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GUARDA MUNICIPAL DE BELÉM


CORREGEDORIA
PRIMEIRA COMISSÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO
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RELATÓRIO FINAL

I. DOS FATOS:

1. Apraz-nos cumprimentar Vossa Excelência e considerando o artigo 223 da


Lei nº 7.502/90, apresenta-se o Relatório Final sobre o Processo nº 132/2017-GMB, conforme
Protocolo nº 26/2017-OUVIDORIA/GMB e Boletim de Ocorrência nº 412/2017.101637-2, os
quais relatam suposta agressão física, ameaça e coação, feita pelos GMs: MONTEIRO e
EMANUEL contra o Sr. Luã Guimarães do Espirito Santos e Sr. Cleber Henrique Borges.

2. O Comandante da GMB, em despacho (fls. FIN 03), tomou


conhecimento e encaminhou os autos a Corregedoria para apuração, ante a possível prática de
ilícito administrativo;

3. Foi juntado aos autos, cópias de documentos e um CD-ROM entregues


pelo denunciante (fls. 04 a 06);

4. A Corregedora encaminhou os autos a Primeira Comissão para


apuração dos fatos (fls. FIN 07);

II. DA APURAÇÃO:

5. A Comissão enviou notificação para o Sr. Luã Guimarães (fls. 08),


porém em despacho, restou informado que não foi encontrado o seu endereço citado em sua
notificação.

6. A Comissão, por meio de Ofício nº 320/2017-1ªComissão/GMB (fls.


10) solicitou a empresa Dínamo Engenharia, a apresentação do Sr. Luã Guimarães na
comissão. Não houve apresentação do funcionário, conforme Termo de não comparecimento
(fls. 11).

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7. Foram juntados aos autos Petição com apresentação de testemunha e


Procuração e anexos, em nome do Sr. Cleber Henrique Borges e Luã Guimarães do Espirito
Santos (fls. 12 a 35).

8. A Comissão, por meio do Memo. nº 238/2017-1ªComissão/GMB (fls.


37) solicitou ao RH/GMB, o endereço e ficha funcional do GM V MONTEIRO. Em resposta,
o referido setor encaminhou o Memo. nº 431/17-RH/GMB (fls. 38) com a documentação
solicitada (fls. 39 e 40);

9. O GM V MONTEIRO foi notificado (fls. 41), em seu depoimento (fls.


42 a 44) relatou que estava presente nas imagens do vídeo constante as fls. 06. Que no dia do
fato encontrou seu sobrinho que lhe informou que viu dois funcionários da Rede Celpa
mexendo no medidor de energia de sua casa. Que por volta de 10h estava na porta da sua
residência, conversando com o GM EMANUEL, quando chegaram três veículos. Que o
delegado Vanildo da DIOE perguntou quem era o proprietário da residência. Que o declarante
se identificou com o nome Marco e era o proprietário. Que o Sr. Luiz Carlos da empresa
Dínamo afirmou que o declarante e GM EMANUEL haviam roubado e agredido os dois
funcionários da empresa Dínamo. Que o delegado percebeu que o mesmo estava armado e
perguntou se o declarante era policial, respondeu que pertencia a GMB e apresentou sua
funcional e registro da arma, sendo que GM EMANUEL também se identificou como guarda
e lhe apresentou sua funcional e registro da arma. Que o delegado falou que havia uma
denuncia de fraude no seu registro de energia e que naquele momento foi feito pericia no
equipamento e nada foi encontrado de irregular em seu registro. Que o delegado pediu para
acompanha-lo até a delegacia do Benguí pós estava sendo acusado de roubo e agressão. Que
foi transferido para seccional da Marambaia. Que não cometeu furto de energia. Que não teve
contato com os fiscais que fizeram a verificação do seu registro. Que em nenhum momento se
identificou como guarda aos funcionários da empresa Dínamo. Que no mês de agosto de 2017
estava em gozo de férias. Que não conhece os denunciantes Sr. Luã e Cleber e nem praticou
agressão e roubo contra os mesmos.

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10. A Comissão juntou a Portaria nº 1065/2017-GMB instauradora do


referido inquérito administrativo;

11. Foi juntada aos autos a Portaria nº 742/2016-GMB (fls. 47) designando
o GM V NILSON como membro-suplente da Comissão.

