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1- ALUNAS:

2- TITULO: PSICOMOTRICIDADE E LATERALIDADE: JOGOS


PEDAGÓGICOS COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO E CRIATIVIDADE
NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

3- TEMA: PSICOMOTRICIDADE E A LATERALIDADE NA


EDUCAÇÃO INFANTIL

4- APRESENTAÇÃO

A Educação Infantil é muito importante para o desenvolvimento


global da criança e, os aspectos que envolvem a Psicomotricidade e a
Lateralidade favorecem o processo ensino-aprendizagem já que compreendem
a educação como algo mais amplo do que a simples transmissão de
conhecimentos. Sendo assim, através deste artigo fazer algumas
considerações sobre a importância da Psicomotricidade e da lateralidade na
Educação Infantil, visando o equilíbrio e o desenvolvimento motor e intelectual
da criança; sendo realizado através de procedimentos metodológicos da
pesquisa bibliográfica e de campo. Finalizando percebeu-se a importância da
Psicomotricidade para a educação infantil como instrumento do fortalecimento
da criança enquanto sujeito, e servindo como ferramenta para o
desenvolvimento voltadas para a organização afetiva, motora, social e
intelectual do aluno. Pois ela contribui para o processo educativo, no intuito de
desenvolver nos alunos um desenvolvimento psicomotor satisfatório e, ao
mesmo tempo, contribuir para uma evolução psicossocial e o sucesso escolar
da mesma. O presente artigo de conclusão de curso apresentado neste
trabalho norteia à preocupação atual sobre problemas ligados ao
desenvolvimento da psicomotricidade e a lateralidade na Educação Infantil, que
podem relacionar-se com os métodos de ensino aplicados, onde uma das
soluções pode passar por uma prática pedagógica prazerosa e lúdica.
5- JUSTIFICATIVA

O movimento é a chave da vida, é através dele que se coordena os


domínios cognitivos, afetivos e motor. No universo educacional o
desenvolvimento psicomotor deve ser trabalhado em todos os educandos de
acordo com sua capacidade de desenvolvimento pois a psicomotricidade e a
lateralidade refere-se a dominância do corpo e consecutivamente a associação
com o meio onde se vive. Para que isso ocorra é necessário, então,
diversificarmos nossas metodologias de ensino, sempre em busca de
resgatarmos o interesse e o gosto de nossos alunos pelo aprender. As
atividades que exploram a psicomotricidade e a lateralidade revelam a sua
importância, pois promovem situações de ensino-aprendizagem e aumentam a
construção do conhecimento, introduzindo atividades lúdicas e prazerosas,
desenvolvendo a capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora. É muito
importante que haja uma relação com a aprendizagem, de forma que seja
marcado por um envolvimento, tanto do professor, quanto do aluno. E neste
envolvimento, ambos estão sendo, à sua maneira, inseridos no processo
ensino/aprendizagem, e experimentando o prazer das apropriações e da
construção do conhecimento.

6- OBJETIVOS GERAIS

Conhecer como a psicomotricidade e a lateralidade na criança da


Educação Infantil pode contribuir para o desenvolvimento integral.

7- OBJETIVOS ESPECIFICOS

- Conhecer o que é psicomotricidade e lateralidade na Educação Infantil;

- Conhecer a importância da psicomotricidade e da lateralidade no


desenvolvimento da criança;

- Conhecer e diferenciar tipos de jogos que exploram a


psicomotricidade e a lateralidade de forma que o desenvolvimento da criança
seja totalitário;
7- METODOLOGIA

Este artigo é de cunho bibliográfico, no qual será desenvolvido em


quatro partes:

7.1- A EDUCAÇÃO INFANTIL NA LDB/2016 E SEUS DESAFIOS NA


EDUCAÇÃO INTEGRAL DA CRIANÇA.
A Educação Infantil1 tem sido objeto de muitas discussões mesmo
antes de sua inserção no sistema educacional brasileiro por meio da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/98 que a situou como
sendo a primeira etapa da educação básica.

A história da Educação Infantil no Brasil permeia processos duro de


reconhecimento da criança como cidadão de direitos. As crianças eram criadas de
acordo com sua inserção social que faziam parte. Muitas conduzidas com
precárias condições de vida ao trabalho infantil, ao abuso e a exploração por parte
dos adultos. Outras crianças são protegidas de todas as maneiras, recebendo de
suas famílias se da sociedade em geral todos os cuidados necessários ao seu
desenvolvimento. “Essa dualidade revela a contradição e conflito de uma
sociedade que não resolveu ainda as grandes desigualdades sociais presentes no
cotidiano “... (RCNEI, 1998, p. 21).

Em 1990 foi sancionada a Lei Nº 8.069 Estatutos da Criança e do


Adolescente - ECA, onde afirma que:

Artigo3º- A criança e o adolescente gozam de todos os direitos


fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de
que trata essa Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. ECA,
1990, p. 29).

Em 1996, complementou a Educação Infantil com a Lei nº 9.394. O


artigo 29 no qual, reconhece a Educação Infantil como primeira etapa da
educação básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança
até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, sem distinção de raça, cor, cultura ou classe social.

No ano de 1998, o Ministério da Educação e MEC elabora o


Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, trazendo um guia de
reflexão de cunho educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações
didáticas para os profissionais que atuam com a Educação Infantil.
Com base na LDB 9394/96, e nas pesquisas bibliográficas A Lei nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em
seu artigo 4º, inciso IV, confirmou, mais uma vez, o atendimento gratuito em
creche2 e pré-escola³ como dever do Estado. Também estabeleceu que o

1
Educação Infantil: Fase que envolve crianças de 0 a 6 anos de idade, considerada a primeira etapa da
Educação Básica no Brasil.LDB 2016.

2
Creche: um estabelecimento educativo que ministra apoio pedagógico e cuidados às crianças com idade até aos três
anos. PCNs Educação Infantil.
atendimento a essa faixa etária estivesse sob a incumbência dos municípios
(artigo11, inciso V).

