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TEORIA E PRÁTICA
PEDAGÓGICA I
MISSÃO
VISÃO
EDITORIAL
Seja bem-vindo!
Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, esta disciplina foi organizada
em 08 unidades, com temas e subtemas que, por sua vez, são subdivididos em se-
ções (tópicos), atendendo aos objetivos do processo de ensino-aprendizagem.
Para tanto, fique atento (a) à leitura dos mais importantes conceitos do desenvolvi-
mento histórico para a formação de uma sociedade.
Antes de iniciar a leitura, gostaria que você parasse um instante para refletir a respeito
da importância do contexto histórico em nossas vidas. Não se preocupe, até o final da
disciplina, você terá respostas e, também, outras perguntas formuladas.
SUMÁRIO
INICIAIS? 49
5.4 AS DIFICULDADES NO ESTUDO DA HISTÓRIA LOCAL 51
5.5 AS FONTES ORAIS 52
5.6 CONCLUSÃO 53
REFERÊNCIAS 95
ICONOGRAFIA
ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS
GLOSSÁRIO QUESTÕES
MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES CITAÇÕES
EXEMPLOS DOWNLOADS
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
1 O SABER HISTÓRICO
ESCOLAR E O
DESENVOLVIMENTO DO
PENSAMENTO HISTÓRICO
Nesta unidade, buscamos apresentar os conceitos básicos sobre o tempo histórico
e cronológico, o conhecimento histórico e seu desenvolvimento e a importância do
conceito de memória dentro da história.
De acordo com a autora e professora Katia Maria Abud, algumas afirmações são re-
correntes quando se coloca em discussão o ensino de História e a formação de pro-
fessores da disciplina para a escola básica. Documentos emitidos por historiadores
ressaltam, por exemplo, a indissolubilidade dos laços entre o ensino e a pesquisa nos
cursos de formação do professor de História. A pesquisa a que se refere, contudo, é a
pesquisa acadêmica, que produz o conhecimento histórico-acadêmico, podendo ser
destituído de qualquer relação com os objetivos do ensino de História.
Por outro lado, a História a ser ensinada ou a que é apreendida pelos alunos não é
considerada como um possível objeto de pesquisa. Subentende-se que a História
como disciplina escolar venha de construção específica, pois é a divulgação e a difu-
são, em linguagem apropriada à faixa etária dos alunos, do conhecimento produzido
nas universidades e outras instituições de pesquisa.
Alves (2005) apontou que as pesquisas vêm mostrando distorções na formação histó-
rica dos alunos. Conceitos, como o de revolução, não expressam em alunos do tercei-
ro ano do ensino médio de escola pública avanços de aprendizagem, mas denotam
a permanência do senso comum e apontam importância maior das representações
sociais que se constroem independentemente do ambiente escolar.
Outra pesquisa que foi realizada na quinta série de uma escola municipal em São
Paulo aponta a afirmação de alunos sobre a história existir por meio de vestígios
que foram deixados por uma sociedade no passado. Alguns disseram que o historia-
dor volta ao passado usando uma máquina do tempo e outros acreditam que eles
atravessaram uma espécie de portal, sendo assim possível buscar informações para
escrever os livros de história.
Parece claro que os meios de comunicação, como a televisão e o cinema, deram uma
importante contribuição para que os alunos elaborassem suas concepções de histó-
ria e de tempo histórico.
Os professores das turmas pesquisadas são o que podemos chamar de bons profes-
sores: formados por cursos superiores em universidades nas quais o binômio ensino-
-pesquisa é valorizado, são interessados, permitiram o desenvolvimento da pesquisa
em suas aulas com muita boa vontade, demonstram domínio do conteúdo, usam
técnicas e recursos didáticos, como fotos, filmes e vídeos. Eles mantêm um relaciona-
mento cordial com os alunos atentos durantes as aulas.
Os alunos tendem a elaborar conceitos de acordo com sua experiência vivida e não
formalizam o conhecimento histórico, se não tiverem a possibilidade de vivenciar
movimentos e conceitos históricos, colocados em questão na sala de aula. Os indícios
fornecidos pelos textos históricos, sejam eles o texto expresso pelo professor ou do
manual didático, concretizam-se no momento em que outros elementos da apren-
dizagem entram em jogo, como analogia e a empatia.
Para compreender o papel do exército nas ditaduras da América do Sul, por exemplo,
os alunos recorrem ao nazismo e ao fascismo ou, para compreender a sociedade do
antigo regime, elaboram uma grade social simplificada, nobres (ricos) e camponeses
(pobres), muito semelhante à que lhes foi apresentada ao estudar a Idade Média.
Uma boa escolha para situar socialmente os nobres e os camponeses, mas a mesma
grade peca por omitir a burguesia.
De acordo com Barca e Gago (2001), para abordar os temas propostos os alunos
utilizam-se de representações construídas dentro e fora da escola. Na medida em
que os conceitos históricos são compreendidos pela sua relação com a realidade, ao
procurar explicações para uma situação do passado à luz de sua própria experiência,
mesmo sem apreciar as diferenças entre as suas crenças e valores e as de outra socie-
dade, revela-se um esforço de compreensão histórica.
Tal esforço de compreensão se revela a partir das tentativas de analisar as fontes his-
tóricas, o que constitui um elemento fundamental na progressão do conhecimento
histórico. Contudo, os alunos dão sentido aos materiais históricos ao utilizar elemen-
tos fornecidos por sua vivência atual, num movimento oscilante, no qual, algumas ve-
zes, modos de pensar simplistas podem se alternar com explicações mais elaboradas.
Não há como negar que as crianças possuem uma imaginação fértil sobre o passa-
do. Entretanto, quando ela começa a aprender história? Quando começa a entender
como se dá o estatuto do conhecimento histórico? Quando começa a pensar histo-
ricamente?
Tanto quanto entender como crianças aprendem História, nosso interesse é possibi-
litar também ao professor não formado nesta área condições para desenvolver este
conhecimento com o público infantil, conseguir indicar para o professor possibilida-
des de seguir alguns caminhos e escolher o melhor trajeto.
Autores como Lee (2001, 2004, 2006), Barca (2004,2006) e Schmidt e Braga (2006,2007)
argumentam sobre a existência de uma cognição histórica que seria a possibilidade
de a criança ser capaz de desenvolver raciocínios de forma elaborada, no momento
em que são criadas condições de aprendizagem significativas, em relação às suas
vivências prévias. Nesse sentido, o desenvolvimento do pensamento histórico se arti-
cularia com o modo de pensar de cada criança por meio daquilo que lhe é significa-
tivo, distinguindo as questões históricas a partir do momento em que faz inferências
e diferencia a história disciplina das outras maneiras de representar o passado, sejam
elas espontâneas ou não.
