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No final da década de 80, São Paulo tinha pouco mais de 2 milhões de habitantes, mas já era a

terceira maior cidade da América do Sul. Considerando puramente sua geografia, não existia
uma explicação muito plausível para isso, visto que a região é muito acidentada e não muito
propícia para a agricultura. As cidades ao redor, como Barueri, Cotia, Guarulhos, nada mais
eram do que pobres povoados.

Durante a colonização, realizada a princípio no litoral, São Paulo foi a primeiro centro urbano
no planalto, acima da Serra do Mar. A necessidade de subir a serra surgiu do pequeno espaço
em que a região litorânea estava confinada, pouco mais de 15km. Além do pequeno espaço,
essa região era inapropriada para a agricultura, uma vez que as áreas de mangue eram, e ainda
são, consideráveis.

O planalto tem um clima mais ameno, mais ao gosto dos europeus, diferente da região
litorânea, com temperaturas tropicais. Além disso, a mão de obra indígena era mais numerosa
na região do planalto paulista.

O povoamento do planalto, em detrimento do quase abandono do litoral paulistano, criou um


cenário contratante, fazendo com que as câmaras de Santos e São Vicente pedissem soluções
para a exposição das vilas ao ataque de índios e piratas. A colonização paulista tem um claro
deslocamento do seu centro, do litoral para o planalto. O litoral paulista foi, durante séculos,
praticamente desprezado. Só com o crescimento das exportações de café, no século XIX, que a
região ganhou grande importância.

A localização da cidade de São Paulo não foi pura coincidência: o acesso mais fácil do litoral par
ao planalto passa exatamente onde a cidade foi fundada. E este caminho não foi descoberto
pelos colonizadores, mas aproveitado do caminho preferencial dos índios que aqui já
habitavam. A área em que São Paulo foi fundada é um grande clareira natural na floresta
(Clareira de Piratininga), resultado natural da pobreza do solo, que não permitiu que surgisse
uma floresta muito densa. Por isso, a região já era, para os povos indígenas, um condensador
geográfico.

O Pateo do Colégio, ponto central da fundação de São Paulo, foi escolhido pelos jesuítas
justamente por ser um ponto estratégico, bem localizado e de defesa privilegiada. Uma colina
praticamente 30m acima da planície, uma verdadeira fortaleza natural, que contava ainda por
cima com as águas do Anhangabaú e do Tamanduateí.

Esses dois fatores, somados à prioridade dada aos jesuítas, fizeram com que a vila de Santo
André perdesse protagonismo na ocupação do planalto e São Paulo despontasse. Esse
processo que possivelmente iria ocorrer naturalmente foi catalizado pelas movimentações de
Mem de Sá.

Os muitos cursos d’água da região também foram vitais para a consolidação da cidade: Tietê
(principal), o Tamanduateí, o Anhangabaú, o Pinheiros, o Cotia, o Piracicaba, tanto para
abastecimento, como para navegação, agricultura, pesca, etc. Foi ao longo da margem desses
rios que outros povoados foram se formando.

São Paulo é, portanto, um nó do sistema hidrográfico e topográfico do planalto. Essa


centralidade natural fez com que a cidade fosse o centro de gravidade de estradas, ferrovias e
circulação de pessoas e mercadoria. Além disso, como já mencionado, São Paulo era o ponto
de conexão entre o litoral e o interior através do Caminho do Mar, ligando a Ilha de São
Vicente e toda a região do planalto.

O porto de Santos, o mais importante da região na época e até hoje, já tinha qualidades
notáveis, principalmente por seu estuário ser profundo, bem abrigado (Ilha de Santo Amaro na
frente) e de fácil acesso, sendo a principal comunicação entre a capitania e o resto do mundo.
São Paulo é, também, o intermediário entre o interior e Santos.

No século XVIII, com a intensa mineração no interior, criou-se um grande fluxo migratório para
estas regiões. A agricultura sofre um grande impacto. São Paulo vivenciou, portanto, uma
estagnação econômica e até um decréscimo demográfico. Esse boom econômico nas regiões
de minas ocorre apenas no século XVIII, no século seguinte, o país retoma seu caráter
majoritariamente agrícola.

O século XIX, com a vinda da família real portuguesa e, em seguida, a Independência, é


marcado por uma reestruturação econômica. Em São Paulo, mais de 50% da produção
econômica era proveniente do açúcar e do café e quase 100% da exportação. Em 1835, o porto
de Santos foi responsável por 71% do comércio exterior em termos monetários.

O crescimento econômico propiciou a expansão da rede ferroviária que, necessariamente,


passa por São Paulo. Isso fez com que a cidade centralizasse ainda mais os aspectos
econômicos, sociais e culturais do Estado. Antes, os grandes proprietários de terra ficavam em
suas fazendas ou em cidades próximas; com a rede ferroviária, a comunicação com a capital
ficou muito mais fácil, fazendo com que estas cidades menores perdessem importância. As
estradas todas irradiavam de São Paulo e raramente tinham conexão entre si, fazendo com
que São Paulo fosse, necessariamente, um ponto de convergência, um centro de irradiação.

Todos esses aspectos pavimentaram a criação e consolidação de São Paulo e regiões próximas
como um grande polo industrial. Foi mais um fator que ratificou a hegemonia paulistana na
região e no Brasil.

A consolidação da centralidade de São Paulo como polo econômico, cultural e social ocorreu
durante o período da industrialização do país. Naturalmente, a cidade de São Paulo já tinha
grandes atrativos para as indústrias, por ter grande mão de obra disponível e, principalmente,
ser perto do principal porto do país, facilitando a importação de matéria prima e
equipamentos e a exportação dos produtos.

Essa definitiva liderança de São Paulo na economia nacional se concretizou por fatores
energéticos. O Brasil ainda não tinha um parque industrial do petróleo e o carvão local não era
de boa qualidade, fazendo com que fosse necessário inclusive importá-lo. A potencialidade
energética do Brasil, portanto, foi a energia hidráulica que, em São Paulo, caracterizou-se
inicialmente com as quedas do Tietê e, posteriormente, com o aproveitamento da queda de
aproximadamente 800m da Serra do Mar. A Usina de Henry Borden, inaugurada em 1926, foi
decisiva para a geração de energia necessária ao processo de industrialização local.
Além do fator energético, os fluxos migratórios internacionais do século XX tiveram o Brasil
como um dos principais destinos. Logicamente, por São Paulo já ser um dos principais centros
econômicos do país, grande parte desses imigrantes se fixou no Estado e foi mão de obra
decisiva para a crescente demanda do setor industrial.

A urbanização de São Paulo se deu de forma totalmente desordenada, orientado por fatores
geográficos e, principalmente, hidrográficos: o núcleo central da cidade, na parte delimitada
pelos rios Tietê, Tamanduateí e Pinheiros, apresenta relativa homogeneidade. Por outro lado,
o resto da cidade se desenvolveu sem planejamento urbano algum, foi fruto da especulação de
terrenos e pouquíssima interferência do poder público, de tal forma que bairros vizinhos não
são conectados e os serviços públicos são muito mal distribuídos. Na década de 90, a cidade
possuía, em pontos relativamente próximos, aspectos urbanos bem desenvolvidos, áreas com
aspectos rurais e áreas despovoadas.

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