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• Conjuntos
• Os números naturais – O conjunto N
• Múltiplos e divisores naturais
• Critérios de divisibilidade em N
• Os números inteiros - o conjunto Z
• Os números racionais - o conjunto Q
• Os números irracionais - o conjunto I
• Uma equação irracional
• O Princípio da Indução
• Número de divisores de um número natural
• Achando o último algarismo
• Compondo equações quadráticas
• Operando com números inteiros: dois problemas interessantes
• Uma potência de potência e uma venda com lucro: dois exercícios simples
• Operando com números inteiros II
• Forma (S,P) de uma equação do segundo grau
• Números congruentes
• Proporcionalidade entre grandezas
• Regra de três composta
• Cuidado com a regra de três
• MDC e MMC
• Sistema de numeração binário
• Sistema de numeração romano
• Potências e radicais - parte I
• Potências e radicais - parte II
• Lógica Matemática I
• Lógica Matemática II
• Lógica Matemática III
• Relações Binárias
• Funções I
• Funções II
• Funções III
• Funções IV
• Uma certa função
• Uma certa classe de funções
• Calcule o valor desta função
• Módulo I
• Módulo II
• Módulo III
• Números congruentes
• Domínio e conjunto imagem de uma função real de variável real
• Trigonometria I
• Trigonometria II
• Trigonometria III
• Trigonometria IV
• Trigonometria V
• Trigonometria VI
• Trigonometria VII
• Trigonometria VIII
• Trigonometria IX
• Exercícios Resolvidos de Trigonometria
• Funções Trigonométricas Inversas
• Teorema dos Senos - TS
• Teorema dos Cosenos - TC
• Teorema das Áreas - TA
• Um Produto de Senos e Cosenos
• Dois Problemas de Trigonometria
• Três Exercícios de Trigonometria
• Três círculos tangentes entre si
• Uma soma de senos
• Equações Trigonométricas I
• Equações Trigonométricas II
• Uma torre sob vários ângulos
• Logaritmo
• Exercícios de Logaritmo I
• Exercícios de Logaritmo II
• Exercícios de Logaritmo III
• Noção de cálculo
• Limites
• Derivadas I
• Derivadas II
• Limites de funções - Exercícios I
• Enchendo o tanque
• Geometria Analítica I
• Geometria Analítica II
• Geometria Analítica III
• Geometria Analítica IV
• Geometria Analítica V
• Exercícios de Geometria Analítica
• Elipse
• Hipérbole
• Parábola
• Hipérbole Equilátera
• A excentricidade das cônicas
• Sistema de coordenadas polares
• Sistema Linear
• Sistemas Lineares IV
• Polinómios e equações algébricas
• Produto de Stevin
• Equações recíprocas
Conjuntos
A teoria avançada dos conjuntos foi desenvolvida por volta do ano 1872 pelo matemático
alemão Georg Cantor (1845 / 1918) e aperfeiçoada no início do século XX por outros
matemáticos, entre eles, Ernst Zermelo (alemão - 1871/1956), Adolf Fraenkel (alemão - 1891/
1965), Kurt Gödel (austríaco - 1906 /1978), Janos von Newman (húngaro - 1903 /1957), entre
outros.
O que se estuda deste assunto ao nível do segundo grau e exigido em alguns vestibulares, é
tão somente uma introdução elementar à teoria dos conjuntos, base para o desenvolvimento de
temas futuros, a exemplo de relações, funções, análise combinatória, probabilidades, etc
Esta forma de representar um conjunto, pela enumeração dos seus elementos, chama-se
forma de listagem. O mesmo conjunto também poderia ser representado por uma propriedade
dos seus elementos ou seja, sendo x um elemento qualquer do conjunto P acima, poderíamos
escrever:
P = { x | x é par e positivo } = { 2,4,6, ... }.
O conjunto que não possui elementos , é denominado conjunto vazio e representado por φ .
Com o mesmo raciocínio, e opostamente ao conjunto vazio, define-se o conjunto ao qual
pertencem todos os elementos, denominado conjunto universo, representado pelo símbolo U.
Assim é que, pode-se escrever como exemplos:
∅ = { x; x ≠ x} e U = {x; x = x}.
2.2 - Subconjunto
Notas:
a) todo conjunto é subconjunto de si próprio. ( A ⊂ A )
b) o conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto. (∅ ⊂ A)
c) se um conjunto A possui m elementos então ele possui 2m subconjuntos.
d) o conjunto formado por todos os subconjuntos de um conjunto A é denominado
conjunto das partes de A e é indicado por P(A).
Assim, se A = {c, d} , o conjunto das partes de A é dado por P(A) = {φ , {c}, {d}, {c,d}}
e) um subconjunto de A é também denominado parte de A.
Entendemos por conjunto numérico, qualquer conjunto cujos elementos são números. Existem
infinitos conjuntos numéricos, entre os quais, os chamados conjuntos numéricos fundamentais,
a saber:
N = {0,1,2,3,4,5,6,... }
Z = {..., -4,-3,-2,-1,0,1,2,3,... }
Nota: é evidente que N ⊂ Z.
Notas:
a) é evidente que N ⊂ Z ⊂ Q.
b) toda dízima periódica é um número racional, pois é sempre possível escrever uma dízima
periódica na forma de uma fração.
Exemplo: 0,4444... = 4/9
Q' = {x | x é uma dízima não periódica}. (o símbolo | lê-se como "tal que").
Exemplos de números irracionais:
π = 3,1415926... (número pi = razão entre o comprimento de qualquer circunferência e o seu
diâmetro)
2,01001000100001... (dízima não periódica)
√ 3 = 1,732050807... (raiz não exata).
R = { x | x é racional ou x é irracional }.
Notas:
a) é óbvio que N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R
b) Q' ⊂ R
c) um número real é racional ou irracional; não existe outra hipótese!
4 - Intervalos numéricos
Dados dois números reais p e q, chama-se intervalo a todo conjunto de todos números reais
compreendidos entre p e q , podendo inclusive incluir p e q. Os números p e q são os limites
do
intervalo, sendo a diferença p - q , chamada amplitude do intervalo.
Se o intervalo incluir p e q , o intervalo é fechado e caso contrário, o intervalo é dito aberto.
A tabela abaixo, define os diversos tipos de intervalos.
Nota: é fácil observar que o conjunto dos números reais, (o conjunto R) pode ser representado
na forma de intervalo como R = ( -∞ ; + ∞ ).
5.1 - União ( ∪ )
Propriedades imediatas:
a) A ∪ A = A
b) A ∪ φ = A
5.2 - Interseção ( ∩ )
Propriedades imediatas:
a) A ∩ A = A
b) A ∩ ∅ = ∅
c) A ∩ B = B ∩ A ( a interseção é uma operação comutativa)
d) A ∩ U = A onde U é o conjunto universo.
Propriedades imediatas:
a) A - φ = A
b) φ - A = φ
c) A - A = ∅
d) A - B ≠ B - A ( a diferença de conjuntos não é uma operação comutativa).
a) B ∩ B' = φ
b) B ∪ B' = U
c) φ' = U
d) U' = φ
6 - Partição de um conjunto
Seja A um conjunto não vazio. Define-se como partição de A, e representa-se por part(A),
qualquer subconjunto do conjunto das partes de A (representado simbolicamente por P(A)),
que satisfaz simultaneamente, às seguintes condições:
1 - nenhuma dos elementos de part(A) é o conjunto vazio.
2 - a interseção de quaisquer dois elementos de part(A) é o conjunto vazio.
3 - a união de todos os elementos de part(A) é igual ao conjunto A.
Outro exemplo: o conjunto Y = { {0, 2, 4, 6, 8, ...}, {1, 3, 5, 7, ...} } é uma partição do conjunto Z
dos números inteiros, pois {0, 2, 4, 6, 8, ...} ∩ {1, 3, 5, 7, ...} = Ø e {0, 2, 4, 6, 8, ...} U {1, 3, 5,
7, ...} = Z
Sejam A e B dois conjuntos, tais que o número de elementos de A seja n(A) e o número de
elementos de B seja n(B).
Nota: o número de elementos de um conjunto, é também conhecido com cardinal do conjunto.
8 - Exercícios resolvidos:
d)10
e)11
2) 52 pessoas discutem a preferência por dois produtos A e B, entre outros e conclui-se que o
número de pessoas que gostavam de B era:
I - O quádruplo do número de pessoas que gostavam de A e B;
II - O dobro do número de pessoas que gostavam de A;
III - A metade do número de pessoas que não gostavam de A nem de B.
Nestas condições, o número de pessoas que não gostavam dos dois produtos é igual a:
*a)48
b)35
c)36
d)47
e)37
9 - Exercícios propostos
d) 9
*e)10
3) PUC-SP - Se A = ∅ e B = {∅ }, então:
*a) A ∈ B
b) A ∪ B = ∅
c) A = B
d) A ∩ B = B
e) B ⊂ A
Notas elucidativas:
a) os números naturais surgiram da necessidade de contagem dos elementos de um conjunto pelo homem
primitivo e, neste sentido, o zero ( 0 ) não seria um número natural.
b) por volta do ano 458 DC, o zero foi introduzido pelos hindus, para representar a coluna vazia dos
ábacos, daí sua denominação original de sunya (vazio).
Ábaco - segundo o dicionário Melhoramentos - 7ª edição: calculador manual para aritmética, formado
de um quadro com vários fios paralelos em que deslizam botões ou bolas móveis.
Veja a ilustração a seguir, obtida no Museo Pedagógico José Pedro Varela - poeta e educador
uruguaio 1845 - 1879. Caso você visite o site acima, para retornar à esta página, clique em VOLTAR no
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c) no entanto, como o zero atende às propriedades básicas dos números naturais, ele pode ser considerado
um número natural, não obstante a premissa contrária não conflitar a teoria. Assim, não deveremos
estranhar quando aparecer em provas de vestibulares o conjunto N como sendo N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ... },
definindo-se um outro conjunto sem o zero:
N* = N - {0} = {1,2,3,4, ... }. Como esta forma de abordagem é a mais usual, consideraremos o zero como
sendo um número natural, no que se segue.
Propriedades:
1 – Todo número natural n, possui um sucessor indicado por suc(n), dado por
suc(n) = n + 1. Exemplo: suc(32) = 32 + 1 = 33.
2 – Dados dois números naturais m e n, ocorrerá uma e somente uma das condições :
m = n : m igual a n (igualdade)
m > n : m maior do que n (desigualdade)
m < n : m menor do que n (desigualdade). Esta propriedade é conhecida como Tricotomia.
Nota: Às vezes teremos que recorrer aos símbolos ≥ ou ≤ os quais possuem a seguinte leitura:
a ≥ b : a maior do que b ou a = b.
a ≤ b : a menor do que b ou a = b
Operações em N
Propriedades:
1.1 – Fechamento: a soma de dois números naturais é sempre um número natural. Diz-se então que o
conjunto N dos números naturais é fechado em relação à adição.
1.2 – Associativa: a + (b + c) = (a + b) + c
1.3 – Comutativa: a + b = b + a
1.6 – Monotônica: Uma desigualdade não se altera, se somarmos um mesmo número natural a
ambos os membros, ou seja, se a > b então a + c > b + c.
Propriedades:
3.1 – Fechamento: a multiplicação de dois números naturais é sempre outro número natural. Dizemos
então que o conjunto N dos números naturais é fechado em relação à operação de multiplicação.
3.2 – Associativa: a x (b x c) = (a x b) x c ou a . (b . c) = (a . b) . c
3.3 – Comutativa: a x b = b x a
3.6 – Monotônica: : Uma desigualdade não se altera, se multiplicarmos ambos os membros, por um
mesmo número natural, ou seja, se a > b então a x c > b x c.
4 – Potenciação: é um caso particular da multiplicação, onde os fatores são iguais. Assim é que
multiplicando-se um número natural a por ele mesmo n vezes, obteremos a x a x a x a x ... x a que será
indicado pelo símbolo
a n , onde a será denominado base e n expoente.
Assim é que, por exemplo, 53 = 5.5.5 = 125, 71 = 7, 43 = 4.4.4 = 64, etc.
5 – Divisão: é um caso particular da subtração, senão vejamos: o que significa dividir 17 por 3? Significa
descobrir, quantas vezes o número 3 cabe em 17, ou seja: 17 – 3 – 3 – 3 – 3 - 3 e restam 2. Podemos
escrever a expressão anterior como:
17 = 5 . 3 + 2 . O número 17 é denominado dividendo, o número 3 é denominado divisor, o número 5 é
denominado quociente e o número 2 é denominado resto.
De uma maneira geral, dados os números naturais D, d, q e r, poderemos escrever a relação
D = d.q + r com 0 ≤ r < d.
Se r = 0, dizemos que a divisão é exata, ou seja, não deixa resto. A demonstração da existência e da
unicidade dos números D, d, q e r, pode ser vista nos compêndios de Teoria dos Números e não cabe aqui
nestas notas introdutórias. A relação vista acima é conhecida como Teorema de Euclides.
Dividindo-se o número 245 por um número natural b, obtém-se quociente 5 e resto r. Determine o valor
da soma dos valores possíveis para b.
Solução:
Resolvendo a segunda: 245 – 5b < b ∴ 245 < 6b ∴ 6b > 245 ∴b > 40, 83...
Ora, sendo b um número natural maior do que 40,83 e menor ou igual a 49, vem que os valores possíveis
para b serão: 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48 e 49.
A soma dos valores possíveis para b será então,
S = 41 + 42 + 43 + 44 + 45 + 46 + 47 + 48 + 49 = 405.
Resposta: 405
UNICAMP 1994 – 2ª fase – A divisão de um certo número inteiro N por 1994 deixa resto 148. Calcule o
resto da divisão de N + 2000 pelo mesmo número 1994.
Solução:
N = 1994.Q – (1994 + 6) + r
N = 1994.Q – 1994 – 6 + r
N = 1994(Q - 1) + r - 6
N – 1994(Q – 1) - r + 6 = 0
Resposta: 154
N = 1994.q + 148
Dizemos que um número natural n divide um número natural m, quando m : n não deixa resto,
ou seja, a divisão é exata. Representamos simbolicamente: n|m. Nestas condições, n é um
divisor de m e m é um múltiplo de n.
Exemplos:
7 divide 105 ou seja, 7|105 porque 105:7 = 15 e resto = zero. Portanto, 7 é divisor de 105 e
105 é múltiplo de 7.
Notas:
Exemplos:
D(3) = {1,3}
D(20) = {1,2,4,5,10,20}
D(6) = {1,2,3,6}
Exemplos:
Propriedades imediatas:
P1) A unidade (ou seja, o número 1) divide qualquer número natural ou seja, 1|n, para todo n
natural.
P2) Zero não divide nenhum número natural, ou seja, não existe divisão por zero. Imagine se
você tivesse que dividir dez objetos por zero pessoas. Claro que isto não seria possível. Grave
P3) Todo número natural diferente de zero, divide o número zero, ou seja, para
n ≠ 0, n | 0, para todo n não nulo.
P4) Todo número natural diferente de zero, divide a si próprio, ou seja, para n ≠ 0, n | n para
todo n não nulo. Esta propriedade é conhecida como propriedade reflexiva.
Exemplo:
P6) Todo número natural não nulo, é múltiplo de si mesmo. Isto decorre da propriedade P4.
P7) Zero é múltiplo de todo número natural não nulo. Isto decorre da propriedade P3.
Dizemos que um número natural p diferente de um ( p ≠ 1) é primo quando ele só possui dois
divisores: ele próprio e a unidade. Caso contrário, o número é composto.
Assim, se o conjunto dos divisores naturais de p, representado por D(p), for igual a
D(p) = {1, p}, p é um número primo.
Ora, os divisores de 2, são apenas a unidade (1) e ele mesmo (2). Logo, 2 é um número primo.
Portanto, 2 é o único número natural primo que é par.
Sendo ℘ o conjunto dos números primos, poderemos escrever:
℘ = {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 47, 53, 57, 59, 61, ..., 359, ... , }
O conjunto dos números primos é infinito.
Todo número composto pode ser escrito como um produto de números primos. Isto é
conhecido como Teorema Fundamental da Aritmética – TFA.
Exemplos:
12 = 3.2.2
15 = 3.5
49 = 7.7
105 = 7.5.3
240 = 2.120 = 2.5.2.2.2.3 = 5.24.3
240 |2
120 |2
60 |2
30 |2
15 |3
5|5
1|
Teremos:
408 |2
204 |2
102 |2
51 |3
17 |17
1|
Dados dois números naturais a e b não nulos, define-se o máximo divisor comum – MDC, como
sendo o maior natural que divide simultaneamente a e b.
Óbvio que se tivermos o MDC de n números naturais a1, a2, a3, ... , an , indicaremos por
(a1, a2, a3, ... , an)
Exemplos:
Pode-se indicar também como: MDC(10,14) = 2. Preferimos a primeira forma, por ser mais
sintética.
Determine (4, 10, 14, 60), ou seja, o MDC dos números naturais 4,10,14 e 60.
O método de decomposição de um número num produto de fatores primos, sugere uma nova
forma para o cálculo do MDC de dois números naturais não nulos, a e b, ou seja, para o cálculo
de (a,b).
O MDC do exemplo anterior, poderia ser também determinado pelo método das divisões
sucessivas, cujo dispositivo prático é mostrado a seguir:
1 1 2 3
Ou seja:
Dados dois números naturais a e b não nulos, define-se o mínimo múltiplo comum – MMC,
indicado por <a,b> , como sendo o menor natural positivo, múltiplo comum de a e b.
Os múltiplo positivos de 10 são: 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 110, ...
Os múltiplos positivos de 14 são: 14, 28, 42, 56, 70, 84, 98, 112, 126, 140, ...
Portanto, o mínimo múltiplo comum é igual a 70 e, indicamos: <10,14> = 70.
Dos exemplos anteriores, vimos que: (10,14) = 2 e <10,14> = 70. Observe que:
Pode-se provar que, dados dois números naturais positivos a e b, teremos sempre que o
produto desses números é igual ao produto do MDC pelo MMC desses números, ou seja:
1.<a,b> = a . b ∴ <a, b> = a . b , ou seja: O Mínimo Múltiplo Comum – MMC de dois números
primos entre si é igual ao produto deles.
Exemplos:
Critérios de divisibilidade em N
Já sabemos que se um número natural a não nulo, é divisor de um número natural b, então a
divisão b:a é exata, ou seja, possui resto nulo. Poderemos escrever então, com base no
teorema de Euclides: b = q . a, onde q é um número natural denominado quociente.
Diz-se neste caso que o número natural b é divisível pelo número natural a, ou simplesmente,
b é divisível por a.
Exemplos:
Vamos analisar alguns casos principais de divisibilidade em N - conjunto dos números naturais
- por 2, 3, 4, 5, 9 e 10, apresentando uma justificativa para cada caso.
Divisibilidade por 2
Com efeito, seja n um número par; como todo número par é múltiplo de 2, podemos escrever:
n = q.2 com q natural, de onde tiramos n/2 = q, ou seja, n é divisível por 2.
Exemplos:
Divisibilidade por 3
Um número natural é divisível por 3, quando a soma dos seus algarismos é também divisível
por 3.
Com efeito, seja abcd um número genérico de 4 algarismos. Usando o princípio do valor
posicional, poderemos escrever:
Ora, para que o número abcd seja divisível por 3, o segundo membro da igualdade acima
deverá ser também divisível por 3, ou seja, o quociente
999a + 99b + 9c + (a + b + c + d) / 3 deve ter resto nulo.
Então, deveremos ter necessariamente neste caso, que a soma a + b + c + d seja divisível por
Nota: se um número é divisível por 2 e por 3, ele também será divisível por 6.
Exemplos:
Divisibilidade por 4
Um número natural é divisível por 4, quando os dois últimos algarismos da direita formam um
número divisível por 4.
Com efeito, seja abc um número genérico de 3 algarismos. Pelo princípio do valor posicional,
poderemos escrever:
abc = 100a + 10b + c
Como 100a é divisível por 4, o segundo membro da igualdade somente será divisível por 4 se
10b + c for divisível por 4, o que justifica a regra acima.
Exemplos:
Divisibilidade por 5
Com efeito, seja abcd um número qualquer de 4 algarismos. Poderemos escrever pelo princípio
do valor posicional:
Exemplos:
Divisibilidade por 9
Um número natural é divisível por 9, quando a soma dos seus algarismos é também divisível
por 9.
Com efeito, seja abcd um número genérico de 4 algarismos. Usando o princípio do valor
posicional, poderemos escrever:
Ora, para que o número abcd seja divisível por 9, o segundo membro da igualdade acima
deverá ser também divisível por 9, ou seja, o quociente
999a + 99b + 9c + (a + b + c + d) / 9 deve ter resto nulo. Então, deveremos ter
necessariamente neste caso, que a soma a + b + c + d seja divisível por 9, pois as demais
parcelas já são todas múltiplas de 9.
Observe que 999a / 9 = 111a, 99b / 9 = 11b e 9c / 9 = c.
Exemplos:
Divisibilidade por 10
Com efeito, seja abcd um número genérico de 4 algarismos. Usando o princípio do valor
posicional, poderemos escrever:
Para que o segundo membro da igualdade acima seja divisível por 10, basta que
d = 0, já que as parcelas 1000a, 100b e 10c são evidentemente divisíveis por 10.
Exemplos:
Exercício resolvido:
(2) 7
(3) 8
(4) 9
(5) 10
Solução:
Temos a soma:
2b3
324
---------
5c7
Verificação:
2b3 = 243
5c7 = 563
Realmente, 243 + 324 = 567 e 567 é divisível por 9, pois 5 + 6 + 7 = 18 e 18 é divisível por 9.
Determine os algarismos a e b no número 32a471b, de modo que este número seja divisível
por 9 e por 10.
Resposta: a = 1 e b = 0.
É trivial entender que o conjunto dos números naturais N é um subconjunto do conjunto dos
números inteiros Z, ou seja: N ⊂ Z.
Define-se o módulo de um número inteiro como sendo o número sem o seu sinal algébrico.
Assim é que , representando-se o módulo de um número inteiro x qualquer por |x|, poderemos
citar como exemplos:
| –7 | = 7; | – 32 | = 32; | 0 | = 0; etc
O módulo de um número inteiro é, então, sempre positivo ou nulo.
1 – Todo número inteiro n, possui um sucessor indicado por suc(n), dado por suc(n) = n + 1.
Exemplos: suc(– 3) = – 3 + 1 = - 2; suc(3) = 3 + 1 = 4.
2 – Dados dois números inteiros m e n, ocorrerá uma e somente uma das condições :
m = n [ m igual a n ] (igualdade)
m > n [ m maior do que n ] (desigualdade)
m < n [ m menor do que n] (desigualdade).
Esta propriedade é conhecida como Tricotomia.
Nota: Às vezes teremos que recorrer aos símbolos ≥ ou ≤ os quais possuem a seguinte leitura:
a ≥ b [ a maior do que b ou a = b ].
a ≤ b [ a menor do que b ou a = b ]
É óbvio que o zero é maior do que qualquer número negativo ou na sua forma equivalente,
qualquer número negativo é menor do que zero.
Operações em Z
1 – Adição: a + b = a mais b.
Exemplos:
Exemplos:
(-3) + (+7) = + 4
(-12) + (+5) = -7
Propriedades:
1.1 – Fechamento: a soma de dois números inteiros é sempre um número inteiro. Diz-se então
que o conjunto Z dos números inteiros é fechado em relação à adição.
1.2 – Associativa: a + (b + c) = (a + b) + c
1.3 – Comutativa: a + b = b + a
1.6 – Monotônica: Uma desigualdade não se altera, se somarmos um mesmo número inteiro a
ambos os membros, ou seja, se a > b então a + c > b + c.
A subtração de dois números inteiros será feita de acordo com a seguinte regra:
a – b = a + (-b)
Exemplos:
10 – (-3) = 10 + (+3) = 13
(-5) – (- 10) = (-5) + (+10) = +5 = 5
(-3) – (+7) = (-3) + (-7) = - 10
(+) x (+) = +
(+) x (-) = -
(-) x (+) = -
(-) x (-) = +
Apresentaremos uma justificativa para a regra acima, mais adiante neste capítulo, ou
seja, o porquê de MENOS x MENOS ser MAIS!
Exemplos:
Propriedades:
3.1 – Fechamento: a multiplicação de dois números inteiros é sempre outro número inteiro.
Dizemos então que o conjunto Z dos números inteiros é fechado em relação à operação de
multiplicação.
3.2 – Associativa: a x (b x c) = (a x b) x c ou a . (b . c) = (a . b) . c
3.3 – Comutativa: a x b = b x a
3.6 – Uma desigualdade não se altera, se multiplicarmos ambos os membros, por um mesmo
número inteiro positivo, ou seja, se a > b então a . c > b . c
Exemplo: 10 > 5. Se multiplicarmos ambos os membros por (-1) fica - 10 < - 5. Observe que o
sentido da desigualdade mudou.
