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Índice

Introdução..........................................................................................................................2
Objectivos..........................................................................................................................2
Gerais.............................................................................................................................2
Específicos.....................................................................................................................2
Poder de decisão Unilateral...............................................................................................3
Actos Primários..............................................................................................................4
Actos Secundários..........................................................................................................6
Validade e eficácia do acto administrativo........................................................................7
Distinção entre validade e eficácia................................................................................7
Eficácia do acto administrativo.......................................................................................10
Vícios do acto administrativo..........................................................................................14
Ilegalidade do acto administrativo...............................................................................14
Ilegalidade orgânica.....................................................................................................14
Ilegalidade formal........................................................................................................16
Ilegalidade material......................................................................................................16
Sanação dos actos administrativos..................................................................................19
Sanção administrativa a pessoas físicas.......................................................................20
Sanção administrativa a pessoas jurídicas...................................................................20
Conclusão........................................................................................................................22
Bibliografia......................................................................................................................23
Introdução
No presente trabalho debruçaremos a cerca do direito administrativo no que tange ao
poder de decisão unilateral, espécies dos actos administrativos, validade e eficácia dos
actos administrativos e os respectivos vícios e sanções dos actos administrativos.

Desejamos que seja coerente, clara e de fácil percepção aos leitores.

Objectivos

Gerais
 Fazer análise de poder de decisão unilateral, validade e eficácia do acto
administrativo, vícios do acto administrativo e sanção dos actos administrativo.

Específicos
 Descrever o poder de decisão unilateral;
 Descrever a validade e eficácia do acto administrativo;
 Identificar os vícios dos actos administrativos;
 Identificar as sanções dos actos administrativos.

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Poder de decisão Unilateral
Segundo Jorge Rodrigues Simão (2010), enquanto no regulamento a Administração
Pública nos aparece a fazer normas gerais e abstractas, embora inferiores à lei, no poder
de decisão unilateral a Administração Pública aparece-nos a resolver casos concretos.

A Administração, perante um caso concreto, em que é preciso definir a situação, a


Administração Pública tem por lei o poder de definir unilateralmente o direito aplicável.
E esta definição unilateral da Administração Pública é obrigatória para os particulares.
Por isso, a Administração é um poder.

A Administração declara o direito no caso concreto, e essa declaração tem o valor


jurídico e é obrigatória, não só para os serviços públicos e para os funcionários
subalternos, mas também para todos os particulares.

Pode a lei exigir, e muitas vezes exige, que os interessados sejam ouvidos pela
Administração antes de tomar a sua decisão final.

Pode também a lei facultar, aos particulares a possibilidade de apresentarem


reclamações ou recursos graciosos, designadamente recursos hierárquicos, contra as
decisões da Administração Pública.

Pode a lei, e permite, que os interessados recorram das decisões unilaterais da


Administração Pública para os tribunais administrativos, a fim de obterem a anulação
dessas decisões no caso de serem ilegais. A Administração decide, e só depois é que o
particular pode recorrer da decisão. Não é a Administração que tem de ir a tribunal para
legitimar a decisão que tomou. É o particular que tem de ir a tribunal para impugnar a
decisão tomada pela Administração.

Espécie de acto administrativo

Para Albano Macie (2015) quanto a espécie, os actos administrativos podem ser
primários e secundários. Devemos salientar que a LPA não faz essa tipificação dos actos
administrativos, mas mostra-se de relevante interesse pela reprodução prática que
assume na vida burocrática administrativa.

É verdade que os órgãos de decisão nem sempre se apercebem da importância desta


tipificação no momento da sua aplicação, mas tal se fará presente nos casos de recursos

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contenciosos, no momento da definição do regime jurídico aplicável a decisão
impugnada.

Actos Primários
Segundo Diogo Freitas do Amaral citado em Albano Macie (2015), são actos primários
aquelas que versa pela primeira vez sobre uma determinada situação da vida. Os actos
primários modificam o ordenamento jurídico preexistente pela primeira vez,
pronunciando-se a autoridade administrativa também sobre o caso concreto pela
primeira vez. Exemplo: a emissão de uma licença de condução.

Os actos primários, por sua vez, bifurcam-se em actos impositivos e permissivos:

1. Actos Impositivos

São os actos administrativos que impõem a adopção por alguém de uma certa conduta
ou que o sujeita a certas obrigações de natureza pública. São designadamente actos
impositivos os actos de comando, actos punitivos, actos ablativos e actos de juízo.

a) São actos de comando aqueles que impõem a adopção de uma conduta positiva
ou negativa a um particular. Sempre que se trata de uma conduta positiva diz se
ordem quer seja verbal ou escrita.
Tratando-se de conduta negativa diz se proibição.
b) São punitivos os actos administrativos que impõem sanções de natureza
administrativa ao administrados: a pessoas físicas e colectivas.
c) São ablativos os actos administrativos que extinguem, alteram ou modificam o
conteúdo de um direito preexistente, sujeitando ao destinatário um sacrifício.
d) São de juízo os actos administrativos pelos quais a entidade administrativa
normalmente competente, qualifica segundo critério de justiça ou técnicos e
objectivos, pessoas, coisas ou actos submetidos a sua apreciação,
independentemente da vontade dos destinatários (Albano Macie, 2015).
2. Actos Permissivos

Dizem-se permissivos os actos que possibilitam a alguém a adopção de uma conduta


ou a omissão de um comportamento que de outro modo lhe estaria vedado. São eles:

a) Os que conferem ou ampliam vantagens


A autorização, a licença, a concessão, a delegação, a admissão e a subvenção.

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 A autorização: acto pelo qual a administração publica permite a alguém
o exercício de um direito ou competência de um direito ou de uma
competência preexistente.

A autorização é a condição para o exercício de um direito por parte do requerente. Ele já


é titular desse direito, só que para exerce-lo é preciso que a administração pública dê a
divida permissão.

 A licença: é antes um acto jurídico constitutivo de direitos subjectivos a


favor de particulares em áreas privadas de actuação relativamente
proibidas por lei, que consiste na atribuição a um particular a faculdade
de exercer uma actividade privada que é por lei relativamente proibida.

Na licença, o particular não tem nenhum direito preexistente, ele adquire-o a partir do
momento em que é titular da licença, daí a sua natureza constitutiva.

 A concessão: consiste na atribuição a uma pessoa física ou colectiva de


direito privado o direito de exercer uma actividade de natureza publica,
que o concessionário desempenhará por conta e riscos próprios, mas no
interesse geral.

A concessão é feita através de um contrato administrativo, mas como refere Marcelo


Caetano não há nexo necessário entre a transferência de poder e determinada forma,
isto é, nada há que logicamente imponha ser a concessão só possível por contrato ou
por acto administrativo.

 A delegação: é um acto que ocorre dentre da administração pública, em


que o superior hierárquico, normalmente competente em certa matéria
transfere o exercício da sua competência, quando permitido pela lei para
o órgão subalterno para que este passe a decidir sobre a mesma matéria.
Portanto só depois da delegação é que o agente subalterno passa a
decidir, ao contrário ele carecerá de competência para o efeito.
 A admissão: acto pelo qual a administração investe um particular numa
determinada categoria legal, de que decorre certos direitos e deveres.
 A subvenção: consiste na atribuição a um particular de um apoio
financeiro destinada a cobrir os custos relativos a prossecução de uma
actividade privada, mas de relevante utilidade pública.
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b) Os que eliminam ou reduzem encargos

São actos que eliminam ou reduzem encargo a dispensa e a renúncia.

 A dispensa: consiste em exonerar o particular no cumprimento de uma


obrigação de carácter geral e legalmente imposta, mas que não corresponda a um
direito da administração.
 A renúncia: consiste na declaração feita por um órgão da administração,
despojando-se de titularidade de um direito legalmente disponível, dando-se pelo
facto a perda desse direito. Portanto, o que o órgão renuncia é o direito e não a
competência, pois esta é de ordem publica (Albano Macie, 2015).

Actos Secundários
São os que incidem directamente sobre um acto primário anterior, regulando
reflexamente a situação subjacente ao acto primário sobre o qual versa.

São actos secundários: os actos integrativos (que completam os actos primários),


nomeadamente: a aprovação, o visto, o acto confirmativo e a ratificação confirmativa;
actos sanadores (ratificaçãosanação, a reforma, a convalidação e a conversão);
modificativos (a suspensão, a modificação e a rectificação) e desintegrativos (a
revogação e anulação).

a) A aprovação

É um acto administrativo emitido no âmbito do controle prévio de mérito e de igualdade


com vista a conferir a eficácia ao acto primário submetido a aprovação. Portanto, a
aprovação é condição de eficácia do acto primário. Exemplo: o art. 6 da lei nº7/97, de
31 de Maio, relativa a tutela administrativa do estado sobre as autarquias locais.

b) O visto

É o acto administrativo pelo qual um órgão competente declara por tomado


conhecimento de outro acto (ou documento, sem se pronunciar sobre o conteúdo) ou
declara não ter objecções de legalidade ou de mérito sobre o acto examinado e por isso
lhe confere eficácia.

