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FACULDADE BRASILEIRA - MULTIVIX

AYESKA GRIPPA COSTA


JOÃO MARCOS BARROSO
RAFAEL FERNANDES COMARELA PAGOTTO
SARAH DE ARAUJO BOINA

AÇÕES DA PSICOLOGIA EM UNIDADES DE SAÚDE


& MOMENTOS DE PANDEMIA:
PROMOÇÃO E PREVENÇÃO

VITÓRIA - ES
2020
AYESKA GRIPPA COSTA
JOÃO MARCOS BARROSO
RAFAEL FERNANDES COMARELA PAGOTTO
SARAH DE ARAUJO BOINA

AÇÕES DA PSICOLOGIA EM UNIDADES DE SAÚDE


& MOMENTOS DE PANDEMIA:
PROMOÇÃO E PREVENÇÃO

Trabalho apresentado como requisito


para avaliação bimestral da disciplina
“Psicologia da Saúde” da Faculdade
Multivix.
Professora: Elaine Bello Bonorino.

VITÓRIA - ES
2020
1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho, apresentar-se-á exemplos de ações possíveis em saúde coletiva por


profissionais de Psicologia, tomando como base as noções de Promoção e Prevenção e
aplicando-as em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Sistema Universal de Saúde (SUS).
Além disso, explanar-se-á o papel da Psicologia em momentos de pandemia, relatando
possíveis contribuições e mirando a diminuição do impacto social e de saúde da COVID-19,
doença causada pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2). As reflexões terão como base as
diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).

2 AGINDO EM UNIDADES DE SAÚDE - PROMOÇÃO E PREVENÇÃO

2.1 A PROMOÇÃO DA SAÚDE

A OMS (Organização Mundial de Saúde), fundada em 7 de Abril de 1948 (marcando


o dia mundial da saúde), define saúde como um completo bem-estar físico, psíquico e social;
estabelece 7 princípios que caracterizam programas de promoção de saúde: concepção
holística, intersetorialidade, empoderamento, participação social, equidade, ações
multi-estratégicas e sustentabilidade. Como declarado na ​Carta de Ottawa para promoção da
saúde1
A Promoção da Saúde é o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos e
das comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar. Para
atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, o indivíduo ou o
grupo devem estar aptos a identificar e realizar as suas aspirações, a satisfazer as
suas necessidades e a modificar ou adaptar-se ao meio. Assim, a saúde é entendida
como um recurso para a vida e não como uma finalidade de vida.
[...]
As condições e recursos fundamentais para a saúde são: ​paz, ​abrigo, ​educação,
​alimentação, ​recursos económicos, ecossistema estável, ​recursos sustentáveis, ​justiça
social e ​equidade.

Portanto, a Promoção da Saúde supera o campo da medicina, atingindo também o


campo das políticas públicas, mirando fatores sociais, educacionais, econômicos, culturais,
geográficos, arquitetônicos e outros. Além disso, se caracteriza por ações que visem a saúde
sem precisar mencionar ou combater doenças. Vale destacar ações que têm como base a

