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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO – MOCUBA

PENETRAÇÃO E IMPACTO DO ISLÃ E CRISTIANISMO EM


MOÇAMBIQUE

DISCENTE
Sakir

MOCUBA, ABRIL DE 2020

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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMERCIO E FINANÇAS
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO – MOCUBA

PENETRAÇÃO E IMPACTO DO ISLÃ E CRISTIANISMO EM


MOÇAMBIQUE

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Antropologia Cultural,
leccionado no curso de Administração
Pública, Comércio e Finanças, turma
única, regime pós laboral.

DOCENTE
dr.

DISCENTE
Sakir

MOCUBA, ABRIL DE 2020

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iii
Índice

Introdução...................................................................................................................1

1. Penetração e impacto do islã e cristianismo em Moçambique...............................2

1.1. Islã em Moçambique...........................................................................................2

1.1.1. Noções gerais..................................................................................................2

1.1.2. História pré-colonial........................................................................................3

1.1.3. História colonial..............................................................................................3

1.1.4. O Islão no Norte de Moçambique...................................................................4

1.1.5. O Poder Colonial e as Comunidades Islâmicas...............................................5

1.1.6. O Movimento Associativo e Os Movimentos Independentistas.....................6

1.2. Cristianismo em Moçambique............................................................................7

1.2.1. Noções gerais..................................................................................................7

1.2.2. Penetração cristã em Moçambique..................................................................8

1.2.3. O cristianismo no contexto colônia.................................................................9

2. Considerações finais.............................................................................................12

3. Referencias bibliográficas....................................................................................13
Introdução
O presente trabalho de pesquisa versa sobre Penetração e impacto do islã e cristianismo
em Moçambique. Na verdade, o falarmos da cultura moçambicana é necessário ter em
conta que o actualmente conhecido por povo moçambicano tem a raiz basilar no povo
Bantu, porém, com o decurso do tempo, esse povo foi-se mesclando tanto com outros
povos de tal modo que hoje podemos dizer que a cultura moçambicana é a simbiose ou
a fusão entre as culturas das populações africanas dos diversos grupos éticos deste país e
as de origem europeia e asiática, isto é, as culturas portuguesa, árabe, hindu, persa, etc.,
cujos povos por aqui passaram, viveram e/ou vivem o que faz com que seja (é)
incorrecta a ideia de que os negros são os donos absolutos desta terra, pois a história dá-
nos conta da congregação de outras raças que se mesclaram com os negros para
conceber uma moçambicanidade heterogénea que incorpora vários padrões de origens.

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1. Penetração e impacto do islã e cristianismo em Moçambique
1.1. Islã em Moçambique
1.1.1. Noções gerais

De acordo com Bernardi (2000) Islão (pt) ou islã (pt-BR) (em árabe: ‫ ;إسالم‬transl.: Islām)
ou islamismoé uma religião abraâmica monoteísta articulada pelo Alcorão, um texto
considerado pelos seus seguidores como a palavra literal de Deus (Alá, em árabe: ‫; هللا‬
transl.: Allāh), e pelos ensinamentos e exemplos normativos (a chamada suna, parte do
hádice) de Maomé, considerado pelos fiéis como o último profeta de Deus. Um adepto
do islão é chamado muçulmano.

Segundo Junod (1996) os muçulmanos acreditam que Deus é único e incomparável e o


propósito da existência é adorá-lo. Eles também acreditam que o islão é a versão
completa e universal de uma fé primordial que foi revelada em muitas épocas e lugares
anteriores, incluindo por meio de Abraão, Moisés e Jesus, que eles consideram profetas.
Os seguidores do islão afirmam que as mensagens e revelações anteriores foram
parcialmente alteradas ou corrompidas ao longo do tempo, mas consideram o Alcorão
(ou Corão) como uma versão inalterada da revelação final de Deus. Os conceitos e as
práticas religiosas incluem os cinco pilares do islão, que são conceitos e atos básicos e
obrigatórios de culto, e a prática da lei islâmica, que atinge praticamente todos os
aspectos da vida e da sociedade, fornecendo orientação sobre temas variados, como
sistema bancário e bem-estar, à guerra e ao meio ambiente.

