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Proc 20945/2014
Fls.: 464
Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre
O
Parecer: Procuradora Cláudia Fernanda de Oliveira Pereira
D
EMENTA: Tomada de Contas Especial - TCE. Secretaria de Estado de
Saúde do DF – SES/DF. Apuração de eventuais danos
ZA
causados ao erário distrital em face da omissão no dever de
prestar contas de repasse financeiro concedido por meio do
Convênio nº 013/2009-SES/DF, firmado entre o Distrito
Federal e o Município de Santo Antônio do Descoberto/GO,
I
tendo por objeto a reforma e ampliação do Hospital Municipal
Dom Luiz Fernandez e da Sede da Secretaria Municipal de
AL
Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
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O
afastando as responsabilidades que lhes são imputadas;
cientificar o Prefeito à época e o Município de Santo Antônio
D
do Descoberto para recolherem o débito solidário. Ministério
Público: parcialmente divergente com a Unidade Instrutiva.
Pugna considerar revel o Prefeito à época, parcialmente
ZA
procedentes as justificativas dos Secretários de Estado de
Saúde do DF dos exercícios de 2009 e 2010, afastando suas
responsabilidades, improcedentes as justificativas dos
Secretários de Estado de Governo e de Saúde do DF à época;
I
afastar a responsabilidade do Município de Santo Antônio do
Descoberto; cientificar o Prefeito à época e os Secretários de
AL
RELATÓRIO
Proc.: 20.945/14
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O
Augusto Silveira de Carvalho e José Humberto Pires de Araújo,
respectivamente, Secretários de Estado da Saúde e de Governo do
Distrito Federal; para, no prazo de 30 (trinta) dias, apresentarem
D
razões de justificativas quanto à omissão no dever de prestar
contas dos recursos recebidos por meio do Convênio n° 013/2009-
SES/DF e pelas irregularidades apuradas no Relatório de
ZA
Auditoria n° 018/2010 (fls. 73-77 do Processo nº
363.000.205/2009), e quanto à ausência de fiscalização na
execução do referido convênio, não assegurando, assim, o
cumprimento do que foi pactuado, o que poderá ensejar o
julgamento de suas contas como irregulares, nos termos do artigo
I
17, inciso III, alíneas “a”, "b" e "c", da supracitada norma;
AL
alertando os responsáveis que, dada a gravidade da irregularidade
ocorrida, poderão ser aplicadas, ainda, as penalidades previstas
nos artigos 57, inciso I, e 60 da mesma Lei Complementar, sem
prejuízo de futura citação para responderem quanto aos débitos
imputados; III – autorizar o retorno dos autos à Secretaria de
IT
181/2016 (fl. 122) Sr. Augusto Silveira de Carvalho (então fls. 151/161
Secretário de Estado de Saúde do DF)
182/2016 (fl. 123) Sr. José Humberto Pires de Araújo (então Embora comunicado, não
Secretário de Estado de Governo do DF) apresentou razões de
justificativa
183/2016 (fl. 124) Sr. David Leite da Silva (Prefeito à fls. 162/165
época)
184/2016 (fl. 125) Sr. Itamar Lemes do Prado (Prefeito fls. 128/136 e anexos de fls.
sucessor) 137/150
185/2016 (fl. 126) Representante legal do Município de fls. 128/136 e anexos de fls.
Santo Antônio do Descoberto - Sr. Itamar 137/150
Lemes de Prado (Prefeito sucessor)
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(...)
DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA DO SENHOR ITAMAR
LEMES DO PRADO, ATUAL PREFEITO E
REPRESENTANTE LEGAL DO MUNICÍPIO DE SANTO
O
ANTÔNIO DO DESCOBERTO (fls. 128-136 e anexo à fl. 137-
150)
D
5. Informou que o atual gestor não participou de nenhum
trâmite do Convênio n° 013/2009-SES/DF, uma vez que o referido
convênio foi firmado, executado e fiscalizado pela gestão anterior.
ZA
Dessa forma, aludiu que não pode ser responsabilizado
solidariamente pela irregularidade, nem ter suas contas maculadas
por esse evento.