O nosso supremo tribunal administrativo já se pronunciou a propósito do valor do visto.

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c) Acto confirmativo

Tem a função de manter ou reiterar validos ou em vigor o conteúdo de um outro acto


administrativo anterior. O acto confirmativo pode resultar, por exemplo, de um risco ou
reclamação em que o órgão reclamado ou recorrido mantém a decisão anterior,
confirmando-a.

d) Ratificação-confirmação

Consiste em órgão da administração, normalmente, competente para dispor sobre certa


matéria, exprimir a sua concordância relativamente aos actos praticados, em
circunstância extraordinária, por um órgão excepcionalmente competente (Albano
Macie, 2015).

Validade e eficácia do acto administrativo

Distinção entre validade e eficácia


Segundo Albano Macie (2015) a validade e a eficácia são institutos jurídicos bem
próximos. Mas a proximidade não quer dizer confusão, eis a delimitação:

A validade corresponde a capacidade ou aptidão que o acto administrativo tem de


efectivamente produzir aos efeitos jurídicos pretendidos com a sua prática. O acto
administrativo só será válido se estiver conforme a ordem jurídica, isto é, o acto
administrativo só será válido se, se conformar com disciplina exigida para a sua
formação, nomeadamente: i) as regras de boa administração (o acto administrativo deve
ter o mérito e ser conveniente), embora não possam fundamentar a anulação contenciosa
do acto; ii) a conformidade com o bloco de juridicidade (normas e princípios jurídicos).
Portanto, o acto é quando reúne os requisitos legalmente exigidos.

A eficácia respeita elementos extrínsecos de que depende a efectiva produção defeito.


Assim, a eficácia é a efectiva produção de efeito pelo acto administrativo. Isto é, o acto
torna-se operacional.

O valor negativo da validade é a invalidade, que consiste numa sanção imposta por lei
ao acto que tenha sido praticado com a ofensa à ordem jurídica, isto é, que não
obedeceu aos requisitos exigidos para a sua perfeição.

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O valor negativo da eficácia é a ineficácia, que consiste na privação da produção dos
efeitos do acto administrativo.

Estivemos a tratar de quatro conceitos: validade, invalidade, eficácia e ineficácia. Estes


conceitos podem ser conjugado e assim teremos:

 Um acto valido e eficaz: situação normal da conformidade jurídica


 Um acto valido mas ineficaz: a ineficácia resulta da não verificação de certas
circunstâncias.
 Um acto inválido mas eficaz: nos casos em que o vicio que afecta o acto conduz
a anulabilidade.
 Um acto inválido e ineficaz: são as situações de vícios que conduzem à nulidade
do acto, em que o acto não conduz efeitos ab initio. Por exemplo: nomeação de
um individuo a funcionário publico que tenha sido expulso do aparelho do
Estado.

Validade do acto administrativo

Segundo Albano Macie (2015) a matéria da validade é tratada nos artigos 118 a 123 da
Lei nº 14/2011 de 10 de Agosto. A validade do acto podem reportar-se ao elementos
essenciais e não essenciais e dizem respeito as exigências que a lei faz a cada um dos
elementos do acto administrativo para que este seja valido.

Dever de fundamentação dos actos administrativos e consequências da sua


violação

A fundamentação consiste na exposição dos motivos ou justificativos de facto e de


direito que levam o autor a tomar a decisão administrativa e a dotá-la de certo conteúdo.
Assim abordaremos:

a) Acto de fundamentação obrigatória

Segundo o art. 121 da LPA devem ser obrigatoriamente fundamentado os seguintes


actos administrativo, que:

 Neguem, extingam, restrinjam ou afectem, por qualquer modo os direitos e


interesses legalmente protegidos, ou impunham ou gravem deveres, encargos e
sanções;

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 Decidam reclamação ou recurso;
 Decidam em contrário da pretensão ou oposição formulada pelo interessado;
 Decidam em sentido inverso de parecer, informação ou proposta final.
b) Acto de fundamentação dispensável

Não é obrigatório a fundamentação dos seguintes actos administrativos (n.º2 do art.121


da LPA):

 Cessação de funções de direcção, chefia e confiança ou equiparadas;


 Homologação de deliberação tomadas pelos júris;
 Ordem legítimas dadas pelos superiores hierárquicos em matérias de serviço e
na forma legal.
c) Funções da fundamentação dos actos administrativos

A fundamentação dos actos administrativos cumpre as seguintes funções:

