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Resumo:
2 Luiz Augusto Fernandes Rodrigues. Doutor em História, pela UFF. Professor Titular do Departamento de Arte da
Universidade Federal Fluminense, Brasil. Contato: luizaugustorodrigues@id.uff.br - https://orcid.org/0000-0003-0583-9641
3 Marcelo Silveira Correia. Mestre em Cultura e Territorialidades pela Universidade Federal Fluminense, Brasil.
Contato: marcelonetcorreia@hotmail.com
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Resumen:
Abstract:
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doras, produtores privados, órgãos pú- cem mil ONGs e centenas de milhares
blicos de controle e estímulo, escolas de de voluntários. Caminho que, sozinho,
formação etc. Ou seja, as reflexões de também não resolve. O aterrorizante
Brunner sobre os circuitos nos remetem “abismo social” que marca a sociedade
ao sistema de produção cultural e suas brasileira tem mobilizado cada vez mais
etapas: produção/criação, distribuição, ações de segmentos os mais diversifica-
troca, uso/consumo (ou reconhecimen- dos. Quando nos detemos nos índices
to). (LIMA; RODRIGUES, 2014, p. 853) de pobreza e de ausência de condições
mínimas de vida, vemos um quadro no
Procura-se reforçar a necessidade mínimo estarrecedor. Em face de tanta
de canais efetivos de participação como carência, não podemos pensar isolada-
estratégia fundamental para se instituir mente na arte, na cultura, na educação,
políticas. Como apontado por Rodrigues na sociabilidade, na exclusão social ou
(2009, pp. 83-91) em outros tantos “nas”. Não podemos
implementar ações isoladas. Trata-se
Participação e esfera pública são ideias de prover e garantir a própria cidadania.
inseparáveis. Fazem parte da própria Cultura e cidadania seriam como que
concepção de política. É necessário palavras de ordem.
refletir sobre esse termo. [...] Nosso
desafio, hoje, é alcançar formas que,
para além de preservar, democratizar Políticas de cultura e participação
e incentivar modos e práticas culturais no Brasil hoje...
diversificados, criem estratégias que re-
forcem o exercício público e político dos Ao observar o Prefácio para o livro de
diversos atores sociais, a fim de que Ana Clarissa Fernandes de Souza (2015),
todos e cada um possam ser protago- constata-se a necessidade de se aprofun-
nistas de si mesmos. [...] Creio, firme- dar os estudos das políticas culturais, des-
mente, que nosso desafio é conseguir tacando o foco analítico da autora ao refletir
constituir redes diversificadas de agen- sobre a implementação de políticas culturais
tes sociais. O próprio conceito de rede de cunho mais participativo, como aquelas
reforça a possibilidade de êxito de qual- propostas pelo Sistema Nacional de Cultu-
quer proposta: rede que se estabelece ra e pelos sistemas estaduais e municipais
a partir do comprometimento e do en- dele resultantes (ações ainda em processo
volvimento das mais diversas esferas. É de institucionalização e sistematização.
esse trabalho de “varejo” que pode efeti-
vamente construir novas possibilidades A proposição de políticas para a cul-
de caminhos conjuntos. Uma ação que tura e para sua melhor organização e
se desdobra nos usuários mais diretos fomento vem assumindo maior con-
e neles com suas redes mais particu- sistência e centralidade, e estamos
larizadas, que, pouco a pouco, podem vivendo um momento histórico, no
se agregar aos “fios” anteriores. Dessa qual podem ser constatadas algumas
nova trama serão irradiados novos fios tentativas de ultrapassar a tônica mer-
(que a ela se unem) e assim sucessi- cadológica das políticas culturais dos
vamente, tal qual nós de uma rede que anos 90 – “cultura é um bom negócio”
se vai tecendo. [...] O Brasil vivenciou – em prol de novas formas de constru-
durante muito tempo a falência de polí- ção de políticas para a cultura em for-
ticas sociais públicas inclusivas, ficando matos mais democratizantes e social-
sob a ação sociocultural de organiza- mente compartilhados. (RODRIGUES
ções não governamentais. São mais de apud SOUZA, 2015, p. VII)
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Ação PADEC - edição 2015 junto a mu- que deve retornar para ampla apreciação
nicípios do estado do Rio de Janeiro... por parte da sociedade civil como um todo.
