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Procedim
com To
Botulínica --
Editor Assistente
Dalano Hoang, D.C.
Clinic Director,
Monterey Bay Laser Aesthetics,
Capitola, CA
Guia Prático de Procedimentos com Toxina Botulinica ISBN 978-85-8053-045-2
Copyright © 2013 by Di Livros Editora Ltda.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida,
total ou parcialmente, por quaisquer meios, sem autorização, por escrito, da Editora.
Nota
A medicina é uma ciência em constante evolução. As precauções de segurança padronizada devem ser seguidas, mas,
à medida que novas pesquisas e a experiência clinica ampliam o nosso conhecimento, são necessárias e apropriadas
modificações no tratamento e na farmacoterapia. Os leitores são aconselhados a verificar as informações mais recentes
fornecidas pelo fabricante de cada produto a ser administrado, a fim de confirmar a dose recomendada, o método
e a duração do tratamento e as contraindicações. Ao profissional de saúde cabe a responsabüidade de, com base em
sua experiência e no conhecimento do paciente, determinar as doses e o melhor tratamento para cada caso. Para
todas as finalidades legais, nem a Editora nem o(os) Autor(es) assumem qualquer responsabüidade por quaisquer
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A Editora
Edição original:
A Practical Guide to Botulinum Toxin Procedures ISBN-13: 978-1-60913-147-0
ISBN-lO: 1-60913-147-9
v
vi Apresentação
Dra. Small não oferece uma revisão superficial e rápida sobre os assuntos, pelo
contrário, são guias práticos e aprofundados para realizar esses procedimentos.
A ênfase, aqui, deve deter-se nos termos "prático" e "aprofundado': Não há des-
perdício com palavras muito misteriosas, todo procedimento é explicado em um
formato claro, sucinto e útil, que permite aos profissionais de todos os níveis de
experiência a aprender e ganhar a partir desses livros.
O formato básico desses livros consiste na anatomia pertinente; as indicações
e as contraindicações específicas; detalhes de como planejar e explicar sobre a rea-
lização dos procedimentos, suas complicações e como lidar com elas; tabelas com
comparações e doses de materiais necessárias; instruções ao paciente antes e pós-
procedimento; além de formulários de consentimento informado (um aspecto que
economiza muito tempo); sugestão de prontuário de procedimento e uma lista de
fornecedores. Uma bibliografia extensa e atualizada é fornecida em cada texto para
leitura complementar. As fotografias são abundantes, mostrando a realização dos
procedimentos, assim como imagens de antes e depois. Esses textos abrangentes
são claramente escritos para aquele profissional que deseja "aprender tudo" sobre
os tópicos levantados. Os pacientes decididamente desejam esses procedimentos e
a Dra. Small forneceu a informação que vai ao encontro da demanda dos médicos
para aprendê-los.
Aos interessados em procedimentos estéticos, esses livros são uma dádiva de
Deus. Mesmo para aqueles que não se interessam muito na realização dos proce-
Apresentação vi i
ix
X Prefácio
xi
Apresentação v
Prefácio ix
Agradecimentos xi
Seção 1: Anatomia 1
Seção 2: Introdução e
Conceitos Fundamentais 9
Seção 3: Áreas de Tratamento 27
1 Rugas Glabelares 29
2 Rugas Frontais 39
3 Rugas Periorbitais 51
4 Rugas lnfraorbitais 63
5 Lifting de Sobrancelha 75
6 Rugas Nasais 83
7 Rugas Labiais 91
8 Sorriso Gengiva I 103
9 Linhas de Marionete 111
10 Mento 121
11 Bandas Cervicais 131
12 Hiperidrose Axilar 141
Bibliografia 765
Todos os videoclipes dos procedime11tos podem ser eiiCOIIIrados 110 website do livro.
xiii
PROCEDIMENTOS COM TOXINA BOTULINJCA
Anatomia
1
2 Procedimentos com Toxina Botulínica
Glabela
Base nasal
Asa nasa l - - - - - -
Colunas
dofiltro ~
Arcado ~ •,
cupido
Borda do
vermelhão
.lf!1:t:l.!\ ~ )
LINHAS DE EXPRESSAO MÚSCULOS AÇOES
Sobrancelha s se movimentam
Linha s de preocupação Corrugador do supercílio
na direção mediai
Prócero e depressor do Depressores da sobrancelha na
supercílio direção mediai
Linhas horizontais da fronte Frontal Levantador da sobrancelha
Porção lateral do orbicular Depressor lateral da
Pés-de-galinha
dos o lhos sobrancelha
Porção lateral superior do Depressor lateral superior da
Sobrancelha elevada
orbicular dos olhos sobrancelha
Sorriso de coelho Paredes nasais se movimentam
Nasal
(rugas nasais) na direção mediai
Código de ba rras
Orbicular da boca Contração dos lábios
(linhas radiais labiais)
Linhas de marionete Depressor do ângulo da boca Depressor dos cant os da boca
Levantador do lábio Levantador da porção central
Sulcos nasolabiais
superior e da asa do nariz do lábio
Linha do mento Contração do queixo e
Mentoniano
(ruga no queixo) levantamento do lábio inferior
Legenda:
Laranja: músculos depressores Lilás: músculos levantadores Cinza: músculos esfincterianos
PROCEDIMENTOS COM TOXINA BOTULfNICA
Introdução e
Conceitos Fundamentais
A administração de injeções de toxina botulínica é uma habilidade essencial para
méd icos e profissionais qualificados na área de saúde que pretendem incorporar a
medicina estética à sua prática. Segundo as estatísticas da Sociedade Americana de
Cirurgiões Plásticos, desde a sua aprovação para uso cosmético pelo US Food and
Drug Adm inistration (FDA -órgão regulamentador americano para alimentos e
medicamentos), a toxina botulínica tornou-se o procedimento cosmético minima-
mente invasivo mais utilizado, com mais de três milhões de tratamentos realizados
anualmente. A fim de realizar com sucesso os procedimentos com toxina botulínica,
são necessárias a compreensão da anatomia relevante e uma visão de estética facial,
além da habilidade na aplicação, para que se obtenham os resultados desejados.
Envelhecimento Cutâneo
Um a característica proeminente do envelhecimento cutâneo é a formação de ru-
gas. A pele torna-se naturalmente mais fina e perde o volume, no decorrer do
tempo, à medida que o colágeno, o ácido hialurô nico e a elastina da derme gra-
dualmente diminuem. Esse processo de atrofia dé rmica é acelerado e composto
por exp osição solar e outros fatores extrínsecos, como o tabagismo. A musculatura
facial hiperdinâmica também contribui para a formação de linhas e rugas visíveis.
De início, as linhas e rugas são vistas somente durante a expressão facial ativa, com o
fran zir da fronte, a risada ou o sorriso, e são citadas como linhas dinâmicas (Fig. l A).
Ao longo do tempo, essas linhas se tornam marcadas de modo permanente na pele,
resultando em linhas estáticas (Fig. 2B), que se apresentam quando em repouso.
A B
FIGURA 1 Paciente mais jovem demonstra ndo linhas glabelares dinâ micas, vistas com a
contração do músculo do complexo glabelar (A) e ausência de li nhas estáticas em repouso (8).
Direitos reservados, Dra. R. Smal l.
9
10 Procedimentos com Toxina Botulínlca
B
FIGURA 2 Paciente mais idosa mostrando linhas
glabelares dinâmicas vistas com a contração do múscu lo
do complexo glabelar (A) e linhas estáticas em repouso (B).
Direitos reservados, Dra. R. Small.
• Outros usos cosméticos não prescritos incluem a redução de rugas na face supe-
r ior e inferior, pescoço e colo; lifting de áreas faciais e a correção d e assimetrias
faciais.
Mecanismo de Ação
A toxina botulínica é uma neurotoxina proteica da bactéria Clostridium botulinum.
Quando são utilizadas pequenas quantidades, a toxina inj etada nos músculos-alvo
provoca denervação química localizada, devido à inibição de liberação de acetilco-
lina na junção neuromuscular (Fig. 3). Isso reduz temporariamente as contrações
musculares e suaviza as rugas cutâneas na área de tratamento.
Proteínas SNAP-25
(sinaptobrevina)
clivadas
Toxina
Término de neurônio
botulínica
(protease)
Receptor de
acetilcolina
Célula muscular
FIGURA 3 • A toxina botulínica inibe a liberação de acetilcolina na j unção neurom uscu lar.
Direitos reservados, Dra. R. Small.
Linhas de Expressão
Básicas
Rugas entre as Rítides glabelares Complexo glabelar:
sobrancelhas (cenho) corrugador dos supercílios,
prócero e depressor dos
supercílios
Linha s de preocupação Rítides frontais Frontal
(horizontais da testa)
Pés-de-galinha Rítides periorbitais ou Orbicular do olho, porção
periorbiculares lateral orbital
Avançadas
Rugas da pálpebra Rítides infraorbitais Orbicular dos olhos, porção
inferior pré-septal inferior
Elevação da sobrancelha Redução de sobrancelhas Orbicular dos olhos, porção
(lifting) ptóticas e dermatocálase superior lateral orbital
Sorriso de coelho Rítides nasais Nasal
Código de barras (linhas Rítides periorais Orbicular da boca
de fumante ou do batom)
Linhas de marionete Sulco lábio-geniano e sulco Depressor do ângulo da
lábio-mentoniano boca
Boca "triste" (de Comissuras orais com Depressor do ângulo da
ventríloquo) depressão boca
Bigode chinês Sulcos I Pregas nasolabiais Levantador do lábio
e nasogeniano superior e da asa do nariz
Exposição excessiva da Sorriso gengiva I Levantador do lábio
gengiva superior e da asa do nariz
Linha do queixo Sulco mentoniano ou sulco Mentoniano
lábio-mentoniano
Rugas no queixo Contração mentoniana Mentoniano
Rugas verticais do Bandas platismais Platisma
pescoço
Seleção de Pacientes
Os pacientes com rugas dinâm icas que possuem pouco ou nenhum traço estático
(Fig. 1) demonstram mudanças mais acentuadas com os tratam entos com toxina
botulínica. Os resultados com rugas estáticas (Fig. 2) são mais lentos e cumulativos
e podem requerer de dois a três tratamentos consecutivos para obter resultados
mais significativos. As linhas estáticas profundas podem não responder totalmente
ao tratamento com a toxina botulínica e podem necessitar do tratamento combi-
nado com preenchedores dérmicos ou procedimentos de resurfacing para obter
resultados ideais. As rugas estáticas mais severas e a flacidez, geralmente vistas
em pacientes co m 65 anos ou m ais, p odem necessitar de interven ção cirúrgica.
A discussão relativa às expectativas e aos resultados realistas durante o processo
da avaliação e consulta é essencial.
Objetivos do Tratamento
Os tratamentos com toxina botulínica são direcionados para músculos especifica-
mente selecion ados ou regiões musculares para inibir a contração, de modo loca-
lizado, e obter os resultados almejados, como a suavização da pele ou elevação de
áreas faciais. Um resultado ideal gera um bom efeito estético, sem comprometi-
mento funcional, ou com um grau mínimo, na área tratada e a ausência de efeitos
indesejados ou complicações.
O grau de inibição muscular alcançado com a toxina botulínica em uma de-
terminada área de tratamento segue a preferência do paciente e a necessidade de
preservação da funcionalidade nos músculos tratados. Por exemplo, alguns pa-
cientes podem desejar a inibição total dos músculos do complexo glabelar com o
tratamento com toxina botulínica nas linhas glabelares, enquanto outros podem
desejar a inibição muscular parcial, mas com a manutenção de alguma capacidade
de franzimento. Normalmente, é buscado um grau maior de inibição muscular em
tratamentos no terço superior da face, em vez de na face inferior. Nesta última, a
inibição muscular parcial é o resultado desejado, sendo que os músculos tratados
ainda devem ser capazes de realizar as funções essenciais, como comer, beber e
falar. Os objetivos do tratamento nos próximos capítulos baseiam- se nas prefe-
rências comuns do paciente e nas considerações de funcionalidade muscular nas
áreas tratadas.
14 Procedimentos com Toxina Botulínica
Produtos
A bactéria C. botulinum produz oito sorotipos de proteínas de toxina botulínica
(A, B, C-alfa, C-beta, D, E, F e G). O sorotipo A da toxina botulínica é o mais po -
tente e utilizado para fi ns cosméticos. Atualmente o FDA aprovou d ois produtos
d e sorotipo A d a toxina botulínica, para tratamento dos músculos do complexo
glabelar que formam as lin has glabelares: toxina onabotulínica tipo A (OBTX)
(Botox® produzido pela Allergan, Inc, Irvine, Califórnia) e a toxina abobotulínica
tipo A (Dysport®produzida pela Medieis Pharmaceutical Corp, Scottsdale, Arizo-
na), ambas inicialmente conhecidas como toxina abobotuli num tipo A. O OBTX e
a toxina botulínica tipo A variam na fó rmula, na capacidade d e difusão, no início
de ação, na eficácia e nas complicações e não são intercambiáveis. Todas as referên-
cias ao OBTX neste livro referem -se especificamente ao Botox.
Terapias Alternativas
A toxina botulínica é o único tratamento para as rugas dinâmicas q ue atualmente
tem ap rovação p elo FDA. O utros tratamentos para as rugas estáticas incluem os
peelings químicos; a m icrodermoabrasão; p rodutos tópicos com o retinoides, la-
sers não ablativos para coagulação de tecido mole e para fin s d e "esticar" com o o
infravermelho e a radiofrequência; lasers não ablativos para remodelagem d e colá-
gen o como os lasers de 1320 nm, 1540 nm e Q-switched; lasers ablativos e fracio-
nados como os de érbio e d ióxido de carbono; além de procedimentos ci rú rgicos,
com o a dermoabrasão e a cirurgia plástica.
Contra indicações
• Gravidez ou amamentação
• Infecção ativa na área de tratam ento (por ex., herpes simples, acne com pústulas
e celulite)
• Cicatriz hipertrófica ou queloidal
• Sangramento an ormal (por ex., trombocitopenia, uso de anticoagulantes)
• Cicatrização comprom etida (por ex., devido a imunossup ressão)
• Atrofia cutânea (por ex., uso crônico de esteroides orais, síndromes genéticas
com o a de Ehlers-Danlos)
• Dermatoses ativas na área de tratamento (por ex., psoríase e eczem a)
• Sensibilidade ou alergia aos componentes de toxina botulínica (incluindo a to -
xina botulínica sorotipo A, albumina humana, lactose ou succinato de sódio)
• Alergia ao leite com produtos de toxina abobotulínica tipo A
• Movimento m otor grosso enfraquecido (por ex., devido a poliomielite ou para-
lisia de Bell)
Introdução e Conceitos Fundamentais 15
Vantagens
• Tecnicamente simples e com tempo de tratamento curto
• Seguro e eficaz, particularmente no terço superior da face
• Alta satisfação do paciente
Desvantagem
• Curta duração da ação em relação aos outros procedimentos cosméticos, em -
bora os efeitos possam ser cumulativos ao longo do tempo com tratamentos
recorrentes
Equipamento (Fig. 4)
• Reconstituição do Botox
• Botox cosmético (frasco com 100 unidades)
• Seringa 5 ml
• Frasco de 10 ml de solução salina estéril e não preservada a 0,9%
• Agulha 18G de 0,5 polegada
• Tratamento de Botox
• Botox cosmético reconstituído (100 unidades/4 ml)
• Seringa de 1 ml com ponta Becton-Dickinson Luer-LokTM
• Agulha 30G de 1 polegada
• Agulha 30G de 0,5 polegada
• Agulha 32G de 0,5 polegada
• Gaze non-woven de 3 x 3"
• EspeU1o de mão (para consulta)
16 Procedimentos com Toxina Botulínica
Álcool
Agulhas 30G, 1/2"
Agulhas 18G,
Hemostato
1 1/ 2"
Seringas de 1 ml
Seringas de S m l
Abridor de ampola
FIGURA 4 Equipamento para t rata mentos com toxi na botulínica. Direitos reservados, Ora. R.
Small.
Método de Reconstituição
O Botox cosmético é d istribuído em pó, geralmente em frascos de 50 ou 100 unida-
des. Para sua reconstituição, recomenda-se, pelos fabricantes e pelo autor, a solução
salina não preservada. A solução preservada é utilizada para a reconstituição por al-
guns fabricantes, pois pode reduzir o desconforto com a injeção. Não há um volume
padronizado para a reconstituição, a eficácia do Botox baseia-se no número de uni-
dades injetadas, em vez da diluição. Entretanto, volumes maiores de diluição (10 m l
ou mais) podem aumentar a difusão e, assim, o risco de complicações.
