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Ileizi Luciana Fiorelli afirma que as Ciências sociais e a Educação são tradicionalmente áreas
teóricas e investigativas de fundamentação metodológicas para o Ensino de Sociologia na
Educação Básica. Por isso propícias a reflexões e possibilidades de articulação, de intersecção e
de integração de princípios para metodologias de Ensino de Sociologia. Em A Racionalização da
Educação e Treinamento, Max WEBER nos traz grandes reflexões teóricas sobre a estrutura
burocrática racional e seus efeitos na formação e especialização no progresso da modernidade.
Os textos dialogam no sentido de que as instituições de educação são dominadas e influenciadas
por um tipo de educação para a burocracia moderna.
Max Weber teoriza sobre exames especiais como “seleção” daqueles que se qualificam, em todas
as camadas sociais, assinalando que a democracia teme um sistema meritório de títulos que
pudesse formar “castas” privilegiadas. Segundo ele, o desenvolvimento moderno da plena
burocratização coloca em primeiro plano, irresistivelmente, o sistema de exames racionais,
especializados. Neste sentido, Fiorelli acentua que as práticas de formação de professores de
Sociologia nos cursos de Ciências Sociais e nas salas de aula da Educação Básica são capturadas
por discurso pedagógico predominante e pelas teorias educacionais em disputa nos diferentes
momentos da história da educação. A formação do professor e suas práticas na Educação Básica
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As metas de “educar para a vida”, “educar para o trabalho”, “ensinar valores”, entre outras ainda
não informam como os professores ensinam de fato, porém, indicam orientações teóricas e
pressupostos políticos. Essa percepção não contempla uma educação que contemple o
desenvolvimento humano. Segundo Weber, em A Racionalização da Educação e Treinamento, a
burocratização do capitalismo exige a formação de técnicos, preparados com especialização, etc,
em um sistema de formação em todo o mundo. E aqui pudemos encontrar alguns obstáculos que
podem explicar as questões que envolvem o ensino de sociologia no ensino médio.
Em Max Weber, a burocracia é apoiada pelo sentimento “democrático” no serviço público, base
de uma evolução classes sociais. Trazendo essa análise para as metodologias de ensino, Fiorelli
assegura que organizar currículos baseados na noção de competência exige investimento, porém
a formação de professores, com falta de infraestrutura nas escolas, mal remuneração, crise social
e econômica afeta o sentido da escola como garantia de acesso aos empregos.
A autora afirma que pensar em maneiras de ensinar a Sociologia nos remete às reflexões
epistemológicas. Neste sentido, os pressupostos teóricos e metodológicos para o Ensino de
Sociologia devem ser buscados no acúmulo de elaborações da ciência. Avança no sentido de
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oferecer uma educação fundada na reflexão e visão crítica sobre a sociedade. Weber afirma que a
democracia procura substituir a disposição eventual do dominador hierarquicamente superior
pela autoridade, dos governantes e dos chefes políticos que dominam as classes desfavorecidas.
Max Weber afirma que o prestígio social baseado na vantagem da educação e treinamento
especiais não é especifico a burocracia, repousa substancialmente em domínios de bases
diferentes. Para Weber, o “homem culto” tem sido o objetivo visado pela educação. Em Fiorelli,
o oficio de professor é parecido com o oficio do artesão que aprende os conhecimentos com os
mestres de ofício, mas vai criando suas técnicas ao longo de sua vida. A base do ofício é o saber.
Para essa autora, as técnicas nascem das necessidades contemporâneas e do saber acumulado e
apropriado. Por isso temos que saber sobre aglomerado da Sociologia e as necessidades
contemporâneas da juventude, da escola, do ensino médio e dos fenômenos sociais mais amplos.
Do aglomerado vêm princípios lógicos do raciocínio e da imaginação, que podem carrear para o
ensino da sociológica.
Max Weber afirma que as realidades históricas se movimentam entre esses tipos puros, enquanto
que a estrutura burocrática é produto de um desenvolvimento tardio, a ponto de quanto mais
recuamos sobre nossos próprios passos, mais típica se torna a ausência de burocracia e
funcionalismo na estrutura de domínio. Nesta perspectiva, recorrendo a Fiorelli, os conteúdos
são estruturantes porque fundamentam o estudo dos conteúdos e temas selecionados pelos
professores e alunos, porque garantem a contextualização e o vínculo com a ciência. Weber
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ainda dialoga no sentido de que A marcha da burocracia destruiu as estruturas de domínio que
não tinham caráter racional, no sentido especial da palavra.
A relação estabelecida entre os dois textos converge no sentido de que a educação sempre esteve
sob o domínio de sistemas estruturados. Estes sistemas se apresentam em forma de
direcionamento de conteúdos a serem contemplados a partir dos modelos de educação. Aqui é
possível afirmar que a sociologia no ensino médio tem sido parte de manipulação de conteúdos o
quais não estão no controle de professores, muito menos ao alcance dos alunos.
Para Ileizi Luciana Fiorelli Silva, os alunos devem aprender a pensar a realidade com métodos, a
partir das mediações necessárias para a observação e análise. Garantir o desenvolvimento de uma
postura intelectual diante da vida social e das práticas sociais será sempre o principal objetivo no
ensino de Sociologia. As necessidades contemporâneas dos jovens devem ser problematizadas e
incorporadas pelas práticas de ensino, podendo superar o risco de tornar a sociologia mais uma
coleção de conceitos e temas deslocados da realidade.
REFERÊNCIAS: