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O documento discute a invenção do conceito de Nordeste no Brasil na década de 1920. Apresenta como o regionalismo passadista foi fabricado por intelectuais como Gilberto Freyre para defender os valores tradicionais da região contra a onda modernista. Também examina como a ideia de Nordeste emergiu no contexto de crise da Primeira República e da formação de uma nova consciência nacional-popular.
O documento discute a invenção do conceito de Nordeste no Brasil na década de 1920. Apresenta como o regionalismo passadista foi fabricado por intelectuais como Gilberto Freyre para defender os valores tradicionais da região contra a onda modernista. Também examina como a ideia de Nordeste emergiu no contexto de crise da Primeira República e da formação de uma nova consciência nacional-popular.
O documento discute a invenção do conceito de Nordeste no Brasil na década de 1920. Apresenta como o regionalismo passadista foi fabricado por intelectuais como Gilberto Freyre para defender os valores tradicionais da região contra a onda modernista. Também examina como a ideia de Nordeste emergiu no contexto de crise da Primeira República e da formação de uma nova consciência nacional-popular.
1 Peixoto Neroaldo Pontes - ‘Modernismo e regionalismo: os anos 20 em Pernambuco.’ (1984)
• A situação política em Pernambuco na década de 1920
gerando a consciência de uma necessidade de mudança nos níveis político, econômico e social. • “Subjacente às discordâncias de propostas em torno da literatura ou da arte em geral, agia como força viva, a luta local pelo poder político [...] reflexo [...] das disputas entre as facções oligárquicas [...] os regionalistas [...] acusando o governo federal de interferência indevida em PE, propugnavam pela defesa regional, a nível político, cultural, artístico [...] promover o fortalecimento da região, superando assim o esquema frágil das diversas unidades estaduais, para servir de sustentação ao confronto com o Sul, especialmente porque se tinha clareza suficiente sobre a decadência em que se encontrava a região”
História Regional e Local - Renato Amado
2 Peixoto O Modernismo e o passadismo • José Inojosa e o modernismo [ou Futurismo]: Os que divulgavam o modernismo, [...] ligados ao presidente Epitácio Pessoa, tinham como palavra de ordem imitar São Paulo [...] insistia-se no privilégio do urbano sobre o rural, proclamava-se a necessidade do progresso [...]. • José Lins do Rego, Gilberto Freyre e o ‘passadismo’: [...] tal perspectiva apontava, também, na direção de saudosismo, na medida em que o passado de glória da região, particularmente na perspectiva das classes dominantes, passa a ser evocado como mítico. Nesta linha, abre-se espaço para o conservadorismo, marcado pelo privilégio do rural sobre o urbano, acentuando-se, além do mais, aquela tendência bairrista do regionalismo de ver o Nordeste como a mais brasileira de todas as regiões do país. A conservação dos valores tradicionais apresentava-se para os regionalistas como uma forma de se defenderem contra a onda de modernismo, ou futurismo, contrária aos interesses locais, segundo eles. Daí as diatribes contra tudo o que viesse do sul. História Regional e Local - Renato Amado 3 Peixoto A fabricação do regionalismo passadista • A importância da criação da Revista do Norte em 1923. / A doutrinação tradicionalista e regionalista de Gilberto Freyre / Oliveira Lima / José Lins do Rego. • Moraes Coutinho e o ‘Federalismo Centrípeda’ – PE e a liderança regional, “berço da história local” [Neroaldo Pontes].. • Gilberto Freyre e a definição do bom regionalismo como o que defende os valores locais sem os impor contra os gerais. História Regional e Local - Renato Amado 4 Peixoto A fabricação do regionalismo passadista • A fundação do Centro Regionalista do Nordeste, em 1924. • A importância do ‘Livro do Nordeste’, publicado em 1925 pelo Diário de Pernambuco em comemoração ao seu centenário: “a tônica e a valorização do regional, chegando-se frequentemente, ao ufanismo.” • 1º Congresso Regionalista do Nordeste em 1926: o grande mérito do Centro foi a de por na ordem do dia a discussão em torno do regionalismo, dos valores e da tradição / o grande destaque dado ao evento pela mídia do Sul. Seus objetivos foram: a “unificação dos diversos Estados do Nordeste, sobrepondo o conceito de região ao de estado. Sua estratégia foi a da defesa dos valores tradicionais do nordeste, buscando no passado a raiz e a fonte da unificação pretendida.” • O romance de 30 funda-se sobre as discussões da década de 1920
História Regional e Local - Renato Amado
5 Peixoto Durval Muniz de Albuquerque Jr. - ‘A invenção do Nordeste’ (1999).
• A desnaturalização do termo Nordeste e sua
inserção na dicotomia poder e linguagem. • O regionalismo com um dispositivo que permite explicitar relações de força e de sentido. • A relação entre os conceitos de nação e de região e o questionamento da História Regional tomada sem o pressuposto do questionamento do lugar de produção do saber historiográfico [19-33].
História Regional e Local - Renato Amado
6 Peixoto Os tempos da invenção do Nordeste [34-35]
• ‘Geografia em Ruínas’: as transformações
históricas que possibilitaram a emergência da ideia de Nordeste, desde a emergência do dispositivo das nacionalidades. • ‘Espaços da saudade’: a invenção do Nordeste por meio do discurso conservador. • ‘Territórios da revolta’: as reelaborações da ideia de Nordeste, feitas por autores e artistas ligados ao discurso de esquerda.
História Regional e Local - Renato Amado
7 Peixoto A formação discursiva nacional-popular [40-47]
• “A invenção do Nordeste a partir da reelaboração das
imagens e enunciados que construíram o antigo Norte” em meio a um contexto de crise que possibilitou a emergência “de um novo olhar em relação ao espaço” [40]. • A formação discursiva nacional-popular: “a preocupação em construir uma nova nação, incluindo o povo como cidadão, num novo projeto de República e sua inserção no processo cultural do país, vai dar origem a um novo conjunto de saberes e práticas sociais, de novas regras de produção de discursos e de imagens” .
Fernando Leite, Adriano Codato (2013) Autonomização e Institucionalização Da Ciência Política Brasileira: o Papel Do Sistema Qualis-Capes. Agenda Política, 2013