O método de reconstituição do autor, utilizando um frasco de Botox de 100
unidades, é descrito a seguir:
• Utiliza-se uma agulha de 18G com uma seringa de 5 ml, inserindo 4 ml de solu-
ção salina não preservada a 0,9%.
• Inseri r a agulha em um ângulo de 45 graus em um frasco de Botox de 100 un i-
dades e injetar a solução salina lentamente, mantendo o êmbolo com pressão
crescente, de forma que o diluente escorra pelas paredes do frasco.
• Agitar gentilmente o frasco com o Botox reconstituído, registrar a data e a hora
da reconstituição n o frasco.
• A reconstituição do pó de Botox com 4 ml de solução salina resulta em um a con-
centração de toxina botulínica de 100 unidades por 4 ml (lOO unidades/4 ml).
," Seção _2'' Introdução e Conceitos Fundamentais 17
Manuseio e Armazenamento
O Botox é transportad o congelad o, em gelo seco. Antes e após a reconstituição
deve ser armazenado no refrigerador a uma temperatura de 2 a soe por até 24-36
meses, conforme o tamar: ho do frasco. Embora o fabricante recomende o uso do
Botox dentro de 24 horas após sua reconstituição, a Comissão d e Consenso do
Botox d a Sociedade Americana de C irurgia Plástica recomenda o uso do Botox
dentro de 6 semanas após a sua reconstituição e afirma a ausência de perda de
potência dele nesse período.
Anatomia
• Musculatura d a face anteroposterior (seção de Anatomia, Fig. 1).
• Musculatura de face oblíqua (seção de Anatomia, Fig. 2).
• Musculatu ra superficial e profunda da face (seção de Anatomia- Toxina Botu-
línica, Fig. 3).
• Rugas e sulcos da face anteroposte rior (seção de Anatomia, Fig. 4) .
18 Procedime ntos com Toxina Botullnica
Consulta Estética
Deve ser realizada a revisão de toda a história do paciente, incluindo os medi-
camentos ingeridos, as alergias, o histórico médico, que inclu i as condições de
contrai ndicação de tratamento, o histórico cosmético que inclui os procedimentos
estéticos minimamente invasivos e as cirurgias plásticas, bem como a satisfação
com os resultados e os efeitos colaterais, além da história social que inclui ativida-
des profissionais em que a expressão facial não pode ser comprometida.
As áreas de interesse devem ser examinadas e, com o paciente segurando um
espelho, pedir a ele que priorize as áreas. Notar qualquer assimetria, como a al-
tura desigual entre as sobrancelhas, documentar no prontuário e na fotografia.
Discutir as opções de tratamento e quantidade recomendada de tratamentos, os
resultados esperados, as expectativas realistas e o custo do procedimento. Revisar
os riscos de complicações associadas com o procedimento e formular um plano
de tratamento cosmético, registrando no prontuário juntamente com o consenti-
mento informado, assinado pelo paciente. Aconselha-se o uso de documentação
fotográfica (conhecida como fotodocumentação) nos procedimentos estéticos e
obter fo tografias dinâmicas e estáticas antes do tratamento com toxina botulínica
e aproximadamente 2 semanas após o tratamento para demonstrar os resultados.
Na ocasião da discussão de tratamento com toxina botulínica ou outra injeção,
pode ser útil a utilização de terminologia para leigos ou "am igável ao paciente" a
fim de reduzir a ansiedade dele. Os exemplos de termos utilizados incluem:
Checklist Pré-Procedimento
• Realizar uma consulta estética e obter um consentimento informado.
• T irar fotografias de pré-tratamento com o paciente contraindo ativamente os
músculos na área em que deseja o tratamento e com os músculos em repouso.
• Documentar e discutir qualquer assimetria perceptível antes do tratamento.
• Diminuir a formação de edemas com a descontinuidade de ingestão de aspiri-
nas, vitamina E, Hypericum perforatum L (erva-de-são-joão) e outros suple-
mentos alimentares de ação similar que incluem: ginkgo biloba, óleo de p rímu-
la, alho, tanaceto e ginseng por 2 semanas. Também d eve ser descontinuado o
uso d e medicamentos anti-inflamatórios não este roides e o consumo d e álcool
2 dias antes do tratamento.
• Para o tratamento de hiperidrose, deve ser descontinuado o uso de antiperspi-
rante 24 horas antes do tratamento e ler o capítulo de Hiperidrose para outras
etapas pré-procedimen to.
• Para o procedimento, posicionar o paciente confortavelmente em uma posição
reclinad a de cerca de 65 graus.
• Identificar a zona de segurança para o tratamento, que é a região recomend ad a
onde as injeções serão administradas. Confinar os tratamentos à área de zona de
segurança pode aumentar a eficácia e diminuir os efeitos colaterais.
• Localizar os músculos-alvo para a injeção com toxina botulínica, que estão loca-
lizados dentro da zona de segurança, instruindo o paciente para que contraia os
músculos relevantes utilizando determ inadas mímicas faciais; com o delineado
em cada capítul o.
• Identificar os pontos de injeção de toxina botulínica e OBTX e as d oses iniciais
a partir da figura de resumo que acompanha todos os capítulos.
• Instruir o paciente a fechar os olhos durante o procedi mento.
• Limpar as áreas de tratam ento com álcool an tes da injeção e esperar que o álcool
seque.
Anestesia
Norm almente, a anestesia não é necessária para tratamentos com toxina botulíni-
ca. Caso necessário, poderá ser utilizado gelo ou anestésico tópico antes das apli-
cações (por ex., benzocaína, lidocaína e tetracaína).
O pré-tratamento deve ser realizado nos locais de injeção anestésica com um
anestésico tópico como a benzocaína a 20%, lidocaína a 6% e tetracaína a 4% (BLT)
por 15-20 minutos antes do tratamento.
Os produtos anestésicos tópicos normalmente utilizados incluem:
• L-M -X (lidocaína a 4%-5%)*
• EMLA (lidocaína a 2,5% : prilocaína a 2,5%)**
20 Procedimentos com Toxina Botulfnica
O BLT é um dos anestésicos tópicos mais potentes e de ação rápida, sendo pre-
ferido para uso pela autora. Sua aplicação é ambulatorial, com uma dose máxima
de l /2 g, aplicada topicamente, por 15 minutos. Os efeitos são realçados por deter-
minados anestésicos tópicos com a cobertura do produto com um papel filme após
a aplicação na pele. Essa etapa não é necessária com o BLT, devido à sua potência.
Resultados e Acompanhamento
• Os músculos tratados geralmente demonstram uma redução parcial de função
em questão de 2 a 3 dias após o tratamento com toxina botulínica, com a re-
dução máxima após 1 a 2 semanas depois do tratamento. Os efeitos são mais
perceptíveis com o tratamento de linhas dinâmicas. As linhas estáticas são mais
demoradas para responder ao tratamento; necessitando geralmen te d e dois a
três tratamentos consecutivos e podem necessitar combinar com outros proce-
dimentos estéticos minimamente invasivos, como os preenchedores d érmicos
ou de resurfacing, a fim de obter resultados ideais.
• Caso a redução desejada da função muscular não seja obtida na área tratada,
pode ser realizado um retoque 2 sem anas após o tratamento inicial. A d ose de
retoque de tox ina botulínica varia segundo o grau de m ovimento reman escen -
te nos músculos-alvo e na área de tratamento (vide capítulos individuais para
d oses de retoque recomendadas). Deve ser realizada a reavaliação da área d e
tratamento, após 2 sem anas do procedimento; documentar e incluir fotografias
a cada visita.
• Os resultados de tratamentos com toxina botulínica no terço inferior d a face são
sutis, em relação às alterações marca ntes vistas no terço superior. Os pacientes
podem ser capazes de avaliar as melhoras pré e pós-tratamento nas linhas di-
22 Procedimentos com Toxina Botulínica
Aprendendo as Técnicas
• Marcar a zona de segurança com um lápis delinead or macio e branco ou mar-
cador cirúrgico a ntes do tratamento pode auxiliar a localizar os músculos-alvo
do tratamento; marcar os pontos de injeção pode ajuda r na colocação da agulha.
• Aconselha-se iniciar com doses conservadoras de toxina botulínica; cada capítu-
lo possui a dose inicial recomendável para uma determinada área de tratamento.
• Considerar a realização de tratamentos iniciais em membros da equipe e em
familiares para obter conhecimento e observar de perto os efeitos da toxina
botulínica.
• Os procedimentos de retoque podem ser realizados 2 semanas depois do trata-
me nto inicial, caso necessário.
• Considerar a possibilidade de realizar um tratame nto em si mesm o para obter
conhecimento pessoal sobre os procedimentos da toxina botulínica.
Complicações
As complicações e os efeitos colaterais podem ser classificados em categorias rela-
cionadas com a injeção ou com a toxina botulínica. As complicações relacionadas
com a toxina botulínica, abaixo listadas, podem ser associadas ao tratamento da
face e do pescoço. As complicações associadas com o tratamento de áreas específi-
cas, assim como as sugestões para tratamento, estão discutidas em seus respectivos
capítulos.
• Infecção
• Imobilidade ou disestesia
• Ansiedade
• Síncope vasovagal e perda de consciência
A dor com as injeções de toxina botulínica é mínima, já que são utilizadas
agulhas de pequeno calibre para o tratamento. Caso necessário, a dor de injeção
pode ser reduzida utilizando gelo ou anestésico tópico. A anestesia pré-tratamen-
to, especialmente a anestesia tópica, pode prolongar o tempo de tratamento.
A equimose normalmente é vista com as injeções de toxina botulínica, parti-
cularmente no tratamento de pés-de-galinha. As equimoses/petéquias poden1 va-
riar em tamanho desde as marcas da inserção da agulha até equimoses do tamanho
de uma moeda de 25 centavos de dólar ou, raramente, hen1atomas. O tempo para
superar depende da fisiologia do paciente e da extensão da equimose, as maiores
podem ficar visíveis por até 1 a 2 semanas. É preferível evitá-las e várias sugestões
estão listadas no Checklist Pré-Procedimento acima. A aplicação imediata do gelo
e a compressão podem diminuir sua formação e podem ser camufladas após o
tratamento com maquiagem.
O eritema e o edema são vistos em quase todas as injeções e normalmente se
solucionam dentro de algun1as horas após o tratamento. A compressão firme dos
locais de injeção, geralmente na fronte, podem diminuir efetivamente o edema. A
colocação de gelo geralmente não é necessária para esses casos.
A cefaleia pode ocorrer nas injeções no terço superior da face e norn1almente
se solucionam dentro de alguns dias após o tratamento sem uso de medicação. Há
relatos de dores de cabeça idiossincráticas severas que duraram de 2 a 4 semanas.
Os medicamentos anti-inflamatórios não esteroides normalmente são indicados
para o tratamento deste sintoma.
A infecção é rara com as injeções de toxina botulínica, embora possa ocorrer
em qualquer procedimento que rompa a pele. As etiologias mais comuns são bac-
térias ou reativação de herpes simples. A dor, a sensibilidade e o eritema prolon-
gados, com duração de períodos maiores que alguns dias, podem sinalizar infec-
ção e necessitam de avaliação com o tratamento específico da infecção.
A imobilidade ou disestesia na área do tratamento são extremamente raras e
podem resultar do compron1etimento do nervo com as injeções.
A ansiedade é comum nos procedimentos com injeções. A maioria dos pa-
cientes apresenta uma leve ansiedade ao procedimento, que pode ser reduzida não
deixando visível ao paciente o equipamento da injeção durante o tratamento, po-
dendo ser utilizadas técnicas de respiração. Raramente, os pacientes com ansie-
dade mais severa podem necessitar de medicamentos pré-procedimento (por ex.,
tramado! [tramal] 50 mg, 1 comprimido 30 minutos antes do procedimento). Os
episódios vasovagais associados com a ansiedade severa são possíveis e é aconse-
lhável que existam protocolos de emergência na realização dos procedimentos de
injeção.
24 Procedimentos com Toxina Botulínica
Áreas de Tratamento
27
-- Rugas
Glabelares
A B
FIGURA 1 Rugas glabelares (A) e um mês depois (B) do tratamento com toxina botulínica no
complexo glabelar, com franzimento ativo. Direitos reservados, Ora. R. Small.
Indicações
• Rugas glabelares
• Elevação (lifting) das sobrancelhas na direção mediai
Anatomia
• Rugas. Linhas glabelares ou rítides glabelares são linhas verticais entre as so-
brancelhas (vide seção de Anatomia, Figs. 4 e 5).
• Músculos-alvo. O tratamento com a toxina botulínica tem por objetivo os mús-
culos depressores do complexo glabelar, que incluem o corrugador dos super-
29
30 Procedimentos com Toxina Botulínica
Avaliação do Paciente
• São avaliadas as rugas glabelares dinâmicas (com a contração muscul ar) e as
estáticas (em repouso).
• A contração concomitante dos músculos frontal e do complexo glabelar é
avaliada durante o franzimento (Fig. 3). Os pacientes que utilizam esses dois
Cm®G'Jl"'' Rugas Glabelares 31
Objetivos do Tratamento
• Total inibição dos músculos do complexo glabelar.
Reconstituição
• Reconstituir 100 unidades de Botox cosmético em pó com 4 ml de solução sali-
na não preservada (vide seção de Introdução, Conceitos Fundamentais; Método
de Reconstituição).
• Os produtos de toxina botulínica não são intercambiáveis e todas as citações
neste capítulo à toxina onabotulínica tipo A (OBTX) referem-se especificamente
ao Botox.
32 Procedimentos com Toxina Botulfnica
Doses Iniciais
• Mulheres: 20 unidades de OBTX
• Homens: 25 unidades de OBTX
Anestesia
• A anestesia é desnecessária para a maioria dos pacientes, porém , pode ser utili-
zado um saco de gelo, caso necessário.
Revisão de Procedimento
• Posicionar as injeções dentro da zona de segurança (Fig. 4). A zona de segurança
está no mínimo 1 em acima da margem supraorbitária na linha do limbo lateral
e se estende para baixo em direção a um ponto aproximadamente 1 em abaixo
da proeminência da glabela. Ela segue por linhas verticais que se estendem a
partir dos limbos laterais até a linha do cabelo.
Linha do limbo
lateral
Margem
supraorbitária
FIGURA 4 Zona de seg urança para tratamento de rugas glabelares. Direitos reservados,
Dra. R. Small.
Ca~itulo 1 Rugas G/abelares 33
Margem do músculo
corrugador
Músculo prócero
Margem do músculo
corrugador
FIGURA 5 Resumo dos po ntos de injeção de toxina botulínica e doses para tratamento de
rugas glabelares. Direitos reservados, Ora. R. Small.
Técnica
1. Posicionar o p aciente em uma posição de reclinação de 60 graus.
2. Identificar a zona de segurança da ruga glab elar (Fig. 4).
3. Localizar os músculos do complexo glabelar e identifica r as m argens laterais
dos corrugadores, que ficam dentro da zona de segurança, instru indo o pa-
ciente a contraí-los, utilizando uma das mímicas faciais citadas.
4. Identificar os p ontos de injeção (Fig. 5).
S. Utilizar gelo para anestesia (opcion al).
6. P reparar os locais de injeção com álcool e esperar secar.
7. O profissional é posicionado no mesmo lado que irá receber a injeção.
8. Quando os músculos d o complexo glabelar estiverem contraídos, inserir a
agulha 1 a 2 em acima da marge m supraorbital na p orção lateral do m úsculo
34 Procedimentos com Toxina Botulínica
Resultados
• A redução das rugas glabelares dinâmicas normalmente são vistas dentro de
3 dias após o tratamento com toxina botulínica, com redução máxima em 1 a 2
semanas (Figs. lA e lB).
I
I'
;f Duração dos Efeitos e Intervalos do Tratamento
i.
• A função muscular na área tratada gradualmente retoma dentro de 3 a 4 meses
após o tratamento com toxina botulínica.
• Tratamentos subsequentes das rugas glabelares, com a toxina botulínica, podem
ser realizados quando os músculos do complexo glabelar começam a se contrair,
antes de as linhas retornarem à sua aparência pré-tratamento.
