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ESTADO DO MARANHÃO

PODER JUDICIÁRIO
NÚCLEO PERMANENTE DE MÉTODOS CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
2º CEJUSC DE IMPERATRIZ – FACIMP

PLANEJAMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO DE MEDIAÇÃO

ESCOLAR

CENTRO JUDICIÁRIO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS.

PROJETO “MEDIAR PARA EDUCAR”

“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar

para mudar o mundo”.  (Nelson Mandela)

IMPERATRIZ – MA

2017

AUTORES:
ANA BEATRIZ JORGE DE CARVALHO MAIA – Juíza da 2ª vara Civil

Imperatriz/Maranhão

DELVAN TAVARES OLIVEIRA – Juiz da Vara da Infancia e Juventude da

Comarca de Imperatriz/MA

MILENA DE BONIS FARIA – Advogada-voluntária

Desembargador que colalbora e apoia o projeto: CLEONES CARVALHO CUNHA

PARTICIPANTES:

Núcleo Permanente de Solução de Conflitos (NUPEMEC – TJ/MA)

2ª Centro Judiciário de Solução de Conflitos de Imperatriz – FACIMP (2º

CEJUSC DE IMPERATRIZ-FACIMP)

LUDMYLLA RAMOS DE SOUSA – Supervisora do 2º CEJUSC DE

IMPERATRIZ-FACIMP

DINALVA MARIA ALENCAR FEITOSA – Professora Coordenadora da

Faculdade DeVry-Brasil-FACIMP

CENTRO EDUCACIONAL CASA DO ESTUDANTE – Unidade de

Imperatriz/MA

2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE IMPERATRIZ/MA

VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DA COMARCA DE IMPERATRIZ/MA


FACULDADE DEVRY-BRASIL-FACIMP

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE IMPERATRIZ/MA

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO MARANHÃO


SUMÁRIO

1 JUSTIFICATIVA............................................................................................................2
2 EDUCAR PARA MEDIAR NA ESCOLA.......................................................................4
3 HISTÓRICO.....................................................................................................................7
4 MISSÃO............................................................................................................................8
5 VISÃO................................................................................................................................9
6 ABRANGÊNCIA.............................................................................................................10
7 VALORES.........................................................................................................................11
8 PRINCÍPIOS..................................................................................................................12
9 OBJETIVOS:..................................................................................................................13
9.1 Primários..................................................................................................................13
9.2 Secundários.............................................................................................................13
10 PLANO DE AÇÃO PAUTADO NOS 5W2H..........................................................15
11 PDCA.................................................................................................................................16
12 A CASA DO ESTUDANTE.......................................................................................19
13 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..............................................................21
13.1 Etapa 1 - Sensibilização....................................................................................21
13.2 Etapa 2 – Capacitação........................................................................................22
13.3 Etapa 3 – Produção De Material De Apoio....................................................23
13.4 Etapa 4 – Diagnóstico........................................................................................23
13.5 Etapa 5 – Oficinas de Trabalho com a Comunidade Escolar.....................23
13.6 Etapa 6 – Avaliação, Supervisão e Apoio do Tribunal De Justiça...........24
14 CONCLUSÃO..............................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................28
ANEXOS.............................................................................................................................31
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1 JUSTIFICATIVA

A mediação e conciliação tem expandido em diversos países, como um

modelo multifacetário de forma de solução de conflitos.  Os contornos basilares

que permeiam esses novos mecanismos extrajudiciais, vão além de sua

proposição, com objetivo em que as próprias partes se submetam a solucionar o

conflito existente, transformando esse mecanismos em um forma de alcançar a

pacificação em uma âmbito social, através de mudança cultural.

No contexto da evolução humana o conflito se instaura como inerente ao

seu desenvolvimento natural. Com advento de novas legislações, transformações

nos meios de solucionar os litígios, a justiça em âmbito mundial opta por

emponderar as partes na solução da divergência criadas por elas.