Segundo Santos (2002) a maioria dos muçulmanos pertence a uma das duas principais
denominações; com 80% a 90% sendo sunitas e 10% a 20% sendo xiitas. Cerca de 13%
de muçulmanos vivem na Indonésia, o maior país muçulmano do mundo. 25% vivem no
Sul da Ásia, 20% no Oriente Médio, 2% na Ásia Central, 4% nos restantes países do
Sudeste Asiático e 15% na África Subsaariana. Comunidades islâmicas significativas
também são encontradas na China, na Rússia e em partes da Europa. Comunidades
convertidas e de imigrantes são encontradas em quase todas as partes do mundo. Com
cerca de 1,41-1,57 bilhão de muçulmanos, compreendendo cerca de 21-23% da
população mundial, o islão é a segunda maior religião e uma das que mais crescem no
mundo. Contudo, estes dados devem ser aceites com alguma reserva, dado que, por
motivos óbvios, não existem estatísticas fiáveis sobre o número de muçulmanos que
abandonam a religião

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O Islão é a religião de aproximadamente 20% da população total de Moçambique, sendo
a grande maioria sunita pertencente à escola de jurisprudência Shafi'i, embora alguns
xiitas e ismaelitas também estejam registrados. Os muçulmanos consistem
principalmente de nativos moçambicanos, cidadãos da descendência do sul da Ásia
(indiana e paquistanesa) e um número muito pequeno de imigrantes norte-africanos e do
Oriente Médio

1.1.2. História pré-colonial

Segundo Laplantine (2003), Moçambique tem longos laços históricos com o mundo
muçulmano. Inicialmente por meio de comerciantes Iêmen, e séculos depois, através de
um sistema mais organizado de cidades comerciais costeiras, influenciados pelos
muçulmanos Ibadi de Omã, ao longo da costa oriental da África. A chegada do
comércio árabe em Moçambique data do quarto século islâmico, quando os
muçulmanos estabeleceram pequenos emirados na costa da África Oriental. As ligações
entre o Islão e os principais clãs em Moçambique existem desde o século VIII, quando
os muçulmanos invadiram a costa moçambicana setentrional tornando-os associados às
elites governantes xirazi.

Segundo Santos (2002),desde a fundação do Sultanato de Kilwa, no século XI, por Ali
ibn al-Hassan Shirazi, o Islã se tornou uma grande religião na região. A antiga cidade
portuária de Sofala, que se tornou famosa pelo seu comércio de marfim, madeira,
escravos, ouro (através do Grande Zimbabwe) e ferro com o Oriente Médio e a Índia,
foi um dos centros comerciais mais importantes da costa de Moçambique. Sofala e
grande parte do resto da costa de Moçambique fazia parte do Sultanato de Kilwa desde
a chegada dos árabes. até à conquista portuguesa em 1505. Acredita-se que quase todos
os habitantes das cidades eram muçulmanos antes da chegada dos portugueses no século
XVI.

1.1.3. História colonial

Segundo Matinez (2007) o Islamismo enfrentou sérios desafios em Moçambique


durante a era colonial. Durante o período do Estado Novo (1926-1974), o catolicismo
romano se tornou a religião dominante após uma aliança entre a Igreja e o governo.

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Somente com o início da Guerra de Libertação o Estado diminuiu sua oposição ao Islã e
tentou uma aproximação, a fim de evitar uma aliança entre os muçulmanos e o
movimento de libertação dissidente.

