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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAU – UVA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET


GRADUAÇÃO BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

FRANCISCO AVELAR RODRIGUES JÚNIOR

ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM PONTES DE CONCRETO


ARMADO LOCALIZADAS NO MUNICÍPIO DE SOBRAL-CE

SOBRAL – CE
2018
FRANCISCO AVELAR RODRIGUES JÚNIOR

ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM PONTES DE CONCRETO


ARMADO LOCALIZADAS NO MUNICÍPIO DE SOBRAL-CE

Monografia apresentada à Universidade Estadual Vale


do Acaraú – UVA, como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheiro Civil, sob orientação
da Prof. Me. Gerson Luiz Apoliano Albuquerque.

SOBRAL – CE
2018
Monografia apresentada como requisito necessário para obtenção do título de
Engenheiro Civil. Qualquer citação atenderá às normas da ética científica.

________________________________________________________
Francisco Avelar Rodrigues Júnior

Monografia aprovada em 11 / 10 / 2018 .

_____________________________________________________________
Orientador: Prof. Me. Gerson Luiz Apoliano Albuquerque

_____________________________________________________________
1º Examinador: Prof. Dr. Juscelino Chaves Sales

_____________________________________________________________
2º Examinador: Prof. Esp. José Augusto Azevedo Laureano

_____________________________________________________________
Coordenador do Curso Prof. Me. Éder Paulus Moraes Guerra
Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus e ao meu
querido Pai, que não está presente, mas que, acredito,
esteja bastante feliz por mim.
AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente a Deus pelo dom da vida que me deu e pelo bem que sempre
me fez em todos os momentos da minha vida, mesmo naqueles momentos de
correção dos meus erros, que, no primeiro instante, trouxeram-me sofrimentos, mas
que, depois, trouxeram-me alegria.

Agradeço também ao meu pai, Francisco Avelar Rodrigues (in memoriam), que
infelizmente não pode estar presente neste momento tão feliz da minha vida, mas que
não poderia deixar de dedicar a ele. Hoje estou aqui, principalmente, devido a seus
ensinamentos e valores repassados. Obrigado por tudo! Saudades eternas!

À minha namorada querida, Inara, apoio constante, palavra amiga e encorajadora,


que me fazem caminhar para frente, superando os obstáculos e desafios.

Aos meus irmãos, Maximiano, Lucrécia e Gisele, pelo apoio e força que me deram,
especialmente nos momentos difíceis da minha vida e da realização deste trabalho.

Ao meu orientador, Prof. Gerson Luiz Apoliano Albuquerque, pelo esforço,


disponibilidade e dedicação, que tanto contribuiu para a construção deste trabalho.

A todos os professores do curso de Engenharia Civil e de outros cursos, que muito


contribuíram, não somente na realização deste trabalho, mas desde o início do curso.
Muito obrigado por tudo, pela paciência, pela amizade e pelos ensinamentos que
levarei para sempre.

A todos os funcionários da Universidade, aos colegas do curso, a todas as pessoas


que, de alguma maneira, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste
trabalho e para minha formação.
“Na natureza nada se cria, nada se
perde, tudo se transforma.”
(LAVOISIER, s.d.)
RESUMO

As pontes ou, como também são conhecidas, Obras de Arte Especiais (OAE) são
estruturas que apresentam a finalidade de transpor obstáculos em uma via, como rios,
outras vias, vales profundos, dentre outros. As pontes devem suportar as solicitações
que surgirão sobre elas, favorecendo a rodagem de veículos e o transporte de
pequenas e grandes cargas. Grande parte dessas obras de arte de engenharia, após
construídas, não recebem nenhum tipo de manutenção preventiva ao longo do tempo,
ocasionando no surgimento de manifestações patológicas que tendem a afetar seus
elementos estruturais. Dentre os problemas mais comuns em pontes de concreto
armado, pode-se citar os danos causados pela exposição das armaduras e a
desagregação do concreto, por exemplo. O objetivo principal desse trabalho foi
realizar um estudo, com foco na análise das patologias mais preocupantes, em pontes
de concreto armado, localizadas no município de Sobral-CE. Inicialmente, foram
realizadas visitas nas pontes para identificar as possíveis manifestações patológicas.
Quando identificadas, estas foram registradas através de fotografias in loco para
posterior análise a respeito de qual manifestação patológica se tratava. Foram
identificados problemas como corrosão das armaduras, desagregação do concreto,
eflorescência, drenos inapropriados e incorreções nas juntas, evidenciando suas
possíveis causas e sugerindo tratamento de recuperação. As patologias identificadas
foram causadas devido às reações naturais da estrutura com os agentes agressivos
do meio e devido à falta de inspeções periódicas por parte dos órgãos responsáveis.
Palavras chaves: Pontes; Manifestações; Concreto Armado; Patologias;
Manutenção; Agentes agressivos.
ABSTRACT

Bridges, also known as Special Engineering Structures (OAE, in Portuguese) are


structures that have the purpose of crossing obstacles in a road, like rivers, other
roads, deep valleys, among others. Bridges must withstand the demands that will arise,
providing support for the passage of vehicles and carriage of freight. Most of these
special engineering structures, after built, do not receive any kind of preventive
maintenance over time, leading to the appearance of pathological manifestations that
tend to affect its structural elements. Among the most common problems in reinforced
concrete bridges are the damages caused by the exposure of reinforcements and the
breakdown of concrete, for example. The main objective of this work was to conduct a
study focused on the analysis of the most worrying pathologies in reinforced concrete
bridges located in the municipality of Sobral-CE. Initially, visits were made to the
bridges to identify possible pathological manifestations. When identified, these were
recorded through in situ photographs, for later analysis as to which pathological
manifestation was treated. Problems such as reinforcement corrosion, concrete
disintegration, efflorescence, inappropriate drainage, and joint errors were identified,
evidencing its possible causes and suggesting recovery treatment. The pathologies
identified were caused due to the natural reactions between the structure and the
aggressive agents of the environment, and due to the lack of periodic inspections by
the responsible entities.
Keywords: Bridges; Manifestations; Reinforced concrete; Pathologies; Maintenance;
Aggressive agents.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1– Ilustrações demonstrativas de ponte e viaduto. .......................................................... 21


Figura 2 – Elementos formadores das pontes. .............................................................................. 22
Figura 3 – Elementos formadores da seção transversal de uma ponte. ................................... 23
Figura 4 – Elementos formadores da seção longitudinal de uma ponte. .................................. 23
Figura 5 – Tipos estruturais de pontes. .......................................................................................... 25
Figura 6 – Resumo detalhado de causas intrínsecas. ................................................................. 27
Figura 7 – Resumo detalhado de causas extrínsecas. ................................................................ 28
Figura 8 – Principais causas dos problemas patológicos. ........................................................... 29
Figura 9 – Diferenciações baseadas nas espessuras das aberturas. ....................................... 31
Figura 10 – Relação entre abertura de fissuras e danos ocasionados. .................................... 32
Figura 11 – Desagregação do concreto em viga. ......................................................................... 33
Figura 12 – Desagregação do concreto em pilar de galpão........................................................ 34
Figura 13 – Degradação da alvenaria ocasionada por eflorescência. ....................................... 35
Figura 14 – Lixiviação da pasta do cimento. .................................................................................. 36
Figura 15 – Pilar com armadura exposta e corroída. ................................................................... 37
Figura 16 – Reações que ocorrem no processo de corrosão. .................................................... 38
Figura 17 – Mecanismo de corrosão. .............................................................................................. 38
Figura 18 – Processo detalhado da corrosão de uma armadura. .............................................. 39
Figura 19 – Utilização do indicador de fenolftaleína em atividade de inspeção....................... 40
Figura 20 – Comparativo da manutenção preventiva e da esporádica. .................................... 44
Figura 21 – Maneiras de manutenção das estruturas. ................................................................. 45
Figura 22 – Ponte (P01) com sua extensão detalhada. ............................................................... 46
Figura 23 – Vista lateral da P01 mostrando sua arquitetura com arcos.................................... 47
Figura 24 – Vista superior da P01. .................................................................................................. 48
Figura 25 – Tampa quebrada do passeio da P01. ........................................................................ 49
Figura 26 – Tampas danificadas presentes no passeio da P01. ................................................ 49
Figura 27 – Visão da pavimentação da P01 antes das modificações. ...................................... 50
Figura 28 – Visão da pavimentação da P01 depois das modificações. .................................... 51
Figura 29 – Guarda-corpo com pintura desgastada e desplacamento de revestimento. ....... 51
Figura 30 – Execução de pintura nas barreiras e arestas da P01. ............................................ 52
Figura 31 – Junta de dilatação da ponte P01. ............................................................................... 52
Figura 32 – Dreno da P01 em perfeito estado............................................................................... 53
Figura 33 – Tubulação com inconformidades na P01. ................................................................. 54
Figura 34 – Manchas de umidade na parte inferior da P01. ....................................................... 54
Figura 35 – Manchas de umidade na transversina e longarinas da P01. ................................. 55
Figura 36 – Ponte (P02) com sua extensão detalhada. ............................................................... 56
Figura 37 – Visão lateral da P02. ..................................................................................................... 57
Figura 38 – Visão superior da ponte P02. ...................................................................................... 58
Figura 39 – Visão do passeio da ponte P02. ................................................................................. 59
Figura 40 – Visão da pavimentação da P02. ................................................................................. 59
Figura 41 – Armadura exposta no guarda-corpo coberta por pintura. ....................................... 60
Figura 42 – Presença de armadura exposta no guarda-corpo. .................................................. 61
Figura 43 – Junta de dilatação desgastada na P02...................................................................... 61
Figura 44 – Tubos de PVC presentes na P02. .............................................................................. 62
Figura 45 – Tubo de PVC presente no passeio da P02............................................................... 63
Figura 46 – Manchas e armaduras expostas no tabuleiro da P02. ............................................ 63
Figura 47 – Corrosão das armaduras das longarinas da P02. ................................................... 64
Figura 48 – Desgaste do concreto e corrosão das barras no tabuleiro da P02. ...................... 64
Figura 49 – Lixiviação e eflorescência no tabuleiro. ..................................................................... 65
Figura 50 – Ponte (P03) com sua extensão detalhada. ............................................................... 67
Figura 51 – Visão superior da P03. ................................................................................................. 68
Figura 52 – Visão lateral da P03...................................................................................................... 68
Figura 53 – Visão do passeio da P03. ............................................................................................ 69
Figura 54 – Visão da pavimentação da P03 antes da manutenção. .......................................... 70
Figura 55 – Visão da pavimentação da P03 após a manutenção. ............................................. 70
Figura 56 – Guarda-corpos com fissuras e armaduras expostas. .............................................. 71
Figura 57 – Junta da P03 apresentando sinais de desgaste. ..................................................... 72
Figura 58 – Junta da P03 apresentando inconformidades. ......................................................... 72
Figura 59 – Dreno em conformidade visto da parte superior. ..................................................... 73
Figura 60 – Dreno visto da parte inferior e as manchas na longarina. ...................................... 74
Figura 61 – Visão inferior da P03, mostrando manchas de infiltração. ..................................... 74
Figura 62 – Ponte (P04) com sua extensão detalhada. ............................................................... 75
Figura 63 – Visão lateral da ponte (P04). ....................................................................................... 76
Figura 64 – Visão superior da ponte (P04). ................................................................................... 77
Figura 65 – Visão do passeio da ponte (P04). .............................................................................. 78
Figura 66 – Visão da pavimentação da P04. ................................................................................. 78
Figura 67 – Pintura desgastada da ponte (P04). .......................................................................... 79
Figura 68 – Modificação que ocorreu no guarda-corpo da P04.................................................. 80
Figura 69 – Junta de dilatação da P04 com inconformidades. ................................................... 80
Figura 70 – Estrutura de drenagem da P04 sem obstrução........................................................ 81
Figura 71 – Estrutura de drenagem da P04 executada incorretamente.................................... 81
Figura 72 – Visão inferior da P04. ................................................................................................... 82
Figura 73 – Eflorescências presentes no tabuleiro da P04. ........................................................ 83
Figura 74 – Armaduras expostas no tabuleiro da P04. ................................................................ 83
Figura 75 – Ponte (P05) com sua extensão detalhada. ............................................................... 84
Figura 76 – Visão lateral da P05. ..................................................................................................... 85
Figura 77 – Visão superior da P05. ................................................................................................. 86
Figura 78 – Visão do passeio da P05. ............................................................................................ 87
Figura 79 – Visão da pavimentação da P05. ................................................................................. 87
Figura 80 – Barreira de proteção da P05. ...................................................................................... 88
Figura 81 – Junta da P05 em desgaste. ......................................................................................... 88
Figura 82 – Junta de dilatação da P05 com inconformidades .................................................... 89
Figura 83 – Estrutura de drenagem da P05. .................................................................................. 89
Figura 84 – Visão inferior da P05. ................................................................................................... 90
Figura 85 – Mancha branca na transversina da P05. ................................................................... 90
Figura 86 – Manchas em elementos estruturais da P05.............................................................. 91
Figura 87 – Armadura exposta no tabuleiro da P05. .................................................................... 92
Figura 88 - Frequência de patologias nas pontes estudadas ..................................................... 93
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Denominações dos elementos constituintes das pontes. ....................................... 24


LISTA DE SIGLAS

CA Concreto Armado
CE Ceará
CP Cimento Portland
DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes
IST Instituto Superior Técnico
NBR Norma Brasileira
OAE Obras de Arte Especiais
PVC Polyvinyl chloride
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

