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Departamento da Rede Socioassistencial Privada do SUAS

Coordenação Geral de Acompanhamento da Rede Socioassistencial Privada

Relatório de Pesquisa
A oferta do Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos na Rede Socioassistencial Privada

Brasília/DF

Outubro de 2019
SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SNAS/MDS

FICHA TÉCNICA

REDAÇÃO

Gabriel Carvalho Branco Ribeiro


Pesquisador

REVISÃO

Ana Heloísa Viana Silva Moreno


Coordenadora de Acompanhamento da Rede Socioassistencial Privada do Suas - Substituta

Alberto Carlos Freitas Alegre


Diretor da Rede Socioassistencial Privada do Suas

Mariana de Sousa Machado Neris


Secretária Nacional de Assistência Social
Introdução

Uma das ofertas mais predominantes na rede socioassistencial privada é o Serviço de


Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Como outros serviços da Proteção Social Bá-
sica, o SCFV busca fortalecer a capacidade protetiva da família, reforçando os vínculos entre
indivíduos para prevenir a ocorrência de risco social. Para isso, o serviço organiza grupos de
participantes, por faixas etárias, com o objetivo de promover a vivências entre os usuários e
ampliar as trocas culturais. Os técnicos identificam as vulnerabilidades vividas pelos usuários,
tomando-as como bases para orientar o planejamento de atividades a serem executadas com o
grupo, que podem ser oficinas, palestras e confraternizações. Nos encontros do SCFV, que de-
vem acontecer regularmente, os participantes discutem temas relevantes para suas realidades,
compartilham e ouvem experiências de vida, enfim, integram-se à sua comunidade como cida-
dão ativo, participativo e autônomo.

De acordo com dados do Censo SUAS 2018, a maior parte das unidades que ofertam o
SCFV fazem parte rede socioassistencial privada do SUAS: cerca de 55% das ofertas do serviço
são feitas por Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e 45% por unidades públicas. Dessa forma,
sendo o SCFV um dos pilares da Proteção Social Básica, evidencia-se o papel fundamental da
sociedade no fortalecimento e difusão do Sistema Único de Assistência Social, complementando
o trabalho realizado pelo poder público. Nesse contexto, surge a necessidade de melhor com-
preender e dialogar com as ofertas da rede socioassistencial privada. Com esse objetivo, o pre-
sente relatório irá apresentar outros achados interessantes a partir da análise do Censo SUAS
2018.

Presença do SCFV nos territórios

A oferta do SCFV pela rede socioassistencial privada, apesar de presente em todos os


estados, não é igualmente distribuída entre eles. Na região Norte do país, apenas 96 unidades
privadas foram identificadas no Censo SUAS, enquanto no Sudeste o número chega a mais de 3
mil. Há, inclusive, uma grande diferença quantitativa na presença do serviço entre o Sudeste,
primeiro colocado, e o Sul, segundo colocado, que apresenta 927 unidades privadas do SCFV.
Analisando unidades públicas do Serviço, a tendência é semelhante no Norte, que
dispõe de apenas 166 unidades governamentais. Entretanto, a região com maior número de
centros de convivência públicos não é o Sudeste, que dispõe de mil, mas o Nordeste, que conta
com 1.549 unidades. Esse dado serve como indicativo, portanto, de uma distribuição mais
uniforme da oferta pública no território, em comparação à privada, mesmo que esta tenha
maior quantidade de unidades. O gráfico abaixo ilustra a distribuição regional das ofertas
públicas e privadas do SCFV.

Distribuição Regional de Unidades do SCFV


4736

3726

3018

1549
1000 927
611
447 400
166 96 248

Região Região Região Região Região Sul Total Geral


Norte Nordeste Centro Sudeste
Oeste
Governamental Não Governamental/Organização da Sociedade Civil
Fonte: Censo SUAS 2018.

Outro dado interessante é o volume e a composição das equipes que fazem o atendi-
mento no SCFV. Traçando um comparativo entre a rede pública e privada, nota-se que, em mé-
dia, as (OSCs) têm equipes maiores do que as unidades públicas. A nível nacional, enquanto a
média de funcionários nas unidades públicas é de 5,9, sendo 2 de nível superior, a rede privada
conta com uma média de 9,7 funcionários, sendo 4,5 de nível superior. Em algumas regiões, esse
indicador é ainda mais díspar. No Centro-Oeste, por exemplo, OSCs têm em média 5,8 funcio-
nários a mais que unidades públicas. No Sudeste, são em média 3,8 funcionários a mais na rede
privada.
Há também disparidade considerável entre a quantidade de profissionais de nível su-
perior que compõem as equipes na rede pública e na rede privada. No Centro-Oeste, há mais
que o dobro de profissionais de nível superior na rede privada (5,9 nesta, contra 2,6 na pública).
No Norte a situação é mais discrepante ainda: em média, são 5,7 profissionais de nível superior
na rede privada e apenas 1,6 na rede pública. O Nordeste, por sua vez, apresenta o menor nú-
mero de profissionais de nível superior na rede pública: apenas 1,5.

