, que se tornem necessárias ao
Art. 24. A CORREG, órgão técnico subordinado ao Coman- desenvolvimento dos serviços da Corporação, desde que não im-
dante Geral, com atuação em todo Estado, tem por finalidade: pliquem aumento de despesa.
I - assegurar a correta aplicação da lei;
Art. 32. As funções de diretores e chefes da Seção do Estado
II - padronizar os procedimentos de Polícia Judiciária Mi-
Maior são exclusivas do posto de Coronel ou Tenente-Coronel do
litar e de processos e procedimentos administrativos disciplinares;
QOPM.
III - realizar correições e fiscalizações; Parágrafo único. A DSPS é dirigida por um Coronel ou Tenen-
IV - garantir a preservação dos princípios da hierarquia e te-Coronel do QOS ou, excepcionalmente, do QOPM.
disciplina da Corporação.
§1º O Corregedor Geral:
Seção IV
I - é escolhido e nomeado pelo Comandante Geral dentre Dos Órgãos Especiais
os Coronéis do QOPM;
II - tem precedência funcional sobre os demais Policiais
Militares, exceto sobre o Comandante Geral, o Chefe do Estado Art. 33. Os Colégios Militares são órgãos especiais da PMTO.
Maior e o Subchefe do Estado Maior.
§2º O QCG, a APMT e todos os Batalhões e Companhias In- Seção V
dependentes da PMTO contam com corregedorias locais, subor- Dos Órgãos de Execução
dinadas aos respectivos comandantes e vinculadas tecnicamente à
Corregedoria Geral.
Art. 34. Os órgãos de execução da PMTO são constituídos pe-
Art. 25. A DAL é responsável pela execução, coordenação, las Unidades Policiais Militares - UPM, encarregadas de executar
fiscalização, acompanhamento e controle das matérias relativas às as atividades-fim da Corporação em determinada área ou especia-
atividades de suprimento e manutenção de material, de obras e de lidade.
patrimônio.
Art. 35. Incluem-se entre as UPM:
Art. 26. A DEIP é responsável pelo planejamento, execução, I - o Comando de Policiamento - CP;
coordenação, fiscalização, acompanhamento e controle das ma- II - o Batalhão de Polícia Militar - BPM;
térias relativas ao ensino, instrução e pesquisa desenvolvidos na III - a Companhia Independente de Polícia Militar - CIPM.
Corporação. §1º As UPM dividem-se em subunidades.
§2º O Quartel do Comando Geral é considerado unidade ad-
Art. 27. Cabe à DGP: ministrativa da Corporação.
I - a execução, a coordenação, a fiscalização, o acompa-
nhamento e o controle das matérias relacionadas aos profissionais Art. 36. O CP é o escalão intermediário de comando responsá-
em trabalho na Corporação; vel pela coordenação das atividades operacionais em determinada
II - o assessoramento de Comissões; região, abrangendo BPM, CIPM e atividades de policiamento es-
III - a identificação e a expedição da identidade funcional pecializado.
dos Policiais Militares. Parágrafo único. O CP constitui-se de:

Didatismo e Conhecimento 3
NORMAS PERTINENTES À PMTO
I - um Comandante; Seção VI
II - um Subcomandante; Da Gestão Profissional
III - um Estado Maior;
IV - Pelotão de Comando e Serviços - PCS. Art. 43. Os profissionais da PMTO compreendem:

Art. 37. O BPM é a unidade encarregada da execução das ati- I - o pessoal ativo:
vidades de policiamento ostensivo, em determinada área ou em a) os Oficiais do:
serviço especializado, recebendo a respectiva denominação prece- 1. Quadro de Oficiais Policiais Militares - QOPM: com-
dida do numeral ordinal cronológico de criação. posto por Oficiais da carreira de combatentes, diplomados em
Parágrafo único. O BPM constitui-se de: Curso de Formação de Oficiais de Academia de Polícia Militar ou
I - um Comandante; de Unidade de Ensino Militar equivalente, iniciando a carreira no
II - um Subcomandante; Posto de 2o Tenente, após o aspirantado, podendo alcançar o Posto
III - um Estado Maior; de Coronel PM;
IV - Companhia - Cia PM; 2. Quadro de Oficiais de Saúde - QOS: constituído de Ofi-
V - Pelotão de Comando e Serviços - PCS; ciais de formação superior, admitidos mediante concurso público
VI - Destacamento - DPM; VII - Subdestacamento - SDPM. específico, nas áreas de Medicina, Odontologia, Serviço Social,
Bioquímica ou Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisiotera-
Art. 38. A CIPM: pia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Psicologia, Nutrição e
I - encarrega-se de atribuições peculiares de BPM que não es- Educação Física, iniciando a carreira no Posto de 2o Tenente, após
tejam incluídas na área da circunscrição deste; II - constitui-se de: o aspirantado;
a) um Comandante; 3. Quadro de Oficiais Especialistas - QOE: composto por
b) um Subcomandante; Oficiais de formação superior, admitidos mediante concurso pú-
c) um Estado Maior; blico específico, nas áreas de Administração, Direito, Economia,
d) Pelotão de Comando e Serviços - PCS; Ciências Contábeis, Pedagogia, Engenharia, Tecnologia da Infor-
mação e Teologia, iniciando a carreira no Posto de 2o Tenente, após
e) Destacamento - DPM; o aspirantado, podendo alcançar o Posto de Major PM;
f) Subdestacamento - SDPM. 4. Quadro de Oficiais de Administração - QOA: formado
por Oficiais habilitados em Curso de Habilitação de Oficiais de
Art. 39. A disposição e o efetivo de cada UPM operacional se
Administração, admitidos mediante seleção específica, dentre os
constituem em função das necessidades, das características fisio-
Subtenentes e Sargentos do QPPM habilitados em Curso de Aper-
gráficas, psicossociais, políticas e econômicas das áreas, subáreas
feiçoamento de Sargentos, podendo alcançar o Posto de Major PM;
ou setores de sua responsabilidade. 5. Quadro de Oficiais Músicos - QOM: formado por Ofi-
§1º São disposições de um BPM: ciais habilitados em Curso de Habilitação de Oficiais Músicos,
I - possuir duas até seis Companhias; admitidos mediante seleção específica, dentre os Subtenentes e
II - cada Companhia possuir dois a seis Pelotões; Sargentos do QPE, podendo alcançar o Posto de Major PM; b) as
III - cada Pelotão possuir dois a seis Destacamentos PM- Praças do:
DPM ou Subdestacamentos PM-SDPM; 1. Quadro de Praças Especiais Policiais Militares - QPES:
IV - cada Destacamento PM ou Subdestacamento PM man- constituído pelos Aspirantes a Oficiais e Cadetes;
ter três praças no mínimo, um deles graduado. 2. Quadro de Praças Policiais Militares - QPPM: consti-
§2º Constitui a CIPM: tuído por Praças da carreira de combatentes, admitidos mediante
I - de dois a seis Pelotões; concurso público para ingresso na Graduação de Soldado PM, po-
II - cada Pelotão, de dois a seis DPM ou SDPM; dendo alcançar a Graduação de Subtenente PM;
III - cada DPM ou SDPM, manter três Praças ou mais, um 3. Quadro de Praças Especialistas - QPE: constituído por
deles graduado. Praças, admitidas mediante concurso público específico, na área
técnica de música, para ingresso na Graduação de Soldado PM,
Art. 40. O desdobramento das OM, em todos os níveis, no podendo alcançar a Graduação de Subtenente PM;
território do Estado do Tocantins, consta do Plano de 4. Quadro de Praças de Saúde - QPS: constituído por Pra-
Articulação, elaborado pelo Estado Maior e aprovado por ato ças, admitidas mediante concurso público específico, na área técni-
do Comandante Geral da Polícia Militar. ca de enfermagem e de radiologia, e outras especialidades técnicas
de saúde, para ingresso na Graduação de Soldado PM, podendo
Art. 41. Sempre que o policiamento exigir, podem ser cria- alcançar até a Graduação de Subtenente PM; II - o pessoal inativo:
dos, a critério do Comandante Geral, Comandos Regionais de Po- a) da reserva remunerada: Oficiais e Praças transferidos
liciamento - CRP, escalões intermediários, subordinados respec- para a reserva remunerada;
tivamente ao Comando de Policiamento da Capital - CPC e ao b) reformados: Oficiais e Praças reformados.
Comando de §1º Os Oficiais integrantes do Quadro de Especialistas e do
Policiamento do Interior - CPI. Quadro de Administração, juntamente com as Praças do Quadro de
Praças Especialistas, podem, a critério do Comando Geral e me-
Art. 42. Cabe ao Comandante Geral avaliar a necessidade do diante planejamento próprio, ser instruídos, mobilizados, coloca-
desmembramento de um Batalhão em duas ou mais áreas de novos dos de prontidão ou convocados para trabalhos específicos, desde
Batalhões ou Companhias Independentes. que recebam o treinamento necessário.

Didatismo e Conhecimento 4
NORMAS PERTINENTES À PMTO
§2º A carreira dos Oficiais pertencentes ao QOS pode alcan-
çar o Posto de: LEI Nº. 2.578, DE 20/04/2012 – DISPÕE SOBRE
I -Coronel, para os Oficiais com formação superior nas
áreas de Medicina e Odontologia; O ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES E
II -Major, para os Oficiais com formação superior nas de- BOMBEIROS MILITARES DO ESTADO DO TO-
mais áreas. CANTINS, EADOTAOUTRAS PROVIDÊNCIAS.
§3º Compete aos Oficiais do:
I -QOPM: realizar o comando, a chefia e a direção dos ór-
gãos que compõem a estrutura organizacional da PMTO;
II - QOS: realizar os serviços respectivos de cada habilita-
ção na área da saúde além de outros encargos próprios da carreira LEI Nº 2.578, DE 20 DE ABRIL DE 2012.
militar; Publicada no Diário Oficial nº 3.612
III QOE: exercer as atividades técnico-administrativas ine-
rentes a habilitação específica e assistência religiosa para os Ofi- Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais Militares e Bombeiros
ciais Capelães, além de outros encargos próprios da carreira mi- Militares do Estado do Tocantins, e adota outras providências.
litar;
IV QOA: exercer as atividades administrativas definidas no O Governador do Estado do Tocantins
Quadro de Organização e Distribuição do Efetivo - QOD, além de Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado do Tocan-
outros encargos próprios da carreira militar; tins decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
V QOM: sem prejuízo da execução da habilidade instru-
mental, chefiar atividades administrativas e exercer a regência nas
bandas de música, funções definidas no QOD, além de outros en- CAPÍTULO I
cargos próprios da carreira militar. DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 44. O efetivo da PMTO é fixado em lei. Art. 1º A presente Lei regula o ingresso na Corporação, a
relação jurídica funcional, os direitos, as obrigações, a ética e as
Art. 45. Respeitado o efetivo fixado em lei, cabe ao Chefe do prerrogativas dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado do
Poder Executivo aprovar o QOD. Tocantins.
CAPÍTULO III Art. 2º A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar são
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAIS
instituições permanentes, reserva do Exército Brasileiro, direta-
Art. 46. O Comandante Geral pode utilizar, na forma da lei, mente subordinadas ao Governador do Estado.
o profissional civil necessário aos serviços gerais e de natureza
técnica ou especializada. Art. 3º Compete, em todo o território tocantinense:
I - à Polícia Militar o exercício da polícia ostensiva e a
Art. 47. Ato do Chefe do Poder Executivo, mediante proposta preservação da ordem pública;
do Comandante Geral, pode dispor sobre a criação, transformação, II - ao Corpo de Bombeiros Militar as atribuições previstas
extinção, denominação, localização e estruturação dos órgãos da em leis específicas e as ações de defesa civil.
PMTO, de acordo com a organização básica prevista nesta Lei e
dentro dos limites fixados na lei de efetivos. Art. 4º Os militares, em razão da destinação constitucional da
Corporação, e em decorrência das leis vigentes, constituem cate-
Art. 48. A Casa Militar é regida por legislação especial.
goria de agente público estadual, denominado militar, na confor-
Art. 49. Cabe aos chefes, diretores, assessores ou comandan- midade do art. 42 da Constituição Federal.
tes de UPM propor ao Comandante Geral, em noventa dias, o re- Parágrafo único. Os militares estaduais encontram-se em uma
gulamento dos serviços do respectivo órgão de direção, apoio ou das seguintes situações:
execução. I - na ativa:
a) militares estaduais de carreira;
Art. 50. Os meios de comunicação oficial da PMTO são o Bo- b) integrantes da reserva remunerada, quando convocados;
letim Geral e o Boletim Reservado. II - na inatividade:
Parágrafo único. Ato do Comandante Geral dispõe sobre o a) reserva remunerada, quando recebam proventos do Es-
detalhamento do conteúdo da publicação de cada boletim de que tado, sujeitos à prestação de serviços na ativa, mediante aceitação
trata este artigo.
voluntária, após convocação;
Art. 51. Revoga-se a Lei Complementar 44, de 3 de abril de b) reformados, quando, tendo passado por uma das situa-
2006. ções anteriores, estejam dispensados definitivamente da prestação
Art. 52. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. de serviço na ativa, mas continuam a receber proventos do Estado.
Palácio Araguaia, em Palmas, aos 27 dias do mês de março de
2012; 191º da Independência, 124º da República e 24º do Estado. Art. 5º O serviço policial militar consiste no exercício de ativi-
dades inerentes à Polícia Militar, e compreende todos os encargos
JOSÉ WILSON SIQUEIRA CAMPOS relacionados ao policiamento ostensivo e à manutenção da ordem
Governador do Estado pública.

Didatismo e Conhecimento 5
NORMAS PERTINENTES À PMTO
Art. 6º O serviço bombeiro militar consiste no exercício de IX - Função Militar: é o exercício das atribuições inerentes
atividades destinadas a preservar a ordem pública consubstanciada ao cargo, comissão, encargo ou incumbência;
em ações de tranquilidade, salubridade e paz social no Estado. X - Adição: é o ato administrativo que vincula o militar a
uma OM, sem integrá-lo ao seu efetivo, ficando subordinado ao
Art. 7º A carreira militar estadual é caracterizada por atividade comando desta para todos os fins;
continuada e inteiramente devotada às finalidades das instituições XI - Inclusão ou Nomeação: é o ato administrativo pelo qual
militares estaduais, na conformidade do art. 117 da Constituição o candidato habilitado em concurso público específico é admitido
Estadual e da legislação pertinente.
na Corporação;
Parágrafo único. A carreira militar estadual é privativa do pes-
soal da ativa. XII - Declaração: é o ato administrativo pelo qual o Cadete é
elevado a Aspirante a Oficial, após conclusão, com aproveitamen-
Art. 8º São equivalentes as expressões: to, do respectivo curso de formação;
I - na ativa; XIII- Movimentação: é a denominação genérica do ato admi-
II - da ativa em serviço ativo; nistrativo que implica uma das seguintes situações:
III - em serviço na ativa; a) Classificação: é a modalidade de movimentação que lota
IV - em serviço; o militar em uma OM, em decorrência de promoção, reversão, tér-
V - em atividade; mino de licença, conclusão ou interrupção de curso;
VI - em atividade militar estadual, conferida ao militar no b) Transferência: é a modalidade de movimentação, com
desempenho de: a) cargo; animus de definitividade, de uma para outra OM ou, no âmbito de
b) comissão; uma OM, de uma para outra fração, destacada ou não, e pode ser
c) incumbência ou missão; feita por necessidade do serviço ou a bem da disciplina, ou ainda
d) serviço ou atividade considerada de natureza militar. por interesse próprio a requerimento do interessado;
Parágrafo único. É de natureza militar e considerado integran-
te dos quadros de organização da Corporação a função ou cargo c) Nomeação: é a modalidade de movimentação, fora do
para o qual o interesse público e a conveniência administrativa âmbito da OM, em que a função, comissão, encargo e incumbência
recomendem a nomeação de militar do Estado. a ser ocupado pelo militar é nela especificado;
d) Designação: é a modalidade de movimentação do militar
Art. 9º A situação jurídica dos militares estaduais é definida para realizar curso ou estágio ou exercer função especificada no
pelos dispositivos constitucionais aplicáveis, por esta Lei e pela le- âmbito da OM;
gislação que lhes outorguem direitos e prerrogativas e imponham XIV - Almanaque: documento que contém a escala hierárqui-
deveres e obrigações. ca constituída por militares da ativa de um determinado posto ou
graduação de um Quadro, posicionados em ordem decrescente de
Art. 10. Para os efeitos desta Lei, adotam-se as seguintes con- antiguidade e numerados de um até o limite de vagas estabelecidas
ceituações: por lei de fixação do efetivo;
I - Comandante: é o título genérico dado ao militar esta- XV - Excedente: situação especial e transitória a que, auto-
dual, correspondente ao de diretor, chefe ou outra denominação
maticamente, passa o militar da ativa quando, sendo o mais mo-
que venha a ter aquele que, investido de autoridade decorrente de
leis e regulamentos, for responsável pela administração, emprego, derno da respectiva escala hierárquica, ultrapasse o efetivo de seu
instrução e disciplina de uma Organização Militar (OM); Quadro, em virtude de promoção de outro militar mais antigo em
II - Missão, Tarefa ou Atividade: é o dever advindo de uma ressarcimento de preterição ou, ainda, outro caso previsto em lei;
ordem específica de comando, direção ou chefia; XVI- Licenciamento: o pedido de exoneração das praças;
III - Corporação: é a denominação dada, nesta Lei, à Polícia XVII-Trânsito: é o período de afastamento temporário do
Militar do Estado do Tocantins - PMTO e ao Corpo de Bombeiros serviço, concedido ao militar cuja movimentação implique, obri-
Militar do Estado do Tocantins- CBMTO; gatoriamente, mudança de município. Destina-se aos preparativos
IV - Organização Militar - OM: é a denominação dada à decorrentes da mudança.
Unidade Policial Militar - UPM e à Unidade de Bombeiro Militar
- UBM, administrativa ou operacional, da Corporação incluídas CAPÍTULO II
suas subunidades; DO INGRESSO NA CORPORAÇÃO
V - Sede: é todo o território do município no qual se locali-
zem as instalações administrativas de uma OM;
Art. 11. O ingresso na Corporação depende da aprovação em
VI - Serviço Ativo: é a situação do militar capacitado le- concurso público de provas ou de provas e títulos, com aplicação
galmente para o exercício de cargo, comissão, função ou encargo
militar; de exame de conhecimentos e habilidades, exame de capacidade
VII - Efetivo Serviço: é o efetivo desempenho de cargo, co- física, avaliação de saúde e psicológica, na forma prevista nesta
missão, encargo, incumbência, serviço, atividade, função de natu- Lei e no correspondente edital, exigindo-se ainda do candidato:
reza ou de interesse militar, previsto em leis ou outros dispositivos I - a nacionalidade brasileira;
legais; II - idade mínima de 18 anos, no ato da inclusão;
VIII -Comissão, Encargo e Incumbência: é o exer- III - idade máxima, no ato da inscrição no concurso público,
cício das atribuições que, pela generalidade, peculiaridade, dura- de 30 anos;
ção, vulto ou natureza das obrigações, não são catalogadas como IV - altura mínima de 1,63m, se do sexo masculino, e 1,60m,
posições titulares nos Quadros de Organização e Distribuições de se do sexo feminino;
Efetivo (QOD) da Corporação; V - onclusão do Ensino Médio;