 Defesa do particular: facilita ao particular a estrutura melhor a sua impugnação


administrativa (recursos hierárquico ou reclamações) ou contencioso (recursos
contenciosos) se conhecer os motivos que levam ao indeferimento da sua
pretensão;
 Controlo da Administração Publica: ajuda o controlo das decisões dos órgãos
inferiores pelos seus superiores, em casos de fiscalização ou supervisão, pois
ficarão a saber melhor das razoes do indeferimento dos pedidos dos particulares;
 Pacificação das relações entre a administração pública e os particulares: a
fundamentação torna-se inteligíveis as decisões dos órgãos administrativos
perante os particulares, não ficando a cargo do particular a procura in abstracto
do motivo da rejeição da sua pretensão.
 Clarificação e prova dos factos sobre os quais assenta a decisão: a segura a
transparência da actuação administrativa que facilita o controlo jurisdicional dos
actos administrativos.
d) Requisitos ou pressupostos da fundamentação

Nos termos do n.º1 do art. 122 da LPA a fundamentação deve ser expressa, através de
resumida exposição dos fundamentos de facto e de direito da decisão, podendo
consistir em simples declaração de concordância com fundamentos de anteriores

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pareceres, informações ou propostas que constituem, neste caso, parte integrante do
respectivo acto. Assim deve concluir-se o seguinte sobre o regime da fundamentação:

 Ela deve ser clara, expressa, congruente, sucinta e acessível;


 Ela deve ser de direito e de facto;
 Ela deve ser coerente, suficiente e bastante, isto é, deve ser completa, sem
contradições e obscuridades.
e) Casos especiais de fundamentado de actos orais

O artigo 123 trata desta matéria e reúne-se no seguinte. Os actos administrativos que,
eventualmente, afectem direitos subjectivos e interesses legalmente protegidos dos
particulares que seguem orais devem constar das actas, com a devida fundamentação.

Não contando das mesmas, o requerimento dos interessados e para o efeito de


impugnação, devem ser reduzidos a escrito e comunicado integralmente à aqueles, no
prazo de 15 dias, mediante expedição de oficio sobre registo do correio ou da entrega de
notificação pessoal, a cumprir no prazo também de 15 dias.

Todavia, a falta de requerimento não sana o vício do acto por falta de fundamentação.

f) Casos especiais de fundamentação dos actos de homologação ou declaração


de conformidade

Em casos de homologação de pareceres, informações e propostas, sem que o órgão


altere as devidas conclusões, deve entender-se cumprido o dever de fundamentação,
pois as declarações de concordância absorvem os fundamentos e as conclusões
provindas de outros órgãos ou agentes subalternos. Dai que os fundamentos e as
conclusões daqueles actos integram-se perfeitamente na decisão de homologação,
passando dela a fazer parte integrante (n.º1 do art. 122, in fine).

g) Consequências da falta de fundamentação

A falta de fundamentação de um acto administrativo que seja imposto por lei, nos
termos do artigo 121 da LPA, conduz à nulidade do mesmo acto (alínea b) do n.º2 do
artigo 129 da LPA).

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Eficácia do acto administrativo
Inicio de eficácia

Para Albano Macie (2015) em regra geral, na ordem jurídica moçambicana o acto
administrativo começa a produzir os seus efeitos ou torna-se operacional a partir da data
da sua prática (n.º1 do art.124 da LPA). O acto considera-se praticado desde o momento
em que os seus elementos essenciais e acessórios intrínsecos se encontram preenchidos,
sem prejuízo de se questionar, eventualmente, e a posteriori a sua validade.

A excepção consiste no que existem actos que, por lei ou por vontade da Administração,
a produção dos seus efeitos se verifique de forma retroactiva ou deferida.

Diz-se eficácia retroactiva, quando o acto começa a produzir seus efeitos no momento
anterior ou precedente da sua prática, isto é, produz efeitos a partir do passado.

A retroactividade é imposta nos casos de:

 Execução dos acórdãos ou sentenças do Tribunal Administrativo ou dos


tribunais administrativos, respectivamente, que anulam ou declaram nulas ou
inexistentes certos actos administrativos;
 Actos de revogação anulatória ou anulados pela Administração Publica, claro,
dentro do prazo legalmente imposto (o de recursos administrativos contencioso
de actos anuláveis);
 Actos que resultem da convalidação ou sanação de actos anteriormente
inválidos, através da ratificação, reforma ou conversão;
 Actos interpretativos e as rectificações de erros de escrita ou de cálculo.

