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Aquisição de Dados em Meteorologia

Sistemas de Aquisição de Dados

João Duarte,

Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Nova de Lisboa,


2829-516 Caparica, Portugal,
Nº 50001,
jr.duarte@campus.fct.unl.pt;

Resumo. Este trabalho sintetiza a forma como a aquisição de dados


meteorológicos é realizada pelas estações meteorológicas automáticas e
convencionais, bem como as partes constituintes dessas mesmas estações e o
funcionamento de como os valores são lidos por cada componente e são,
finalmente, traduzidos em informações válidas para serem usadas na previsão
meteorológica. Neste trabalho vai ser usado um conjunto de estações
implementadas no deserto do Sahara como exemplo e ponto de partida para a
síntese do tema.

Palavras-Chave: Estação Meteorológica, Sensores, ADC, Data Logger,


RUDICS

1
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................................. 3
2. Enquadramento..................................................................................................................................... 4
3. Fennec Automatic Weather Station...................................................................................................... 5
4 Sensores Utilizados .............................................................................................................................. 5
4.1 Temperatura e humidade relativa ................................................................................................................. 6

4.2 Vento ............................................................................................................................................................. 7

4.3 Radiação ........................................................................................................................................................ 8

4.4 Pressão Atmosférica ...................................................................................................................................... 9

4.5 Medições no solo .......................................................................................................................................... 10

5. Condicionamento e Transporte de Dados........................................................................................... 11


5.1 Calibração de Medições ............................................................................................................................... 11
5.1.1 Humidade Relativa .......................................................................................................................................................................................11
5.1.2 Temperatura..................................................................................................................................................................................................11
5.1.3 Pressão Atmosférica .....................................................................................................................................................................................12
5.1.4 Vento ............................................................................................................................................................................................................12
5.1.5 Radiação .......................................................................................................................................................................................................12

5.2 ADC ............................................................................................................................................................. 13

5.3 Cablagem e BUS .......................................................................................................................................... 14

5.4 Data Logger e Comunicação ........................................................................................................................ 15

5.5 RUDICS....................................................................................................................................................... 15

Referências.................................................................................................................................................................. 16

Lista de Figuras

Fig. 1 – Operador de uma das estações Fennec a descarregar dados da estação localizada numa área remota
da Argélia no deserto do Sahara. ......................................................................................................................5
Fig. 2 - Exemplificação do sensor de humidade relativa e do seu funcionamento (UR - Humidade Relativa).
..........................................................................................................................................................................6
Fig. 3 - Curva de funcionamento de um termístor de carga positiva................................................................6
Fig. 4 - Funcionamento do anemómetro e do cata-vento. ................................................................................7
Fig. 5 - Funcionamento da leitura de radiação dentro dos sensores de radiação semelhante ao
funcionamento da termopilha. ..........................................................................................................................8
Fig. 6 - Exemplo do componente piezoresistivo dentro do sensor de pressão. ................................................9
Fig. 7 - Funcionamento do sensor de fluxo de calor. .....................................................................................10
Fig. 8 - Diagrama funcional de um SAR ADC de n-bits. ...............................................................................13
Fig. 9 - Esquema de montagem de sensores e ligações. .................................................................................14
Fig. 10 - Esquemas de funcionamento do sistema RUDICS. .........................................................................15

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1. Introdução

A aquisição de dados é o processo pelo qual fenômenos físicos são transformados em


sinais elétricos que por sua vez são medidos e convertidos para um sinal digital para
processamento, análise e armazenamento por computador.

Na grande maioria das aplicações, o sistema de aquisição de dados (DAQ) é projetado