A propriedade distributiva acima, nos permite apresentar uma justificativa simples, através de
um exemplo, para o fato do produto de dois números negativos resultar positivo, conforme
mostraremos a seguir:
4 – Potenciação: é um caso particular da multiplicação, onde os fatores são iguais. Assim é que
multiplicando-se um número inteiro a por ele mesmo n vezes, obteremos a x a x a x a x ... x a
que será indicado pelo símbolo a n , onde a será denominado base e n expoente. Assim é que,
por exemplo, 53 = 5.5.5 = 125, 71 = 7, 43 = 4.4.4 = 64, etc.
Com base nas regras de multiplicação de números inteiros, é fácil concluir que:
a) Toda potencia de base negativa e expoente par não nulo, tem como resultado um número
positivo.
Exemplos:
(-2)4 = +16 = 16
(-3)2 = +9 = 9
(-5)4 = +625 = 625
(-1)4 = + 1 = 1
b) Toda potencia de base negativa e expoente ímpar, tem como resultado um número negativo.
Exemplos:
(-2)3 = - 8
(-5)3 = - 125
(-1)13 = - 1
5 – Divisão: O conjunto Z dos números inteiros não é fechado em relação à adição, pois o
quociente de dois números inteiros nem sempre é um inteiro.
A divisão de números inteiros, no que concerne à regra de sinais, obedece às mesmas regras
vistas para a multiplicação, ou seja:
(+) : (+) = +
(+) : (-) = -
(-) : (+) = -
(-) : (-) = +
Exemplos:
(–10) : (– 2) = + 5 = 5
(– 30) : (+ 5) = – 6
Para finalizar, vamos mostrar duas regras de eliminação de parêntesis ( ), que poderão ser
bastante úteis:
R1) Todo parêntese precedido do sinal + pode ser eliminado, mantendo-se os sinais das
parcelas interiores.
Exemplo:
+ (3 + 5 – 7) = 3 + 5 – 7 = 1
R2) Todo parêntese precedido do sinal – pode ser eliminado, desde que sejam trocados os
sinais das parcelas interiores.
Exemplos:
– (3 + 4 – 7) = – 3 – 4 + 7 = 0
– (–10 – 8 + 5 – 6 ) = 10 + 8 – 5 + 6 = 19
– (–8 – 3 – 5 ) = 8 + 3 + 5 = 16
Exercícios resolvidos
I – Introdução
Sendo a e b dois números inteiros, com a condição de b não nulo, chama-se número racional ao
quociente a / b .
O conjunto dos números racionais é representado pela letra Q . O uso da letra Q deriva da palavra inglesa
quotient , que significa quociente, já que a forma geral de um número racional é um quociente de dois
números inteiros.
Como todo número inteiro a pode ser escrito na forma a / 1 = a , concluímos que todo número inteiro é
também um número racional. Assim, é trivial perceber que o conjunto dos números inteiros está contido
ou é um subconjunto do conjunto dos números racionais, ou seja: Z ⊂ Q .
Os números racionais podem também ser representados na forma de um número decimal, ou seja, na
forma i,d onde i é a parte inteira e d a parte decimal.
Por exemplo, 4/5 = 0,8 ; 3/5 = 0,6 ; 2/3 = 0,6666... ; 20/3 = 6,3333... ; etc
Observe que todas as dízimas periódicas (também conhecidas como números decimais periódicos) são
números racionais, uma vez que elas podem ser escritas
na forma a / b com b ≠ 0.
Exemplos:
1000.s = 2035,353535...
Quando o número racional está representado na forma a / b onde a e b são inteiros, com b não nulo,
costumamos denominar a de numerador e b de denominador, sendo o número a / b conhecido como
fração ordinária.
Uma fração ordinária não se altera, se multiplicarmos o seu numerador e denominador, por um mesmo
número diferente de zero.
Assim é que:
Notas:
1 – Se o denominador de uma fração ordinária for igual a 10 (ou a uma potencia de dez), ela é conhecida
como fração decimal.
Exemplos:
a) 25 / 100 = 25 %
b) 75 / 100 = 75 %
c) 1 / 100 = 1 %
Usando uma terminologia comumente aceita, se a < b, dizemos que a fração é própria e se a > b ,
dizemos que a fração é imprópria. Se a for um múltiplo de b, a fração a / b será um número inteiro e a
fração é dita aparente.
É importante acrescentar que o conjuntos dos números racionais é denso e infinito, ou seja, dados dois
números racionais r1 e r2, sempre existirá um número racional r
tal que r1 < r < r2 .
Por exemplo, entre os números inteiros 7 e 8 não existe nenhum outro número inteiro, porém existe um
número infinito de números racionais entre eles. 7,1; 7,9; 7,0045; 7,999; .. etc são apenas alguns dos
infinitos exemplos possíveis.
a) Adição e subtração
(a / b) ± (c / b) = (a ± c) / b
Ou seja: para somar duas frações de mesmo denominador, adicionam-se os numeradores e mantém-se o
denominador comum.
Exemplos:
a) (2 / 5) - (1 / 5) = (2 - 1) / 5 = 1 / 5
b) (4 / 3) + (8 / 3) = (4 + 8) / 3 = 12 / 3 = 4
c) (2 / 5) + (3 / 4) = (2 . 4 + 5 . 3) / (5 . 4) = 23 / 20
d) (5 / 3) – (3 / 4) = (5 . 4 – 3 . 3) / (3 . 4) = 11 / 12
b) Multiplicação
(a / b) . (c / d) = (a . c) / (b . d)
Ou seja, para multiplicar duas frações, multiplicamos entre si, os numeradores e os denominadores.
Exemplos:
a) (2 / 3) . (5 / 7) = (2 . 5) / (3 . 7) = 10 / 21
b) (3 / 4) . (7 / 6) = (3 . 7) / (4 . 6) = 21 / 24
Observe que a fração 21 / 24, pode ser simplificada, dividindo-se numerador e denominador por 3,
resultando 7 / 8.
c) Divisão
(a / b) : (c / d) = (a / b) . (d / c) = (a . d) / (b . c)
A regra é então comumente enunciada como: para dividir uma fração por outra, basta multiplicar a
primeira pelo inverso da segunda.
Justificativa:
Seja a fração F = (a / b) : (c / d)
Pela propriedade fundamental das frações, vista no início do texto, poderemos multiplicar o numerador e
denominador por (d / c), resultando:
F = (a / b) . (d / c) : (c / d) . (d / c)
Exemplos:
a) (2 / 3) : (4 / 5) = (2 /3) . (5 / 4) = (2 . 5) / (3 . 4) = 10 / 12 = 5 / 6.
b) (3 / 7) : (2 / 9) = (3 / 7) . (9 / 2) = (3 . 9) / (7 . 2) = 27 / 14
d) Potenciação
III - Exercícios
4 – Calcule 30 % de 70.
5 – Calcule 15 % de 60 %.
Solução: 15 % de 60 % = (15/100) . (60 / 100) = (15.60) / (100.100) = 900 / 10000. Mas, 900 / 10000 = 9
/ 100 = 9 % .
1 – Introdução
Vimos na aula anterior , os números racionais, aqueles que podem ser escritos na forma de uma fracção
a / b onde a e b são dois números inteiros, com a condição de que b seja diferente de zero, uma vez que
sabemos da impossibilidade matemática da divisão por zero.
Vimos também, que todo número racional pode ser escrito na forma de um número decimal periódico,
também conhecido como dízima periódica.
3 / 4 = 0,75 = 0,750000...
- 2 / 3 = - 0,666666...
1 / 3 = 0,333333...
2 / 1 = 2 = 2,0000...
4 / 3 = 1,333333...
- 3 / 2 = - 1,5 = - 1,50000...
0 = 0,000... etc
Existe entretanto, uma outra classe de números que não podem ser escritos na forma de fração
a / b , conhecidos como números irracionais , os quais serão abordados de uma forma elementar neste
capítulo.
2 – Os números irracionais
Assim como existem as dízimas periódicas, também existem as dízimas não periódicas que são
justamente os números irracionais, uma vez que elas nunca poderão ser expressas como uma fração do
tipo a / b .
a) 1,01001000100001000001...
b) 3,141592654...
c) 2,7182818272...
d) 6,54504500450004... etc
É interessante comentar, que ao tratarmos na prática, dos números irracionais, deveremos sempre adotar
os seus valores aproximados, uma vez que , por serem dízimas não periódicas, os valores adotados serão
sempre aproximações.
O valor aproximado da raiz quadrada de dois ( √2 ) é igual a 1,414. Vamos analisar o porquê do
número √2 não ser racional:
Para isto , vamos utilizar o método da redução ao absurdo, que consiste em negar a tese, e concluir pela
negação da hipótese.
Nota: dois números inteiros são ditos primos entre si, se o máximo divisor comum
(MDC) destes números for igual à unidade, ou seja: MDC (a,b) = 1.
3.6 – a soma de um número racional com um número irracional é sempre um número irracional.
3.10 – a união do conjunto dos números irracionais com o conjunto dos números racionais, resulta num
conjunto denominado conjunto R dos números reais.
3.11 – a interseção do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais, não
possui elementos comuns e, portanto, é igual ao conjunto vazio ( ∅ ).
Simbolicamente, teremos:
QUI=R
Q∩I=∅
Solução:
50y = y2 / 2 + 500
100y = y2 + 1000
y2 – 100y + 1000 = 0
Lembrando que y > 0, observe que ambas raízes servem ao problema, já que
tanto 50 + 10√15 como 50 - 10√15 são números positivos.
Portanto, as raízes da equação dada são dois números irracionais, cujos valores
aproximados são :
O Princípio da Indução
I – Introdução
Consultando um Dicionário você encontrará a seguinte definição para Indução : ato ou efeito de induzir ;
raciocínio em que de casos particulares se tira uma conclusão genérica .
O Princípio da Indução – PI , nos fornecerá um método seguro para comprovar propriedades envolvendo
números naturais, obtidas pela observação de casos particulares.
Este tópico, infelizmente, não é abordado na maioria dos livros de Matemática do segundo grau, o que é
uma pena, pois ele é uma ótima oportunidade de familiarizar o aluno desde o início, com as
demonstrações de propriedades, que geralmente são aceitas sem nenhum tipo de prova. A simples
apresentação de fórmulas aos alunos, sem demonstrar a sua origem, pode inclusive ser a responsável pela
quase ojeriza e até aversão que muitos estudantes tem em relação à Matemática.
Ainda que o Princípio de Indução se aplique tão somente às demonstrações de propriedades envolvendo
números naturais, ainda assim é um bom comêço.
II – O Princípio da Indução
Se P(1) for verdadeira e o fato de P(n) ser verdadeira implicar em P(n + 1) também ser verdadeira então a
propriedade P(n) é verdadeira para todo número natural n.
Em resumo e simbolicamente:
(a) P(1) é verdadeiro
(b) P(n) é verdadeiro ⇒ P(n + 1) é verdadeiro,
1) Prove por indução que a soma dos n primeiros números naturais é dada por
S(n) = n (n+1) / 2
S(n + 1) = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + ... + n + (n + 1)
Usando a hipótese de indução, vamos substituir na expressão acima, o valor de S(n).
Teremos:
S(n + 1) = n (n + 1) / 2 + (n + 1)
Desenvolvendo o segundo membro, fica:
S(n +1) = [n (n + 1) + 2(n + 1)] / 2 = [(n + 1) (n + 2)] / 2 = [(n+1) [(n+1) + 1] / 2
que é a mesma fórmula para (n+1).
Logo, S(n) = n (n+1) / 2 é verdadeira para todo n natural.
2) Prove por indução que a soma dos n primeiros números ímpares é dada por
S(n) = 1 + 3 + 5 + 7 + ... + (2n – 1) = n2
(b) Vamos agora supor a veracidade de S(n) e concluir pela veracidade de S(n + 1).
Com efeito,
S(n+1) = 1.2 + 2.3 + 3.4 + n (n+1) + (n+1) (n+2)
Usando a hipótese de indução e substituindo o valor conhecido de S(n) vem:
S(n+1) = [n (n +1) (n + 2) / 3] + (n+1) (n +2)
Desenvolvendo e simplificando a expressão acima fica:
S(n+1) = [n (n+1) (n+2) + 3(n+1) (n +2)] / 3
Colocando (n+2) em evidencia, fica:
O Princípio da Indução pode ser também enunciado de uma forma generalizada como segue:
Se P(k) com k ∈ N , n ∈ N e k < n , for verdadeira e o fato de P(n) ser verdadeira implicar em P(n + 1)
também ser verdadeira então a propriedade P(n) é verdadeira para todo número natural n.
Em resumo e simbolicamente:
Observe que a única diferença em relação ao parágrafo ( I ) acima é que consideramos na condição
inicial um valor k não necessariamente igual a 1 embora k possa assumir também este valor unitário.
(b) Admitindo a validade de 3n2 – n > 23 para todo n > 2 (hipótese de indução) , vamos provar que ela é
também válida para (n +1).
Com efeito,
3(n +1)2 – (n + 1) = 3 (n2 + 2n + 1) – n – 1 = 3n2 + 6n + 3 – n – 1 = (3n2 – n ) + 6n + 2
Usando a hipótese de indução 3n2 – n > 23 para todo n > 2 e substituindo na expressão acima, vem:
(b) Admitindo a validade da hipótese de indução 2 n > n 2 para todo natural n > 4, vamos provar que ela
também é válida para (n + 1).
Com efeito,
2 n+1 = 2 n . 2 > n 2 . 2 > n 2
Adicionando (1 + 2n) a ambos os membros da desigualdade, o que não altera o seu sentido, vem:
2n2 + (1 + 2n) > n2 + (1 + 2n)
Podemos então escrever:
n2 + n2 + 2n + 1 > n2 + 2n + 1
Observando que n2 + 2n + 1 = (n + 1)2, vem substituindo:
n2 + (n + 1)2 > (n + 1)2 = (n + 1)2
Portanto, P(n) ⇒ P(n + 1) e a propriedade está demonstrada, pois partimos de
P(n) : 2n > n2 e chegamos a P(n + 1) : 2n+1 > (n + 1)2 ou seja: P(n) ⇒ P(n +1).
IV – Considerações finais
O Princípio da Indução – PI embora seja um instrumento poderoso para provar se uma determinada
propriedade P entre números naturais é ou não verdadeira, ele entretanto não é capaz de fornecer ou
deduzir uma propriedade se ela for desconhecida. Na maioria dos casos, a intuição e a observação de
casos particulares pode levar ao estabelecimento de uma determinada fórmula ou propriedade entre
números naturais, a qual deverá ser provada ou demonstrada. Aí é que entra o Princípio da Indução para
que através da sua utilização, seja efetuada a demonstração da propriedade.
Outro aspecto muito importante a ser considerado é que nem sempre uma propriedade válida para alguns
valores da variável envolvida n é válida para todo número natural n. Um exemplo clássico é a expressão
n2 + n + 41 com n ∈ N , que representa números primos para n variando de 1 a 40. Já para n = 41
teríamos:
412 + 41 + 41 = 41(41 + 1 + 1) = 41.43 = 1763 que não é número primo pois é divisível por 1, 41, 43 e
1763.
Ou seja, a propriedade: [P(n) = n2 + n + 41 é um número primo com n ∈ N ], é válida para n = 1, 2, 3, 4,
... , 37, 38, 39 e 40 mas falha para n = 41, o que nos mostra claramente que admitir a veracidade de uma
propriedade baseada apenas na verificação de alguns casos particulares é uma temeridade.
Notas:
1 – quando um número natural só possui como divisores, ele próprio e a unidade (1),
ele é dito um número primo. Assim, são números primos: 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23,
29, 31, ... Existem infinitos números primos e isto pode ser demonstrado. A primeira
demonstração deste fato singular deve-se a Euclides (matemático grego que viveu no
ano 300 DC).
2 – fatorar um número natural significa escrevê-lo como um produto de fatores primos
com expoentes naturais.
Exemplo: 12 = 4.3 = 2 2 . 3 . Então 2 2 . 3 é a forma fatorada de 12.
Vamos mostrar uma forma de encontrar o número de divisores positivos de 120, utilizando
um raciocínio conhecido com Princípio Fundamental da Contagem:
Observe que sendo 120 = 2 3 . 3 1 . 5 1 , é claro que os divisores de 120 terão que
necessariamente serem números da forma 2 x . 3 y . 5 z onde x = 0, 1, 2 ou 3; y = 0 ou 1 ; z =
0 ou 1.
Portanto, existem 4 valores possíveis para x, 2 valores possíveis para y e 2 valores possíveis
para z. Pelo Princípio Fundamental da Contagem, o número total de possibilidades será então
dada pelo produto
4.2.2 = 16.
Resposta: 120 possui 16 divisores positivos.
Exemplos:
a) 12 = 2 2 . 3 1 ∴ número de divisores positivos de 12 = (2+1).(1+1) = 6
b) 150 = 2 1 . 3 1 . 5 2 ∴ número de divisores positivos de 150 = (1+1).(1+1).(2+1) = 12
5.000.000 = 5 . 10 6 = 5 . (2 . 5) 6 = 5 . 2 6 . 5 6 = 2 6 . 5 7
Portanto, o número de divisores positivos de 5.000.000 será igual a:
n = (6+1) . (7+1) = 7 . 8 = 56
Portanto, 5.000.000 possui 56 divisores positivos.
100.000.000 = 10 8 = (2 . 5) 8 = 2 8 . 5 8
Portanto, o número de divisores positivos de 100.000.000 será igual a:
n = (8+1) . (8+1) = 9.9 = 81
Portanto, 100.000.000 possui 81 divisores positivos.
Solução:
Ocorre que toda potência inteira de 9 termina em 1, se o expoente for par, ou em 9 se o expoente for
ímpar.
Exemplos:
90 = 1, 91 = 9 , 92 = 81 , 93 = 729 , 94 = 6561 , ... , e assim sucessivamente.
Logo, como 32000 = 91000 , sendo 1000 um número par, concluímos que o último algarismo de 32000 , ou
seja, o seu algarismo das unidades é igual a 1.
Solução:
Solução:
Solução:
Solução:
Ocorre que toda potência inteira de 4 termina em 4 se o expoente for ímpar ou em 6 se o expoente for par,
para expoentes inteiros maiores do que 1. Veja os exemplos a seguir:
42 = 16 , 43 = 64 , 44 = 256 , 45 = 1024 , ... , e assim sucessivamente.
Portanto, como 22000 = 41000 e 1000 é par, concluímos que o último algarismo de 22000 é igual a 6.
Solução:
Solução:
Solução:
Observe que:
31998 + 32000 = 31998(1+32) = 31998.10 = (32)999.10 =10.9999
Logo 31998 + 32000 vai terminar em 0, pois todo número inteiro multiplicado por 10 termina em zero.
Notas:
1 - o algarismo das unidades de um número inteiro é também o seu último algarismo.
Solução:
Neste tipo de problema, devemos partir da forma (S,P) da equação do segundo grau, ou seja:
x2 – Sx + P = 0, onde S é a soma das raízes e P o produto das raízes, ou seja:
x1 + x2 = S e x1 . x2 = P.
Analogamente,
4x1 + 3x2 – 12 = 0 ∴ 4x1 + 3x2 = 12
Vejam que tranquilidade: os termos em x2 podem ser eliminados apenas subtraindo uma equação
da outra, uma propriedade válida, uma vez que se
A=B
e
C=D
então
A – C = B – D.
Ora, sendo x1 = 1/7, substituindo este valor em qualquer das duas equações do sistema acima, vem:
4(1/7) + 3x2 = 12 ∴ 4/7 + 3x2 = 12 ∴
3x2 = 12 – 4/7 = 84/7 – 4/7 = (84-4)/7 = 80/7 de onde vem x2 = 80 / 21.
Nota: os enunciados dos dois problemas a seguir, foram enviados por um visitante do site. Como nem
sempre tenho tempo de responder a todos os e-mails que recebo, normalmente publico as soluções
solicitadas na forma de arquivo. Tenho procedido assim já há muito tempo pois, entendo que
universalizando as soluções no site, estarei ajudando a um número maior de pessoas. Este é o 310º
arquivo publicado no site, que este ano estará completando 10 anos! Sim, os primeiros arquivos foram
publicados em 1995, embora em outro provedor! Lembrem-se que em 1995 a INTERNET estava apenas
começando no BRASIL.
1 Determine o menor número inteiro positivo que dividido por 39 dá resto 16 e dividido por 37, dá resto
36.
Solução:
D = 39q + 16
D = 37q' + 36, onde D é o dividendo procurado e q e q' são os respectivos quocientes.
Observe que as expressões acima são da forma y = ax + b cuja representação gráfica dos pontos (x,y) no
plano cartesiano é uma reta para a, b, x e y reais. Como as igualdades acima estão definidas em N –
conjunto dos naturais, evidentemente que as representações gráficas não serão retas (contínuas), porém os
pontos determinados pelos pares ordenados (q, D) ou (q',D) serão pontos colineares ou seja, alinhados.
Posto isto, podemos considerar q e q' como sendo a variável independente x (por analogia com a equação
da reta y = ax + b) e, D como a variável dependente y e escrever o seguinte sistema de equações:
y = 39x + 16
y = 37x + 36
lembrando que estamos considerando aqui apenas os valores inteiros positivos das variáveis x e y.
Verifique que de fato, 406 dividido por 39 dá 10 e resto 16 e que também 406 dividido por 37 dá 10 e
resto 36.
Nota: uma vez entendida a metodologia acima, poderemos resolver o mesmo problema usando a seguinte
forma prática:
Substituindo, vem finalmente D = 39.10 + 16 = 406 , que é o menor número inteiro positivo que satisfaz
ao problema proposto.
Generalizando ...
Se a pergunta fosse: quais os números naturais que divididos por 39 deixam resto 16 e divididos por
37, deixam resto 36 , o problema teria infinitas soluções. Veja a seguir, a solução apresentada para este
caso generalizado, pelo ilustre visitante do site, Hélio M. Fragoso, publicada com a devida permissão:
2 Resolver a equação 8x + 12y = 23, de modo que x e y sejam positivos e sua soma, um número inteiro.
Solução:
O problema pede que x + y seja um número inteiro com a condição de que x e y sejam positivos. Teremos
então, substituindo o valor de y:
O problema impõe a condição que a soma acima seja um número inteiro. Portanto, o numerador 4x + 23
deve ser um múltiplo de 12 ou seja: 4x + 23 = 12k onde k é um inteiro. Daí tiramos
x = (12k – 23) / 4 . Lembrando que x deve ser positivo, conforme dito no enunciado da questão,
deveremos também ter x = (12k – 23) / 4 > 0 , o que resulta 12k – 23 > 0 ou 12k > 23 ou k > 23/12 ou
seja k > 1,916... .
Como k é inteiro, os valores possíveis para k serão k = 2, 3, 4, 5, 6, ...
Lembrando que o problema impõe que y deve ser positivo, deveremos ter:
y = (69 – 24k) / 12 > 0, o que resulta 69 – 24k > 0 ou 69 > 24k ou 24k < 69, o que resulta
k < 2,875. Como k é inteiro, deveremos ter k = 2, 1, 0, -1, -2, -3, ... .
Portanto para que x seja positivo vimos acima que k = 2, 3, 4, 5, ... e para que y seja positivo vimos
também que
k = 2, 1, 0, -1, -2, -3, ... . Para que ambos sejam positivos, deveremos ter evidentemente k = 2, que é o
único valor de k que atende simultaneamente às duas condições.
Portanto, como k = 2, os números procurados serão obtidos substituindo o valor de k nas expressões
obtidas acima:
Nota: observe que x e y satisfazem ao enunciado pois são ambos positivos e a soma resulta num número
inteiro, ou seja: (1/4) + (21/12) = (3/12) + (21/12) = 24/12 = 2. Além disso, substituindo x e y na equação
original resulta
8(1/4) + 12(21/12) = 2 + 21 = 23.
1) Determinar o menor número inteiro positivo que dividido por 40 dá resto 18 e dividido por 38, dá resto
26.
Resposta: 178
2) Determinar os números naturais que divididos por 40 deixam resto 18 e divididos por 38, deixam resto
26.
Resposta: números da forma 760k + 178, onde k = 0, 1, 2, 3, 4, ... .
3) Resolver a equação 6x + 10y = 21, de modo que x e y sejam positivos e sua soma um número inteiro.
Resposta: x = 9/4 e y = 3/4.
Uma potência de potência e uma venda com lucro: dois exercícios simples
Nota: os enunciados dos dois problemas a seguir, foram enviados a mim através e-mail de dois
visitantes do site. Como nem sempre tenho tempo de responder a todos os e-mails que recebo,
normalmente publico as soluções solicitadas na forma de arquivo. Tenho procedido assim já há
muito tempo pois, entendo que universalizando as soluções no site, estarei ajudando a um
número maior de pessoas. Este é o 320º arquivo publicado no site, que este ano estará
completando 10 anos! Sim, os primeiros arquivos foram publicados em 1995, embora em outro
provedor! Lembrem-se que em 1995 a INTERNET estava apenas começando no BRASIL.
Solução:
O número 10m , com m inteiro positivo, é um número formado por 1 seguido de m zeros.
Exemplos:
101 = 10
102 = 100
103 = 1 000
104 = 10 000
105 = 100 000
...................................
1010 = 10 000 000 000
e assim sucessivamente.
