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A Contabilidade Nacional
• A Contabilidade Nacional é uma representação quantificada da
economia de um país que obedece a normas convencionadas e
codificadas.
• A Contabilidade Nacional fornece uma representação simplificada e
quantificada do funcionamento de uma economia num determinado
período de tempo. Através da Contabilidade Nacional ficamos a conhecer os
principais responsáveis e as operações realizadas pelos mesmos na actividade
económica, bem como os mecanismos essenciais para preverem a sua evolução futura.
• A Contabilidade Nacional aparece como uma técnica que procura dar à
economia de cada país uma representação quantificada e completa, mas
suficientemente simplificada para se poder conhecer e distinguir
facilmente os principais aspectos da vida económica nacional. A
Contabilidade Nacional, para dar uma visão simplificada da economia, considera a
actividade económica como uma maqueta onde são identificados os principais actores
económicos responsáveis pela actividade económica e as relações económicas
estabelecidas entre eles. As operações entre os actores económicos aparecem
quantificadas num sistema articulado.
• Contabilidade Nacional responde às necessidades de informação dos
agentes económicos (Família, Empresas, Estado...) sobre a realidade
económica do país.
Sectores institucionais
• O processo de cálculo adoptado pela Contabilidade Nacional em Portugal
segue o modelo da União Europeia, o denominado Sistema Europeu de
Contas Nacionais e Regionais, SEC95. Este utiliza vários conceitos,
começando por identificar os sectores institucionais e os ramos de
actividade e por estabelecer as diferenças entre território económico e
unidades institucionais residentes e não residentes.
• O actual sistema de contas, SEC 95, utiliza a classificação institucional
para agregar e classificar os diversos centros de decisão e testes na
actividade económica, criando sectores institucionais
Ramo de Actividade
Nos casos em que uma única unidade institucional produz dois produtos
diferentes (a compota de morango e o frasco), estamos em presença de
dois produtos e dois ramos de actividade económica. O valor da produção
da compota é registado num ramo, enquanto o valor do frasco é registado
noutro ramo da actividade económica.
2 Ver T6 página 33
3 Ver T6 e T7 página 33
Pelo exposto verifica-se que conceito de residência não coincide com o conceito de
nacionalidade: não é necessário ter a nacionalidade de um determinado país para ser
considerado residente; esta mede-se pelo tempo de permanência no país ser superior ou
igual a um ano.
F1 Fluxos monetários5
O esquema da página 34, permite estabelecer a igualdade entre o valor
obtido no processo produtivo, Produto do país, o valor distribuído pelos
factores intervenientes no processo produtivo, Rendimento do país, e o
valor despendido pelos sectores institucionais existentes no país, Despesa
do país. Apesar do resultado final obtido pelas três ópticas ser o mesmo,
cada uma transmite diferentes informações:
Admitindo que o país Betalandia apenas produziu amêndoas, em 2004, e que o cálculo do
valor da produção do país é realizado por adição do valor das vendas, de todas as unidades
institucionais intervenientes, obtemos 52 200€. Por decomposição do valor, temos que:
• 10 000€ do valor de venda da amêndoa com casca para o agricultor;
• 12 500€ do valor de venda da empresa «Silva & Ayres». Este valor corresponde ao valor
de venda da amêndoa com casca pelo agricultor (10 000€) mais o valor do descasque
ensacamento (2500€);
• 14 500€ é o preço de venda da empresa «PascoamêndoLda.». Este valor corresponde ao
valor de venda da amêndoa com casca pelo agricultor (10 000€), mais o valor do
descasque e ensacamento (2500€) e a transformação da amêndoa de Páscoa (2000€);
• 15 200€ é o preço de venda pelos hipermercados. Este valor corresponde ao valor de
venda da amêndoa com casca pelo agricultor (10 000€), mais o valor do descasque e
ensacamento (2500€), seguido da transformação na amêndoas Páscoa (2000€) e da sua
comercializarão ao consumo dor final (700€).
