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FILOSOFIA 2019

PRIMEIRA QUESTÃO

O vínculo entre o espaço da cidade e suas instituições aparece ainda muito


claramente em Platão e Aristóteles. [...] É este centro que é agora valorizado; a
salvação da polis repousa sobre os que se chamam hoi mesoi, (o centro) porque,
estando à igual distância dos extremos, constituem um ponto fixo para equilibrar a
cidade. Com relação a este centro, os indivíduos e os grupos ocupam todos posições
simétricas. A ágora, que realiza sobre o terreno essa ordenação espacial, forma o
centro de um espaço público comum. Todos os que nele penetram se definem, por
isso mesmo, como iguais, como isoi.

A) Explique qual é a relação entre o surgimento da polis e o da Filosofia.


B) Explique qual é a relação entre a filosofia de Sócrates e a ágora.

SEGUNDA QUESTÃO

Não foram poucos, porém, aqueles que dispensaram até mesmo essa comprovação
racional da fé. Foi o caso de religiosos que desprezavam a filosofia grega. Mas houve
também aqueles que defenderam o conhecimento da filosofia grega, percebendo a
possibilidade de utilizá-la como instrumento a serviço do cristianismo. Conciliando com
a fé cristã, esse estudo permitiria à Igreja enfrentar os descrentes e derrotar os
hereges,
empregando as armas da argumentação lógica.

A) Disserte sobre os motivos que levaram à rejeição da filosofia grega por parte dos
primeiros
cristãos.
B) Cite e explique, pelo menos, um conceito filosófico grego que foi apropriado e
reelaborado por Santo Agostinho.

TERCEIRA QUESTÃO

Se separar-se, pois, do pacto social aquilo que não pertence à sua essência, ver-se-á
que ele se reduz aos seguintes termos: ‘Cada um de nós põe em comum sua pessoa
e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto
corpo, cada membro como parte indivisível do todo. [...] essa pessoa pública, que se
forma desse modo, pela união de todas as outras, tomava antigamente o nome de
cidade e, hoje, o de república ou de corpo político o qual é chamado por seus
membros de Estado quando passivo, soberano, quando ativo, e potência, quando
comparado aos seus semelhantes. Quanto aos associados, recebem eles,
coletivamente, o nome de povo e se chama, em particular, cidadãos enquanto
partícipes da autoridade soberana e súditos enquanto submetidos à autoridade do
Estado. Estes termos, no entanto, confundem-se frequentemente e são usados,
indistintamente; basta saber distingui-los
quando são empregados com inteira precisão.’
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Coleção Os Pensadores.
Tradução: Lourdes Santos Machado. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 39.
(Adaptado)

A) Explique por que a expressão “Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo
o seu poder
sob a direção suprema da vontade geral” não conduz a um regime autoritário.
B) Disserte, a partir do excerto acima, sobre a diferença entre cidadãos e súditos na
teoria do
Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau.

QUARTA QUESTÃO

Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por


aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no
domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E,
quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o
homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por
todos
os homens.
SARTRE, Jean-Paul. “O existencialismo é um humanismo”. Trad. Vergílio Ferreira. Lisboa: Presença,
1970. Apud ARANHA, M. L. de Arruda e MARTINS, M. H. Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
São Paulo: Moderna, 2016, p. 193. (Fragmaneto)

Considerando-se o excerto acima e seus conhecimentos sobre a teoria de Sartre,


disserte
sobre

A) o conceito de existência.
B) o conceito de responsabilidade

A) (10 PONTOS)
O surgimento da polis possibilitou ao homem uma nova forma de pensamento,
pautada na racionalidade, ao perceberem que as explicações mitológicas não eram
suficientes para a explicar a realidade última do mundo (arché). Assim, surge na polis
um tipo de discurso, pautado na racionalidade, na lógica e na argumentação crítica,
classificado como logos (filosofia). Os filósofos, fazendo uso do logos, se dedicavam
ao debate político, ético e social, aos quais se apresentavam como problemas típicos
da polis. Por fim, a polis representa um espaço público para o cidadão (demos),
possuidor do oikos (homem adulto, proprietário de terras e de escravos, livre e natural
da cidade) – tempo livre para direcionar seu pensamento para questões filosóficas
ligadas aos problemas da cidade, exercendo, assim, o pensamento filosófico.
B) (10 PONTOS)
A filosofia de Sócrates tem como base o método dialético, no qual o debate entre os
interlocutores é fundamental. A ágora representa um espaço para o exercício da
democracia plena, na qual, não só o voto do cidadão era considerado, mas também o
seu direito à palavra e ao discurso. Pelo fato da filosofia de Sócrates ser plenamente
fundamentada na oralidade, a ágora se torna o espaço em que a dialética socrática
era exercida. No diálogo, o objetivo da filosofia de Sócrates era levar seu interlocutor à
maiêutica (parto de ideias), que era precedida pela exortação, na qual Sócrates
instigava seu interlocutor a uma definição sobre determinado assunto, e pela ironia e
refutação, em que eram reveladas as carências e contradições da definição
apresentada pelo interlocutor, levando ao reconhecimento de sua própria ignorância.

QUESTÃO 2
A) (10 PONTOS)
Não foram poucos os motivos que levaram parte dos primeiros cristãos a rejeitaram a filosofia
grega. Entre os quais, destacam-se: a afirmação da suficiência da Fé Cristã para bem conduzir a
vida humana, que fazia com que o modo de pensamento grego, considerado pagão, fosse uma
ameaça para essa mesma Fé, pois poderia induzir ao pecado, à dúvida e às heresias. Além
disso, um dos fundamentos do pensamento Cristão é a afirmação de que a Fé é superior à
razão, o que fez com que alguns dos primeiros padres chegassem mesmo a descartar quase
que por completo a razão. Nesse caso, Deus fornece, pela Fé, um caminho direto para a
salvação, podendo a filosofia representar a ocasião para o desvio. E, finalmente, não caberia
ao filósofo, ou à filosofia, buscar a verdade, uma vez que ela já havia sido revelada, mas, tão
somente, demonstrar racionalmente as verdades da fé, que não podem ser contraditas pela
razão.
B) (10 PONTOS)
Um dos exemplos é a “Teoria da Reminiscência” de Platão. Santo Agostinho se
aproxima completamente da filosofia de Platão e nela se inspira, para elaborar a sua
“Teoria da Iluminação Divina”. Para Platão, o conhecimento é possível por um
processo de reminiscência, pois todo o conhecimento jaz no interior de cada indivíduo,
sendo o aprendizado nada mais do que a ocasião do reencontro da mente pensante
com o conhecimento latente, que pode ser contemplado como verdade, no mundo das
ideias. Desta forma, partindo dos pressupostos estabelecidos por Platão, Agostinho
elabora a Teoria da Iluminação Divina, na qual o indivíduo deve se converter à fé cristã
para ter acesso ao conhecimento, procedimento que foi considerado como uma
cristianização do platonismo e que influenciou decisivamente o desenvolvimento do
Cristianismo. Outro exemplo é a distinção feita por Platão, entre a realidade sensível e
a realidade inteligível, ou mundo das ideias, sendo esta última a fonte verdadeira dos
elementos da primeira, que não passam de cópias. Santo Agostinho se inspirou nessa
distinção, feita por Platão, para propor a sua Cidade de Deus (céu), que representa e
fornece a verdade que o mundo [Cidade dos Homens] não pode oferecer.

QUESTÃO 3
A) (10 PONTOS)
Com a expressão “Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder
sob a direção suprema da vontade geral”, Rousseau explica a formação da soberania
e da autoridade do Estado por meio do contrato social. Para Rousseau, a soberania é
a vontade geral do povo, que prevalece sobre as vontades individuais. Pelo contrato
social os indivíduos tornam-se o povo, um todo indivisível, um corpo político, para o
qual transferem os seus direitos naturais transformado-os assim em direitos civis.
Assim sendo, a autoridade do Estado e o governante não são o soberano, mas os
representantes da soberania popular, e por isso jamais originarão um regime
autoritário.
B) (10 PONTOS)
Para a teoria do contrato social de Rousseau, os indivíduos associados coletivamente
se comportam de dois diferentes modos enquanto corpo político. Quando na condição
ativa de partícipes da soberania e nela se fazem representar são cidadãos, por outro
lado, enquanto se submetem às leis e à autoridade do governante que os representa,
de modo passivo, chamam-se súditos. Neste sentido, são cidadãos do Estado e súdito
das leis.