A segunda, é a eficácia deferida ou futura, (cfr. Art. 126 da LPA), quando os efeitos se
produzem ad futurem, nomeadamente, nos casos de actos sujeitos à aprovação de outros
órgãos (exemplo, actos das autarquias sujeitas à aprovação tutelar), actos sujeitos à
fiscalização prévia dos tribunais administrativos (exemplo, as nomeações de
funcionários), os actos sujeitos à condição ou termo suspensivo, ou quando os seus
efeitos, pela natureza do acto ou por qualquer disposição legal, dependerem da
verificação de qualquer requisito que não respeite à validade do próprio acto.

Requisitos de eficácia

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São os requisitos da eficácia as condições ou exigências que a lei faz a cada acto para
que possa ser operacionalizada ou produzir efeitos. A LPA indica as seguintes
condições de eficácia: a publicidade ou a notificação dos actos aos seus destinatários.
A publicidade através do Boletim da Republica só existe nos casos em que o legislador
não determinou forma especial, o que induz o conclusão geral de que a publicação no
BR, 2.ª Serie, é a regra geral.

A publicidade quando imposta por lei é um elemento inelutável para a producao de


efeitos, provocando a ineficácia do acto.

Quanto às notificações vide Infra 302

Por recurso à Lei n.º 7/97, de 31 de Maio, Lei de Tutela administrativa das autarquias
locais, acrescentamos como condição de eficácia a aprovação do órgão tutelar das
decisões das autarquias locais.

Podemos ainda acrescer, por força da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro, como
condição de eficácia de certos actos o visto dos tribunais administrativos, bem assim,
pode-se falar nos termos do EGFAE da posse do funcionário no cargo público para que
a nomeação seja eficaz.

Caso especial de eficácia de actos constitutivos de deveres ou encargos

Os actos que imponham deveres ou encargos começam a produzir os seus efeitos a


partir da data da sua notificação os destinatários, ou de uma forma do seu conhecimento
oficial ou do começo de execução dos actos, desde que não estejam sujeitos à
publicação (n.º1 do art. 128 da LPA).

Haverá conhecimento oficial sempre que o interessado intervenha no procedimento


administrativo e aí revele o perfeito conhecimento do conteúdo no acto (n.º2).

Marca começo de execução, o inicio de produção de quaisquer efeitos que atinjam o


destinatário do acto (n.º3).

Casos de suspensão de eficácia do acto administrativo

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A eficácia do acto administrativo pode ser suspensa em parte ou no todo. A suspensão
de eficácia quer significar a paralisação dos efeitos do acto administrativo perante o seu
destinatário.

Os actos administrativos só podem ser suspensos:

 Pelas entidades administrativas com competências para revogar;


 Pelas entidades administrativas que exercem os poderes de tutela administrativa;
 Pelos tribunais administrativos, em caso de pedido judicial de suspensão de
eficácia, sendo o regime definido pela lei do processo Administrativo
Contencioso.

Interpretação e integração do acto administrativo

Primeiro, a interpretação. Interpretar significa achar o alcance e o sentido do conteúdo


do acto administrativo, isto é, averiguar o que decidiu a Administração com a
manifestação da sua vontade, seja ela própria ou heterónima, isto é, imposta nos casos
de actos que concretizam as decisões judiciais. São alguns exemplos de actos que
necessitam interpretação, os seguintes:

 O visto, que incide sobre uma proposta de relatório de instrução de um processo


disciplinar. O que ele quer dizer por exemplo?
 A homologação, que incidir sobre o pedido de férias de um funcionário. O que
ela significa?

Na interpretação do acto administrativo, o intérprete deve tomar em conta os seguintes


elementos:

 O texto da decisão;
 Os fundamentos do acto;
 O tipo legal do acto;
 As normas aplicáveis;
 Os princípios gerais do Direito Administrativo.

A interpretação pode ser feita pelos seguintes órgãos:

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a) Pelo autor do acto ou melhor pela administração: emanando actos
interpretativos ou aclarações confirmativas (quando confirma o conteúdo do acto
interpretado), aclarações revogatórias (quando extingue os efeitos do acto
interpretado) e aclarações modificativas (quando altera o conteúdo do acto
administrativo);
b) Pelos tribunais administrativos: é uma interpretação externa e ultima, isto é, os
tribunais dão a ultima palavra. A interpretação feita pelos tribunais
administrativos pode resultar de um recurso contencioso, momento em que o
tribunal assacara das devidas consequências, anulando ou declarando nulo o
acto, ou pelo contrário negando provimento ao recurso, momento em que
confirma o conteúdo do acto recorrido. É preciso chamar atenção de que a
interpretação do acto no caso do recurso contencioso não é o ser do recurso, é
um meio para o cumprimento da função do recurso.

