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DECISÃO

AGRAVO EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. TRABALHO.
GRATIFICAÇÃO DE DIFÍCIL ACESSO.
BASE DE CÁLCULO. LEI FEDERAL N.
605/1949. OFENSA CONSTITUCIONAL
INDIRETA. AGRAVO AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO.

Relatório

1​. Agravo nos autos principais contra decisão que inadmitiu recurso
extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea ​a,​ da
Constituição da República.

O recurso extraordinário foi interposto contra o seguinte julgado do


Tribunal Superior do Trabalho:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE


REVISTA. PROFESSOR. REPOUSO SEMANAL
REMUNERADO. Constata-se que o reclamante recebe, além do
salário mensal fixo, também a remuneração por hora-aula ministrada,
o denominado ‘complemento de carga horária’; desse modo, ​é devido o
repouso semanal remunerado sobre o mencionado complemento.
Assim, não se há de falar em violação literal ao preceito do art. 7º, § 2º,
da Lei nº 605/49.
BASE DE CÁLCULO DA GRATIFICAÇÃO DE DIFÍCIL
ACESSO. Conforme consignado pelo Colegiado Regional, a autora foi
contratada para ministrar vinte horas-aula semanais, passando a
laborar quarenta horas-aula e recebendo, como contraprestação da
diferença, a parcela intitulada ‘complemento de carga horária’. Assim,
considerando o aumento da carga horária inicialmente ajustada, com
acréscimo salarial equivalente, ​a base de cálculo da gratificação de
difícil acesso deverá incluir o valor percebido a título do referido
complemento​, pois também reflete o vencimento da reclamante pela
prestação da jornada ampliada. Agravo de instrumento a que se nega
provimento” ​(fl. 230, grifei).

Não foram opostos embargos de declaração.

2​. O Agravante alega que teriam sido contrariados os arts. 5º, inc. II,
LIV e LV, 37, c​ aput, i​ nc. X, XIV, e § 2º ,da Constituição da República.
Sustenta, no recurso extraordinário, que “a decisão guerreada (...)
afronta o disposto no § 2º, do art. 7º, da Lei n. 605/49, na medida que reconhece à
autora o direito ao pagamento dos repousos semanais remunerados, não obstante
tenha expressamente reconhecido a percepção de salário mensal fixo” (​ fl. 244)​.

Argumenta que ​“a violação ao inciso X, do art. 37, da CR/88, é patente,


na medida que o Tribunal Regional, ao considerar devido o pagamento de
diferenças da gratificação de difícil acesso pela consideração do complemento de
carga horária percebido pela reclamante, acabou por fixar remuneração para
servidor público municipal (…) Gize-se que a gratificação de difícil acesso é
calculada sobre o salário padrão do servidor (art. 2º da Lei Municipal 3.310/90)”
(fl. 245)​.

Afirma, ainda, que ​“a decisão guerreada (…) acabou por reclassificar a
recorrida, uma vez que considerou a parcela ‘complemento’ como parte integrante
do salário padrão, afrontando, outrossim, o disposto no inciso II, do art. 37, da
CF/88” (​ fl. 246)​.

3​. A decisão agravada teve como fundamento para a


inadmissibilidade do recurso extraordinário a ausência de afronta direta à
Constituição da República (fl. 249).

Examinados os elementos havidos nos autos, D


​ ECIDO​.

4​. O art. 544 do Código de Processo Civil, com as alterações da Lei n.


12.322/2010, estabeleceu que o agravo contra decisão que inadmitiu
recurso extraordinário processa-se nos autos do processo, ou seja, sem a
necessidade de formação de instrumento, sendo este o caso.

Analisam-se, portanto, os argumentos postos no agravo, de cuja


decisão se terá, então, na sequência, se for o caso, exame do recurso
extraordinário.

5​. Razão jurídica não assiste ao Agravante.

6​. O Tribunal ​a quo ​decidiu a controvérsia com base na Lei Federal n.