1.1.4. O Islão no Norte de Moçambique


Segundo Medeiros (2002) historicamente é um facto adquirido como um fenómeno de
longa duração, o estabelecimento de viajantes e comerciantes Árabes na Costa Oriental
Africana. As primeiras referências ao território que hoje é Moçambique surgiram no
século X, por Al-Masudi, mais concretamente às terras de Sofala. O desenvolvimento
do comércio coincidiu com a difusão do Islamismo, entre os séculos XVIII e XIX,
sobretudo nas sociedades Suahili do Índico, tendo florescido reinos afro-islâmicos da
costa, como os xecados de Sancul, Quitangonha e Sangage, e o sultanato de Angoxe, na
esfera do sultão de Zanzibar, como vamos ver mais adiante.

Por outro lado, a chegada de indianos, nos séculos XIX e XX à então Colónia de
Moçambique vai contribuir para o Renascimento do Islão. Comerciantes, agricultores,
proprietários, industriais, com uma economia familiar empreendedora tanto no campo
como na cidade dinamizaram a economia e a religião, sendo responsáveis pela
construção de mesquitas modernas e, em seu redor de associações de culto, recreio e de
beneficência, objeto do nosso estudo. Num universo de quinhentas associações
existentes no século XX, identificámos quarenta de cariz islâmico.

No Norte de Moçambique, as associações identificadas através da documentação


existente no Arquivo Histórico de Moçambique, foram as seguintes:

 Comunidade Muçulmana de Porto Amélia (1970-1971);


 Associação Muçulmana de Porto Amélia (1971-1973);
 Comunidade Islâmica de Porto Amélia (1972);
 Comunidade Muçulmana do Ibo (1935-1945);
 Comunidade Maometana de Mocímboa da Praia;
 Associação Comercial Indiana de Cabo Delgado (1931-1932);
 Comunidade Muçulmana de Vila Cabral (1956-74).

Tais associações espelham o dinamismo dos atores sociais que as organizaram e


comprovam uma vivência segregada na sociedade colonial. (Entrevistas)

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1.1.5. O Poder Colonial e as Comunidades Islâmicas
Nos relatórios das autoridades portuguesas (administração civil, SCCIM, PIDE/DGS,
contrainteligência militar, sobretudo durante a guerra colonial/luta armada de libertação
nacional (1964-1974) foi bem patente a tentativa, primeiro de conquistar as comunidades
islâmicas (1968-1969) para mais tarde “controlar” a população local, de forma a servir de
tampão ao avanço da Frente de Libertação de Moçambique, FRELIMO (MACHAQUEIRO,
VAKIL e MONTEIRO, 2011).

Relembrando as balizas cronológicas do período em estudo: 1954-1974, importa traçar o


contexto histórico do relacionamento do regime colonial com as diversas comunidades
islâmicas. A atuação do Estado colonial face às diversas confissões religiosas foi sobretudo,
de conhecer as hierarquias e as suas influências junto das populações, acautelando o perigo
da chamada “subversão”.

Vejamos com mais detalhe essa atuação de “dividir para reinar”. Na introdução ao Relatório
de Branquinho (ver a Bibliografia) de prospeção ao Distrito de Moçambique, o Diretor dos
SCCIM, Fernando da Costa Freire afirmava em 1969:

O autor levou a efeito durante o seu trabalho um estudo de pesquisa, visando as


estruturas islâmicas no Distrito, do qual sobressai o conhecimento do grande
intercâmbio religioso entre o Norte do Distrito de Moçambique e o Sul dos Distritos de
Cabo Delgado e Niassa e entre estes e os territórios vizinhos da Tanzânia e do Malawi.

Este facto é tanto mais relevante quanto é certo terem os agentes subversivos, em Cabo
Delgado, apoiados nos dignitários islâmicos, usado o factor religioso para prepararem
as autoridades tradicionais, de confissão islâmica, tinham em vista uma acção conjunta
de adesão das populações, obtendo assim, receptividade à ulterior vinda de grupos
armados.” (BRANQUINHO, 1969, p. VIII-IX.)

O que propunha, então o Inspetor Branquinho no seu relatório?