Sabemos que o número 1 seguido de 100 zeros é igual a 10100 , ou seja, N = 10 100 .
A conclusão acima baseia-se na seguinte propriedade das potências: (a m)n = a m.n , conhecida com
potência de potência.
Ora, sabemos que o número 10 m com m inteiro positivo é um número formado por 1 seguido de m zeros.
Logo, 10100N será um número formado por 1 seguido por 100N zeros, o que nos leva tranqüilamente à
alternativa A.
O número M é o número 1 seguido de 1000 zeros. Nestas condições, o número M M é o número 1 seguido
de:
a) 100 M zeros
b)1000M zeros
c) 1002M zeros
d) MM zeros
e) 1100M zeros
Resposta: B
Solução:
x + y = 27000
1,10x + 0,95y = 27750
Justificando a operação acima, para aquelas milhares de pessoas que já esqueceram como dividir um
número por um número decimal:
A regra básica para dividir decimais é simples: basta igualar o número de casas decimais dos dois
números dados e dividir os números resultantes como se fossem inteiros. No presente caso, como 0,15
possui duas casas decimais, escrevemos 2100 como 2100,00 (igualamos o número de casas decimais) ,
desprezamos as vírgulas, o que resulta 210000/15 = 14000.
Exemplos:
Não resisti a fazer este comentário, porque após a popularização do uso das calculadoras eletrônicas no
Brasil (por volta de 1970), muita gente começou a esquecer as regras das operações elementares. Fazer
contas sem usar calculadoras, ainda é um bom exercício para religar neurônios !. É conveniente ressaltar
que acho muito importante e adequado o uso das calculadoras mas, não se deve nunca perder de vista
também o exercício do uso do cérebro, dádiva da Natureza.
Voltando à questão:
Como x = 14000 e x + y = 27000, resulta que y = 27000 – x = 27000 – 14000 = 13000.
Determinar os números naturais que divididos por 40 deixam resto 18 e divididos por 38 deixam resto 26.
Solução:
D = 40q1 + 18
D = 38q2 + 26
onde q1 e q2 são os quocientes e, portanto, números inteiros.
Podemos inferir das duas igualdades acima, que 40q1 + 18 = 38q2 + 26 . Daí, vem:
40q1 = 38q2 + 26 – 18 = 38q2 + 8
Então, poderemos escrever:
q1 = (38q2 + 8) / 40
Como a soma de dois números inteiros é um outro número inteiro, sendo n inteiro, a fração
(n – 4) / 19 deverá ser também um número inteiro e, portanto, n – 4 será múltiplo de 19, o que nos permite
escrever n – 4 = 19k onde k é também inteiro.
Logo, n = 19k + 4
Ora, o número natural procurado é dado por D = 40q1 + 18, conforme vimos no início desse texto. Logo,
substituindo, vem finalmente:
D = 40(19k + 4) + 18 = 760k + 160 + 18 = 760k + 178 onde k é um número inteiro positivo ou nulo, ou
seja, k = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...
Resposta: os números naturais que divididos por 40 deixam resto 18 e divididos por 38 deixam resto 26
são da forma ϕ = 760k + 178 com k = 0, 1, 2, 3, 4, ...
Esta maneira de apresentar a equação do 2º grau é bastante conveniente, uma vez que
permite conhecer a soma das raízes e o produto das raízes, sem resolver a equação. Este fato,
facilita até a solução mental da equação, sem aplicação da fórmula de Bhaskara.
Exemplos:
a) x2 – 5x + 6 = 0
Soma das raízes = S = 5
Produto das raízes = P = 6
Ora, os números que somados dá 5 e multiplicados dá 6, são 2 e 3 que são as raízes da
equação.
b) x2 – x – 12 = 0
S = 1 e P = -12
Os números que somados é igual 1 e multiplicados dá - 12 são 4 e –3 , que são as raízes da
equação.
c) x2 +3x - 4 = 0
S = - 3 e P = -4
Os números que somados dá –3 e multiplicados dá –4 são –4 e 1, que são as raízes da
equação.
d) x2 + x - 999000 = 0
S = -1 e P = -999000
Verifique mentalmente que as raízes são -1000 e 999.
A solução pela fórmula de Bhaskara seria um pouco trabalhosa. Perceberam?
e) x2 – (1+√ 3)x + √ 3 = 0
Verifique mentalmente que as raízes são 1 e √ 3.
Com a prática, você será capaz de resolver muitas equações do 2º grau, sem o uso da fórmula
de Bhaskara, com o uso do método acima.
Com a forma (S,P) da equação do 2º grau [x2 – Sx + P=0], podemos resolver o problema
inverso da determinação das raízes, ou seja, compor a equação cujas raízes são conhecidas.
Exemplo: Qual a equação do 2º grau cujas raízes são 10 e 78?
Temos: S = 10+78 = 88 e P = 10.78 = 780
Logo, a equação é: x2 – 88x + 780 = 0.
Entende-se por grandeza, como sendo qualquer entidade susceptível de ser medida.
As grandezas classificam-se em dois tipos fundamentais:
Grandezas vetoriais - aquelas que para ficarem perfeitamente caracterizadas, necessitam além
de um número que expresse a sua medida numa determinada unidade (o seu módulo), que
sejam especificados o sentido e a direção. São representadas através Vetores.
Nota: no que se segue, poderemos nos referir a grandezas vetoriais, sem levar em conta o seu
aspecto vetorial. Explico: ao nos referirmos a uma velocidade (grandeza vetorial) de 80 km/h,
por exemplo, não estaremos interessados , na sua direção ou no seu sentido, e sim
unicamente no seu módulo, ou seja 80 km/h. O tratamento vetorial da velocidade, interessaria,
se estivéssemos dando uma abordagem do ponto de vista da Física. Para uma abordagem de
proporcionalidade, como nos propomos aqui, não necessitamos de tal enfoque.
É conveniente ressaltar de passagem, que ao nos referirmos à velocidade, por exemplo,
estaremos nos referindo sempre à velocidade média, uma vez que a velocidade instantânea de
um móvel no tempo t = t0, teria que ser calculada usando-se Derivadas.
2 - Proporcionalidade direta
G1 X1 X2 X3 X4 ... Xn
G2 W1 W2 W3 W4 ... Wn
Das igualdades acima, podemos inferir que genericamente, teremos X / W = k, de onde vem,
X = k . W, sendo k a constante de proporcionalidade.
Dizemos então, que a variável X é diretamente proporcional à variável W, segundo a constante
k.
Exemplo:
Considerando que um disquete custa $0,80 é razoável supor que:
Quantidade 2 5 8 10 20 30 50 100
Preço total ( $) 1,60 4,00 6,40 8,00 16,00 24,00 40,00 80,00
3 - Proporcionalidade inversa
G1 X1 X2 X3 X4 ... Xn
G2 W1 W2 W3 W4 ... Wn
Exemplo:
Considerando que um carro terá de percorrer a distancia de 240 km entre duas cidades, é
razoável supor que:
Aqui, também, vale a observação do item anterior. Por exemplo, se a velocidade fosse 100.000
km/h, obteríamos um tempo igual a 0,0024h = 8,64 segundos! Ora, isto é um absurdo no
mundo material!
Notas:
Se Y é diretamente proporcional a X, indicamos simbolicamente: Y α X.
Se Y é inversamente proporcional a X, podemos dizer que Y é diretamente proporcional a 1/X e
indicamos :
Y α (1 / X).
4 - Resolvendo problemas
Solução:
Sejam:
T = número de trabalhadores
D = número de dias
H = número de horas de trabalho por dia
L = comprimento de tecido
Resposta: 32 dias
NOTA: observe que não usamos aqui o conceito de regra de três (rule of three - em inglês) e
nem falamos dela, e, entretanto, conseguimos resolver os problemas.
1. a regra de tres, ao que tudo indica, surgiu na Índia e entrou na Europa, através dos
árabes.
2. ela foi muito usada no comércio, por vários séculos, porém como simples regra.
3. Brahmagupta - matemático indiano - já no século VII da nossa era - usava as técnicas
da regra de tres.
4. os livros modernos de Matemática, americanos, já não incorrem no mesmo arcaísmo de
abordagem, ainda presentes nos livros brasileiros e, não usam nem mesmo, a
expressão "rule of three" (regra de tres).
5. A propósito, recentemente o Prof. Ralph P. Boas, da "Northwestern University" ,
celebrou este fato em versos publicados na revista "American Mathematical Monthly" -
02/86 - pag. 115 - e que reproduzimos a seguir:
1 – Introdução
Exemplo:
Vejamos a solução:
2.1 – Vinte e cinco teares trabalhando oito horas por dia, durante 10
dias, fizeram 1200 metros de certo tecido. Vinte teares trabalhando
nove horas por dia durante dezoito dias, produzirão quantos metros do
mesmo tecido?
SOLUÇÃO:
Portanto:
Resp: 1944 m
Solução:
Observe que:
Portanto:
Resp: 8 h
Solução:
Logo,
Resp: R$15,50
Solução:
1 – Capinação
Ação de capinar; retirar do solo, a planta gramínea conhecida como
capim.
NOTAS:
1 – a área S de um círculo de raio r é igual a S = πr2.
2 - m2 = metro quadrado
Em resumo:
MDC e MMC
Definição: dados dois números inteiros a e b não nulos, define-se o máximo divisor comum - MDC, como
sendo o maior inteiro que divide simultaneamente a e b.
O MDC de dois números será indicado por MDC (a, b).
Óbvio que se tivermos o MDC de n números inteiros a1, a2, a3, ... , an , indicaremos por
MDC (a1, a2, a3, ... , an)
Exemplos:
Notas:
1.1 - um número inteiro positivo p ≠ 1 é denominado número primo, se e somente se os seus divisores
positivos são 1 e p. Pode-se provar que o conjunto dos números primos é um conjunto infinito.
1.2 - todo número inteiro maior do que 1, que não é primo, pode ser decomposto num produto único de
fatores primos. Esta afirmação é conhecida como o Teorema Fundamental da Aritmética - TFA.
Exemplos:
15 = 5.3
40 = 5.8 = 5.2.2.2 = 5.23
120 = 40.3 = 5.2.2.2.3 = 5.23.3
240 = 2.120 = 2.5.2.2.2.3 = 5.24.3
240 |2
120 |2
60 |2
30 |2
15 |3
5 |5
1|
408 |2
204 |2
102 |2
51 |3
17 |17
1|
1.3 - O método de decomposição de um número num produto de fatores primos, sugere uma nova forma
para o cálculo do MDC de dois números inteiros não nulos, a e b, ou seja, para o cálculo de MDC (a,b).
1.4 - o MDC do exemplo anterior, poderia ser também determinado pelo método das divisões sucessivas,
cujo dispositivo prático é mostrado a seguir:
1 1 2 3
408 | 240 | 168 | 72 | 24
1.5 - se o MDC de dois números inteiros a e b for igual à unidade, ou seja, MDC (a,b) = 1, dizemos que a
e b são primos entre si, ou que a e b são co-primos.
Ou seja:
MDC (a, b) = 1 ⇔ a e b são primos entre si (co-primos).
⇔ a e b são primos entre si (co-primos).
Exemplo: MDC (7, 5) = 1 ∴ 5 e 7 são primos entre si.
Definição: dados dois números inteiros a e b não nulos, define-se o mínimo múltiplo comum - MMC,
indicado por MMC (a,b) , como sendo o menor inteiro positivo, múltiplo comum de a e b.
Exemplo:
Dos exemplos anteriores, vimos que: MDC (10,14) = 2 e MMC(10,14) = 70. Observe que:
10.14 = 2.70 = 140 = MDC(10,14) . MMC(10,14)
Pode-se provar que, dados dois números inteiros positivos a e b, teremos sempre que o produto desses
números é igual ao produto do MDC pelo MMC desses números, ou seja:
MDC(a,b) . MMC(a,b) = a . b
O Mínimo Múltiplo Comum de dois números primos entre si é igual ao produto deles.
Exemplos:
MMC(3, 5) = 3.5 = 15
MMC(7, 5, 3) = 7.5.3 = 105
1 - O máximo divisor de dois números é igual a 10 e o mínimo múltiplo comum deles é igual a 210. Se
um deles é igual a 70, qual o outro?
Solução:
Solução:
Portanto, o máximo divisor comum - MDC - de 180 e 1200 é igual a 60, ou seja:
MDC(180, 1200) = 60
Nota: poderíamos, é claro, determinar o MDC por qualquer um dos métodos indicados neste texto.
1200 = 180.7 - 60
1200 - 180.7 = - 60
Multiplicando ambos os membros por ( - 1), fica:
- 1200 + 180. 7 = 60
180.7 - 1200 = 60
180.7 + 1200( - 1) = 60
508 = 500 + 0 + 8
508 = 5.100 + 0.10 + 8
508 = 5.102 + 0.101 + 8.100
Exemplos:
Exemplos:
Como este sistema utiliza as letras A,b,C,d,E,F para representar os numerais 10,11,12,13,14 e 15
respectivamente, alguns numerais escritos na base 16 podem possuir somente letras.
Exemplos:
Exemplos:
10001(2 = 1.24 + 0.23 + 0.22 + 0.21 + 1.20 = 17 (17 escrito na base 10).
248 = 24 x 10 + 8
24 = 2 x 10 + 4
2 = 0 x 10 + 2
Observe os algarismos de baixo para cima: 248
7 = 3 x 2 + 1
3 = 1 x 2 + 1
1 = 0 x 2 + 1
Observe os algarismos de baixo para cima: 111
Portanto, 7 na base 10 é representado por 111 na base 2.
1 = 0 x 2 + 1
Observe os algarismos de baixo para cima: 100011
Portanto, 35 na base 10 é representado por 100011 na base 2.
Respostas:
a) 1100100
b) 11010
c) 1001
d) 11100001
1 – Introdução
Exemplos:
Século XXI, Papa Pio XII, Papa João Paulo II, Dom Pedro II etc.
2.5 – letra encimada por um traço horizontal, vale 1000 vezes o seu
valor absoluto. A única exceção é o numeral I, para o qual não se
aplica esta regra.Cada traço adicional, multiplica o valor anterior
por 1000.
Exemplos:
356 = CCCLVI
1254 = MCCLIV
78 = LXXVIII
2001 = MMI
1952 = MCMLII
3.674.690 = MMM DCLXXIV DCXC
NOTAS:
an = a.a.a.a.a. … .a
Exemplos:
72 = 7.7 = 49
25 = 2.2.2.2.2 = 32
63 = 6.6.6 = 216
Nota:
1.1 – Convenções:
a0 = 1
a1 = a
P1) am . an = am+n
Exemplo: 25.23 = 25+3 = 28 = 2.2.2.2.2.2.2.2 = 256
P2) am : an = am-n
Exemplo: 57:54 = 57-4 = 53 = 5.5.5 = 125
Exercício:
A = {[(23.24 : 43)]5}-2
Desenvolvimento:
2 - Radicais
Exemplos:
que é lido com 5 raiz cúbica de 25, onde 5 é o coeficiente, 3 é o índice e 25, o radicando.
√10 que é lido como 3 raiz quadrada de 10, onde 3 é o coeficiente, 2 (não indicado, por
3√
convenção) é o índice e 10, o radicando.
Exemplo:
Exemplo:
Portanto, para introduzir um coeficiente num radical, basta elevar este coeficiente a um
expoente igual ao seu índice.
Esta propriedade é bastante útil também, para a simplificação de radicais, pois às vezes, a
depender do tipo de problema que está sendo abordado, pode tornar-se necessário percorrer o
caminho inverso. Assim, por exemplo,
Exemplo:
Exemplos:
Como 2 elevado a 4 é igual a 16, dizemos que 2 é uma raiz quarta de 16.
Racionalização de denominadores
1 – O que significa?
Como o próprio nome indica, racionalizar o denominador de uma fração, significa escreve-la
de uma forma equivalente, mantendo o seu valor inicial, sem que ela contenha, entretanto, um
número irracional no denominador. É importante ressaltar, que a racionalização do
denominador de uma fração, não a torna racional mas, apenas, elimina o termo irracional do
seu denominador, o que de uma certa forma facilita os cálculos necessários à análise de um
determinado problema.
Apenas de passagem, lembramos que os números irracionais são todas as dízimas não
periódicas ou as raízes não exatas de números reais.
Observe que números como 0,34343434... , 0,2222222..., 3,1717171717... etc, por serem
dízimas periódicas, não são números irracionais e sim, números racionais.
Um número racional pode sempre ser escrito como uma fração da forma a/b com a e b
sendo números inteiros, com b diferente de zero e os números irracionais não podem ser
escritos na
forma de fração a/b.
Por exemplo, 0,333333... que é uma dízima periódica, pode ser escrito como 1/3 pois 1/3 =
0,3333... e, portanto, é um número racional.
0,21212121... = 21/99
0,342342342... = 342/999
0,888888... = 8/9 etc
Já o número √2, por exemplo, que é uma raiz não exata, nunca poderá ser escrito como uma
fração do tipo a/b com a e b sendo números inteiros, com b diferente de zero.
2 – Racionalização de denominadores
Como regra geral, para racionalizar o denominador de uma fração, basta multiplicar o
numerador e denominador desta, por um termo conveniente denominado Fator Racionalizante.
Saber escolher o fator racionalizante corretamente caracteriza-se como a parte mais importante
da solução do problema. Vejamos alguns exemplos elucidativos:
a)
c)
Resposta:
Racionalize a fracção:
Lógica Matemática I
1 - INTRODUÇÃO
As idéias de Boole tornaram-se a base da Lógica Simbólica, cuja aplicação estende-se por
alguns ramos da eletricidade, da computação e da eletrônica.
A lógica matemática (ou lógica simbólica), trata do estudo das sentenças declarativas também
conhecidas como proposições , as quais devem satisfazer aos dois princípios fundamentais
seguintes:
Princípio do terceiro excluído: uma proposição só pode ser verdadeira ou falsa , não havendo
outra alternativa.
Princípio da não contradição: uma proposição não pode ser ao mesmo tempo verdadeira e
falsa.
Diz-se então que uma proposição verdadeira possui valor lógico V (verdade) e uma proposição
falsa possui valor lógico F (falso). Os valores lógicos também costumam ser representados por
0 (zero) para proposições falsas ( 0 ou F) e 1 (um) para proposições verdadeiras ( 1 ou V ).
De acordo com as considerações acima, expressões do tipo, "O dia está bonito" , "3 + 5" , "x é
um número real" , "x + 2 = 7", etc., não são proposições lógicas, uma vez que não poderemos
associar a ela um valor lógico definido (verdadeiro ou falso).
Exemplificamos a seguir algumas proposições, onde escreveremos ao lado de cada uma delas,
o seu valor lógico V ou F. Poderia ser também 1 ou 0.
∼ não
∧ e
∨ ou
→ se ... então
↔ se e somente se
| tal que
⇒ implica
⇔ equivalente
∃ existe
∃| existe um e somente
um
3 - O Modificador Negação
Dada a proposição p , indicaremos a sua negação por ~p . (Lê-se " não p " ).
Ex.: p: Três pontos determinam um único plano ( V )
~p: Três pontos não determinam um único plano ( F )
Obs.: duas negações eqüivalem a uma afirmação ou seja, em termos simbólicos: ~(~p) = p .
4 - Operações lógicas
Sejam p e q duas proposições simples, cujos valores lógicos representaremos por 0 quando
falsa (F) e 1 quando verdadeira (V). Podemos construir a seguinte tabela simplificada:
p q p∧q p∨q →q
p→ p↔
q
1 1 1 1 1 1
1 0 0 1 0 0
0 1 0 1 1 0
0 0 0 0 1 1
Assim, a proposição composta "Se o Sol não é uma estrela então 3 + 5 = 8" é logicamente
verdadeira, não obstante ao aspecto quase absurdo do contexto da frase!
Não quero lhe assustar, mas o fato das proposições verdadeiras (valor lógico 1) ou falsas (valor
lógico 0), não podem estar associadas à analogia de que zero (0) pode significar um circuito
elétrico desligado e um (1) pode significar um circuito elétrico ligado? Isto lembra alguma coisa
vinculada aos computadores? Pois é, caros amigos, isto é uma verdade, e é a base lógica da
arquitetura dos computadores!
Seria demais imaginar que a proposição p∧ q pode ser associada a um circuito série e a
proposição p∨ q a um circuito em paralelo?
Pois, as analogias são válidas e talvez tenham sido elas que mudaram o mundo!
Lógica Matemática II
Vimos no texto anterior, a tabela verdade - reproduzida abaixo - que permite determinar o valor
lógico de uma proposição composta, conhecendo-se os valores lógicos das proposições
simples que a compõem.
p q ∧q
p∧ ∨q
p∨ →q
p→ ↔q
p↔
1 1 1 1 1 1
1 0 0 1 0 0
0 1 0 1 1 0
0 0 0 0 1 1
Podemos observar que é muito fácil entender (e o nosso intelecto admitir) as regras contidas
na tabela acima para a conjunção, disjunção e equivalência, ou seja:
a conjunção "p e q" só é verdadeira quando p e q forem ambas verdadeiras.
A disjunção "p ou q" só é falsa quando p e q forem ambas falsas.
A bi-condicional só e falsa quando p e q possuem valores lógicos opostos.
Quanto à condicional "se p então q" , vamos analisá-la separadamente, de modo a facilitar o
entendimento das regras ali contidas:
p q →q
p→
V V V
V F F
F V V
F F V
Através de um raciocínio válido, vamos mostrar que é possível a partir de p FALSA, chegarmos
a q também FALSA. Com efeito, se 10 = 5, então, subtraindo uma unidade em cada membro,
obteremos 9 = 4. Somando agora membro a membro estas duas igualdades, obtemos 10+9 =
5+4 e portanto 19 = 9, que é a proposição q dada. Logo, p→ q é verdadeira (V).
Exercícios:
1) Sendo p uma proposição verdadeira e q uma proposição falsa, qual o valor lógico da
proposição composta r: (p∧ ∼ q) → q ?
Resumo da Teoria
1 - Tautologias e Contradições
p q ∧q
p∧ ∨q
p∨ ∧ q) → (p∨
(p∧ ∨ q)
V V V V V
V F F V V
F V F V V
F F F F V
Observe que quaisquer que sejam os valores lógicos das proposições simples p e q, a
proposição composta s é sempre logicamente verdadeira. Dizemos então que s é uma
TAUTOLOGIA.
Trazendo isto para a linguagem comum, considere as proposições: p: O Sol é um planeta
(valor lógico falso - F) e q: A Terra é um planeta plano (valor lógico falso - F), podemos concluir
que a proposição composta "Se o Sol é um planeta e a Terra é um planeta plano então o Sol é
um planeta ou a Terra é um planeta plano" é uma proposição logicamente verdadeira.
p ~p ∧ ~p
p∧
V F F
F V F
NOTA: Se uma proposição composta é formada por n proposições simples, a sua tabela
verdade possuirá 2n linhas.
Ex.: Construa a tabela verdade da proposição composta t: (p∧ q) ∨ r
Teremos:
p q r ∧ q)
(p∧ ∧ q) ∨ r
(p∧
V V V V V
V V F V V
V F V F V
V F F F F
F V V F V
F V F F F
F F V F V
F F F F F
Sendo p e q duas proposições simples quaisquer, podemos dizer que as seguintes proposições
compostas, são TAUTOLOGIAS:
1) (p∧ q) → p
2) p → (p∨ q)
3) [p∧ (p→ q)] → q (esta tautologia recebe o nome particular de "modus ponens")
4) [(p→ q) ∧ ~q] → ~p (esta tautologia recebe o nome particular de "modus tollens")
Você deverá construir as tabelas verdades para as proposições compostas acima e comprovar
que elas realmente são tautologias, ou seja, na última coluna da tabela verdade teremos V V V
V.
NOTAS:
a) as tautologias acima são também conhecidas como regras de inferência.
b) como uma tautologia é sempre verdadeira, podemos concluir que a negação de uma
tautologia é sempre falsa, ou seja, uma contradição.
a) Leis idempotentes
p∧ p = p
p∨ p = p
b) Leis comutativas
p∧ q = q∧ p
p∨ q = q∨ p
c) Leis de identidade
p∧v=p
p∧f=f
p∨v=v
p∨f=p
d) Leis complementares
~(~p) = p (duas negações eqüivalem a uma afirmação)
p ∧ ~p = f
p ∨ ~p = v
~v = f
~f = v
e)Leis associativas
(p∧ q)∧ r = p∧ (q∧ r)
(p∨ q)∨ r = p∨ (q∨ r)
f) Leis distributivas
p∧ (q∨ r) = (p∧ q) ∨ (p∧ r)
p∨ (q∧ r) = (p∨ q) ∧ (p∨ r)
h) Negação da condicional
~(p→ q) = p∧ ~q
Todas as propriedades acima podem ser verificadas com a construção das tabelas verdades.
Vamos exemplificar verificando a propriedade do item (h):
Para isto, vamos construir as tabelas verdades de ~(p→ q) e de p∧ ~q :
Tabela1:
p q →q
p→ → q)
~(p→
V V V F
V F F V
F V V F
F F V F
Tabela 2:
p q ~q ∧ ~q
p∧
V V F F
V F V V
F V F F
F F V F
Observando as últimas colunas das tabelas verdades 1 e 2 , percebemos que elas são iguais,
ou seja, ambas apresentam a seqüência F V F F , o que significa que ~(p→ q) = p∧ ~q .
