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FUNÇÃO SIMBÓLICA

O termo símbolo, com origem no grego σύμβολον (sýmbolon), designa um elemento


representativo que está em lugar de algo (realidade invisível), que tanto pode
ser um objecto como um conceito ou idéia.

O "símbolo" é um elemento essencial no processo de comunicação.

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Em 1945 Jean Piaget, em “ La formation du symbole chez l’enfant” descreve no aparelho


psíquico uma função determinante para a génese do pensamento e da linguagem, função
que viria a designar por “função semiótica”. Esta função, que consiste em emitir e
receber significados e em lhes responder, precede e ultrapassa a função linguística
própriamente dita.

Para Piaget a infra-estrutura da comunicação significante adquire-se primeiro com a


ecopraxia, o jogo de gestos através dos quais o adulto e a criança se imitam mútuamente.
Depois, esta imitação gestual prolonga-se por um lado em jogos de imitação vocal ( que
permitem à criança isolar e dominar fonemas significantes da lingua natural falada pelo seu
meio) e por outro lado em jogos de simulacro em que a criança, na presença de um adulto,
se imita a si própria, quer dizer, imita no vazio uma actividade que lhe é habitual, por
exemplo o adormecer ( temos aqui presente a imitação diferida, que pressupõe já um
esboço de representação).

A simbolização é em seguida adquirida pela criança quando a sua actividade de simulacro


se acompanha de um comentário verbal constituido pelas primeiras palavras que sabe
dizer : a continuidade semiótica do gesto corporal e do significante linguístico acaba de se
estabelecer. É afinal esta experiência que a banda desenhada retoma, reaviva e eterniza.

A etapa seguinte faz entrar a criança no universo falante própriamente dito, o do


encadeamento dos vocábulos segundo as leis da semântica e da gramática ( a frase- tipo
que adquire por volta dos dois anos, composta de um nome-sujeito, de um verbo e de um
nome ou adjectivo-complemento).
A partir daqui a criança pode falar para designar de uma forma mais fina, mais precisa e
mais eficaz, aos seus interlocutores familiares, os objectos e actos que quer conhecer,
obter ou evitar e para tomar posição face aos desígnios dos seus interlocutores

Mesmo se o faz ainda por hábio, por prudência, por prazer ou como forma de pressão
sobre o outro, está cada vez menos submetida à necessidade de acompanhar o seu
discurso com gestos, posturas e mímicas expressivas.

Desliga-se entretanto pouco a pouco da relação de semelhança ou contiguidade entre o


simbolizante e o simbolizado para entrar no tipo de relação completamente diferente que
existe entre o significante e o significado e que Ferdinand de Saussure estabeleceu como
arbitrário e convencional.

Mas, acrescentemos, que a palavra continua até à idade adulta a jogar-se nestes dois
registos: o linguístico - da lingua como código que regulamenta a ordem e o uso dos
significantes, e o pré-linguistico, da expressão corporal, que sustenta esta palavra e da
entoação que a modula.

A escrita, pelo contrário consegue desembaraçar a significação das suas origens corporais,
embora o traçado gráfico com lápis ou caneta, registe ainda sob a forma de certos traços,
a subjectividade do escritor. Mas a máquina de escrever e o computador reduzem
drásticamente a mensagem a uma quase pura e estrita combinação de letras do alfabeto e
sinais de pontuação e acentuação. O “estilo” permite então à personalidade do autor e à
sua imagem do corpo depositar a sua marca nos textos.

Simultâneamente, para retornar a Piaget, as aprendizagens escolares e as experiências que


a criança faz, já não apenas sobre os objectos mas sobre as relações entre os objectos,
permitem à criança que sabe falar e escrever aceder e compreender operações lógicas
cada vez mais complexas, adquirindo outros códigos para lá dos linguísticos, depois, ao
adolescente, compreender a lógica destas operações e, enfim, ao cientista, formalizar
eventualmente a lógica destes códigos

A função semiótica aparece em primeiro lugar na história individual a um nível pré-


linguistico e infra-linguístico. Nasce da continuidade do gesto no sentido. O sentido nasce
do corpo, do corpo real e do corpo fantasiado da criança em interacção com o corpo
previligiado da mãe e do meio, seres e objectos. Não há comunicação significante senão
pelo peso da carne que veicula, pelas zonas de prazer ou desprazer do corpo donde
provem ou que visa, pelos vividos corporais e depois psíquicos que evoca.

