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A importância da atualização do Código de Defesa do Consumidor para a prevenção do

superendividamento do Brasil

Maria Rita Sampaio Pinto e Vivian Sousa dos Anjos

O Código de Defesa do Consumidor, considerado um dos melhores do mundo, representa


uma grande conquista no que diz respeito ao amparo do consumidor nas relações de compra e
venda. Ainda assim, o CDC não consegue abarcar fenômenos recentes que surgiram através da atual
dinâmica do mercado e que demandam medidas específicas, visando a proteção do comprador
inserido abruptamente nessa nova dinâmica. É o caso do superendividamento , que se conceitua
como o acontecimento em que o devedor não consegue pagar as dívidas com sua renda e nem
vislumbrar um horizonte em que isso será possível sem comprometer seu mínimo de existência. É
um fenômeno do qual não se ouvia falar até os anos 90, iniciado com a invasão agressiva da
publicidade nos lares familiares e na concessão irresponsável de crédito por grandes bancos.
Atualmente, estima-se que existam no Brasil mais de 60 milhões de pessoas endividadas e dessas, 30
milhões de superendividadas. Tais dados são alarmantes e demonstram que esse é um problema
social e que deve ser tratado como tal, mas até o momento não há uma norma jurídica que analise a
questão. Daí nasce a necessidade de discussão do superendividamento, suas causas e possíveis
saídas. O problema tem origem na sociedade de consumo, com um grande estímulo da aquisição de
produtos supérfluos e de pouca duração, mas que, através do grande número de propagandas nos
meios de comunicação, parecem cada vez mais atraentes. Com a necessidade de compra, há a
necessidade de crédito. Com essa grande demanda e a falta de um marco legal que regularizasse a
disponibilização de crédito, o mercado financeiro investiu numa prática agressiva de concessão,
aproveitando-se da precária educação financeira da população. A falta de sanções contra esse tipo
de atuação financeira dá legalidade a praticas que colocam o consumidor em risco, arrastando-o em
uma bola de neve de dívidas que ele não consegue pagar. Nesse sentido, é importante que não se
encare o superendividamento como um problema individual, pois este repercute em grande escala
nas esferas sociais e nos agentes econômicos. É importante que se analise a postura legislativa de
outros países com relação ao superendividamento. A lei americana prevê declaração de falência e o
perdão da dívida como uma forma de recomeço para o devedor, não necessitando que se tenha um
valor mínimo para isso. O Brasil não possui resolução legal para o superendividamento, mas existe
um projeto de lei em tramitação que prevê a alteração do CDC para aprimorar a dinâmica de crédito
e criar dispositivos para a prevenção do superendividamento. O projeto de Lei de n° 283 do ano de
2012 discorre sobre a disponibilidade responsável de crédito, incentiva a educação financeira de
forma efetiva e preserva o mínimo existencial, instituindo que a soma das parcelas de pagamento
das dívidas não devem ser mais de 30%. A revisão das dívidas, segundo o projeto, deverá ser feita
através de audiência conciliatória, reunindo os credores do consumidor e garantindo o parcelamento
das dívidas, de forma que este consiga continuar pagando despesas essenciais como moradia,
alimentação e transporte, assegurando a dignidade humana prevista na Constituição brasileira.

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