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Turma da ANTAC – Prof.

ª Andréa Cid

I.- Princípios fundamentais: São diretrizes básicas que norteiam as


decisões políticas imprescindíveis à configuração do Estado brasileiro,
determinando-lhe o modo e a forma de ser. É a base, o suporte.
Agregam direitos inalienáveis (têm aplicação imediata).

→Art. 1º, CF/88: “A República Federativa do Brasil, formada pela


união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos”

1.1- Fundamentos da República Federativa do Brasil:

SOberania
CIdadania
DIgnidade da pessoa humana
VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa
PLUralismo político

• Soberania: É uma propriedade que o Estado possui de se


dirigir, se reger e se governar, inteiramente, por si mesmo, sem
a ingerência de qualquer outro Estado.
• Cidadania: É a prerrogativa da pessoa física exercer direitos
políticos.
• Dignidade da pessoa humana: É o valor constitucional
supremo. Envolve os direitos e garantias fundamentais do
homem: dir. à vida, à liberdade, direitos sociais, direitos
econômicos, etc. O campo de abrangência é tão vasto, que
inclui, por exemplo, a não-negativavação do devedor no
SERASA sem a prévia comunicação; o direito à paternidade;
direito à mudança de sexo; direito de receber remédios para
Aids; indenização por dano moral.
• Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: O trabalho
é valorizado em relação à economia de mercado, que é
nitidamente capitalista e a livre iniciativa tem a ver com o
Liberalismo econômico, que permite a competição de empresas
concorrentes.
• Pluralismo político: Abrange o pluralismo partidário,
econômico, ideológico, educacional, cultural e de informação.
Significa a participação plural na sociedade, envolvendo os
partidos políticos, sindicatos, associações, igrejas,
universidades, escolas, empresas, etc. Todos esses “entes” têm
a função de limitar e controlar o Poder exercido pelo Estado.
Significa também aceitar a diversidade de opiniões.

• País  é a unidade geográfica, são os aspectos físicos e naturais, é o


habitat, onde estão incluídos: flora, fauna, cultura, história, economia,
política, etc.

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Formas de República
Governo Monarquia
Federação
Formas de Confederação
Estado Estados
Unitários
SISTEMAS POLÍTICOS Presidencialist
Regimes de a
Governo Parlamentarist
a
Democrático
Regimes
Políticos Antidemocráti
co

República: É a forma de governo em que os exercentes das


funções Executiva e Legislativa representam o povo.
Federação: É a união de vários Estados-Membros, Municípios e
Distrito Federal, detentores de AUTONOMIA, que perdem a sua
soberania em favor da República. A personalidade internacional é da
República, representada pela União. O papel da Federação é a
distribuição de competência entre as entidades da Federação.
• Os Estados-membros têm autonomia política e administrativa;
• Soberania do Estado Federado
• Há auto-organização e normatização própria;
• Posse e competências exclusivas;
• Imunidade tributária recíproca.

Quando o art. 1º fala em “união indissolúvel dos Estados


e Municípios”, quer dizer que não existe a União? Não. A
interpretação que se faz deste artigo é que ele só se referiu aos entes
da Federação que existem fisicamente, ou seja, aqueles que ocupam
um espaço físico. No art. 18, ao tratar da organização político-
administrativa, a CF fala claramente que “A organização político-
adminsitrativa da República Federativa do Brasil compreende a União,
os Estados, o DF e os Municípios, todos autônomos , nos termos da
CF.
A União, Estados, DF e Municípios detêm competência. E
quem detém a soberania? Quem detém a soberania, é a

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Em provas, cai dizendo que é a


União, ou o povo....
O federalismo pode ser:
• a) Federalismo por agregação= centrípeta (EUA) → existiam
vários Estados soberanos que se agregaram num movimento
de fora para dentro)
• b) Federalismo por segregação= centrífuga (Brasil)→ havia
um Estado Unitário – Brasil era Colônia de Portugal- que se
fragmentou num movimento de dentro para fora.
Confederação: É a união de Estados soberanos e independentes.
Os Estados que a compõem conservam a soberania e a
personalidade. Contudo, tal união é temporária e dura enquanto lhes
for útil. Os Estados têm o direito de secessão (separação).
Estado Unitário: Apresenta um único núcleo de poder, que
centraliza o exercício de todas as funções estatais básicas.
Regimes de Governo : Presidencialismo, Parlamentarismo,
a)Presidencialismo
O Presidente da República será:
• Chefe de Governo: República (dentro do âmbito interno)
• Chefe de Estado: Federação (exercício do Poder soberano frente aos
outros países)
• Chefe da Adm. Pública

b)Parlamentarismo
• Chefe de Estado: Monarca ou Presidente
• Chefe de Governo: Primeiro-Ministro

A função de Chefe de Estado é exercida pelo Presidente ou pelo


Monarca e a de Chefe de Governo pelo Primeiro Ministro, que chefia o
Gabinete. Parte da atividade do Executivo é deslocada para o
Legislativo.
c) Monarquia - Características:
• Hereditariedade
• Vitaliciedade
• Irresponsabilidade

Estado democrático de direito:


É o estado em que vigora o “império da lei”, (as leis são
positivadas, criadas por quem tinha legitimidade para tanto, e são
cumpridas por todos), onde o poder é exercido pelo povo (direta ou
indiretamente) e os próprios governantes se submetem às leis (as leis
impõem limites ao exercício do Poder).

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SISTEMA BRASILEIRO
FORMA DE ESTADO: ESTADO FEDERAL
FORMA DE GOVERNO: REPUBLICANO
REGIME DE GOVERNO: PRESIDENCIALISTA
REGIME POLÍTICO: DEMOCRÁTICO

1.2.- Objetivos Fundamentais da República Federativa do


Brasil: (art. 3º, CF):

Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

CONstruir uma sociedade livre, justa e solidária;


GArantir o desenvolvimento nacional;
ERRAdicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
PROmover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

 Lembrar que são todos verbos!

1.3.- Princípios da República Federativa do Brasil nas suas


relações internacionais: (art. 4º, CF)

AINDA NÃO COMPREI RECOS (são todos substantivos):


Autodeterminação dos povos
INdependência nacional
D(a)efesa da paz
NÃO intervenção
CONcessão de asilo político
PREvalência dos direitos humanos
Igualdade entre os Estados
REpúdio ao terrorismo e ao racismo
COoperação entre os povos para o progresso da humanidade
Solução pacífica dos conflitos

I –A - Direitos e Garantias Fundamentais:

1- Conceito → Um conceito largamente utilizado, descarregado de


qualquer conteúdo valorativo, relaciona os direitos fundamentais aos
direitos humanos. Neste sentido, direito fundamental nada mais é do
que um direito humano positivado. Ou seja, um direito humano
expressamente reconhecido pela ordem jurídica interna ou
internacional, seja em constituições ou em carta de direitos. Direitos
Fundamentais são aqueles considerados indispensáveis à pessoa
humana, necessários para assegurar a todos uma existência digna,

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livre e igual. Direitos Individuais são limitações impostas pela


soberania popular aos poderes constituídos, para resguardar direitos
indispensáveis à pessoa humana. Os Direitos Fundamentais são os
direitos que determinado estado positiva em sua constituição como
Fundamentais.São direitos inerentes à existência humana.

1.2 - Origem → Os direitos fundamentais surgiram da necessidade


de se limitar e controlar eventuais abusos do poder estatal, com o
objetivo de proteger a esfera individual do cidadão das ingerências
indevidas do Estado. A Declaração do Bom Povo da Virgínia
(EUA – 1776) foi a 1ª Declaração moderna dos direitos
fundamentais, mas bem antes dela já houve outros
documentos que tratavam de direitos fundamentais. Ex:
Código de Hammurabi (1690 a.C.) 1ª codificação a consagrar
um rol de direitos comuns a todos os homens e Magna Carta
Libertatum de Jõao Sem Terra (1215) tinha a essência de uma
CF, pois limitava o poder, através de alguns direitos.

1.3 -Classificação: Direitos Fundamentais constituem gênero,


abrangendo as seguintes espécies na CF/88: Direitos Individuais e
Coletivos, Sociais, Nacionalidade,Políticos e Pluripartidarismo Político.

1.4.- Gerações : Outra classificação dos direitos fundamentais diz


respeito às gerações/dimensões:
- 1ª Geração/Dimensão - LIBERDADE Surgiu no século XVIII, no
Estado Liberal em oposição ao Estado Absoluto→ Direitos negativos
(não-atuação do Estado)- Fundamento→São direitos individuais →
Paradigma é o homem individualmente considerado→ São direitos
civis e políticos (não há preocupação com desigualdades sociais)-
Ex: liberdade (todas): científica, de manifestação de pensamento, de
participação política, de associação, religiosa...);propriedade; vida;
integridade física e moral; direito de associação e reunião; devido
processo legal (ex: juiz natural, contraditório, ampla defesa, não
utilização de provas ilícitas, presunção de inocência, comunicação
com o advogado, etc).

- 2ª Geração/ Dimensão – IGUALDADE → São direitos


reconhecidos a partir das Revoluções Socialistas, no final do séc. XIX
e XX (Revolução Industrial, Revolução Russa, 2ª Revolução
Mexicana) Direitos positivos →atuação do Estado → obrigação de
fazer →através da prestação de um serviço ou política pública → são
garantias institucionais → Fundamento→ IGUALDADE (justiça
social)- São direitos individuais, mas de manifestação
coletiva - Estão exemplificados no art. 6º,CF.- Ex: Segurança,
trabalho, assistência social, previdência social, saúde, educação,
moradia,lazer, desporto... Cuidado: o direito de greve, apesar de
exigir uma atuação negativa do Estado,é de 2ª Geração

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- 3ª Geração/ Dimensão: FRATERNIDADE→ Séc. XX- Direitos


difusos ou coletivos (grupos indeterminados de pessoas)-
Fundamento → Tem por destinatário o gênero humano (protege-se
não o homem, mas a coletividade)- Ex: direito: ao meio ambiente,
paz, desenvolvimento, autodeterminação dos povos, patrimônio
comum da humanidade, conservação da cultura, qualidade de
vida,liberdade de informática, à propriedade, etc.

- 4ª Geração/ Dimensão :
- Para Bonavides: Globalização
-Para Celso Lafer: Biogenética

- 5ª Geração/Dimensão : Realidade virtual

 Os direitos das novas gerações não substituíram os das gerações


anteriores. Na verdade, os novos direitos somavam-se aos já
existentes nas gerações anteriores, razão pela qual a melhor doutrina
prefere referir-se a expressão “dimensão” ( e não geração) de
direitos fundamentais.

1.5. -Características:
a) Historiciedade→ são frutos de conquistas gradativas e
cumulativas ao longo do tempo.
b) Inalienabilidade → são direitos intransferíveis e inegociáveis.
c) Imprescritibilidade → não deixam de ser exigíveis em razão do
não-uso.
d) Irrenunciabilidade → nenhum ser humano pode abrir mão de
possuir direitos fundamentais. Pode até não usá-los, mas não pode
renunciar à possibilidade de exercê-los.
e) Universalidade → todos os seres humanos têm direitos
fundamentais que devem ser respeitados.
f) Efeito horizontal → Os direitos fundamentais também irradiam
efeitos para as relações particulares.
g)Complementariedade → os direitos fundamentais devem ser
interpretados de forma conjunta.
h) Normas de caráter aberto ou princípio da não tipicidade
dos direitos fundamentais→ permite que se reconheçam direitos
fundamentais que não estejam expressos na CF.
i) Relatividade → os direitos fundamentais não são absolutos.
Podem ser limitados sempre que houver uma hipótese de colisão de
direitos fundamentais.
j) Limitação → nenhum direito fundamental pode ser usado como
garantia de impunidade para a prática de atividades ilícitas, razão
pela qual os direitos fundamentais não são considerados absolutos
nem ilimitados. Ex: O direito à intimidade pode ser violado com a
quebra do sigilo bancário e fiscal, quando se suspeita de
enriquecimento ilícito e de desvio de recursos públicos.
k) Aplicabilidade imediata → O art. 5º § 1º, CF dispõe que os
direitos e garantias fundamentais têm aplicabilidade imediata, mas

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sambemos que existem alguns direitos fundamentais que dependem


de uma legislação posterior para que possam verdadeiramente
produzir seus efeitos → normas de eficácia limitada (de aplicabilidade
mediata). Diante dessa “aparente contradição”, a melhor doutrina
aponta como única interpretação possível para essa norma a de que,
na aplicação dos direitos fundamentais, deve-lhes ser conferida a
maior eficácia possível.

1.6.- Destinatários: Pessoas naturais, brasileiros ou estrangeiros


em trânsito ou residentes no país; pessoas jurídicas privadas ou de
direito público (desde que os direitos sejam compatíveis com a sua
natureza).

O art. 5º, caput, CF dispõe que “ todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida,
à igualdade, à segurança e à propriedade” → o entendimento é que
todos que estiverem dentro do território nacional, inclusive os
estrangeiros em trânsito, terão assegurados os direitos
fundamentais.

Essa garantia abrange também as pessoas jurídicas , inclusive as


de direito público.

1.7.- Direitos Fundamentais e Cláusulas Pétreas : Apenas os


direitos e garantias individuais foram inseridos no rol das cláusulas
pétreas (art. 60 § 4º, CF), mas o STF entende que os direitos coletivos
(sociais, nacionais e políticos) , bem como os contidos nos tratados
internacionais de direitos humanos, nos termos do art. 5º § 3º, CF ,
também são cláusulas pétreas.

1.8.- Direitos Fundamentais e Tratados Internacionais: O art.


5º § 3º, CF dispõe que: “ Os tratados internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.”

I-B- Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Direitos


individuais em espécie:

 É possível ampliá-los por meio de atos infraconstitucionais? Sim.


 O caput di art. 5º, CF enumera 5 direitos fundamentais básicos: o
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
dos quais todos os outros elencados nos incisos constituem
desdobramentos.

1.- Direito à vida (art. 5º, caput):

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→ o direito de continuar vivo , desde a concepção (momento da


fecundação do óvulo pelo espermatozóide) até a morte natural,
que ocorre com a morte encefálica (cérebro para de funcionar).
→ o direito à integridade físico-corporal → tortura, integridade
física e moral, inclusive do preso, remoção de órgãos( gratuito e post
mortem)
→o direito a um nível de vida adequado à condição humana→
vida digna → remédios, meio ambiente equilibrado, alimentação
adequada, um salário digno, direito à moradia, à previdência social, à
saúde, à cultura, etc.
→ pena de morte → em regra, não cabe, mas no caso de guerra
declarada, sim (é por fusilamento).

2. Princípio da Igualdade ( art. 5º caput e I)

→Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza.


A igualdade que a CF busca é a igualdade material, que prega que a
lei deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais , na
medida de suas desigualdades. Ex: Licença maternidade para a
empregada da iniciativa privada é de 120 dias e a do empregado é de
apenas 5 dias; o serviço militar é obrigatório apenas para os homens,
etc.
 Esse princípio não proíbe tratamento diferenciado entre pessoas,
desde que seja observado o princípio da razoabilidade para a
discriminação.
→ Ações Afirmativas - São atos, geralmente do Governo, onde
tenta-se proteger certos grupos que merecem tratamento diverso,
com medidas de proteção. Ex: cota para negros em universidades.
 É constitucional a exigência de idade mínima para concurso
público?
-É, desde que esteja prevista em lei e não só no edital. Já para idade
máxima, o STF julgou inconstitucional a exigência de idade máxima
para médico de órgão militar.
- Deficientes x concurso público: A CF não determina o
percentual a ser reservado (art. 37, VIII). Quem faz isso é a lei:
mínimo: 5% (lei 7.853/89) máximo: 20% (lei 8.112/90).
- Exame psicotécnico: Só por exigência de lei. (Nas provas cai
“decreto”).
"A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido
de que a norma constitucional que proíbe tratamento normativo
discriminatório, em razão da idade, para efeito de ingresso no serviço
público (...), não se reveste de caráter absoluto, sendo legítima, em
conseqüência, a estipulação de exigência de ordem etária, quando
esta decorrer da natureza e do conteúdo ocupacional do cargo
público a ser provido." (RMS 21.045, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 29-3-94, DJ de 30-9-94).

3.- Intimidade, vida privada e honra (art. 5º, X)→ poderão ser
cumulados.

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Intimidade→ limita-se às relações subjetivas, de trato íntimo de uma


pessoa. Intimidade é a esfera secreta da vida do indivíduo na qual
este tem o poder legal de evitar os demais . É o modo de ser da
pessoa que consiste na exclusão do conhecimento de outrem .
Abrange a inviolabilidade de domicílio, o sigilo de correspondência, o
segredo profissional.
Vida Privada → Conceito mais amplo, envolvendo todos os
relacionamentos da pessoa, tanto os subjetivos (no seio familiar, de
amigos...), quanto os objetivos (relações comerciais, de trabalho, de
estudo, etc.). A vida privada externa a intimidade.
Honra → Divide-se em honra subjetiva (o conceito que a pessoa faz
de si mesma) e honra objetiva ( é a reputação , boa fama que a
pessoa desfruta perante o grupo social).
Imagem → Relaciona-se com a reprodução gráfica da pessoa física
(fotografia, filmagem, desenho, caricatura, etc.), mas também refere-
se ao conjunto de atributos do indivíduo que são reconhecidos pelo
seu grupo social (assemelha-se à honra objetiva).
STF entende que para haver a condenação por dano moral não
precisa haver a ofensa à reputação ; basta a mera publicação não
consentida de fotografia (causa desconforto, aborrecimento ou
constrangimento).
 Dor sofrida pela perda de ente familiar também gera dano moral.
 Pessoa Jurídica também tem direito à indenização por danos
morais→ honra objetiva (não pode ser sujeito passivo de calúnia e
injúria, mas pode de difamação).
 A simples reprodução, pela imprensa, de acusação de mau uso de
verbas públicas, prática de nepotismo e tráfico de influência, objeto
de representação devidamente formulada perante o TST por
federação de sindicatos, não constitui abuso de direito. Dano moral
indevido.” (RE 208.685, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-6-
03, DJ de 22-8-03).

4.- Inviolabilidade domiciliar: (Art. 5º, XI): “ A casa é o asilo


inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o
consentimento do morador , salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou , durante o dia, por
determinação judicial.”
→ Exceções à inviolabilidade:
a) Durante o dia: Ordem judicial, flagrante delito, desastre ou para
prestar socorro.
b)Durante a noite: flagrante delito, desastre ou para prestar socorro.
Ou seja, durante a noite NÃO é permitido violar domicílio por
ordem judicial!
→ Conceito de casa (não destinado ao público) abrange os
escritórios profissionais (a parte que não é aberta ao público), quarto
de hotel habitado, área não destinada ao público em estabelecimento
comercial, etc. (Carro não é domicílio).
→ Conceito de dia e noite :

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. Para Alexandre de Moraes – das 6 às 18h.


. Para Celso de Mello – aurora/crepúsculo.
. Gilmar Mendes – nascer/ pôr do sol.
(Qualquer um desses conceitos estará correto na hora da prova).
 Jurisprudência do STF: Havendo mais de um titular ao direito à
inviolabilidade domiciliar, em caso de conflito entre eles, caberá ao
chefe (marido ou mulher) decidir. E caso haja discordância entre o
marido e a mulher ( ou entre pessoas que se encontram em
igualdade de condições),a decisão deverá ser dada a favor da
proibição.

5.- Sigilo de Correspondência e de Comunicação: (Art. 5º, XII): ”


É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal.”
- Não é absoluto→ Estado de defesa, Estado de sítio, interceptação
de carta de seqüestrador, etc. Ex: Carta de presidiário interceptada
pela administração penitenciária → possibilidade excepcional e desde
que respeitadas as normas do art. 41, parágrafo único da Lei nº
7.210/94 → a inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir
instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas. HC 70.814 –STF – DJ
24.06.94.

6.-Sigilo Bancário → Depende de : Autorização judicial,


determinação de CPI ou requisição do MP (quando há desvio de $
público) ou da Receita Federal , desde que o processo
administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais
exames sejam considerados indispensável→ Só pode haver quebra de
sigilo bancário para apuração de alguns crimes(tráfico, seqüestro,
contra a Adm. Pública...)

7.- Comunicações Telefônicas: (art. 5º, XII)


a) INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (“GRAMPO”): É a captação e a
gravação de comunicação telefônica (telefone móvel ou fixo), no
momento em que ela se realiza, por terceiro, sem conhecimento ou
consentimento de qualquer um dos interlocutores.
 A quebra só será permitida por ordem judicial escrita e prévia.
 Quem pode requerer : o Juiz, de ofício; a autoridade policial, na
investigação criminal e o MP, na investigação criminal e na instrução
processual penal.
 Só é cabível para a investigação de alguns crimes e estes crimes
devem ser apenados com reclusão.
b) ESCUTA TELEFÔNICA: Um terceiro realiza a gravação, mas com
o conhecimento de um dos interlocutores.Ex: “A” e “B” conversam e
“C” grava, a pedido de “A”, sem o conhecimento de “B”. Este “C”
pode ser um policial, um repórter, ou qualquer pessoa.

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c) GRAVAÇÃO CLANDESTINA: Um dos interlocutores grava a


conversa, sem o conhecimento do outro. Ex: “A” e “B” conversam e
“A” grava, sem o conhecimento de “B”.
 Tanto na escuta telefônica, quanto na gravação clandestina, o STF
só as admite como provas LÍCITAS em casos excepcionais e também
para se defender.
 CPI só pode ter acesso aos DADOS TELEFÔNICOS sem a
autorização judicial, ou seja, a CPI pode pedir à VIVO as contas
telefônicas de alguém que esteja sendo por ela investigado, mas não
pode interceptar as ligações sem prévia autorização judicial (pede
para o MP ou para a polícia pedir para o Juiz).
 Quebra do sigilo de comunicações telefônicas é só com ordem
judicial e para investigação criminal ou de instrução processual penal
 não pode, por ex, para investigação de paternidade, ou para provar
adultério...
Jurisprudência STF: O STF entende que o sigilo garantido no art.5º,
XII refere-se apenas à comunicação de dados e não, aos dados em si
mesmos. Portanto, a apreensão de um computador não constitui
hipótese abrangida pelo âmbito normativo daquela garantia.
Jurisprudência STF: Há julgados no STF que admitem a legitimidade
de prova encontrada fortuitamente, em escuta telefônica LÍCITA, que
tinha por objeto outro investigado ou outro fato.
Jurisprudência STF: TCU não pode determinar a quebra do sigilo
bancário de dados constantes do Banco Central do Brasil. (MS
22.801, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 17-12-07, DJE de
14-3-08).

8.- Liberdade de Pensamento: Art. 5º, IV – “É livre a manifestação


do pensamento, sendo vedado o anonimato.”
→Art. 220 § 2º, CF; “ É vedada qualquer forma de censura política,
ideológica ou artística.”

8.1.- Vedação ao anonimato:


→Não é possível a instauração de inquérito policial baseado
unicamente em conteúdo de denúncia anônima. Inq. 355- STJ, DJ 17-
05-04.
→ É possível a instauração de procedimento criminal se o Poder
Público, provocado por delação anônima, adota medidas preliminares
a fim de atestar a verossimilhança da denúncia, somente instaurando
o inquérito policial após a comprovação dos fatos. RHC 7.363- STJ, DJ
15-06-98.

9.- Liberdade de Consciência e de crença religiosa: (art. 5º, VI,


VII, VIII)
“V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

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VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência


religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;”

Brasil é LAICO ou LEIGO , ou seja, não adota uma religião oficial.


→ O contrário de laico é estado confessional.
→Pode o município restringir instalação de igreja em local residencial
por perturbação à ordem pública (gritos, barulho).
→ Art. 19,I, CF: “ É vedado à União, aos Estados, ao DF e aos
Municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público.”

Jurisprudência do STF: O Estado brasileiro não é confessional, mas


também não é ateu, como se deduz do preâmbulo da CF. Por isso,
admite, ainda que sob a forma de disciplina de matrícula facultativa,
o ensino religioso em escolas públicas de ensino fundamental (art.
210 § 1º, CF). Admite, igualmente, que o casamento religioso
produza efeitos civis, na forma do disposto em lei (art. 226 § § 1º e 2º,
CF). Também não é proibida a exibição de crucifixos ou de imagens
sagradas em lugares públicos.

10.- DIREITO DE REUNIÃO: Art. 5º, XVI, CF: “ Todos podem reunir-
se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.”
Jurisprudência STF: O STF entende que a reunião deve ter um
mínimo de coordenação, ou seja, a aglomeração deve ser resultado
de uma convocação prévia e quem participa da reunião deve integrá-
la de forma consciente. Não se considera amparado por esse
dispositivo constitucional quem está, por exemplo, segurando um
cartaz na porta do metrô, com palavras de ordem, dirigidas à
multidão que sai dos vagões. Neste caso, essa pessoa poderá até ser
obrigada a dar passagem para as pessoas e não poderá invocar o
direito à reunião. Não é, também, considerada reunião para efeitos
desta proteção, aquela ocorrida em uma fila de banco.
. Jurisprudência STF: Apesar de a reunião ser aberta ao público,
nela não se há de exigir que sejam ouvidas idéias contrárias ao
objetivo da manifestação. Assim, por exemplo, não há direito a
seguidores de Hari Krishna participarem de reunião da igreja
católica e os organizadores da reunião teriam direito de impedir que
tal grupo viesse a realizar proselitismo na procissão.
 Jurisprudência STF: O instrumento hábil a tornar efetivo o direito
de reunião é o Mandado de Segurança. Não caberá, portanto, o
Habeas Corpus, a menos que a ação das autoridades públicas importe
em ameaça de prisão.
 Durante o estado de sítio e de defesa admite-se a suspensão
do direito de reunião. (art. 136 § 1º e 139, IV, CF).

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11.- DIREITO DE ASSOCIAÇÃO:

“Art. 5º: XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,


vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em
seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou
ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas,
têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente;”

 Dissolver compulsoriamente→ decisão judicial transitada em


julgado
 Suspender as atividades → decisão judicial →NÃO precisa ser
transitada em julgado.