Didatismo e Conhecimento 6
NORMAS PERTINENTES À PMTO
VI - idoneidade moral, comprovada mediante apresentação § 8º O militar reprovado no curso de que trata o §7º, deste
de certidões policial e judicial, na forma prevista em edital; artigo, é exonerado da Corporação ou reconduzido ao posto ou
VII - comprovação negativa de sentença condenatória, trân- graduação anterior.
sita em julgado, em âmbito penal, penal militar e eleitoral; § 9º A exoneração ou recondução prevista no parágrafo an-
VIII - estar em dia com as obrigações eleito- terior é precedida de sindicância instaurada para apurar os fatos
rais; que ensejaram a reprovação, assegurados o contraditório e a ampla
IX - se do sexo masculino, estar em dia com as obrigações defesa.
do serviço militar; § 10. As vagas para ingresso na Corporação, destinadas ao
X - pleno exercício dos direitos políticos; sexo feminino, são limitadas a 10% do total disponibilizado no
XI - estar compatibilizado para nova investidura em cargo concurso público.
público; § 11. O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se apli-
XII - não ser ex-aluno ou ex-agente público, civil ou militar, ca ao candidato pertencente aos Quadros da Corporação.
desligado, demitido ou exonerado por incompatibilidade ou moti- § 12. A idade fixada no inciso III do caput deste artigo para o
vo disciplinar; candidato pertencente aos Quadros da Corporação é de 32 anos.
XIII - procedimento irrepreensível e idoneidade mo- § 13. A regra estabelecida no §10 deste artigo não se aplica aos
ral ilibada, avaliados segundo normas baixadas pelo Comandante- Quadros de Especialistas e de Saúde.
Geral da Corporação. § 14. O acesso inicial ao Quadro de Oficiais Policiais Milita-
§ 1º O exame de conhecimentos e habilidades, de caráter eli- res - QOPM e ao Quadro de Oficiais Bombeiros Militares - QOBM
minatório e classificatório, é aplicado por meio de provas objeti- se dá na graduação de Cadete que, após a conclusão e aprovação
vas, discursivas, orais, práticas ou prático-orais, na forma desta Lei no Curso de Formação de Oficiais, é declarado Aspirante a Oficial.
e do correspondente edital. § 15. O acesso inicial aos Quadros de Oficiais de Saúde e Es-
§ 2º O exame de capacidade física, de caráter eliminatório, pecialistas -QOS se dá na graduação de Aspirante a Oficial.
consiste em exercícios variados, por sexo, estabelecidos no edital § 16. O acesso inicial aos Quadros de Praças se dá na gradua-
do concurso, que permitam avaliar a capacidade de realização de ção de Soldado.
esforços e a resistência à fadiga física dos candidatos. § 17. Não pode ingressar na Corporação e dela é demitido o
§ 3º A avaliação de saúde, de caráter eliminatório, consiste em
candidato que tenha exercido atividades prejudiciais ou danosas à
exames médicos, testes clínicos e exames laboratoriais, estabeleci-
segurança pública ou à segurança nacional.
dos no edital do concurso, à custa do candidato.
§ 18. O candidato é submetido à investigação social, de cará-
§ 4º A avaliação psicológica:
ter eliminatório, que se realiza durante o processo seletivo, até o
I - de caráter eliminatório, consiste em avaliação objetiva término do respectivo Curso de Formação ou Habilitação, poden-
e padronizada das características cognitivas e de personalidade dos
do vir a ser eliminado do concurso ou demitido, se não possuir
candidatos, mediante emprego de técnicas científicas, admitindo-
procedimento e idoneidade moral irrepreensíveis, nos termos do
se testes de personalidade, de inteligência, inventários e questioná-
rios, na conformidade do edital do concurso; respectivo edital.
II - é destinada a identificar os traços de personalidade in- § 19. Ao candidato regularmente matriculado no Curso de
compatíveis com os critérios de inclusão na Corporação, fundados Formação de Soldados, dentro do número de vagas previsto no
nas exigências funcionais e comportamentais do cargo a ser ocu- respectivo edital, é fornecido, durante o período do curso de for-
pado. mação profissional, o auxílio-financeiro de R$ 800,00.
§ 5º O candidato à graduação de Soldado PM/BM tem como
fase do certame o Curso de Formação de Soldados de caráter clas- Art. 12. O exercício das funções militares é privativo do mi-
sificatório e eliminatório. litar de carreira.
§ 6º Para os efeitos do §4o deste artigo, são considerados tra-
ços de personalidade incompatíveis para inclusão na Corporação: CAPÍTULO III
I - descontrole emocional; DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA
II - descontrole da agressividade;
III - descontrole da impulsividade; Art. 13. A hierarquia e a disciplina são a base institucional da
IV - alterações acentuadas da afetividade; Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, e a autoridade e
V - oposicionismo às normas sociais e figuras de autorida- a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
de; § 1º A hierarquia militar consiste na ordenação da autoridade
VI - dificuldade acentuada para estabelecer contato interpes- em níveis diferenciados, dentro da estrutura da Corporação.
soal; § 2º A ordenação a que se refere o §1º deste artigo se faz por
VII - funcionamento intelectual abaixo da média, associado postos ou graduações; e, dentro de um mesmo posto ou graduação,
a prejuízo no comportamento adaptativo e desempenho deficitário se faz pela antiguidade no posto ou na graduação.
de acordo com idade e grupamento social; § 3º O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de
VIII - distúrbio acentuado da energia vital, de forma acatamento à sequência de autoridade.
a comprometer a capacidade para ação, com depressão ou elação § 4º Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento inte-
acentuadas. gral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamen-
§ 7º Após o ingresso, o militar é submetido a curso de forma- tam a Corporação e coordenam o seu funcionamento regular e
ção ou habilitação específico, exceto quando se tratar de concurso harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por
para a graduação de Soldado. parte de todos e cada um de seus integrantes.

Didatismo e Conhecimento 7
NORMAS PERTINENTES À PMTO
§ 5º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos § 3º O grau hierárquico inicial e final dos diversos quadros da
em todas as circunstâncias da vida entre militares da ativa, da re- Corporação, bem como suas qualificações, são fixados, em cada
serva remunerada, reformados e de outras organizações militares. caso, na Lei de Organização Básica da Corporação.
§ 6º O regulamento disciplinar é baixado através de ato do § 4º Sempre que o militar da reserva remunerada ou reforma-
Chefe do Poder Executivo, com a observância das seguintes par- do fizer uso do posto ou graduação, deve mencionar sua respectiva
ticularidades: situação.
I - a pena disciplinar de prisão ou detenção não pode ser § 5º O aluno matriculado no Curso de Formação ou de Habi-
superior a trinta dias; litação de:
II - nenhuma punição disciplinar pode ser aplicada sem o I - Oficiais frequenta o círculo de Oficiais Subalternos;
devido processo legal e sem observância da ampla defesa e do con- II - Sargentos frequenta o círculo de Subtenentes e Sargen-
traditório; tos; III - Soldados frequenta o círculo de Cabos e Soldados.
III - ao militar estadual é assegurado o direito de recorrer § 6º O Quadro de Organização e Distribuição do Efetivo
das punições disciplinares, utilizando os recursos previstos nesta (QOD) da Corporação é estabelecido por ato do Chefe do Poder
Lei; Executivo.
IV - as penas disciplinares somente serão aplicadas visan-
do à manutenção da harmonia militar e ao exemplo que possa ser Art. 16. A antiguidade, em cada posto ou graduação, é contada
transmitido a todos os integrantes da Corporação; a partir da data da assinatura do ato da respectiva inclusão, promo-
V - a pena de demissão é aplicada ao militar não estável, ção, nomeação, declaração, ou reinclusão salvo quando taxativa-
após sindicância, e, ao estável, após submissão a Conselho de Jus- mente for fixada outra data ou critério estabelecido em lei.
tificação ou de Disciplina; § 1º A precedência entre militares da ativa, do mesmo grau
VI - as punições disciplinares a que estão sujeitos os milita- hierárquico, é assegurada pela antiguidade no posto ou na gradua-
res são as seguintes, em ordem de gravidade crescente: ção, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida em lei
a) advertência; ou regulamento.
b) repreensão; § 2º No caso de ser igual a antiguidade referida no caput deste
c) detenção; artigo, a antiguidade é estabelecida:
d) prisão; I - entre os militares do mesmo quadro, mediante classifi-
e) reforma disciplinar; cação final e geral do respectivo curso de formação ou habilitação;
f) demissão. II - nos demais casos, com base nos postos ou nas gradua-
ções anteriores. No desempate da antiguidade, recorre-se, sucessi-
Art. 14. Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência en-
vamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data da inclusão e à
tre os militares da mesma categoria e tem a finalidade de desenvol-
data de nascimento para definir a precedência e, neste último caso,
ver o espírito de camaradagem em ambiente de estima e confiança,
os mais velhos serão considerados mais antigos;
sem prejuízo do respeito mútuo.
III - entre os alunos dos cursos de formação ou habilitação
Art. 15. Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica dos de oficiais e de formação ou habilitação de soldados, de acordo
militares estaduais compreendem: com a ordem classificatória do respectivo concurso, válida para o
I - o Círculo de Oficiais Superiores: a) Coronel; primeiro ano do curso, e, nos demais anos, conforme classificação
b) Tenente-Coronel; prevista no regulamento do órgão de formação.
c) Major; § 3º Em igualdade de posto ou graduação:
II - o Círculo de Oficial Intermediário: Capitão; III - o Cír- I - os militares da ativa têm precedência sobre os inativos;
culo de Oficiais Subalternos: a) 1º Tenente; II - a precedência entre os militares da ativa e os da reserva
b) 2º Tenente; que estiverem convocados é definida pelo tempo de efetivo serviço
IV - Círculo de Praças Especiais: a) Aspirante a Ofi- no posto ou na graduação.
cial;
b) Aluno do Curso de Formação de Art. 17. A precedência entre as praças especiais e as demais
Oficiais, abrangendo: praças é assim regulada:
1. Cadete III; I - os Aspirantes a Oficial PM são hierarquicamente supe-
2. Cadete II; riores às demais praças;
3. Cadete I; II - o aluno do Curso de Formação de Oficiais é hierarqui-
V - o Círculo de Subtenentes e Sargentos: a) Subte- camente superior ao Subtenente;
nente; III - o aluno do Curso de Habilitação de Oficiais tem pre-
b) 1º Sargento; cedência hierárquica sobre o Subtenente, restrita ao período do
c) 2º Sargento; curso;
d) 3º Sargento; IV - o praça do Curso de Formação ou Habilitação de Cabos
VI - o Círculo de Cabos e Soldados: a) Cabo; e de Sargentos tem precedência hierárquica sobre seus pares, res-
b) Soldado. trita ao período do curso.
§ 1º Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do
Chefe do Poder Executivo. Art. 18. A Corporação mantém um assento individual no qual
§ 2º Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido por são registrados todos os dados referentes ao seu pessoal da ativa
ato do Comandante-Geral da Corporação. e da reserva.

Didatismo e Conhecimento 8
NORMAS PERTINENTES À PMTO
Art. 19. Os Alunos Oficiais são declarados Aspirantes a Ofi- Art. 28. Função militar é o exercício das obrigações inerentes
cial pelo Comandante-Geral da Corporação. ao cargo militar.
Parágrafo único. O aspirantado é o estágio probatório do Ofi-
cial. Art. 29. Dentro de uma mesma organização militar, a sequên-
cia de substituições, bem como as normas, atribuições e responsa-
Seção Única bilidades relativas, são estabelecidas na legislação específica, res-
Do Comando e da Subordinação peitadas a precedência e as qualificações exigidas para o exercício
de suas funções.
Art. 20. A subordinação não afeta a dignidade do militar e de-
corre, exclusivamente, da estrutura hierarquizada da Corporação. Art. 30. A contar da data da nomeação, o Oficial do último
posto da Corporação que tenha ocupado cargo, pelo período de
Art. 21. O Oficial é preparado, ao longo da carreira, para o dois anos, de Comandante-Geral, Chefe do Estado Maior ou Chefe
exercício do Comando, da Chefia e da Direção das organizações da Casa Militar não é obrigado a exercer, na Corporação, cargo
militares. ou função hierarquicamente inferior, podendo ser empregado em
outro órgão da estrutura do Estado.
Art. 22. Os Subtenentes e os Sargentos auxiliam e comple-
mentam as atividades dos Oficiais, quer no treinamento e no em- Art. 31. As obrigações que, pela generalidade, peculiaridade,
prego dos meios, quer na instrução e na administração, podendo, duração, vulto ou natureza, não sejam catalogadas como posições
também, ser empregados na execução de atividade-fim da Corpo- tituladas em Quadro de Organização, ou em outro dispositivo le-
ração. gal, são cumpridas como encargo, incumbência, comissão, serviço
Parágrafo único. No exercício das atividades mencionadas ou atividade militar ou de natureza militar.
neste artigo, e no comando de subordinados, os Subtenentes e Sar-
gentos deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo e pela capa- CAPÍTULO V
cidade profissional e técnica, incumbindo-lhes: DAS OBRIGAÇÕES DOS MILITARES
I - assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das
ordens, das regras de serviço e das normas operativas pelas praças
Seção I
que lhe estiverem diretamente subordinadas;
Do Valor Militar
II - a manutenção da coesão e do moral das mesmas praças,
em todas as circunstâncias.
Art. 32. São manifestações essenciais do valor militar:
Art. 23. Os cabos e soldados desempenham, essencialmente,
I - o sentimento de servir à comunidade, traduzido pela
vontade inabalável de cumprir o dever militar e pelo integral de-
atividades de execução.
votamento à manutenção da ordem pública mesmo com risco da
Art. 24. Às Praças Especiais cabe a rigorosa observância das própria vida;
prescrições dos regulamentos que lhes são pertinentes, exigindo- II - o civismo e o culto das tradições históricas;
se-lhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado técnico-pro- III - a fé na elevada missão da Corporação;
fissional. IV - o espírito de corpo, o orgulho do militar pela organiza-
ção a que serve;
Art. 25. Cabe ao militar a responsabilidade integral pelas de- V - o amor à profissão militar e o entusiasmo com que é
cisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar, exercida;
atendido o art. 38 do Código Penal Militar. VI - o aprimoramento técnico-profissional.

CAPÍTULO IV Seção II
DO CARGO E DA FUNÇÃO MILITAR ESTADUAL Da Ética Militar

Art. 26. Cargo militar é aquele que só pode ser exercido por Art. 33. O sentimento do dever, o denodo militar e o decoro da
militar em serviço ativo. classe impõem, a cada um dos integrantes da Corporação, condu-
§ 1º O cargo militar a que se refere este artigo é o que se en- tas moral e profissional irrepreensíveis, com a fiel observância dos
contra especificado no Quadro de Organização, ou previsto, carac- seguintes preceitos e deveres da ética militar:
terizado ou definido como tal, em outras disposições legais. I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento
§ 2º A cada cargo militar corresponde um conjunto de atribui- da dignidade;
ções, deveres e responsabilidades que se constituem em obriga- II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as fun-
ções do respectivo ocupante. ções que lhe couberem em decorrência do cargo, incutindo tam-
§ 3º As obrigações inerentes ao cargo militar devem ser com- bém o senso de responsabilidade em seus subordinados;
patíveis com o correspondente grau hierárquico e definidas em le- III - respeitar a dignidade da pessoa humana;
gislação ou regulamentação específica. IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as ins-
truções e as ordens das autoridades competentes;
Art. 27. Considera-se vago o cargo ocupado por militar extra- V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apre-
viado ou desertor. ciação do mérito dos subordinados;

Didatismo e Conhecimento 9
NORMAS PERTINENTES À PMTO
VI - zelar pelo preparo moral, intelectual e físico próprio e XXIX - procurar manter boas relações com outras ca-
dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão co- tegorias profissionais e elevar o conceito e os padrões de sua pró-
mum; pria profissão, cioso de sua competência e autoridade;
VII - praticar a camaradagem e desenvolver, permanente- XXX - ser fiel na vida militar, cumprindo os compro-
mente, o espírito de cooperação; missos para com a Pátria, com o Estado, com sua Corporação e
VIII - ser discreto em suas atitudes e manei- com seus superiores hierárquicos;
ras, bem como na linguagem escrita e XXXI - manter ânimo forte e fé nas Corporações Mi-
falada; litares, mesmo diante das maiores dificuldades, demonstrando per-
IX - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de maté- sistência no trabalho para solucioná-las;
ria sigilosa de que tenha conhecimento;
X - acatar as ordens das autoridades civis; XXXII - manter ambiente de harmonia e camaradagem
na vida militar, evitando comentários deselegantes sobre os com-
XI - cumprir os deveres de cidadão;
XII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na par- ponentes da Corporação, ainda que na reserva ou reformado, so-
ticular; lidarizando-se nas dificuldades que possam ser minimizadas com
XIII- observar as normas da boa educação; sua ajuda ou intervenção;
XIV- garantir assistência moral e material ao seu lar XXXIII- não pleitear para si, indevidamente, cargo, fun-
e conduzir-se como chefe de família exemplar; ção ou benefício de outro militar;
XV - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, XXXIV- conduzir-se de modo a que não seja subservien-
de modo a que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, te nem fira os princípios de respeito e decoro militares, ainda que
do respeito e do decoro militares; na inatividade;
XVI- abster-se do uso do posto ou da graduação para obter XXXV - exercer a profissão sem alegar restrições de ordem
facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar ne- religiosa, política, racial ou social;
gócios particulares ou de terceiros; XXXVI- respeitar a integridade física, moral e psíquica
XVII - abster-se o militar, ainda que na inatividade, do uso das da pessoa do condenado ou do criminalmente imputado;
designações hierárquicas quando: XXXVII- manter-se, constantemente, cuidadoso com sua
a) em atividades político-partidárias, salvo se candidato a apresentação e postura pessoal;
cargo eletivo; XXXVIII- evitar publicidade visando à promoção pessoal;
b) em atividades comerciais; XXXIX- agir com isenção, equidade e absoluto respeito
c) em atividades industriais; pelo ser humano, não usando sua autoridade pública para a prática
d) discutir ou provocar questões públicas ou pela imprensa, de arbitrariedades;
a respeito de assuntos políticos ou militares, excetuados os de na-
tureza exclusivamente técnica, se autorizado; XL - não abusar dos meios e dos bens públicos postos à sua
e) no exercício de cargo ou função de natureza civil; disposição, nem distribuí-los a outrem, em detrimento dos interes-
XVIII- zelar pelo bom nome da Corporação e de cada ses da Administração Pública, coibindo também a transferência de
um dos seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos pre- tecnologia própria da função militar;
ceitos e deveres da ética militar; XLI - exercer a função pública com honesti-
XIX- cultuar e zelar pela inviolabilidade dos símbo- dade, não aceitando vantagem indevida
los e das tradições da Pátria, dos de qualquer espécie, mantendo-se incorruptível, e opondo-se a
Estados, dos Municípios e das Instituições Militares; todos os atos que atentem contra a dignidade da função;
XX - cumprir os deveres de cidadão; XLII- dedicar-se integralmente ao serviço militar,
XXI- preservar a natureza e o meio ambiente; protegendo as pessoas, o patrimônio e o meio ambiente com ab-
XXII- servir à comunidade, procurando, no exercício negação e desprendimento pessoal, arriscando, se necessário, a
da suprema missão de preservar a ordem pública, promover sem- própria vida;
pre o bem-estar comum; XLIII- atuar sempre, respeitados os impedimentos le-
XXIII- atuar com devotamento ao interesse público, gais, mesmo não estando de
colocando-o acima dos interesses particulares; serviço, para preservar a ordem pública ou prestar socorro,
XXIV- atuar de forma disciplinada e disciplinadora; desde que não exista, naquele momento e local, força de serviço
XXV- exercer todos os atos de serviço com presteza
suficiente;
e pontualidade, desenvolvendo o hábito de estar na hora certa no
local determinado, para exercer a sua habilidade;
XLIV- tratar o subordinado dignamente e com urba-
nidade;
XXVI - buscar com energia o êxito do serviço e o
aperfeiçoamento técnico-profissional e moral; XLV -manter o sigilo de assuntos de natureza confidencial que
XXVII - exercer as funções com integridade e equilí- tenha ciência em razão da atividade profissional, exceto por impo-
brio, seguindo os princípios que regem a Administração Pública, sição da justiça e da disciplina militar.
não sujeitando o cumprimento do dever a influências indevidas; Parágrafo único. Entende-se por dedicação integral ao serviço
XXVIII- abster-se, quando no serviço ativo, do uso de influên- militar, nos termos do inciso XLII deste artigo, o empenho exclu-
cias de pessoas para a obtenção de facilidades pessoais ou para sivo do militar durante o turno de serviço para o qual esteja escala-
esquivar-se ao cumprimento de ordem ou obrigações impostas, em do, de modo ordinário ou extraordinário, e para o cumprimento de
razão do serviço; obrigações legais decorrentes da função militar.