Nos dias atuais ainda nos deparamos com uma cultura de violência e

intolerância que se destaca tanto no modo de pensar como no modo de agir dos

indivíduos, não importando sua idade. Apesar de sermos seres “civilizados”,

muitas vezes exercitamos a irracionalidade, sobrepondo a força ao diálogo.

Infelizmente, conflito e violência estão cada vez mais presentes em

todos os ambientes e isso não é diferente nas escolas. Assim, no intuito de

desconstruir essa inclinação ao conflito, é necessário e urgente desenvolver uma

educação para a boa convivência e para a gestão positiva dos conflitos, a fim de

se construir uma cultura de paz, de cidadania e de convívio sadio no meio escolar,

e por conseguinte, aos demais ambientes enfrentados pelos alunos.

Nesse ínterim, a escola pode encontrar na forma consensual de resolução

de conflitos (mediação), uma nova abordagem, mais justa e prazerosa para

solucionar as divergências e ainda perceber esse instrumento como uma

oportunidade de crescimento, mudança e transformações nas esferas pessoal e

social.
3

A realização árdua de interpretar  as possibilidades hodiernas de

transformar a realidade social através da mediação e conciliação. Acentua-se em

um plano maior, com uma visão holística para o futuro em alcançar a pacificação

social em um âmbito social, e com reflexos benéficos e incalculáveis no mundo

jurídico, económico, cultural e educacional, opta-se por coroar a criança e sua

capacidade cognitiva de aprendizado eficiente e eficaz na constituição do seu

próprio ser, como agente de transformação social, possibilitando por meio da

educação e compreensão da mediação e conciliação como formas de resolver os

conflitos escolares, colaborando para  autodeterminação da criança na solução

das pequenas divergências, convergindo para adultos autosuficientes,

autodeterminados, capazes de resolver seus conflitos do dia a dia com

tolerância, senso de justiça mais apurado, e principalmente por meio do diálogo.

Partindo desse contexto surgiu o projeto MEDIAR PARA EDUCAR que se

respalda na interação da criança com o meio ambiente ao qual está inserida,

disponibilizando, através da capacitação e de novos estímulos, instrumentos para

que as crianças desenvolvam seu raciocínio lógico e um comportamento voltado à

conversa e à discussão sadia de seus interesses e divergências.


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2 EDUCAR PARA MEDIAR NA ESCOLA

É sabido que o desenvolvimento psicomotor da criança está em franco

crescimento desde quando ela é imersa em um mundo social, este pode ser

medido pela linguagem utilizada pelos seres humanos (Manual Mediação. CNJ:

2016).

Ao longo dos tempos questionou-se como se dava o desenvolvimento

infantil e qual seria o papel da família, da sociedade e principalmente da escola na

vida da criança. A legislação atual prevê a implementação e aplicabilidade de

mediação e conciliação nas questões de lides escolares (Lei n.º 13.140, 26 de

junho de 2015).

A ciência da psicologia, com renomados autores, através do conhecimento

empírico classifica em fases o desenvolvimento humano desde a fecundação. 

Uma vasta gama de teorias iremos encontrar discorrendo sobre a

cognição que podem dar subsídios relacionados à implementação da medição e

conciliação na escola. 

Um dos pontos importantes que vem agregar a compreensão do

comportamento humano, dá-se pelo fato de,  ao compreendermos o

comportamento humano, poder-se ai, desde já iniciar uma transformação nas

crianças de hoje com reflexos importantes de mudança de pensamento na

atualidade nas próximas gerações, e ainda a curto e médio prazo instaurar uma

nova cultura no que concerne conflitos.

O ponto bastante relevante do estudo da psicologia referente o

desenvolvimento da aprendizagem é a forma como ela se concretiza. Assim, meio

de interação da criança com ambiente exterior, que abrange outras pessoas e os

objetos e a forma que é mediada sua relação com pessoas e objetos.