CaCO3 carbonato de cálcio


Ca(OH) 2 hidróxido de cálcio
Cl- íon cloreto
CO2 gás carbônico ou dióxido de carbono.
H2O água
ppt extensão do PowerPoint
s.d. sem data
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 16
1.1 Justificativa ........................................................................................................................... 17
1.2 Objetivos ................................................................................................................................ 18
1.2.1 Objetivo geral ......................................................................................................................... 18
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................................ 18
1.3 Metodologia .......................................................................................................................... 18
1.4 Estrutura do trabalho ......................................................................................................... 18
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 20
2.1 Pontes..................................................................................................................................... 20
2.2 Elementos constituintes das pontes.............................................................................. 20
2.3 Classificação das pontes .................................................................................................. 24
2.4 Principais causas dos problemas patológicos ........................................................... 25
2.5 Patologias mais comuns em pontes .............................................................................. 30
2.5.1 Fissuração ............................................................................................................................. 30
2.5.2 Desagregação de Concreto .............................................................................................. 33
2.5.3 Eflorescências e Lixiviação .............................................................................................. 34
2.5.4 Corrosão de Armaduras .................................................................................................... 36
2.5.5 Falhas nas instalações de drenagem............................................................................. 41
2.5.6 Falhas nas juntas de dilatação ........................................................................................ 41
2.5.7 Falhas na pista de rolamento ........................................................................................... 42
2.6 A importância da inspeção periódica ............................................................................ 43
3. ESTUDOS DE CASO EM SOBRAL-CE ........................................................................... 46
3.1 Dados da Ponte P01............................................................................................................ 46
3.1.1 Manifestações Patológicas encontradas na P01 ........................................................ 48
3.1.2 Sugestões de Terapia para as manifestações da P01 ............................................... 55
3.2 Dados da Ponte P02............................................................................................................ 56
3.2.1 Manifestações Patológicas encontradas na P02 ........................................................ 58
3.2.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P02 ............................................... 65
3.3 Dados da Ponte P03............................................................................................................ 66
3.3.1 Manifestações Patológicas encontradas na P03 ........................................................ 68
3.3.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P03 ............................................... 75
3.4 Dados da Ponte P04............................................................................................................ 75
3.4.1 Manifestações Patológicas encontradas na P04 ........................................................ 77
3.4.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P04 ............................................... 83
3.5 Dados da Ponte P05............................................................................................................ 84
3.5.1 Manifestações Patológicas encontradas na P05 ........................................................ 86
3.5.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P05 ............................................... 92
4. FREQUÊNCIA E RESULTADOS DA QUANTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS ......... 93
5. POSSÍVEIS TERAPIAS CORRETIVAS ............................................................................ 94
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 96
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 97
ANEXOS ............................................................................................................................................ 100
16

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho faz uma análise das manifestações patológicas em pontes de


concreto armado, tomando, como estudo de caso, cinco pontes existentes na cidade
de Sobral, Ceará.
Por volta de 1940, a implantação da malha rodoviária surgiu como um dos
principais assuntos debatidos no Brasil. Nesta mesma época, foram elaboradas as
primeiras Normas Brasileiras (NBRs) que se referem ao cálculo e execução de
estruturas de concreto armado. Consequentemente, por volta da década de 70, o
Brasil experimentou um desenvolvimento bastante intenso, em um período chamado
“milagre econômico”, onde grandes investimentos estrangeiros proporcionaram a
realização de grandes obras no país, como as pontes, por exemplo.
Segundo Bertolini (2010), em tempos passados, a maioria acreditava que as
estruturas de concreto armado (CA) fossem intrinsecamente duráveis e, mesmo
quando realizadas sem cuidados particulares e expostas a ambientes agressivos
eram imunes à degradação. Entretanto, por volta da década de 80, foi perceptível o
aumento dos casos de deterioração, que eram acompanhados por riscos de
segurança e maiores custos de manutenção, o que fez a perspectiva mudar
drasticamente e se compreender a importância do combate à degradação das
estruturas de maneira preventiva.
Ao passar dos tempos, as construções de pontes e outras obras rodoviárias
foram passando por inovações e aperfeiçoamentos, havendo uma maior preocupação
com a fase de projeto e execução, uma maior análise de vida útil da obra e a realização
de inspeções periódicas. Porém, infelizmente, devido não haver um cuidado
adequado com a manutenção, é possível perceber que uma grande quantidade das
pontes atuais apresenta estados patológicos comprometedores, oferecendo graves
riscos à segurança da sociedade e acumulando prejuízos econômicos devido ao
estado de abandono.
A falta de manutenção faz com que pequenas manifestações patológicas, que
teriam baixo custo de recuperação, evoluam para situações de desempenho
insatisfatório com ambientes insalubres, de deficiente aspecto estético, de possível
insegurança estrutural e de alto custo de recuperação (ANTONIAZZI, s.d.).
17

No Brasil, pelo que se pode perceber, não há tradição de manutenção


preventiva. Pode-se perceber facilmente o descaso de obras públicas, onde o estado
de conservação de pontes, viadutos e outras obras municipais se encontra bastante
prejudicado pela ação do homem ou do tempo. Cabe destacar que esses tipos de
casos são, de certo modo, constrangedores, já que a população acaba pagando
indiretamente, por meio dos impostos, a manutenção desses monumentos.
É aconselhável que, por meio de fiscalizações periódicas dos órgãos públicos,
haja maior preocupação com as patologias geradas em obras públicas, havendo uma
melhor conservação dos equipamentos e evitando gastos maiores no futuro, já que os
custos com manutenção são mínimos diante dos transtornos e estragos de uma
estrutura que já se encontra comprometida. Uma maior organização e preocupação
preventiva pode proporcionar uma maior segurança aos usuários e gerar mais
economia para os setores afins.
As pontes de concreto armado costumam apresentar problemas comuns de
corrosão das armaduras em suas vigas, pilares e tabuleiro. Portanto, com isso, surge
a importância de analisar esse problema de maneira detalhada, pois o tratamento do
mesmo possui influência direta na durabilidade da estrutura. Além deste, existem
problemas como os de desagregação do concreto, eflorescências e armaduras
expostas, que também serão abordados no estudo de caso desse trabalho, devido às
suas parcelas de importância no comportamento de obras rodoviárias.

1.1 Justificativa

Entendendo que as pontes são estruturas de imensa importância no meio


rodoviário e que não se há um devido cuidado com a manutenção das mesmas, este
trabalho se torna relevante na abordagem das principais manifestações patológicas
incidentes nesses elementos. E como casos a serem estudados para vislumbrar um
melhor delineamento do tema, escolheram-se cinco pontes de concreto armado
localizadas na cidade de Sobral, estado do Ceará, por considerar que são peças de
grande porte, mais suscetíveis a agressividades do meio e apresentarem um maior
número de usuários.
18

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Registrar, através de inspeção simples e com fotografias, as manifestações


patológicas encontradas nas cinco pontes presentes na cidade de Sobral, estado do
Ceará, e propor possíveis medidas corretivas tendo por base os estudos realizados
acerca do tema abordado.

1.2.2 Objetivos específicos

- Visitar e inspecionar a parte superior e inferior das pontes.


- Registrar, por meio de fotos, as manifestações patológicas encontradas.
- Sugerir supostas terapias para as manifestações patológicas registradas.

1.3 Metodologia

A metodologia utilizada neste trabalho foi uma pesquisa bibliográfica


exploratória, aliada a uma pesquisa de campo em cinco pontes existentes na cidade
de Sobral, Ceará, como estudo de caso, onde foram feitos registros fotográficos das
diversas manifestações patológicas encontradas. Este trabalho foi desenvolvido
baseado na caracterização e especificação dos elementos constituintes das pontes,
citando suas classificações e relatando as patologias mais visíveis nesses elementos
de transposição.
Os estudos de casos presentes neste trabalho surgiram da realização de visitas
nas cinco pontes na cidade de Sobral-CE, recolhendo informações e memorial
fotográfico, buscando analisar as principais manifestações presentes.

1.4 Estrutura do trabalho

Este trabalho de conclusão de curso está dividido de acordo com as seguintes


seções, conforme abaixo:
A seção 1 inicia-se com a problemática do tema, apresentando a justificativa,
os objetivos, metodologia e a estrutura do trabalho.
A seção 2 contempla o referencial teórico, apresentando definições bem breves
sobre ponte, introduzindo os parâmetros e conceitos de classificação; apresenta a
divisão dos elementos constituintes das pontes, dividindo-os em superestrutura,
19

mesoestrutura e infraestrutura; discorre sobre as características físicas das pontes,


descrevendo as suas possíveis classificações; explana sobre os principais fatores que
causam o surgimento de patologias em pontes e estruturas de concreto armado; são
citadas as principais manifestações patológicas presentes em pontes e mostra, de
maneira bem breve, as possíveis consequências do aparecimento dessas anomalias;
relata a importância da inspeção e manutenção periódica das obras de arte especiais,
fazendo um comparativo de custos entre a manutenção preventiva e a manutenção
esporádica.
A seção 3 trata dos estudos de casos, descrevendo as pontes e mostrando
seus estados de conservação. Mostra os dados gerais de cada ponte inspecionada, o
registro fotográfico das manifestações patológicas encontradas em cada uma delas e,
por fim, sugestões de possíveis terapias para corrigir/mitigar essas falhas.
Na seção 4 está a conclusão do trabalho, referindo-se as pontes inspecionadas
e refletindo sobre as manifestações patológicas encontradas, bem como a sugestão
para eventuais trabalhos futuros.
Para finalizar, apresentam-se as referências utilizadas deste trabalho.
20

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta seção, são tratadas as principais definições necessárias para uma


revisão, servindo como base para melhor favorecer a compreensão do assunto
abordado.

2.1 Pontes

De acordo com Marchetti (2009), o termo ponte pode ser definido como uma
estrutura destinada a permitir a transposição de obstáculos encontrados em uma via,
como rios, braços de mar, vales profundos, dentre outros.
Entretanto, conforme Pfeil (1985), como regra geral, define-se ponte como
sendo uma construção que possui a finalidade de transpor obstáculos e dar
continuidade a uma via.
Essas definições citadas, de certo modo, são bem generalizadas, levando em
consideração que existem vários tipos de pontes, com diversas classificações,
observando aspectos construtivos, análise de materiais, natureza do tráfego,
obstáculo transposto, distância do vão, etc. Cabe destacar também que, geralmente,
considera-se ponte quando o obstáculo transposto for um rio e denomina-se viaduto
quando a transposição for sobre um vale ou outra via.
De acordo com DNIT (2010), as pontes são consideradas obras de arte
especiais de engenharia, sendo constituídas de concreto armado que sofrem
processos de degradação. As pontes de concreto, embora conhecidas pelo baixo
custo de manutenção e pela sua durabilidade, deterioram-se por envelhecimento,
construção pouco apurada, estruturas subdimensionadas para cargas móveis, que
são sempre crescentes, e projetos deficientes para padrões atuais.

2.2 Elementos constituintes das pontes

De maneira bem específica, levando em consideração as unidades de


grandeza e dimensão, as pontes podem ser consideradas de pequeno ou de grande
porte. Segundo Pfeil (1985), tradicionalmente, as pontes que apresentam pequenos
vãos podiam ser denominadas de pontilhões.

Segundo El Debs e Takeya (2003), uma ponte seria um elemento estrutural


destinado a transpor um determinado obstáculo constituído por um rio ou outra
21

superfície líquida. Já o viaduto seria destinado a transpor um vale ou uma via.


Independente da transposição a ser vencida, o desenvolvimento estrutural de ambos
é bastante semelhante em quase todo o conjunto, como mostra a Figura 1.

Figura 1– Ilustrações demonstrativas de ponte e viaduto.

Fonte: Modificado de El Debs e Takeya (2009)

Cabe destacar que a classificação dos elementos formadores das pontes vai
depender de cada autor. Segundo Leonhardt (1979), os elementos dividem-se em
superestrutura e infraestrutura. Porém, baseando-se nos pensamentos de Mason
(1977) e Pfeil (1985), sob o ponto de vista funcional, as pontes podem ter seus
elementos constituintes divididos em três grupos distintos: superestrutura,
mesoestrutura e infraestrutura.
Leonhardt (1979) determina que a superestrutura é formada por tabuleiro, vigas
principais e secundárias, considerando pilares, encontros e apoios formadores da
infraestrutura. Entretanto, Mason (1977) e Pfeil (1985), defendem que a
superestrutura é a maior responsável por receber a ação direta das cargas e relatam
que a mesoestrutura é composta por pilares e encontros, apresentando função de
suportar as cargas provenientes da superestrutura e transmiti-las para a infraestrutura
(fundação).
Segundo Mason (1977), as vigas principais das pontes denominam-se
longarinas e as transversais são conhecidas como transversinas. O tabuleiro
(pavimento) e o sistema principal de vigas funcionam de forma integrada no
favorecimento da distribuição de cargas.
22

A divisão adotada no decorrer deste trabalho segue os fundamentos de Mason


(1977) e Pfeil (1985), a qual distribuem os componentes em três grupos
(superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura) como mostra a Figura 2.

Figura 2 – Elementos formadores das pontes.

Fonte: Modificado de Mason (1977)

A fisionomia das pontes também é constituída de detalhes transversais e


longitudinais. Esses tipos de detalhes e dimensões, presentes em El Debs e Takeya
(2009), são atualmente utilizados no dimensionamento de estruturas de transposição.
Esses detalhes e médias são apresentados nas Figuras 3 e 4 e relacionados no
Quadro 1.
23

Figura 3 – Elementos formadores da seção transversal de uma ponte.

Fonte: Modificado de El Debs e Takeya (2009)

Figura 4 – Elementos formadores da seção longitudinal de uma ponte.

Fonte: Modificado de El Debs e Takeya (2009)


24

Quadro 1 – Denominações dos elementos constituintes das pontes.