12. O Presidente em despacho (fls. 48) solicitou que a portaria Instauradora


do PAD fosse revogada. Foi juntada aos autos a Portaria nº 1157/2017-GMB (fls. 49, 51)
revogando a Portaria nº 1065/2017-GMB e determinando a instauração de PAD contra os
GMs MONTEIRO e EMANUEL.

13. Foi juntada a Portaria nº 305/2017-GMB (fls. 50) alterando a


composição da Primeira Comissão.

14. A Comissão confeccionou Ata de Instalação de Trabalhos (fls.53).

15. A Comissão notificou GM V MONTEIRO e GM I EMANUEL da


abertura do processo disciplinar (fls. 54 e 55).

16. Foi juntada aos autos a Portaria nº 140/2018-GMB (fls. 57) com a nova
composição da Primeira Comissão; Portaria nº 202/2018-GMB (fls. 58) sobrestando os
procedimentos administrativos de 05/02/2018 a 30/03/2018; Portaria nº 274/2018-GMB (fls.
60) sobrestando os procedimentos de 31/03/2018 a 30/04/2018.

17. A Comissão, por meio de Ofício nº 094/2018-1ªComissão/GMB (fls.


62) solicitou ao IML, que o encaminhamento de cópia de exame de lesão corporal do Sr. Luã
Guimarães, conforme anexo (fls. 63). Não houve resposta.

18. A Comissão, por meio de Ofício nº 095/2018-1ªComissão/GMB (fls.


64) solicitou ao IML, que nos envie cópia do resultado de pericia no equipamento de medição

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de energia elétrica, em resposta o Órgão encaminhou o Oficio nº1492/2018-GAB/IC (fls. 81),


com a documentação solicitada (fls.82 e 83).

19. A Comissão, por meio de Ofício nº 093/2018-1ªComissão/GMB (fls.


65) solicitou a Seccional da Marambaia, que nos informe quais foram os procedimentos
adotado referente ao B.O nº 00412/2017.101637-2, em resposta o Órgão encaminhou o Oficio
nº 652/2018-CART/5ªSUMA (fls. 66), com a documentação solicitada (fls. 67 a 69).

20. A Comissão, por meio de Ofício nº 115/2018-1ªComissão/GMB (fls.


71) solicitou a Policia Federal, que nos informe se os GMs. MONTEIRO e EMANUEL
possuem registro de arma particular, em resposta o Órgão encaminhou o Oficio nº 37/2018-
DELEAQ/DREX/SR/PF/PA (fls. 75,76), com a documentação solicitada.

21. A Comissão, por meio do Memo. nº 086/2018-1ªComissão/GMB (fls.


72) solicitou ao DAD/GMB, a situação funcional do GM V MONTEIRO e GM I EMANUEL.
Em resposta, o referido setor encaminhou o Memo. nº 183/2018-DAD/GMB (fls. 80)
informando que os servidores estavam em gozo de férias no mês agosto de 2017.

22. A Comissão, por meio do Memo. nº 088/2018-1ªComissão/GMB (fls.


73) solicitou ao DOP/GMB, que nos informe se GM V MONTEIRO e GM I EMANUEL
estavam de serviço no dia 02/08/2017. Em resposta, o referido setor encaminhou o Memo. nº
735/2018-DOP/GMB (fls. 77) com a documentação solicitada (fls. 79 e 80).

23. A Comissão, por meio de Ofício nº 116/2018 e reiterado pelo Oficio nº


322/2018-1ªComissão/GMB (fls. 74 e 149) solicitando a Rede Celpa, que nos encaminhe
cópia da ordem de serviço de fiscalização do dia 02/08/2017, não houve resposta, conforme
despacho do presidente da Comissão (fls. 164).

24. Foi juntado aos autos Portaria nº 444/2018-GMB (fls. 85) sobrestando
os procedimentos administrativos de 01/06/2018 até sanar os problemas de acomodações da

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Corregedoria; Portaria nº 658/2018-GMB (fls. 86) tornando sem efeito a Portaria nº 444/2018-
GMB.

