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Temas selecionados para um estudo sincero das Escrituras

Igreja Adventista do Sétimo Dia

LEANDRO SOARES DE QUADROS

TEMAS SELECIONADOS PARA UM ESTUDO SINCERO DAS


ESCRITURAS

Jacareí, SP
2010

Por Leandro Soares de Quadros – www.namiradaverdade.com.br Página 1


Temas selecionados para um estudo sincero das Escrituras

INTRODUÇÃO

Nos mais de 11 anos que trabalho para Deus (2010) tive a oportunidade de
me deparar com MUITOS ensinamentos errados e, consequentemente, participar
de debates públicos e elaborar respostas escritas.
Por causa do conselho de amigos e irmãos consagrados decidi escrever
este material que tem em mãos. Ele é um começo das muitas respostas bíblicas
que pretendo disponibilizar-lhe, especialmente em um livro apologético (de
defesa da fé) que preparo no momento. Sonho em poder deixar para os filhos de
Deus materiais relevantes que os levem a uma compreensão mais clara das
Escrituras e a um relacionamento mais profundo com o Salvador (João 5:39, 40)
Também desejo que você “seja um obreiro aprovado, que maneja bem a
palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15, adaptado). Isso será uma proteção contra as
heresias suscitadas pelos falsos profetas que se possível “enganariam até os
escolhidos” (Mateus 24:24) e preparará o caminho para que cada membro da
igreja cumpra sua missão sem temer os “adversários” da Verdade (Filipenses
1:28).
Nos sete capítulos dessa apostila, você terá uma série de artigos (que não
representam necessariamente o posicionamento da IASD, tomado após estudo
sistemático da Bíblia e voto na Associação Geral), estudos e respostas sobre a
Divindade de Cristo, Trindade, Uso da bateria, etc. Um dos materiais, intitulado
“Adventista? Jamais” mostra o quanto o público evangélico – pela falta de
informação – tem atacado o adventismo sem recorrer a fontes primárias. Isso tem
afastado as pessoas de um contato mais próximo conosco e, como consequência,
não encontramos muitos corações dispostos a conhecer os Três Últimos Recados
de Deus à Humanidade (Apocalipse 14:6-12). Creio que o conhecimento disso (e
a resposta dada ao oponente que me motivou a escrever o último artigo) lhe
ajudará a mostrar aos outros, com carinho e firmeza, que não somos aquilo que
muitos pensam (e escrevem...).
Um abraço e tenha uma ótima leitura!

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Temas selecionados para um estudo sincero das Escrituras

SUMÁRIO

1 A DIVINDADE DE CRISTO NO EVANGELHO DE JOÃO.................. 5


1.1 Contexto histórico.................................................................................... 5
1.2 Textos que afirmam diretamente que Jesus é Deus Eterno...................... 6
1.3 As declarações de Jesus em João 20:17 e 10:34, 35................................ 13
1.4 O que Deus Pai disse sobre Jesus Cristo..................................................
14
2 DEPOIMENTOS DE QUEM SE DEIXOU GUIAR................................. 16
3 REFUTAÇÃO DE ALGUNS TEXTOS DISTORCIDOS E USADOS
CONTRA A DIVINDADE DE JESUS........................................................... 22
3.1 João 17 e a Divindade de Cristo............................................................... 22
3.2 Depois da encarnação Cristo deixou de ser Onipresente?....................... 24
3.3 Jesus é um “deus menor”? Mateus 24:36................................................ 25
3.3.1 O conhecimento de Jesus e a salvação eterna.................................
26
3.3.2 Na Bíblia existem dois tipos de textos sobre Jesus......................... 26
3.3.3 Agora podemos entender Mateus 24:36!........................................
27
3.4 Alguns dos textos que as Testemunhas de Jeová usam para negar a
Absoluta Divindade de Cristo............................................................................ 28
3.4.1 Salmo 2:7......................................................................................... 28
3.4.2 Colossenses 1:15.............................................................................. 29
3.4.3 Apocalipse 3:14............................................................................... 29
3.4.4 Salmo 90:2....................................................................................... 30
4 ELLEN WHITE ACREDITAVA NA DIVINDADE DE CRISTO!......... 32
5 A TRINDADE............................................................................................... 36
5.1 Existe um Deus ou “três deuses”?............................................................ 36
5.2 Podemos orar ao Espírito Santo?.............................................................
38
6 A BATERIA FOI CRIADA PELO DIABO?............................................. 42
6.1 Começando do começo............................................................................ 43
6.2 Alguns conceitos de Ellen White sobre a música.................................... 44
6.3 O texto de Mensagens Escolhidas foi redigido para condenar a bateria?
47
6.4 Então, o que este texto quer nos dizer?.................................................... 49
6.5 Observação etimológica...........................................................................
51

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6.6 Discrição e Moderação.............................................................................. 51


7 ADVENTISTA? JAMAIS............................................................................
54
7.1 Posição oficial da IASD sobre a salvação de irmãos de outras igrejas..... 56
7.2 Conclusões................................................................................................
58
7.3 Antes, “Adventista? Jamais!” Agora: “Em Busca da Verdade”............... 59
8 RECADO FINAL................................................................................. 61

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Capítulo 1

A DIVINDADE DE CRISTO NO EVANGELHO DE JOÃO

Historicamente, Cristo não foi “conclamado” divino só no Concílio de


Nicéia. Muito antes daquela reunião que visava derrubar o arianismo, a Bíblia e
os cristãos primitivos já acreditavam na Divindade do Salvador. Isso pode ser
provado bíblica e historicamente, como perceberemos no decorrer do estudo.
No presente artigo irei me deter apenas ao evangelho de João para provar
que Cristo é Divino. As informações de outros autores bíblicos poderemos
estudar em outra oportunidade – seja na igreja ou por e-mail.

1.1 – Contexto histórico

Para começar, é importante termos em mente que o objetivo do quarto


evangelho, escrito no final do século I, foi defender a encarnação e a Divindade
de Cristo diante (muito provavelmente) do gnosticismo. O apóstolo queria que as
pessoas acreditassem em Jesus como Filho de Deus para que fossem salvas (João
20:30, 31). Interessante que, na linguagem Joanina, o termo “Filho de Deus” não
significa “ser criado” e nem denota “inferioridade”; para o autor, o título “Filho
de Deus” significa igualdade com o Pai na Divindade. Isso é bem claro em João
5:18; 19:7 e na primeira carta dele, cap. 5:20, onde Ele chama Jesus de DEUS:
“Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento
para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus
Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” Perceba que se quisermos

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entender um termo bíblico, não podemos interpretá-lo de acordo com o


significado da língua portuguesa; precisamos levar em conta a língua original em
que o texto foi escrito (grego, hebraico ou aramaico) e o significado de qualquer
expressão NA CULTURA em que ela está inserida. Portanto, o termo “Filho” na
Bíblia, em referência à Cristo, não tem o mesmo significado que em nossa
cultura portuguesa e ocidental.
Como disse o Dr. F.F. Bruce, “João conferiu a máxima importância à
verdade eterna, que ele identificou com a auto-manifestação divina, o Verbo que
existia no princípio com Deus”. (BRUCE. João – Introdução e Comentário. Série
Cultura Bíblica. Vida Nova, 2002). Isso está em harmonia com João 1:1-4 e 14.
Se Jesus não fosse DEUS como o Pai, não haveria necessidade de João dizer que
Jesus é o Deus que revelou o Pai, por meio da encarnação (leia os textos de João
1:1-4 e 14). E, além disso, se Cristo fosse uma criatura, a salvação por meio
Jesus, no evangelho de João (e no restante da Bíblia) perderia o valor. Sim, pois
o valor da salvação está no fato de que não foi uma criatura quem veio salvar o
ser humano, mas o próprio Deus esteve aqui em carne para solucionar o nosso
problema. É por isso que Jesus Cristo é chamado em Isaías 7:14 de “Emanuel”,
que significa “Deus conosco”. Deus “não tirou o corpo fora”; Ele mesmo veio
resolver o problema do pecado! Reflita nisso com carinho.
Essas informações são importantes por que com elas conseguimos entrar
um pouco na mente do autor inspirado quando ele preparou o relato da vida de
Cristo.

1.2 – Textos de João que afirmam diretamente que Jesus é Deus


eterno

• João 1:1-3 e 14 – É dito que Jesus era Deus desde o princípio, estava com
Deus e que criou TODAS AS COISAS com Ele (se fosse uma criatura,
como poderia ser o criador DELE MESMO, sendo que TUDO foi feito

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por meio dEle? – verso 3). Também, nos é apresentado que este DEUS,
que esteve com o Pai desde o princípio, encarnou para nos salvar.
Portanto, a Tradução da Novo Mundo, das Testemunhas de Jeová, ao verter o
texto para “era um deus” não está de acordo com o contexto de João 1:1, com o
propósito do evangelho (defender que o Cristo Divino encarnou) e muito menos
com o grego bíblico.

• João 1:15 – Jesus é pré-existente;

• João 1:18 – Jesus é “Deus Unigênito” que torna o Pai conhecido;

• João 1:23 – Texto muito forte, pois faz menção a Isaías 40:3, onde é dito
que alguém prepararia o caminho para a vinda de “Jeová”. João Batista
preparou o caminho de Jesus, indicando assim que Jeová de Isaías 40:3 é
Cristo!

• João 1:29, 30 – Cristo é o cordeiro que tira o pecado do mundo e que já


existia antes de vir a este planeta (pré-existência);

• João 1:34 – O apóstolo dá testemunho de que Cristo é o “Filho de Deus”


(lembre-se que “Filho”, na linguagem de João, significa igualdade – ver
João 5:18; 19:7);

• João 1:47-49 – Natanael claramente reconhece que Jesus é o “Filho de


Deus”, indicando assim que acreditava ser Ele DEUS;

• João 1:50 – Jesus afirma que os discípulos verão os anjos voltando a este
mundo com Ele – o criador dos anjos;

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• João 2:11 – O primeiro milagre de Cristo, onde Ele transforma água em


“vinho” (suco de uva – Isaías 65:8) serviu para que vários discípulos
cressem no poder glorioso dEle;

• João 3:15, 16 – Quem crer em Jesus tem a vida eterna. Só Deus pode dar a
vida eterna a alguém por crer nEle, não numa criatura;
Em Atos 3:15, Cristo é chamado de autor da vida. Como Alguém que é
“Autor da Vida” poderia ser uma criatura? Impossível!

• João 3:36 – Quem não crer que Jesus é o “Filho de Deus”, ou seja: quem
não acreditar na Divindade de Cristo e não O aceitar como Salvador e
Deus, irá se perder;

• João 5:17, 18 – Quando Jesus afirmou que Deus era o Pai dEle, os judeus
quiseram matá-Lo porque sabiam que o termo “Filho” significa igualdade
em Divindade. Se o Salvador estivesse dizendo que era uma “criatura”,
não seria acusado de “blasfêmia”. Portanto, para o apóstolo João,
blasfêmia é alguém afirmar que Cristo não é Deus, sendo que no seu livro
ele relata 8 milagres (além de outros acontecimentos sobrenaturais) com o
objetivo de provar que o Salvador é Divino!

• João 5:21 – Jesus afirma que tem o mesmo poder que o Pai para
ressuscitar, dar a vida!

• João 5:22 – Cristo é o juiz da humanidade – só Deus pode ser Justo Juiz:
“Deus é justo juiz…” Salmo 7:11.

• João 5:23 – A mesma honra que é atribuída a Deus o Pai, deve ser
atribuída ao Filho, por também ser Divino!

• João 5:26 – Cristo tem vida em si mesmo, do mesmo modo que o Pai*;
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• João 5:28, 29 – Jesus é quem irá ressuscitar os mortos. Isso é feito por
Deus, o que cria a vida!

• João 5:40 – É preciso ir ao Salvador para ter a vida eterna, pois Ele é a
fonte de vida;

• João 5:33, 35, 40 – Jesus é o “pão da vida”, a fonte de vida para todo o
que crer nEle como Senhor, Salvador e Deus;

• João 5:46 – Jesus afirma que “veio de Deus” e que “viu” a Deus;

• João 6:64 – Cristo é Onisciente – característica essa totalmente Divina!


(Ver também João 18:4);

• João 6:68, 69 – Pedro confessou pela fé que Cristo era o “Santo de Deus”
e não “a criatura de Deus”; (e muito menos “a santa criatura de Deus”).

• João 7:46 – Os guardas do templo, que haviam sido designados para


prender a Jesus, não conseguiram fazer isso de imediato porque viram
algo de sobrenatural nas palavras que Ele dizia;

• João 8:12 – Cristo é a “luz do mundo”. Por aceitarmos essa Luz Divina
em nossas vidas podemos transmiti-La a outros (Mateus 5:13, 14);

• João 8:23 – O Salvador diz que não é desse mundo, mas de outro. E
afirma com clareza no verso 24 que quem não crer em Quem Ele é, irá
morrer nos próprios pecados;

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• João 8:36 – Cristo é o que liberta o ser humano do pecado. Característica


de um ser Divino, pois o grave problema do pecado não pode ser resolvido
por um ser criado;

• João 8:44 – Jesus demonstra conhecer o diabo “desde o princípio”. Para


isso, Ele teria que ter sido o Criador do anjo caído (que havia sido criado
por Ele – perfeito – segundo Ezequiel 28:15);

• João 8:57-59 – Esta declaração do próprio Cristo é fantástica. Ele diz ser o
“Eu Sou”** de Êxodo 3:14! Se auto-intitulou “Jeová” de modo que os
judeus quiseram O apedrejar. Acreditamos no que Jesus disse sobre Si
(que Ele era Deus) ou O rejeitamos completamente. Ele foi um Deus-
homem que falou a verdade ou um lunático. Não há como ficar no meio
termo!

• João 9:17 – Testemunhas oculares viram os sinais miraculosos de Jesus;

• João 9:38 – Jesus foi adorado e não rejeitou tal adoração!

• João 10:11 – Cristo afirma ser o Deus PASTOR mencionado no Salmo 23


e em Apocalipse 7:17! Como negar uma verdade tão clara?

• João 10:18 – Cristo disse que espontaneamente deu a vida dEle e que
tinha poder para reassumi-la. Tem que ser Divino para ter um poder
desses;

• João 10:28, 30, 31, 33 – Cristo afirma que Ele e o Pai são uma unidade e,
o fato de os judeus quererem O apedrejar, demonstra que com essa
declaração o Salvador estava se fazendo IGUAL a Deus Pai em
Divindade;

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• João 10:39 – Cristo diz que o Pai estava nEle e Ele, no Pai, ensinando
assim que eles são UM em UNIDADE. Os judeus quiseram O apedrejar
novamente por blasfêmia;

• João 11:25 – Cristo afirma ser a fonte da vida;

• João 11:43, 44 – Jesus ressuscita um morto com Sua palavra de ordem


(não como o fez Elias, que pediu a Deus), indicando que tinha autoridade
Divina para dar a vida.

• João 12:45 – Ver a Jesus é mesmo que ver a Deus Pai, pois são UM em
Unidade (não em personalidade);

• João 14:1 – Cristo pede que as pessoas creiam em Deus e também nEle. O
texto perderia o sentido se Ele fosse uma criatura: “creiam no Criador e
em mim, a criatura”;

• João 14:3 – Ele promete voltar em glória e majestade para “dar a cada um
segundo as suas obras” (Mateus 16:27; Apocalipse 22:12). Sendo o Juiz
de toda a humanidade (João 5:22), Ele é Deus (Salmo 7:11);

• João 14:6 – Cristo ensina que é o caminho, a verdade e a vida. O Salmo


36:9 nos mostra que Deus é a fonte de vida! Portanto, Cristo é identificado
como Deus, autor da existência;

• João 14:9, 10 – Ver a Cristo é o mesmo que ver o Pai. Se Ele fosse um ser
criado, o Pai estaria sendo igualado a uma criatura – atitude blasfema;

• João 14:13, 14 – Cristo atende orações. Um ser criado ou anjo não poderia
fazer isso. Do contrário, a oração aos anjos seria permitida...;

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• João 16:27 – Deus ama quem acredita que Jesus não foi um simples
homem, mas que veio de Deus;

• João 17:3 – Jesus disse que nossa vida eterna depende do correto
conhecimento que temos de Deus (Pai e Espírito Santo) e dEle também!

• João 17:5 – Cristo já era um Deus glorioso antes de existir o mundo;

• João 18:6 – Quando o Salvador disse quem era Ele, os soldados que iriam
O prender caíram por causa da autoridade divina que estava em Suas
palavras!

• João 19:7 – Novamente Jesus é acusado de “blasfêmia” porque a si


mesmo se fez IGUAL a Deus (por se intitular como “Filho”);

• João 19:37 – Compare este texto com Zacarias 12:4, 10 onde é profetizado
que DEUS seria traspassado. João chama Jesus de “Jeová” sem deixar
margem para dúvidas!

• João 20:28 – Tomé, um judeu, reconheceu a Divindade de Cristo ao


chamá-Lo de “Deus meu”. E Tomé não foi considerado um idólatra por
adorar a Cristo.

Notas:
* Quando é dito que o Pai “concedeu” ao Filho o ter vida em Si mesmo, isso não
se dá no aspecto Divino, pois, Cristo é Deus tão quanto o Pai, segundo
Colossenses 2:9. Essa “concessão” se dá no contexto da encarnação, pois
Cristo, enquanto encarnado, era inferior ao Pai apenas funcionalmente. Por Cristo
ter encarnado, Ele se subordinou ao Pai em funcionalmente no plano de salvação
e dependia totalmente dEle.

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** Com o “nome” EU SOU Jesus está destacando sua ETERNIDADE. “Eu Sou”
significa que Ele é o mesmo no PASSADO, no PRESENTE e no FUTURO.
Além disso, dessa expressão deriva o nome sagrado de Deus, representado pelo
tetragrama YHVH, reforçando a idéia de que Jesus disse ser DEUS.

1.3 – As declarações de Jesus em João 20:17 e 10:34, 35

Aqui faremos uso da exegese (aplicar as regras da hermenêutica) para


entendermos os textos bíblicos. E uma dessas regras é analisar o contexto interno
do texto e referências paralelas que tratem do mesmo assunto.
Em João 20:17, Jesus chama o Pai de Deus. Isso em nada diminui a
Divindade do Salvador do mesmo modo que de Deus Pai não deixa de ser Deus
ao chamar a Cristo de Deus (analisaremos depois Hebreus 1:8).
Já o texto de João 10:34, 35 precisa ser interpretado, como disse
anteriormente, levando-se em conta o contexto interno do livro e texto (s)
paralelo (s). Quando vamos à Bíblia descobrimos que a palavra plural “deuses”
com letra minúscula era aplicada aos juízes humanos por eles serem
representantes de Deus, o Juiz Supremo. E o Salmo 82:6, texto paralelo,
comprova isso: “Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo.” Leia o
contexto (versos 1-5) e veja que neste Salmo Deus está pronunciando um castigo
sobre os juízes corruptos!
Portanto, Cristo não estava dizendo que os líderes judeus eram “deuses”
com essência divina, mas estava usando um termo que eles conheciam para
defender as próprias declarações dEle de que era Deus. Prova de que o Salvador
não estava menosprezando a própria divindade em João 10:34, 35 encontramos
no mesmo capítulo, nos versos 38 e 39: “mas, se faço, e não me credes, crede
nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu
estou no Pai. Nesse ponto, procuravam, outra vez, prendê-lo; mas ele se livrou

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das suas mãos.” João 10:38-39. Os judeus entenderam bem que Cristo, em outras
declarações do mesmo capítulo, estava se auto-intitulando Divino.

1.4 – O que Deus Pai disse sobre Jesus

1.4.1 – O Pai chamou Jesus de DEUS! “Mas acerca do Filho: O


teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de eqüidade é o
cetro do seu reino.” Hebreus 1:8. Perceba que Hebreus 1:8, 9 é
uma citação do Salmo 45:6, 7, que fala de “Jeová” (ou “Javé” –
ninguém sabe ao certo a pronúncia do nome hebraico de Deus);

1.4.2 – O Pai disse que Jesus também era “Jeová” como Ele,
Criador de todas as coisas! “Ainda: No princípio, Senhor, lançaste
os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos; eles
perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão
qual veste; também, qual manto, os enrolarás, e, como vestes,
serão igualmente mudados; tu, porém, és o mesmo, e os teus anos
jamais terão fim.” Hebreus 1:10-12.
Analise também que o autor de Hebreus 1:10-12 aplicou a Jesus o Salmo
102:25-27, que se refere ao Deus do Antigo Testamento! Compare os dois textos
depois de ler esse Salmo: “Em tempos remotos, lançaste os fundamentos da
terra; e os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permaneces;
todos eles envelhecerão como uma veste, como roupa os mudarás, e serão
mudados. Tu, porém, és sempre o mesmo, e os teus anos jamais terão fim.”

1.4.3 – O Pai afirmou que Jesus deve ser adorado: “E, novamente,
ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de
Deus o adorem.” Hebreus 1:6.

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1.4.4 – O Pai disse que amava a Jesus: “E eis uma voz dos céus,
que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”
Mateus 3:17.
Concluindo: se formos obedientes ao Pai, chamaremos Jesus de Deus,
assim como Deus Pai o faz. E ainda seguiremos a ordem dEle de adorar a Jesus!
Deixo-lhe um texto bíblico para sua reflexão:

“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos
constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus [Jesus!], a qual ele [Jesus!]
comprou com o seu próprio sangue [Jesus!].” Atos 20:28.

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Capítulo 2

DEPOIMENTOS DE QUEM SE DEIXOU GUIAR PELO ESPÍRITO


SANTO NO ESTUDO DA PESSOA DE JESUS CRISTO

Maricélia da Silva, 14/10/2009:

“Se Cristo fosse uma criatura, não poderia ser o nosso salvador. Ele é divino, a
Bíblia é muito clara nesse aspecto. Não entendo como as pessoas gostam de
distorcer.”

Mabel Pereira Mata, 15/10/2009:

“Se CRISTO é criatura Deus não viria a terra. Escolheria as criaturas já


existentes.”

Maiara, 15/10/2009:

Amiga Maricélia: O assunto da Divindade hoje é mal compreendido e mal


explicado. Pelo fato de as pessoas não examinarem as Escrituras e por estar se
cumprindo 2 Coríntios 4:4 onde é dito que o “deus deste século” cegou o
entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho
da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Muitos irmãos em Cristo
sinceros de coração têm sido enganados por seguirem doutrinas que são de
homens (Mateus 15:9) e, assim, cometem graves erros por não conhecerem as
Escrituras e nem o poder de Deus (Mateus 22:29).

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Mas o Senhor disse que retiraria os seus filhos do erro (Apocalipse 18:4) por
intermédio de um povo escolhido para levar a mensagem (1 Pedro 2:9, Isaías
60:1,2, Isaías 61:1,2) (Apocalipse 14:6-12).

Mateus 24:14 diz que será pregado este evangelho do reino por todo o mundo,
para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim. Porém, a salvação não é
obrigatória e nem imposta; precisa ser aceita voluntariamente, pois quem crer
será salvo, mas quem não crer será condenado (Marcos 16:16). Nós temos que
fazer a nossa parte: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda
criatura.” (Marcos 16:15).

Que Deus nos abençoe.

Hendrickson Rogers, 23/10/2009 – Maceió, AL:

Assim como existem muitas informações proveitosas na teoria evolucionista,


existem informações no arianismo moderno (por exemplo, nossos irmãos
“Testemunhas de Jeová” ) que podem ajudar-nos, nós trinitarianos!

A questão não está na preexistência do Senhor Jesus, posto que a Bíblia é muito
clara quanto a isto.

Penso que, colocando a disposição daqueles irmãos textos bíblicos reveladores


que:

(1) Afirmam como Jeová Pai, Jeová Jesus e Jeová Espírito Santo possuem de
fato o mesmo nome: Jeová (como por exemplo, Adão e sua mulher receberam o
mesmo nome. veja Gênesis 5:2. É como se Jeová triúno aplicasse a Seus
filhinhos mais uma de Suas características!);

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(2) São igualmente Todo-poderosos, ou seja, não apenas Jeová Pai recebe este
“título” (por exemplo, Mateus 26:64), mas também Jesus Cristo e o “OUTRO”
consolador, o Espírito Santo.

Em Números 6, na bênção sacerdotal ensinada pelo próprio Jeová a Moisés,


vemos exatamente três menções ao santo nome de Deus, “Jeová”. Em cada uma
vemos atributos e atividades específicas dos Três: bênção, rosto (ou revelar a
imagem) e paz (”outro consolador”).

Isto não prova nada, mas é um bom início para um diálogo!

Alberto Rezende, 20/11/2009:

Em Mateus 4:10 (quando Jesus se recusou a adorar Satanás) lemos: “Retira-te,


Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás
culto”. A palavra grega para adoração nesta passagem é proskuneo, que
literalmente significa “beijar a mão a alguém.”. Quando Cornélio tentou adorar
Pedro em Atos 10:25-26: “Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu
Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou. Mas Pedro o
levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem” (Atos 10:25-26). Qual
era o ponto de Pedro? “Não é apropriado adorar um ser criado, e eu, Pedro,
sou uma criatura, portanto, levanta-te!”

Em Apocalipse 19:10, João contou sua tentativa sem sucesso de adorar um anjo
(que é uma criatura - Salmo 148:2-5): “Prostrei-me ante os seus pés para
adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus
irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus.” João tentou um ato
semelhante em Apocalipse 22:9 e recebeu uma correção semelhante.
Simplesmente, nunca é certo adorar uma criatura.

Jesus recebeu adoração e nunca reprovou ninguém que o adorasse.

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Por causa de Pedro rejeitar a adoração de Cornélio, e do anjo rejeitar a


adoração de João, é especialmente surpreendente que os escritores da Bíblia
usem a palavra adoração (proskuneo) do próprio Jesus quatorze vezes no Novo
Testamento. Jesus aceitou essa adoração e nunca reprovou aqueles que o
adoraram! Em Mateus 8:2, temos este registro: “E eis que um leproso, tendo-se
aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me.”
Novamente, em Mateus 9:18: “… um chefe, aproximando-se, o adorou e disse:
Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe a mão sobre ela, e viverá.”
Em Mateus 14:33, passamos dos possíveis pagãos ignorantes para os próprios
apóstolos de Cristo. Depois que Jesus salvou os apóstolos da tempestade no mar
da Galiléia, “…os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente
és Filho de Deus!”

Diferentemente de Pedro e do anjo que rejeitaram adoração, Jesus a aceitou.

Em Mateus 15:25, sobre a mulher Cananéia: “…veio e o adorou, dizendo:


Senhor, socorre-me!” Sem repreensão de Jesus. Em Mateus 20:20: “Então, se
chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um
favor.” Até então, Jesus tinha ensinado os apóstolos durante quase três anos sem
nunca repreender quem O adora-se.

Em Mateus 28:9, depois de três anos e meio com Jesus e depois de sua
ressurreição, Maria Madalena e a outra Maria estavam correndo para dar a
notícia aos seus discípulos. “E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse:
Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram.” No
versículo 17, quando os onze discípulos encontraram Jesus na Galiléia, “E,
quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.”

Encontramos exemplos semelhantes em Marcos 5:6-7 e João 9:38. Queremos


também destacar especialmente Lucas 24:51-52, que aconteceu depois da
ressurreição de Jesus: “Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando

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deles, sendo elevado para o céu. Então, eles, adorando-o, voltaram para
Jerusalém, tomados de grande júbilo.”

Em Hebreus 1:6, Deus disse de Jesus: “E, novamente, ao introduzir o


Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.”

Se amar a Jesus é idolatria, então não somente temos os apóstolos envolvidos em


idolatria, mas Jesus aceitou a adoração idólatra deles. Também temos os anjos
do céu envolvidos em adoração idólatra de Jesus, e Deus é quem está por trás de
tudo!

Ainda mais, em referência a Jesus em Apocalipse 5:13-14, temos: “Então, ouvi


que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar,
e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao
Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos
séculos. E os quatro seres viventes respondiam: Amém! Também os anciãos
prostraram-se e adoraram.”

Observe que toda criatura adorava Jesus!

Em João 5:22-23 Jesus disse, “E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou
todo julgamento, a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o
Pai”.

Sempre que se adora qualquer coisa criada, seja uma pedra, uma árvore, um ser
humano, etc., pratica-se o que a Bíblia chama idolatria. Naturalmente, a
aplicação a esta questão é: se Deus criou Jesus, então quem adorasse Jesus
seria um idólatra...

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Como Jesus é o arquiteto do mundo, ele também é o criador de tudo que nele há
conforme Hebreus 1:1-2, que fala que Jesus é o seu criador. Portanto, isso
explica a não rejeição de Cristo em ser adorado pelo mundo...

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Capítulo 3

REFUTAÇÃO DE ALGUNS TEXTOS DISTORCIDOS E USADOS


CONTRA A DIVINDADE DE JESUS

Nesse capítulo disponibilizarei respostas a alguns dos muitos


questionamentos feitos a respeito da Divindade de Jesus. Começarei com a
resposta que dei a um internauta.

3.1 – João 17 e a Divindade de Cristo

“A Paz do Senhor Jesus Cristo, Pr. Leandro… Se na Trindade Jesus é Deus, por
que ele esta à direita do trono do Pai? Em João 17:21 ele afirma: “Para que
todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam
um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. Assim sendo, acho que
Jesus Cristo está se referindo neste texto sobre a unidade de Espírito e não
necessariamente dizendo que existem três pessoas numa divindade…Gostaria de
saber se estou certo... O que me diz de 1 João 5:7?
Olá, amigo:
Suas considerações são sempre bem-vindas.
O fato de Jesus estar ao lado direito do trono de Deus Pai – ou do lado
esquerdo – em nada afeta a Divindade dEle, afirmada de forma clara em
Colossenses 2:9 (entre muitos outros versos): “Porquanto, nele, habita,
corporalmente, toda [não “um pouco”] a plenitude da Divindade.” Perceba que
Cristo não é “um pouco Deus”, mas, plenamente Divino!

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O sentar-se no trono, ao lado direito, na Bíblia significa autoridade. Se


não fosse Divino, seria incoerente uma “criatura” comandar o universo (Hebreus
1:1-3) com o Criador.
A respeito de João 17, na oração de Cristo antes dEle subir ao Céu, o
Senhor orou pela unidade dos discípulos. Ele não mencionou o Espírito Santo
naquele contexto por que não era o mais relevante no ensinamento que Ele quis
passar (além disso, a revelação sobre o Espírito foi progressiva na Bíblia). Ao
examinar o todo das Escrituras, você poderá ver que O Espírito Santo é
mencionado junto com o Pai e o Filho (2 Coríntios 13:13; Judas 1:20) e, noutros
textos, só Jesus e o Espírito são citados! Veja um deles:
“Por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo [veja que o
Espírito não É um poder: Ele TEM poder!]; de maneira que, desde
Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho
de Cristo” Romanos 15:19.
Portanto, se João 17 indica que o Espírito Santo não existe como uma
pessoa, o texto acima também indica que Deus o Pai não existe, pois Ele não é
mencionado (afirmar isso seria uma blasfêmia).
Quando uma Pessoa da Divindade é mencionada na Bíblia e outra não,
devemos levar em conta o CONTEXTO da declaração por que cada Pessoa
Divina tem sua função, nos diferentes relatos bíblicos sobre a Divindade.
Também não podemos ignorar os demais textos bíblicos que colocam o Espírito
Santo no mesmo grau de Divindade que Cristo e Deus Pai (leia Atos 5:3, 4).
Sobre 1 João 5:7, não o usamos como defesa da doutrina da Trindade
porque o que está entre colchetes é um comentário de um copista. É claro que o
copista não acrescentou uma heresia no manuscrito, mas, preferimos usar Mateus
28:19, Efésios 4:4-6, 2 Coríntios 13:13, Judas 1:20, João 14:16, entre outros, para
provar que a Divindade é formada por Três Pessoas.
Espero que a leitura dos artigos seguintes lhe ajudem a crescer “na graça e
no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 3:18).

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3.2 – Depois da encarnação deixou de ser Onipresente?

É verdade que Cristo deixou de ser Onipresente depois que se tornou


humano? Um irmão afirmou por e-mail que Ellen White escreveu isso…
Analisaremos essa questão em tópicos para chegarmos a uma conclusão
bíblica sobre o assunto:

1) Na encarnação, Cristo assumiu a forma humana (Filipenses 2:7);

2) Na encarnação, Jesus não deixou de ser Deus (Filipenses 2:5-8; João


1:1 e 14)

3) Na encarnação, quando estava aqui na Terra, “o encarnado Cristo


voluntariamente limitou-e a Si próprio nesse aspecto [Onipresença]”
(Nisto Cremos, pág. 56. Casa Publicadora Brasileira, 2008). Perceba que
em Sua divindade o Salvador continuou sendo Onipresente e que apenas
limitou-Se (por um tempo) e foi representado em todos os lugares, pela
Onipresença do Espírito Santo – João 14:16-18.

4) Na glorificação (Filipenses 3:20, 21), Cristo continuou com a natureza


divino-humana e isso em nada afetou a Divindade dEle (leia Hebreus 1:1-
3). Se o Salvador, após a entronização no Céu, não fosse mais
Onipresente, Ele:
(1) Não poderia ter feito as declarações de Mateus 18:20 e 28:20
que indicam ser Ele Onipresente depois da ascenção;
(2) Seria inferior ao Pai e ao Espírito Santo, dando assim margem
para o politeísmo (um deus mais poderoso que outro) – o que
afrontaria a doutrina bíblica da Trindade, que ensina a
Triunidade entre Três Pessoas distintas, mas, com o mesmo

Por Leandro Soares de Quadros – www.namiradaverdade.com.br Página 24


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caráter, poder e atributos (Onipresença, Onipotência,


Onisciência e Eternidade).
A profetisa Ellen White não se detém nesse aspecto da natureza de Cristo
depois da entronização (mesmo que alguns teimem em afirmar o contrário...).
Para concluir, os textos a seguir, de João 10:30 e de Ellen White, no livro
“Patriarcas e Profetas” (p. 34), confirmam esses fatos:

“Eu e o Pai somos um.” (Tal unidade indica também possuir os mesmos
atributos, entre eles a Onipresença – mesmo após a encarnação – depois de
entronizado)

“Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai – um em


natureza, caráter, propósito…” (Aqui ela fala de Cristo antes a
encarnação).
Veja que a Bíblia e Ellen White se completam. E não poderia ser
diferente, pois, ambos vieram do mesmo Espírito (2 Timóteo 3:16; Provérbios
29:18).