Q1 Valor acrescentado
Unidades Produçã Consumo intermédio (em Valor
institucionais o euros) acrescentado
Total 15200
Da análise de Q1, verificamos que a soma dos valores acrescentados pelas diferentes
unidades institucionais corresponde ao valor da produção do país, ou seja, o Produto do país
Betalândia foi 15200€, em 2004.
Produção e Produto
• O valor da produção corresponde ao valor das vendas dos bens e dos
serviços produzidos durante um determinado período de tempo.
Admitamos que a empresa «Altivo & Fino», produtora de calçado, produziu 100000 pares de
sapatos num dado ano e que os comercializou por 20000€. Os consumos intermédios
utilizados na produção dos sapatos, excluindo o consumo de capital fixo, foram de 5000€.
Para aumentar a produtividade, a referida empresa tinha adquirido uma máquina de coser o
calçado pelo valor de 10000€ com a duração prevista de 5 anos.
Comecemos por calcular o Produto do país em termos brutos. Neste caso, teremos:
• Produto Bruto = valor das vendas - consumo intermédio
• Produto Bruto = 20000€- 5000€ = 15000€
A partir dos valores anteriores verificamos que o Produto Bruto foi de 15000€ e que o
Produto Liquido foi de 13000€.
Vejamos alguns exemplos que permitem compreender as diferenças entre Produto Interno e
Produto Nacional:
• os emigrantes a trabalhar no país de acolhimento há mais de um ano são considerados
residentes nesse país e o valor da sua produção é registado nos Produtos Interno e
Nacional desse país;
• os proprietários de terrenos e/ou edifícios situados num determinado país são
considerados residentes no mesmo para qualquer acto relativo a esses imóveis e as
rendas provenientes dos arrendamentos são registadas no Produto Nacional desse país;
• os turistas, os artistas, etc. são unidades residentes no país que habitam e, como tal, os
valores das suas transacções são registados no Produto Nacional desse país.
Realizados os cálculos, verificamos que o Produto Nacional da Lusilândia foi de 11 950 000€.
Produto da Lusilândia
Comecemos por identificar os fluxos que são registados como rendimentos provenientes
do Resto do Mundo no Produto Nacional:
• 100 nacionais da Lusilândia trabalharam durante 5 meses na Betalândia e receberam
100 mil euros;
• 5 nacionais da Bertanha imigraram para a Lusilândia em 2002 e aí permanecem, tendo
auferido, em 2003, 50 mil euros.
Os fluxos são registados como rendimentos enviados para o Resto do Mundo no Produto
Nacional:
• a empresa «A & B» da Betalândia criou há 7 meses, na Lusilândia, uma filial, tendo
obtido, durante o período mencionado, uma riqueza de 200 mil euros.
• O Produto Interno da Lusilândia foi de 12 milhões de euros em 2003.
Assim, teremos:
Produto Nacional = Produto Interno +Saldo dos rendimentos do trabalho, da
propriedade e da empresa com o Resto do Mundo
Produto Interno = 12 000 000€
Produto Nacional = 12 000 000 + (100 000 + 50 000 – 200 000) = 11 950 000€
O Produto, quer seja PIBpm, PNLcf ou outro agregado, pode ser construído
utilizando os preços de um ano considerado base para valorizar as
quantidades produzidas nos anos seguintes. Estes valores permitem-nos
comparar, durante o período em análise, a evolução registada na
quantidade produzida sem a interferência dos preços.
O PIB nominal passou de 100 000 para 144 000 euros de 2001 para 2002. Mas será que o PIB
real aumentou? Podemos defini-lo pelo número de automóveis: passou de 10 para 12,
aumentou 20%. Ou podemos defini-lo multiplicando o número de automóveis produzidos a
cada ano por um preço comum, digamos o preço do automóvel em 2001, 10 000 euros. Esta
abordagem resultaria no PIB real em euros de 2001.