(…) Com a deposição do Sultão de Zanzibar, pela revolução de 1964, criou-se uma
lacuna, que a subversão procura preencher, mas que só nos trouxe vantagens.
(BRANQUINHO, 1969, 335)
A administração tinha assim, de aproveitar os dignitários favoráveis aos seus desígnios.
A política de distribuir benesses (Ex. apoiar a ida a Meca) revelou-se decisiva.

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1.1.6. O Movimento Associativo e Os Movimentos Independentistas
As associações de cariz islâmico, atrás mencionadas, tiveram a sua genesis nas
Confrarias, irmandades muçulmanas, que nasceram na Ilha de Moçambique e se
estenderam até ao Norte de Moçambique, seguindo os caminhos da religião os do
comércio.

A população estava enquadrada por autoridades gentílicas. Junto dos régulos atuavam
como seus conselheiros Chehés, alguns por nós entrevistados, com contatos familiares,
comerciais e religiosos com outras regiões do Norte de Moçambique, como Cabo
Delgado e Niassa e zonas no exterior, como Zanzibar, (Tanganhica/Tanzânia), Comores
e Malawi. (FUNADA-CLASSEN, 2012: 237-238)

A rede clandestina da FRELIMO atuou na Ilha do Ibo como em Porto Amélia/Pemba e


Vila Cabral/Lichinga, apesar da forte repressão policial. Nessa rede participaram alguns
comerciantes indianos, que pelas suas ligações à India e ao Paquistão estavam a par dos
novos ventos da mudança.

Entre os combatentes da guerra colonial/luta armada de libertação nacional bem como


da luta clandestina, encontrámos na Ilha do Ibo, como aliás no Norte de Moçambique,
nas sociedades costeiras e no interior, mulheres e homens Macuas, Muanis, Suailis,
Angonis, muçulmanos que encontraram no Alcorão, os fundamentos para a sua prática
libertadora, tendo aderido à União Nacional Africana de Moçambique (MANU) e mais
tarde em 1962, integrando-se na Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Se
a liderança da Frente era cristã, os combatentes, mulheres e homens, na base eram, na
sua maioria, muçulmanos.

Calcula-se que cerca de 10% da população moçambicana, sobretudo no norte e ao longo


do litoral, seja seguidora do islão.

Esta religião está presente em Moçambique desde pelo menos inicios do 2º. milênio. A
sua difusão ter-se-á feito através da costa, por intermédio dos swahilis, cuja língua ainda
hoje predomina na Tanzânia.

Até à 2º. Guerra Mundial o islamismo circunscrevia-se ao litoral norte, com excepção de
uma bolsa no Niassa (tribo dos Ajauas).

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A partir daí regista-se uma difusão para sul e interior do território, sendo todavia o norte
a região de maior implantação do Islamismo (tribos macuas e macondes).Quando
rebentar a guerra de libertação, será nesta região que a Frelimo terá a sua maior base de
apoio entre a população. Nesta difusão do Islamismo teve um papel fundamental as
confrarias sediadas na Ilha de Moçambique, mas também o clima criado pela reacção
contra a cultura Ocidental produzido pelos movimentos pan-islâmicos e pan-africanos.
Nos anos 50 do século XX, o número de fieis rondariam os 600 mil. Nos anos 60
assistiu-se a um rápido crescimento do seu número, registando-se em 1974 já um total
de 1,2 milhões. Em 1982, segundo números oficiais estimavam-se em 2,249 milhões.

1.2. Cristianismo em Moçambique


1.2.1. Noções gerais

Segundo Medeiros (2002) o Cristianismo (do grego Xριστός, "Christós", messias,


ungido, do heb. ‫" משיח‬Mashiach") é uma religião abraâmica monoteísta centrada na vida
e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são apresentados no Novo
Testamento. A fé cristã acredita essencialmente em Jesus como o Cristo, Filho de Deus,
Salvador e Senhor. A religião cristã tem três vertentes principais: o Catolicismo
Romano (subordinado ao bispo romano), a Ortodoxa Oriental (se dividiu da Igreja
Católica em 1054 após o Grande Cisma) e o Protestantismo (que surgiu durante a
Reforma do século XVI). O protestantismo é dividido em grupos menores chamados de
denominações. Os cristãos acreditam que Jesus Cristo é o Filho de Deus que se tornou
homem e o Salvador da humanidade, morrendo pelos pecados do mundo. Geralmente,
os cristãos se referem a Jesus como o Cristo ou o Messias.