Exs.:
1) Qual a negação da proposição composta: "Eu estudo e aprendo"?
Do item (g) acima, concluímos que a negação procurada é: "Eu não estudo ou não aprendo".
Relações Binárias
INTRODUÇÃO
Neste capítulo, vamos estudar apenas os tópicos necessários para um perfeito entendimento
do assunto que será abordado no capítulo seguinte: Funções.
PAR ORDENADO : conjunto ordenado de dois elementos, representado pelo símbolo (x;y)
onde x e y são números reais, denominados respectivamente de abcissa e ordenada.
Ex: Par ordenado (6; -3) : abcissa = 6 e ordenada = -3.
Propriedade: dois pares ordenados são iguais , quando são respectivamente iguais as
abcissas e as ordenadas. Em termos simbólicos:
(x;y) = (w;z) ⇔ x = w e y = z
Ex: (2x - 4; y) = (- x; 7) ⇔ 2x - 4 = - x e y = 7 ∴ x = 4/3 e y = 7.
Observe que o plano cartesiano pode ser subdividido em quatro regiões , que são
denominadas Quadrantes. Temos então o seguinte quadro resumo:
Obs:
1) a equação do eixo Ox é y = 0 e do eixo Oy é x = 0.
2) o gráfico de y = x é uma reta denominada bissetriz do primeiro quadrante.
3) o gráfico de y = -x é uma reta denominada bissetriz do segundo quadrante.
MÓDULO DE UM NÚMERO REAL : Entende-se por módulo ou valor absoluto do número real
ae
escreve-se a , o seguinte:
a = a se a ≥ 0
a = -a se a < 0
Por esta definição, o módulo de um número positivo ou nulo (não negativo) é o próprio número
e o módulo de um número negativo é o simétrico desse número.
Exs: 7 = 7 ; -5 = 5 ; 0 = 0 ; 7 - 10 = -3 = 3
RELAÇÃO BINÁRIA
NOTAS:
1) ℜ ⊂ AxB
2) o conjunto A é o conjunto de partida e B o conjunto de chegada ou contradomínio.
3) se (x;y) ∈ ℜ , então dizemos que y é imagem de x , pela relação ℜ .
4) a expressão xℜ y eqüivale a dizer que (x;y) ∈ ℜ .
5) dada uma relação ℜ = { (x;y) ∈ AxB ; x ℜ y } , o conjunto dos valores de x chama- se
domínio da relação e o conjunto dos valores de y chama-se conjunto imagem da relação.
6 - o número de relações possíveis de A em B é dado por 2n(A).n(B) .
7 - Dada uma relação ℜ = { (x,y) ∈ AxB ; x ℜ y } , define-se a relação inversa ℜ -1 como sendo:
ℜ -1 = { (y,x) ∈ BxA ; y ℜ x }.
Ex: F = { (0,2) , (3.5) , (4,8) , ( 5,5) }
F-1 = { (2,0) , (5,3) , (8,4) , (5,5) }.
*b) {6,7}
c) {5,6,7}
d) {7}
e) {1}
5 - Sabendo-se que n(AxB) = 48 , n(BxC) = 72 , n(p(A)) = 256, podemos afirmar que n(AxC) é:
a)64
b)72
*c)96
d)128
e)192
Funções I
1 - Definição
Portanto , para que uma relação de A em B seja uma função , exige-se que a cada x ∈ A
esteja associado um único y ∈ B , podendo entretanto existir y ∈ B que não esteja associado a
nenhum elemento pertencente ao conjunto A.
Exemplo:
Quando D(f) ⊂ R e CD(f) ⊂ R , sendo R o conjunto dos números reais , dizemos que a função
f é uma função real de variável real . Na prática , costumamos considerar uma função real de
variável real como sendo apenas a lei y = f(x) que a define , sendo o conjunto dos valores
possíveis para x , chamado de domínio e o conjunto dos valores possíveis para y , chamado
de conjunto imagem da função . Assim , por exemplo , para a função definida por y = 1/x ,
temos que o seu domínio é D(f) = R* , ou seja o conjunto dos reais diferentes de zero (lembre-
se que não existe divisão por zero) , e o seu conjunto imagem é também R* , já que se y = 1/x ,
então x = 1/y e portanto y também não pode ser zero .
coordenadas cartesianas .
O gráfico obtido será o gráfico da função f .
Assim , por exemplo , sendo dado o gráfico cartesiano de uma função f , podemos dizer que:
c ) toda reta vertical que passa por um ponto do domínio da função , intercepta o gráfico da
função em no máximo um ponto .
2 -Tipos de funções
Uma função y = f(x) é injetora quando elementos distintos do seu domínio , possuem imagens
distintas,
isto é:
x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2) .
Exemplo:
Exemplo:
Exercícios resolvidos:
Solução:
Sabemos que numa função injetora, elementos distintos do domínio, possuem imagens
distintas, ou seja:
x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2) .
f não é injetora, pois duas pessoas distintas podem ter a mesma idade.
g é injetora, pois não existem dois países distintos com a mesma capital.
h é injetora, pois dois números naturais distintos, possuem os seus dobros também distintos.
Assim é que concluímos que a alternativa correta é a de letra C.
2 - Seja f uma função definida em R - conjunto dos números reais - tal que
f(x - 5) = 4x. Nestas condições, pede-se determinar f(x + 5).
Solução:
A função y = f(x) é par, quando ∀ x ∈ D(f) , f(- x ) = f(x) , ou seja, para todo elemento do seu
domínio,
f( x ) = f ( - x ). Portanto , numa função par, elementos simétricos possuem a mesma imagem.
Uma conseqüência desse fato é que os gráficos cartesiano das funções pares, são curvas
simétricas em relação ao eixo dos y ou eixo das ordenadas.
Exemplo:
y = x4 + 1 é uma função par, pois f(x) = f(-x), para todo x. Por exemplo,
f(2) = 24 + 1 = 17 e f(- 2) = (-2)4 + 1 = 17
A função y = f(x) é ímpar , quando ∀ x ∈ D(f) , f( - x ) = - f (x) , ou seja, para todo elemento do
seu domínio, f( - x) = - f( x ). Portanto, numa função ímpar, elementos simétricos possuem
imagens simétricas. Uma conseqüência desse fato é que os gráficos cartesianos das funções
ímpares, são curvas simétricas em relação ao ponto (0,0), origem do sistema de eixos
cartesianos.
Exemplo:
Nota: se uma função y = f(x) não é par nem ímpar, dizemos que ela não possui paridade.
Exemplo:
O gráfico abaixo, representa uma função que não possui paridade, pois a curva não é simétrica
em relação ao eixo dos x e, não é simétrica em relação à origem.
Funções II
1 - FUNÇÃO INVERSA
Dada uma função f : A → B , se f é bijetora , então define-se a função inversa f -1 como sendo a
função de B em A , tal que f -1 (y) = x .
Exemplo:
Determine a INVERSA da função definida por y = 2x + 3.
Permutando as variáveis x e y, fica: x = 2y + 3
Explicitando y em função de x, vem:
2y = x - 3 ∴ y = (x - 3) / 2, que define a função inversa da função dada.
Exercício resolvido:
A função f: R → R , definida por f(x) = x2 :
a) é inversível e sua inversa é f -1 (x) = √ x
b) é inversível e sua inversa é f -1(x) = - √ x
c) não é inversível
d) é injetora
e) é bijetora
SOLUÇÃO:
Já sabemos que somente as funções bijetoras são inversíveis, ou seja, admitem função
inversa. Ora, a função f(x) = x2, definida em R - conjunto dos números reais - não é injetora,
pois elementos distintos possuem a mesma imagem. Por exemplo,
f(3) = f(-3) = 9. Somente por este motivo, a função não é bijetora e, em conseqüência, não é
inversível.
Observe também que a função dada não é sobrejetora, pois o conjunto imagem da função f(x)
= x2 é o conjunto R + dos números reais não negativos, o qual não coincide com o
contradomínio dado que é
igual a R. A alternativa correta é a letra C.
2 - FUNÇÃO COMPOSTA
Obs : atente para o fato de que fog ≠ gof , ou seja, a operação " composição de funções " não é
comutativa .
Exemplo:
Dadas as funções f(x) = 2x + 3 e g(x) = 5x, pede-se determinar gof(x) e fog(x).
Teremos:
gof(x) = g[f(x)] = g(2x + 3) = 5(2x + 3) = 10x + 15
fog(x) = f[g(x)] = f(5x) = 2(5x) + 3 = 10x + 3
Observe que fog ≠ gof .
Exercícios resolvidos:
1 - Sendo f e g duas funções tais que: f(x) = ax + b e g(x) = cx + d . Podemos afirmar que a
igualdade gof(x) = fog(x) ocorrerá se e somente se:
a) b(1 - c) = d(1 - a)
b) a(1 - b) = d(1 - c)
c) ab = cd
d) ad = bc
e) a = bc
SOLUÇÃO:
Teremos:
fog(x) = f[g(x)] = f(cx + d) = a(cx + d) + b ∴ fog(x) = acx + ad + b
gof(x) = g[f(x)] = g(ax + b) = c(ax + b) + d ∴ gof(x) = cax + cb + d
Simplificando, vem:
ad + b = cb + d
ad - d = cb - b ∴ d(a - 1) = b(c - 1), que é equivalente a d(a - 1) = b(c - 1), o que nos leva a
concluir que a alternativa correta é a letra A. .
SOLUÇÃO:
Sendo fog(x) = 2x + 1, temos: f[g(x)] = 2x + 1
Substituindo g(x) pelo seu valor, fica: f(2 - x) = 2x + 1
Fazendo uma mudança de variável, podemos escrever 2 - x = u, sendo u a nova variável.
Portanto, x = 2 - u.
Substituindo, fica:
f(u) = 2(2 - u) + 1 ∴ f(u) = 5 - 2u
Portanto, f(x) = 5 - 2x , o que nos leva à alternativa D.
Dadas as funções f(x) = 4x + 5 e g(x) = 2x - 5k, ocorrerá gof(x) = fog(x) se e somente se k for
igual a:
*a) -1/3
b) 1/3
c) 0
d) 1
e) -1
Funções III
1 FUNÇÃO CONSTANTE
Uma função é dita constante quando é do tipo f(x) = k , onde k não depende de x .
Exemplos:
a) f(x) = 5
b) f(x) = -3
Nota : o gráfico de uma função constante é uma reta paralela ao eixo dos x .
2 FUNÇÃO DO 1º GRAU
Exercício resolvido:
SOLUÇÃO:
Podemos escrever:
5 = 2.a + b
-10 = 3.a + b
d) 3
e) -3
3 FUNÇÃO DO 2º GRAU
Exercícios Resolvidos
SOLUÇÃO:
Sabemos que a função quadrática, pode ser escrita na forma fatorada:
y = a(x - x1)(x - x2) , onde x1 e x2, são os zeros ou raízes da função.
SOLUÇÃO:
Seja x o número procurado.
O quadrado de x é x2 .
O número x excede o seu quadrado , logo: x - x2.
Ora, a expressão anterior é uma função quadrática y = x - x2 .
Podemos escrever:
y = - x2 + x onde a = -1, b = 1 e c = 0.
O valor procurado de x, será o xv (abcissa do vértice da função).
Assim,
xv = - b / 2.a = - 1 / 2(-1) = 1 / 2
Logo, a alternativa correta é a letra A .
1 - A diferença entre dois números é 8. Para que o produto seja o menor possível, um deles
deve ser:
a) 16
b) 8
*c) 4
d) -4
e) -16
2 - A diferença entre dois números é 8. O menor valor que se pode obter para o produto é:
a) 16
b) 8
c) 4
d) -4
*e) -16
Funções IV
1 - Se f(x) = 1/[x(x+1)] com x ≠ 0 e x ≠ -1, então o valor de S = f(1) + f(2) + f(3) + ... + f(100) é:
a)100
b) 101
c) 100/101
d) 101/100
e) 1
SOLUÇÃO:
Temos:
Portanto,
f(1) = 1/1 - 1/2
f(2) = 1/2 - 1/3
f(3) = 1/3 - 1/4
f(4) = 1/4 - 1/5
f(5) = 1/5 - 1/6
.........................
..........................
...........................
f(99) = 1/99 - 1/100
f(100) = 1/100 - 1/101
2 - UCSal - Sejam f e g funções de R em R, sendo R o conjunto dos números reais, dadas por
f(x) = 2x - 3 e f(g(x)) = -4x + 1. Nestas condições, g(-1) é igual a:
a) -5
b) -4
c) 0
*d) 4
e) 5
SOLUÇÃO:
Como f(x) = 2x -3, podemos escrever: f[g(x)] = 2.g(x) - 3 = - 4x + 1
Logo, 2.g(x) = - 4x +4 ∴ g(x) = -2x + 2
Assim, g(-1) = -2(-1) + 2 = 4.
Logo, a alternativa correta é a letra D.
c) R - {0}
d) [0,2)
e) (-2 ,2]
SOLUÇÃO:
Se y = 1 / (x - 1), então x - 1 = 1 / y.
Como o conjunto imagem é o conjunto dos valores de y, percebemos que y não pode ser nulo,
pois não existe divisão por zero.
Logo, o conjunto imagem é R - {0}, o que nos leva à alternativa C.
SOLUÇÃO:
Como não existe divisão por zero, vem imediatamente que: x - 2 ≠ 0 ∴ x ≠ 2.
Logo, o domínio da função será D = R - {2}, onde R é o conjunto dos números reais.
Resp: C
Resp: D
6 - Sendo f(x) = senx e g(x) = logx, pede-se determinar o valor de g[f(π /2)].
Resp: 0
7 - Elabore o gráfico da função y = [x] , de domínio R, onde [x] significa o maior inteiro contido
em x, assim definido:
[x] = maior inteiro que não supera x.
Exemplos:
[2] = 2
[2,01] = 2
[0,833...] = 0
[-3,67...] = -4
[-1,34...] = -2, etc
Resp:
a) –6
b) 0
c) 1/2
d) 2
e) –1
Solução:
Daí, vem, por substituição, lembrando que f(0) = f(-3).2 e que f(0) = 1:
1 = f(-3).2, de onde concluímos imediatamente f(-3) = 1/2, o que nos leva à alternativa C.
PUC-RS - Se f é uma função tal que f(1) = a, f(π) = b e f(x + y) = f(x) . f(y), ∀ x, y ∈ R, então f(2
+ π) é igual a:
a) a
b) b
2
c) a b
2
d) ab
e) a + b
Resposta: alternativa C.
Simbologia:
∀ - qualquer que seja, para todo.
∈ - pertence a
π - número irracional pi, cujo valor aproximado é 3,1416.
Solução:
Fazendo x = y = 0, já que todas as funções f que satisfazem à condição dada, pelo enunciado,
estão definidas para todo x e y real, vem:
f(02) – f(02) + 2.0 + 1 = f(0 + 0).f(0 – 0)
Daí, vem:
f(0) – f(0) + 1 = f(0).f(0) = [f(0)] 2 .
Como f(0) - f(0) = 0, vem:
0 + 1 = [f(0)] 2
1 = [f(0)] 2, de onde vem: f(0) = ± 1.
Pelo conceito de função , o elemento 0 não poderá ter duas imagens (1 e –1), e, portanto,
apenas um desses valores deve ser válido.
Temos então que verificar os dois resultados, para saber qual a que satisfaz ao problema
proposto.
Vem,
f(x) = x + 1
f(x2) = x2 + 1
y = f(x) ⇒ y2 = [f(x)]2 = (x + 1)2
f(y2) = y2 + 1 = (x +1)2 + 1
f(x + y) = f[x + (x +1)] = f(2x + 1) = (2x + 1) + 1 = 2x + 2
f(x – y) = f[x – (x + 1)] = f(-1) = -1 + 1 = 0
Substituindo, vem:
Por extensão, sabendo que f é uma função, é razoável supor que o valor de f(0) (que deve ser
único, pelo conceito de função ) é igual a f(0) = 1 e que o resultado f(0) = -1, não serve.
Deixamos como exercício para o visitante, verificar que f(x) = - (x+1), não satisfaz ao problema
proposto. Isto é fácil; basta seguir os passos indicados acima para f(x) = y = x + 1.
Resp: Só existe uma função que satisfaz à condição dada no enunciado e esta função é y = f(x)
= x + 1.
Seja f uma função tal que f(n + 1) = [(2.f(n) + 1)] / 2 para todo n inteiro positivo e
f(1) = 2. Nestas condições, o valor de f(101) é:
(a) 102
(b) 101
(c) 86
(d) 76
(e) 52
Solução:
f(1) = 2 = 4 / 2
f(2) = 5 / 2
f(3) = 3 = 6 / 2
f(4) = 7 / 2
f(5) = 4 = 8 / 2
........................
........................
f(1) = 4 / 2 e 4 = 1 + 3
f(2) = 5 / 2 e 5 = 2 + 3
f(3) = 6 / 2 e 6 = 3 + 3
f(4) = 7 / 2 e 7 = 4 + 3
f(5) = 8 / 2 e 8 = 5 + 3
.......................................
.......................................
Observe que a lei de formação para um n inteiro positivo qualquer será então
f(n) = (n + 3) / 2
Seja f uma função tal que f(n + 1) = [(2.f(n) + 1)] / 2 para todo n inteiro positivo e
f(1) = 2. Nestas condições, determine o valor de f(105) + f(109).
Resposta: 110
Módulo I
1 - INTRODUÇÃO
Genericamente, podemos dizer que o módulo de um número real, é o número sem o seu sinal.
Assim, o módulo de -7 é 7, o módulo de -5 é 5, ... , etc.
Para representar o módulo de um número real a , usamos a notação | a| , que lê-se módulo de
a.
Podemos dizer que módulo é a operação de apagar o sinal, conforme pode-se perceber nos
exemplos acima.
2 - GENERALIDADES
2.1 - Seja x um número real qualquer. Das considerações do item (1)
acima, seria correto dizer que | x| = x ?. Claro que não! Senão vejamos:
Suponha x = -3; teremos: | -3| = 3 = -(-3) = - x. Portanto para x negativo, vale a igualdade | x| = -
x. Não se esqueça do fato que se x é negativo, então -x é positivo.
Somente para x positivo ou nulo é que vale a igualdade | x| = x.
Das considerações acima podemos concluir que o módulo ou valor absoluto de um número real
qualquer é sempre positivo ou nulo. Lembre-se que | 0| = 0.
Exercícios resolvidos.
x + 1 + [-(x - 1)] = 10 e, logo chegamos à igualdade 0.x = 8 que é impossível, pois não existe
divisão por zero. Logo, nesse intervalo, a equação não tem solução.
3 - Resolva a equação: | x| 2 - 10 | x| + 16 = 0.
Solução: Temos de considerar dois casos:
1º caso: x < 0 : neste caso, já sabemos que | x| = -x. Substituindo as expressões em módulo
pelos seus valores válidos nesse intervalo, vem:
(-x)2 - ( - 10x ) + 16 = 0 ∴ x2 + 10x + 16 = 0, que é uma equação do 2º grau de raízes -8 e -2
(verifique).
4 - Resolva a equação: | x| 2 - 20 | x| + 64 = 0.
Resp: S = { -16, -4, 4, 16 }
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
d) 4
e) 5
Módulo II
1 – Definição
Das considerações da aula anterior, sabemos que o módulo de um número real é sempre
positivo ou nulo.
Exemplos:
| -6| = 6 , | 3| = 3 , | 0| = 0 , etc.
Fica fácil portanto, entender a definição genérica de módulo de um número real apresentada a
seguir:
Exemplos:
a) Seja y = | x - 3|
b) Seja y = | 2 - x|
SOLUÇÃO:
SOLUÇÃO:
Resp: 1D 2B
1 - Introdução
Já sabemos que o módulo de um número real é um número positivo ou nulo, o que nos leva a
poder interpretar que o módulo de um número real está diretamente associado à noção de
distância.
Assim, dado um número real x, o módulo de x - representado por |x| - é igual geometricamente,
à distancia à origem O, do ponto P, representativo do número x na reta real - também
conhecida como reta numerada.
Resolver a inequação acima, significa determinar quais os números reais cuja distancia à
origem O, são menores ou iguais ao número positivo b.
Da figura abaixo, infere-se imediatamente que os números procurados estão situados no
intervalo fechado [-b, b].
Resolver a inequação acima, significa determinar quais os números reais cuja distancia à
origem O, são maiores ou iguais ao número positivo b.
Utilizando o mesmo raciocínio anterior, concluímos imediatamente que os números procurados
estão situados nos intervalos (-∞ , - b] ou [b, +∞ ).
Assim, podemos escrever a seguinte regra geral:
|y| ≥ b ⇔ y ≥ b ou y ≤ - b, para b real e positivo.
Veja a figura abaixo, a qual lhe ajudará no entendimento da importante propriedade vista
acima.
2 - Exercícios resolvidos
SOLUÇÃO:
Vem imediatamente que: -11 ≤ 2x + 5 ≤ 11
Somando -5 a todos os membros, fica: -16 ≤ 2x ≤ 6
Daí, então, dividindo tudo por 2, concluímos finalmente: -8 ≤ x ≤ 3.
Logo, o conjunto solução da inequação dada será o conjunto S dado por:
S = {x ∈ R; -8 ≤ x ≤ 3} , que, representado na forma de um intervalo real, seria indicado por S =
[-8, 3].
Graficamente, teríamos:
Observe que no conjunto R dos números reais, o conjunto solução da inequação dada é um
conjunto infinito formado por todos os números reais a partir de - 8 até +3.
Se, por exemplo, fosse pedido o conjunto solução da mesma inequação no conjunto Z dos
números inteiros, o conjunto solução seria FINITO, e igual a:
S = {-8, -7, -6, -5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3}.
Se, por exemplo, fosse pedido o conjunto solução da mesma inequação no conjunto N dos
números naturais, o conjunto solução seria FINITO, e igual a:
S = {0, 1, 2, 3}.
|x - 1| > 5
SOLUÇÃO:
Teremos: x - 1 > 5 OU x - 1 < - 5
Portanto, x > 6 OU x < - 4.
O conjunto solução em R, será então: S = {x ∈ R; x > 6 ou x < - 4} .
Na forma de intervalo, teremos: S = (-∞ , -4) ∪ (6, ∞ ).
Graficamente, teríamos:
|x + 3| + |2x - 8| ≥ 20
SOLUÇÃO:
Como não podemos somar diretamente os módulos, vamos considerar o que segue:
Observe que as expressões entre módulo, se anulam para x = -3 e x = 4.
Temos tres casos a considerar:
1º caso: x < -3
Neste caso, teremos:
x + 3 < 0 ⇒ |x + 3| = - (x + 3)
2x - 8 < 0 ⇒ |2x - 8| = - (2x - 8)
Assim, a inequação dada será equivalente a:
- (x + 3) - (2x - 8) ≥ 20 ou, eliminando os parênteses:
- x - 3 - 2x + 8 ≥ 20
Portanto, teremos que determinar os valores de x que satisfaçam à dupla desigualdade:
x < - 3 e - x - 3 - 2x + 8 ≥ 20.
Resolvendo este sistema de inequações, vem:
x < - 3 e x ≤ - 5, que é equivalente a x ≤ - 5.
Então, a primeira parte da solução do problema é o conjunto
S1 = {x ∈ R; x ≤ - 5} = ( - ∞ , -5].
2º caso: - 3 ≤ x < 4
Neste caso, teremos:
x + 3 > 0 ⇒ |x + 3| = x + 3
2x - 8 < 0 ⇒ |2x - 8| = - (2x - 8)
Assim, a inequação dada será equivalente a:
x + 3 - (2x - 8) ≥ 20
Portanto, teremos que determinar os valores de x que satisfaçam à dupla desigualdade:
- 3 ≤ x < 4 e x + 3 - (2x - 8) ≥ 20
Resolvendo este sistema de inequações, vem:
-3≤x<4ex≤-9
Percebemos da figura abaixo, que a interseção é vazia, portanto, S2 = ∅ .
3º caso: x ≥ 4
Neste caso, teremos:
x + 3 > 0 ⇒ |x + 3| = x + 3
2x - 8 > 0 ⇒ |2x - 8| = 2x - 8
Assim, a inequação dada será equivalente a:
x + 3 + 2x - 8 ≥ 20
Portanto, teremos que determinar os valores de x que satisfaçam à dupla desigualdade:
x ≥ 4 e x + 3 + 2x - 8 ≥ 20
Resolvendo este sistema de inequações, vem:
x ≥ 4 e x ≥ 25/3, que é equivalente a x ≥ 25/3, conforme podemos observar na figura abaixo.
SOLUÇÃO:
Observando que x2 - 10x + 25 = (x - 5)2 e lembrando que √ a2 = |a|, vem:
Para revisar módulo, CLIQUE AQUI. Para retornar, clique em VOLTAR no seu browser.