Após a Constituição surgiram leis no âmbito da Saúde e da Assistência Social,


compreendendo a prioridade do atendimento à criança de 0 a 6 anos por estas
áreas. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 a Educação Infantil
passou a ser a primeira etapa da Educação Básica (MARAFON, s/d. p. 20).

A instituição de Educação Infantil é muito importante para a vida das


crianças. É nessa fase que acontece a formação de hábitos, atitudes, valores
que constroem as bases da personalidade, que devem estar fundamentadas na
afetividade.
Para Wallon3 (1979 p. 56), à pré-escola “Cabe o papel de preparar a
emancipação da criança e reduzir a influência exclusiva da família e promover
o seu encontro com outra criança da mesma idade.” A escola amplia e
promove um ambiente sócio afetivo de sociabilidade as crianças.
O Referencial Nacional Curricular para a Educação Infantil,
publicado pelo Ministério da Educação e pela Secretaria de Ensino
Fundamental4 em 1998, apresenta um avanço significativo na busca de metas
para a educação das crianças em creches, pré-escolas e instituições
parecidas. A Base Nacional Comum Curricular (2016), afirmam que “a criança
é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas.

A Educação Infantil pode refletir de forma favorável no


desenvolvimento da criança visando à qualidade de interações que serão
representadas de forma positiva para o resto da vida, próximo da escola,
família e sociedade. Segundo Wallon (1995), a criança na pré-escola “[...]
atribui a emoção como os sentimentos, desejos e manifestações da vida
afetiva, demonstra os sentimentos como um papel fundamental no processo de
desenvolvimento humano.”. É por meio da emoção, que a criança mostra seus
desejos e suas vontades, enfatizando que a afetividade é um dos principais
elementos para o desenvolvimento humano.

As crianças se movimentam desde que nascem adquirindo cada vez


maior controle sobre seu próprio corpo e apropriando da interação com o mundo.
Ao movimentar se, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos,
ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O
movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no
espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o
meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio
de seu teor expressivo. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil-
Volume 3

3
Wallon:(1879/1962) Psicólogo que investigou as crianças e os caminhos da inteligência humana. Kirouac, G. (1994).
"Les émotions". In: Richele, M. et alii. Traité de Psychologie Experimentale. Paris, PUF.
4
Pré escola: Período escolar que tem início aos seis anos de idade e se prolonga por nove anos, dividido
em Fundamental I, com duração de cinco anos (1°ao 5° ano).LDB 2016.
A dimensão corporal5 integra-se ao conjunto da atividade da criança.
O ato motor faz-se presente em suas funções expressiva, instrumental ou de
sustentação às posturas e aos gestos. De acordo com Wallon (1975 p. 78), o
movimento antes de estabelecer relação com o meio físico primeiro atua sobre
o meio humano, atingindo as pessoas através de seu teor expressivo

Será por meio do movimento corporal que as crianças se


expressam, estudam, aprendem, exploram ambientes e espaços. O ambiente e
o espaço nunca são neutros, mas sim socialmente construídos e refletem
normas sociais e representações culturais, conforme os RCNEI (1998, vol. 3,
p.47).

As maneiras de andar, correr, arremessar e saltar resultam das


interações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos
significados têm sido construídos em função das diferentes necessidades,
interesses e possibilidades corporais humanas presentes nas diferentes culturas
em diversas épocas da história.

Esses movimentos incorporam-se aos comportamentos dos homens,


constituindo-se assim numa cultura corporal.

Wallon(1981) defendeu a ideia da compreensão da criança completa, concreta,


contextualizada, vista de forma integral, isto é, não mais encarada como um
adulto em miniatura, mas sim, como um ser numa etapa de especificidades.
Segundo ele são quatro os campos funcionais que visualizam a criança de
modo “integrado”:

1. As emoções: manifestação afetiva, relação = interação criança e


meio onde está inserida.

2. O movimento: primeiro sinal de vida psíquica. Vislumbrada em


duas dimensões expressiva e instrumental.

3. A inteligência: 1º momento com o sincretismoe no 2º momento com


o pensamento categorial.

4. A construção do “eu” como pessoa através da imitação do outroe


negação do outro.(MELLO, 2004, p. 153-154).

Wallon (1981) afirmava que movimento é a única expressão e o primeiro


instrumento do psiquismo.

Na evolução da criança, portanto, estão relacionadas à motricidade, afetividade e


a inteligência. Para ele, a motricidade é uma das origens da vida intelectual, e
assim se caracteriza como um dos elementos fundamentais da Educação Infantil.
O conhecimento, a consciência e o desenvolvimento geral da personalidade não
podem ser isolados das emoções. (LEVIN, 2003 p 26).

5
Dimensão corporal: o desenvolvimento social que é expresso através dos movimentos corporais diante da formação
do sujeito. Drummond de Andrade, C. (1984). Corpo. Rio de Janeiro: Record.
A educação psicomotora6 deve ser considerada como uma educação da base
na Educação Infantil. Ela leva a criança a tomar consciência do seu corpo, da
lateralidade a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilmente
coordenação de seus gestos e movimentos.

Ao longo da história no âmbito psicomotor podem ser especificadas diferentes


transições: do motor ao corpo, e deste ao sujeito com um corpo em movimento.
Já não é possível confundir o corpo com o sujeito nem o sujeito com o corpo.

A Psicomotricidade é um caminho, é o desejo de fazer, de querer fazer e de poder


fazer, neste sentido o homem não é exclusivamente um ser motor ou somente um
ser psíquico. O homem é psicomotor, é a articulação do ter, do ser, do querer, do
poder ser e fazer. (OLIVEIRA, 2007).

Segundo Fonseca7 (2004), a psicomotricidade na contemporaneidade constitui


uma abordagem multidisciplinar do corpo e da motricidade humana. Seu objeto
é o sujeito humano total e suas relações com o corpo, sejam elas integradoras,
emocionais, simbólicas ou cognitivas, favorecendo o desenvolvimento das
faculdades expressivas do mesmo, nas quais, por esse contexto, assume uma
dimensão educacional preventiva, com objetivos e meios próprios que se
destacam de outras abordagens.