Nessa pesquisa, houve a tentativa de demonstrar para a criança qual a diferença en-
tre pensar sobre o passado comum a todos ou aquele particular de sua família e
sobre a história que se conhece acerca desse tempo. Pôde-se perceber que só o en-
tendimento de como o conhecimento histórico é produzido fez com que a criança
começasse a entender qual a diferença que existe entre os dois conceitos.
Um dos primeiros passos é fazer com que o educando perceba que o objeto do tra-
balho da disciplina de história é o conhecimento histórico elaborado por historiado-
res, cuja matéria-prima é o passado. É importante destacar que professores e alunos,
ao se dedicarem ao ensino de História em sala de aula, não trabalham com o passado
em estado bruto, e sim com a lapidação produzida pelos historiadores sobre este.
Uma questão que se colocava dizia respeito à possibilidade ou não de crianças nas
primeiras séries de alfabetização aprenderem os conteúdos da disciplina História. É
corrente afirmar que as crianças de sete a dez anos teriam dificuldades de aprendi-
zagem da história devido a questões relacionadas ao conceito de tempo e espaço,
Marlene Cainelli teve como conclusão de sua pesquisa que o ensino de História nas
séries iniciais ocupa um papel secundário entre as disciplinas ofertadas. É muito
comum encontrarmos professores que atuam nessas séries que admitem não ter
condições de ensinar História porque acham difícil entender o objeto de trabalho
do historiador. Nesse quadro que se apresenta, predomina-se um ensino de História
marcado pela ideia de progresso linear do passado para o presente, e a história acaba
sendo utilizada apenas para exemplificar como as mudanças temporais nos trouxe-
ram para um mundo melhor e moderno.
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
2 NOÇÕES SOBRE O
INDIVIDUAL E O COLETIVO
NA HISTÓRIA
Nesta unidade, apresentaremos reflexões sobre o sujeito histórico, individual e coleti-
vo em meio a uma sociedade.
Vygotsky assume a tese central de que criando e recriando a cultura em suas rela-
ções sociais o humano cria e recria a si próprio. Com essa afirmação, concluímos que
subjetividade se traduz quando cada pessoa vai assumindo o papel de sujeito de sua
própria história e como ela se articula com a história coletiva e global. A utilização
dessa compreensão de sua subjetividade faz com que o indivíduo busque sua liber-
dade na construção da cidadania.
O coletivismo, fenômeno que atingiu seu ápice mundial em meados do século XX,
caracteriza-se essencialmente pela separação da sociedade em grupos conflitantes
os quais disputam por privilégios e poder. Para o coletivista, os objetivos do grupo, o
bem comum vem antes dos objetivos individuais.
A sociedade que enxerga através do prisma coletivista funciona por meio do contí-
nuo conflito entre grupos opostos que brigam com cada vez mais afinco para obter
algo em detrimento de outros que não pertencem ao coletivo que se pretende.
O coletivista age assim porque crê que a sociedade se divide em grupos imutáveis,
geralmente caracterizados como classes. Segundo essa perspectiva, um grupo se en-
contra em melhores condições do que o outro porque o primeiro explora o segundo
ou não divide com ele a riqueza que deveria ser de todos (socialização da proprieda-
de). A única maneira de corrigir essa suposta deficiência permanente seria apoderan-
do o grupo explorado, para que tome e divida de maneira justa a riqueza existente.
O individualismo, do lado oposto, baseia-se na ideia de que todos têm os mesmos di-
reitos e deveres, independentemente de quem somos, quem conhecemos ou a que
coletivos específicos pertencemos. Estes direitos são inalienáveis, ou seja, não podem
ser suprimidos em nome do bem dos demais.
A sociedade que enxerga através do prisma individualista, por sua vez, funciona por
meio da busca dos indivíduos pelos seus objetivos pessoais. Diferente da anterior,
essa perspectiva não projeta o benefício de uns em detrimento de outros, mas sim a
associação voluntária entre os indivíduos para que atinjam seus objetivos respeitando
os limites dos direitos dos envolvidos.
uma forma ou de outra, é solapada, seja através de sua abolição sumária (so-
cialismo/comunismo) ou de seu incisivo controle pelos agentes do estado
(fascismo).
A sociedade baseada nos princípios individualistas, por outro lado, sustenta que a
liberdade do indivíduo é inalienável e nenhum grupo de indivíduos, coletivo social
ou estado pode suprimi-la, sob nenhum pretexto, desde que o primeiro não esteja
interferindo na liberdade do outro.
lhes permite realizar as associações e trocas necessárias para viver e planejar a vida,
criando riqueza e prosperidade. Elas não estão sujeitas ao escrutínio e às vontades
arbitrárias inconstantes e desconhecidas de uma autoridade totalitária que controla
a nação de acordo com seus interesses.
Ainda mais importante é compreender que o coletivo nada mais é do que as inten-
ções egoístas de um ou de alguns poucos indivíduos escondidas sob o manto do
ideal comum do grupo que lideram e que usam para realizar seus desejos pessoais a
custa do resto da sociedade.
A proposição coletivista de conflito em que o grupo deve ser mais importante que
o indivíduo leva também o coletivo no poder a suprimir quaisquer outros grupos
tradicionais criados pela sociedade voluntariamente. A questão é que o coletivismo
suprime a noção de associação voluntária, substituindo-a pela noção de associação
coerciva. Os pequenos coletivos voluntários e vitais para a manutenção da sociedade
orgânica, portanto, só podem existir e atuar em sua plenitude em um arranjo que
preze pelos valores do individualismo. A sociedade individualista é, por conseguinte,
a única que se pode chamar de uma sociedade livre.
Do outro lado, o coletivismo, que propõe que o bem comum, o bem do coletivo, é o
mais importante e pode se sobrepor ao bem do indivíduo. Este deve se sujeitar ao
entendimento do coletivo, que na prática nada mais é do que o entendimento de
um ou de alguns indivíduos que sobreporão seus interesses acima dos demais justifi-
cadamente, legalmente segundo a estrutura social em que estão inseridos, suprindo
os direitos individuais.
Hoje em dia, o coletivismo tem sido usado para se referir a uma gama diversificada de
posições políticas e econômicas, incluindo o nacionalismo, democracia direta, demo-
cracia representativa e monarquia. Coletivismo não requer um sistema de governo
ou sistema político para existir, um exemplo do que seria uma organização religiosa
que enfatiza os objetivos do grupo dentro dela, mas também podem existir dentro
de um sistema político.
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
3 PLANEJAMENTO DE
ENSINO
Nesta unidade, apresentaremos reflexões sobre o papel da escola sob algumas pers-
pectivas, como, por exemplo, a marxista e a piagetiana. Também iremos retratar a
atividade em estudo que deve ser aplicada dentro da sala de aula e a influência de
obras de arte.