Portanto, |x - 5| ≤ 1 ⇔ -1 ≤ x - 5 ≤ 1 ⇔ -1 + 5 ≤ x - 5 + 5 ≤ 1 + 5 ⇔ 4 ≤ x ≤ 6.
Logo, o conjunto solução da inequação dada, será o intervalo real:
S = [4, 6].
|3x - 9| ≤ 2x
SOLUÇÃO:
Observe que a expressão entre módulo, se anula para x = 3.
Teremos então dois casos a considerar:
1º caso: x < 3 ⇒ 3x - 9 < 0 ⇒ |3x - 9| = -(3x - 9) = - 3x + 9
Portanto, a inequação fica: -3x + 9 ≤ 2x
Teremos então de resolver a dupla desigualdade:
x < 3 e -3x + 9 ≤ 2x
2º caso: x ≥ 3 ⇒ 3x - 9 ≥ 0 ⇒ |3x - 9| = 3x - 9
Portanto, a inequação fica: 3x - 9 ≤ 2x
Teremos então de resolver a dupla desigualdade:
x ≥ 3 e 3x - 9 ≤ 2x
Vem, x ≥ 3 e - 9 ≤ - x ⇔ 3 ≤ x e 9 ≥ x ⇔ 3 ≤ x e x ≤ 9 ⇔ 3 ≤ x ≤ 9
Portanto, para o segundo caso, teremos o conjunto solução parcial
S2 = [3, 9]
A solução geral da inequação proposta será então:
S = S1 ∪ S2 = [9/5, 3) ∪ [3, 9] = [9/5, 9].
S = [9/5, 9].
Graficamente, teríamos na reta real:
Números Congruentes
1 - Introdução
O conceito de números inteiros congruentes é devido a Gauss - Karl Friedrick Gauss - físico,
matemático e astrônomo alemão (1777 - 1855), um dos estudiosos da Teoria dos Números.
A Teoria dos Números estuda as propriedades dos números inteiros, usando métodos
avançados. É uma disciplina obrigatória nos cursos regulares de Matemática, na Universidade.
Entre outros precursores dos estudos da Teoria dos Números, podemos citar:
A Teoria dos Números, entretanto, tem os seus primórdios no mundo antigo. Por exemplo,
Erathostenes (276 a.C./194 a.C - matemático norte africano - nascido em Cyrene, uma colônia
grega do norte da África na época) e Euclides (325 a.C./265 a.C. - matemático grego, autor da
célebre obra "Os elementos"), já tinham desenvolvido estudos sobre os números primos,
assunto que é objeto da atenção especial dos matemáticos, até os dias de hoje.
2 - Definição
Sejam a e b dois números inteiros. Diremos que o número a é congruente ao número b módulo
m , onde m é um número inteiro não nulo, se e somente se, a diferença
a - b for divisível por m ≠ 0.
Exemplos:
Exemplo:
A relação F = {(2,2), (3,5), (5,2), (3,2), (3,3), (5,5), (2,5), (5,3),(2,3)} é uma relação de
eqüivalência em A = {2, 3, 5}, pois as três propriedades acima são satisfeitas, conforme você
pode observar facilmente.
Vamos considerar agora uma relação R em Z - conjunto dos números inteiros - assim definida:
(x, y) ∈ R ⇔ x ≡ y (mod m), onde x ≡ y (mod m) significa
x é congruente a y módulo m, conforme vimos acima.
Podemos verificar que a relação R acima é uma relação de eqüivalência em Z, pois são
satisfeitas as três propriedades vistas anteriormente.
Vejamos:
1 - REFLEXIVA : para todo a ∈ Z, a ≡ a (mod m), pois a - a = 0 e 0 é divisível por m, com m não
nulo.
2 - SIMÉTRICA : se a ≡ b (mod m) então a - b = k.m . Ora se a - b é divisível por m, então b - a
também será divisível por m.
3 - TRANSITIVA : se a ≡ b (mod m) e b ≡ c (mod m) então a ≡ c (mod m) .
Com efeito,
a ≡ b (mod m) ⇔ a - b = k.m
b ≡ c (mod m) ⇔ b - c = k1.m
Somando membro a membro, vem: (a - b) + (b - c) = k.m + k1.m. Logo, simplificando, fica:
a - c = (k + k1).m e, sendo k + k1 = k2 também um número inteiro, concluímos pela transitividade
da relação dada.
Podemos dizer então, que a relação de congruência em Z é uma relação de equivalência.
D S T Q Q S S
1
2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12 13 14 15
16 17 18 19 20 21 22
23 24 25 26 27 28 29
30 31
Observe que em cada coluna, estão dispostos números que são congruentes,
segundo o módulo 7.
Por exemplo, em que dia da semana vai cair o dia 25/01/2000, sem consultar o calendário
acima?
Exercício Resolvido
5x ≡ 4 (mod 3)
SOLUÇÃO:
3k + 4 = 10 ⇒ k = 2
3k + 4 = -10 ⇒ k = -14/3 (não serve pois k tem de ser inteiro).
3k + 4 = 15 ⇒ k = 11/3 (não serve pois k tem de ser inteiro).
3k + 4 = -15 ⇒ k = -19/3 (não serve pois k tem de ser inteiro).
3k + 4 = 20 ⇒ k = 16/3 (não serve pois k tem de ser inteiro).
3k + 4 = -20 ⇒ k = - 8
3k + 4 = 25 ⇒ k = 7
3k + 4 = -25 ⇒ k = -29/3 (não serve pois k tem de ser inteiro).
3k + 4 = 30 ⇒ k = 26/3 (não serve pois k tem de ser inteiro).
3k + 4 = -30 ⇒ k = -34/3 (não serve pois k tem de ser inteiro).
3k + 4 = 35 ⇒ k = 31/3 (não serve pois k tem de ser inteiro).
3k + 4 = -35 ⇒ k = -13
.......................................
.......................................
Já vimos no capítulo FUNÇÕES a definição de domínio (ou campo de definição) de funções reais de
variável real.
Falamos acima em função real de variável real. Bem, o que significa exatamente isto?
Partindo-se da premissa que você já conhece o conceito de FUNÇÃO , podemos dizer que uma função
f : A → B, definida por y = f (x) é uma função real de variável real , quando os conjuntos A e B são
subconjuntos de R ,
sendo R o conjunto dos números reais.
Nota: ao clicar nos links acima, para retornar a esta página clique em Voltar no seu browser.
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Nestas condições, determine o domínio e o conjunto imagem das seguintes funções reais de variável real:
1 ) y = 1 + sqrt (x)
Nota: sqrt (x) = square root of x = raiz quadrada de x = √ x
Observando que a raiz quadrada de x é um número real se e somente se x for positivo ou nulo, vemos que
a condição de existência para y é que x ≥ 0. Portanto, o domínio da função dada será
D = {x ∈ R ; x ≥ 0} = R + (conjunto dos números reais não negativos).
Para determinar o conjunto imagem, temos que achar os valores possíveis para y.
Teremos então: y – 1 = sqrt (x). Como a raiz quadrada de um número real positivo ou nulo é outro
número positivo ou nulo, deveremos ter y – 1 ≥ 0 ou y ≥ 1.
2 ) y = 3 + sqrt (x – 5)
Neste caso, a condição de existência para y é que x – 5 ≥ 0 ou seja, x ≥ 5. O domínio da função dada será
D = {x ∈ R ; x ≥ 5} = [5 , ∞ ) , ou seja, o intervalo de todos os números reais
maiores ou iguais a 5.
Para determinar o conjunto imagem, temos que achar os valores possíveis para y.
Teremos então: y – 3 = sqrt (x – 5 ). Como a raiz quadrada de um número real positivo ou nulo é outro
número positivo ou nulo, deveremos ter y – 3 ≥ 0 ou y ≥ 3.
Portanto, o conjunto imagem da função é Im = {y ∈ R; y ≥ 3} = [3, ∞ ) ou seja, o conjunto dos
números reais maiores ou iguais a 3.
3 ) y = 2 + sqrt (– x )
Neste caso, a condição de existência para y é que – x ≥ 0. Multiplicando ambos os membros dessa
desigualdade por – 1 , ela muda de sentido, ou seja, x ≤ 0. Portanto, o domínio da função será
D = {x ∈ R ; x ≤ 0} = R – (conjunto dos números reais não positivos).
Para determinar o conjunto imagem, temos que achar os valores possíveis para y.
Teremos então: y – 2 = sqrt (– x). Como a raiz quadrada de um número real positivo ou nulo é outro
número positivo ou nulo, deveremos ter y – 2 ≥ 0 ou y ≥ 2.
Portanto, o conjunto imagem da função é Im = {y ∈ R; y ≥ 2} = [2, ∞ ) ou seja,
o conjunto dos números reais maiores ou iguais a 2.
4 ) y = x / (2x – 6)
Aqui, a condição para a existência de y é que o denominador 2x – 6 seja diferente de zero, já que não
existe divisão por zero. Portanto, 2x – 6 ≠ 0 ou seja, x ≠ 3 . Portanto, o domínio desta função é
D = {x ∈ R; x ≠ 3} = R – {3}, ou seja, o conjunto de todos os números reais diferentes de 3.
Para determinar o conjunto imagem, temos que achar os valores possíveis para y.
Vamos então, explicitar x em função de y. Teremos:
De y = x / (2x – 6), poderemos escrever: y(2x – 6) = x . Efetuando as operações indicadas, vem:
2xy – 6y = x ∴ 2xy – x = 6y ∴ x(2y – 1) = 6y ∴ x = 6y / (2y – 1).
Ora, como não existe divisão por zero, deveremos ter 2y – 1 ≠ 0 ou seja 2y ≠ 1 e, finalmente, y ≠ 1/2 .
Portanto, o conjunto imagem da função dada é:
Im = {y ∈ R; y ≠ ½} = R – {1/2}, ou seja, o conjunto de todos os números reais diferentes de ½.
5 ) y = sqrt (x – 1) + sqrt (5 – x)
Neste caso, as condições para a existência de y são que x – 1 ≥ 0 e 5 – x ≥ 0 . Logo,
x ≥ 1 e 5 ≥ x o que é o mesmo que 1 ≤ x ≤ 5, ou seja, o domínio da função é
D = {x ∈ R; 1 ≤ x ≤ 5 } = [1, 5] (intervalo fechado dos números reais de 1 a 5).
Para determinar o conjunto imagem, teremos que achar os valores possíveis para y.
Como x pode variar em R (conjunto dos números reais) de 1 até 5, poderemos escrever para valores
inteiros de x :
Observação: claro que sendo x um número real, ele assume também valores não inteiros, os quais não
utilizaremos aqui, pois complicaria os cálculos, desnecessariamente.
Nota: neste problema, não tentamos explicitar x em função de y por meios algébricos, pois o caminho
seria por demais tortuoso e até um certo ponto inviável, face ao trabalho imenso necessário. Seria na
verdade o que eu chamo de sacrifício sem glória! Usando derivadas – determinação dos pontos máximos
e mínimos de uma função – seria menos trabalhoso, mas, este assunto vocês só verão no 1º ano de
faculdade, para quem optar por cursos na área de ciências exatas.
Um comentário importante.
Para que exista uma função f , são necessários dois conjuntos A e B e uma lei y = f (x) que a defina, ou
seja:
f: A → B ; y = f (x). Portanto, quando nos referimos a y = f (x) como sendo a própria função, estamos na
verdade cometendo um abuso de linguagem, pois estamos confundindo a função com a lei que a define .
Outro aspecto a ser considerado é que dada uma função, o seu domínio já existe implicitamente.
Perguntar qual o domínio de uma função, é também um abuso de linguagem. Contudo, estas formas de
expressão são tradicionalmente aceitas pelo uso, não se constituindo em propriamente um erro.
É conveniente entretanto que se tenha isto em mente.
No entanto, perguntar qual o conjunto imagem de uma função, não se constitui em abuso de linguagem
pois, normalmente, as funções são definidas por uma lei – f(x) – e por dois conjuntos A e B onde B é o
seu contradomínio. Aliás, é conveniente registrar que quando o conjunto imagem de uma função coincide
com o seu contradomínio, ela recebe a denominação especial de função sobrejetora.
Trigonometria I
1 - Introdução
• É claro que Hiparco (astrônomo e matemático grego (190 a.C. - 125 a. C.),
considerado o pai da Trigonometria, ainda não usava esta terminologia.
Este grande astrônomo grego acreditava que a Terra era o centro do Universo, ao redor
da qual giravam Mercúrio, Lua, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno, em órbitas que
seriam círculos perfeitos! Sua concepção foi considerada como válida até o século XVI,
quando Nicolau Copérnico (astrônomo polonês - 1473/1543) a substituiu pela teoria
heliocêntrica (válida até hoje) e confirmada por Galileo Galilei (físico e astrônomo
italiano - 1564/1642).
• Por enquanto, vamos ver apenas a definição de círculo trigonométrico, após o resumo
histórico supra. Nos próximos textos, cuidaremos de desenvolver o resumo da teoria.
Chama-se Círculo Trigonométrico, ao círculo orientado de raio unitário, cujo centro é a
origem do sistema de coordenadas cartesianas, conforme figura
a seguir.
Dois arcos trigonométricos são ditos côngruos, quando a diferença entre eles é um número
múltiplo de 360º . Assim é que sendo x e y dois arcos trigonométricos, eles serão côngruos se e
somente se x - y = k . 360º , onde k é um número inteiro.
Portanto, para descobrir se dois arcos são côngruos, basta verificar se a diferença entre eles é
um múltiplo de 360º (ou 2π radianos, pois 2π rad = 360º).
Exercício resolvido:
Quantos são os valores de m compreendidos entre 30 e 40, que tornam côngruos os arcos de
medidas (4m+10).180º e (3m-2).180º ?
Solução:
Gabarito:
1-V
2-V
3-F
4-V
Trigonometria II
Considere a figura abaixo, onde está representado um círculo trigonométrico (centro na origem
e raio unitário).
Da simples observação da figura, temos os seguintes pontos notáveis:
A(1;0) , B(0;1) , A’(-1;0) e B’(0;-1).
Lembrando que o raio do círculo trigonométrico é igual a 1 (por definição), concluímos que o
seno e o cosseno de um arco são números reais que variam no intervalo real de -1 a +1.
Da figura acima, podemos escrever: x02 + y02 = OU2; mas, OU = raio do círculo trigonométrico
e portanto vale 1.
Daí vem a seguinte relação entre o seno e o cosseno de um arco, já que x0 = cos a e y0 = sen
a:
sen2a + cos2a = 1
Observando ainda a figura acima e considerando os sinais das ordenadas e das abscissa ou
seja, sinais do seno e do cosseno, podemos concluir que o seno é positivo para os arcos
compreendidos entre 0º e 180º (1º e 2º quadrantes) e negativo para os arcos compreendidos
entre 180º e 360º (3º e 4º quadrantes).
Já para o cosseno, usando a mesma consideração anterior, concluímos que o cosseno é positivo
para os arcos compreendidos entre 0º e 90º (1º quadrante) e para os arcos compreendidos
entre 270º e 360º (4º quadrante) e, negativo para os arcos compreendidos entre
90º e 180º (2º quadrante) e para os arcos compreendidos entre 180º e 270º (3º quadrante).
;
mas como y0 = sen a, x0 = cos a, AT = tg a e OA = 1, vem:
para cos a ≠ 0.
Nota: para saber o sinal da tangente nos 4 quadrantes, basta usar a regra de sinais da divisão,
já que a tangente é simplesmente o quociente do seno pelo cosseno, cujos sinais nos
quadrantes já conhecemos.
Somente como exemplo, como o seno e o cosseno são negativos no 3º quadrante, sendo a
tangente o quociente entre eles, concluímos que neste quadrante, a tangente será positiva,
pois menos dividido por menos dá mais!
para sen a ≠ 0.
para cos a ≠ 0.
para sen a ≠ 0.
Exercícios Resolvidos
Solução:
O valor máximo da função ocorre quando o fator cos20x é máximo, isto é, quando cos 20x = 1.
Logo, o valor máximo da função será y = 10 + 5.1 = 15.
Solução:
O valor mínimo da função ocorre quando o fator sen2x é mínimo, isto é, quando sen2x = -1.
Logo, o valor mínimo da função será y = 3 + 5(-1) = - 2 .
Solução:
A função terá valor máximo, quando o denominador tiver valor mínimo. Para que o
denominador seja mínimo, deveremos ter cos 20x = 1 ∴
y = 10 / (6 - 2.1) = 10 / 4 = 5/2.
Portanto, o valor máximo da função é 5/2.
Solução:
Ora, o seno de qualquer arco, é sempre um número real pertencente ao intervalo fechado [-
1,1]. Logo, deveremos ter: -1 ≤ m -1 ≤ 1∴ 0 ≤ m ≤ 2.
Agora calcule:
Respostas: a) - 7 b) 11 c) 0 d) 0 e) 1
Trigonometria III
sen2x + cos2x = 1
[o mesmo que (senx)2 + (cosx)2 = 1]
Fórmula V: Cossecante.
Nota: considere nas fórmulas acima, a impossibilidade absoluta da divisão por ZERO.
Assim, por exemplo, se cosx = 0, não existe a secante de x ; se sen x = 0, não existe a cosec
x, ...
Para deduzir duas outras fórmulas muito importantes da Trigonometria, vamos partir da
Fórmula I acima, inicialmente dividindo ambos os membros por cos2 x 0.
Teremos:
Se ao invés de dividirmos por cos2x, dividíssemos ambos os membros por sen2x, chegaríamos a:
cotg2x + 1 = cosec2x
As duas fórmulas anteriores, são muito importantes para a solução de exercícios que
comparecem nos vestibulares, e merece por isto, uma memorização. Aliás, as sete fórmulas
anteriores, têm necessariamente de ser memorizadas, e isto é apenas o início! A Trigonometria,
infelizmente, depende de memorizações de fórmulas, mas, se você souber deduzi-las, como
estamos tentando mostrar aqui, as coisas ficarão muito mais fáceis! Portanto, fique
tranqüilo(a).
Trigonometria IV
Solução:
Solução:
Como y = senx, somos tentados a dizer que existem dois valores para senx, dados pela
igualdade acima. Lembre-se porém que o seno de um arco é um número que pode variar
de -1 a +1. Portanto, somente um dos valores acima satisfaz o problema ou seja:
Solução:
Podemos escrever:
y = (m - 1)[(sen2x - cos2x)(sen2x + cos2x)] + 2cos2x + mcosx - 2cosx + 1
Como sen2x + cos2x = 1, substituindo, fica:
y = (m - 1)(sen2x - cos2x) + 2cos2x + mcosx - 2cosx + 1
y = msen2x - mcos2x - sen2x + cos2x + 2cos2x + mcosx - 2cosx + 1
Escrevendo tudo em função de cosx, lembrando que sen2x = 1 - cos2x, vem:
y = m(1 - cos2x) - mcos2x - (1 - cos2x) + cos2x + 2cos2x + mcosx - 2cosx + 1
y = m - mcos2x - mcos2x - 1 + cos2x + cos2x + 2cos2x + mcosx - 2cosx + 1
Simplificando os termos semelhantes, fica:
y = m + (4 - 2m)cos2x + (m - 2)cosx
Para que a expressão acima seja independente de x, deveremos ter necessariamente 4 - 2m =
0em-2=0
∴ m = 2, que é a resposta procurada.
5 - Sabendo que senx + cosx = m, calcule (m2 - 1)y sendo y dado pela expressão:
Trigonometria V
Dedução da fórmula
Considere a figura abaixo que representa uma circunferência trigonométrica (centro na origem
O(0,0) e raio unitário). Sejam a e b dois arcos trigonométricos com a > b.
Assim, na figura acima, poderemos escrever, pelo teorema dos cossenos, para o triângulo OAB:
AB2 = OB2 + OA2 - 2. OB . OA . cos(a - b). (Equação 1)
Ora, OB = OA = 1 (raio do círculo trigonométrico, portanto, unitário).
AB = distancia entre os pontos A(cosa,sena) e B(cosb,senb).
Já vimos nesta página, a fórmula da distancia entre dois pontos; se você não se lembra, revise
os textos sobre Geometria Analítica .
Assim, substituindo os elementos conhecidos na fórmula acima (equação 1), vem:
(cosa - cosb)2 + (sena - senb)2 = 12 + 12 - 2.1.1.cos(a -b)
Desenvolvendo, vem:
cos2a - 2.cosa.cosb + cos2b + sen2a - 2.sena.senb + sen2b = 2 - 2cos(a - b)
Lembrando que cos2a + sen2a = cos2b + sen2b = 1 (Relação Fundamental da Trigonometria),
vem, substituindo:
1 + 1 - 2cosacosb - 2senasenb = 2 - 2cos(a - b)
Simplificando, fica:
-2[cosacosb + senasenb] = -2.cos(a - b)
Donde finalmente podemos escrever a fórmula do cosseno da diferença de dois arcos a e b:
cos(- b) = cosb
Portanto:
cos( - 60º ) = cos60º = 1/2, cos( - 90º) = cos90º = 0, cos ( -180º) = cos 180º = -1, etc.
Se considerarmos a função y = cosx , como cos( - x ) = cosx , diremos então que a função
cosseno é uma função par. Reveja o capítulo de funções.
Trigonometria VI
São válidas as seguintes fórmulas, que devem ser memorizadas! Repito aqui, que uma das
aparentes dificuldades da Trigonometria é essa necessidade imperiosa de memorização de
fórmulas. Entretanto, a não memorização levaria a perda de tempo para deduzi-las durante as
provas, o que tornaria a situação impraticável. Talvez, a melhor solução seria aquela em que os
examinadores que elaboram os exames vestibulares inserissem como anexo de toda prova, um
resumo das fórmulas necessárias à sua resolução, exigindo do candidato, apenas o
conhecimento e o raciocínio necessários para manipulá-las algébricamente e, aí sim teria sido
feito justiça! Fica a sugestão aos professores!.
Nota: nas duas fórmulas da tangente, sempre leve em conta a absoluta impossibilidade da
divisão por zero!
Fazendo a = b nas fórmulas da soma, vem:
sen2a = 2sena . cosa
cos2a = cos2a – sen2a = 2cos2a – 1 = 1 – 2.sen2a
Trigonometria VII
1 - Multiplicação de arcos
Sabemos das aulas anteriores que sen(a + b) = sen a .cos b + sen b. cos a. Logo, fazendo a =
b, obteremos a fórmula do seno do dobro do arco ou do arco duplo:
sen 2a = 2 . sen a . cos a
Analogamente, usando a fórmula do cosseno da soma, que sabemos ser igual a
cos(a + b) = cos a . cos b - sen a .sen b
e fazendo a = b, obteremos a fórmula do cosseno do dobro do arco ou do arco duplo:
cos 2a = cos2a - sen2a
A fórmula acima somente é válida para tga ≠ 1 e tga ≠ -1, já que nestes casos o denominador
seria nulo! Lembre-se do 11º mandamento! NÃO DIVIDIRÁS POR ZERO! Sabemos que a
divisão por zero não é possível. Imagine dividir 2 chocolates por zero pessoas!!!
Exemplos:
sen4x = 2.sen2x.cos2x
senx = 2.sen(x/2).cos(x/2)
cosx = cos2(x/2) - sen2(x/2)
cos4x = cos22x - sen22x, ... , etc.
2 - Divisão de arcos
Vamos agora achar as funções trigonométricas da metade de um arco, partindo das anteriores.
Obs: o sinal algébrico vai depender do quadrante ao qual pertence o arco x/2.
Obs: o sinal algébrico vai depender do quadrante ao qual pertence o arco x/2.
Obs: o sinal algébrico vai depender do quadrante ao qual pertence o arco x/2.
Exercício resolvido
Simplifique a expressão y = cossec2a - cotg2a
Solução:
Sabemos que cossec2a = 1 / sen2a e cotg2a = cos2a / sen2a . Logo,
y = (1/sen2a) - (cos2a/sen2a)
Simplificando, vem: y = (1 - cos2a) / sen2a . Portanto,
Já sabemos que:
sen(a + b) = sen a . cos b + sen b . cos a
sen (a - b) = sen a . cos b - sen b . cos a
Somando membro a membro estas igualdades, obteremos:
sen(a + b)+ sen(a - b) = 2.sen a . cos b.
Fazendo
a+b=p
a-b=q
teremos, somando membro a membro:
2a = p + q, de onde tiramos a = (p + q) / 2
Agora, subtraindo membro a membro, fica:
2b = p - q, de onde tiramos b = (p - q) / 2
Exemplos:
Trigonometria VIII
Exercícios Resolvidos
Solução:
Vamos usar as fórmulas de transformação em produto, vistas na aula anterior. Reveja as
fórmulas se necessário, em Trigonometria VII.
Teremos:
Simplificando, vem:
2.sen2x.cosx = 2.cos2x.cosx. Ora, daí vem, simplificando:
sen2x = cos2x e, portanto, sen2x / cos2x = 1 ⇒ tg2x =1.
Portanto a igualdade dada equivale à igualdade tg2x = 1. Logo, letra E.
Nota: Lembre-se que sen h / cos h = tg h.
Solução:
Solução:
Resposta: 100/99.
Solução:
Resposta: y = - 1/2.
Trigonometria IX
Complicado? Não!
