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NI V, rtl I ~IClaHalho: MANZONI, Rosa M ri (Org.). POlfticaspúblicas,plcltlml/it',/II'I'
((1\ I' C'n mo-aprendizagem: diferentes olh res sobre o processo dWCd lOlltll I
Ildlllll Un sp/FC!. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2008.
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VI.,JOI klan p rs~ectlve.ln: WELLS,Gordon; CLAXTON, Guy (Org.). learnuv] 1m 111,_/111/1 Sobre formação de
/ ntury; socíocultural perspectives on the future of education. DI pOllrVI I I "I
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professores e professoras:
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questões curriculares
VI( 101 51<1, L,S.The instrumental method in psychology.ln:WERTSCI-I, J m ,( 111) 11/
(rJ/I (Pl ot activity in soviet psych%gy. New York: M. E.Sharpe, Inc. 1981.
Regina Leite Careta
, Obras escogidas, 11. Madrid: Visar, 1982.
Nilda Alves
ME ,qu organizara os encontros, que traz idéias-base qu ,duran- )1 ), nt ndemos que essa pesquisa, necessária à formação de
t muitos anos, nortearam as discussões sobre essa temática: propo-
docent s, não pode ser confundida com os processos de "iniciação
ição de experiências institucionais e locais (estaduais e municipais) científica". A pesquisa necessária à formação de professores - e pe-
rem discutidas em encontros anuais que permitissem o surgimen- dagogos - é aquela que permite o 'uso' de processos de pesquisa
to a modificação permanente de uma base comum nacional, levan- (desde a observação até a escrita sobre conhecimentos acumulados nos
do ao surgimento de novas experiências locais. Esse movimento processos) sobre as atividades desenvolvidas nas práticas nas tantas
contrariava, em suas bases e ações, as perspectivas de sucessivos redes educativas existentes e nas quais estes profissionais são chama-
governos que pretendiam implantar Currículos nacionais únicos. Nos dos a atuar. Lembremos, ainda, que essas práticas têm relações dife-
últimos anos, no entanto, o próprio movimento começou a indicar rentes tanto daquelas que precisamos ter com as práticas em pesquisa,
possibilidades de implantação de Currículo único - baseado na ideia como as que articulamos com as teorias existentes.
de "escola única", que nos vem de Gramsci - e os dirigentes e mais
Além disso, verificamos que há um crescente "uso" (Certeau, 1994)
a tivos participantes da associação começaram a se movimentar no
de resultados de pesquisa em cursos de formação de professores, bem
entido de colaborações com os governos, com o objetivo de fazer
como em outros contextos: pelos movimentos de professores e profes-
urgir esse Currículo único. No entanto, algumas poucas experiências
soras; pelas autoridades educacionais (que contratam, em geral, pes-
fora dessas ideias ainda aparecem, aqui e ali, exigindo acompanha-
quisas próprias). Por outro lado, outras redes de conhecimentos e
m nto pelas pesquisas nos/dos/com os cotidianos.
significações vêm se articulando com o que é produzido por esse con-
texto: o desenvolvimento de publicações - sejam em livros ou em
revistas - a que têm acesso os "praticantes" (Certeau, 1994)das inú-
o contexto das "práticasteoriaspráticas" meras redes educativas; o mesmo vem acontecendo com reuniões,
das pesquisas em educação
congressos, colóquios que vêm sendo organizados pelas diversas or-
ganizações sociais: de secretarias de educação a sindicatos, passando
Porque muitos formadores de docentes são também pesquisado- pelos novos movimentos sociais organizados. Não podemos esquecer,
rcs, m alguns momentos, tendemos a confundir este contexto com o também, o acesso crescente que os pesquisadores estão tendo a outras
primeiro estudado. No entanto, essa confusão precisa ser desfeita. Em mídias: jornais, redes de televisão e rádio, internet, blogs, Facebook e
primeiro lugar, porque há também uma formação para ser pesquisador até o surpreendente Wikileaks, além de filmes retratando essas redes
q u não se confunde com aquela de ser professor, embora os caminhos educativas - e, especialmente, as escolas e as relações docentes-dis-
s j m, em alguns trechos, os mesmos. Mas, desde sempre, foram dois centes. Assim, as redes de conhecimentos e significações, em múltiplos
.amínhos que assumiram "postos" diferentes na hierarquia capitalis- contatos com o "mundo da pesquisa" - não só no campo educacional,
t, que pode ser visto quer pelas diferenças salariais, quer pela não esqueçamos - vêm contribuindo para a divulgação de resultados,
I madas que os primeiros têm para "colaborar" com projetos d dúvidas, "verdades" do campo científico, incentivando aquilo que
for h gemônicas - e como contribuem, algumas vez s!!! Outra Santos (1989)chamou de "segunda ruptura epistemológica".