36 Procedimentos com Toxina Botulíníca
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados 2 semanas após o tratamento com toxi na botulínica
para verifica r a redução das rugas glabelares. Se persistirem as rugas glabelares,
avaliar as seguintes causas descritas:
• Contração do músculo glabelar. Os pacientes podem apresentar massa mus-
c ular maior do que a prevista na área de tratamento, e poderá ser n ecessária
uma maior quantidade de toxina botulínica para obter os resultados desejados.
A contração muscular persistente pode ser corrigida com um procedimento d e
retoque com 5 a 10 unidades de OBTX, dependendo do grau de atividade pre-
sente do músculo glabelar.
• Musculatura do complexo glabelar ampla. Se as margens laterais dos corru-
gadores se estendem além das linhas de zo na de segurança, essas porções des-
ses músculos não receberão o tratamento. Essas porções sem tratamento dos
músculos corrugadores retêm a função e podem provocar rugas glabelares na
porção m ediai. Não é aconselhável o tratamento dessas porções laterais dos cor-
rugadores, devido ao risco de blefaroptose e ptose d e sobrancelha.
• Contração do músculo frontal no franzimento. Em alguns pacientes, a con-
tração do músculo frontal contribui para a formação de rugas glabelares e o
tratamento com toxina botulínica no fro ntal pode ser necessário para obter a
redução ideal da ruga glabelar.
• Linhas estáticas. Os p acien tes com linhas superficia is estáticas que não pos-
suem uma depressão subjacente podem necessitar de tratamentos consecutivos
com toxina botulínica para que os resul tados sejam vistos. Os pacientes com
li nhas estáticas profundas e que possuem u ma depressão subjacente geralmente
se beneficiam da combinação de toxina botulí nica com os preenched o res cutâ-
neos (vide Tratamentos Estéticos Combinados, abaixo) .
Complicações e Tratamento
• As complicações comuns relacion adas com a injeção (vide seção de Introdução
e Conceitos Fundamenta is; Complicações).
• Blefaroptose (pálpebra caída)
• Ptose de sobrancelha (sobrancelha caída)
A blefaroptose é uma complicação temporária que pode ocorrer com o tratamento
de toxina botulínica nos músculos do complexo glabelar, principalmente se a toxina
fo r injetada muito próxima à margem supraorbital na linha do li mbo lateral. A Figu-
ra 9 mostra uma paciente 3 semanas após o tratamento com toxina botulínica (n ão
realizado pela autora) nos músculos do complexo glabela r com uma severa blefarop-
tose no lado direito e uma leve ptose de sobrancelha no lado direito. A blefaroptose
normalmente é vista com um rebaixamento de 2 a 3 mm da pá lpebra afetada, que é
mais marcante no final do dia com a fadiga muscular. Dificilmente (1 a 5%), e quase
sempre unilateral, se resolve espontaneamente dentro de 6 semanas.
Capítulo 1, Rugas G/abelares 37
B
FIGURA 10 • Ruga glabela r estática e profunda antes (A) e depois (B)
em tratamento combinado com toxina botulfnica no complexo glabelar e
preenchimento cutâneo na ruga glabelar. Direitos reservados, Ora. R. Small.
profundas de rugas glabelares antes (Fig. 10A) e 1 mês depois (Fig. 10B) de
tratamento combinado com a toxina botulínica no complexo glabelar e o trata-
mento com preenchimento cutâneo para o déficit de volume.
Preço
Os preços para o tratamento de toxina botulínica de rugas glabelares variam entre
200 e 500 dólares por tratamento ou de 10 a 25 dólares por unidade de OBTX.
Rugas Frontais
A B
FIGURA 1 As rugas frontais a ntes (A) e 1 mês depois (B) do tratamento do mú sculo frontal
com a toxina botulínica, com elevação da sobrancelha. Dire itos reservados, Ora. R. Small.
Indicações
• Rugas frontais
• Elevação lateral da sobrancelha
Anatomia
• Rugas. As linhas horizontais da fronte/rugas frontais, ou rítides frontais, se-
guem seu curso pela testa (vide seção de Anatomia, Figs. 4 e 5).
39
40 Procedimentos com Toxina Botulínica
Avaliação do Paciente
• As linhas dinâmicas (com contração muscular) e estáticas (em repouso) hori-
zontais da fronte são avaliadas.
• É avaliado o formato dinâmico e estático da sobrancelha.
• A ptose de sobrancelha (sobrancelhas baixas e caídas) e a dermatocálase de
pálpebra superior (flacidez da pele ou redundância) são avaliadas com o mús-
culo frontal em repouso. A Figura 2 mostra uma paciente com dermatocalasia
palpebral superior significativa. Os pacientes com esse quadro geralmente pos-
suem rugas frontais, pois a contração do músculo frontal é compensatória para
elevação das sobrancelhas baixas e redução da flacidez da pele palpebral. Embo-
ra o tratamento com a toxina botulinica melhore as linhas da fronte, pode piorar
esses outros aspectos e, quando se inicia o tratam ento com as injeções de toxina
botulínica, é aconselhável evitar o tratam ento em pacientes com dermatocalasia
Rugas Frontais 41
Objetivos do Tratamento
• A inibição total do músculo frontal em sua porção mediai para redução de ru-
gas frontais e com a inibição parcial da porção lateral do mesmo músculo para
manter um formato desejável da sobrancelha.
Reconstituição
• Reconstituir 100 unidades de Botox cosmético em pó com 4 ml de solução sali-
na não preservada (vide seção de Introdução, Conceitos Fundamentais; Método
de Reconstituição).
• Os produtos de toxina botulínica não são intercambiáveis e todas as referências
neste capítulo à toxina onabotulínica tipo A (OBTX) referem-se especificamente
ao Botox.
Doses Iniciais
• Mulheres: 15 a 22,5 unidades de OBTX
• Homens: 20 a 25 unidades de OBTX
Anestesia
• A anestesia é desnecessária para a maioria dos pacientes, porém, pode ser utili-
zada uma bolsa de gelo, caso necessário.
Resumo do Procedimento
• Realizar as injeções dentro da zona de segurança das rugas frontais (Fig. 3). A
zona de segurança é delimitada por linhas verticais nas porções laterais dos lim-
bos e inclui a área de 2 em acima da margem supraorbitária até a linha do cabelo,
assim como uma pequena área lateral às linhas verticais, aproximadamente 2 em
inferior à linha do cabelo. Restringir o tratamento à zona de segurança diminui
o risco de ptose de sobrancelha e preserva seu formato e sua altura.
Porção lateral
da linha do limbo
Margem
supra orbital
r
• • •
• • •
• •
Técnica
1. Posicionar o paciente em uma posição reclinada a 60 graus.
2. Identificar a zona de segurança horizontal da fronte (Fig. 3).
3. Localizar o músculo frontal e identificar as margens do músculo frontal para
instruir ao paciente para contraí-lo, utilizando uma das mímicas faciais citadas.
4. Identificar os pontos de injeção (Fig. 4).
5. Gelo para anestesia (opcional).
6. Preparar os locais de injeção com álcool e esperar secar.
7. O profissional fica posicionado em frente ao paciente.
8. Enquanto o músculo frontal está contraído, inserir a agulha no músculo frontal
dentro das linhas da zona de segurança. A agulha deve ficar em um ângulo de
30 graus em relação à fronte e a ponta é inserida na margem muscular. Injetar
2,5 unidades de OBTX com pressão gentil e constante do êmbolo (Fig. 5).
9. Continuar pela lateral ao longo de cada margem do músculo frontal dentro
das linhas de zona de segurança, injetando 2,5 unidades de OBTX, com apro-
ximadamente 1 em de distância. Realizar a injeção de modo uniforme ao lon-
go da fronte para obter simetria (Fig. 6).
44 Procedi mentos com Toxina Botulínica
10. A injeção final é colocada bem na lateral de linha de zona de segurança apro-
ximadamente 2 em abaixo da linha de cabelo, no ponto máximo da elevação
da sobrancelha. injetar de 1,25 a 2,5 unidades de OBTX e repetir no lado con-
tralateral.
11. Comprimir firmemente os locais de injeção, pressionando diretamente na
porção lateral à linha da zona de segurança afastando-se dos olhos.
Resultados
• Red ução d e rugas frontais d in âmicas e elevação lateral da sobrancelha nor-
malmente são vistas após 3 dias do tratamento com a toxina botulínica, com
melhora máxima dentro de 1 a 2 semanas (Figs. lA e lB).
Capítulo 2 Rugas Frontais 45
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados 2 semanas após o tratamento com toxina botulínica
para verificar a redução das rugas frontais e a simetria da sobrancelha e o formato
da sobrancelha em repouso, além da elevação ativa da sobrancelha.
46 Procedimentos com Toxina Botulínica
Complicações e Tratamento
• As complicações comumente relacionadas com injeções (vide seção de Introdu-
ção, Conceitos Fundamentais; Complicações)
• Ptose de sobrancelha (sobrancelha caída)
• Assimetria de sobrancelha
• Blefaroptose (pálpebra superior caída)
Rugas Frontais 47
B
FIGURA 8 Posição das sobrancelhas antes (A) e 2 meses depois
(B) do tratamento do mú sculo fronta l com a toxina botulínica,
demonstrando a ptose da sobrancelha. Di reitos reservados, Dra. R.
Small.
Procedimentos com Toxina Botulínica
48
Preço
Os custos de tratamento de toxina botulínica para rugas frontais variam de 200 a
500 dólares por tratame nto ou 10 a 25 dól ares por unidade de OBTX.
-- Rugas
Periorbitais
A B
FIGURA 1 Rugas periorbitais (pés-de-galinha) antes (A) e um mês depois (B) do tratamento
com toxina botulfnica na porção lateral do músculo orbicular do olho, com a contração muscular
ativa. Direitos reservados, Ora. R. Small.
Indicações
• Rugas periorbitais
• Lifting lateral de sobrancelha
Anatomia
Rugas. Pés-de-galinha ou rítides periorbitais se radiam lateralmente a partir dos
olhos (vide seção de Anatomia, Figs. 4 e 5).
51
52 Procedimentos com Toxina Botulínica
Avaliação do Paciente
• Blefaroplastia e histórico de outras cirurgias faciais devem ser revisados. A ana-
tomia alterada cirurgicamente pode aumentar o risco de complicações como a
ptose labial devido ao envolvimento do músculo levantador do lábio. A história
oftalmológica, incluindo a de cirurgia de refração de córnea (LASIK), é questio-
nada devido ao maior risco de olhos secos.
• São avaliadas as rugas periorbitais dinâmicas (com a contração muscular) e es-
táticas (em repouso).
Objetivos do Tratamento
• A inibição total da porção lateral do músculo orbicular dos olhos.
Rugas Periorbitais 53
Reconstituição
• Reconstituir 100 unidades de Botox cosmético em pó com 4 ml de solução sali-
na não preservada (vide seção de Introdução, Conceitos Fundamentais; Método
de Reconstituição).
• Os produtos de toxina botulínica não são intercambiáveis e todas as referências
à toxina onabotulínica tipo A (OBTX) neste capítulo referem-se especificamente
ao Botox.
Doses Iniciais
• Mulheres: dose total (bilateral) de 15 a 20 unidades de OBTX
• Homens: dose total (bilateral) de 20 a 25 unidades de OBTX
Anestesia
• Não se recomenda a anestesia com gelo, pois provoca a vasoconstrição e pode
diminuir o fluxo sanguíneo nos vasos.
Resumo do Procedimento
• Aplicar as injeções dentro da zona de segurança para pés-d e-galinha (Figs. 2A
e 2B) . A zona de segurança fica 1 em além da rebordo orbital, acima do nível da
margem superior do zigomático e se estende abaixo da sobrancelha para a linha
do limbo lateral. A toxina botulínica se concentra dentro da zona de segurança
das rugas periorbitais, mas as injeções também podem ser aplicadas na zona de
segurança estendida, conforme a anatomia do paciente.
• Na Figura 3 é mostrado um resumo dos pontos e as doses de O BTX para o trata-
mento de rugas periorbitais. Os pontos de injeção estão localizados nas "bordas"
do músculo contraído.
• Os padrões de rugas periorbitais variam; algumas se estendem superiormente
em direção à sobrancelha e outras se estendem inferiormente em direção aos
malares. O tratamento ideal é obtido com a adaptação de técnica de injeção
abaixo do padrão de rugas periorbitais específico do paciente.
• A toxina botulínica é aplicada subdérmica para o tratamento de rugas periorbi-
tais. É importante aplicar as injeções de maneira superficial nessa região, pois o
54 Procedimentos com Toxina Botulínica
1 em para fora
do rebordo orbital
Zigoma
Margem
supraorbitária
Zigoma
Técnica
1. Colocar o paciente em uma posição reclinada a 60 graus.
2. Identificar a zona de segurança das rugas periorbitais e apalpar a margem or-
bitária (Fig. 2).
3. Localizar o músculo orbicular dos olhos instruindo o paciente para contrair
os músculos, realizando uma das mímicas faciais citadas.
4. Identificar os pontos de aplicação (Fig. 3).
5. Preparar os locais de aplicação com álcool e esperar secar.
6. O aplicador deve se posicionar no lado que receberá a aplicação.
7. Enquanto o músculo orbicular dos olhos estiver contraído, inserir a agulha
1 em para fora do rebordo orbitário, próxima à linha lateral do canto palpebral
no primeiro ponto de injeção, localizado na "borda" do músculo. A agulha é
inserida subdérmica com a técnica já descrita no Resumo de Procedimento.
Injetar 2,5 unidades de OBTX com pressão suave no êmbolo (Fig. 4).
8. O ponto da segunda injeção fica aproximadamente 0,5 em superior ao da pri-
meira aplicação. Injetar 2,5 unidades de OBTX (Fig. 5).
9. O ponto da terceira injeção fica aproximadamente 0,5 em inferior ao da pri-
meira aplicação. A agulha é colocada em um ângulo inferior e de modo super-
ficial até o conector da agulha. Injetar 2,5 unidades de OBTX (Fig. 6).
10. Repetir as aplicações para o músculo orbicular do olho contralateral.
11. Comprimir firmemente os locais de aplicação, direcionando a pressão para
longe dos olhos.
Resultados
• Normalmente, após 3 dias do tratamento com toxina botulínica, é vista uma
redução de rugas periorbitais dinâmicas e o levantamento lateral da sobran-
celha, com pico máximo após 1 a 2 semanas (vide Figs. l A e lB).
58 Procedimentos com Toxina Botulfnica
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados após 2 semanas do tratamento para verificar a redução
de rugas periorbitais.
• Rugas periorbitais persistentes. Na presença de rugas periorbitais persistentes,
avaliar as causas comuns listadas a seguir:
• Contração do músculo orbicular dos olhos. Os pacientes podem possuir
massa muscular maior do que a prevista na área de tratamento e poderá ser
necessária toxina botulínica adicional para obter os resultados desejados. Esse
problema pode ser corrigido com um procedimento de retoque com 2,5 a 10
unidades de OBTX, dependendo do grau de atividade presente do músculo
orbicular dos olhos. Reavaliar a área tratada após 2 semanas do procedimento
de retoque.
• Contração do músculo malar. Alguns pacientes podem ficar com algumas
rugas remanescentes na porção inferior da área tratada, que são mais percep-
tíveis durante o sorriso (vide Fig. lB). Essas rugas ocorrem devido à função
contida dos músculos zigomáticos e não necessitam de tratamento adicional.
• Linhas estáticas. Se estiverem presentes as rugas periorbitais estáticas, os pa-
cientes poderão necessitar de vários tratamentos consecutivos com a toxina
botulínica para obter resultados visíveis. A combinação de toxina b otulínica
com outros procedimentos estéticos minimamente invasivos pode proporcio-
nar melhores resultados no tratamento das linhas estáticas nessa área (vide
abaixo, Combinação de Tratamentos Estéticos).
...