3.3 – Jesus é um “deus menor”? Mateus 24:36

“Se Deus o Pai, Jesus e o Espírito Santo são um só, por que Deus – e só Ele –
sabe a hora da volta de Jesus?” R.B, por e-mail.
Obrigado por assistir o programa “Na Mira da Verdade”!
Realmente, a Bíblia afirma em diversos textos que Deus o Pai, o Filho e o
Espírito Santo – a Três Pessoas – são um Deus no sentido de UNIDADE e não de
personalidade. Dois dos muitos textos que distinguem as Pessoas da Divindade e
as igualam na essência Divina são Mateus 28:19 e Judas 1:20,21:

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“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome


[o termo grego onoma – nome – está igualando as Três Pessoas!] do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo”
“Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no
Espírito Santo, guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso
Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna.”
Esses dois versos já seriam suficientes para provar que a Divindade é
composta por Três Pessoas iguais em poder, caráter e propósito. Mas, com
personalidades distintas. Mas, vamos dar continuidade ao estudo desse tema.

3.3.1 – O conhecimento de Jesus e a Salvação eterna

Nossa salvação depende do correto conhecimento que temos de Deus


(João 17:3), o que torna sua pergunta muito importante. A pessoa que acredita
que Quem morreu na cruz no seu lugar foi Deus mesmo, dá outro valor à
salvação, diferente daquele que acredita ser Jesus uma criatura. Por isso, vamos
analisar Mateus 24:36 e entender o porquê de Jesus não saber o dia da volta dEle,
sendo que Ele também é Deus.

3.3.2 – Na Bíblia existem dois tipos de textos sobre Jesus

A mesma Bíblia que diz que Jesus “é menor que o Pai” (João 14:28)
afirma que Cristo é o “Pai da Eternidade” (Isaías 9:6). Isso prova que há nas
Escrituras pelo menos dois tipos de textos referentes à Pessoa de Jesus (o que
não significa uma contradição):
1) Aqueles que colocam o Salvador numa posição de inferioridade em
relação ao Pai (e que se referem à Sua condição de encarnado);

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2) Aqueles que colocam a Jesus numa posição de igualdade em relação ao


Pai (e se referem à condição Divina dEle).
Portanto, para chegarmos a uma conclusão honesta a respeito da pessoa de
Jesus precisamos considerar os dois tipos de textos.
A subordinação de Cristo em relação ao Pai é apenas funcional devido à
encarnação dEle. Na redenção, cada Pessoa da Divindade assumiu uma função
diferente. 1 Coríntios 15:24-28, por exemplo, trata da subordinação funcional de
Cristo durante a eternidade, pois Ele continuará para sempre com a natureza
divino-humana. A questão abordada em Mateus 24:36 não é a “inferioridade” da
natureza de Cristo. Isso por pelo menos dois motivos:
1) O próprio Paulo diz em Romanos 9:5 que Jesus é Deus Bendito;
2) Apocalipse 22:1 e 3 mostra que Jesus, mesmo estando subordinado ao
Pai (na função) por causa de Sua encarnação, estará no comando do universo.
Cristo não poderia ser inferior ao Pai na essência divina porque aí
teríamos que admitir o politeísmo, que ensina que há um “Deus maior” e outro
“deus menor”.

3.3.3 – Agora, podemos entender Mateus 24:36!

Depois dessas considerações, não fica difícil entendermos Mateus 24:36


que afirma: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos
céus, nem o Filho, senão o Pai.” Basta fazermos uma pergunta, com base nos
textos bíblicos mais fáceis (esse é o método correto de se interpretar as
Escrituras):
Esse texto se refere ao Jesus Divino, igual ao Pai em Divindade
(Colossenses 2:8, 9) ou ao Cristo encarnado (João 1:14), que limitou o
conhecimento dEle em Sua humanidade (Mateus 24:36) e que assumiu uma
função diferente no plano de salvação?

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Para ajudar na resposta a tal pergunta podemos ler Marcos 2:5-8 e ver que,
mesmo em Sua humanidade, houve ocasiões em que Jesus manifestou qualidades
Divinas ao (1) perdoar pecados (algo que só Deus pode fazer!) e (2) ler os
pensamentos das pessoas (outra coisa que só Deus pode realizar, como afirma 1
Reis 8:39!).

3.4 – Alguns dos textos que as Testemunhas Jeová usam para negar a
Suprema Divindade de Cristo

3.4.1 - Salmo 2:7: “Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me


disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.”

Esse Salmo é o conhecido "Salmo da Entronização". Essa frase do Salmo


era proferida quando o rei subia ao trono em Israel. Ele assumia um
relacionamento especial com Deus por ser o Seu representante e, por isso, era
visto como “gerado” por Deus. Nem de perto o texto quer sugerir que Cristo foi
“gerado” no sentido de “ser criado”! O verbo para gerar (no grego, o
correspondente é “genao”, e aparece em Hebreus 1:5, entre outros textos)
significa “ser estabelecido”, “ser ungido rei”. Quando retornou ao Céu Cristo foi
entronizado novamente. Só poderia ser entronizado se um dia estivesse ocupado
o trono e se fosse Deus plenamente. Confira Filipenses 2:7.
Voluntariamente Ele deixou o Seu trono e veio a esse mundo para morrer
no lugar de cada um de nós. Por isso, ao voltar para o Céu, sentou-se à direita de
Deus (Hebreus 1:3) e um dia todos dobrarão os joelhos perante Ele em
reconhecimento de que a Divindade é justa no trato com o pecado e os p ecadores
(Filipenses 2:10 e 11). Se Cristo fosse um ser “gerado” no sentido ocidental do
termo, TODO O UNIVERSO estaria sendo idólatra ao se ajoelhar diante do
Salvador.

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3.4.2 – Colossenses 1:15: “Este é a imagem do Deus invisível, o


primogênito de toda a criação”

O tipo de primogenitura aqui mencionada não é a mesma de nossa cultura


ocidental. Lembre-se que a Bíblia foi escrita em Hebraico, Aramaico e Grego.
A palavra “primogênito” vem do termo grego “prototokos” e significa
“primeiro em importância” e não primeiro no sentido de ordem cronológica. A
palavra “primogênito” encontra seu correspondente hebraico no Salmo 89:26, 27,
que diz ser Davi o “primogênito”. Sabemos que Davi não era o “primogênito”,
no sentido de ser o “primeiro filho”, pois era caçula (1 Samuel 16:11). Davi era o
“primogênito”, no sentido de "importância", pois, ele foi chamado para ser o
rei de Israel. Do mesmo modo Jesus: Ele foi o primeiro no sentido de
"importância" por que Ele é o Salvador da humanidade, Criador e
mantenedor de todas as coisas, de acordo com o próprio contexto de
Colossenses 1:15: os versos 16 e 17. Ao estudar tais versos como um todo
percebemos que Paulo quer simplesmente dizer o seguinte: que Jesus é
“primogênito – primeiro em importância” por ser o Senhor da criação. Se Paulo
quisesse dizer que Cristo é o “primeiro criado”, teria usado outra palavra grega:
“protoktistos”. Ele tinha essa palavra como recurso. Mas, não a utilizou. Não é
por acaso.

3.4.3 – Apocalipse 3:14: “Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve:


Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o
princípio da criação de Deus”

O vocábulo “princípio” (da criação) em Apocalipse 3:14 não quer nem


mesmo insinuar que Jesus teve um começo, contrariando Isaías 9:6, Miquéias
5:2, etc. As principais traduções do termo grego “arché” (“princípio”) são:
“governador”, “soberano”, “originador”. Foi por isso que a Nova Versão
Internacional traduziu corretamente o texto do original, ao vertê-lo na seguinte
forma: “Ao anjo da igreja em Laodicéia escreva: “Estas são as palavras do

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Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de Deus". E não


poderia ser diferente, pois João 1:3 afirma que todas as coisas foram feitas por
intermédio de Jesus e sem Jesus nada do que foi feito se fez. Se Jesus fosse uma
criatura, este texto não poderia existir na Bíblia, pois, como uma criatura que não
é eterna poderia criar TODAS AS COISAS com Deus Pai? TODAS AS COISAS
envolveria o próprio Jesus! Como poderia Ele criar a si mesmo? Impossível
Cristo ser criado. Ele é Deus eterno no mais pleno sentido da palavra.

3.4.4 – Salmo 90:2: “Antes que os montes nascessem e se


formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és
Deus.”

As Testemunhas de Jeová (e alguns “descendentes” deles...) usam tal


verso para dizer que somente Ele (o Pai) é eterno no sentido de nunca ter sido
criado.
Todavia, devemos também considerar Apocalipse 1:17 onde Jesus diz:
“Eu sou o primeiro e o último”. Ser o primeiro e o último “ser criado” é
incoerente, pois, Deus criou muitas coisas... Nessa frase Jesus reafirma a
eternidade dEle. Destaco que isso foi dito também por Deus no Antigo
Testamento: “Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, seu Redentor, o SENHOR dos
Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus.”
Isaías 44:6. Percebeu o paralelo entre os dois textos? A Bíblia diz de modo
declarado que Jesus é Deus eterno assim como o Pai! (e o Espírito Santo - ver
Atos 5:1-4; Hebreus 9:14).

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CONCLUSÕES

1. Sendo que Cristo é tanto Divino quanto humano, não há dúvidas de que
Mateus 24:36 se refere a Cristo na condição dEle de encarnado, enquanto
que Colossenses 2:8, 9 ao Cristo Divino e igual ao Pai.

2. Hoje, depois de entronizado no Céu (Hebreus 1:1-3) e ter reassumido a


Sua posição original, com certeza Cristo já sabe o dia e a hora da volta
dEle.

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Capítulo 4

ELLEN WHITE ACREDITAVA NA DIVINDADE DE CRISTO!

A seguir, a resposta que dei a uma internauta que afirmou ser Ellen White
“contra” o ensino bíblico a respeito da Suprema Divindade de Cristo. Ele usou
apenas a primeira linha do texto que se encontra no Mensagens Escolhidas, vol.
1, p.p. 226, 227 onde o Senhor é chamado de “Unigênito” – com significado total
mente diferente na compreensão hebraica.

Resposta: O texto do livro Mensagens Escolhidas, é mais bem compreendido


quando o lemos juntamente com algumas citações de Ellen White no livro “O
Desejado de Todas as Nações”. Antes de passar-lhe tais textos, quero fazer um
comentário sobre a citação que extraiu dos Testemunhos:
Ele não está escrito no original da forma como você apresentou. Diz Ellen
White:
Antes que fossem postos os fundamentos do mundo, Cristo, o Unigênito de
Deus, comprometeu-Se a tornar-Se o Redentor da raça humana, caso Adão
pecasse. Adão caiu, e Aquele que era participante da glória do Pai antes de
existir o mundo, pôs de lado Suas vestes reais e Sua real coroa, e desceu de
Sua alta autoridade para tornar-Se um Bebê em Belém, a fim de que,
palmilhando o caminho onde Adão tropeçara e caíra, redimisse a humanidade
caída. Sujeitou-Se a todas as tentações que o inimigo apresenta aos homens e
mulheres; e todos os assaltos de Satanás não conseguiram fazê-Lo desviar-Se de
Sua lealdade ao Pai. Vivendo uma vida sem pecado, testificou Ele de que todo
filho e filha de Adão pode resistir às tentações daquele que primeiro trouxe o
pecado ao mundo. Cristo trouxe aos homens e mulheres o poder de vencer. Veio
ao mundo em forma humana, a fim de viver como homem entre os homens.
Assumiu os riscos da natureza humana, para ser provado e tentado. Em Sua

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humanidade, era participante da natureza divina. Em Sua encarnação obteve


nova intuição do título de Filho de Deus. Disse o anjo a Maria: “A virtude do
Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há
de nascer, será chamado Filho de Deus.” Luc. 1:35. Ao mesmo tempo que era
Filho de um ser humano, tornou-Se o Filho de Deus num novo sentido.
Assim Se achou Ele em nosso mundo – o Filho de Deus, mas ligado, pelo
nascimento, à raça humana.
Vamos analisar as expressões em negrito:

“Unigênito de Deus” – No grego bíblico, o termo (monogenes) significa “o


único da mesma espécie”. Aqui é dito que Cristo é o único “Filho” (no sentido
hebraico do termo – igualdade, segundo João 5:18), entre os humanos (lembre-
se: Cristo encarnou e se tornou parte da família humana) que é Divino como o
Pai. Nós não o somos.