25. A Comissão enviou notificação para o Sr. LUÃ GUIMARÃES (fls. 88)
sendo que o mesmo não foi encontrado no seu endereço, bem como ao Sr. LUIS CARLOS
(fls.89) para prestar esclarecimentos e Sr. CLEBER HENRIQUE (fls. 90) sendo que os
mesmos também não foram encontrados nos seus endereços.

26. A Comissão enviou notificação para os GMs. MONTEIRO e


EMANUEL (fls. 91 e 92) para acompanharem as oitivas dos Srs. CLEBER, LUÃ e LUIS.

27. Foi juntado aos autos Portaria nº 769/2018-GMB (fls. 93) designando
GM III AURÉLIO como membro-suplente da comissão. Portaria nº 857/2018-GMB (fls. 94)
designando GM I WILLIAN como membro-suplente.

28. O Sr. LUIS CARLOS DE ALMEIDA LEITE JUNIOR, em seu


depoimento (fls. 95) que a procuradora do declarante solicita que seu depoimento seja feito
sem a presença do acusado. A Comissão deferiu o pedido e notificou as partes para nova
oitiva.

29. A Comissão notificou o Sr. LUÃ GUIMARÃES (fls. 97) e o Sr.


CLEBER HENRIQUE (fls. 98) para prestarem esclarecimentos e GM V MONTEIRO (fls.
100) para acompanhar as oitivas, sendo que em despacho (fls. 102) o Presidente da comissão
informou que as referidas oitivas foram canceladas em razão do dia 16/11/2018 ter sido ponto
facultativo.
30. A Comissão, por meio de Ofício nº 295/2018 (fls. 102) Ofício
nº179/2019 (fls. 113) Ofício nº 226/2019-1ªComissão/GMB (fls. 121) solicitou a Rede Celpa,
que apresente os Srs. LUÃ, CLEBER e LUIS para prestarem esclarecimentos, sendo que os
mesmos não compareceram na comissão, conforme termos (fls. 108, 109, 10, 117,118, 119).

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31. Foi juntada aos autos Instrumento Particular de Mandato apresentada


pelo representante legal do GM V MONTEIRO (fls. 103);

32. A Comissão enviou Oficio nº 292/2018, 180/2019 e Oficio nº 123/2019-


1ªComissão para o Dr. RONNAN (fls. 104, 112, 129, 141, 153) e notificação para os GMs.
MONTEIRO e EMANUEL (fls. 105, 106, 107, 114, 115, 127) para acompanharem as oitivas
dos Srs. LUÃ, CLEBER e LUIS CARLOS.

33. A Comissão enviou Oficio nº 227/2019-1ªComissão para o Escritório de


Advocacia HORÁCIO MORAES para acompanhar as oitivas dos Srs. LUIS, LUÃ e CLEBER
(Fls. 122);

34. A Comissão enviou notificação para o Sr. LUÃ GUIMARÃES (fls. 124
e 132) para prestar esclarecimento, porém em despacho em suas notificações é informado que
o referido cidadão não tem interesse em prosseguir com o Processo;

35. A Comissão enviou o Memo. nº 071/2019 e memo. nº 114/2019-


1ªComissão (fls. 125 e 136) para o DABEN encaminhando notificação do GM I EMANUEL e
Memo. nº 070/2019 e Memo. nº 115/2019-1ªComissão (fls. 126 e 135) para a DOP
encaminhando notificação do GM V MONTEIRO;

36. A Comissão enviou notificação para o Sr. CLEBER HENRIQUE (fls.


130 e 133) para prestar esclarecimento, porém em despacho em sua notificação é informado
que seu endereço não foi encontrado e na outra é informado que esta desistindo do caso;
37. A Comissão enviou notificação para o Sr. LUIS CARLOS (fls. 131)
para prestar esclarecimento, sendo que ele não compareceu conforme termo (fls. 148);

38. A Comissão enviou notificação para o GM V MONTEIRO (fls. 137,


138, 139) para acompanhar oitiva e prestar depoimento;

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39. A Comissão enviou notificação para o GM I EMANUEL (fls. 140, 142,


163) para acompanhar oitiva e prestar depoimento;

