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REFERÊNCIA: 04500.004590/2006-63
SUMÁRIO EXECUTIVO
ANÁLISE
“Art. 11 - A vedação prevista no art. 37, § 10, da Constituição Federal, não se aplica
aos membros de poder e aos inativos, servidores e militares, que, até a publicação
desta Emenda, tenham ingressado novamente no serviço público por concurso público
de provas ou de provas e títulos, e pelas demais formas previstas na Constituição
Federal, sendo-lhes proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime
de previdência a que se refere o art. 40 da Constituição Federal, aplicando-se-lhes,
em qualquer hipótese, o limite de que trata o § 11 deste mesmo artigo.”
“12. Quanto à matéria de fundo, foi ela objeto de exame por parte do Plenário na
Sessão Ordinária de 2 de março deste ano, ocasião em que o Tribunal, ao
acompanhar Voto por mim proferido, reviu seu posicionamento anterior para
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Fls. 3 da Nota Técnica nº /2009/COGES/DENOP/SRH/MP, de / /2009.
13. Transcrevo, a seguir, os trechos mais significativos do Voto que então proferi:
“3. Refiro-me à Comunicação da Presidência feita na Sessão Plenária de 16 de
fevereiro passado, nos seguintes termos:
‘Comunico a Vossas Excelências que na Sessão Plenária de 02/02/2005 o Supremo
Tribunal Federal concedeu a segurança nos Mandados de Segurança nºs. 25.036,
25.095, 24.958, 25.090, 25.015, 24997 e 25037, determinando a cassação dos
Acórdãos da Primeira Câmara nºs 1.443/2004, 1530/2003, 1.852/2003, 3.093/2003,
1.877/2004, 2.853/2003 e 1.210/2004, por meio dos quais o TCU julgou os atos de
aposentadoria dos impetrantes na Agência Brasileira de Inteligência - ABIN ilegais e
negou-lhes registro, ante à acumulação de proventos decorrentes de cargos
inacumuláveis na atividade, e determinou ao órgão concedente a suspensão do
respectivo pagamento.
Nas referidas ações mandamentais, discutiu-se a possibilidade de militares inativos
que ingressaram novamente no serviço público acumularem proventos decorrentes da
reforma com proventos de aposentadorias oriundas dos cargos ocupados na ABIN,
tendo o STF entendido que a acumulação de proventos militares com proventos civis
não está abarcada pela proibição de acumulação de proventos constante da Emenda
Constitucional nº 20/98, que vedaria tão somente acumulação de proventos civis.’
(...)
13. A questão que se enfrenta, em novo julgamento da concessão, é a possibilidade de
se acumular provento militar com provento civil, diante do que dispõe o art. 11 da
Emenda Constitucional nº 20/98, e ‘à luz do Acórdão 1840/2003 - Plenário - TCU e
da jurisprudência consolidada desta Corte’ (item 9.2 do Acórdão 23/2004 - Primeira
Câmara - TCU).
14. Efetivamente, não se pode desconhecer que os julgados do TCU vêm caminhando
em sentido unívoco para considerar que não se pode acumular proventos de
aposentadoria, salvo quando a acumulação decorre de cargos, funções ou empregos
acumuláveis na atividade, valendo esse entendimento tanto para a acumulação de
proventos civis (regime do art. 40 da CF), como para proventos militares, decorrente
de reforma ou reserva remunerada (regime dos arts. 42 e 142 da CF).
(...)
7. Naquela oportunidade, defendi a tese de que o art. 11 da Emenda Constitucional nº
20/98, ao estabelecer a proibição de acumulação de proventos, o fez exclusivamente
no que tange à percepção cumulativa de mais de uma aposentadoria a que se refere o
art. 40 da CF, não estendendo essa proibição aos proventos militares, cujo assento
normativo-constitucional reside em dispositivo diverso, por, efetivamente, tratar-se de
regime distinto, ou seja, nos arts. 42 e 142 da Carta Magna.
........................................................................ .........
19. Decorridos mais de dois anos do referido julgado, eis que o Plenário do Supremo
Tribunal Federal proferiu decisões baseadas na mesma interpretação dada por este
Relator ao citado art. 11 da EC 20/98, ao apreciar mandados de segurança contra
Acórdãos do TCU que, adotando o posicionamento hoje predominante nesta Corte,
julgou ilegais aposentadorias civis de militares que já percebiam proventos oriundos
de reforma ou reserva remunerada.
20. Para um dos sete mandados de segurança de mesmo teor mencionados pelo
Presidente desta Casa na Sessão Plenária de 16 de fevereiro - MS 25090/DF, Relator
o Ministro Eros Grau - o Informativo STF Nº 375 registrou:
‘Cumulação de Proventos de Inatividade Civil e Militar
O Tribunal deferiu mandado de segurança impetrado, por militar reformado, contra
ato do Ministro Presidente da 1ª Câmara do Tribunal de Contas da União - TCU e do
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Fls. 4 da Nota Técnica nº /2009/COGES/DENOP/SRH/MP, de / /2009.
12. Do todo o exposto acima, pode-se concluir que para ser considerada lícita a
acumulação de cargos públicos ou de proventos e remuneração, o militar já deveria estar
transferido para a inatividade - seja pela reserva remunerada ou reforma – ao ocupar outro
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Fls. 5 da Nota Técnica nº /2009/COGES/DENOP/SRH/MP, de / /2009.
cargo público e tal fato deverá ter ocorrido antes de 14/12/1998, ou seja, antes da edição da
Emenda Constitucional nº 19, de 1998.
13. Ultrapassado tal relato acerca das normas aplicáveis à matéria ora em apreço,
passamos à avaliação da situação específica dos militares EDSON MUNIZ DE CASTRO e
JAIME MARTINS DE MOURA.
17. Em relação ao Sr. Jaime Martins de Moura, de acordo com seu cadastro no
SIAPE, fls. 14/15, seu ingresso no CBMDF ocorreu em 01/12/1986 e foi reformado no Posto
de Terceiro Sargento, em 30/04/2003, com proventos proporcionais.
20. Diante disso, mister se faz que seja esclarecida, por meio do exame das cópias
da documentação funcional dos militares em apreço, qual foi a data correta de sua inativação,
com vistas à conclusão pela licitude ou não da cumulação de proventos do Corpo de
Bombeiros Militar com a remuneração dos cargos públicos civis que atualmente ocupam.
21. Ressalte-se que, conforme externado no item 12 supra, para que tal cumulação
seja considerada lícita, deverá restar inequívoco que a inativação do Sr. Edson Muniz de
Castro e do Sr. Jaime Martins de Moura, por meio de transferência para a reserva remunerada
ou reforma, ocorreu até 14/12/1998 – isto é, até a edição da Emenda Constitucional nº 19, de
1998 - e antes dos militares terem sido admitidos nos cargos de Agente Administrativo e
Escrivão de Polícia Civil, respectivamente.
22. Destacamos, ainda, que uma vez certificadas tais ocorrências, caso seja
necessário, deverão ser promovidos os devidos ajustes no cadastro dos militares no Sistema
SIAPE.
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Fls. 6 da Nota Técnica nº /2009/COGES/DENOP/SRH/MP, de / /2009.