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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

CURSO DE DIREITO

FACULDADE DE DIREITO

Disciplina: Direito do Trabalho I.

Professor: Maira Angélica Dal Conte Tonial.

Acadêmico (a): Paola Granville Paniz.

RESENHA- Aplicação do Direito do Trabalho no tempo e no espaço.

Para Miguel Reale, a chamada “aplicação da lei no tempo e no espaço” refere-se à


eficácia do Direito segundo o âmbito ou extensão de sua incidência, ou então em função dos
momentos temporais ligados à sua vigência. O assunto da eficácia da lei trabalhista emerge
quando levantamos diversas questões no nosso dia a dia, por isso é importante termos uma
ideia mais abrangente do Direito do Trabalho, tendo em vista que o estudo da eficácia das
normas jurídicas em geral podem ser objeto da sociologia, filosofia ou da ciência do direito.
Na perspectiva da ciência do direito, devemos verificar se a norma jurídica é cumprida no seio
da sociedade, e se existem meios para o seu efetivo cumprimento, além disso a sua aptidão
para produzir efeitos previstos. Ainda, as normas constitucionais que versam sobre direitos
fundamentais sociais dos trabalhadores passaram a exigir um novo olhar a respeito da eficácia
das normas constitucionais e dos referidos direitos fundamentais. Para a doutrina, a eficácia
das normas trabalhistas deve ser analisada sob dois aspectos: eficácia no tempo e eficácia no
espaço.

O Direito do Trabalho brasileiro aplica-se às relações empregatícias e conexas, além


de outras relações de trabalho legalmente especificadas, que ocorram dentro do espaço interno
do território do Brasil. Se o contrato de trabalho for realizado dentro das fronteiras brasileiras,
não há dúvida de que se submete à ordem jurídica trabalhista pátria. Vemos claramente, o
princípio da soberania, aliado ao critério da territorialidade, de modo a assegurar o império da
legislação nacional em cada Estado independente. Além disso, como compete privativamente
à União legislar sobre direito do trabalho (art. 22, I, do texto constitucional), o campo de
aplicação das normas laborais corresponderá ao de todo o território nacional. Entretanto,
surge a dúvida: há exceção à regra constitucional de aplicabilidade nacional das normas de
direito do trabalho? Podem os Estados legislar sobre questões específicas das matérias
laborais? A resposta é afirmativa, conforme ressalva do parágrafo único do art. 22 da CF. No
tocante, porém, à aplicação do Direito do Trabalho a relações laborativas vivenciadas no
espaço externo ao território brasileiro, especialmente em Estados estrangeiros, devemos levar
em consideração a Convenção de Direito Internacional Privado de Havana, 1928,
especialmente o seu art. 198, que sinaliza que a relação jurídica trabalhista é regida pelas leis
vigentes no país da prestação do serviço e não por aquelas do local da contratação, trata-se do
critério da territorialidade (ou da lex loci executionis). Assim, por exemplo, se um empregado,
independentemente de sua nacionalidade, é contratado para trabalhar na Itália, deve-se aplicar
a ele a legislação italiana. Mas, se um trabalhador, independentemente de sua nacionalidade,
seja transferido para laborar no exterior, depois de já ter trabalhado no Brasil, haverá então de
aplicar-se a esse trabalhador nos termos das Leis nº 7.064/82 e 11.962/2009, a disposição que
lhe seja mais benéfica, ou seja, a fonte normativa interna ou estrangeira que se revele mais
vantajosa. Cabe ressaltar que o TST editou a Súmula 207, nos seguintes termos: “A relação
jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço, e não por
aquelas do local da contratação” reconhecendo o princípio da lex loci executionis, porém sem
as exceções contidas nas Leis 7.064 e 11.962/2009, essa súmula, porém foi cancelada pela
Resolução 181/12 de 2012, com o cancelamento da súmula o tema está aberto e será
resolvido, de acordo com a lei mais favorável ao trabalhador.