5

Para estudioso Russo,  Vygosky que considera: “A linguagem como

constituidora das funções mentais superiores e o conhecimento é adquirido pelas

relações que o sujeito estabelece com o meio social”. E ainda, afirmando que o

saber que não advenha da experiência não é realmente saber. Na cognição a

aprendizagem se concretiza, o desenvolvimento de cada sujeito se estabelece

mediante à apropriação da experiência acumulada pela humanidade, o que resulta

na afirmação que o  cerne desse processos é a apropriação dos produtos

materiais e intelectuais. E que este, se dá no contexto escolar, se esse aspecto

não for considerado, corre-se o risco de privilegiar a mediação – que para a

Teoria Histórico-Cultural é um meio de se chegar à apropriação dos mediadores

culturais – como o fim da atividade educativa”.

Conclui-se com base nas perspectivas de Vygotsky, que a aprendizagem é

necessariamente mediada, toda criança que está em contacto com novidades,

competências, habilidades ou informações, deve de certo modo contar com a

participação de um adulto. Assim, a entrar em contacto com o novo, internalizará

o processo, ou seja,  criança, adolescente “se apropriará”, do conhecimento

agregado, transformando-o em voluntário e independente de outrem.

O ponto fulcral do projeto “Mediar para Educar”, respalda-se na

interação da criança com seu micro e macro ambiente juntamente com todas

variáveis inerentes a eles, disponibilizando através da capacitação novos

estímulos para criança que consequentemente desenvolverá um novo raciocínio,

um novo comportamento. Propiciando assim, uma mudança individual, que

gradativamente torna-se social e cultural com fortes tendências a ser

globalizada, vista que em diversos países a mediação e conciliação é amplamente

utilizada com retorno favorável a sociedade, judiciário, administração publica,

economia, etc. 

Analisando sob essa ótica, a teoria da aprendizagem comprova que o

saber não é um fim em si mesmo. Os meios pelos quais se pretende implementar a


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mediação e conciliação no âmbito escolar, obrigatoriamente traspassa e perpassa

a compreensão de que forma se dá o aprendizado.

A  Declaração da ONU sobre uma Cultura de Paz, 1999, em seu artigo n.º

1, discorre:

“Uma Cultura de Paz é um conjunto de valores, atitudes, tradições,

comportamentos e estilos de vida baseados:

a) No respeito à vida, no  fim da violência e na promoção e prática da não

violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação (…);

c) No pleno respeito e na promoção de todos os direitos humanos e

liberdades fundamentais;

d) No compromisso com a solução pacífica dos conflitos; (…)”.

Diante disso, fomentar a  cultura da mediação e conciliação nas escolas,

para não apenas diminuir as demandas do judiciário, mais principalmente

instaurar a pacificação social através do estimulo desde a infância é sem sombra

de dúvidas, um “up grade”, salto para sociedade e principalmente para o ser

humano, pois favorece o respeito ao próximo, imbui a tolerância, obrigada desde

logo a criança e adolescente a repensar seu papel na situação fática, possibilita à

autodeterminação do indivíduo perante si e todo contexto no qual está inserido. 


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3 HISTÓRICO

O Centro Judiciário de Solução de conflitos e cidadania de Imperatriz –

MA, com cede a Av. Prudente de Morais, s/n, Residencial Kubischeck,

CEP:65.914-335, telefone de contato: (99) 2101-8298, E-mail:

2cejusc_imp@tjma.jus.br, em parceria com Faculdade de imperatriz (DeVry-

Brasil-FACIMP), inaugurado em 03 de setembro de 2012, tem como

Coordenadora Drª Ana Beatriz Jorge Carvalho Maia –  Juíza titular da 2ª Vara

Cível da Comarca de Imperatriz/MA, e juntamente com o Tribunal de Justiça do

Estado do Maranhão desenvolveram com o apoio do Centro Educacional Casa do

Estudante – Unidade de Imperatriz/MA (Escola Particular) e contando com o

apoio de diversos parceiros, um laboratório de ações e práticas em torno da

mediação escolar que será a base para a construção de atividades que serão

multiplicadas em toda a rede municipal e estadual de ensino, todos com o objetivo

de aprimorar as ações restaurativas na resolução de conflitos nas escolas.