Rugas Periorbitais 59
Complicações e Tratamento
• As complicações comuns relacionadas com injeções (vide seção de Introdução e
Conceitos Fundamentais; Complicações)
• Edema
• Fotofobia
• Ptose labial resultando em assimetria do sorriso
• Incompetência oral resultando em sialorreia, dificuldades para falar, comer ou
beber
• Blefaroptose (pálpebra superior caída)
• Diplopia (visão dupla)
• Lagoftamia (fechamento incompleto da pálpebra)
• Reflexo do piscar de olhos comprometido
• Ectrópio palpebral inferior (eversão da margem palpebral)
• Xeroftalmia (olho seco)
• Trauma ocular
Edema (equimose) é a complicação mais comum vista no tratamento de ru-
gas periorbitais. As equimoses podem variar de tamanho, indo desde a marca do
ponto de inserção da agulha até o tamanho de uma moeda de 25 cents de dólar ou
hematomas; se o sangue extravasar, pode resultar em "olho preto", visto como uma
lesão de equimose infraocular ampla e crescente. O tempo necessário para solucio-
nar o problema depende da fisiologia do paciente e da extensão do edema. Edemas
maiores podem ficar visíveis por 1 a 2 semanas. É preferível sua prevenção; várias
sugestões estão listadas na seção de Introdução e Conceitos Fundamentais e no
Checklist de Pré-procedimento. A aplicação imediata de gelo e a pressão sobre o
edema podem diminuir os efeitos.
60 Procedimentos com Toxina Botulínica
A 8
FIGURA 7 Rugas periorbitais estáticas antes (A) e depois (B) de tratamento combinado com
a toxina botulínica no músculo orbicular dos olhos e o tratamento com preenchedor cutâneo do
zigoma. Direitos reservados, Dra. R. Small.
A 8
FIGURA 8 Rugas periorbitais estáticas antes (A) e depois (B) de tratamento combinado com a
toxina botulínica no músculo orbicular dos olhos e o resurfacing ablativo fracionado periorbital.
Direitos reservados, Ora. R. Small.
Preço
Os custos de tratamento de toxina botulínica para as rugas periorbitais variam de
200 a 500 dólares por tratamento e de 10 a 25 dólares por unidade de OBTX.
- Rugas
lnfraorbitais
A B
FIGURA 1 As rugas infraorbitais antes (A) e após 1 mês (B) do tratamento com toxina
botulínica do m úsculo orbicular dos olhos, porção inferior. Direitos reservados, Ora. R. Small.
Indicações
• Rugas palpebrais inferiores
• Aumento da abertura palpebral (ou seja, a distância entre as pálpebras superior
e inferior) e arredondando o formato dos olhos
• Diminuir o volume do músculo palpebral, também chamado de "ruga radial"
Contra indicações
• Vide seção de Introdução e Conceitos Fundamentais; Contraindicações.
• Dermatocalasia severa (flacidez da pele) da pálpebra inferior
• "Snap test" anormal
63
64 Procedimentos com Toxina Botullnica
Anatomia
• Rugas. As rugas na pálpebra inferior, ou rítide infraorbital, seguem um curso
horizontal e se radiam para a porção inferio r lateralmente a partir da pálpebra
inferior (Figs. lA e l B). Normalmente são associadas com um volume muscular
da pálpebra inferior com o movimento, conhecido como "ruga radial" (Fig. 2A).
As rugas da pálpebra inferior ocorrem com as mímicas faciais e podem se acen-
tuar com o tratamento de toxina botulínica para rugas periorbitais.
FIGURA 2 Rugas dinâmicas da pálpebra inferior e volume muscular (A) e rugas estáticas (8).
Direitos reservados, Dra. R. Small.
Capítulo 4 Rugas lnfraorbirais 65
Avaliação do Paciente
• É obtida a história cirúrgica facial do paciente, incluindo procedimentos como
a blefaroplastia e o resurfacing facial, como o laser ablativo ou peelings quími-
cos profundos nas pálpebras inferiores. O histórico oftalmológico, incluindo a
cirurgia refrativa (LASIK), deve ser levantado, pois esses pacientes apresentam
maior risco de olhos secos.
• As avaliações dinâmicas (com a contração muscular) da pálpebra inferior são
realizadas incluindo:
• Rugas de pálpebra inferior são avaliadas com o paciente realizando uma das
mímicas faciais abaixo listadas (Fig. 2A). As técnicas de injeção da toxina bo-
tulínica descritas neste capítulo podem reduzir as rugas de pálpebra inferior
na linha média da pupila ou lateral a ela. Elas não reduzem as rugas de pálpe-
bra inferior mediais à linha média das pupilas.
• O volume do músculo nas rugas infraorbitais também é avaliado com o
paciente contraindo os músculos palpebrais inferiores (Fig. 2A). A aplicação
de toxina botulínica na pálpebra inferior pode suavizar o volume muscular e
aumentar o fechamento das pálpebras, que pode aumentar e arredondar os
olhos.
• A avaliação estática (em repouso) da pálpebra inferior é realizada incluindo:
• Rugas estáticas da pálpebra inferior são avaliadas com a face em repouso
(Fig. 2B).
• A flacidez da pele das pálpebras inferiores pode ser clinicamente evidente
como rugas e sulcos da pele na área da pálpebra inferior (Fig. 4). O trata-
mento com toxina botulínica na pálpebra inferior pode aumentar essas rugas
e deve ser evitado em pacientes com flacidez óbvia da pele. Normalmente, é
necessário um procedimento cirúrgico para melhorar as rugas nos casos de
flacidez severa.
Flacidez
da pele
Bolsa
lnfraorbitária
Objetivos do Tratamento
• A inibição total da porção inferior do músculo orbicular d os olhos.
Reconstituição
• Reconstituir 100 unidades de Botox cosmético e m pó com 4 ml d e solução sa -
lina estéril não preservada (vide seção de lntrodução, Conceitos Fundame ntais;
Método de Reconstituição).
• Os produtos de toxina botulínica não são intercambiáveis e todas as referências
neste capítulo à toxina onabotulínica tipo A (OBTX) referem -se especificamente
ao Botox.
Doses Iniciais
• Mulheres e homens: d ose total (bilate ral) de 2,5 unidades de OBTX
Anestesia
• Não se recomenda a anestesia com gelo, pois provoca a vasoconstrição e pode
diminuir o fluxo sanguíneo nos vasos.
Resumo do Procedimento
• Na Figura 8 é mostrado um resumo dos pontos de injeção e as doses de OBTX
para o tratamento de rugas da pálpebra inferior. Normalmente são aplicad as
duas injeções em cada olho: uma mediai (Fig. 8A) e uma lateral (Fig. 8B) . Os
aplicadores iniciantes no uso de toxina botulínica po dem optar pela injeção so-
mente no ponto medial (Fig. 8A), para reduzir o risco d e complicações.
• A toxina botulínica é injetada subdérmica para o tratamento d e rugas de pálpe-
bras inferiores. Essas aplicações requerem um toque suave, pois o múscu lo orbi-
cular do olho é um músculo superficial e a pele da pálpebra inferior é m ui to fina.
• Pacientes com cílios mais longos que atrapalham o ponto de injeção m ediai de-
vem ser instruídos a "virar os olhos para cima" enquanto mantêm suas pálpebras
fechadas durante a realização da injeção.
70 Procedimentos com Toxina Botulfnica
A
O = 0,6 unidade de Botox
Linha do canto
lateral da pálpebra
Linha do
centro pu pilar
B
O = 0,6 unidade de Botox
Técnica
1. Colocar o paciente em uma posição reclinada a 60 graus.
2. Identificar os pontos faciais, apalpar o rebordo orbitário (Fig. 9). Identificar as
linhas do canto lateral e média pupilar (Fig. 8).
3. Preparar os locais de aplicação com álcool e esperar secar.
4. O aplicador deve se posicionar no lado que receberá a aplicação.
S. Aplicação na porção mediai da pálpebra inferior. A aplicação na pálpebra
inferior em sua porção mediallocaliza-se na linha média pupilar; 0,5 em infe-
rior à margem palpebral (Fig. 8A). Quando os músculos estão em repouso e os
Rugas Jnfraorbitais 71
Resultados
• Redução de rugas nas pálpebras inferiores, "rugas radiais" e aumento de
abertura dos olhos normalmente são aspectos vistos após 3 dias do tratamento
com a toxina botulínica, com melhores resultados após 1 a 2 semanas (Figs. l A
e l B). Ao contrário dos tratamentos com toxina botulínica em outras regiões da
face, as rugas palpebrais inferiores, tanto em rep ouso como as dinâmicas, nor-
malmente respondem bem ao tratamento.
72 Procedimentos com Toxina Botulínica
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados após 2 semanas do tratamento para verificar a redução
de rugas na pálpebra inferior e a posição palpebral. As rugas persistentes na pálpe-
bra inferior normalmente estão ligadas a:
• Formação de rugas estáticas profundas. Se as rugas estáticas estiverem pre-
sentes, os pacientes podem necessitar de vários tratamentos consecutivos com
toxina bo tulínica para aparecerem os resultados. As doses de toxina botulínica
não são programadas de maneira rotineira, pois a região da pálpebra inferior
apresenta m aior risco de complicações com doses m ais altas. A combinação de
tratamento de toxina botulínica com outros procedimentos estéticos minima-
mente invasivos pode oferecer melhores resultados para o tratamento das rugas
estáticas na pálpebra inferior (vide Combinação de Tratamentos Estéticos na
próxima página) .
• Envolvimento do músculo adjacente. Em alguns pacientes, as rugas de pálpe-
bra inferior resultam de movimento da região malar para cima, devido à contra-
ção dos músculos zigomático e/ou levantador do lábio superior. Esses pacientes
não se beneficiam com o tratamento com toxina botulínica para a pálpebra in-
ferior.
Complicações e Tratamento
• As complicações comuns relacionadas com injeções (vide seção de Introdução e
Conceitos Fundamentais; Complicações)
• Piora do quadro de formação de bolsa infraorbital ("bolsas")
• Lagoftalmo (fechamento incompleto das pálpebras)
• Reflexo de piscar comprometido
• Ectrópio da pálpebra inferior (eversão da margem palpebral)
• Xeroftalmia (olho seco)
• Trauma ocular
• Epífora (lacrimejamento)
As bolsas infraorbitais podem piorar com a injeção de toxina botulínica na
área p alpebral inferior, devido ao enfraquecimento do músculo orbicular do olho
inferior e/ou drenagem linfática comprometida.
74 Procedimentos com Toxina Botulfnica
Preço
O tratamento de rugas de pálpebra inferior normalmente é realizado concomitan-
te com o tratamento de rugas periorbitais. Esta é uma área de tratamento avançado
de toxina botulínica e os custos podem variar de 50 a 60 dólares por unidade de
OBTX.
-- Lifting de
Sobrancelha
A B
FIGURA 1 Lifting de sobrancelha antes (A) e 2 semanas depois (B) do tratamento com toxina
botulfnica do múscu lo orbicular do olho, na porção abaixo da sobrancelha, em uma paciente que
também recebeu tratamento de toxina botulínica nos músculos do complexo glabelar para rugas
glabelares. Paciente em repouso. Direitos reservados, Ora. R. Small.
75
76 Procedimentos com Toxina Botulínica
Indicações
• Ptose lateral de pálpebra
• Dermatocalasia de pálpebra superior
• Lifting late ral de sobrancelha
Anatomia
• Posição e formato da sobrancelha. Nas mulheres, a posição ideal para as sobran-
celhas é levemente acima do rebordo supraorbitário e que a sobrancelha seja ar-
queada, com formato se afunilando lembrando a asa de uma gaivota (Fig. 2A).
Nos homens, as sobrancelhas se localizam no rebordo supraorbitário e com for-
mato horizontal (Fig. 2B).
• Músculos-alvo. O lifting lateral da sobrancelha com a toxina botulínica se di-
reciona para a porção orbitária lateral superior do músculo orbicular do olho.
Há outros músculos no terço superior da face que afetam a posição da altura da
sobrancelha na face superior, que estão listados na Tabela 1.
FIGURA 2 • Formatos da
sobrancelha: nas mulheres
(A) e nos homens (8). Direitos
B reservados, Dra. R. Small.
Capítulo 5 Lifting de Sobrancelha 77
Avaliação do Paciente
• Ptose de sobrancelha e dermatocalasia (pele caída) são avaliadas com o mús-
culo fronta l em repouso. Os pacientes com dermatocalasia severa e com dobras
78 Procedimentos com Toxina Botullnica
Objetivo do Tratamento
• Inibição parcial do músculo orbicular do olho na porção superior lateral.
Reconstituição
• Reconstituir 100 unidades de Botox cosmético em pó com 4 ml de solução sali-
na não preservada (vide seção de Introdução, Conceitos Fundamentais; Método
de Reconstituição) .
• Os produtos de toxina botuJínica não são intercambiáveis e todas as referências
neste capítulo à toxina onabotulínica tipo A (OBTX) referem-se especificamente
ao Botox.
Doses Iniciais
• Mulheres: dose total (bilateral) de 5 a 7,5 unidades de OBTX
• Homens: dose total (bilateral) de 7,5 a 10 unidades de OBTX
Anestesia
• A anestesia não é necessária para a maioria dos pacientes, porém, poderá ser
utilizada uma bolsa de gelo, caso necessário.
Resumo do Procedimento
• Posicionar as injeções na zona de segurança da sobrancelha (Fig. 4). A zona de
segurança fica no mínimo a 1 em para fora do rebordo orbitário, abaixo da mar-
gem orbitária e lateral à linha do limbo lateral.
• Na Figura 5 é mostrado um resumo dos pontos de injeção e doses de OBTX para
o lifting lateral de sobrancelha.
• A toxina botulínica é aplicada intramuscular no procedimento de lifting de so-
brancelha.
• A injeção superior lateral à zona de segurança pode envolver o músculo frontal,
resultando em ptose de sobrancelha.
Margem
orbitária
1 em para fora
.......______+- do rebordo
orbitário
Técnica
1. Colocar o paciente em uma p osição reclinada a 60 g raus.
2. Identificar a zona de segurança do lifting de sobrancelh a (Fig. 4).
3. Identificar a porção superi or lateral do músculo orbicular do olho, instruindo
o pacie nte a contrair o músculo, com o descrito acima, para visualizar/ palpar
o volume de músculo contraído (Fig. 3).
4. Identificar os pontos de aplicação (Fig. 5).
5. Gelo para anestesia (opcional).
6. Prepara r os locais de aplicação com álcool e espe ra r secar.
7. O ap licador deve se posicio nar no lado que receberá a aplicação.
8. Enquanto o músculo orbicular do olho estiver relaxado, inserir a agulha no
primeiro ponto de injeção, localizado aproximada m ente 1,5 em lateral à linha
do limbo lateral, dentro da zo na de segurança (Fig. 6). Deixar a agul ha sob um
ân g ulo em direção à fronte e faze r aplicação subdérmica. Injetar 2,5 unidades
de OBTX.
9. O segundo ponto de aplicação fica 1 em m ediai ao primeiro ponto, m ais pró-
xim o à linha do limbo lateral. Inserir a agulha da m esma forma e injetar 1,25
unidade de OBTX.
10. Repetir as aplicações citadas no lado contralateral da face.
11. Comprimir fi rmemente os locais de aplicação, direcionando a pressão para
longe dos olhos.
Resultados
• O lifting lateral da sobrancelha no rmalmente é perceptível após 1 a 2 semanas
do tratame nto com a toxina botulínica (Figs. I A e l B).
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados após 2 semanas do tratamento para verificar a redução
de ptose de sobrancelha. Em caso de o paciente desejar maior elevação da sobran -
celha, avaliar a fo rça do músculo orbicular do olho em sua porção lateral superior.
Se ainda estive r presente uma capacidade significativa de contração do músculo,
poderá ser injetado OBTX adicional nas mesmas áreas previamente tratadas. As
doses totais bil aterais pa ra este procedimento de retoque normalmente são de 2,5
a 5 unidades de OBTX.
Complicações e Tratamento
• As complicações comuns relacionadas com injeções (vide seção de Introdução e
Conceitos Fundame ntais; tópico Complicações).
• Blefaroptose
A blefaroptose pode ocorrer como uma complicação dos tratame ntos de
lifting de sobra ncelha, p rincipalmente se a toxina botulínica for injetada muito
próxima à margem orbitaria, na linha lateral do limbo. A blefa roptose resulta d a
migração da tox ina pela fáscia d o septo orbitário até o músculo levantado r da pál-
pebra superio r na p álpebra superior (vide capítu lo Rugas Glabelares para trata-
mento de blefaroptose).
Preço
Os custos do lifting de sobrancelha com toxina botulínica podem variar de 150 a
200 dólares por tratam ento ou de 10 a 25 dólares por unidade de OBTX.