Jurisprudência STF:
a) Pessoas jurídicas também podem associar-se. Ex: Confederações
sindicais.
b) Não forma uma associação o conjunto de espectadores de uma
partida de futebol, que não componham uma torcida organizada, pois
o STF entende que para ser associação, deverá obrigatoriamente
haver o intuito de que a união de pessoas se dê de modo ESTÁVEL.
(Na reunião, essa característica é oposta, ou seja, será transitória).
c) A associação não precisa ser legalmente constituída.
d) Os fins lícitos da associação não se restringem aos aspectos
legais, mas também, aos bons costumes.
e)O STF decidiu que a eficácia horizontal dos direitos fundamentais
aplica-se no caso das associações e portanto, um associado não pode
ser expulso sem ter direito ao contraditório (RE 201.819).
f) A associação não precisa da autorização ESPECÍFICA do associado
para representá-lo judicial ou extrajudicialmente, pois ocorre aí o
fenômeno da “substituição processual”, O STF entendeu que para os
casos em que a autorização específica seja exigida, a autorização
dada em assembléia geral supre essa necessidade. Entende também
que a legitimidade para representar os associados restringe-se no
âmbito cível. Ex: A associação não tem legitimidade para promover a
interpelação judicial em defesa da honra de seus associados, já que o
bem juridicamente tutelado (a honra) é personalíssimo.g) "A
impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe
em favor dos associados independe da autorização destes." (Súmula
629, STF).

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g)“Lei Distrital n. 1.713, de 3 de setembro de 1997. Quadras


residenciais do Plano Piloto da Asa Norte e da Asa Sul. Administração
por prefeituras ou associações de moradores. Taxa de manutenção e
conservação. Subdivisão do Distrito Federal. Fixação de obstáculos
que dificultem o trânsito de veículos e pessoas. Bem de uso comum.
Tombamento. Competência do Poder Executivo para estabelecer as
restrições do direito de propriedade. Violação do disposto nos artigos
2º, 32 e 37, inciso XXI, da Constituição do Brasil. A Lei n. 1.713
autoriza a divisão do Distrito Federal em unidades relativamente
autônomas, em afronta ao texto da Constituição do Brasil – artigo 32
– que proíbe a subdivisão do Distrito Federal em Municípios. Afronta
a Constituição do Brasil o preceito que permite que os
serviços públicos sejam prestados por particulares,
independentemente de licitação (artigo 37, inciso XXI, da CF/88).
Ninguém é obrigado a associar-se em ‘condomínios’ não
regularmente instituídos. O artigo 4º da lei possibilita a
fixação de obstáculos a fim de dificultar a entrada e saída de
veículos nos limites externos das quadras ou conjuntos.
Violação do direito à circulação, que é a manifestação mais
característica do direito de locomoção. A Administração não
poderá impedir o trânsito de pessoas no que toca aos bens de uso
comum. O tombamento é constituído mediante ato do Poder
Executivo que estabelece o alcance da limitação ao direito de
propriedade. Incompetência do Poder Legislativo no que toca a essas
restrições, pena de violação ao disposto no artigo 2º da Constituição
do Brasil. É incabível a delegação da execução de
determinados serviços públicos às ‘Prefeituras’ das quadras,
bem como a instituição de taxas remuneratórias, na medida
em que essas ‘Prefeituras’ não detêm capacidade tributária.”
(ADI 1.706, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-4-08, DJE de 12-9-
08).
12. Direito de Propriedade (art. 5º , XV, XXII, XXIII, XXIV, XXV,
XXVI)

→Desapropriação: É a perda permanente do bem. Em regra,


sempre haverá indenização PRÉVIA, JUSTA e EM DINHEIRO. No
entanto, no caso de plantação de drogas ilícitas, o proprietário do
imóvel não receberá nenhuma indenização pela desapropriação (e
pode ir preso!). A CF permite a desapropriação nos casos de:
a) Necessidade pública→situações de emergência.
b) Utilidade pública→é conveniente, mas não imprescindível.
c)Interesse social→para melhor aproveitamento, utilização ou
produtividade em benefício da coletividade.
d) Imóvel rural para fins de reforma agrária→ imóvel rural que
não esteja cumprindo sua função social→feita pela
União→indenização prévia, feita por pagamento com títulos da dívida
agrária, resgatáveis no prazo de até 20 anos, a partir do 2º ano de
sua emissão.→ Não são expropriáveis a pequena e a média
propriedades rurais.

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

e) Desapropriação-sanção→ imóvel urbano não edificado


→pagamento mediante títulos da dívida pública municipal, com prazo
de resgate de até 10 anos.
f)Art. 243, CF: As glebas onde forem localizadas culturas ilegais de
plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas, sem
indenização, para assentamento de colonos, para cultivo de produtos
alimentícios e medicamentosos.

→Requisição: É o uso temporário da propriedade pelo Poder


Público. É autorizada em casos de: calamidade pública, perigo público
iminente ou ameaça de paralisação das atividades de interesse da
população, a cargo de entidades de previdência ou assistência social.
 Só haverá indenização se ocorrer dano.

13.- Direito de herança e estatuto sucessório (art. 5º, XXX e


XXXI):

 Os herdeiros só respondem pelas dívidas de seu sucessor nas


forças da herança.
→ A sucessão de estrangeiro domiciliado no Brasil reger-se-á pela lei
brasileira, mas se a lei do país do falecido for mais favorável ao
cônjuge sobrevivente ou aos filhos brasileiros, aplicar-se-á a lei
estrangeira.

14. Propriedade intelectual : (Art. 5º, XXIX): “A lei assegurará aos


autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
econômico do País”.
Jurisprudência STF: O STF decidiu que conferir ao ECAD
(Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) a gestão coletiva da
arrecadação e da distribuição extrajudicial dos direitos autorais não
violaria a CF.

15.- Propriedade autoral: (Art. 5º:XXVII) : ” Aos autores pertence o


direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras
que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e
às respectivas representações sindicais e associativas;”
 Após o tempo que a lei fixar, a obra passará a ser de domínio
público. A Lei nº 9.610/98, art. 45, estabeleceu um prazo de 70 anos
a contar de 1º de janeiro do ano subseqüente ao do falecimento do
autor.

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16. Princípio da Inafastabilidade de Jurisdição ( art. 5º, XXXV) :


“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça
a direito.”
→ Para se ingressar no Judiciário não é necessário o prévio
esgotamento das vias administrativas.
Exceções: Justiça desportiva e habeas data.

17.- Contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV): São direitos


garantidos tanto em processos judiciais, quanto em procedimentos
administrativos, sob pena de decretação de sua nulidade.
 Nos processos administrativos só se admite o contraditório e a
ampla defesa nos casos que envolvam a aplicação de penalidades ou
de qualquer forma de restrição de direitos individuais, pois nos
procedimentos administrativos meramente investigativos não há que
se falar em contraditório e ampla defesa, por configurarem simples
medidas preparatórias para um processo posterior.
 Admite-se o uso de prova emprestada se o processo destinatário
envolver as mesmas partes, com a oportunidade das partes
manifestarem-se sobre ela.
Ver súmula vinculante nº 3.
 A exoneração de servidor em estágio probatório depende do
contraditório. AgRg no RMS 16.546, STJ, DJ 20.02.06 e Súmula 21,
STF.
 Acusações genéricas , nos crimes de autoria coletiva, praticados
por sócios de determinada sociedade violam a ampla defesa. HC
86.362 – STF – DJ 07.12.07.

18.- Provas ilícitas (art. 5º, LVI) :


Provas ilícitas → são aquelas que violam normas de direito material.
Ex: Interceptação telefônica clandestina, a confissão de crime obtida
mediante tortura.
Provas ilegítimas → são as que importam em violação de normas
de direito processual.Ex: Juntada de documento em língua estrangeira
sem a devida tradução.
Provas ilegais → são as violadoras do ordenamento jurídico como
um todo.

Teoria dos frutos da árvore envenenada: As provas derivadas de


provas obtidas por meios ilícitos também estão maculadas pela
ilicitude e são, como aquelas, inadmissíveis.

19.- Direito de petição e direito de ação (art. 5º, XXXIV):

→Direito de petição é um simples direito político de reclamar,


perante os poderes públicos, em defesa de direitos (ex: exigir a
pavimentação de uma rua) ou contra a ilegalidade ou abuso de poder
(ex: cometimento de excessos por parte de autoridade policial).É
gratuito.

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→Direito de ação é utilizado para que o Judiciário se manifeste


sobre alegação de lesão ou ameaça a direito individual ou coletivo.
Jurisprudência:
→O STF declarou a inconstitucionalidade de lei que condicionava o
ajuizamento de ações judiciais que tivessem por objeto a discussão
de débito para com o INSS a depósito preparatório do valor da dívida,
por entender que a norma consubstancia barreira ao acesso ao Poder
Judiciário. ADI 1.074 – DJ 28.03.07.
→ O STF entende que a gratuidade para entrar na Justiça estende-se
tanto à pessoa física, quanto à pessoa jurídica, independentemente
de esta possuir, ou não, fins lucrativos, mas tem que provar a
incapacidade financeira. RE 192.715 – DJ 21.11.06.

20.- Direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito:

→Segundo o STF, não hão direito adquirido frente a:


Uma nova Constituição ( Poder Constituinte Originário)
 Mudança de Regime Jurídico Estatutário
 O arquivamento de inquérito policial com base na atipicidade do
fato faz coisa julgada material e impede a instauração de processo
que tenha por objeto o mesmo episódio.
Vantagem deferida e incorporada aos proventos da aposentadoria
do servidor público por sentença judicial transitada em julgado só
pode ser modificada por via da ação rescisória. O TCU não pode
determinar a supressão de tal vantagem.
 A sentença absolutória transitada em julgado, mesmo que
emanada de juízo absolutamente incompetente, não pode ser
descartada e dar ensejo a novo processo pelos mesmos fatos (ne bis
in idem). Embora nula, essa sentença pode tornar definitiva a
absolvição do acusado, porque tem por conseqüência a proibição da
reformatio in pejus. HC 36.091 – STJ – DJ 24.02.05.

21.- Princípio do Juiz Natural ou Princípio da Igualdade


Jurisdicional, ou Princípio do Juiz Legal:

- Art. 5º, XXXVII, CF: “ Não haverá juízo ou tribunal de exceção.”


- Art. 5º, LIII, CF: “ Ninguém será processado nem sentenciado senão
pela autoridade competente.”
→ O STF entende que o princípio do promotor natural também foi
contemplado pela CF.
→ Jurisprudência do STF: Não há afronta ao princípio do juiz
natural na especialização de varas e na conseqüente redistribuição
dos processos, ainda que já tenha havido decisões do juízo
originalmente competente, HC 85.060, Rel. Min. Eros Grau,
julgamento em 23-9-08, Informativo 521).

22.- Tribunal do Júri. (art. 5º , XXXVIII)

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Competência: Crimes DOLOSOS contra a vida.


“ É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a
lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida”.
 A soberania do veredicto do Júri não é absoluta, pois não exclui a
recorribilidade de suas decisões, a exemplo da revisão criminal.
 A competência do Tribunal do Júri para os crimes dolosos contra a
vida não é absoluta diante do foro privilegiado previsto
constitucionalmente para determinadas autoridades. Assim, deputado
federal que comete crime doloso contra a vida não será julgado pelo
Júri e sim, pelo STF.
 Os crimes conexos com os dolosos contra a vida também serão
julgados no Tribunal do Júri.

23.- Crimes inafiançáveis e crimes imprescritíveis (art. 5º,


XLII ,XLIII e XLIV):

→ imprescritíveis e inafiançáveis → racismo e ação de grupos


armados, civis e militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático.

→ inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia → 3 “T” +


Hediondos:

Tortura
3 T: Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins +
Hediondos
Terrorismo

24.- Tipos de penas permitidas no Brasil (art. 5º, XLVI)

a) privação ou restrição da liberdade;


b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

25.- Penas proibidas: (art. XLVII)


Não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

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26.- Prisão civil : (art. 5º, LXVII): “Não haverá prisão civil por
dívida, salvo:

a) Segundo a literalidade da CF:


• A do responsável pelo inadimplemento involuntário e
inescusável de obrigação alimentícia (é a famosa P.A.);
• A do depositário infiel.
b) Segundo recentíssimo entendimento do STF:
• Apenas a do responsável pelo inadimplemento involuntário e
inescusável de obrigação alimentícia (é a famosa P.A.);

27. - Regras sobre extradição : (art. 5º, LI e LII)

* brasileiro nato: Nunca será extraditado


* Brasileiro naturalizado: Será extraditado:

a) em caso de crime comum, praticado antes da naturalização.


b) comprovado envolvimento com tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, praticado antes ou depois da
naturalização.
→ Não haverá extradição por crime político ou de opinião.

 Estrangeiros poderão ser extraditados, exceto em caso de crime


político ou de opinião e desde que haja acordo bilateral ou promessa
de acordo com o País que requer a extradição. Aquele que for
extraditado não poderá sofrer penas que o Brasil não adota. O crime
tem que ser crime no Brasil; não pode ter prescrito; tem que haver
detração (descontar o tempo de pena já cumprida pelo mesmo fato) e
tem que haver um acordo bilateral entre os dois países, ou se não
existir tal acordo, pelo menos uma promessa recíproca.
 Não confundir, pois o Brasil pode REQUERER a extradição de
brasileiro nato a outro País. Ex: Cacciola é brasileiro nato, cometeu
crime no Brasil e foi preso em Mônaco. O Brasil solicitou a Mônaco
que o enviasse para vir cumprir pena aqui no Brasil. Essa é a
chamada “extradição passiva”.
“Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando
casado com brasileira ou ter filho brasileiro.” (SÚM. 421, STF).