Veja o exemplo abaixo:
Observe que somente o coeficiente de x tem influencia para o cálculo do período da função.
A fórmula acima aplica-se também para o caso da função y = a + b.cos(rx+q).
cálculo do período T é:
Exemplos:
b) y = 2.cos(3x+45º)
Resposta: T = 2π /3 rad = 120º . (Lembre-se que π rad = 180º).
c) y = 5 + 10.cos(π x + 2)
Resposta: T = 2π /π = 2 rad
d) y = tg(2x - π )
Resposta: T = π /2 rad
e) y = sen2x.cos4x + sen4x.cos2x
Resposta: A função pode ser escrita como y = sen(2x+4x) = sen6x
Logo, T = 2π /6 = π /3 rad ou 60º.
f) y = senx + cosx
Resposta: Antes de aplicar a fórmula do período, temos que transformar a soma do segundo
membro, num produto. Logo,
y = senx + sen(90º - x)
b) y = 1 + cos(2x+π /4)
Resposta: T = π rad.
c) y = sen(x/3) + cos(x/2)
Resposta: T = 12π rad.
a) 11 / 24
b) - 11 / 24
c) 3 / 8
d) - 3 / 8
e) - 3 / 10
Solução:
Sabemos que num triângulo, ao maior lado opõe-se o maior ângulo. Logo, o maior ângulo será
aquele oposto ao lado de medida 6. Teremos então, aplicando a lei dos cossenos:
a) 0
b) 1/2
c) 3/2
d) 1
e) 2
Solução:
Solução:
é:
Solução:
Considere a função y = senx . Sabemos que para achar a inversa, basta permutar x por y e
vice-versa. Nestas condições a inversa será x = seny.
Entretanto, sabemos do estudo geral das funções, que a inversa de uma função será também
uma função se e somente se a função dada for bijetora. Como sabemos que a função y = senx
não é bijetora em R, (se necessário, revise esse conceito no capítulo Funções) , para que a sua
inversa seja também uma função, deveremos definir um intervalo na qual a função seno seja
bijetora.
Este intervalo é: [-π /2, π /2]
Assim, a função f: [-π /2, π /2] → [-1, 1] definida por y = senx é bijetora.
Então, a inversa x = seny terá domínio [-1, 1] e conjunto imagem [-π /2, π /2] e, neste caso, será
também uma função.
A igualdade x = seny costuma ser escrita como y = arcsenx que lê-se: y é o arco cujo seno é x.
Em resumo: y = arcsenx para -1 ≤ x ≤ 1 e -π /2 ≤ x ≤ π /2.
Nunca esqueça que y = arcsenx ⇔ seny = x, considerando-se as limitações para x e y
impostas acima.
Exemplos:
Exercício Resolvido
Exercícios Resolvidos:
Solução:
Seja w = arcsen 2/3. Podemos escrever senw = 2/3. Precisamos calcular o cosw. Vem:
sen2w + cos2w = 1 (Relação Fundamental da Trigonometria).
Substituindo o valor de senw vem:
(2/3)2 + cos2w = 1 de onde conclui-se: cos2w = 1 – 4/9 = 5/9.
Logo:
cosw = ± √ 5 / 3. Mas como w = arcsen 2/3, sabemos que o arco w pode variar de
–90º a +90º, intervalo no qual o coseno é positivo. Logo: cosw = +√ 5 /3.
Temos então: y = tg(arcsen 2/3) = tgw = senw / cosw = [(2/3) / (√ 5/3)] = 2/√ 5
Racionalizando o denominador, vem finalmente y = (2√ 5)/ 5 que é o valor de y procurado.
Solução:
Seja w = arc tg 3/4. Podemos escrever:
tgw = 3/4 ⇒ senw / cosw = 3/4 ⇒ senw = (3/4).cosw
Da relação fundamental da Trigonometria, sen2w + cos2w = 1, vem, substituindo o valor de
senw:
[(3/4).cosw]2 + cos2w = 1 ∴ 9/16.cos2w + cos2w = 1 ∴ 25/16 . cos2w = 1
cos2w = 16/25 ⇒ cosw = ± 4/5.
Como w = arctg 3/4, sabemos da definição da função arco tangente que w varia no intervalo
–90º a +90º , intervalo no qual o coseno é positivo.
Logo, cosw = + 4/5.
Mas, senw = (3/4).cosw = (3/4).(4/5) = 3/5 , e portanto:
y = sen(arctg 3/4) = senw = 3/5, que é a resposta procurada.
Considere a figura abaixo, onde vemos um triângulo ABC inscrito numa circunferência de raio
R. Observe que também podemos dizer que a circunferência está circunscrita ao triângulo
ABC.
Esta expressão mostra que as medidas dos lados de um triângulo qualquer são proporcionais
aos senos dos ângulos opostos a estes lados, sendo a constante de proporcionalidade igual a
2R, onde R é o raio da circunferência circunscrita ao triângulo ABC.
Este é o teorema dos senos – TS.
O teorema dos senos visto acima, permite a dedução de uma importante fórmula para o cálculo
da área de um triângulo qualquer. Seja o triângulo ABC da figura abaixo, de altura h.
Solução:
Temos: a = 10, b = 17 e c = 21 ⇒ p = (10+17+21) / 2 = 24
Portanto, substituindo diretamente na fórmula acima, fica:
Em resumo:
a2 = b2 + c2 – 2.b.c.cosA
b2 = a2 + c2 – 2.a.c.cosB
c2 = a2 + b2 – 2.a.b.cosC
Exemplo 1: Num triângulo dois lados de medidas 4cm e 8cm formam entre si um angulo de 60º.
Qual a medida do outro lado?
Ora, sendo x a medida do terceiro lado, teremos:
x2 = 42 + 82 – 2.4.cos60º = 16 + 64 – 8.(1/2), já que cos60º = 1/2.
x2 = 16 + 64 – 4 = 76
x2 = 22.19 ⇒ x =2√ 19 cm
Exemplo 2: Determine o comprimento do lado de um hexágono regular inscrito num círculo de
raio R.
R = raio do círculo.
Sabemos que um hexágono regular possui 6 lados de medidas congruentes, ou seja de
medidas iguais. Observe que o angulo A é igual a 60º. Logo, o lado PQ do hexágono regular
será dado pelo teorema dos cosenos por:
PQ2 = R2 + R2 – 2.R.R.cos60º = 2R2 – R2 (Obs: cos60º = 1/2)
PQ2 = R2, de onde conclui-se: PQ = R.
CONCLUSÃO:
A medida do lado de um hexágono regular inscrito num círculo de raio R é igual a R. Esta é
uma propriedade importantíssima dos hexágonos regulares.
Vale a pena memorizar esta propriedade dos hexágonos regulares.
Sabemos de aula anterior, Teorema dos Senos que a área S de um triângulo ABC inscrito
numa circunferência de raio R e cujos lados medem a, b e c é dada pela fórmula:
S = abc /4R
Sabemos também, da teoria exposta no mesmo arquivo anterior, que
c/senC = 2R (Teorema dos senos – TS).
Podemos então dizer que c = 2R.senC
Substituindo na fórmula da área acima, vem:
S = a.b.2R.senC / 4R , que simplificada fica:
S = (1/2).ab.senC , onde C é o ângulo formado pelos lados de medidas a e b .
Portanto, a área de um triângulo qualquer é igual ao semi-produto das medidas de dois lados
pelo seno do angulo que eles formam entre si. Isto é o Teorema das áreas - TA.
Genericamente, podemos escrever a fórmula acima em função de qualquer par de medidas
dos lados a saber:
Exemplo : Dois lados de um triângulo medem 10cm e 20cm e formam entre si um angulo de
30º. Qual a área desse triângulo?
Solução: S = (1/2).10.20.sen30º = (1/2).10.20.(1/2) = 50cm2
Obs: sen30º = 0,5 = 1/2
Repetindo: a área de qualquer triângulo é igual a metade do produto de dois lados pelo seno do
angulo que eles formam.
Solução:
Sabemos que :
sen(a+b) = senacosb + senbcosa
sen(a-b) = senacosb – senbcosa
Somando membro a membro, vem:
sen(a+b) + sen(a-b) = 2senacosb
Daí, vem:
sena.cosb = 1/2 [sen(a+b) + sen(a-b)]
Portanto:
sen10º . cos20º = 1/2 [sen(10º + 20º) + sen(10º - 20º)]
sen 10º . cos 20º = 1/2 [sen 30º + sen (- 10º)]
sen 10º . cos 20º = 1/2 [1/2 – sen 10º] Obs: sen( - 10º ) = - sen 10º
Como 50º e 40º são ângulos complementares, vem que sen50º = cos40º
Daí vem, finalmente:
E = 2.0 + 1
Portanto, E = 1.
E = 8.sen10º.cos20º.sen50º = 1
E=1
Resposta: FFVFF
Solução:
π ) = 1 (valor lógico F)
5. f(π
Temos f(x) = 2sen2x – cos2x
Logo, f(π ) = 2sen2π - cos2π = 2.0 – 1 = -1
Portanto, a afirmação 5 é falsa.
Solução:
Para calcular o valor máximo da função, sabendo que f(x) = √ 5[sen(2x + θ )], fica muito fácil.
Como o valor máximo da função seno é igual a 1, vem finalmente que:
f(x)max = √ 5 . 1 = √ 5
Respostas:
período = π rad
valor máximo = √ 5
1 – Dada a função:
Solução:
Observe que:
sen4x – 2sen2x + 1 é igual a: (sen2x – 1)2.
Nota: Lembre-se que p2 – 2pq + q2 = (p – q)2 [produto notável].
Portanto:
Resposta: 0
Solução:
Determine o diâmetro X na figura abaixo, sabendo-se que os tres círculos são tangentes entre
si.
Solução:
Solução:
2.sen(3πx / 846) = 1
Se a/b = c/d, sabemos pela propriedade fundamental das proporções que ad = bc. Portanto:
(3πx).6 = 846.π
Equações Trigonométricas I
Via de regra, qualquer equação trigonométrica não elementar, pode ser transformada numa equação
elementar, através do uso das relações trigonométricas usuais.
Nota: os arcos a e a + k.2π onde k é um número inteiro, possuem as mesmas extremidades inicial e final,
pois diferem entre si, por um número inteiro de voltas, ou seja:
π − a = k.2π
a + k.2π π
Este resultado é importante e, será utilizado para desenvolvimento do item 1.1 a seguir.
Para a solução das equações trigonométricas elementares, vamos estabelecer as relações fundamentais a
seguir:
π − a) = sen a.
Já sabemos que sen (π
Usando o conceito contido na nota acima, sendo x um arco trigonométrico, as soluções gerais da
igualdade acima serão da forma:
x = (π - a) + k.2π ou x = a + k.2π.
x = π + 2k.π - a ou x = a + k.2π
Como 0,5 = sen 30º = sen π/6, vem, utilizando o resultado geral obtido acima:
sen x = sen π/6, de onde conclui-se:
x = (2k + 1).π - π/6 ou x = 2kπ + π/6, com k inteiro, que representa a solução genérica da equação dada.
Fazendo k variar no conjunto dos números inteiros, obteremos as soluções particulares da equação.
Assim, por exemplo, fazendo k = 0, obteremos por mera substituição na solução genérica encontrada
acima,
x = - π/6 ou x = π/6; fazendo k = 1, obteremos
x = 17π/6 ou x = 13π/6, e assim sucessivamente. Observe que a equação dada, possui um número infinito
tg x = tg a ⇔ x = kπ
π+a
sendo k um número inteiro.
Nota: O símbolo ⇔ significa: equivale a.
O uso das igualdades acima, permite resolver qualquer equação trigonométrica elementar que possa ser
apresentada.
Como qualquer equação trigonométrica pode ser reduzida a uma equação elementar através de
a) 2cosx – 3secx = 5
Solução:
A equação cosx = 3 não possui solução, já que o cosseno só pode assumir valores de –1 a +1.
π ± 2π
S = {x | x = 2kπ π/3, k inteiro}.
b) 5tg2x – 1 = 7 secx
Resposta: x = kπ ou x = kπ + π/4.
c)3.senx - √3.cosx = 0
Solução:
x = kπ + π/6.
d) √3.senx – cosx = 0.
Resposta: x = kπ + π/6.
e) tgx + cotgx = 2
Solução:
Substituindo tgx e cotgx pelos seus valores expressos em função de senx e cosx, vem:
senx/cosx + cosx/senx = 2
Solução:
Lembrando da identidade:
Nota: basta atribuir valores inteiros a k na solução geral vista no exercício anterior e considerar apenas
aqueles resultados compreendidos no intervalo dado [0,π/2].
Existem diversos tipos de equações trigonométricas, sendo impossível aborda-las num único arquivo,
motivo pelo qual, prometemos voltar ao assunto. Afirmamos entretanto, que qualquer que seja a equação
trigonométrica dada, através de transformações convenientes, sempre recairemos numa equação
elementar, dos tipos vistos nos itens 1.1, 1.2 e 1.3 acima.
Equações Trigonométricas II
é:
A) {π/2 + kπ ; k ∈ Z}
B) {π/4 + kπ ; k ∈ Z}
C) {kπ ; k ∈ Z}
D) {kπ/2; k ∈ Z}
E) {kπ/4 ; k ∈ Z}
Solução:
-sen2x.senx.senx + sen2x.cosx.cosx = 0
sen2x.cosx.cosx – sen2x.senx.senx = 0
sen2x(cosx.cosx – senx.senx) = 0
sen2x.(cos2x – sen2x) = 0
sen2x.cos2x = 0
sen2x = 0 OU cos2x = 0.
Para resolver equações trigonométricas desse tipo, onde o segundo membro é nulo, poderemos raciocinar
da seguinte forma:
O seno de um arco se anula para os arcos da forma kπ, onde k é um número inteiro, ou seja, para os arcos:
0, π, 2π, ...
Analogamente, sabemos que o cosseno de um arco se anula para os arcos da forma kπ + π/2, onde k é um
número inteiro, ou seja, para os arcos π/2, 3π/2, ...
π/2 OU x = kπ
x = kπ π/2 + π/4, com k ∈ Z.
Observe que estes arcos são da forma kπ/4, com k ∈ Z; portanto, a alternativa correta é a de letra E.
O ângulo sob o qual um observador vê uma torre, duplica quando ele se aproxima 110
metros e triplica quando se aproxima mais 50 metros. Pede-se calcular a altura da torre.
Solução:
<>
Observe inicialmente o triângulo ABE. Como o ângulo externo <CBE mede 2x, pelo
teorema do
ângulo externo - TAE os ângulos não adjacentes devem somar 2x. Isto justifica o fato dos
ângulos <BAE e <BEA serem congruentes e iguais a x. Então, como os ângulos da base
possuem a mesma medida, o triângulo é isósceles, o que justifica o fato de que BE = AB =
110. Observe que o problema só fornece a distância AB. A distância BE foi obtida usando o
raciocínio acima.
Pela mesma razão, observando o ângulo externo <DCE de medida 3x, concluímos facilmente
que o ângulo <BEC deve medir x, pois 3x = 2x + x.
Só relembrando: o teorema do ângulo externo – TAE - afirma que num triângulo qualquer,
cada ângulo externo é igual à soma dos ângulos internos não adjacentes.
Vamos agora aplicar a lei dos senos ao triângulo BCE. Antes, observe que a medida do
ângulo <BCE é igual a 180º - 3x , ou seja, o ângulo oposto ao lado BE é igual a 180º - 3x.
50.sen3x = 110.senx
senx = 0 ⇒ x = 0, que não satisfaz ao problema pois o ângulo em questão é positivo e menor
do que 90º. Basta visualizar a figura acima para concluir isto.
Existem vários caminhos. Vou escolher um deles, que parece-me mais fácil.
Observe que sendo o ângulo x menor do que 90º , somente o valor positivo interessa. Logo,
sen2x = 4/5 e a altura h procurada será então, como vimos acima, igual a
h = 110.sen2x = 110.(4/5) = 440/5 = 88
Dica:
Observe na figura que (110 + 50 + y).tg x = h.
Basta calcular tg x, pois h já é conhecido do problema resolvido acima (h = 88 m).
Resposta: 16 metros.
Logaritmo
1 - INTRODUÇÃO
O conceito de logaritmo foi introduzido pelo matemático escocês John Napier (1550-1617) e
aperfeiçoado pelo inglês Henry Briggs (1561-1630). A descoberta dos logaritmos deveu-se
sobretudo à grande necessidade de simplificar os cálculos excessivamente trabalhosos para a
época, principalmente na área da astronomia, entre outras. Através dos logaritmos, pode-se
transformar as operações de multiplicação em soma, de divisão em subtração, entre outras
transformações possíveis, facilitando sobremaneira os cálculos. Na verdade, a idéia de logaritmo
é muito simples, e pode-se dizer que o nome logaritmo é uma nova denominação para
expoente, conforme veremos a seguir.
Outros exemplos:
2 - DEFINIÇÃO
Dados os números reais b (positivo e diferente de 1), N (positivo) e x , que satisfaçam a relação
bx = N, dizemos que x é o logaritmo de N na base b. Isto é expresso simbolicamente da
seguinte forma: logbN = x. Neste caso, dizemos que b é a base do sistema de logaritmos, N é o
logaritmando ou antilogaritmo e x é o logaritmo.
Exemplos:
a) log28 = 3 porque 23 = 8.
b) log41 = 0 porque 40 = 1.
c) log39 = 2 porque 32 = 9.
d) log55 = 1 porque 51 = 5.
Notas:
Existe também um sistema de logaritmos chamado neperiano (em homenagem a John Napier -
matemático escocês do século XVI, inventor dos logaritmos), cuja base é o número irracional
e = 2,7183... e indicamos este logaritmo pelo símbolo ln. Assim,
Exemplos:
a) log100 = 2 porque 102 = 100.
b) log1000 = 3 porque 103 = 1000.
c) log2 = 0,3010 porque 100,3010 = 2.
d) log3 = 0,4771 porque 100,4771 = 3.
e) ln e = 1 porque e1 = e = 2,7183...
f) ln 7 = loge7
2 - Os logaritmos decimais (base 10) normalmente são números decimais onde a parte inteira é
denominada característica e a parte decimal é denominada mantissa .
Consultando a tábua de logaritmo (qualquer livro de Matemática traz) , podemos escrever por
exemplo que log45 = 1,6532. As tábuas de logaritmos decimais foram desenvolvidas por Henry
Briggs, matemático inglês do século XVI. Observe que do fato de termos log45 = 1,6532 ,
podemos concluir pela definição de logaritmo que
101,6532 = 45.
P4) Se logbM = logbN então podemos concluir que M = N. Esta propriedade é muito utilizada na
solução de exercícios envolvendo equações onde aparecem logaritmos (equações logarítmicas).
P1 - LOGARITMO DE UM PRODUTO
Exemplo: log20 =log(2.10) = log2 + log10 = 0,3010 + 1 = 1,3010. Observe que como a base
não foi especificada, sabemos que ela é igual a 10.
P2 - LOGARITMO DE UM QUOCIENTE
P4 - MUDANÇA DE BASE
Exemplos:
a) log416 = log216 / log24 (2 = 4:2)
b) log864 = log264 / log28 (2 = 6:3)
c) log25125 = log5125 / log525 = 3 / 2 = 1,5. Temos então que 251,5 = 125.
Notas:
1 - na resolução de problemas, é sempre muito mais conveniente mudar um log de uma base
maior para uma base menor, pois isto simplifica os cálculos.
Exemplos:
a) log37 . log73 = 1
b) log23 = log3 / log2 = 0,4771 / 0,3010 = 1,5850
4 - A FUNÇÃO LOGARÍTIMICA
Observe que nestas condições, ax é um número positivo, para todo x ∈ R, onde R é o conjunto dos
números reais.
Denotando o conjunto dos números reais positivos por R+* , poderemos escrever a função exponencial
como segue:
f: R → R+* ; y = ax , 0 < a ≠ 1
Assim sendo, a função exponencial é BIJETORA e, portanto, é uma função inversível, OU SEJA,
admite uma função inversa.
SOLUÇÃO:
SOLUÇÃO:
Substituindo o valor de x, vem:
y = 6log32 . log63 = (6log63)log32 = 3log32 = 2
Na solução acima, empregamos a propriedade blogbM = M , vista anteriormente.
Resp: 2
SOLUÇÃO:
Seja n = 520 . Podemos escrever, usando logaritmo decimal:
log n = log 520 = 20.log5
Para calcular o valor do logaritmo decimal de 5, ou seja, log5, basta lembrar que podemos
escrever:
log 5 = log (10/2) = log 10 - log 2 = 1 - 0,301 = 0,699
SOLUÇÃO:
Temos: 10x + 0,4658 = 368
Daí, podemos escrever:
log 368 = x + 0,4658 ∴ x = log 368 - 0,4658
Ora, é dado que: log 3,68 = 0,5658, ou seja:
log(368/100) = 0,5658
Logo, log 368 - log 100 = 0,5658 ∴ log 368 - 2 = 0,5658 , já que
log 100 = 2 (pois 102 = 100).
SOLUÇÃO:
Podemos escrever:
logN = 2 + log2 - log3 - log52
logN = 2 + log2 - log3 - log25
logN = 2 + log2 - (log3 + log25)
Como 2 = log100, fica:
logN = (log100 + log2) - (log3 + log25)
logN = log(100.2) - log(3.25)
logN = log200 - log75
logN = log(200/75)
5 - UFBA - Determine o valor de x que satisfaz à equação log2 (x-3) + log2 (x-2) = 1.
Resp: 4
6 - UFBA - Existe um número x diferente de 10, tal que o dobro do seu logaritmo decimal
excede de duas unidades o logaritmo decimal de x-9. Determine x.
Resp: 90
NOTA: os enunciados das questões abaixo foram publicados no caderno FOVEST99 da Folha
de São Paulo de 03.10.98.
Vamos resolve-las!
1 – O volume de um líquido volátil diminui de 20% por hora. Após um tempo t, esse volume
fica reduzido à décima parte. Usando log2 = 0,30, podemos concluir que:
a) t = 8h
b) t = 9h
c) t = 10h
d) t = 12h
e) t = 15h
Vt = (0,8)t . V
Como Vt = V/10 (dado do problema), vem: V/10 = (0,8)t . V
Cancelando o fator comum V, fica: 1/10 = (0,8)t ∴ 1/10 = (8/10)t
Pela definição e propriedades dos logaritmos, vem:
a) 5
b) 7
c) 9
d) 11
e) 13
SOLUÇÃO:
Sabemos que se logbN = x então bx = N.
Teremos então:
log2(log2log2x) = 2 ∴ log2log2x = 22 = 4
Analogamente, teremos:
log2x = 24 = 16
Portanto, vem finalmente que: x = 216
O problema agora é calcular o número de dígitos (algarismos) do número 216.
Seja P = 216 . Aplicando logaritmo decimal a ambos os membros, vem:
logP = log216 ∴ logP = 16.log2
Considerando log2 = 0,3010 (valor aproximado), fica:
logP = 16. 0,3010 = 4,816
Ora, se logP = 4,816, então o número P possui 5 algarismos (dígitos).
Portanto, a alternativa correta é a letra A.
NOTA: Na aula sobre logaritmos nesta homepage, explico a passagem acima. Mas, vou dar uma
dica aqui mesmo:
Se log N = c,mnz..., onde c > 0 é a parte inteira do logaritmo decimal (comumente
conhecida como característica do logaritmo decimal ) , podemos afirmar que N
possui c+1 algarismos.
Exemplos:
logP = 2,3012 ⇒ P possui 3 algarismos
logN = 5,978 ⇒ N possui 6 algarismos
logM = 35,7856 ⇒ M possui 36 algarismos.
a) 1/4
b) 2
c) 3
d) 4
e) 10
SOLUÇÃO:
Do gráfico acima, é imediato que: logb 0,25 = -1 ∴ b –1 = 0,25 ∴ 1/b = 0,25
Portanto, b = 1/0,25 = 4. Logo a alternativa correta é a da letra D.
Nota: nos exercícios a seguir, a não indicação da base, significa logaritmo na base 10, ou seja,
log N = log10N.
a) 1,146
b) 1,164
c) 1,182
d) 1,208
e) 1,190
Solução:
a) 100
b) 2
c) 4/3
d) 10
e) 1
Solução:
a) 2h 30 min
b) 2h
c) 3h
d) 3h 24 min
e) 4h
Dado: log 2 = 0,30.
Solução:
Solução:
a) a3
b) 5 a – 1
c) 1 + a/3
d) 2 a/3
e) 1 – a/3
Solução:
Podemos escrever:
log 23 = a ∴ 3.log 2 = a ∴ log 2 = a/3
Resposta: a + 3.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Solução:
log A = log10A
teremos:
Observando que:
15 = 5.3 , 490 = 2.5.72 , 297 = 33.11 e 9 = 32
Vem imediatamente:
n = log11 – log(3.5) + log(2.5.72) – log(33.11) – 2.log7 + 2.log32
Desenvolvendo, fica:
n = log11 – (log5 + log3) + (log2 + log5 + log72) – (log33 + log11) – 2.log7 +
4.log3)
Limites
A Teoria dos Limites, tópico introdutório e fundamental da Matemática Superior, será vista aqui,
de uma forma simplificada, sem aprofundamentos, até porque, o nosso objetivo nesta página, é
abordar os tópicos ao nível do segundo grau, voltado essencialmente para os exames
vestibulares.
