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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Número do 1.0278.19.000088-7/001 Númeração 1138635-


Relator: Des.(a) Edgard Penna Amorim
Relator do Acordão: Des.(a) Edgard Penna Amorim
Data do Julgamento: 25/03/2020
Data da Publicação: 03/04/2020

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO ORDINÁRIA - DIREITO


ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL - TUTELA ANTECIPADA -
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DE
PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS -
PERÍCIA MÉDICA ADMISSIONAL - AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA -
INAPTIDÃO - 'FUMUS BONI IURIS' E 'PERICULUM IN MORA' - RESERVA
DE VAGA - POSSIBILIDADE - DECISÃO AGRAVADA MANTIDA -
RECURSO DESPROVIDO.

Diante da plausibilidade da pretensão da autora de discutir a juridicidade de


sua eliminação no exame médico admissional em virtude da inaptidão na
avaliação fonoaudiológica, é de se deferir parcialmente a medida urgente
para, em caráter cautelar, assegurar a reserva de sua vaga, mantida a
decisão de primeiro grau proferida neste sentido.

AGRAVO DE INSTRUMENTO-CV Nº 1.0278.19.000088-7/001 - COMARCA


DE GRÃO-MOGOL - AGRAVANTE(S): ESTADO DE MINAS GERAIS -
AGRAVADO(A)(S): MARIA NILMA PEREIRA DO AMARAL

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 1ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de


Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos,
em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

DES. EDGARD PENNA AMORIM

RELATOR.

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DES. EDGARD PENNA AMORIM (RELATOR)

VOTO

Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo ESTADO DE MINAS


GERAIS contra a decisão proferida pelo i. Juiz da Vara Única da Comarca de
Grão Mogol, NALBERNARD DE OLIVEIRA BICHARA, que, nos autos da
ação ordinária ajuizada por MARIA NILMA PEREIRA DO AMARAL,
concedeu a tutela antecipada, nos termos seguintes (ordem n° 06, fls. 06/08):

(...) Ante o exposto, DEFIRO o pedido de antecipação de tutela requerida,


determinando que o requerido reserve a vaga para a qual a requerente foi
nomeada até decisão final deste Juízo, sob pena de pagamento de multa
diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) até o limite máximo de R$
10.000,00 (dez mil reais).

Em suas razões, sustenta o agravante que o ato administrativo que


declarou a inaptidão da agravada para o exercício do cargo é vinculado, e foi
proferido em consonância com a legislação estadual e constitucional. Aduz
que os documentos trazidos aos autos pela autora foram produzidos
unilateralmente, assim imprestáveis a corroborar suas alegações. Argumenta
que os exames pré-admissionais evitam, a longo prazo, afastamentos por
licença médica ou aposentadoria precoce. Alega que ao Poder Judiciário é
vedado interferir nas competências do Poder Executivo, sob pena de afronta
ao princípio da separação dos poderes. Salienta que a multa não deve
subsistir, pois gera prejuízo a toda população, desviando recursos que

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poderiam ser aplicados em saúde e educação. Requer a concessão do efeito


suspensivo e o provimento do recurso, para que seja revogada a concessão
da tutela antecipada.

Recebido o recurso (doc. de ordem n° 09), foi indeferida a concessão do


efeito suspensivo e determinada a intimação da agravada, a qual apresentou
contraminuta, pelo desprovimento do recurso (ordem n° 12).

Conheço do agravo, presentes os pressupostos de admissibilidade.

Ao que se vê, a circunstância impeditiva da posse da agravada no cargo


de Professor de Educação Básica foi a inaptidão no exame pré-admissional,
decorrente da "possibilidade de o trabalho acarretar progressão do agravo à
saúde", nos termos do inc. II do § 3º do art. 3º do Decreto Estadual n.º
46.968/16 (f. 5 do doc. de ordem 5).

Neste contexto, na esteira do asseverado por ocasião do despacho


inaugural do agravo, convenço-me de que a precisão técnico-científica de
que revestido o exame otorrinolaringológico torna plausível a pretensão da
agravante de demonstrar, na fase instrutória, a normalidade de suas cordas
vocais, conforme já se admitiu em alguns precedentes deste eg. Tribunal de
Justiça:

EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO EX OFFICIO. AÇÃO ORDINÁRIA.