O desenvolvimento da criança é uma construção onde podemos constatar a


existência de fases diferentes. Estas fases ocorrem numa ordem necessária
onde cada uma delas é uma preparação para a fase seguinte e, onde ocorre
uma alternância de momentos ora de predominância afetiva ora de
predominância cognitiva.

Estágio impulsivo-emocional (do nascimento a 1 ano)

É um estágio predominantemente afetivo, onde as emoções são o principal


instrumento de interação com o meio. Nesta fase desenvolvem-se as condições
sensório-motoras, como o olhar, oagarrar, o andar;

 Estágio sensório-motor e projetivo (de 1 ano até aos 3 anos)

Nesta fase dá-se uma grande exploração do espaço físico, através do


andar, do agarrar, do apontar, de sentar, de manipular, onde prevalecem as
relações cognitivascom o meio; tudo isto acompanhado pela aquisição da fala. A
criança também desenvolve a inteligência prática e a suacapacidade de
simbolizar,

 Estágio do personalismo (desde os 3 anos até aos 6 anos)

Ocorre neste período a formação da personalidade através do contato


social que tem com as pessoas que a rodeiam e onde predominam as relações
afetivas;

6
Educação psicomotora: o desenvolvimento que leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a
situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e
movimentos. Significados.com.br/psicomotricidade.

7
Vitor da Fonseca: professor da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, docente no
Departamento de Educação Especial e Reabilitação, e mestre em Dificuldades de Aprendizagem pela Universidade no
EUA segundo o Portal da Educação.
 Estágio categorial (dos 6 anos aos 12 anos)

Neste estágio dá-se um avanço no campo da inteligência e a criança


passa a organizar o seu mundo através das relações com o meio;

 Estágio da adolescência (a partir dos 12 anos)

Este estágio é caracteristicamente afetivo, onde o indivíduo passa por


uma série de conflitos tanto internos como externos. Este estágio busca a
autoafirmação e da sua identidade autônoma.Wallon (1981p.88

De acordo com o autor, as características de cada estágio


estão relacionadas com a interação da criança com o meio cultural
onde está inserida. A passagem de um estágio para o outro Wallon
(1981) nega haver uma linearidade 8,havendo uma constante
transformação passando por retrocessos, roturas e reformulações;
onde a criança em busca de respostas para os seus conflitos a
caminho de novos desafios, de novas transformações.

A psicomotricidade vislumbra-se um educador voltado para a aprendizagem,


cabendo lembrar que esta estuda o homem na sua unidade como pessoa, pois
“a intervenção psicomotora então se situa em âmbito global, numa tentativa de
modificar toda uma atitude em relação ao seu corpo, como lugar de sensação,
expressão e criação” (Nicola, 2004, p.5). O desenvolvimento da consciência
corporal, da reflexão e da criatividade, além do pleno desenvolvimento afetivo,
cognitivo e motor, constituem alguns dos objetivos da psicomotricidade que, se
alcançados, possibilitarão adultos sadios e felizes. Portanto, proporcionar o
trabalho psicomotor irá ajudar na estruturação da personalidade da criança, já
que ela pode expressar melhor os desejos, e desenvolver em sua totalidade.

8
Linearidade: Entendido nesse contexto como um desenvolvimento regular segundo Henri Wallon:
souvenirs. Enfance, n. 1, 1993
7.2- A IMPORTANCIA DOS JOGOS PEDAGÓGICOS NA EDUCAÇÃO
INFANTIL

7.2.1- Evolução Histórica do Jogo

A relação entre o jogo e a educação vem de muito longe e, foram


objeto de estudo ao longo dos tempos o que nos permite hoje compreender
melhor os aspetos históricos dos jogos.
Ao fazer uma viagem pela história do jogo, podemos verificar que na
Grécia Antiga9, já Platão10 dizia que os jogos educativos deveriam fazer parte
dos jogos de deporto.
Entre os egípcios,11 romanos12 e maias13, os jogos eram usados para
transmissão de conhecimentos e valores, das gerações mais antigas para as
gerações mais novas.
No período do cristianismo14, os jogos foram desvalorizados uma vez
que eram considerados profanos e imortais e só retornaram no século XVI,
com pensadores humanistas.15 Rabelais16 (1494 - 1553) defendia a ideia que o
ensino deveria passar pelo jogo, até um simples jogo de cartas poderia ser útil
para o ensino da aritmética e geometria. Jean Jacques Rousseau 17 (1712 -
1778) defendia que aprender deveria ser uma conquista ativa, onde a criança
aprende com prazer. Pestalozzi18 (1746 – 1827) via a escola como uma
sociedade no qual através do jogo trabalharíamos conceitos como
responsabilidade e normas de cooperação. Froebel 19 (1782 – 1852)defendia
que um bom educador é aquele que faz do jogo uma arte de ensinar. Decroly 20
(1871 - 1932) criou materiais para a educação de crianças com deficiências
com a finalidade de desenvolver a percepção, motricidade e raciocínio.
Dewey21 (1859 – 1952) dizia que a aprendizagem da criança só era possível
num ambiente natural e é nos jogos que a criança é mais espontânea.. Maria
Montessori22 (1870 – 1952) deu grande ênfase aos jogos sensoriais.