40. O Sr. BRUNO NATANAEL MONTEIRO, em seu depoimento (fls.


143, 144) relatou que no dia 02/08/2017 estava saindo de sua residência e avistou um veiculo
da empresa DINAMO prestadora da REDE CELPA em frente á residência do GM V
MONTEIRO. Que dois funcionários da empresa estavam mexendo no medidor de energia da
residência do guarda. Que perguntou para os funcionários: “o que vocês estão fazendo ai,
porque estão mexendo no medidor, vocês já comunicaram o proprietário da casa”.
Responderam que não. Que informou o fato ao GM V MONTEIRO. Que não viu o referido
guarda manter contato com os funcionários da empresa DINAMO. Que foi chamado a depor
na Seccional da Marambaia. Que não viu a equipe da empresa DINAMO retornar a casa do
guarda.

41. O GM V MONTEIRO, em seu depoimento (fls. 145 a 147) relatou que


no dia 02/08/2017 estava em gozo de licença prêmio. Que por volta das 09h quando saia de
sua residência foi abordado pelo Sr. Bruno lhe informando que havia uma equipe da empresa
DINAMO mexendo no medidor de energia da sua casa. Que por volta das 10h chegou GM I
EMANUEL junto com sua namorada e ficaram conversando com o depoente e as 10:30h
chegou três veículos, sendo uma VTR da Policia Civil, uma da empresa DINAMO e mais um
descaracterizado. Que o delegado VANILDO informou que funcionários da empresa
DINAMO estavam alegando que haviam encontrado irregularidades no medidor de energia de
sua residência. Que o Sr. LUIS CARLOS proferiu as textuais “delegado foi esse safado que
espancou e roubou meus funcionários”. Que falou que desconhecia o fato e que não teve
contato com os referidos funcionários. Que uma equipe do IML realizava pericia no medidor
de energia e que não encontraram nenhuma irregularidade. Que o delegado informou ao
depoente que deveria comparecer a Depol tendo em vista as acusações de violência e furto.
Que foi feito os procedimentos referente ao fato. Que não agrediu verbal ou fisicamente os
funcionários da empresa DINAMO. Que foi agredido pelo Sr. Luís Carlos. Que já se envolveu
em uma situação semelhante, mas ressalta que não era a equipe do referido dia. Que foi

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chamado diversas vezes na seccional da Marambaia para prestar esclarecimento referente ao


fato. Que não recebeu nenhum tipo de penalidade da Rede Celpa.

42. A Comissão, por meio de Ofício nº 323/2019-1ªComissão/GMB (fls.


150) solicitou a Seccional da Marambaia, que informe o andamento ou a conclusão do B. O nº
00006/2017.108712-7, em resposta o Órgão encaminhou o Oficio nº 1589/2019-
CART/5ªSUMA (fls. 151) com a resposta solicitada.

43. Foi juntado aos autos Consulta de Processos do 1º Grau de nº 0029621-


46.2017.8.14.0401 (fls. 152 a 154).

44. O GM I EMANUEL em seu depoimento (fls. 156, 157) relatou na data


de 02/08/2017 estava de folga do serviço da GMB. Que voltava da academia junto com sua
namorada e parou em frente á casa do GM V MONTEIRO e ficaram conversando com o
mesmo. Que chegou três veículos sendo um da policia Civil e dois da empresa DINAMO.
Que o delegado da DIOE informou ao GM V MONTEIRO que a empresa detectou
irregularidades e que funcionários foram interceptados por dois motociclistas e que teriam
sido espancados e tiveram seus celulares subtraídos e reconheceram GM V MONTEIRO
como autor do fato. Que foi negado pelo GM V MONTEIRO. Que o perito falou para o
delegado que não havia detectado irregularidade no medidor de energia da residência do GM
V MONTEIRO. Que o depoente e GM V MONTEIRO seguiram para seccional da
Marambaia e registraram um boletim de ocorrência. Que não agrediu nenhum funcionário
DINAMO. Que foi chamado a depor na seccional da Marambaia referente ao fato.

45. A Comissão, por meio do Memo. nº 177/2019-1ªComissão/GMB (fls.


159) solicitou ao ARMARIA/GMB, que nos informe se GM V MONTEIRO e GM I
EMANUEL tinham cautela de arma de fogo na data de 02/08/2017 e se o setor possui pistola
ponto 40. Em resposta, o referido setor encaminhou o Memo. nº 070/2019-ARMARIA/GMB
(fls. 162) informando que os GMs não tinham cautela de arma na referida data e não existe
pistola ponto 40 no material carga.

