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SONTAG, Susan. Diante da dor dos outros. [S.l.]: Companhia das Letras, 2003. 349 p.

Acesso em: 06 set. 2018.

O livro Diante da dor dos outros (2003), da ativista dos direitos humanos, crítica
de arte, e escritora Susan Sontag (1933 – 2004), busca expor como as imagens de dor e
sofrimento humano podem comover, assim como possibilitar a manipulação de seu
contexto original. Essa deturpação é perceptível a partir de legendas pretenciosas que
acompanham as fotografias, estas podem influenciar as conjecturas de quem não
vivenciou, ou não deteve contato direto com a história em torno do fato catastrófico.
Exemplos disso são as obras Três Guinéus (1938), da inglesa Virginia Woolf (1882 –
1941) e Guerra contra guerra! (1924), do polonês Ernst Friedrich (1894 – 1967), – O
que autores distintos teriam em comum? –. Para Susan, ambos teceram suas concepções
a partir da observação de fotografias, raras para a época, de modo que tais concepções
seriam equivocadas, reforçando a aversão generalizada à guerra, bem como banalizando
o sofrimento dos que a vivenciaram.

Além do teor subjetivo que a interpretação possui, as fotografias dispõem de


valor comercial para os veículos de comunicação, que se aproveitam das catástrofes
para alimentar a histeria dos espectadores. A teoria de Susan fundamenta o que é
notável atualmente: fotografias e vídeos de tragédias compartilhados instantaneamente
via redes sociais despertam a curiosidade, a compaixão ou expõem o lado mais obscuro
da personalidade de quem os compartilha.

Com a evolução dos meios de comunicação, outras importantes discussões são


abordadas: a baixa credibilidade que os relatos literários adquiriram em relação aos
fotográficos, assim como a percepção da má qualidade, e da ausência de retoques nas
imagens provocaria nos voyeurs a segurança da veracidade das tragédias representadas.
Ademais, cresceu ainda o contingente de fotógrafos enviados para registrarem as
cenas trágicas. A consequência desse crescimento é a censura. Se de um lado, o dos
telejornais tendenciosos e aproveitadores, havia a complacência, mesmo que falsa, com
os familiares das vítimas, do outro, em que questões étnicas estão envolvidas, não houve
qualquer pudor na publicação de fotografias das vítimas. Conforme a autora elucida,
africanos, chineses, judeus e asiáticos não foram poupados, e dada a exposição, esta
seria perigosa para a estabilidade social, pois colocaria em risco a verdade por trás da
conjuntura histórica das nações.

Diante da dor provocada por catástrofes bélicas, empatia, compaixão e senso


crítico são importantes e intrínsecos ao ser humano, no entanto, passividade e sadismo
não cessam a ocorrência de tais acontecimentos. Esta é a reflexão qual Susan Sontag
nos propõe: o estímulo da fraternidade humana e alguma atitude perante a dor alheia, e
caso a empatia não se transforme em ações, a dor do outro será sempre a dor do outro.

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