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1
Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); professora adjunta do
Departamento de Psicologia da UFES.
Endereço para correspondência: Avenida Fernando Ferrari, s/n.º, Campus Goiabeiras, CEMUNI VI, sala 3 –
Vitória, ES. CEP: 29075-910. E-mail: leiglesias@gmail.com.
2
Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); professora
associada I do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento e do Programa de Pós-Graduação
em Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Endereço para correspondência: Avenida Fernando Ferrari, s/n.º, Campus Goiabeiras, CEMUNI VI, sala 7 –
Vitória, ES. CEP: 29075-910. E-mail: luzianeavellar@yahoo.com.br
Artigo recebido em: 03/08/2016. Aprovado para publicação em: 20/10/2016.
1 INTRODUÇÃO
O matriciamento foi descrito em 2003, pelo Ministério da Saúde, como “um arranjo
organizacional que visa dar suporte técnico em áreas específicas às equipes responsáveis
pelo desenvolvimento de ações básicas de saúde para a população” (BRASIL, 2003,
p. 80). Na perspectiva deste estudo, defendemos que o matriciamento vai além de um
suporte técnico. Essa estratégia de trabalho tem a potencialidade de ser um encontro
produtivo entre equipes com saberes, vivências e práticas diversas, que ao compartilharem
tais conhecimentos devem atuar conjuntamente para o cuidado integral em saúde.
Em outras palavras, o matriciamento consiste em uma prática voltada à estruturação
da rede de saúde por meio do fortalecimento das relações entre os profissionais e,
consequentemente, destes com os outros atores sociais, incluindo usuários e gestores.
O matriciamento, tema deste estudo, é tratado aqui em sua capacidade de fortalecimento
dos sujeitos e coletivos, pela sua proposta de compartilhamento de saberes e práticas entre
atores diversos, pela democratização das relações e pela transformação e superação de
modelos hierarquizados (BERTUSSI, 2010; BRASIL, 2004).
Para tanto, torna-se imprescindível a abertura de novos canais de diálogo,
o que implica, necessariamente, civilizar fronteiras, dissolver as barreiras existentes
entre especialistas e generalistas, entre clínica e gestão, entre quem formula e quem
executa. Nesse sentido, a estratégia de matriciamento busca promover encontros
entre equipes que devem estar juntas em um processo contínuo de comunicação
para a integração de saberes e práticas. Vale ressaltar que não se trata apenas de um
compartilhamento de saber como transmissão de informação, mas da construção de
saberes, que se dá por intermédio desses encontros produtivos e, sobretudo,
de corresponsabilização pela prática de cuidado.
Logo, o gestor, em suas funções de planejamento, coordenação, regulação,
controle e avaliação de ações, tem papel importante também nessa proposta de
matriciamento, podendo tanto representar um obstáculo a essa prática (pela tentati-
va de controle dos sujeitos) quanto possibilitar a reinvenção do trabalho, pela certe-
za de que o processo de gestão envolve todos os atores implicados na produção
de saúde, conforme trazido pela Política Nacional de Humanização (NORONHA;
LIMA; MACHADO, 2004; BRASIL, 2009).
Apesar de termos clareza de que o processo de gestão não está restrito a
um único sujeito, corroboramos o entendimento de que os gestores, formalmente
designados como tais, “ocupam um papel específico que os diferenciam dos outros
atores que participam do processo de gestão, tanto nas responsabilidades, na forma
de produzir e exercitar o poder” (SILVA, 2012, p. 37).
Por tudo isso, pensamos ser relevante considerar as concepções dos gestores
a respeito do matriciamento, para refletirmos sobre as possibilidades concretas de
reversão de uma prática de gestão historicamente hierarquizada para outra voltada
à cogestão. Isso porque a política em si, no papel, não garante sua efetividade.
Compreendemos que o modo como esses profissionais gestores entendem a proposta
de matriciamento e atuam em relação a ela interfere diretamente na possibilidade
de concretização ou não dessa prática em toda a sua capacidade de produção
de autonomia, de integralidade do cuidado e da intersetorialidade da atenção.