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46. A Comissão, por meio do Memo. nº 176/2019-1ªComissão/GMB (fls.


160) solicitou a OUVIDORIA/GMB, que nos informe se o Sr. Cleber Henrique Borges
formalizou denuncia no setor a respeito de algum fato ocorrido no dia 02/08/2017. Em
resposta, o referido setor encaminhou o Memo. nº 032/2019-OUVIDORIA/GMB (fls. 161)
informando que não foi encontrado nenhum registro de denuncia do Sr. Cleber Borges até a
data de 18/11/2019.

47. O Presidente da Comissão em despacho (fls. 164) informou que enviou


oficio para a empresa DINAMO solicitando documentos, sendo que até a data 22/11/2019 não
obtiveram resposta por parte da referida empresa.

48. É do essencial, a apuração.

III. DO DIREITO:

49. Preliminarmente, se torna indispensável anotar que o objeto cognoscitivo


do presente inquérito administrativo refere-se ao Termo de Ocorrência (T.O) nº 008/2014-
DOP/GMB (fls. 01), o qual informou que o GM-V SENA, no dia 02/08/2014, recusou-se a
cumprir determinação de retornar para o seu posto de origem após ter sido remanejado para o
posto EGP.

50. Segundo o depoimento da testemunha GM-V CHAVES (fls. X),


Supervisor de Serviço, o GM-V SENA apresentou-se na sede da GMB para cumprir suas
atividades laborais normalmente, sendo que ele estava escalado oficialmente para o posto
Lixão do Aurá. Que o servidor acusado argumentou que não poderia tirar seu serviço no
Lixão do Aurá, em virtude de não possuir porte de arma e que aquele posto oferecia um alto
risco para guardas desarmados. Que o Supervisor de Serviço aceitou a argumentação e
designou que o mesmo cumprisse o seu turno de serviço no posto Escola de Gestão (EGP).
Que por volta das 14h. o declarante recebeu uma ligação telefônica, não sabendo informar se
partiu do GM VANDER ou do GM ANDRÉ GIL que na época respondiam pela chefia da
DOP determinando que remanejasse o GM SENA do posto EGP para o posto Lixão do Aurá,

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sendo que o GM-V SENA recusou cumprir tal ordem, onde foi confeccionado um termo de
ocorrência recusou. A testemunha ressaltou que o GM SENA cumpriu todo o seu serviço no
posto EGP, afirmando também que na época tinha um informativo que dizia que o guarda que
não tivesse porte de arma de fogo, não poderia tirar serviço armado. Que a própria testemunha
considerou o posto lixão do Aurá arriscado e que não prestaria serviço desarmado no local.
51. A testemunha GM-V VANDER, subcoordenador da Divisão de
Operações, em seu depoimento (fls. 212 a 214) não se recordou estar de serviço no dia do fato
em tela, bem como não se recordou do fato do T.O feito pelo GM V CHAVES. Que o
Supervisor de serviço tem autonomia para tomar decisões no serviço. Que não recordou sobre
remanejamento do GM V SENA no dia do fato. Que não se recordou da existência do
informativo de postos para guardas sem porte.
52.
53. Analisando a escala e frequência do posto Lixão do Aurá (fls. X),
extremamente desorganizada, repetindo datas, o que dificulta a busca da verdade atinente ao
controle disciplinar. Não obstante, foi possível observar (i) número excessivo de faltas ao
serviço, de vários servidores (ii) os servidores que efetivamente tiravam o serviço, estavam,
em sua maioria, devidamente armados; (iii) o GM-V ALEX, também desarmado, foi várias
vezes remanejado para postos fechados; (iv) em outros serviços do mes de agosto, o GM-V
SENA acabou sendo remanejado normalmente para a EGP, onde tirou o serviço normalmente.

54. Com fundamento na presunção de legalidade dos atos administrativos,


bem como em virtude do poder hierárquico inerente à atividade estatal, os servidores públicos
têm o dever de acatar as ordens superiores. Nessa linha, o poder hierárquico estabelece uma
relação de subordinação entre os agentes públicos, exteriorizada pelo dever de obediência às
ordens e instruções emanadas pelos respectivos superiores hierárquicos.