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4 MISSÃO

Universalizar a mediação e conciliação como forma de solução de

conflitos, visando uma transformação cultural na sociedade e desenvolvendo e

aprimorando as relações continuada, bem como difundir a paz social.


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5 VISÃO

Possibilitar a interveção nos conflitos rotineiros da população, através da

autocomposição garantindo a universalidade, igualdade, equidade e  resolução

eficiente e eficaz dos conflitos a curto e longo prazo.


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6 ABRANGÊNCIA 

Dir-se-á que, tudo tem que ter um começo. Partindo dessa premissa, o

foco do projeto estará em uma Escola do município de Imperatriz – MA, as

diretrizes e políticas aplicadas serão as mesmas utilizadas pelo Conselho

Nacional de Justiça (CNJ), bem como pelo TJ-MA, com uma roupagem adequada

para cada faixa etária. Devendo posteriormente abranger todo setor

educacional, bem como comunidades de bairros, sindicatos de trabalhadores,

órgãos públicos, empresas privadas.

O público alvo em um primeiro momento se restringirá a faixa etária de

06 (seis) a 16 (dezeseis) anos, atingindo crianças e adolescentes. Para tanto,

reunirão-se uma gama de profissionais voluntários como Juízes, promotores,

advogados, assessores, psicopedagogos, pedagogos, assistentes sociais, dentre

outros.

7 VALORES

Aprimorar a autopercepção dos fatos, bem como dos atos, respeito,

integralidade, trabalho em equipe, atenção centrada na família, na comunidade e

cidadania, bem como a responsabilidade social e compromisso com a vida. 


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8 PRINCÍPIOS

Os princípios norteadores do projeto “Mediar para Educar”, considerados

imutáveis, com os quais trilhamos nossos caminhos para o êxito de todas as

pessoas envolvidas, são os seguintes:


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1. A liberdade das partes;

2. Autocomposição dos conflitos;

3. Pacificação social;

4. Transformação cultural, educacional e social;

5. Autodeterminação do individuo como parte do todo e

6. O empoderamento das crianças, jovens, pais, professores e coordenadores

na solução mais pacífica de suas divergências.

9 OBJETIVOS: 

9.1 Primários

Implementar a mediação e conciliação no âmbito educacional, como

ferramenta de diálogo e promoção da cultura de paz e bem estar na escola, para

uma transformação cultural na sociedade, e direta e mediatamente proporcionar


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uma “alivio” para Judiciário como um todo, permitindo-lhe eficiência e eficácia

nas querelas que realmente necessitam de intervenção estatal.

  

9.2 Secundários

a) Aprimorar o conhecimento sobre origem, conceitos e aplicabilidade dos

institutos de mediação e conciliação como mola propulsora de uma nação

mais pacificada;

b) Demostrar que através da mediação e conciliação, podem-se pacificar os

conflitos sociais, de forma a mudar um conjunto de cultura e costumes

inerentes aos conceitos de resolução de conflitos aplicados hoje;

c) Viabilizar a medicação e conciliação nas escolas, sensibilizando

professores, alunos, funcionários e famílias para acolher e apoiar a adoção

de um novo paradigma para resolução de conflitos na escola e na vida

familiar;

d) Capacitar professores e alunos para o uso e desenvolvimento das técnicas

propostas pela Mediação e Conciliação;

e) Implementar a mediação como ferramenta de diálogo e enfrentamento nas

situações de conflito vividas no interior da escola;

f) Sensibilizar as famílias dos alunos para a adoção da mediação nos conflitos

e promoção da cultura de paz dentro e fora da escola e da sociedade;

g) Criar novas ferramentas e dinâmicas para implementação e multiplicação

da mediação escolar no âmbito educacional.