1
Organização Mundial da Saúde. ​Carta de Ottawa para promoção da saúde: ​primeira conferência
internacional sobre promoção da saúde, 21 nov. 1986. Ontário - Canadá, 1986. p.1-2. Disponível em:
<​https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/carta-de-otawa-pdf1.aspx​>. Acesso em 14 Abr. 2020.
intersetorialidade e transdisciplinaridade, isto é, abrangem diversos setores profissionais e
populacionais, assim como, promovem a cooperação e a atividade conjunta desses setores.
A Promoção da Saúde deve ser esclarecida como um processo de construção
histórico-social, considerando o caráter de plasticidade e transformação que ela passou, passa
e passará. Ou seja, não se deve eternizar uma noção do significado de Promoção, já que esta é
subjetiva -teorizada e aplicada de diferentes formas em diversos países-, apesar de
considerarem um mesmo ponto de início, pois, cada local possui suas demandas e suas
limitações. Por exemplo, Rabello2 diz que a Promoção “Para alguns cobre a totalidade dos
serviços sanitários; para outros é sinônimo de prevenção; e ainda há os que a entendem como
um campo de saúde que delimita um novo paradigma.”.
Ao superar a exclusividade do campo médico, a Promoção se envolve também com a
população local, estabelecendo programas como a Estratégia Saúde da Família (ESF) que
“busca promover a qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fatores que
colocam a saúde em risco, como falta de atividade física, má alimentação, uso de tabaco,
dentre outros.”3. Esse mesmo programa está conectado à UBS local, facilitando o atendimento
e a interação da população com os profissionais e vice-versa. Dessa forma, é provável que
possíveis problemas de saúde sejam totalmente evitados, anulando a necessidade de
intervenção médica ou hospitalar. Evidencia-se, assim, a valorização da atenção primária
intrínseca às ações em Promoção da Saúde.
Em suma, a Promoção da Saúde engloba aspectos de todas as áreas humanas, entendo
que saúde não é apenas um contraponto à doença, mas sim um estado físico, psíquico, social,
comunitário, trabalhista, geográfico (moradia); e, não somente um estado humano, mas
também um estado reflexo de sistemas e instituições públicas e privadas, que afetam e são
afetadas cotidianamente pelo estado de bem-estar individual, social e econômico de uma
população. Leva-se em consideração aspectos como a desigualdade social, a escolarização, a
diferença de classes, o racismo, o machismo e a LGBTfobia, visto que esses dizem relação
direta ao estado de saúde e de bem-estar das pessoas.

2
RABELLO, L. S. ​Promoção da Saúde: a construção de um conceito em perspectiva do SUS. Rio de Janeiro:
Editora FIOCRUZ, 2010. 228 p. P.24. ISBN: 978-85-7541-352-4. Disponível em SciELO Books
<​http://books.scielo.org​>. Acesso em 14 abr. 2020.
3
Ministério da Saúde. ​Estratégia saúde da família​. BRASIL [s.d]. Disponível em:
<​https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/saude-da-familia/sobre-o-programa​>. Acesso em 14 Abr. 2020.
2.2 A PREVENÇÃO DE DOENÇAS

As ações em prevenção, segundo Czeresnia4,


definem-se como intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças
específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações. A base do
discurso preventivo é o conhecimento epidemiológico moderno; seu
objetivo é o controle da transmissão de doenças infecciosas e a redução do
risco de doenças degenerativas ou outros agravos específicos. Os projetos de
prevenção e de educação em saúde estruturam-se mediante a divulgação de
informação científica e de recomendações normativas de mudanças de hábitos.

Ou seja, enquanto as ações em Promoção não visam evitar doenças específicas, mas
sim aumentar a qualidade de vida da sociedade, a Prevenção toma como base um saber
médico especializado -a epidemiologia- para transmitir informações ao público e aos
profissionais de saúde, mirando escapar doenças, através, inclusive, da mudança de hábitos de
uma população.
Por exemplo, neste mês de abril do ano de 2020, a população mundial (com exceção
da Antártida) enfrenta uma crise de saúde causada pelo vírus SARS-CoV-2, mas conhecido
como Coronavírus, responsável pela doença COVID-19, caracterizada, entre outros fatores,
pela sua rápida capacidade de transmissão, inclusive por pessoas assintomáticas; pela falta de
vacina, remédio que controle ou cure a doença. Portanto, os governos estaduais e federais
estão lançando mão de medidas de prevenção, como o isolamento ou distanciamento social
em casos menos graves e a quarentena total em casos muito graves, como os da Itália
(165,155 casos; 21,645 mortes) e da França (147,863 casos; 17,167 mortes)5. Vale ressaltar
que essas ações, no momento, são as únicas disponíveis para o combate do vírus.
Czeresnia6 diz que a diferença entre Promoção e Prevenção é, ao mesmo tempo,
radical e pequena.
Radical porque implica mudanças profundas na forma de articular e utilizar o
conhecimento na formulação e operacionalização das práticas de saúde - e isso só
pode ocorrer verdadeiramente por meio da transformação de concepção de mundo,
conforme problematizado anteriormente. Pequena porque as práticas em promoção,
da mesma forma que as de prevenção, fazem uso do conhecimento científico. Os
projetos de promoção da saúde valem-se igualmente dos conceitos clássicos que
orientam a produção do conhecimento específico em saúde - doença, transmissão e
risco - cuja racionalidade é a mesma do discurso preventivo.