O matriciamento necessita também de credibilidade por parte dos gestores,
no sentido de favorecer a gestão participativa, pautada em uma perspectiva crítica
e política de trabalho, que não reforce os especialismos, os quais reproduzem
práticas empobrecidas e pouco favoráveis a produzir efeitos desinstitucionalizantes
nas vidas de todos os sujeitos envolvidos — usuários, familiares, gestores e
profissionais de saúde (DIMENSTEIN et al., 2009).
Nessa perspectiva, este estudo teve por objetivo analisar as concepções dos gestores
sobre o matriciamento em saúde mental, as avaliações que eles têm a respeito dos efeitos
dessa estratégia, bem como suas propostas para o fortalecimento da referida prática.
2 MÉTODO
Trata-se de um estudo exploratório, de abordagem qualitativa, realizado em
um munícipio do Sudeste do Brasil, que concretiza o matriciamento em saúde mental
à Atenção Básica por meio de seus três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS):
adulto, álcool e drogas, e infantil. Vale enfatizar que a cidade possui algumas particu-
laridades no que diz respeito aos profissionais que compõem as Unidades de Saúde
(US). Desde 2007 o município conta com equipes ampliadas em suas 30 Unidades de
Saúde, compostas por assistente social, profissional de educação física, farmacêutico,
fonoaudiólogo, ginecologista, pediatra e psicólogo, além dos profissionais previstos
pelo Ministério da Saúde para composição mínima da equipe de Saúde da Família,
incluindo equipe de saúde bucal. O município está dividido em seis regiões de saúde,
e cada qual abrange um território específico, com realidades diversificadas.
Para esta pesquisa foi selecionada uma US de cada região, totalizando seis
US. Quatro delas funcionam na lógica da Estratégia de Saúde da Família (ESF),
e as outras duas atuam como Unidades Básicas sem ESF. Para escolha dessas
unidades, a pesquisadora, que era servidora pública do município à época, escolheu
aquelas com as quais mantinha menor contato no dia a dia de trabalho. A partir de
então, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os gestores dessas seis
US, com os gestores dos três CAPS, com o atual coordenador municipal da área
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
1
Refere-se a todos os profissionais de saúde que têm sua formação voltada à discussão psicossocial,
para além dos psicólogos e psiquiatras, assistentes sociais, terapeutas em geral, como, por exemplo,
terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas, arteterapeutas, psicanalistas, dentre outros.
mas o medo era maior, mas com o apoio do apoio isto melhorou”. Nas palavras do
coordenador municipal da área técnica de saúde mental 2:
que já foi feito e das alternativas futuras possíveis nesse trabalho em saúde mental,
para que essas equipes se sintam fortalecidas ao cuidado.
Nicácio (2003) aponta a importância das discussões desses medos e dessas
angústias das equipes no cuidado às pessoas em sofrimento psíquico também nesses
espaços de encontro, para além do caso propriamente dito. A autora problematiza que
esses sentimentos têm relação com a cultura de associação da loucura à periculosidade,
mas também com a dificuldade de lidar com o desconhecido, com a imprevisibilidade do
sofrimento psíquico. Estamos falando de sujeitos que vivenciam tal situação de sofrimento
de modo singular e que, portanto, requisitam a invenção constante de modos de cuidar.
Contudo, essa expressão dos medos e das angústias não é algo simples, tendo
em vista, por exemplo, uma formação em saúde voltada ao bem-estar a qualquer
custo, inclusive do profissional prestador do cuidado. Nesse contexto, é necessária
a construção cotidiana de um vínculo entre os profissionais envolvidos, de modo
que se sintam à vontade também para trazer suas fragilidades para a roda de conver-
sa. A partir daí, tem-se estruturada a possibilidade concreta da ampliação de uma
comunicação verdadeiramente aberta entre matriciadores e matriciandos e, conse-
quentemente, do fortalecimento do agir cotidiano dessas equipes.