28.- Publicidade dos atos processuais:

- Art. 5º , LX , CF: “A lei só poderá restringir a publicidade dos atos


processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem.”
- Art. 93, IX, CF: “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de
nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no


sigilo não prejudique o interesse público à informação.”
- Como regra geral, os atos processuais serão públicos, pois
pretendem garantir transparência e fiscalização popular na atuação
dos órgãos exercentes das funções estatais, além de
complementarem os princípios do devido processo legal e da ampla
defesa.
- Há casos, no entanto, em que os atos processuais correrão sob
“segredo de justiça”, a exemplo dos processos de filiação, separação,
guarda de menores, etc.
- Além disso, a lei poderá limitar a presença, em determinados atos,
às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes. No
entanto, a lei somente restringirá a publicidade dos atos processuais
quando não prejudicar o interesse público à informação.

- Jurisprudência: - O STF declarou inconstitucional norma do


regimento interno do TJDFT que previa sessão secreta para o
julgamento das autoridades com foro por prerrogativa de função. ADI
2970- DJ 12.05.06.

29.- Princípio da legalidade e da anterioridade penal:

Art. 5º, XXXIX , CF: “ Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal.”

30.- Irretroatividade da lei penal:

Art. 5º, XL, CF: “ A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu.”

31.- Personalização das penas ou princípio da pessoalidade

Art. 5º, XLV , CF: “Nenhuma pena passará da pessoa do condenado,


podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento
de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.”

32.- Individualização e tipos de penas:

- Art. 5º, XLVI, CF: “A lei regulará a individualização da pena e


adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;


b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

33.- Tipos de penas , formas de cumprimento e direitos dos


presos:
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Art. 5º XLVIII, CF: “A pena será cumprida em estabelecimentos


distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do
apenado.”
Art. 5º XLIX, CF “É assegurado aos presos o respeito à integridade
física e moral
Art. 5º ,L, CF: “Às presidiárias serão asseguradas condições para que
possam permanecer com seus filhos durante o período de
amamentação.”

34.- Princípio da presunção de inocência ou da não-


culpabilidade:
Art. 5º, LVII , CF: “ Ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória.”
- Objetivo: não lançar o nome dos réus no rol dos culpados, antes do
trânsito em julgado de sentença criminal condenatória. Isso não
impede, no entanto, as prisões processuais, antes da decisão final
(prisão em flagrante, preventiva, temporária, etc).

35.- Direitos do preso:


LVIII – “O civilmente identificado não será submetido a identificação
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.”
LIX – “Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal.”
LXII – “A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso
ou à pessoa por ele indicada.”
LXIII – “O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e
de advogado.”
LXIV – “O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial.”
LXV – “A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária.”
LXVII – “Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia e a do depositário infiel.”
Jurisprudência: "Prisão civil. Depositário judicial infiel.
Inadmissibilidade reconhecida pela maioria em julgamentos
pendentes do RE n. 466.343 e outros, no Plenário. Razoabilidade
jurídica da pretensão. Liberdade deferida de ofício, em habeas corpus
contra acórdão de Turma, até a conclusão daqueles. Caso
excepcional. Defere-se, de ofício, liminar em habeas corpus contra
acórdão que, de Turma do Supremo, não reconheceu constrangimento
ilegal em decreto de prisão da paciente, a título de infidelidade como
depositária judicial." (HC 94.307-QO, Rel. Min. Cezar Peluso,
julgamento em 14-4-08, DJE de 23-5-08).

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LXXVIII - “A todos, no âmbito judicial e administrativo, são


assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.”

36 – Remédios constitucionais:
- Há dois tipos:

a) Remédios constitucionais administrativos (são gratuitos):

1- Direito de petição→ Art. 5º, XXXIV – “São a todos assegurados ,


independentemente do pagamento de taxas:
a) O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa dos direitos ou
contra ilegalidades ou abuso de poder.” →serve como defesa de
direitos e contra ilegalidade ou abuso de poder.

- Direito de petição é aquele pelo qual qualquer um pode levar ao


conhecimento dos Poderes Públicos fato ilegal ou abusivo, violador de
interesse coletivo ou individual, solicitando que sejam adotadas as
providências cabíveis. Apresentada a petição, a autoridade
competente está obrigada a receber, examinar e proferir uma
resposta ao cidadão em tempo razoável, sob pena de
responsabilização civil, administrativa e criminal, além do cabimento
de mandado de segurança a fim de exigir a manifestação do poder
estatal.

2 – Direito de certidão → Art. 5º, XXXIV , CF: “ São a todos


assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
seus direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.” →
serve como defesa de direitos e esclarecimentos de situações
pessoais

2- Obtenção de certidão→ serve como defesa de direitos e


esclarecimentos de situações pessoais.
Como direito subjetivo, a obtenção de certidões dos Poderes Públicos,
subordina-se ao atendimento de pressupostos constitucionalmente
elencados: a) ser o requerente o interessado; b) destinar-se ao
atendimento das circunstâncias de defesa de direitos e
esclarecimento de situações pessoais, com indicação das razões do
requerimento, e; c) não ter o documento natureza sigilosa. Somente a
ausência de um desses pressupostos, enseja o indeferimento do
pedido.
→Tem legitimidade para obter certidões toda pessoa titular do direito
individual ou coletivo atacado, desde que demonstrada tal
circunstância.
 A jurisprudência entende que a violação do direito à obtenção de
certidão é sanável pela via do mandado de segurança e não, por meio
de habeas data.

b) Remédios constitucionais de natureza judicial:


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Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Segurança, Mandado de


Segurança Coletivo, Mandado de Injunção, Ação Popular.

1. – HABEAS CORPUS – HC:

Conceito: sempre que alguém sofrer (HC Repressivo) ou se achar


ameaçado de sofrer (HC Preventivo) violência ou coação em sua
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO, por ilegalidade ou abuso de poder.
 É o único que tem natureza criminal.
 É o único que não precisa de advogado.
 O juiz pode deferir de ofício.
→ STF tem aceito HC para impugnar decisões de quebras de sigilo
telefônico, desde que haja a possibilidade desta quebra resultar em
constrangimento à liberdade do indivíduo (poderá ser preso em
função desta quebra do sigilo).
→ Súmula 691, STF: não compete ao STF conhecer de HC impetrado
contra decisão de relator que, em HC requerido a tribunal superior,
indefere a liminar. Apesar desta súmula, o STF tem aceitado alguns
HC’s em casos específicos, em que a negativa da liminar pelas
instâncias inferiores configura afronta ao direito fundamental de
liberdade.
Cabe liminar em HC. (HC 41.296- STF)
→ pode ser impetrado pela própria pessoa, por menor , por pessoa
jurídica, pelo MP, por 3º, ou por estrangeiro, por apátrida....
 É gratuito.
 Pode ser impetrado contra autoridade pública e também contra
particulares;
→ STF não admite HC contra pena de multa, se ela não puder ser
convertida em pena de prisão.
→ STF não admite , em HC, o revolvimento do conjunto fático-
probatório do feito.
→ Não cabe HC contra a imposição da pena de exclusão de militar ou
de perda de patente ou de função pública.
→ É possível o uso do HC contra sanções disciplinares militares, a
despeito do art. 142 § 2º, CF, mas apenas para discutir pressupostos
de legalidade da punição(hierarquia, poder disciplinar, ato ligado a
função e a pena a ser aplicada disciplinarmente) e não quanto ao
mérito.
→ Não compete ao STF conhecer de HC impetrado contra decisão do
relator que, em HC requerido a tribunal superior, indefere a liminar.
 Cabe HC contra decisão de quebra de sigilo telefônico,
bancário? Sim, pois indiretamente vai atingir a via de locomoção,
através da prisão → mas caberá também MS, pois o sigilo é um
direito líquido e certo.

2.- HABEAS DATA- HD:

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Conceito: → para assegurar o conhecimento de informações


relativas à pessoa do impetrante, constante de registro ou banco de
dados de entidades governamentais ou de caráter público
TEM CARÁTER PERSONALÍSSIMO – só pode ser utilizado para
obter informações relativas à própria pessoa. Havendo recusa no
fornecimento de certidões, ou informações de terceiros, o remédio é o
MANDADO DE SEGURANÇA.)
→ Serve também para retificação de dados, quando NÃO se prefira
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
Tem que ter esgotamento das vias administrativas.
É gratuito.
 Precisa de advogado.
→ O STJ entende que a obtenção de informações em HD não é
absoluta, devendo ser resguardadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível para a segurança do Estado e da sociedade.

3.- MANDADO DE SEGURANÇA – MS (Leis: 1.533/51; 4.348/64;


5.021/66):

Conceito: → para proteger direito líquido e certo (a prova já deve


ser pré constituída) não amparado por HC ou HD, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público.
→Prazo = 120 dias (decadencial)
O MS é sempre ação de natureza cível, mesmo que seja utilizado
em um processo penal.
→ Líquido e Certo: o direito não desperta dúvidas, está isento de
obscuridades.
→ Qualquer pessoa física ou jurídica pode impetrar, mas somente
através de advogado.
→ Não cabe MS contra lei ou ato normativo em tese (Súmula 266,
STF), mas admite-se MS contra lei ou decreto de efeitos concretos,
assim entendidos os que trazem em si mesmos o resultado específico
pretendido, tais como as leis que aprovam planos de urbanização, as
que fixam limites territoriais, as que criam municípios , as que
concedem isenções fiscais, as que proíbem atividades ou condutas
individuais, os decretos que desapropriam bens, os que fixam tarifas,
os que fazem nomeações, etc.
 Não cabe MS contra:
- Despacho ou decisão judicial, quando haja recurso previsto nas leis
processuais ou possa ser modificado na via da correição;
- Ato disciplinar , salvo quando praticado por autoridade
incompetente ou com inobservância de formalidade essencial.
Ato do poder público de que caiba recurso administrativo pode ser
objeto de MS, mas a sua impetração acarreta a desistência do recurso
administrativo . ( Apesar de o art. 5º da Lei nº 1.533/51 dizer que não
cabe MS contra ato de que caiba recurso administrativo com efeito

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suspensivo, a doutrina e a jurisprudência entendem da forma acima


descrita.)
 MS não substitui a ação popular.

4.-MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO :

Conceito: → instrumento que visa a proteger direito líquido e


certo de uma coletividade, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
→Pode defender interesse que não seja específico da categoria, mas
tem que ter a ver com os assuntos por ela tratados.
→ Não precisa da autorização dos membros, pois é hipótese de
substituição processual.
→ Legitimidade para impetrar MS Coletivo: Organização
Sindical, entidade de classe ou associa legalmente constituída há pelo
menos 1 ano, assim como partidos políticos com representação no
Congresso Nacional.
→ OBJETIVO: defesa do interesse dos seus membros ou associados.

5.- MANDADO DE INJUNÇÃO – MI:


Conceito: sempre que a falta de norma regulamentadora que torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Tem que ser norma de eficácia limitada.
→ STF tem admitido Mandado de Injunção coletivo com os mesmos
legitimados do MS coletivo.
A tendência agora do STF é adotar a teoria concretista, ou seja, o
próprio Judiciário vai adotar medidas para que sejam efetivados os
direitos constitucionais, mas não vai legislar.
a) Geral → erga omnes
b) Individual → Inter partes.
No processo da greve dos servidores públicos, o STF adotou a
concretista geral.
→ qualquer pessoa (física ou jurídica) pode impetrar, sempre
através de advogado.

6. AÇÃO POPULAR:
Conceito: visa a anulação ou à declaração de nulidade de atos
lesivos ao: Patrimônio Público, à moralidade Administrativa, ao Meio
Ambiente, ao Patrimônio Histórico e Cultural.STF já decidiu que não é
preciso haver o dano efetivo; basta a ilegalidade.
Uma vez proposta, se o cidadão abandonar a causa, o MP a
assume.
 A propositura cabe a qualquer cidadão (brasileiro) no exercício de
seus direitos políticos.
→ Tem que ter advogado.
→ Não haverá custas , nem ônus de sucumbência, a não ser em casos
de má-fé.

25
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

II - NACIONALIDADE:
1.- Brasileiros Natos:
1.1. – Ius Solis  Os nascidos na República Federativa do Brasil,
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
serviço de seu país.
Será afastado o ius solis se:

 Ambos os pais forem estrangeiros E


Pelo menos um deles estiver a serviço de seu país de origem.
Se ambos forem estrangeiros e estiverem a passeio e o filho nascer
aqui, será brasileiro nato.
 Se o pai, ou a mãe, ou ambos estiverem a serviço da ONU, por
exemplo, e o filho nascer no Brasil, será brasileiro nato.

1.2.- Ius Sanguinis  Serão brasileiros natos :

a) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira,


desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa
do Brasil.(Neste caso, não haverá a necessidade de se cumprir
nenhum requisito).
b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente
OU que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem,
em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira.

STF decidiu que, se a criança vier a residir no Brasil antes da


maioridade, será considerada brasileira nata, mas essa nacionalidade
estará sujeita à posterior manifestação de vontade(condição
suspensiva). Ou seja, a partir da data em que atingir a maioridade,
enquanto não manifestar sua vontade, não será considerado
brasileiro nato.