“Aquele que era participante da glória do Pai antes de existir o mundo”-


Nessa frase, a autora está confirmando Miquéias 5:2 e Isaías 9:6, onde Jesus é
chamado de “Pai da Eternidade”. Um Ser que é chamado de “Pai da
Eternidade” não pode ter tido um início.

“Suas vestes reais e Sua real coroa”- Só um ser Divino pode ser o Rei do
Universo.

“Sua alta autoridade”, ou seja: mesma autoridade do Pai – leia João 5:21.

“Veio ao mundo em forma humana” – Se ele veio em forma humana, isso


significa que antes Ele tinha uma forma Divina. O trecho está de acordo com
Filipenses 2:5-8.

“Em Sua humanidade, era participante da natureza divina” – Mesmo tendo


encarnado, Jesus não deixou de ter a natureza divina. Não há na Bíblia a ideia de

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“um deus mais poderoso que outro” – algo pagão. Portanto, Cristo é Deus como
é o Pai (e o Espírito Santo – ver Atos 5:3, 4).

“Ao mesmo tempo que era Filho de um ser humano, tornou-Se o Filho de
Deus num novo sentido” - Em qual sentido? O restante da frase esclarece:
“Assim Se achou Ele em nosso mundo – o Filho de Deus, mas ligado, pelo
nascimento, à raça humana.”
Quando encarnado, Cristo tornou-se o Filho de Deus “num novo sentido”,
diz Ellen White. Isso por que “Ele se achou em nosso mundo” e porque foi
“ligado, pelo nascimento, à natureza humana”. A partir desse momento, o
Salvador se torna “filho” também no sentido de depender do Pai para realizar
Suas obras na Terra, pois, o Senhor não poderia usar o poder Divino dEle em seu
próprio favor!
Percebeu? A citação está é confirmando a Divindade do Salvador e Sua
igualdade com o Pai na Divindade.
Vamos a alguns textos do livro “O Desejado de Todas as Nações”:

Pág. 530:
“EM CRISTO HÁ VIDA ORIGINAL, NÃO EMPRESTADA, NÃO
DERIVADA”.
Vamos reler juntos: Em Cristo há vida original [Ele não se originou do
Pai], não emprestada [o Pai não emprestou a vida a Ele], não DERIVADA [a
vida de Cristo não derivou do Pai].
Como provar o contrário?

Pág. 20:
No princípio, Deus Se manifestava em todas as obras da criação. Foi Cristo que
estendeu os céus, e lançou os fundamentos da Terra. Foi Sua mão que
suspendeu os mundos no espaço e deu forma às flores do campo. “Ele converteu
o mar em terra firme.” Sal. 66:6. “Seu é o mar, pois Ele o fez.” Sal. 95:5. Foi

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Ele quem encheu a Terra de beleza, e de cânticos o ar. E sobre todas as coisas na
terra, no ar e no firmamento, escreveu a mensagem do amor do Pai.
Perceba que Ellen White aplicou A JESUS o Salmo 66:6 e o 95:5 – que
fala de Javé! Como duvidar que ela era Trinitariana? Só uma mente cegada por
satanás pode deixar de lado tão grande evidência.

Pág. 24:
Foi Cristo que, do monte Horebe, falou a Moisés, dizendo: “EU SOU O
QUE SOU… Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.” Êxo.
3:14. Foi esse o penhor da libertação de Israel. Assim, quando Ele veio
“semelhante aos homens”, declarou ser o EU SOU. O Infante de Belém, o
manso e humilde Salvador, é Deus manifestado “em carne”. I Tim. 3:16.
Ellen White AFIRMA que Jesus é o Deus “Eu Sou” que falou com Moisés
– o Deus Eterno – e que Ele é “Deus manifesto em carne”, como afirma 1
Timóteo 3:16!
Portanto, é impossível dizer que Ellen White não cria na Trindade e na
Divindade de Cristo!
Precisamos analisar todos os textos dela sobre o mesmo assunto para não
corrermos o risco de os interpretarmos de forma errada, suscitar heresias e trazer
para si a perdição eterna.

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Capítulo 5

A TRINDADE

5.1 – Existe um Deus ou “três deuses”?

Não abordarei todos os aspectos do assunto numa breve introdução como


essa, mas, logo de início quero afirmar que é infundada a acusação de que crer na
Trindade é o mesmo que crer em “Três deuses”. Espero que a resposta a seguir
lhe ajude a pelo menos começar a visualizar isso!
A Trindade é um mistério revelado, mas, não totalmente explicado. Certa
vez eu estava defendendo a doutrina da Trindade e uma pessoa, que nega a
Personalidade e a Divindade do Espírito Santo, escreveu-me: “você que acredita
na Trindade não entende a Deus!” Perguntei: “então, quer dizer que você
entende a Deus? Meus parabéns! Você é o único ser humano no mundo que
compreende a Divindade…” Claro que eu estava brincando com ele para
mostrar-lhe que não deveria ter dito aquilo. Gosto da frase: “Para entender um
gênio, somente outro gênio. Para entender um Deus, somente outro Deus.”
Não podemos entender plenamente a Deus por que não somos deuses. Diz o
Salmo 145:3: “Grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado; a sua grandeza
é insondável”. O fato de não entendermos plenamente a Divindade não significa
que Deus não existe, da mesma maneira que o fato de a humanidade não entender
plenamente o funcionamento do cérebro não significa que o cérebro não existe.
Não devemos rejeitar a doutrina da Trindade só por que não a entendemos como
gostaríamos. Se fizermos isso, estaremos colocando a lógica humana acima da
lógica de Deus.

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Quando colocamos a nossa lógica acima da Divina, encontramo-nos na


mesma posição perigosa de Satanás. Precisamos aceitar a doutrina da Trindade
porque é um fato revelado na Bíblia. E, se confiamos em nosso Amado Deus,
iremos acreditar nEle quando afirma que é um Deus manifesto em Três Pessoas.
Alguns dizem: “não creio na Trindade porque o nome Trindade não está
na Bíblia”. Primeiramente, devemos entender que na Bíblia não se buscam
nomenclaturas, mas fatos. E a doutrina da Trindade é um fato.
Segundo: na Palavra de Deus não encontramos outras expressões que são
aceitas como verdades: encarnação de Cristo, milênio, Bíblia… Se formos
aceitar os fatos bíblicos apenas se forem acompanhados de nomes, então teremos
que rejeitar a doutrina da encarnação de Cristo, do milênio, e questionar inclusive
a existência da própria Bíblia!
Para estudarmos sobre Deus, aquilo que Ele nos revelou sobre si mesmo,
devemos entender que a Divindade possui uma unidade essencial e uma
subordinação funcional. Alguns textos bíblicos mostram que a divindade tem
uma unidade na sua essência (Colossenses 2:9) enquanto outros versículos
apontam para uma diferença na função (João 14:28) que cada um desempenha no
plano de salvação e desempenhou na criação.
Em João 5:19 e 21 vemos claramente esse princípio, bem como em outros
versos do mesmo capítulo: “Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade
vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir
fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o
faz.” Verso 19. No mesmo texto vemos a subordinação funcional de Cristo em
relação ao Pai e Sua unidade essencial com Deus Pai. No verso 21 podemos
visualizar ainda melhor a unidade de Cristo com o Pai na divindade, o que mostra
que Jesus não é uma criatura. Diz o texto: “Pois assim como o Pai ressuscita os
mortos e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer”.
Percebe querido (a) amigo (a)? A Bíblia fala de uma subordinação nas
funções entre os membros da divindade e de uma unidade na essência. A
diferença na função que cada membro da Divindade desempenha no plano de
salvação de maneira alguma significa que um Ser é mais poderoso do que o

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outro. Se Jesus não fosse criador e o Espírito Santo fosse inferior a Deus Pai e a
Deus Filho também na essência, isso seria politeísmo, como afirmei em uma
resposta anterior. Politeísmo é a crença em mais de um deus, onde um é mais
poderoso do que o outro. A doutrina da Trindade não é politeísmo (e não pode
ser confundida com a Tríade babilônica, que era composta por um deus que era
pai, outro que era filho e outra que era mãe. As Testemunhas de Jeová na revista
Sentinela usam muito tal recurso visual para denegrir a doutrina bíblica da
Trindade) porque ensina a unidade essencial entre as Três Pessoas da Divindade!
Essas Três Pessoas são chamadas de “um só Deus”, como fiz Efésios 4:6, porque
são uma unidade.
As Pessoas da Divindade são unidas no poder, caráter, propósito e amor.
São tão unidos que dizer “Três deuses” seria incoerente com o tipo de
relacionamento de amor que há entre essas Três Pessoas Divinas.
Fica claro que as Três Pessoas da Trindade são chamadas de “um só
Deus” (Deuteronômio 6:4 – “único Deus”) no sentido de unidade. Foi por isso
que Cristo pôde dizer em João 10:30: “eu e o Pai somos um”. Os judeus
entenderam essa declaração do Salvador como uma reivindicação de igualdade
com o Pai, pois o verso 11 do capítulo 10 diz que “Novamente, pegaram os
judeus em pedras para lhe atirar”.
Se os judeus entenderam o “recado”, por que muitos insistem em não
compreender?

5.2 – Podemos orar ao Espírito Santo?

Há quem diga que a Terceira Pessoa da Trindade não é um ser pessoal. O


que é uma pena, pois está perdendo a oportunidade de ter um relacionamento de
verdade com Deus.
Como vimos cada Pessoa da Divindade tem uma função específica no
plano de salvação (e na criação). E, na oração, se dá o mesmo. O Pai atende

Por Leandro Soares de Quadros – www.namiradaverdade.com.br Página 38


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nossas orações (Mateus 7:7-11), Jesus nosso intercessor, é a garantia de que


seremos ouvidos (João 14:13; 1 Timóteo 2:5) e o Espírito Santo é quem nos
ajuda a orar corretamente, pois aperfeiçoa a nossa comunicação (Romanos 8:26).
Somente Três Pessoas Divinas poderiam estar envolvidas intimamente em
algo tão importante quanto a oração, que envolve a ação divina de penetrar
no pensamento humano (leia 1 Reis 8:39).
Todavia, mesmo que o costume seja orar ao Pai em nome do Filho, isso
não significa que dirigir a prece a outros dois membros da Divindade. Vou
apresentar alguns motivos:
1) Somos atendidos quando oramos ao Espírito Santo. Se não fosse
correto pedir algo diretamente a Ele, Deus não nos atenderia de forma tão
eficaz, pois do contrário, estaria nos incentivando ao erro. Certa vez fiz
uma oração ao Espírito Santo, uma das mais importantes da minha vida
(pelas lições que me ensinou) e FUI ATENDIDO EM
APROXIMADAMENTE UMA SEMANA. Por isso, sou convicto de que
é correto orar a Ele. Não há unitariano ou dissidente que me convença de
que a prece que fiz ao Espírito Santo não foi atendida! Minha experiência
pessoal é o maior argumento que tenho em favor da existência da Pessoa
Divina do Espírito Santo.