Outra mudança percebida por esses gestores refere-se à melhoria do contato do
médico de família com o psiquiatra, mediante a implantação do matriciamento em saúde
mental. Outras aproximações também puderam ser notadas, como pontuado por alguns
gestores: aproximação e melhoria das relações entre os CAPS, aproximação da Atenção
Básica com a temática da saúde mental e aproximação do CAPS com o território.
Todos esses movimentos de aproximação parecem ter contribuído para uma
mudança importante no campo da saúde mental: a redução do número de internações
psiquiátricas. “Teve uma redução dos números de internação. Então, são sinais que
não foram formalizados, mas que mostram que tem um efeito, inclusive externo”
(coordenador municipal 2).
Nesse caso, o município parece ter conseguido ampliar as possibilidades de
respostas ao sofrimento psíquico, que não necessariamente o internamento. Segundo
Lima Júnior et al. (2010), essas situações de redução do número de internações
relacionam-se diretamente com a construção de garantias e condições para que o
sofrimento psíquico seja manejado com os recursos do território, por entenderem
o vínculo como a maior tecnologia de que a terapêutica da saúde mental dispõe.
Sendo assim, relacionamos todas as aproximações possibilitadas pelo matriciamento
(entre os CAPS, entre eles e o território e entre a Atenção Básica e a saúde mental)
como importantes na efetivação da reforma psiquiátrica em toda a sua potencialidade.
Por fim, vale dizer que houve gestores, principalmente aqueles que trazem
a concepção do matriciamento como estratégia de fiscalização do trabalho da
atenção básica, que afirmaram não reconhecer nenhuma transformação propiciada
por esse matriciamento.
A primeira dificuldade é o fato de não ser estratégia, que você realmente tem que
acompanhar mais de perto os casos e não consegue. É a reunião que não tem,
o médico que é só quatro horas. Você fica travado em algumas ações de promoção,
de prevenção, de grupo, de estar junto para intervir junto [gestor US 2].
Alguns casos muito graves são bem conduzidos. O apoio vai junto com a unidade
e, na hora de internação ou urgência, nada acontece. Os leitos de urgência não são
do município. Às vezes a gente tem seis profissionais, juntando da básica com do
CAPS, que passam o dia inteiro esperando o SAMU [Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência], esperando vaga, e o cara continua em casa mal. Então,
realmente, a falta de todos os pontos da rede atrapalha o matriciamento, mas não
são todos os casos que precisam disto [coordenador municipal 2].
Vale ressaltar essa última pontuação feita pelo coordenador municipal da área
técnica de saúde mental 2 de que não são todos os casos que precisam dessas articula-
ções com o hospital — apontadas como arrumações difíceis no cotidiano do trabalho —,
para que essa dificuldade não sobrepuje tantas outras possibilidades de cuidado nas unida-
des ou nos CAPS. Com isso, não estamos desmerecendo a necessidade de resolução de
tais desafios. Essas carências na rede representam entraves ao cuidado, já que a Atenção
Básica, nesse processo de matriciamento, traz para a cena do território essas situações de
sofrimento psíquico, o que vai requisitar a garantia do cuidado pela rede como um todo.
Uma rede que, como diz Figueiredo (2006, p. 39), atue efetivamente como colaboradora
do cuidado em saúde mental, e não como uma teia na qual a pessoa em sofrimento psíqui-
co fique presa, sem acesso, perdida nos “emaranhados da desresponsabilização, uma rede
de salvamento e não de captura e indefesa”.
Ainda na perspectiva de discussão das garantias necessárias à efetivação do
matriciamento em toda a sua potencialidade, os gestores apresentam outros entraves:
dificuldade de deslocamento do profissional de um serviço a outro para o encontro
entre equipes e a rotatividade dos profissionais das equipes, além de incompatibilidades
de agendas entre matriciador e matriciando. “Eu vejo alguns diretores reclamando:
‘O matriciamento em saúde mental quer um dia, o idoso quer outro’. É agenda demais,
e eles têm uma demanda muito grande. Você vai marcar uma compartilhada para 30 dias
por conta de não ter agenda. Acaba que não tem um processo” (gestor CAPS B).