6. Colacionou julgados com entendimento de que o
I
servidor público somente pode ser responsabilizado em caso de
ação ou omissão antijurídica, dolosa ou culposa, que tenha
AL
causado dano material ou moral. Ainda, acrescentou que o atual
prefeito só poderia ser alcançado pela má gestão do convênio,
caso tivesse efetivamente concorrido para sua execução.
7. Alegou que o atual gestor não pode tomar nenhuma
IT
ex-gestor.
8. Trouxe aos autos entendimento de Tribunais, no
sentido de que o prefeito sucessor (ao que firmou o convênio) que
demonstrou ter adotado as providências pertinentes para reaver os
D
recursos públicos geridos pela gestão anterior deve ter suas contas
julgadas regulares.
9. Afirmou que os departamentos da prefeitura tentaram
localizar os documentos relativos ao convênio, mas nenhum obteve
sucesso, conforme declarações anexadas às suas razões.
10. Por fim, requereu a exclusão do rol de responsáveis o
atual prefeito, Sr. Itamar Lemes do Prado, bem como o acréscimo
nesse rol do secretário de saúde à época, Sr. Geraldo Lacerda
Gonçalves.
3
As indicações com asterisco correspondem às folhas dos apensos Processos nos (*) 480.000.321/2014,
(**) 363.000.205/2009 e (***) 060.011.907/2013.
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ANÁLISE
11. Compulsando os autos de n° 363.000.205/2009,
verificamos que, no intuito de obter a prestação final do Convênio
n° 13/2009, a SES/DF oficiou o Sr. Itamar Lemes, prefeito sucessor
(ao que firmou o convênio) do município de Santo Antônio do
Descoberto, em duas ocasiões, solicitando documentos que
comprovassem a correta aplicação dos recursos, fls. 185-186** e
189**.
12. No entanto, em que pese ter recebido as solicitações
O
(fls. 188** e 192**), o justificante não se dignou a respondê-las
(fls. 194-198**).
D
13. Nesse contexto, pela omissão no dever de prestar
contas de recursos auferidos pela gestão anterior, o Sr. Itamar
Lemes do Prado passou a ser, em momento inicial, corresponsável
14.
ZA
pelo débito apurado, conforme Súmula n° 230 do TCU2.
Contudo, importa trazer ao momento entendimento
exarado pelo Ilmo. Conselheiro Paiva Martins, ao relatar em
processo semelhante (Processo n° 29.950/2014), que envolveu os
I
mesmos gestores do município em pauta:
AL
“27. Noutro giro, a sugestão de citação do Sr.
Itamar Lemes do Prado, que sucedeu o então Prefeito
David Leite da Silva em 2013, ou seja, quase 3 (três)
anos após o término do convênio, merece reparos.
28. A despeito de a Súmula nº 230 do Tribunal de
IT
2
SÚMULA n° 230, do TCU: “Compete ao prefeito sucessor apresentar as
contas referentes aos recursos federais recebidos por seu antecessor, quando
este não o tiver feito ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais
visando ao resguardo do patrimônio público com a instauração da competente
Tomada de Contas Especial, sob pena de co-responsabilidade”.
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17. Assim, somos que o Tribunal deva considerar
procedente as razões de justificativa do Sr. Itamar Lemes do
D
Prado, prefeito sucessor (ao que firmou o convênio), quanto à
ausência de adoção de medidas legais, visando ao resguardo do
erário. Entretanto, o Município de Santo Antônio do Descoberto-
ZA
GO deve ser chamado aos autos para apresentar alegações de
defesa, conforme encaminhamentos semelhantes dados por esta
Corte, qual seja, Decisões n°s 6.342/2016 e 6.343/2016 (fls. 176-
177), ou se preferir, o recolhimento do débito solidário, no valor
de R$ 1.596.607,19, conforme demonstrativo de débito à fl. 175,
I
atualizado até o dia 02/02/2017, ante a possibilidade de
AL
julgamento irregular de suas contas, nos termos do artigo 17,
inciso III, alíneas “a”, “b” e “c”, da LC n° 01/1994.
DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA DO SENHOR AUGUSTO
SILVEIRA DE CARVALHO, SECRETÁRIO DE ESTADO DE
IT
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23. Externou que a sua saída do cargo de titular da pasta
foi anterior ao prazo final da prestação de contas e, também, da
D
conclusão da auditoria no convênio, competindo, portanto, à
gestão sucessora as ações relacionadas a esses fatos, bem como
eventuais responsabilizações.