O PIB real de 2002 em euros de 2001 seria de 120 000 euros, o que corresponde a um
aumento de 20%.
Óptica do Rendimento:
Produto = Remunerações do trabalho e do capital
Rendimento / Transferências
O valor do investimento (I) inclui todos os bens que não apresentam uma
utilização final e corresponde às despesas com equipamentos, instalações,
matérias-primas, habitações, aumento das existências das empresas... que
asseguram a produção futura. O Investimento subdivide-se na formação
bruta de capital fixo (FBCF) e na variação de existências (VE).
• A formação bruta de capital fixo inclui todas as despesas efectuadas
pelas empresas e pelo Estado na aquisição de meios de trabalho: como
equipamentos, instalações, máquinas, e a aquisição de habitação pelas
famílias. A formação bruta de capital fixo é a componente da Despesa
que faz aumentar a capacidade de produção da economia e que
possibilita a eliminação do capital obsoleto.
• O valor da variação de existências traduz as alterações do valor das
existências em armazém de produtos acabados, de produtos e em curso
de fabrico e de matérias-primas e subsidiárias. Este valor é calculado
através da diferença entre as existências no final do período em análise
e no inicio do mesmo, podendo assumir valores positivos ou negativos.
A análise de Q4, página 48, permite afirmar que a formação bruta de capital fixo decresceu
ao longo do período de 2001 a 2004 e que esse decréscimo ocorreu em todos os ramos de
actividade identificados, excepção dos produtos agrícolas, silvicultura, pesca e aquicultura
nos outros produtos. Este comportamento da formação bruta de capital fixo está associado a
um período de menor crescimento Produto, à reduzida capacidade do país em atrair
investimento estrangeiro e ao reduzido crescimento do investimento público.
A Procura Interna, como podemos observar em Q5, página 49, tem registado crescimento
moderado devido ao lento aumento do consumo público e privado e ao decréscimo no
investimento entre 2001 e 2003.
Externalidades
Os benefícios e os prejuízos indirectos resultantes do processo produtivo
são designados externalidades e não são registados no cálculo do Produto
• As contas regionais definitivas divulgadas pelo INE apontam para um PIB a preços de
mercado de 144 128 milhões de euros em 2004, o que representa um crescimento em
termos nominais de 4% e de 1,5% em termos reais. Esta realidade sobressai ainda mais
se a compararmos com os dados de 2003, pois verificamos que nesse ano o PIB
decresceu 0,8%, em termos reais.
• Da análise de Q7 e Q8, página 56, constatamos que, em 2004, tal como em anos
anteriores, cerca de 2/3 do PIB português foram obtidos nas regiões de Lisboa e do Norte
(28,0 + 36,9 = 64,9%). As regiões de Lisboa e do Norte do país contribuem com 64,9%
do Valor Acrescentado Bruto e representam 61,2% do emprego nacional.
• Através da análise de F8 e F9, página 58, observamos que as actividades agrícolas, caça
e silvicultura, pesca e aquicultura apresentam maior contributo para o Valor
Acrescentado Bruto (VAB) nas regiões do Alentejo, R. A. dos Açores e Algarve. Nas
regiões de Lisboa e do Norte verificamos que são os serviços financeiros e o comércio as
actividades com maior capacidade de emprego e de criação de valor.
• Constatamos também que são os serviços de carácter não mercantil (Administração
Pública, educação, saúde, etc.) que apresentaram maior peso no VAB de todas as regiões
e um dos maiores contributos em termos de emprego. Nas regiões Norte e Centro do
país, a indústria, incluindo a energia, representa mais de 20% do VAB e do emprego.
Através do gráfico F13, página60, podemos constatar que, entre 1996 e 1999, o PIB português
cresceu, em média, mais do que o da UE a 25 Estados-membros. Situação inversa ocorreu
entre 2002 e 2005.