não apenas para adquirir dados, mas também para atuar sobre eles. Na definição dos
sistemas de aquisição de dados é importante incluir o controlo de todos os aspetos do
sistema. Este controlo sobre o sistema pode ser definido como um sinal de controlo
produzido em hardware e convertido num formato de sinal legível por um dispositivo
de controlo, por exemplo relés ou atuadores.
Todo o sistema de controlo e aquisição de dados pode ser construído por blocos de
diferentes fabricantes, a integração de todos esses componentes faz o sistema completo.
Esses blocos de componentes podem ser descritos de várias formas consoante os
componentes e/ou a sua utilização.
Sensores e transdutores. Um sensor é um elemento de conversão que converte a
grandeza medida (pressão, temperatura, nível de um líquido, etc.) para uma grandeza
elétrica (tensão, corrente, frequência, etc.). O transdutor é um dispositivo, normalmente
elétrico ou eletrónico, que converte uma forma de energia noutra forma de energia, para
efeitos de medição e transferência de informação. Podemos assim dizer que o Sensor é
um transdutor.
Condicionador de Sinal é um dispositivo que altera o sinal para que este seja
adquirível pelo hardware de aquisição de dados, estas alterações podem ser de vários
tipos desde a filtragem do sinal à amplificação do sinal para que este, para alem de
legível, seja, também, o mais preciso possível em relação à grandeza medida.
Conversores analógico-digital transformam o sinal analógico num sinal digital
enquanto que os conversores digital-analógico fazem o processo contrário. São um dos
principais componentes de um sistema de aquisição de dados porque fazem a interface
entre o sinal medido pelo sensor e o sinal que o computador será capaz de ler.
Hardware de aquisição de dados tem a tarefa de fazer a entrada, processamento e
conversão no sistema de dados analógicos em sinais digitais usando ADC’s.
Posteriormente faz a transferência para um computador para serem visualizados,
guardados ou analisados. Tem a tarefa de fazer também o percurso contrário aos últimos
dois processos, ou seja, converter em sinais analógicos e enviar para o sistema bem
como a transferência de sinais digitais de controlo.
Software de aquisição de dados completa o ciclo da aquisição de dados pois é a
plataforma que permite ao utilizador aceder, analisar e guardar os dados recolhidos pelo
sistema de aquisição. Este software pode ser corrido num sistema operativo single-
tasking ou num multi-tasking e pode ser um painel interativo, um controlador de
entradas e saídas, um Data Logger, um manipulador de comunicações ou então a junção
de todos os anteriores.

3
2. Enquadramento

A meteorologia é uma ciência que estuda a atmosfera terrestre e que apresenta como
foco principal o estudo dos processos atmosféricos e a previsão desses mesmos
processos. O início da prática desta ciência remonta à Grécia Antiga e durante séculos
foi uma ciência retratada em livros de grandes figuras da história. Nomes como Galileu
Galilei, o príncipe coreano Munjong, Leone Alberti, Evangelista Torricelli, Daniel
Fahrenheit, Blaise Pascal, entre outros, nos seculos XV e XVI tiveram um papel crucial
para a evolução desta ciência com a invenção dos principais sensores que são usados
nas estações meteorológicas.
Em 1654 Ferdinando II de Medici ergueu a primeira rede de observações
meteorológicas que consistia em 11 pequenas estações meteorológicas 7 delas no norte
de Itália sendo as outras localizadas França, Áustria, Alemanha e Polónia. Em cada uma
das estações havia uma pessoa que registava os valores dos vários sensores
regularmente. Esta rede de observação não tinha como objetivo a previsão do tempo
mas sim compreender alguns fenómenos da natureza como o degelo de montanha ou a
ligação entre a precipitação e as inundações fluviais.

Atualmente as redes de observação meteorológica seguem o mesmo padrão apresentado


por Ferdinando II de Medici. Estas consistem em estações meteorológicas espalhadas
estrategicamente pela área territorial. (a confirmar)

As estações meteorológicas que se usam atualmente são um conjunto de sensores que


fazem a leitura dos vários fenómenos atmosféricos. Estas estações podem ser de dois
tipos:
• Convencionais: são estações mais antigas onde o registo dos valores lidos
pelos sensores é feito manualmente, normalmente pelo operador da estação.
• Automáticas: a leitura dos valores é feita sistematicamente em intervalos de
curta duração e registados num Data Logger que, geralmente, é enviado para
os serviços que farão a análise e o tratamento dos dados para que estes possam
ser usados na previsão meteorológica.

A realização deste trabalho está assente numa rede de observação implementada pela
University of Leeds, Leeds, United Kingdom para a monitorização do sistema climático
no deserto do Sahara. Esta rede consiste em 8 estações meteorológicas automáticas
Fennec Automatic Weather Station (AWS).

