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Análise da Estabilidade Global de um Edifício de Concreto Armado

Submetido a Carregamentos Horizontais e Verticais


Analysis of the Global Stability of a Reinforced Concrete Building Submitted
horizontal and vertical loads

Carlos Antonio Menegazzo Araujo (1); Daniel Domingues Loriggio (2)

(1) Mestrando, PPGEC - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa
Catarina, GAP Estruturas - Grupo de Análise e Projetos de Estruturas
carlos.menegazzo@gmail.com

(2) Professor Doutor, PPGEC - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de
Santa Catarina, GAP Estruturas - Grupo de Análise e Projetos de Estruturas
loriggio@ecv.ufsc.br

Resumo
Este trabalho faz uma análise de um edifício de concreto armado submetido a
carregamentos verticais, sobrecarga e peso próprio, e horizontais, devido ao vento. O
edifício foi representado por modelos planos, que foram analisados no programa
computacional 3PAVI – Programa de Pórtico Plano para Análise de Vento e Instabilidade,
desenvolvido para o estudo.
São analisados valores de gama-z para várias combinações propostas pela norma e
estudados procedimentos alternativos para a determinação de gama-z.
Os efeitos do vento são analisados verificando a influência da deformação por
cisalhamento do pilar parede e incluído os efeitos de segunda ordem globais através da
majoração dos esforços do vento por gama-z.
Palavra-Chave: Estabilidade Global - Edifícios - Concreto Armado.

Abstract
This work makes an analysis of a reinforced concrete building submitted vertical loads,
overload and proper weight, and wind loads. The building was represented by plain
models, that had been analyzed in computational program 3PAVI - Program of Portal
Frame for Analysis of Wind and Instability, developed for the study.
Values of gama-z for some combinations proposed by Brazilian cods are analyzed and
studied alternative procedures for the gama-z determination.
The effect of the wind are analyzed verifying the influence of the deformation for shear of
the enclosed pillar wall and the global effect of second order through the increase of the
efforts of the wind for gama-z.

Keywords: Global Stability - Building - Reinforced Concrete.

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1 Introdução
A NBR6118:2003 oferece processos aproximados para a verificação da possibilidade de
dispensa dos esforços globais de segunda ordem, classificando a estrutura em estruturas
de nós fixos, nas quais os esforços de segunda ordem globais são desprezíveis, ou de
nós móveis, nas quais estes esforços não são desprezíveis. Um dos processos
aproximados oferecidos é o coeficiente gama-z. Este coeficiente pode ser determinado
através dos resultados de uma análise linear de primeira ordem, utilizando não-
linearidade física aproximada, o que facilita sua aplicação. Além disto, para estruturas
com valores de gama-z inferiores a 1,30, os esforços de segunda ordem poderão ser
obtidos através da análise da estrutura com o efeito do vento majorado por 95% do valor
de gama-z correspondente a cada combinação. Neste trabalho, os processos de
classificação da estrutura e determinação dos esforços de segunda ordem globais,
através do coeficiente gama-z, são aplicados em modelos planos de um edifício de quinze
pavimentos, com auxílio de ferramentas computacionais desenvolvidas para o estudo.

2 Estrutura Padrão para o Estudo


A estrutura utilizada como exemplo, neste trabalho, é a de um edifício comercial, situado
na cidade de Balneário Camboriú (SC), construído em 1987 e estudado em
CHIAMULERA (2002). O edifício de dezessete pavimentos, em seu projeto original, foi
analisado através de modelos simplificados.

2.1 Modelos Estruturais Adotados


A estrutura real, que é tridimensional, pode ser representada no plano através dos
pórticos que a constituem. Neste trabalho, assim como nos trabalhos de PIROLLA(2004)
e RODRIGUES(2005), o edifício foi modelado através de cinco pórticos planos: três na
direção x e dois na direção y, nesta última direção foi utilizado um modelo que utiliza
metade da estrutura, visto a simetria (figura 1). Os pórticos planos que estão na mesma
direção são interligados através de barras rígidas bi-articuladas. Estas associações de
pórticos representam a rigidez do edifício em cada direção e, com isto, os esforços
horizontais são distribuídos em função da rigidez de cada pórtico.

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Pórtico

Pórtico
1yy

2yy
Pórtico
1xx

2xx
y

x 3xx

Figura 1 - Denominação dos Pórticos nas Direções X e Y

2.2 Propriedades Físicas dos Elementos Estruturais


Todos os elementos estruturais utilizados (pilares e vigas) foram modelados como sendo
barras retangulares. No caso deste edifício, as lajes foram concebidas com vigotas pré-
moldadas, não contribuindo para um aumento da rigidez das vigas. Todos os elementos
apresentam as mesmas propriedades físicas, sendo estas citadas abaixo:

ƒ Peso específico do concreto: 25 KN/m³;


ƒ Resistência característica do concreto: 25 MPa;
ƒ Módulo de elasticidade secante: 23.800 MPa (calculado de acordo com o item
8.2.8 da NBR6118:2003) ;

2.3 Propriedades Geométricas dos Elementos Estruturais


As dimensões dos elementos estruturais foram retiradas da planta de formas proposta por
PIROLLA(2004), apresentada na figura 2. Além destes elementos, foram criados mais
dois elementos: barras rígidas bi-articuladas com área elevada e barras rígidas com
inércia elevada. O primeiro tipo de barra foi utilizado na ligação entre os pórticos planos e,
o segundo, para modelar os pilares parede no pórtico principal na direção y (figura 3).

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Figura 2 - Associação de Pórticos na direção Y (em perspectiva)

Pilar-Parede

Barra de Ligação

Barra da seção

Barra de Ligação

Eixo Pilar

Figura 3 – Barras Rígidas utilizadas

2.4 Hipóteses Adotadas


Na modelagem da estrutura foram adotas algumas hipóteses, citadas abaixo:

ƒ As barras rígidas bi-articuladas, que ligam os pórticos de mesma direção, tiveram


suas áreas majoradas em cem vezes, para simular o efeito de diafragma rígido das
lajes;
ƒ As barras rígidas que ligam as vigas até o centro do pilar parede tiveram majoradas
as áreas em cem vezes e as inércias em mil vezes, simulando uma barra rígida;
ƒ As escadas, elevadores e tubos de ventilação foram desprezados na análise;
ƒ As áreas dos pilares foram majoradas em cem vezes, tentando simular o efeito
construtivo.];
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ƒ Todas as vigas foram consideradas retangulares, desprezando as contribuições
colaborantes das lajes (seção T);
ƒ As áreas das seções transversais das vigas foram majoradas em cem vezes, para
simular também o efeito do diafragma rígido das lajes.

3 Combinações de Ações Utilizadas


Os carregamentos aplicados no edifício são: carregamentos verticais usuais para
edifícios, oferecidos pela NBR6120:1980; e carregamentos horizontais devido ao vento,
calculados de acordo com a NBR6123:1988.
Os diversos cenários de carregamentos admissíveis e com probabilidade de ocorrerem
são simulados através das combinações de ações. Nas análises deste trabalho, estas
combinações de ações foram realizadas de acordo com a NBR6118: 2003 para o estado
limite último.
As combinações últimas utilizadas (de acordo com a NBR6118: 2003) são listadas abaixo:

ƒ C1e: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,6.Vento Esquerda;


ƒ C1d: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,6.Vento Direita;
ƒ C2e: 1,4.CP + 1,4.0,7.SC + 1,4.Vento Esquerda;
ƒ C2d: 1,4.CP + 1,4.0,7.SC + 1,4.Vento Direita.

Além das combinações últimas identificadas pela NBR6118: 2003, foram realizadas mais
duas combinações últimas. Estas duas combinações estão previstas nos Comentários
Técnicos do IBRACON: 2003. São estas:

ƒ C3e: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,8.Vento Esquerda;


ƒ C3d: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,8.Vento Direita.