4
O conceito de saúde e a diferença entre promoção e prevenção. Czeresnia, D. 1999. In:____ Czeresnia D,
Freitas CM (org.). ​Promoção da Saúde: conceitos, reflexões, tendências​. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz,
2003. P. 43-55. P. 49.
5
Dados obtidos através do ​Worldometers.info. ​Dover, Delaware, U.S.A. 15 abr. 2020. Disponível em:
<https://www.worldometers.info/coronavirus/>. Acesso em 15 abr. 2020.
6
Czeresnia, D. Op.cit. p.51.
2.3 INTERVENÇÕES

A fim de discorrer sobre possíveis intervenções do profissional da psicologia na área


da saúde pública, faz-se necessário uma breve contextualização da ciência psi neste meio. A
reforma sanitária do sistema de saúde brasileiro na década de 70 promoveu uma diferente
maneira de compreender a saúde, fugindo da essência de assistência médico-hospitalar e
abrindo a compreensão de saúde como uma questão afetada não só por presença ou ausência
de doença, mas trazendo atenção ao corpo adoecido e contextualização deste corpo em seu
meio social, compreendendo, portanto, que o processo de adoecimento não é alheio às
questões físicas, sociais, econômicas e culturais do sujeito acometido pela doença.7
Esta nova forma de compreender a saúde, tornando-se, portanto, uma compreensão
biopsicossocial, trouxe, consequentemente, mudanças nas estruturas de atenção à saúde no
Brasil, o que impulsionou as diretrizes e segmentação do sistema de saúde pública vigente no
Brasil, o SUS. Em paralelo ao novo modo de se pensar e fazer saúde, há de se considerar
também algumas questões econômicas que facilitaram a entrada dos psicólogos neste ramo de
atuação. Até o momento da reforma sanitária e psiquiátrica, a psicologia vinha sendo alvo de
críticas por sua baixa atuação social, sendo, portanto, uma profissão focada na atuação clínica
psicoterápica, consumida pela classe média.
Na década de 80 houve uma forte recessão econômica que afetou a classe média e,
consequentemente, o os profissionais da psicologia. E, frente aos avanços dos novos cuidados
psiquiátricos e de atenção à saúde básica dentro deste panorama biopsicossocial, o ambiente
se fez favorável para a adesão da psicologia dentro dessas áreas, o que refletiu na forma de se
pensar a atuação psi para além da clínica, bem como promoveu mudanças na formação do
psicólogo, acrescentando ao âmbito acadêmico essas novas questões e possibilidades de
atuação referentes à saúde pública.8
A psicologia, portanto, passa a auxiliar na compreensão do aspecto subjetivo da
doença e da contextualização política e social do corpo que sofre. Segundo o CFP9 “A
principal contribuição do trabalho do psicólogo é com a não alienação do paciente no

7
DIMENSTEIN, Magda; MACEDO, João Paulo. Formação em Psicologia: requisitos para atuação na atenção
primária e psicossocial. ​Psicol. cienc. prof​., Brasília, v. 32, n. spe, p. 232-245, 2012. Disponível em
<https://doi.org/10.1590/S1414-98932012000500017>. Acesso em 16 Apr. 2020.
8
Ibdem.
9
processo saúde-doença, não exclusão de seu ambiente social, uma vez que a vida social é fator
importante no processo de recuperação.”10