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10 PLANO DE AÇÃO PAUTADO NOS 5W2H

Consiste em um método de gerenciamento de atividades de um projeto. A

estrutura de certa forma consiste em “dividir para conquistar”, sua subdivisão

proporciona o planejamento em várias etapas, facilitando a compreensão,

facilitando a sistematização e a execução de ideias e a resolução de várias

questões importantes, tais com:


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a) Qual melhor forma de mudar toda uma cultura de solução de conflitos?

b) Como minimizar as querelas levadas ao judiciário?

c) Como proporcionar eficiência com qualidade e eficácia nas questões

judiciais?

d) Como conscientizar os operadores dos direitos, empresas e sociedade não

somente da necessidade, bem como da importância de se administrar

conflitos?

O método baseia-se basicamente na seguinte fórmula:

WHAT? O que será realizado?

Projeto Mediar para Educar nas escolas.

WHEN? Quando será realizado?

Nos meses de setembro , outubro e novembro de 2016.

WHERE? Onde será realizado?

Escolas públicas e privadas a serem escolhidas pela equipe multidisciplinar,


interdisciplinar e traversal .

WHY? Por que será realizado?

Será implementado projeto mediar para educar com intuito de fortalecer as relações
interpessoais, bem como autodeterminação das crianças na solução de seus próprios
conflitos do cotidiano.

WHO? Quem será(ão) responsavel (eis) na realização?

Profissionais voluntários: Juiza; assesores do judiciario; pedagogos, psicopedagogos ;


professores; coordenadores; advogados; assistente social; psicologos; Secretaria
Municipal de Educaçao, Secretaria Estadual de Educação; Secretaria de Segirança Publica
do Estado; Mediadores, observadores mediação; Supervisores e Orientadores de
mediação

HOW? Como será realizado?

Inserção da mediação de conflitos por meio de apostilas (direcionadas as faixas etárias),


11 PDCA
paletras e acompanhamento na escolares participantes do projeto.

HOW MUCH? Quanto será custo para realização?

A ser realizado.

Trata-se de uma ferramenta, cujo alicerce está pautado em

aprimoramento contínuo das ações. Sua finalidade precípua é cíclica, de forma

que facilite a ação corretiva de processos continuamente, sempre em busca da

melhoria. Neste contexto, o planejamento, a padronização e a documentação são

práticas importantes, assim como medições precisas de dados e informações que


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possam posteriormente colaborar para efetivação e continuidade dos objetivos

traçados no planejamento.

Outros fatores abordados pelo ciclo PDCA são os talentos e habilidades

dos profissionais envolvidos, permitindo conhecimento dos recursos humanos

disponíveis, bem como um direcionamento dos profissionais de acordo com suas

habilidades reais.

PLAN
PLAN
planejamento
planejamento

ACT
ACT DO
DO
ação corretiva fazer

CHECK
CHECK
verificação
controle
controle da
da
excução
excução

Plan - Planejar. Analisam-se os problemas a ser resolvidos, seguindo a

seguinte ordem:

 Definição dos problemas

 Definição de objetivos

 Escolha dos métodos

 Se questionar 5 vezes porque o problema ocorreu, sempre tornando sua

resposta mais completa.

Do - Fazer. É a execução de tudo que foi estabelecido no planejamento:

 Treinar o método
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 Executar

 Realizar eventuais mudanças

 Não procurar a perfeição, mas o que pode ser feito de forma prática.

 Medir e registrar os resultados

CHECK - Consiste na verificação, na analise dos meios utilizados na

execução do planejamento.

 Verificar se o padrão esta sendo obedecido

 Verificar o que está funcionando e o que está dando errado

 Perguntar o por quê a cada passo

 Com as respostas, treinar o método definido.