A tabela 11.3 da NBR6118:2003 indica que para estruturas usuais de edifícios, as


combinações onde há efeito favorável das cargas permanentes (reduzido pela
consideração γg = 1,0) não precisam ser consideradas. Porém, neste trabalho foram
incluídas mais duas combinações para verificação deste item da norma. Essas
combinações são apresentadas abaixo.

ƒ C4e: 1,0.CP + 1,4.Vento Esquerda;


ƒ C4d: 1,0. CP + 1,4.Vento Direita.

Nos trabalhos de PIROLLA(2004) e RODRIGUES(2005), o coeficiente gama-z foi


calculado através de uma combinação simplificadora, que considera todos os
carregamentos majorados por 1,4. Neste caso, os deslocamentos utilizados são os
deslocamentos devido unicamente ao carregamento do vento. Para a comparação desta
simplificação, foi introduzida mais uma combinação no estudo, que é apresentada a
seguir.

ƒ C5d: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4. (Vento Direita ou Vento Esquerda).

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4 Classificação da Estrutura Quanto aos Deslocamentos Horizontais

4.1 Direção YY
Para o estudo da estabilidade na direção YY foram processados três modelos, com
determinação do coeficiente gama-z para cada combinação proposta. Os modelos são
apresentados a seguir. A associação de pórticos na direção YY é apresentada na figura 4.

Figura 4 - Deformada da estrutura (YY) para a combinação crítica (esc. 100x)

4.1.1 Modelo 1
O primeiro modelo apresenta redução de 30% da rigidez inicial de todos os elementos
(para considerar a não linearidade física de modo aproximado). A contribuição da
deformação devido ao cisalhamento é desprezada.
O valor do coeficiente gama-z para a combinação crítica (C1d) é 1,1052. Visto que o valor
de gama-z é superior a 1,10, a estrutura é classificada como de nós móveis, porém muito
próximo do limite.

4.1.2 Modelo 2
Neste modelo a contribuição da deformação devido ao cisalhamento também é
desprezada. A consideração da não-linearidade de maneira aproximada é realizada
através de coeficientes de redução da rigidez inicial, neste caso foram adotados 0,4 para
as vigas e 0,8 para os pilares. A combinação C1d também foi a crítica neste modelo e
apresenta o valor de 1,1502 para o coeficiente gama-z. Neste modelo a estrutura também
foi considerada de nós móveis (gama-z é superior a 1,10).

4.1.3 Modelo 3

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O terceiro modelo utiliza as mesmas configurações do segundo modelo, porém considera
a contribuição da deformação por cisalhamento. A combinação crítica e a classificação da
estrutura foram idênticas aos modelos anteriores.

4.2 Comparação entre os modelos do coeficiente gama-z na direção YY


A tabela 1 apresenta os valores de gama-z para cada modelo e combinação. Através
desta tabela são retiradas as conclusões apresentadas a seguir.

ƒ Através da comparação entre o modelo 1 e modelo 2 é possível verificar que a


diferença devido as várias maneiras de considerar a não-linearidade física de
forma aproximada foi da ordem de 4%;
ƒ A influência da consideração da deformação por cisalhamento foi menor do que
1%;
ƒ As diferenças encontradas entre combinações com coeficientes de ponderação
iguais, porém com o sentido do vento contrário (por exemplo, diferenças entre as
combinações C1e e C1d) são atribuídas aos deslocamentos horizontais devido aos
carregamentos verticais, que apresentam valores na ordem de 10% dos
deslocamentos devido ao vento. Esses deslocamentos horizontais apresentam o
mesmo sentido dos deslocamentos devido ao vento da direita;
ƒ Como exposto no item 3 deste trabalho, o cálculo do coeficiente gama-z para a
combinação C5d desconsidera os deslocamentos horizontais devido às cargas
verticais que, como já observado, não foram desprezíveis.