55. Dessa forma, deve-se privilegiar a autonomia do supervisor de serviço,


o qual efetivamente remanejou o GM-V SENA para o posto EGP e diante da não
comprovação da ordem pelo subcoordenador da DOP, GM-V VANDER, há de se configurar
como imotivada tal determinação.

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56. Outrossim, a existência e funcionamento do ordenamento jurídico, por


si só, oferece um estado de confiança mínima aos servidores, enquanto fim sistêmico a ser
atingido pelos meios que lhe confere o sistema normativo. Contudo, a consolidação dessa
confiabilidade dependerá, em muito, da graduabilidade da confiança e convicção de segurança
jurídica que se há de constituir ao longo do processo de positivação do direito, como
confiança lato sensu (legalidade – certeza; ordenamento – estabilidade) ou como confiança
stricto sensu (experiência – confiança).

57. São possibilidades de aplicação do princípio de confiança stricto sensu,


entre outros, o impedimento de atos contraditórios (venire contra factum proprium), a
suppressio, a vedação de aplicação de critérios novos a fatos passados, o silêncio ou a
observância das práticas reiteradas da Administração, a confiança formada a partir das
condutas transparentes e espontâneas do servidor;

58. O princípio da proteção da confiança legítima1 garante o servidor contra


modificações substanciais inesperadas, bem como o protege de condutas contraditórias da
Administração, posto que no mesmo dia, como seria possível uma ordem de remanejamento
ser concedida e cancelada, sem qualquer motivação própria. A Administração deve respeitar
esse “estado de confiança legítima”  e, ao mesmo tempo, controlar os seus atos em
conformidade com o respeito à confiança dos indivíduos na ação dos órgãos estatais.

59. A “confiança” é um estado psicológico. Por isso, para que ela possa ter
eficácia jurídica, deverá revelar-se, objetivar-se de algum modo. Nesse esforço de
determinação do seu conteúdo, deve-se afastar qualquer vínculo fundado em simples
“expectativa”, “suposição” ou “esperança”.

60. Nessa senda, vislumbramos na análise da escala e frequência diversas


situações, indicativas de que servidores desarmados eram remanejados para outros postos,

1
Bandeira de Mello, Celso Antônio. Segurança jurídica, boa-fé e confiança
legítima. In: Benevides, Maria Victoria de Mesquita; Bercovici, Gilberto; Melo,
Claudineu de (org.). Direitos humanos, democracia e república. Homenagem
a Fábio Konder Comparato. São Paulo: Quartier Latin, 2009. p. 221.

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bem como o posto era majoritariamente resguardado por servidores armados, e por fim, pelo
alto índice de faltas ao serviço, havia um carga de periculosidade acima do comum, o que
possibilita uma seleção de guardas mais eficiente.

61. Armando Pereira2 Comenta que “Assiduidade – É o comparecimento


diário de um funcionário ao serviço”. A falta só quando justificada, como doença,
impossibilidade material de chegar à repartição, etc. O DASP, considera falta justificada a que
“decorrer de motivo reputado justo a critério do chefe da repartição ou serviço” (Circular nº
11/45).

62. Nas palavras de Ivan Rigolin3, “Caso o servidor tenha se comportado de


maneira faltosa em função de alguma doença ou estado de incapacidade física ou mental,
exclui-se a sua culpabilidade, uma vez que não se podia exigir dele, no caso concreto, conduta
diversa, descaracteriza-se a infração”.

63. De acordo com o Manual de Processo Administrativo Disciplinar da


Controladoria Geral da União, extrai-se da voluntas legistatoris, a retirada do dolo de
inassiduidade e impontualidade, quando ela ocorre por causa justificada, principalmente de
ordem médica, ante o direito constitucional do resguardo a saúde do funcionário público (art.
225, CF/88):

A mera existência de faltas ou atrasos do


servidor, desde que justificados, não
configura o ilícito funcional em tela. Para
que tais condutas produzam efeitos
disciplinares, é necessário que o agente
atrasado ou faltoso não apresente
justificativa, ou que ela, uma vez
apresentada, não seja acatada pela chefia

2
PEREIRA, Armando. O processo administrativo e o direito de petição. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti,
1962, p. 85
3
RIGOLIN, Ivan Barbosa. Comentá rios ao Regime Ú nico dos Servidores Pú blicos Civis, Editora
Saraiva, 2010 , p. 115.