Rugas Nasais
A B
FIGURA 1 As rugas nasais antes (A) e após 2 semanas (B) do tratamento do músculo nasal
com toxina botulínica, com contração ativa do músculo. Direitos reservados, Ora. R. Small.
Indicação
• Rugas n asais
1i Anatomia
Rugas. O sorriso de coelho ou as rítides ou rugas nasais são rugas que se formam
l nos aspectos laterais e dorsais do nariz. Geralmente seguem um curso diagonal
i
'
~ 83
84 Procedimentos com Toxina Botulinica
pelas paredes nasais e p ela ponte nasal (Fig. lA e vide seção de Anatomia, Figs.
4 e 5). As linhas transversas que seguem pela raiz nasal não estão relacionadas
com o músculo nasal, mas sim à contração do músculo prócero, vista quando o
cenho é franzido (Fig. 2).
o Músculos-alvo. O tratamento com toxina botulínica das rugas nasais visa ao
cima e para a direção mediai, produzindo as rugas nasais (vide seção de Anato-
mia, Fig. 7). Em alguns indivíduos também acarreta linhas infraorbitais mediais.
• Músculos a serem evitados. O músculo levantador do lábio superior e da asa
do nariz, que fica na margem lateral do músculo nasal, também pode contri-
buir para a formação das rugas nasais. Trata-se principalmente de um músculo
levantador do lábio superior e, assim como os outros, deve ser evitado no tra-
tamento de rugas nasais. Outros que devem ser evitados com o tratamento de
toxina botulínica incluem, por ordem de localização: mediai à lateral, o levanta-
dor do lábio superior, o zigomático menor e o zigomático maior (vide seção de
Anatomia, Fig. 3).
Avaliação do Paciente
o São avaliadas as rugas nasais dinâmicas (com contração muscular) e estáticas
(em repouso).
o É avaliada a contração concomitante dos músculos nasal, glabelar e/ou orbi-
cular do olho durante a mímica facial. Os pacientes que formam rugas nasais
durante essas mímicas faciais se beneficiarão com o tratamento com toxina bo-
tulínica para as rítides nasais, ao mesmo tempo em que esse tratamento benefi-
cia outras áreas faciais.
Rugas Nasais 85
Objetivos do Tratamento
• A inibição total d o músculo nasal.
Reconstituição
• Reconstituir 100 unidades de Botox cosmético em pó com 4 ml de solução sali-
na não preservada (vide seção de Introdução, Conceitos Fundamentais; Método
de Reconstituição).
• Os produtos de toxi na botulínica não são intercambiáveis e todas as referências
n este capítulo à toxina onabotulínica tipo A (OBTX) referem-se especificam ente
ao Botox.
Doses Iniciais
• Mulheres e homens: 2,5 a 5 unidades de OBTX
Anestesia
• A anestesia não é necessária para a maioria dos pacientes, porém, poderá ser
utilizada uma bolsa de gelo, se necessário.
Resumo do Procedimento
• Aplicar as injeções dentro da zona de segurança das rugas nasais (Figs. 3A e 3B).
A zona de segurança é uma região em forma de diamante, com a ponta superior
do d iamante voltada para o násio (a parte que se protrui menos no nariz, entre
os cantos m ediais) e o ponto inferior localizado no ponto médio entre o násio e
a ponta nasal. Os pontos laterais do diamante seguem pela linha násio-alar. Essa
linha é desenhada a partir do ponto na asa nasal em seu ponto inferior e inter-
ceptada na porção superior da linha entre os cantos internos.
86 Procedimentos com Toxina Botulínica
Metade da
distância dos
~--~----------------~ pontos
násio-ponta
~rs:-------------+- Linha
Asa ~~----------~ násio-ala
Ponta -lilb;--- -- -- '1111
B
FIGURA 3 e Zona de segurança para tratamento com toxina botulínica para rugas nasais: vistas
anteroposterior (A) e oblíqua (8). Direitos reservados, R. Small.
Ctftltmttl1' RugasNasais 87
Técnica
1. Colocar o paciente em uma posição reclinada a 60 graus.
2. Identifica r a zona d e segurança das rugas nasais (Fig. 3).
3. Localizar o músculo nasal, instruindo o paciente a contrair o músculo, utili -
za ndo uma das mímicas facia is descritas.
4. Identificar os pontos de aplicação (Fig. 4).
5. Gelo para anestesia (opcional).
6. Preparar os locais de aplicação com álcool e esp erar secar.
7. O aplicad or d eve se posicionar no lado que receberá a aplicação.
8. Enquanto o músculo nasal estive r contraído, inserir a agulha no po nto m edial
à linha násio-alar, localizada na parede nasal late ral dent ro da zona de segu-
ra nça (Fig. 5) . Colocar a agulha sob um ângulo em d ireção à parede lateral do
nari z e injetar na região subdérmica. Aplicar 1,25 unidade de OBTX.
Resultados
• Redução de rugas nasais dinâmicas normalmente são vistas após 3 dias do
tratamento com toxina botulínica, com redução máxima em 2 semanas (Figs.
lA e lB).
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados 2 semanas após o tratamento com a toxina botulínica
para verificar se as rugas nasais foram reduzidas. Se estiverem presentes rugas per-
sistentes, verificar uma das seguintes causas comuns:
• Contração persistente do músculo nasal. Alguns pacientes possuem uma
maior massa muscular do que a prevista na área tratada e poderá ser necessário
o uso de toxina adicional para obter os resultados desejados. A contração per-
sistente do músculo pode ser corrigida com um procedimento de retoque, utili-
zando 1,25 a 2,5 unidades de OBTX, dependendo do grau de atividade presente
do músculo nasal.
90 Procedimentos com Toxina Botullnica
Complicações e Tratamento
• As complicações comuns relacionadas com injeções (vide seção de Introdução e
Conceitos Fundamentais; Complicações)
• Ptose labial resultando em assimetria do sorriso
• Incompetência oral com sialorreia e comprometimento para falar, comer ou
beber
• Epífora
• Diplopia
A maioria das complicações nos tratamentos do sorriso de coelho ocorre
quando as aplicações são realizadas lateralmente, ao longo da parede nasal, com a
toxina botulínica afetando os músculos levantadores do lábio. Essas complicações
podem variar desde a ptose leve até a assimetria do sorriso, pelo comprometi-
mento do músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz, até complicações
funcionais mais sérias, resultantes da incompetência oral como a sialorreia, fala
comprometida e dificuldade para comer ou beber, com o envolvimento dos mús-
culos zigomático e levantador do lábio superior.
A epífora pode resultar de drenagem lacrimal prejudicada se for afetada a
porção palpebral mediai do músculo orbicular do olho. Com as aplicações próxi-
mas ao canto palpebral, a difusão para os músculos extraorbitais pode resultar em
diplopia.
Não há tratamentos corretivos para a maioria dessas complicações, elas se so-
lucionam espontaneamente com a diminuição do efeito da toxina botulínica. Em
qualquer uma dessas condições, aconselha-se a consulta ao oftalmologista para
auxiliar a prevenir complicações de córnea e outros problemas oculares.
Preço
Os custos de tratamento com toxina botulínica para as rugas nasais podem variar
de 150 a 200 dólares por tratamento ou de lO a 25 dólares por unidade de OBTX.
Rugas Labiais
A B
FIGURA 7 • Linhas supralabiais an tes (A) e após 2 semanas (B) do tratamento com toxina
botulínica do músculo orbicular da boca, porção superior, com contração ativa do músculo.
Direitos reservados, R. Small.
Indicações
• Linhas labiais radiais
• Aumento dos lábios
91
92 Procedimentos com Toxina Botulínica
Anatomia
• Rugas. Em termos médicos, as linhas labiais são chamadas de rítides periorais
e, geralmente citadas como linhas de batom ou de fumante, são rugas que se es-
tendem no sentido radial a partir da borda superior ou inferior dos lábios (vide
seção de Anatomia, Figs. 4 e 5).
• Músculos-alvo. O tratamento com toxina botulínica da linha labial tem como
alvo o músculo orbicular da boca, um músculo esfincteriano que circunda a
boca.
• Funções musculares. O músculo orbicular da boca movimenta os lábios no
sentido mediai e inverte a borda dos lábios (vide seção de Anatomia, Fig. 7 e
Tabela 1). A força adequada desse músculo é requisitada para mímicas faciais
como sorriso ou "franzir da boca': assim como funções essenciais como falar,
beijar, comer e beber.
• Músculos a serem evitados. Muitos músculos da face média e inferior se in-
serem e exercem efeitos sobre os lábios e a maioria deles se localiza profunda-
mente na musculatura orbicular da boca. Os músculos levantadores do lábio
superior a serem evitados no tratamento com toxina botulínica incluem: le-
vantador de lábio superior e asa do nariz, levantador do lábio superior, zigo-
mático menor, zigomático maior e levantador do ângulo da boca (vide seção de
Anatomia, Fig. 3).
Avaliação do Paciente
• Deve ser levantada a história social do paciente incluindo profissão e atividades
que necessitam de competência oral total, como no caso de músicos de instru-
mentos de sopro, atores, cantores e oradores.
• As linhas labiais dinâmicas (com contração muscular) e estáticas (em repou-
so) são avaliadas.
Objetivos do Tratamento
• A inibição parcial do músculo orbicular da boca para reduzir as linhas labiais,
evitando a área do filtro para manter um formato desejável dos lábios.
Rugas Labiais 93
B
FIGURA 2 O volume do lábio superior antes (A) e após 2 semanas (B)
de tratamento com a toxina botulfnica no músculo orbicular da boca,
porção superior, em repouso. Direitos reservados, Ora. R. Small.
Reconstituição
• Reconstituir 100 unidades de Botox cosmético em pó com 4 ml de solução sali-
na não preservada (vide seção de Introdução, Conceitos Fundamentais; Método
de Reconstituição).
• Os produtos de toxina botulínica não são intercambiáveis e todas as referências
neste capítulo à toxina onabotulínica tipo A (OBTX) referem-se especificamente
ao Botox.
94 Procedimentos com Toxina Botulínica
Doses Iniciais
• Mulheres e homens: dose total (bilateral) de 3,75 a 5 unidades de OBTX no lábio
superior.
Anestesia
• O lábio superior é muito sensível e é necessário utilizar anestesia. O anestésico
tópico reduz a função motora na área aplicada, sendo utilizado somente após a
avaliação da área para rugas dinâmicas e após obter as fotografias.
• Aplicar um anestésico tópico como benzocaína/lidocaína/tetracaína sem ocluir,
por 15 minutos antes do tratamento.
• Além disso, também é recomendada a aplicação de gelo no paciente para testar
sua tolerância, por até 1 ou 2 minutos, imediatamente antes do tratamento.
Resumo do Procedimento
• Aplicar as injeções na zona de segurança das rugas labiais (Fig. 3).
• A zona de segurança do lábio superior fica, no mínimo, a 1 em dos cantos
laterais da boca; 0,5 em ou menos da borda do vermelhão, e se estende para as
margens laterais das colunas do fil tro (Fig. 3A).
• A zona de segurança do lábio inferior fica, no mínimo, a 2 em dos cantos da
boca; 0,5 em ou menos da borda do vermelhão (Fig. 3B).
• Na Figura 4 é mostrada uma revisão dos pontos de injeção e de doses de OBTX
para o tratamento das rugas labiais. O lábio superior requer uma aplicação em
cada lado (Fig. 4A). O lábio inferior geralmente necessita de três aplicações,
duas laterais e uma na linha média (Fig. 4B).
• A marcação dos pontos de aplicação com o músculo contraído antes da anes-
tesia é útil, pois os pacientes, depois de anestesiados, são incapazes de contrair
esse músculo.
• A toxina botulínica é aplicada subdérmica, sendo a técnica para tratar as rugas la-
biais superiores. A aplicação superficial é importante para evitar os músculos mais
profundos, que se inserem na área dos lábios e afetam a função destes.
• A aplicação em uma área muito profunda ou lateral à zona de segurança para as
rugas labiais pode envolver músculos que controlam a função labial, au mentan -
do o risco de incompetência o ral.
Rugas Labiais 95
, - - - - - - - - - 1 - Coluna do
filtro
0,5 em
=-....;...-:1---- Borda do
vermelhão
0,5 em
B
FIGURA 3 Zonas de seg urança da linha labial para o lábio superio r (A) e inferior (B) para os
tratamentos com toxina botulínica. Direitos reservados, Ora. R. 5mall.
• A aplicação na porção m ediai da zona de segurança pél.[a as rugas labiais, nas co-
lunas do filtro, pode resultar em um achatame nto indesejado do arco d o cupido.
• Doses iguais devem ser inj etadas bilateralm ente para evitar a assimetria labial.
• Em pacientes que nunca realizaram o tratamento nos lábios com a toxina botulí-
nica, e para os aplicadores que são iniciantes nesses tratamentos, é aconselhável
tratar som ente a porção superior ou a inferior, uma em cad a consulta.
Técnica
l. Colocar o paciente em uma posição reclinada a 60 graus.
2. Identificar a zona de segurança da ruga labial (Fig. 3).
96 Procedimentos com Toxina Botulínica
6. Aplicar gelo para anestesiar o lado do lábio superior que será tratado.
7. Preparar os locais de injeção com álcool e esperar secar.
8. O aplicador deve se posicionar no lado que receberá a aplicação.
9. Com a boca em repouso, inserir a agulha no primeiro ponto de aplicação de
modo superficial, de uma forma que a ponta da agulha atinja a borda lateral
da coluna do filtro. Utilize o dedo indicador, da mão que não está segurando a
seringa, para palpar gentilmente a ponta da agulha no tecido e para confirmar
sua localização. Injetar 2,5 unidades com pressão suave e uniforme à medida
que a agulha é retirada (Fig. 5).
10. Comprimir os locais de injeção de modo firme para aliviar o desconforto.
11. Aplicar gelo para anestesiar o lado contralateral do lábio superior que será
tratado.
12. Preparar os locais de injeção com álcool e esperar secar.
13. Repetir a técnica acima no lado contralateral do lábio superior.
Resultados
• Redução de rugas labiais dinâmicas normalmente é vista após 2 semanas do
tratamento com toxina botulínica (vide Figs. l A e 1B).
• A eversão labial com lábios mais cheios também fica evidente 2 semanas após
o tratamento com toxina botulínica (vide Figs. 2A e 2B).
• Também são esperados: a preservação das colunas do filtro e do arco do cupi-
do, com prejuízo funcional mínimo da boca, sendo que as funções de rotina
98 Procedimentos com Toxina Botulinica
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados após 2 semanas do tratamento para verificar a redução
de rugas labiais dinâmicas, eversão labial e conservação da função oral. A seguir,
alguns problemas normalmente encontrados nos retornos:
• Leve comprometimento funcional nos lábios. Os pacientes podem apresentar
queixa de dificuldade para pronunciar letras como "p" e "b", fazer o bochecho e
cuspir após escovar os dentes ou a dificuldade em sorver com uma colher. Esses
quadros normalmente se resolvem espontaneam ente em 2 semanas. Caso inco-
modem o paciente ou se prolonguem por mais de 2 semanas, diminuir a dose de
OBTX no lábio superior para 1 unidade em cada lado nos próximos tratamentos.
• Linhas labiais persistentes. Se continuarem presentes as rugas labiais, avaliar
as seguintes causas:
• Contração do músculo orbicular da boca. Os p acientes podem apresentar
m assa muscular maior que a prevista na área de tratamento e poderá ser ne-
cessária uma dose adicional de toxina botulínica para obter os resultados de-
sejados. A função excessiva do músculo orbicular da boca pode ser reduzida
em u m procedimento de retoque, utilizando 1,25 unidade de OBTX em cada
lado, dependendo do grau de atividade muscular presente. A toxina botulíni-
ca é injetada nas áreas com capacidade de contração excessiva e demonstran-
do as margens musculares. A reavaliação dos pacientes é realizada 2 semanas
após o retoque. A dose eficaz de toxina botulínica para o tratamento do lábio
superior é determinada com o a dose inicial somada à dose de retoque. Iniciar
com essa dose total no próximo tratamento do lábio superior do paciente,
dentro de 2-3 meses aproximadamente.
• Linhas estáticas. Se estiverem presentes, os pacientes podem necessitar de vá-
rios tratamentos consecutivos, com a toxina botulínica, para que sejam vistas
melhoras no quadro. A combinação da toxina botulínica com outros procedi-
mentos estéticos minimamente invasivos pode oferecer melhores resultados
para o tratamento de linhas labiais estáticas (vide Combinando Tratamentos
Estéticos, a seguir) .