Tabela 1 - Valores do coeficiente gama-z


Modelo1 Modelo2 Modelo3
Combinação Gama-z Gama-z Gama-z
C1e: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,6.Vento Esquerda 1,0674 1,0918 1,0963
C1d: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,6.Vento Direita 1,1052 1,1502 1,1572
C2e: 1,4.CP + 1,4.0,7.SC + 1,4.Vento Esquerda 1,0713 1,0982 1,1029
C2d: 1,4.CP + 1,4.0,7.SC + 1,4.Vento Direita 1,0920 1,1300 1,1361
C3e: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,8.Vento Esquerda 1,0719 1,0987 1,1036
C3d: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,8.Vento Direita 1,1003 1,1426 1,1492
C4e: 1,0.CP + 1,4.Vento Esquerda 1,0460 1,0630 1,0659
C4d: 1,0.CP + 1,4.Vento Direita 1,0540 1,0751 1,0784
C5d: 1,4.CP + 1,4.Vento Direita ou Esquerda 1,0716 1,0993 1,1039

4.3 Direção XX
Para o estudo dos pórticos da direção XX foram analisados três modelos para a análise
de estabilidade através do coeficiente gama-z. Os modelos são apresentados a seguir.

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Figura 5 - Deformada da estrutura (XX) para a combinação (C1e) (esc. 100x)

4.2.1 Modelo 1
Este modelo de estudo considera a não-linearidade física de maneira aproximada através
de coeficientes de redução da rigidez inicial, neste caso foram adotados 0,7 para vigas e
pilares. A combinação C1e é a combinação crítica e apresenta o valor de gama-z igual a
1,0812, classificando a estrutura considerada como de nós fixos. A figura 5 apresenta a
deformada da estrutura para a combinação crítica.
4.2.2 Modelo 2
Este modelo difere do anterior apenas nos coeficientes para a consideração da não-
linearidade de maneira aproximada que, neste caso, foram 0,4 para as vigas e 0,8 para os
pilares. O valor máximo do coeficiente gama-z é obtido também com a combinação C1e.
Esse valor é superior ao limite de 1,10, então, a estrutura é classificada como de nós
móveis.
4.2.3 Modelo 3
O terceiro modelo de estudo é o modelo mais crítico, visto que apresenta a consideração
da não-linearidade de maneira aproximada através dos coeficientes 0,4 para as vigas e
0,8 para os pilares, e também considera a contribuição da deformação devido ao
cisalhamento. A combinação crítica também é a C1e e a estrutura é classificada como de
nós móveis.

4.3 Comparação entre os modelos do coeficiente gama-z na direção XX


A tabela 2 apresenta os valores de gama-z para cada modelo e combinação.

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Tabela 2 - Valores do coeficiente gama-z
Modelo1 Modelo2 Modelo3
Combinação Gama-z Gama-z Gama-z
C1e: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,6.Vento Esquerda 1,0812 1,1228 1,1280
C1d: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,6.Vento Direita 1,0805 1,1217 1,1269
C2e: 1,4.CP + 1,4.0,7.SC + 1,4.Vento Esquerda 1,0798 1,1189 1,1192
C2d: 1,4.CP + 1,4.0,7.SC + 1,4.Vento Direita 1,0785 1,1174 1,1181
C3e: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,8.Vento Esquerda 1,0812 1,1228 1,1280
C3d: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.0,8.Vento Direita 1,0805 1,1217 1,1269
C4e: 1,0.CP + 1,4.Vento Esquerda 1,0632 1,0947 1,0953
C4d: 1,0.CP + 1,4.Vento Direita 1,0629 1,0941 1,0944
C5d: 1,4.CP + 1,4.SC + 1,4.Vento D ou E 1,0813 1,1229 1,1281

Através desta tabela são retiradas algumas conclusões.

ƒ Através da comparação entre o modelo 1 e modelo 2 é possível verificar que a


diferença referente as consideração da não-linearidade física de forma aproximada
continua sendo da ordem de 4%;
ƒ A influência da consideração da deformação por cisalhamento também foi menor
do que 1%;
ƒ As diferenças encontradas (muito menores que 1%) entre combinações com
coeficientes de ponderação iguais, porém com o sentido do vento contrário (por
exemplo, diferenças entre as cominações C1e e C1d) são atribuídas às perdas de
precisão numérica;
ƒ Como exposto no item 3 deste trabalho, o cálculo do coeficiente gama-z para a
combinação C5d desconsidera os deslocamentos horizontais devido às cargas
verticais. Neste caso, estes deslocamentos foram desprezíveis, visto que os
resultados de C5d são praticamente iguais às combinações mais desfavoráveis.