QUESTÃO 4
A) (10 PONTOS)
Para Sartre, a existência do homem precede a essência. Quer dizer que, no homem,
não há uma essência prévia de homem que defina e que determine o homem a ser.
Ele mesmo é que faz a si próprio na medida em que se projeta no mundo. O homem
existe primeiro e só depois se escolhe, se projeta, não há uma natureza humana dada
a priori. Com isso, Sartre rejeita a concepção de que há um determinismo na
consciência e afirma que o homem é absolutamente livre. Para Sartre, essa liberdade
é negativa, pois, como não há uma essência humana prévia, o homem está
condenado a ser livre e, nessa condição, ele acha-se obrigado a buscar, através de
suas decisões e escolhas, um sentido para sua existência. Sartre assinala que a
liberdade da consciência é um nada de ser, é um vazio. O filósofo tira essa concepção
do princípio de intencionalidade de Husserl: toda consciência é consciência de alguma
coisa. Esse princípio designa dois fatos: de que a consciência é uma abertura para o
mundo, de que sua existência consiste em revelar o mundo para si, e que não há
consciência que não seja consciência de algum objeto. Mas Sartre salienta que a
consciência não pode ser objeto para si mesma, pois todo objeto está fora dela, é um
transcendente. No ensaio A Transcendência do Ego, Sartre afirma que o próprio “eu” é
um objeto para a consciência, ele, portanto, não é um habitante da consciência, mas
está fora dela, no mundo, é um ente do mundo como o “eu” do outro. A consciência é
chamada por Sartre de Para-si, quer dizer, todo o mundo é dado para a consciência.
B) (10 PONTOS)
A liberdade da consciência, por um lado, significa que sua existência não tem um fundamento,
uma razão, e que o homem simplesmente existe no mundo sem uma justificação para o fato
de ele existir. A sua existência é gratuita. Por outro lado, como a consciência é livre, ela é
inteiramente responsável por si mesma, quer dizer, é ela mesma que responde por suas
decisões e escolhas. O homem tem a total responsabilidade por si próprio. Mas essa
responsabilidade também implica que o homem é responsável por todos os outros. O homem,
ao escolher a si mesmo, escolhe todos os homens. Com efeito, não há um só dos nossos atos
que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem
como julgamos que ele deve ser, escolher ser isto ou aquilo, é afirmar ao mesmo tempo o
valor do que escolhemos. É o homem que livremente confere sentido e valor às coisas, sendo
responsável por tal valor e sentido. A tarefa do existencialismo, como humanismo, é mostrar
ao homem a sua condição de livre e responsável, porque o homem tem sempre a tendência de
estar de má-fé, mascarando sua liberdade e responsabilidade colocando a culpa nos outros, no
determinismo, etc. E que a sua conversão ética é assumir sua liberdade e responsabilidade.

FILOSOFIA 2018

PRIMEIRA QUESTÃO

Considere o seguinte trecho, que comenta opiniões bastante difundidas sobre o


pensamento
filosófico de Parmênides e Heráclito, filósofos gregos que viveram no século VI a.C., e
responda às
questões a respeito.
“Parmênides e Heráclito representam correntes de pensamento rivais na filosofia
grega e o
conflito entre essas correntes marcou profundamente a obra de Platão, que procurará
superá-lo, de
certa forma, conciliando as duas posições.
O pensamento de Parmênides baseia-se em uma concepção de unidade do real para
além
do movimento por ele considerado apenas uma característica aparente das coisas.
Parmênides é
visto como o filósofo do Ser, da realidade única, subjacente à pluralidade dos
fenômenos, e
precursor da metafísica.
Heráclito parte do movimento como a questão mais básica em nosso entendimento do
real,
vendo no conflito entre os opostos a causa do movimento. Sua visão de realidade é
profundamente
dinâmica.”
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

A) Explique a oposição entre as concepções desses filósofos a respeito da realidade


do movimento.
B) Explique como Platão “de certa forma concilia as duas posições”.

SEGUNDA QUESTÃO
Considere o trecho abaixo, extraído da Suma de Teologia de Tomás de Aquino (1224-
1274),
texto em que ele apresenta uma das célebres cinco vias pelas quais se pode provar a
existência de
Deus.
“A quinta via é assumida a partir do governo das coisas. Vemos, com efeito, que aquilo
que
carece de inteligência, ou seja, os corpos naturais, opera em vista de um fim, o que se
percebe pelo
fato de sempre ou frequentemente operarem do mesmo modo a fim de atingir o que é
o melhor. Daí
fica claro que não é por acaso, e sim intencionalmente que atingem este fim. Mas o
que não tem
inteligência não tende a um fim se não for dirigido por algo cognoscente e inteligente,
assim como
a flecha pelo arqueiro. Portanto, há algo inteligente pelo qual todas as coisas naturais
são
ordenadas a seu fim, e este dizemos que é Deus.”
AQUINO, Tomás de. Suma de Teologia, questão 2, artigo 3.

A) Segundo Tomás de Aquino, a prova sobre a existência de Deus não é uma


demonstração de fato (caso em que seria evidente), e sim uma prova a partir dos
efeitos. Explique por que essa quinta via é uma prova a partir dos efeitos.
B) Descreva como Tomás de Aquino se utiliza da filosofia de Aristóteles na elaboração
dessa prova.

TERCEIRA QUESTÃO
Por meio da genealogia da moral, um método de investigação sobre a origem dos
valores morais, Nietzsche (1844-1900) mostra que a cultura ocidental adotou um
sistema de moralidade denominada por ele de “moral de escravos”.

Sobre isso, explique


A) como Nietzsche caracteriza essa moral de escravos.
B) o que é a vontade de potência e como Nietzsche usa essa noção na superação da
moral de escravos.

QUARTA QUESTÃO
De acordo com Kant, filósofo alemão que viveu entre 1724 e 1804,
“Nenhum conhecimento em nós precede a experiência e todo conhecimento começa
com
ela. Mas, embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, nem por
isso todo ele se
origina da experiência. Pois, poderia bem acontecer que, mesmo o nosso
conhecimento de
experiência seja um composto daquilo que recebemos por impressões e daquilo que
nossa própria
faculdade de conhecimento fornece de si mesma. (...) Tais conhecimentos
denominam-se a priori e
distinguem-se dos empíricos, que possuem suas fontes a posteriori, ou seja, na
experiência.”
KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. Introdução, São Paulo, Abril Cultural, 1980,
coleção Os Pensadores (adaptado).
Já Hume, filósofo escocês que viveu entre 1713 e 1784, cuja obra despertara o maior
interesse em Kant, por sua vez escrevera
“O hábito é, pois, o grande guia da vida humana. É aquele princípio único que faz com
que
nossa experiência nos seja útil e nos leve a esperar, no futuro, uma sequência de
acontecimentos
semelhantes aos que se verificaram no passado. Sem a ação do hábito, ignoraríamos
completamente toda questão de fato além do que está imediatamente presente à
memória ou aos
sentidos”
HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano, Seção IV, Parte II, 36. São Paulo, Abril
Cultural, coleção Os Pensadores.

Comparando-se os trechos dos escritos desses dois pensadores, explique

A) o que é o ceticismo de Hume.


B) de que maneira cada um desses filósofos considera a experiência dos sentidos

FILOSOFIA 2017

PRIMEIRA QUESTÃO

Leia o trecho abaixo extraído do diálogo platônico O Banquete.


Eis, com efeito, em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor, ou por outro
se deixar conduzir: em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre,
como que servindo-se de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e
dos belos corpos para os belos ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das
ciências acabe naquela ciência, que de nada mais é senão daquele próprio belo, e conheça
enfim o que em si é belo.
PLATÃO. O Banquete. Edição bilíngue. Tradução de José Cavalcante de Souza. São Paulo: Editora 34, p. 147.

Em conformidade com a teoria platônica das ideias, responda:

A) As afirmações “do que é belo aqui” e “em vista daquele belo” designam o quê,
respectivamente?
B) Que ciência é esta que se encarrega “daquele próprio belo”, e conhece “enfim o que é em si
belo”?

SEGUNDA QUESTÃO
Nas Meditações sobre a filosofia primeira, Descartes escreveu:
Mesmo que dormisse sempre, mesmo que também aquele que me criou me enganasse com
todas as suas forças, o que há nisto que não seja tão verdadeiro como eu existir?
DESCARTES, R. Meditações sobre a filosofia primeira. Tradução de Gustavo de Fraga. Coimbra: Livraria Almedina,
1988, p. 125.

Tendo em vista as ideias de Descartes, responda:

A) A afirmação “mesmo que também aquele que me criou me enganasse com todas as suas
forças” diz respeito a qual argumento empregado por Descartes para levar a sua dúvida ao
extremo?
B) Considerando a possibilidade do engano, a partir das forças mencionadas no fragmento, o
que tal engano e tais forças não seriam capazes de negar?

TERCEIRA QUESTÃO

A respeito da filosofia política de Maquiavel, leia a citação a seguir.


Maquiavel certamente se dirige a um príncipe, mas trata-se de um príncipe novo, não um
desses miseráveis tiranetes que, para usar astúcias e violências, contudo só sabem rastejar ao
rés de uma História privada de sentido, mas a um homem de virtú, sem tradição dinástica, sem
raiz no mundo da feudadlidade, ocupado apenas com a conquista do poder e a quem é
importante dar a convicção de que terá o povo ao seu lado.
LEFORT, C. A primeira figura da filosofia da práxis. In: QUIRINO, C. G.; SOUZA, M. T. S. de (Orgs). O pensamento
político clássico: Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau. São Paulo: T. A Queirós, 1980, p. 9/10 – grifos
do autor.

Responda:
A) O que é Virtú na obra O Príncipe, de Maquiavel?
B) Com base na mesma obra, e na citação, descreva como deve ser a relação do novo príncipe
com o povo.

QUARTA QUESTÃO

Leia a citação a seguir.