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imediata, que, neste caso, deverá expor os


motivos da recusa.

64. À vista do exposto, temos que a recusa do GM- SENA foi devidamente
justificada, posto que já havia autorização do supervisor de serviço para a sua mudança no
posto, nao havendo que se falar em responsabilização disciplinar, posto que nao foi
comprovada a existência/motivação da ordem de retorno ao posto EGP

IV. DA CONCLUSÃO:

65. Considerando que a instrução probatória foi realizada segundo rigorosa


obediência aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, e
analisadas todas as alegações de defesa, a presente Comissão, conforme fundamentos de fato e
direito a seguir expostos, sumariando as razões acima minudenciadas, conclui não haver
elementos concretos aptos a responsabilizar funcionalmente o GM-V SENA.

66. Considerando que O objeto cognoscitivo do presente inquérito


administrativo refere-se ao Termo de Ocorrência (T.O) nº 008/2014-DOP/GMB, o qual
informou que o GM-V SENA, no dia 02/08/2014, recusou-se a cumprir determinação de
retornar para o seu posto de origem após ter sido remanejado para o posto EGP.

67. Considerando que o art. 147, da Lei nº 7.502/90, prevê que a


responsabilidade disciplinar dos guardas municipais se limita ao exercício irregular das
atribuições.

68. Considerando que a testemunha GM-V CHAVES confirmou o


remanejamento do GM-V SENA do posto Lixão do Aurá para o posto EGP, em razão do
servidor estar desarmado e o posto Lixão do Aurá ser perigoso.

69. Considerando que a testemunha GM-V VANDER não confirmou a


ordem de retorno do GM-V SENA ao posto Lixão do Aurá.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM
GUARDA MUNICIPAL DE BELÉM
CORREGEDORIA
PRIMEIRA COMISSÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO
_____________________________________________________

70. Considerando que a escala e frequência do posto Lixão do Aurá no mes


de agosto de 2014 era extremamente desorganizada, repetindo datas, o que dificulta a busca
da verdade atinente ao controle disciplinar. Não obstante, foi possível observar (i) número
excessivo de faltas ao serviço, de vários servidores (ii) os servidores que efetivamente tiravam
o serviço, estavam, em sua maioria, devidamente armados; (iii) o GM-V ALEX, também
desarmado, foi várias vezes remanejado para postos fechados; (iv) em outros serviços do mes
de agosto, o GM-V SENA acabou sendo remanejado normalmente para a EGP, onde tirou o
serviço normalmente.
71. Diante do exposto, esta 1ª Comissão de Processo Administrativo
SUGERE:

72. Que os autos do Processo nº 1300/2014-GMB sejam ARQUIVADOS,


haja vista que houve causa justificada para a recusa do GM-V GERALDO ROBSON
MARQUES SENA, Mat.: 0026298-015, em retornar ao posto Lixão do Aurá no serviço do
dia 02/08/2014, visto que já havia sido regularmente remanejado, por razões de ordem
técnica, não sendo motivada a ordem de superior hierárquico,

73. Assim, exauridos os trabalhos que cabiam à Comissão, devem ser os


autos enviados à Corregedora/GMB para análise, com o posterior encaminhamento ao
Inspetor Geral/GMB do presente relatório expositivo da matéria de fato e de direito para
conhecimento.
É o relatório da Comissão, SMJ.

Belém-PA, 15 de abril de 2020.

DANIEL COSTA DA SILVA


Presidente da 3ª Comissão Processante
Mat. 0298930-013

ALEXANDRE MAIA DE SOUSA


Secretário-Membro da 3ª Comissão Processante

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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM
GUARDA MUNICIPAL DE BELÉM
CORREGEDORIA
PRIMEIRA COMISSÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO
_____________________________________________________

Mat. 0298620-014

ALEXANDRE DO ROSARIO BRITO


Membro-Suplente da 3ª Comissão Processante
Mat.0298611-015.

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