2) Judas 1:20 e 21 coloca o Espírito Santo numa posição privilegiada em


relação a Deus Pai e a Deus Filho no que diz respeito à oração:
“Edifiquem-se, porém, amados, na santíssima fé que vocês têm, orando
no Espírito Santo. Mantenham-se no amor de Deus, enquanto esperam
que a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo os leve para a vida
eterna”. Quando o Espírito é mencionado primeiro e está intimamente
ligado à oração do crente, isso sugere a autoridade do Espírito também
nesse assunto;

3) O fato de cada membro da Trindade ter a Sua função não torna um mais
importante ou “menos Deus” que o outro. Sendo que

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ESSENCIALMENTE não há diferença entre as Três Pessoas do “Trio


Celestial” (expressão usada pela escritora Ellen G. White no livro
“Evangelismo”, p. 615. No português, no lugar de “Trio celestial” consta
“Trindade”. Mesmo Ellen White não utilizando o termo nos escritos dela,
que diferença há entre Trio e Trindade? Parece que os dissidentes não
têm trabalho missionário a realizar, ao fazer disso uma tempestade em
copo d’água), não seria idolatria orar a Jesus ou ao Santo Espírito. Cristo
até nos orientou que podemos também orar diretamente a Ele (o Messias):
“Se ME pedirdes alguma coisa em meu nome, EU o farei”. João 14:14
(Grifo acrescentado). Vemos na Bíblia servos de Deus orando ao
Salvador: Estêvão (Atos 7:59), Paulo (1 Coríntios 16:22) e João
(Apocalipse 22:20);

4) A função que cada membro da Divindade possui no plano de Salvação


(e na criação) não Os limita de modo que um não possa fazer o que o
outro faz. Exemplo disso podemos ler nas palavras de Cristo em João
5:21: “Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim
também o Filho vivifica aqueles a quem quer”.
Com base nos textos bíblicos apresentados, concordo com a posição dos
autores do livro A Trindade – Como entender os mistérios da pessoa de Deus na
Bíblia e na história do cristianismo (Casa Publicadora Brasileira, 2003), p. 307:
O padrão normal de oração é aquela dirigida ao Pai, em nome do Filho, com o
conhecimento de que os “gemidos” do Espírito transmitem nossas preces. Em
ocasiões de oração pessoal e coletiva, entretanto, parece melhor orar à pessoa
mais envolvida da Divindade. Por exemplo, poderia parecer mais apropriado
orar diretamente ao Espírito Santo quando solicitamos dons e poder de
testemunho para a igreja. Orações a Jesus poderiam incluir confissão, penitência
e perdão, e o clamor para que Ele venha logo. Em suma, se as pessoas da
Divindade são realmente uma em natureza, caráter e propósito, parece lógico e
prático dirigir petições e louvores apropriados a qualquer componente do Trio
celestial, num determinado tempo e situação.

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Já conversou com Deus hoje? Abra o coração Àquele que se preocupa


com os seus sentimentos (Filipenses 4:6) e deseja suprir todas as suas
necessidades (Filipenses 4:19).

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Capítulo 6

A BATERIA FOI CRIADA PELO DIABO?

Esse é um dos temas mais polêmicos na igreja – e sem necessidade. O


diabo não cria instrumentos a sim influencia os seres humanos para fazer mau
uso deles. A seguir, disponibilizarei o artigo “Haverá Gritos com Tambores…”
Bateria? Escrevi-o com o Pr. Valdeci Jr. que hoje é pastor distrital no estado da
Bahia. Ele foi meu colega de trabalho na Escola Bíblica da Rede Novo Tempo
por mais de seis anos e é um querido amigo.
Esse material está disponível no link
http://www.novotempo.org.br/advir/?p=1997 Ao acessar poderá analisar alguns
dos 201 comentários (até o momento) - positivos e negativos - sobre o que
escrevemos. Isso lhe ajudará a formar uma opinião equilibrada sobre o assunto
para que discussões desnecessárias não atrapalhem você e sua igreja de pregarem
o evangelho eterno contextualizado nas Três Mensagens Angélicas de
Apocalipse 14:6-12 (afinal, fomos chamados por Deus para isso!)
Também será importante você dar atenção a um dos melhores sites sobre
música, onde o Dr. André Reis desmistifica muitas questões em relação aos
instrumentos de percussão: www.adventismorelevante.com
Ótimos estudos.

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Haverá Gritos com tambores...

“Haverá gritos com tambores, música e dança…”. Essa frase faz parte da
citação mais usada nos comentários feitos pelos internautas que leram artigo de
Michael Tomlinson: “Música Contemporânea Cristã é Música CRISTÔ. Foi
escrita por Ellen White. E do jeito que está sendo colocada, faz surgir
questionamentos do tipo: “Se a igreja usa instrumentos de percussão, ela está de
acordo com a Bíblia? Caso a resposta seja ‘sim’, então Ellen White teria ido
contra as Escrituras, com sua citação sobre tambores no texto de Mensagens
Escolhidas, volume 2, página 36?”. É sobre isto que você vai ler aqui.

6.1 - Começando do Começo

Foi Deus, o Criador da música, quem criou, também, os tambores.


Ezequiel 28:13 (Almeida, Revista e Corrigida), comentando sobre a criação e o
ministério celestial pré-queda de Lúcifer, diz: “Estavas no Éden, jardim de Deus;
toda pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a
turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra
dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado,
foram preparados.” Segundo Siegried J. Schwantes, em seu livro “Comentário
Sobre o livro de Ezequiel” comentaristas cristãos, desde o início, viram nesta
descrição do rei de Tiro uma descrição velada de Lúcifer. O “Comentário Bíblico
Adventista do Sétimo Dia” (nas próximas vezes, sempre citado como SDABC),
apoiando-se no Espírito de Profecia, menciona que uma vez que aqui está falando
de instrumentos musicais, “isto relaciona-se a Lúcifer, que foi o diretor dos
corais no Céu”. E dentro do próprio texto de Ezequiel contra Tiro é possível
identificar que ele está realmente reportando-se, também, a itens musicais
(Ezequiel 26:13).

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Para a palavra “tambores” que aparece em Ezequiel 28:13, no original


hebraico a palavra é “toph”, que significa literalmente “pandeiro” ou
“tamborim”. O SDABC explica que se trata de um tamborzinho portátil. É a
mesma palavra usada para designar o instrumento que Miriam usou no canto de
louvor ao Senhor após a travessia do Mar Vermelho (Êxodo 15:20), os
instrumentos usados pelos profetas de Deus por ocasião da unção e do batismo
do Espírito Santo recebidos pelo primeiro rei de Israel (1 Samuel 10:15), o
instrumento que Davi usou perante o Senhor sem receber dEle reprovação
nenhuma (2Samuel 6:5), o instrumento que os filhos de Asafe recomendam usar
no louvor ao Senhor (Salmo 81:2) e também o que o salmista recomenda usar no
louvor que acontece “na assembléia dos fiéis” (Salmo 149:3 e 2).
Diante disso, como poderia Ellen White ter uma posição radical e
condenatória em relação ao tambor, se esse instrumento musical foi criado num
contexto sem pecado?
Responderemos aos questionamentos a respeito do texto do livro
“Mensagens Escolhidas” analisando, primeiramente, alguns princípios
importantes sobre a música. Assim o texto poderá ser mais bem compreendido,
em seu contexto.

6.2 – Alguns conceitos de Ellen White sobre a música

1) Para ela, a música sempre teve um propósito santo: “Fazia-se com que
a música servisse a um santo propósito, a fim de erguer os pensamentos
àquilo que é puro, nobre e edificante, e despertar na alma devoção e
gratidão para com Deus”. Patriarcas e Profetas, p. 594.

2) Ellen White considerava a música tão importante quanto a oração:


“Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a
oração. De fato, muitos hinos são orações…” Educação, p. 168.

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3) Tal autora gostava de qualidade: “… A música deve ter beleza, emoção


e poder…” Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 457.

4) Segundo White afirma, o louvor só é aceito por Deus se a vida de quem


canta é consagrada: “A música só é aceitável a Deus quando o coração é
consagrado, e enternecido e santificado por sua docilidade. Muitos,
porém, que se deleitam na música não sabem coisa alguma sobre produzir
melodia ao Senhor, em seu coração. Estes foram ‘após seus ídolos
(Ezequiel 6:9)’.” Carta 198, 1899. Ela também nos conta que a música
fazia parte da vida de Jesus: “Jesus entretinha em cântico comunhão com
o Céu”. O Desejado de Todas as Nações, p. 73. A Bíblia confirma que
Cristo gostava de cantar: “E, tendo cantado um hino, saíram para o monte
das Oliveiras.” Mateus 26:30.

5) A Sra. White era a favor do uso de instrumentos, sem classificá-los


seletivamente: “Seja introduzido na obra o talento do canto. O emprego
de instrumentos de música não é de modo algum objetável. Os mesmos
eram usados nos cultos nos tempos antigos. Os adoradores louvavam a
Deus com harpa e com címbalos, e a música deve ter seu lugar em nossos
cultos. Isto acrescentará o interesse nos mesmos.” Evangelismo, p. 150.

6) Ela dizia que os instrumentos não devem ser tocados de qualquer jeito:
“Nas reuniões realizadas, escolha-se um grupo de pessoas para tomar
parte no serviço de canto. E seja este acompanhado por instrumentos de
música habilmente tocados.” Testimonies, vol. 9, p.p. 143, 144. (Citado
no Manual da Igreja, ano 2000, p. 72). Entretanto, a melodia da voz é
mais valiosa que todos os instrumentos: “A voz humana que entoa a
música de Deus vinda de um coração cheio de reconhecimento e ações de
graças, é incomparavelmente mais aprazível a Ele do que a melodia de

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todos os instrumentos de música já inventados pelas mãos humanas”.


Carta 2C, 1892.

7) A irmã White afirmou que há músicas que desagradam a Deus e


profetizou que, nos últimos dias, a música será usada de maneira errada
para nos afastar do Criador: “Exibição não é religião nem santificação.
Coisa alguma há, mais ofensiva aos olhos de Deus, do que uma exibição
de música instrumental, quando os que nela tomam parte não são
consagrados, não estão fazendo em seu coração melodia para o Senhor. A
mais aprazível oferta aos olhos de Deus, é um coração humilhado pela
abnegação, pelo tomar a cruz e seguir a Jesus. Não temos tempo agora
para gastar em buscar as coisas que agradam unicamente aos sentidos. É
preciso íntimo esquadrinhar do coração. Necessitamos, com lágrimas e
confissão partida de um coração quebrantado, aproximar-nos mais de
Deus; e Ele Se aproximará de nós.” Review and Herald, 14 de novembro
de 1899.

As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me


que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-
se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os
sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar
neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo.

O Espírito Santo nunca Se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído.
Isso é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para
anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade
para este tempo. É melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do
que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em
janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões campais. A verdade para
este tempo não necessita nada dessa espécie em sua obra de converter almas.
Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se
devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças das instrumentalidades

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satânicas misturam-se com o alarido e barulho, para ter um carnaval, e isto é


chamado de operação do Espírito Santo… Satanás opera entre a algazarra e a
confusão de tal música, a qual, devidamente dirigida, seria um louvor e glória
para Deus. Ele torna seu efeito qual venenoso aguilhão da serpente. Mensagens
Escolhidas, vol. 2, p.p. 36, 37.
E é da leitura da frase “Haverá gritos com TAMBORES, música e
dança…”, no primeiro parágrafo desse último texto, que surge o questionamento
sobre o uso de instrumentos de percussão.

6.3 – Esse texto foi redigido para condenar a bateria?