[...] o homem não é um ser abstrato, acocorado fora do mundo. O homem é o mundo do
homem, o Estado, a sociedade. Esse Estado e essa sociedade produzem a religião, uma
consciência invertida do mundo, porque eles são um mundo invertido.
MARX, K. Crítica da filosofia do direito de Hegel. Tradução de Rubens Enderle e Leonardo de Deus. São Paulo:
Boitempo Editorial, 2013, p. 151 – grifos do autor.

Responda:

A) Quando Marx afirma que “o homem não é um ser abstrato”, ele aponta para a condição
efetiva da existência humana e para a sua historicidade. Então, quais relações são
responsáveis pela vida concreta do homem?
B) Explique o que é a “consciência invertida do mundo”, segundo Marx.

Gabarito Oficial Definitivo: FILOSOFIA


Questão 1
A) Valor: 10 pontos.
Com a expressão: “que é belo aqui”, Platão faz referência ao belo no mundo sensível, onde
situam-se as aparências, já o que é “em vista daquele belo” diz respeito ao “Belo em si”, à
Ideia do Belo no mundo inteligível, no mundo das Ideias.
B) Valor: 10 pontos.
A ciência que visa atingir as ideias mais universais, entre elas: a ideia do Bem, do Belo, e do
Justo, é a Dialética.

Questão 2
A) Valor: 10 pontos.
A afirmação diz respeito ao argumento de Descartes sobre o Deus enganador, que se
desdobra, no curso da dúvida metódica, naquele do gênio maligno. Descartes pretendia
com essas hipóteses exacerbar o exercício da dúvida, tornando-a hiperbólica, isto é,
levando-a até aquelas ideias certas, como as da matemática, cuja clareza e distinção ainda
careciam de um fundamento sólido.
B) Valor: 10 pontos.
O próprio pensamento e, portanto, a existência daquele que pensa. A dúvida acerca da
existência do mundo e, mesmo quando levada ao extremo, das representações científicas,
revelam que o “eu” que duvida, na medida em que duvida, não pode não existir. Deste
modo, Descartes alcança em suas meditações metafísicas a evidência do cogito.

Questão 3
A) Valor: 12 pontos.
Para Maquiavel, na obra O príncipe, a virtú remete às qualidades do príncipe astuto, capaz
de dominar as circunstâncias e o momento preciso de agir, seduzindo a fortuna,
conquistando e mantendo o poder político
B) Valor: 8 pontos.
Uma vez conquistado o poder, ao Príncipe cabe mantê-lo, devendo, para tanto, segundo
Maquiavel, ser temido e respeitado pelos seus súditos, não precisando ser amado nem
tampouco odiado. Com isso, Maquiavel dava início ao pensamento político moderno,
concebendo o poder a partir da astúcia e virtù do Príncipe e não na tradição.

Questão 4
A) Valor: 12 pontos.
Segundo Karl Marx, o homem não é um ser abstrato. Assim sendo, as relações que são
responsáveis pela vida concreta do homem são as relações materiais de produção da vida e
da sociedade, entre as quais se destacam as relações de trabalho, a luta de classes e todas as
relações sociais que caracterizam o ser humano com um ser de práxis.
B) Valor: 8 pontos.
Para Karl Marx a “consciência invertida do mundo” consiste na falsa consciência que é
produzida pela ideologia burguesa, que pretende dar um fundamento atemporal e
abstrato para o Estado, isto é, a superestrutura da sociedade determinaria a base material
sem que nada a determinasse, nem mesmo as relações materiais de produção. Desta
forma, a “consciência invertida do mundo” é a expressão da alienação produzida pela
ideologia burguesa.

FILOSOFIA 2016
PRIMEIRA QUESTÃO

É da mesma maneira, então, que adquirimos as virtudes. Isto é, primeiramente pondo-


as em prática. É assim também que fazemos com as restantes técnicas, porque, ao
praticar, adquirimos o que procuramos aprender. Na verdade, fazer é aprender.
Aristóteles. Ética a Nicômaco, II, 1, 1103 a 33-35.

A partir do fragmento e de seus conhecimentos sobre o assunto, responda:

A) Qual é a relação entre virtude e felicidade, segundo Aristóteles?


B) Como pode o homem adquirir as virtudes éticas?

SEGUNDA QUESTÃO

O cristianismo é uma religião; empregando por vezes termos filosóficos para exprimir
sua fé, os escritores sacros cediam a uma necessidade humana, mas substituíam o
sentido filosófico antigo desses termos por um sentido religioso novo. É esse sentido
que lhes devemos atribuir, quando os encontramos nos livros cristãos.
GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 1998,
p. XV.

A partir do fragmento e de seus conhecimentos sobre o assunto, faça o que se pede.

A) Explique a relação entre fé e razão para Santo Agostinho.


B) Explique a influência da teoria da reminiscência de Platão na doutrina da
Iluminação Divina de Agostinho.

TERCEIRA QUESTÃO

Rousseau escreveu: “Os compromissos que nos ligam ao corpo social são obrigatórios
por serem mútuos, e tal é sua natureza, que, ao cumpri-los, não se pode trabalhar por
outrem sem também trabalhar por si mesmo”.
ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. Tradução de Lourdes Santos Machado. In: ______. Jean-Jacques
Rousseau. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 15-145. p. 49.

A partir da citação e de seus conhecimentos sobre o assunto, responda:

A) A afirmação de Rousseau justifica a importância da sua ideia de soberania. Em que


consiste a soberania inalienável para este filósofo?
B) Qual é a finalidade do exercício da soberania segundo Rousseau?

QUARTA QUESTÃO

O homem faz-se; ele não está pronto logo de início; ele se constrói escolhendo a sua
moral; e a pressão das circunstâncias é tal que ele não pode deixar de escolher uma
moral.
SARTRE, J. P. O existencialismo é um humanismo. Tradução de Ria Correia Guedes. In: ______. Sartre.
São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 1-32. p. 18.

A partir do fragmento e de seus conhecimentos sobre o assunto, responda:

A) Qual é o único critério para a escolha moral segundo Sartre?


B) Quando o filósofo afirma que o homem “não está pronto logo de início”, o que essa
negativa vem refutar?
Gabarito Oficial Definitivo: FILOSOFIA
Questão 1
A) Valor: 14 pontos.
Para Aristóteles, a felicidade é uma atividade da alma segundo a virtude e, então, o fim
último do agir/existir humano (seu télos). A virtude, por sua vez, deriva de ação
calibrada por princípio orientador geral, verossímil, determinado pelo ajustamento
racional da conduta prática entre extremos considerados defeitos. Então, a ação virtuosa
encontra-se na mediania entre o excesso e a falta (por exemplo, a coragem é mediania
entre a temeridade e a covardia). O intelecto é o que há de superior no homem e nenhum
dos outros seres vivos é feliz, porque não participa em nada da especulação. Portanto,
tanto quanto se estende a especulação (que leva à virtude), mais se estende a felicidade.
B) Valor: 6 pontos.
Segundo Aristóteles, as virtudes éticas derivam em nós do hábito. Pelo exercício o
homem traduz a potencialidade da virtude em ato. Apenas agindo, justos tornam-se
justos. É pelo hábito que se chega ao meio termo, à virtude que se encontra entre o
excesso e a falta, à justa proporção, via de meio entre extremos da ação humana.

Questão 2
A) Valor: 10 pontos.
Para Agostinho a fé é superior à razão, ela é o guia que conduz a razão no caminho do
conhecimento reto e verdadeiro. A despeito disso, fé e razão estão numa relação de
complementariedade, sendo ambas necessárias para o conhecimento que o ser
humano produz. A fé não substitui e nem elimina a razão. Pelo contrário, a fé estimula
a razão e esta fortalece a fé.
B) Valor: 10 pontos.
Segundo Platão, o conhecimento deve rememorar, pela alma racional, as verdades
contempladas no mundo inteligível. Inspirado por Platão, Agostinho defende que o
conhecimento deve ser buscado intelectualmente no mundo das ideias, via
interiorização do pensamento. Para ele é Deus a luz que ilumina o nosso intelecto de
forma a tornar possível o conhecimento das verdades imutáveis ou eternas.