Por fim, a integração de lacunas do acto administrativo que consiste no preenchimento


ou sanção de lacunas que eventualmente o acto possa comportar. Existem duas vias:

a) Sendo actos administrativos vinculados. A integração faz-se com o recurso à


vontade normativa, isto é, com o recurso à lei;
b) Sendo actos administrativos discricionários. A interpretação faz-se com o
recurso à vontade hipotético do autor do acto, dentro dos limites traçados pela lei
ao conferir o poder discricionário.

Vícios do acto administrativo


Segundo Diogo Freitas do Amaral (2001,p.382) a ilegalidade do acto administrativo
pode assumir várias formas. Estas formas chamam-se vícios do acto administrativo. Por
conseguinte, os vícios do acto administrativo são formas específicas que a ilegalidade
do acto administrativo pode revestir.

Ilegalidade do acto administrativo


Consiste na inobservância pelo órgão administrativo dos requisitos impostos por lei para
a emissão do acto administrativo. Assim, a ilegalidade pode revestir as seguintes
modalidades:

 Ilegalidade orgânica: que abrange a usurpação de poder e a incompetência;

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 Ilegalidade formal: que engloba o vicio de forma;
 Ilegalidade material: que inclui a violação da lei e o desvio de poder.

Ilegalidade orgânica
São formas de ilegalidade orgânica a usurpação de poder e a incompetência.

a) Usurpação de poder

Haverá sempre usurpação do poder quando o órgão administrativo pratica um acto


ofendendo o princípio de separação de poderes (art. 133 da CRM). Isto é, o órgão da
administração pratica um acto incluído nas funções de outros órgãos da soberania, que
não o executivo ou o Governo. Por exemplo, pratica um acto não integrado nas funções
do Presidente da Republica, da Assembleia da Republica, do Conselho constitucional ou
tribunais.

Com efeito a usurpação de poder consistir na:

 Usurpação do poder moderador: quando o órgão da administração pratica um


acto integrado nas competências do Presidente da Republica.
 Usurpação do poder legislativo: quando o órgão da administração pratica um
acto incluído nas competências da Assembleia da Republica, quando o órgão
incumbido de exercer a função legislativa.
 Usurpação do poder judicial: quando o órgão da administração pratica um acto
integrado na função jurisdicional, nomeadamente, Conselho Constitucional ou
dos tribunais.

b) Incompetência

Consiste na prática por um órgão da administração de um acto administrativo integrado


nas atribuições ou competências de outro órgão administrativo. Ela reveste duas
modalidades fundamentais a incompetência absoluta e a incompetência relativa.

 Incompetência absoluta: haverá sempre que um órgão da administração ou de


um Ministério pratica um acto administrativo integrado nas atribuições de outra
pessoa colectiva publica ou fora do Ministério a que pertence. Portanto, o órgão

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administrativo através dos seus poderes funcionais pratica um acto estranho as
atribuições do respectivo Ministério ou pessoa colectiva.
A incompetência absoluta conduz a nulidade do respectivo acto (alínea c do nº2
do art.12 da LPA).
 Incompetência relativa: resulta da prática por um órgão administrativo de actos
administrativos estranhos as respectivas competências. Isto é, o órgão
administrativo invade competências pertencentes a outro órgão administrativo,
mas dentro da mesma pessoa colectiva pública.
O acto eivado de vício de incompetência relativa é anulável produzindo efeito
ab initio.

Ilegalidade formal

Consiste unicamente no vício de forma. O vício de forma apresenta as seguintes


modalidades: a carência da forma legal, a preterição de formalidades essenciais e a falta
de fundamentação.

a) Carência absoluta de forma legal

Haverá sempre que o acto for emanado, violando-se a forma de exteriorização imposta
pela lei.

b) Preterição de formalidades essenciais

Consiste na não observância pelo órgão administrativo das formalidades impostas pela
lei para a prática do acto ou anteriores a sua prática. Esta modalidade de vício pode
consistir em: preterição de formalidades essenciais anteriores a pratica do acto e na
preterição de formalidades essenciais impostas no momento da pratica do acto.

c) Falta de fundamentação

A carência da fundamentação do facto e de direito ou uma fundamentação deficiente,


por falta de coerência, suficiência e clareza ou contraditória.

O vício de forma, nas diversas modalidades, conduz a nulidade do acto administrativo.

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Ilegalidade material

A ilegalidade material consiste na violação da lei e no desvio de poder.

a) Violação da lei

Haverá violação da lei sempre que o conteúdo ou o objecto do acto administrativo


visado, incluindo os respectivos pressupostos estiver desconformidade com as regras de
direito que lhe são aplicáveis. Tais regras de direito consubstanciam-se na Constituição
da Republica, actos legislativos, actos regulamentares e princípios gerais do direito.