No texto supracitado (onde destacamos os tambores) ela estaria atacando a


bateria, como pensam alguns? Se o estiver, está atacando os gritos, a bateria, a
dança e A PRÓPRIA MÚSICA também, pois as quatro coisas estão no mesmo
contexto!
Logo, chegamos a outra pergunta: Foi somente o uso do instrumento de
percussão que Ellen White condenou sobre a adoração em Indiana, no final do
século 19? A resposta é óbvia: Ela não estava fazendo um documento sobre um
instrumento musical em si, nem mesmo sobre a música somente. Estava
analisando o todo de um contexto de adoração, e nesta análise, na mesma frase,
ela não condenou somente os tambores, mas também os gritos, as danças e a
música. Portanto, para sermos coerentes, se fôssemos eliminar os tambores
baseados somente nesta frase, deveríamos eliminar também até a própria música,
pois “música” é um dos quatro itens da frase. Isso é um próprio argumento dela,
no mesmo texto, quando escreveu: “é melhor nunca ter o culto do Senhor
misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que,
foi apresentado em janeiro último…” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 36).
É importante ressaltar que ela está preocupada com a soma de todas essas
coisas. Logo, se quando a bateria estiver sendo usada na sua igreja, estiverem

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também ocorrendo danças e gritos, tal adoração musical estará chegando perto da
preocupação de Ellen White. Mas o problema é que a soma não era apenas desses
quatro itens. Tem mais.
Olhando o texto como um todo, temos que ser honestos em admitir que
Ellen está sendo contra os cultos BARULHENTOS com qualquer tipo de
instrumento e danças (que não são relacionadas àquelas danças praticadas pelos
hebreus). Precisamos ter cuidado para não fazermos Ellen White dizer o que
queremos, e muito menos achar que a música é uma questão de pouca
importância, pois o Diabo se aproveitará dela para levar muitos à perdição
eterna!
O que White condenou foi um contexto litúrgico que, por sua ideologia,
levava à maneira errada de usar a música. “Uma balbúrdia de barulho choca os
sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma benção”
(Idem). Veja como aquele culto era diferente do que têm sido os nossos cultos:
“Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música…” (p. 37). A
preocupação deste texto vai ao sentido de que (antes de nos preocuparmos em
julgar determinada música ou instrumento) a primeira análise é observar se está
havendo algazarra e confusão na execução de tal adoração musical. Veja a
continuação da mesma frase citada acima: “…tal música, a qual, se devidamente
dirigida, seria um louvor e glória para Deus” (Ibidem). Logo, o problema não
era a música, mas o modo de conduzir, não somente ela, mas todo o contexto de
adoração. “Satanás fará da música um laço, pela maneira que é dirigida” (p.
38), e não por que é acompanhada por instrumentos de percussão.
Aquilo que poderia ser usado para o bem, passou a ser usado para o mal.
O instrumento de percussão, que por si mesmo não tem nada de mal, só teve a
infelicidade de estar fazendo parte do mesmo contexto onde se fazia presente
uma lista enorme de coisas erradas. Leia o texto de forma mais ampla, no volume
dois do “Mensagens Escolhidas”, páginas 31 a 39. Você verá que no problema da
condenação também estavam as doutrinas falsas, o fanatismo, o espiritismo, a
excitação (êxtase), o perfeccionismo (doutrina dos hereges pós-lapsarianos), a
heresia doutrinária conhecida como “carne santa”, os pulos, os tumultos, as

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mentes desequilibradas, as loucuras, os falsos movimentos, etc. Nota: o pós-


lapsariano crê que a natureza de Jesus era igual à de Adão após a queda. Logo, de
acordo com tal crença distorcida, se Ele, um homem de natureza caída, viveu
sem pecado, nós temos que viver absolutamente sem pecado também. Isto é
contrário ao que a Bíblia ensina sobre santificação e salvação. E por incrível que
pareça, os hereges pós-lapsarianos carregam consigo, até hoje, uma forte ênfase
na preocupação com os assuntos musicais na adoração. E adoração misturada
com heresia é um caso sério.
Na página 37, a autora diz que “nenhuma animação deve ser dada a tal
espécie de culto”. E aqui cabe uma pergunta: Será que ela queria também
eliminar os cultos da igreja? É aí que percebemos que um mesmo instrumento
pode ser benéfico ou maléfico. Seria então justo aplicar tal condenação textual
para o nosso contexto atual de cultos? Os nossos cultos são uma soma de gritos
com tambores, dança, música, heresias doutrinárias, fanatismo, espiritismo,
excitação, pulos, tumultos, presença de mentes desequilibradas, loucuras e falsos
movimentos? Se sim, não devemos tirar só os tambores de tais cultos, mas sim
sair correndo dos cultos, com violões e tudo!
Alguém poderia dizer: “Bem, ainda não chegamos lá, mas o tambor é o
primeiro item nesta direção, por isso devemos evitá-lo.” Se este argumento for
válido, a coerência exige, então, que também digamos: “Ainda não chegamos lá,
mas a música é o primeiro item nesta direção, por isso devemos evitá-la.”

6.4 – Então, o que esse texto quer nos dizer?

Precisamos dar o sonido certo à interpretação do texto para não corrermos


o risco de colocar Ellen White contra a própria Bíblia (Salmo 150). Nesse verso,
a preocupação da Sra. White é com a doutrina da “carne santa”. O movimento
fanático chamado “carne santa” afirmava ser possível viver nesse mundo de
pecado e nunca mais pecar. Sabemos que essa era a condenação do texto que

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Ellen White escreveu, pois se perguntássemos a ela: “Sra. White, é possível viver
nesse mundo de pecado e nunca mais pecar?”, ela nos responderia que o ensino
dado com relação ao que é denominado “carne santa” é um erro. Segundo ela, se
esse aspecto de doutrina fosse levado um pouco mais longe, conduziria à
pretensão de que seus defensores não podem pecar; de que uma vez que tenham a
“carne santa”, suas ações são todas santas. Ainda segundo a autora, todos podem
obter agora corações puros, mas não é correto pretender, nesta vida, possuir a
carne santa. Ainda no livro Mensagens Escolhidas, neste mesmo capítulo, ela
menciona que nossa confiança não está no que o homem pode fazer, mas sim,
naquilo que Deus pode realizar pelo homem, por meio de Cristo. E comentando
sobre o mesmo assunto, nos Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 114, ela deixa claro
que a santificação não é obra de um momento, uma hora ou um dia. É um
contínuo crescimento na graça. E enquanto Satanás reinar (até a volta de Jesus),
precisaremos subjugar o próprio eu, teremos assaltos malignos a vencer e não
haverá lugar de parada – nenhum ponto a que possamos chegar e dizer que
atingimos plenitude (Filipenses 3:13-16).
E, quando nos desarmamos dos nossos pressupostos para receber a pura
mensagem do sentido hermenêutico correto da interpretação deste texto de Ellen
White, que está no livro Mensagens Escolhidas (onde ela cita os tambores),
olhando para o texto como um todo, temos que admitir que ela não está
discutindo música, e sim a doutrina da salvação e o espírito de adoração. Por
isso, é lamentável ver como algumas pessoas que querem defender opiniões
pessoais tiram um pedaço do texto do seu contexto e colocam na boca da
profetisa aquilo que ele não tinha em mente, de modo a expor a igreja como se
ela estivesse numa grande confusão. Como diz o ditado: “um texto fora do
contexto é um pretexto”.

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6.5 – Observação etimológica

Muitos que tentam relacionar este texto de Ellen White com o moderno
instrumento de percussão chamado “bateria”, recorrem ao uso da palavra inglesa
“drum”. Pois, se para o que aparece como “tambores” no texto original em inglês
é a mesma palavra inglesa – “drum” – para designar o instrumento que em
português seria “bateria”, então Ellen White estaria falando especificamente do
instrumento.
Acontece que, no contexto desse texto de Ellen White, “drum” jamais
pode ser traduzido por “bateria”. Por quê? É simples: a coleção de instrumentos
musicais de percussão agrupados para um só instrumentista (percussionista,
baterista) executar, que hoje é conhecida como “bateria” (“drum” em inglês),
demorou mais de duas décadas para ser inventada, depois que Ellen White
escreveu seu texto. Sim, a invenção da bateria aconteceu após 1910.
Mas duas décadas antes, a palavra “drum” já existia, significando outra
coisa. O “drum” daquela época é o que conhecemos hoje por “bumbo”. Esse
tambor grande, usado em fanfarras militares, escolares, de desbravadores,
escoteiros, etc. Era ao mau uso deste tambor grande que Ellen White estava se
referindo, justamente pelo fato de ele sozinho e mal tocado produzir um som
retumbante, que logicamente atrapalhava o bom andamento das reuniões em
Indiana.

6.6 – Discrição e Moderação

Percebemos que uma boa recomendação, no nosso contexto de igreja até o


momento, é a de que, se desejada e necessária, a bateria seja usada, de forma
adequada (sem tirar a atenção da letra, sem um volume excessivo que agrida os
ouvidos, sem deixar que os sons da marcação rítmica sobressaltem-se à melodia

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ou à harmonia, sem despertar sentimentos exibicionistas, etc.), inclusive em


playbacks. A Bíblia tanto aconselha, também, o uso de instrumentos de
percussão (Salmo 150:3-5) quanto cita exemplos de que os mesmos eram usados
no serviço de adoração da casa de Deus (1 Crônicas 25; 2 Crônicas 29:25). Cada
uma das palavras “címbalos”, “liras” e “harpas” que aparecem em 2 Crônicas
29:25 não se referem exatamente a um (ou, no caso da soma, três) instrumento,
mas sim, a uma ordem, classe de instrumentos. Portanto, uma boa tradução
deste verso ficaria assim: “O rei posicionou os levitas no templo do Senhor com
instrumentos de percussão, instrumentos de sopro e instrumentos de cordas…
conforme ordenado pelo Senhor, por meio dos seus profetas”. Ellen White
também diz que “não devemos opor ao uso de instrumentos musicais em nossa
obra (Testimonies, vol. 9, p.p. 143, 144. Citado no Manual da Igreja. 2000, p.
72). Bateria é um instrumento musical.
É importante sermos conscientes que pode acontecer de, em determinados
contextos sociais, a presença física e visível desse instrumento dentro da igreja
ser negativa, na visão de alguns. Pode ser que a bateria esteja com sua imagem
muito deturpada na mente de determinados crentes. Nesse caso, talvez eles
possam fazer uma associação mental com os shows mundanos, ao ponto de ter
sua adoração atrapalhada. Se for assim, talvez seja melhor evitar a presença física
de tal instrumento dentro do templo, apenas para que não haja um ruído de
comunicação causado pelo visual. Isso ajudaria, didaticamente, a alguns destes
irmãos mais fracos firmarem-se, no sentimento de que preservamos nossa
identidade e de que não desejamos causar escândalo entre a membresia. Esse
princípio de evitar o escândalo está em Romanos 14:21, 22 e os filhos de Deus
irão segui-lo: “É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer
outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar [ou se ofender ou se
enfraquecer]. A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-
aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova.”
Também devemos considerar que sons percussivos (marcação do tempo
da música) indefinidos (que não dão a marcação no tempo certo) podem não ser
tão eficientes no que queremos comunicar na adoração a Deus. Por isso, é bom

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que como igreja não tenhamos a intenção de usar instrumentos de percussão com
“sons percussivos indefinidos”. O som da bateria precisa ser usado corretamente,
pois os sons percussivos marcados no tempo correto, do jeito certo, não
atrapalham em nada a adoração. Em todo e qualquer instrumento pode haver
percussão! Aliás, todo e qualquer som é percussivo, mas “até no caso de coisas
inanimadas que produzem sons, tais como a flauta ou a cítara, como alguém
reconhecerá o que está sendo tocado, se os sons não forem distintos? (1Coríntios
14:7)”.
Amigo (a): se um dia Deus quiser que a presença física do instrumento
faça parte da coleção de utensílios usados dentro da igreja que você frequenta,
Ele o revelará. Enquanto isso, é prudente em respeitarmos a opinião de todos
(sem escandalizar os demais – 1 Coríntios 10:32, 33) tendo a consciência de que
qualquer instrumento (bateria, violão, piano ou guitarra) pode ser uma bênção ou
maldição. Dependerá do uso que faremos de tais instrumentos na adoração.
Avalie a música especialmente pelo que ela produz em você (em nível de
sentimentos) e veja se os pensamentos que ela irá despertar em você são os de
Filipenses 4:8: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é
respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o
que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que
ocupe o vosso pensamento.”

