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ECONOMIA

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Pequenas empresas buscam crédito para salários, mas


bancos dificultam
Vinícius Pereira
Colaboração para o UOL, em São Paulo
08/05/2020 04h00
Atualizada em 08/05/2020 10h58

O governo anunciou uma linha de crédito emergencial para ajudar pequenas e


médias empresas a pagarem os salários dos seus funcionários, em meio à crise
gerada pelo coronavírus. Porém, empresários e entidades reclamam que o
dinheiro não chega à ponta final por burocracia e exigências dos bancos. Os
bancos dizem que o dinheiro está à disposição.

A linha de crédito para bancar a folha de pagamento por dois meses,


anunciada no final de março, é ofertada em conjunto entre o BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), responsável por 85% do
crédito, e os bancos privados, que ficam com 15% do total. O empréstimo tem
carência de seis meses para primeira parcela, prazo de 30 meses para pagar e
taxa de juros prefixada em 3,75%, condições válidas para empresas que
tiveram faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões no ano de 2019.

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Segundo dados do Banco Central, só 1% do Orçamento (R$ 413,4 milhões de


um total de R$ 40 bilhões) foi emprestado.

Dinheiro não chega às empresas, dizem entidades

Entidades e empresários afirmam que a burocracia e os entraves dos bancos


para a concessão do dinheiro fazem com que o crédito não chegue às
empresas.

Pesquisa do Sebrae realizada no início de abril mostrou que 60% dos pequenos
negócios que buscaram empréstimo tiveram crédito negado. Para o presidente
do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi),
Joseph Couri, o crédito ainda não chega à ponta final pois os bancos não
liberam o crédito com medo da inadimplência.

 A coisa pega na análise de crédito, pois os bancos usam uma metodologia


de análise de crédito velha, de antes da crise, para um momento novo. Pela
primeira vez, o dinheiro não é do banco. O dinheiro vem do Tesouro e, se o
risco é do Tesouro, é um problema esse dinheiro não chegar na ponta.
Joseph Couri, presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi)

Segundo Couri, se o crédito não for liberado de maneira ampla, as empresas


irão demitir cada vez mais durante a crise.

"Se continuarmos com esse critério, o dinheiro não chegará na ponta, e as


empresas estão tentando se defender para sobreviver. Então, a empresa
demite, reduz salário e jornada, e aperta muito todo o cerco de sobrevivência",
disse.

O presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), em


São Paulo, Percival Maricato, disse que poucos empresários do setor
conseguiram financiar as folhas de pagamento com a linha especial.

"Há muita reclamação. Alguns empresários dizem que os bancos oferecem


linhas próprias, outros [reclamam] de muita burocracia, com dificuldades
grandes", disse.

Dono de restaurante demitiu 16 de 20 pessoas

O empresário Gerson Higuchi, dono de um restaurante na zona leste de São


Paulo, afirmou que não conseguiu a linha e, por isso, teve que dispensar 16 dos
20 funcionários. Segundo ele, algumas regras específicas dos bancos
dificultam o acesso das empresas à linha de crédito especial.

"Há uma série de regras que inviabilizam o empréstimo às empresas. O


principal seria que a equipe tivesse conta salário nos bancos, mas meus
funcionários tinham contas normais", disse. "Seria só mediante conta salário e,
mesmo que eu abrisse conta salário, não conseguiria crédito."

Segundo ele, a empresa está em débito de alguns tributos desde o último mês,
quando a pandemia já tinha afetado os negócios. Por isso, além do problema
das contas, o restaurante também não conseguiria o crédito devido à
impossibilidade de comprovar que todos os impostos estão quitados em dia —
uma das condições necessárias.

 Por esse fato, já fui descartado nessa seleção. Por causa do coronavírus,
eu não paguei um imposto, então, eu também não poderia gerar a carta
comprovando a quitação dos impostos e ter acesso a alguma linha de
crédito.
Gerson Higuchi, dono de um restaurante na zona leste de São Paulo
Queixas no ReclameAqui

No site ReclameAqui, há diversos empresários que se queixam da


impossibilidade de acessar a linha de crédito anunciada pelo governo
Bolsonaro.

"Fui tentar pegar o empréstimo para folha de pagamento, garantido pelo


governo e descobri que só tem acesso quem usa o serviço de RH do banco. E
esse mesmo serviço só aceita funcionários que tenham conta salário", reclamou
uma empresária.

Bancos afirmam que linha está ativa

Procurados, todos os cinco grandes bancos do Brasil disseram que já


oferecem a linha, mas as condições anunciadas variam de acordo com a
instituição financeira.

O Banco do Brasil informou que o crédito também está disponível às empresas


conveniadas ao banco. Segundo a instituição, há carência de seis meses no
crédito, mas os juros desse período de carência serão diluídos nas parcelas de
capital. Além disso, não haverá cobrança de IOF.

O Bradesco disse que oferta a linha desde o início de abril, com um crédito
pré-aprovado pelo Net Empresa ou no Net Empresa Celular. Há também a
possibilidade de solicitar o crédito em agências e pelo telefone.

O Santander informou que a empresa elegível precisa ter a folha de pagamento


no banco, CNPJ ativo, que pode ser consultado na Receita Federal, e sem
atrasos de até 30 dias com a instituição financeira. A contratação é realizada
pela internet.

O Itaú Unibanco informou que a contratação é feita online. As empresas


elegíveis não podem ter atrasado operações de crédito nos últimos seis meses

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