Didatismo e Conhecimento 10
NORMAS PERTINENTES À PMTO
Art. 34. Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve, II - “Ao ser declarado Aspirante a Oficial do Corpo de
bem como a filiação a partido político enquanto permanecer em Bombeiros Militar do Estado do Tocantins, assumo o compromis-
atividade. so de cumprir rigorosamente as ordens a que estiver subordinado e
dedicar-me inteiramente ao serviço bombeiro militar, à manuten-
Art. 35. Ao militar da ativa é vedado comerciar ou tomar parte ção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o
na administração ou gerência de sociedade, ou delas ser sócio ou risco da própria vida”.
participar, exceto como acionista ou cotista, em sociedade anôni- § 2º Ao ser promovido ao primeiro posto, o Oficial da Polícia
ma ou sociedade empresária limitada. Militar ou do Corpo
§ 1º O militar na reserva remunerada, quando convocado, fica de Bombeiros Militar presta compromisso de Oficial, em sole-
proibido de tratar, nas organizações militares e nas repartições pú- nidade especialmente programada, da seguinte forma:
blicas civis, dos interesses de organizações ou empresas privadas I - “Perante a Bandeira do Brasil, e pela minha honra, pro-
de qualquer natureza. meto cumprir os deveres de Oficial da Polícia Militar do Estado do
§ 2º Ao militar da ativa é vedada a acumulação remunerada Tocantins, e dedicar-me inteiramente ao seu serviço”;
de cargos públicos, excetuados os casos previstos na Constituição II - “Perante a Bandeira do Brasil, e pela minha honra, pro-
Federal. meto cumprir os deveres de Oficial do Corpo de Bombeiros Militar
§ 3º É proibida ao militar a manifestação individual ou cole- do Estado do Tocantins, e dedicar-me inteiramente ao seu serviço”.
tiva sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório, de cunho
político-partidário e sobre assuntos de natureza militar de caráter CAPÍTULO VI
sigiloso. DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES
§ 4º Ao bombeiro militar da ativa é proibida:
I - elaborar, ou, de qualquer forma, colaborar para a apre- Art. 38. A violação das obrigações, dos preceitos ou dos deve-
res militares constitui crime ou transgressão disciplinar na confor-
sentação de projeto contra incêndio e pânico;
midade da legislação ou regulamentação específica.
II - usar da sua qualidade de bombeiro militar para facilitar Parágrafo único. A violação a que se refere este artigo é tão
a aprovação de projeto do interesse de outrem.
mais grave quanto mais elevado o grau hierárquico do infrator.
Seção III
Art. 39. A inobservância dos deveres previstos em leis e re-
Do Compromisso Militar
gulamentos ou a falta de exação no cumprimento deles acarreta,
para o militar, responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar
Art. 36. Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar ou ou penal, na conformidade da legislação específica.
no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Tocantins, presta Parágrafo único. A apuração da responsabilidade administra-
compromisso de honra, no qual afirma a sua aceitação consciente tiva ou penal pode concluir pela incompatibilidade do militar com
das obrigações e dos deveres militares e manifesta a sua firme dis- o cargo e pela incapacidade para o exercício das funções militares
posição de bem e fielmente cumpri-los. a ele inerentes.
Art. 37. O compromisso a que se refere o art. 36 desta Lei tem Art. 40. São competentes para instaurar ou determinar a ins-
caráter solene e é prestado na presença de tropa, tão logo o militar tauração de sindicância, e aplicar as sanções disciplinares, as se-
adquira o grau de instrução compatível com o perfeito entendi- guintes autoridades:
mento de seus deveres como integrante da Polícia Militar ou do I - o Chefe do Poder Executivo, em relação a todos os inte-
Corpo de Bombeiros Militar, da seguinte forma: grantes das Corporações Militares Estaduais, as sanções previstas
I - “Ao ingressar na Polícia Militar do Estado do Tocan- nesta Lei;
tins, prometo regular a minha conduta pelos preceitos da moral, II - o Comandante-Geral, em relação a todos que lhe forem
cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver su- funcionalmente
bordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial militar, à subordinados, as sanções previstas nesta Lei, exceto a demis-
manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mes- são de oficial;
mo com o sacrifício da própria vida”; III - o Chefe do Estado Maior, em relação a todos militares
II - “Ao ingressar no Corpo de Bombeiros Militar do Esta- que lhe forem
do do Tocantins, prometo regular a minha conduta pelos preceitos funcionalmente subordinados, as sanções disciplinares até
da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que trinta dias de prisão;
estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço bombei- IV - o Corregedor-Geral, em relação a todos militares su-
ro militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comu- jeitos a esta Lei, exceto o Comandante-Geral, o Chefe do Estado
nidade, mesmo com o sacrifício da própria vida”. Maior, o Subchefe do Estado Maior e todos os integrantes da Casa
§ 1º O compromisso do Aspirante a Oficial da Polícia Militar Militar, as sanções disciplinares até trinta dias de prisão;
ou do Corpo de Bombeiros Militar é prestado no estabelecimento V - o Secretário-Chefe e o Subchefe da Casa Militar, em
de formação de oficiais, de acordo com o respectivo regulamento, relação a todos os militares que lhe forem funcionalmente subor-
da seguinte forma: dinados, as sanções disciplinares previstas nesta Lei, exceto a de-
I - “Ao ser declarado Aspirante a Oficial da Polícia Militar missão de oficial;
do Estado do Tocantins, assumo o compromisso de cumprir rigoro- VI - o Diretor, o Subdiretor, o Chefe de Seção do Estado
samente as ordens a que estiver subordinado e dedicar-me inteira- Maior, os Comandantes ou Subcomandantes de OM, em relação a
mente ao serviço policial militar, à manutenção da ordem pública e todos os militares que lhes forem funcionalmente subordinados, as
à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida”; sanções disciplinares até trinta dias de prisão.

Didatismo e Conhecimento 11
NORMAS PERTINENTES À PMTO
Art. 41. São competentes para a instauração de Conselho de Art. 45 São transgressões de natureza média:
Justificação e de Conselho de Disciplina e para determinar o ime- I - concorrer para a discórdia ou desarmonia entre milita-
diato afastamento do acusado do exercício de suas funções: res ou cultivar ou incentivar a inimizade entre integrantes da Cor-
I - o Chefe do Poder Executivo, em relação a todos os mi- poração;
litares estaduais; II - deixar de punir o transgressor ou de comunicar a autoria
II - o Comandante-Geral da Corporação e, na falta ou im- da transgressão da disciplina;
pedimento deste, o Chefe do Estado Maior, em relação a todos os III - dificultar ao subordinado a apresentação de recurso dis-
militares que lhe forem funcionalmente subordinados; ciplinar;
III - o Secretário-Chefe da Casa Militar, em relação a todos IV - deixar de participar, em tempo hábil, à autoridade com-
os militares que lhe forem funcionalmente subordinados. petente a impossibilidade de comparecer a qualquer ato de serviço
ou instrução;
CAPÍTULO VII V - faltar a qualquer ato de serviço e de instrução ou a sole-
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES nidade para a qual tenha sido designado;
VI - quando de folga, frequentar lugares incompatíveis com
Art. 42. Transgressão disciplinar é a infração administrativa o decoro da classe ou da sociedade;
caracterizada pela violação aos preceitos ou deveres da ética ine- VII - não atender à solicitação do pessoal de serviço no sen-
rentes à atividade militar, incorrendo o autor nas sanções previstas tido de mostrar o conteúdo de embrulho ou de qualquer objeto que
nesta Lei. esteja portando no interior do quartel;
§ 1º A infração administrativa prescreve, desde a data do co- VIII - conduzir viatura militar, sem pertencer ao
nhecimento pela Administração Pública da ocorrência do ato ou quadro de motoristas ou pilotos da Corporação ou sem fardamen-
do fato, em: to, salvo em situação de comprovada necessidade ou por ordem
I - um ano a transgressão leve; II - dois anos a transgressão superior;
média; IX - desconsiderar autoridade civil ou militar, ou desrespei-
III - cinco anos a transgressão grave. tar qualquer agente público no exercício de suas funções;
§ 2º A instauração de processo disciplinar interrompe a pres- X - deixar de devolver, ao final do serviço, o armamento ou
crição da infração administrativa. equipamento que lhe tenha sido entregue;
XI - permutar serviço sem permissão da autoridade compe-
Art. 43. O julgamento do infrator deve ser precedido de exame tente;
e de análise que considerem: XII - dar entrevista, publicar ou fornecer dados sobre assun-
I - seus antecedentes; tos institucionais, sigilosos ou não, sem autorização superior;
II - as causas determinantes da transgressão; XIII -negar-se a receber, injustificadamente, equipa-
III - a natureza dos fatos ou dos atos que a constituir; IV- as mento ou qualquer outro objeto que lhe seja destinado ou deva
consequências advindas ou que dela possam advir. ficar sob sua responsabilidade;
XIV -autorizar ou determinar ao subordinado atri-
Art. 44. São transgressões de natureza leve: buições estranhas ao cargo que ocupe, exceto em situações transi-
I - deixar de prestar a informação que lhe couber em pro- tórias, no interesse público;
cedimentos administrativos; XV - distribuir ou divulgar publicações, estampas ou objetos
II - deixar de comunicar ao superior hierárquico a execução que atentem contra a disciplina ou a moral;
de ordem deste recebida; XVI -abrir ou tentar abrir local de entrada não per-
III - usar ou portar, em serviço, armamento não regulamen- mitida, ou nele adentrar ou permitir adentrar sem autorização;
tado ou determinado, salvo se autorizado pelo comandante ou che- XVII- demonstrar desídia, imperícia, imprudência ou
fe direto; negligência no desempenho de ato de serviço ou instrução;
IV - dirigir-se ao Chefe do Poder Executivo ou autoridade XVIII- atrasar injustificadamente a chamada ou brado
militar sem obediência à cadeia de comando acerca de assuntos para atendimento de ocorrência;
institucionais; XIX- - extrapolar, sem justificação prévia, o prazo de
V - comparecer fardado em reuniões de caráter político, ex- entrega ou conclusão de processo ou procedimento administrativo;
ceto quando em serviço; XX- portar-se de modo inconveniente, qualquer que
VI - conversar ou fazer ruído em ocasião ou em horário im- seja o local, deixando de observar os princípios da boa educação e
próprios; da moral, em desprestígio da Corporação;
VII - deixar de encaminhar à autoridade competente, por via XXI- utilizar indevidamente, ou permitir o uso inde-
hierárquica e com presteza, documento que haja recebido cujo vido, de qualquer meio de comunicação pertencente à Corporação;
exame não seja de sua competência; XXII- falar ao celular quando na direção de viatura
VIII- chegar atrasado a qualquer ato de serviço ou de instru- militar;
ção, ou a solenidade para a qual tenha sido designado; XXIII- conduzir ou transportar, em veículos pertencen-
IX - descuidar do asseio próprio ou do local do trabalho; tes à Corporação, passageiro ou carga em desconformidade com
X - deixar de içar ou arriar a bandeira ou insígnia nos horá- as normas de trânsito, ressalvadas as situações transitórias de in-
rios determinados; teresse público;
XI - quando em serviço ou fardado, faltar aos preceitos da XXIV- retardar ou prejudicar o serviço de polícia judi-
civilidade; XII - causar alarde injustificável. ciária militar, processo ou procedimento administrativo;

Didatismo e Conhecimento 12
NORMAS PERTINENTES À PMTO
XXV- violar ou deixar de preservar o local de crime XIII - efetuar, em folha de pagamento, desconto não
ou acidente; autorizado ou determiná-lo, quando para isso competente, fora das
XXVI- retardar, sem justo motivo, a execução de or- previsões legais e regulamentares;
dem de superior hierárquico; XIV - usar de força desnecessária ou de violência
XXVII- - apresentar-se o militar, em qualquer situação, física ou verbal, em ato de serviço ou não, maltratando, humilhan-
mal uniformizado, com o uniforme alterado, desfalcado ou com do, constrangendo ou infamando qualquer pessoa, ou deixar que
apresentação diferente da prevista, contrariando o Regulamento de alguém o faça;
Uniforme, norma a respeito ou determinação superior; XV - deixar de prestar auxílio, quando necessário ou solici-
XXVIII- retirar-se da presença de superior hierárquico tado, em desastre e acidentes ou em prisão de delinquente, tendo
sem sua permissão, deixar de saudá-lo militarmente, bem como condições de fazê-lo ainda que de folga;
deixar o superior de corresponder às homenagens e sinais de res- XVI - dirigir-se ou referir-se de forma desrespeitosa
peito a ele dirigidas; a superior hierárquico, censurarlhe ato ou procurar desconsiderá
XXIX- sobrepor ao uniforme ou ao próprio corpo ade- -lo em círculo militar ou entre civis;
reço não autorizado ou não regulamentado pela Corporação ou, XVII - provocar ou desafiar superior, par ou subordi-
ainda, usar indevidamente distintivos, medalhas ou condecora- nado com palavras ofensivas, gestos ou ações incompatíveis com
ções; a camaradagem reinante entre os militares;
XXX- utilizar de qualquer meio de comunicação para XVIII - promover escândalo ou nele envolver-se,
transmitir mensagem ou imagem ofensiva à moral ou à dignidade comprometendo a respeitabilidade da Corporação ou de seus in-
de qualquer pessoa ou de integrante de qualquer instituição; tegrantes;
XXXI- conduzir viatura militar sem possuir habilitação XIX - promover ou participar de luta corporal com
específica, salvo estado de necessidade; outro militar, salvo em instrução ou atividades desportivas perti-
XXXII- deixar de conferir, no início e no final do ser- nentes;
viço, o armamento ou o equipamento sob sua responsabilidade; XX - introduzir ou consumir bebidas alcoólicas, ou compare-
XXXIII- conduzir ou transportar bem pertencente ao cer embriagado em quartel ou áreas militares;
Estado com imprudência, negligência ou imperícia, ou sem au-
XXI - consumir ou induzir alguém a consumir be-
bida alcoólica, estando em serviço ou fardado, em qualquer local;
torização.
XXII - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
ou para terceiro;
Art. 46 São transgressões de natureza grave:
I - abandonar o serviço ou sua área de circunscrição sem XXIII - extraviar ou danificar, dolosa ou culposamen-
te, ou não ter o devido zelo com qualquer material pertencente à
motivo ou sem prévia autorização da autoridade competente;
Fazenda Pública;
II - fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade no âm- XXIV - utilizar-se de forma abusiva dos bens perten-
bito da Corporação; centes à Fazenda Pública;
III - exercer sua função de forma fraudulenta, por ato comis- XXV - exigir ou solicitar qualquer espécie de donati-
sivo ou omissivo; vo pelo serviço executado;
IV - ameaçar, induzir ou instigar alguém a que não declare a XXVI - receber ou permitir que subordinado rece-
verdade em procedimento administrativo, civil ou penal; ba, em qualquer local de ocorrência policial ou de atendimento
V - exercer ou administrar, o militar em serviço ativo, outra a incêndio, desabamento, inundação ou outro serviço de socorro,
atividade profissional: a) legalmente vedada ou incompatível quaisquer objetos ou valores, ainda que doados pelo proprietário
com a profissão de Militar Estadual; ou responsável;
b) que cause prejuízo ao serviço; XXVII - andar ostensivamente armado em trajes civis;
c) com emprego de bens do Estado; XXVIII -envolver-se em negócios ilegais ou imorais;
VI - utilizar-se de profissionais ou recursos logísticos da Ad- XXIX - fazer, promover, participar ou instigar mani-
ministração ou sob sua responsabilidade a fim de atender a interes- festação de caráter coletivo contrário aos princípios regentes da
ses pessoais ou de terceiros; vida militar;
VII - aconselhar ou concorrer para que não seja cumprida XXX - deixar de comunicar os ilícitos de que tiver
qualquer ordem emanada de autoridade competente, ou para que conhecimento e não lhe caiba promover os atos de repressão;
seja retardada a sua execução; XXXI - quando em horário de serviço, dirigir-se a lu-
VIII - não cumprir ordem recebida; gares incompatíveis com o decoro da classe e da sociedade, salvo
IX - emitir ordem de que saiba ser impossível a sua execu- em razão do serviço;
ção, ou esquivar-se de explicitá-la ou fornecê-la por escrito, quan- XXXII - deixar de apresentar-se, após o trânsito, à Uni-
do necessário; dade para a qual tenha sido transferido ou classificado, desde que o
X - permitir que preso sob sua custódia conserve em seu fato não tipifique crime de deserção;
poder telefone ou instrumento que possa danificar a prisão, ou ou- XXXIII- quebrar a cadeia de comando;
tro objeto de que possa se valer para a prática de ilicitude; XXXIV- perder injustificadamente a chamada ou o bra-
XI - não se apresentar, pronto para o serviço, ao fim de licen- do para atendimento de
ça, férias, dispensa do serviço, afastamento médico, ou após saber ocorrência;
da cassação ou suspensão de que qualquer delas; XXXV- - simular doença para esquivar-se de cumprir
XII - representar a Corporação ou a Unidade em que sirva sua função, ou ordem recebida, ou a fim de retardar procedimento
sem autorização; administrativo ou inquérito policial militar;