Portanto, na saúde pública, objetiva-se a atuação do profissional da psicologia para


além da atenção direta com o paciente, expandindo a área restrita da clínica para
possibilidades menos utópicas e mais funcionais para o dia a dia das unidades de assistência
básica à saúde. Desta forma, o profissional da psicologia busca intervir no sistema de saúde
dentro da demanda subjetiva da doença, como já explicitado anteriormente, e, em
concordância com as diretrizes do SUS, portanto, em sua atuação o profissional deve
conhecer o território em que se está atuando. Por conhecer, compreende-se não só a
compreensão territorial geográfica, mas a compreensão da cultura local, economia vigente,
classe social dos moradores, principais questões sociais e prejudiciais à saúde que acometem
tal população, dados de predominância de doenças e fatores de risco, entre outras questões
que definem o impacto social no corpo.

A fim de elucidar melhor a atuação do psicólogo na saúde pública para além das
compreensões teóricas, apresentar-se-á uma prática de intervenção retirada do artigo
Intervenções Psicossociais para a promoção da Saúde do Homem em uma Unidade de Saúde
da Família11.

O artigo em questão traz uma proposta de cuidados da saúde do homem dentro de uma
USF no município de Vitória, ES, em um bairro periférico. A demanda surgiu por
compreender-se que, estatisticamente, homens aderem muito menos aos serviços de atenção
primária, focando sua busca por cuidados de saúde ao que tange aos serviços especializados.

Para a articulação da atuação nesta demanda, foi-se necessário traçar o significado de


ser homem para a população em questão, da possibilidade de frequência do público alvo às
reuniões devido a carga horária de trabalho e outros fatores. A equipe responsável era
composta por profissionais de diversas áreas (psicologia, farmácia, nutrição, enfermagem,

10
CFP (Org.). ​Como a Psicologia pode contribuir para o avanço do SUS. ​Brasília, DF, 2011. p.10.
11
SOUZA, Luiz Gustavo Silva et al. Intervenções Psicossociais para Promoção da Saúde do Homem em
Unidade de Saúde da Família. ​Psicol. cienc. prof​., Brasília, v. 35, n. 3, p. 932-945, Sept. 2015. Disponível em:
<​http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932015000300932&lng=en&nrm=iso​>.
Acesso em 16 Apr. 2020. ​https://doi.org/10.1590/1982-3703001562013​.
medicina, entre outros) e um professor universitário, também psicólogo, que atuava como
consultor das estratégias utilizadas na intervenção em questão.

A intervenção deu-se através de dois grupos de assistência na USF em questão, sendo


eles “Ações de Sábados” e o “Grupo de Homens”.

As Ações de Sábado são encontros com usuários (apenas homens) do território


atendido pela USF, promovidos aos sábados pela manhã, iniciados em setembro de
2011, com periodicidade trimestral, nos quais se mesclam atividades recreativas,
preventivas e de educação em saúde. As Ações foram propostas com dois objetivos.
Primeiro, envolver a população masculina do território no cotidiano da Unidade e,
com isso, gerar impactos significativos nos níveis de saúde masculina em médio e
longo prazo. Segundo, abordar especialmente homens identificados como "usuários
problemáticos" de álcool [...] de forma a construir, junto com eles, um grupo de
acompanhamento, o "Grupo de Homens", descrito mais adiante12.

O grupo ”Ações de Sábado” buscava manter um acompanhamento do quadro de saúde


dos usuários, através de exames, aferições de pressão, índices glicêmicos, entre outros, além
de promover debates acerca da importância dos cuidados com saúde e higiene, criar um
vínculo do usuário com a equipe e os serviços oferecidos na unidade de saúde e facilitar a
marcação de consultas e retornos para repetição de exames e acompanhamento dos usuários.
Outra contribuição importante deste grupo foi na delimitação dos usuários do local que seriam
potenciais usuários para o outro projeto de intervenção, chamado “Grupo de Homens”.