Segundo Rodrigues (2007) os seguidores do cristianismo, conhecidos como cristãos,


acreditam que Jesus seja o Messias profetizado na Bíblia Hebraica (a parte das
escrituras comum tanto ao cristianismo quanto ao judaísmo). A teologia cristã ortodoxa
alega que Jesus teria sofrido, morrido e ressuscitado para abrir o caminho para o céu aos
humanos; Os cristãos acreditam que Jesus teria ascendido aos céus, e a maior parte das
denominações ensina que Jesus irá retornar para julgar todos os seres humanos, vivos e
mortos, e conceder a imortalidade aos seus seguidores. Jesus também é considerado
para os cristãos como modelo de uma vida virtuosa, e tanto como o revelador quanto a
encarnação de Deus. Os cristãos chamam a mensagem de Jesus Cristo de Evangelho
("Boas Novas"), e por isto referem-se aos primeiros relatos de seu ministério como
evangelhos.
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O cristianismo se iniciou como uma seita judaica e, como tal, da mesma maneira que o
próprio judaísmo ou o islamismo, é classificada como uma religião abraâmica. Após se
originar no Mediterrâneo Oriental, rapidamente se expandiu em abrangência e
influência, ao longo de poucas décadas; no século IV já havia se tornado a religião
dominante no Império Romano. Durante a Idade Média a maior parte da Europa foi
cristianizada, e os cristãos também seguiram sendo uma significante minoria religiosa
no Oriente Médio, Norte da África e em partes da Índia. Depois da Era das Descobertas,
através de trabalho missionário e da colonização, o cristianismo se espalhou para a
América e pelo resto do mundo.

O cristianismo desempenhou um papel de destaque na formação da civilização ocidental


pelo menos desde o século IV. No início do século XXI o cristianismo conta com entre
2,3 bilhões de fiéis, representando cerca de um quarto a um terço da população mundial,
e é uma das maiores religiões do mundo. O cristianismo também é a religião de Estado
de diversos países.

1.2.2. Penetração cristã em Moçambique

Para Santos (2002) a religião crista entra em Moçambique através da costa


moçambicana concretamente na província de Inhambane no séclo XV, mas faz-se sentir
no período colonial. Na altura a religião Católica foi usa como meio de básico de
obcecarem o povo moçambicano assim com nas outras colônias.

Os colonialistas portugueses usavam a religião para melhor controlo do povo indígena


nas suas áreas de ocupação; no entanto o catolicismo atingiu a fase de ser de caractere
obrigatório a sua professa até que era lecionado nas escolas, visto que todas as escolas
eram propriedades da igreja católica.

Depois da queda do império Romano assim como o regime salazarista surgiu a


separação das igrejas de católica para Protestantes.

De acordo com os teólogos é protestada a as atitudes e a conduta da igreja católica


romana e funda-se a protestante e evangélica das quais por sua vez possuem muitas
denominações, pela sua constante separação. Esta religião, na sua interpretação católica,
foi introduzida pelos portugueses, no século XVI. A primeira igreja foi erigida em
Sofala(1505), e dois anos depois outra na Ilha de Moçambique.

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Pouco depois foram construídas misericórdias e hospitais (Sena, Moçambique). A
difusão do cristianismo em Moçambique foi sempre muito difícil, dada a permanente
falta de missionários.