4
3. Fennec Automatic Weather Station

O Fennec AWS (figura 1) mede valores de temperatura, humidade, pressão atmosférica,


velocidade e direção do vento, radiação de ondas curtas e longas e fluxo de calor no
solo. Os valores são medidos automaticamente a cada 3 min 20 s, o que é, 3 vezes
superior à resolução temporal da OMM1, onde a sua leitura está estandardizada para ser
feita a cada 10 minutos. Após os valores serem guardados no Data Logger2 os
resultados são enviados quase em tempo real por RUDICS3 para o Reino Unido onde
são feitas calibrações e enviadas para o Sistema Global de Telecomunicações para
assimilação em modelos de previsão. A estação permite ainda que os dados sejam
acedidos fisicamente na estação através de um computador.

Fig. 1 – Operador de uma das estações Fennec a descarregar dados da estação localizada
numa área remota da Argélia no deserto do Sahara.

4 Sensores Utilizados

Para a recolha de todos os dados medidos pela estação são utilizados vários sensores.
A maior parte dos sensores embutidos na estação estão duplicados, ou seja, existem
dois sensores de cada com o objetivo de minimizar o erro das medições.

1 Organização Mundial de Meteorologia


2 Dispositivo que regista dados ao longo do tempo
3 Router-based Unrestricted Digital Internetworking Connectivity Solution

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4.1 Temperatura e humidade relativa

Para a medição da humidade relativa é usado um sensor de humidade relativa EE08.


Este consiste numa sonda baseada num elemento capacitativo com um dielétrico que
reage ao ambiente húmido. Para que esta medição seja mais precisa é usado um sensor
de temperatura Pt100 a 2mm de distância para que um ADC ajuste os parâmetros de
leitura do sensor de humidade e assim dar um resultado mais preciso. O sinal de saída
do Sensor é analógico em forma de tensão (DC).

Fig. 2 - Exemplificação do sensor de humidade relativa e do seu funcionamento (UR -


Humidade Relativa).

A medição da temperatura é feita através de um OMEGA TH-44007, um termístor


positivo ou positive RTD4. Este RDT é uma resistência que altera o seu valor com a
variação de temperatura, ou seja, quando a temperatura aumenta o valor da resistência
aumenta também, temos assim um sinal de saída analógico em forma de tensão (DC).

Fig. 3 - Curva de funcionamento de um termístor de carga positiva.

Para que os valores destas duas medições sejam o mais precisos possível são ligados
a um conversor analógico-digital (ADC) de modo a diminuir a quantidade de falhas nas
leituras dos sensores e aumentar a veracidade dos resultados lidos. Esses sinais digitais
são enviados ao Data Logger do sistema para serem utilizadas as leituras. A precisão
do ADC é verificada e alterada, se necessário, a cada 200s. De salientar que existem
mais dois sensores: um de temperatura e outro de humidade relativa ligados ao ADC.

4 Resistance Temperature Detectors

6
4.2 Vento

Para a medição dos dois fatores do vento (intensidade e direção) são utilizadas, na
estação, duas tecnologias diferentes.
A primeira é a tradicional combinação entre um anemómetro MW36 e um cata-vento
MW35 em que o anemómetro consiste numa estrutura com 3/4 cavidades que gira com
mais ou menos velocidade, consoante a velocidade do vento, à volta de uma haste
vertical. Este movimento, através de um íman na parte móvel e uma bobina na parte
fixa, faz variar um campo magnético induzindo assim uma corrente. Desta forma
quanto maior for a velocidade maior será a corrente induzida tendo assim um sinal
analógico para a velocidade do vento. O cata-vento está na sua estrutura ligado a um
potenciómetro que, com uma tensão de excitação aplicada e variando o valor da
resistência por ação do vento, cria o sinal de saída que é uma tensão analógica
diretamente proporcional ao ângulo de azimute da direção do vento.

Fig. 4 - Funcionamento do anemómetro e do cata-vento.

A segunda tecnologia consiste na junção dos dois sensores da primeira tecnologia


num mesmo anemómetro sónico WMT52. Este sensor possui um conjunto de três
transdutores ultrassónicos igualmente espaçados num plano horizontal. A velocidade e
as direções do vento são determinadas através da “Teoria do tempo de voo”, medindo
o tempo que a onda ultrassónica leva para viajar de cada transdutor para os outros dois.
O sensor tem um componente eletrónico que através da seguinte equação calcula a
velocidade do vento num determinado eixo:
𝑉𝑤 = 0.5 × 𝐿 × (1⁄𝑡 − 1⁄𝑡 )
𝑓 𝑟
Onde:
Vw = Velocidade do Vento.
L = Distancia entre dois transdutores.
Tf = Tempo que a onda demora a ir de um transdutor para outro.
Tr = Tempo que a onda demora a voltar ao transdutor inicial.

Com o cálculo da velocidade entre todas as combinações de transdutores (6


velocidades) estas são computorizadas pela placa eletrónica dando assim a direção do
vento em graus.
Ao contrário dos sensores analógicos de temperatura e humidade, os sensores de
velocidade e direção do vento tem integrado um conversor ADC saindo assim do sensor
um sinal digital para o Logger.

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4.3 Radiação

A medição das radiações incidentes na estação é feita por um CNR4 que consiste num
par piranómetro e um par pirgeómetro cada um com a sua função distinta. Este CNR4
contem, ainda, um sensor de temperatura para, tal como em outros sensores, calibrar a
leitura consoante a temperatura circundante. Tem uma pequena ventoinha que na
aplicação direta nesta estação previne que os grãos de areia possam afetar as medições.
O par piranómetro é um componente instalado paralelamente ao terreno e contem
duas cúpulas que são os sensores em que uma está virada para cima e outra para baixo.
Estas têm um campo de receção de cerca de 180º.
A cúpula superior consegue captar as radiações solares diretamente incidentes
enquanto a cúpula inferior capta as radiações difusas ou refletidas pela superfície.
Assim para o cálculo da radiação de baixa largura de banda pelo piranómetro é tido em
conta o Albedo (razão entre a radiação direta e a radiação difusa/refletida). Este par
piranómetro está construído para ser capaz de receber ondas curtas.
À semelhança do par piranómetro, o par pirgeómetro tem uma estrutura igual, ou
seja, duas cúpulas viradas para lados opostos, a superior para as ondas incidentes e a
inferior para as ondas difusas, com a diferença de ser construído para medir
principalmente ondas infravermelhas e utilizar a temperatura (sensor de temperatura)
do ar circundantes para a medição do nível de radiação que o atinge.
O princípio de funcionamento dos dois sensores é o mesmo e consiste no conceito
de termopilha (Fig.5), ou seja, uma
junção de dois metais, um totalmente
isolado das radiações e com temperatura
constante e outro exposto às radiações
que varia a temperatura consoante o nível
de radiação que nele incide. Esta junção
com diferentes temperaturas faz com que
um deles liberte eletrões para o outro
induzindo assim uma pequena diferença
de potencial, fenómeno a que chamamos
Efeito de Seebeck.
Ambos os pares de sensores e o sensor
de temperatura produzem sinais
analógicos em forma de tensão que são
ligados a um 2º conversor ADC.
Fig. 5 - Funcionamento da leitura
de radiação dentro dos sensores de
radiação semelhante ao funcionamento
da termopilha.

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4.4 Pressão Atmosférica

Para medir a pressão atmosférica são utilizados sensores de pressão que usam um
material piezoresistivo5 que com um condicionamento de sinal feito por um conversor
ADC interno comunica com o Data Logger do sistema via RS485 BUS. Foi escolhido
este tipo de sensor pois apresenta um consumo de energia extremamente baixo e pela
alta fiabilidade dos resultados.
Com a variação da pressão atmosférica no local, o componente de material
piezoresistivo faz variar, através do movimento mecânico infligido pela pressão, uma
resistência, sendo feito passar por ele um sinal. Com a variação da resistência do
componente faz variar o sinal que por sua vez é tratado no ADC interno e assim
enviando um sinal já digital ao sistema.

Fig. 6 - Exemplo do componente piezoresistivo dentro do sensor de pressão.

5 Possuem a capacidade de variar sua resistência quando submetidos a um esforço mecânico

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4.5 Medições no solo

No solo são feitos dois tipos de medições: uma de temperatura do solo e outra do fluxo
de calor que atravessa aquela zona do solo.
A medição da temperatura do solo é feita por dois sensores de temperatura
semelhantes aos usados para medir a temperatura do ar, mas com a diferença de que
são enterrados, um deles, a 10 centímetros abaixo no nível da base da estação e outro
40 centímetros abaixo. Para aumentar o tempo de vida útil dos sensores eles são
enfiados num tubo metálico.
Para ler o fluxo de calor que atravessa o solo naquela localização é usado um sensor
de fluxo de calor que consiste num prato constituído de forma semelhante a uma
termopilha. Como já foi referido, esta termopilha funciona de acordo com o Efeito de
Seebeck.
Este sensor é auto-calibravel, ou seja, em intervalos de tempo pré-definidos, com o
auxílio de uma resistência que cria calor e produz assim um novo fator de calibração
para compensar os erros, de acordo com as circunstâncias do momento.

Fig. 7 - Funcionamento do sensor de fluxo de calor.

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5. Condicionamento e Transporte de Dados

Apenas com os valores de tensão medidos pelos sensores analógicos e os sinais digitais
dos outros sensores não é possível exercer o objetivo da ciência meteorológica que é a
previsão a curto prazo dos fatores atmosféricos.

5.1 Calibração de Medições

Antes da sua implementação no terreno os investigadores responsáveis pelo projeto,


tiveram que calibrar os sensores e ADC’s antes das estações serem montadas de modo
a garantir a máxima qualidade e viabilidade dos dados recebidos.
A calibração foi feita num laboratório especializados com temperatura e pressão
controladas na Universidade de Leeds e essas calibrações seguiram as diretorias do
NIST6.

5.1.1 Humidade Relativa

Para a calibração dos sensores de humidade relativa foi utilizado um gerador de


humidade controlada S503, que gera a percentagem de humidade que se pretende.
Medindo o sinal analógico e o sinal digital à saída do ADC correspondente pode-se
alterar os parâmetros de modo a aproximar a leitura à humidade real. O processo foi
repetido 100 vezes com valores de humidade, temperatura e pressão diferentes de modo
a testar se o sistema está preparado para muitas condições atmosféricas diferentes das
normais. Chegou-se assim a uma taxa de erro máxima de 2%.

5.1.2 Temperatura

Para a calibração dos sensores de temperatura inseridos nos sensores de humidade bem
como dos termístores, usados para medir a temperatura atmosférica, foi usado , ao
contrário da calibração dos sensores de humidade, um aparelho próprio para a
calibração de sensores de temperatura que consiste numa cuba onde se mete um liquido
e onde se banha o sensor a ser calibrado. O líquido utilizado vai depender da gama de
temperaturas a serem medidas. Neste caso foi utilizado Etilenoglicol diluído em água
com uma concentração de 50%, dando aos sensores de temperatura um erro máximo de
0,5ºC e aos termístores um erro máximo de 0,2ºC. A calibração, tal como na humidade,
foi feita com os mesmos ADC usados nas estações.

6 National Institute of Standards and Technology, United Kingdom

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5.1.3 Pressão Atmosférica

As calibrações dos sensores de pressão foram feitas numa camara de vácuo HIRAC 7
com um barómetro de precisão 745-16B dando um erro máximo de medição de 0,5
hPa ≈ 9,87*10-4 atm. Como estes sensores são digitais, esta calibração foi apenas uma
calibração inicial, pois após instalado e a funcionar normalmente o sensor faz a sua
própria calibração e ajustes a cada 200s.

5.1.4 Vento

As calibrações dos sensores relativos ao vento não foram necessárias pois são
fabricados para ser utilizados apenas em estações meteorológicas e os fabricantes
apresentam uma calibração certificada para cada um dos dispositivos. O Anemómetro
Ultrassónico tem um erro máximo de 0,3 m s-1 de velocidade do vento e 3º na direção
sendo que o conjunto do anemómetro com o cata-vento apresenta 0,5 m s-1 de
velocidade e os mesmo 3ºC na direção.

5.1.5 Radiação

Tal como nos anemómetros, os sensores de radiação não precisam de ser calibrados.
No entanto tem de ser calibrado o ADC da mesma forma feita com os sensores da
humidade. Para o piranómetro foi utilizada uma lâmpada de halogénio de 12V para
produzir a radiação, e no pirgeómetro foi usado um emissor de infravermelhos. É
possível, assim, calibrar estas entradas do ADC de modo a que o piranómetro fique com
um erro máximo de 15 W m-2 e o pirgeómetro de 10 W m-2.