Além disso, os gestores apontam como dificuldade para o fortalecimento
do matriciamento em saúde mental a falta de espaços de discussão entre os
matriciadores. “Alguns matriciadores começaram a fazer de um jeito, outros de
outro, e não se falavam exatamente. Então teve a falta de alguns alinhamentos,
da diferença do que é crise, do que é urgência, por exemplo. A cada crise ressurge
esta discussão: ‘O paciente é meu ou não é?’” (coordenador municipal 2).
Nesse contexto de discussão, Figueiredo (2006) ressalta a necessidade de reconhe-
cermos que essas mudanças da lógica de trabalho trazidas pela base conceitual do matri-
ciamento, não são simples de serem incorporadas, em sua abrangência, pelas equipes e
que não se dão de modo automático, com a determinações de diretrizes. Essas mudanças
precisam ser trabalhadas com as equipes, inclusive as equipes matriciadoras, por meio
desses encontros de reflexão e análise crítica sobre o próprio trabalho. Assim, esses
encontros tornam-se “continentes aos problemas na relação entre a equipe, aos precon-
ceitos em relação à loucura, à dificuldade de entrar em contato com o sofrimento do outro
e à sobrecarga trazida pela lida diária com a pobreza e a violência” (FIGUEIREDO, 2006,
p. 131). A autora acrescenta que todas essas questões podem se reverter em entraves à
efetivação do matriciamento — como também discutido neste texto —, caso não estive-
rem garantidos esses espaços de “reflexão e formação permanentes para processá-las,
capazes de realimentar constantemente as fortalezas do apoio matricial enquanto arranjo
transformador das práticas hegemônicas na saúde” (FIGUEIREDO, 2006, p. 131).
A ausência desses espaços de discussão acerca da proposta matricial pode
levar também a alguns outros problemas, como citado pelo gestor CAPS C, relativos
a equívocos de demandas das unidades ao matriciamento e aos riscos de atendê-las,
caso as propostas não estejam bem apreendidas pelos envolvidos:
Falta esta apropriação dos CAPS deste processo, deles ajudarem as unidades
a ter mais recursos de cultura, de socialização, de lazer, de geração de renda,
pode avançar para ter cooperativa de usuário, atividade durante o fim de
semana. Mas ainda falta uma maior apropriação, saber: “Quantos usuários
vocês têm? Quais são graves?”. Tranquilizar a básica, porque a básica vem
muito na questão do incêndio do caso, da crise, e acho que às vezes o CAPS
entra nesta também, querendo cuidar, o que é legal, mas tem que dar uma
saída depois. Cuidou? Agora vamos ajudar a unidade para ela vê que não
tem todos os casos graves, este é um caso no meio de dez, mas que os outros
nove são tranquilos, e se a gente cuidar, acompanhar, a gente não é pega de
surpresa tantas vezes. Então acho que isto é possível o CAPS fazer, vê onde
tem muito usuário que está dentro do CAPS que precisa sair, vê o que tem
no território, vê esta parte de inserção e trabalho, contar com a comunida-
de como recurso. Isto é pouco feito pela unidade e pelo matriciamento do
CAPS [coordenador municipal da área de saúde mental 2].
Por fim, vale dizer também que houve gestores que não reconhecem nenhu-
ma dificuldade relacionada ao matriciamento: “Não tem nenhuma dificuldade, nem
para agendar. Eles mesmo ligam” (gestor US 5).
Talvez criar NASF, mas, mesmo assim, acho que deveria ter uma forma de
articulação NASF e CAPS, porque nas reuniões nacionais a gente vê proble-
mas em relação a esta articulação que dificulta o trabalho. Nós temos número
de profissionais e variedade para fazer um bom NASF, só que teria que ter
muito trabalho para este processo integrar e não ser mais um elemento da
rede para fragmentar e virar ambulatório, porque a gente sabe que no Brasil
também tem NASF que são ambulatórios. Então, marca[m]-se as consultas.