Apenas a partir do século XIX, a Igreja Católica inicia uma acção mais sistemática, quer
no campo da evangelização, quer no campo educativo. Para tal fundou-se em Portugal o
seminário de Cernache do Bonjardim destinado a formar sacerdotes seculares para
África e o Oriente, tendo-se promovido a ida também de outros missionários religiosos
de diversos institutos (franciscanos, jesuitas, padres do Espírito Santo, salesianos, etc).
Depois da Implantação República em Portugal (1910), esta acção decaiu bastante. Os
republicanos são activos combatentes do catolicismo, e não tardam em restringir a acção
da igreja, nomeadamente no campo educativo. Os jesuitas são expulsos da região do
zambézia. Com a ditadura (1926), as relações entre o Estado e a Igreja melhoram, o que
possibilita o desenvolvimento da missionação em África e a consolidação da sua
organização.

Após a Independência de Moçambique, em 1975, a Igreja Católica foi combatida pelo


novo governo moçambicano, sendo nacionalizadas a maior parte das suas escolas e
outras instalações. O pretexto foi as suas alegadas ligações ao colonialismo português.
A devolução destes recursos só começou a fazer-se depois do Acordo de Paz (1992) que
pôs fim a uma longa guerra civil.

1.2.3. O cristianismo no contexto colonial

Segundo aponta Tomás (2000) é importante, em vez da visão tradicional que situa quase
exclusivamente o papel da religião na dinâmica colonizadora, numa perspectiva
europeia, privilegiar a multiplicidade das abordagens, pois as relações entre religiões e
colonização são complexas. É difícil saber qual é o grau de interconexão entre as
missões e a colonização, e os historiadores não concordam todos para assegurar que
houve uma imbricação entre os dois... a pesar das missões se terem multiplicadas com a
aceleração da colonização nos séculos XIX e XX. As relações entre o Estado colonial e
as missões foram complexas, feitas de colaboração, de consensos e de conflitos –
sobretudo depois do tempo colonial ibérico, pois nos primeiros tempos coloniais a
religião serviu de « quadro conceptual » e a Igreja participou ativamente à colonização
–, no entanto, globalmente, pode-se dizer que o Estado colonial apareceu como o
protetor natural da missão cristã.

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Incluído em França, a laicidade não foi « exportada » em África. Os missionários foram
agentes de transmissão do espírito colonial e da influência nacional do país colonizador.
O poder político procurou colocar as missões em uma posição subordinada e as
instrumentalizar, com mais ou menos sucesso. Somente depois da Primeira Guerra
mundial, é que viu-se cada vez mais as missões « separar-se » do poder colonial e até
mesmo defender os direitos das populações e entender as vontades de independência.
Esta realidade foi similar em todos países coloniais, no entanto o protestantismo
expandiu-se mais a favor de ações de exploradores, comerciantes, filantropes, sem
projeto colonial mas com uma visão universalista.

A religião assumiu um papel considerável no processo de aculturação das sociedades


africanas, no tempo colonial como também pós-colonial. O fato religioso tornou-se um
ferramenta ideológico essencial.

Desde o Ocidente, o olhar sobre os povos colonizados era por parte determinado nas
crenças de uns e outros, e por isso, a hierarquia das raças era ligada à hierarquia das
religiões: o cristianismo em cima, as religiões orientais e o islam a seguir, e em baixa, as
religião fetichistas. Ou seja, o progresso do cristianismo era vista como o da civilização.

O que deixa complicado a questão da religião cristã como ferramenta da colonização


europeia, ou seja, dum processo violenta, é que, sim a recepção do cristianismo passou
lentamente dum estado de rejeito a o da aceitação, no entanto o que a final se observou
muitas vezes é uma forma de apropriação.