CONCURSO PÚBLICO. CONTRA-INDICAÇÃO MÉDICA. PRODUÇÃO DE
PROVAS. DEFICIÊNCIA AUSENTE. MANUTENÇÃO DO CARGO.

Os atos administrativos têm presunção relativa de veracidade, que pode ser


desconstituída mediante prova em sentido contrário.

Havendo a Perícia Técnica, produzida nos autos por fonoaudióloga,


concluído que a audição bilateral do autor é perfeita e atende às exigências
da Resolução n.º 3.692/02, cabe a anulação do ato que eliminou o autor com
base em relatório de contra-indicação firmado por médicos ginecologista e
cardiologista.

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(...) (TJMG, Apelação Cível n.º 1.0480.06.084340-0/001, Rel.ª Des.ª


ALBERGARIA COSTA, Terceira Câmara Cível, j. 05/12/2013, DJe.
18/12/2013.)

EMENTA: CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL.


REEXAME NECESSÁRIO. VALOR DA CAUSA. PARÂMETRO.
INTELIGÊNCIA DO ART. 475, § 2.º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
CONCURSO PÚBLICO. CONTRAINDICAÇÃO MÉDICA. PERDA AUDITIVA.
DEFICIÊNCIA DE GRAU LEVE NÃO INCAPACITANTE. ATO
ADMINISTRATIVO. NULIDADE. HIPÓTESE, ADEMAIS, EM QUE O
CANDIDATO NÃO SE SUBMETEU À JUNTA MÉDICA, CONFORME
PREVISTO NA LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. PRECEDENTE.

(...)

2. É legítima a exigência de exame auditivo em concurso público para


carreira da Polícia Militar, pois além de previsto no Edital de convocação e no
próprio Estatuto (art. 5º, III, a, 5 da Lei n.º 5.301/69), possui caráter objetivo e
razoável para as funções a serem exercidas. Havendo a Perícia Técnica
produzida nos autos concluído que a audição bilateral do autor é perfeita e
atende às exigências da Resolução n.º 3.692/02, cabe a anulação do ato que
eliminou o autor com base em relatório de contra-indicação firmado por um
único médico, desatendendo o disposto no parágrafo único do art. 5.º da Lei
n.º 5.301/69, acrescentado pela LC n.º 50/98, que exige a análise por uma
Junta Médica ou Comissão de Avaliadores. (TJMG - 3.ª Câmara Cível,
Apelação/Reexame Necessário n.º 1.0024.04.257783-3/001, rel.
Desembargadora Albergaria Costa, rejeitaram a preliminar e confirmaram a
sentença, no reexame necessário, prejudicado o recurso voluntário, v.u., DJ
24/11/2006) (TJMG, Apel. Cível/Reex Necessário n.º 1.0024.07.441684-
3/002, Rel. Des. MAURO SOARES DE FREITAS , Quinta Câmara Cível, j.
25/03/2010, publicação da súmula em 16/04/2010.)

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Daí estar configurado, "prima facie", a probabilidade do direito invocado


pela autora, ora agravada.

Lado outro, não se pode desconsiderar o prejuízo que a ausência de uma


medida acauteladora poderá causar à requerente, ao obstar-lhe a
possibilidade de tomar posse, ainda que em outro momento, o que colocaria
em risco o provimento pretendido nesta ação.

Não obstante, por se tratar de provimento judicial de caráter precário, o


qual, caso confirmado em sentença, ainda estará pendente de apreciação
por esta instância revisora por força do reexame necessário, é razoável que
não se autorize desde logo a investidura da autora no cargo, senão que lhe
seja assegurada a reserva da vaga, como feito pelo magistrado a quo.

Desta forma, em caráter cautelar, deve ser assegurada a reserva da vaga


da autora, observada a ordem de sua classificação, desde que o pedido seja
julgado procedente.

Ao exposto, nego provimento ao recurso.

Custas pelo agravante, isento na forma da Lei.

DES. ARMANDO FREIRE (PRIMEIRO VOGAL) - De acordo com o Relator.

DES. ALBERTO VILAS BOAS (SEGUNDO VOGAL) - De acordo com o


Relator.

SÚMULA: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO."

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