O papel da escola na perspectiva marxista deve ser de superar a mistificação dos fe-
nômenos ao dominar aquilo que de mais desenvolvido a humanidade produziu, pois
nesses conhecimentos estão cristalizadas as qualidades humanas de maior riqueza
e que encaminharão o indivíduo ao seu maior desenvolvimento. Para a pedagogia
histórico-crítica e a psicologia histórico- cultural, a escola como instituição social é
fundamental ao desenvolvimento psíquico da criança por sua função e representati-
vidade na sociedade.
Piaget (1998c, p. 42), por sua vez, apresenta-se como defensor de uma escola espon-
taneísta, que tenha o mínimo possível de interferência do professor e de qualquer
tipo de transmissão que, por exemplo, organize o currículo escolar. Salienta o pesqui-
sador suíço que a escola ativa baseia-se na ideia de que as matérias a serem ensina-
das à criança não devem ser impostas de fora, mas redescobertas por ela por meio de
uma verdadeira investigação e de uma atividade espontânea.
Isso se esclarece quando Piaget (1998 d, p. 173) explicita que o pensamento da crian-
ça (não mais, aliás, do que o do adulto) não pode jamais ser tomado em si mesmo e
independente do meio, e declara que a criança dará respostas diferentes para ques-
tões semelhantes conforme seu meio social, mas reafirma traços comuns a todas as
crianças que indicariam seus estágios de desenvolvimento.
Não são poucos os livros didáticos e materiais de orientação para professores que
destacam a relevância do educador trabalhar a disciplina de ciências a partir de pro-
jetos sobre a dengue ou leshimaniose, a disciplina de História por meio da história
de vida do aluno e assim por diante. Pouco se avança dessa forma. Há que cuidar
para que, ao contextualizar os conteúdos, não se esteja indicando privilegiar esse tipo
de trabalho em detrimento do currículo. Podemos discorrer sobre dois aspectos im-
portantes da questão do currículo que devem orientar o planejamento de ensino. O
primeiro ponto pode ser definido como a diferença entre curricular e extracurricular,
e o segundo, intimamente relacionado ao primeiro, refere-se ao debate sobre quais
os conteúdos que a escola deve garantir na educação escolar, ou seja, o que de fato
importa a escola transmitir.
Exemplo disso são as comemorações nas escolas, que se espalhavam por todo
o ano letivo, às quais agora se associam, ou a elas são acrescidos, os denomi-
nados temas transversais, como educação ambiental, educação sexual, educa-
ção para o trânsito etc. Ao final do ano letivo, após todas essas atividades, fica
a questão: as crianças foram alfabetizadas? Aprenderam português? Apren-
deram matemática, ciências naturais, história, geografia? Ora, estes são os ele-
mentos clássicos do currículo escolar, tão clássicos que ninguém contesta. [...]
No entanto, esses elementos acabam por ser secundarizados, diluídos numa
concepção difusa de currículo. [...] [Atividades como as comemorações] não
sendo essenciais, definem-se como extracurriculares. Nesta condição, elas só
fazem sentido quando enriquecem as atividades curriculares, não devendo,
em hipótese alguma, prejudicá-las ou substituí-las. (ibidem, p.102)
O que a escola deve transmitir? De acordo com Duarte (2006 a), há quem argumen-
te que a escola pública (que atende à classe trabalhadora) não deveria transmitir a
ciência e a arte burguesas porque isso invadiria a consciência da classe trabalhadora
de forma colonizadora.
Tolstij (1989), baseando-se em Elkonin, assinala que a atividade de estudo é social por
seu conteúdo (nela há lugar para assimilação da cultura humana), por seu sentido (é
socialmente significativa e valorizada) e por sua realização (se efetua em concordân-
cia com as normas socialmente estabelecidas). Assim, ainda segundo esse autor, a
vida escolar solicita da criança a atitude de controlar seu comportamento para aten-
der às demandas do caráter produtivo do estudo e a capacidade de subordinar seus
resultados às finalidades conscientemente planejadas.
O planejamento de ensino que privilegia aquilo que Saviani (2003) definiu como o
currículo da escola elementar precisa ter como horizonte a qualidade daquilo que se
planeja e as ações que podem subsidiar seus objetivos da maneira mais zelosa para
seu atendimento. Os fundamentos da pedagogia histórico-crítica nos guiam para
uma proposta didático-metodológica que subsidia um planejamento de ensino que
supere as limitações das proposições das escolas tradicional e nova.
Quando Saviani (2003, p. 13) destaca que a natureza do trabalho educativo corres-
ponde a um trabalho não material, produtor de ideias, valores, princípios, símbolos,
conceitos etc. e que sua especificidade é o ato de produzir, direta e intencionalmente,
em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamen-
te pelo conjunto dos homens, estabelece a necessidade de se analisar seu objeto,
que diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam
ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se tornem huma-
nos e, de outro lado e concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas
para atingir esse objetivo.
Nessa perspectiva, o planejamento de ensino necessita ter a prática social como pon-
to de partida da prática educativa, problematizando a prática social global, oferecen-
do os instrumentos necessários para que o aluno alcance uma visão sintética do co-
nhecimento, permitindo-lhe analisar de maneira mais complexa a prática social que
não será mais tal e qual aquela que se efetivava no ponto de partida, pois agora ela
conta com o avanço propiciado pelas mediações teóricas de análise dos fenômenos
(SAVIANI, 2008).
isto é, contra todas as políticas, as práticas e os ideários que apresentam como uma
educação que valorizaria a autonomia do aluno algo que, na realidade, é um intenso
processo social de apropriação privada do conhecimento (ibidem, p. 205).
O primeiro passo que deve ser dado é sair do romantismo e da sedução dos discursos
das pedagogias do aprender a aprender para ingressar em uma nova etapa, na qual
o máximo desenvolvimento dos seres humanos se imponha como referência dos
planejamentos de ensino, com valorização do professor e da educação escolar como
forma mais desenvolvida de apropriação da cultura.
No caso particular da arte, a função catártica diante do objeto estético, nas concep-
ções vigotskiana e lukacsiana, é contribuir para transformar o arranjo da consciência
Não só no pensar, por conseguinte, mas, com todos os sentidos, o homem é afirmado
no mundo objetivo. Por outro lado, tomado subjetivamente: assim como primeiro a
música desperta o sentido musical do homem, assim como para o ouvido não mu-
sical a mais bela música não tem nenhum sentido, [não] é objeto, porque o meu
objeto só pode ser a confirmação de uma das minhas potências essenciais, portanto
só pode ser para mim da maneira como a minha potência essencial é para si como
capacidade subjetiva porque o sentido de objeto para mim [...] vai exatamente até
o ponto em que vai o meu sentido, é por isso que os sentidos do homem social são
sentidos outros do que os não social (ibidem, p.175).
Dessa maneira, entendemos que a arte, e em seu interior a literatura, é uma das ma-
nifestações da vida humana cuja necessidade precisa ser criada nas novas gerações
pela escola pública.