7 Highly Instrumented Reactor for Atmospheric Chemistry, Leeds.

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5.2 ADC

Inicialmente tem de ser feito o tratamento e conversão para digital dos sinais
analógicos. Esta conversão é feita por dois ADC distintos: num deles são ligados os
sensores de temperatura, de humidade e relativos ao vento sendo que no outro conversor
estão ligados os sensores de radiação e de temperatura do solo.
A conversão do sinal analógico em digital é feita por sucessivas aproximações
usando um SAR8 que com a ajuda de um DAC9 e de um comparador chega ao sinal
digital. O conversor funciona de modo a que o valor da entrada (sinal analógico) se
aproxime ao máximo do sinal de saída. O sinal de entrada entra no SAR e à saída desse
componente temos um DAC que converte o sinal digital que saí do SAR num sinal
analógico intermédio comparado ao sinal de entrada. Este ciclo é feito as vezes
necessárias para que o sinal digital de saída seja o mais preciso possível, consoante os
parâmetros de entrada do próprio conversor.

Fig. 8 - Diagrama funcional de um SAR ADC de n-bits.

8 Successive Approximation Register


9 Digital-Analog Converter

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5.3 Cablagem e BUS

As ligações sensores/ADC são feitas de formas diferentes. A maior parte dos sensores
tem uma interface de saída de sinal em forma de tensão DC e o transporte é feito por
condutores de cobre, com exceção do anemómetro sónico que tem uma ligação usando
um cabo RS485, do consunto anemómetro e cata-vento que são ligados ao ADC por um
cabo RS422 e dos sensores de pressão que por serem digitais se ligam diretamente ao
Data Logger.
As Ligações entre os ADC e o Data Logger são feitas por dois BUS RS485.

Fig. 9 - Esquema de montagem de sensores e ligações.

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5.4 Data Logger e Comunicação

A estação Fennec usa um Data Logger personalizado, ou seja, os investigadores


criaram um de modo a que este funcione sem recorrer a grande consumo de energia e
conseguir ser autossustentável. O Logger está a ser alimentado por uma bateria de ácido
carregada por um painel solar, pois no deserto do Sahara a fonte de energia é quase
ilimitada.
A constituição do dispositivo não foi divulgada.
Pode ser acedido de duas formas: fisicamente por uma porta RS232 ou então
remotamente pois esta tem incluída um modem de satélite.

5.5 RUDICS

Iridium RouterBased Unrestricted Digital Internetworking Connectivity Solutions


(RUDICS) é o sistema de comunicação remota entre todas as estações da rede e o centro
de controlo no Reino Unido. Esta funciona via satélite utilizando os satélites Iridium.
Neste sistema cada estação é um cliente distinto, enviando para Leeds (onde estará
o servidor) a cada intervalo de 3 min e 20 s a informação lida num pacote de dados.
Além disso, o aplicativo RUDICS oferece a capacidade do protocolo PPP10. Isto
permite que várias estações sejam usadas para enviar dados simultaneamente.
O sistema RUDICS foi escolhido pela sua viabilidade até nos locais mais remotos
do planeta, como é o caso das localizações onde se encontram as estações.

Fig. 10 - Esquemas de funcionamento do sistema RUDICS.

10 Multi-link Point to Point

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Referências

1. Valentic, T., and R. Stehle, (2008). First applications of DoD Iridium RUDICS in the NSF
polar programs. Eos, Trans. Amer. Geophys. Union, 89 (Fall Meeting Supply)

2. Hobby, M.; Gascoyne, M.; Marsham, J.H.; Bart, M.; Allen, C.; Engelstaedter, S.; Fadel, D.M.;
Gandega, A.; Lane, R.; McQuaid, J.B.; et al (2013). The Fennec Automatic Weather Station
(AWS) Network: Monitoring the Saharan Climate System. J. Atmos. Ocean. Technol.

3. Park, J., & Mackay, S. (2003). Practical Data Acquisition for Instrumentation and Control
Systems. Elsevier: Burlington.

4. Hyeon, B., Lee, Y., & Seo, K. (2015). Evolutionary Nonlinear Regression Based
Compensation Technique for Short-range Prediction of Wind Speed using Automatic Weather
Station. The Transactions of The Korean Institute of Electrical Engineers.

5. Hinckley, A. (14 de 06 de 2017). Pyranometers: What You Need to Know. Obtido de


Campbell Scientific.

6. Hao, X.; Jiang, Y.; Takao, H.; Maenaka, K.; Higuchi, K.(2012) An Annular Mechanical
Temperature Compensation Structure for Gas-Sealed Capacitive Pressure Sensor. Sensors

7. Gaßmann, E., & Gries, A. (2010). Elektronische Druckmesstechnik (Vol. Die Bibliothek der
Technik). Munique: Süddeutscher Verlag.

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