9
Grécia Antiga: Segundo o dicionário formal nome referido ao mundo grego no período de 1100aC. A 146 a. C.
Revista de Arqueologia. Madrid: set/2002.
10
Platão (427- 347 a.C.) Um dos pensadores gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental. A República
de Platão. Blackburn, Simon.
11
Egípcios: Civilização antiga. Egit VERCOUTTER, Jean. O Egito Antigo. São Paulo: Difel, 1974.
12
Romanos: Relativo ou pertencente à antiga Roma: Império Romano ou à Roma. - Coleção O Cotidiano da História
Autor: Feijó, Martin Cezar. Editora: Ática
13
Maias: Civilização antiga do México e América Central . Os Maias- Eça de Queirós- 1888.
14
Cristianismo: Doutrina dos seguidores de Jesus Cristo. “Cristianismo Puro e Simples”, de C.S. Lewis-2015.
15
Humanista: movimento intelectual iniciado na Itália no século XIV com o Renascimento e difundido pela Europa.
home/httpd/vhosts/movimentohumanista.org/httpdocs/libraries/simplepie/simplepie.php on line 7219.
16
François Rabelais: estudioso no período do Renascimento que defendia a aplicação de jogos na educação. idade
Média e a Renascença na Literatura Francesa- Willemart, Philippe.Editora: Annablume- 2001.
17
Jean Jacques Rousseau teórico da educação, que marcou a Pedagogia Contemporânea. Estudos Sobre Rousseau
Por Joaquín Xirau.Editora Contraponto -2015.
18
Johann Heinrich Pestalozzi: estudioso que defendia o ensino das crianças priorizando suas habilidades naturais e
inatas. Educação e ética por Dora Incontri.Editora Scipione-2013.
19
Fröebel: educador alemão que desenvolveu teorias com pressupostos idealistas inspiradas no amor à criança e à
natureza. Friedrich Froebel - Arce, 2009.
20
Ovide Decroly: precursor da possibilidade de o aluno conduzir o próprio aprendizado. Iniciacao a Atividade
Intelectual e Motora Pelos Jogos Educativos. Editora Vozes 2015.
21
John Dewey: Defendia a escola como instrumento de transformação. John Dewey e a Educação Infantil - Entre
Jardineiras e Cientistas. Ieda Abbud,Editora Cortez 2011.
No século XX, outros pesquisadores debruçaram-se sobre os jogos
como Vygotsky e Piaget.

Vygotsky (1896 – 1934) considerava a brincadeira como resultada


das influências sociais que a criança vai recebendo através do contato com o
meio envolvente. Piaget (1896 – 1980) via os jogos como meio para o
desenvolvimento intelectual.
“A educação lúdica esteve em todas as épocas, povos, contextos de inúmeros
pesquisadores, formando, hoje, uma vasta rede de conhecimentos ao só no campo da
educação, da psicologia, fisiologia, como as demais áreas do conhecimento”.
(Kishimoto,2005; p.31)

Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento social, físico, intelectual e


afetivo; é através das atividades lúdicas que a criança desenvolve a expressão
oral e corporal, integra-se na sociedade e constrói o seu próprio conhecimento.
Kishimoto23 (2015 p 90),define bem este conceito de jogo
pedagógico ao dizer que: “é a ação que acriança desempenha ao concretizar
as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. (…)

Jean Piaget (1990), afirmava que o jogo é fundamental para o


desenvolvimento da criança e estão em sintonia com o desenvolvimento da
inteligência, relacionando-se com os estágios do desenvolvimento cognitivo.
Assim, cada uma das etapas do desenvolvimento está relacionada a um tipo de
jogo que acontece da mesma forma para todos os sujeitos.

 Fase sensório-motor (desde o nascimento até aos 2 anos): nesta fase a


criança brinca sozinha e não utiliza as regras porque não tem a noção delas;
 Fase pré-operatória (dos 2 anos aos 6/7 anos): surge o jogo simbólico
quando a criança brinca e aos poucos o conceito de regra começa a aparecer
nas suas brincadeiras;
 Fase das operações concretas (dos 7 aos 11 anos): a criança nesta
altura já é um ser social e quando joga em grupo a existência de regras é
fundamental.

Visto isto, Piaget (1990) classificou os jogos segundo a evolução das


estruturas mentais em três categorias:

 Jogos de exercícios: é a repetição de movimentos e gestos pelo simples


prazer que a criança tem em executá-los;
 Jogos simbólicos: os jogos simbólicos aparecem por volta dos 2 / 6 anos.
Através do jogo faz-de-conta, a criança atribui significado ao símbolo
(objeto) de forma a dar-lhe mais prazer.
 Jogo de regras: o jogo com regras surge entre os 7 / 11 anos, onde
envolve as regras e a persuasão no ato de jogar.

22
Maria Montessori. Foi uma pedagoga, pesquisadora e médica italiana que revolucionou o ensino na educação
infantil. Acervo bibliográfico.
23
Tizuko Morchida Kishimoto. Estudiosa e defensora da brincadeira como ferramenta de aprendizado
para a criança. SDI psicologia 03/ 2007.
Vygotsky 24 (1989) nas suas análises sobre o jogo estabeleceu uma
relação entre este e a aprendizagem, uma vez que o jogo contribui para o
desenvolvimento intelectual, social e moral, isto é para o desenvolvimento
integral da criança. Para este psicólogo, o jogo só surge nas atividades infantis
por volta dos 3 anos, pois antes desta idade a criança não consegue interiorizar
símbolos para representar o real através imaginário. Quando a criança imagina,
joga e é aqui que cria um mundo com atividades lúdicas que proporcionam a
ação do jogar.

Por meio do jogo a criança consegue definir conceitos, criar


situações que desenvolvam a sua atuação de situações reais. Está ideia
defendida por Vygotsky (1989) de que o jogo é resultado da ação social,
confirma a sua teoria onde ele dá valor ao fator social. Para este autor o jogo
apresenta três características fundamentais que são: a imaginação, a imitação
e as regras. O que torna o jogo uma atividade importante para o
desenvolvimento infantil não é a ação espontânea da criança, mas sim é a
capacidade que esta tem em imaginar situações, em imitar papéis sociais e
ainda a interação que existe durante as atividades lúdicas, os conteúdos
abordados e as regras de conduta implícitas a cada situação.
É a ação da criança neste mundo imaginário que cria uma zona de
desenvolvimento, que Vygotsky (1989) nas suas pesquisas sobre o jogo e
brincadeiras definiu como Zona de Desenvolvimento Proximal 25 onde a
distância entre o desenvolvimento real26 e o potencial27 que está quase
adquirido.

Podemos concluir que para a criança o jogo é uma transformação da


nova realidade (mundo) que corresponde às exigências da criança, onde ela
reproduz mais do que viu. Quando a criança joga utiliza conhecimentos que já
adquiriu e constrói outros. Vygotsky (1989) afirma que é através da brincadeira
e do jogo que a criança se desenvolve afetiva, social e cognitivamente.

Na escola, o jogo pode ser um instrumento para o desenvolvimento


integral dos alunos, mediando ações na zona de desenvolvimento proximal,
proporcionamos o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos é possível
levá-las a novas aprendizagens.
Na concepção de jogo apresentada por Wallon (1981) diz que toda a atividade
exercida pela criança é lúdica28, considerando mesmo a fase infantil sinônimo
de lúdico. O jogo para ele é uma atividade espontânea, livre, alega que todas
as crianças devem ter a oportunidade de brincar, uma vez que é por meio do
24
Vygotsky: psicólogo bielo-russo que realizou diversas pesquisas na área do desenvolvimento da
aprendizagem e do papel preponderante das relações sociais nesse processo. MOLL, LUIS C. Vygotsky
e a educação. Porto Alegre : Artes Médicas, 1996..
25
Proximal: neste contexto significa que, unções que ainda não amadureceram, mas que estão em
processo de maturação. Temas psicol. vol.2 no.2 Ribeirão Preto ago. 1994.
26
Real: Nesse contexto são as habilidades que se encontram em um nível menos elaborado que o já
consolidado. Temas psicol. vol.2 no.2 Ribeirão Preto ago. 1994.
27
Potencial: nesse contexto é a determinação das habilidades que o indivíduo já construiu, Temas
psicol. vol.2 no.2 Ribeirão Preto ago. 1994.
28
Lúdica: Palavra do latim que significa brincar, e nela se incluem jogos, brinquedos e brincadeiras.
Temas psicol. vol.3 Ribeirão Preto ago. 1994.
corpo que elas estabelecem o primeiro contato com o meio exterior; onde as
aquisições motoras levam a um desenvolvimento.

Wallon (1981) classifica os jogos infantis em quatro categorias:

 Jogos funcionais: caracterizam-se pela exploração do corpo através de


movimentos simples e pelos sentidos.
 Jogos de ficção: estes jogos aparecem por volta dos 2 anos, onde passa
a ter um novo sentido. Nesses jogos estão presentes a imaginação e o faz de
conta.

 Jogos de aquisição: estes jogos surgem quando a criança sente


necessidade em conhecer e compreender o que a rodeia. Desenvolve a
aprendizagem da linguagem, da atenção, do raciocínio, da compreensão e
educam a visão.
 Jogos de fabricação: transforma objetos reais em objetos imaginários.

“O jogo é um fenômeno universal, presente em todas as épocas e


civilizações. A permanência do lúdico em todo o percurso histórico e
civilizacional, no mundo das crianças, dos jovens e dos adultos, é um bom
indicador da sua importância”. (Serra,1999, p. 1). Podemos atribuir aos jogos
tradicionais características como a espontaneidade, a liberdade e a
criatividade.

O jogo é fruto do patrimônio cultural da sociedade onde está inserido


e a escola. O Principio 7.º da Declaração dos direitos da Criança (ONU, 1959)

“A criança deve ter plena oportunidade para brincar e para se dedicar a


atividades recreativas, que devem ser orientadas para os mesmos objetivos da educação: a
sociedade e as autoridades públicas deverão esforçar-se para promover o gozo dos
direitos”. (ONU, 1959,p 89).

Na Educação Infantil, o brincar é um potente veículo de aprendizagem


experiencial, visto que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem
como processo social. A proposta do lúdico é promover uma alfabetização
significativa na prática educacional, é incorporar o conhecimento através das
características do conhecimento do mundo. O lúdico promove o rendimento
escolar além do conhecimento, oralidade, pensamento e o sentido. Assim,
Goés (2008, p 37), afirma ainda que “(...) a atividade lúdica, o jogo, o
brinquedo, a brincadeira, precisam ser, compreendidos como veículos de
aprendizagem. A atividade lúdica permite que a criança se prepare para a vida,
entre o mundo físico e social.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil


(BRASIL, 1998, p. 23, v.01):

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem


orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das
capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude
básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos
mais amplos da realidade social e cultural.

O processo de ensino e aprendizagem na escola deve ser construído, então,


tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento real da criança,
num dado momento e com sua relação a um determinado conteúdo a ser
desenvolvido, e como ponto de chegada os objetivos estabelecidos pela
escola, supostamente adequados à faixa etária e ao nível de conhecimentos e
habilidades de cada grupo de crianças. O percurso a ser seguido nesse
processo estará demarcado pelas possibilidades das crianças, isto é, pelo seu
nível de desenvolvimento potencial.

7.3- A PSICOMOTRICIDADE E A LATERALIDADE COMO CONCEITOS A


SEREM DESENVOLVIDOS NOS JOGOS PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO
INFANTIL

O primeiro contato do ser humano com o mundo é pelo movimento.


Cunha (1990) afirma que a psicomotricidade proporciona ao indivíduo um
melhor domínio do seu corpo, sendo fator essencial e indispensável ao
desenvolvimento global.
Smole29 (1996) afirma que a interação com o meio social é o
primeiro espaço em que a criança conhece e reconhece seu corpo, onde as
noções de proximidade, separação, vizinhança, continuidade estarão
organizadas numa relação de oposição (parte/todo, pequeno/grande,
parecido/diferente, dentro/fora), sendo estas, elaboradas de acordo com as
suas explorações táteis e cenestésicas.

Wallon (1995) acreditava que o pensamento da criança e a


organização de seu esquema corporal constituem-se paralelamente, desde o
nascimento e nas demais fases, onde que o pensamento só ocorrerá com a
interação de suas ações físicas com o ambiente, na mais tenra idade, a criança
utiliza o corpo como ferramenta operacional e relacional.
A característica principal da criança, durante sua primeira infância é
o progressivo domínio da atividade motriz voluntária, onde consegue o controle
voluntário do movimento, sendo que estes se tornam cada vez mais corretos.
De Meur30 (2001) destaca especialmente o desenvolvimento das habilidades
básicas, salientando que:

A importância do desenvolvimento das habilidades básicas pode ser


vista de uma maneira mais sistemática na pré-escola, que tem a função de
fornecer à criança os pré-requisitos necessários para a aprendizagem da leitura e
da escrita (DE MEUR; 2001, p. 78).

Para Le Boulch:

A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base


na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares: leva a criança a
tomar consciência de seu corpo, da lateralidade a situar-se no espaço, a dominar seu
tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação
psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade: conduzida com perseverança,
permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas (LEBOULCH;
1987, p.11).

Para Piaget (1985), a influência da psicologia sobre a pedagogia,


tornou-se mais intensa a partir das pesquisas psicológicas e do
desenvolvimento de métodos de observação, Piaget cita Maria Montessori
(1970-1952), onde a autora conclui que a aprendizagem se intensifica quando
há possibilidades de que as crianças manuseiam o material.

O modelo piagetiano, deu aos educadores uma grande contribuição.


Este método vem apontando um caminho e uma proposta pedagógica que teve
como objetivo deixar a criança aprender, expondo a maneira pela qual está
concebendo e compreendendo a realidade.
29
Smole: Coordenadora do grupo Mathema de formação e pesquisa. Mestre em Educação, área de
Ciências e Matemática, pela FEUSP. Doutora em Educação, área de Ciências e Matemática, pela FEUSP.
Consultora de Matemática dos Parâmetros Curriculares Ensino Médio. Pesquisadora do projeto
Formação de professores das séries iniciais .FAPESP/IME USP.2015.
30
De Meur :autor do livro Psicomotricidade, Educação E Reeducação que traz conceitos fundamentais
da Psicomotricidade, e alguns exercícios para sua prática. Editora Manole-2 º Edição.
O conhecimento é constituído através de interações do sujeito com o objeto,
onde o desenvolvimento cognitivo dar-se-á pela assimilação do objeto de conhecimento e
estruturas anteriores presentes no sujeito e pela acomodação dessas em função do que vai
ser assimilado (DAVIS; OLIVEIRA,1994).

Vygotsky (apud DAVIS & OLIVEIRA, 1994, p.56) expõe que “[...] o
desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam
reciprocamente dê modo que, quanto mais aprendizagem, mais
desenvolvimento”. Em seus estudos, Piaget minimiza o papel da interação
social, enquanto Vygotsky o valorizava.

Todas as experiências da criança (o prazer, a dor, o sucesso ou fracasso)


são sempre vividas corporalmente. Se acrescentarmos valores sociais que o meio dá ao
corpo e a cercam de suas partes, este corpo termina por ser investido de significações, de
sentimentos e de valores muito particulares e absolutamente pessoais (VAYER, 1984,
P.76).

Segundo Meyer31 (2001), o movimento humano vai além do


deslocamento do corpo no espaço, ele possui uma linguagem que permite às
crianças agirem sobre o meio físico, atuando sobre o ambiente, e assim tendo
mais intencionalidade nas ações.
Freire32 (1989) cita que:

Corpo e mente deve ser entendida como componentes que integram um


único organismo. Ambos devem ter um assento na escola, não um (a mente) para aprender
e o outro (o corpo) para transportar, mas ambos para se emancipar. Por causa dessa
concepção de que a escola só deve mobilizar a mente, o corpo fica reduzido a um estorvo
que, quanto mais quieto estiver, menos atrapalhará (FREIRE; 1989, p. 13).

O trabalho com a educação psicomotora deve ser baseado na


educação, objetivando o desenvolvimento das capacidades e rendimento,
visando à eficiência e adequando aos diferentes níveis de habilidade,
respeitando a personalidade e vontade e a motivação do educando
Le Boulch33 (1988) cita que:

, educador físico, médico e

psicólogo criou em 1966 o Método da Psicocinética que

propõe uma ciência do movimento humano aplicada ao

desenvolvimento humano.

• Sua proposta é de uma educação pelo movimento no

contexto das ciências da educação

31
MEYER, I. C. R.: Professora de alfabetização no 1º ano na rede municipal em RJ,autora do livro Brincar
e viver: Projetos em Educação Infantil. Rio de Janeiro: Wak, 2001.
32
Paulo Freire: educador brasileiro, Paulo Freire (1921-1997), com atuação e reconhecimento
internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome,
ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Tecnologia, Educação e
Democracia. Lauro de Oliveira Lima.2005.
33
Le Boulch: educador físico, médico e psicólogo defensor da teoria geral do movimento, autor da obra
“Educação pelo Movimento”. Editora Artes-2017.
A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base
na escola primária. Ela condiciona todas as aprendizagens pré-escolares e escolares; leva
a criança a tomar consciência de eu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a
dominar seu tempo, adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A
educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com
perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de conduzir quando já instaladas (LE
BOULCH; 1988, p. 11).

A educação psicomotora na Educação Infantil possibilita uma


melhora organizacional, bem como, dá ao educando melhores possibilidades
na resolução de exercícios de análises lógicas e de relação entre os números.
Os responsáveis pela escolarização devem procurar desenvolver a
psicomotricidade (de controle e aprimoramento dos movimentos), a percepção
(diferenciações visuais e auditivas), os diversos tipos de linguagem e o
raciocínio lógico, além de estimular a criatividade das crianças.

Freire (1989, p.122) salienta que:

Toda a ação torna-se possível porque houve uma ação coordenada que ligou
os movimentos em função de um objetivo, ou seja, o gesto mecânico produz uma ação com
objetivo, e só é possível porque houve a coordenação, que nada mais é que o saber
corporal. A essa ligação entre o saber e a ação denomina-se psicomotricidade (FREIRE;
1989, p. 122).