1.3.- Brasileiros naturalizados: Será considerado brasileiro


naturalizado o estrangeiro que:

→ Residência no Brasil por 1 ano


ininterrupto
Originários de países de língua +
portuguesa (art. 12, II, a)
→ Idoneidade moral

Estrangeiros de qualquer → Residência no Brasil há +


15 anos ininterruptos +
nacionalidade → Não ter condenação
criminal +

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

→ Requerimento

1.4. Radicação precoce e conclusão de curso superior:


- Apesar de a CF/88 não trazer expressamente essas hipóteses, elas
têm seu fundamento de validade no art. 12, II , “a”, primeira parte,
qual seja, os que, na forma da lei, (Lei nº 6.815/80), se naturalizarem
brasileiros.Essa lei, em seus artigos 115 § 2º, I e II e 116,
expressamente descreve as hipóteses de naturalização por radicação
precoce e conclusão de curso superior.
- Radicação precoce: “os nascidos no estrangeiro, que hajam sido
admitidos no Brasil durante os primeiros 5 anos de vida, radicados
definitivamente no território nacional. Para preservar a nacionalidade
brasileira, deverão manifestar-ser por ela, inequivocamente, até 2
anos após atingir a maioridade.”
- Conclusão de curso superior: “ os nascidos no estrangeiro que, vindo
residir no País antes de atingida a maioridade, façam curso superior
em estabelecimento nacional e requeiram a nacionalidade até um
anos após a formatura.
1.5.- Estatuto de igualdade entre brasileiros e portugueses:
- Contempla 2 procedimentos básicos:
a) igualdade de direitos e de obrigações civis e
b)igualdade de direitos políticos.
 Igualdade de direitos e obrigações civis  requerimento ao
Ministro da Justiça, com prova da nacionalidade, capacidade civil e
admissão no Brasil em caráter permanente.
 Igualdade de direitos políticos  fazer prova do seu gozo em
Portugal e da residência no Brasil há pelo menos 3 anos.
Reconhecida a igualdade plena, poderá o beneficiário votar e ser
votado, bem como ser admitido no serviço público? Sim, exceto para
as funções de brasileiro nato.
 Vai passar a ter obrigatoriedade de voto? E se exercer o direito de
voto no Brasil, não poderá fazê-lo em Portugal ? - Sim.
 O português beneficiário do estatuto de igualdade pode prestar
serviço militar no Brasil? Não E naturalizado? Pode.
 O português beneficiário do estatuto de igualdade pode ser
submetido à expulsão e à extradição ? Sim, esta última quando
requerida pelo Governo Português.
1.6.- Distinção entre brasileiro nato e naturalizado:
 Verdadeiro ou falso: a lei pode criar outras restrições ao brasileiro
naturalizado? Não, só a CF!
1.6.1.- Cargos privativos de brasileiro nato: (art. 12 § 3º, e
art. 89, VII, CF):
Presidente da República
Vice-Presidente da República
Presidente da Câmara dos Deputados
Presidente do Senado Federal
Ministro do STF
Membro da carreira diplomática
Oficial das Forças Armadas

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

Ministro de Estado de Defesa


Membros do Conselho da República – só os cidadãos escolhidos pelo
Presidente da República, Senado e pela Câmara (art. 89, VII, CF)
 Em provas, cai o Ministro das Relações Internacionais, só para
confundir!
1.7.- Perda da nacionalidade brasileira:
 Brasileiro nato pode perder a nacionalidade brasileira? Sim!
Quando adquirir outra nacionalidade, por conduta ativa , voluntária e
específica. Ex: Mulher brasileira casou-se com um alemão e lhe foi
oferecida a possibilidade de naturalizar-se alemã. Se ela quiser
aceitar, perderá a nacionalidade brasileira.
1.7.1.- Exceções: (Não perderá a nacionalidade brasileira):

a) Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira


(art. 12 § 4º, II, a  É o caso de dupla nacionalidade. Na Itália, é
adotado o critério Ius Sanguinis , então, se uma pessoa for neta
(filha, bisneta...)de italiano, pode pleitear a nacionalidade originária
italiana e passará a ter dupla nacionalidade.

b) Imposição da lei estrangeira como condição para permanência em


seu território ou para o exercício de direitos civis: (art. 12 § 4º, II, b).
 É o caso de um jogador de futebol brasileiro ir para a Europa jogar
por um time espanhol, por exemplo, e lá chegando, descobre que
para ser jogador de futebol, obrigatoriamente ele terá que se
naturalizar espanhol. (Nacionalidade derivada).

1.7.2.- Algumas limitações aos estrangeiros:


 O estrangeiro, residente ou não, goza de direitos básicos da
pessoa humana: vida, integridade física, direito de petição, direito de
proteção judicial, etc.
 Direitos civis → ao estrangeiro são assegurados, exceto o direito
ao trabalho remunerado, que se reconhece apenas ao estrangeiro
residente.
Estrangeiro não poderá ser proprietário de empresa de radiodifusão
sonora de sons e imagens, que constitui privilégio de brasileiro nato
ou naturalizado há mais de 10 anos (art. 222, CF) ou de pessoa
jurídica constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede no País.
 O direito de pesquisa e lavra de recursos minerais e
aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica somente pode
ser concedido a brasileiros ou à empresa constituída sob as leis
brasileiras e que tenha sua sede e administração no País (art. 176 §
1º, CF).
 É permitido ao estrangeiro o direito de adoção, nos termos de lei
específica (art. 225 § 5º, CF).
 Os estrangeiros não dispõem de direitos políticos, não podendo
votar ou ser eleitos para cargos políticos. Não podem exercer outros
direitos de cidadania, como a propositura de ação popular e a
subscrição de projetos de lei de iniciativa popular.

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

 A partir da EC nº 19/98, passou-se a admitir estrangeiros no


serviço público, nos termos previstos em lei, especialmente nas
instituições universitárias de ensino e pesquisa (art. 37, I e art. 207 §
1º, ambos da CF).

1.8.- Exclusão do estrangeiro por iniciativa local:


- O estrangeiro poderá ser excluído do território nacional em razão
de:
Deportação
Expulsão
Extradição
DEPORTAÇÃO EXPULSÃO EXTRADIÇÃO
Ocorre quando o a) Estrangeiro que - É a entrega por um
estrangeiro entrou no tenha sofrido Estado a outro, a
país de forma condenação criminal requerimento deste
irregular (entrada no Brasil ou último, de pessoa que
clandestina) ou sua b) Cujo procedimento nele deva responder
permanência se se torne nocivo à a processo penal ou
tornou irregular pelo conveniência e aos cumprir pena.
excesso de prazo ou interesses nacionais
de exercício de (Ex: piloto que tirou - Não se admite a
trabalho remunerado foto na PF “dando o extradição de
por turista dedo”) brasileiro nato, nem a
de naturalizado,
exceto:
a) no caso de crime
comum praticado
antes da
naturalização OU
b) comprovado
envolvimento em
tráfico ilícito de
drogas (antes ou
depois da
naturalização)
Art. 5º, LI
Caráter -Pressupõe devido - Depende de tratado
administrativo processo internacional bilateral
legal(inquérito), no ou que haja promessa
âmbito do Ministério de reciprocidade.
da Justiça, com - Não haverá
direito à defesa. extradição por crime
- Se efetiva com a político ou de opinião.
edição de decreto - O STF não admite a
presidencial. extradição se houver
a possibilidade de
aplicação de penas
de morte e de prisão
perpétua, nem para

29
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

ser submetido a
Tribunal de Exceção.
- Há a
“contenciosidade
limitada → não
contempla a
discussão sobre o
mérito, mas apenas a
pressupostos formais.
- O exame de
legalidade da
extradição compete
ao STF.
Satisfeitas as Súm. 1 STF: É vedada Súm. 421 STF: Não
condições, o a expulsão de impede a extradição
estrangeiro pode estrangeiro casado a circunstância de ser
voltar a entrar no com brasileira, ou o extraditado casado
País. que tenha filho com brasileira ou ter
brasileiro, filho brasileiro.
dependente de
economia paterna.
1.9.- Asilo político:
- É a admissão da entrada de estrangeiro perseguido em seu país de
origem por razões políticas, delitos de opinião ou crimes relacionados
à segurança de Estado ou outros atos que não configurem quebra do
direito penal comum.
- O art. 4º, X, CF prevê a concessão de asilo político. É um asilo
territorial.
- Não há uma obrigação internacional de concedê-lo,mas admite-se o
caráter subjetivo, sujeitando-se sua negativa a controle pelo
Judiciário.
- Asilo diplomático é aquele em que a pessoa busca abrigo em uma
representação diplomática estrangeira situada no País. É uma forma
provisória de asilo político praticado na América Latina. A maioria dos
países não o aceita.

1.10.- Refugiado político:


- Refugiado é pessoa que, receando com razão ser perseguida em
virtude de sua raça, religião, nacionalidade, filiação em certo grupo
social ou das suas opiniões políticas, se encontre fora do país de que
tem nacionalidade e não possa ou em virtude daquele receio, não
queira pedir a proteção daquele país. A decisão do Ministro da Justiça
que resolve recurso da decisão negativa do refúgio será irrecorrível.
- O reconhecimento da condição de refugiado obstará o seguimento
de qualquer pedido de extradição baseado nos fatos que
fundamentaram a concessão de refúgio.

1.11.- Conceitos diversos:


Povo: conjunto de pessoas que fazem parte do Estado .

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

População: conjunto de residentes no território, sejam eles


nacionais ou estrangeiros, bem como apátridas .
Apátridas ou heimatlos: é o indivíduo que não é titular de nenhuma
nacionalidade, ou seja, é uma pessoa que não é considerada nacional
por nenhum Estado.
Nação: conjunto de pessoas nascidas em um território(ex:
brasileiros natos ou naturalizados), ladeadas pela mesma língua,
cultura, costumes, tradições, adquirindo uma mesma identidade
sócio-cultural.
Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a
determinado Estado, fazendo com que esse indivíduo passe a integrar
o povo daquele Estado e, por conseqüência, desfrute de direitos e
submeta-se a obrigações.
Cidadania: tem por pressuposto a nacionalidade ( que é mais ampla
que a cidadania), caracterizando-se como a titularidade de direitos
políticos de votar e ser votado. O cidadão, portanto, nada mais é que
o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) que goza de direitos
políticos.

III - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1.- Conceito:
- Não existe um conceito único de Administração Pública. Fala-se em
Adm. Pública em sentido material, quando se adota como
referência tão-somente a natureza da atividade e o regime jurídico
sob o qual é exercida, não importa quem a exerça.
1.1.- A doutrina enumera 4 atividades como próprias da Adm.
Pública em sentido material:
a) Serviço Público Toda a atividade que a Adm. Pública executa,
direta ou indiretamente, com o fim imediato de satisfazer alguma
necessidade pública, sob regime predominantemente público.
b) Polícia Administrativa  Restrições ou condicionamentos
impostos ao exercício de atividades privadas em benefício do
interesse público. Ex: As atividades de fiscalização.
c) Fomento Incentivo à iniciativa privada de utilidade pública .
Ex: Concessão de benefícios ou incentivos fiscais.
d) Intervenção Abrangendo toda a atuação do Estado no setor
privado . Ex: Intervenção na propriedade privada, como a
desapropriação ; a intervenção no domínio econômico, como o
tabelamento de preços,etc.

1.1.1.- Administração Direta → é o conjunto de órgãos ligados à


estrutura do Poder Executivo de cada uma das esferas
governamentais autônomas que formam a administração
centralizada.
1.1.1.1.- No âmbito federal a administração direta compõe-se
basicamente da Presidência da República e dos Ministérios.

31
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

a) Presidência da República inclui: Conselho de Governo,


Advocacia-Geral da União (AGU), o Alto Comando das Forças
Armadas, o Estado-Maior das Forças Armadas, além de outros órgãos,
tais como a Casa Civil, a Casa Militar, a Secretaria-Geral, a Secretaria
de Comunicação Social, a Secretaria de Assuntos Estratégicos,
acrescendo-se a essa lista os órgãos de consulta do Presidente da
República, ou seja, o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional .

b) Ministérios inclui: além dos órgãos específicos, existem os


órgãos comuns, a saber: Secretaria Executiva, exceto no Ministério
das Relações Exteriores; Gabinete do Ministro; Consultoria Jurídica,
salvo o Ministério da Fazenda, onde existe a Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional para desempenhar tais atividades; Subsecretaria
de Planejamento e Orçamento; Subsecretaria de Assuntos
Administrativos.

1.1.1.2.- No âmbito estadual, a Administração Direta é formada da


Governadoria e das Secretarias de Estado. Incumbe às Constituições
Estaduais preverem a estrutura fundamental da Administração dos
Estados-membros, deixando às leis a tarefa de minudenciar os
assuntos específicos.

1.1.1.3.- Na esfera do Distrito Federal, a Administração Direta


fica a cargo da chefia do Executivo, exercida pelo Governador, a
quem incumbe exercer a direção geral da Administração, auxiliado
por secretários. Cada secretaria possui sua estrutura escalonada
hierarquicamente.

1.1.1.4.- Na esfera municipal, a Administração Direta encontra na


figura do Prefeito e dos seus secretários municipais a sua
composição, a qual se desdobra em vários órgãos, a exemplo dos
departamentos, divisões, setores, etc.