Questão 3
A) Valor: 10 pontos.
Para Rousseau, quando os homens reunidos se consideram um corpo único, sua
vontade também é única e se relaciona com a comum conservação e com o bem estar
geral. A essa vontade, Rousseau denomina vontade geral, à qual cada um põe em
comum sua pessoa e toda a sua autoridade, recebendo cada qual sua pessoa e toda a
sua autoridade. Esse ato de associação produz um corpo moral e coletivo, que é o
soberano, e cada indivíduo contratante se acha obrigado sob uma dupla relação: como
membro do soberano para com os particulares, e como membro do Estado para com o
soberano. De acordo com Rousseau, a soberania é inalienável, pois ela é o exercício da
vontade geral, que jamais se pode alienar, e o soberano, que nada mais é senão um
ser
coletivo, não pode ser representado a não ser por si mesmo. Assim, para Rousseau, é
possível transmitir o poder, mas não a soberania, o que a torna, portanto, inalienável.
B) Valor: 10 pontos.
De acordo com Rousseau, somente a vontade geral pode dirigir as forças do Estado em
direção à finalidade de sua instituição. A vontade geral, que detém a soberania, deve
partir de todos, para ser aplicada a todos, pois, quando cada qual se entrega por
completo e sendo esta condição igual para todos, a ninguém interessa torná-la
onerosa para os outros. Desta forma, a finalidade do exercício da soberania é a
garantia da realização do bem comum, possibilitando aos contratantes a manutenção
dos direitos fundamentais, que se constituem em ter a sua vida e os seus direitos civis
preservados, bem como a garantia da liberdade civil, que é limitada pela vontade
geral, destinando o homem a ser livre, em sociedade.
Questão 4
A) Valor: 10 pontos.
O único critério para a escolha moral, segundo Sartre, é o da responsabilidade. Para
Sartre, o ser humano é, antes de tudo, livre: “ele está condenado a ser livre”. Isto quer
dizer que se encontra totalmente em seu poder a escolha de agir ou deixar de agir, e
ele não pode, por isso mesmo, não se responsabilizar pelas escolhas que faz. Logo, o
ser humano é o responsável por suas ações e também por suas omissões, o que
naturalmente lhe angustia, não sendo possível transferir as consequências de seus
atos a circunstâncias externas a ele, ao destino, a Deus, etc. Se assim o fizer – concluía
Sartre – ele renunciará a sua liberdade fundamental agindo de má-fé. Sartre não
estava, com isso, defendendo um individualismo: dizer que o homem é responsável
não é dizer simplesmente que ele é responsável pela sua restrita individualidade, mas
que é responsável por todos os homens, pela humanidade toda.
B) Valor: 10 pontos.
A negativa sartriana de que “o homem não está pronto de início” vem refutar a
metafísica tradicional que pressupunha uma essência determinando a existência
humana. Para esse filósofo, ao contrário, não existe qualquer determinismo, essência
ou natureza humana, ao invés disso, “a existência precede a essência”. Sartre tornou o
ser humano um projeto aberto às possibilidades da existência e realizado a partir das
escolhas dos indivíduos.

FILOSOFIA 2015

PRIMEIRA QUESTÃO
A respeito da fortuna, Maquiavel escreveu:
[...] penso poder ser verdade que a fortuna seja árbitra de metade de nossas ações,
mas que, ainda assim, ela nos deixe governar quase a outra metade.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Tradução de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção “Os
Pensadores”. p. 103.

Com base na citação, responda:

A) O que é a fortuna para Maquiavel?


B) Como deve agir o príncipe em relação à fortuna?

SEGUNDA QUESTÃO
Tal é o eterno equivoco da liberdade, o de conhecer apenas o sentimento formal,
subjetivo, abstraído dos objetos e fins que lhe são essenciais. Desse modo, a limitação
dos instintos, da cobiça e da paixão, que só pertence ao indivíduo, é tida como uma
limitação da liberdade. Mas antes de mais nada, tal limitação é pura e simplesmente a
condição da qual surge a libertação, sendo a sociedade e o Estado as condições nas
quais a liberdade se realiza.
HEGEL, G. W. F. Filosofia da história. 2. ed. Tradução de Maria Rodrigues e Hans Harden. Brasília/DF:
Editora da UnB, 1998. p. 41.

Com base no texto acima, responda:

A) Quais são os impedimentos para a liberdade enquanto tal?


B) Por que o Estado é a condição para a liberdade em sua realidade concreta?

TERCEIRA QUESTÃO
Há um abismo imenso que separa esta escala de valores que Sócrates proclama com
tanta evidência e a escala popular vigente entre os gregos e expressa na famosa
canção báquica antiga:
O bem supremo do mortal é a saúde;
O segundo, a formosura do corpo;
O terceiro, uma fortuna adquirida sem mácula;
O quarto, desfrutar entre amigos o esplendor da juventude.
JAEGER, W. Paideia. São Paulo: Martins Fontes, 1995, pp. 528-529.
Responda:

A) O que é o homem para Sócrates?


B) Qual é a relação entre o que define o homem e a máxima délfica “Conhece-te a ti
mesmo”?

QUARTA QUESTÃO
No livro de 1872, O nascimento da tragédia, Nietzsche dizia a respeito de Sócrates e
Platão:
Aqui o pensamento filosófico sobrepassa a arte e a constrange a agarrar-se
estreitamente ao tronco da dialética. No esquematismo lógico crisalidou-se a
tendência apolínia: como em Eurípides, cumpre notar algo de correspondente e, fora
disso, uma transposição do dionisíaco em afetos naturalistas.
NIETZSCHE, O nascimento da tragédia, helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005, p. 89 – grifos do autor.
Considerando o comentário de Nietzsche,

A) descreva as duas forças antagônicas: apolínio e dionisíaco.


B) explique em que o pensamento filosófico difere da atividade artística

GABARITO OFICIAL DEFINITIVO: FILOSOFIA


Questão 1
A) Valor: 12 pontos
Para Maquiavel, a fortuna é o fluxo variável dos acontecimentos, o momento
inoportuno
ou a ocasião propícia. Ela pode ser entendida como a conjunção que perturba a
linearidade das ações e dificulta o cálculo da sua sequência. Por esse motivo ela admite
a
avaliação contextual de cada momento da ação, que pode se abrir ou fechar, como
favorável ou desfavorável, para a ação política (o governar, a manutenção do poder).
B) Valor: 8 pontos
Em relação à fortuna, o príncipe deve agir por meio da prevenção, de acordo com as
circunstâncias. Ele deve saber aproveitar todas as oportunidades, o que é possível
desde
que possua a “virtú”, atributos e qualidades necessárias para calcular o conjunto de
eventos propícios ou desfavoráveis, o que deve permitir sua intervenção no momento
mais oportuno da cadeia causal. Assim, conquista e mantém o poder com virilidade,
bravura e coragem.

Questão 3
A) Valor: 10 pontos
O homem não deve ser caracterizado por seus atributos exteriores (saúde, corpo,
riqueza
ou vigor), mas sim pela sua parte interna, a saber, sua alma (psyqué), na medida em
que é
precisamente sua alma que o distingue especificamente de qualquer outra coisa. O
homem vivo é a sua alma, o corpo é somente o conjunto de instrumentos ou
ferramentas
das quais a alma se serve na vida. A vida só pode ser bem vivida se a alma estiver no
controle do corpo. Isso significa pura e simplesmente que em uma vida perfeitamente
ordenada a alma ou inteligência tem o completo controle dos sentidos e das emoções.
B) Valor: 10 pontos
Sócrates consegue que Alcibíades esteja de acordo em que para ter êxito na vida seja
necessário cuidar de si mesmo, e chega a demonstrar que não se pode melhorar e
cuidar
de uma coisa a menos que se conheça a sua natureza. Nesse sentido, uma vida sem
reflexão não vale a pena ser vivida. Mas essa reflexão deve ser uma aplicação do logos

exercício racional – sobre as próprias virtudes que definem o ser humano em sua
conduta
e em sua relação dialógica com as outras pessoas. O conhecimento do “eu” possibilita
e
instaura o conhecimento do “outro”. Assim, na vida, não podemos conseguir um
aprimoramento de nós mesmos a menos que primeiro possamos compreender o que
somos. Nosso primeiro dever é obedecer à ordem délfica “conhece-te a ti mesmo”,
“pois
uma vez que nos conheçamos, podemos aprender a cuidar de nós” (Alcibíades, 128b-
129a).

Questão 4
A) Valor: 12 pontos
Para Nietzsche, o apolínio e o dionisíaco são duas forças vitais que caracterizam a arte
trágica na Grécia clássica. Para ele, Dioniso é a força noturna que representa a
desmedida, a embriaguez, os sentimentos, os instintos, a fertilidade e as ações e
emoções. Por outro lado, Apolo é a força diurna que representa a ordem, a medida, o
equilíbrio, a harmonia e a razão. Segundo Nietzsche, são forças antagônicas, as quais,
porém, não subsistem uma sem a outra, complementando-se numa relação de tensão
mútua.
B) Valor: 8 pontos
Para Nietzsche, o pensamento filosófico está relacionado à razão, ao pensamento
lógico e
sistemático, representado pela figura apolínia; enquanto a atividade artística está
relacionada ao criativo, aos sentimentos e emoções, contemplando o equilíbrio entre
Apolo e Dioniso.

FILOSOFIA 2013

PRIMEIRA QUESTÃO

Existe uma só sabedoria: reconhecer a inteligência que governa todas as coisas por
meio de todas as coisas.
Heráclito, Diels-Kranz, Frag. 41.
Por isso é necessário seguir o que é igual para todos, ou seja, o que é comum. De
fato, o que é igual para todos coincide com o que é comum. Mas ainda que o logos
seja igual para todos, a maior parte dos homens vive como se possuísse dele um
conhecimento próprio.
Heráclito, Diels-Kranz, Frag. 2.
Com base nos textos acima e em seus conhecimentos sobre a filosofia heraclitiana,
responda:

A) O que é o logos ao qual o filósofo se refere?


B) Explicite a relação existente entre o logos e a inteligência, tal como encontrados
nos fragmentos supracitados.

SEGUNDA QUESTÃO

A fé ajuda o conhecimento e o amor de Deus, não no sentido de que no-lo faça


conhecer e amar porque antes de fato não o conhecíamos ou não o amávamos, mas
nos ajuda a conhecê-lo de modo mais luminoso e a amá-lo com amor mais firme.
Agostinho, A Trindade, VIII, 9, 13.

