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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário

Seminário II
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO,
MANDADO DE SEGURANÇA E LIMINARES

ALUNO: JOÃO VICTOR DE OLIVEIRA RODRIGUES TEIXEIRA

Questões

1. No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa
“exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i) o lançamento,
(ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos estes atos? (vide anexo I a
IV).
O conceito jurídico de exigibilidade, inscrito no art. 151 do CTN, tem a ver com o momento
de constituição do crédito tributário, em que, após a definição objetiva, concreta e individual
dos critérios material, temporal, espacial, pessoal e quantitativo relativos ao respectivo fato
imponível obedecidos os pressupostos de validade do ato administrativo bem como indicados
os termos e condições para sua quitação pela autoridade competente, torna-se líquida e certa
a obrigação tributária, surgindo, consectariamente, para o sujeito ativo o direito de cobrar o
referido crédito e, para o passivo, o dever de pagá-lo.
Há corrente doutrinária e jurisprudencial em sentido divergente, que entende que o atributo
da exigibilidade tal como ocorre nas relações de direito cambiário apenas emerge quando do
inadimplemento da prestação no prazo estabelecido, e não no exato momento do ato
constitutivo do crédito tributário.
O principal efeito decorrente da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, prevista no
dito dispositivo legal, consiste, como a própria expressão enuncia, na impossibilidade
temporária de exigência do crédito pelo sujeito ativo, sem que se dispense, contudo, o
cumprimento das obrigações acessórias que dependam ou decorram daquela principal.
Observe-se que, a despeito do equívoco cometido pelo legislador ordinário quanto à
nomenclatura atribuída ao Capítulo III, da Lei 5.172/1966, o que ocorre não é a suspensão do
crédito tributário, mas sim sustação de sua exigibilidade. Este, salvo a ocorrência
superveniente de quaisquer das hipóteses de extinção da obrigação tributária ou da verificação
da incidência de vícios, formais ou materiais, que afetem a higidez do ato administrativo que
lhe deu ensejo (previstas, v.g., no art. 149, do CTN), permanecerá intacto após o lançamento.
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário, conforme entendimento jurisprudencial
firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, não tem o condão de impedir a regular constituição
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do crédito tributário, operada através do lançamento, mas sim de obstar os atos contra o
contribuinte que visem à cobrança do respectivo crédito, tais como a inscrição em dívida ativa,
a execução fiscal e a penhora. Acresce dizer que o dito ato de lançamento, sendo vinculado e
obrigatório, visa impedir a decadência do direito de constituição do crédito tributário.
Importa mencionar que, caso a hipótese de suspensão da exigibilidade enfrentada seja aquela
prescrita no inciso II do art. 151, do CTN consoante posicionamento do STJ exarado no AgRg
no REsp nº 1.213.3191, de relatoria do Ministro Castro Meira, considera-se ocorrido o
lançamento tácito do crédito, caso a Fazenda aceite como integral o respectivo depósito, razão
pela qual não mais se poderia cogitar do transcurso do prazo decadencial nem na necessidade
de seu lançamento de ofício.

2. Em que sentido a expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do CTN? Essa
expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos (e.g. multa por
desrespeito aos deveres instrumentais)?
A significação jurídica da expressão crédito tributário, empregada pelo legislador no art. 151
do CTN, diz respeito à obrigação tributária surgida da concretização, no mundo jurídico, da
hipótese de incidência prevista em lei tornada líquida, certa e (não subsistindo quaisquer das
hipóteses de sustação da exigibilidade) exigível por efeito do ato jurídico administrativo de
lançamento.
O crédito tributário deve ser tomado como o [...] direito subjetivo do sujeito ativo, ao qual se
contrapõe o débito tributário, entendido como o dever jurídico do sujeito passivo, propõe
Paulo de Barros Carvalho.
Quanto à possibilidade de essa expressão congregar liames decorrentes da prática de atos
ilícitos, interessa, inicialmente, examinar o texto do art. 139, do CTN, que designa o crédito
tributário como sendo decorrente da obrigação principal e tendo [...] a mesma natureza desta.
Neste sentido, a significação de obrigação tributária constante na Lei 5.172/1966, inscrita em
seu art. 113, constata-se que tal obrigação pode ser principal ou acessória. Indica o § 1º desse
dispositivo legal que a obrigação principal tem como objeto o [...] pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
Importa considerar, entretanto, que tais obrigações a de pagar tributo e a de pagar penalidade
pecuniária embora possam consubstanciar o crédito tributário, decorrem de relações jurídicas
distintas e emanam de atos administrativos diversos.
O próprio conceito jurídico de tributo inscrito no art. 3º, do CTN como sendo toda prestação
pecuniária compulsória que não constitua sanção de ato ilícito seria, a rigor, semanticamente
incompatível com a ideia de o crédito tributário comportar liames decorrentes da prática de
ilícitos.
O lançamento, como preleciona Paulo de Barros Carvalho, produz regra cujo antecedente é o
fato lícito e o consequente, uma relação jurídica de tributo. Já o ato de aplicação de penalidade
consistente no auto de infração, veicula norma que tem [...] no suposto, a descrição de um
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delito e, no consequente, a instituição de liame jurídico sancionatório [...], seja pelo


inadimplemento da prestação tributária em tempo hábil, seja pela inobservância às obrigações
acessórias.

3. As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do


CTN são taxativas? (vide anexo V). Considerando que não houve alteração nos art. 151 do
CTN, pergunta-se:
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança bancária e
do seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão do crédito tributário
prevista no art. 151, II, do CTN?
Como se pode depreender da leitura do art. 111, inciso I, da Lei 5.172/1966, que impõe a
interpretação literal da legislação tributária que disponha sobre suspensão e exclusão do
crédito tributário, bem como do art. 141 desse Codex, segundo o qual o crédito tributário
regularmente constituído somente tem sua exigibilidade suspensa nos casos previstos em seu
bojo, as hipóteses de suspensão do crédito tributário insertas no artigo 151 do CTN são
definidas em numerus clausus.
O STJ, ao editar a súmula 112, firmou entendimento no sentido de apenas ser possível a
suspensão da exigibilidade do crédito tributário caso o depósito for integral e em dinheiro.
Lado outro, vale examinar o teor do acórdão proferido no REsp 1.381.2544, de relatoria do
ministro Napoleão Nunes Maia Filho, em que se distingue o crédito tributário em sentido
estrito daquele pertinente à multa administrativa imposta no exercício do poder de polícia,
para o qual diante da alegada inexistência de previsão legal de suspensão da exigibilidade de
crédito não tributário caberia a aplicação normativo-integrativa do art. 835, § 2º, do CPC e,
portanto, a utilização da fiança bancária e do seguro garantia para fins de suspensão da
exigibilidade de tais créditos.

b) As espécies de tutela provisória previstas no CPC/15 se aplicam ao Processo Tributário?


Tais medidas têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário?
Fundamenta-se a aplicação das espécies de tutela provisória previstas nos arts. 294 e ss. do
CPC/15 ao processo tributário por força do expresso no inciso V do art. 151 do CTN incluído
pela Lei Complementar nº 104, de 10 de janeiro de 2001, de modo que tais medidas são meios
hábeis à suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
Relevante consignar que o novo CPC prevê, como analisa Humberto Theodoro Júnior, três
técnicas processuais de tutela provisória tendentes à minoração dos efeitos deletérios do tempo
sobre o direito objeto de litígio: a tutela provisória de urgência (i) cautelar (conservativa) e a
(ii) antecipatória (satisfativa), calcadas na probabilidade do direito e no combate ao perigo do
dano; bem como a (iii) tutela de evidência, que visa não necessariamente obstar o perigo do
dano mas sim distribuir o ônus do tempo do processo de modo justo.
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4. Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da
constituição do crédito tributário, pergunta-se: trata-se de faculdade do contribuinte? Há
distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e prestação de caução? O
levantamento do depósito judicial pelo contribuinte vincula-se ao êxito (com trânsito em
julgado) da ação pelo contribuinte ou o juiz pode a qualquer tempo autorizar o levantamento
do depósito? (vide anexo VI).
O depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória, naturalmente proposta antes
da constituição do crédito tributário, é uma faculdade do sujeito passivo.
Quando realizado em seu montante integral, além de sustar a exigibilidade do crédito
tributário, impede a incidência dos juros de mora e atualização monetária da dívida que que
ficam sob o encargo do juízo depositário.
A distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II, do CTN e prestação de caução
decorre exatamente da taxatividade das hipóteses de suspensão do crédito tributário: entre
ambos, apenas o depósito do montante integral previsto no inciso II tem o condão de sustar a
exigibilidade do crédito.
A possibilidade de exigência de caução real ou fidejussória idônea, presente no § 1º do art.
300, do CPC, diz respeito a uma faculdade do juiz, que, conforme o caso, poderá exigi-la a
fim de garantir o ressarcimento dos danos que a outra parte possa vir a sofrer, ou dispensá-la
caso a parte hipossuficiente não possa oferecê-la. Não representa, portanto, condição
inafastável para suspensão da exigibilidade do crédito tributário, mas um dos instrumentos
processuais que integram o instituto da tutela de urgência.
Há também no art. 7º, III, da Lei 12.016/2009, prevista como faculdade do juiz, a possibilidade
de exigência de caução, fiança ou depósito, que, como no caso da tutela de urgência, não
representa, de per si, condição para sustação da exigibilidade do crédito tributário.
Acerca da vinculação entre a possibilidade de levantamento do depósito judicial pelo
contribuinte e seu êxito na ação, importa o exame do art. 32, § 2º, da Lei 6.830/1980, que
impõe a devolução ao depositante (subentende-se que na hipótese de procedência da demanda)
ou conversão em renda pela Fazenda (supõe-se que no caso de improcedência) do valor
depositado, monetariamente atualizado, após o trânsito em julgado da decisão, sem, contudo,
tratar expressamente da hipótese de extinção do feito sem resolução do mérito.
Do estudo do anexo VI, observa-se que a jurisprudência prevalecente aponta para cabimento
da conversão do depósito em renda, quando da ocorrência de sentença terminativa, sob o
fundamento de que a ―[...] o cumprimento da obrigação tributária só pode ser excluída por
força de lei ou suspensa de acordo com o que determina o art. 151 do CTN. Fora desse
contexto o contribuinte está obrigado a recolher o tributo.

5. A partir da vigência do CPC/15 foi instituído um novo fundamento para a concessão de tutela
provisória, a evidência do direito, tal como preveem os arts. 294 e 311. Pergunta-se:
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a) Identifique a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar. É possível a concessão de


tutela provisória antecipada em mandado de segurança? Ou em mandado de segurança tão
somente é admissível medidas provisórias de natureza cautelar?
A tutela antecipada e a tutela cautelar, embora conservem o traço comum da provisoriedade,
distinguem-se essencialmente quanto a finalidade: a primeira, de natureza satisfativa, visa
como já enuncia a expressão à antecipação os efeitos que adviriam apenas ao termo da ação,
com o ato decisório final; a segunda, de natureza conservativa, destina-se a garantir a eficácia
da prestação jurisdicional, acautelando o resultado útil do processo.
Ademais, importa considerar que toda medida antecipatória dos efeitos da tutela jurisdicional
tem embora seja predominantemente satisfativa sob certa perspectiva, também natureza
acautelatória, eis que tendente à minoração os efeitos prejudiciais do tempo do processo sobre
o direito da parte o que escuda, por via oblíqua, o resultado útil da prestação jurisdicional,
considerando que tal medida contempla a reversibilidade como premissa.
Tomando-se a dicção do art. 7º, III, da Lei 12.016/2009, observa-se, inclusive, que os
requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora são comuns a ambas as formas de
antecipação de tutela, diferindo (i) quanto à natureza da prova que lhe instrumentaliza (no
mandamus, prova hábil a compor, a posteriori, o juízo exauriente do julgador); (ii) quanto à
finalidade prevalecente (uma satisfativa, outra conservativa).

b) É cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidência do


direito a partir da vigência do CPC/15? Ou diante das disposições da Lei Federal n. 12.016/09,
apenas é cabível o requerimento de liminares fundadas em urgência, a outra espécie de tutela
provisória prevista no CPC/15?
Sobre o cabimento de requerimento liminar em mandado de segurança fundada na evidência
do direito a partir da vigência, insta atentar para a decisão proferida pelo Superior Tribunal de
justiça no Mandado de Segurança nº 23.050 – DF (2016/0336531-1), cuja relatoria é da
Ministra Laurita Vaz, que considera não ser cabível, na ambitude da ação mandamental, o
pedido de antecipação de tutela fundada na evidência, posto que este prescinde do periculum
in mora e não teria natureza acautelatória.
Lado outro, propõe Paulo Cesar Conrado, que o estatuto processual civil brasileiro não
definiu, expressamente, se a providência prevista em seu art. 311 seria de natureza cautelar ou
satisfativa, o que deixaria subentender a possibilidade de tal técnica antecipatória de tutela.
Confrontando tais premissas, conclui-se tendo-se em vista, inclusive, o diálogo das fontes
como instrumento hermenêutico voltado à consecução dos objetivos que os vetores
axiológicos que integram a técnica processual de cognição sumária e antecipatória de tutela
devem prevalecer sobre a aplicação estrita (e inconsequente) do direito posto, que apenas
atenda a formalidades técnicas em detrimento da efetiva prestação jurisdicional (que, em
última análise, visa à proteção de direitos). Tal posicionamento, a despeito de aparentemente
fustigar o sobreprincípio da segurança jurídica, o privilegia.
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Isto porque elimina as eventuais dissonâncias inerentes a inesgotabilidade e heterogeneidade


da atividade legislativa e consolida a unidade axiológica do sistema jurídico. Desse modo,
como útil técnica processual de distribuição do ônus do tempo do processo, considero
inteiramente cabível o emprego do instituto da tutela provisória, incluindo-se aquela de
evidência, ao procedimento do Mandado de Segurança.

6. Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. obteve liminar em Mandado de
Segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que posteriormente foi
“cassada” pela sentença de denegação da segurança. Pergunta-se:
a) na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o recebimento de sua
apelação, nos efeitos suspensivo e devolutivo, tem o condão de afastar os efeitos da sentença
e reconstituir os efeitos da liminar? Responder a pergunta considerando as disposições do
CPC/15 a respeito dos efeitos da apelação (vide anexo VII).
Examinando-se o teor da decisão constante no anexo VII, em cotejo com o que dispõe o art.
1.012, da Lei 13.105/2015 — que determina que a apelação terá efeito suspensivo, salvo nas
hipóteses previstas no § 1º, quando a sentença começará a produzir imediatamente seus
efeitos, dentre as quais aquela descrita no inciso V, respeitante ao provimento judicial que
confirma, concede ou revoga tutela provisória constata-se, conquanto o decisum date de
momento anterior a edição do CPC/15, haver consonância com o prescrito no § 4º do
dispositivo legal em lume que prevê a possibilidade de suspensão da eficácia da sentença pelo
relator caso o apelante demonstre a probabilidade de provimento do recurso, ou se, sendo
relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Assim, é imprescindível o estudo das circunstâncias materiais postas sob exame do Poder
Judiciário para que se possa aferir a pertinência do afastamento dos efeitos da sentença que
desconstituiu os efeitos da liminar.
b) Há incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o crédito
tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em
Mandado de Segurança, posteriormente cassada por ocasião da sentença? E se a liminar foi
concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo? (vide anexos VIII e IX).
Conquanto subsista o dissenso jurisprudencial, e da análise isolada do texto da súmula 405 do
Supremo Tribunal Federal se possa extrair orientação no sentido de serem retroativos os
efeitos da sentença denegatória da segurança ou da decisão em agravo que torne sem efeito a
liminar anteriormente concedida, parcela ponderável da doutrina considera ser indevida a
imposição do pagamento de multa e juros moratórios em relação ao período em que a
exigibilidade do crédito esteve suspensa.
Segundo a predita parcela da doutrina, a sentença denegatória da segurança ou a decisão que
torne sem efeito a liminar deve afetar apenas fatos futuros, sob o risco de ofender-se o
sobreprincípio da segurança jurídica. Esclarece Paulo de Barros Carvalho que a cassação da
liminar nada mais seria uma norma, individual e concreta, revogadora, que [...] não tem o
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condão de fazer desaparecerem os efeitos decorrentes da norma revogada. Seus efeitos são ex
nunc, não atingindo atos praticados sob a égide da norma anterior.
O entendimento de que a concessão de medida liminar obstaria a incidência de juros de mora
encontra amparo, inclusive, no art. 63, § 2º, da Lei 9.430/1996, que estabelece tal interrupção
num intervalo que se estende desde a concessão da medida judicial até trinta dias após a data
da decisão que considerar devido o tributo.
Diante dessas considerações, revela-se indevida a incidência de multa e juros moratórios em
relação ao período em que o vigorou a sustação da exigibilidade do crédito tributário em razão
de medida liminar concedida em Mandado de Segurança e posteriormente tornada sem feito.
Tendo em vista a literalidade do dispositivo legal acima mencionado, e o emprego do signo
linguístico interrompe, poder-se-ia concluir pela impossibilidade de cômputo dos encargos de
mora anteriores aos trinta dias subsequentes à decisão que considerou devido o tributo.
Contudo, há de se considerar que, vigorando a norma individual e concreta constituidora do
crédito, restando superado o prazo para adimplemento espontâneo da exação, presente estaria
o pressuposto jurídico da mora. De tal modo, que melhor seriam atendidos os contornos dessa
hipótese caso propusesse, o legislador ordinário, para o § 2º, art. 63, da Lei 9.430/1996, a
suspensão da incidência da multa de mora e não a interrupção.

7. Primeiramente distinga tutela antecipada e tutela cautelar. Fixados esses conceitos, responda à
seguinte pergunta: diante do novo cenário das tutelas provisórias do código de processo civil
de 2015, a ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, tenha fundamento
na urgência ou na evidência, assume natureza antecipada ou cautelar?
Como dito na questão 5, alínea a, a tutela antecipada e a tutela cautelar, embora conservem o
traço comum da provisoriedade, distinguem-se essencialmente quanto a finalidade: a primeira,
de natureza satisfativa, visa como já enuncia a expressão à antecipação os efeitos que adviriam
apenas ao termo da ação, com o ato decisório final; a segunda, de natureza conservativa,
destina-se a garantir a eficácia da prestação jurisdicional, acautelando o resultado útil do
processo.
Posto isto, considerando que o emprego das técnicas processuais (re)distributivas do ônus do
tempo do processo, no âmbito tributário, têm como finalidade precípua a salvaguarda do
direito de propriedade frente a pretensão exacional do Estado, percebe-se a prevalência do
caráter conservativo da medida conquanto costumem coexistir, em graus que variam conforme
as peculiaridades do caso concreto, as funções satisfativa e conservativa.

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