Portanto, o que veremos a seguir, será uma introdução à Teoria dos Limites, dando ênfase
principalmente ao cálculo de limites de funções, com base nas propriedades pertinentes.
O estudo teórico e avançado, vocês verão na Universidade, no devido tempo.
Outro aspecto importante a ser comentado, é que este capítulo de LIMITES abordará o
estritamente necessário para o estudo do próximo tópico: DERIVADAS.
O matemático francês - Augustin Louis CAUCHY - 1789/1857 , foi, entre outros, um grande
estudioso da TEORIA DOS LIMITES. Antes dele, Isaac NEWTON - inglês - 1642 /1727 e
Gottfried Wilhelm LEIBNIZ - alemão - 1646 /1716 , já haviam desenvolvido o Cálculo
Infinitesimal.
DEFINIÇÃO
Dada a função y = f(x), definida no intervalo real (a, b), dizemos que esta função f possui um
limite finito L quando x tende para um valor x0, se para cada número positivo ε , por menor que
seja, existe em correspondência um número positivo δ , tal que para
| x - x0 | <δ , se tenha |f(x) - L | < ε , para todo x ≠ x0 .
Indicamos que L é o limite de uma função f( x ) quando x tende a x0 , através da simbologia
abaixo:
lim f(x) = L
x→ x0
Exercício:
Prove, usando a definição de limite vista acima, que:
lim (x + 5) = 8
x→ 3
Temos no caso:
f(x) = x + 5
x0 = 3
L = 8.
Com efeito, deveremos provar que dado um ε > 0 arbitrário, deveremos encontrar um δ > 0,
tal que, para |x - 3| < δ , se tenha |(x + 5) - 8| < ε . Ora, |(x + 5) - 8| < ε é equivalente a | x
- 3 | < ε
Portanto, a desigualdade |x - 3| < δ , é verificada, e neste caso δ = ε .
Concluímos então que 8 é o limite da função para x tendendo a 3 ( x → 3) .
O cálculo de limites pela definição, para funções mais elaboradas, é extremamente laborioso e
de relativa complexidade.
b) o limite de uma função y = f(x), quando x → x0, pode inclusive, não existir, mesmo a função
estando definida neste ponto x0 , ou seja , existindo f(x0).
c) ocorrerão casos nos quais a função f(x) não está definida no ponto x0, porém existirá o
limite
de f(x) quando x → x0 .
d) nos casos em que a função f(x) estiver definida no ponto x0 , e existir o limite da
função f(x) para x → x0 e este limite coincidir com o valor da função no ponto x0, diremos que
a
função f(x) é CONTÍNUA no ponto x0 .
Vamos agora calcular alguns limites imediatos, de forma a facilitar o entendimento dos
exercícios mais complexos que virão em seguida:
b) lim (x2 + x) = (+ ∞ )2 + (+ ∞ ) = + ∞ + ∞ = + ∞
.....x→ +∞
c) lim (4 + x3) = 4 + 23 = 4 + 8 = 12
.....x→ 2
LIMITES FUNDAMENTAIS
A técnica de cálculo de limites, consiste na maioria das vezes, em conduzir a questão até que se
possa aplicar os limites fundamentais, facilitando assim, as soluções procuradas.
Apresentaremos a seguir - sem demonstrar - cinco limites fundamentais e estratégicos, para a
solução de problemas.
Intuitivamente isto pode ser percebido da seguinte forma: seja x um arco em radianos, cuja
medida seja próxima de zero, digamos x = 0,0001 rad. Nestas condições, o valor de senx será
igual a
sen 0,0001 = 0,00009999 (obtido numa calculadora científica).
Efetuando-se o quociente, vem: senx / x = 0,00009999 / 0,0001 = 0,99999 ≈ 1.
Quanto mais próximo de zero for o arco x, mais o quociente (senx) / x se aproximará da
unidade, caracterizando-se aí, a noção intuitiva de limite de uma função.
Exercício:
Observe que fizemos acima, uma mudança de variável, colocando 5x = u, de modo a cairmos
num limite fundamental. Verifique também que ao multiplicarmos numerador e denominador da
função dada por 5, a expressão não se altera. Usamos também a propriedade P4 vista no início
do texto.
Exercício:
Exercício:
Para a > 0.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
e) lim (sen4x) / x
.....x→ 0
Resp: 4
Derivadas I
Considere a figura abaixo, que representa o gráfico de uma função y = f(x), definida num
intervalo de números reais.
Define-se a derivada da função y = f(x) no ponto x = x0, como sendo o limite da razão
incremental acima, quando ∆ x0 tende a zero, e é representada por f ' (x0) , ou seja:
Nota: a derivada de uma função y = f(x), pode ser representada também pelos símbolos
y ' ou dy/dx, notação introduzida por Wilhelm Gottfried Leibniz - matemático alemão (1646 -
1716), contemporâneo do físico e matemático inglês Isaac Newton ((1642-1727). As proezas
dos dois gênios no Cálculo Infinitesimal, você poderá ler no livro e: A HISTÓRIA DE UM
NÚMERO, de autoria de Eli Maor - Editora RECORD , traduzido para o português.
Observe que quando ∆ x0 → 0 , o ponto Q no gráfico acima, tende a coincidir com o ponto P da
mesma figura., definindo a reta r , que forma um ângulo β com o eixo horizontal (eixo das
Assim, não é difícil concluir que a derivada da função y = f(x) no ponto x = x0 , é igual
numericamente à tangente do ângulo β . Esta conclusão será muito utilizada no futuro.
β
f '(x0) = tgβ
A derivada de uma função y = f(x) num ponto x = x0 , coincide numericamente com o valor da
tangente trigonométrica do ângulo formado pela tangente geométrica à curva representativa de
y = f(x), no ponto
x = x0.
Vamos lá!
Existem fórmulas para o cálculo das derivadas das funções - as quais serão mostradas no
decorrer deste curso - mas, por enquanto, vamos calcular a derivada de uma função simples,
usando a definição. Isto servirá como um ótimo exercício introdutório, que auxiliará no
entendimento pleno da definição acima.
Portanto,
Ora, a derivada da função y = x2 , no ponto de abcissa x = 10 , sendo igual a 20, significa que
a tangente trigonométrica da reta tangente à curva y = x2 , no ponto x = 10 , será também
igual a 20, conforme teoria vista acima.
Ora, sendo β o ângulo formado por esta reta tangente com o eixo dos x , β será um ângulo tal
que tg β = 20. Consultando uma tábua trigonométrica OU através de uma calculadora
científica, concluímos que β ≈ 87º 8' 15" .
Então, isto significa que a reta tangente à curva de equação y = x2 , no ponto de abcissa x =
10, forma com o eixo dos x um ângulo igual aproximadamente a β ≈ 87º 8' 15" .
Agora, calcule como exercício inicial, usando a definição, a derivada da função y = 5x no ponto
de abcissa x = 1000 .
Resposta: 5.
1 - Vimos na lição anterior, que a derivada de uma função y = f(x) no ponto x = x0 pode ser
determinada, calculando-se o limite seguinte:
Onde:
A rigor, para o cálculo da derivada de uma função, teremos que calcular o limite acima, para
cada função dada. É entretanto, de bom alvitre, conhecer de memória as derivadas das
principais funções. Não estamos aqui, a fazer a apologia do "decoreba" , termo vulgarmente
utilizado para a necessidade de memorização de uma fórmula. Achamos entretanto, que, por
aspectos de praticidade, o conhecimento das fórmulas de derivação de funções, seja de
extrema importância, sem, entretanto, eliminar a necessidade de saber
deduzi-las, quando necessário.
Assim, lembrando que a derivada de uma função y = f(x) pode ser indicada pelos símbolos
y ' , f ' (x) ou dy/dx , apresentaremos a seguir, uma tabela contendo as derivadas de algumas
das principais funções elementares, restringindo nesta primeira abordagem, a oito funções
elementares básicas, além das derivadas da soma, produto e quociente de duas funções.
FUNÇÃO DERIVADA
y = k , k = constante y'=0
y = k.x y'=k
y=x y' = 1
y = xn y ' = n.x n - 1
y=ax,1¹a>0 y ' = a x . ln a
y=ex y'=ex
y = sen(x) y ' = cos(x)
y = cos(x) y ' = - sen(x)
y = tg(x) y ' = sec2 (x)
y=u+v y ' = u' + v'
y = u.v y' = u'.v + u.v'
y=u/v,v¹0 y' = (u'.v - u.v') / v2
y = log a x y´ =(1/x).logae
y = ln x y´ = 1/x
Notas:
a) e = base do sistema de logaritmos neperianos, um número irracional
de valor aproximado e ≅ 2, 72
b) u = u(x) e v = v(x) são funções deriváveis no ponto x.
Exemplos:
a) y = 1000 ⇒ y ' = 0
b) y = 200x ⇒ y ' = 200
c) y = x5 ⇒ y ' = 5x4
d) y = x + sen(x) ⇒ y ' = x ' + (senx) ' = 1 + cos(x)
e) y = x3 + x2 ⇒ y ' = 3x2 + 2x
f) y = sen(x) + cos(x) ⇒ y ' = cos(x) - sen(x)
g) y = 1 / x ⇒ y ' = (1'.x - 1. x') / x2 = - 1 / x2
h) y = x.sen(x) ⇒ y ' = x'. sen(x) + x . (senx)' = sen(x) + x.cos(x)
i) y = x + tg(x) ⇒ y ' = 1 + sec2 (x)
y - y0 = f '(x0) (x - x0)
Exemplo:
Qual a equação da reta tangente à curva representativa da função
y = f(x) = 4x3 + 3x2 + x + 5, no ponto de abcissa x = 0 ?
Solução:
Observe que substituindo x por 4, obteremos a indeterminação 0/0. Temos que “levantar” esta
indeterminação, usando certos critérios algébricos.
Teremos então:
Simplificando, obteremos:
Comentários adicionais:
Nota: observe que substituindo x por zero (conforme indicado no limite), obteremos a
indeterminação 0/0.
SOLUÇÃO:
Ora, a velocidade v com que o nível da água sobe é, exatamente dx/dt. Substituindo os valores
conhecidos, vem finalmente:
Portanto, o nível da água sobe à uma razão de 0,318 metros por hora.
Geometria Analítica I
1 - Introdução
Seja a reta r na Fig. abaixo e sobre ela tomemos um ponto O chamado origem.
Adotemos uma unidade de medida e suponhamos que os comprimentos medidos a partir de O,
sejam positivos à direita e negativos à esquerda.
Com o modo simples de se representar números numa reta, visto acima, podemos estender a
idéia para o plano, basta que para isto consideremos duas retas perpendiculares que se
interceptem num ponto O, que será a origem do sistema. Veja a Fig. a seguir:
Observe que todos os pontos do eixo OX tem ordenada nula e todos os pontos do eixo OY tem
abscissa nula. Assim, dizemos que a equação do eixo OX é y = 0 e a equação do eixo OY é
x = 0.
Os pontos do plano onde a = b, definem uma reta denominada bissetriz do 1º quadrante, cuja
equação evidentemente é y = x.
Já os pontos do plano onde a = -b (ou b = - a), ou seja, de coordenadas simétricas, definem
uma reta denominada bissetriz do 2º quadrante, cuja equação evidentemente é y = - x.
Os eixos OX e OY são denominados eixos coordenados.
Exercícios Resolvidos
a) m é um número primo
b) m é primo e par
c) m é um quadrado perfeito
d) m = 0
e) m < 4
Solução:
Se um ponto pertence ao eixo vertical (eixo y) , então a sua abscissa é nula.
Logo, no caso teremos 2m - 8 = 0, de onde tiramos m = 4 e portanto a alternativa correta é a
letra C, pois 4 é um quadrado perfeito (4 = 22).
a) r é um número natural
b) r = - 3
c) r é raiz da equação x3 - x2 + x + 14 = 0
d) r é um número inteiro menor do que - 3 .
e) não existe r nestas condições .
Solução:
Os pontos da primeira bissetriz (reta y = x), possuem abscissa e ordenada iguais entre si. Logo,
deveremos ter: r - 12 = 4r - 6 de onde conclui-se r = - 2.
Das alternativas apresentadas, concluímos que a correta é a letra C, uma vez que -2 é raiz da
equação dada. Basta substituir x por -2 ou seja:
(-2)3 - (-2)2 + (-2) + 14 = 0 o que confirma que -2 é raiz da equação.
a) 200
b) 196
c) 144
d) 36
e) 0
Solução:
Fazendo x = k e y = -2 na relação dada, vem: k + 2(-2) - 10 = 0.
Logo, k = 14 e portanto k2 = 142 = 196.
Logo, a alternativa correta é a letra B.
Dados dois pontos do plano A(Xa,Ya) e B(Xb,Yb) , deduz-se facilmente usando o teorema de
Pitágoras a seguinte fórmula da distancia entre os pontos A e B:
Esta fórmula também pode ser escrita como: d2AB = (Xb - Xa)2 + (Yb - Ya)2 , obtida da anterior,
elevando-se ao quadrado (quadrando-se) ambos os membros.
Exercício Resolvido
O ponto A pertence ao semi-eixo positivo das ordenadas ; dados os pontos B(2 , 3) e C(-4 ,1) ,
sabe-se que do ponto A se vê o segmento BC sob um ângulo reto . Nestas condições podemos
afirmar que o ponto A é :
a) (3,0)
b) (0, -1)
c) (0,4)
d) (0,5)
e) (0, 3)
Solução:
Como do ponto A se vê BC sob um ângulo reto, podemos concluir que o triângulo ABC é
retângulo em A. Logo, vale o teorema de Pitágoras: o quadrado da hipotenusa é igual à soma
dos quadrados dos catetos. Portanto, podemos escrever: AB2 + AC2 = BC2 (BC é a hipotenusa
porque é o lado que se opõe ao ângulo reto A). Da fórmula de distância, podemos então
escrever, considerando que as coordenadas do ponto A são (0,y) , já que é dado no problema
que o ponto A está no eixo dos y e portanto sua abscissa é nula:
AB2 = ( 0 - 2 )2 + ( y - 3 )2 = 4 + ( y - 3 )2
AC2 = ( 0 - (-4))2 + ( y - 1)2 = 16 + ( y - 1 )2
BC2 = ( 2 - (-4))2 + ( 3 - 1 )2 = 40
Exercício Resolvido
Sendo W o comprimento da mediana relativa ao lado BC do triângulo ABC onde A(0,0), B(4,6) e
C(2,4) , então W2 é igual a:
a) 25
b) 32
c) 34
d) 44
e) 16
Solução:
Chama-se mediana de um triângulo relativa a um lado, ao segmento de reta que une um
vértice ao ponto médio do lado oposto. Assim, a mediana relativa ao lado BC será o segmento
que une o ponto A ao ponto médio de BC. Das fórmulas de ponto médio anteriores, concluímos
que o ponto médio de BC será o ponto M( 3, 5). Portanto, o comprimento da mediana
procurado será a distância entre os pontos A e M. Usando a fórmula de distância encontramos
AM = √ 34 ou seja raiz quadrada de 34. Logo, W = √ 34 e portanto W2 = 34, o que nos leva a
concluir que a resposta correta está na alternativa C.
4 - Baricentro de um triângulo
Sabemos da Geometria plana , que o baricentro de um triângulo ABC é o ponto de encontro das
3 medianas . Sendo G o baricentro , temos que AG = 2 . GM onde M é o ponto médio do lado
oposto ao vértice A (AM é uma das 3 medianas do triângulo).
Nestas condições , as coordenadas do baricentro G(xg , yg) do triângulo ABC onde A(xa , ya) ,
B(xb , yb) e C(xc , yc) é dado por :
Assim, por exemplo, o baricentro (também conhecido como centro de gravidade) do triângulo
ABC onde A(3,5) , B(4, -1) e C(11, 8) será o ponto G(6, 4). Verifique com o uso direto das
fórmulas.
Exercício resolvido
Solução:
Seja o ponto Z(a,b). Temos, pela fórmula do baricentro:
3 = (2 - 4 + a) / 3 e 5 = (5 + 6 + b) / 3
Daí, vem que a = 11 e b = 4. O ponto Z será portanto Z(11, 4).
Usando a fórmula da distância entre dois pontos, lembrando que B(3,5) e Z(11,4),
encontraremos BZ = 651/2 u.c. (u.c. = unidades de comprimento).
Os pontos A(m, 7), B(0, n) e C(3, 1) são os vértices de um triângulo cujo baricentro é o ponto
G(6, 11). Calcule o valor de m2 + n2.
Resposta: 850
Seja o triângulo ABC de vértices A(xa , ya) , B(xb , xc) e C(xc , yc) . A área S desse triângulo é
dada por
S = 1/2 . | D | onde D é o módulo do determinante formado pelas coordenadas dos vértices
A,BeC.
Temos portanto:
Três pontos estão alinhados se são colineares , isto é , se pertencem a uma mesma reta .
É óbvio que se os pontos A , B e C estão alinhados , então o triângulo ABC não existe , e
podemos pois considerar que sua área é nula ( S = 0 ) .
Fazendo S = 0 na fórmula de área do item 1.1 , concluímos que a condição de alinhamento dos
3 pontos é que o determinante D seja nulo , ou seja : D = 0 .
Exercício resolvido:
a) 4
b) 3
c) 3,5
d) 4,5
e) 2
Solução:
Para que estes pontos estejam alinhados (pontos colineares), deveremos ter:
Seja r a reta que passa pelos pontos A(xa , ya) e B(xb , yb).
Seja P(x , y) um ponto qualquer desta reta . Pela condição de alinhamento de 3 pontos ,
podemos escrever:
Exemplos:
2x + 5y - 4 = 0 (a = 2 , b = 5 , c = -4)
3x - 4y = 10 (a = 3 , b = -4 , c = -10); observe que podemos escrever 3x - 4y - 10 = 0.
3y + 12 = 0 (a = 0 , b = 3 , c = 12)
7x + 14 = 0 (a = 7 , b = 0 , c = 14)
x = 0 (a = 1 , b = 0 , c = 0) ordenadas .→ equação do eixo Oy - eixo das
y = 0 (a = 0 , b = 1 , c = 0) → equação do eixo Ox - eixo das abscissas .
Observações:
a) a = 0 → y = - c/b (reta paralela ao eixo dos x )
b) b = 0 → x = - c/a (reta paralela ao eixo dos y)
Paralelas : r ∩ s = ∅
Concorrentes : r ∩ s = { P } , onde P é o ponto de interseção .
Coincidentes : r = s.
as retas são
concorrentes
.
Exercícios resolvidos
Solução:
Temos que: 1 / 4 = 2 / 8 ≠ 3 / 10 (segundo caso acima) e, portanto as retas são paralelas.
Solução:
Primeiro vamos verificar as retas r e s: 3 / 9 = 2 / 6 = -15 / -45 (primeiro caso acima) e
portanto as
retas r e s são coincidentes.
Comparando agora, por exemplo a reta r com a reta t , teremos:
3 / 12 = 2 / 8 = -15 / -60 (primeiro caso acima);
Portanto as retas r, s e t são coincidentes, ou seja, representam a mesma reta.
Logo a alternativa correta é a letra E.
Solução:
Da equação da reta r tiramos: x = (18 - 5y) / 2 (eq. 1);
substituindo na equação da reta s vem:
6[(18-5y) / 2] - 7y -10 = 0 ∴ 54 - 15y - 7y - 10 = 0 ∴ 44 - 22y = 0 ∴ 44 = 22y ∴ y = 2;
substituindo o valor de y na eq. 1 fica: .x = (18 - 5.2) / 2 = 4.
Portanto o ponto de interseção é o ponto P(4,2).
Solução:
Sendo G(x,y) um ponto qualquer da reta cuja equação é procurada, podemos escrever:
Quanto ao coeficiente angular m , considere a reta r passando nos pontos A(x1 , y1) e B(x2 , y2)
.
Sendo y = mx + n a sua equação reduzida ,podemos escrever:
y1 = mx1 + n e y2 = mx2 + n .
Subtraindo estas equações membro a membro , obtemos
y1 - y2 = m (x1 - x2) .
Logo , a fórmula para o cálculo do coeficiente angular da reta que passa pelos dois
pontos (x1 , y1) e (x2 , y2) é :
Verificamos que a reta corta os eixos coordenados nos pontos (p,0) e (0,q).
Sendo G(x,y) um ponto genérico ou seja um ponto qualquer da reta, através da condição de
alinhamento de 3 pontos, chegamos facilmente à equação segmentária da reta:
Nota: se p ou q for igual a zero , não existe a equação segmentária (Lembre-se: não existe
divisão por zero); portanto , retas que passam na origem não possuem equação segmentária.
Exercício resolvido
Solução:
Podemos escrever: 2x + 3y = 18 ; dividindo ambos os membros por 18 vem:
2x/18 + 3y/18 = 18/18 x / 9 + y / 6 = 1. Vemos portanto que p = 9 e q = 6 e portanto a
reta corta os eixos coordenados nos pontos A(9,0) e B(0,6).
Quando um ponto qualquer P(x , y) de uma reta vem com suas coordenadas x e y expressas
em função de uma terceira variável t (denominada parâmetro), nós temos nesse caso as
equações paramétricas da reta.
Nestas condições , para se encontrar a equação geral da reta , basta se tirar o valor de t em
uma das equações e substituir na outra .
Exercício resolvido
Um móvel descreve uma trajetória retilínea e suas coordenadas em função do tempo t , são:
x = 3t + 11
y = -6t +10
Qual a equação segmentária dessa trajetória?
Solução:
Multiplicando ambos os membros da 1ª equação paramétrica por 2, vem: 2x = 6t + 22.
Somando agora membro a membro com a 2ª equação, obtemos: 2x + y = 32 (observe que a
variável t é eliminada nessa operação pois 6t + ( -6t ) = 0 ). Dividindo ambos os membros da
equação obtida por 32 fica:
2x / 32 + y / 32 = 32 / 32 ∴ x / 16 + y / 32 = 1, que é a equação segmentária procurada.
Retas perpendiculares
Sabemos da Geometria Plana que duas retas são perpendiculares quando são concorrentes e
formam entre si um ângulo reto (90º) . Sejam as retas r: y = mr x + nr e s: y = ms x + ns .
Nestas condições podemos escrever a seguinte relação entre os seus coeficientes angulares:
ms = - 1 / mr ou mr . ms = -1 .
Dizemos então que se duas retas são perpendiculares, o produto dos seus coeficientes
angulares é igual a -1.
Deixaremos de demonstrar esta propriedade, não obstante a sua simplicidade, mas se você se
interessar em ver a demonstração, mande-me um e-mail solicitando.
Exercício resolvido
Solução:
Podemos escrever para a 1ª reta: y = [-(2w-2) / (w-1)].x - w /(w-1).
Notas:
1 - Ângulo agudo: ângulo cuja medida está entre 0 e 90º.
2 - Observe dois casos particulares da fórmula anterior, que merecem ser mencionados:
Exercício resolvido
Solução:
Para a reta r : y = 3x + 2. Logo, mr = 3.
Para a reta s : y = - 2x + 1. Logo, ms = -2.
Substituindo os valores na fórmula anterior e efetuando os cálculos, obtemos tgθ = 1, o que
significa que o ângulo entre as retas é igual a 45º, pois tg45º = 1.
(Faça os cálculos para conferir).
Podemos escrever: PC = R e pela fórmula de distancia entre dois pontos, já vista em outro
texto publicado nesta página, teremos: (x - x0)2 + (y - y0)2 = R2 , que é conhecida como
equação reduzida da circunferência de centro C(x0,y0) e raio R. Assim, por exemplo, a equação
reduzida da circunferência de raio 5 e centro no ponto C(2,4) é dada por: (x - 2)2 + (y - 4)2 =
25.
Qual a sua interpretação para o caso D2 + E2 - 4F ser negativo? Ora, como não existe raiz
quadrada real de número negativo, conclui-se facilmente que a circunferência não existe neste
caso!
Exemplo:
Dada a equação x2 + y2 - 6x + 8y = 0, temos: D = - 6 , E = 8 e F = 0.
Logo, pelas igualdades anteriores, podemos determinar as coordenadas do centro e o raio
como segue:
A - Exercícios resolvidos
1 – E.E. Lins/1968
Dados os vértices P(1,1) , Q(3,- 4) e R(- 5,2) de um triângulo, o comprimento da mediana que
tem extremidade no vértice Q é:
a) 12,32
b) 10,16
c) 15,08
d) 7,43
e) 4,65
Solução:
Sendo M o ponto médio do lado PR, o segmento de reta QM será a mediana relativa ao lado
PR.
Sendo os pontos P(1,1) e R(-5,2), o ponto médio M será: M(-2, 3/2).
Observe que:
-2 = [1 + (- 5)]/2 e 3/2 = (1 + 2)/2.