24.
ZA
Concluindo pelo desprovimento de respaldo jurídico
para a sua responsabilização, vez que tomou providências cabíveis
enquanto Secretário, e, considerando que deixou o referido cargo
anteriormente à devida prestação de contas final, requereu a sua
exclusão do rol de responsáveis desta TCE.
I
ANÁLISE
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providências quanto às prestações parciais não apresentadas, bem
como à Sra. Fabíola de Aguiar Nunes, Secretária da mesma pasta
de 09.06.2010 a 31.12.2010 (fls. 172-174), que quedou-se inerte
D
com relação à ausência da prestação de contas final.
30. Portanto, somos que os referidos senhores devam ser
ZA
citados para se manifestarem sobre a omissão na fiscalização da
execução do Convênio nº 013/2009-SES/DF, o que pode ensejar o
julgamento de suas contas como irregulares, nos termos do artigo
17, inciso III, alíneas “a”, “b” e “c”, da LC n° 01/1994, bem
como poderá ser aplicada, ainda, a pena de inabilitação para o
I
exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito
da Administração Pública do Distrito Federal, nos termos do
AL
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363.000.205/2009, a Comissão Fiscalizadora emitiu parecer,
verificando que “o valor repassado em função do convênio em
D
comento, foi devidamente aplicado na reforma e ampliação do
Hospital Dom Luiz Fernandez e da Sede da Secretaria Municipal
de Saúde”.
37.
ZA
Assinalou que os recursos públicos foram usados na
execução do convênio e que a finalidade foi totalmente atingida,
mas que a situação regrediu após a extinção dos convênios.
38.
I Por derradeiro, requereu que o Tribunal determinasse
vistorias “in loco”, para verificar as obras de ampliação do
Hospital Dom Luiz Fernandez, bem como solicitou audiência da
AL
fl. 01-05**.
40. A esse respeito, recebeu os recursos em 23.06.2009, e
deveria prestar contas dos referidos numerários em até sessenta
D
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não encontramos nenhum entendimento que laborasse ao seu
favor.
D
46. De mais a mais, somos ser desnecessária qualquer
vistoria “in loco” por este Tribunal, vez que não foi colacionada,
nesses autos, nenhuma comprovação de aplicação dos recursos
ZA
que restasse ser sanada.
47. Igualmente, a nosso ver, entendemos pelo não
provimento de audiência da mencionada contadora. Nessa seara,
insta informar que o Convênio n° 13/2009-SES/DF foi firmado
pelo ora interessado (fl. 33**), tendo esse a obrigação de prestar
I
contas dos repasses recebidos, não sendo a Sra. Izabel Cristina
AL
Alves Maia Cavalcante interessada nesses autos.
48. Pelo exposto, o justificante não trouxe aos autos
nenhuma prova inequívoca sobre a verdade dos fatos que elidisse a
sua responsabilidade, devendo, portanto, ser citado para se
IT
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52. Contudo, em pesquisa ao sítio do DODF, verificamos
que cabia a alegada fiscalização do convênio ao Sr. Joaquim
D
Carlos da Silva de Barros Neto, Secretário de Estado de Saúde do
DF no período de 09.12.2009 a 09.06.2010, que não tomou
providências quanto às prestações parciais não apresentadas, bem
ZA
como à Sra. Fabíola de Aguiar Nunes, Secretária da mesma pasta
de 09.06.2010 a 31.12.2010 (fls. 172-174), que quedou-se inerte
com relação à ausência da prestação de contas final.
53. Portanto, somos que os senhores mencionados nos §§
49, 50 e 52 desta informação, juntamente ao Município de Santo
I
Antônio do Descoberto, devam ser citados para se manifestarem
AL
sobre à omissão no dever de prestar contas dos recursos recebidos
por meio do Convênio n° 013/2009-SES/DF e pelas
irregularidades apuradas no Relatório de Auditoria n° 018/2010
(fls. 73-77**), e quanto à ausência de fiscalização na execução do
referido convênio, não assegurando, assim, o cumprimento do que
IT
(...)