605/1949 e reconheceu que “​a base de cálculo da gratificação de difícil acesso
deverá incluir o valor percebido a título do referido complemento ​[complemento
de carga horária]​” (​ fl. 232, verso).

Concluir de forma diversa do que decidido pelo Tribunal de origem


demandaria o exame da legislação infraconstitucional aplicada (Lei
Federal n. 605/1949), inviável em recurso extraordinário. Assim, a ofensa
à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta. Nesse
sentido:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. GRATIFICAÇÃO POR
SUBSTITUIÇÃO. INTEGRAÇÃO DA ​BASE DE CÁLCULO DA
GRATIFICAÇÃO NATALINA. ​NECESSIDADE DA ANÁLISE
DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA
CONSTITUCIONAL INDIRETA​. AGRAVO REGIMENTAL AO
QUAL SE NEGA PROVIMENTO” ​(AI 833.976-AgR, de minha
relatoria, Primeira Turma, DJe 12.5.2011, grifei).

“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. SISTEMA
REMUNERATÓRIO. ​GRATIFICAÇÃO NATALINA. ​CÁLCULO​.
CO​NTROVÉRSIA DECIDIDA EXCLUSIVAMENTE À LUZ DA
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL PERTINENTE. 1.
Caso em que eventual ofensa à Constituição Federal apenas ocorreria
de modo reflexo ou indireto. 2. Agravo regimental desprovido” ​(RE
597.321-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Segunda Turma, DJe
23.9.2011, grifei).

7​. Ademais, este Supremo Tribunal Federal assentou que a alegação


de contrariedade aos princípios do devido processo legal, da ampla
defesa e do contraditório, se dependentes de análise prévia da legislação
infraconstitucional (Código de Processo Civil), configurariam apenas
ofensa constitucional indireta. Nesse sentido:

“​AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO. TRABALHISTA. EXECUÇÃO. LIMITES
OBJETIVOS DA COISA JULGADA. CONTROVÉRSIA
INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL
INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO
QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A jurisprudência do Supremo
Tribunal firmou-se no sentido de que as alegações de contrariedade aos
princípios da legalidade, do devido processo legal, do contraditório, da
ampla defesa, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional,
quando dependentes de exame de legislação infraconstitucional,
configurariam ofensa constitucional indireta​” (AI 807.972-AgR, de
minha relatoria, Primeira Turma, DJe 25.11.2010).

“​Agravo regimental no agravo de instrumento.


Prequestionamento. Ausência. Princípios do devido processo legal, do
contraditório e da ampla defesa. Ofensa reflexa. Reexame de fatos e
provas. Impossibilidade. Precedentes. 1. Não se admite o recurso
extraordinário quando os dispositivos constitucionais que nele se
alegam violados não estão devidamente prequestionados. Incidência
das Súmulas nºs 282 e 356/STF. 2. A questão constitucional trazida
apenas na oposição de embargos de declaração não supre o requisito do
prequestionamento. 3. A afronta aos princípios do devido processo
legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites da coisa julgada e
da prestação jurisdicional, quando depende, para ser reconhecida como
tal, da análise de normas infraconstitucionais, configura apenas ofensa
indireta ou reflexa à Constituição da República. 4. Inadmissível em
recurso extraordinário o reexame dos fatos e das provas dos autos.
Incidência da Súmula nº 279/STF. 5. Agravo regimental não provido​”
(AI 627.290-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, Dje
29.11.2011).

Nada há a prover quanto às alegações do Agravante.

8​. Pelo exposto, ​nego seguimento ao agravo (art. 544, § 4º, inc. II,
alínea ​a,​ do Código de Processo Civil, com as alterações da Lei n.
12.322/2010, e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal
Federal).

Publique-se.

Brasília, 28 de fevereiro de 2012.

Ministra ​CÁRMEN LÚCIA


Relatora

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