Didatismo e Conhecimento 13
NORMAS PERTINENTES À PMTO
XXXVI- facilitar a utilização por outrem ou utilizar-se § 2º As testemunhas arroladas pela defesa devem ser ouvidas
de meios ilegais, imorais, fraudulentos ou não permitidos, para se após as do rol da acusação.
beneficiar em curso, instrução, concurso ou seleção;
XXXVII- publicar ou encaminhar para publicação, em Art. 53. A conclusão da sindicância dá-se em trinta dias da
qualquer meio de comunicação, matéria que denigra a imagem de publicação da portaria instauradora em boletim orgânico da Cor-
outro militar ou que atente contra a hierarquia ou a disciplina; poração.
XXXVIII- elaborar o bombeiro militar projeto contra in- Parágrafo único. O prazo de que trata este artigo pode ser
cêndio e pânico, ou de qualquer forma concorrer para sua apresen- prorrogado por vinte dias, a critério da autoridade competente.
tação, ou, ainda, usar de seu cargo para facilitarlhe a aprovação em
favor de outrem. Art. 54. Podem ser designados Sindicantes os Oficiais ou As-
pirantes a Oficial, a critério da autoridade instauradora, respeitada
Art. 47. Ao aluno de qualquer curso ou estágio aplicam-se su- a hierarquia.
pletivamente as disposições disciplinares previstas no estabeleci-
mento de ensino em que estiver matriculado. Seção III
Dos Conselhos de Justificação e de Disciplina
Art. 48. Além das infrações previstas no art. 46 desta Lei,
constituem transgressões graves as condutas que violem os precei- Art. 55. Os Conselhos de Justificação e de Disciplina desti-
tos e deveres éticos especificados neste Estatuto. nam-se a avaliar, do ponto de vista da ética e da disciplina milita-
res, a capacidade do militar estável de permanecer no serviço ativo
Art. 49. A classificação das transgressões definidas nos arts. da Corporação, assegurados o devido processo legal, o contraditó-
44, 45, 46 e 48 pode, motivadamente, ser alterada, em decorrência rio e a ampla defesa.
de qualquer das situações fixadas no art. 43 desta Lei. § 1º O Oficial acusado é submetido a Conselho de Justifica-
ção, e a Praça a Conselho de Disciplina.
CAPÍTULO VIII § 2º Aplicam-se os procedimentos dos Conselhos que se trata
DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES este artigo aos militares reformados e na reserva remunerada.
Seção I Art. 56. Incumbe ao Chefe do Poder Executivo, quando ne-
Das Espécies cessário, baixar o regulamento dos Conselhos de Justificação e de
Disciplina.
Art. 50. São processos administrativos disciplinares no âmbi-
to da Corporação:
Art. 57. É submetido ao Conselho de Justificação ou de Dis-
I - a sindicância; ciplina o militar que:
II - os Conselhos de Justificação ou de Disciplina. I - tenha perdido a nacionalidade brasileira;
Seção II
II - tenha procedido incorretamente ou com incúria no de-
sempenho de suas funções no cargo, comissão ou encargo que lhe
Da Sindicância
tenha sido designado;
Art. 51. A sindicância é o procedimento pelo qual a Admi- III - tenha praticado ato que afete a sua honra pessoal, o pun-
nistração Militar apura as transgressões disciplinares do militar, donor militar ou o decoro da classe, em desproveito dos valores
impondo-lhe penalidades, assegurados a ampla defesa e o contra- militares e deveres éticos estabelecidos nesta Lei;
ditório. IV - tenha incorrido na prática ou concorrido para a prática
Parágrafo único. Procede-se, igualmente, por sindicância a de crime hediondo, tortura, consumo ou tráfico ilícito de entorpe-
apuração, de natureza investigatória, dos elementos de convicção centes e drogas afins ou outros crimes com emprego de violência
para a promoção post-mortem, invalidez permanente ou bravura. ou grave ameaça;
V - tenha sido considerado inabilitado para integrar os qua-
Art. 52. As peças da sindicância devem ser escritas, nume- dros de acesso à promoção, por mais de três vezes, mesmo em
radas e rubricadas pelo sindicante, obedecida a seguinte ordem caráter provisório, ao ter seu nome apreciado pela respectiva Co-
cronológica: missão de Promoção, desde que esta recomende,
I - instauração; fundamentadamente, a instauração do Conselho de Justifica-
II - autuação; ção ou de Disciplina;
III - citação do sindicado; VI - tenha sido condenado por prática de crime doloso, pela
IV - interrogatório do sindicado; Justiça Comum ou Militar, a pena privativa de liberdade superior a
V - defesa preliminar em três dias úteis; dois anos, com sentença trânsita em julgado que não comine perda
VI - instrução; da função pública;
VII - alegações finais em cinco dias úteis; VII - cometa falta disciplinar de natureza grave, apurada em
VIII - relatório do Sindicante; sindicância, já estando no insuficiente ou no mau comportamento;
IX - solução; VIII - tenha incorrido na prática, ou concorrido para
X - enquadramento, quando violada a norma sancionadora. ela, de incitamento à perturbação da ordem pública, ou pela parti-
§ 1º O Sindicante, para a formação de seu convencimento, cipação em movimentos reivindicatórios contrários à hierarquia e
pode reinquirir o Sindicado em qualquer fase procedimental. disciplina militar;

Didatismo e Conhecimento 14
NORMAS PERTINENTES À PMTO
IX - tenha se filiado a partido político ou a sindicato, parti- I - instauração de Inquérito Policial Militar - IPM, se hou-
cipado de greve, ou exercido atividades prejudiciais à segurança ver indícios de crime
nacional ou perigosas contra esta; militar;
X - tenha incorrido na prática, ou concorrido para ela, de II - encaminhamento de documentos à autoridade policial
comércio ilegal, doação ou empréstimo de munição ou arma de competente quando houver indícios de cometimento de infração
fogo. penal de natureza comum;
III - reforma nos termos desta Lei;
Art. 58. Os Conselhos têm o prazo de cinquenta dias, compu- IV - transferência para a reserva remunerada proporcional,
tados a partir da sessão inaugural, para a conclusão de seus traba- se considerado inabilitado definitivamente para inclusão nos qua-
lhos. dros de acesso para promoção, na forma desta Lei;
Parágrafo único. O prazo de que trata este artigo pode ser V - demissão;
prorrogado pela autoridade nomeante em até trinta dias. VI - aplicação de qualquer outra sanção disciplinar prevista
nesta Lei, que não a demissão;
Art. 59. Os Conselhos constituem-se de três Oficiais, sendo VII - arquivamento.
o de maior posto ou antiguidade o Presidente, o que lhe seguir Parágrafo único. A medida apresentada à autoridade julgadora
em antiguidade, o Relator e o seguinte, o Secretário; todos com é aquela deliberada pela maioria dos membros do Conselho.
direito a voto e com precedência hierárquica sobre o militar a ele
submetido. Art. 63. Recebidos os autos, a autoridade nomeante, no prazo
§ 1º Na formação dos Conselhos de Disciplina, pode ser de- de vinte dias, decide de acordo com o proposto pelo Conselho ou,
signado um graduado e, no de Justificação, Oficiais inativos, desde motivadamente, aplica outra medida, na conformidade com o esta-
que com precedência hierárquica sobre o militar a ele submetido. belecido no artigo anterior.
§ 2º Os Conselhos funcionam sempre com a totalidade dos Parágrafo único. A autoridade nomeante, após receber os autos
seus membros. concluídos, se necessário, antes do julgamento, pode devolvê-los
ao presidente do conselho para novas diligências, abrindo prazo
Art. 60. Os Conselhos devem seguir o seguinte rito: máximo de trinta dias, observado o contraditório e a ampla defesa.
I - Instauração;
II - Sessão Inaugural, quando são realizados os seguintes Seção IV
procedimentos: a) autuação do ato de nomeação do Conselho; Do Comportamento Militar
b) expedição do mandado de citação e intimação para com-
parecer à sessão de Art. 64. O comportamento da praça reflete sua conduta civil e
qualificação e interrogatório; profissional, sob o ponto de vista da disciplina militar.
c) requisição do levantamento da vida funcional do militar
acusado; Art. 65. O comportamento militar da praça é classificado em:
d) comunicação ao Comandante-Geral da Corporação da I - excepcional: quando, no período de oito anos de efetivo
abertura do procedimento; serviço, não tenha sofrido qualquer punição disciplinar;
e) designação do dia e da hora para a sessão de qualificação II - ótimo: quando, no período de quatro anos de efetivo
e interrogatório; serviço, tenha sido punido com até uma detenção;
f) determinação de outras providências com vistas à instru- III - bom: quando, no período de dois anos de efetivo servi-
ção do processo; ço, tenha sido punido com até duas prisões;
III - Citação e Intimação do acusado; IV - insuficiente: quando, no período de um ano de efetivo
IV - Sessão de Qualificação e Interrogatório do Acusado e serviço, tenha sido punido com até duas prisões;
entrega do Libelo Acusatório; V - mau: quando, no período de um ano de efetivo serviço,
V - Abertura de prazo de três dias úteis para apresentação tenha sido punido com mais de duas prisões.
de defesa preliminar; § 1º Para efeito deste artigo:
VI - Instrução; I - duas repreensões equivalem a uma detenção;
VII - Abertura de prazo de cinco dias úteis para apresentação II - quatro repreensões equivalem a uma prisão;
das alegações finais de defesa; III - duas detenções equivalem a uma prisão;
VIII - Sessão de deliberação; IV - uma transferência a bem da disciplina equivale a uma
IX - Relatório; detenção.
X - Julgamento. § 2º É automática a contagem de tempo para reclassificação de
comportamento, e começa a fluir a partir da data em que se encer-
Art. 61. O militar submetido a Conselho deve ser intimado de rar o cumprimento da punição.
todas as sessões, exceto à sessão inaugural e deliberação do relató- § 3º Ao ser incluído na Corporação, a praça é classificada no
rio, sendo esta secreta. comportamento «bom».

Art. 62. No relatório são descritas as diligências feitas, as pes- CAPÍTULO IX


soas inquiridas e os resultados obtidos, indicando-se a autoria e as DAS REPOSIÇÕES E INDENIZAÇÕES
circunstâncias em que foram praticadas as infrações capituladas no
libelo acusatório. Ao final, propõem-se, cumulativamente ou não, Art. 66. As reposições e indenizações ao erário são realizadas
no que couber, as seguintes medidas: pelos militares na conformidade desta Lei.

Didatismo e Conhecimento 15
NORMAS PERTINENTES À PMTO
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se: o) a licença por adoção;
I - reposição, a devolução de qualquer parcela recebida in- p) a licença paternidade;
devidamente pelo militar; q) o auxílio-funeral;
II - indenização, o ressarcimento pelos prejuízos a que der r) o décimo terceiro salário, com base na remuneração inte-
causa, dolosa ou culposamente. gral ou no valor dos proventos;
§ 2º A reposição é feita: s) o salário-família;
I - em parcelas cujo valor não exceda a 25% do subsídio t) as férias anuais de trinta dias de duração, remuneradas
do militar; com um terço a mais da remuneração normal;
II - em única parcela, quando constatado pagamento inde- u) o devido processo legal e os recursos a ele inerentes.
vido no mês anterior ao do processamento da folha.
§ 3º A indenização é feita em parcelas cujo valor não exceda a Art. 69. O auxílio-natalidade é devido ao militar por motivo
10% do subsídio do militar. de nascimento de filho, em quantia equivalente ao subsídio do car-
§ 4º A indenização pela moradia em prédios públicos ou resi-
go efetivo do Soldado vigente à época do evento, inclusive no caso
dências funcionais tem o valor estabelecido pelo instrumento que
de natimorto.
a regular.
§ 1º O auxílio-natalidade não é devido a mais de um dos pais.
§ 5º O ressarcimento a fundo de assistência é estabelecido no
§ 2º Na hipótese de parto múltiplo, o valor do auxílio é acres-
respectivo regulamento.
§ 6º Os descontos de que trata este artigo são publicados em cido de 50%.
Boletim Orgânico da Corporação.
Art. 70. O Pecúlio Militar consiste na contribuição de todos
Art. 67. Em nenhuma hipótese o militar pode receber impor- os integrantes das Corporações cujo montante é arrecadado com a
tância mensal inferior a 40% de seu subsídio. máxima presteza e repassado ao familiar do militar falecido ou a
pessoa ou entidade indicada por este, e, na sua falta, na forma da
CAPÍTULO X legislação civil.
DOS DIREITOS Parágrafo único. 5% do montante arrecadado revertem-se ao
fundo de assistência.
Art. 68. São direitos dos militares:
I - garantia do posto e da patente em toda a sua plenitude, Art. 71. O auxílio-funeral é devido à família do militar ativo
com as vantagens, as prerrogativas e os deveres a ela inerentes, ou inativo falecido, no valor equivalente ao seu subsídio ou pro-
quando Oficial; vento.
II - garantia da graduação, em toda a sua plenitude, com as § 1º O auxílio é devido, também, ao militar, por morte do côn-
vantagens, as prerrogativas e os deveres a ela inerentes, quando juge, do companheiro ou de filho menor ou inválido.
Praças com estabilidade assegurada; III - nas condições ou nas li- § 2º O auxílio é pago no menor prazo possível à pessoa da
mitações impostas na legislação específica: família que houver custeado o funeral.
a) a estabilidade, quando Praça, aos três anos de efetivo ser- § 3º Se o funeral for custeado por terceiro, este é indenizado,
viço prestado na na conformidade do caput deste artigo.
Corporação;
b) o uso das designações hierárquicas; Art. 72. Caso o militar esteja a serviço fora do seu município
c) a ocupação de cargos correspondente ao posto ou gra- de lotação e vier a falecer, as despesas de transporte do corpo cor-
duação; rem à conta do Estado.
d) a percepção de remuneração condigna, respeitados os
limites estabelecidos no inciso XI do art. 37 da Constituição Fe-
Seção I
deral;
Da Remuneração
e) o auxílio-natalidade;
f) a constituição de pecúlio policial militar;
Art. 73. Os militares são remunerados exclusivamente por
g) a promoção;
h) a transferência para a reserva remunerada: subsídios.
1. a pedido;
2. reforma; Art. 74. Os cargos de Comandante-Geral e de Secretário-Che-
i) as férias, os afastamentos temporários do serviço e as li- fe da Casa Militar têm as prerrogativas, os direitos e os subsídios
cenças; equivalentes aos de Secretário de Estado.
j) a exoneração e o licenciamento voluntários;
k) o porte de arma; Art. 75. O direito do militar ao subsídio tem início a partir:
l) o tratamento de saúde por conta integral do Estado, nas I - do ato da inclusão na Corporação;
enfermidades contraídas em serviço ou em razão da função; II - do ato de reversão ao serviço ativo.
m) a realização de cursos na própria Corporação, ou em ou-
tras Polícias Militares ou Art. 76. Suspende-se, temporariamente, o subsídio do militar:
Corpos de Bombeiros Militares; I - em licença para tratar de interesse particular;
n) a licença maternidade; II - na situação de desertor;

Didatismo e Conhecimento 16
NORMAS PERTINENTES À PMTO
III - quando agregado para exercer atividade ou função es- § 1º O militar reformado proporcionalmente ao tempo de con-
tranha à Polícia Militar ou ao Corpo de Bombeiros Militar, ou car- tribuição, de acordo com o inciso III deste artigo, tem direito a
go, emprego ou função pública temporária, não eletiva, ainda que revisão dos seus proventos se, por junta médica da Corporação,
da administração indireta, salvo quando couber opção pelo subsí- for constatado o agravamento do quadro clínico que deu origem
dio do posto ou da graduação; à sua reforma.
IV - quando condenado à pena de suspensão do posto ou da § 2º O militar reformado nos termos do inciso III deste artigo
graduação, do cargo ou da função, na forma prevista no Código não pode perceber provento inferior ao salário mínimo.
Penal Militar.
Seção II
Art. 77. O subsídio do militar considerado desaparecido ou Das Vantagens Pecuniárias
extraviado em caso de calamidade pública, em viagem, no desem-
penho de qualquer serviço ou operação militar, é pago aos que
Art. 83. São vantagens pecuniárias dos militares:
teriam direito à pensão respectiva.
Parágrafo único. No caso deste artigo, decorridos seis meses, I - diárias;
faz-se a habilitação dos beneficiários, na forma da lei civil, cessan- II - ajuda de custo;
do o pagamento do subsídio. III - bolsa de estudo;
IV - pró-labore, em razão de atividade temporária de magis-
Art. 78. O pagamento do subsídio cessa na data em que o mi- tério militar, extensiva aos civis que vierem a exercer essa ativida-
litar for desligado ou excluído do serviço ativo da Corporação em de no âmbito da Corporação.
conformidade com esta Lei. Parágrafo único. Incumbe ao Chefe do Poder Executivo regu-
lamentar o valor, a concessão e o pagamento das vantagens pecu-
Art. 79. Do indulto, da comutação, do livramento condicional niárias de que trata este artigo.
ou da suspensão condicional da pena não decorre direito em prol
do militar a qualquer subsídio que tenha deixado de perceber. Seção III
Da Promoção
Art. 80. Os proventos da inatividade são devidos ao militar
desligado do serviço ativo em virtude de: Art. 84. O acesso na hierarquia militar é seletivo, gradual e
I - transferência para reserva remunerada; sucessivo e é feito mediante promoções, na forma da legislação
II - reforma.
específica, de modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado da
carreira.
Art. 81. Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o mi-
litar tem direito ao valor dos proventos igual ao subsídio do posto § 1º O planejamento da carreira dos militares, Oficiais e Pra-
ou da graduação que ocupava na ativa, correspondente ao tempo ças, obedecida a legislação específica, é atribuição do Comandan-
de contribuição, computável até o máximo de trinta anos, para ho- te-Geral da Corporação.
mens, e vinte e cinco anos, para mulheres. § 2º A promoção é ato administrativo que tem como finalidade
§ 1º O tempo de serviço considerado pela legislação vigente à básica a seleção dos militares para o exercício de funções pertinen-
data da promulgação da Emenda Constitucional Federal 20 é com- tes ao grau hierárquico superior.
putado como tempo de contribuição.
§ 2º Os proventos da inatividade não podem ser superiores aos Art. 85. As promoções são efetuadas pelos critérios:
subsídios da atividade, ressalvadas as situações constituídas até a I - de antiguidade, decorrente da precedência hierárquica
data da vigência desta Lei. de um militar sobre os demais de igual posto ou graduação do mes-
mo quadro;
Art. 82. Os proventos do militar incapacitado para o serviço II - de merecimento, que tem como pressuposto o conjunto
ativo são computados: de qualidades e atributos que distinguem e realçam o valor do mi-
I - integralmente, correspondente ao subsídio do grau hie- litar entre seus pares, avaliados no decurso da carreira e no desem-
rárquico que possuía na ativa, quando reformado em consequência penho de cargos e comissões exercidos, particularmente no grau
de qualquer dos motivos referidos nos incisos I, II e III do art. 127 hierárquico que ocupa ao ser cogitado para promoção;
desta Lei;
II - integralmente, correspondente ao subsídio do grau hie- III - por escolha, efetuada por ato do Chefe do Poder Exe-
cutivo, ao posto de Coronel, do Tenente-Coronel, que julgar qua-
rárquico que possuía na ativa, quando reformado em consequência
de qualquer dos motivos previstos no inciso IV do art. 127 desta lificado para o desempenho dos altos cargos de comando, chefia
Lei, desde que considerado inválido total e permanentemente para ou direção;
qualquer atividade laborativa; IV - por bravura, resultante de ato ou atos incomuns de co-
III - proporcionais ao tempo de contribuição e correspon- ragem, audácia e abnegação que, ultrapassando os limites normais
dente ao subsídio do grau hierárquico que possuía na ativa quando do cumprimento do dever, representem feitos indispensáveis às
reformado em consequência de qualquer dos motivos referidos no operações militares, pelos resultados alcançados ou pelo exemplo
inciso IV do art. 127 desta Lei, desde que constatado, por junta deles emanado; V - post mortem, com vistas a:
médica da Corporação, que o militar é portador de doença inca- a) expressar o reconhecimento do Estado ao militar falecido
pacitante para o serviço militar estadual e não for possível o seu no cumprimento em consequência do dever;
aproveitamento nas atividades administrativas da Polícia Militar b) preencher as condições exigidas nesta Lei, não efetivado
ou do Corpo de Bombeiros Militar. em virtude do óbito;