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Por outro lado, alguns gestores LIMA, Deborah Rebello; RODRIGUES, Luiz Augus-
to F. Ponto de cultura: novas tipologias de fomento a
governamentais perceberam a necessi-
circuitos culturais – um exemplo brasileiro. Colonialis-
dade de se pensar o planejamento de mos, Pós colonialismos e lusofonias - Atas do IV Con-
modo processual e compartilhado, pois gresso Internacional em Estudos Culturais. Abril 2014,
as dificuldades de “escutas” e “presen- p. 852-859. Disponível em http://estudosculturais.com/
ça” são realmente grandes... (mesmo congressos/ivcongresso/wp-content/uploads/2014/04/
quando bem intencionados, gestores atas-PT-final.pdf>. Acesso em 30 abril 2014.
não são oniscientes nem onipresentes;
RODRIGUES, Luiz Augusto F. Gestão cultural e seus
portanto o compartilhamento deve ser eixos temáticos. In: CURVELO, Maria Amélia [et al.] (org.).
uma ação imanente aos processos de Políticas públicas de cultura do Estado do Rio de janeiro:
planejamento). 2007-2008. Rio de Janeiro: Uerj/Decult, 2009. p. 76-93
Pelo viés da universidade, as articu- RODRIGUES, Luiz Augusto F.; CASTRO, Flávia
Lages de. Cultua e ... Gestão Cultural. Rio e Janei-
lações técnicas possibilitaram maior ade-
ro: Lumen Juris, 2017.
rência entre formulações teóricas e práticas
sociais, saindo – cada vez mais – dos mu- RODRIGUES, Luiz Augusto F.; CASTRO, Flávia
ros às vezes encastelados da academia... Lages de. Gestores culturais: proposta de catego-
rização – nuances etnográficas. - Anais do XI RAM
Entretanto não se pode deixar de / Reunión de Antropologia del Mercosur. Montevi-
deo, 2015. s/p. [Ainda não disponível on line]
ponderar certas dificuldades que os pro-
cessos participativos e compartilhados RODRIGUES, Luiz Augusto F.; SILVEIRA, Marcelo
enfrentam. Por um lado, a fraca qualifi- S. Construção e gestão de políticas culturais com-
cação para a gestão cultural de muitos partilhadas. Anais do VII Seminário Internacional
gestores de políticas públicas. Por outro, de Políticas Culturais. Rio de Janeiro: Fundação
tímidas (por vezes, cabe reforçar) con- Casa de Rui Barbosa, 2016. 14p.
dições de autonomia e protagonismo de
SOUZA, Ana Clarissa F. de. Democracia e compar-
muitos agentes da sociedade; tais reali- tilhamento da gestão pública de cultura: problema-
dades geram condições muito desiguais tizando a participação social instrumentalizada do
de participação, como já apontou Ana Sistema municipal de Cultura de Petrópolis-RJ. Dis-
Clarissa de Souza (2016) ao analisar as sertação de Mestrado em Cultura e Territorialidades.
condições de participação de determi- Niterói/RJ: Universidade Federal Fluminense, 2016.
nados conselheiros de cultura represen-
SOUZA, Ana Clarissa F. de. Sistema Nacional de
tantes da sociedade civil nos embates Cultura e Gestão Compartilhada: um estudo sobre
travados em reuniões nas quais repre- o processo de construção do Sistema Municipal de
sentantes do executivo ocupam lugares Cultura de São Gonçalo – RJ. Rio de Jalo – RJ. Rio
privilegiados de fala e atuação. de Janeiro: Lumen Juris, 2015
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