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FACULDADE BRASILEIRA MULTIVIX

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Ayeska Grippa Costa


João Marcos Oliveira Figueiredo Barroso
Patricia Pazzolini

Ele tem 17.700 frascos de álcool para as mãos e nenhum lugar para
vendê-los - Uma análise pela ética aristotélica, kantiana e pela noção de
direitos humanos.

Vitória - ES
2020
Ele tem 17.700 frascos de álcool para as mãos e nenhum lugar para vendê-los - Uma
análise pela ética aristotélica, kantiana e pela noção de direitos humanos.

Traduzida do jornal americano The New York Times ¹, a reportagem do jornal “Folha de
São Paulo”, do dia 14 de mar. de 2020 2, denunciou as ações acometidas por alguns
estadunidenses com a proximidade da pandemia de Coronavírus no país. Pensando no
lucro exorbitante que conseguiriam pela demanda futura, compraram e estocaram
produtos de higiene e proteção, como álcool em gel, desinfetantes, lenços e máscaras. O
artigo também relata a vivência de pessoas prejudicadas pelas ações destes indivíduos,
como Mikeala Kozlowski, enfermeira e gestante, que saiu à procura de álcool antes de dar
a luz, sem conseguir encontrar a não ser por um preço acima do esperado.

De início, alguns sites recebiam cerca de 10 a 15% do valor sobre as vendas


arrecadadas, mas eventualmente com a percepção do ocorrido, diante de críticas
crescentes de reguladores e clientes, passaram a proibir a venda quaisquer produtos
relacionados ao coronavírus.

"A manipulação de preços é uma clara violação de nossas políticas,


antiética e, em algumas áreas, ilegal", afirmou a Amazon em comunicado.
“Além de encerrar essas contas de terceiros, apreciamos a oportunidade
de trabalho diretamente com os procuradores gerais do Estado para os
maus atores.”

O texto relata as ações de Colvin, 36 anos, ex agente da Força Aérea, que viu na crise
uma chance de capitalizar. Além de revender “kits de pandemia” à uma margem elevada
de lucro, estocou diversos produtos relacionados ao surto ao observar o ataque do
público pela iminência da pandemia com a ajuda de seu irmão.

Colvin ainda acrescenta que as leis atuais sobre manipulação de preços “não são feitas
para os dias de hoje, foram feitas para o posto de gasolina que dobra o valor que cobra,
durante um furacão”. Ao ser questionado sobre sua atitude, Colvin afirma não acreditar
que estava “manipulando preços”, e explica que não se tratava somente do produto a ser
enviado, mas também do frete e das taxas da empresa que ele haveria de pagar. Além
disso, também diz ajudar no envio de suprimentos para a demanda de certa localidade,
realizando assim, um serviço público para um mercado ineficiente.

Nossas dúvidas quanto à decisão a tomar não manifestam apenas


nosso senso moral, mas também põem à prova nossa consciência moral,
pois exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós
mesmos e para os outros as razões de nossas decisões e que
assumamos todas as consequências delas, porque somos responsáveis
por nossas opções. (CHAUÍ, p. 430-431)

Após o The New York Times publicar o artigo em uma manhã de sábado (14 de mar,
2020), Colvin disse que estava avaliando maneiras de doar todos os suprimentos.
Marilena (2000) traz a concepção de que, por vezes, somos levados a agir de algum
modo diferente do habitual, movidos por um impulso incontrolável, sentimentos de
ambição e vaidade que posteriormente podem trazer sentimentos de remorso e
arrependimento; são estes sentimentos que exprimiriam o senso moral.

Quando uma cultura e uma sociedade definem o que entendem por


mal, crime e vício, circunscrevem aquilo que julgam violência contra um
indivíduo ou contra o grupo. Simultaneamente, erguem os valores
positivos – o bem e a virtude – como barreiras éticas contra a violência.
(CHAUI, p. 433)

Diante do comportamento dos vendedores e de Colvin, observa-se uma postura que


viola diferentes concepções éticas. Em Aristóteles as ações dos sujeitos descritos
violariam um seus princípios mais básicos: a virtude, ou prudência, que se daria pela
razão, uma sabedoria prática presente na capacidade de avaliar qual atitude e ação
melhor realizariam uma finalidade ética, o bem para si e para os outros, uma vez que
colocaram o lucro individual acima da necessidade coletiva e emergencial sobre os itens
escassos de higiene e proteção.

Em Kant, violaram as máximas morais do imperativo categórico, pela universalidade


das ações, e pelo não tratamento dos outros como meios para um fim. Não tiveram a boa
vontade agindo apenas com o intuito de lucro acima das necessidades de seus
semelhantes. Os seres humanos se tornariam portanto, meios para o ganho na ganância,
privilegiando poucos no processo.

Em relação aos direitos humanos, é notório que burlaram o primeiro artigo da


declaração que diz: “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns com os outros
com espírito de fraternidade”. O desejo pelo lucro dos supracitados sobrepujou a
fraternidade uma vez que se aproveitaram da pandemia, do pânico em que as pessoas
viviam, e não se propuseram a ajudá-las de forma fraterna.
Referências:

1. Nicas, Jack. He Has 17,700 Bottles of Hand Sanitizer and Nowhere to Sell Them. The New York
Times. 14, mar, 2020.
Disponível em: <https://www.nytimes.com/2020/03/14/technology/coronavirus-purell-wipes-amazon-
sellers.html> Acesso em 24/04/2020

2. Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves. Ele tem 17.700 frascos de desinfetante para as
mãos e nenhum lugar para vendê-los. Folha de São Paulo. 14, mar. 2020.
Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/03/ele-tem-17700-frascos-de-desinfetante-para-as-maos-e-
nenhum-lugar-para-vende-los.shtml> Acesso em 24/04/2020

3. Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

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