Sunteți pe pagina 1din 5

01/09/19 05:00

Sem concorrência, companhias aéreas


brasileiras cobram preços de voo
internacional para destinos domésticos

Desde 2005, vigora no país a política de liberdade tarifária para os voos


domésticos, o que faz com que as empresas possam fixar os preços das passagens
sem regulação Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Stephanie Tondo

Desde que a Avianca suspendeu seus voos no Brasil, após um pedido de


recuperação judicial, os preços dos bilhetes para voos domésticos
dispararam, e têm se equiparado aos valores de passagens para o
exterior. Às vezes, têm até ultrapassado. Para quem está programando as
próximas férias e pretende viajar para outro estado do país, a notícia não
é boa: a tendência é que os custos dos bilhetes nacionais não
caiam tão cedo.

Atualmente, os voos para destinos brasileiros estão concentrados em


apenas três grandes companhias aéreas: Gol, Azul e Latam. Desde 2005,
vigora no país a política de liberdade tarifária para os voos domésticos, o
que faz com que as empresas possam fixar os preços das passagens sem
regulação.

Para o economista Alessandro Oliveira, apesar de a experiência mundial


mostrar que o mercado de aviação funciona melhor sem regulação, o fato
de haver poucas empresas no Brasil fez com que os custos das passagens
nacionais tenham subido significativamente:

— Com a quebra da Avianca, o mercado saiu de um ‘quadripólio’ para um


‘tripólio’. O que significa isso? Que no curto prazo, tem-se o mesmo
número de passageiros sendo distribuído para menos empresas. É até
meio automático no sistema de reserva os preços começarem a subir. Não
é apenas estratégico, é uma questão de racionamento da capacidade —
explicou.

Ainda segundo o economista, a tendência é que, no médio ou no longo


prazos, o mercado se acomode com três companhias, e os preços caiam.
Mas ainda não é possível prever quando isso deverá acontecer.

Enquanto isso, quem precisa viajar pelo Brasil continua sentindo no bolso
os efeitos de um mercado com pouca concorrência. É o caso da
administradora Danielle Lorenzo Oitaven, de 30 anos, que mora com o
namorado no Rio, mas precisa ir a Salvador (BA), sua cidade natal, com
frequência para ver a família.

— Este ano, temos três passagens para comprar: temos um evento em


outubro, depois o feriado de 15 de novembro, e já estamos olhando
bilhetes para o Natal. A viagem de outubro está custando R$ 900 (ida e
volta). Para o Natal, a mais barata está na faixa de R$ 1.300. Desde que a
Avianca começou a diminuir os voos, passamos a perceber esse aumento
nos preços. Antes, uma passagem cara, no Natal, por exemplo, custava R$
600 — disse.

A reportagem pesquisou os preços dos bilhetes aéreos para Salvador, no


feriadão de 15 a 20 de novembro deste ano. O valor do voo mais barato
encontrado foi de R$ 1.606 (ida e volta), com as taxas incluídas. Por esse
preço, seria possível viajar a diversos países da América Latina, como
Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina, conforme o quadro abaixo.

https://extra.globo.com/noticias/economia/sem-concorrencia-companhias-aereas-brasileiras-cobram-
precos-de-voo-internacional-para-destinos-domesticos-23917516.html
Preço da passagem para Salvador no feriadão é mais alto que para destinos na
América do Sul
Concorrência maior em voos para o exterior
Para o coordenador do MBA em Finanças do Ibmec/RJ, Nelson de Sousa,
uma possível redução dos preços das passagens domésticas poderia ser
acelerada com a entrada das companhias estrangeiras low cost (de baixo
custo) no país, que poderiam disputar com as empresas nacionais a
concorrência pelos voos dentro do Brasil:

— Isso aconteceu em diversos países. E poderia ser mais incentivado com


a permissão para que as companhias cobrem pelo despacho de bagagens.

Desde o ano passado, quatro estrangeiras de baixo custo já receberam


autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar no
Brasil: a chilena JetSmart e a argentina Flybondi, além da norueguesa
Norwegian e da chilena Sky Airline. No entanto, todas vão realizar apenas
voos internacionais, o que não impacta na redução dos preços de voos
nacionais. Por outro lado, tornam os destinos fora do país mais baratos.
Alta no segundo semestre
A analista de RH Thaisa Casimiro Monteiro, de 34 anos, também sentiu um
aumento nos preços das passagens do Rio, onde mora, para Belém (PA),
sua cidade natal:

— Da última vez em que voei, em maio deste ano, paguei cerca de R$ 650
pelos bilhetes de ida e volta. Pesquisei há uma semana, e os valores já
estavam extremamente altos. Paguei cerca de R$ 1.800, que é o preço de
passagens para o exterior. Em vez de diminuírem os valores por causa da
cobrança das bagagens, só aumentam.

Para pagar mais barato, o economista Alessandro Oliveira sugere evitar os


períodos com muita procura:

— É mais barato voar quando a grande maioria não quer viajar. O primeiro
semestre costuma ter preços melhores, já que no segundo a atividade
econômica é maior, e o segmento de negócios viaja mais. Outra opção é
pesquisar nas horas em que ninguém está online, de madrugada, quando
as companhias podem liberar descontos.

Danielle sentiu o aumento de preços para Salvador Foto: Alexandre Cassiano /


Agência O Globo
‘Só tem voo direto de uma companhia’
Danielle Lorenzo, administradora, 30 anos
Eu gostaria de ir a Salvador todos os meses, porque eu e meu namorado
temos família lá. Mas uma frequência de dois em dois meses já seria ideal.
Mas não conseguimos viajar assim porque os horários em que poderíamos
ir, por causa do trabalho, são os horários mais caros. Hoje em dia, é
impossível. Você paga mil reais pela passagem de ida e volta. Se for em
cima da hora, paga mil reais por trecho, ou seja, no fim das contas, as
passagens de ida e volta ficam por R$ 2 mil. O passageiro que estar
sempre tentando encontrar uma promoção. Além disso, o mercado
afunilou muito. Só tem voo direto de uma companhia, desde que a
Avianca acabou.
https://extra.globo.com/noticias/economia/sem-concorrencia-companhias-aereas-brasileiras-cobram-
precos-de-voo-internacional-para-destinos-domesticos-23917516.html

S-ar putea să vă placă și