Didatismo e Conhecimento 17
NORMAS PERTINENTES À PMTO
VI - de tempo de contribuição para o militar que comple- Art. 88. O militar tem direito aos seguintes períodos integrais
te o tempo necessário de contribuição previdenciária destinado à de afastamento do serviço, obedecidas a legislação pertinente, por
sua transferência voluntária para a reserva remunerada no posto motivo de:
ou graduação imediatamente superior àquele em que se encontre; I - núpcias, oito dias;
VII -de invalidez permanente, a que faz jus o militar da ativa II - luto, oito dias, por morte de: a) cônjuge ou com-
que for julgado incapaz definitivamente para o serviço militar, pela panheiro;
Junta Militar de Saúde, em razão de ferimento ou enfermidade de- b) descendente ou ascendente, por consaguinidade, em li-
corrente do cumprimento do dever ou que nele tenha a sua causa nha reta;
eficiente, comprovado por sindicância ou inquérito policial militar. c) parente por afinidade, em primeiro grau, na linha reta as-
§ 1º Em casos extraordinários, pode haver promoção pelo cri- cendente ou descendente;
tério de ressarcimento de preterição. d) colateral por consaguinidade até segundo grau;
§ 2º A promoção do militar feita em ressarcimento de preteri-
III - instalação, até dez dias;
ção é efetuada pelo critério a que tinha direito, com o número que
IV - trânsito, até trinta dias;
lhe cabia na escala hierárquica, como se houvesse sido promovido
V - finalização de trabalho objeto de curso de graduação ou
pós-graduação, até dez dias consecutivos;
na época devida. VI - data natalícia do militar, um dia.
§ 3º A promoção pelo critério de tempo de contribuição: Parágrafo único. O afastamento do serviço por motivo de núp-
I - independe: cias ou luto é concedido, no primeiro caso, se solicitado por ante-
a) do preenchimento de quaisquer dos requisitos estabeleci- cipação à data do evento e, no segundo, até oito dias após o óbito.
dos na Lei de Promoções dos Militares Estaduais;
b) de vaga em posto ou graduação do quadro a que perten- Art. 89. As férias e outros afastamentos mencionados nesta
cer o militar; Seção são concedidos sem prejuízo da remuneração e computados
II - induz promoção do Subtenente para o posto de Segun- como tempo de efetivo serviço para todos os efeitos legais.
do-Tenente;
III - não se aplica aos ocupantes do posto de Coronel, aten- Seção V
dido, neste caso, o disposto na Lei 1.775, de 13 de abril de 2007; Das Licenças
IV - precede o ato de transferência para a reserva remune-
rada. Art. 90. Licença é o ato liberatório do serviço do militar em
§ 4º Os demais requisitos e condições necessários à efetivação caráter total e temporário, baixado pelo Comandante-Geral, obe-
das promoções pelos critérios previstos neste artigo são estabele- decidas as disposições legais e regulamentares.
cidos em lei específica. Parágrafo único. Facultam-se as seguintes licenças:
I - para tratar de interesse particular;
Seção IV II - para tratamento de saúde de pessoa da família;
Das Férias e outros Afastamentos Temporários do Serviço III - para tratamento da própria saúde;
IV - maternidade;
Art. 86. O militar tem férias de trinta dias, acumuláveis até o V - por adoção;
máximo de dois períodos em caso de necessidade do serviço. VI - paternidade.
Parágrafo único. Para qualquer período aquisitivo de férias
são exigidos doze meses de efetivo serviço. Art. 91. A licença para tratar de interesse particular é concedi-
da ao militar com mais de dez anos de efetivo serviço, pelo prazo
de até dois anos, mediante requerimento, atendido o mérito admi-
Art. 87. Compete ao Comandante-Geral a aprovação dos pla-
nistrativo.
nos de férias das organizações militares subordinadas, bem como
Parágrafo único. A licença de que trata este artigo, enquanto
a fiscalização do seu cumprimento. durar, interrompe a remuneração e a contagem do tempo de efetivo
§ 1º A concessão das férias não anula direito a licenças e não serviço.
é prejudicada:
I - pela fruição anterior de licença para tratamento de saú- Art. 92. As licenças maternidade, por adoção e paternidade
de; tem os seguintes prazos de duração:
II - por punição anterior decorrente de transgressão disci- I - licença maternidade, cento e vinte dias;
plinar; II - licença por adoção, concedida à militar que adotar ou
III - pelo estado de guerra; obtiver guarda judicial para fins de adoção:
IV - para que sejam cumpridos atos de serviço. a) cento e vinte dias, se a criança tiver até um ano de idade;
§ 2º O período planejado de férias dos militares é suspenso b) sessenta dias, se a criança tiver mais de um até quatro
ou alterado, mediante registro nos assentamentos, e somente nos anos de idade;
seguintes casos: c) trinta dias, se a criança tiver mais de quatro até oito anos
I - interesse da manutenção da ordem; de idade;
II - extrema necessidade de serviço; III - transferência para III - licença paternidade, oito dias, concedida ao militar por
a inatividade. nascimento de filho, reconhecimento de paternidade ou que adotar
§ 3º É vedada a acumulação de três períodos de férias, inde- ou obtiver guarda judicial para fins de adoção, de criança até oito
pendentemente dos motivos enunciados no §2o deste artigo. anos de idade.

Didatismo e Conhecimento 18
NORMAS PERTINENTES À PMTO
Parágrafo único. Para amamentar o próprio filho, até a idade I - em caso de mobilização e estado de guerra;
de seis meses, a militar lactante tem direito, durante a jornada de II - em caso de estado de defesa ou de sítio;
trabalho, a uma hora de descanso, que pode ser parcelada em dois III - para cumprimento de sentença que implique restrição
períodos de meia hora. da liberdade individual;
IV - em caso de indiciação em inquérito policial militar;
Art. 93. A duração da licença maternidade pode, atendido o V - em caso de pronúncia em processo criminal.
mérito administrativo, ser prorrogada por sessenta dias mediante
requerimento da militar beneficiada. Seção VI
Parágrafo único. Para que a prorrogação de que trata este ar- Dos Recursos
tigo seja efetivada, a militar deve requerer o benefício antes de
findar o último mês da licença maternidade. Art. 99. O militar que se julgar prejudicado por qualquer ato
administrativo de superior hierárquico pode recorrer da decisão, ao
Art. 94. A duração da licença por adoção pode ser prorrogada, amparo da legislação vigente.
atendido o mérito administrativo, mediante requerimento da mili- § 1º São recursos disciplinares:
tar beneficiada, em: I - no âmbito da sindicância:
I - quarenta e cinco dias, no caso de criança com até um a) o pedido de reconsideração;
ano de idade; b) o recurso hierárquico;
II - trinta dias, no caso de criança com mais de um até oito II - no âmbito dos Conselhos de Justificação e de Disciplina,
anos de idade. a apelação.
§ 2º O direito de recorrer, na esfera administrativa, preclui:
Art. 95. Durante o período de prorrogação da licença materni- I - em trinta dias corridos, a contar do recebimento de comu-
dade ou da licença por adoção, a militar não pode exercer qualquer nicação oficial, quanto a ato que decorra da composição de quadro
atividade remunerada, e a criança não pode ser mantida em creche de acesso para promoção; II - em cinco dias úteis:
ou organização similar. a) para interpor pedido de reconsideração de ato ou recurso
Parágrafo único. Em caso de descumprimento do disposto hierárquico, a contar da data em que o militar tome conhecimento
neste artigo, a militar perde o direito à prorrogação da licença. oficial da decisão em que se aplicou a sanção disciplinar;
b) da data em que tome conhecimento oficial do indeferi-
mento do pedido de reconsideração;
Art. 96. A licença para tratamento de saúde de pessoa da fa-
III - em quinze dias úteis para interpor apelação, a contar da
mília ou para tratamento da própria saúde pode ser concedida ao
data em que o militar tome conhecimento oficial do teor do julga-
militar, a pedido ou de ofício, precedida de inspeção realizada pelo
mento proferido pela autoridade nomeante do respectivo conselho.
serviço de saúde da Corporação, sem prejuízo do subsídio.
§ 3º A reconsideração é o recurso interposto por requerimen-
§ 1º Na impossibilidade física de locomoção do paciente, a
to dirigido à autoridade prolatora, no qual o militar que se julgue
inspeção de saúde pode ser realizada no local onde este se encon-
prejudicado, injustiçado ou ofendido, pede o reexame da decisão.
trar.
§ 4º Recurso hierárquico é o recurso disciplinar interposto
§ 2º As licenças referidas no caput deste artigo somente são pelo militar irresignado com o indeferimento do pedido de recon-
concedidas depois da homologação pelo serviço de saúde da Cor- sideração de ato, dirigido diretamente:
poração. I - ao Chefe do Estado-Maior, quando a autoridade instau-
§ 3º O serviço de saúde da Corporação, em sendo necessário, radora da sindicância for o
pode modificar o período anteriormente prescrito, após análise da Corregedor ou a autoridade funcionalmente inferior a este;
documentação apresentada ou avaliação do paciente, retroagindo II - à autoridade imediata e funcionalmente superior nos
seus efeitos à data inicial do afastamento. demais casos.
§ 4º Computa-se falta ao militar que não se apresenta ao servi- § 5º A apelação consiste no recurso interposto contra o julga-
ço na data fixada para o término da licença. mento proferido nos autos do Conselho de Justificação ou Disci-
§ 5º Findo o prazo da licença, o pedido de prorrogação sujeita plina, dirigido à autoridade superior à nomeante.
o militar a nova inspeção pelo serviço de saúde da Corporação. § 6º O pedido de reconsideração, o recurso hierárquico e a
apelação cabem a cada um dos militares que se julgue prejudicado,
Art. 97. Incumbe à Junta Militar Central de Saúde (JMCS) injustiçado ou ofendido.
formar livremente sua convicção fundada em fatos, circunstâncias
ou elementos, independentemente de: Seção VII
I - diagnósticos e pareceres de especialistas; Do Alistamento Eleitoral
II - atestados emitidos por outros profissionais de saúde;
III - resultados de exames subsidiários; Art. 100. Todos os militares são alistáveis como eleitores. O
IV - diagnósticos decorrentes de internação. militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
Parágrafo único. Pode compor a Junta Militar Central de Saú- I - se contar menos de dez anos de serviço, deve afastar-se
de (JMCS) profissional civil integrante da Junta Médica Oficial da atividade;
do Estado. II - se contar mais de dez anos de serviço, é agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passa automaticamente, no ato da
Art. 98. A licença para tratar de interesse particular pode sus- diplomação, para a reserva remunerada, proporcionalmente ao seu
pender-se: tempo de contribuição.

Didatismo e Conhecimento 19
NORMAS PERTINENTES À PMTO
§ 1º O militar transferido para a reserva remunerada na con- Art. 105. Em regulamento específico são disciplinados os mo-
formidade do inciso II deste artigo pode, mediante requerimento, delos dos uniformes, seus distintivos, insígnias, emblemas, descri-
observado o mérito administrativo, retornar ao serviço ativo da ção, composição, peças e acessórios.
Corporação desde que terminado o mandato eletivo, por renúncia § 1º É proibido ao militar estadual o uso do uniforme:
ou implemento de tempo. I - em reuniões, propaganda ou manifestações de caráter
§ 2º O retorno do militar cujo mandato eletivo houver cessado, político-partidário, salvo se em serviço;
depende de ato do: II - na inatividade, salvo para comparecer a solenidades mi-
I - Chefe do Poder Executivo, se Oficial; II - Comandante- litares e, quando autorizado, a cerimônias cívicas comemorativas
Geral, se Praça. de datas nacionais ou atos solenes de caráter particular;
§ 3º No caso do § 2o deste artigo, a antiguidade é contada a III - no estrangeiro, em atividades não relacionadas com a
partir da data do respectivo ato. missão militar, salvo se expressamente autorizado ou determinado.
§ 2º O militar na inatividade, cuja conduta possa ser consi-
CAPÍTULO XI derada ofensiva à dignidade da classe, pode ser definitivamente
DAS PRERROGATIVAS proibido de usar uniformes, por decisão do ComandanteGeral da
Corporação, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Art. 101. As prerrogativas dos militares são constituídas pelas § 3º O militar fardado tem as obrigações inerentes ao unifor-
honras, dignidades e distinções devidas aos graus hierárquicos e me que usa e aos distintivos, emblemas e insígnias que ostente.
cargos.
Parágrafo único. São prerrogativas dos militares estaduais: Art. 106. É defeso ao civil ou a organização civil usar unifor-
I - o uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e em- me ou ostentar distintivo, equipamento, viatura, insígnia ou em-
blemas militares, correspondentes ao posto ou à graduação; blema que possa ser confundido com o adotado pela Corporação.
II - as honras, o tratamento e os sinais de respeito que lhes Parágrafo único. São responsáveis pela infração de que trata
são assegurados em leis e regulamentos; este artigo:
III - o cumprimento de pena de prisão ou detenção somente I - o presidente, o diretor ou o chefe de repartição, instituto,
em organização militar, cujo Comandante, Chefe ou Diretor tenha
departamento ou organização de qualquer natureza; II - o dirigen-
precedência hierárquica sobre o preso ou o detido, na conformida-
te de sociedade empresária;
de da legislação vigente;
III - o empregador.
IV - o julgamento em foro especial, nos crimes militares, na
conformidade da legislação vigente.
CAPÍTULO XII
DAS SITUAÇÕES ESPECIAIS
Art. 102. Somente em flagrante delito pode o militar ser preso
por autoridade policial, ficando esta obrigada a entregá-lo imedia-
Seção I
tamente à autoridade militar estadual mais próxima, só podendo
retê-lo na delegacia ou no posto policial durante o tempo necessá- Da Agregação
rio a lavratura do flagrante, informado dos seus direitos, entre os
quais o de permanecer calado e de contar com a assistência de sua Art. 107. A agregação é a situação na qual o militar da ativa
família e de advogados. deixa de ocupar vaga na escala hierárquica do seu quadro, nela
§ 1º Cabe ao Comandante-Geral da Corporação a iniciativa permanecendo sem número.
de responsabilizar a autoridade que não cumprir o disposto neste § 1º O militar deve ser agregado quando:
artigo ou maltratar ou consentir que seja maltratado qualquer mili- I - nomeado para cargo não considerado de natureza mi-
tar estadual preso, ou não lhe der o tratamento relacionado ao seu litar;
posto ou graduação. II - aguardar transferência para a reserva remunerada, por
§ 2º Sempre que o militar, quando em julgamento na Justiça ter sido enquadrado em quaisquer dos requisitos que a motivem;
Comum, esteja com risco de morte, cumpre ao Comandante-Ge- III - condenado à pena de suspensão do posto, graduação,
ral da Corporação, em entendimento com a autoridade judiciária, cargo ou função na conformidade do Código Penal Militar.
providenciar as medidas necessárias à segurança dos pretórios ou IV - julgado incapaz definitivamente para o serviço, enquan-
tribunais com emprego da força policial militar. to tramita o processo de reforma;
V - ultrapassados seis meses contínuos em licença para tra-
Art. 103. Os militares da ativa, no exercício de suas funções, tamento da própria saúde; VI - ultrapassados seis meses contínuos
são dispensados do serviço do Tribunal do Júri e da Justiça Elei- em licença para tratar de interesse particular; VII - ultrapassados
toral. seis meses contínuos em licença para tratamento em pessoa da
família;
Seção Única VIII - oficialmente considerado extraviado;
Dos Uniformes IX - oficialmente declarado desertor, se Oficial ou Praça es-
tável;
Art. 104. Os uniformes da Corporação, com seus distintivos, X - apresentar-se voluntariamente ou ter sido capturado,
insígnias e emblemas, são privativos dos militares e representam o após deserção;
símbolo da autoridade de que lhes é conferida pelo Estado, com as XI - ficar unicamente a disposição da justiça comum, para
prerrogativas inerentes. se ver processar, exceto se a ação penal decorrer de ato do serviço;