Elemento ou dimensão Descrição
Pista de rolamento Largura disponível para o tráfego normal de veículos ou pedestres
que pode ser subdividido em faixas.
Acostamento Largura adicional à pista de rolamento utilizada em casos de
emergência pelos veículos.
Defensa Elemento de proteção aos veículos, paralelo ao acostamento.
Passeio Largura adicional destinada exclusivamente ao tráfego de pedestres.
Guarda-roda Elemento destinado a impedir a invasão dos veículos no passeio.
Guarda-corpo Elemento de proteção aos pedestres.
Viga principal ou Longarina Elemento destinado a vencer o obstáculo.
Viga secundária Elemento transversal às vigas principais, destinado a evitar efeitos
secundários das vigas principais e redistribuir os esforços.
Tabuleiro Elemento de placa destinado a receber as ações diretas dos veículos
e pedestres.
Comprimento da ponte ou Distância medida horizontalmente segundo o eixo longitudinal, entre
vão total as seções extremas da ponte.
Vão, vão teórico ou tramo Distância medida horizontalmente entre os eixos de dois suportes
consecutivos.
Vão livre Distância entre faces de dois suportes consecutivos.
Altura da construção Distância entre o ponto mais baixo e o mais alto da superestrutura.
Altura livre Distância entre o ponto mais baixo da superestrutura e o ponto mais
alto do obstáculo. Pode variar conforme os dados hidrológicos no
caso do obstáculo ser um rio ou canal.

FONTE: Modificado de El Debs e Takeya (2009)

2.3 Classificação das pontes

As estruturas de transposição podem ser classificadas de diversas maneiras,


conforme apontado por diversos autores, como Pfeil (1985), Leonhardt (1979) e El
Debs e Takeya (2003). Os critérios mais comuns são: natureza do tráfego, extensão
do vão, finalidade, material de construção, tipo estrutural e durabilidade. Levando em
consideração a natureza do tráfego, as pontes podem ser rodoviárias, ferroviárias,
passarelas, aeroviárias, canais e mistas. No que se refere ao material utilizado em
sua execução, podem ser formadas de madeira, rocha, concreto (simples, armado ou
protendido) ou estrutura metálica.
Dentre os vários processos construtivos, destacam-se: construção com
concreto moldado in loco, construção com concreto pré-moldado, construção com
balanços sucessivos e construção com deslocamentos sucessivos.
Quanto ao tempo de utilização ou durabilidade, as pontes podem ser
classificadas em provisórias e permanentes. As pontes provisórias são geralmente
25

empregadas em casos emergenciais, com a finalidade de promover acessos, tráfegos


ou transposições importantes.
Levando em consideração o conjunto estrutural e sua fisionomia, as pontes
caracterizam-se em laje, viga, treliça, pórtico, arco ou suspensa. Essas diferenças de
detalhes estruturais são abordadas na Figura 5.

Figura 5 – Tipos estruturais de pontes.

Fonte: Modificado de El Debs e Takeya (2009)

2.4 Principais causas dos problemas patológicos

As obras projetadas e executadas por profissionais da construção civil,


semelhantes aos seres humanos, podem sofrer os efeitos dos males congênitos e
adquiridos, são vulneráveis a acidentes e também se deterioram com o passar do
tempo. Devido a isso, Helene (1992) conceituava patologia como sendo a parte da
engenharia que examina os sintomas, o mecanismo, as origens e as causas das
falhas das construções civis, ou seja, é o estudo de todos os componentes que
formam o diagnóstico do problema.
Segundo Gonçalves (2015), pode-se relacionar o termo “patologia” a todas as
manifestações cuja ocorrência no ciclo de vida da edificação venha prejudicar o
26

desempenho esperado do edifício e suas partes (subsistemas, elementos e


componentes).
Souza e Ripper (1998), designam genericamente por Patologia das Estruturas
um novo campo da Engenharia das Construções que se ocupa no estudo das origens,
formas de manifestação, consequências e mecanismos de ocorrências das falhas e
dos sistemas de degradação das estruturas.
As patologias podem ser causadas por fatores internos, externos ou pela
própria natureza. Segundo Vitório (2003), os fatores internos (ou endógenos)
decorrem de deficiências de projeto ou execução da obra, falhas de utilização ou da
deterioração natural pelo envelhecimento; os fatores externos (ou exógenos)
decorrem de ações impostas por fatores provocados por terceiros, voluntários ou
involuntários, não previstas durante a execução da obra; e fatores naturais
manifestam-se através de falhas decorrentes de ações não provocadas diretamente
pela ação humana.
Souza e Ripper (1998), dividem as causas das manifestações patológicas em
causas intrínsecas (inerentes às estruturas) e em causas extrínsecas (externas ao
elemento estrutural). Consideram-se causas intrínsecas as que apresentam
surgimento baseado nos materiais e elementos estruturais durante as fases de
execução e/ou de utilização das obras. Já as causas extrínsecas são aquelas que não
são dependentes do corpo estrutural, ou seja, são ações superficiais ou externas que
agem sobre a estrutura durante as fases de execução ou ao longo de sua utilização.
As Figuras 6 e 7 mostram um resumo das causas intrínsecas e extrínsecas
detalhado por Souza e Ripper (1998).
27

Figura 6 – Resumo detalhado de causas intrínsecas.

Fonte: Modificado de SOUZA E RIPPER (1998)

A Figura 6 detalha as causas intrínsecas mais frequentes em obras de


engenharia. Dentre as principais, destacam-se as falhas humanas na fase de
execução e as ocasionadas por fatores naturais, que também acabam influenciando
na proliferação de manifestações. Entretanto, na Figura 7, destacam-se as causas
extrínsecas, sendo ocasionadas por erros de projeto ou ações mecânicas, como por
exemplo.
28

Figura 7 – Resumo detalhado de causas extrínsecas.

Fonte: Modificado de SOUZA E RIPPER (1998)

Segundo Vitório (2003), estudos mostram que grande maioria dos problemas
patológicos nas edificações são originados nas fases de planejamento e projeto.
Essas falhas são, de certo modo, mais graves que as relacionadas à qualidade dos
materiais e aos métodos construtivos. Isso se explica pela falta de investimento dos
proprietários, sejam eles públicos ou privados, em projetos mais elaborados e fazendo
com que a busca pura e simples de projetos mais “baratos” implique muitas vezes na
necessidade de adaptações durante a fase de execução e futuramente em problemas
de ordens funcional e estrutural.
Segundo a NBR 15575 (2013), as obras de engenharia devem apresentar uma
vida útil de, no mínimo, 50 anos, porém, grande parte das edificações apresentam
problemas muito antes deste prazo. A Figura 8, a seguir, mostra as causas
consideradas como fatores principais das manifestações patológicas em obras de
construção civil.
29

Figura 8 – Principais causas dos problemas patológicos.

Fonte: Modificado de HELENE (2003)

Como se pode observar na Figura 8, grande maioria das manifestações


patológicas que surgem nas edificações são causadas por ações anteriores à
execução da obra, ou seja, durante os estudos preliminares e elaboração do projeto
de construção civil. Para Souza e Ripper (1998), as patologias causadas pela fase de
projeto estão relacionadas com elaboração inadequada, erros no cálculo da estrutura
e na avaliação do solo, falta de compatibilidade entre projeto estrutural e de
arquitetura, especificações inadequadas de materiais, detalhamento insuficiente ou
errado, falta de padronização das representações e entre outros fatores.
Ripper (1996), destaca que os calculistas e desenhistas devem ter em mente
que na obra trabalham pessoas que apresentam somente conhecimentos práticos,
como ferreiros, carpinteiros, encarregados, etc. Por esse motivo, os desenhos devem
ser bem visíveis e detalhados para que não haja interpretação equivocada por parte
dos colaboradores da obra.
Levando em consideração a fase de execução, considerada a segunda maior
influenciadora no surgimento de patologias, cabe destacar a importância de haver a
escolha correta de mão-de-obra especializada, apresentando um devido treinamento
adequado para realização das atividades e acompanhamento diário por meio de
engenheiros ou encarregados. Esses tipos de cuidados, feitos de maneira correta, e
a utilização de materiais de boa qualidade tendem a favorecer a execução adequada
e evitar o surgimento de patologias.
Cabe destacar também que, ao passar do tempo, para que as estruturas
continuem mantendo uma vida útil considerável, devem ser aplicadas manutenções
periódicas ou preventivas, que buscam prevenir defeitos ou danos ocasionados. O
hábito de realizar esses tipos de ações podem evitar gastos excessivos com eventuais
30

manutenções corretivas, que consistem na reparação total do problema, sendo


considerada a forma mais cara de manutenção quando encarada do ponto de vista
total do sistema.
Para Souza e Ripper (1998), casos típicos em que a manutenção periódica
pode evitar problemas patológicos sérios e a própria ruína da obra, são as limpezas e
a impermeabilização das lajes de cobertura, marquises e piscinas elevadas, que, se
não forem executadas, possibilitam a infiltração prolongada de águas pluviais e o
entupimento das estruturas de drenagem, fatores que, além de implicarem a
deterioração da estrutura, podem levá-la à ruína por excesso de carga (acumulação
de água).

2.5 Patologias mais comuns em pontes

Considerando todas as manifestações patológicas em Obras de Arte Especiais


(OAE), existem algumas que se destacam por se apresentarem com maior
assiduidade, ocasionando modificações desfavoráveis à estrutura.

2.5.1 Fissuração

Segundo Cánovas (1988), as patologias nas estruturas de concreto são, em


sua maioria, evidenciadas por trincas, fissuras e corrosão de armações de vários tipos.
As trincas e fissuras são comuns nas estruturas de concreto e são resultantes da
fragilidade do concreto, material não resistente à tração e que colapsa repentina e
explosivamente. Entretanto, seu número, localização e abertura são fatores decisivos
para degradação das estruturas.
As manifestações patológicas nas estruturas de concreto e, principalmente, em
obras especiais de engenharia, geralmente, se manifestam de forma bem
característica, permitindo assim que um profissional experiente possa deduzir qual a
verdadeira origem e os mecanismos causadores, bem como as prováveis
consequências e as possíveis soluções. Uma das patologias mais comuns é o
aparecimento de fissuras, trincas, rachaduras e fendas.
Segundo Vitório (2003), há definições diferenciadas para fissura, trinca,
rachadura e fenda, baseadas exclusivamente na dimensão de suas respectivas
aberturas. A Figura 9 a seguir mostra as respectivas definições.
31

Figura 9 – Diferenciações baseadas nas espessuras das aberturas.

Fonte: Modificado de VITÓRIO (2003)

Cabe destacar que a análise do surgimento de fissuras em uma determinada


estrutura de concreto armado é uma das mais complicadas de se fazer. Existem
inúmeros fatores a serem analisados nesses tipos de casos, podendo variar de
problemas simples e localizados ou se tratarem de problemas que exigirão um
conhecimento global da obra, estudos diferenciados e ensaios laboratoriais para que,
assim, os defeitos possam ser solucionados.
As fissuras também podem ser denominadas, de modo geral, como passivas
ou ativas. As passivas são aquelas que não apresentam proliferação elevada, sendo
consideradas finitas, como é o caso das fissuras provocadas pelo acúmulo de
umidade, gerando retração, e as ocasionadas por recalque. Já as fissuras ativas são
as que apresentam consequências variáveis para as estruturas de concreto, não
podendo ser controladas facilmente, como é o caso das fissuras por origem térmica e
as ocasionadas por flexão da estrutura.
Levando em consideração a complexidade e a particularidade de cada caso, o
tratamento e o acompanhamento de fissuras deve ser realizado por profissional
capacitado, devendo ser aplicado a devida medida corretiva. A Figura 10 a seguir
ilustra, demonstrativamente, as dimensões de fissuras e as possíveis intensidades de
danos ocasionados.
32

Figura 10 – Relação entre abertura de fissuras e danos ocasionados.

Fonte: Modificado de VELLOSO e LOPES (2011).

Dentre as principais causas de fissuras em estruturas de concreto, segundo


Vitório (2003), podem ser citadas as seguintes:

• Cura mal realizada – ressecamento;


• Retração;
• Variação de temperatura;
• Agressividade do meio ambiente;
• Carregamento;
• Erros de concepção;
• Mal detalhamento do projeto;
• Erros de execução;
• Recalques dos apoios;
• Acidentes.

Levando em consideração os fatores citados, cabe diferenciar que existem os


ocasionados durante a realização da obra e os que são gerados após a obra pronta.
Em primeiro plano, ao se realizar a concretagem das peças estruturais, deve-se ter a
noção adequada de execução, preocupando-se com a agressividade do ambiente e a
temperatura em questão, além de haver o devido controle da cura, molhando-se
periodicamente a superfície das peças concretadas e evitando o acontecimento da
retração do concreto.
Além disso, deve-se haver sempre a preocupação com o detalhamento
adequado dos projetos, o cálculo ideal dos carregamentos estruturais, a correta
33

retirada das fôrmas e escoras no prazo adequado, e a devida estabilização das


fundações e apoios/pilares para que assim não haja o acontecimento de recalques.

2.5.2 Desagregação de Concreto

Considerada também uma das manifestações mais comuns nas estruturas de


obras especiais, a desagregação é uma deterioração, por separação de partes do
concreto, provocada, em sua maioria, pela expansão das armaduras devido à
oxidação ou dilatação, e também pelo aumento de volume do concreto quando este
absorve água. Esse tipo de manifestação patológica pode ocorrer também devido às
movimentações estruturais e choques.
Segundo Souza e Ripper (1998), o processo de desagregação é caracterizado
pelo ato de separação física de placas ou fatias de concreto, com perda de rigidez,
perda da capacidade de entrosamento entre os agregados e desvio da função ligante
do cimento. Consequentemente, elementos estruturais com seções de concreto
desagregado tendem a diminuir, local ou inteiramente, a capacidade de resistir aos
esforços que a solicitam.
O mau dimensionamento das juntas estruturais de dilatação ou então a
abertura insuficiente de juntas também pode ocasionar no surgimento desse tipo de
patologia, principalmente devido ao surgimento de tensões tangenciais não previstas.
As Figuras 11 e 12 mostram processos característicos de desagregação,
apresentando determinada parte de suas armaduras expostas.

Figura 11 – Desagregação do concreto em viga.

Fonte: ARALDI (2013).


34

Na Figura 11 mostra uma viga com a situação completamente prejudicada. Na


imagem em questão, nota-se a presença de armadura exposta e com presença de
oxidação, além de apresentar grande parte de seu concreto desagregado.

