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A Flow Theory surgiu por volta da década de 1990, integrando aquilo que
ficou conhecido como Psicologia Positiva. Por Psicologia Positiva entende-se o
conjunto de elaborações referentes a psicologia que surgiram tentando incluir
aspectos positivos da vida humana, sua qualidade e sentido. O conjunto de teorias
da Psicologia Positiva irá debruçar-se em estudar áreas temáticas como a felicidade,
a criatividade, o fluxo, o otimismo, o humor, a inteligência emocional e a motivação.
Csikszentmihaly foi quem elaborou a Flow Theory a partir de pilares como
satisfação, alegria, sucesso, bem estar, prazer e desfrute. Todas estas emoções
possuem como característica comum o fato de nos permitir processos de total
envolvimento com a vida e deste modo, estas emoções positivas teriam uma
importante relação com a otimização do desenvolvimento humano. O autor irá dizer
que o envolvimento com alguma atividade onde o estado de presença em tal
atividade é tão grande que todo o resto “desaparece” pode ser chamado de
‘experiências ótimas ou estado de fluxo’. Nestes a “[...] própria experiência é tão
agradável que as pessoas a realizam pela simples razão de a realizar”
(Csikszentmihaly, 2002:20 apud CUNHA, p.51). Estas experiências, segundo Cunha
(2013) trazem uma ampliação da sensação de participação e podem determinar o
conteúdo e sentido da própria vida. Algumas condições como controle, atenção,
curiosidade e interesse intrínseco foram identificadas quando um indivíduo passa
por uma experiência de sentir e agir com total envolvimento. Cunha (2013, p. 35) ira
descrevê-las da seguinte maneira:
Ocorre ainda que um indivíduo que tenha conseguido direcionar sua atenção
para uma atividade, conjugando conhecimento com oportunidade terá como
conseqüência disso a conversão de seu ser num ser mais complexo. De qualquer
modo podemos aplicar a Flow Theory nas diversas áreas de conhecimento, em
questões práticas relacionadas a estas áreas e também na melhoria da qualidade de
vida.
Considerações Finais
A música é uma linguagem socialmente construída e portanto deve ser
transmitida através da educação formal. Nas escolas da educação básica o
conteúdo ensinado, precisa estar alinhado a uma proposta de currículo
fundamentada na multiculturalidade, pois para ser significativo, um conhecimento
deve estar relacionado a expansão das experiências dos estudantes. A música, em
nome da qual trabalhamos, deveria contribuir para o desenvolvimento individual e
social, assim, os valores transmitidos por ela, precisariam estar alinhados com a
diversidade cultural existente.
Para nos auxiliar neste caminho, temos a Flow Theory, que enquanto
ferramenta, estimula a participação e a ampliação de processos de total
envolvimento com a vida. Ela aponta que onde há um equilíbrio entre desafios e
capacidades, o indivíduo desenvolve competências de superação, e por
consequência de desenvolvimento pessoal. O indivíduo em ‘estado de fluxo’,
concentra-se numa atividade e o prazer obtido pela realização organiza sua
consciência, portanto, o estado de fluxo tem um aspecto terapêutico. Cabe destacar
que a Flow Theory, pode ser aplicada em diversas áreas de conhecimento, entre
eles na educação musical, onde possui destaque.
Sobre percussão é preciso dizer que, a mesma apresenta-se promissora na
educação musical, por possuir um caráter de socialização, desenvolver o aspecto
comunitário em música, além de que no Brasil, possuímos uma grande variedade de
ritmos que podem ser trabalhados. Alguns destes são manipulados nesta pesquisa,
por serem oriundos da cultura popular afro-brasileira e portanto, a partir deles
pretendo construir um diálogo sobre cultura, na perspectiva do estímulo e
visibilidade da diversidade cultural. Através disto, é possível valorizar e dar
visibilidade para aquela cultura entendida pelos jovens como folclórica, ampliando o
repertório dos mesmos, sem prejuízo tanto dos aspectos técnicos - previstos no
aprendizado musical - quanto dos estados de fluxo.
Referências
PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. 2. Ed. Porto Alegre: Sulina, 2015. 247 p.