O “Grupo de Homens” também visava promover informações e acompanhar a saúde


dos usuários, mas, principalmente, atuar com uma proposta de redução de danos aos usuários
que tinham problemas como alcoolismo. A atenção especial deste grupo era aos homens
alcoolistas, mas não se restringiam a eles. O grupo em questão promovia, junto com a equipe
multiprofissional da USF, debates acerca de temas sugeridos pelos próprios usuários, sempre
com a finalidade de aumentar a capacidade crítica, usando como base a compreensão da
clínica ampliada, dando autonomia de pensamento e possibilidade de reflexão dos próprios
comportamentos por parte dos usuários, sem sobreposição de ideias à eles, mas permitindo
que estes expusessem o que pensam sobre os temas em questão e, desta forma, pudessem
protagonizar suas reflexões. Em uma das reuniões, por exemplo, foi tratado tema do dia da

12
SOUZA, Luiz Gustavo Silva et al. Intervenções Psicossociais para Promoção da Saúde do Homem em
Unidade de Saúde da Família. ​Psicol. cienc. prof​., Brasília, v. 35, n. 3, p. 932-945, Sept. 2015. p.936.
Disponível em:
<​http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932015000300932&lng=en&nrm=iso​>.
Acesso em 16 Apr. 2020. ​https://doi.org/10.1590/1982-3703001562013​.
mulher, possibilitando reflexão entre a equipe e os usuários acerca dos papéis de gênero,
violência doméstica e afazeres domésticos.

O artigo expõe que o tema direto do álcool muito raramente era proposto pela equipe
responsável, mas frequentemente surgia nas discussões dos temas trazidos, possibilitando
estratégias para redução de danos através de reflexões acerca do alcoolismo, situações em que
o álcool se faz presente na vida de cada participante, quem é alcoolista e quem não é, entre
outras questões. “Questões desse tipo estão relacionadas a objetivos do paradigma de redução
de danos, descrito anteriormente: levar os sujeitos a refletirem sobre sua relação com a
"droga" e, com isso, refletirem sobre si mesmos e sobre seus projetos de vida.”13.

Face ao exposto, conclui-se que a atuação do psicólogo pode se dar para muito além
da atuação clínica, como exposto nos exemplos práticos supracitados, em que profissionais da
psicologia, em conjunto com outros profissionais que compõem a equipe de assistência à
saúde, atuam tanto na vida particular dos usuários quanto em algumas transformações sociais
possíveis na população em questão, compreendendo que a promoção de saúde e prevenção de
doenças se dá, também, através da promoção de autonomia, reflexão e ambiente de atenção e
escuta para os usuários das unidades básicas de saúde. O exercício ético da profissão do
psicólogo requer, necessariamente, compromisso social, sendo, portanto, a presença deste de
suma importância na atenção à saúde da população.

As intervenções possuem, portanto, caráter também político, ao contribuir para o


questionamento de representações tradicionais e ao favorecer sua reelaboração.
Entende-se que a promoção da saúde inclui a mobilização para compreensão e
transformação da realidade social.14

13
SOUZA, Luiz Gustavo Silva et al. Intervenções Psicossociais para Promoção da Saúde do Homem em
Unidade de Saúde da Família. ​Psicol. cienc. prof​., Brasília, v. 35, n. 3, p. 932-945, Sept. 2015. p.940.
Disponível em:
<​http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932015000300932&lng=en&nrm=iso​>.
Acesso em 16 Apr. 2020. ​https://doi.org/10.1590/1982-3703001562013​.
14
Ibdem. p.943.
3 A PSICOLOGIA EM MOMENTOS DE PANDEMIA - UMA
CONTRIBUIÇÃO A PARTIR DAS DIRETRIZES DO CFP