Segundo Lukács, a arte tem a tarefa de nos conduzir a uma realidade diferente da-
quela imediatamente observável no cotidiano. Nessa imediatidade cotidiana, o extra-
to aparentemente turva e dissimula a verdadeira essência. Ao contrário da experiên-
cia cotidiana, a experiência artística nos direciona a uma realidade objetiva, superior
e precisa.
Sendo assim, a literatura universal deve ser socializada como conteúdo indispensável
para melhor compreensão da complexidade do mundo e dos seres, como afirma
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
4 O LIVRO DIDÁTICO NO
ENSINO DE HISTÓRIA
Nesta unidade, propomos análises sobre o livro didático no ensino de História nas
turmas do ensino fundamental.
O livro, como recurso didático, é um material que compõem o conteúdo previsto nos
Parâmetros Curriculares Nacionais de História, que devem ser trabalhados de acordo
com cada ano/série do ensino fundamental, porém não podemos nos esquecer que
tais conteúdos são gerais para todas as regiões do Brasil. Dessa forma, defende-se que
se faça uma contextualização e problematização dos conteúdos de acordo com a
realidade que o mesmo está sendo trabalhado, para que a criança possa compreen-
der as relações da sua vida, do seu lugar, da sua história com os chamados conteúdos
históricos, ou seja, que consiga fazer uma leitura crítica e significativa dos processos
históricos.
Quando nos referimos aos anos iniciais do ensino fundamental, não podemos es-
quecer que os professores trabalham com todas as disciplinas curriculares, tendo
que selecionar várias aulas com o intuito de promover o processo educativo. Assim
sendo, História entra como mais um desses conteúdos. Marlene Cainelli argumenta
que selecionar conteúdo é uma tarefa difícil. Como o professor das séries iniciais que
trabalha com todos os conteúdos consegue selecionar materiais para todas as séries?
A autora Clarícia Otto defende que [...] ensinar história consiste num processo de
construção do conhecimento a qual requer pesquisas mediadas pelo professor
(OTTO, 2009, p. 173). Na perspectiva da autora, ao desenvolver o ensino de História, é
sugerido que o professor estabeleça ligações de pesquisas, de leituras que possibili-
tem a produção de indagações sobre os conteúdos em sala de aula, envolva o aluno
de forma a despertar o interesse, questionando, fazendo interpretações e relações
do que é estudado e o que é vivenciado pela criança, partindo da premissa o profes-
sor pode elaborar outras atividades como medidas de enriquecimento de suas au-
las com propósito da obtenção de resultados positivos. Convém lembrar que muitos
professores investem na mediação pedagógica, porém ainda existem lugares em que
o livro didático é o único recurso usado em sala de aula. O livro didático é, sim, um
auxiliar do educador, porém precisa ser articulado em paralelo com as questões da
realidade dos alunos.
O fato é que os livros didáticos nem sempre são produzidos contemplando as especi-
ficidades dos estudantes e nem dos professores, a adaptação é parte criativa de cada
educador nos anos iniciais. Nesse sentido, vale a ousadia, a inovação, a articulação pe-
dagógica entre os professores e alunos, o planejamento interdisciplinar, organizando
o planejamento metodológico dentro da ligação de disciplinas, com o objetivo de
envolvê-las através de suas estratégias pedagógicas, de forma que venham promover
o processo educativo de qualidade, pois, como afirma Bittencourt, o bom livro é usa-
do pelo bom professor (2015, p. 3), ou seja, o planejamento e estratégias são capazes
de fazer do pior livro didático o melhor processo de aprendizagem, desde que o pro-
fessor seja ousado, articulando outros saberes, recursos e considerando a realidade
educacional que atua.
O estudo de História nos anos iniciais passa por distintas fases e experiências, mas
todas devem aguçar as ideias, os diálogos, os debates, as discussões, despertando
a escrita da criança e, principalmente, a construção do pensar historicamente. Se a
história se faz em todos os lugares, também se ensina e se aprende em todos os lu-
gares. Os alunos e professores são fundamentais na aula de história e até mesmo no
ambiente escolar, pois é na escola que despertamos a criança cidadã.
A História está prevista nos PCNs a ser ensinada desde os primeiros anos de escola-
rização, as propostas curriculares buscam reler o passado, para que o aluno tenha
melhor compreensão histórica, pois seria importante trabalhar em sala envolvendo
os alunos na pesquisa colaborativa onde as crianças possam trazer recortes, imagens,
fotos de seus familiares ou até mesmos objetos do seu dia a dia, relacionando os mes-
mos com sua história individual e coletiva, a história local e nacional.
Gil e Almeida argumentam que a História também tem compromisso com a forma-
ção cidadã, quando aponta caminhos para compreender que a sociedade é formada
por grupos diferentes, que devem ser respeitados e compreendidos historicamente
(2012, p. 27). Com base no pensamento das autoras, estudar História é contribuir na
formação de cidadãos críticos e reflexivos na sociedade.
Foi notado que professor dos anos iniciais não trabalha sozinho, necessita de recursos
para subsidiar suas aulas, sendo um desses recursos o livro didático. Material mais
utilizado por professores e alunos, pode-se dizer que ele é indispensável, porém não
pode ser a única fonte para alcançar conhecimento.
O aluno ao, estudar História, aprende os conceitos sobre a sociedade e suas inter-
pretações históricas em diferentes lugares. Selva Guimarães Fonseca ressalta que
História é vida e conhecimento. As pessoas fazem história o tempo todo em todos
os lugares (FONSECA, 2009, p. 48), compreendendo outras realidades, apresentando
conhecimentos no ontem e no hoje, instigando a criança a refletir e tomar construir
referenciais de conhecimento histórico. Dessa forma, os conteúdos que estão nos
livros didáticos de História, são organizados para diferentes regiões e [...] as escolas e
os professores devem recriá-los e adaptá-los à sua realidade local e regional (BRASIL,
1997, p.36). Partindo desse pressuposto o professor elabora suas aulas, adaptando
com os conhecimentos prévios dos alunos, estabelecendo uma relação com a reali-
dade. Outro ponto a destacar neste contexto são as narrativas históricas contidas nos
livros didáticos.
Entendemos que as narrativas históricas contidas nos livros didáticos são elaboradas
pelos autores referentes à sua visão e à leitura histórica dos acontecimentos. Assim,
essas narrativas precisam ser questionadas, analisadas, exploradas através de ativida-
des no livro didático, argumentações, articulando questões que levem a pensar que
História não é só representada com vestígios do passado, mas sim é relacionada com
o presente e a todo o momento.
De acordo com Marlene Cainelli, as informações contidas nos livros didáticos, neces-
sitam estabelecer situações que possam auxiliar o aluno a construir ideias que levem
o mesmo a questionar, levantar hipóteses, sobre os conteúdos dos livros, compreen-
dendo que existem diversificados contextos, possibilitando a envolver as experiências
sobre si mesmo a de outros sujeitos inseridos na sociedade.