ACT - Trata-se de ação corretiva, ou seja, agir de maneira que permita

correção de eventuais erros ou falhas em qualquer uma das fases anteriores

favorecendo a melhoria contínua e ininterrupta.

 As coisas estão conforme programado? Continuar assim!

 Na verdade existem inconformidades? Então agir para corrigir e prevenir

os erros!

 Melhorar o sistema de trabalho

 Repetir as soluções que se mostraram adequadas

O PDCA mesmo sendo considerado com um conceito simples, porém exige

dedicação. Assim, cumpre apontar os erros mais comuns:

 Falta de fundamentação ao responder aos porquês

 Treinamento ineficiente

 Registros incompletos

 Padronização pouco detalhada


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Dessa forma, o PDCA, deve ser periodicamente aplicado nas mediações,

conciliações e colaboradores do projeto “Mediar para Educar”. Uma vez que, tal

desenvolvimento necessita ser auto-avaliado constantemente, visando identificar

as falhas, erros e corrigi-los antes que se transforme em algo incontrolável com

efeitos colaterais incalculáveis.

Neste contexto, a o PDCA é uma ferramenta de aprimoramento contínuo

possibilitando correção em tempo real “ just in time”, resguardando assim, todos

esforços, recursos humanos, financeiros e materiais, bem como mantendo os

objetivos e metas traçados para o presente projeto, ou seja , a pacificação

social.

12 A CASA DO ESTUDANTE

Toda escola convive em seu interior com episódios de conflitos e aflições

envolvendo alunos, famílias, professores, gestores e toda a comunidade escolar.

O conflito sempre foi e será parte integrante da vida e das relações sociais.

Conforme orienta CHRISPINO (2007) é preciso ampliar a compreensão do

conceito de conflito como algo que tem origem a partir da diferença de


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interesses, de desejos e de aspirações. Portanto, o conflito faz parte do convívio

diário e não aponta para a noção estrita de erro ou de acerto, mas de posições

diferentes defendidas por cada pessoa ou grupo.

Nas escolas, a demanda para o combate ao preconceito, a violência e o

desrespeito têm impulsionado professores, alunos e gestores escolares a criarem

espaços, estratégias e projetos pedagógicos visando abordar a temática da

violência nas relações humanas. A filosofia e proposta educacional da Escola Casa

do Estudante sustentam que a escola deve preparar o aluno para buscar o

conhecimento no mundo, usá-lo para o benefício pessoal e do grupo onde está

inserido, além de aguçar sua habilidade de conviver a partir do conceito de

respeito mútuo. Sendo assim, nos orientamos por uma visão de que educar

envolve a construção contínua do ser humano em dimensões relacionadas aos

saberes, as aptidões, as habilidades e as ações.

Neste sentido, busca-se de maneira interdisciplinar, desenvolver ações

no interior da escola que promovam o cuidado de si e do outro, promovendo uma

cultura de paz e cuidado na escola. Nesta direção, aborda-se a temática dos

conflitos interpessoais, existentes em qualquer relação humana, em conteúdos e

ações educativas dentro da escola. Em nossas práticas, afirmamos que os

conflitos humanos sinalizam uma grande oportunidade de discutir caminhos para a

mudança e de crescimento humano, o que tem sido acolhido pelos alunos e

famílias de maneira muito potente. O Projeto Mediar para Educar foi idealizado

para ampliar a compreensão de que os conflitos, se mediados e resolvidos de

maneira amigável entre os pares, podem ser compreendidos como espaços

privilegiados para a construção da cidadania. Suas ações buscam desenvolver

ferramentas, estratégias e habilidades que possibilitem o gerenciamento dos

conflitos de forma harmônica e pacífica no cotidiano escolar.


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13 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

13.1 Etapa 1 - Sensibilização

Inicialmente a escola foi procurada por uma juíza (Ana Beatriz Jorge de

Carvalho Maia) do Tribunal de Justiça do Maranhão para apresentação da


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proposta de Mediação Escolar. Foram realizadas reuniões, com a participação da

também idealizadora Milena de Bonis Faria, e do juiz Delvan Tavares, para

alinhamento das ideias propostas entre o Poder Judiciário e a escola Casa do

Estudante.