Figura 12 – Desagregação do concreto em pilar de galpão.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL (2018).

Na Figura 12, pode-se observar um pilar de um galpão, agravado por agentes


externos, que se encontra com suas barras de aço expostas e apresenta grande parte
do concreto de sua lateral sofrendo desagregação.

2.5.3 Eflorescências e Lixiviação

Dentre os principais responsáveis e causadores de manifestações patológicas,


a água é a que mais se destaca. A lixiviação e a eflorescência são exemplos de
patologias ocasionadas pela ação da umidade. Consequências como essas são
ocasionadas, principalmente, devido ao descaso ou ausência de projeto de
impermeabilização, sendo fator principal para o desgaste precoce das estruturas de
engenharia.
Segundo Vitório (2003), as manchas esbranquiçadas que surgem na superfície
do concreto de vigas e alvenarias são definidas como eflorescências, sendo
responsáveis por modificar a uniformidade de coloração do concreto e sua textura,
causando prejuízos visuais e podendo ocasionar consequências mais sérias com o
passar do tempo. O surgimento de eflorescências é ocasionado, em sua maioria,
35

devido à migração e posterior evaporação de soluções aquosas salinizadas. Os


depósitos acontecem quando os sais solúveis nos componentes da edificação são
transportados pela água utilizada na construção, na limpeza ou vinda de infiltrações.
Esses sais em contato com o ar se solidificam, acumulando-se e, então, originam as
manchas de coloração branca.
Segundo DNIT (2006), as eflorescências são provocadas quando águas puras
com poucos ou nenhum íon de cálcio entram em contato direto com a pasta de
Cimento Portland (CP). A lixiviação do hidróxido de cálcio do concreto, além da perda
de resistência, provoca agressões visuais e estéticas nas estruturas de engenharia,
já que o produto lixiviado interage com o CO2 presente no ar, ocasionando na
precipitação de crostas brancas de carbonato de cálcio na superfície.
As eflorescência e lixiviações estão entre as patologias mais comuns em obras
especiais de engenharia, ocasionando profunda degradação do concreto de
elementos estruturais e também, na maioria das vezes, gerando a corrosão das
armaduras. A medida preventiva para esse tipo de problema é haver a devida
execução da impermeabilização dos elementos principais das obras, impedindo que
a água seja transportada por percolação e atinja os setores internos do arranjo
estrutural.
As Figuras 13 e 14 ilustram os efeitos causados pela eflorescência e lixiviação,
respectivamente, caracterizadas pela coloração branca proveniente dos sais.

Figura 13 – Degradação da alvenaria ocasionada por eflorescência.

Fonte: SILVA (2011).


36

Pelo que se pode observar acima, a Figura 13 detalha uma alvenaria que está
sendo afetada pelo fenômeno da eflorescência, ocasionando o total desprendimento
do revestimento e deixando visível uma coloração esbranquiçada. Como se pode
perceber, o reboco e a pintura se encontram com manchas de umidade, fator bem
favorável para o desenvolvimento dessa manifestação patológica.

Figura 14 – Lixiviação da pasta do cimento.

Fonte: AGUIAR (2011).

A Figura 14 demonstra, caracteristicamente, como acontece o processo da


lixiviação. Na imagem, observa-se a elevação dos sais até a superfície do concreto,
formando aspecto assemelhado com estalactites.

2.5.4 Corrosão de Armaduras

O processo de corrosão nas estruturas de concreto armado ocorre,


principalmente, quando as obras especiais de engenharia se encontram em meios
mais agressivos, quando o concreto apresenta alto índice de porosidade, elevada
capilaridade, erro na execução do cobrimento ideal para as armaduras, má escolha
dos materiais de construção e alto índice de fissuras.
Segundo Saliba Júnior (2008), o fenômeno da corrosão de armaduras é mais
comum do que qualquer outro fenômeno de degradação das estruturas de concreto
armado, prejudicando-as tanto do ponto de vista estético, quanto do ponto de vista de
segurança, além de acarretar em custos elevados com a recuperação.
Segundo Vitório (2003), fatores como a porosidade do concreto, a existência
de fissuras e a deficiência no cobrimento são responsáveis pela oxidação da
37

armadura, quando esta é atingida por elementos considerados agressivos. A parte


que sofre oxidação tem seu volume aumentado cerca de oito vezes, e a força da
expansão expele o concreto do cobrimento, deixando a armadura totalmente exposta
à ação agressiva do meio. A permanência e desenvolvimento desse fenômeno
acarreta a total destruição da armação, como exemplifica a Figura 15.

Figura 15 – Pilar com armadura exposta e corroída.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL (2018).

A Figura 15, como se pode notar, é um exemplo característico de exposição e


corrosão de armadura. A imagem caracteriza um pilar de um galpão em estado trágico
de conservação, apresentando armadura em estado de desgaste e, possivelmente,
com perda de seção.
Um dos métodos mais adequados para solucionar o problema da corrosão
consiste na aplicação de manutenções preventivas, principalmente em obras de
responsabilidade pública. Andrade (2001) explica que, inicialmente, o processo
começa com a penetração dos agentes agressivos (Cl- e CO2) por meio do
cobrimento, atingindo as armaduras e provocando a despassivação da camada
protetora. Logo após, inicia-se a fase de propagação, onde ocorre a oxidação das
armaduras, gerando os produtos da reação.
Ainda segundo Andrade (2001), o processo de corrosão é formado por uma
zona anódica, onde ocorrem as reações de oxidação do ferro, reduzindo sua massa
e perdendo elétrons; e por uma zona catódica, onde ocorre o ganho de elétrons do
38

elemento oxigênio. A reação de corrosão ocorre no momento em que o produto da


reação catódica migra para a região anódica, resultando, então, na formação do
hidróxido de ferro. As Figuras 16, 17 e 18, respectivamente, mostram a
contextualização química das reações citadas acima, o mecanismo e o processo
detalhado de corrosão.

Figura 16 – Reações que ocorrem no processo de corrosão.

Fonte: Modificado de ANDRADE (2001).

Na Figura 16, especifica-se as reações anódica, onde acontece a oxidação do


elemento ferro, a reação catódica, onde ocorre o ganho de elétrons pelo elemento
oxigênio e, por fim, a reação de corrosão, que produz o hidróxido de ferro.

Figura 17 – Mecanismo de corrosão.

Fonte: FUSCO (2008).


39

Na Figura 17, mostra-se a maneira como acontece o mecanismo de corrosão


em uma armadura de aço. Pode-se observar pela imagem a especificação dos locais
onde ocorrem as reações anódica e catódica, os elementos envolvidos e a presença
influenciadora da água.
Todavia, a Figura 18 destaca o processo da corrosão de uma armadura,
descrevendo a penetração dos agentes agressivos, a fissuração do concreto do
cobrimento, o lascamento do concreto e as consequências sobre a armadura do
elemento estrutural, podendo ocasionar redução de sua seção.

Figura 18 – Processo detalhado da corrosão de uma armadura.

Fonte: Modificado de MARCELLI (2007).

Segundo Helene (1993), cabe destacar que, os produtos da corrosão


apresentam coloração marrom-avermelhada e apresentam volumes na escala de 3 a
10 vezes superior ao volume original da armadura. Acarretado por esse crescimento
das barras, os elementos estruturais tendem a fissuras e promover, ainda mais, a
desagregação do concreto.
40

Além disso, segundo Andrade (2001), a corrosão também pode surgir por meio
da carbonatação do concreto, onde o gás carbônico penetra nos poros do material e
reage com o hidróxido de cálcio, invertendo o meio básico e ocasionando o fenômeno
da carbonatação, trazendo prejuízos para as armaduras. A equação a seguir
demonstra a reação de carbonatação, destacando a formação do carbonato de cálcio.

Por meio de inspeções, segundo Cóias (2006), usando-se o indicador de


fenolftaleína, pode-se determinar in situ a profundidade da frente de carbonatação em
superfícies recém expostas. Por meio desse procedimento, é possível avaliar a sua
durabilidade e estimar a extensão das zonas e promover a devida reparação. O
procedimento consiste na utilização de um aspersor com solução de fenolftaleína
lançado sobre as superfícies internas do furo de ensaio. Após fazer isso, deve-se
observar atentamente a coloração que irá prevalecer, onde a zona carbonatada se
apresentará incolor e a não carbonatada apresentará coloração rosada, favorecendo
a medição da profundidade da carbonatação na transição entre as zonas.
A Figura 19 mostra como funciona o procedimento, cabendo destacar que se
deve ter bastante cuidado com a limpeza dos furos de ensaio e o devido controle com
o tempo de exposição da zona antes da aplicação da solução sobre a superfície.

Figura 19 – Utilização do indicador de fenolftaleína em atividade de inspeção.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL (2018).


41

Na Figura 19, como é colocado em destaque, observa-se a utilização do


indicador de fenolftaleína de maneira bem simples, aplicando-se em cima do concreto
recém exposto. Processos como esses são bastante utilizados por profissionais
especializados em engenharia diagnóstica, principalmente na realização de inspeções
prediais.

2.5.5 Falhas nas instalações de drenagem

A má execução das instalações de drenagem e a falta de inspeção também


são fatores cruciais para o surgimento de patologias em estruturas especiais de
engenharia. Com o passar do tempo e, principalmente, devido à falta de inspeções
constantes, as tubulações tendem a entupir, acarretando no escoamento da água para
partes inapropriadas da estrutura.
Laner (2001) determina que, as falhas em instalações de drenagem são
consideradas fatores preocupantes na degradação do concreto e das armações.
Devido a esse fato, deve-se haver uma preocupação redobrada com suas execuções
e inspeções, para que, assim, não haja acúmulo de água em pontos críticos, como
por exemplo, encontros de apoio de vigas, nos caixões, nos encontros com tabuleiros,
na pista de rolamento, nos aparelhos de apoio, entre outros.

2.5.6 Falhas nas juntas de dilatação

Segundo Thomaz (1989), os elementos estruturais constituintes de uma obra


de engenharia estão expostos à variação de temperatura frequentemente, o que leva
a uma variação dimensional dos mesmos (dilatação ou contração), sendo muitas
vezes restringidos por vínculos que os envolvem e por consequência geram tensões
que podem provocar fissuração.
Para evitar esses problemas bastante comuns, o aconselhável é executar
juntas de dilatação. As juntas são consideradas elementos estruturais que são
aplicados nas interrupções do tabuleiro das pontes, permitindo a movimentação
proveniente da retração, variação de temperatura e fluência do concreto. Elas, quando
executadas corretamente, são fundamentais para garantir a estanqueidade, não
permitindo a penetração da água nos elementos estruturais das obras especiais de
engenharia.
42

Segundo DNIT (2016), as juntas de dilatação são dispositivos que apresentam


capacidade de se deformar, permitindo movimentos relativos entre dois componentes
estruturais, normalmente entre o tabuleiro e o encontro ou entre tabuleiros em obras
extensas ou de estruturas múltiplas, em condições de segurança, comodidade e
durabilidade
Por se tratarem de dispositivos, de certo modo, considerados caros e de
substituição difícil e onerosa, esses elementos, na maioria das vezes, são executados
de maneira incorreta ou dificilmente passam por manutenções periódicas. A falha de
execução, fixação inadequada e falta de vedação entre seus componentes são os
principais causadores de consequências danosas para as estruturas das obras
especiais.

2.5.7 Falhas na pista de rolamento

As pontes, por se tratarem de obras rodoviárias, devem seguir um padrão


construtivo que priorize a segurança daqueles que vão circular naquela via.
Inconformidades construtivas ou de sinalização podem acarretar na diminuição da
vida útil da obra e, possivelmente, acarretar acidentes, que poderão provocar
deformações físicas consideráveis, como o desplacamento do concreto e a exposição
das armaduras.
Cabe destacar que a pista de rolamento deve apresentar suas devidas
inclinações, promovendo o adequado escoamento das águas para as estruturas de
drenagem. Falhas sobre a pista podem, consequentemente, gerar acréscimos de
solicitações para as estruturas das pontes e, segundo manual do DNER (1980), as
depressões, protuberâncias e desníveis de juntas, produzem importantes efeitos
dinâmicos, que aumentam as solicitações de cargas móveis, podendo ocasionar
deslocamento do tabuleiro quando os aparelhos de apoio estão em más condições.
Segundo DNIT (2004a), dentre as principais patologias presentes na pista de
rolamento, pode-se citar a falta de caimento para escoamento de águas pluviais, a
presença de irregularidades ou fragmentação da camada de pavimentação,
inconformidades nas juntas do tabuleiro, desnível na transição do tabuleiro para o
terrapleno e os efeitos da erosão sobre o aterro.
Cabe destacar também que, os inúmeros recapeamentos executados sobre as
pontes podem ocasionar em acréscimos não previstos de carga fixa sobre as
43

mesmas, promovendo o surgimento de irregularidades na estrutura, ao menos que


seja retirada a camada anterior de pavimento.