Para Lassus34 (1984) ” a educação psicomotora envolve e comanda


todo o processo de aprender, tanto na coletividade ou no individual”. A própria
psicomotricidade quem auxilia o educando no processo de aprendizagem e que
contribui no processo de apreensão nas atividades escolares, dando a base
para o desenvolvimento intelectual, sendo desenvolvidas, a partir
primeiramente de experiências motoras, exigindo para sua realização o uso
das funções cognitivas, tornando a psicomotricidade um procedimento que
permite e auxilia no desenvolvimento da inteligência humana.

A utilização de métodos e de meios adequadamente pensados sobre


a psicomotricidade da criança irão contribuir para o desenvolvimento da
criança, e quanto mais se aprende, maiores serão os benefícios para o se
desenvolvimento. Vygostsk (apud DAVIS; OLIVEIRA, 1994, p. 56) “[...]postula
que o desenvolvimento da aprendizagem é processo que se influenciam
reciprocamente de modo que, quanto mais aprendizagem, mais
desenvolvimento”.

A psicomotricidade ao promover o movimento humano, movimento


este contextualizado, associado ao ambiente, à cognição, à emoção e às
significações, proporciona ao desenvolvimento integral do ser. Esta educação
integral só a escola valorizar o seu ambiente.
A psicomotricidade é influenciada pela percepção de seu corpo e
suas peculiaridades de força e em habilidades em atividades físicas, segundo
Jersild35 (1971, apud FLINCHUM, 1981).

34
LASSUS, Elisabeth. Psicóloga e autora do livro psicomotricidade – Retorno às Origens. Rio de Janeiro:
Panamed, 1984.
A formação de tais habilidades ocorre com a interação do indivíduo com o
mundo social. Nesta interação, ele irá dominar o uso de um número maior de objetivos, irá
aprendendo a agir em situações mais complexas, bem como, identificar objetivos e
situações (DAVIS; OLIVEIRA, 1994).

É necessário que os educadores compreendam os elementos do


movimento a serem utilizados, para isso deve-se ter em mente os estágios do
desenvolvimento motor (psicomotricidade) e os estágios de aprendizagem. O
professor na educação infantil precisa ter sólido conhecimento do domínio
psicomotor que o habilite ao planejamento das atividades próprias nesse
domínio.

Lopez (apud REVISTA DIÁLOGO MÉDICO, 1995, p.42) coloca que


“A criança precisa ser estimulada desde cedo, pela família, pela escola ou por
ambas”. Para a criança, a escola é uma experiência enriquecedora, é o período
de mudanças em sua vida (física, cognitiva e afetiva), onde ela aprende a
dividir, passa a entender certos conceitos, aguça sua curiosidade através de
ações, sendo este contato com o mundo que fará a criança a aprender e a se
desenvolver no seu todo.

A prática psicomotora contribui e ajuda no processo de


desenvolvimento da criança em seu percurso maturativo, desde sua
expressividade motora e de desenvolvimento, até o acesso à capacidade de
concentração, aspectos que irão evoluindo, da globalidade à diferenciação, da
dependência à autonomia e da impulsividade à reflexão (OLALLA, 1995).
Sendo este processo que formam parte da globalidade (a afetividade, a
motricidade e o conhecimento), base do desenvolvimento motor, tornando-se
necessário na escola de Educação Infantil, como parte de seu Projeto Político
Pedagógico.

Dessa forma esta pesquisa visa mostrar a Importância da


Psicomotricidade na Educação Infantil. Através da análise de estudos de
diversos teóricos.

A lateralidade não é menos importante que a psicomotricidade,


visto que é a dominância de um lado do corpo para a realização das atividades.
Esse uso preferencialmente se refere ao olho, ouvido, mão e pé. Existem
indivíduos destros e canhotos, também indivíduos com a lateralidade cruzada,
isto ocorre quando se tem preferência pela mão de um lado do corpo e pelo
olho e pé do lado oposto, significando que existe predomínio, tornando um lado
mais eficaz.

Para De Meur e Staes (1989, p.11) “Durante o crescimento,


naturalmente se define uma dominância lateral na criança: será mais forte,
mais ágil do lado direito ou do lado direito”.

Este lado que prevalece, irá evidenciar maior força muscular, bem
como, um maior grau de precisão e rapidez. A lateralidade na criança se define
naturalmente, não é necessário que seja forçada pelos pais ou professores.
35
Jersild: Arthur F. Psicólogo, estudioso e autor da obra “Psicologia da Adolescência”, São Pauto, Ed.
Nacional, 1971.
Coste36 (1978, p. 66) diz que:

A lateralidade processa-se na esteira de especialização da criança, ou melhor


dito, acompanha cada um de seus passos: localização no próprio corpo, projeção de seus
pontos referenciais a partir do corpo e, depois, organização do espaço independente do
corpo (COSTE, 1978, p. 66).

A lateralização faz presente em todo o desenvolvimento da criança,


mesmo quando a lateralidade não apresenta definida, a criança ainda não
optou por um lado, De Meur e Staes (1989 p.12) sugere e indica “[...] não
utilizar os termos “esquerda” e “direita”, somente quando a lateralidade esteja
completamente estabelecida”. O termo “esquerda” e “direita” é o domínio dos
lados em relação ao próprio corpo e aos objetos, devem ser usados quando a
lateralidade estiver bem definida na criança, ou seja, a dominância de um lado
em relação ao outro a nível de força e precisão.

