0 evaluări0% au considerat acest document util (0 voturi)
155 vizualizări2 pagini
O documento discute a "Nova Sociologia da Educação" (NSE) na Inglaterra, que criticou a abordagem tradicional por se concentrar apenas nos resultados educacionais sem questionar o currículo. A NSE defende uma sociologia do conhecimento escolar para mostrar como o currículo é socialmente construído e reproduz desigualdades. Embora haja diferentes perspectivas, a abordagem estruturalista acabou prevalecendo.
Descriere originală:
Fichamento do Livro SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de Identidade - Cap. 2-7
Titlu original
SILVA, Tomaz Tadeu da. [1999] 2a Parte - Cap_7 - O currículo como construção social - a nova sociologia da educação
O documento discute a "Nova Sociologia da Educação" (NSE) na Inglaterra, que criticou a abordagem tradicional por se concentrar apenas nos resultados educacionais sem questionar o currículo. A NSE defende uma sociologia do conhecimento escolar para mostrar como o currículo é socialmente construído e reproduz desigualdades. Embora haja diferentes perspectivas, a abordagem estruturalista acabou prevalecendo.
O documento discute a "Nova Sociologia da Educação" (NSE) na Inglaterra, que criticou a abordagem tradicional por se concentrar apenas nos resultados educacionais sem questionar o currículo. A NSE defende uma sociologia do conhecimento escolar para mostrar como o currículo é socialmente construído e reproduz desigualdades. Embora haja diferentes perspectivas, a abordagem estruturalista acabou prevalecendo.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: Uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
[original: 1999]
Parte 2 – Capítulo 7 - “O currículo como construção social: a nova sociologia da educação”, pp. 65-70.
1. Na Inglaterra, a crítica vinha numa vertente sociológica. (pp. 65-70)
1.1. Marco inicial: Michael Young (org.), Knowledge and control (1971). 1.1.1. “Nova sociologia da educação” vs. “antiga” sociologia da educação. 1.1.1.1. “Antiga”: pesquisa empírica, estatística, sobre os resultados desiguais dos sistemas de ensino, com destaque para a questão do fracasso escolar. 1.1.1.2. A crítica: é uma sociologia “aritmética”, que só considera as variáveis de entrada (classe social, situação familiar) e de saída (resultado dos testes escolares); não problematiza o que acontecia entre esses dois pontos. 1.1.1.2.1. Não questionava a natureza do conhecimento escolar e do currículo na produção dessas desigualdades. (O currículo está dado e pronto). 1.1.2. Também surgiu como desafio ao pensamento educacional britânico tradicional, de cunho analítica: P.H. Hirst e R.S. Peters. 1.1.2.1. O currículo deveria ser a materialização de um conhecimento universalista, conceitual e abstrato, coincidente com o campo das disciplinas acadêmicas. 1.1.2.2. A crítica: isso é o que se passa por conhecimento. 1.1.3. O programa da NSE é, portanto, uma sociologia do conhecimento escolar. 1.1.3.1. Mostrar o caráter socialmente construído das formas de consciência e conhecimento. 1.1.3.2. Fazer uma “sociologia do currículo”: colocar em questão as categorias “dadas”. 1.1.3.2.1. O que conta como conhecimento? Antes de saber como se aprende matemática, é preciso responder: o que significa “matemática”? Por que essa disciplina entrou no currículo? 1.1.3.2.2. A consequência disso é que a NSE pouco se ocupa da elaboração de propostas alternativas de currículo; seu programa é de crítica sociológica. 1.1.3.2.2.1. Está ocupada em desvendar as conexões entre a distribuição do conhecimento escolar e a distribuição dos recursos econômicos e sociais mais amplos. 1.1.4. Apesar disso, as perspectivas apresentadas no livro estão longe de ser homogêneas. 1.1.4.1. Young, Bourdieu e Bernstein são claramente estruturalistas; Geoffrey Esland e Nell Keddie inspiram-se na fenomenologia sociológica e no interacionismo simbólico. 1.1.4.1.1. No final, vence a vertente estruturalista, cada vez mais neomarxista. 1.2. A proposta de Young é desenvolver uma sociologia da educação pautada em Marx, Weber e Durkheim. 1.2.1. Ele faz isso para o currículo se concentrando no âmbito da organização. 1.2.1.1. Quais princípios de estratificação e integração governam a construção do currículo? 1.2.1.2. Ou seja: é preciso examinar a estreita relação entre organização curricular e poder. 1.3. Esland e Keddie, por outro lado, atacam o objetivismo da divisão do conhecimento em “zonas” onde estão os objetos em sua existência independente dos sujeitos cognoscentes. 1.3.1. Essa posição tradicional ignora o processo de negociação intersubjetiva dos significados do mundo. 1.3.2. Ou seja: a análise do currículo não pode prescindir do estudo do ensino e da avaliação. 1.3.2.1. I.e.: é preciso entender como a “realidade” é construída na interação professor-aluno. 1.3.2.2. Toda transformação do currículo deverá passar, portanto, pela negociação em torno dos significados atribuídos por professores e alunos, mormente a cosmovisão dos professores. 1.3.2.2.1. Keddie é o único que faz isso empiricamente: investiga como o conhecimento prévio que os professores têm dos alunos influi como estes serão tratados. 1.3.2.2.1.1. Assim, chega a conclusões parecidas com as das “teorias da rotulação”. 1 1.4. As implicações pedagógicas da NSE. 1.4.1. Construção de um currículo que refletisse as tradições culturais dos grupos subordinados também. 1.4.2. Realização dum constante desafio às formas de estratificação e atribuição de prestígio às disciplinas. 1.4.3. Transferência para o interior do currículo da ideia de que todo conhecimento é construção social. 1.5. Apesar da influência nos anos 1980, agora a NSE é preterida em nome de perspectivas mais ecléticas. 1.5.1. Surgem misturas com propostas mais pedagógicas. 1.5.2. Ascensão das teorizações feministas, dos estudos de gênero, raça e etnia, dos estudos culturais, do pós-modernismo e do pós-estruturalismo. 1.5.3. Politicamente, caminha-se na Inglaterra da democratização da educação para as práticas neoliberais de Margareth Thatcher. 1.5.3.1. O próprio Young vai abdicando da crítica sociológica para virar um burocrata.