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) apresentou à categoria, no dia 21 de Março


de 2020, orientações sobre o papel da psicologia e as estratégias de atuação profissional em
função da pandemia de COVID-19.
Nestas estratégias se reforça o exercício profissional e a atuação do psicólogo em
emergências e desastres sob contextos clínicos, de assistência social e de políticas públicas.
Munido de um posicionamento ético-político sobre Promoção da Saúde e Prevenção, faz-se
necessária a atuação do psicólogo de forma inclusiva à população na oferta de cuidados
psicológicos, especialmente às pessoas pertencentes aos grupos vulneráveis no contexto da
crise. É necessário, portanto, seguir o Código de Ética Profissional do Psicólogo.
Partindo destas normas, é requerido aos profissionais, mesmo tendo sua profissão
valorizada, "prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de
emergência sem visar benefício social".
Para evitar o desacordo das regras vigentes à categoria, se reforça determinados pontos
15
a destacar no contexto da pandemia sobre o sigilo e confidencialidade que deve ser
preservado; a qualidade dos serviços prestados conforme a ciência e a técnica psicológica; a
vedação da prática psicológica aos que vinculem o título de psicólogo a serviços,
procedimentos, técnicas e meios que não sejam regulamentados ou reconhecidos pela
profissão; a modalidade de atendimento online, que visa evitar a disseminação da pandemia,
uma vez que o CFP16 passa a possibilitar que os psicólogos incluam atendimento à distância
sem a aprovação prévia na plataforma e-psi; a produção de registros psicológicos em que o
usuário/beneficiário seja informado da produção de tais documentos; sobre trabalho
voluntário em que a gratuidade não é divulgada; e os meios de publicidade aceitos para a
divulgação do serviço profissional que não deve mencionar valores.17

15
CFP. ​Nota Orientativa às(aos) Psicólogas(os): Trabalho Voluntário e Publicidade em Psicologia, diante
do Coronavírus (COVID-19). ​21 de mar. de 2020. Disponível em:
<​https://site.cfp.org.br/nota-orientativa-asaos-psicologasos-trabalho-voluntario-e-publicidade-em-psicologia-dian
te-do-coronavirus-covid-19/​>. Acesso em: 15 de abr. 2020.
16
CFP. ​Coronavírus: Comunicado à categoria. ​14 de mar. de 2020. Disponível em:
<​https://site.cfp.org.br/coronavirus-comunicado-a-categoria/​>. Acesso em: 15 abr. 2020.
17
​Nota Orientativa às(aos) Psicólogas(os): Trabalho Voluntário e Publicidade em Psicologia, diante do
Coronavírus (COVID-19)​. Brasília - DF. 21 de mar. 2020. Disponível em:
<​https://site.cfp.org.br/nota-orientativa-asaos-psicologasos-trabalho-voluntario-e-publicidade-em-psicologia-dian
te-do-coronavirus-covid-19/​>. Acesso em 15 abr. 2020.
A psicologia da saúde e psicologia hospitalar por terem um contato direto e um maior
impacto na luta contra a pandemia precisam da atenção redobrada do profissional, com
medidas de segurança ferramentas técnicas no auxílio da prevenção e promoção da Saúde.
Segundo Grincenkov18,
No que diz respeito à atuação da Psicologia Hospitalar e da Saúde temos um grande
desafio junto aos profissionais que compõem as equipes de saúde e se encontram na
linha de frente do enfrentamento da doença. A exposição direta à possibilidade do
contágio, as poucas evidências sobre as melhores condutas a serem adotadas, a
escassez de materiais de proteção, o contato constante com o sofrimento, a dor e a
morte podem predispor estes profissionais ao desenvolvimento de quadros de
ansiedade, depressão, síndrome de Burnout, transtorno de estresse pós traumático,
transtornos psicossomáticos, além de uso de substâncias, como álcool e outras
drogas e uso psicofármacos sem indicação. A Psicologia tem, portanto, um papel
fundamental na prevenção destes quadros e deve, assim, se dedicar ao cuidado a
estes profissionais, disponibilizando plantões psicológicos para orientações acerca
dos cuidados com a saúde mental, além de atendimentos psicológicos virtuais. A
psicoeducação sobre as estratégias a serem usadas na promoção da saúde mental
neste momento é um recurso de suma importância e deve ser priorizada.