Didatismo e Conhecimento 20
NORMAS PERTINENTES À PMTO
XII - ultrapassar seis meses contínuos, sujeito a processo no Seção III
foro militar, exceto se a ação penal decorrer de ato do serviço; Do Excedente
XIII - tiver sido condenado à pena restritiva de liber-
dade superior a seis meses, com sentença transitada em julgado,
enquanto durar a sua execução, ou até que seja declarado indigno Art. 111. O militar em situação de excedente não sofre restri-
de pertencer à Corporação ou com ela incompatível; ção em seus direitos e é identificado no respectivo almanaque com
XIV - nomeado para qualquer cargo, emprego ou abreviatura Excd.
função pública temporária, de natureza civil não eletiva, ainda que
na administração indireta; Seção IV
XV - candidato a cargo eletivo, desde que conte com dez ou Do Ausente
mais anos de serviço.
§ 2º O militar agregado na conformidade do inciso II do pará- Art. 112. É considerado ausente o militar que, por mais de
grafo anterior, ainda que afastado de suas funções, é considerado vinte e quatro horas consecutivas:
em serviço ativo para todos os efeitos legais. I - deixar de comparecer à sua organização militar, sem
§ 3º É considerado em serviço ativo para todos os efeitos le- comunicar qualquer motivo ou impedimento;
gais, o militar: II - ausentar-se, sem licença da organização militar a que
I - que ficar unicamente à disposição da Justiça Comum serve ou do local onde deve permanecer.
para se ver processar e Parágrafo único. O militar é considerado ausente até o prazo
julgar; não confirmativo da deserção.
II - sujeito a processo na Justiça Militar, decorrente de ato
de serviço. Seção V
§ 4º A agregação do militar, a que se referem os incisos I e Do Desaparecimento, do Extravio e do Falecimento
XIV do §1º, deste artigo, é contada a partir da data da nomeação
no novo cargo até o regresso à Corporação ou a transferência ex Art. 113. É considerado desaparecido o militar da ativa que,
no desempenho de qualquer serviço, em viagem, em operações mi-
officio para a reserva remunerada.
litares ou em caso de calamidade pública, tiver paradeiro ignorado
§ 5º A agregação do militar, a que se referem os incisos V, VI,
por mais de oito dias.
VII, e XII do §1º, deste artigo, é contada a partir do primeiro dia
Parágrafo único. A situação de desaparecido só é considerada
após os respectivos prazos, e enquanto durar o evento.
quando não houver indício de deserção.
§ 6º A agregação do militar, a que se referem os incisos III,
VIII, IX, X e XI do §1º, deste artigo, é contada a partir da data
Art. 114. O militar que, na forma do artigo anterior, permane-
indicada no ato que torna público o respectivo evento.
cer desaparecido por mais de trinta dias, é oficialmente considera-
§ 7º A agregação do militar, a que se refere o inciso XV do §1o, do extraviado.
deste artigo, é contada a partir da data do registro como candidato
até sua diplomação ou retorno à Corporação, se não eleito. Art. 115. O extravio do militar da ativa acarreta interrupção
§ 8º O militar agregado permanece sujeito às obrigações dis- do serviço militar, com o consequente afastamento temporário do
ciplinares concernentes às suas relações com outros militares e serviço ativo, a partir da data em que for oficialmente considerado
autoridades civis. extraviado.
§ 9º O militar agregado fica adido ao Quartel do Comando § 1º A exclusão do serviço ativo é feita seis meses após a agre-
Geral para efeito de alterações e remuneração, continuando a figu- gação por motivo de extravio.
rar no respectivo almanaque, sem número, no lugar que até então § 2º Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, cala-
ocupava, com abreviatura «Ag» e anotações esclarecedoras da si- midade pública ou outro acidente oficialmente reconhecido, o
tuação. extravio ou o desaparecimento do militar da ativa é considerado
§ 10. A agregação se faz por ato do Comandante-Geral da falecimento, para os fins desta Lei, tão logo sejam esgotados os
Corporação. prazos máximos de possível sobrevivência, ou quando encerradas
as providências de salvamento.
Seção II
Da Reversão Art. 116. O reaparecimento do militar extraviado ou desapa-
recido, já excluído do serviço ativo, resulta em sua reinclusão e
Art. 108. Reversão é o ato pelo qual o militar agregado retorna nova agregação, enquanto se apurem as causas que deram origem
ao respectivo quadro, tão logo cesse o motivo que determinou a ao afastamento.
agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe compete na respecti-
va escala numérica. Art. 117. O falecimento do militar da ativa acarreta a exclusão
do serviço ativo a partir da data do óbito.
Art. 109. A qualquer tempo pode ser determinada a reversão
do militar, exceto nos casos dos incisos III, IV, V, VIII, XIII e XV CAPÍTULO XIII
do §1o do art. 107 desta Lei. DA EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO

Art. 110. A reversão se faz por ato do Comandante-Geral da Art. 118. A exclusão do serviço ativo da Corporação é feita em
Corporação. consequência de:

Didatismo e Conhecimento 21
NORMAS PERTINENTES À PMTO
I - transferência para reserva remunerada; VII - se oficial do QOA, QOE ou QOS, ultrapassar cinco
II - reforma; anos de permanência no último posto da hierarquia de seu quadro,
III - deserção; desde que conte com trinta ou mais anos de serviço;
IV - falecimento; V - extravio. VIII - se praça, ultrapassar três anos de permanên-
cia na mesma graduação, desde que conte trinta ou mais anos de
Art. 119. A exclusão do serviço ativo opera-se por ato do Co- serviço;
mandante-Geral da Corporação. IX - ultrapassar cinco anos de permanência no último posto
da Corporação, desde que conte, no mínimo, com trinta anos de
Art. 120. A transferência para a reserva remunerada ou a re-
serviço.
forma não isenta o militar de indenização dos prejuízos que tenha
§ 1º A nomeação do militar para os cargos de que trata o inciso
causado à Fazenda Pública Estadual.
IV somente pode ser feita:
Seção I I - pela autoridade federal competente mediante requisi-
Da Transferência para a Reserva Remunerada ção ao Chefe do Poder Executivo, quando o cargo for do âmbito
federal;
Art. 121. A transferência do militar para a reserva remunerada II - pelo Chefe do Poder Executivo, ou mediante sua auto-
é efetuada: rização, quando o cargo for estadual ou municipal.
I - a pedido; § 2º Enquanto permanecer no cargo de que trata o inciso IV, o
II - ex officio. militar tem assegurada a contagem do tempo de contribuição para
a reserva remunerada, bem assim para optar pela remuneração do
Art. 122. A transferência para a reserva remunerada, a pedido, posto ou da graduação.
é concedida, mediante requerimento, ao militar que contar no mí- § 3º A transferência do militar para a reserva remunerada pode
nimo dez anos de efetivo serviço na Corporação e: ser suspensa na vigência do estado de guerra, estado de defesa e
I - trinta anos de contribuição, se homem; estado de sítio ou em caso de mobilização.
II - vinte e cinco anos de contribuição, se mulher. § 4º A transferência para reserva remunerada, prevista no in-
§ 1º O militar que requerer sua transferência para a reserva ciso VI deste artigo, depende de indicação da comissão de promo-
remunerada por ter cumprido o tempo estabelecido neste artigo, é ções e de decisão do Comandante-Geral da Corporação.
automaticamente afastado das atividades militares.
§ 2º A transferência para a reserva remunerada depende da
Seção II
indenização, pelo militar, das despesas realizadas pelo Estado com
curso ou estágio destinado ao seu aperfeiçoamento, por tempo su- Da Reforma
perior a seis meses, se ainda não contraprestado igual prazo de
serviço. Aplicase, ao caso, no que couber, o disposto no art. 133 Art. 124. A passagem do militar para a inatividade, por refor-
desta Lei. ma, se efetua ex officio.
§ 3º A inativação do militar que estiver respondendo a in-
quérito ou a processo judicial, desde que conte com o tempo de Art. 125. A reforma é aplicada ao militar que:
contribuição estabelecido neste artigo, é concedida, mediante re- I - superar em três anos as idades limites estabelecidas no
querimento. A concessão comunicada, de imediato, à autoridade inciso I do art. 123 desta Lei;
policial ou judicial competente. II - for julgado incapacitado definitivamente para a ativi-
dade militar;
Art. 123. Cabe transferência ex officio para a reserva remune- III - estiver agregado por mais de um ano, por ter sido julga-
rada quando o militar: do incapacitado temporariamente para o serviço militar, ainda que
I - atingir as seguintes idades limites: a) o Oficial Superior, se trate de moléstia curável;
sessenta anos; IV - for condenado à pena de reforma prevista no Código
b) o Oficial Subalterno e Intermediário, cinquenta e oito Penal Militar, por sentença com trânsito em julgado;
anos; V - considerado culpado em processo nos Conselhos de
c) o Subtenente e Sargento, cinquenta e sete anos; Justificação ou de Disciplina, instaurado para determinar a conve-
d) o Cabo e Soldado, cinquenta e quatro anos; niência de sua permanência no serviço ativo cujo julgamento seja
II - for considerado inabilitado para inclusão nos quadros
de acesso à promoção, em caráter definitivo; pela aplicação desta medida.
III - estiver agregado por mais de um ano contínuo em virtu-
de de licença para tratar de saúde em pessoa da família; Art. 126. Anualmente, no mês de janeiro, o órgão de pessoal
IV - ultrapassar dois anos de afastamento, contínuos ou não, da Corporação faz organizar a relação dos militares que tenham
agregado em virtude de nomeação em cargo público civil temporá- completado a idade de que trata o inciso I do art. 125 desta Lei,
rio, não eletivo, ainda que da Administração Indireta; para efeito de reforma.
V - for diplomado em cargo eletivo, se contar mais de dez
anos de serviço; Art. 127. A incapacidade definitiva pode sobrevir em conse-
VI - após três matrículas ou indicações para frequentar cur- quência de:
so necessário à sua elevação na carreira militar, não se interessar I - acidente em serviço, ferimento recebido na manutenção
na respectiva matrícula, ou, matriculado, não completá-lo com o da ordem pública, enfermidade contraída nessa situação ou que
aproveitamento; nela tenha a causa eficiente;

Didatismo e Conhecimento 22
NORMAS PERTINENTES À PMTO
II - doença, moléstia ou enfermidade adquirida, com rela- personalidade, destruindo a autodeterminação do pragmatismo e
ção de causa e efeito inerente às condições do serviço; tornando o militar total e permanentemente impossibilitado para
III - doença grave, contagiosa ou incurável; toda e qualquer atividade laborativa.
IV - acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem rela- § 7º São excluídas do conceito de alienação mental as epi-
ção de causa e efeito inerente às condições do serviço. lepsias psíquicas e neurológicas, assim julgadas pela Junta Militar
§ 1º Considera-se acidente em serviço aquele que ocorra com Central de Saúde.
militar da ativa, quando: § 8º Considera-se paralisia todo caso de neuropatia grave e de-
I - no exercício de suas atribuições funcionais; finitiva que afete a motilidade, sensibilidade, troficidade e demais
II - no cumprimento de ordens emanadas de autoridade mi- funções nervosas no qual, esgotados os meios habituais de trata-
litar competente; mento, permaneçam distúrbios graves, extensos e definitivos que
III - no decurso de viagens a serviço, previstas em regula- tornem o militar, total e permanentemente, impossibilitado para
mentos ou autorizadas por autoridade militar competente; toda e qualquer atividade laborativa.
IV - no decurso de viagens impostas por motivo de movi- § 9º São também equiparadas às paralisias os casos de afecção
mentação efetuadas no interesse do serviço ou a pedido; ósteo-músculoarticulares graves e crônicos, como reumatismos
V - no deslocamento entre a sua residência e a organiza- graves e crônicos ou progressivos e doenças similares, nos quais,
ção em que serve ou o local de trabalho, ou naquele em que sua esgotados os meios habituais de tratamento, permaneçam distúr-
missão deva ter início ou prosseguimento, e viceversa, atendido o bios extensos e definitivos, quer ósteo-músculo-articulares, quer
seguinte: secundários das funções nervosas, motilidade, troficidade ou mais
a) a relação entre tempo e espaço, o itinerário percorrido funções que tornem o militar total e permanentemente impossibili-
pelo militar entre sua residência e o local de trabalho e vice-versa tado para toda e qualquer atividade laborativa.
e, em dias sem expediente, se o militar esteja escalado de serviço; § 10. São equiparados à cegueira não só casos de afecção crô-
b) seja o acidente em serviço confirmado na conformidade nicas, progressivas e incuráveis, que conduzam à perda total da
do §2o deste artigo e por meio de Sindicância ou Inquérito Policial visão, como também os de visão rudimentar que apenas permitam
Militar, que deve ser parte integrante do processo, para esclarecer a percepção de vultos, não susceptíveis de correção por lente nem
as circunstâncias do fato que deu origem ao acidente. removíveis por tratamento médico-cirúrgico.
§ 2º Os casos de que tratam os incisos I e II do caput deste
artigo são provados, sempre que possível, por documento sanitá- Art. 128. O militar reformado por incapacidade definitiva, que
rio de origem, utilizando-se, como subsidiários ao esclarecimento for julgado apto em inspeção de saúde, por Junta Médica Militar,
da situação, os termos do acidente, ocorrência policial, baixa ao em grau de recurso ou revisão, pode retornar ao serviço ativo ou
hospital, prontuários ou papeletas de tratamento nas enfermarias e ser transferido para a reserva remunerada, na conformidade da le-
hospitais e os registros de baixa. gislação específica.
§ 3º Nenhum militar é reformado quando possível seu apro- § 1º Dá-se o retorno ao serviço ativo quando o tempo decor-
veitamento nas atividades administrativas da Corporação, compa- rido na situação de reformado não ultrapasse dois anos, ocupando
tíveis com suas condições de saúde. o militar a mesma posição de antiguidade que lhe cabia na escala
§ 4º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incurá- hierárquica anterior da reforma. Não havendo vaga, o militar passa
veis: à situação de excedente até o surgimento da primeira vaga.
I - tuberculose ativa; § 2º A transferência para a reserva remunerada, atendido o li-
II - alienação mental; mite de idade, ocorre quando o tempo decorrido na situação de
III - esclerose múltipla; IV - neoplasia maligna; reformado ultrapassar dois anos.
V - cegueira;
VI - hanseníase; Art. 129. A remuneração do militar reformado por alienação
VII - cardiopatia grave; mental, enquanto não sobrevier nomeação judicial de curador, é
VIII - doença de Parkinson; paga aos seus beneficiários, desde que o tenham sob sua guarda e
IX - paralisia irreversível e incapacitante; responsabilidade e lhe dispensem tratamento condigno.
X - espondiloartrose anquilosante; § 1º A interdição do militar reformado por alienação mental
XI - nefropatia grave; deve ser providenciada junto ao órgão judicial competente, por
XII - estados avançados do mal de Paget (osteíte deforman- iniciativa dos beneficiários, parentes ou responsáveis, até noventa
te); dias a contar da data do ato da reforma, sob pena de suspensão da
XIII - Síndrome de Imunodeficiência Ad- respectiva remuneração até que a sobrevinda da curatela.
quirida - AIDS; § 2º A Corporação deve provocar o Ministério Público a fim
XIV - outras que a lei indicar, com base na de promover a interdição do militar reformado por alienação men-
medicina especializada. tal, quando:
§ 5º No caso de tuberculose, a Junta Militar Central de Saú- I - inexistente a interdição ou não tenha sido ela promo-
de deve fundar seu julgamento, obrigatoriamente, nas observa- vida por alguma das pessoas designadas nos incisos I e II do art.
ções clínicas, acompanhadas de repetidos exames subsidiários, de 1.768 do Código Civil Brasileiro;
modo a comprovar, com segurança, a atividade da doença. II - existindo as pessoas mencionadas no inciso anteceden-
§ 6º Considera-se alienação mental todo caso de distúrbio te, estas forem incapazes.
mental grave persistente no qual, esgotados os meios habituais § 3º Os atos e processos administrativos de registro de interdi-
de tratamento, permaneça alteração completa ou considerável na ção do militar têm rito sumário.

Didatismo e Conhecimento 23
NORMAS PERTINENTES À PMTO
Art. 130. Para os fins desta Seção, as seguintes Praças são Art. 137. O militar que houver perdido o posto e a patente ou
consideradas: a graduação é demitido ex officio.
I - Segundo Tenente, os Aspirantes a Oficial;
II - Aspirantes a Oficial, os Cadetes; Art. 138. O militar da reserva remunerada ou reformado que
houver perdido o posto ou a patente ou a graduação continua a
Seção III perceber os proventos da sua inativação.
Da Deserção
Art. 139. O militar pode ser demitido a bem da disciplina se
Art. 131. O militar oficialmente declarado desertor tem sua si- demonstrar incompatibilidade para o exercício da atividade militar
tuação funcional definida na conformidade do Código de Processo ou se tiver conduta que não lhe recomende a permanência no ser-
Penal Militar. viço ativo da Corporação.

CAPÍTULO XIV Art. 140. A demissão da Corporação a bem da disciplina acar-


DA DEMISSÃO, EXONERAÇÃO, PERDA DO POSTO E DA reta a perda do grau hierárquico e não isenta o demitido das in-
PATENTE DOS OFICIAIS, E DA GRADUAÇÃO DAS PRA- denizações dos prejuízos que causou à Fazenda Pública Estadual.
ÇAS E DA DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE DE PERMA-
NÊNCIA NO SERVIÇO ATIVO DA CORPORAÇÃO CAPÍTULO XV
DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
Art. 132. A exclusão da Corporação efetua-se por:
I - demissão; Art. 141. Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo, con-
II - exoneração; tínuo ou não, computado dia a dia, entre a data da inclusão na
III - perda do posto ou da patente; Corporação e a do limite estabelecido para contagem, ou a data de
IV - perda da graduação; V - licenciamento. exclusão do serviço ativo.
Parágrafo único. O militar exonerado ou demitido não tem di- § 1º Computa-se, ainda, como tempo de efetivo serviço:
reito a qualquer remuneração, regendo-lhe a situação militar a Lei I - o tempo de contribuição prestado em qualquer organi-
Federal do Serviço Militar. zação militar, Federal ou Estadual, contado exclusivamente para
fins de inatividade;
Art. 133. A exoneração é concedida a requerimento do inte- II - o tempo passado dia a dia nas organizações militares
ressado: do Estado do Tocantins pelo militar da reserva da Corporação,
I - sem indenização aos cofres públicos, quando contar convocado ou mobilizado para o exercício de funções militares
tempo igual ou superior ao transcorrido com sua formação, habili- estaduais.
tação, aperfeiçoamento ou especialização profissional; § 2º Ao tempo de contribuição a que se refere este artigo,
II - com indenização aos cofres públicos, pela formação, apurado e totalizado em dias, é aplicado o divisor de trezentos e
habilitação, aperfeiçoamento ou especialização profissional, pelo sessenta e cinco dias para a correspondente obtenção dos anos de
tempo que restar para completar o previsto no inciso I deste artigo. efetivo serviço.
§ 1º A indenização prevista no inciso II deste artigo é calcu-
lada com base na remuneração atualizada referente ao posto ou Art. 142. Anos de Serviço é a expressão que designa o tempo
graduação ostentada durante o curso de formação ou preparação, de contribuição a que se refere o art. 141 desta Lei, não computa-
multiplicada pelos meses restantes. dos para fins de gratificações, adicionais ou quaisquer outras van-
§ 2º Quando, durante o curso de formação ou preparação, tagens pecuniárias, com os seguintes acréscimos:
houver elevação na escala hierárquica, o valor a que se refere o I - tempo de contribuição público federal, estadual ou mu-
§1o deste artigo é calculado com base na média aritmética da re- nicipal, prestado pelo militar estadual anterior à sua inclusão na
muneração atualizada referente aos graus hierárquicos ostentados Corporação, excetuado o constante do inciso I do § 1o do art. 141
durante o curso. desta Lei;
II - tempo de contribuição prestado em atividades privadas;
Art. 134. O militar é exonerado de ofício quando: III - tempo de contribuição autônoma.
I - tomar posse em cargo público de provimento efetivo; Parágrafo único. Não se computa para nenhum efeito o tempo:
II - tendo sido incluído na Corporação, não se apresentar no I - passado em licença para tratar de interesse particular;
prazo estabelecido. II - passado como desertor;
III - decorrido em cumprimento de pena de suspensão de
Art. 135. O militar que responda a processo disciplinar só exercício do posto, graduação, cargo ou função por sentença com
pode ser exonerado, a pedido, após a conclusão do processo e o trânsito em julgado;
cumprimento da penalidade aplicada. IV - decorrido em cumprimento de pena restritiva da liber-
dade, por sentença com trânsito em julgado, desde que não tenha
Art. 136. O direito à exoneração pode ser suspenso na vigên- sido concedida suspensão condicional da pena, ou não tenha o mi-
cia de estado de guerra, calamidade pública, estado de defesa e de litar sido designado para o exercício de qualquer cargo ou função.
sítio, grave perturbação da ordem pública ou em caso de mobili- Neste caso, o tempo é computado para todos os efeitos, se as con-
zação. dições estipuladas na sentença não o impeçam.