2.6 A importância da inspeção periódica

Segundo DNIT (2004b), a inspeção pode ser denominada como uma atividade
técnica especializada que promove a coleta de dados, de projeto e de construção, o
exame detalhado e singelo da estrutura, a elaboração de relatórios, a avaliação da
situação atual da obra e as recomendações, baseadas na situação da estrutura,
podendo ser aconselhada uma nova vistoria, a aplicação de um plano de manutenção,
de recuperação, de reforço ou de reabilitação.
Segundo Souza e Ripper (1998), a atividade da inspeção periódica pode ser
considerada parte imprescindível nas práticas de manutenção preventiva. Quando
realizada de maneia adequada, trata-se de um instrumento essencial para a garantia
da durabilidade da construção, apresentando dedicação na identificação de danos nas
estruturas e na avaliação que os mesmos possam ter do ponto de vista do
comportamento e da segurança estrutural. O tipo de inspeção escolhido é baseado
no tipo da obra em questão, sendo assim selecionados os procedimentos adotados e
os requisitos necessários, variando de elemento para elemento dentro de uma mesma
estrutura.
A manutenção das obras de arte especiais e a prevenção de patologias estão
intimamente relacionadas. Por meio da degradação promovida por agentes e
desgastes naturais da utilização, Pfeil (1985) determina que, baseado nas inspeções,
pode-se elaborar planos de manutenção, favorecendo a vida-útil da estrutura. Dentre
os trabalhos corretivos que se pode aplicar têm-se: correções nos parelhos de apoio
e fundações, reparos de pequenas falhas, desobstrução e limpeza das estruturas de
drenagem, correções de juntas, reparos nas barreiras de proteção e consertos na
pista de rolamento sem acréscimo de espessura.
É bastante notório que os trabalhos de manutenção não possuem as mesmas
vantagens que os de projeto ou de construção tradicional, gerando mais gastos em
suas realizações, sendo vistos, principalmente por questões orçamentárias, como
improdutíveis e desnecessários por seus responsáveis. Os custos com manutenções
e inspeções vão variar de acordo com o tipo de obra, a localização e o meio ambiente
de exposição, mas, de uma forma geral, baseando-se em Souza e Ripper (1998), a
44

Figura 20 mostra a vantagem de adotar um plano de inspeção preventiva comparando


com o custo oriundo de tratamento corretivo.
Figura 20 – Comparativo da manutenção preventiva e da esporádica.

Fonte: SOUZA E RIPPER (1998)

Na Figura 20 acima, pode-se ver algumas denominações que, de maneira


mais simples, podem ser detalhadas da seguinte maneira:

• A – Custo de reparação de defeitos originais, de projetos ou construção.


• B – Custo fixo de um sistema de inspeções programadas.
• C – Custo de um sistema de manutenção estratégica, com base no resultado
das inspeções programadas.
• D – Custo de manutenção esporádica, sem inspeções.

Ainda segundo Sousa e Ripper (1998), e como destaca a Figura 21, existem
dois procedimentos de manutenção utilizados em estruturas:

• Manutenção estratégica - É uma manutenção que será planejada, que


apresenta um controle contínuo e planejado de inspeções, incluindo eventuais
intervenções corretivas durante o tempo e evitando danos tão elevados. Cabe
destacar que estas apresentam realização baseada em cronograma e
conservação dos laudos de todas as atividades corretivas aplicadas.
• Manutenção esporádica - É caracterizada pela ausência de um plano de
manutenção pré-determinado. A realização desse tipo de manutenção só
nasce da necessidade de uma atividade de correção emergencial, geralmente
fruto de denúncias e/ou reclamações.
45

Figura 21 – Maneiras de manutenção das estruturas.

Fonte: SOUZA E RIPPER (1998)

No Brasil, principalmente em obras públicas, atividades de inspeções


periódicas são pouco executadas. O descaso e a perda de informações das
construções públicas são os fatores mais comuns, impossibilitando a coleta de dados
e projetos que poderiam favorecer a prática da manutenção preventiva. Com base em
Souza e Ripper (1998), o registro das grandes estruturas é fundamental para sua
manutenção e é por meio dele que se pode haver o devido controle das atividades
rotineiras de inspeção, programar e registrar, cronologicamente, os reparos ou
reforços que promovam a continuidade da vida-útil das obras.
Dados como histórico das construções, projetos, diários de obra, materiais
utilizados, históricos de intervenções técnicas e registro de vistorias são informações
de essencial importância para que haja um adequado plano diretor de inspeção e
manutenção. Infelizmente, Secretarias de Obras Municipais e órgãos do sistema
público acabam perdendo esses dados e impossibilitando a realização de inspeções
periódicas em obras especiais de engenharia.
46

3. ESTUDOS DE CASO EM SOBRAL-CE

Foi de escolha para ser estudo de caso deste trabalho, obras especiais de
engenharia presentes na cidade de Sobral, no Estado do Ceará. Em razão disso,
foram analisadas cinco pontes espalhadas pelo território sobralense e, por meio de
material fotográfico, pode-se observar todas as patologias decorrentes em suas
estruturas.
A análise realizada nas pontes consistiu em uma vistoria simples, com registro
fotográfico das eventuais manifestações patológicas. Por falta de equipamentos e
dificuldade de acesso aos locais, não foi possível especificar, de maneira mais
detalhada, as causas de algumas manifestações registradas.

3.1 Dados da Ponte P01

A seguir, os tópicos irão mostrar, nessa ordem, a localização da ponte P01, os


dados da mesma, as fotos realizadas por ocasião das vistorias e as possíveis
sugestões de terapia para as falhas encontradas.

a) Localização

Na Figura 22, como se pode perceber, mostra a imagem da ponte (P01) vista
por satélite, descrevendo a sua extensão aproximada e mostrando o rio que ela
transpõe.

Figura 22 – Ponte (P01) com sua extensão detalhada.

Fonte: GOOGLE EARTH (2018).


47

b) Dados Gerais

A ponte P01 está localizada na Avenida Monsenhor Aluísio Pinto sobre o Rio
Acaraú, em Sobral, Ceará, e tem, aproximadamente, 360 metros de comprimento por
12 metros de largura. Ela conta com sistema rodoviário sobre ela composto por duas
faixas em sentido duplo. Não foi possível encontrar dados mais específicos sobre a
ponte, tais como o ano de construção, pois o órgão responsável disse não conter
essas informações. Porém, segundo populares, a ponte é bastante nova,
possivelmente tendo sido construída por volta do ano de 2004.

c) Classificação da ponte

Quanto ao tipo de material, a P01 é uma ponte de concreto armado. O sistema


estrutural da superestrutura é composto por vigas e com laje maciça. Quanto ao
desenvolvimento planimétrico, ela pode ser considerada uma ponte reta,
apresentando arcos em suas laterais, embelezando seu detalhe arquitetônico, como
se pode ver nas Figuras 23 e 24.
A Figura 23 caracteriza uma visão lateral da P01, mostrando as estruturas em
formato de arco em suas laterais e os mecanismos de iluminação pública. Pode-se
notar que é uma ponte bastante nova, porém, mesmo assim, já apresenta diversas
patologias.

Figura 23 – Vista lateral da P01 mostrando sua arquitetura com arcos.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


48

Como se pode destacar na Figura 24, nota-se a presença das duas faixas em
sentidos opostos, permitindo a circulação adequada dos veículos, apresentando as
barreiras de proteção em amarelo e o desenho arquitetônico dos arcos em suas
laterais, promovendo uma característica diferenciada à ponte.

Figura 24 – Vista superior da P01.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

3.1.1 Manifestações Patológicas encontradas na P01

A vistoria das pontes deu-se sempre da parte superior para a inferior. Na parte
superior da P01 buscou-se analisar as situações do pavimento, do passeio, do
guarda-corpo, das juntas de dilatação, das barreiras de proteção e de todo o sistema
de drenagem. Já na parte inferior da P01, buscou-se observar o tabuleiro, os pilares,
as longarinas, as transversinas, etc. Assim como em outros casos, a análise das
fundações ficou bastante prejudicada, pois alguns de seus elementos estavam
submersos. Cabe destacar que nesse trabalho serão expostos somente as imagens
dos elementos com manifestações evidentes. A seguir é apresentada algumas
imagens, descrevendo e mostrando, as manifestações patológicas encontradas.

a) Passeio

O passeio da ponte P01 estava, em grande parte de sua extensão, com as


tampas de concreto pré-moldada quebradas, resultando em riscos para os usuários
que ali transitam e favorecendo o acúmulo de água no interior da ponte, podendo
49

ocasionar futuras manifestações patológicas na estrutura devido à infiltração.


Observar as Figuras 25 e 26.

Figura 25 – Tampa quebrada do passeio da P01.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Como se pode observar nas Figuras 25 e 26, existem tampas pré-moldadas


que apresentam inconformidades, talvez ocasionadas pelo tempo ou pelo próprio uso
contínuo. Problemas desse tipo podem ocasionar insatisfação dos usuários ou
acidentes na circulação de pedestres. Não se trata de algo tão grave, podendo ser
solucionado facilmente pela substituição ou pela realocação das tampas.

Figura 26 – Tampas danificadas presentes no passeio da P01.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


50

b) Pavimentação

A pavimentação, nas datas das vistorias, estava passando por modificações.


Pelo que foi observado, foi removido a camada antiga de pavimentação por completo
e, logo após, aplicou-se uma nova camada de pavimento. Na Figura 27 mostra a
situação da ponte P01 antes de sofrer as modificações em sua pavimentação. O
pavimento anterior não apresentava tantas inconformidades, porém, mesmo assim,
houve a substituição do mesmo.

Figura 27 – Visão da pavimentação da P01 antes das modificações.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Na Figura 28 mostra a nova situação da parte superior da P01, destacando a


nova pintura das barreiras de proteção e a modificação do pavimento. Essas
atividades foram executadas por incentivo do órgão municipal, que está executando
diversas atividades de pavimentação na cidade de Sobral, fazendo a remoção de toda
a camada anterior.
51

Figura 28 – Visão da pavimentação da P01 depois das modificações.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

c) Revestimento e Guarda-Corpo

O revestimento é a parte que mais chama a atenção nas obras especiais,


podendo-se medir, visualmente, por meio dele, o grau de desgaste. O sistema de
guarda-corpo da ponte P01 apresentou pintura desgastada e certo grau de oxidação.
Além disso, notou-se o desplacamento dos ladrilhos da ponte em suas partes laterais,
possivelmente acarretado pelo excesso de umidade no revestimento, o que pode
acarretar na perda de estanqueidade da estrutura, prejuízos no isolamento térmico,
desvantagens estéticas e insegurança para seus usuários. Observar a Figura 29.

Figura 29 – Guarda-corpo com pintura desgastada e desplacamento de revestimento.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


52

Além disso, nos dias que foram realizadas as visitas, percebeu-se que a ponte
P01 estava passando por execuções de pintura em suas barreiras de proteção e
juntas laterais, como caracteriza a Figura 30.

Figura 30 – Execução de pintura nas barreiras e arestas da P01.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

d) Juntas de Dilatação

As juntas de dilatação, pelo que foi observado, apresentaram-se em estado de


desgaste, sendo aconselhável que haja a devida substituição das mesmas. A Figura
31 caracteriza o desgaste de uma das juntas presentes na ponte P01.

Figura 31 – Junta de dilatação da ponte P01.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


53

As juntas de dilatação são componentes construtivos essenciais em pontes e


viadutos, sendo constantemente submetidas a cargas móveis provenientes do tráfego
de veículos. Elas apresentam a finalidade de promover a melhor movimentação das
estruturas, devendo ser substituídas frequentemente.

e) Sistema de Drenagem

O sistema de drenagem da P01 é formado por tubos de PVC. Os tubos que


controlam o escoamento das águas do pavimento não apresentavam nenhuma
obstrução. Na Figura 32 relata a visão superior de um dreno da P01. Esse dreno não
se encontra obstruído e está localizado na parte lateral da pavimentação da ponte,
sendo responsável por receber as águas pluviais que escorrem por cima da pista de
rolamento.

Figura 32 – Dreno da P01 em perfeito estado.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Na Figura 33, como se pode perceber, mostra a proliferação de vegetação no


círculo verde, possivelmente ocasionada pela obstrução do tubo de drenagem
destacado em vermelho. Cabe destacar que as conclusões foram tomadas baseadas
em vistorias e possíveis estimativas por observação dos locais visitados. Conclusões
mais específicas somente poderão ser realizadas por meio de uma perícia detalhada.
54

Figura 33 – Tubulação com inconformidades na P01.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

f) Análise inferior da ponte

Por meio das visitas, não foi notada nenhuma armadura exposta nas estruturas
de apoio da ponte P01, nem desgaste do concreto armado, porém foram observadas
inúmeras manchas de infiltração de água, que, consequentemente, podem acarretar
em possíveis danos futuros aos elementos estruturais. As Figuras 34 e 35 mostram,
caracteristicamente, as manchas localizadas na parte inferior da ponte P01.

Figura 34 – Manchas de umidade na parte inferior da P01.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


55

Na Figura 34, observa-se a presença de uma mancha presente na transversina


da P01, caracterizando excesso de umidade nesse elemento estrutural. Casos como
esse devem ser evitados, pois podem ocasionar, com o tempo, a desagregação do
concreto e a exposição das armaduras das peças constituintes da ponte.

Figura 35 – Manchas de umidade na transversina e longarinas da P01.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Na Figura 35 mostra uma visão mais ampla da parte inferior da P01,


destacando a grande incidência de manchas de umidade em transversinas e
longarinas.

3.1.2 Sugestões de Terapia para as manifestações da P01

Como se pode notar, não foram encontradas manifestações patológicas graves


na estrutura da ponte P01. Porém, com a presença de infiltrações nos elementos
estruturais (transversinas, longarinas e tabuleiro), pode ocasionar na danificação do
concreto do cobrimento e deixar as armaduras expostas futuramente. Uma possível
medida para solucionar esse problema é a aplicação de serviços de reparos com
argamassas apropriadas. Sugere-se, também, que o revestimento cerâmico seja
recuperado nos pontos descobertos e que o pré-moldado de concreto armado do
passeio seja trocado por outros nos pontos onde estão quebrados. É recomendável,
ainda, que haja a substituição das juntas de dilatação, e um tratamento para a
oxidação dos guarda-corpos, assim como a aplicação de uma nova camada de pintura
do mesmo. No entanto, é aconselhável traçar um plano de manutenção periódica na
56

ponte a fim de que ela não venha a apresentar graves problemas futuramente, como
corrosão nas armaduras por exemplo.

3.2 Dados da Ponte P02

A seguir, os tópicos irão mostrar, nessa ordem, a localização da ponte P02, os


dados da mesma, as fotos realizadas por ocasião das vistorias e as possíveis
sugestões de terapia para as falhas encontradas.

a) Localização

Na Figura 36, como se pode perceber, mostra a imagem da ponte (P02) vista
por satélite, descrevendo a sua extensão aproximada e mostrando o rio que ela
transpõe.

Figura 36 – Ponte (P02) com sua extensão detalhada.

Fonte: GOOGLE EARTH (2018).

b) Dados Gerais

A ponte P02 está localizada na Avenida Fernandes Távora, sobre o Rio Acaraú
e tem, aproximadamente, 255 metros de comprimento por cerca de 22 metros de
largura. Ela foi construída, segundo diz uma placa indicativa sobre a ponte, por volta
de 1935, e possui um sistema rodoviário e uma linha férrea sobre ela. Segundo
informação de populares e baseando-se em uma placa indicativa, a ponte passou por
uma duplicação do sistema rodoviário por volta de meados de 2004, passando a
apresentar duas faixas em sentido único. Por falta de informações fornecidas pelos
órgãos públicos, não foi possível coletar mais dados específicos sobre a P02.
57

c) Classificação da Ponte

Levando em consideração o tipo de material constituinte, a ponte é classificada


como uma ponte de concreto armado. O sistema estrutural da superestrutura é
composto por vigas e laje maciça e, baseando-se no desenvolvimento planimétrico,
pode ser considerada uma ponte reta.
Na Figura 37 se pode notar, de maneira característica, a visão lateral da P02,
sendo mostrado alguns de seus elementos estruturais que formam a mesoestrutura e
a infraestrutura da ponte. Pode-se observar facilmente os pilares e as estruturas de
sustentação entrando em contato com o solo.

Figura 37 – Visão lateral da P02.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Na Figura 38, nota-se a presença do trilho ao lado esquerdo da foto e o


pavimento rodoviário ao lado direito. O trilho citado tem por finalidade o transportar
contínuo de cargas (por meio do trem) e pessoas (por meio do metrô da cidade de
Sobral).
58

Figura 38 – Visão superior da ponte P02.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

3.2.1 Manifestações Patológicas encontradas na P02

A vistoria da ponte P02 foi realizada da mesma forma descrita para a ponte
P01. A P02, considerando o estado de conservação, pode ser considerada uma ponte
mais velha do que a P01. A seguir são descritas as manifestações patológicas
observadas durante a vistoria com seus respectivos registros fotográficos.

a) Passeio

O passeio da ponte inspecionada não apresentava nenhum tipo de falha ou


dano sofrido que pudesse causar problemas para a estrutura e/ou seus usuários. Por
meio dele é permitido a circulação de pessoas e ciclistas, conforme se pode observar
na Figura 39 a seguir.
59

Figura 39 – Visão do passeio da ponte P02.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

b) Pavimentação

A pavimentação, na data da vistoria, encontrava-se em bom estado de


conservação, sem nenhum tipo de buraco ou imperfeições que pudessem significar
algum tipo de risco para a estrutura e para seus usuários. A Figura 40 caracteriza a
situação da pavimentação e mostra as barreiras de proteção pintadas de amarelo e
preto.

Figura 40 – Visão da pavimentação da P02.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


60

c) Revestimento e Guarda-Corpo

Pelo que se pode perceber, nas datas das visitas, a ponte P02 tinha sido
pintada a poucos meses, gerando a sensação de que haviam poucos resquícios
patológicos. Porém, observando de maneira mais minuciosa, pode-se encontrar locais
com armadura exposta, principalmente no guarda-corpo da ponte. Observar Figuras
41 e 42.

Figura 41 – Armadura exposta no guarda-corpo coberta por pintura.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Como se pode notar nas Figuras 41 e 42, para melhor facilitar a compreensão,
foi utilizado uma régua de 20cm para melhor demonstrar as dimensões das barras
expostas. Nos guarda-corpos da ponte P02 foram encontrados diversos casos de
armaduras expostas e, em sua maioria, sendo cobertas pela camada de pintura, com
o objetivo de camuflar o problema.
61

Figura 42 – Presença de armadura exposta no guarda-corpo.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

d) Juntas de Dilatação

As juntas de dilatação da ponte P02, no dia da visita, apresentou sinais visíveis


de desgaste. O recomendável para esse tipo de situação seria a substituição e
reparação das mesmas. A Figura 43 caracteriza a situação encontrada.

Figura 43 – Junta de dilatação desgastada na P02.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


62

e) Sistema de Drenagem

O sistema de drenagem da P02, assim como a P01, também é formado por


tubos de PVC, como pode ser visualizado na Figura 44. Com a vistoria realizada sobre
a ponte, pode-se notar entupimento dos tubos de drenagem presentes nas barreiras
de proteção da ponte, impossibilitando o escoamento correto das águas pluviais que
caem sobre a pista de rolamento.

Figura 44 – Tubos de PVC presentes na P02.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Na Figura 44, destacam-se as tubulações de drenagem da ponte P02. Em


vermelho tem-se um dos drenos responsáveis pelo escoamento da água pluvial da
pista até o dreno localizado no passeio, circulado de azul. Como se pode notar, os
drenos das barreiras se encontravam obstruídos, impossibilitando a passagem da
água até a outra estrutura de drenagem. Os drenos do passeio se encontravam em
perfeito estado, como mostra a Figura 45.
63

Figura 45 – Tubo de PVC presente no passeio da P02.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

f) Análise Inferior da Ponte

Na data da visita ficou bastante difícil a realização da análise das partes


inferiores da ponte P02, principalmente devido ao nível das águas do Rio Acaraú,
impossibilitando o acesso ao local. Porém, segundo Sousa Farias (2018), o tabuleiro,
as longarinas e as transversinas apresentam quantidade elevada de armaduras
expostas. Além disso, a estrutura também conta com presença de eflorescências,
lixiviação e desagregação de concreto, sendo destacado nas Figuras 46, 47, 48 e 49.

Figura 46 – Manchas e armaduras expostas no tabuleiro da P02.

Fonte: Modificado de SOUSA FARIAS, 2018.


64

Nas Figuras 46 e 47, como se pode observar, foi destacado em vermelho as


situações que apresentam quantidade elevada de armaduras expostas, mostrando o
quanto a estrutura da ponte P02 se encontra prejudicada. Além disso, com uma cor
azul, foi destacado também a presença de manchas de umidade, podendo gerar mais
exposição de armaduras futuramente.

Figura 47 – Corrosão das armaduras das longarinas da P02.

Fonte: Modificado de SOUSA FARIAS, 2018.

Na Figura 48, destaca-se um caso característico de desagregação de concreto,


provocando a exposição da armadura do tabuleiro da ponte. Situações como essa
devem ser corrigidas o mais rápido possível, impedindo que esse problema crie
proporções maiores.

Figura 48 – Desgaste do concreto e corrosão das barras no tabuleiro da P02.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


65

Além disso, como se pode ver destacado na Figura 49 abaixo, nota-se a


presença de manchas brancas na estrutura inferior da ponte, caracterizando o
aparecimento de eflorescências. Esse tipo de patologia demonstra que as estruturas
estão passando por problemas frequentes de infiltração.

Figura 49 – Lixiviação e eflorescência no tabuleiro.

Fonte: Modificado de SOUSA FARIAS, 2018.

Como se pode notar por meio das imagens, há uma grande incidência de
corrosão de armaduras nos elementos estruturais da P02. É bastante notório que,
pelo que se foi observado, é necessidade urgente que se promova um plano de
manutenção nessa ponte para que se promova a solução para as falhas encontradas
e garanta a devida segurança para os seus usuários.

3.2.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P02

Pelo que se pode observar, essa ponte vai ter que passar por medidas
corretivas em relação as estruturas de drenagem e em suas juntas de dilatação. Além
disso, dentre as anomalias principais identificadas destacam-se as eflorescências e
lixiviações, desagregação de concreto e corrosão de armaduras. Segue a seguir as
possíveis análises de inspeção que devem ser feitas respectivamente em cada caso.
▪ Eflorescências e lixiviação: Dependendo da situação em questão e do grau da
patologia, toda correção sempre se começa limpando o local e avaliando qual a
66

medida correta a se tomar. Casos como esses, como mencionado no item 3.1.2,
são solucionados, comumente, pela utilização de argamassas especializadas.

▪ Desagregação de concreto: Casos desse tipo também exige uma análise minuciosa
da situação, analisando se houve prejuízos ocasionados a armadura. A correção
consiste basicamente na limpeza do local, remoção de todo o concreto
desagregado e substituição do concreto defeituoso por um outro de boa qualidade
e que tenha a maior afinidade possível com o concreto base.

▪ Corrosão de armaduras: Primeiramente, deve-se buscar saber quais as causas


dessa patologia considerada tão séria. Sabendo-se as causas, pode-se aplicar as
devidas soluções, que, em sua maioria, podem ser feitas analisando se houve
perda de seção da armadura (sendo necessário a aplicação de algum reforço
estrutural, ou não), fazer a limpeza completa da mesma, promover o devido
escoramento se necessário, buscar utilizar concreto de excelente qualidade
quando for concretar novamente a peça e, por fim, analisar a possibilidade do uso
de impermeabilizantes ou pinturas apropriadas.
Por fim, cabe aos órgãos públicos responsáveis por essa ponte, buscar
soluções adequadas para as manifestações presentes, ao invés de forjar pinturas que
apenas irão camuflar os problemas decorrentes.

3.3 Dados da Ponte P03

A seguir, os tópicos irão mostrar, nessa ordem, a localização da ponte P03, os


dados da mesma, as fotos realizadas por ocasião das vistorias e as possíveis
sugestões de terapia para as falhas encontradas.

a) Localização

Na Figura 50, como se pode perceber, mostra a imagem da ponte (P03) vista
por satélite, descrevendo a sua extensão aproximada. Pela imagem pode-se observar
o rio que ela transpõe, sendo conhecido como Rio Oiticica.
67

Figura 50 – Ponte (P03) com sua extensão detalhada.

Fonte: GOOGLE EARTH (2018).

b) Dados Gerais

A ponte P03 está localizada na Avenida Monsenhor Aloísio Pinto, sobre o Rio
Oiticica e tem, aproximadamente, 50 metros de comprimento por cerca de 20 metros
de largura. Essa ponte serve de divisa entre os bairros Dom Expedito e Sinhá Sabóia,
também servindo como ligação para a BR-222. O sistema rodoviário é composto por
duas faixas em sentido único. Por falta de informações fornecidas pelos órgãos
públicos, não foi possível coletar mais dados específicos sobre a P03.

d) Classificação da Ponte

Levando em consideração o tipo de material constituinte, a ponte é classificada


como uma ponte de concreto armado. O sistema estrutural da superestrutura é
composto por vigas e laje maciça e, baseando-se no desenvolvimento planimétrico,
assim como a P01 e a P02, é uma ponte reta.
A Figura 51 caracteriza a visão superior da P03, mostrando a pavimentação
recém aplicada e em perfeito estado, além de apresentar as barreiras e arestas
laterais pintadas de amarelo.
68

Figura 51 – Visão superior da P03.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Entretanto, na Figura 52, observa-se uma visão lateral da ponte, destacando a


presença de seus guarda-corpos e promovendo maior compreensão de sua extensão
total.

Figura 52 – Visão lateral da P03.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

3.3.1 Manifestações Patológicas encontradas na P03

A vistoria da ponte P03 foi realizada da mesma forma que nas pontes
anteriores. A P03, considerando o estado de conservação, pode ser considerada uma
69

ponte extremamente jovem. A seguir são descritas as manifestações patológicas


observadas durante a vistoria com seus respectivos registros fotográficos.

a) Passeio

O passeio da ponte P03 não apresentou nenhum tipo de falha ou dano sofrido
que pudesse causar problemas para a estrutura e/ou seus usuários, conforme se
pode observar na imagem a seguir.
Como se pode observar na Figura 53, as barreiras de proteção foram
recentemente pintadas, apresentando coloração amarela. Na imagem também se
destaca o passeio da ponte, não apresentando nenhum tipo de inconformidade.

Figura 53 – Visão do passeio da P03.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

b) Pavimentação

Assim como a ponte P01, a ponte P03 passou por uma substituição de sua
pavimentação no decorrer das visitas realizadas. Como foi observado de início, a
pavimentação anterior não apresentava inconformidades, porém, como foi citado
anteriormente, a cidade de Sobral-CE está passando por um processo de
recapeamento, havendo a devida substituição do asfalto anterior. As Figuras 54 e 55
destacam a diferença da fisionomia da ponte antes e depois da manutenção.
70

Figura 54 – Visão da pavimentação da P03 antes da manutenção.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Observando as Figuras 54 e 55, destacam-se as mudanças na aparência da


ponte. Houve alteração da pavimentação, pintura das barreiras de proteção e nova
pintura da sinalização de trânsito, promovendo maior conforto ao usuário que
transitam pela via.

Figura 55 – Visão da pavimentação da P03 após a manutenção.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

c) Revestimento e Guarda-Corpo

Quando ocorreu a visita à ponte, pelo que se pode notar nas imagens
anteriores, ela apresentava o revestimento em perfeito estado, tendo sido pintada
recentemente. Entretanto, em relação aos guarda-corpos, pode-se observar a
71

presença de armaduras expostas, desagregação de concreto e certa quantidade de


fissuras, como se pode observar na Figura 56.

Figura 56 – Guarda-corpos com fissuras e armaduras expostas.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Na Figura 56, observa-se a presença de armaduras expostas na estrutura do


guarda-corpo da ponte. Para melhor facilitar a visualização, foi utilizado uma régua de
20 cm. Além disso, assim como foi feito na ponte P02, foi executado pintura por cima
de algumas armaduras expostas, com o objetivo de camuflar o problema, como está
sendo destacado em vermelho na imagem.

d) Juntas de Dilatação

Nos dias das vistorias, houve bastante dificuldade na localização das juntas da
ponte P03. Porém, baseando-se na quantidade que foi encontrada, observou-se
desgastes consideráveis nas juntas de dilatação. As Figuras 57 e 58 caracterizam as
situações encontradas.
72

Figura 57 – Junta da P03 apresentando sinais de desgaste.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Nos dias das vistorias foram observadas pouquíssimas juntas de dilatação


presentes na ponte P03. Quando observadas, estavam em situação de desgaste,
como mostrado na Figura 57, ou então estavam sem material expansivo, como
mostrado na Figura 58.

Figura 58 – Junta da P03 apresentando inconformidades.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


73

e) Sistema de Drenagem

Analisando o sistema de drenagem da ponte em questão, pode-se notar que


ele é composto por tubos de PVC e que não apresentavam nenhuma obstrução,
possibilitando o devido escoamento das águas pluviais. Observando a Figura 59, nota-
se um dos drenos presente no passeio da P03 sendo visto da parte superior da ponte
e não apresentando nenhuma inconformidade.

Figura 59 – Dreno em conformidade visto da parte superior.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Entretanto, como demonstrado na Figura 60, as estruturas de drenagem estão


permitindo o contato direto entre a água e as longarinas, promovendo o surgimento
de manchas de umidades. Esse problema está sendo acarretado pelo fato desse
sistema ter sido executado incorretamente, sendo um exemplo característico de erro
de execução. O ideal seria que o tubo de drenagem ultrapassasse a laje do tabuleiro,
impedindo o escoamento pela estrutura da longarina, que pode, consequentemente,
prejudicar a estrutura da ponte futuramente.
74

Figura 60 – Dreno visto da parte inferior e as manchas na longarina.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

f) Análise Inferior da Ponte

Por meio das visitas, não foi notada nenhuma armadura exposta nas estruturas
de apoio da ponte P03, nem desgaste do concreto armado, porém foram observadas
inúmeras manchas de infiltração de água, que, consequentemente, podem acarretar
em possíveis danos futuros aos elementos estruturais. Em sua maioria, essas
manchas estão sendo ocasionadas pela execução inapropriada dos elementos de
drenagem, como foi mencionado anteriormente. A Figura 61 destaca algumas
manchas presentes na parte inferior da ponte P03.

Figura 61 – Visão inferior da P03, mostrando manchas de infiltração.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


75

3.3.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P03

Primeiramente, levando em consideração as juntas de dilatação, deve-se


promover o devido reparo e substituição. Em relação aos drenos, deve-se tomar uma
atitude rápida quanto a eles, sendo aconselhado a sua nova execução, para que,
assim, não permita o contato das águas pluviais com os elementos de apoio da ponte.
Quanto as manchas decorrentes das infiltrações e as armaduras expostas
presentes nos guarda-corpos, assim como foi aconselhado na P02, deve-se promover
uma adequada inspeção para saber os reais motivos e causas dessas patologias,
promover a limpeza das áreas e aplicar as devidas medidas corretivas que foram
citadas nas sugestões de terapia da ponte P02, tanto para manchas como para
armaduras expostas.

3.4 Dados da Ponte P04

A seguir, os tópicos irão mostrar, nessa ordem, a localização da ponte P04, os


dados da mesma, as fotos realizadas por ocasião das vistorias e as possíveis
sugestões de terapia para as falhas encontradas.

a) Localização

Na Figura 62, como se pode perceber, mostra a imagem da ponte (P04) vista
por satélite, descrevendo a sua extensão aproximada e mostrando o rio que ela
transpõe.
Figura 62 – Ponte (P04) com sua extensão detalhada.

Fonte: GOOGLE EARTH (2018).


76

b) Dados Gerais

A ponte P04 está localizada na BR-222, sobre o Rio Acaraú e tem,


aproximadamente, 220 metros de comprimento por cerca de 10 metros de largura.
Essa ponte, assim como a P01 e P02, serve de transposição para o Rio Acaraú, e é
componente fundamental para a BR-222, principal linha rodoviária que leva à Serra
da Ibiapaba. O sistema rodoviário é composto por duas faixas em sentido duplo. Por
falta de informações fornecidas pelos órgãos públicos, não foi possível coletar mais
dados específicos sobre a P04.

c) Classificação da Ponte

Levando em consideração o tipo de material constituinte, a ponte é classificada


como uma ponte de concreto armado. O sistema estrutural da superestrutura é
composto por vigas e laje maciça e, baseando-se no desenvolvimento planimétrico,
pode ser considerada uma ponte reta. As Figuras 63 e 64 destacam as visões lateral
e superior, respectivamente.

Figura 63 – Visão lateral da ponte (P04).

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Observando as Figuras 63 e 64, pode-se notar que a P04 se trata de uma ponte
com largura inferior aos casos anteriores. Na primeira imagem pode-se observar os
pilares de sustentação da ponte, sendo componentes constituintes da mesoestrutura.
77

Na segunda imagem, destaca-se a presença da pavimentação e dos guardas-corpos


nas laterais.

Figura 64 – Visão superior da ponte (P04).

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

3.4.1 Manifestações Patológicas encontradas na P04

A vistoria da ponte P04 foi realizada da mesma forma que nas pontes
anteriores. A P04, considerando o estado de conservação e a maneira como foi
construída, pode ser considerada uma ponte com idade elevada. A seguir são
descritas as manifestações patológicas observadas durante a vistoria com seus
respectivos registros fotográficos.

a) Passeio

Diferentes das outras pontes citadas, a ponte P04 não apresenta um passeio
muito adequado para circulação, devido à pouca largura da ponte. Foi observado
também a pouca altura do guarda-corpo, não promovendo uma circulação segura para
os pedestres e ciclistas. Deixando de lado essas inconformidades de projeto/execução
e analisando a situação da estrutura, não foi encontrada nenhuma manifestação
patológica. A Figura 65 caracteriza a visão do local de circulação de pedestres na
ponte.
78

Figura 65 – Visão do passeio da ponte (P04).

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

b) Pavimentação

A pavimentação, na data da vistoria, encontrava-se em bom estado de


conservação, sem nenhum tipo de buraco ou imperfeições que pudessem significar
algum tipo de risco para a estrutura e para seus usuários. A Figura 66 caracteriza a
situação da pavimentação da ponte P04.

Figura 66 – Visão da pavimentação da P04.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


79

c) Revestimento e Guarda-Corpo

Nas visitas realizadas, como está detalhado na Figura 67, observou-se que a
pintura da ponte já se encontra bastante desgastada, sendo aconselhável a promoção
de uma nova execução. Na ponte P04, além do espaço muito pequeno, não se notou
nenhuma proteção entre a circulação de veículos e a de pedestres/ciclistas. Além
disso, em relação aos guarda-corpos, observou-se uma área que foi modificada,
provavelmente, após haver um acidente na ponte, sendo aplicada uma proteção
metálica no local, como mostra a Figura 68.

Figura 67 – Pintura desgastada da ponte (P04).

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Como já foi citado anteriormente, a ponte P04 apresenta uma largura bem
inferior em relação as outras pontes citadas, sendo mais suscetível a ocasionar
acidentes, tanto para os motoristas como para os pedestres. Por meio da análise do
guarda-corpo modificado, mostrado na Figura 68 abaixo, pode-se deduzir que foi
consequência de um acidente.
80

Figura 68 – Modificação que ocorreu no guarda-corpo da P04.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

d) Juntas de Dilatação

Nos dias das visitas, notou-se bastante dificuldade para encontrar as juntas de
dilatação da ponte P04. Porém, as poucas juntas que foram achadas apresentavam
sinais visíveis de desgaste. O recomendável para esse tipo de situação seria a
substituição e reparação das mesmas.
Na Figura 69, pode-se observar o desgaste da junta de dilatação presente na
ponte, provocando acúmulo de água, procriação de vegetação e, consequentemente,
iniciando a presença de inconformidades no pavimento.

Figura 69 – Junta de dilatação da P04 com inconformidades.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


81

e) Sistema de Drenagem

O sistema de drenagem da P04 é formado por tubos de PVC. Segundo foi


observado, os tubos de drenagem que controlam o escoamento das águas pluviais
que caem sobre o pavimento não apresentavam nenhuma obstrução, possuindo as
devidas inclinações e evitando acúmulos exagerados de águas pluviais na pista, como
mostra a Figura 70.

Figura 70 – Estrutura de drenagem da P04 sem obstrução.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Entretanto, assim como também foi observado na ponte P03, os tubos de


drenagem não foram executados transpassando a superfície do tabuleiro, permitindo
o escoamento da água, atingindo os elementos estruturais da ponte, ocasionando em
manchas de umidade, como mostra a Figura 71.

Figura 71 – Estrutura de drenagem da P04 executada incorretamente.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


82

f) Análise Inferior da Ponte

Nas datas das visitas, procurou-se observar detalhadamente a parte inferior da


ponte P04, buscando encontrar manifestações patológicas em seu tabuleiro,
transversinas e elementos de apoio. Por meio da Figura 72, pode-se ter uma noção
dos elementos estruturais constituintes da P04.

Figura 72 – Visão inferior da P04.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Consequentemente, por meio das observações realizadas, pode-se notar a


presença de manchas de umidade, eflorescências e armaduras expostas no tabuleiro.
Como foi citado anteriormente, possivelmente, essas manifestações tenham sido
acarretadas devido a execução incorreta das estruturas de drenagem. Observando-
se a Figura 73, conforme foi destacado, em amarelo nota-se a presença de manchas
esbranquiçadas, caracterizando o fenômeno da eflorescência.
83

Figura 73 – Eflorescências presentes no tabuleiro da P04.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Entretanto, conforme está destacado em vermelho na Figura 74, observa-se


um caso de desagregação de concreto com assiduidade de armadura exposta
presente na parte inferior do tabuleiro da ponte. Esse tipo de patologia surge,
possivelmente, pelo acúmulo de umidade ou então pela insuficiência de cobrimento
da armadura.

Figura 74 – Armaduras expostas no tabuleiro da P04.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

3.4.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P04

De maneira inicial, levando em consideração as juntas de dilatação, deve-se


promover o devido reparo e substituição das mesmas. Em relação aos drenos, que
possivelmente foram executados de maneira incorreta, assim como na P03, deve-se
tomar uma atitude rápida quanto a eles, sendo aconselhado a sua nova execução,
84

evitando o acúmulo de umidade nas estruturas e diminuindo a deterioração da parte


inferior da ponte P04. Por fim, em relação ao revestimento e guarda-corpos, é
aconselhável a execução de uma pintura na ponte e a reabilitação do segmento do
guarda-corpo que foi prejudicado por meio do acidente.
Quanto as manchas decorrentes das infiltrações e as armaduras expostas
presentes na parte inferior do tabuleiro, assim como foi citado na P02, deve-se
promover uma adequada inspeção para saber os reais motivos e causas dessas
manifestações patológicas, promovendo a limpeza das áreas e aplicando as devidas
medidas corretivas que foram citadas nas sugestões de terapia da ponte P02, tanto
para eflorescências como para armaduras expostas.

3.5 Dados da Ponte P05

A seguir, os tópicos irão mostrar, nessa ordem, a localização da ponte P05, os


dados da mesma, as fotos realizadas por ocasião das vistorias e as possíveis
sugestões de terapia para as falhas encontradas.

a) Localização

Na Figura 75, como se pode perceber, mostra a imagem da ponte (P05) vista
por satélite, descrevendo a sua extensão aproximada. Pela imagem pode-se observar
o rio que ela transpõe, sendo conhecido como Rio Jaibaras.

Figura 75 – Ponte (P05) com sua extensão detalhada.

Fonte: GOOGLE EARTH (2018).


85

b) Dados Gerais

A ponte P05, assim como a P04, está localizada na BR-222, sendo de essencial
importância para a circulação de veículos que se direcionam para a Serra da Ibiapaba.
A P05 tem como finalidade a transposição sobre o Rio Jaibaras e tem,
aproximadamente, 90 metros de comprimento por cerca de 13 metros de largura. O
sistema rodoviário é composto por duas faixas em sentido duplo. Por falta de
informações fornecidas pelos órgãos públicos, não foi possível coletar mais dados
específicos sobre a P05.

c) Classificação da Ponte

Baseado no que foi observado nas visitas, levando em consideração o tipo de


material constituinte, a ponte é classificada como uma ponte de concreto armado. O
sistema estrutural da superestrutura é composto por vigas e laje maciça e, baseando-
se no desenvolvimento planimétrico, assim como as outras, é considerada uma ponte
reta. Observar as Figuras 76 e 77 a seguir.

Figura 76 – Visão lateral da P05.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Nas Figuras 76 e 77, pode-se observar, respectivamente, as estruturas de


apoio da P05, mostrando a visão lateral de grande parte de seus pilares, e a
pavimentação da ponte, sendo destacado o passeio e as barreiras de proteção com
coloração branca.
86

Figura 77 – Visão superior da P05.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

3.5.1 Manifestações Patológicas encontradas na P05

A vistoria da ponte P05, assim como em todas as outras, foi realizada partindo
da parte superior até a parte inferior da ponte. A P05, considerando o estado de
conservação, pode ser considerada uma ponte jovem. A seguir são descritas as
manifestações patológicas observadas durante a vistoria com seus respectivos
registros fotográficos.

a) Passeio

O passeio da ponte P05 não apresentou nenhum tipo de falha ou dano sofrido
que pudesse causar problemas para a estrutura e/ou seus usuários. Na Figura 78,
pelo que se pode observar, o passeio da ponte P05 apresenta uma largura maior do
que o passeio da P04, promovendo uma melhor segurança para os seus usuários. Na
imagem também se pode observar as barreiras de proteção devidamente pintadas,
sem nenhuma inconformidade.
87

Figura 78 – Visão do passeio da P05.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

b) Pavimentação

A pavimentação, nas datas das vistorias, encontrava-se em bom estado de


conservação, sem apresentar nenhum tipo de buraco ou imperfeição. A Figura 79, a
seguir, caracteriza a situação da pavimentação da ponte P05.