Isto também não significa que teria que acabar com o apoio matricial nos
CAPS, pelos CAPS. Mas ter estas outras equipes.
Como discutido, a regularidade de uma equipe para essa função tem impor-
tantes vantagens em fazer valer a integração da saúde mental na Atenção Básica em
toda a sua potencialidade. No que diz respeito à implantação de NASF, o coorde-
nador municipal da área técnica de saúde mental, conhecendo a história desse
fizemos, senão vai ser instituído um dispositivo que vem para quebrar certa hierarquia,
mas acaba ficando hierarquizada e engessada no protocolo” (gestor CAPS B).
Destaca-se nessa proposta a imprescindibilidade de análise constante desse
trabalho, que busca, assim como outras estratégias importantes voltadas à promoção
à saúde e à desinstitucionalização do cuidado, a consolidação daqueles princípios
trazidos pelo SUS, difíceis de se efetivar no cotidiano das práticas, por toda a
lógica existente de compartimentalização e pouca sociabilidade, mas possível de
acontecer por conta da invenção, do compromisso e da articulação dos atores da
saúde — usuários, profissionais de saúde e gestores. Como bem ressalta o gestor
CAPS C: “O matriciamento é uma invenção a cada ato que se faz”, o que reafirma a
importância desses momentos de reflexão das práticas e das integrações e parcerias
diversas no trato com a complexidade da vida em seu movimento.
Nesse contexto, defendemos que, independentemente de esse matriciamento
ser acionado pela atenção básica aos CAPS, ele precisa estar com a Atenção Básica
também provocando a construção de outro olhar sobre os sujeitos e sobre a práxis
em saúde, pela invenção de possibilidades mais efetivas de integralidade da atenção.
Trata-se de uma clínica artesanal que tenta escapar à perspectiva protocolar, na
medida em que se abre a invenções mediante essas relações com cada sujeito em
suas particularidades e em seu entorno.
Onocko-Campos (2003) igualmente pontua a necessidade de uma análi-
se crítica sistemática da perspectiva matricial, tendo em vista que, assim como
qualquer arranjo que se institucionaliza, o matriciamento pode ser capturado pela
lógica tradicional. Como um trabalho para a desinstitucionalização, o matriciamen-
to em saúde mental deve se dispor também à crítica, ao conflito, à reinvenção de
ações de cuidado, para a desconstrução de realidades excludentes consolidadas e a
invenção de outras realidades de respeito e valorização das diferenças.
Nessa perspectivas de mudanças de paradigma no modo de operar no setor
da saúde, conforme trazido pelo coordenador municipal da área técnica de saúde
mental 2, faz-se importante garantir o suporte formativo também aos matriciadores,
que estão se formando igualmente em serviço, por meio dessas relações propostas
pelo matriciamento. Assim, outras proposições trazidas pelos gestores deste estudo
se tornam mais viáveis, como, por exemplo, a ideia de ampliação do matriciamento
para outros serviços da rede, para além da Atenção Básica:
4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Este estudo analisou as concepções trazidas pela gestão sobre o matricia-
mento, bem como as dificuldades enfrentadas, os avanços e as mudanças alcança-
das, assim como as propostas de fortalecimento dessa prática na visão do gestor.
Apostávamos que existiriam diferenças importantes entre os entendimentos dos
gestores entrevistados de serviços diferentes, contudo, pudemos apreender que tais
percepções, trazidas pelos gestores de US, de CAPS e os coordenadores municipais
da área técnica de saúde mental, se assemelham em grande parte.
Nessas discussões foram trazidas importantes mudanças alcançadas pelo
trabalho matricial, que busca primordialmente a produção de outra cultura no setor
REFERÊNCIAS
______. Matrix support in mental health: the experience in Vitória, Espírito Santo.
Journal of Health Psychology, v. 21, n. 3, p. 346-355, 2016b.