Didatismo e Conhecimento 24
NORMAS PERTINENTES À PMTO
Art. 143. É computado como se estivesse em exercício das CAPÍTULO XVII
respectivas funções, o tempo que o militar estiver afastado por mo- DA JORNADA DE TRABALHO
tivo de ferimento recebido em acidente em serviço, na manutenção
da ordem pública ou de moléstia adquirida no exercício de qual-
quer função militar estadual. Art. 149. Os comandantes das unidades, das companhias in-
corporadas ou destacadas, dos pelotões, dos destacamentos ou
Art. 144. O tempo de contribuição do militar beneficiado por subdestacamentos são responsáveis pela adequação do emprego
anistia é na conformidade do respectivo ato concessivo. dos militares de modo a cumprirem as obrigações institucionais,
guardado o período de repouso, mínimo, equivalente ao dobro das
horas trabalhadas.
Art. 145. O tempo de contribuição passado pelo militar no
§ 1º Independentemente do período de repouso mínimo fixado
exercício de atividades decorrentes ou dependentes de operações
neste artigo, o militar pode ser convocado semanalmente, uma vez
de guerra é regulado em legislação específica. para instrução geral e duas vezes para atividades de educação físi-
ca, não excedendo cada convocação a três horas contínuas.
Art. 146. O pedido de transferência para a reserva remunerada § 2º Excepcionalmente, na iminência ou ocorrência de calami-
do militar que tenha completo o tempo de contribuição, ou esteja dade ou perturbação da ordem pública, operações e eventos sociais
em via de completá-lo, é comunicado, para efeito de substituição, de grande concentração popular, o militar pode ser convocado no
ao Comandante-Geral da Corporação com antecedência de trinta interesse do serviço em regime diferenciado de que trata o caput
dias. deste artigo.
§ 3º A jornada de trabalho do aluno matriculado em curso da
Art. 147. Na contagem dos anos de serviço, não pode ser com- Corporação é regulada pela unidade a que se vincula.
putada qualquer superposição dos tempos de serviço público fede-
CAPÍTULO XVIII
ral, estadual ou municipal, ou passado em órgãos da administração
DA MOVIMENTAÇÃO
indireta e fundações mantidas pelo poder público entre si, nem
como os acréscimos de tempos para os possuidores de cursos uni- Art. 150. Os Regulamentos de movimentação de Oficiais e
versitários, inclusive o prestado à atividade privada, e nem com o Praças em serviço ativo, da Polícia Militar e do Corpo de Bombei-
tempo de contribuição computável após a inclusão na Corporação, ros Militar, são baixados por decreto do Chefe do Poder Executivo,
matrícula em órgão de formação militar ou nomeação para posto compreendendo:
ou graduação na Corporação. I - a jurisdição de âmbito estadual da Corporação;
II - o aprimoramento da eficiência da Corporação;
CAPÍTULO XVI III - a prioridade na formação e aperfeiçoamento dos Qua-
DA CONVOCAÇÃO DE MILITAR DA dros;
RESERVA REMUNERADA
IV - a operacionalidade da força militar em termos de em-
prego permanente; V - a predominância do interesse público sobre
o interesse privado;
Art. 148. O militar na reserva remunerada pode ser convocado VI - a continuidade no desempenho das funções;
para o serviço ativo, em caráter transitório e mediante aceitação VII - a movimentação como decorrência dos deveres e das
voluntária, por ato do Chefe do Poder Executivo, se conveniente obrigações da carreira militar e como direito, nos casos especifica-
ao serviço, quando: dos na legislação pertinente;
I - se torne necessário o aproveitamento de conhecimentos VIII - a disciplina;
técnicos e especializados do militar; IX - a vivência profissional de âmbito estadual; X - o inte-
II - não haja, no serviço ativo, militar habilitado a exercer a resse do militar, quando pertinente.
função vaga na Organização Militar. Parágrafo único. No cumprimento do disposto no inciso IX
§ 1º O militar designado tem os direitos e os deveres do militar deste artigo, pode o militar, a critério do Comandante-Geral da
Corporação, ser movimentado a todo tempo.
da ativa em igual situação hierárquica, salvo quanto à promoção.
§ 2º A convocação a que se refere este artigo é realizada por
Art. 151. O militar está sujeito, como decorrência dos deveres
ato do Comandante-Geral da Corporação, quando se tratar de pra- e das obrigações da atividade militar, a servir em qualquer parte
ças. do Estado e, quando designado, em qualquer parte do país ou do
§ 3º A transitoriedade da convocação não impede ao militar a exterior.
permanência no serviço ativo, até que implemente o tempo neces-
sário à sua inativação. CAPÍTULO XIX
§ 4º O militar convocado por tempo determinado retorna, au- DAS RECOMPENSAS E DAS DISPENSAS DO SERVIÇO
tomaticamente, à situação anterior, assegurando-se-lhe os direitos
adquiridos durante o período da convocação. Art. 152. As recompensas constituem o reconhecimento do
§ 5º A antiguidade dos militares convocados para o serviço Estado pelos bons serviços prestados pelo militar.
§ 1º São recompensas militares:
ativo regula-se pela norma do art. 16 desta Lei.

Didatismo e Conhecimento 25
NORMAS PERTINENTES À PMTO
I - o prêmio de honra ao mérito; VIII - apresentação e higiene pessoais: zelo do poli-
II - as condecorações por serviços prestados; cial militar com a aparência e a higiene pessoais;
III - os elogios e as referências elogiosas; IV - a dispensa IX - esforço de aprimoramento físico: ações do policial mili-
do serviço. tar com vistas ao desenvolvimento e à manutenção do condiciona-
§ 2º As recompensas são concedidas na conformidade das nor- mento físico adequado ao desempenho de suas atividades;
mas estabelecidas nas leis e nos regulamentos da Corporação. X - zelo com os bens da Fazenda Pública: responsabilidade
do policial militar pelo uso e pela conservação dos meios e bens
Art. 153. A dispensa do serviço é concedida ao militar para públicos;
afastamento total do serviço, em caráter temporário, com remune- XI - relacionamento em sociedade: conduta ilibada do poli-
ração integral, computada como tempo de efetivo serviço: cial militar no meio civil;
I - em recompensa pelos bons serviços prestados, por pra- XII - pontualidade e assiduidade: cumprimento do horário
zo não superior a trinta dias, de entrada e permanência no local de trabalho, e saída dele, e a
II - mediante desconto em férias. frequência;
XIII - organização e qualidade: habilidade do poli-
CAPÍTULO XX cial militar em exercer suas atividades de forma ordenada e siste-
DA INSPEÇÃO DE SAÚDE mática com resultado satisfatório visando à excelência do serviço.
§ 2º O conceito é atribuído pelo avaliador, para cada quesito
Art. 154. A inspeção de saúde, normatizada por ato do Co- referido no §1o deste artigo, da seguinte forma:
mandante-Geral da Corporação, tem por objetivo avaliar a situa- I - dez pontos para Excelente;
ção de higidez do militar, com vistas à promoção, à realização de II - oito pontos para Muito Bom;
cursos, à seleção interna e à melhoria de sua qualidade de vida, em III - cinco pontos para Bom; IV - três pontos para Regular;
função dos riscos existentes no ambiente de trabalho e de doenças V - zero ponto para Insuficiente.
laborais. § 3º Para fins de verificação do valor final atribuído pelo ava-
liador, somam-se os valores conferidos para cada quesito.
CAPÍTULO XXI § 4º Para fins de cálculo do conceito profissional e moral, ex-
DO CONCEITO PROFISSIONAL E MORAL trai-se a média aritmética dos valores finais atribuídos pelos ava-
liadores.
Art. 155. O conceito profissional e moral, graduado de zero a
cento e trinta pontos, é atribuído individualmente, para efeito de CAPÍTULO XXII
promoção, pelo Comandante ao qual o avaliado esteja ou tenha DAS CONTRIBUIÇÕES COMPULSÓRIAS
sido subordinado funcionalmente nos últimos seis meses.
§ 1º Na atribuição do conceito, a que se refere este artigo, Art. 156. O militar estadual contribui para:
consideram-se os requisitos relativos à moral e ao desempenho I - o pecúlio militar, mediante chamada do Comandante-Ge-
profissional do militar, a seguir definidos: ral; II - fundo de assistência dos Militares ativos e inativos.
I - contribuição para a manutenção da hierarquia e da disci- § 1º Para fins do inciso I deste artigo, os militares ativos e
plina: inativos contribuem com 0,7% do subsídio do soldado, cuja regu-
a) participação do militar de forma disciplinada e discipli- lamentação se faz por ato do Comandante-Geral da Corporação.
nadora; § 2º Para fins do inciso II deste artigo, os militares ativos e ina-
b) consciência e respeito à ordenação das autoridades em tivos contribuem com 0,5% do subsídio do posto ou da graduação
seus diferentes níveis; para a formação do fundo de assistência, cuja regulamentação se
II - interesse no aprimoramento intelectual e profissional: faz por ato do Comandante-Geral da Corporação.
empenho do militar no seu desenvolvimento cultural e técnico;
III - consciência ética e respeito aos direitos e deveres ine- CAPÍTULO XXIII
rentes à cidadania: conduta do militar que denote consciência mo- DO FUNDO DE FARDAMENTO DA POLÍCIA MILITAR
ral quanto ao cumprimento das leis e ordens das autoridades cons-
tituídas, ao cumprimento dos princípios norteadores dos direitos Art. 157. O Fundo Fardamento – FUNFARDA destina-se a
humanos e dos demais princípios regentes da vida em sociedade; prover as despesas com fardamento do Policial Militar ativo.
IV - destemor e segurança nas atitudes: capacidade de o po-
licial militar enfrentar com coragem, conhecimento, firmeza, equi- Art. 158. São aportes financeiros do FUNFARDA:
líbrio e prudência as situações difíceis ou perigosas; I - R$ 65,80, por Policial Militar, repassados, mensalmen-
V - disponibilidade e compromisso com o resultado: grau te, pelo Tesouro do Estado ao Fundo, juntamente com os repasses
de comprometimento do militar, convocado ou não, em contribuir da folha de pagamento;
para o atendimento das necessidades da instituição e para o cum- II - doações;
primento das metas da Corporação; III - resultados de aplicação dos valores do Fundo no mer-
VI - criatividade: capacidade de buscar e propor ideias para cado financeiro.
soluções de problemas no ambiente de trabalho; Parágrafo único. O valor de que trata o inciso I deste artigo
VII - iniciativa no exercício profissional: predisposição do pode ser modificado por ato do Chefe do Poder Executivo.
policial militar para resolver prontamente as situações, por mais
difíceis que sejam, e que não estejam inseridas nas ordens recebi- Art. 159. Cumpre ao Comandante-Geral da Polícia Militar a
das, mediante ação consciente e refletida; gestão e a regulamentação do FUNFARDA.

Didatismo e Conhecimento 26
NORMAS PERTINENTES À PMTO
CAPÍTULO XXIV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 160. O militar, ao ser transferido para a reserva remunera-


da, reformado, demitido ou exonerado, deve transferir formalmen-
te os bens e valores que estiverem sob sua guarda ao Comandante
da Unidade a que pertencia ou a quem este indicar.
Parágrafo único. Quando o militar estiver impossibilitado de
realizar a transferência de que trata este artigo, o Comandante-Ge-
ral da Corporação ou a autoridade a que ele esteja imediatamente
subordinado, nomeia comissão para o inventário dos bens, para
efeito de transmissão ao sucessor designado.

Art. 161. É vedado o uso, por parte de qualquer pessoa ou


organização civil, de designações que possam sugerir vinculação à
Polícia Militar ou ao Corpo de Bombeiros
Militar.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às asso-
ciações, aos clubes, aos círculos e a outras instituições que congre-
guem membros da Corporação e que se destinem, exclusivamente,
ao intercâmbio social e assistencial entre militares e respectivos
familiares, e entre os militares e a sociedade civil do local.

Art. 162. O Chefe do Poder Executivo pode convocar oficiais


da reserva remunerada da própria Corporação para presidir in-
quéritos policiais militares ou Conselho de Justificação ou para a
realização de outros procedimentos administrativos, quando falte
oficial da ativa em situação hierárquica compatível com a do in-
vestigado.
§ 1º O convocado na conformidade deste artigo, alegando ra-
zões relevantes de natureza pessoal, pode pedir dispensa da missão
para o qual seja designado.
§ 2º A convocação, precedida de inspeção de saúde, perdura
pelo tempo necessário ao total cumprimento do encargo.
§ 3º Finda a atividade objeto da convocação, recalculam-se os
proventos do convocado, mediante adequação à nova situação e ao
tempo efetivo de serviço prestado.

Art. 163. Aplicam-se subsidiariamente na Corporação as nor-


mas que regem o Exército Brasileiro, no que lhe for pertinente.

Art. 164. Fica assegurada a promoção ao Posto e à Gradua-


ção imediatamente superior a todos os militares que preencham os
requisitos estabelecidos em Lei, observadas as vagas existentes.

Art. 165. Revogam-se:


I - a Lei 125, de 31 de janeiro de 1990;
II - a Lei 1.161, de 27 de junho de 2000;
III - a Lei 1.162, de 27 de junho de 2000; IV -
a Lei 1.437, de 3 de março de 2004.

Art. 166. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Palácio Araguaia, em Palmas, aos 20 dias do mês de abril de
2012; 191º da Independência, 124º da República e 24º do Estado.

JOSÉ WILSON SIQUEIRA CAMPOS


Governador do Estado

Didatismo e Conhecimento 27
REDAÇÃO
REDAÇÃO
Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer
REDAÇÃO das características específicas da forma oficial de redigir não deve
ensejar o entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite
a existência – de uma forma específica de linguagem administrati-
va, o que coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês.
PARTE I  Este é antes uma distorção do que deve ser a redação oficial, e se
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocráti-
co e de formas arcaicas de construção de frases.
CAPÍTULO I  A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e in-
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL fensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comu-
nicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâ-
O que é Redação Oficial metros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc.
pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Apresentadas essas características fundamentais da redação
Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. oficial, passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade,
uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade A Impessoalidade
e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração públi- escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém
ca direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obe- essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é
decerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria,
publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoali- Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é
dade princípios fundamentais de toda administração pública, claro sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comu-
está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comu- nica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto
nicações oficiais. dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
Não se concebe que um ato normativo de qualquer nature- Poderes da União.
za seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser
sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:
bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de a) da ausência de impressões individuais de quem comunica:
Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che-
cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público
concisão. que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro-
Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes
normativos obedece a certa tradição. Há normas para sua elabo- setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;
ração que remontam ao período de nossa história imperial, como, b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
por exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
de 10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos,
atos, o número de anos transcorridos desde a Independência. Essa temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes-
prática foi mantida no período republicano. soal;
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformi- c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni-
dade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comuni- verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões
cações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpreta- que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe
ção e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso qualquer tom particular ou pessoal.
de certo nível de linguagem. Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões
Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um
são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comu- amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto
nicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da indi-
é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por vidualidade que a elabora.
um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que
tratados de forma homogênea (o público). nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ain-
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações da, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.
oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de
tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos
expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos
para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Minis-
tro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de
meio século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a
primeira edição deste Manual.

Didatismo e Conhecimento 1
REDAÇÃO
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos
nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a de-
caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua fi- terminada área, são de difícil entendimento por quem não esteja
nalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de expli-
normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou citá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da admi-
regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcança- nistração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
do se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neo-
mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua logismo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semân-
é a de informar com clareza e objetividade. tica.
As comunicações que partem dos órgãos públicos federais Formalidade e Padronização
devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi-
restrita a determinados grupos. Não há dúvida que um texto mar- gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é
cado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regio- imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata
nalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da-
dificultada. quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível
Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a lín- (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento);
gua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventual- no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
mente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreen- A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária
são, como os gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas al- uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é
guns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo
incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma-
para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar. nual, exige que se atente para todas as características da redação
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes ní- oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.
veis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto
carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para
linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou a padronização. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais,
coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar a pre- a respeito de normas específicas para cada tipo de expediente.
sença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há
um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a Concisão e Clareza
finalidade com que a empregamos. A concisão  é antes uma qualidade do que uma característi-
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter im- ca do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um
pessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza máximo de informações com um mínimo de palavras. Para que
e concisão, eles requerem o uso do  padrão culto  da língua. Há se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além
consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário
as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que
comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições
que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial desnecessárias de ideias.
decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, mor- O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princí-
fológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das pio de economia linguística, à mencionada fórmula de empregar
idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atin- o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de
ja a pretendida compreensão por todos os cidadãos. forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é,
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de
de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex- reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras
pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre- inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já
go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e foi dito.
figuras de linguagem próprios da língua literária. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “pa- texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias se-
drão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos cundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, de-
atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias
uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior
no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessa- relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas.
riamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem A clareza  deve ser a qualidade básica de todo texto oficial,
burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evi- conforme já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se defi-
tado, pois terá sempre sua compreensão limitada. nir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão
pelo leitor.