Rugas Labiais 99
Complicações e Tratamento
• As complicações comuns relacionadas com injeções (vide seção de Introdução e
Conceitos Fundamentais; Complicações).
• Assimetria labial
• Alteração no formato do lábio (estática ou dinâmica)
• Incompetência oral com sialorreia e comprometimento para falar, comer ou beber
A assimetria oral pode resultar de uma aplicação em proporções desiguais de
toxina botulinica na área tratada. Isto é raro e pode ser corrigido com a aplicação
de pequenas quantidades de toxina botulínica nas áreas com excessiva contração
muscular. A dose utilizada dependerá do grau de atividade muscular presente, po-
rém, de modo geral, é aplicada 1,25 unidade de OBTX nessas áreas.
A alteração do formato dos lábios, particularmente o achatamento do arco
de cupido, pode resultar da aplicação mediai da toxina botulínica nas colunas do
filtro. O formato do lábio será restaurado à medida que diminui o efeito da toxina
botulínica.
A incompetência oral é uma complicação severa e rara, que pode resultar em
sialorreia, dificuldade p ara falar, comer ou beber. A administração muito profunda
ou muito lateral pode envolver os músculos que são importantes para a competên-
cia oral. Não há tratamento corretivo para essa complicação e a função labial será
reconquistada à medida que os efeitos da toxina botulínica diminuírem.
Preço
Os custos do tratamento do lábio superior ou inferior com a toxina botulínica po-
dem variar de 125 a 200 dólares por tratamento ou de 25 a 40 dólares por unidade
de OBTX. Esta área de tratamento é considerada como avançada e o preço unitário
é mais alto do que para as áreas básicas do terço superior da face.
Rugas Labiais 101
B
FIGURA 6 Rugas radiais do lábio superior antes (A) e depois (B)
de receber uma combinação de tratamento com toxina botulín ica e
preenchimento cutãneo acima do lábio superior em contração muscular
ativa. Di reitos reservados, Dra. R. Small.
102 Procedime ntos com Toxina Botulínica
B
FIGURA 7 Rugas radiais do lábio superior antes (A) e 1 mês
depois (B) de receber uma combinação de trata mento com
toxina botulínica, preenchimento cutâneo e resu rfacing com laser
ablativo fracionado acima do lábio superior. Direitos reservados,
Dra. R. Small.
Sorriso
Gengiva I
A B
FIGURA 1 Sorriso gengiva! antes (A) e após 2 sema nas (B) de tratamento com toxina
botulínica do músculo levantador do lábio superior e da asa no nariz, d ura nte o sorriso. Direitos
reservados, Dra. R. Small.
Indicações
• Sorriso gengiva!
• Sulcos nasolabiais
103
104 Procedimentos com Toxina Botullnica
Anatomia
• Norma estética. Um sorriso gengival revela uma exposição excessiva da gengiva,
geralmente maio r do que 2 mm acima dos incisivos centrais e está associado com
a inversão e afi namento do lábio superior. A norma estética para o sorriso é um
lábio superior cobrindo o terço superior dos incisivos centrais durante o sorriso.
• Músculos-alvo. Um sorriso gengiva! está associado com um profundo sulco na-
solabiaJ que resulta d a contração do músculo levantador do lábio superior e da
asa do nariz (vide seção de Anatomia, Figs. 1 e 2) e é susceptível ao tratamento
com toxina botulínica, como descri to neste capítulo.
• Funções musculares. O músculo levantador do lábio superio r e da asa do nariz
se alia ao sorriso para atuar como um levantador mediai do lábio e contribuir
para formar os sulcos nasolabiais (vide seção de Anatomia, Fig. 7 e Tabela 1).
• Músculos a serem evitados. Um sorriso gengiva! associado a um sulco nasola-
bial plano, geralmente, é resultan te da contração do músculo levantador do lábio
, superior, que não é susceptível ao tratamento com toxina botulínica. Outros
músculos levantadores que contribuem para a fo rmação do sorriso, como o le-
vantador do ângulo da boca, o zigomático maior e o zigomático menor, também
devem ser evitados no tratam ento com a toxina botulínica para o sorriso gengi-
va! (vide seção de Anatomia, Fig. 3).
Avaliação do Paciente
• Deve ser levantada a história social do paciente incluindo profi ssão e atividades
que necessitam de competência oral total, como músicos de instrumento de so-
pro, atores, cantores e oradores.
• A exposição gengiva! durante o sorriso é avaliada como se segue:
• Sorrisos gengivais associados com sulcos nasolabiais profundos são passí-
veis de tratamento com toxina botulín ica, por meio da técnica descrita neste
capítulo.
• Sorrisos gengivais associados com sulcos nasolabiais planos não são sus-
ceptíveis ao tratamento com toxina botulínica.
• Avaliar a assimetria do sorriso; se estiver presente, alertar ao paciente antes do
tratamento.
• Avaliar a estrutura estática do lábio. Os melhores candidatos ao tratamento
de sorriso gengiva! geralmente possuem a retração do lábio superior com seus
incisivos superiores visíveis quando estão em repouso. O risco de alongamento
excessivo d o lábio nestes pacientes é mínimo.
Objetivos do Tratamento
• A inibição parcial do músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz,
porção inferior.
Reconstituição
• Reconstituir 100 unidades de Botox cosmético em pó com 4 ml de solução sali-
na não preservada (vide seção de Introdução, Con ceitos Fundamentais; Método
de Reconstituição).
• Os produtos de toxina botulínica não são intercambiáveis e todas as referências
neste capítulo à toxina onabotulínica tipo A (OBTX) referem-se especificamente
ao Botox.
Doses Iniciais
• Mulh eres e homens: dose total (bilateral) de 2,5 unidades de OBTX
Anestesia
• A anestesia é desnecessária para a maioria dos pacientes; poré m , poderá ser uti-
lizada uma bolsa de gelo, se necessário.
Resumo do Procedimento
• Na Figura 2 é mostrada uma revisão dos pontos d e injeção e de doses de OBTX
para o tratamento do sorriso gengiva!.
• O tratamento de sorriso gengiva! requer uma injeção precisa no músculo levan-
tador do lábio superior e da asa do nariz e o resultado é diretamente dependente
da dose de toxina botulínica e da localização da injeção.
• A toxina botulínica é aplicada intramuscular para o tratamento do sorriso gen-
giva! e o músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz deverá estar
claramente visível para a realização do tratamento.
• A administração lateral pode envolver outros músculos levantadores e aumen-
tar o risco de assimetria do sorriso e incompetência oral.
106 Procedimentos com Toxina Botulfnlca
Técnica
1. Colocar o paciente em uma posição reclinada a 60 graus.
2. Localizar o músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz instruindo
o paciente a contrair o músculo com a mímica facial citada.
3. Identificar os pontos de aplicação (Fig. 2).
4. Aplicar gelo para anestesia (opcional).
5. Preparar os locais de injeção com álcool e esperar secar.
6. O aplicador deve se posicionar no mesmo lado que receberá a aplicação.
7. Com o músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz contraído, inse-
rir a agulha no ventre do músculo na parte mais superior do sulco nasolabial
(Fig. 3). A agulha é colocada em um ângulo mediai e inserida até a metade de
sua extensão. Injetar 1,25 unidade de OBTX.
8. Comprimir os locais de injeção na porção mediai.
9. Repetir a técnica no lado contralateral da face.
Resultados
• Alongamento do lábio superior com redução do sorriso gengiva! e redução
dos sulcos nasolabiais ficam evidentes 2 semanas após o tratamento com toxina
botulínica. A Figura 1 mostra um sorriso gengiva! e um sulco nasolabial profun-
do com a contração do músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados após 2 semanas do tratamento com toxina botulínica
para verificar a redução de sorriso gengiva), com alongamento do lábio superior,
redução de sulcos nasolabiais, função oral e assimetria. A seguir, alguns problemas
normalmente encontrados nos retornos:
• Sorriso gengiva! persistente. É desejável que os pacientes mantenham alguma
função visível do músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz, como
a elevação do lábio superior durante o sorriso. Entretanto, se o músculo levao-
108 Procedimentos com Toxina Botulínica
tador do lábio superior e da asa do nariz possuir força muscular excessiva após
o tratamento e não for reduzida a exposição gengiva), em relação à aparência
pré-tratamento, poderá ser necessária a aplicação de toxina adicional para obter
os resultados desejados. Um procedimento de retoque poderá ser realizado com
1,25 unidade de OBTX com o mesmo método já descrito. Reavaliar após duas
semanas do retoque. A dose de toxina botulínica para tratamento deste músculo
é determinada como a dose inicial acrescida da dose de retoque. Iniciar com
essa dose total no próximo tratamento do paciente para sorriso gengiva! aproxi-
madamente 2 meses depois.
Complicações e Tratamento
• As complicações comuns relacionadas com injeções (vide seção de Introdução e
Conceitos Fundamentais; Complicações)
• Assimetria labial
• Ptose labial
• Outras assimetrias labiais ou alteração do formato labial (estático ou dinâmico)
• Incompetência oral resultando em sialorreia ou comprometimento para falar,
comer ou beber.
As complicações podem ocorrer com frequência no tratamento de sorriso
gengiva!. Os pacientes geralmente apresentam sorrisos assimétricos no início e que
não percebem. Uma sutil assimetria labial no pré-tratamento pode tornar-se exage-
rada após o tratamento simétrico com a toxina botulínica no músculo levantador do
lábio superior e da asa do nariz. A assimetria labial também pode resultar de doses
desiguais de toxina botulínica administradas neste músculo. Em qualquer um dos
casos, o sorriso assimétrico pode ser corrigido com um procedimento de retoque
(como já descrito), com a injeção no lado que apresenta maior contração muscular.
A ptose labial pode resultar do total relaxamento do músculo levantador do
lábio superior e da asa do nariz com dosagem excessiva da toxina botulínica. A
injeção lateral ou a difusão da toxina botulínica nos outros músculos levantado-
res dos lábios (levantador do lábio superior, levantador do ângulo da boca, zigo-
mático maior e zigomático menor) também pode resultar em ptose labial e/ou
comprometer a competência oral resultando em sialorreia ou fala comprometida,
além de dificuldade para comer e beber. Não existe tratamento corretivo para essas
complicações e elas melhoram espontaneamente à medida que os efeitos da toxina
botulínica se dissipam ao longo de 2 meses.
nessa região, com o rodízio entre as áreas de tratamento, sendo tratada com a to-
xina botulínica uma por vez (vide seção de Introdução e Conceitos Fundamentais;
Tratamentos com Toxina Botulínica em Múltiplas Áreas).
Preço
Os custos do tratamento do sorriso gengiva! com a toxina botulínica podem variar
de 125 a 200 dólares por tratamento ou de 25 a 40 dólares po r unidade de OBTX.
Esta área de tratamento é considerada como avançada e o preço unitário é mais
alto do que para as áreas básicas do terço superior da face.
- Linhas de
Marionete
A B
FIGURA 1 As linhas de marionete antes (A) e após 2 semanas (8) do tratamento com toxina
botulfnica do músculo depressor do âng ulo da boca, durante a contração muscular ativa. Direitos
reservados, Dra. R. Small.
Indicações
• Linhas de marionete
• Elevação de cantos da boca voltados para baixo
• Sorriso mais em evidência
111
112 Procedimentos com Toxina Botulínica
Anatomia
• Rugas. As linhas de marionete ou sulcos lábio-mentonianos se estendem para
a porção inferior a partir das comissuras orais em direção à linha mandibular
(vide seção de Anatomia, Figs. 4 e 5). A comissura oral é a junção entre o lábio
superior e inferio r no canto da boca.
• Músculos-alvo. O tratamento com toxina botu línica das linhas de marionete
é voltado para o múscul o depressor do ângulo da boca. Esse músculo com for-
mato triangular se origina na margem mandibular e se insere no canto da boca.
O músculo platisma, porção superior, se interdigita com o depressor do ângulo
da boca, próximo à mandíbula, e também pode contribuir para a formação das
linhas de marionete (vide seção de Anatomia, Figs. 1 e 2).
• Funções musculares. O múscul o depressor do ângu lo da boca é ativado com o
franzimento glabelar e funciona levando os cantos da boca para baixo (vide se-
ção de Anatomia, Fig. 7 e Tabela 1). Ele é antagônico aos músculos levantadores
dos cantos da boca (levantador do ângulo da boca, o zigomático maior e o zigo-
mático menor), que são ativados com o sorriso. A força adequada do músculo
depressor do ângulo da boca é necessária para movimentar o alimento dentro da
boca durante a mastigação e também funciona limitando a elevação dos cantos
da boca durante o sorriso.
• Músculos a serem evitados. O músculo depressor do lábio inferior, um depres-
sor central dos lábios, fica na porção mediai do depressor do ângulo da boca e
deve ser evitado durante o tratamento de linhas de marionete. O músculo buci -
nador, envolvido no formato da bochecha, fica lateral ao depressor do ângulo da
boca e também deve ser evitado (vide seção de Anatomia, Fig. 3).
Avaliação do Paciente
• Deve ser obtida a história social do paciente que inclui a profissão e as ativida-
des que necessitam de competência oral total, como músicos de instrumento de
sopro, atores, cantores e oradores.
• São avaliadas as linhas de marionete dinâmicas (com contração muscular) e
estáticas (em repouso) e cantos da boca voltados para baixo.
Objetivos do Tratamento
o A inibição parcial do músculo depressor do ângulo da boca.
Reconstituição
o Reconstituir 100 unidades de Botox cosmético em pó com 4 ml de solução sali-
na não preservad a (vide seção de Introdução, Conceitos Fundam entais; Método
de Reconstituição) .
o Os produtos de toxina botulínica não são intercambiáveis e todas as referências
neste capítulo à toxina onabotulínica tipo A (OBTX) referem-se especificamente
ao Botox.
Doses Iniciais
o Mulheres e homens: dose total (bilateral) de 5 unidades de OBTX
Anestesia
o A anestesia é desnecessária para a maioria dos pacientes; porém , poderá ser uti-
lizada uma bolsa de gelo, se necessário.
Resumo do Procediment o
o Aplicar as injeções dentro da zona de segurança das linhas de marionete (Fig. 2).
A zona de segurança fica no mínimo 1 em anterior à marge m do músculo mas-
seter, posterior à linh a de m arionete, e a 2 em para o inte rior da bo rda ma ndibu-
lar. A margem anterior do músculo masseter pode ser identificada pela palpação
da porção média da mandíbula e pedindo ao paciente para contrai r o músculo
masseter cerrando seus dentes. As linhas de marion ete são linhas perpendicula-
res que seguem do canto da boca para a mandíbula, quando em repouso.
o Na Figura 4 encontra-se um resumo dos pontos de aplicação e as doses de
OBTX para tratamento de li nhas de marionete, a partir de vistas frontal (Fig.
4A) e oblíqua (Fig. 48 ). O tratamento de linhas de marionete requer somente
uma injeção em cada lado.
114 Procedimentos com Toxina Botulfnica
Músculo
masseter
1 cm
Linhas de
marionete
FIGURA 2 Zona de segurança das linhas de marionete para os tratamentos com toxina
botulínica. Direitos reservados, Ora. R. Small.
Técnica
1. Colocar o paciente em uma posição reclinada a 60 graus.
2. Identificar a zona de segurança da linha de marionete (Fig. 2).
3. Localizar a porção inferior do músculo depressor do ângulo da boca que fica
dentro da zona de segurança, solicitando ao paciente para contrair o músculo
por meio de uma das mímicas faciais citadas, além de palpar o músculo (Fig. 3).
Linhas de Marionete 115
Resultados
• Redução de linhas de marionete dinâmicas, força do músculo depressor do
ângulo da boca e elevação dos cantos da boca ficam evidentes após 2 semanas
do tratamento com toxina botulínica. A Figura 1 mostra a contração do múscu-
lo depressor do ângulo da boca antes (Fig lA) e 2 semanas após (Fig. 1B) a apli-
cação de toxina botulínica. Os resultados desse tratamento no terço inferior da
face são sutis, em relação às fortes alterações vistas no terço superior da face. Os
116 Procedimentos com Toxina Botulfnica
Linha do canto
palpebral
lateral
Linha
do sulco
nasolabial
Linha
do sulco
nasolabial
Linha do
canto -!~----t
lateral
FIGURA 4 • Revisão dos pontos de aplicação da toxina botulínica e as doses para trat amen to de
linhas de marionete: (A) vista frontal e (B) vista oblíqua. Direitos reservados, Ora. R. Sm all.