Nesta etapa a proposta da Mediação foi acolhida pela direção da escola e

apresentada aos docentes e funcionários. A partir de então os professores

passaram a ser coautores das ações e objetivos da mediação no espaço escolar.

13.2 Etapa 2 – Capacitação

Nesta etapa teve início a capacitação da equipe de coordenadores e

professores da escola. Para este momento, uma instrutora habilitada através do

Nupemec/TJMA realizou a capacitação com os educadores nas dependências da

escola.
22

13.3 Etapa 3 – Produção De Material De Apoio

Em paralelo, a equipe pedagógica da escola juntamente com o Centro de

Conciliação através da juíza Ana Beatriz Jorge de Carvalho Maia e Milena de

Bonis Faria, desenvolveram um material educativo em vídeo e também a cartilha

“Mediar para Educar” (as quais então em anexo), a qual apresentou a proposta da
23

mediação em uma linguagem adaptada ao contexto escolar.

13.4 Etapa 4 – Diagnóstico

Buscando conhecer melhor a realidade da escola foi realizada a pesquisa

“Termômetro da Paz”, inspirada na publicação Diálogos e Mediação de Conflitos

nas Escolas - Guia Prático para Educadores (CONSELHO NACIONAL DO MP,

2014). Esse diagnóstico foi produzido através de questionário aplicado a todos os

alunos da escola para mapeamento das situações de conflito e insegurança

vivenciadas na escola e seu entorno.

13.5 Etapa 5 – Oficinas de Trabalho com a Comunidade Escolar

Nesta etapa foram realizadas diferentes intervenções propostas em

parceria pela escola e pelo Tribunal de Justiça, direcionadas ao estudo e debate

envolvendo alunos, professores e familiares com temáticas relacionadas a

mediação e conciliação, tais como:

 Roda de conversa sobre o conflito e a violência na escola: estes momentos

foram realizados através de aulas temáticas utilizando vídeos e estudos de

caso abordando as situações de violência e conflito na escola. Foram

realizados ainda encontros com juízes e comissários de infância e

adolescência que trataram da temática com os alunos e professores.

 Atividades envolvendo a família: foi realizada uma roda de conversa

apresentando o projeto aos familiares dos alunos e uma palestra com um juiz

da família abordando a temática dos conflitos familiares. Também estão


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sendo desenvolvidas atividades “para casa” incentivando a discussão da

abordagem de mediação de conflitos no espaço familiar. Os familiares

escreveram uma carta para seus filhos incentivando-os a viver os valores da

ética, da solidariedade e do cuidado com o outro e foi realizada uma

exposição em mural com estas mensagens da família.

 Atividades desenvolvidas com a Educação Infantil: Através de contação de

histórias e de brincadeiras foram criadas ferramentas para adaptação do uso

da mediação para análise e resolução dos conflitos com os alunos da educação

infantil. Os conteúdos perpassam histórias e músicas que incentivam o

respeito, a amizade e a tolerância em situações típicas vividas pelas crianças

da faixa etária de 2 a 5 anos na escola.

13.6 Etapa 6 – Avaliação, Supervisão e Apoio do Tribunal De


Justiça

Tendo em vista que a metodologia utilizada pelo projeto se fundamenta

na construção do conhecimento e da coautoria das ações entre o Tribunal de

Justiça do Maranhão e a instituição escolar, estabeleceu-se o acompanhamento,

avaliação e orientação para a capacitação de mediadores escolares e produção de

material educativo.

Para orientar o estudo e a divulgação da Mediação no espaço escolar o

Tribunal de Justiça do Maranhão produziu a Cartilha “Mediar para Educar”, bem

como promoveu na escola eventos, tais como palestras, grupos de estudo, que

visam promover o debate e fornecem informações sobre mediação de conflitos e

o papel do mediador.