A) Para Agostinho, a fé não tem um caráter a-racional ou metarracional, e sim um


preciso valor cognoscitivo. Assim, qual é, para ele, a relação entre razão e fé?
B) Em qual teoria Agostinho se baseia para afirmar os critérios de conhecimento
imutáveis e necessários que vêm de Deus?

TERCEIRA QUESTÃO

Suporei, portanto, que há não um Deus ótimo, fonte soberana da verdade, mas algum
gênio maligno, e ao mesmo tempo, sumamente poderoso e manhoso, que põe toda a
sua indústria em que me engane: pensarei que o céu, o ar, a terra, as cores, as
figuras, os sons e todas as coisas externas nada mais são do que ludíbrios dos
sonhos, ciladas que ele estende à minha credulidade.
DESCARTES, R. Meditações sobre Filosofia Primeira. Primeira Meditação /12/, Tradução de Fausto
Castilho. Campinas: IFCH-Unicamp, 1999, p. 25
A) Qual é, para Descartes, a relação existente entre o gênio maligno e a coisa
pensante (Res cogitans)?

B) Que argumento é utilizado por Descartes para afirmar a existência do Mundo?

QUARTA QUESTÃO

Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da


metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento, o
que assim já concorda melhor com o que desejamos, a saber, a possibilidade de um
conhecimento a priori desses objetos, que estabeleça algo sobre eles antes de nos
serem dados.
KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. Tradução de Manuela Pinto dos Santos. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, Prefácio da Segunda Edição, B XVI-XVII, p. 20.
Com base nos textos acima e em seus conhecimentos sobre a filosofia de Kant,
responda

A) O que é a Revolução Copernicana operada pelo filósofo?


B) A que se refere o conhecimento a priori, segundo Kant?

1) Gabarito oficial definitivo - Questão 1


A) O logos é, para Heráclito, a Razão, que rege o Todo e lhe confere ordem
e harmonia. Trata-se de algo inteligível e empiricamente inacessível. O
logos é a lei que governa a natureza e todas as coisas, é uma qualidade
ontológica do real.
B) O logos, para Heráclito, é a própria expressão de uma inteligência
intrínseca ao cosmos, ou de uma Razão que, a partir da tensão entre os
opostos, arquiteta a ordem ou harmonia do Todo.
2) Gabarito oficial definitivo - Questão 2
A) Para Santo Agostinho, fé e razão são complementares. A fé não
substitui e nem elimina a razão ou a inteligência. A fé, pelo contrário,
estimula e ilumina a razão. A razão, por sua vez, fortalece a fé.
B) Teoria da Iluminação ou Teoria da Iluminação divina. Para Santo
Agostinho, Deus é uma espécie de luz que ilumina a mente humana no
processo de conhecimento. É Deus quem permite aos homens captar as
ideias.
3) Gabarito oficial definitivo - Questão 3
A) A res cogitans (coisa pensante) busca um fundamento sólido para o
conhecimento humano e faz uso de uma cadeia de dúvidas para alcançar
um ponto de partida indubitável, que será, por fim, o fato de que duvida, se
duvida, pensa, se pensa, existe (o cogito). Um dos recursos presentes
naquela cadeia de dúvidas é a suposição da existência de um gênio
maligno, entidade capaz de enganar o ser humano, ao ponto de fazê-lo crer
serem certas as coisas que na verdade são falsas.
B) O cogito, prova lógica da existência da res cogitans, não é suficiente
para explicar a causa dessa existência. Descartes afirma que deve haver um
Deus perfeito que nos criou, já que não podemos ser a origem de nós
mesmos e que possuímos a noção de perfeição em nossa mente, que
também não se originou de nós. Assim, esse Deus perfeito não engana e é
preciso admitir que o mundo que se apresenta aos nossos sentidos existe e é
criação Dele

4) Gabarito oficial definitivo - Questão 4


a) A “revolução” foi descrita por Nicolau Copérnico na introdução da sua
obra Das revoluções dos orbes celestes (1543) como a “hipótese” que põe a
Terra em movimento e um Sol imóvel no centro do Universo. No prefácio
da Segunda Edição da Crítica da Razão Pura, Kant descreveu sua filosofia
crítica como se ela se desenvolvesse em conformidade com a “hipótese
primária de Copérnico”: enquanto a metafísica antes admitia que “o nosso
conhecimento deveria se regular pelos objetos”, agora opera-se com a
hipótese de que é preciso “experimentar” de acordo com a estrutura da
nossa possibilidade de conhecimento e “admitir que os objetos devem
regular-se pelo nosso conhecimento”. Essa inversão na estrutura
explanatória é a Revolução Copernicana operada por Kant.
b) A priori é, para Kant, conhecimento puro, universal e necessário. Trata-
se de modos “claros e certos” de conhecimento que independem da
experiência. Assim, o conhecimento a priori não contém qualquer
ingrediente de sensibilidade, vale dizer, vinculado à experiência.

FILOSOFIA 2012

Leia os textos abaixo, extraídos da obra A República de Platão.


― Acaso não seria uma defesa adequada dizermos que aquele que verdadeiramente
gosta de saber tem uma disposição natural para lutar pelo Ser, e não se detém em
cada um dos muitos aspectos particulares que existem na aparência, mas prossegue
sem desfalecer nem desistir da sua paixão, antes de atingir a natureza de cada Ser
em si, pela parte da alma à qual é dado atingi-lo – pois a sua origem é a mesma –;
depois de se aproximar e de se unir ao Verdadeiro, poderá alcançar o saber e viver e
alimentar-se de verdade, e assim cessar o seu sofrimento; antes disso, não?
(República, 490b)
― Da mesma maneira, quando alguém tenta, por meio da dialética, sem se servir dos
sentidos e só pela razão, alcançar a essência de cada coisa, e não desiste antes de
ter apreendido só pela inteligência a essência do bem, chega aos limites do inteligível,
tal como aquele chega então aos do visível. (República, 532 a-b)
PLATÃO. A República. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1996.
PRIMEIRA QUESTÃO
Com base nos textos e na doutrina de Platão, responda:
A) Qual método pode levar o homem a atingir a essência de cada coisa – a natureza
de cada Ser em si – para além da realidade visível, que se atinge pelos sentidos?

B) O filósofo se refere a uma realidade à qual se chega apenas pela inteligência. Que
realidade é essa? Cite ao menos três características compositivas desta realidade, de
acordo com a filosofia de Platão.

SEGUNDA QUESTÃO
Segundo Agostinho de Hipona (354-430), as ideias ou formas originárias de todas as
coisas, razões estáveis e imutáveis das coisas de nosso mundo, estão contidas na
mente divina e não nascem nem morrem, e tudo o que, em nosso mundo, nasce e
morre é formado a partir delas. Essas ideias eternas não são criaturas, antes,
participam da Sabedoria eterna, mediante a qual Deus criou todas as coisas e são
idênticas a Ele. Assim, conhecemos verdadeiramente quando nos voltamos para tais
ideias; sendo o fundamento da natureza das coisas são também o fundamento para o
conhecimento dessas mesmas coisas; assim, por meio delas podemos formar juízos
verdadeiros sobre elas.
INÁCIO, Inês. C. & LUCA, Tânia R. de. O Pensamento Medieval. São Paulo, São Paulo: Ática, 1988, p.
26.
Levando em consideração o texto acima e a teoria da iluminação de Agostinho,
responda:

O que são as ideias eternas? Qual o seu papel ou função em nosso conhecimento do
mundo?

TERCEIRA QUESTÃO
Considere o modo como Maquiavel descreve a constituição do principado civil:
O principado é estabelecido pelo povo ou pelos grandes, segundo a oportunidade que
tiver uma dessas partes; percebendo os grandes que não podem resistir ao povo,
começam a dar reputação a um dos seus elementos e o fazem príncipe, para poder,
sobre sua sombra, satisfazer seus apetites. O povo também, vendo que não pode
resistir aos grandes, dá reputação a um cidadão e o elege príncipe para estar
defendido com sua autoridade.
MAQUIAVEL. O príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
Com base em seus conhecimentos sobre Maquiavel e, a partir da leitura do trecho
acima, responda:

A) Quais são os dois desejos que constituem as cidades?


B) Qual é o papel político do Príncipe e quais meios deve ele utilizar para
desempenhá-lo?

QUARTA QUESTÃO
Leia os excertos abaixo.
[I] O levante dos escravos na moral começa quando o ressentimento mesmo se torna
criador e pare valores. [...] a moral de escravos precisa sempre, para surgir, de um
mundo oposto e exterior [...] – sua ação é, desde o fundamento, por reação. [...] o
homem do ressentimento não é franco nem ingênuo, nem mesmo honesto e direto
consigo mesmo. Sua alma se enviesa: [...] tudo o que é escondido lhe apraz como seu
mundo, sua segurança, seu refrigério; ele entende de calar, de não esquecer, de
esperar, de provisoriamente apequenar-se, humilhar-se.

[II] O inverso é o caso da maneira nobre de valoração: ela age e cresce espontânea,
procura por seu oposto somente para, ainda com mais gratidão, ainda com mais júbilo
dizer sim a si própria. [...] como homens plenos, sobrecarregados de força e, em
consequência, necessariamente ativos, não sabiam separar da felicidade o agir – o
estar em atividade é por eles incluído e computado, com necessidade, na felicidade.

NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da Moral, Primeira Dissertação, §10. In: Os filósofos


através dos textos: de Platão a Sartre. São Paulo: Paulus, 1997.

A) Qual espécie de moral, segundo a concepção nietzschiana, está expressa no


excerto [I] e qual espécie de moral está expressa no excerto [II]?

B) Quais as características de cada uma dessas morais, segundo Nietzsche? Cite pelo
menos 3 características de cada uma delas.

a) O método em questão é a dialética. É por meio dela, afirma Platão, que o filósofo
pode atingir a realidade inteligível, para além dos aspectos particulares do mundo
visível. Vale dizer que, com frequência, Platão se refere ao filósofo como “dialético”,
isto é, como aquele que detém a arte (ou domina o método) que leva das aparências à
essência.

b) Trata-se da realidade inteligível (mundo da Ideias, das Formas), na qual se


encontram as essências, o Ser de cada coisa existente. Uma realidade alcançável
apenas pelos “olhos da alma”, visto se encontrar numa suprarrealidade a que os
sentidos não chegam. Exatamente por ser inteligível, essa realidade tem como
características: ser metafísica, isto é, não-física, imaterial, incorpórea, invisível, não
palpável; ela é una, isto é, reduz a multiplicidade das coisas sensíveis a uma unidade; é
eterna, por não se submeter ao ciclo destrutivo das coisas que estão no devir (vir-a-
ser); é absolutamente cognoscível, por ser sempre idêntica a si mesma (e, portanto,
imutável).

Com relação ao conceito de ideias eternas na filosofia de Agostinho, podemos dizer que as
ideias eternas são os modelos ou formas originárias a partir das quais Deus cria todas as
coisas; elas mesmas, porém, não são criadas por Deus nem têm uma existência
independente dEle, mas são coeternas com Ele, estão na mente divina.
Com relação à função dessas ideias em nosso conhecimento, podemos afirmar que, sendo os
modelos para a criação das coisas, as ideias eternas também são os modelos para o nosso
conhecimento; assim, nós conhecemos as coisas voltando-nos para essas ideias, que
contemplamos em nós por causa da iluminação divina.
A)
Os dois desejos que dividem as cidades são: o desejo dos grandes de oprimir e comandar e o
desejo do povo de não ser oprimido e comandado.
B)
O papel político do Príncipe é o de constituir um poder superior capaz de unificar aqueles
desejos opostos e dar identidade às cidades. O Príncipe também tem por tarefa cuidar da
manutenção e conservação desse poder superior. Conforme Maquiavel, o Príncipe pode se
utilizar de todos os meios disponíveis para a consecução de seus objetivos. Desde que as
circunstâncias assim o exijam, o Príncipe poderá se utilizar inclusive da mentira, da
violência e da força, porém, deve ser astuto, evitando ser odiado pelos súditos.
A) O excerto [I] caracteriza a Moral do escravo ou do fraco.
O excerto [II] caracteriza a Moral dos nobres ou Moral do senhor ou moral dos fortes.
B) Características da Moral do escravo: ressentimento, ação como reação a partir de um
mundo exterior, negação de tudo o que é diferente de si (do não-eu), passividade, vingança,
dissimulação, ausência de franqueza, ausência de honestidade, pequenez, auto-humilhação,
fraqueza, ascetismo, niilismo, comodidade, má-consciência, inversão dos valores nobres,
decadência.
Características da Moral dos nobres ou Moral do senhor: esquecimento, autêntica afirmação
de si, não separa a felicidade da ação, força (potência), atividade, franqueza, lealdade,
ingenuidade, alegria, criação de valores a partir de si mesmo, saúde.

FILOSOFIA 2011
PRIMEIRA QUESTÃO

A crise do sistema público de saúde no Brasil é inegável: faltam


profissionais; há filas para marcar consulta; são
meses de espera para atendimento; os postos de saúde e hospitais, na
maioria das vezes, estão em condições precárias
de infraestrutura.
Observe a crítica presente na charge abaixo e leia com atenção o trecho da
reportagem que se segue.
Disponíevl em: <http://www.humortadela.com.br/charges2/view_charges.php?num=01264
08/02/2011>.
Para 28,5% dos brasileiros entrevistados, os serviços do SUS são ruins ou
muito ruins. Os
entrevistados indicaram, a partir de alternativas pré-definidas, quais os dois
principais problemas
do SUS. A falta de médicos foi a alternativa com maior proporção de
indicações, correspondendo
a 58,1% das respostas. Problemas relativos ao tempo de espera para
conseguir atendimento
nos postos/centros de saúde ou nos hospitais aparecem em seguida (35,4%),
assim como a
demora para conseguir uma consulta com especialistas (33,8%).
Uol – Notícias – acessado em 09/02/2011.
Será que do ponto de vista do contrato social essa situação é aceitável?
Quando o indivíduo abdica de sua liberdade
individual em favor da sociedade concretiza esse ato por meio da obediência
às leis, o que inclui, por extensão, o
pagamento de impostos. Espera, portanto, que os depositários do poder
cumpram a lei e atendam às necessidades de
cada um daqueles que compõem o soberano.
Com base nas informações acima e nos seus conhecimentos, responda às
seguintes questões.

A) Segundo o Contrato Social, de Jean-Jacques Rousseau, o governo assume o


poder soberano ou é apenas o depositário
desse poder? Caso não cumpra sua obrigação, pode ser destituído?
B) Sendo o governo apenas o depositário do poder soberano, a quem ele
pertence? Qual é o direito fundamental do
soberano para Rousseau?

FIGURA DA MORTE

Para 28,5% dos brasileiros entrevistados, os serviços do SUS são ruins ou


muito ruins. Os
entrevistados indicaram, a partir de alternativas pré-definidas, quais os dois
principais problemas
do SUS. A falta de médicos foi a alternativa com maior proporção de
indicações, correspondendo
a 58,1% das respostas. Problemas relativos ao tempo de espera para
conseguir atendimento
nos postos/centros de saúde ou nos hospitais aparecem em seguida (35,4%),
assim como a
demora para conseguir uma consulta com especialistas (33,8%).
Uol – Notícias – acessado em 09/02/2011.
Será que do ponto de vista do contrato social essa situação é aceitável?
Quando o indivíduo abdica de sua liberdade
individual em favor da sociedade concretiza esse ato por meio da obediência
às leis, o que inclui, por extensão, o
pagamento de impostos. Espera, portanto, que os depositários do poder
cumpram a lei e atendam às necessidades de
cada um daqueles que compõem o soberano.

Com base nas informações acima e nos seus conhecimentos, responda às


seguintes questões.

A) Segundo o Contrato Social, de Jean-Jacques Rousseau, o governo assume o


poder soberano ou é apenas o depositário
desse poder? Caso não cumpra sua obrigação, pode ser destituído?
B) Sendo o governo apenas o depositário do poder soberano, a quem ele
pertence? Qual é o direito fundamental do
soberano para Rousseau?

SEGUNDA QUESTÃO

As orientações pedagógicas do MEC indicam que se devem relacionar as


disciplinas escolares aos temas transversais,
entre eles a ética. Para dar um exemplo de questão ética, o documento nos
mostra o seguinte dilema:
Por exemplo, é ou não ético roubar um remédio, cujo preço é inacessível,
para salvar alguém
que, sem ele, morreria? Colocado de outra forma: deve-se privilegiar o valor
“vida” (salvar alguém
da morte) ou o valor “propriedade privada” (no sentido de não roubar)?
MEC, Temas Transversais – Ética, p. 49.
Podemos interpretar este dilema do ponto de vista da ética de Immanuel
Kant (1724-1804), em especial, de seu
imperativo categórico:
“age de tal modo que a máxima da tua ação possa valer sempre como
princípio universal de
conduta.
ARANHA, M. L. A ; MARTIS, M. H. P. Filosofando. São Paulo: 1993, p. 284.
Com base no texto do MEC e no imperativo categórico kantiano, faça o que
se pede.

A) Explique o que é o conceito de imperativo categórico.


B) Analise duas possibilidades de interpretação do dilema em relação à ética
kantiana: uma na qual roubar o remédio é
uma ação correta e uma na qual roubar o remédio, mesmo que para salvar
uma vida, é uma ação incorreta.

TERCEIRA QUESTÃO

Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) não poupou críticas à filosofia socrático-


platônica, à religião judaico-cristã e a
diversas outras formas de pensamento ético. Para ele, a característica
comum desses sistemas é negar a vida, ao criar
um mundo idealizado, superior ao mundo terreno que lhe deveria servir de
modelo. Portanto, Nietzsche propõe uma
transvaloração de todos os valores, cujo objetivo é o equilíbrio das forças
instintivas e vitais do mundo. Conforme Chauí,
A força vital se manifesta como saúde do corpo e da alma, como força da
imaginação criadora.
Por isso, os fortes desconhecem a angústia, medo, remorso, humildade,
inveja. A moral dos
fracos, porém, é atitude preconceituosa e covarde dos que temem a saúde e
a vida, invejam os
fortes e procuram, pela mortificação do corpo e pelo sacrifício do espírito,
vingar-se da força
vital.
CHAUÍ, M. Filosofia. São Paulo: Ática, 2007, p. 178.

