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RESUMO
Este artigo propõe uma reflexão sobre os conceitos de masculinidade apresentados nos
trabalhos de estilistas e designers de moda, considerados pela mídia, subversivos em suas
propostas no universo da moda. Busca articular com as teorias feministas, que se caracterizam
também como orientação metodológica, respostas para questões que envolvem a produção,
divulgação e aceitação de propostas corporais criadas a partir do vestuário para construir uma
aparência dita masculina. Parte-se do pressuposto de que as teorias feministas contribuíram
tanto para a emancipação das mulheres, quanto, possibilitaram a visualização de sujeitos que
outrora viviam, e ainda vivem, à “margem” da sociedade, fornecendo elementos para a
ampliação do debate em torno dos direitos das minorias e da desestabilização de ideais
hegemônicos em torno do que deveria ser social e moralmente aceito ou não como “normal”.
Tendo na moda sua mola propulsora, as estratégias de visualização e das aparências
domesticam corpos, possibilitam experiências e provocam os olhares para esta multiplicidade
que se coloca na contemporaneidade.
PALAVRAS-CHAVE: Corpo; Moda; Mercado; Masculinidades.
INTRODUÇÃO
Quando refletimos sobre algum tema e nos propomos a investigá-lo, algumas questões
de cunho metodológico se colocam em meio às reflexões teóricas e os resultados que são
apresentados quando realizamos uma pesquisa. Este intervalo tão caro a pesquisadores e
pesquisadoras é o que move os trabalhos, é o elemento que possibilita o levantamento de
dados, sejam eles com foco quantitativista ou qualitativista.
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Professor Assistente 2 da Faculdade de Artes Visuais/FAV da Universidade Federal de Goiás/UFG. Bacharel
em Design de Moda, Mestre em Cultura Visual FAV/UFG e Doutorando em Psicologia Social, do Trabalho e
das Organizações pelo Instituto de Psicologia/UnB. moda.trindade@gmail.com.
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Possui graduação em Geografia, bacharelado (1997) e licenciatura (2000) pela Universidade de Brasília e
mestrado em Artes pela Universidade de Brasília (2002). Atualmente é professor assistente nível 2 da
Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Moda, atuando principalmente
nos seguintes temas: corpo, performance e processos de criação. quefren@gmail.com.
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Bacharel e licenciada em psicologia, psicóloga pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestrado em
Antropologia Social pela Universidade de Brasília. Doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo.
Pós Doutorado em Psicologia Social na universidade René Descartes, Paris, França. Atualmente é Professora
Associada II da Universidade de Brasília. Tem experiência na área de Psicologia Social e Antropologia Social
atuando, principalmente, nos seguintes temas: gênero, violência, minorias, movimentos e mudanças sociais,
conjugalidades e parentalidades não hegemônicas. anagalinkin@gmail.com.
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Anais do III Congresso Internacional de História da UFG/
Jataí: História e Diversidade Cultural. Textos Completos.
Realização Curso de História – ISSN 2178-1281
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não há, contudo, a pretensão de negar que o gênero se constitui com ou sobre corpos
sexuados, ou seja, não é negada a biologia, mas enfatizada, deliberadamente, a
construção social e histórica produzida sobre as características biológicas (LOURO,
1997, p. 22).
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A autora defende que uma teoria radical do sexo deve identificar, descrever, explicar e
denunciar as injustiças eróticas e a opressão sexual. Nesses termos, se torna necessário a
criação de instrumentos conceituais que possam nos mostrar, de fato, o objeto a ser estudado.
Descrições detalhadas sobre sexualidade devem ser construídas de forma que representem a
existência da mesma na sociedade e na história. Essa tarefa requer uma linguagem crítica que
demonstre e denuncie a crueldade e intolerância com que o assunto vem sendo tratado ao
longo dos anos. Um dos entraves que dificulta o desenvolvimento de uma teoria desse tipo é o
essencialismo sexual. De acordo com Rubin, tal essencialismo reforça a idéia de que “o sexo é
uma força natural que existe em anterioridade à vida social e que dá forma às instituições”
(RUBIN, 1989, p. 130).
Nesse sentido, há um essencialismo sexual arraigado ao saber popular das sociedades
ocidentais que vêem o sexo como algo imutável, asocial e transhistórico. Reproduzindo esse
essencialismo sexual temos as áreas da medicina, psiquiatria e psicologia que têm dominado
os estudos acadêmicos durante mais de um século. No entanto, nas últimas décadas, surge um
novo pensamento que apregoa que questões de gênero não podem ser compreendidas apenas
em termos puramente biológicos. Esse pensamento sobre a conduta sexual deu ao sexo uma
história e criou uma alternativa construtivista em relação ao essencialismo sexual. Mas, esse é
apenas o começo da história.
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O conceito de gênero não pode ser entendido como referente à construção de papéis
femininos ou masculinos, mas como constituinte da identidade dos sujeitos. Esta concepção
nos leva a entrar em outro terreno “movediço”, ou seja, o conceito intricado e complexo das
identidades:
Desejos e prazeres sexuais podem ser vividos pelos sujeitos de várias maneiras. Nesta
perspectiva, identidades sexuais são construídas através do modo como lidam com sua
sexualidade ou da forma como se relacionam com parceiros/as do sexo oposto, do mesmo
sexo, de ambos os sexos, etc. Ainda nesse sentido, ou de modo semelhante, os sujeitos
constroem suas identidades de gênero, identificando-se social e historicamente como
masculinos ou femininos. Obviamente, as identidades sexuais e de gênero, embora associadas,
são diferentes:
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Por volta do final dos anos 60, mais especificamente a partir do ano de 1968, se
constituem e se fortalecem movimentos contemporâneos em defesa dos direitos das mulheres,
dos homossexuais, dos negros, dos estudantes, etc. Nesse período, algumas articulações são
estabelecidas entre teoria feminista e teorizações pós-estruturalistas. Estas articulações
mantêm pontos de convergências ao mesmo tempo em que apresentam pontos de
divergências, sendo algumas idéias assumidas por um grupo de teóricas feministas e rejeitadas
por outras. Desse modo:
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REFERÊNCIAS
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2004.
CONNELL, Robert W. La organización social de la masculinidad, in: LOMAS, Carlos.
(comp.). ¿Todos los hombres son iguales? Identidades masculinas y cambios sociales.
Barcelona: Paidós, 2003.
CORRÊA, Sônia. Gênero e sexualidade como sistemas autônomos: idéias fora do lugar? In:
PARKER, Richard; BARBOSA, Regina Maria (Orgs.). Sexualidades brasileiras. Rio de
Janeiro: Relume Dumará: ABIA: IMS/UERJ, 1996, p. 149-159.
CORTÉS, José Miguel G. Héroes Caídos, Masculinidad y representación. Valencia: Espai
d’Art Contemporani de Castelló, 2002.
FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.
GOLDENBERG, Mirian. De perto ninguém é normal – estudos sobre corpo, sexualidade,
gênero e desvio na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Record, 2004.
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