Nesse sentido, compreende-se que o livro didático contribui nos anos iniciais para
o ensino de História, por obter o conteúdo previsto por lei para ser desenvolvido em
cada ano, incentivando e estimulando para que os alunos possam valorizar sua iden-
tidade cultural, demonstrando através dos conteúdos que são integrantes da socie-
dade, construindo conhecimentos e estabelecendo relações de respeito e valoriza-
ção dos outros e de si próprio.
Marlene Cainelli argumenta que ao [...] trabalhar com uma narrativa de um livro di-
dático e mesmo com uma narrativa apenas descritiva podemos realizar um trabalho
em história que priorize o pensamento histórico e não apenas o acúmulo de informa-
ções” (CAINELLI, 2010, p.26). Dessa forma, a autora enfatiza que, ao trabalhar com os
conteúdos do livro de História precisamos encontrar formas de desenvolver o pensa-
mento do aluno, fazendo o mesmo levantar hipóteses sobre as informações que são
apresentadas não ficando preso apenas no memorizar, mas envolvendo-o no tema.
Esse processo de construção de conhecimento que o livro didático traz vem como re-
ferência de apoio pedagógico no momento de utilizá-lo em sala de aula. Destaca-se
que, ao trabalhar com o material didático, necessita-se de outros recursos didáticos
que contribuam e incentivem a pesquisa sobre a história do município através de
documentos ou relatos de pessoas que vivem na cidade.
Cainelli reforça que, ao compreender o texto, o aluno também entenda que as infor-
mações do livro didático são parte de produções historiográficas produzidas enquan-
to conhecimento e, por isso, é necessário que a partir do conteúdo possa questionar,
interrogar, levantar hipóteses sobre a narrativa do livro. (CAINELLI, 2010, p. 27)
Desse modo, a aprendizagem deve contribuir para que as crianças possam com-
preender as construções históricas sobre o tempo, as narrativas sobres os fatos histó-
ricos, pois a escola tem como função social proporcionar espaço de ensino e apren-
dizagem que oportunize ser cidadão com instrução em todos os aspectos pessoais,
sociais e históricos.
O livro didático no ensino de História é o material primordial que dá apoio aos pro-
fessores no momento de ministrar suas aulas, ressaltando que não é único meio exis-
tente para ensinar em sala, mas continua sendo o principal em uso pelo professor no
contexto escolar.
Defendemos que o livro didático de História deve ser usado de forma unificada com
outros recursos didáticos, tais como, figuras, vídeos, retratos de família, que podem
auxiliar no aprendizado do aluno, pois o mesmo é um dos subsídios mais utilizados
pelo professor em sala de aula. O essencial seria ter o livro como material colaborativo
para analisar possibilidades de desenvolvimento do pensamento histórico, o traba-
lho com os conteúdos capazes de desenvolver uma compreensão crítica da histórica
pelos alunos.
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
De acordo com Fonseca e Guimaraes (2006), ensinar História já não é mais a mesma
coisa. Os objetivos, as finalidades educativas, os currículos prescritos, os livros didáti-
cos e a formação do professor se modificaram. Estamos vivenciando um movimento
de se repensar a História, as metodologias e as práticas de ensino. Entretanto, quando
se tratam das questões relativas à história local e às relações do local com o global,
muitas dificuldades, dúvidas e problemas permanecem. Em tempos de globalização,
por exemplo, o que significa falar em identidades locais, regionais e mesmo da identi-
dade nacional? O que é ser mineiro, gaúcho ou nordestino no nosso país uno, diverso
e plural? Como focalizar as questões locais por meio das fontes orais? Como o ensino
de História na educação básica tem tratado esta problemática?
A história local para Barros (2013) é entendida como uma modalidade de estudo que
contribuiu para a construção dos processos interpretativos sobre as formas como os
atores sociais se constituem historicamente em seus modos de viver.
De acordo com Samuel (1989), a história local requer um tipo de conhecimento di-
ferente daquele focalizado no alto nível de desenvolvimento nacional e dá uma ideia
muito mais imediata do passado. Ele a encontra dobrando a esquina e descendo a
rua. Ele pode ouvir os seus ecos no mercado, ler o seu grafite nas paredes, seguir suas
pegadas nos campos.
Segundo o autor, isso se deve à natureza dos documentos que variam pouco de um
lugar para outro e, em geral, registram atos dos governos locais, o que ele denomina
por tendência administrativa dos documentos. Outra dificuldade apontada pelo au-
tor é a própria noção de história local como uma entidade distinta e separada, fenô-
meno único, como um conjunto cultural específico e periodização própria.
O mesmo documento reafirma que a disciplina pode dar uma contribuição específi-
ca ao desenvolvimento dos alunos como sujeitos conscientes, capazes de entender a
História como conhecimento, como experiência e prática de cidadania. Os objetivos
gerais e as temáticas selecionadas priorizam questões que partem do meio próximo
da criança, dos espaços e grupos de vivência, da localidade, em diferentes tempora-
lidades.
Finocchio (2007), ao tratar a questão do ensino da história recente nas escolas ar-
gentinas, questiona sobre os aportes do ensino para a construção de identidades
abertas e plurais, para o fortalecimento da democracia. De acordo com o autor, fica
a impressão de que a história recente que a escola transmite às jovens gerações tem
uma textura frágil, mais frágil que a que transferem outras instituições sociais, como
os meios de comunicação, por exemplo. Fica a impressão, também, de que a escola é
um espaço onde chega a história, porém é, além disso, uma máquina imponente de
memória institucionalizada.
Uma das dificuldades no estudo da história local, como já foi mencionada, é a exces-
siva fragmentação dos espaços, tempos e problemas que acaba dificultando a com-
preensão dos alunos. Fonseca (2006) afirma que, a seu ver, a fragmentação entre o
local, o regional, o nacional e até mesmo o universal pode ser evitada na medida em
que vários temas possibilitam a análise de diversos níveis e dimensões da realidade:
o econômico, o social, o político e o cultural.
O trabalho pedagógico em sala de aula pode contribuir para melhor inserção dos alu-
nos na comunidade, identificando seus problemas, suas características, as mudanças
e permanências do local, a construção da identidade, da cultura, a participação dos
sujeitos, suas inserções e relações com o Brasil e o mundo.
Samuel (1989) sugere que ao invés de considerar a localidade por si mesma como
objeto de pesquisa, o professor poderá escolher como ponto de partida algum ele-
mento da vida que seja, por si só, limitado tanto em tempo como em espaço, mas
usado como uma janela para o mundo.
Segundo Samuel (1989), a história local não se escreve por si mesma, mas, como
qualquer outro tipo de projeto histórico, depende da natureza da evidência e do
modo como é lida. Tudo pode variar, desde a escolha do tema até o conteúdo dos
parágrafos individuais. O valor dos testemunhos depende do que o historiador lhe
traz, assim como aquilo que ele leva, da precisão das perguntas e do contexto mais
extenso de conhecimento e entendimento do qual elas derivam. O relato vivo do
passado deve ser tratado com respeito, mas também com crítica.