1.1.2.- Administração Indireta→ É a que compreende os órgãos


integrados nas entidades personalizadas de prestação de serviços ou
exploração de atividades econômicas, vinculadas ao Poder Executivo
federal (União), estadual (Estados-membros), municipal(Municípios) e
distrital (Distrito Federal), que formam a administração
descentralizada.
⇒ Interpretando a CF/88, conclui-se que são entidades da
Administração Indireta as autarquias, as empresas públicas e as
sociedades de economia mista. Há controvérsia sobre se as
fundações públicas participariam desse elenco.

2- Princípios Constitucionais Expressos (art. 37, CF) : L I M


P E

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

Princípios Gerais Características

 na atividade particular tudo o que não está proibido é


permitido; na Administração Pública tudo o que não
Legalidade está permitido é proibido. O administrador está
rigidamente preso à lei e sua atuação deve ser
confrontada com a lei.

 o administrador deve orientar-se por critérios


objetivos, não fazer distinções com base em critérios
pessoais. Toda atividade da Adm. Pública deve ser
praticada tendo em vista a finalidade pública. Esse princípio
Impessoalidade
tem como objetivo impedir que o administrador pratique
ação ou omissão para beneficiar a si próprio ou a terceiros.
Esse princípio imputa-se também aos administrados, que
devem ser tratados sem discriminações, nem favoritismos.

 o dever do administrador não é apenas cumprir a lei


formalmente, mas cumprir substancialmente,
procurando sempre o melhor resultado para a
administração. Esse princípio é de observância obrigatória,
estando sujeito à controle judicial. Diz respeito à conduta
honesta, proba, honrada do “bom administrador”. Evidencia
Moralidade também um comportamento zeloso, sério, dedicado, isento
dos vícios e das mazelas humanas, as quais comprometem
o espírito público. É algo que equivale à boa-fé e à lealdade.
Diz respeito também a equacionar as despesas e as
receitas, tratando com lisura e decência as finanças
públicas, sem desvirtuar os dinheiros do Estado, zelando
pelo erário, através de atos probos.

 Requisito da eficácia e moralidade, pois é através da


divulgação oficial dos atos da Administração Pública que
ficam assegurados o seu cumprimento, observância e
Publicidade controle. Tem por objetivo manter a transparência na
prática dos atos da Administração Pública, que não poderá
ocultar do administrado o conhecimento dos assuntos que
lhe interessam direta ou indiretamente.

Eficiência  é a obtenção do melhor resultado com o uso


racional dos meios. Atualmente, na Adm. Pública, a
tendência é prevalência do controle de resultados sobre o
controle de meios. Traduz idéia de presteza, rendimento
funcional, responsabilidade no cumprimento de deveres
impostos a todo e qualquer agente público. Seu objetivo é a
obtenção de resultados positivos no exercício dos serviços
públicos, satisfazendo as necessidades básicas dos
administrados. É a tentativa para combater a malversação
dos recursos públicos, a falta de planejamento, os erros

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

repetidos através de práticas gravosas, técnicas


burocráticas e tecnocráticas. Eficiência e eficácia são
faces de uma mesma moeda. Eficiência tenta resolver
problemas através do cumprimento de deveres ,
voltados a reduzir custos e a eficácia tem em vista a
produção de alternativas racionais e criativas, para
obter lucros e resultados positivos.

2.1.- Há, contudo, outros princípios, expressos ou decorrentes da CF,


embora não no capítulo da Administração Pública, que se lhe aplicam.
Alguns deles:

1) Princípio da supremacia do interesse público sobre o


privado (fundamenta-se na própria idéia de Estado);
2) Princípio da finalidade (radica-se nos mesmos fundamentos
do princípio da legalidade, além do art. 2°, caput, da Lei
9.784/99);
3) Princípio da razoabilidade e proporcionalidade (arts. 1°,
caput, e 5°, LIV, da CF/88, além do art. 2°, caput, da Lei
9.784/99);
4) Princípio da motivação (arts. 5°, XXXV, e 93, IX, da CF/88,
além do art. 2°, caput, da Lei 9.784/99);
5) Princípio da ampla defesa e do contraditório (art. 5°, LV,
da CF/88, além do art. 2°, caput, da Lei 9.784/99);
6) Princípio do controle judicial dos atos administrativos
(art. 5°, XXXV, da CF/88);
7) Princípio da responsabilidade do Estado por atos
administrativos (art. 37, § 6°, da CF/88);
8) Princípio da licitação pública (art. 37, XXI, da CF/88);
9) Princípio da segurança jurídica (arts. 1°, caput, e 5°, caput,
da CF/88, além do art. 2°, caput, da Lei 9.784/99).

3. Cargo, empregos e funções:


- Art. 37, I: “ Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,
assim como aos estrangeiros, na forma da lei.”

3.1. – Cargos Públicos: são as mais simples e indivisíveis unidades


de competência a serem expressadas por um agente, previstas em
número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas
jurídicas de direito público e criadas por lei. (Celso Antônio Bandeira
de Mello). Seus titulares são os servidores públicos efetivos e
comissionados.

3.2.- Funções Públicas: são as funções de confiança e as exercidas


pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse
34
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

público(art. 37, IX, CF). Em nenhum caso há concurso público. (Maria


Sylvia Di Pietro).3.3.-

→Empregos Públicos : São núcleos de encargos de trabalho


permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para
desempenhá-los, sob relação trabalhista (Celso Antônio Bandeira de
Mello). O regime jurídico é o trabalhista (CLT).

3.4.- Servidores Públicos - estão submetidos a regime jurídico


estatutário, estabelecido por lei em cada uma das unidades da
federação, ocupantes de cargos públicos.

3.5.- Empregados Públicos - são contratados sob regime da


legislação trabalhista e ocupam empregos públicos. Esses servidores,
embora sujeitos à CLT, também submetem-se às normas
constitucionais referentes a requisitos para investidura, acumulação
de cargos, vencimentos, entre outras previstas no Capítulo VII, do
Título III, da CF.

3.3.- Conclusão:
- Brasileiros, natos ou naturalizados → basta o atendimento dos
requisitos da lei para terem possibilidade de acesso aos cargos,
empregos e funções públicas.
- Cargo efetivo ou emprego permanente → prévia aprovação em
concurso público.
- Cargo em comissão ou função de confiança→ livre nomeação,
pela autoridade competente.
- Estrangeiros → “na forma da lei”

3.4.- Regime Jurídico Único e art. 39, caput, CF:


- O STF deferiu medida cautelar na ADI 2.135/DF, em 02/08/2007,
para suspender a eficácia da modificação ao caput do art. 39, trazida
pela EC nº 19/1998. Isso quer dizer que voltou a vigorar a redação
original do caput do art. 39, CF, que diz: “ A União, os Estados, o DF e
os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime
jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações
públicas.”

4.Concurso Público:
4.1.- Investidura em cargo ou emprego público → depende de
prévia aprovação em concurso público.
- Exceções: nomeações para cargo em comissão declarado de livre
nomeação e exoneração ou AD NUTUM.

4.2.- Prazo de validade do concurso →será de até 2 anos


CONTADOS DA HOMOLOGAÇÃO DO CONCURSO, prorrogável uma
vez por igual período→ durante o prazo improrrogável no edital ,
aquele aprovado em concurso público será convocado com prioridade
sobre novos concursados. (art. 37, IV, CF).→ Não há direito subjetivo
35
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

de ser nomeado, a não ser quando o cargo for preenchido sem


observância da classificação (súmula 15, STF).Mas veja a nova
jurisprudência: - Por vislumbrar direito subjetivo à nomeação dentro
do número de vagas, a Turma, em votação majoritária, desproveu
recurso extraordinário em que se discutia a existência ou não de
direito adquirido à nomeação de candidatos habilitados em concurso
público — v. Informativo 510. Entendeu-se que, se o Estado
anuncia em edital de concurso público a existência de vagas,
ele se obriga ao seu provimento, se houver candidato
aprovado. Em voto de desempate, o Min. Carlos Britto observou que,
no caso, o Presidente do TRF da 2ª Região deixara escoar o prazo de
validade do certame, embora patente a necessidade de nomeação de
aprovados, haja vista que, passados 15 dias de tal prazo, fora aberto
concurso interno destinado à ocupação dessas vagas, por ascensão
funcional.” (RE 227.480, Rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgamento
em 16-9-08, Informativo 520).

4.3.- Controle do Judiciário do conteúdo das questões de


concursos  em regra, é inadmissível, mas é possível quanto à
avaliação do conteúdo da matéria, se estava no edital, ou não. (RE
434.708)

4.4.- Contratação por prazo determinado, para atender


excepcional interesse público (Lei nº 8.745/93) → exercem
função pública remunerada e temporária (O STF decidiu que
temporária é a necessidade, não a natureza da atividade- ADI 3.068)
→ processo seletivo simplificado sujeito a ampla divulgação→ sem
processo seletivo: em caso de calamidade pública→ professores
visitantes nacionais ou estrangeiros, pesquisadores visitantes
estrangeiros e alguns outros → seleção baseada apenas em análise
de currículo que demonstre notória capacidade técnica ou científica .

4.5.- Percentual para deficientes físicos→ As pessoas portadoras


de deficiência devem ter reservado para si, por lei, um percentual
dos cargos e empregos públicos oferecidos nos concursos públicos
(art. 37, VIII, CF). Na esfera federal esse percentual é hoje de 20%.

4.6.- Associação Sindical: É garantido ao servidor público civil o


direito à livre associação sindical.

⇒ O servidor público militar é impedido de associar-se a qualquer


sindicato.

5. Subsídio e remuneração → Subsídio é uma modalidade de


remuneração, fixada em parcela única, vedado o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional , abono, prêmio, etc.

5.1 Subsídio obrigatório:

36
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

a). Agentes políticos: todos os detentores de mandato eletivo, os


agentes de 1º escalão – Ministros de Estado, Secretários Estaduais e
Distritais, Secretários Municipais -, os juízes, os membros do
Ministério Público e os Ministros ou Conselheiros dos Tribunais de
Contas.
 Art. 144 §9º, CF: “ A remuneração dos servidores policiais
integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma
do §4º do art. 39.”

b) Servidores de carreira: AGU, Defensoria Pública, PGFN,


Procuradoria dos Estados, Polícia Federal, Polícia Ferroviária Federal,
Polícia Civil, Polícia Militar,, e Corpo de Bombeiros Militar.

5.2. Facultativo. Servidores de carreira.


* A CF assegura a revisão geral anual da remuneração e do subsídio
dos servidores públicos, sempre na mesma data e sem distinção de
índices.

5.3.-Princípios relativos à remuneração:

5.3.1. Teto Constitucional – a remuneração ou subsídio ( parcela


única, devida a servidores de cúpula e a outras categorias
organizadas em carreira ) não poderão exceder o subsídio mensal em
espécie dos Ministros do STF, fixado por lei de iniciativa conjunta
dos chefes de cada um dos três Poderes ). Aplica-se a proventos e
pensões.

5.3.2. – Reserva de Lei – a remuneração só pode ser alterada por


lei específica, observada a iniciativa privativa e a existência de prévia
e suficiente dotação orçamentária , ressalvado os casos das
empresas públicas e sociedades de economia mista.

⇒"A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser


objeto de convenção coletiva." (Súmula 679, STF).

5.3.3.- Revisão Geral anual - assegurou-se que a revisão da


remuneração dos servidores será anual, sempre na mesma data e
sem distinção de índices – princípio da periodicidade.

5.3.4.- Irredutibilidade dos vencimentos e subsídios atribuídos aos


servidores, o que não afasta o desconto de contribuição
previdenciária ou outros tributos, nem a incidência do teto
constitucional.

5.3.5.- Vedação de vinculação para o fim de conferir-lhes iguais


vencimentos ou majorações automáticas. “É vedada a vinculação
ou equiparação de qualquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público.” (Art.
37, XIII, CF).

37
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

⇒ Vinculação é a comparação vertical entre cargos de diferentes


níveis.
⇒ Equiparação é a comparação horizontal entre cargos de
atribuições diversas. É instituto que postula tratamento idêntico para
aqueles que estão em situação de desigualdade. Propõe situar os
cargos de níveis diferentes e atribuições diversas em um mesmo
patamar, para fins de remuneração. Ex: O STF declarou
inconstitucional lei do Estado de Goiás que estabelecia que a
gratificação de representação de função devida a policial
militar pelo exercício de função privativa de coronel e a
indenização de representação, seriam calculadas com base
em percentuais sobre o valor respectivo, devido ao
Comandante Geral da Polícia Militar.

5.3.6.- Vedação do efeito “REPICÃO” - os acréscimos concedidos


a servidor não serão computados para o fim de acréscimos
posteriores.

5.3.7.- Direitos sociais extensivos aos servidores públicos


(cargos):

a) garantia do salário mínimo legal, unificado;


b) 13º salário com base na remuneração integral ou
aposentadoria;
c) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
d) salário-família, para o dependente de baixa-renda;
e) jornada normal não superior a 44h semanais;
f) repouso semanal remunerado;
g) serviço extraordinário remunerado com acréscimo de 50%, no
mínimo;
h) férias anuais remuneradas com, no mínimo, 1/3 do vencimento;
i) licença de 120 dias à gestante;
j) licença-paternidade;
k) proteção do mercado de trabalho da mulher;
l) redução dos riscos inerentes ao trabalho;
m)proibição de diferenciação remuneratória ou na admissão, por
critério de sexo, idade, cor, estado civil.