Note-se que a violação de um acórdão dos tribunais administrativos que anula ou


declara nulo um acto administrativo, impondo a prática doutro, pode consubstanciar este
vício, quando o órgão administrativo decide coisa diversa ou desconforme com o
conteúdo ou sentido do acórdão, no âmbito do exercício do dever de executar que
incumbe a administração pública.

A violação da lei pode consubstanciar a nulidade (n.º1 do art.35 da LPAC), ou a


anulabilidade, dependendo da modalidade que o vicio assumir.

b) Desvio do poder

Consiste na desconformidade do acto administrativo com o fim para o qual a lei


conferiu ao órgão administrativo poderes discricionários. Portanto, o desvio do poder
resulta do mau uso dos poderes discricionários da administração pública (discrepância
entre o fim real e o fim legal).

Segundo Diego Freitas de Amaral, para determinar a existência de um vício de desvio


de poder, tem que se proceder a três operações:

 Apurar qual o fim visado pela lei ao conferir a certo órgão administrativo um
determinado poder discricionário (fim legal);
 Averiguar qual motivo principalmente determinante da prática do acto
administrativo em causa (fim real);
 Determinar se este motivo principalmente condiz ou não com aquele fim
legalmente estabelecido: se houver coincidência o acto será legal portanto

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válido; se não houver coincidência o acto será ilegal por desvio do poder
portanto ilegal.

O desvio de poder pode assumir duas modalidades:

 Desvio de poder por motivo de interesse público: quando as faculdades


discricionárias de politica destinadas a assegurar, por exemplo, a sanidade
publica sejam usadas com o fim exclusivo de obter receitas pecuniárias para um
serviço administrativo ou quando a competência discricionária disciplinar seja
exercida, não para melhorar o serviço mas para dar uma satisfação a opinião
publica alarmada com certos factos nele ocorridos o que resultam da sua
desorganização;
 Desvio de poder por motivo de interesse privado: quando o órgão
administrativo, através do poder discricionário que a lei lhe conferiu, prossegue
um fim ou objectivo pessoal.

O vício do poder por motivo de interesse publico conduz a anulabilidade do respectivo


acto administrativo e por motivo de interesse privado à anulabilidade do respectivo acto.

Ilicitude do acto administrativo

A ilicitude é um juiz de desvalor que incide sobre o acto administrativo praticado, com
ofensa de valores decorrentes do princípio da unidade de ordem jurídica. Portanto, a
ilicitude é um vício generalizado para toda ordem jurídica. A ilicitude é mais ampla que
legalidade, sendo por isso, que em regra, a ilicitude do acto administrativo coincide com
a ilegalidade.

Vícios de vontade

Os vícios de vontade que podem afectar os actos administrativos resultam da


perturbação da vontade dos órgãos da administração pública a praticar os seus actos. Tal
ocorre, juntamente porque os órgãos administrativos não actuaram de forma livre e
esclarecidas por motivos alheios a sua vontade nomeadamente, influenciados pelo erro,
pelo dolo, pela coação ou incapacidade acidental.

Mas diga-se para o registo que estes vícios não têm autonomia suficiente para invalidar
o acto administrativo em particular vinculado, salvo o caso de dolo ou coação física ou

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moral provocado por um particular, enganando definitivamente o órgão de
administração pública a tomar uma certa decisão ao seu favor.

Fundamentos do recurso contencioso de anulação

a) Erro de facto

Haverá erro de facto quando o órgão administrativo acreditou em vão que se verificam
os factos de natureza a constituir a circunstância em vista da qual a competência foi
prevista. Neste sentido a administração publica toma em consideração uma situação de
facto sobre a qual esta mal informada.

A ser relevante, o acto administrativo praticado com erro é anulada.

b) Dolo

Para que seja causa de invalidade do acto administrativo há que apelar ao princípio da
unidade do sistema jurídico ou da ordem jurídica e com recurso aos princípios gerais
que n9os di8zem como devemos reagir, concluir que o particular utilizou um artifício ou
expediente malicioso para induzir a órgão da administração pública a uma falsa noção
da realidade de modo a decidir num sentido prejudicial do interesse público visado por
lei em benefício do particular ou de terceiros, ou pura simplesmente prejudicando
interesse público.

c) Coação física ou moral

Haverá coação física ou moral sempre que um órgão da administração pública é de


forma não livre e nem consciente levado a praticar um acto administrativo sobre pressão
ilegítima coagindo-o.