Já em relação às fontes orais, Samuel (1989) diz que as entrevistas são formas capazes
de fazer com que os estudos de história local escapem das falhas dos documentos,
uma vez que a fonte oral é capaz de ampliar a compreensão do contexto, de revelar
os silêncios e as omissões da documentação escrita, de produzir outras evidências,
captar, registrar e preservar a memória viva. A incorporação das fontes orais possibilita
despertar a curiosidade do aluno e do professor, acrescentar perspectivas diferentes,
trazer à tona o pulso da vida cotidiana, registrar os tremores mais raros dos eventos,
acompanhar o ciclo das estações e mapear as rotinas semanais.
Para Schwarzstein (2001), a história local é um aspecto importante, ainda que limi-
tado do trabalho escolar com fontes orais. Pode-se partir do entorno para promover
o interesse por problemas que o transcendem. Entretanto, é importante abordar o
local, enfatizando a necessidade de colocá-lo em um contexto global, que permita
a análise de um conjunto de relações. Dessa maneira, aproveita-se para a aprendiza-
5.6 CONCLUSÃO
Conclui-se então que a história local e a história oral podem se constituir como me-
todologias capazes de tornar o ensino mais significativo para os alunos, que, eviden-
temente, terão condições de estabelecer relação entre o conhecimento, a apren-
dizagem e a vida prática, o que possibilita sua identificação como sujeito histórico.
Sendo a experiência de vida que orienta o nosso agir, a história é o elemento princi-
pal para orientar a vida em sociedade. Assim, esta, com suas variadas metodologias,
configura-se como conhecimento imprescindível para o ser humano, pois oficializa
sua função na medida em que orienta o agir na realidade social que o sujeito está
inserido.
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
6 PARAMETROS
CURRICULARES NACIONAIS
PARA O ENSINO DE HISTÓRIA
(ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL) PARTE 1
Nesta unidade, apresentaremos os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino
de História nas séries iniciais.
Apesar das intenções legislativas, a História aparecia como disciplina optativa do cur-
rículo nos programas das escolas elementares. Os planos de estudos das escolas ele-
mentares das províncias que as criaram, na maioria das vezes, instituíam noções de
Geografia e de História, principalmente, a nacional como disciplinas permitidas pelas
autoridades e consideradas facultativas ao ensino elementar.
A História do Brasil foi introduzida no ensino secundário depois de 1855 e, logo após,
foram desenvolvidos programas para as escolas elementares. Porém, ao lado da His-
tória Nacional, a História Sagrada também apareceu como matéria constitutiva do
programa das escolas elementares, como conteúdo integrante de educação moral e
religiosa.
Por volta de 1870, sob influência das concepções cientificistas que travaram um em-
bate com os setores conservadores ligados a um ensino moralizante dominado pela
Igreja Católica, os programas curriculares das escolas elementares foram sendo am-
pliados com a incorporação das disciplinas de Ciências Físicas, de História Natural,
com a adoção dos preceitos metodológicos das chamadas lições de coisas e a in-
clusão de tópicos sobre História e Geografia Universal, História do Brasil e História
Regional.
No final da década de 1870, foram feitas novas reformulações dos currículos das es-
colas primárias, visando criar um programa de história mais extensa e eliminar a His-
tória Sagrada. Tal fato traduzia a atmosfera das discussões sobre o fim da escravidão,
a transformação do regime político do império para a república e a retomada dos de-
bates sobre o ensino laico, buscando dessa vez a separação entre o Estado e a Igreja
Católica e sua ampliação para outros segmentos sociais.
Em geral, as salas de aula eram palco de uma prática bastante simplificada. Por isso,
as autoridades escolares exigiam dos professores o cumprimento mínimo da parte
obrigatória composta de leitura e escrita, noções de Gramática, princípios de Aritmé-
tica e o ensino da Doutrina Religiosa. As disciplinas consideradas facultativas rara-
mente eram ensinadas, o que fez a História Sagrada predominar sobre a História Civil
nacional.
Os métodos de ensino, então aplicados nas aulas de História, eram baseados na me-
morização e na repetição oral dos textos escritos. Os materiais didáticos eram escas-
sos, restringindo-se à fala do professor e aos poucos livros didáticos compostos se-
gundo o modelo dos catecismos com perguntas e respostas, facilitando as arguições.
Desse modo, ensinar História era transmitir os pontos estabelecidos nos livros, dentro
do programa oficial. Considerava-se que aprender História reduzia-se a saber repetir
as lições recebidas.
A moral religiosa foi substituída pelo civismo, sendo que os conteúdos patrióticos não
deveriam ficar restritos ao âmbito específico da sala de aula. Desenvolveram-se, nas
escolas, práticas e rituais como festas e desfiles cívicos, eventos comemorativos, cele-
brações de culto aos símbolos da pátria, que deveriam envolver o conjunto da escola
demarcando o ritmo do cotidiano escolar.
A prática recorrente das salas de aula continuou sendo a de recitar as lições, com
datas e nomes dos personagens considerados mais significativos da História. Os au-
mentos da importância dos exames finais de admissão ao ginásio ou ao ensino supe-
rior acabavam por consagrar, conjuntamente com a produção didática, uma seleção
tradicional dos conteúdos que eram vistos como a garantia de um bom desempenho
dos alunos nesses exames.
Da Segunda Guerra Mundial até o final da década de 70, houve um período de lutas
pela especificidade da História e pelo avanço dos Estudos Sociais no currículo escolar.
Pode-se identificar dois momentos significativos nesse processo: o primeiro ocorreu
no contexto da democratização do país com o fim da ditadura Vargas, e o segundo
durante o governo militar.
Nos anos imediatos ao pós-guerra, a História passou a ser considerada, pela política
internacional, como uma disciplina significativa na formação de uma cidadania para
a paz, merecendo cuidados especiais tanto na organização curricular quanto na pro-
dução dos materiais didáticos. A Unesco passou a interferir na elaboração de livros
escolares e nas propostas curriculares, indicando possíveis perigos na ênfase dada às
histórias de guerras, no modo de apresentar a história nacional e nas questões raciais,
em especial na disseminação de ideias racistas e preconceituosas. A História deveria
No início dos anos 50, foi estabelecida uma nova seriação de História Geral e do Bra-
sil para o ensino secundário, por influências de historiadores profissionais formados
pelas universidades.
Nas escolas primárias, apesar das propostas de Estudos Sociais, prevaleciam os co-
nhecimentos históricos baseados nas festividades cívicas e nas séries finais prepa-
ravam-se os alunos com resumos da História Colonial, Imperial e Republicana para
atender ao programa dos exames de admissão.
