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N1 de Mediação

Alunos: Antonio Porto, Lucas Pita e Enak Pouso

II- FUNDAMENTAÇÃO

É mister que para qualquer procedimento de mediação ou arbitragem, imperem os


princípios estabelecidos por lei e as diretrizes internacionais. Entre estas, de grande
importância o princípio da imparcialidade, cerne da discussão que visa a impugnação do
Dr.Marcelo.
Diz a Lei de Arbitragem que qualquer pessoa capaz e gozadora de confiança entre as
partes poderá atuar como árbitro caso seja nomeado 1. Todavia, assim como no processo
judicial, é necessário passar por um crivo de imparcialidade em dependência para garantia
do bom funcionamento do procedimento.
Com base no caso, ficou-se demonstrada a provável parcialidade tanto por razões legais,
quanto pela realidade social em tela. Já que o árbitro é irmão de sangue da advogada, sócia
do escritório contratada pela REQUERIDA.
Conforme o §6° do artigo 13 da Lei de Arbitragem 9.307/96:
No desempenho de sua função, o árbitro deverá proceder com imparcialidade, independência,
competência, diligência e discrição
O princípio da imparcialidade pode ser entendido como uma equidistância que o árbitro
deve guardar em relação às partes, tem um caráter subjetivo e deve ser observado em
todas as fases do procedimento.
O princípio da independência, por outro lado tem um caráter objetivo, e deve ser observado
de uma relação do árbitro com as partes, relação que pode ser negocial, profissional ou
social. Todavia, sempre a partir de um prisma objetivo.
Nessa linha, tem-se o artigo 14 da referida Lei:
“Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as partes ou
com o litígio que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos de
impedimento ou suspeição de juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos
deveres e responsabilidades, conforme previsto no Código de Processo Civil”.
O CPC em suas hipóteses de impedimento ou suspeição, colocar uma vedação expressa
para as hipóteses em que o juiz tenha uma relação consanguínea com advogado de uma
das partes, ou mesmo que este seja apenas um dos advogados do escritório.
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:

1 Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes.
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

Ora, se a lei determina que o impedimento é presumido na hipótese em que o juiz tem uma
relação com um simples advogado do escritório, esse impedimento é ainda maior no caso
em tela, pois o árbitro é irmão não de um mero advogado, mas da própria sócia do escritório
da REQUERIDA.
Nessa linha, temos o que a IBA (International Bar Association) determina como dúvida
justificada, a qual pode acabar por configurar hipótese de impedimento (imparcialidade) e
exige do árbitro a obediência ao princípio da revelação.
A IBA classifica como dúvida justificada toda aquela em que um terceiro razoável, com
conhecimento dos fatos e circunstâncias acordasse que existe a possibilidade de um árbitro
ser influenciado na sua decisão por fatos alheios ao mérito da causa nos termos em que
apresentada pelas partes.2
Seguindo a determinação, o árbitro se pronunciou e revelou que é irmão de uma das sócias
que atua como advogada das partes, todavia ele se omitiu em alertar que o próprio faz parte
de um escritório que atua em causas representando tanto REQUERIDA como a
REQUERENTE, só se pronunciando a respeito deste fato após sua contestação com o seu
pedido de impedimento.
Resta, que além de DÚVIDA JUSTIFICADA impera sobre o arbítro forte indícios de
parcialidade decorrentes da própria situação natural de parentesco com as partes. Embora
ele mesmo alegue que não exista dependência (relação objetiva), é extremamente
improvável que um irmão não tenha nenhum traço de parcialidade ou dependência com o
outro.
A imparcialidade é improvável, pois ao mesmo passo que é quase impossível um irmão ter
uma relação neutra ou equidistante tratando-se de seu próprio sangue, existindo uma
grande chance de preferência. Caso não exista essa preferência, existe a chance de um
desgosto ou de um ensejo que não permita uma análise totalmente distante dos fatos, vide
que é muito mais provável que alguém tenha sentimentos de afeto ou até mesmo de
desafeto entre seu irmão mas não que não tenha sentimento nenhum.
Por esta razão, segue ainda a previsão legal constante do art.213 da LEI DE
ARBITRAGEM, em especial seu : § 2º Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral
2 Diretrizes da IBA sobre Conflitos de Interesses em Arbitragem Internacional
os princípios do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de
seu livre convencimento.

III - Dispositivo

Conforme visto, e com base nos artigos 144, incisos III e IV do CPC, artigos 13, 14 e 21 da
Lei de Arbitragem, e com base no IBA, é julgado procedente o pedido de impugnação do
árbitro formulado pela requerida, contendo assim a obrigatoriedade do árbitro de se abster
do procedimento, não podendo permanecer em vista de suas relações interpessoais com
uma das partes.
Ressaltamos que o princípio da imparcialidade e da independência deve ser a base de
qualquer mediação. Em razão disso, estes princípios não são apenas diretrizes provindas
de órgãos internacionais, mas são expressos em lei e determinados pela própria Lei de
Arbitragem.

3 Art. 21. A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes na convenção de


arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão arbitral institucional ou entidade
especializada, facultando-se, ainda, às partes delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral,
regular o procedimento.

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