Analisando as diferenças entre regiões dentro de cada rede, nota-se que a rede pública
é consideravelmente homogênea. Há pouca variação no total de funcionários e na proporção de
funcionários de nível superior. A rede privada, por sua vez, apresenta maior disparidade. No
Centro-Oeste, as OSCs possuem em média 4,5 funcionários a mais do que as OSCs do Nordeste.
Ainda na rede privada, o Centro-Oeste também tem a maior média nacional de funcionários de
nível superior (5,9), seguida pelo Norte (5,7). Nesse quesito, Nordeste e Sul apresentam os me-
nores índices: são 3,7 e 3,8 funcionários de nível superior, respectivamente, nessas regiões. O
gráfico a seguir ilustra esses dados.
Média de Funcionários por Unidade (Agregado por Região)

12,7

10,0 10,1

8,2 8,4
6,9
6,4 6,3
5,7 5,6 5,9 5,6
4,6
3,7 3,8
2,6 2,6
2,2
1,6 1,5

Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste Sul

Total de Funcionários (GOV) Nível Superior (GOV)

Total de Funcionários (OSC) Nível Superior (OSC)

Fonte: Censo SUAS 2018

Serviço de Convivência, família e comunidade

Uma das premissas centrais do trabalho social é a proximidade e o contato com as


famílias dos usuários, buscando fortalecer sua função protetiva e prevenir a ruptura de vínculos.
O SCFV, juntamente com o Programa de Atenção Integral à Família (PAIF), ofertado exclusiva-
mente na rede pública, atua nesse sentido de forma complementar. Deve haver troca de infor-
mações, fluxos e procedimentos entre o SCFV e o CRAS a que ele está referenciado, para que
ambos possam estar em contato com a realidade do usuário, seu entorno, sua comunidade e,
principalmente, sua família.

O Censo SUAS 2018 traz dados interessantes a respeito de como o SCFV busca criar
integração com a família do usuário. A questão 19, por exemplo, indaga: São desenvolvidas ati-
vidades com familiares de participantes do SCFV?
Os resultados indicam também as equipes encarregadas de realizar essas atividades:
as da própria unidade, do CRAS de referência, do órgão gestor ou outra equipe, podendo os
respondentes assinalar mais de uma opção. Nesse cenário, nota-se que as entidades desenvol-
vem atividades com familiares principalmente por conta própria (83%), enquanto as unidades
públicas tendem a contar mais com a equipe do CRAS a que estão referenciadas (77%), ficando
as atividades por conta própria em segundo lugar (49%). As entidades também contam com
apoio significativo do CRAS nesse trabalho (27%), mas em escala muito menor do que o trabalho
que fazem por conta própria. Enquanto 10% das unidades públicas não realizam nenhum tipo
de atividade com as famílias, apenas 8% das entidades seguem essa tendência. Esses achados
podem ser verificados no gráfico abaixo.

São desenvolvidas atividades socioassistenciais com


familiares/responsáveis de participantes dos grupos do SCFV?
83,8% 77,9%

49,6%

27,2%
17,6%
8,2% 10,2%
3,6% 4,3% 3,9%

Sim, por esta Sim, pela Sim, pela Sim, por outra Não
unidade equipe do equipe do equipe
CRAS de órgão gestor
referência da Assistência
Social

% entre OSCs % entre Unidades Públicas

Fonte: Censo SUAS 2018

Outro indicador do Censo SUAS ajuda a esclarecer essa realidade: o de atividades sis-
tematicamente realizadas no SCFV. Analisamos a execução das atividades no tocante à sua dis-
seminação nas duas redes, ou seja, qual o percentual por unidades públicas e por unidade pri-
vadas que realizam as atividades questionadas no Censo. Como resultado, observamos que 5
das 9 atividades descritas têm frequências praticamente iguais na rede pública e na rede pri-
vada, com pequenas variações de menos de 3%. Duas variáveis, Palestras e Atividades recreati-
vas, apresentaram maior frequência na rede pública: 3,3% e 5% a mais que na rede privada,
respectivamente. Entretanto, as OSC demonstraram que se reúnem mais com as famílias dos
usuários e envolvem-se mais em atividades comunitárias: 7,7% e 5,8% a mais que a rede pública,
respectivamente. Esses dados estão descritos no gráfico abaixo.

Atividades sistematicamente realizadas no SCFV


1 - Visitas domiciliares da equipe técnica da 72,5%
Unidade à família das(os) usuárias(os) 74,5%

2 - Reuniões com grupos de famílias das(os) 83,5%


usuárias(os) 75,8%

85,5%
3 - Palestras 88,8%

4 - Oficinas/Atividades 94,5%
94,4%

88,7%
5 - Atividades recreativas 93,7%

6 - Discussão de casos com outras(os) 72,2%


profissionais da rede socioassistencial 71,9%

7 - Atividades com participação da 75,5%


Comunidade 69,7%

8 - Planejamento de atividades 85,2%


87,7%

9 - Registro e monitoramento das 74,5%


informações do SCFV 74,9%

% de OSC que executam a atividade


% de Unidades Públicas que executam a atividade

Fonte: Censo SUAS 2018


Diferentes ofertas, diferentes temáticas

Outro dado interessante presente no Censo descreve as diversas atividades normal-


mente realizadas com os usuários, como música, esportes, orientação para o mundo do traba-
lho, etc. Como na questão anterior, iremos analisar os dados em termos do percentual de exe-
cução das atividades entre unidades privadas e entre públicas. Nesse contexto, 4 das 11 ativida-
des descritas tiveram frequências muito semelhantes na rede pública e na rede privada, com
menos de 3% de variação a favor das unidades governamentais. Essas também relataram maior
frequência em 2 atividades: as envolvendo esportes e as envolvendo jogos e brincadeiras, com
12% e 4% a mais de frequência, respectivamente, que a rede privada.