No decorrer dos anos 70, as lutas de profissionais, desde a sala de aula até a universi-
dade, ganharam maior expressão com o crescimento das associações de historiado-
res e geógrafos (ANPUH e AGB) que se abriram aos professores, e seu engajamento
na batalha pela volta de História e Geografia aos currículos escolares e extinção dos
cursos de licenciatura de Estudos Sociais.
Os métodos tradicionais de ensino têm sido questionados com maior ênfase. Os livros
didáticos, difundidos amplamente e enraizados nas práticas escolares, passaram a ser
questionados em relação aos conteúdos e exercícios propostos. A simplificação dos
textos, os conteúdos carregados de ideologias, os testes ou exercícios sem exigência
de nenhum raciocínio são apontados como comprometedores de qualquer avanço
que se faça no campo curricular formal. Dessa forma, o ensino de História atualmente
está em processo de mudanças substantivas em seu conteúdo e método.
Nas últimas décadas, o conhecimento histórico tem sido ampliado por pesquisas
que transformaram este campo de atuação. Houve questionamentos significativos,
por parte dos historiadores, relativos aos agentes condutores da história — indivíduos
e classes sociais —, sobre os povos nos quais os estudos históricos devem se concen-
trar, sobre as fontes documentais que devem ou podem ser usadas nas pesquisas e
quais as ordenações temporais que devem ou podem prevalecer.
O ensino de História nas séries iniciais deve considerar a história de vida do aluno,
uma vez que somos seres históricos. Sendo assim, o ensino de História nas séries ini-
ciais e educação infantil devem promover a reflexão e cabe ao professor fazer com
que esta reflexão seja efetivada, ainda que de modo tímido.
O estudo de História nas séries iniciais deve partir da própria história de vida do aluno,
avançando para o estudo da história local que deve ser apresentada como algo vivo,
vibrante, capaz de despertar paixão e colaborar para a compreensão do mundo.
Nesse sentido, o papel do professor é preparar-se para que esta construção da iden-
tidade seja estimulada, para que a História, enquanto veículo de identidade e de
memória, jamais seja tida como decorativos e desestimulantes.
Para que isso não aconteça, faz-se necessário que na história ensinada, haja um con-
senso entre os historiadores, pedagogos, professores e políticas educacionais, no sen-
tido de cuidar dos limites do uso do saber histórico factual.
Assim, corroborando com as palavras da autora, o ensino de História nas séries iniciais
deve ter esse caráter transformador, despertando o aluno para a condição de sujeitos
que fazem História ao longo do tempo e dos espaços.
Desse modo, o ensino de História passa por uma mudança necessária e o processo de
ensino e aprendizagem produz um conhecimento histórico escolar. O saber histórico
escolar deve ser apontado como alicerce para o desenvolvimento de habilidades e
competências relevantes para o conhecimento. Cabe ao professor identificar os ele-
mentos que a fundamentam.
O saber histórico escolar, na sua relação com o saber histórico, compreende de modo
amplo, a delimitação de três conceitos fundamentais: o fato histórico, de sujeito his-
tórico e de tempo histórico. Os contornos e as definições que são dadas a esses três
conceitos orientam a concepção histórica, envolvida no ensino da disciplina. Assim, é
importante que o professor distinga algumas dessas possíveis conceituações.
Nessa perspectiva, o ensino de História nas séries iniciais deve promover a reflexão do
aluno além de motivá-lo a conhecer a história do mundo e do povo do qual fazem
parte.
Nesse aspecto, o ensino de História nas séries iniciais torna-se relevante, já que as re-
lações entre tempo e espaço também dependem da ação do homem em seu meio,
fazendo com que a História seja percebida na construção das identidades sociais.
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
7 PARAMETROS
CURRICULARES NACIONAIS
PARA O ENSINO DE HISTÓRIA
(ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL) PARTE 2
Nesta unidade, apresentaremos a segunda parte dos Parâmetros Curriculares Nacio-
nais para o ensino de História nos anos iniciais.
De acordo com o PCN, espera-se que ao final do primeiro ciclo, os alunos sejam ca-
pazes de:
cas e religiosas.
Os estudos da história local conduzem aos estudos dos diferentes modos de viver no
presente e em outros tempos, que existem ou que existiram no mesmo espaço.
• Avaliar o seu trabalho ao longo do ano, refletindo sobre as escolhas dos con-
teúdos priorizados, as atividades propostas e os materiais didáticos selecio-
nados, para replanejar a sua proposta de ensino de um ano para o outro.
Nesse sentido, cabe ao professor criar situações instigantes para que os alunos com-
parem as informações contidas em diferentes fontes bibliográficas e documentais,
expressem as suas próprias compreensões e opiniões sobre os assuntos e investi-
guem outras possibilidades de explicação para os acontecimentos estudados.
Nas dinâmicas das atividades, propõe-se que o professor considere as já citadas para
o primeiro ciclo e, ainda, selecione materiais com argumentos, opiniões e explicações
diferentes, sobre um mesmo acontecimento atual ou do passado e promova deba-
tes, trocas de opiniões e sínteses coletivas.
Na localidade onde as crianças moram, existem problemáticas que só podem ser en-
tendidas na medida em que elas conhecem histórias de outros espaços e de outros
tempos: populações que chegam de outros lugares, com outros costumes, outras
línguas, outras religiões, em diferentes momentos; êxodos de pessoas de sua cole-
tividade que ocorrem por diferentes razões; completo ou parcial desaparecimento
de populações nativas, provocado por questões históricas nacionais e internacionais;
modalidades de regime de trabalho e de divisão de riquezas que são comuns, tam-
bém, em outras localidades e a outros tempos; modos de produção de alimentos
intercambiados com outras populações; comércio de mercadorias realizados com
grupos ou empresas instalados fora de sua localidade; modelos de administração
pública que são comuns a outras coletividades e estabelecem, com a sua localidade,
vínculos de identidade regional ou nacional (organizações municipais, estaduais e
federais); lutas sociais de grupos ou classes que extrapolam o âmbito local (partidos
políticos, organizações sindicais, organizações ambientalistas, lutas dos sem-teto e
dos sem-terra, lutas por direitos das mulheres, das crianças ou da terceira idade);
atividades culturais que extrapolam o âmbito local (festas nacionais, festas religiosas,
eventos culturais e esportivos); eventos difundidos pelos meios de comunicação que
ocorrem em outras localidades; ou políticas nacionais e regionais, decididas em ou-
tros locais, que interferem na dinâmica da sua localidade.
A opção por estudos que relacionam as problemáticas locais com outras localidades
explica-se pelo fato de que, nos estudos históricos, é fundamental localizar o maior
número possível de relações entre os acontecimentos e os sujeitos históricos, esta-
belecidas, também, além de seu próprio tempo e espaço, em busca de explicações
abrangentes, que deem conta de expor as complexidades das vivências históricas
• Os grupos e as classes sociais que lutam e lutaram por causas ou direitos po-
líticos, econômicos, culturais, ambientais.