1 1 ) t- a tratar é a de que se as pesquisas com os cotidiano têm a, _ Anteriormente nos referimos à pesquisa no sentido do "ser pes-
III i n c ssidade de ações de pesquisa na formaçã d pr f quisador", credenciado por órgão de pesquisa que lhe concede bolsa
I' \ - j falam no" mpon nt irri ular" PPP (P ~ ti PI' ti 4
d p qui ador a partir da aprovação de seu projeto de p squi a qu
IIIIANI ·AIVI °0 IlMAoollllollli\lolllolfl °01
v i Ia vi ando P squisar o que lá acont ce, t orízar br d UJ I' '. I ) t fr quente ao impasse vivido pela professora compro-
p qui ado, elaborando relatório ao final de sua pesquisa _ alguma metida, qu a sume uma postura investigativa a fim de melhor com-
v z t s de doutorado ou dissertação de mestrado +: atendendo às preender o que acontece em sua classe e que está ligado ao processo
xigêncías dos órgãos de pesquisas e da universidade à qual está de aprenderensinar.
vin ulado. O crescente número de revistas e livros cumpre o papel de
Nas pesquisas curriculares, na tendência chamada de pesquisas
, ializar o resultado das pesquisas realizadas. A cada ano, esse pes-
"nos/ dos/ com os cotidianos", realizadas por diversos grupos em
qui ador participa de congressos de pesquisa em educação do Brasil
universidades brasileiras, esses movimentos e processos vão apare-
- na Anped, no Endipe etc. - quando se dá a discussões sobre as
cendo. Em todas as pesquisas desenvolvidas existe um ponto comum:
dif rentes pesquisas apresentadas. Este é um pesquisador reconheci-
nquanto tal. o encaminhamento articulado da práticateoriaprática - práticas que se
desenvolvem com criação de pensamentos e pensamentos que se de-
Mas há um outro tipo de pesquisa, talvez pesquisa entre aspas, senvolvem a partir de práticas. De um lado, enfrentando os desafios
qu acontece na sala de aula e que resulta de forte compromisso de cotidianos, em Currículo, das professoras comprometidas; de outro, a
pr f ssoras com o sucesso escolar de seus estudantes e de seu incon- condição de ver aquilo que os modos de pensar hegemônico não nos
formismo com o insucesso de alguns. Essas professoras não se confor- permite ver - a criação permanente dos processos curriculares pelos
mam com esse insucesso, pondo-se a se fazer perguntas para as quais praticantes de Currículo.
~'- ncontra respostas sobre o que acontece na sala de aula, vez que
J sup rou a desculpa fácil da "dificuldade de aprendizagem" e busca
n Ih r s explicações. Nesse processo, a professora se vale de todos os
o contexto das "práticas teorias de produção
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de mais fácil conquista. Grande parte dos que ~ ~ma e curso superior 'provinha Brasil', com treino para ter sucesso na provinha, como se o
não tem h" oJe procuram os cursos complexo processo de alfabetização se resolvesse com uma "severa e
docentes ~:~ onzo~teFvIr a ser professor(a), o que desestimula o
centralizada avaliação", ignorando ser a alfabetização um processo
. ursos e ormação de Professores. Por outro lado .á
VI:OS algum~s vezes, professores desses cursos que fazem disc ' J que tem início muito antes da criança, que vive numa sociedade letra-
so da, entrar na escola, tendo continuidade por toda a vida ... o grande
so re ~ pouca.lI~portância social dos professores e como os estud:
deve~Iam desistir desse curso e dessa profissão. Por tudo isso t desafio do Brasil é conseguir o que tantas sociedades alcançaram -
alguem se torna professor(a), na falta de melh .' quand alfabetizar toda a população.
sional é ób . or oportumdade profí -
, VlOque sua atuação não terá a q Iid d d Numa escola como a nossa, em que grande parte dos responsáveis
o magistério por desejo e compromisso POI~:~. a e e quem escolh pela formação de novos docentes foi formada numa perspectiva euro-
cêntrica (basta analisar as bibliografias dos cursos e as referências bi-
dad ~m d~safio ~u~ s~ coloca para qualquer projeto seria a n c i-
o re orno a hístóría visando melhor com d . bliográficas dos seus textos, em que a maioria dos autores citados são
o qu seria indispensáv I preen er o pr nt I europeus ou norte-americanos e quando brasileiros pensam como
í 1 e para poder se projetar para o futur . N-
P .v uma escola de qualid d . d europeus), há que se promover o pensamento descolonial indispensá-
I f rma - a e, seJa e que nível for, ou um 1.11' (
. çao de professores, que possa r spond r a m ,. vel a um giro descolonizador, conforme Dussel (2011). Os professores
VIV m . - m l'h
nao m rgulhanno mn a h' t " ou professoras formados numa escola monocultural eurocêntrica re-
1 na, rnpr 'I :10 1
p t m m sua ação o que lá no s' culo XVI fiz ram o inva r 1.1L'-
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IIIIANI ·AIVI
Referências bibliográficas
pus, que aos povos ancestrais chegavam a consid rar não trem alma
e aos negros africanos traziam para as terras conquistadas como r-
, . - d rofessores. Rio de Janeiro: DP&A, 1998.