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados após 2 semanas do tratamento com toxina botulínica
para verificar o enfraquecimento do músculo depressor do ângulo da boca, a redu-
ção das linhas de marionete, a elevação dos cantos da boca e a retenção de função
oral. Alguns dos problemas no rmalmente encontrados nos retornos são:
• Força muscular do depressor do ângulo da boca persistente. Os pacientes po-
dem reter a força desse músculo se possuírem m assa muscular maior do que
a prevista ou com a colocação indevida de toxina botulínica no momento do
tratame nto. A força excessiva do músculo depressor do ângulo da boca pode ser
118 Procedimentos com Toxina Botulínica
Complicações e Tratamento
• As complicações comuns relacionadas com injeções (vide seção de Introdução e
Conceitos Fundamentais; Complicações)
• Assimetria labial ou alteração do formato labial (estático ou dinâmico)
• Flacidez das bochechas
• Incompetência oral resultando em sialorreia ou comprometimento para falar,
comer ou beber.
A assimetria labial também pode resultar de doses desiguais de toxina botu-
línica administradas no músculo depressor do ângulo da boca. O rebaixamento
do canto da boca com a contração do músculo depressor do ângulo da boca fica
evidente no lado sem tratamento (Fig. 6), devido à função retida do depressor do
ângulo da boca. Isso pode ser corrigido com a aplicação de uma pequena dose de
toxina botulínica no lado não tratado, como já descrito anteriormente, para o tra-
tamento de força persistente do músculo depressor do ângulo da boca.
A assimetria labial também pode resultar de injeção mediai ou da difusão
de toxina botulínica para o músculo depressor do lábio inferior. As funções do
músculo depressor do lábio inferior para abaixar o lábio central e para relaxamen-
to deste músculo com a toxina, assim, resulta na elevação labial (vide capítulo de
Menta, Fig. 6), que é mais facilmente percebida durante o sorriso. Esse efeito geral-
mente se soluciona espontaneamente dentro de 2 a 4 semanas; pode ser corrigido
com a aplicação de 1,25 unidade de OBTX no músculo não afetado, depressor do
lábio inferior. Entretanto, recomenda-se esperar e observar a resolução dos efeitos,
espontaneamente, no tratamento de assimetria labial, já que o envolvimento do
músculo depressor do lábio inferior não é tão significativo.
Linhas de Marionete 119
FIGURA 7 Linhas de
marionete antes (A) e depois (B)
de combinação de tratamento
com toxina botulínica no
músculo depressor do ângulo
da boca e com preenchimento
cutâneo nas linhas de marionete
e comissuras orais. Direitos
reservados, Ora. R. Small.
Preço
Os custos do tratamento das linhas de marionete com a toxina botulínica podem
variar de 125 a 200 dólares por tratamento ou de 25 a 40 dólares por unidade de
OBTX. Esta área de tratamento é considerada como avançada e o preço unitário é
mais alto do que para as áreas básicas do terço superior da face.
Mento
A B
FIGURA 1 Sulcos no queixo antes (A) e 2 semanas depois (B) do tratamento com toxina
botulfnica no músculo mentoniano durante a protrusão ativa. Direitos reservados, Ora. R. Small.
Indicações
o Queixo com sulcos ou "casca de laranja"
o Vinco mentoniano
121
122 Procedimentos com Toxina Botullnlca
Anatomia
• Rugas. O vinco mentoniano, ou sulco lábio-mentoniano é uma linha horizontal
inferior ao lábio inferior (vide seção de Anatomia, Figs. 4 e 5). O músculo men -
toniano possui inúmeras inserções na pele do mento e a sua contração provoca a
formação de sulcos e alterações de textura no queixo, como ap arência "cobbles-
toned", com ondulações, covinhas ou aspecto de "casca de laranja':
• Músculos-alvo. O tratamento do mento com a toxina botuJínica é voltado para
o músculo mentoniano; um músculo profundo e com dois ventres. Entretanto,
devido às aderências superficiais da pele, a toxina é injetada superficialmente
(vide seção de Anatomia, Figs. 1 e 2).
• Funções musculares. O músculo mentoniano eleva e protrai o lábio inferior
para "fazer bico" ou beber (vide seção de Anatomia, Fig. 7 e Tabela 1).
• Músculos a serem evitados. O músculo depressor do lábio inferior, um depres-
sor do lábio central, localiza-se lateral ao músculo mentoniano e deve ser evi-
tado no tratamento do mento. O músculo orbicular da boca fica superior ao
músculo mentoniano e também é evitado nesse tratamento.
Avaliação do Paciente
• Deve ser obtida a história social do paciente que inclui a profissão e as ativida-
des que necessitam de competência oral total, como músicos de instrumento de
sopro, atores, cantores e oradores.
• São avaliadas a protrusão dfuâmica do mento e a formação do sulco mento-
niano por meio da contração do músculo mentoniano. Os pacientes normal-
mente não percebem a protrusão do mento, já que ela fica mais evidente durante
as mímicas faciais, quando raramente os pacientes observam a si próprios.
• Também são avaliados os vincos mentonianos estáticos.
Objetivos do Tratamento
A inibição parcial do músculo mentoniano.
-
Reconstituição
• Reconstituir 100 uni<Jades de Botox cosmético em pó com 4 ml de solução sali-
na não preservada (vide seção de Introdução, Conceitos Fundamentais; Método
de Reconstituição).
Mento 123
B
FIGURA 2 e Mento com irregularidades onduladas antes (A) e após
2 semanas (B) da aplicação de toxina botulínica no músculo mentoniano,
durante a protrusão ativa. Direitos reservados, Ora. R. Small.
Doses Iniciais
• Mulheres e homens: dose total de 5 unidades de OBTX
Anestesia
• A anestesia é desnecessária para a maioria dos pacientes; podendo ser utilizada
uma bolsa de gelo, caso necessário.
Resumo do Procedimento
• Aplicar as injeções dentro da zona de segurança do menta (Fig. 3). A circunfe-
rência do menta é de terminada em repouso, com o ponto mais alto situado no
sulco mentoniano. A zona de segurança fica no mínimo 1 em mediai à circunfe-
rência do menta e está dentro de 2 em da margem mandibular.
Li nha do vinco
mentoniano -+-----~---.::
Circunferência do
mento
Margem mandibular
FIGURA 3 • Zona de segurança do mento para os tratamentos com toxina botulfnica. Direitos
reservados, Ora. R. Small.
Mento 125
Técnica
1. Colocar o paciente em uma posição reclinada a 60 graus.
2. Identificar a zona de segurança do mento (Fig. 3).
3. Localizar o músculo mentoniano solicitando ao paciente para contrair o mús-
culo por meio da mímica facial citada.
4. Optar pela técnica de injeção, única ou dupla, com base no formato do queixo.
Identificar os pontos de aplicação (Fig. 4).
S. Aplicar gelo para anestesia (opcional).
6. Preparar os locais de injeção com álcool e esperar secar.
7. O aplicador deve se posicionar em frente do paciente.
8. Técnica de aplicação única. Com o músculo mentoniano contraído, inserir
a agulha no ponto superior à borda mandibular, dentro da zona de segurança
na linha média. Posicionar a agulha em um ângulo e direcionar para o lábio de
maneira que a ponta da agulha alcance a protuberância mentoniana, no míni-
mo 2 em acima da borda do vermelhão (Fig. 5). Injetar 5 unidades de OBTX,
conforme a agulha é lentamente retirada, utilizando pressão suave e uniforme
no êmbolo.
9. Técnica de aplicação dupla. Com o músculo mentoniano contraído, inserir
a agulha lateral à linha média, no ponto superior à borda mandibular, dentro
da zona de segurança. Posicionar a agulha em um ângulo e direcionar para o
lábio de maneira que a ponta da agulha alcance a protuberância mentoniana,
126 Procedimentos com Toxina Botulínica
Resultados
• Suavização do mento e redução de sulco mentoniano dinâmico ficam evi-
dentes 2 semanas após o tratamento com toxina botulínica. A Figura l mostra
a contração do músculo mentoniano em uma paciente com queixo estreito e
arredondado antes (Fig. lA) e 2 semanas depois (Fig. lB) da aplicação de toxina
botulínica, com a aplicação de técnica de injeção única. A Figura 2 mostra a
contração do músculo mentoniano em uma paciente com queixo mais amplo e
quadrado, antes (Fig. 2A) e depois de 2 semanas (Fig. 2B) da aplicação com toxina
botulínica por meio do uso da técnica de injeção dupla. Notar que essa paciente
utiliza o músculo depressor do ângulo da boca durante a protrusão e, como pre-
visto, esse músculo ainda está ativo após o tratamento do músculo mentoniano
(Fig. 2B). Os pacientes são capazes de avaliar as melhoras de pré e pós-tratamen-
to, quando orientados para realizar as avaliações dinâmicas do queixo.
• Comprometimento funcional da boca ausente ou mínimo também constitui
um resultado desejável, sem prejudicar as funções de rotina como comer, beber
e falar.
128 Procedimentos com Toxina Botulínica
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados após 2 semanas do tratamento com toxina botulínica
para verificar o enfraquecimento do músculo mentoniano e a função oral. Caso
persista a aparência de ondulações ou protrusão, avaliar as prováveis causas:
• Protrusão persistente do mento e/ou sulco mentoniano dinâmico. É preferí-
vel que os pacientes mantenham alguma função do músculo mentoniano, o que
pode ser visto com uma leve protrusão do mento ou pela formação de ondula-
ções e pela formação do sulco mentoniano. Se estiver presente uma protrusão
significativa após o tratamento, com suavização mínima do queixo em relação à
aparência inicial, poderá ser necessária uma aplicação adicional de toxina botu-
línica para obter o resultado desejado. Um procedimento de retoque poderá ser
realizado com 2,5 unidades ou menos de OBTX, utilizando o mesmo método já
descrito. Reavaliar os resultados estéticos e a função oral 2 semanas depois do
retoque. A dose eficaz de toxina botulínica para o tratamento do músculo men-
toniano é determinada como a dose inicial acrescida da dose de retoque. Iniciar
com essa dose total no próximo tratamento do músculo mentoniano, dentro de
aproximadamente 2 a 3 meses.
Complicações e Tratamento
• As complicações comuns relacionadas com injeções (vide seção de Introdução e
Conceitos Fundamentais; Complicações)
• Assimetria labial ou alteração do formato labial (estático ou dinâmico)
• Incompetência oral resultando em sialorreia ou comprometimento para falar,
comer ou beber.
A assimetria labial ou a alteração do formato labial podem resultar de inje-
ção lateral ou de difusão de toxina botulínica para o músculo depressor do lábio
inferior, responsável por rebaixar o lábio central. O relaxamento desse músculo
com a toxina botulínica, portanto, resulta na elevação dos lábios. A Figura 6 mos-
tra a assimetria labial com a elevação do lábio inferio r no lado direito devido ao
enfraquecimento desse músculo com a toxina botulínica. Esse efeito geralmente
melhora espontaneamente dentro de 2 a 4 semanas. A simetria do lábio inferior
pode ser restaurada com a aplicação de 1,25 unidade de OBTX no músculo de-
pressor do lábio inferior, que não foi afetado. Entretanto, recomenda-se esperar e
observar que melhore espontaneamente à medida que desaparece o efeito da toxi-
na botulínica, se a assimetria labial não for muito incômoda ao paciente.
A incompetência oral é uma complicação severa e rara que pode resultar em
sialorreia ou comprometimento para falar, comer ou beber. A aplicação muito pró-
xima do lábio pode envolver o músculo orbicular da boca, que é importante para
a competência oral. A imobilização total do músculo mentoniano com doses ex-
cessivamente altas de toxina botulínica também pode resultar em incompetência
oral, devido à capacidade comprometida de elevação do lábio inferior. Não há tra-
tamento corretivo para essa complicação e ela melhora espontaneamente à medida
que se dissipa o efeito da toxina botulínica, cerca de 2 a 3 meses.
Preço
Os custos do tratamento do sulco mentoniano com a toxina botulínica podem
variar de 125 a 250 dólares por tratamento ou de 25 a 50 dólares por unidade de
OBTX. Esta área de tratamento é considerada como avançada e o preço unitário é
mais alto do que para as áreas básicas do terço superior da face.
-- Bandas
Cervicais
A B
131
132 Procedimentos com Toxina Botulínica
FIGURA 2 Músculos do pescoço e terço inferior da face. Direitos reservados, Dra. R. Small.
Bandas Cervicais 133
Indicações
• Bandas cervicais
• Redução de volume submentoniano, também chamado de lifting do pescoço
Anatomia
• Bandas cervicais. As bandas cervicais ou platismais normalmente são compos-
tas por duas ou mais dobras verticais que se estendem da margem da mandíbula
até as clavículas (Fig. lA). Elas são mais evidentes durante o esforço, por exem-
plo, em caso de levantamento de peso muito grande ou quando se fala anima-
damente. O maior tônus em repouso, no músculo platisma, com o avanço da
idade, também contribui para a formação de bandas platismais.
• Músculos-alvo. O tratamento das bandas platismais com a toxina botulínica é
direcionado ao músculo platisma na porção anterior do pescoço. Esse músculo
é amplo e recobre a porção anterior e lateral do pescoço, além do terço inferior
da face (Fig. 2); origina-se no músculo peitoral e no deltoide, estende-se pela
clavícula e se insere em várias regiões da face inferior.
• Funções do músculo. O músculo platisma deprime a mandíbula e os cantos da
boca, expande o diâmetro do pescoço e, em alguns casos, deprime a porção malar.
As fibras da porção anterior do terço inferior da face, que se inserem na mandí-
bula, funcionam como depressores da mandíbula. As fibras da porção posterior
do terço inferior da face, que passam sobre a mandíbula e se interdigitam com os
músculos peribucais inferiores, como o depressor do ângulo da boca, orientam os
cantos da boca, além de, em alguns casos, direcionarem para baixo e lateralmente
a bochecha (malar). As fibras cervicais expandem o diâmetro do pescoço.
• Músculos a serem evitados. O músculo platisma recobre músculos cervicais
mais profundos, incluindo o esternocleidomastóideo e o laríngeo, sendo separa-
do deles por uma fina camada fascial. Esses músculos cervicais mais profundos
são evitados no tratamento de bandas platismais com a toxina botulínica.
Avaliação do Paciente
• As alterações cervicais devido à idade são avaliadas, incluindo as bandas pla-
tismais, as rugas, a flacidez da pele e a maior adiposidade.
• Bandas do músculo platismal são identificadas com a contração desse mús-
culo durante o esforço do paciente. Essas bandas respondem bem ao trata-
mento com a toxina botulínica.
• Flacidez da pele e adiposidade são visíveis em repouso. Não melhoram com
o tratamento com a toxina botulínica e a flacidez cutânea pode até piorar com
o tratamento. A Figura 3 mostra uma paciente, em repouso, com dobras de
pele flácida que permanecem em uma posição similar às dobras vistas com
bandas platismais. As dobras de pele flácida e a adiposidade submentoniana
não são indicadas para tratamento com a toxina botulínica.
134 Procedimentos com Toxina Botulínica
Objetivos do Tratamento
• A inibição total da porção anterior do músculo platisma.
Reconstituição
• Reconstituir 100 unidades de Botox cosmético em pó com 4 ml de solução sa-
lina estéril não preservada (vide seção de Introdução, Conceitos Fundamentais;
Método de Reconstituição).
• Os produtos de toxina botulínica não são intercambiáveis e todas as referências
neste capítulo à toxina onabotulínica tipo A (OBTX) referem-se especificamente
ao Botox.
Doses Iniciais
• Mulheres e homens: 7,5 a 12,5 unidades de OBTX por banda cervical em um
total de 15 a 25 unidades para as duas bandas platismais.
Anestesia
• A anestesia é desnecessária para a maioria dos pacientes; porém, poderá ser uti-
lizada uma bolsa de gelo, se necessário.
B
FIGURA 3 A flacidez da pele com v ista frontal (A) e lateral (B) não tem
indicação para tratamento do pescoço com a toxina botulínica. Direitos
reservados, Dra R. Small.
Resumo do Procedimento
• Aplicar as injeções dentro da zona de segurança para bandas platismais (Fig. 4).
