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INTRODUÇÃO

A insolvência de uma sociedade empresária pode ser presumida pela suspensão do


cumprimento de suas obrigações, autorizando, dessa forma, que seja realizada uma liquidação
coletiva, decretando-se a falência da sociedade empresária.

No entanto, a Lei 11.101/2005 (Nova Lei de Falência e Recuperação de Empresas) trouxe


uma inovação, consistente no instituto da Recuperação, que concede ao devedor uma
oportunidade de mostrar que pode se recuperar da crise econômico-financeira na qual se
encontra e cumprir com suas obrigações.

Tal oportunidade não lhe é dada pelo Estado, que através do Judiciário somente lhe permite
pedir uma chance para se recuperar, pedido este que deverá ser analisado pelos credores, que
analisarão se a via da recuperação lhes é mais vantajosa do que a via falencial.

Com isso, temos que a lei trouxe ao devedor uma faculdade de pedir recuperação, pedido este
que deve ser analisado e concedido, se for o caso, pela assembléia geral de credores.

No caso do plano de recuperação apresentada pelo devedor for considerada inviável ou


insatisfatória pelos credores, estes poderão propor plano alternativo. No caso de
definitivamente não concordarem com a proposta apresentada, podem recusá-la. Em qualquer
caso o Estado somente homologa o que ficar decidido pelos credores, visto que a decisão deve
ser tomada por estes. Não há mais o favor judicial da concordata, o Estado-juiz não interfere.

Nas palavras de Waldo Fazzio Júnior, “o processo de recuperação, tanto judicial como
extrajudicial, é uma intervenção dos credores na empresa do devedor, a pedido deste”.1

RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
1
Waldo Fazzio Júnior, Nova Lei de Falência e Recuperação de Empresas, 2. ed., p. 99.
A Lei 11.101/05, no que dispõe sobre a recuperação extrajudicial de sociedades empresárias,
dá liberdade ao devedor, bem como aos credores, para entrarem em acordo sobre a
composição do plano de recuperação, que, se aceito por todos os credores, torna facultativa a
homologação judicial.

Por outro lado, caso uma parcela minoritária dos credores se manifeste contrariamente ao
plano de recuperação, não se deve frustrar a tentativa de recuperação, uma vez que esta
representa uma possibilidade para que todos os credores possam ter seus créditos adimplidos,
possibilidade esta aceita pela maioria dos credores. Para evitar que se comprometa a
possibilidade de recuperação e adimplemento das dívidas da sociedade em razão da recusa de
uma minoria, a lei prevê que o plano de recuperação extrajudicial, quando apoiado pela
maioria dos credores, pode ter seus efeitos estendidos aos demais credores, ainda que contra a
vontade destes. Neste caso, a homologação judicial se torna obrigatória.

Não se exige o cumprimento dos requisitos previstos na lei para a recuperação extrajudicial
quando, procurados pelo devedor, os credores entram em acordo com este com o intuito de
encontrar uma saída negociada para a crise. Tais requisitos somente são exigidos nos casos de
necessidade de homologação judicial.

Para Fábio Ulhoa Coelho “os requisitos legais para a homologação do plano de recuperação
extrajudicial são de duas ordens: subjetivos (dizem respeito à sociedade empresária
requerente) e objetivos (são pertinentes ao plano submetido à homologação)”.2

Como requisitos subjetivos que as sociedades empresárias que precisam ou pretendem


requerer a homologação judicial do plano de recuperação extrajudicial devem preencher,
citamos: respeitar às mesmas condições estabelecidas pela lei para os planos de recuperação
judicial, quais sejam: exercer sua atividade empresarial regularmente há pelo menos 2 anos;
não estar falida ou, se o foi, terem sido declaradas extintas suas obrigações por sentença
transitada em julgado; não ter como administrador ou controlador pessoa condenada por
crime falimentar (Lei 11.101/05, art. 48, caput, I e IV); alem dos já referidos, a sociedade não
deve ter nenhum pedido de recuperação judicial tramitando; e não deve ter lhe sido concedida,

2
Fábio Ulhoa Coelho, Curso de Direito Comercial: Direito de Empresa, vol. 3, 7. ed., p. 434.
há menos de 2 anos, recuperação judicial ou extrajudicial (art. 161, § 3º do supracitado
diploma legal).

Como requisitos objetivos, podemos encontrar cinco, os quais passamos a citar: não pode
nenhum credor ser favorecido com o pagamento antecipado de nenhuma dívida; todos os
credores devem receber tratamento uniforme, não podendo haver favorecimento à qualquer
deles, nem tampouco qualquer dos credores ser prejudicado em relação aos demais; o plano
de recuperação somente poderá abranger os créditos constituídos até o momento do pedido de
homologação judicial; no caso de alienação de bem gravado como garantia real, a supressão
da garantia ou sua substituição somente será possível com a expressa anuência do credor
titular da referida garantia; não poderá ser afastada, sem a expressa anuência do credor, a
variação cambial nos créditos em moeda estrangeira.

Homologação Judicial Facultativa

Na Lei 11.101/05, podemos encontrar duas hipóteses distintas de homologação judicial do


plano de recuperação extrajudicial. Passamos neste momento a falar da primeira delas, a
homologação judicial facultativa.

O plano de recuperação extrajudicial, ao qual aderiram todos os credores cujos créditos são
alcançados pelo mesmo, não necessita de homologação judicial para sua implementação. As
próprias assinaturas de todos os credores, constantes do plano de recuperação extrajudicial, já
os obrigam, não sendo necessário qualquer ato judicial para tanto.

Nesses casos, a homologação judicial pode ter duas finalidades, quais sejam: revestir o ato de
maior solenidade, chamando, assim, maior atenção das partes para sua importância; tornar
possível a alienação de filiais ou unidades produtivas isoladas através de hasta judicial.

Como preleciona o professor Fábio Ulhoa Coelho:


“A homologação do plano de recuperação extrajudicial que conta com a adesão de
todos os credores alcançados é facultativa. Visa apenas revestir o ato de maior
formalidade, chamando a atenção das partes para a importância dele, ou possibilitar
a alienação por hasta judicial de filiais ou unidades produtivas, se for essa uma
medida de reerguimento da devedora.”3

Quando do requerimento da homologação judicial, o devedor deve instruir o pedido com sua
devida justificativa, bem como do instrumento de recuperação extrajudicial assinado por
todos os credores que o aderirem. O juiz receberá a petição devidamente instruída,
determinando a publicação de edital com o intuito de convocar os credores para, caso
necessário, apresentar impugnação no prazo de 30 dias. Neste mesmo prazo, o devedor deverá
provas que comunicou, por meio de carta, todos os credores sujeitos ao plano e que sejam
domiciliados ou sediados no Brasil, dando-lhes ciência da distribuição da petição inicial
requerendo a homologação, as condições do plano de recuperação e o prazo para impugnação.

Caso seja apresentada alguma impugnação, o requerente deverá ser intimado a se manifestar
no prazo de 5 dias. Após, serão os autos conclusos para que o juiz defira a inicial e
homologue o plano ou acolha a impugnação e indefira o pedido de homologação. Da sentença
que resolver sobre a homologação caberá, em qualquer caso, apelação sem efeito suspensivo.
No caso de indeferimento do pedido de homologação, superados os óbices ensejadores de tal
decisão, poderá o devedor oferecer novo pedido.

Homologação Judicial Obrigatória

Existem casos em que a homologação judicial do plano de recuperação extrajudicial se torna


obrigatória. São os casos nos quais o plano de recuperação judicial recebe a adesão da maioria
dos credores, mas não de todos. Não é conveniente que devido à não adesão de uma minoria
de credores se tenha por comprometida uma tentativa de recuperação de uma sociedade
empresária, tendo em vista o grande benefício social que se pode alcançar com a sua
permanência no mercado. Nestes casos, a homologação judicial se torna obrigatória, e com
ela todos os credores passam a estar vinculados ao plano de recuperação extrajudicial, mesmo
os que não aderiram a ele.
3
Fábio Ulhoa Coelho, Curso de Direito Comercial: Direito de Empresa, vol. 3, 7. ed., p. 435.
Para que se tenha a possibilidade de homologação judicial vinculando os credores ao plano de
recuperação extrajudicial, se faz necessária a adesão de pelo menos 3/5 de todos os créditos
de cada espécie das elencadas nos incisos II, IV, V, VI e VIII do art. 83 da lei em questão,
quais sejam: crédito com garantia real; crédito com privilégio especial; crédito com privilégio
geral; crédito quirografário; crédito subordinado. Somente é relevante se considerar para o
cômputo de adesão os créditos alcançados pelo plano. Se o plano não versar sobre os créditos
com privilégio geral, por exemplo, se torna irrelevante a adesão desses credores ao plano de
recuperação.