5 Análise dos Esforços Internos


Os esforços da estrutura são obtidos através do processamento dos pórticos planos
utilizando o módulo de elasticidade secante do concreto e a envoltória de todas as
combinações de ações apresentadas no item 3 deste trabalho. Os esforços de primeira
ordem serão analisados com e sem a consideração da contribuição da deformação por
cisalhamento. Os esforços totais (esforços de primeira mais segunda ordem) serão
analisados para um dos casos da análise de primeira ordem.

5.1 Análise dos Esforços de Primeira Ordem


Neste item serão apresentados os elementos mais solicitados na análise de primeira
ordem. Os valores apresentados aqui são referentes à envoltória de todas as
combinações já mencionadas. Os modelos, para a análise de primeira ordem, foram
refeitos sem a inclusão da não linearidade aproximada, ou seja, foram usadas as seções
brutas de concreto e o módulo de elasticidade secante. Apesar de não ser válida a análise
de primeira ordem para as estruturas consideradas de nós móveis, serão apresentados

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aqui os esforços da associação de pórticos na direção YY para a posterior comparação
com os esforços de segunda ordem.
As vigas mais solicitadas na direção YY são as vigas V9 e V10 do piso 5. Os pilares mais
solicitados são os pilares P6 e pilar-parede. A figura 6 apresenta o diagrama da envoltória
de momentos das combinações (citadas anteriormente). As escalas de desenho e
diagrama também são apresentadas na figura. Nesta figura é possível observar que os
momentos nos pilares, ocasionados pelas cargas horizontais, são absorvidos em sua
maior parte pelo pilar parede.

Figura 6 - Envoltória de Momentos (Direção YY)

A associação de pórticos na direção XX será adotada como de nós fixos (modelo 1 da


análise de estabilidade).
As vigas mais solicitadas na direção XX são as vigas V1, V2 e V4 do piso 3. Os pilares
mais solicitados são os pilares P5, P6, P7 e P8. A figura 7 apresenta o diagrama da
envoltória de momentos das combinações (já citadas). As escalas de desenho e diagrama
também são apresentadas na figura.

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Figura 6 - Envoltória de Momentos (Direção XX)

Ainda na análise de primeira ordem, foram observados os esforços internos ao longo das
vigas. Nesta análise, foi observado que as combinações onde há efeito favorável das
cargas permanentes, reduzido pela consideração γg = 1,0, não influenciaram a envoltória
dos esforços para a direção YY. Na direção XX os valores máximos não são alterados,
porém os valores dos momentos ao longo da viga são alterados devido a estas
combinações. Isto pode ser verificado comparando as figuras 7.

Figura 7 - Envoltória de MF sem a combinação com γg = 1,0 (esq.) e com a combinação com γg = 1,0 (dir.)

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Na análise dos pilares foi observada, principalmente, a influência da consideração da
deformação por cisalhamento. A tabela 3 apresenta os valores máximos de momentos
fletores. Através desta tabela é possível concluir:

ƒ Na direção YY a contribuição da deformação por cisalhamento foi significativa nos


pilares que pertencem ao pórtico do pilar-parede;
ƒ A contribuição da deformação por cisalhamento no pilar P6 (na direção YY)
influenciou 16,9% o momento máximo. No caso do P2 a influência foi maior,
19,3%;
ƒ Na direção XX a influência do cisalhamento foi semelhante ao momento positivo,
não ultrapassando os 3%. A média está abaixo de 1%;
ƒ Os pilares P2 e P6 são os mais solicitados (sem considerar o pilar parede);