O professor deve ter consciência de que as produções dos alunos não são seme-
lhantes àquelas construídas pelos historiadores nem devem dar conta de explicar
a totalidade das questões que, possivelmente, poderiam decorrer de estudos mais
sofisticados.
Faz-se necessário que a escola e o professor de História nas séries iniciais, considerem
que é preciso instigar no aluno a formação de uma consciência crítica e cidadã, uma
vez que esta deva ser encarada como mola propulsora para passos na formação his-
tórica, de cada agente.
O estudo e ensino de História nas séries iniciais devem partir da história do cotidiano
da criança em seu tempo e espaço, incluindo contextos históricos, possuindo noções
do tempo presente e denunciando a existência de tempos passados e modos de vida
e costumes diferentes dos que conhecemos. Desse modo, o professor deve trabalhar
atividades que envolvam questionamentos, reflexões, análises, pesquisas, interpreta-
ções, confrontamentos e organização de conteúdos históricos.
Desse modo, faz-se necessário que o ensino de História promova uma reflexão crítica,
a fim de que os indivíduos se reconheçam como agentes históricos. É importante que
a História seja entendida como o resultado da ação de diferentes grupos, setores ou
classes de toda a sociedade. É importante que o aluno conheça a história da huma-
nidade como a história da produção de todos os homens e não como resultado da
ação ou das ideias de alguns poucos.
O ensino desta disciplina deve investir na autonomia do aluno, criando então pres-
supostos para que este interfira na sociedade de modo crítico enquanto sujeito his-
tórico. Estudar história é muito mais do que decorar nomes e datas. É descobrir, ana-
lisar fatos registrados no passado, entender as atividades dos homens do mundo. É
através dela que as relações estabelecidas em uma determinada época podem ser
estudadas, podendo perceber as mudanças, resistências e permanências com o pas-
sar do tempo.
Conhecer a sua história permite ao sujeito compreender o que acontece nesse lugar,
perceber que o município faz parte do mundo.
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
8 PARAMETROS
CURRICULARES NACIONAIS
PARA O ENSINO DE HISTÓRIA
(ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL) PARTE 2
Nesta unidade, apresentaremos a segunda parte dos Parâmetros Curriculares Nacio-
nais para o ensino de História nos anos iniciais.
tornar este relacionado com a realidade e os problemas da vida moderna. Muitos es-
forços têm sido feitos neste sentido na educação. Na ciência, por sua vez, os esforços
estão na busca de respostas, impossíveis com os conhecimentos fragmentados de
uma única área especializada. A aplicação dos métodos que aplicam a interdiscipli-
naridade para o ensino da História é uma necessidade que visa facilitar o trabalho do
professor e melhorar o desempenho do aluno.
• Como concepção do currículo que adota formas tão díspares como a que
coloca globalização na sequência de programação desde a qual podem rela-
cionar conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, como propõem
as atuais reformas de países como o Brasil e a Espanha.
Na França, com as duas primeiras gerações da Escola dos Annalles, deu-se a efetiva
abertura para a Psicologia, a Geografia, a Estatística, a Sociologia e a Economia, na
medida em que foi se afirmando o alargamento dos estudos históricos. A obra de
Braudel é certamente a mais associada a este empreendimento, considerando, no
mínimo, três pontos de convergência com as ciências sociais: o conceito de duração,
que se assemelha aos tempos múltiplos, de Gurvitch; o conceito de estrutura, contes-
tando o exclusivismo arrogado por Levi-Strauss; e o conceito de modelo, emprestado
por Braudel ao demógrafo Sauvy.
Na história econômica, o estudo das relações entre rendas, preços e ciclos econômi-
cos (Simiand); da conjuntura econômica com a crise do Antigo Regime (Labrousse);
da história da conjuntura com a geo-história (Chaunu, Mauro, Crozet); dos modelos
econométricos e da história quantitativa, apontou fenômenos até então insuspeitos
ou não compreendidos pela velha história econômica e social. Da mesma forma, a
recuperação das relações de sociedades tão diversas da contemporânea, como a es-
tamental do séc XVII (Rickert, Furet, Elias) ou as sociedades clássicas (Veyne) só foi
possível graças à interação da História com as demais ciências humanas.
Entre as ciências que mais contribuem para que a História atinja seus objetivos cien-
tíficos, destacam-se: a Economia, a Geografia, a Sociologia, as Ciências étnicas em
geral e a Filosofia.
Salienta, com razão, De Martonne que toda ciência, ao abordar o problema da ex-
tensão de um fenômeno, se aproxima da Geografia. No caso particular da História,
essa aproximação faz-se, sobretudo pelo fato de ambas as ciências terem um deno-
minador comum que é o homem no tempo e no espaço. As primeiras informações
geográficas, por exemplo, chegaram-nos através dos primeiros historiadores como
Heródoto, Políbio e Estrabão.
Hoje, possuímos atlas históricos que são cartas geográficas especialmente destina-
das ao estudo de determinados povos e civilizações e que constituem indispensável
material de estudo para os que se dedicam à História. Bastaria lembrar, para a com-
As relações da História com a Sociologia são tão íntimas que muitas vezes as duas
ciências foram reunidas e confundidas. Posteriormente, foram demarcados os seus
campos e bem delimitados os seus objetos: o fato histórico e o fato social. A História
interessa-se, sobretudo, pelo invulgar, pelo extraordinário; a Sociologia estuda o vul-
gar, o comum.
Há mais que simples relações entre a Sociologia e a História. Existe uma interdepen-
dência profunda, se bem que os objetos de ambas sejam perfeitamente definidos.
Além das ciências propriamente ditas, muitas disciplinas auxiliam a História, tais
como: a Cronologia, a Paleografia, a Epigrafia, a Linguística, a Heráldica, a Diplomáti-
ca, a Numismática, a Genealogia e a Sigilografia.
Primeiro, devemos tomar conhecimento de que cada campo disciplinar possui sua
singularidade, isto é, um aspecto que lhe torna único. O Direito, por exemplo, estuda
o funcionamento das leis em sociedade. Essa é a singularidade desse campo. O obje-
to de estudo do direito são as leis. Já a História como ciência, tem-se o homem, que
é o objeto de estudo da Antropologia e a Sociologia como outras ciências humanas.
Desse modo, o que torna a História diferente das demais Ciências Humanas é a for-
ma como esta explora e analisa seu objeto: a História estuda as ações do homem
no tempo, utilizando como fontes os vestígios por ele deixados, como, por exemplo,
materiais, imateriais, e utiliza para a construção de seu discurso um várias teorias. Em
pano de fundo em que seu objeto de estudo (o homem) está inserido, nesse caso, o
fundamental é o tempo.
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
98 SUMÁRIO
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017