Figura 79 – Visão da pavimentação da P05.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

c) Revestimento e Guarda-Corpo

Na ponte P05, pelo que se pode notar, assim como a ponte P04, não há
nenhuma proteção entre a circulação dos veículos e a dos pedestres/ciclistas. As
estruturas laterais da ponte P05 são constituídas por barreiras de proteção, revestidas
com pintura branca em perfeito estado de conservação. Deduz-se,
consequentemente, que a ponte deve ter passado por pinturas recentes, como relata
a Figura 80.
88

Figura 80 – Barreira de proteção da P05.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

d) Juntas de Dilatação

O estado das juntas de dilatação de estruturas especiais de engenharia é fator


fundamental para a satisfação dos usuários, promovendo um desconforto
considerável para os motoristas que circulam por aquela via. Nos dias que foram
realizadas as visitas, pode-se observar um desgaste considerável nas juntas de
dilatação da ponte P05. As Figuras 81 e 82 abaixo caracterizam as situações
encontradas.
Figura 81 – Junta da P05 em desgaste.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


89

Como se pode visualizar nas Figuras 81 e 82, as juntas de dilatação da P05 se


encontram com inconformidades visíveis, gerando fissuras no pavimento da ponte e
ocasionando desconforto aos usuários. É aconselhável que haja a nova execução das
mesmas, minimizando os impactos negativos causados.

Figura 82 – Junta de dilatação da P05 com inconformidades

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

e) Sistema de Drenagem

O sistema de drenagem da P05 é constituído por tubos de PVC e, como foi


observado, os elementos de drenagem que controlam o escoamento das águas
pluviais que caem sobre o pavimento não apresentavam nenhuma obstrução, como
mostra a Figura 83.
Figura 83 – Estrutura de drenagem da P05.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


90

f) Análise Inferior da Ponte

Nas datas das visitas, procurou-se observar detalhadamente a parte inferior da


ponte P05, buscando encontrar manifestações patológicas em todos os elementos
constituintes da superestrutura, mesoestrutura e da infraestrutura. Por meio da Figura
84, pode-se ter uma noção dos elementos estruturais da ponte, sendo constituída de
tabuleiro, pilares, transversinas e longarinas.

Figura 84 – Visão inferior da P05.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

Por meio das observações, em grande parte dos elementos da ponte P05,
pode-se encontrar a grande presença de manchas de umidade, eflorescências,
lixiviação e armaduras expostas. As Figuras 85, 86 e 87 mostram os fenômenos
citados.
Figura 85 – Mancha branca na transversina da P05.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


91

As Figuras 85 e 86 mostram manchas esbranquiçadas, possivelmente


ocasionadas pelas infiltrações das águas pluviais, formando depósitos de sais e
caracterizando os fenômenos conhecidos como eflorescência e lixiviação. Esses
fenômenos prejudicam a resistência mecânica das estruturas, abrindo caminho para
a entrada de gases e umidade nos elementos estruturais, acarretando futuramente,
caso não tratado, a corrosão das armaduras.

Figura 86 – Manchas em elementos estruturais da P05.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

A Figura 87 abaixo destaca-se um caso de armadura exposta presente no


tabuleiro da P05. Provavelmente, devido à grande quantidade de manchas de
umidade encontradas, a tendência é surgir inúmeros casos de armaduras expostas.
Com o propósito de evitar uma maior deterioração da ponte, deve-se inspecionar o
local, descobrir as reais causas das manifestações patológicas e aplicar as devidas
medidas corretivas.
92

Figura 87 – Armadura exposta no tabuleiro da P05.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.

3.5.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P05

Assim como nas outras pontes que apresentaram manifestações patológicas


visíveis, a ponte P05 também deve passar por medidas corretivas adequadas, com o
propósito de promover uma maior vida-útil e durabilidade para a obra de arte especial.
Inicialmente, levando em consideração as juntas de dilatação, deve-se haver a devida
reparação e/ou substituição das mesmas.
Além disso, quanto as manchas esbranquiçadas encontradas e as armaduras
expostas presentes na parte inferior do tabuleiro, assim como foi citado nas pontes
P02 e P04, deve-se promover uma adequada inspeção para saber os reais motivos e
causas das patologias, executando a limpeza das áreas e aplicando as devidas
medidas corretivas que foram citadas, inicialmente, nas sugestões de terapia da ponte
P02, tanto para eflorescências como para armaduras expostas.
93

4. FREQUÊNCIA E RESULTADOS DA QUANTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS

Fazendo-se uma análise de frequência patológica nas pontes estudadas, todas


as cinco apresentaram eflorescências e defeitos nas juntas; quatro pontes
apresentaram armaduras expostas, desagregação de concreto e desvios nas
estruturas de drenagem; e cerca de duas pontes apresentaram desgastes em seu
revestimento e pintura. Grande parte das manifestações patológicas, como foi
observado, está diretamente ligada às infiltrações de águas pluviais que penetram nos
elementos estruturais que formam as pontes, diminuindo sua durabilidade e vida útil.
A Figura 88 destaca um gráfico que mostra a frequência das manifestações
patológicas encontradas nas pontes estudadas.
Infiltrações, problemas no revestimento, drenos irregulares, manchas de
eflorescências, irregularidades nas juntas de dilatação, desagregação de concreto e
armaduras expostas foram algumas patologias que puderam ser observadas nas
vistorias. Pela observação de um número elevado de danos nas pontes, aconselha-
se ao órgão municipal responsável a criação de um plano periódico de inspeção,
realizando-se visitas in loco e buscando promover medidas corretivas para as
manifestações encontradas em suas peças estruturais.
Por fim, foi realizado um checklist em cada uma das pontes estudadas, sendo
analisadas aspectos de estabilidade, conservação, situações das lajes, vigas, pilares,
fundações e etc. Além disso, baseado nas observações realizadas, foi considerada
uma nota avaliativa para cada ponte, como se pode observar nos anexos desse
trabalho.
Figura 88 - Frequência de patologias nas pontes estudadas

Fonte: ARQUIVO PESSOAL, 2018.


94

5. POSSÍVEIS TERAPIAS CORRETIVAS

Pensando-se nas supostas medidas corretivas, principalmente devido a


maioria das patologias estarem diretamente ligadas ao escoamento das águas
pluviais que penetram nas peças estruturais, aconselha-se buscar profissionais
capacitados e que possam analisar essas obras de arte especiais e executar soluções
para esses distúrbios.
Dentre os principais problemas encontrados, as eflorescências e as
inconformidades nas juntas se destacaram em todas as pontes estudadas. Cabe,
assim, a necessidade da realização de medidas corretivas, favorecendo a melhor
segurança dos usuários desses elementos.
As eflorescências, como já foi explicado anteriormente, são considerados
aglomerados/depósitos salinos na superfície dos revestimentos, alvenarias, concretos
e argamassas, como resultado da sua exposição à água resultante de infiltrações ou
intempéries. Dentre as principais soluções para esse problema, destaca-se utilização
e aplicação de argamassas especializadas, com a presença de aditivos, havendo
também a devida preocupação com a impermeabilização do local onde está ocorrendo
essa adversidade.
As juntas de dilatação, como também já foi comentado, são responsáveis por
facilitar e promover a movimentação das obras especiais de rodovias, devendo ser
substituídas ou reconstituídas com um certo tempo de utilização. Cabe destacar que
o estado de conservação das juntas vai depender do tempo de uso e das maneiras
como ela foi executada. Para mantê-las em estado de conservação adequado, deve-
se ter maiores cuidados com a limpeza das mesmas, observando se há elementos
que possam impedir sua movimentação, deve-se promover a selagem de fissuras que
surgem com o passar do tempo no pavimento, deve-se promover a substituição do
material elastômero quando necessário, deve-se haver a preocupação frequente com
o nivelamento entre junta e pavimento e, além disso, deve-se executar a
impermeabilização para que não haja infiltrações na estrutura.
As armaduras expostas e a desagregação do concreto, como é bastante
notório, estão diretamente ligadas. Esses tipos de patologias são considerados os
mais graves e, como foi observado, apresentaram uma frequência alta nas pontes
estudadas. De maneira geral, para buscar a solução desses casos, deve-se haver
uma inspeção mais detalhada dos fatos, buscando-se descobrir a devida causa
95

dessas manifestações. Basicamente, após saber as causas, deve-se promover a


limpeza adequada do local, havendo a remoção do concreto desgastado e
promovendo a substituição por concreto de excelente qualidade. Entretanto, na
análise das armaduras, deve-se perceber se houve perda de seção e ver se haverá a
necessidade de aplicação de um reforço estrutural. Cabe destacar que, quando
solucionado, aconselha-se a aplicação de impermeabilizantes ou pinturas
apropriadas.
As inconformidades nas estruturas de drenagem, dependendo do caso, são
adversidades fáceis de se solucionar. Primeiramente, deve-se promover a execução
adequada dessas tubulações, havendo a preservação da estrutura. Aconselha-se que
haja a execução correta do transpasse dos drenos em relação aos tabuleiros das
pontes, deixando-se uma fração de dreno, funcionando como uma pingadeira e
evitando o contato entre as águas e as peças estruturais. Além disso, deve-se
promover inspeções frequentes para fiscalizar se há obstruções, evitando acúmulos
de águas pluviais da pista de rolamento.
Por fim, em relação aos problemas nos revestimentos e pinturas desgastadas,
aconselha-se a devida manutenção periódica, havendo a reabilitação e execução de
novos revestimentos cerâmicos ou de pinturas de boa qualidade. Cabe destacar, que
essas atividades se tornam relevante, principalmente devido ao fato de embelezar e
manter as características arquitetônicas das obras de arte especiais.
96

6. CONCLUSÃO

Através das inspeções realizadas nas cinco pontes, realizando-se vários


registros fotográficos, pode-se concluir que as eflorescências, inconformidades nas
juntas e corrosão nas armaduras dos elementos estruturais das pontes são as
manifestações patológicas mais incidentes.
Os inúmeros casos de patologias encontrados reforçam a urgência de uma
intervenção imediata nessas pontes. Estas intervenções devem ser realizadas por
profissionais capacitados, para que, assim, seja definido o melhor método de
recuperação e/ou reforço nos elementos danificados. Cabe destacar também, a
importância da criação de um plano de manutenção periódica e não somente realizar
serviços de pintura. Um plano de manutenção e inspeção poderá evitar, facilmente, a
proliferação de patologias graves nas estruturas especiais de engenharia.
Fica como sugestão para eventuais trabalhos futuros a proposta de realização
de um estudo de caso mais detalhado, sendo realizado uma perícia que possa
identificar as devidas causas das manifestações patológicas registradas nas cinco
pontes, com a utilização de equipamentos e aparelhos adequados, principalmente nas
que foram observados números elevados de armaduras expostas e em estado de
corrosão. Além disso, seria interessante a realização de testes in loco como o de
resistência do concreto e o de carbonatação. Por meio deles, colheria-se informações
mais aprofundadas dessas pontes, podendo-se promover as devidas medidas
corretivas para esses elementos.
97

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Pini, 1989

VELLOSO, D. A.; LOPES, D. R. Fundações. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, v.I.
2011.

VITÓRIO, Afonso. Fundamentos da patologia das estruturas nas perícias de


engenharia. Instituto Pernambucano de Avaliações e Perícias de Engenharia. Recife,
2003.
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ANEXOS
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FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
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FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
detectados no elemento.
elemento. O quadro a seguir correlaciona essa nota com a categoria dos problemas
de 1 a 5, a qual refletirá a maior ou a menor gravidade dos problemas existentes no
Será atribuída a cada elemento componente da ponte uma nota de avaliação, variável
SGO v3 para gerenciamento de pontes no DNIT)
(Para a avaliação de elementos de pontes com função estrutural, conforme o Sistema
DANOS NO
NOTA ELEMENTO/INSUFICIÊNCIA AÇÃO CORRETIVA CONDIÇÕES DE CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES
ESTRUTURAL ESTABILIDADE DA PONTE

INSTRUÇÕES PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS DE AVALIAÇÃO


Não há danos nem insuficiência Nada a fazer.
5 estrutural. Boa Obra sem problemas

Há alguns danos, mas não há Nada a fazer; apenas


sinais de que estejam gerando serviços de
4 Boa Obra sem problemas importantes
insuficiência estrutural manutenção.

Há danos gerando alguma A recuperação da obra Obra potencialmente problemática


insuficiência estrutural, mas não há pode ser postergada, Recomenda-se acompanhar a evolução dos
sinais de comprometimento da devendo-se, porém, Boa problemas através das inspeções rotineiras, para
3
estabilidade da obra. neste caso, colocar-se aparentemente detectar, em tempo hábil, um eventual
o problema em agravamento da insuficiência estrutural.
observação sistemática.

Há danos gerando significativa A recuperação Obra problemática


insuficiência estrutural na ponte, (geralmente com Postergar demais a recuperação da obra pode
2 porém não há ainda, reforço estrutural) da levá-la a um estado crítico, implicando também
Sofrível
aparentemente, um risco tangível obra deve ser feita no sério comprometimento da vida útil da estrutura.
de colapso estrutural. curto prazo. Inspeções intermediárias1 são recomendáveis
para monitorar os problemas.
Há danos gerando grave A recuperação Obra crítica
insuficiência estrutural na ponte; o (geralmente com Em alguns casos, pode configurar uma situação
elemento em questão encontra-se reforço estrutural) - ou de emergência, podendo a recuperação da obra
em estado crítico, havendo um em alguns casos, ser acompanhada de medidas preventivas
1 Precária especiais, tais como: restrição de carga na ponte,
risco tangível de colapso estrutural. substituição da obra -
deve ser feita sem interdição total ou parcial ao tráfego,
tardar. escoramentos provisórios, instrumentação com
leituras contínuas de deslocamentos e
deformações. etc.
(1) Inspeções Intermediárias, no presente contexto, significa novas Inspeções a intervalos de tempo inferiores aos normais. Obs.: A nota
final da ponte corresponde a menor dentre as notas recebidas pelos seus elementos com função estrutural.

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