A avaliação e acompanhamento deste trabalho está sendo supervisionada


25

mensalmente em reuniões com a equipe onde são elaboradas as ações e

intervenções que visam elaborar estratégias práticas para a implementação da

mediação escolar nas outras instituições de ensino no município de Imperatriz,

através de apoio de entidades e formação de equipe responsável pelo

desenvolvimento do projeto.

14 CONCLUSÃO

Fazer-se necessário a “desmistificação” criada em torno dos institutos

de mediação e conciliação, que acabam por impedir sua aplicabilidade com êxito

na sociedade. Oportuno salientar que, disseminá-los seria a mola propulsora da

pacificação social, como cultura na sociedade, onde não seria uma função

designada ao judiciário, e sim uma interdisciplinariedade entre educação e


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segurança com propósito de promover o bem estar social, através escassear os

conflitos sociais cotidianos.

A extensão da evolução e inserção da mediação e conciliação nas escolas,

a princípio é difícil de ser medida, tendo em vista que, estaria proporcionalmente

relacionada à sua real aplicabilidade prática, ou seja, os esforços de todos

envolvidos acarretariam em quebra de paradigma, em uma nova cultura e

conhecimento sobre conflitos, aprimoraria a capacidade do indivuduo de

solucionar seus próprios conflitos através da autocomposição, proporcionaria

individuos mais conscientes de seu papel como agente no contexto social,

diminuiria as demandas judiciais, etc.

Durante o curto espaço de tempo que as atividades de mediação estão

ocorrendo, já se pode notar a atuação dos alunos em torno das práticas

restaurativas e construção de novas habilidades que vêm colaborando para uma

melhoria na prevenção e na resolução positiva de conflitos em geral, contribuindo

para o desenvolvimento de boas relações no espaço escolar.

Na escola são desenvolvidas ferramentas para o empoderamento dos

alunos na resolução de conflitos e aprimoramento de suas relações de

convivência. O projeto incentiva os alunos a propagarem o que está sendo

aprendido em relação à mediação de conflitos na escola para o espaço familiar, na

busca do diálogo entre todos e na comunicação não violenta entre as pessoas.

O acompanhamento do trabalho realizado pelo Tribunal de Justiça do

Maranhão mostrou que a mediação aplicada ao contexto escolar estimula a

participação ativa das pessoas na solução dos conflitos, por meio do diálogo e da

cooperação, envolvendo toda a comunidade na mudança das relações sociais

estabelecidas na escola e no tratamento diário dos conflitos vivenciados.

Desse modo, os princípios norteadores do projeto são desde a liberdade

das partes, até o empoderamento das crianças e jovens, bem como de suas
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famílias, já que os ensinamentos da escola ultrapassam as barreias físicas e se

estendem à comunidade.

Faça parte dessa conquista. Mexa-se em prol de um mundo melhor e mais

pacífico e seres humanos melhores, consciente de seus direitos e deveres e

capazes de autodeterminar-se sem invadir a esfera íntima de outrem. Assim

concluimos que, os agentes de transformação para um mundo melhor, como

protagonistas estão: eu, você, nós, eles.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RESOLUÇÃO da Nações Unidas: RES. 53/243, 06 de outubro de 1999.

Declaraçãode uma Cultura de Paz. [em linha]. Disponível em:

<http://www.comitepaz.org.br/download/Declaração%20e%20Programa%20de

%20Aç%20sobre%20uma%20Cultura%20de%20Paz%20-%20ONU.pdf.> [Consul.

realizada dia 06 de Nov.2016].


28

LEI n.º .78/2001, de 13 de Julho de 2013. Julgados de Paz. [em linha]. Disponível

em:<http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?

nid=724&tabela=leis.> [Consul. realizada dia 19 de Nov. 2016].

CNJ, Poder Judiciário. Guia de Conciliação para Implantação de CEJUSCS.

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