18
Grincenkov, Fabiane Rossi dos Santos. ​A Psicologia Hospitalar e da Saúde no enfrentamento do
coronavírus: necessidade e proposta de atuação. ​Departamento de Psicologia, Universidade Federal de Juiz de
Fora, Brasil.
REFERÊNCIAS
CFP (Org.). ​Como a Psicologia pode contribuir para o avanço do SUS​. Brasília, DF, 2011.

CFP. ​Coronavírus: Comunicado à categoria​. Brasília - DF. 14 de mar. de 2020. Disponível


em: <​https://site.cfp.org.br/coronavirus-comunicado-a-categoria/​>. Acesso em: 15 abr. 2020.

CFP. ​Nota Orientativa às(aos) Psicólogas(os): Trabalho Voluntário e Publicidade em


Psicologia, diante do Coronavírus (COVID-19). ​Brasília - DF. 21 mar. 2020 Disponível
em:
<​https://site.cfp.org.br/nota-orientativa-asaos-psicologasos-trabalho-voluntario-e-publicidade-
em-psicologia-diante-do-coronavirus-covid-19/​>. Acesso em 15 abr. 2020

Czeresnia, D. O conceito de saúde e a diferença entre promoção e prevenção. 1999. In:____


Czeresnia D, Freitas CM (org.). ​Promoção da Saúde: conceitos, reflexões, tendências.
Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2003. P. 43-55.

DIMENSTEIN, Magda; MACEDO, João Paulo. Formação em Psicologia: requisitos para


atuação na atenção primária e psicossocial. ​Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 32, n. spe, p.
232-245, 2012. Disponível em <​https://doi.org/10.1590/S1414-98932012000500017​>. Acesso
em 16 Apr. 2020.

Ministério da Saúde. ​Estratégia saúde da família​. BRASIL [s.d]. Disponível em:


<​https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/saude-da-familia/sobre-o-programa​>. Acesso
em 14 Abr. 2020.

Organização Mundial da Saúde. ​Carta de Ottawa para promoção da saúde​: primeira


conferência internacional de promoção da saúde, 21 nov. 1986. Ontário - Canadá, 1986.
Disponível em: <https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/carta-de-otawa-pdf1.aspx>.
Acesso em 14 Abr. 2020.
RABELLO, L. S. ​Promoção da Saúde​: a construção de um conceito em perspectiva do SUS.
Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2010. 228 p. ISBN: 978-85-7541-352-4. Available from
SciELO Books <​http://books.scielo.org​>. Acesso em 14 abr. 2020

SOUZA, Luiz Gustavo Silva et al. Intervenções Psicossociais para Promoção da Saúde do
Homem em Unidade de Saúde da Família. ​Psicol. cienc. prof​., Brasília, v. 35, n. 3, p.
932-945, Sept. 2015. Disponível em:
<​http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932015000300932&lng=e
n&nrm=iso​>. Acesso em 16 Apr. 2020. https://doi.org/10.1590/1982-3703001562013.

Worldometers.info. ​Dover, Delaware, U.S.A. 15 abr. 2020. Disponível em:


<https://www.worldometers.info/coronavirus/>. Acesso em 15 abr. 2020.

Grincenkov, Fabiane Rossi dos Santos. ​A Psicologia Hospitalar e da Saúde no


enfrentamento do coronavírus: necessidade e proposta de atuação​. Departamento de
Psicologia, Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil.

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