Não encontramos diferenças no processamento da homologação obrigatória em relação à


homologação facultativa. A diferença está presente nas exigências de instrução da petição
inicial. Na homologação facultativa, somente se exige a justificativa e o plano. Já na
homologação obrigatória, além da justificativa e do plano, exige-se: exposição de sua situação
patrimonial; demonstrações contábeis relativas ao último exercício; demonstrações contábeis
referentes ao período desde o fim do último exercício e a data do plano, levantadas
especialmente para o pedido; documento que comprove ter o credor outorgado poderes para
novar ou transigir aos subscritores do plano; relação nominal de todos os credores, com seus
respectivos endereços, classificação de seus créditos com seu valor atualizado, origem,
vencimento e remissão ao seu registro contábil.

Os Credores na Recuperação Extrajudicial

Existem categorias de credores que não podem ter seus créditos negociados na recuperação
extrajudicial, estando, desta forma, preservados em relação à recuperação em questão. A
natureza de seus créditos exige que estes sejam renegociados segundo regras próprias, ou, na
falta destas, pelas regras do direito das obrigações.

São quatro as categorias de credores cujos créditos não são passíveis de renegociação na
recuperação extrajudicial, ainda que homologada judicialmente. São elas: credores
trabalhistas; credor tributário; proprietário fiduciário, arrendador mercantil, vendedor ou
promitente vendedor de imóvel por contrato irrevogável e vendedor de reserva de domínio;
instituição financeira credora por aditamento ao exportador.
Por credor trabalhista entendemos como o titular tanto de crédito derivado da relação de
trabalho como de acidente de trabalho, não podendo estes créditos serem alterados na
recuperação extrajudicial.

No caso do credor tributário, por se tratar de uma relação de direito público, se torna
inadmissível que se negocie créditos dessa categoria, uma vez que somente mediante lei se
pode conceder remissão ou anistia, ou até mesmo prorrogar o prazo de vencimento da
obrigação do contribuinte.

Já os credores que se encaixam entre proprietário fiduciário, arrendador mercantil, vendedor


ou promitente vendedor de imóvel por contrato irrevogável e vendedor de reserva de domínio,
não se submetem aos efeitos da recuperação extrajudicial. Tal fato não significa dizer que os
referidos credores estejam impossibilitados de renegociar seus créditos, assim como o estão os
credores tributários. Se os credores citados considerarem interessante a renegociação, estes
estão livres para tanto. Sua exclusão do rol de credores vinculados à recuperação extrajudicial
se dá tão somente pela impossibilidade de terem seus créditos atrelados ao plano.

As instituições financeiras titulares de crédito por adiantamento ao exportador também não


podem ter seus créditos alterados contra a sua vontade, independente desta alteração ser ou
não essencial à superação da crise pelo devedor, tendo, pois, seus créditos protegidos em
relação ao plano de recuperação extrajudicial.

Os demais credores estão submetidos ao plano de recuperação extrajudicial, uma vez que este
tenha a adesão de pelo menos 3/5 dos credores de casa espécie de crédito atingida e tenha sido
homologado judicialmente, caso em que seus efeitos incidirão inclusive sobre os credores que
não houverem aderido ao plano.

O credor que tiver aderido ao plano de recuperação extrajudicial, após o pedido de


homologação deste ter sido distribuído, não poderá desistir, a não ser que os demais aderentes
do plano concordem. É condição essencial para a desistência de qualquer signatário a
anuência do devedor e dos demais credores que houverem aderido ao plano de recuperação
extrajudicial, uma vez que há muitos interesses envolvidos, podendo a ausência de qualquer
elemento ser decisiva para o fracasso da recuperação da sociedade empresária. Diante disto, a
lei exige a anuência tanto do devedor quanto dos demais credores signatários para que um
destes possa liberar-se do acordado no plano.

CONCLUSÃO

A recuperação extrajudicial é vista como uma saída viável e interessante quando constatado
pelos credores a competência e seriedade do devedor, bem como a possibilidade de sobrevida
da sociedade empresária. É importante que se tente recuperar as sociedades empresariais,
principalmente devido à sua enorme importância social, seja através da geração de empregos,
seja através da circulação de riquezas etc. É uma alternativa que deve ser utilizada sempre que
possível, tendo em vista ser uma oportunidade de tornar a empresa novamente lucrativa,
satisfazendo, desta forma, os seus credores, e beneficiando a economia e o proletariado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COELHO, Fábio Ulhoa. Cusro de Direito Comercial: Direito de Empresa, v. 3. 7. ed. São
Paulo: Saraiva, 2007.

FAZZIO Jr., Waldo. Nova Lei de Falência e Recuperação de Empresas. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2005.

BEZERRA FILHO, Manoel Justino. Nova Lei de Recuperação e Falências Comentada. 3. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.

PABLO FERREIRA
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL DE EMPRESAS

FACULDADES DOCTUM
MANHUAÇU
2009

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