Com base nos textos acima e nos seus conhecimentos sobre o pensamento
de Nietzsche, responda.

A) Qual é a relação entre o dionisíaco e o apolíneo que marcou a cultura


helênica até o aparecimento da filosofia
socrático-platônica?
B) Defina o que é a moral do senhor e destaque algum exemplo dessa moral
no texto acima.
C) Defina o que é moral do escravo e destaque algum exemplo dessa moral
no texto acima

QUARTA QUESTÃO
Em 27 de agosto de 2009, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional
de Saúde do Homem, pois, segundo os
dados estatísticos, os homens morrem mais cedo que as mulheres em média
7,6 anos, pelas razões apontadas no texto
abaixo:
As ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
buscam romper os
obstáculos que impedem os homens de frequentar os consultórios médicos.
Divulgado em
2008, o levantamento ouviu cerca de 250 especialistas e mostrou que a
população masculina
não procura o médico por conta de barreiras culturais, entre outras. Na
maioria das vezes, os
homens recorrem aos serviços de saúde apenas quando a doença está mais
avançada. Assim,
em vez de serem atendidos no posto de saúde, perto de sua casa, eles
precisam procurar um
especialista, o que gera maior custo para o SUS e, sobretudo, sofrimento
físico e emocional do
paciente e de sua família.
Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/
default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=10490>.
Podemos entender, dessa forma, que cuidar da própria saúde é uma questão
de opção. Por um lado temos a
liberdade de escolher ir ou não ir a um posto de saúde para fazer exames,
por outro, temos de assumir as responsabilidades
de tratar uma doença em estado avançado quando poderia ter sido tratada
em estado inicial. Segundo Sartre, em sua obra
O ser e o nada:
Para a realidade humana, ser equivale a escolher-se; nada lhe vem do
exterior, tampouco do
interior que ele possa receber ou aceitar. [...] Deste modo a liberdade não é
um ser; ela é o ser
do homem, ou seja, o seu nada de ser. [...] Inserido num mundo no qual sou
inteiramente
responsável, sem poder, faça o que fizer, separar-me, nem que seja por um
instante, desta
responsabilidade, pois sou responsável até pelo meu desejo de fugir das
responsabilidades.
SARTRE. J P. O ser e o nada. Apud CHALITA, G. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p.
381 – 382.

Com base nos textos acima, responda as seguintes questões.

A) Como podemos interpretar os dados estatísticos sobre a saúde do homem


a partir dos conceitos sartreanos de
liberdade e responsabilidade?
B) Transcreva e analise a passagem do texto do Ministério da Saúde que
indica haver uma consequência social de uma
tomada de decisão individual.

A) Na obra intitulada Do contrato social ou princípios do direito político, Jean-Jacques


Rousseau propõe uma concepção de poder que modificará o pensamento ocidental: em
primeiro lugar, o poder soberano cabe somente ao povo, isto é, o poder de fazer leis. O
governo não é, senão, depositário deste poder, ou seja, como ele mesmo afirma, os
governantes são funcionários públicos encarregados de zelar pelo cumprimento das leis.
Por fim — e isto é o mais importante —, quando se escolhe o governo não se está abrindo
mão do poder soberano. Para Rousseau este é intransferível e pertence somente ao povo.
Portanto, não há pacto entre o governo e o povo, mas somente obrigação dos
governantes.
B) A resposta do candidato pode ser tanto sim quanto não, o relevante é sua argumentação.
Em caso de uma resposta positiva, a ideia é dizer que o individuo abre mão do seu direito
natural de defender a própria vida desde que o Estado se encarregue de protegê-lo; sem a
proteção do estado e sem o direito de defender-se por si mesmo, o indivíduo fica em uma
situação bem pior do que a do estado de natureza.
Em caso de uma resposta negativa, o argumento pode estar baseado na concepção de
que os pensadores contratualistas transferiram muito poder ao Estado sobre a sociedade.
Este argumento não se aplica ao contratualismo de Rousseau, de todo modo há muitos
estudiosos que concebem o pacto social no modelo rousseauísta como propenso a gerar
um regime autoritário.

SEGUNDA QUESTÃO

A) O imperativo categórico é a forma da lei universal racional do dever, ou seja, deve ser uma
máxima que tenha valor para qualquer ser racional independentemente das questões
religiosas ou circunstanciais.
B) Possibilidade primeira: roubar o remédio para salvar uma vida é correto. Se o imperativo
categórico kantiano afirma que devemos agir de tal modo que a máxima da nossa ação
possa valer como princípio universal de conduta isto significa que salvar uma vida é um
valor maior do que o preservar um patrimônio privado ou público. Devido a esta
concepção, o Estado brasileiro acabou adotando políticas de distribuição de remédio
gratuito para quem não pode adquirir medicamentos caros nas farmácias.
Segunda possibilidade: roubar, mesmo que para salvar uma vida, é errado, pois se esta
máxima se consolidar, em nome da necessidade de se salvar vidas todos se sentirão no
direito de roubar, por exemplo, roubar dinheiro para pagar um tratamento médico. [Em
Kant, os fins não justificam os meios. Não se deve mentir “por amor à humanidade”, etc.]

TERCEIRA QUESTÃO
1) Para Nietzsche, a cultura helênica foi marcada pelo equilíbrio entre o dionisíaco (força vital
e do instinto) e o apolíneo (racionalidade). O espírito dionisíaco se traduz na imagem da
força instintiva e da saúde. Está na embriaguez criativa e na paixão sensual, símbolo de
uma humanidade em harmonia com a natureza.
2) A moral do senhor é definida como aquela que é afirmação da potência, que impulsiona
para a vida, à criatividade que leva à superação do próprio homem. Nesta moral, os
mais fortes devem dominar os mais fracos e isso não é visto como algo imoral. São
exemplos desta moral a Grécia no período homérico e os povos nórdicos, antes da
dominação cristã. O trecho que define esta moral é: “a força vital se manifesta como
saúde do corpo e da alma, como força da imaginação criadora. Por isso, os fortes
desconhecem a angústia, medo, remorso, humildade, inveja”.
3) A moral do escravo é definida como a moral dos ressentidos que, fingindo um
desprendimento ascético de todas as coisas do mundo, tratam de enfraquecer a
potência. Para a moral do escravo, o mais forte vai sendo enfraquecido, pois os
instintos vitais (saúde, criatividade, força) são dominados e submetidos pelos valores
da moral cristã e da razão. A filosofia socrático-platônica e o cristianismo são os
principais propagadores desta moral. O trecho que a exemplifica é: “A moral dos
fracos, porém, é atitude preconceituosa e covarde dos que temem a saúde e a vida,
invejam os fortes e procuram, pela mortificação do corpo e pelo sacrifício do espírito,
vingar-se da força vital”.

QUARTA QUESTÃO
A) Esta ação nos remete à questão da liberdade na medida em que podemos pensar o
seguinte: todos os indivíduos – neste caso, especificamente os homens, - têm a
liberdade de escolher ir ou não ao médico para fazer exames preventivos; uma vez não
indo, devem assumir a responsabilidade de seus próprios atos: muitas vezes, as
doenças poderiam ser diagnosticadas e tratadas quando ainda estavam em fase inicial.
Para Sartre os homens estão condenados à liberdade, não há desculpas para nossas
escolhas. Uma vez que somos livres para escolher, também é de nossa
responsabilidade as conseqüências das nossas escolhas. [A recusa em ir ao médico é
uma escolha que torna o indivíduo responsável pelas suas consequências. A recusa
devido a questões culturais indica má-fé do indivíduo...] O não querer escolher já é uma
escolha.
B) O trecho solicitado é o seguinte: Assim, em vez de serem atendidos no posto de saúde,
perto de sua casa, eles precisam procurar um especialista, o que gera maior custo para
o SUS. Há, portanto, a questão da responsabilidade social, pois, ao evitar tratamentos
de doenças em fase precoce, reduz os gastos sociais com saúde uma vez que o
tratamento de doenças em estado avançado nos hospitais é mais caro do que o
tratamento preventivo nos postos de saúde.
Outrossim, podemos aceitar como resposta a este item a continuação da frase acima
destacada: “[...] e, sobretudo, sofrimento físico e emocional do paciente e de sua
família.”, pois alguns candidatos podem considerar que uma consequência social mais
significativa deste tipo de acontecimento possa ser também o sofrimento causado à
família e ao próprio paciente

FILOSOFIA 2010
PRIMEIRA QUESTÃO

Uma parte importante da doutrina de Aristóteles sobre a ética foi registrada em seu livro Ética
Nicomaquéia. Nele,
encontra-se o seguinte trecho:
Com relação ao temor, ao ardor, ao desejo, à ira, à piedade e, em geral, ao gozo e à dor, há
um
excesso e uma falta, e ambos não são bons; mas se experimentamos aquelas paixões [...]
com a finalidade e do modo como se deve, então estaremos no meio e na excelência, que são
próprios da virtude [...]. Portanto, a virtude é certa mediania, que tem por escopo o justo meio.
Aristóteles, Ética Nicomaquéia, B 6, 1106 b. p. 18-28.

Com base no texto citado e em seus conhecimentos, responda:

A) Em que consiste a virtude, de acordo com Aristóteles?