5.3.8.- Outras regras: compensa-se o tempo de contribuição entre


as diversas esferas administrativas; - lei não pode estabelecer
qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício; -
União, Estados e Municípios podem sujeitar os servidores ao teto de
proventos do RGPS, se instituírem regimes de previdência
complementar, à opção do servidor; - titular de cargo em comissão
segue o RGPS; - Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações
utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes
de previdência de que tratam os arts. 40 e 201 da CF (fim da

38
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

integralidade); - vedada a acumulação de proventos de


aposentadoria, ressalvados os cargos acumuláveis, os cargos eletivos
e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração; - assegurado o reajustamento dos benefícios para
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme
critérios estabelecidos em lei.

5.3.9.- Vencimentos x Vencimento → “ Os vencimentos dos


cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão
ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.” Esse
dispositivo constitucional destina-se aos cargos administrativos do
Legislativo e do Judiciário.

⇒ Vencimento, no singular, é a retribuição devida ao funcionário


pelo efetivo exercício do cargo, emprego ou função, correspondente
ao símbolo ou ao nível e grau de progressão funcional ou ao padrão,
fixado em lei.

⇒Vencimentos, no plural, consiste no vencimento acrescido das


vantagens pecuniárias fixas.

6. Teto → É o limite máximo de remuneração que os agentes


públicos recebem. O teto independe do regime jurídico a que se
submete o servidor (estatutário ou celetista), abrangendo os
ocupantes de cargos, funções ou empregos públicos.

 A abrangência do teto estende-se aos servidores da Administração


direta, autárquica e fundacional. Quanto às empresas públicas ,
sociedades de economia mista e subsidiárias, o teto somente as
alcança se elas receberem recursos da União, dos Estados, do
DF ou dos Municípios para pagarem despesas de pessoal ou
de custeio (art. 37 § 9º,CF).

6.1. Município: o teto será o subsídio do Prefeito


6.2. Estados/DF:
a- Executivo: Governador
b- Legislativo: Deputados Estaduais/Distritais
c- Judiciário: Desembargadores, limitado a 90,25% dos Ministros do
STF.
D - União: Ministro do STF.
• A EC 47 facultou aos Estados determinar o teto dos
desembargadores, dentro dos limites previstos.

Obs: A ADIMC 3.854/2007 (Medida cautelar na ADI) excluiu a


submissão dos membros da magistratura estadual ao subteto de
90,25% dos subsídios dos Ministros do STF. O STF julgou
inconstitucional o estabelecimento de limites diferentes de
remuneração para os magistrados estaduais e federais ( mas não
entre os demais servidores do Poder Judiciário estadual, comparados

39
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

com os demais servidores do Judiciário). Por isso não foi suprimida


nenhuma parte das disposições constitucionais relativas às regras de
teto de remuneração. O que o STF fez foi dar interpretação conforme
ao art. 37, XI e seu § 12, para excluir a submissão dos membros da
magistratura estadual ao subteto de remuneração.
⇒ Dessa forma, os subsídios dos desembargadores dos TJ’s não estão
limitados a 90,25% do subsídio mensal dos ministros do STF, nem
esse valor de 90,25% do subsídio mensal dos ministros do STF é
aplicável para determinação do valor dos subsídios dos demais
magistrados ESTADUAIS. Mas esse valor de 90,25% é sim, aplicável
como limite para a remuneração dos demais servidores (não
magistrados) do Poder Judiciário local.

 Relativamente ao salários dos empregados públicos das empresas


públicas e das sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, os
tetos somente se aplicam àquelas que RECEBEM RECURSO DA
UNIÃO , DOS ESTADOS, DO DF OU DOS MUNICÍPIOS PARA
PAGAMENTO DE DESPESAS DE PESSOAL OU DE CUSTEIO EM GERAL
(art. 37 § 9º)

7. Acumulação de cargos, empregos ou funções (art.37, XVI)


Regra→Não-acumulação
Exceção→acumulação

7.1.Para haver acumulação deve haver compatibilidade de horário,


observado o art. 37, XI, e nos seguintes casos:

• A de dois cargos de professor;


• A de um cargo de professor com outro, técnico ou
científico;
• A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
saúde, com profissões regulamentares.

 NÃO É POSSÍVEL A ACUMULAÇÃO DE 3 CARGOS PÚBLICOS!!!

Obs: Súmula 681, STF: “ É inconstitucional a vinculação de


reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a
índices federais de correção monetária.

7.2.Vereadores (art. 38, III) → se houver compatibilidade de


horário, poderá acumular cargo, emprego ou função com o mandato
eletivo e receberá os dois salários. Se não houver compatibilidade →
deverá optar por uma das remunerações e não poderá acumular os 2
cargos.
Prefeitos (art. 38, II) → deverá afastar-se do cargo, emprego ou
função, mas poderá optar pela remuneração (continua sendo Prefeito,
e opta pela remuneração).
Art. 38, IV – “em qualquer caso que exija o afastamento para o
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para

40
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; V -


para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os
valores serão determinados como se no exercício estivesse.”

7.3. Juízes e Membros do Ministério Público (art. 95, p.ú., I, CF


e art. 128, § 5º, II, “d”, CF) → podem exercer uma atividade de
magistério + a sua de juiz ou do MP.

8. Responsabilidade civil do Estado :

8.1.→Ações positivas do Estado→Objetiva→teoria do risco


administrativo→ basta provar o fato + dano+ nexo.

8.2.→Excludentes (ônus do Estado)→ culpa exclusiva do


particular ou força maior.

8.3.→Culpa recíproca → há atenuação proporcional da


responsabilidade.

8.4→Omissões do Estado → até agora o STF vinha adotando a


responsabilidade subjetiva → culpa administrativa ou culpa anônima,
ou culpa do serviço, ou falta do serviço(a vítima tinha que provar a
culpa da Administração)→ No informativo 502 (STA- Suspensão de
Tutela Antecipada 223) o STF adotou a responsabilidade OBJETIVA
para uma omissão do Estado. E em outro recentíssimo julgado,
reafirmou sua posição quanto à possibilidade de o Estado responder
OBJETIVAMENTE por omissões:

⇒ “Responsabilidade civil do Estado. Artigo 37, § 6º, da Constituição


do Brasil. Latrocínio cometido por foragido. Nexo de causalidade
configurado. Precedente. A negligência estatal na vigilância do
criminoso, a inércia das autoridades policiais diante da terceira fuga e
o curto espaço de tempo que se seguiu antes do crime são suficientes
para caracterizar o nexo de causalidade. Ato omissivo do Estado que
enseja a responsabilidade objetiva nos termos do disposto no artigo
37, § 6º, da Constituição do Brasil.” (RE 573.595-AgR, Rel. Min. Eros
Grau, julgamento em 24-6-08, DJE de 15-8-08).

8.5- Sanções por improbidade administrativa -– além das


sanções disciplinares previstas nos Estatutos de Servidores Públicos
em todas as esferas administrativas, a CF elenca outras específicas
ao comportamento ímprobo do servidor, quais sejam: a) suspensão
de direitos políticos; b) perda da função pública; c) indisponibilidade
dos bens; d) ressarcimento ao Erário, na forma da lei. Indicam a
disposição de combate à imoralidade qualificada.

8.6.- Responsabilidade do Estado por ato do agente público -


baseada na teoria da imputação dos atos do servidor ao Estado e na
responsabilidade objetiva (risco administrativo), a CF reconhece ao

41
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

Estado a obrigação de reparar danos causados a terceiros pelas


pessoas de direito público ou prestadoras de serviços públicos,
assegurado o direito de regresso, se comprovada a culpa do servidor.

⇒ “Responsabilidade civil objetiva do Estado. Artigo 37, § 6º, da


Constituição. Crime praticado por policial militar durante o período de
folga, usando arma da corporação. Responsabilidade civil objetiva do
Estado. Precedentes.” (RE 418.023-AgR, Rel. Min. Eros Grau,
julgamento em 9-9-08, DJE de 17-10-08)

9. Aposentadoria dos servidores titulares de cargos efetivos da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas
suas autarquias e fundações :

⇒ Regime especial aplicável aos titulares de cargos efetivos, de


caráter contributivo, diverso do Regime Geral da Previdência Social.
Modalidades de inatividade remunerada:
a) por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao
tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável;
b) compulsoriamente, aos 70 anos de idade, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição;
c) voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10
anos de efetivo exercício no serviço público “e” 5 anos no cargo
efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes
condições: I) 60 anos de idade e 35 anos de contribuição, se
homem, e 55 anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; II)
65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher,
com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

 O tempo de contribuição federal, estadual, municipal será contado


para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço pra efeito de
disponibilidade.
Aos servidores ocupantes de cargo em comissão, bem como o
temporário e emprego público, aplica-se o regime de previdência
social.

10. Estabilidade (art. 41, CF):


→ Concurso público +
→3 anos de efetivo exercício +
→Aprovação em estágio probatório +
→Aprovação em avaliação especial de desempenho por comissão
instituída para esse fim.

10.1. Em nenhuma hipótese os empregos públicos (CLT) e os


cargos em comissão geram direito à estabilidade.

42
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

Obs: ESTABILIDADE x VITALICIEDADE 

- Estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço


público outorgada ao servidor que, nomeado por concurso público em
caráter efetivo, tenha cumprido o estágio probatório ; ou seja, a
estabilidade consiste na integração do servidor ao serviço público,
depois de preenchidas as condições fixadas em lei e adquirida pelo
decurso do tempo.

- Vitaliciedade é um direito que a CF destina a alguns agentes


políticos: magistrados, membros do MP. É, a um tempo, atributo do
cargo de permanecer por toda a vida ou até que complete 70 anos de
idade, quando se aposentará compulsoriamente.
→ É possível perder a vitaliciedade e a estabilidade:

VITALICIEDADE ESTABILIDADE
a) Extinção do cargo → caso em a) Sentença judicial transitada
que o titular ficará em em julgado;
disponibilidade, com vencimentos
integrais; b)Demissão → mediante processo
b) Demissão → o que só pode administrativo, em que lhe seja
ocorrer em virtude de sentença assegurada a ampla defesa. (art.
judicial transitada em julgado. 41 § § 1º e 3º, CF);

c) Por extinção do cargo ou


declaração de sua
desnecessidade, ficando o
servidor em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu
aproveitamento em outro cargo
(essa aproveitamento é
obrigatório);

d) Por insuficiência de
desempenho apurada por meio
de avaliação periódica de
desempenho, na forma da lei
complementar, mediante
processo administrativo em que
sejam assegurados o
contraditório e a ampla defesa;

e)Por exoneração → mediante ato


normativo motivado, com
especificação da atividade
funcional, órgão ou unidade
objeto da redução de pessoal

43
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

para cumprimento dos limites da


despesa com pessoal ativo e
inativo (art. 169 § 7º,CF), desde
que, para tanto, a redução em
pelo menos 20% das despesas
com cargos em comissão e
funções de confiança não seja
suficiente.
(Nos dois últimos casos dá-se a
chamada FLEXIBILIZAÇÃO DA
ESTABILIDADE)

11.Hipóteses de perda do cargo pelo servidor estável:


1. Em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
2. Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
ampla defesa.
3.Mediante reprovação em avaliação periódica de desempenho,
assegurada a ampla defesa.
4. Excesso de gastos (art. 169, § 4º, CF).
5. Por extinção do cargo ou declaração de sua desnecessidade,
ficando o servidor em disponibilidade, com remuneração proporcional
ao tempo de serviço, até seu aproveitamento em outro cargo (essa
aproveitamento é obrigatório).

12- Direito de associação sindical dos servidores públicos:

- O art. 37, VI, CF garante ao servidor público civil o direito à livre


associação sindical.
- E os militares? É proibida a associação sindical (art. 142, IV, CF),
sem nenhuma exceção.
12.1.O STF já decidiu que as lides entre servidores públicos federais
e a Adm. Pública federal são de competência da Justiça Federal e
não, da Justiça do Trabalho.

13- Direito de greve dos servidores públicos:

13.1.- O art. 37, VII permite o direito de greve aos servidores


públicos, mas como é uma norma de eficácia limitada, depende de lei
específica. Até hoje essa lei não foi editada . Por causa da inércia do
legislador, o STF adotou a teoria concretista , e determinou a
aplicação temporária ao setor público, no que couber, da lei de greve
vigente no setor privado, até que o Congresso edite a lei para a greve
dos servidores públicos. (MI 670, MI 708 e MI 712).

13.2. E os militares?
Aos militares é vedado o direito de greve, sem nenhuma exceção!

13.3.- Autarquias e empresas públicas:

44
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

⇒ “ Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e


autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar , neste
último caso, definir as áreas de sua atuação.”
 Não é possível se criar Autarquia através de um convênio
celebrado entre Estados-membros, porque a entidade daí resultante
seria uma empresa que não goza dos privilégios processuais da
Fazenda Pública (STF – RDA 188.237).

⇒ “ Depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de


subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim
como a participação de qualquer delas em empresas privadas.” →
Subsidiárias são novas entidades criadas pelas empresas públicas,
sociedades de economia mista, autarquias e fundações.

13.4.- Obrigatoriedade de licitação:

⇒ “ Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,


serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo
de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica
e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.”

13.4.1.- Jurisprudência atual do STF:

A Constituição Federal, no art. 37, XXI, determina a obrigatoriedade


de obediência aos procedimentos licitatórios para a Administração
Pública Direta e Indireta de qualquer um dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A mesma regra não
existe para as entidades privadas que atuam em colaboração com a
Administração Pública, como é o caso do PARANAEDUCAÇÃO.” (ADI
1.864, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 8-8-07, DJE
de 2-5-08).

