Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Vamos lá!
Assista ao vídeo
Crime comum: é aquele que não exige nenhuma qualidade específica do sujeito
ativo para sua prática.
Crime próprio: é aquele que exige determinada qualidade do sujeito ativo para
sua prática. A doutrina admite a autoria mediata, a coautoria e a participação nos
crimes próprios.
São exemplos o peculato, no qual se exige a qualidade de funcionário público
(crime funcional); o autoaborto, que só pode ser praticado pela própria grávida; e
o delito de entrega de filho menor a pessoa inidônea, o qual só pode ser praticado
pelos genitores.
Crime de mão própria: é aquele que somente pode ser praticado pela própria
pessoa, por si mesma. Só se admite a participação em crime de mão própria,
ressalvado o caso de perícia assinada por dois profissionais, caso em que a
doutrina entende excepcionalmente cabível a coautoria. Também denominado
de delito de conduta infungível.
Crime de mera conduta: é aquele cujo resultado naturalístico não pode ocorrer,
porque sequer há a sua descrição. É o caso do crime de ato obsceno, assim como
o de violação de domicílio.
Quanto à necessidade de lesão ao bem jurídico para sua
consumação
Crime de perigo: é aquele que, para que se considere consumado, exige apenas
que o bem seja exposto a perigo. Portanto, a efetiva ocorrência de dano ao bem
jurídico protegido pela lei penal é desnecessária para que o crime se consume.
De potencial perigo: defendida dentre outros, por Claux Roxin, exige-se, para
esta modalidade de crime, a realização de uma conduta e a necessária produção
de um ambiente de perigo em potencial, mesmo que em abstrato, de modo que a
atividade descrita no tipo penal crie condições para afetar os interesses
juridicamente relevantes. Não se exige a demonstração do perigo concreto
efetivamente criado em relação ao bem jurídico, mas não basta a mera conduta
típica. Referidos crimes não exigem que exista uma vítima ou mais vítimas
determinadas ou passíveis de determinação, mas o comportamento deve
representar um perigo potencial ao bem jurídico protegido.
Por dever legal: aquele que tenha por lei obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância. É o caso dos pais em relação aos filhos menores. Se
deixarem de alimentá-los, podem responder pelo homicídio, um delito, no
caso, omissivo impróprio.
Por dever de garantidor: é o sujeito que, de outra forma, assumiu a
responsabilidade de impedir o resultado. É o salva-vidas de um clube, que,
por vínculo de trabalho, se obriga a salvar uma criança que se afoga e pode
responder pelo resultado morte, caso se abstenha de agir.
Por ingerência na norma: é aquele que, com seu comportamento anterior,
criou o risco da ocorrência do resultado. O sujeito que pôs fogo na mata,
que se alastrou e não avisa os seus empregados rurais, que podem ser
atingidos pelo fogo, responderá por sua abstenção, no caso de sofrerem
lesão corporal.
Crime de conduta mista: é aquele cujo tipo prevê uma ação, seguida de uma
omissão, sendo que ambos os comportamentos são necessários para a sua
configuração. O exemplo é o crime de apropriação de coisa achada, do artigo
162, inciso II, do CP. O tipo penal é o seguinte: “quem acha coisa alheia perdida
e dela se apropria, total ou parcialmente, [conduta comissiva] deixando de
restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
competente, dentro no prazo de quinze dias [conduta omissiva].”
Crime simples: é aquele que é formado por um único tipo penal, não resultando
da reunião de outros tipos. Exemplos: infanticídio e furto.
Crime plurissubsistente: é aquele cuja prática exige mais de uma conduta para
sua configuração. É o caso do homicídio, da extorsão mediante sequestro e do
estelionato.
É o critério de a lei penal prever ou não uma forma determinada para a prática da
infração penal, sendo que só se configurará o delito se o sujeito ativo agir
daquele modo específico para a realização típica:
Crime de forma livre: é aquele que não prevê uma forma específica de
realização do núcleo do tipo, como o furto e o homicídio.
Curandeirismo
Crime plurilocal: é aquele que percorre, em sua prática, mais de um lugar, mas
dentro do mesmo território soberano.
Crime de fato transeunte (delicta facti transeuntes): é aquele que não deixa
vestígios, tornando desnecessária a realização do exame de corpo de delito. É o
caso da injúria verbal e do ato obsceno.
Crime militar impróprio: é aquele que está previsto na legislação penal militar,
mas possui tipificação também como crime não militar. São exemplos o furto e o
homicídio.
Crime vago: é aquele que possui sujeito passivo imediato um ente sem
personalidade jurídica, como a coletividade. É o crime de ato obsceno.
Crime de dupla subjetividade passiva: é aquele que possui mais de um sujeito
passivo imediato. É o caso do aborto sem consentimento da gestante (artigo 125
do CP) e de violação de correspondência (artigo 151 do CP).
Crime mono-ofensivo: é aquele que atinge apenas um bem jurídico, como furto,
que ofende o patrimônio.
Os crimes se classificam:
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Outras classificações:
O crime pode ser expressamente subsidiário, como ocorre com o artigo 132 do
Código Penal, que prevê o crime de perigo para a vida ou a saúde de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais
grave.
Art. 242 – Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem;
ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente
ao estado civil:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
Crime habitual: é o crime que exige uma reiteração de atos para sua
consumação, sendo que a doutrina aponta ser necessária a demonstração do estilo
de vida do agente. São exemplos o rufianismo e a casa de prostituição.
Crime de ação violenta: é aquele praticado com emprego de força física ou com
grave ameaça. O exemplo pode ser o estupro.
Art. 304 – Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se
referem os arts. 297 a 302:
Espero que este estudo contribua para a realização dos seus objetivos. Desejo
sucesso e deixo um forte abraço,
Posts Relacionados
Compartilhe:
Michael Procopio
Juiz Federal (TRF1). Ex-Juiz de Direito (TJSP). Pós-graduado em Filosofia e Teoria do Direito (PUC
Minas) e em Justiça Constitucional e Tutela Jurisdicional dos Direitos Fundamentais (Universidade de
Pisa).
Icaro 04/06/2019 às 21:11
No crime a prazo o artigo citado está errado, o crime de apropriação de coisa achada é o artigo 169 e n o
162.
Denisete 19/03/2019 às 17:39
Excelente!!!
Muito bom Professor.
Ver mais comentários
DEIXE SEU COMENTÁRIO:
Comentário
Nome
Email (Não será divulgado)
Enviar
CATEGORIAS
CONCURSOS PÚBLICOS
o ÁREA FISCAL
o TRIBUNAIS
o CARREIRAS POLICIAIS
o CARREIRAS JURÍDICAS
o CARREIRAS BANCÁRIAS