B) Segundo Aristóteles, qual é o papel da prudência na busca pelo justo meio do qual se fala a
propósito da virtude ética?

SEGUNDA QUESTÃO
Segundo Agostinho de Hipona (354-430), “não aprendemos pelas palavras que repercutem
exteriormente, mas pela
verdade que ensina interiormente”. Tal pensamento ficou conhecido como a doutrina do mestre
interior. Leia a história em
quadrinhos e o texto abaixo e responda o que se pede

Para Agostinho, a utilidade da linguagem não é pequena, certamente; mas nos enganamos
quanto ao seu verdadeiro papel. Damos a alguns homens o nome de “mestres” porque eles
falam e geralmente transcorre um tempo imperceptível ou nulo entre o momento em que eles
falam e o momento em que nós os compreendemos. Aprendemos interiormente tão logo suas
palavras tenham sido pronunciadas exteriormente; por isso concluímos que esses mestres
tenham nos instruído. [...] Na realidade, os mestres apenas expõem, com a ajuda de palavras,
as disciplinas que eles professam ensinar; em seguida, aqueles que se nomeiam “alunos”
examinam em si mesmos se o que os professores dizem é verdade. O mestre verdadeiro é a
Verdade, e é como origem da concórdia entre os espíritos que Deus recebe o título de “mestre
interior”. Para tudo o que aprendemos temos apenas um mestre: a verdade interior que reside
na alma, ou seja, Cristo, virtude imutável e sabedoria eterna de Deus.
GILSON, E. Introdução ao estudo de Santo Agostinho. São
Paulo: Paulus, 2008, p. 153-154.

1) Sobre a doutrina do mestre interior de Agostinho, responda:

A) Como aprendemos a verdade?


B) Qual o papel da linguagem no “aprendizado”?

2) Relacione o mal-entendido entre Mafalda e Filipe (no quadrinho acima) com o pensamento
agostiniano sobre a
relação mestre/aluno.

TERCEIRA QUESTÃO
John Locke (1632 – 1704) elaborou algumas teorias sobre filosofia política que permitem
colocá-lo entre o grupo dos
“contratualistas”, ainda que esta definição não seja suficiente para classificar corretamente
estes filósofos. Leia o texto
abaixo e, com base nele e em seus conhecimentos sobre a filosofia de John Locke, responda
as questões que se
seguem.
A única maneira pela qual uma pessoa qualquer pode abdicar de sua liberdade natural e
revestirse
dos elos da sociedade civil é concordando com outros homens em juntar-se e unir-se em
uma comunidade, para viverem confortável, segura e pacificamente uns com outros, num gozo
seguro de suas propriedades e com maior segurança contra aqueles que dela não fazem parte.
Locke, Dois tratados sobre o governo. Tradução Julio Fischer. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 468.

Sobre o contratualismo de Locke, responda:

1) Qual é o instrumento que opera a passagem desse estado de natureza para o estado civil?
Explique sua característica
principal.

2) A) Essa passagem para o estado civil ocorre pela vontade dos mais fortes que obrigam os
mais fracos, ou por livre
consentimento de cada um para formar o corpo político?
B) Qual trecho do texto citado pode fundamentar sua resposta?

QUARTA QUESTÃO
Leia o texto abaixo e responda as questões que se seguem.
- “Jessica Lovejoy: Você é mau, Bart Simpson.
- Bart Simpson: Não, não sou! Na verdade...
- Jessica Lovejoy: É sim. Você é mau... e eu gosto disso.
- Bart Simpson: Sou mau até os ossos, gatinha!”
Será que, do ponto de vista nietzschiano, não estamos admirando o personagem errado? Será
que Lisa Simpson é parte do que Nietzsche chama de cansaço do mundo, decadência,
moralidade
do escravo, ressentimento? Claro, é divertido ser mau, mas pode haver algo de saudável e
vital,
ou filosoficamente importante nisso? Seria Bart Simpson, afinal de contas, o ideal
nietzschiano?
CONARD, M.; IRWIN, W. e SOBLE, A. Os Simpsons e a Filosofia. Apud CHALITA, G.
Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 335.
Com base no texto acima, responda as perguntas que se seguem:

A) Quais são as características da moral do escravo na concepção de Nietzsche?


B) Quais são as características da moral do senhor na concepção de Nietzsche?
C) A partir do texto acima, o personagem Bart Simpson pode ser considerado um personagem
nietzschiano? Justifique sua resposta com base em seus conhecimentos acerca da filosofia de
Nietzsche.

a) A virtude, segundo Aristóteles, consiste em manter o justo meio entre um


“excesso” e uma “falta” vinculados a sentimentos, paixões e ações. A virtude ética é
a mediania entre dois extremos considerados vícios relacionados ao modo humano
de agir. Neste sentido, diz Aristóteles, por exemplo, que a virtude da coragem é o
justo meio entre a temeridade e a covardia, que a virtude da temperança é o justo
meio entre a intemperança e a insensibilidade, que a virtude da justiça é o justo
meio entre o ganho e a perda.

b) A prudência é a disposição prática para orientar corretamente a vida do indivíduo,


um meio a partir do qual o homem delibera sobre o que é o bem ou o mal para si,
em qualquer circunstância da sua existência no mundo. A prudência, então, é
condição necessária para a escolha do justo meio e, consequentemente, para o agir
de acordo com a virtude

1) Sobre a doutrina do mestre interior de Agostinho, responda:


a) Como aprendemos a verdade?
R) Segundo Agostinho, quem ensina é o mestre interior, aprender a verdade é
reconhecê-la, consultando a nossa alma, onde reside a verdade interior.
b) Qual o papel da linguagem no “aprendizado”?
R) A linguagem é muito importante, embora sua verdadeira utilidade esteja em
despertar ou estimular o aluno para que ele examine em si mesmo se o que disse o
mestre é verdade.
2) Relacione o mal entendido entre Mafalda e Felipe (no quadrinho acima) com o
pensamento agostiniano sobre a relação mestre/aluno.
R) O mal entendido ocorre porque Filipe usou uma expressão (“virar para todos os lados”) num
sentido e Mafalda entendeu num sentido diferente. Se pensarmos em Filipe como o mestre e
Mafalda como o aluno, o mal entendido pode ser visto como um exemplo da ideia de
Agostinho, segundo a qual não é o mestre quem ensina, é o aluno que, refletindo sobre as
palavras do mestre, pode entender ou não.

1) O instrumento é denominado de Contrato Social ou Pacto Social. A principal


característica desse instrumento é a existência de um acordo entre os participantes
que, movidos pela insegurança do estado de guerra, reúnem-se para criar um poder
comum que defenda sua vida e sua propriedade.
2.a) A passagem do estado de natureza ou, mais precisamente, do estado de guerra
para o estado civil ocorre por livre consentimento. Uma vez adentrado no pacto, seus
membros devem ser obrigados a cumprir a palavra dada e a obedecer às leis do
soberano. No entanto, o limite dessa obediência está na proteção da vida e dos bens
de cada um. Para tanto, o Estado contará com um aparato jurídico, que assegure
proteção aos participantes.
2.b) O trecho que fundamenta a resposta afirmativa é: “... concordando com outros homens
em juntar-se e unir-se em uma comunidade”. No entanto, todo o parágrafo será considerado
correto, ainda que não valorizado completamente, pois o candidato não mostrou capacidade
de síntese e eleição do conceito principal

A) Quais são as características da moral do escravo na concepção de


Nietzsche?

A moral do escravo, “decadente” e “de rebanho” segundo Nietzsche, funda-se


essencialmente no Ideal ascético, cuja origem remonta a Sócrates e Platão e cujos
valores são amplamente absorvidos e preconizados pela moral cristã. Suas
características são:
- cisão entre a racionalidade (o pensamento) e a vida;
- domínio, controle e subjugo – pela razão – das forças vitais e, portanto, de tudo que
se liga ao corpo, a saber: instintos, paixões, desejos, prazeres;
- enfraquecimento (“adoecimento”) do homem, através da inibição de sua vontade e
desejos e conseqüente impotência de sua ação efetivamente criadora (da vontade de
potência/poder) em favor da passividade, da obediência, da subserviência, da
submissão, da abnegação, da domesticação, do auto-sacrifício, da busca da paz e do
repouso;
- ressentimento, sentimento de culpa e negação da alegria em favor da valorização da
humildade, do sofrimento, da bondade, da piedade e do amor ao próximo;
- ódio e negação da vida, valorização da morte e de uma vida superior além da
morte;
- o bem e o mal como valores metafísicos e transcendentes, portanto, como valores
eternos e inquestionáveis;
- falsa moral, que proclama o bem como valor, mas cuja ação/reação (reacionária) é
movida por ressentimento, inveja, vingança e negação de tudo o que não é igual a si.
B) Quais são as características da moral do senhor na concepção de Nietzsche?

Em contraposição à “moral dos escravos”, Nietzsche irá buscar na aristocracia grega


do período homérico e trágico um modo de viver e agir – a que chama “moral dos
nobres ou dos senhores” – ainda não impregnado pela decadência do moralismo
ascético. As características dessa moral são:
- valorização da força vital e da potência de criar e de agir como autênticas virtudes
(vontade de potência);
- funda-se na capacidade de criação, de invenção, cuja afirmação é a alegria,

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