2 – EPUSP/1966
a) uma reta
b) uma senóide
c) uma elipse
d) um feixe de retas paralelas
e) nenhuma das respostas anteriores
Solução:
Daí, vem:
π ∴ y = x - kπ
- y = - x + kπ π , k ∈ Z.
a) uma hipérbole
b) uma elipse
c) uma circunferência
d) uma parábola
e) duas retas
Solução:
Fatorando, fica:
(x + y) (x – y + 1) = 0
Logo,
y = - x ou y = x + 1, que são as equações de duas retas, o que nos leva à alternativa E.
B - Exercícios propostos
Resp: y = 2x + 2
Elipse
1 – Definição:
Dados dois pontos fixos F1 e F2 de um plano, tais que a distancia entre estes pontos seja igual a
2c > 0, denomina-se elipse, à curva plana cuja soma das distancias de cada um de seus pontos
P à estes pontos fixos F1 e F2 é igual a um valor constante 2a , onde a > c.
Assim é que temos por definição:
PF1 + PF2 = 2 a
Os pontos F1 e F2 são denominados focos e a distancia F1F2 é conhecida com distancia focal
da elipse.
O quociente c/a é conhecido como excentricidade da elipse.
Como, por definição, a > c, podemos afirmar que a excentricidade de uma elipse é um número
positivo menor que a unidade.
Seja P(x, y) um ponto qualquer de uma elipse e sejam F1(c,0) e F2(-c,0) os seus focos. Sendo
2a o valor constante com c < a, como vimos acima, podemos escrever:
PF1 + PF2 = 2.a
onde o eixo A1A2 de medida 2a, é denominado eixo maior da elipse e o eixo B1B2 de medida
2b, é denominado eixo menor da elipse.
Notas:
1) como a2 – c2 = b2 , é válido que: a2 - b2 = c2, onde c é a abcissa de um dos focos da
elipse.
2) como a excentricidade e da elipse é dada por e = c/a , no caso extremo de termos b = a,
a curva não será uma elipse e sim, uma circunferência, de excentricidade nula, uma vez que
sendo b = a resulta c = 0 e, portanto e = c/a = 0/a = 0.
3) o ponto (0,0) é o centro da elipse.
4) se o eixo maior da elipse estiver no eixo dos y e o eixo menor estiver no eixo dos x, a
equação da elipse de centro na origem (0,0) passa a ser:
SOLUÇÃO: Temos: 16x2 + 25y2 = 400. Observe que a equação da elipse não está na forma
reduzida. Vamos dividir ambos os membro por 400. Fica então:
5 – Determinar a equação da elipse com centro na origem, que passa pelo ponto P(1,1) e tem
um foco F(-√ 6 /2, 0).
Resposta: x2 + 2y2 = 3.
Hipérbole
1 – Definição:
Dados dois pontos fixos F1 e F2 de um plano, tais que a distancia entre estes pontos seja igual a
2c > 0, denomina-se hipérbole, à curva plana cujo módulo da diferença das distancias de cada
um de seus pontos P à estes pontos fixos F1 e F2 é igual a um valor constante 2a , onde a < c.
Assim é que temos por definição:
PF1 - PF2 = 2 a
Os pontos F1 e F2 são denominados focos e a distancia F1F2 é conhecida com distancia focal
da hipérbole.
O quociente c/a é conhecido como excentricidade da hipérbole.
Como, por definição, a < c, concluímos que a excentricidade de uma hipérbole é um número
positivo maior que a unidade.
A1A2 é denominado eixo real ou eixo transverso da hipérbole, enquanto que B1B2 é
denominado eixo não transverso ou eixo conjugado da hipérbole. Observe na figura acima
que é válida a relação:
c2 = a2 + b2
O ponto (0,0) é o centro da hipérbole.
Seja P(x, y) um ponto qualquer de uma hipérbole e sejam F1(c,0) e F2(-c,0) os seus focos.
Sendo 2.a o valor constante com c > a, como vimos acima, podemos escrever:
PF1 - PF2 = 2 a
Usando a fórmula da distancia entre dois pontos, poderemos escrever:
Obs: se o eixo transverso ou eixo real (A1A2) da hipérbole estiver no eixo dos y e o
eixo não transverso ou eixo conjugado (B1B2) estiver no eixo dos x, a equação da
hipérbole de centro na origem (0,0) passa a ser:
SOLUÇÃO: Temos: 25x2 - 16y2 = 400. Observe que a equação da hipérbole não está na forma
reduzida. Vamos dividir ambos os membro por 400. Fica então:
Daí, vem que: a2=9 e b2=25, de onde vem imediatamente: a=3 e b=5.
Portanto, c2 = a2 + b2 = 9 + 25 = 34 e então c = √ 34.
Logo, a distancia focal da hipérbole sendo igual a 2c , será igual a 2√ 34.
Parábola
1 - Introdução
Esta definição não está distante da realidade do rigor matemático. (Os dicionários, são, via de
regra, uma boa fonte de consulta também para conceitos matemáticos, embora não se consiga
neles - é claro - a perfeição absoluta, o que, de uma certa forma, é bastante compreensível,
uma vez que a eles, não cabe a responsabilidade pela precisão dos conceitos e definições
matemáticas).
2 - Definição
Considere no plano cartesiano xOy, uma reta d (diretriz) e um ponto fixo F (foco) pertencente
ao eixo das abcissas (eixo dos x), conforme figura abaixo:
Denominaremos PARÁBOLA, à curva plana formada pelos pontos P(x,y) do plano cartesiano,
tais que
PF = Pd onde:
PF = distância entre os pontos P e F
PP' = distância entre o ponto P e a reta d (diretriz).
Se o vértice da parábola não estiver na origem e, sim, num ponto (x0, y0), a equação acima
fica:
(y - y0)2 = 2p(x-x0)
Não é difícil provar que, se a parábola tiver vértice na origem e eixo vertical, a sua equação
reduzida será: x2 = 2py
Analogamente, se o vértice da parábola não estiver na origem, e, sim, num ponto (x0, y0), a
equação acima fica: (x - x0)2 = 2p(y - y0)
Exercícios resolvidos
Exercício proposto
Determine a equação da parábola cuja diretriz é a reta y = 0 e cujo foco é o ponto F(2,2).
Resposta: x2 - 4x - 4y + 8 = 0
Hipérbole Equilátera
1 – INTRODUÇÃO
onde:
F1 e F2 = focos da hipérbole.
F1F2 = distância focal da hipérbole
A1 e A2 = vértices da hipérbole
A1A2 = eixo real ou eixo transverso da hipérbole
B1B2 = eixo não transverso ou eixo conjugado da hipérbole
Sendo P um ponto qualquer da hipérbole, vimos que a relação básica que a define é dada por:
PF1 - PF2= 2a , onde 2a é a distância entre os seus vértices.
2 – DEFINIÇÃO
x 2 – y 2 = a2
que é a equação reduzida de uma hipérbole equilátera.
NOTAS:
a) Observe que para a = 0, teríamos x2 – y2 = 0 ou fatorando o primeiro membro:
(x – y) . (x + y) = 0, de onde conclui-se:
x – y = 0 OU x + y = 0, e, em conseqüência,
y = x OU y = -x
cujo gráfico é a reunião das retas y = x (bissetriz do primeiro e segundo quadrantes) e y = -x
(bissetriz do segundo e quarto quadrantes), e, portanto não representa uma hipérbole.
b) Já sabemos da aula anterior que a excentricidade de uma hipérbole é dada por e = c/a
onde b2 = c2 – a2 . Como nas hipérboles equiláteras, temos a = b, substituindo, vem
imediatamente que c = √2 . a, de onde conclui-se que a excentricidade de uma hipérbole
equilátera é igual a
e = c / a = √2a / a = √2
Portanto, as assíntotas da hipérbole equilátera são as retas y = x e y = -x, que são retas
perpendiculares, pois o produto dos seus coeficientes angulares é igual a -1.
Conclui-se pois, que as assíntotas da hipérbole equilátera, são retas perpendiculares entre si.
d) Já sabemos do item (c) acima, que as assíntotas da hipérbole equilátera são as retas y = x
ou y = -x , expressões equivalentes a y – x = 0 ou y + x = 0.
e respectivamente.
Observe que os numeradores acima devem ser tomados em módulo, uma vez que referem-se a
distâncias.
Voltando à equação reduzida da hipérbole equilátera, dada por x2 – y2 = a2 (referida aos eixos
coordenados Ox e Oy) e fatorando o primeiro membro, vem: (x – y) . ( x + y) = a2 .
Veja a seguir, exemplo de gráfico da hipérbole equilátera x.y = k, com k > 0, onde os eixos
coordenados OX e Oy são as assíntotas.
As equações da forma x.y = k, onde k é uma constante, tem como representação geométrica
no plano xOy, portanto, curvas denominadas hipérboles equiláteras.
Um exemplo prático de uma lei física cuja representação gráfica é uma hipérbole equilátera, é a
lei de Boyle - Mariotte, estudada nos compêndios de Física e Química.
A lei de Boyle-Mariotte, estabelece que sob temperatura constante, o volume ocupado por uma
certa massa de gás, é inversamente proporcional a sua pressão.
Seja V o volume de um gás submetido a uma pressão P, a uma temperatura constante.
A lei de Boyle-Mariotte, estabelece que P.V = constante = k.
Por analogia com a equação X.Y = K, podemos concluir que o gráfico do volume V em função
excentricidade = e = c/a
Como é válido na elipse que a2 = b2 + c2 , vem que:
Ora, como c < a , vem imediatamente que e < 1. Também, como a e c são distâncias e
Observa-se que a elipse é tanto mais achatada quanto mais próximo da unidade estiver a sua
excentricidade.
Neste caso, c > a, o que significa que a excentricidade de uma hipérbole é um número real
maior do que a unidade, ou seja e > 1.
Cônica e
Circunferência 0
Elipse 0<e<1
Hipérbole e>1
Quanto à parábola , podemos dizer, que a sua excentricidade será igual a 1? Em a realidade, a
excentricidade da parábola é igual a 1; Vamos desenvolver este assunto a seguir:
Determinar o lugar geométrico dos pontos P(x, y) do plano cartesiano que satisfazem à
condição PF = e . Pd, onde F é um ponto fixo do plano denominado foco e d uma reta
denominada diretriz, sendo e uma constante real.
Temos então, pela condição dada, PF = e.Pd, onde e é uma constante real.
Usando a fórmula de distancia entre dois pontos, fica:
Ou finalmente:
Fazendo d = - f, vem:
y2 – 4fx = 0 ou y2 = 4fx, que é uma parábola da forma y2 = 2px, onde
f = p/2, conforme vimos no texto correspondente.
Adotando-se por convenção, o sentido trigonométrico para o ângulo θ , ou seja, o sentido anti-
horário, no qual os ângulos são considerados positivos, podemos construir a figura abaixo:
Observe que o ponto P de coordenadas cartesianas P(x,y), pode ser também ser expresso pelas
suas coordenadas polares correspondentes P(ρ,θ), onde, pela figura acima, pode-se escrever:
x = ρ.cosθ
y = ρ.senθ
Exemplos:
c)considere o ponto P(0,1). As suas coordenadas polares serão P(1, π/2), pois:
ρ2 = 02 + 12 = 1 ∴ ρ = 1
tg θ = y/x = 1/0. Sabemos que não existe a divisão por zero , mas podemos verificar neste
caso que o ponto P(0,1) situa-se no eixo dos y e, portanto, θ = 90º = π/2 radianos.
Vamos agora, desenhar alguns gráficos de curvas expressas através das suas coordenadas
polares.
θ (em graus) 0 30º 45º 60º 90º 135º 180º 270º 360º
θ (em radianos) 0 π/6 π/4 π/3 π/2 3π/4 π 3π/2 2π
ρ = 2θ 0 π/3 π/2 2π/3 π 3π/2 2π 3π 4π
ρ = 2θ (aprox.) 0 1,05 1,57 2,10 3,14 4,71 6,28 9,42 12,56
De uma forma geral, as equações da forma ρ = 2a(1 + cosθ) onde a é uma constante, são
curvas denominadas Cardióide.
De uma forma geral, as equações da forma ρ = a/θ onde a é uma constante, são curvas
denominadas Espirais hiperbólicas.
5 – Esboce a curva ρ = 4.
Verifique você mesmo, que teremos neste caso, uma circunferência de raio 4.
Nota: as figuras acima foram executadas pelo meu filho Rafael Marques,14.
1 - Sistema linear
É um conjunto de m equações lineares de n incógnitas (x1, x2, x3, ... , xn) do tipo:
a11x1 + a12x2 + a13x3 + ... + a1nxn = b1
a21x1 + a22x2 + a23x3 + ... + a2nxn = b2
a31x1 + a32x2 + a33x3 + ... + a3nxn = b3
.................................................................
.................................................................
am1x1 + am2x2 + am3x3 + ... + amnxn = bn
Exemplo:
3x + 2y - 5z = -8
4x - 3y + 2z = 4
7x + 2y - 3z = 2
0x + 0y + z = 3
Notas:
1 - Dois sistemas lineares são EQUIVALENTES quando possuem as mesmas soluções.
Exemplo: Os sistemas lineares
2x + 3y = 12
S1:
3x - 2y = 5
5x - 2y = 11
S2:
6x + y = 20
são equivalentes, pois ambos admitem o par ordenado (3, 2) como solução. Verifique!
2 - Se um sistema de equações possuir pelo menos uma solução, dizemos que ele é POSSÍVEL
ou COMPATÍVEL.
4 - Se o sistema de equações é COMPATÍVEL e possui apenas uma solução, dizemos que ele é
DETERMINADO.
5 - Se o sistema de equações é COMPATÍVEL e possui mais de uma solução, dizemos que ele é
INDETERMINADO.
Exemplo:
x + y + 2z = 0
2x - 3y + 5z = 0
5x - 2y + z = 0
2 - Exercícios Resolvidos
x+y=1
S1:
x - 2y = -5
ax - by = 5
S2:
ay - bx = -1
a) 1
b) 4
c) 5
d) 9
e) 10
Solução:
Como os sistemas são equivalentes, eles possuem a mesma solução. Vamos resolver o sistema
S1:
x+y=1
x - 2y = -5
Como os sistemas são equivalentes, a solução acima é também solução do sistema S2. Logo,
substituindo em S2 os valores de x e y encontrados para o sistema S1, vem:
a(-1) - b(2) = 5 ⇒ - a - 2b = 5
a(2) - b (-1) = -1 ⇒ 2 a + b = -1
Multiplicando ambos os membros da primeira equação (em azul) por 2, fica:
-2 a - 4b = 10
Somando membro a membro esta equação obtida com a segunda equação (em vermelho),
fica: -3b = 9 ∴ b = - 3
Substituindo o valor encontrado para b na equação em vermelho acima (poderia ser também na
outra equação em azul), teremos:
2 a + (-3) = -1 ∴ a = 1.
Portanto, a2 + b2 = 12 + (-3)2 = 1 + 9 = 10.
Portanto a alternativa correta é a letra E.
Solução:
Teremos, expressando x em função de m, na primeira equação:
x = (10 + my) / 2
Substituindo o valor de x na segunda equação, vem:
3[(10+my) / 2] + 5y = 8
Ora, para que não exista o valor de y e, em conseqüência não exista o valor de x, deveremos
ter o denominador igual a zero, já que , como sabemos, NÃO EXISTE DIVISÃO POR ZERO.
a) 2x + 5y .- ..z = 10
.............3y + 2z = ..9
.....................3z = 15
b) 3x - 4y = 13
.....6x - 8y = 26
c) 2x + 5y = 6
....8x + 20y = 18
Resp:
a) sistema possível e determinado. S = {(25/3, -1/3, 5)}
5x - 2y = 6
2x + 3y = 10
são obviamente equivalentes, ou seja, possuem o mesmo conjunto solução. Observe que
apenas mudamos a ordem de apresentação das equações.
3x + 2y - z = 5
2x + y + z = 7
3x - 6y + 9z = 3
são obviamente equivalentes, pois a terceira equação foi multiplicada membro a membro por 3.
T3: um sistema de equações lineares não se altera, quando substituímos uma equação
qualquer por outra obtida a partir da adição membro a membro desta equação, com outra na
qual foi aplicada a transformação T2.
Exemplo: os sistemas
15x - 3y = 22
5x + 2y = 32
15x - 3y = 22
...... - 9y = - 74
são obviamente equivalentes (ou seja, possuem o mesmo conjunto solução), pois a
segunda equação foi substituída pela adição da primeira equação, com a segunda multiplicada
por ( -3 ).
Vamos resolver, a título de exemplo, um sistema de equações lineares, pelo método de Gauss
ou escalonamento.
SOLUÇÃO:
1 - Aplicando a transformação T1, permutando as posições das equações 1 e 2, vem:
2x .-...y + z = 12
x ..+ 3y - 2z = 3
4x + 3y - 5z = 6
3 - Multiplicando ambos os membros da equação 1 por (-2), somando o resultado obtido com a
equação 3 e substituindo a equação 3 pela nova equação obtida, vem:
2x - ..y + ..z = ...12
.....- 7y + 5z = ....6
........5y - 7z = - 18
5 - Somando a segunda equação acima com a terceira, e substituindo a terceira pelo resultado
obtido, vem:
2x - .....y + ....z = ..12
.....- 35y + 25z = ..30
...............- 24z = - 96
Verificação:
Sobre a técnica de escalonamento utilizada para resolver o sistema dado, podemos observar
que o nosso objetivo era escrever o sistema na forma
ax + by + cz = k1
dy + ez = k2
fz = k3
de modo a possibilitar achar o valor de z facilmente ( z = k3 / f ) e daí, por substituição,
determinar y e x. Este é o caminho comum para qualquer sistema.
Não podemos escrever uma regra geral para o escalonamento de um sistema de equações
lineares, a não ser recomendar a correta e oportuna aplicação das transformações T1, T2 e
T3 mostradas anteriormente.
A prática, entretanto, será o fator determinante para a obtenção dos bons e esperados
resultados.
Agora, resolva os seguintes sistemas lineares, usando a técnica de escalonamento:
Sistemas Lineares IV
onde os coeficientes a11, a12, ..., ann são números reais ou complexos, os termos independentes
b1, b2, ... , bn , são números reais ou complexos e x1, x2, ... , xn são as incógnitas do sistema
nxn.
Seja ∆ xi o determinante da matriz que se obtém do sistema dado, substituindo a coluna dos
coeficientes da incógnita xi ( i = 1, 2, 3, ... , n), pelos termos independentes b1, b2, ... , bn.
Os valores das incógnitas de um sistema linear de n equações e n incógnitas são dados por
frações cujo denominador é o determinante ∆ dos coeficientes das incógnitas e o numerador é
o determinante ∆ xi, ou seja:
xi = ∆ xi / ∆
Teremos:
x1 = ∆ x1 / ∆ = 120 / 24 = 5
x2 = ∆ x2 / ∆ = 48 / 24 = 2
x3 = ∆ x3 / ∆ = 96 / 24 = 4
Resp: S = { (-1, 2, 4) }
I - Polinômios
1 - Definição:
Exemplo :
P(x) = x5 + 3x2 - 7x + 6 (ao = 1 , a1 = 0 , a2 = 0 , a3 = 3 , a4 = -7 e a5 = 6 ).
O grau de P(x) é igual a 5 .
Sendo m um número complexo ( lembre-se que todo número real é também um número
complexo) , denominamos valor numérico de um polinômio P(x) para x = m , ao valor P(m)
ou seja o valor que obtemos substituindo x por m .
Para calcular a soma S dos coeficientes de um polinômio P(x) , basta calcular o valor numérico
do polinômio para x = 1 ou seja, calcular P(1).
Exemplos:
a) P(x) = 2x4 + 3x2 - 7x + 10 → S = P(1) = 2 + 3 - 7 + 10 = 8.
b) Qual a soma dos coeficientes de S(x) = x156 + x?
Ora, substituindo x por 1, encontramos S = 2. (Lembre-se que 1156 = 1).
IMPORTANTE: Às vezes, um polinômio pode vir expresso como uma potência do tipo (x + a)n
, denominado binômio de Newton (Isaac Newton - físico, astrônomo e matemático inglês,
1642 - 1727) . Ainda assim, a propriedade anterior é válida.
Por exemplo, qual a soma dos coeficientes do polinômio P(x) = ( 2x - 3)102 ?
Ora, substituindo x por 1, vem: S = (2.1 - 3)102 = (2-3)102 = (-1)102 = 1 (lembre-se que toda
potência de expoente par é positiva).
Outro exemplo:
Qual a soma dos coeficientes do polinômio T(x) = (5x + 1)4 ?
Ora, temos para x = 1 : S = T(1) = (5.1 + 1)4 = 64 = 6.6.6.6 = 1296
2 - Identidade de polinômios
2.1 - Polinômio identicamente nulo (ou simplesmente polinômio nulo) é aquele cujo valor
numérico é igual a zero para todo valor da variável x . Indicamos P ≡ 0 (polinômio nulo) .
Para um polinômio P(x) ser um polinômio nulo é necessário e suficiente que todos os seus
coeficientes sejam nulos (iguais a zero) .
Exercício resolvido:
Sendo P(x) = Q(x) + x2 + x + 1 e sabendo que 2 é raiz de P(x) e 1 é raiz de Q(x) , calcule o
valor de P(1) - Q(2) .
Solução:
Ora, se 2 é raiz de P(x), então sabemos que P(2) = 0 e se 1 é raiz de Q(x) então Q(1) = 0.
Temos então substituindo x por 1 na expressão dada : P(1) = Q(1) + 12 + 1 + 1 ∴
P(1) = 0 + 1 + 1+ 1 = 3. Então P(1) = 3. Analogamente , poderemos escrever :
P(2) = Q(2) + 22 + 2 + 1 ∴ 0 = Q(2) + 7 , logo Q(2) = -7. Logo P(1) - Q(2) = 3 - (-7) = 3 + 7
= 10.
Resp: 10
3 - Divisão de polinômios
Efetuar a divisão de um polinômio P(x) por outro polinômio D(x) não nulo , significa determinar
um único par de polinômios Q(x) e R(x) que satisfazem às condições:
Notas:
1) se R(x) = 0 , então dizemos que P(x) é divisível por D(x) .
2) se gr P > gr D então gr (P : D) = gr P - gr D .
3) não se esqueça que o grau do resto é sempre menor que o grau do divisor .
4) se gr P(x) < gr D(x) então Q(x) = 0 e R(x) = P(x) .
II - Equações Algébricas
Propriedades importantes :
P5 - Se a soma dos coeficientes de uma equação algébrica P(x) = 0 for nula , então a
unidade é raiz da equação (1 é raiz).
Exemplo: 1 é raiz de 40x5 -10x3 + 10x - 40 = 0 , pois a soma dos coeficientes é igual a zero .
Para uma equação do 4º grau , da forma ax4 + bx3 + cx2 + dx + e = 0 , sendo as raízes iguais
a
x1 , x2 , x3 e x4 , temos as seguintes relações de Girard :
x1 + x2 + x3 + x4 = -b/a
x1.x2 + x1.x3 + x1.x4 + x2.x3 + x2.x4 + x3.x4 = c/a
x1.x2x3 + x1.x2.x4 + x1.x3.x4 + x2.x3.x4 = - d/a
x1.x2.x3.x4 = e/a
NOTA: observe que os sinais se alternam a partir de ( - ) , tornando fácil a memorização das
fórmulas
Produto de Stevin
Produto de Stevin
Exemplos:
2) (x+10)(x+4) = x2 + 14x + 40
3) (x - 7)(x+4) = x2 - 3x - 28
4) (x - 6)(x - 7) = x2 - 13x + 42
6) (x+1)(x-3)(x+8) =
x3+(1-3+8)x2 + (1.-3 + 1.8 - 3.8)x - 3.1.8)
= x3 + 6x2 - 29x - 24
Exercícios propostos:
a) (x+10)(x-90)
b) (x+2)(x-15)(x+6)
Respostas:
a) x2 - 80x - 900
Nota:
Simon Stevin,físico, engenheiro e matemático holandês (1548 - 1620).
Equações recíprocas
Seja a equação racional inteira a0.x n + a1.x n-1 + a2.x n-2 + ... + an = 0, ordenada
segundo as potências decrescentes de x , com a0 , a1 , ... , an números reais sendo a0 0 e n
inteiro positivo.
Diz-se que esta equação é recíproca se e somente se os termos eqüidistantes dos extremos,
forem iguais ou simétricos. Sendo iguais, teremos uma equação recíproca de 1ª espécie e,
sendo opostos, teremos uma equação recíproca de 2ª espécie.
Exemplos:
2x5 + 3x4 - 5x3 - 5x2 + 3x + 2 = 0 - equação recíproca de 1ª espécie
2x5 - 3x4 - 5x3 + 5x2 + 3x - 2 = 0 - equação recíproca de 2ª espécie.
Vamos dividir o primeiro membro da equação dada por x - 1, de modo a abaixar o grau da
equação. Utilizaremos o método de Briot-Ruffini:
2 -3 -5 5 3 -2
1 2 -1 -6 -1 2 0
Portanto,
x2 + 1/x2 = (x + 1/x)2 - 2
Respostas:
a) S = {2, 1/2, -2/3, -3/2}
b) S = {-1, 5, 1/5, 4, 1/4}