13.5.- Administração tributária :

⇒ “A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro


de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os
demais setores administrativos, na forma da lei.”

⇒ “As administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do
Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão
recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de

45
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de


informações fiscais, na forma da lei ou convênio.”

13.6.- Publicidade dos atos públicos/ Princípio da


Impessoalidade:

“ A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos


órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.”

13.6.1.- Jurisprudência do STF:


"Publicidade de atos governamentais. Princípio da impessoalidade. (...)
O caput e o parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição Federal
impedem que haja qualquer tipo de identificação entre a publicidade e
os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que
pertençam. O rigor do dispositivo constitucional que assegura o
princípio da impessoalidade vincula a publicidade ao caráter
educativo, informativo ou de orientação social é incompatível com a
menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que
caracterizem promoção pessoal ou de servidores públicos. A
possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o partido
político a que pertença o titular do cargo público mancha o princípio
da impessoalidade e desnatura o caráter educativo, informativo ou de
orientação que constam do comando posto pelo constituinte dos
oitenta." (RE 191.668, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 15-4-
08, DJE de 30-5-08).

“(...) O inciso V do artigo 20 da CE veda ao Estado e aos Municípios


atribuir nome de pessoa viva a avenida, praça, rua, logradouro, ponte,
reservatório de água, viaduto, praça de esporte, biblioteca, hospital,
maternidade, edifício público, auditórios, cidades e salas de aula. Não
me parece inconstitucional. O preceito visa a impedir o culto e a
promoção pessoal de pessoas vivas, tenham ou não passagem pela
Administração. Cabe ressaltar, que Proibição similar é estipulada, no
âmbito federal, pela Lei n. 6.454/77(...) (ADI 307, voto do Min. Eros
Grau, julgamento em 13-2-08, DJE de 20-6-08).

"Publicidade de caráter autopromocional do Governador e de


seus correligionários, contendo nomes, símbolos e imagens,
realizada às custas do erário. Não observância do disposto na
segunda parte do preceito constitucional contido no art. 37, §
1º." (RE 217.025-AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 18-4-
00, DJ de 5-6-98).

13.7.- Participação do usuário na Administração Pública:

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

“ A lei disciplinará as formas de participação do usuário na


administração pública direta e indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em


geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao
usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos
serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações
sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou
abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. “

13.8.- Atos de improbidade administrativa:

“Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos


direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em
lei, sem prejuízo da ação penal cabível.”

13.9.- Jurisprudência atual do STF:

“(...) Os atos de improbidade administrativa são tipificados como


crime de responsabilidade na Lei n. 1.079/1950, delito de caráter
político-administrativo. Distinção entre os regimes de
responsabilização político-administrativa. O sistema constitucional
brasileiro distingue o regime de responsabilidade dos agentes políticos
dos demais agentes públicos. A Constituição não admite a
concorrência entre dois regimes de responsabilidade político-
administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º
(regulado pela Lei n. 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, "c",
(disciplinado pela Lei n. 1.079/1950). Se a competência para processar
e julgar a ação de improbidade (CF, art. 37, § 4º) pudesse abranger
também atos praticados pelos agentes políticos, submetidos a regime
de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante
do disposto no art. 102, I, "c", da Constituição. (...) Os Ministros de
Estado, por estarem regidos por normas especiais de responsabilidade
(CF, art. 102, I, "c"; Lei n. 1.079/1950), não se submetem ao modelo
de competência previsto no regime comum da Lei de Improbidade
Administrativa (Lei n. 8.429/1992). (...) Ação de improbidade
administrativa. Ministro de Estado que teve decretada a suspensão de
seus direitos políticos pelo prazo de 8 anos e a perda da função
pública por sentença do Juízo da 14ª Vara da Justiça Federal - Seção
Judiciária do Distrito Federal. Incompetência dos juízos de primeira
instância para processar e julgar ação civil de improbidade
administrativa ajuizada contra agente político que possui prerrogativa
de foro perante o Supremo Tribunal Federal, por crime de
responsabilidade, conforme o art. 102, I, "c", da Constituição.
Reclamação julgada procedente.” (Rcl 2.138, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

Mendes, julgamento em 13-6-07, DJE de 18-4-08).

13.10.- Prescrição para ilícitos praticados

“ A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados


por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao
erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.”

Noticiário do STJ de 30/09/2008 - DECISÃO DO STJ declara


imprescritível ação de ressarcimento do erário por improbidade
administrativa.
⇒ “As ações de ressarcimento do erário por danos decorrentes de
atos de improbidade administrativa são imprescritíveis.” A conclusão
da Segunda Turma foi tomada durante o julgamento de um recurso
especial, seguindo, por unanimidade, o entendimento do ministro
Herman Benjamin, relator da questão. Para o relator, o artigo 23 da
Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992) – que prevê o
prazo prescricional de cinco anos para a aplicação das sanções
previstas nessa lei – disciplina apenas a primeira parte do parágrafo
5º do artigo 37 da Constituição Federal, já que, em sua parte final, a
norma constitucional teve o cuidado de deixar “ressalvadas as
respectivas ações de ressarcimento”, o que é o mesmo que declarar
a sua imprescritibilidade. Dessa forma, entende, prescreve em cinco
anos a punição do ato ilícito, mas a pretensão de ressarcimento pelo
prejuízo causado ao erário é imprescritível. O entendimento é que o
prazo de cinco anos é apenas para aplicação de pena (suspensão dos
direitos políticos, perda da função pública, proibição de contratar com
o Poder Público), não para o ressarcimento dos danos aos cofres
públicos. Os ministros também estabeleceram que, no caso, as
penalidades previstas na Lei de Improbidade podem ser aplicadas às
alterações contratuais ilegais realizadas na vigência da norma, ainda
que o contrato tenha sido celebrado anteriormente. Isso porque, pela
aplicação do princípio tempus regit actum (o tempo rege o ato), deve
ser considerado o momento da prática do ato ilícito, e não a data da
celebração do contrato. Dessa forma, após a promulgação da Lei n.
8.429/1992, as sanções nela previstas aplicam-se imediatamente aos
contratos em execução, desde que os ilícitos tenham sido praticados
na vigência da lei. “A Lei n. 8.429 não inventou a noção de
improbidade administrativa, apenas lhe conferiu regime jurídico
próprio, com previsão expressa de novas sanções, não fixadas
anteriormente”, resume o relator. Antes dela, completa, já se
impunha ao infrator a obrigação de ressarcir os cofres públicos. O
ministro Herman Benjamin ressaltou que um dos fundamentos para
chegar à solução proposta em seu voto consiste na efetividade do
princípio da moralidade administrativa. Isso equivale a dizer que, em
época de valorização do metaprincípio da moralidade, não se admite
a interpretação das ações de ressarcimento por atos de improbidade
administrativa seguindo-se a lógica da “vala comum” dos prazos

48
Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

prescricionais, que tomaram por base conflitos individuais de


natureza privada. No caso, a discussão judicial teve início em uma
ação proposta pelo município de Bauru contra a Coesa Engenharia
Ltda. e outros envolvidos pedindo fossem ressarcidos os danos
causados aos cofres públicos devido a irregularidades na celebração
e execução de contrato para construção de unidades habitacionais.
No STJ, a empresa tentava impedir o prosseguimento da ação
determinado pela Justiça paulista, mas o recurso especial foi
rejeitado. (Resp 1069779).
13.11.- Jurisprudência atual do STF:

⇒"A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser


objeto de convenção coletiva." (SÚM. 679).

⇒"Servidores públicos. Regime temporário. Justiça do Trabalho.


Incompetência. No julgamento da ADI n. 3.395/DF-MC, este Supremo
Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo
114 da Constituição Federal (na redação da EC n. 45/04) que
inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de
causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele
vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter
jurídico-administrativo. As contratações temporárias para suprir os
serviços públicos estão no âmbito de relação jurídico-administrativa,
sendo competente para dirimir os conflitos a Justiça comum e não a
Justiça especializada." (Rcl 4.872, Rel. p/ o ac. Min. Menezes Direito,
julgamento em 21-8-08, DJE de 7-11-08). No mesmo sentido: Rcl
4.489-AgR, Rcl 4.012-AgR e Rcl 4.054-AgR, Rel. p/ o ac. Min. Cármen
Lúcia, julgamento em 21-8-08, DJE de 21-11-08.

⇒"Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,


aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de
isonomia." (Súm. 339)

⇒“Revisão geral anual de vencimentos. Competência privativa do


Poder Executivo. Dever de indenizar. Impossibilidade. Agravo
regimental ao qual se nega provimento. Não compete ao Poder
Judiciário deferir pedido de indenização no tocante à revisão geral
anual de servidores, por ser atribuição privativa do Poder Executivo.”
(RE 548.967-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-11-07,
DJE de 8-2-08) No mesmo sentido: RE 529.489-AgR, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, julgamento em 27-11-07, DJE de1º-2-08; RE 561.361-AgR,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-11-07, DJE de 8-2-08. No
mesmo sentido: RE 547.020-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowiski,
julgamento em 6-11-07, DJE de15-2-08).

⇒ "É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de


servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção
monetária." (SÚM. 681).

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

⇒“Direito adquirido. Gratificação extraordinária. Incorporação.


Servidora estatutária. Cessada a atividade que deu origem à
gratificação extraordinária, cessa igualmente a gratificação, não
havendo falar em direito adquirido, tampouco, em princípio da
irredutibilidade dos vencimentos.” (RE 338.436, Rel. Min. Menezes
Direito, julgamento em 2-9-08, DJE de 21-11-08)

⇒O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que, sendo a


aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o registro no
Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei n. 9.784/99
tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do Impetrante
não registrada: inocorrência da decadência administrativa. A redução
de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com
a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade de vencimentos.
Precedentes.” (MS 25.552, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 7-
4-08, DJE de 30-5-08).

⇒ O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores


inativos." (SÚM. 680).

DIREITO DO CONSUMIDOR NA CONSTITUIÇÃO:

 A CF trata sobre o Direito do Consumidor em 3 passagens:

1- Artigo 5º, XXXII que "o Estado promoverá, na forma da lei,


a defesa do consumidor" o que quer dizer, em outras
palavras, que o Governo Federal tem a obrigação de defender
o consumidor, de acordo com o que estiver estabelecido nas
leis.

2- Artigo 170, V, que a defesa do consumidor é um dos


princípios que devem ser observados no exercício de qualquer
atividade econômica.

3- Artigo 48 do Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias (ADCT), determina que o Congresso Nacional
elabore o Código de Defesa do Consumidor.

Estes três dispositivos constitucionais são mencionados no artigo 1º


do Código de Defesa do Consumidor.

→ Qualquer norma infraconstitucional que ofender os direitos


consagrados pelo Código de Defesa do Consumidor estará ferindo a
Constituição e, conseqüentemente, deverá ser declarada como
inconstitucional.

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Turma da ANTAC – Prof.ª Andréa Cid

→ O 4º Congresso do Consumidor, realizado em Gramado, concluiu


que o direito de proteção ao consumidor é cláusula pétrea da
Constituição Federal (artigo 5º, inciso XXXII). Com efeito, o Direito do
Consumidor possui status de Direito Constitucional e, assim, não pode
o legislador ordinário fazer regredir a valência de garantia
fundamental.

→ O que significa para os brasileiros o Código de Defesa do


Consumidor?

- O Código de Defesa do Consumidor, em vigor desde o dia 12 de


março de 1991, foi objeto da Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de
1990 e dispõe, basicamente, sobre as normas de proteção e defesa
do consumidor, sendo consideradas de ordem pública e interesse
social. Aliada ao Decreto n. 2.181, de 20.3.97, trata do Sistema
Nacional de Defesa do Consumidor e estabelece as normas gerais
de aplicação das sanções administrativas previstas na referida lei.

→Existe alguma relação entre o Código de Defesa do


Consumidor e a Constituição Federal de 1988?

- A nossa Constituição Federal, que é dois anos mais velha do que


o CDC, estabeleceu no seu art. 1.º, III, que “a dignidade da pessoa
humana é um bem inatingível”. Além desse fundamento essencial,
a CF/88 trata também de cidadania, de livre iniciativa e dos valores
sociais do trabalho. E, ainda, no art. 5.º , inciso XXXII, a Carta
Magna manda o Estado “promover, na forma da lei, a defesa
do consumidor”.O CDC, como dizem muitos juristas, foi uma lei
que veio para ficar, que deu certo, pois teve, antes de tudo,
anteparo constitucional, sem se falar no grande apoio e incentivo
da sociedade, através dos seus órgãos mais representativos.

→ O que é, afinal, uma Relação de Consumo?

- Definir o que uma Relação de Consumo é ponto crucial entre


juristas e aplicadores do direito, porque o Código de Defesa do
Consumidor só se aplica aos contratos considerados como “relações
de consumo”. Destas se pode dizer que são aquelas onde se
puder identificar num dos pólos da relação o consumidor, no
outro o fornecedor, ambos transacionando produtos e
serviços. Para que tal aconteça, somente pode ser
considerado consumidor o “destinatário final” do produto
ou do serviço. Por exemplo, quem compra para revender não pode
ser considerado consumidor.

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