36
Coste: conceitua a psicomotricidade como a ciência que interfere na biologia, psicologia, psicanálise,
sociologia e a linguística. O Desenvolvimento Psicomotor. A Psicomotricidade Jean-Claude Coste.Editora
Zahar-1981.
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RESUMO

A Educação Infantil é muito importante para o desenvolvimento


global da criança e, os aspectos que envolvem a Psicomotricidade favorecem o
processo ensino-aprendizagem já que compreendem a educação como algo
mais amplo do que a simples transmissão de conhecimentos. Sendo assim,
através deste estudo procuramos fazer algumas considerações sobre a
importância da Psicomotricidade na Educação Infantil, visando o equilíbrio e o
desenvolvimento motor e intelectual da criança; sendo realizado através de
procedimentos metodológicos da pesquisa bibliográfica e exploratória.
Finalizando percebeu-se a importância da Psicomotricidade para a educação
infantil como instrumento do fortalecimento da criança enquanto sujeito, e
servindo como ferramenta para todas as áreas de estudo voltadas para a
organização afetiva, motora, social e intelectual do aluno. Pois ela contribui
para o processo educativo, no intuito de desenvolver nos alunos um
desenvolvimento psicomotor satisfatório e, ao mesmo tempo, contribuir para
uma evolução psicossocial e o sucesso escolar da mesma.

INTRODUÇÃO

Tendo em vista a importância do desenvolvimento da criança na


Educação Infantil para a sua formação totalitária, a psicomotricidade e a
lateralidade contribuem significativamente para a construção de sistemas e
habilidades diversas, inclusive as motoras.

O conhecimento do mundo da criança depende da relação que ela


estabelece com o meio, o que conhece de si e das coisas são insuficientes
para estabelecer relações de aprendizagem, por isso centra seus desejos em
seus próprios interesses. A escola tem o papel fundamental de ajudar essa
criança a sociabilizar-se e desenvolver suas aptidões motoras, intelectuais e
cognitivas. A psicomotricidade ocupa um lugar importante no desenvolvimento
infantil tendo em vista a interdependência entre os desenvolvimentos motores,
afetivos e intelectuais.

Considerando-se que na primeira infância existe uma forte


correlação entre os desenvolvimentos motores e intelectuais, e de suma
importância a estimulação do desenho infantil, que representa seu primeiro
“tesouro” expressivo, que muito irá contribuir para o desenvolvimento infantil e
consequentemente para a construção de sua linguagem / aprendizagem.

A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação


e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a
prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio
das atividades, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se
relacionam com o mundo em que vivem.

A Psicomotricidade nada mais é que se relacionar através da ação,


como um meio de tomada de consciência que une o corpo, a mente, o espírito,
a natureza e a sociedade. A Psicomotricidade está associada à afetividade e à
personalidade, porque o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que
sente.
Vitor da Fonseca (1988) comenta que a "PSICOMOTRICIDADE" é
atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de
uma relação inteligível entre a criança e o meio.

Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio


corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem
da Psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma
consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse
corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento humano é
construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como
expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento
significante. É necessário que toda criança passe por todas as etapas para o
desenvolvimento da linguagem.

Partindo da concepção que a psicomotricidade na Educação Infantil é


importante, devemos valorizá-la e trabalhar com as crianças no sentido de
efetivar o seu verdadeiro significado. Na busca de concepções que
fundamentem este trabalho, podemos destacar as seguintes colocações:
Compreendendo a sua importância para o desenvolvimento, o movimento
humano, portando é mais do que simples deslocamento do corpo; no espaço.
Constitui-se em uma linguagem que permite as crianças agirem sobre o meio
físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio
de seu teor expressivo. (BRASIL, 1998, p. 5).

CONCLUSÃO

Neste trabalho viu-se a importância da Psicomotricidade para a


educação infantil como uma prática não apenas preparatória da aprendizagem,
mas como instrumento do fortalecimento da criança enquanto sujeito, atuando
no sentido de facilitar-lhe a construção de sua unidade corporal, a afirmação de
sua identidade e a conquista de sua autonomia intelectual e afetiva.
Acredita-se que a psicomotricidade serve como ferramenta para
todas as áreas de estudo voltadas para a organização afetiva, motora, social e
intelectual do indivíduo sabendo-se que o homem é um ser ativo capaz de se
conhecer cada vez mais e de se adaptar às diferentes situações e ambientes

. A importância do professor no desenvolvimento psicomotor na


educação infantil reúne em um só contexto o desenvolvimento totalitário da
criança, cabendo ao professor não só dar a elas as boas vindas, mas ajudá-la
em seu processo de adaptação em relação aos mundos interno-externo, ao
mesmo tempo em que tem o importante, fundamental e incomensurável papel
de fomentar o seu desenvolvimento de forma integral ou individuação. A
psicomotricidade assume um papel relevante neste processo de individuação,
na medida em que é uma maneira extremamente importante de expressão
desta individualidade, como também uma importante estratégia de intervenção,
deste aluno que inicia sua trajetória neste mundo.

Conclui-se que a psicomotricidade é indispensável ao processo educativo, no


intuito de desenvolver nos alunos um desenvolvimento psicomotor satisfatório
e, ao mesmo tempo, contribuir para uma evolução psicossocial e o sucesso
escolar da mesma. A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a
formação e estruturação do esquema corporal e busca incentivar a prática do
movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio dessas
atividades as crianças, além de se divertir, criam, interpretam e se relacionam
com o mundo em que vivem.

A educação psicomotora proporciona que a criança consiga vencer


diversos obstáculos, encontrando-se dentro do meio social. A brincadeira
desperta o desejo de descoberta e exploração, sendo canal direto para que a
criança possa exprimir suas mais variadas emoções. Ela é o suporte do
processo educacional que garante a possibilidade de a criança movimentar-se
por si mesma, descobrir espaços e fazer relações com o movimento formando
crianças críticas, criativas e felizes.

As consequências deste início de caminhada ficarão gravadas nas


almas destes pequeninos alunos que levarão esta experiência, boa ou má,
para o resto de suas vidas, marcando de forma indelével suas almas, podendo
influenciar de maneira marcante a vida desta pessoa e o que ela viverá em seu
futuro. Em outras palavras, cabe ao professor da Educação Infantil o poder e a
responsabilidade de influenciar destinos, contribuindo com sua parcela nesta
oportunidade única de educar crianças pequenas.

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