A coação pode ser físico (vis absoluta), quando o particular usa a forca brutal ou pressão
física que limita a vontade de órgão administrativa e serão coação moral (vis
compulsiva), quando a pressão ilegítima é exercida sobre órgão administrativa no
intuito de coagi-lo a pratica de um acto administrativo.

d) Incapacidade acidental

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A incapacidade acidental está regulada no artigo 257 do Código Civil, existe quando no
momento da prática do acto administrativo haja por parte de órgão administrativo
incapacidade de entender o sentido e o conteúdo do acto administrativo ou falte o livre
exercício da vontade desde que tal incapacidade natural seja notória ou conhecida.

Sanação dos actos administrativos


A sanção administrativa é um procedimento que visa punir servidores ou empresas que
não cumprem as funções públicas para as quais foram designados.

A sanção administrativa, também conhecida como disciplinar, é o instrumento usado


para penalizar infractores que praticam actos que não estão de acordo com as normas
previstas. Actos que fogem do principal objectivo da Administração Pública: servir ao
cidadão e proteger o interesse público. Tanto pessoas físicas como jurídicas estão
sujeitas à sanção administrativa.

Sanção administrativa a pessoas físicas


Ocorre quando o envolvido é um servidor público que comete infracções no
desempenho da função. Também quando deixa de cumprir as tarefas para as quais é
designado ou ainda usa do cargo para obter vantagens pessoais, por exemplo.

O servidor que não cumpre com os seus deveres pode ser punido de seis maneiras:

 Advertência;
 Suspensão;
 Demissão;
 Cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
 Destituição de cargo em comissão;
 Destituição de função comissionada.

O processo de sindicância existe justamente para fazer uma investigação sobre o


comportamento irregular do servidor público. Essa etapa antecede a sanção
administrativa e prevê direito do contraditório e ampla defesa da pessoa. Nos casos em
que o servidor confessa a infracção, a sindicância pode ser dispensada.

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Sanção administrativa a pessoas jurídicas
São punições a empresas privadas contratadas (geralmente por processo de licitação)
que deixam de cumprir as obrigações previstas em contrato público, como deixar de
fornecer energia eléctrica ou entregar uma obra com qualidade inferior.

As empresas são sujeitas a quatro tipos de punição:

 Advertência;
 Multa;
 Suspensão temporária;
 Declaração de inidoneidade.

Nesse caso, a empresa fica sujeita às punições previstas no contrato assinado com a
Administração Pública, que pode prever diferentes penalidades em cada caso. No
entanto, especialistas dizem que deve ser seguido o conceito da "proporcionalidade", ou
seja, a pena tem que estar de acordo com a gravidade do acto. Uma infracção sem dano
pode ser punida com uma simples advertência.

O processo administrativo é aquele que investigará a obrigação prevista em contrato que


a empresa deixou de cumprir. Do mesmo modo que ocorre com servidores públicos,
aqui também cabe o direito de contraditório e ampla defesa. Caso a empresa seja
considera culpada por parte da Administração Pública, poderá entrar com um recurso
administrativo para reaver a questão.

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Conclusão

Após a elaboração do trabalho concluímos que, a Administração Pública tem um poder


de decisão exclusivamente unilateral o que faz com que ela não tenha acordos bilaterais
nem negociações entre partes. Com as espécies do acto administrativo examinamos o
modo de ser da administração, isto é, as circunstancias em que os actos administrativos
se podem apresentar.

Quanto a validade corresponde à aptidão que o acto administrativo tem de


efectivamente produzir os efeitos jurídicos pretendidos com a sua prática, isto é, só será
valido se estiver conforma a ordem jurídica. No tange a eficácia é a efectiva produção
de efeito pelo acto jurídico, tornando-se operacional.

E por fim sobre os vícios, ele afectam os elementos essências que podem invalidade os
actos administrativos, e como consequência a nulidade do acto. O acto administrativo
viciado pode ser anulado pela Administração Pública ou pelo Poder Judicial. A sanção
administrativa é o instrumento usado para penalizar infractores que praticam actos que
não estão de acordo com as normas previstas. Actos que fogem do principal objectivo
da administração publica (servir ao cidadão e proteger o interesse publico).

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Bibliografia

MACIE, A. Lições de Direito Administrativo Moçambicano (Vol. III), Maputo, 2015

AMARAL, Diogo Freitas do. Curso de Direito Administrativo (Vol. I). 3ª ed.,
ALMEIDA, Lisboa, 2006

Simão, J. R. Manual do Direito Administrativo. 1ª ed., Portugal, 2010

Wikipédia. (14 de Fevereiro de 2017). Mundo Advogados, pdf. Acesso em 28 de


Agosto de 2019, disponível em Wikipédia, a enciclopédia livre: www.
Mundoadvogados.com.br

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