Didatismo e Conhecimento 2
REDAÇÃO
No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da redação oficial. Para ela
concorrem:
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita,
como a gíria e o jargão;
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos;
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe acrescentam.
É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto
redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna
possível sua correção.
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode
ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa experiência profissional muitas
vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os ter-
mos técnicos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser dispensados.
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua
clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasa-
dos”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em todas as comunicações oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco
quadro, constante de obra de Adriano da Gama Kury , a partir do qual podem ser feitas inúmeras frases, combinando-se as expressões das
várias colunas em qualquer ordem, com uma característica comum: nenhuma delas tem sentido! O quadro tem aqui a função de sublinhar a
maneira de como não se deve escrever:

Como não se deve escrever:

COLUNA A COLUNA B COLUNA C COLUNA D COLUNA E COLUNA F COLUNA G


uma correta relação numa ótica pre- a transparência
1. A necessidade se caracteri- no interesse primá- substanciando e
entre estrutura e supe- ventiva e não de cada ato deci-
emergente za por rio da população, vitalizando,
restrutura mais curativa, sional.
a superação de cada sem prejudicar não assumindo no contexto um indispensável
2. O quadro nor-
prefigura obstáculo e/ou resis- o atual nível das nunca como de um sistema salto de quali-
mativo
tência passiva contribuições, implícito, integrado, dade.
o aplanamento
a pontual correspon- na medida em
3. O critério me- reconduz a com critérios não- potenciando e de discrepâncias
dência entre objetivos que isso seja
todológico sínteses -dirigísticos, incrementando, e discrasias exis-
e recursos factível,
tentes.
o redirecionamento para além das con- em termos de a adoção de uma
4. O modelo de evidenciando e
incrementa das linhas de tendên- tradições e dificul- eficácia e efi- metodologia
desenvolvimento explicitando
cias em ato dades iniciais, ciência, diferenciada.
o incorporamento das numa visão orgâ- a cavaleiro da a redefinição de
5. O novo tema ativando e im-
propicia funções e a descentra- nica e não totali- situação contin- uma nova figura
social plementando,
lização decisional zante, gente, profissional.
não omitindo com as devidas o co-envolvi-
o reconhecimento da mediante meca-
6. O método par- ou calando, mas e imprescindí- mento ativo de
propõe-se a demanda não satis- nismos da partici-
ticipativo antes particula- veis enfatiza- operadores e
feita pação,
rizando, ções, utentes.
uma coligação orgâ- segundo um como sua pre-
recuperando, ou uma congruente
7. A utilização nica interdisciplinar módulo de inter- missa indispen-
privilegia antes revalori- flexibilidade das
potencial para uma práxis de dependência hori- sável e condi-
zando, estruturas.
trabalho de grupo, zontal, cionante,

Didatismo e Conhecimento 3
REDAÇÃO
CAPÍTULO II  Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS a secular tradição. São de uso consagrado:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
Introdução a) do Poder Executivo;
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se- Presidente da República;
guir os preceitos explicitados no Capítulo I,  Aspectos Gerais da Vice-Presidente da República;
Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada Ministros de Estado;
tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo. Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito
Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns Federal;
a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego Oficiais-Generais das Forças Armadas;
dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação Embaixadores;
do signatário. Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de
cargos de natureza especial;
Pronomes de Tratamento Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
Breve História dos Pronomes de Tratamento b) do Poder Legislativo:
O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem Deputados Federais e Senadores;
larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após Ministro do Tribunal de Contas da União;
serem incorporados ao português os pronomes latinos  tu  e  vos, Deputados Estaduais e Distritais;
“como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
a palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento c) do Poder Judiciário:
de pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: Ministros dos Tribunais Superiores;
“Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que Membros de Tribunais;
se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa Juízes;
de categoria superior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se Auditores da Justiça Militar.
os vassalos de seu rei com o tratamento de vossa mercê, vossa se- O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos
nhoria(...); assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo res-
adotaram-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência, vossa pa- pectivo:
ternidade, vossa eminência, vossa santidade.” Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento in- Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
direto já estava em voga também para os ocupantes de certos car- Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fe-
gos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e depois para o deral.
coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em desuso. É As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor,
dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes de trata- seguido do cargo respectivo:
mento indireto como forma de dirigirmo-nos às autoridades civis, Senhor Senador,
militares e eclesiásticas. Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Concordância com os Pronomes de Tratamento Senhor Governador,
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gra-
matical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comu- A Sua Excelência o
nicação), levam a concordância para a  terceira pessoa. É que o A Sua Excelência o A Sua Excelência o
Senhor
verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu Senhor Senhor
Fulano de Tal
núcleo sintático: “Vossa  Senhoria nomeará  o substituto»; «Vos- Fulano de Tal Senador Fulano
Juiz de Direito da
sa Excelência conhece o assunto». Ministro de Estado de Tal
10a Vara Cível
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pro- da Justiça Senado Federal
Rua ABC, no 123
nomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Se- 70.064-900 – Bra- 70.165-900 – Bra-
01.010-000 – São
nhoria nomeará seu substituto» (e não «Vossa ... vosso...”). sília. DF sília. DF
Paulo. SP
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gêne-
ro gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se re- Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamen-
fere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se to  digníssimo  (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A
nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público,
atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, sendo desnecessária sua repetida evocação.
“Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar Vossa Senhoria  é empregado para as demais autoridades e
satisfeita”. para particulares. O vocativo adequado é:
Senhor Fulano de Tal,
Emprego dos Pronomes de Tratamento

Didatismo e Conhecimento 4
REDAÇÃO
(...) Identificação do Signatário
No envelope, deve constar do endereçamento: Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Re-
Ao Senhor pública, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o
Fulano de Tal nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de
Rua ABC, no 123 sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
70.123 – Curitiba. PR (espaço para assinatura)
Nome
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o em- Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem (espaço para assinatura)
o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o Nome
uso do pronome de tratamento Senhor. Ministro de Estado da Justiça
Acrescente-se que  doutor  não é forma de tratamento, e sim Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura
título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao
geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas menos a última frase anterior ao fecho.
que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de O Padrão Ofício
doutorado. É costume designar pordoutor os bacharéis, especial- Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi-
mente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com
o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comuni- o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única,
cações. que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, emprega- cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme-
da por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de lhanças.
universidade. Corresponde-lhe o vocativo:
Magnífico Reitor, Partes do documento no Padrão Ofício
(...) O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a partes:
hierarquia eclesiástica, são: a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vo- que o expede:
cativo correspondente é: Exemplos:
Santíssimo Padre, Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME
(...) b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha-
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co- mento à direita:
municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: Exemplo:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Brasília, 15 de março de 1991.
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, c) assunto: resumo do teor do documento
(...) Exemplos:
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superio- d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é diri-
res religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clé- gida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também
rigos e demais religiosos. o endereço.
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento
Fechos para Comunicações de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade – introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os mode- qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
los para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cum-
Portaria no  1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia pre-me informar que”, empregue a forma direta;
quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este – desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto
Manual estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
para todas as modalidades de comunicação oficial: em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re- – conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen-
pública: tada a posição recomendada sobre o assunto.
Respeitosamente, Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos ca-
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in- sos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtí-
ferior: tulos.
Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a
autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios,
devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério
das Relações Exteriores.

Didatismo e Conhecimento 5
REDAÇÃO
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arqui-
a estrutura é a seguinte: vo Rich Text nos documentos de texto;
– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro-
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu- veitamento de trechos para casos análogos;
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e ser formados da seguinte maneira:
assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, tipo do documento + número do documento + palavras-cha-
segundo a seguinte fórmula: ves do conteúdo
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, en- Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
caminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do
Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do Aviso e Ofício
servidor Fulano de Tal.”
ou Definição e Finalidade
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial prati-
do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da camente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é ex-
Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de pedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades
modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.» de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas
– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de
algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode- assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, no caso do ofício, também com particulares.
não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
encaminhamento. Forma e Estrutura
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações); Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do pa-
g) assinatura do autor da comunicação; e drão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Sig- (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
natário). Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Forma de diagramação Senhora Ministra
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte Senhor Chefe de Gabinete
forma de apresentação: Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo tes informações do remetente:
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; – nome do órgão ou setor;
b) para símbolos não existentes na fonte  Times New Ro- – endereço postal;
man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; – telefone e endereço de correio eletrônico.
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
da página;
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser im-
pressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens es-
querda e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares
(“margem espelho”);
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de dis-
tância da margem esquerda;
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni-
mo, 3,0 cm de largura;
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não
comportar tal recurso, de uma linha em branco;
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado,
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
documento;
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
e ilustrações;
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser
impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;

Didatismo e Conhecimento 6
REDAÇÃO
Exemplo de Ofício

(297 x 210mm)

Didatismo e Conhecimento 7
REDAÇÃO

Didatismo e Conhecimento 8
REDAÇÃO
Exemplo de Aviso

Didatismo e Conhecimento 9
REDAÇÃO
Memorando
Definição e Finalidade
O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente
em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
determinado setor do serviço público.
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplici-
dade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem
ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de
processo simplificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada
no memorando.

Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado
pelo cargo que ocupa.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

Exemplo de Memorando

(297 x 210mm)

Didatismo e Conhecimento 10
REDAÇÃO
Exposição de Motivos
Definição e Finalidade
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:
a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado.
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros
envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.

Forma e Estrutura
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a exposi-
ção de motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante.
A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua
estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.

Exemplo de Exposição de Motivos de caráter informativo

(297 x 210mm)

Didatismo e Conhecimento 11
REDAÇÃO
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- 7. Alterações propostas
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada Texto atual Texto proposto
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam
também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá-    
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente,
apontar: 8. Síntese do parecer do órgão jurídico
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da • Com base em avaliação do ato normativo ou da medida
medida ou do ato normativo proposto; proposta à luz das questões levantadas no item 10.4.3.
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar-
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou exame ou se reformule a proposta.
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição motivos que proponham a adoção de alguma medida ou a edição
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte de ato normativo tem como finalidade:
modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
de 2002. resolver;
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministé- b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do
rio ou órgão equivalente) no    , de   de       de 200. problema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edi-
ção do ato, em consonância com as questões que devem ser ana-
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providên- lisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito do
cias Poder Executivo (v. 10.4.3.).
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
medida proposta o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se
e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação
profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção
3. Alternativas existentes às medidas propostas de certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema
a ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efei-
Mencionar: tos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição
• se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; de motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade
• se há projetos sobre a matéria no Legislativo; da providência proposta: por que deve ser adotada e como resol-
• outras possibilidades de resolução do problema. verá o problema.
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (no-
4. Custos meação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, rever-
Mencionar: são, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exone-
• se a despesa decorrente da medida está prevista na lei ração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é
orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la; necessário o encaminhamento do formulário de anexo à exposição
• se é o caso de solicitar-se abertura de crédito de motivos.
extraordinário, especial ou suplementar; Ressalte-se que:
• valor a ser despendido em moeda corrente; – a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídi-
co não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente – o tamanho dos campos do  anexo à exposição de motivos
se o ato proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
tramitar em regime de urgência) comentários a serem ali incluídos.
Mencionar: Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a
atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, conci-
• se o problema configura calamidade pública;
são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão
• por que é indispensável a vigência imediata;
culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é
• se se trata de problema cuja causa ou agravamento não
a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da
tenham sido previstos; República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser
• se se trata de desenvolvimento extraordinário de situa- encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
ção já prevista. ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou
em parte.
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi-
da proposta possa vir a tê-lo)

Didatismo e Conhecimento 12
REDAÇÃO
Mensagem 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional
Definição e Finalidade competência privativa para aprovar a indicação.
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, acom-
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe panha a mensagem.
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presi-
da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião dente da República se ausentarem do País por mais de 15 dias.
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III,
matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar e 83), e a autorização é da competência privativa do Congresso
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja Nacional.
de interesse dos poderes públicos e da Nação. O Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia,
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comuni-
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação cação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idên-
final. ticas.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de con-
Nacional têm as seguintes finalidades: cessão de emissoras de rádio e TV.
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar A obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congresso
ou financeira. Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. So-
Os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados mente produzirão efeitos legais a outorga ou renovação da con-
em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Cons- cessão após deliberação do Congresso Nacional (Constituição, art.
tituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode ser 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem a urgência prevista no art.
encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de nova 64 da Constituição, porquanto o § 1o do art. 223 já define o prazo
mensagem, com solicitação de urgência. da tramitação.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensa-
Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da gem o correspondente processo administrativo.
Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro Secretário f) encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após
(Constituição, art. 64, caput). a abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacio-
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem pla- nal as contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art.
no plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e cré- 84, XXIV), para exame e parecer da Comissão Mista permanente
ditos adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se (Constituição, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados
aos Membros do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedi-
endereçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é mento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual so- g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
bre as leis financeiras em sessão conjunta, mais precisamente, «na Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situa-
forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso ção do País e solicitação de providências que julgar necessárias
Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. (Constituição, art. 84, XI).
57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas. O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presi-
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvi- dência da República. Esta mensagem difere das demais porque vai
do no âmbito do Poder Executivo, que abrange minucioso exame encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em forma de
técnico, jurídico e econômico-financeiro das matérias objeto das livro.
proposições por elas encaminhadas. h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos ór- Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio-
gãos interessados no assunto das proposições, entre eles o da Ad- nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde
vocacia-Geral da União. Mas, na origem das propostas, as análises se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou
necessárias constam da exposição de motivos do órgão onde se a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
geraram (v. 3.1. Exposição de Motivos) – exposição que acompa- nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de
nhará, por cópia, a mensagem de encaminhamento ao Congresso. sanção.
b) encaminhamento de medida provisória. i) comunicação de veto.
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art.
o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso, 66, § 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do é parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu
Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada texto vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2.
pela Coordenação de Documentação da Presidência da República. Forma e Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja pu-
c) indicação de autoridades. blicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação (v. 19.6.Veto)
de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos j) outras mensagens.
Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores Também são remetidas ao Legislativo com regular freqüência
do Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Mis- mensagens com:
são Diplomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. – encaminhamento de atos internacionais que acarretam en-

Didatismo e Conhecimento 13
REDAÇÃO
cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art. 155, §
2o, IV);
– proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
– pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, V); e outros.
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
– convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6o);
– pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
– pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
– pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, XX);
– justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
– pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
– relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
– proposta de modificação de projetos de leis financeiras (Constituição, art. 166, § 5o);
– pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou rejeição
do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8o);
– pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc.

Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem esquerda:
Mensagem no
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.

Exemplo de Mensagem

(297 x 210mm)

Didatismo e Conhecimento 14
REDAÇÃO
Telegrama
Definição e Finalidade
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda comu-
nicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do tele-
grama apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também
em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza).

Forma e Estrutura
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio na
Internet.

Fax
Definição e Finalidade
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desenvolvi-
mento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há
premência, quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue posteriormente
pela via e na forma de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se
deteriora rapidamente.

Forma e Estrutura
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário com os dados de identi-
ficação da mensagem a ser enviada, conforme exemplo a seguir:
 

[Órgão Expedidor]
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]
________________________________________________________________________________
Destinatário:_____________________________________________________________________
    No do fax de destino:_____________________________________ Data:_______/_______/____
    Remetente: _____________________________________________________________________
   Tel. p/ contato:____________________ Fax/correio eletrônico:____________________________
   No de páginas: esta +___________________________No do documento:___________________
   Observações:____________________________________________________________________
  

Didatismo e Conhecimento 15
REDAÇÃO
Correio Eletrônico (D) Quando se procurou resolver os problemas de pessoal
Definição e finalidade aqui neste departamento, faltaram um número grande de servido-
O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e cele- res para os andamentos do serviço.
ridade, transformou-se na principal forma de comunicação para (E) Do nosso ponto de vista pessoal, fica difícil vos informar
transmissão de documentos. de quais providências vão ser tomadas para resolver essa confusão
Forma e Estrutura que foi criado pelos manifestantes.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua 03. A frase cuja redação está inteiramente correta e apropriada
estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompa- para uma correspondência oficial é:
tível com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e (A) É com muito prazer que encaminho à V. Exª. Os convites
Comunicações Oficiais). para a reunião de gala deste Conselho, em que se fará homenagens
O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensa- a todos os ilustres membros dessa diretoria, importantíssima na
gem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização docu- execução dos nossos serviços.
mental tanto do destinatário quanto do remetente. (B) Por determinação hoje de nosso Excelentíssimo Chefe do
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, Setor, nos dirigimos a todos os de vosso gabinete, para informar
preferencialmente, o formato  Rich Text. A mensagem que enca- de que as medidas de austeridade recomendadas por V. Sa. já está
minha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu sendo tomadas, para evitar-se os atrasos dos prazos.
conteúdo.. (C) Estamos encaminhando a V. Sa. os resultados a que che-
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirma- garam nossos analistas sobre as condições de funcionamento deste
ção de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensa- setor, bem como as providências a serem tomadas para a consecu-
gem pedido de confirmação de recebimento. ção dos serviços e o cumprimento dos prazos estipulados.
(D) As ordens expressas a todos os funcionários é de que se
Valor documental possa estar tomando as medidas mais do que importantes para tor-
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de nar nosso departamento mais eficiente, na agilização dos trâmites
correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser legais dos documentos que passam por aqui.
aceito como documento original, é necessário existir certificação (E) Peço com todo o respeito a V. Exª., que tomeis providên-
digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida cias cabíveis para vir novos funcionários para esse nosso setor, que
em lei. se encontra em condições difíceis de agilizar todos os documentos
que precisamos enviar.

Questões 04. A respeito dos padrões de redação de um ofício, é INCOR-


RETO afirmar que:
01. Analise: (A) Deve conter o número do expediente, seguido da sigla do
órgão que o expede.
1. Atendendo à solicitação contida no expediente acima refe- (B) Deve conter, no início, com alinhamento à direita, o local
rido, vimos encaminhar a V. Sª. as informações referentes ao anda- de onde é expedido e a data em que foi assinado.
mento dos serviços sob responsabilidade deste setor. (C) Deverá constar, resumidamente, o teor do assunto do do-
2. Esclarecemos que estão sendo tomadas todas as medidas cumento.
necessárias para o cumprimento dos prazos estipulados e o atin- (D) O texto deve ser redigido em linguagem clara e direta, res-
gimento das metas estabelecidas. peitando-se a formalidade que deve haver nos expedientes oficiais.
(E) O fecho deverá caracterizar-se pela polidez, como por
A redação do documento acima indica tratar-se exemplo: Agradeço a V. Sª. a atenção dispensada.
(A) do encaminhamento de uma ata.
(B) do início de um requerimento. 05. Haveria coerência com as ideias do texto e respeitaria as
(C) de trecho do corpo de um ofício. normas de redação de documentos oficiais se o texto apresentado
(D) da introdução de um relatório. fosse incluído como parágrafo inicial em um ofício complementa-
(E) do fecho de um memorando. do pelo parágrafo final e os fechos apresentados a seguir.

02. A redação inteiramente apropriada e correta de um docu- Solicita-se, portanto, a divulgação desses dados junto aos ór-
mento oficial é: gãos competentes.
(A) Estamos encaminhando à Vossa Senhoria algumas reivin-
dicações, e esperamos poder estar sendo recebidos em vosso gabi- Atenciosamente,
nete para discutir nossos problemas salariais. Pedro Santos
(B) O texto ora aprovado em sessão extraordinária prevê a
redistribuição de pessoal especializado em serviços gerais para os Pedro Santos
departamentos que foram recentemente criados. Secretário do Conselho
(C) Estou encaminhando a presença de V. Sª. este jovem, mui-
to inteligente e esperto, que lhe vai resolver os problemas do siste- Resposta 01-C / 02-B / 03-C / 04-E / 05-C (correta)
ma de informatização de seu gabinete.

Didatismo e Conhecimento 16

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