Entretanto, as outras 5 atividades restantes tiveram frequências significativamente


maiores na rede privada. Inclusão digital, por exemplo, é um tema duas vezes mais presente na
rede privada (48,8%) do que na pública (24%). Também foram mais frequentes entre entidades:
atividades envolvendo alimentos (15% maior), reforço escolar (10,6% maior), atividades de ori-
entação para o mundo do trabalho (9,4% maior) e atividades de linguagem (8,5% maior). Indo
além, 14% das unidades privadas disseram realizar atividades além destas, contra apenas 8,3%
das públicas. É possível observar esses dados no gráfico a seguir.
Atividades normalmente realizadas com
usuários do SCFV
66,6%
1 - Musicalidade 68,1%

74,2%
2 - Atividades esportivas 86,4%

87,4%
3 - Atividades de arte e cultura
90,4%
61,9%
4 - Artesanato 64,0%

5 - Atividades de inclusão digital 48,8%


24,2%

6 - Atividades de linguagem 75,0%


66,5%

7 - Atividades que envolvam alimentos 54,6%


39,5%
80,1%
8 - Jogos e Brincadeiras 84,5%

9 - Reforço escolar 20,6%


10,0%

10 - Orientação para o mundo do 41,4%


trabalho 32,0%
60,6%
11 - Cuidado de vida diária
60,9%

99 - Outros 14,1%
8,3%

% das OSCs que realizam a atividade


% das Unidades Públicas que realizam a atividade

Fonte: Censo SUAS 2018


Em outra questão do Censo, relativa aos conteúdos discutidos durante as oficinas,
nota-se maior paridade entre a rede pública e a rede privada. A maior diferença percentual no
que diz respeito aos conteúdos é de 7%, em atividades geracionais, mais presentes nas discus-
sões em unidades públicas. São também mais frequentes nessa rede atividades sobre direitos e
programas sociais e temas transversais, como saúde, meio ambiente, cultura, etc. A rede pri-
vada, entretanto, apresenta frequência sutilmente maior de questões identitárias, muito impor-
tantes para o desenvolvimento da autonomia do usuário: questões de gênero, orientação sexual
e afirmação étnico-cultural. O gráfico a seguir ilustra esses dados.

Conteúdos discutidos com os usuários do SCFV


1 - Temas transversais (saúde, meio 91,9%
ambiente, cultura, esporte, etc.) 94,7%

2 - Atividades sobre direitos e programas 80,1%


sociais 84,1%

3 - Segurança alimentar e nutricional 61,1%


60,5%

50,6%
4 - Atividades intergeracionais
57,4%

5 - Promoção dos direitos das mulheres e 51,2%


questões de gênero 47,3%

6 - Orientação sexual e de identidade de 43,2%


gênero 38,9%

46,0%
7 - Atividade de afirmação étnico-cultural
44,4%

8 - Orientações sobre higiene e cuidados 85,3%


pessoais 84,5%

99 - Outros 9,9%
4,9%

% das OSCs que discutem o tema


% das Unidades Públicas que discutem o tema

Fonte: Censo SUAS 2018


Conclusão

Com o presente relatório, buscamos compreender melhor a oferta do Serviço de Con-


vivência e Fortalecimento de Vínculos na rede socioassistencial privada do SUAS. Através de
análises da difusão da oferta, da composição das equipes e de comparativos com as unidades
públicas, tornam-se mais claras as semelhanças e diferenças entre a oferta do SCFV nas duas
redes. Assim, foi possível jogar luz sobre esse tão importante serviço, que hoje é majoritaria-
mente ofertado na rede privada. O conhecimento dessa rede é fundamental para compreender
a demanda dessas entidades, permitindo a troca de informações, o aprimoramento técnico e
sua integração ao SUAS.

Mais ainda, a partir desses indicadores é possível reconhecer aspectos positivos e ne-
gativos de ambas as redes, como a variedade de assuntos da rede privada, bem como sua con-
centração regional. Dessa forma, os achados aqui descritos podem servir como exemplos posi-
tivos a serem seguidos, replicados com base em boas práticas e experiências, ou como possíveis
caminhos para desenvolvimento da oferta, a partir do reconhecimento de seus pontos fracos.
Mais ainda, conhecendo as ofertas, é possível integrá-las com maior sucesso, colaborando para
o aprimoramento do SUAS.

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