Tabela 3 -Tabela de comparação entre os momentos dos pilares


sem deformação com deformação
cisalhamento cisalhamento
M M
Direção Piso Pilar
(KN.m) (KN.m)
0 P1 76,95 78,86
1 P2 82,55 81,69
3 P3 83,26 75,66
0 P4 85,42 86,53
0 P5 321,63 318,82
3 P6 129,36 127,81
XX
1 P7 120,21 119,46
0 P8 346,91 339,13
0 P9 76,63 78,61
0 P10 85,38 86,52
3 PPE 85,81 85,61
1 PPD 77,71 77,95
4 P1 99,07 98,79
0 P2 272,79 325,38
4 P5 179,53 179,14
YY
0 P6 294,60 344,30
6 P9 85,37 85,30
0 PPE 5922,30 5846,99

5.2 Análise dos Esforços de Segunda Ordem


Neste trabalho os esforços finais da estrutura serão determinados através da solução
aproximada oferecida no item 15.7.2 da NBR6118:2003. Esta solução é fundamentada na
majoração em 95% de gama-z das cargas horizontais e é válida para estruturas com
gama-z inferior a 1,3, então, é aplicável na estrutura exemplo. Pelo motivo de
objetividade, somente serão calculados os esforços totais (esforços de primeira mais
segunda ordem) da associação de pórticos da direção YY, sendo este o caso mais crítico.

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Neste item serão apresentados dois modelos adicionais para estudo. A diferença entre os
modelos está na consideração ou não da contribuição da deformação por cisalhamento, o
primeiro modelo não irá considerar e o segundo modelo irá considerar. Em ambos os
modelos, a consideração aproximada da não-linearidade física foi realizada através da
redução da rigidez dos pilares e vigas, utilizando 40% da rigidez das vigas e 80% da
rigidez dos pilares.
Os esforços de segunda ordem foram obtidos através da subtração dos esforços de
primeira ordem nos esforços finais. Para isolar os esforços de segunda ordem devido ao
gama-z multiplicador, foram gerados novos modelos para a obtenção dos esforços de
primeira ordem, utilizando a não-linearidade física aproximada igual aos modelos para a
obtenção de esforços de segunda ordem. A tabela 4 apresenta os momentos fletores nas
vigas para estes modelos compatibilizados. As tabelas 5 e 6 apresentam,
respectivamente, os momentos fletores positivos e negativos para os pilares, com os
modelos compatibilizados. Nestas tabelas as diferenças encontradas entre primeira e
segunda ordem estão compatíveis com os valores majorados pelo coeficiente gama-z.
Tabela 4 - Momentos finais nas vigas
Primeira Ordem Segunda Ordem Acréscimo Finais
Modelo 1
1° para 2° 1° para 2°
M+ M- M+ M- M+ M-
Piso Viga Tramo M+ M-
(KN.m) (KN.m) (KN.m) (KN.m) (%) (%) (KN.m) (KN.m)
1 123,27 -183,29 2,91 -9,93 2,36 5,42 126,18 -193,22
V9
2 123,06 -194,35 2,83 -10,21 2,30 5,25 125,89 -204,56
5
1 108,42 -178,55 2,60 -9,20 2,40 5,15 111,02 -187,75
V10
2 159,57 -205,40 9,15 -17,79 5,73 8,66 168,72 -223,19
Modelo 2
1° para 2° 1° para 2°
M+ M- M+ M- M+ M-
Piso Viga Tramo M+ M-
(KN.m) (KN.m) (KN.m) (KN.m) (%) (%) (KN.m) (KN.m)
1 122,09 -182,03 3,32 -10,62 2,72 5,83 125,41 -192,65
V9
2 121,90 -192,97 3,21 -10,93 2,63 5,66 125,11 -203,90
5
1 106,29 -176,39 2,94 -9,78 2,77 5,54 109,23 -186,17
V10
2 156,11 -207,53 9,80 -12,92 6,28 6,23 165,91 -220,45