Ainda, em relação ao Direito do Trabalho, podemos dizer que ele se submete ao


princípio jurídico geral que rege o conflito das normas jurídicas no tempo. A eficácia da
norma trabalhista no tempo leva em conta dois princípios constitucionais gerais, o da
irretroatividade, uma vez que a lei não pode retroagir para prejudicar, pois deve respeitar o
direito adquirido, a coisa julgada e o ato jurídico perfeito, e o da aplicabilidade imediata dos
direitos fundamentais, na medida em que as normas veiculadoras de direitos fundamentais
sociais, inclusive os de natureza trabalhista, entram em vigor imediatamente com o início da
vigência da lei. Ainda, no âmbito infraconstitucional dispõe a Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro, em seu art. 6º. Podemos citar, também o disposto no art. 912 da CLT “Os
dispositivos de caráter imperativo terão aplicação imediata às relações iniciadas, mas não
consumadas, antes da vigência desta Consolidação. ” A lei 13.467/2017 é omissa a respeito da
eficácia das suas normas no tempo e manteve o art. 912 da CLT. Ainda, não há nessa lei,
disposição expressa a respeito de sua aplicação aos contratos celebrados antes de sua
vigência, e nem poderia, por causa do princípio da irretroatividade das leis. Sobreveio a MP
808, que não foi convertida em lei, cujo art. 2º prevê que “O disposto na lei n. 13.467 se
aplica, na integralidade, aos contratos de trabalho vigentes”, como a Lei 13.467/2017 não fala
nada sobre sua aplicabilidade nos contratos, a perda da validade da MP traz esta incerteza. As
súmulas 51 e 288 do TST adotam a tese da irretroatividade, assegurando assim aos
trabalhadores o direito adquirido às condições mais vantajosas previstas no regulamento
anterior. A súmula 277 do TST e o Precedente Normativo 120 da SDC revelam a evolução
substancial da jurisprudência especializada a respeito da “aderência contratual limitada por
revogação” atualmente essa súmula que consagra o princípio da Ultratividade das normas,
encontra-se com aplicabilidade suspensa, porém a sentença normativa vigora. Com o advento
do novo art. 614, § 3o, da CLT, com redação dada pela Lei 13.467/2017, “não será permitido
estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos,
sendo vedada a Ultratividade”. Imperioso destacar que o art. 2o da MP 808, de 14.11.2017,
como já ressaltado acima, previa expressamente que a Lei 13.467, de 13.07.2017, se aplicaria,
“na integralidade, aos contratos de trabalho vigentes”. Esse novo dispositivo da MP 808
deveria ser interpretado conforme a Constituição, pois esta somente permite a edição de
Emendas Constitucionais ou leis que visem à melhoria das condições sociais dos
trabalhadores (art. 7o, caput), vedando a retroatividade das leis (art. 5o, XXXVI, in casu, o
contrato de trabalho é ato jurídico perfeito) e prestigiando a observância do princípio da
progressividade dos direitos sociais, positivado no art. 2o, n. 1, do Pacto Internacional sobre
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, ratificado pelo Brasil. Ocorre que a MP 808 não foi
convertida em lei pelo Congresso Nacional como já mencionado, a citada medida sequer foi
submetida ao Congresso para aprovação. Portanto, perdeu sua validade a partir de 23 de abril
de 2018.Mesmo perdendo sua validade a partir da citada data, a medida produziu efeitos
jurídicos durante o período em que esteve vigente, ou seja, a contar de 14/11/2017 a
22/04/2018. Neste período, todos os atos praticados pelo empregador com base na MP
808/2017, foram válidos e possuem amparo legal. Entretanto, a partir de 23/04/2018, o
empregador precisa ter alguns cuidados para não incorrer em erro de procedimento, se
porventura fizer alguma alteração contratual com base nas normas do que estabelecia a
referida MP.

Tendo em vista o que foi mencionado, fica claro a importância das questões
levantadas, pois sem essas questões não conseguiríamos, por exemplo, analisar um contrato e
saber quais são seus limites. Por isso, é importante a análise da aplicação do Direito do
Trabalho, para termos uma ideia mais abrangente acerca de suas normas e da eficácia das
mesmas no tempo e no espaço.

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