Pastor Valdeci Junior e Jornalista Leandro Quadros

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Capítulo 7

“ADVENTISTA? JAMAIS”

Um internauta com o pseudônimo “Adventista? Jamais” fez a seguinte


afirmação depois de assistir o programa que apresento, “Na Mira da Verdade”:

“Você diz usar a Bíblia como sua única regra de fé pratica, não é?
Então, me mostre onde está escrito NA BIBLIA que a igreja
adventista é a única verdadeira e as outras são falsas!
“Garanto que você nunca ira me responder, sabe por quê?
“Porque isso não existe na Bíblia. Os adventistas têm o dom de
inventar historias, por isso, JAMAIS SEREI UM DE VCS pelo
simples fato de não querer viver na mentira.

Não julgo a sinceridade dele, pois, em outro comentário vi ser ele uma
pessoa acessível. O que questiono é o tipo de “fonte” de onde ele tirou tamanha
barbaridade.
Respondo sem medo de errar: Não há base bíblica para afirmar que só
a Igreja Adventista é verdadeira. Nunca ensinamos isso por que não temos
dúvidas de que é parte do plano Divino para a evangelização do mundo usar
todas as religiões que exaltam a Cristo. Mesmo que tenhamos nossas doutrinas
distintivas e a convicção de que um dia o povo de Deus sairá da babilônia
espiritual (confusão religiosa – Apocalipse 18:4), não negamos que cada
instituição religiosa foi usada por Deus para trazer de volta verdades bíblicas que
foram esquecidas no período medieval:

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a) Com o Luteranismo aprendemos que o perdão é pela fé em Jesus;

b) Com o Metodismo, que a graça de Deus não anula a Lei da experiência


Cristã. Também, a importância da doutrina da Trindade;

c) Como os Anabatistas aprofundamos nossa compreensão sobre a


importância da Liberdade Religiosa;

d) Com os irmãos Batistas, vimos o significado do batismo bíblico – por


imersão;

e) Com os Batistas do Sétimo Dia, nossos pioneiros descobriram a


verdade de que o Sábado é o dia de adoração;

f) Com os carismáticos vimos mais de perto como devem ter destaque na


vida do crente os dons espirituais.
Poderia citar muitas outras denominações, mas, o espaço não permite por
que quero disponibilizar outras informações.
O que os Adventistas do Sétimo Dia fizeram foi reunir essas doutrinas
bíblicas (muitas delas redescobertas antes, pelos reformadores), sistematizá-las e
contextualizá-las no Grande Conflito entre o bem e o mal. E, para ajudar todas
as pessoas – cristãs ou não – a terem uma visão do todo da Bíblia, Deus nos
chamou para pregarmos sobre a Segunda Vinda Visível de Cristo a esse mundo
(Mateus 24:30,31; Tito 2:13; Apocalipse 1:7) e as Três Mensagens de Apocalipse
14:6-12, que são os três últimos recados Divinos a uma humanidade rebelde.
Portanto, não nos consideramos os “donos da verdade”.

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7.1 – A posição oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Gostaria de repartir com vocÊ – e especialmente com o “Adventista?


Jamais” – o posicionamento da Igreja Adventista sobre o relacionamento dela
com as demais religiões cristãs. Não me aterei aos muitos textos no momento por
que o presente artigo tem o objetivo de esclarecer nossa visão bíblica baseada em
bibliografias fidedignas.
Na Declaração de Relacionamento com Outras Sociedades (Edição de
1999-2000), entre muitas outras afirmações importantes encontramos:
Reconhecemos como parte do plano divino para a evangelização do mundo
todas as corporações que exaltam a Cristo ante os homens, e temos em alta
estima os homens e mulheres cristãos de outras comunhões religiosas que se
empenham em ganhar pessoas para Cristo.

Como nas gerações passadas, na providência de Deus e conforme o


desenvolvimento histórico de Sua obra em favor dos homens, têm surgido
corporações denominações e movimentos religiosos para dar ênfase especial
a diferentes aspectos da verdade evangélica… Citado em Questões sobre
Doutrina. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008, p.p. 425, 426
(Grifos acrescentados).

Manual da Igreja (Edição de 2005), p. 13: “A Igreja universal [aqui não


se refere à igreja do Bispo Macedo, mas, a todos os filhos de Deus, que se
encontram também na igreja dele] se compõe de todos os que verdadeiramente
creem em Cristo…”
Livro Nisto Cremos (que contém as nossas 28 crenças fundamentais).
2003, p. 199:
A igreja invisível, também conhecida como igreja universal, é composta dos
filhos de Deus em todo o mundo. Inclui os crentes que estão dentro da Igreja
visível e muitos outros que, embora não pertencendo à Igreja visível, têm

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seguido a luz que Cristo lhes concedeu (João 1:9). Este último grupo inclui
aqueles que jamais tiveram a oportunidade de aprender a respeito de Jesus
Cristo, mas que têm respondido ao Espírito Santo e têm procedido “por natureza,
de acordo com a lei” (Rom. 2:14). A existência da Igreja invisível demonstra que
a adoração a Deus é, no mais elevado sentido, espiritual. Jesus expôs nestas
palavras a questão: “Vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para
Seus adoradores (João 4:23).

Tendo em vista a natureza espiritual da adoração, os seres humanos não são


capazes de calcular exatamente quem constitui e quem não constitui parte da
Igreja de Deus.

Por intermédio do Espírito Santo, Deus conduz Seu povo da Igreja invisível para
uma união com Sua Igreja visível. “Ainda tenho outras ovelhas, não deste
aprisco; a Mim Me convém conduzi-las; elas ouvirão a Minha voz; então haverá
um rebanho e um Pastor” (João 10:16).

Ellen White: “Deus tem pedras preciosas em todas as igrejas, e não


devemos fazer denúncias impetuosas do professo mundo religioso.” The
Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 4, pág. 1.184.
O Senhor tem Seus representantes em todas as igrejas. As especiais verdades
probantes para estes últimos dias não foram apresentadas a essas pessoas de tal
modo que trouxessem convicção ao coração e à mente; por isso, ao rejeitar a luz,
elas não romperam sua ligação com Deus. Testimonies, vol. 6, págs. 70 e 71.

Entre eles [os católicos] existem muitos que são conscienciosíssimos cristãos,
que andam em toda a luz que sobre eles brilha, e Deus operará em seu favor.
Obreiros Evangélicos, p. 329.
Depois de ler tais informações oficiais, uma pessoa tem que ser muito
fundamentalista para dar crédito mais aos sentimentos de preconceito do que a
fatos documentados.

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7.2 – Conclusões

1. Esse nosso amigo e – muitos outros – precisam ir a fontes primárias


para não afirmarem coisas sem cabimento. Jamais deveriam acusar os
adventistas de algo sem ler nossa literatura ou entrevistar um líder da
igreja.
2. Os adventistas não se consideram os donos da verdade. Cremos que
temos uma mensagem especial, mas, isso em nada diminui o valor dos
demais cristãos ou nega o chamado que Deus fez a eles para exaltar a
Pessoa Divina de Jesus Cristo.
3. Quem fizer uma pesquisa imparcial sobre os adventistas não cairá no
erro de refletir ideias dos que nada conhecem sobre nossas doutrinas,
origem e história denominacional.

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7.3 – Antes, “Adventista? Jamais!” Agora: “Em Busca da Verdade”

Como estou feliz por ver que Deus nunca deixa de guiar os filhos sinceros
dEle que estão em busca de toda a Verdade! Nosso irmão, que havia se
identificado como “Adventista? Jamais!” depois de ler a resposta ao
questionamento dele (sobre a salvação apenas dos adventistas) deixou
depoimentos no blog (24/03/2010) e que merecem ser transcritos para que todos
vejam o quanto ele é uma pessoa sincera (fiz algumas adaptações devido ao
espaço):

DEPOIMENTO 1:

Caro Leandro e irmãos internautas,

Estou descobrindo muitas coisas incríveis sobre essa igreja. Gostaria de dizer ao
Leandro que quando ele respondeu com muita clareza e mansidão a minha
pergunta decidi tomar um estudo bíblico desses que são feitos por temas, com
um amigo adventista que nunca desistiu de mim, mesmo às veses eu sendo tão
rude com ele por causa de sua crença.

Olha Leandro quero sinceramente lhe pedir desculpa pela maneira que eu
“invadi” seu blog. Não dei um bom testemunho [sua mudança de posição
querido amigo é um grande testemunho! Demonstra que permite o Espírito Santo
guiar sua vida!] ao contrário de você… Desculpa cara e aos adventistas aí!

Não garanto que vou sair da minha igreja, mas continuarei estudando. Vou me
entregar na mão de Deus e Ele me guiará. A Paz do Senhor!

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DEPOIMENTO 2:

Meu amigo adventista me deu um livro chamado “Manual da Igreja” – que


estou lendo e ficando muito impressionado com a forma de organização dessa
igreja. Cada dia sinto mais vontade de aprender.

A partir de agora estarei usando o pseudônimo “Em busca da verdade”

DEPOPIMENTO 3:

“Em busca da verdade” – Olha eu aqui. A Paz do Senhor seja com todos!

Caros irmãos: A conduta desse amigo merece elogios. Por isso, vamos dar
nosso apoio a esse irmão que deixa a luz de Deus brilhar na vida dele! Acesse o
blog www.namiradaverdade.com.br e deixe seu depoimento a ele!

[Sinta-se abraçado por todos nós, irmão Em busca da verdade! Você faz parte de
nossa família. Lembre-se da promessa de João 7:17: a de que Jesus jamais
permitirá que os filhos dEle sejam enganados por alguma conceito religioso ou
filosófico falso. O Espírito Santo é com você. Um forte abraço! Leandro
Quadros.]

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RECADO FINAL

Foi uma alegria repartir com você nesse material um pouquinho do que
Deus tem me ensinado, querido amigo (a) da Igreja de Richmond. Oro, no
momento em que escrevo essas linhas, para que o Espírito Santo ilumine a sua
vida e que juntos, como um só corpo de Cristo, trabalhemos em unidade de
pensamento (1 Coríntios 1:10) para o avanço do Reino de Cristo, que em breve
virá (Apocalipse 22:20)
Não desista de sua caminhada cristã e não fique apreensivo (a) se em
algum momento não conseguir dar todas as respostas. Se for fiel no estudo da
Bíblia, poderá se tranqüilizar com a promessa de que “o Espírito Santo lhe
ensinará, naquela mesma hora, as coisas que deve dizer” (Lucas 12:12). E,
lembre-se que a amizade com Deus e o estudo sério das Escrituras derrubam todo
e qualquer ensinamento errado.
Deixo-lhe um texto bíblico para reflexão:
“E apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada,
para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se
opõem a ela.” Tito 1:9.
Eis os meus contatos para que conte comigo sempre que precisar:
leandro.quadros@novotempo.org.br Fone: 55 (12) 2127-3000.
Deus lhe abençoe!

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