Daqui decorre uma primeira forma de patologia da linguagem - sujeitos em que a


linguagem funciona por si mesma, sem emissor nem destinatário, pois a “ancoragem”
corporal da palavra foi precocemente curto-circuitada ou ulteriormente desinvestida.

A palavra adquire esse poder extraordinário, ao combinar as palavras do léxico segundo as


regras da gramática e da sintaxe, de gerar infinitos enunciados que permitem dizer aos
outros (e a si mesmo na palavra interior) o que se sente do mundo, dos outros e de si.
E temos uma segunda forma de patologia da linguagem - as perturbações da articulação
verbal, da leitura, da escrita, por alergia a estas regras ou por extinção do dinamismo
gerador sob a influência negativa do meio ou por nostalgia de uma fusão empática com a
mãe. A adição destas causas pode produzir o mutismo.

A Língua não é pois apenas o que permite ao Ser Humano tomar conhecimento da sua
experiência do e no mundo ( mundo exterior), totalizando-a e unificando-a, mas o que nos
permite por em correspondência o mundo interno com os objectos ou actos externos.

A palavra não pode pois ser adquirida senão se a criança, estabelecendo a diferença entre
realidade externa e interna pode pô-las numa relação analógica.

Tal como referiu Annie Anzieu, a aquisição da palavra parece depender da aquisição da
marcha, quer dizer, da possibilidade para a criança de introduzir activamente a separação
espacial real da mãe. Para falar, quer dizer, para comunicar à distância, a criança deve ter
podido atravessar a angústia de separação e estabelecido com a mãe ou seu substituto a
boa distãncia entre o contacto fusional onde se perde e a distância extrema, longínqua,
onde a perde.

O simbolo como presença possível de um ser ou de um objecto ausente, concretiza


mentalmente esa distância.

A experiência de uma comunicação sincrética, pontuada pelo “banho de palavras” e feita


de prazeres partilhados com a mãe é pois indispensável à criança para aceder à
comunicação mediatizada pelos gestos simbólicos e depois pelos signos linguisticos.

Quando o espelho precoce materno/ paterno/familiar é deficiente ou disfuncional poderá


originar várias formas de perturbação na comunicação : a dificuldade em tomar iniciativa, a
decepção permanente face ao que os outros dizem de si ao sujeito, uma comunicação
pobre em afecto, a brusca circulação na corrente de comunicação de uma carga afectiva ou
sensorial disruptiva, não contida.

Didier Anzieu
FACTORES PRÓXIMOS

DA EVOLUÇÃO DA LINGUAGEM

Integridade neurológica.

Maturidade do aparelho fonador.

Meio que torne possível uma imitação.

Compreensão da relação significante/significado,


da relação entre o objecto/situação e a palavra que o/a
representa (função semiótica).

Possibilidade de comunicação, para o que é necessário que


se tenha estabelecido uma relação afectiva com os outros e
uma suficiente diferenciação Eu-Outro.
O estudo do processo de aquisição e desenvolvimento da
linguagem procura elucidar sobre:

Natureza da linguagem,
seu desenvolvimento,
pré-requisitos à sua aquisição,
condições ambientais que favorecem o seu desenvolvimento.

A partir da década de 60 do século XX verificou-se um grande impulso na investigação


deste processo para o qual contribuiram diferentes áreas do saber: a Linguística, a
Psicologia, a Fonoaudiologia e, mais recentemente, a Psicolinguística.
A partir de então tornou-se claro que a criança não se expressa “simplesmente
por meio de uma versão inadequada, imprecisa e mais pobre do que a fala
adulta”, mas que a linguagem infantil se caracteriza por padrões peculiares
que justificam o seu estudo assim como o das transformções que a
linguagem sofre à medida que a criança cresce.

A linguagem é desde então encarada como :

Um meio de comunicação.

Como tendo um papel preponderante na capacidade de representação,


de organização do pensamento e na interacção com o meio.

Cabe à linguagem:
Ordenar a experiência e estabilizar o mundo interno e a relação com o ambiente.

Permite que a criança se liberte do aqui e agora, através da capacidade de representar


objectos, relações e acontecimentos, propiciando operações intelectuais que ocorrem ao nível
abstracto.

Permite que a criança se liberte do concreto, limitado à experiência imediata e possa viajar no
espaço e tempo ilimitados do “possível”.

O dominio da linguagem é condição essencial para que o ser humano seja capaz de relembrar,
planear, relacionar, raciocinar e direccionar o curso da vida.
A linguagem assegura ainda uma função não menos importante: a da comunicação.

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