Talvez um pouco como o fizeram os negros deportados como escravos no continente


americano, e com os quais viu-se muitos fenômenos de sincretismo. Em África também,
os colonizados nunca foram, como pensa-se em geral, vítimas apáticas, e o cristianismo
não foi transmitido por mensageiros ativos para recebedores passivos. Os colonizados
assimilaram, reinterpretaram, transformaram a religião transmitida, sob a forma de
derivações creativas, em função das suas próprias raízes religiosas. O fato da instituição
religiosa ter entrada nas estratégias de mobilidade social dos colonizados ajuda este
fenômeno, pois adoptar o cristianismo permitia aproximar-se dos Europeus e dos
assimilados, e então « inserir-se » na sociedade colonial. O cristianismo é considerado –
e esta visão permanece, o que motiva este artigo – como um fator de « modernidade »,
frente a religiões locais rejeitadas no « tradicional », oposição binária que reproduz a
hierarquização das crenças.

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Pois de facto, a religião serviu de braço armado ideológico à colonização. A « missão
civilizadora » que auto-proclamaram os países europeus à África devia levar,
invariavelmente, uma componente religiosa muito forte. É bem disso que se trata ainda
hoje. Há uma forma de desprazo para os ritos pré-coloniais, pois fica o sentimento que a
prática cristã aproxima mais os seres humanos da « civilização ». A introdução duma
religião cuja o Livro sagrada descreve um mundo se limitando à área euro-mediterrâneo
e meio-oriental, onde os homens brancos dominam – ainda mais quando a figura do
Cristo e da Virgem Maria estão sempre caricaturados em loiros com olhos azuis –,
difusa de maneira mais ou menos implícita uma mensagem de hierarquia racial, até aos
olhos de Deus. E esta situação dá aos colonizadores uma missão profética, que participa
a relativizar a violência do processo de dominação e de exploração que os traz no
continente africano.

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2. Considerações finais

Diante do exposto, nota- se que a situação do Islão em Moçambique no século XXI


comprova o ambiente de tolerância, próprio da fase de transição para a democracia,
favorável à expansão das diferentes ordens: Sunitas, Xiitas e Wahabitas, bem como a
criação de organizações de cúpula: o Congresso (Sunitas), o Conselho Islâmico
(Wahabitas) e, mantendo-se com todo o esplendor o Palácio de Sua Alteza Aga Khan
(Ismaelitas).

O papel das associações na dinâmica cultural é um fenómeno de permanência, o que nos


incentiva a prosseguir no seu aprofundamento, refletindo a questão da identidade, da
afirmação de africanidade e de moçambicanidade.

Entretanto, numa situação extrema, num clima de luta de libertação nacional (1964-
1974) e de guerra civil (1976-1992) foram, sobretudo as mulheres islâmicas,
enquadradas nas Confrarias e nas associações que se evidenciaram na defesa da Paz,
comprovando a “força revolucionária das mulheres na sociedade africana”, no dizer de
M´Bokolo.

Já a religião crista entra em Moçambique através a partir da costa moçambicana


concretamente na província de Inhambane no séclo XV, mas faz-se sentir no período
colonial. Na altura a religião Católica foi usa como meio de básico de obcecarem o povo
moçambicano assim com nas outras colônias.

Os colonialistas portugueses usavam a religião para melhor controlo do povo indígena


nas suas áreas de ocupação; no entanto o catolicismo atingiu a fase de ser de caractere
obrigatório a sua professa ate que era lecionado nas escolas, visto que todas as escolas
eram propriedades da igreja católica.

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3. Referências bibliográficas

BERNARDI, Bernardo. Introdução aos estudos etnoantropológicos. 2000

JUNOD, Henri Alexandre. Usos e costumes bantu. Editor Arquivo Hist. de


Moçambique, Tomo I, Maputo, 1996.

LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. São Paulo, Brasiliense, 2003.

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito


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MARTINEZ, Francisco Lerma. Antropologia Cultural: guia para estudo.Paulinas


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MEDEIROS, Eduardo. Os Senhores da floresta: ritos de iniciação dos rapazes Macuas e


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RODRIGUES, Donizete. Sociologia da religião: uma introdução. Edições


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SANTOS, Armindo dos. Antropologia Geral: etnografia, Etnologia, Antropologia


Socal. Universiadade Aberta, 2002.

TOMÁS, Adelino Esteves. Manual de Antropologia SócioCultural. Universidade


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