Tabela 5 - Momentos positivos finais nos pilares


Primeira Ordem Segunda Ordem Acréscimo Finais
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 1 Modelo 2 1° para 2° 1° para 2° Modelo 1 Modelo 2
M+ M+ M+ M+ Modelo 1 Modelo 2 M+ M+
Pilar
(KN.m) (KN.m) (KN.m) (KN.m) (%) (%) (KN.m) (KN.m)
P1 95,90 95,37 5,21 5,58 5,43 5,85 101,11 100,95
P2 404,69 457,44 26,94 33,36 6,66 7,29 431,63 490,80
P5 171,29 170,51 11,30 11,91 6,60 6,98 182,59 182,42
P6 405,51 458,48 27,74 34,12 6,84 7,44 433,25 492,60
P9 77,40 77,02 2,98 3,27 3,85 4,25 80,38 80,29
PPE 8518,29 8506,45 582,06 625,12 6,83 7,35 9100,35 9131,57

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Tabela 6 - Momentos negativos finais nos pilares
Primeira Ordem Segunda Ordem Acréscimo Finais
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 1 Modelo 2 1° para 2° 1° para 2° Modelo 1 Modelo 2
M- M- M- M- Modelo 1 Modelo 2 M- M-
Pilar
(KN.m) (KN.m) (KN.m) (KN.m) (%) (%) (KN.m) (KN.m)
P1 -93,12 -92,51 -5,06 -5,43 5,43 5,87 -98,18 -97,94
P2 -341,94 -397,09 -3,62 -7,06 1,06 1,78 -345,56 -404,15
P5 -161,71 -160,71 -10,66 -11,43 6,59 7,11 -172,37 -172,14
P6 -358,58 -411,51 -7,06 -11,21 1,97 2,72 -365,64 -422,72
P9 -79,65 -79,30 -3,06 -3,37 3,84 4,25 -82,71 -82,67
PPE -7525,93 -7476,19 -136,72 -162,77 1,82 2,18 -7662,65 -7638,96

6 Considerações Finais
Através dos modelos processados para o edifício na direção YY pode-se verificar que os
deslocamentos horizontais da estrutura devido aos carregamentos verticais não são
desprezíveis
Os estudos realizados com o coeficiente gama-z também indicaram a grande influência
dos coeficientes multiplicadores para a consideração da não-linearidade física de forma
aproximada.
Na análise dos esforços de primeira ordem da estrutura foi possível observar que
pequenas alterações nos deslocamentos podem provocar diferenças significativas nos
esforços, como visto, principalmente, nos pilares próximos ao pilar-parede na direção YY
(apesar da estrutura ser classificada como de nós móveis e, portanto a análise de
primeira ordem não ser válida para dimensionamento), onde a contribuição da
deformação por cisalhamento é mais significativa.
A análise dos esforços também revelou que as combinações que consideram a carga
permanente com coeficiente ponderador reduzido (igual a 1) não influenciaram os
momentos máximos nas vigas, porém alteram os valores da envoltória ao longo destas.

7 Referências
ARAUJO, C. A. M., Análise de Edifícios de Concreto Armado com Auxílio de
Programa de Pórtico Plano. Trabalho de Conclusão de Curso, Florianópolis / orientador:
Daniel D. Loriggio., 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6118 – Projeto de


estruturas de concreto. Rio de Janeiro, RJ, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6120 – Cargas para o


cálculo de estruturas de edificações - Procedimentos. Rio de Janeiro, RJ, 1980.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6123 – Forças devidas ao


vento em edificações - Procedimentos. 1988.

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CHIAMULERA, M. A. Estudo Comparativo de Edifício projetado por Modelo
Tradicional e Modelo Computacional. Monografia de Curso de Especialização em
Projeto de Estruturas. Orientador: Daniel D. Loriggio. Florianópolis, SC. 2002.

INSTITUTO BRASILEIRO DO CONCRETO. Comentários Técnicos do IBRACON. 2003.

PIROLLA, F. C., Análise de edifícios de concreto armado com a consideração do


vento. Trabalho de Conclusão de Curso. , Florianópolis / orientador: Daniel D. Loriggio.,
2004.

RODRIGUES, F. S., Efeitos da carga vertical e do vento em um Edifícios de Concreto


Armado. Trabalho de Conclusão de Curso. , Florianópolis / orientador: Daniel D.
Loriggio., 2005.

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