vos para melhor pilharem as riquezas que nestas terras havia. Hob - ALVES,Nilda. Trajetonas e redes na formaçao e P
bawm (1978) chega a afirmar ter sido com as riquezas levadas da uestões epistemológicas no uso cotidiano das tecnologias.ln: CONGRESS~
terras descobertas pelos portugueses que foi possível a Revolução BRASIL~I~ODE CIÊNCIASDA COMUNICAÇÃO, 27., Porto ~Iegre: Intercom - SOCleda
Industrial na Inglaterra, pois o que ficava em Portugal era gasto para de Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunlcaçao, ser. 2004.
fazer igrejas. E por que afirmamos este como um dos desafios contem- . I I' CONGRESSO
Redes urbanas de conhecimentos e tecnologlas na escO a. n. . _
porâneos aos cursos de formação de professores? É porque se formo BRASIL~IRODE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 28., Rio de Ja_nelro:Inter~om - SOCle
analisar as estatísticas de reprovação e níveis de escolaridade atingida, dade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunlcaçao, set. 200 . . _
além da situação no mercado de trabalho, os afrodescendentes estão Memórias de proféssoras sobre televisão: o cotidiano escolar e a televlsao na
sempre em situação desfavorável. -' . _ . - o de valores (1999-2002). FinanCiamento CNPq, Faperj,
reprodução, transmlssao e maça O uso da tecnologia, de imagens e de sons por pio-
Estes nos parecem alguns dos desafios que se colocam contem-
UERJ (Projeto de pesqulsa.)---:-. d onhecimentos (valores) no cotidiano: a ética
poraneamente para quem, como nós, se pretende lutando por um
fessoras de jovens e adultos e a ~essltura (2~~2-2005) Financiamento CNPq, Faperj, UERJ
mundo melhor, um mundo em que diferentes mundos sejam reconh - e a estética que nos fazem prolessoras .
cidos na riqueza de suas diferenças, encontrando espaços de expr - (Projeto de pesquisa.)
são. Estamos propondo, numa sociedade multicultural como a nossa, . ' . e ao som na expressão da cultura
_. Artefatos tecnológicos relaCionados a Imagem d t: ão de professoras na
que os Currículos em realização das escolas de todos os níveis, com . . "" processos cumculares e lormaç
de afro-brasllelros e seu uso em daoooi da UERJ/campus Maracanã
d staque para os Cursos de Formação de Professores e Professora I la
educação superior: o caso do curso de Pe agog . )
ja um Currículo pluricultural, que possa melhor preparar futuro . UERJ (Projeto de pesquisa.
(2005-2008). Financiamento CNPq, Faperj. .
pr fessores e professoras, capazes de incorporar no Currículo escolar . I' São Paulo: Hucitec, 2009.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da mguagem
diversos saberes que os diferentes grupos socioculturais trazem d
CERTEAU,Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.
uas experiências históricas. Talvez possamos chegar um dia a mat -
(Ed) fi pensam lento fi-
ri lizar a utopia de alguns de nós, que se refere ao que até hoje deno- . MENDIETA EduardO" BOHÓ RQUEZ, C armen ..
DUSSEL,Enrique; " .., 2011
. . d I C 'b Y "latino". México: Sigla Velntluno, .
minamos Universidade: que ela possa se transformar numa verdadeir losófico latmoamencano, e an e .
luri-versidade, resultante do diálogo intercultural entre os conheci- d ela linguagem audio-
FILÉ,Valter (Org.). Batuques, fragmentações e fluxos: zapean o p
m ntos historicamente acumulados reconhecidos como a cultura, com visual no cotidiano escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. .
murmúrio incansável dos conhecimentos que resultam das luta FALS BORDA, O. (Corno). Participación popular: retos dei futuro Bogotá: ICFES/Ispn/
afrodescendentes, dos povos originários; dos movimentos sociai ,
Colciencias, 1998.
t dos os grupos que foram historicamente subalternizados C0111
I ~o abentes.
FANON, F.Lesdamnés de Ia tette. France: Maspéro, 1990.
. -a S- PaulO"Paz
FREIRE,Paulo. Pedagogia do coun» o. ao .
e Terra, 1970.
Assim teremos em todos os níveis de escolaridade cultura pr -
matizadas em ação, e atualização nos Currículos m p rm I I t GARClA. R.L. (Org) Método, método; contramétodos. São Paulo: Cortez, 2003.
vim nto de realização, capazes de sintonizar c m a rnclcxldadc (Org). Ol610gos cotidianos. RIOde Janeiro: DP Et Alii/Faperj, 2010.
i dad m que viv mo .