A zona de segurança fica a 1 em lateral da traqueia e se estende para as linhas
de comissuras orais (linhas verticais que se estendem em direção inferior a par-
136 Procedimentos com Toxina Botulínica
Margem mandibular
1 em lateral à traqueia
Técnica
1. Posicionar o paciente em uma posição reclinada a 60 graus.
2. Identificar a zona de segurança de banda platismal (Fig. 4).
3. Localizar as bandas platismais na região mediai de tratamento, dentro da zona
de segurança, instruindo o paciente a contrair os músculos conforme as di re-
tivas acima.
4. Identificar os pontos de aplicação (Fig. 5).
5. Gelo para anestesia (opcional).
6. Preparar os locais de aplicação com álcool e esperar secar.
7. O aplicador deve ficar posicionado no lado que receberá a aplicação.
8. Com o músculo platisma contraído, inserir a agulha no mínimo 2 em inferior
à mandíbula, na porção superior da banda platismaJ. Direcionar a agulha no
sentido mediai e certificar-se de que a ponta da agulha está na região intra-
muscular e não simplesmente na pele, utilizando a técnica descrita na revisão
acima. Injetar 2,5 unidades de OBTX (Fig. 6).
9. O próximo ponto de aplicação se localiza 1-2 em inferior ao primeiro e a
OBTX é injetada com a mesma técnica. As aplicações devem ser aplicadas de
modo contínuo em sentido inferior até a porção inferior do pescoço, em um
total de 3-5 pontos de aplicação por banda, dependendo da sua extensão.
10. Para a segunda banda platismal, repetir a técnica de aplicação acima.
11. Geralmente não é necessária a compressão.
Resultados
• Redução d e bandas platismais fica evidente após 2 semanas do tratamento com
toxina botulínica. A Figura 1 mostra a contração do músculo platisma antes
(Fig. lA) e 2 semanas após (Fig. l B) a aplicação de toxina botulínica.
• Contorno do pescoço aperfeiçoado com a redução do volume submentonia-
no, quando em repouso, também poderá ficar evidente após 2 semanas do tra-
tamento. f
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados depois de 2 semanas de tratamento com a toxina botulí-
nica para verificar a redução de bandas cervicais. Abaixo é apresentado o problema
comumente encontrado:
• Bandas cervicais com contração persistente do músculo platisma. Os pacien-
tes podem possuir massa muscular m aior do que a prevista, na área tratada, e
poderá ser necessária uma aplicação de toxina botulínica adicional para obter
os resultados desejados. Um procedimento de retoque pode ser realizado com
2,5 unidad es de OBTX por local de aplicação, nas bandas platismais, durante a
atividade, utilizando o mesmo método já descrito. A dose total combinada para
o tratamento inicial e o retoque não deve exceder a 20 unidades de OBTX p or
banda platismal. Após 2 semanas do retoque deverá ser realizada a reavaliação.
A dose eficaz de toxina para o tratamento do músculo platism a é determinada
com o sendo a dose inicial acrescid a da dose de retoque. Iniciar com essa dose
total no próximo tratamento do músculo platisma do paciente dentro de 3 a 5
meses.
Complicações e Tratamento
• As complicações comuns relacionadas com injeções (vide seção de Introdução e
Conceitos Fundamentais; Complicações)
• Disartria (dificuldad e de articulação)
• Disfagia (dificuldade de deglutição), sendo necessária a colocação de um tubo
nasogástrico em casos severos
• Disfonia (rouquidão)
• Fragilidad e cervical
As complicações são raras nos tratamentos de bandas p latismais, porém,
quando ocorrem, podem ser significativas e problemáticas.
A disartria pode resultar de função oral comprometida devido à aplicação de
toxina botulínica no músculo platisma. A porção superio r desse músculo se insere
nos músculos do te rço inferior da face e pode afetar a fu nção dos cantos d a boca,
do lábio inferio r e do queixo. A aplicação de toxina botulínica na porção superior
do músculo platism a, próximo à margem mandibular, pode, assim, prejudicar a
função oral.
A disfagia, a fragilidade cervical e a rouquidão podem resultar da disper-
são da toxina para os músculos mais profundos, que ficam abaixo do músculo
platisma (como o esternocleidomastóideo e outros feixes musculares e músculos
140 Procedime ntos com Toxina Botulínica
laríngeos do pescoço). A disfagia pode ocorrer com doses muito altas de OBTX
(;::: 180 unidades). Porém, foi relatado um caso de disfagia com necessidade de co-
locação de tu bo nasogástrico com aplicação de 60 unidades de OBTX no pescoço.
A fragilidade cervical normalmente é relatada como a flexão cervical na posição de
supino. A rouquidão ocorre devido à difusão da toxina para os músculos laríngeos.
Não há tratamento corretivo para essas complicações que melhoram espontanea-
mente à medida que os efeitos da toxina se dissipam dentro de 3 a 4 meses.
Preço
O tratamento de bandas platismais com a toxina botulínica varia entre 600 e 800
dólares por tratamento para as duas bandas cervicais ou de 25 a 40 dólares por uni-
dade de OBTX. Esta é uma área de tratamento avançado e os custos por unidade é
maior do que para as áreas básicas do terço superior da face.
Hiperidrose
Axilar
Estima-se que a hiperidrose axilar primá ria, definida como sudo rese focal idio-
pática excessiva, afete mais de 7,8 milhões de pessoas nos Estados Unidos, com
a maio r incidência em adultos entre 18 e 54 anos. Esse fato afeta a qualidade de
vida, interferindo na interação social e profissional, além das atividades diárias. O
tratamento das glândulas sudoríparas na derme, com a toxina botulínica, inibe a
liberação de acetilcolina, que diminui a produção de suor e reduz a hiperidrose.
Indicações
• Hiperidrose axilar primária
141
142 Procedimentos com Toxina Botulínica
Anatomia
• Glândulas sudoríparas. As glândulas sudoríparas estão localizadas na derme
e são inervadas pelo sistema simpático pelo neurotransmissor acetilcolina, que
estimula a transpiração. Os pacientes com hiperidrose axilar não p ossuem gran-
de densidade de glândulas sudoríparas axilares; presume-se que o mecanismo
fisiopatológico da hiperidrose axilar primária ocorra devido à hiperatividade do
sistema nervoso simpático ou quando está irregular, resultando em transpiração
excessiva.
Avaliação do Paciente
• Diagnóstico de hiperidrose axilar primária. Realizado após a exclusão das
causas secundárias da sudorese excessiva, como comprometimento de colu-
n a, patologias do sistema nervoso periférico, hipertireoidismo, diabetes, dentre
outros.
• Os critérios diagnósticos para a hiperidrose axilar primária incluem o suor ex-
cessivo localizado e visível (Fig. 1), sem motivo aparente, no intervalo mínimo
de 6 meses e apresentando pelo menos dois dos pontos abaixo:
• Sudorese bilateral
• Prejuízo de atividades diárias
• Frequência mínima de um episódio semanal
• Idade inicial abaixo de 25 anos
• Histórico familiar positivo (65% dos pacientes apresentam esse fator)
• Durante o sono cessa a sudorese focalizada
• Escala de Severidade da Hiperidrose. Trata-se de um instrumento de auto-
avaliação qualitativa que pode ser utilizado para verificar a severidade da hipe-
ridrose axilar. O grau de comprometimento das atividades diárias é classificado
em uma escala de quatro pontos, sendo que um escore de 3 ou 4 é considerado
como hiperidrose axilar severa.
A Escala de Severidade da Hiperidrose está resumida na tabela abaixo.
Objetivo do Tratamento
• Cessar totalmente a sudorese axilar ou reduzir sua severidade, para que os sinto-
mas possam ser manejados com antiperspirantes comercializados.
Reconstituição
• Reconstituir 100 unidades de Botox cosmético em pó com 4 ml de solução sa-
lina estéril não preservada (vide seção de Introdução, Conceitos Fundamentais;
Método de Reconstituição).
• Os produtos de toxina botulínica não são intercambiáveis e todas as referências
neste capítulo à toxina onabotulínica tipo A (OBTX) referem-se especificamente
ao Botox.
Doses Iniciais
• Mulheres e homens: 45 a 50 unidades de OBTX por axila, perfazendo um total de
20 injeções por axila, sendo 2,5 unidades de OBTX em cada ponto de aplicação.
Anestesia
• A anestesia é desnecessária para a maioria dos pacientes; porém, poderá ser uti-
lizada uma bolsa de gelo, se necessário.
Técnica
Teste de lodo-Amido (Teste de Minor}
l. Colocar o paciente em posição de supino na maca, com os braços levantados.
2. Secar a axila e passar solução de iodopovidine, certificando-se de que a área ao
redor da axila está coberta. Esperar o iodo secar (Fig. 2).
6. Limpar a área interna do círculo com álcool para remover toda a coloração
e preparar a pele para as aplicações. Utilizar uma caneta cirúrgica e uma fita
métrica para marcar 20 pontos de aplicação distribuídos de maneira uniforme,
separados por 1,5 a 2 em, por axila (Fig. 6).
Resultados
• Dentro de 1 a 2 semanas após o tratamento ocorre uma redução significativa ou
total de sudorese sob as axilas.
1!1ff0!1 t'l ft Hiperidrose Axilar 147
Retornos e Tratamento
Os pacientes são avaliados 2 semanas depois do tratamento com toxina botulínica
para verificar a redução de transpiração. As complicações nos retornos são raras
e incluem:
• Transpiração persistente na área de tratamento. Isto pode ser corrigido com
um procedimento de retoque com 2,5 unidades de OBTX por local de aplicação
na área de sudorese residual. Os pacientes podem conseguir identificar sozinhos
a área onde apresenta a sudorese residual e o tratamento ser direcionado para
este local. Contudo, poderá ser realizado o teste de Minor para identificar as áre-
as de sudorese para o retoque. Os procedimentos de retoque para a hiperidrose
axilar geralmente necessitam de 10 a 20 unidades de OBTX por axila. Nos próxi-
mos retornos, utilizar 45-50 unidades de OBTX, pois ainda poderá ser possível
obter uma resposta adequada com esta dose.
Complicações e Tratamento
• As complicações comuns relacionadas com injeções (vide seção de Introdução e
Conceitos Fundamentais; Complicações).
Preço
Os custos do tratamento de hiperidrose axilar bilateral com a toxina botulínica
normalmente variam de 900 a 1.200 dólares por tratamento ou de 10 a 12 dólares
por unidade de OBTX.
Toxina Botulínica
Tabelas de Tratamento
ANEXO 1. TABELA t:;::;;;~ ...
Tabela de Conversão de Unidade-Volume para Tratamentos com
Toxina Botulínica
Volume (ml) de aplicação de toxina
Dose de tox ina botulínica bot ulínica utilizando reconstituição/diluição
(unidades) de concentração de 100 unidades/4 ml
1,25 0,05
2,50 0,1 0
3,75 0, 15
5 0,20
7,5 0,30
10 0,40
12,5 0,50
15 0,60
17,5 0,70
20 0,80
22,5 0,90
25 1,00
27,5 1,1o
30 1,20
32,5 1,30
35 1,40
37,5 1,50
40 1,60
42,5 1,70
45 1,80
47,5 1,90
50 2,00
149
150 Anexos
ANEXO 1. TABELA 2B
Doses Iniciais para Tratamentos com Toxina Abobotulínica Tipo A
(Dysport 0 )
Dose total• de
Areas de tratamento M ú sculos-alvo ABTX (u nidad es)
Rugas g labelares Complexo glabelar 50
Rugas frontais M. frontal 30
Rugas periorbitais M. orbicular do olho, porção lateral 30
Rugas da pálpebra inferior M. orbicular do olho, porção 4
pré-septal inferior
Lifting de sobrancelha M. orbicular do olho, porção lateral 12
superior
Rugas nasais M. nasal 6
Rugas radiais (superiores) M. orbicular da boca 8
Sorriso gengiva i M. levantador do lábio superior e da 6
asa do nariz
Linhas de marionete M. depressor do ângulo da boca 10
Mento M. mentoniano 10
Bandas cervicais M. platisma 40
Hiperidrose axilar (Glândulas sudoríparas) 100
•Esta é a dose combinada para os dois lados em tratamento de áreas que envolvem a aplicação b ilateral.
ABTX, Toxina abobotulinica tipo A (Dysport)
Formulário de
Admissão em Estética
Data: _ _ _ __
NOME: - - -- - - - - - - - - IDADE: _ _ _* Data da nascimento: _ _ _ __
(completo)
ENDEREÇO: - - - - - - - - - CIDADE: - - - - - - - - CEP: _ _ __
CELULAR: O SIM PARA CONTATO 0 DEI XAR MENS AGEM
TELEFONE RESIDENCIAL: O SIM PARA CONTATO O DEIXAR MENSAGEM
TELEFONE COMERCIAL: 0 SIM PARA CONTATO 0 DEIXAR MENSAGEM
E-MAIL: O SIM PARA CONTATO
PROFISS ÃO: Como tomou conhecimento de nossa clínica? _ _ _ _ __
Por ordem de importância, iniciando por 1, classifica r o que gostaria de melhorar em sua pel e:
_ __ Redução de rugas e linhas fina s _ _ _ Red ução de manchas marrons/fotodano
_ __ Redução de oleosidade/acne _ _ _ Red ução de pelos
_ __ Redução de vermelhidão _ _ _ Remoção de tatuagem
Outros: _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
151
152 Anexos
Folhetos Informativos
para os Pacientes
Após o Tratamento
• Não massageie as áreas tratadas no dia do tratamento.
• Evite deitar-se nas primeiras 4 horas após o tratamento.
• Evite aplicar calor na área tratada no dia do tratamento.
• Evite atividades que provoquem enrubescimento facial no dia do tratamento,
incluindo o consumo de álcool, uso de banheira ou sauna, exercícios e bronzea-
mento.
• Aplique gentilmente uma compressa gelada ou bolsa de gelo nas áreas tratadas
por 15 minutos, por quantas vezes forem necessárias, em intervalos de algumas
horas, para reduzir o desconforto, inchaço ou edemas durante os primeiros dias
após o tratamento. Se ocorrer edemas, normalmente se resolvem dentro de 7 a
10 dias.
• Após o tratamento, o consumo oral ou a aplicação tópica de Arnica montana
pode ajudar a reduzir o edema e o inchaço.
• Os efeitos do tratamento com toxina botulínica manifestam-se totalmente em
cerca de 1 a 2 semanas e duram cerca de 2,5 a 4 meses.
• Se, 1-2 semanas após o tratamento, você achar que precisa de um retoque, favor
entrar em contato com a clínica.
153
154 Anexos
155
156 Anexos
Nome do Paciente - - -- - - - - - - - - - - -
Nome do P a c i e n t e - - - - - - - - - - - - - -
Assinatura do P a c i e n t e - - - - - - - - - - - - Data _ _ _ _ __
Prontuários
SA. Prontuário para Tratamentos Cosméticos com Toxina
Botulínica
Nome: --~,,~om
~ pl~
.,-.~,---------------------------- Data de nascimento:-----------
Pós-procedimento
Are a: Retorno/Retoque Paciente tolerou o procedimento
Hematoma percebido
Voi/Unidades: _ _ Área: Voi/Unldades: _ _ o Gelo aplicado
,, I
NP: ritides estàticas I dinAmiCas ------------------- (áreas)
Anotações: -------------------- -- -- - - - - - -
f '»I
NP: rltides estàticas I din~mtcas - - - - - - - - - - - (àreas)
Anotações: - - - - - - - - - - - - - - -- - - -- -
161
162 Anexos
Toxina Botulínica
Allergan, Inc.
Botox®
Telefone: 1-800-377-7790
www.allergan.com
Anestésico Tópico
American Health Solutions Pharmacy
Pomada de benzocaína/lidocaína/tetracaína (BLT) (20:6:4)
1-310-838-7422.
www.AHSRx.com
APP Pharmaceuticals
EMLA®(lidocaína 2,5%: prilocaína 2,5%)
Schaumburg, IL 601 73-5837
1-847-413-2075
www.appph arm a.com
PharmaDerm
L-M -X®(lidocaína 4%-5%)
1-973-514-4240
www.pharmaderm.com
163
Geral
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fndice Remissi ~S::;.
Nota: O número de página seguido de "f" ou "t" indica figura e tabela, respectivamente.
169
170 fndlce Remissivo