9. Inicialmente, concordo com a sugestão de aplicar os
efeitos da revelia ao Sr. José Humberto Pires de Araújo, então
Secretário de Estado de Governo do DF, à época e membro do
Comitê Gestor (Portaria 163/2009) que, devidamente notificado
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56 e 57, bem como a pena de inabilitação para o exercício de
cargo de confiança no Âmbito da Administração Pública do DF,
conforme art.60 do mesmo diploma legal, tendo em vista a
D
ausência de fiscalização na execução do Convênio 13/2009,
apuradas no Relatório de Auditoria 18/2010, que contribuiu
decisivamente para a ocorrência do prejuízo ao erário.
11.
ZA
Concordo com as análises referentes às alegações do
Sr. David Leite da Silva, Prefeito de Santo Antônio do Descoberto,
à época e signatário do referido Convênio.
12.
I
As justificativas não elidem a responsabilidade que lhe
pesa nos autos, já que não demonstrou a correta aplicação dos
AL
recursos recebidos, em conformidade com as normas de regência.
13. O Senhor David Leite da Silva não apresentou
detalhamento da utilização dos recursos e do desenvolvimento dos
projetos e nem relatórios de execução físico-financeira, além de
IT
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23.2012.8.09.0158 e 379678-25.2013.8.09.0158), o justificante não
apresentou razões suficientes para afastar a conduta omissa em
apresentar a prestação de contas, após duas notificações pela
D
Secretaria de Estado de Saúde.
18. O justificante foi notificado em julho e agosto/2013
ZA
(fls. 146 a 153- apenso nº 363.000.205/2009) pela Secretaria de
Estado de Saúde do Distrito Federal e quedou-se inerte, deixando
de apresentar a prestação de contas devida ou mesmo as razões
para justificar a omissão naquele momento.
19. Posteriormente, cerca de 1 ano após o gestor ter
I
recebido a primeira notificação da Secretaria de Estado de Saúde
AL
do Distrito Federal (folha 185 a 185, Apenso n.º
363.000.205/2009) e somente depois de as notificações terem sido
renovadas no bojo do procedimento de Tomada de Contas
Especial pela Comissão Tomadora (folhas 24 e 33, do Apenso n.º
363.000.205/2009), é que foram reunidas as alegações no sentido
IT
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argumentandum tantum, na consecução do interesse público.
24. Filio-me, repito, à corrente jurisprudencial encapada
pelo e. Tribunal de Contas da União (Acórdão nº 1194/2009) no
D
sentido de que o Município e, consequentemente os munícipes, não
podem ser responsabilizados por condutas irregulares praticadas
por gestores e agentes políticos do Ente Federado para o qual
25.
I ZA
foram repassados recursos mediante convênio, salvo quando tais
recursos foram, de alguma forma, comprovadamente, utilizados
pela Municipalidade.
Neste sentido, discordo da sugestão do Corpo Técnico
em propor nova citação do ente federativo ou o recolhimento do
débito solidário, ante a possibilidade de julgamento irregular das
AL
contas.
26. Discordo, ainda, sobre as análises do Sr. Augusto
Silveira de Carvalho, Secretário de Estado de Saúde, à época e
Presidente do Comitê Gestor, de que trata a Portaria 163/2009.
IT
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31. Desta feita, considero improcedentes os argumentos
apresentados pelo ex-Secretário de Saúde e sugiro, como nos
D
demais responsáveis, o ressarcimento o débito imputado, o
julgamento irregular das contas com base no art. 17, inciso III,
alíneas “a”, “b” e “c” da LC nº 01/04, aplicação das penalidades
ZA
previstas no art. 56 e 57 e, ainda, da pena de inabilitação para o
exercício de cargo de confiança no Âmbito da Administração
Pública do DF, conforme art.60 do mesmo diploma legal.
32. Em atenção às demais responsabilidades atinentes à
fiscalização do Convênio, acompanho a sugestão do Corpo
I
Técnico em citar o Sr. Joaquim Carlos da Silva de Barros Neto,
AL
Secretário de Saúde, no período entre 09.12.2009 a 09.06.2010,
por não ter tomado providências para a apresentação de contas
parciais e, ainda, a Sra. Fabíola de Aguiar Nunes, Secretária da
pasta entre 09.06.2010 a 31.12.2010 pela ausência de diligências
para a apresentação de contas final do Convênio 13/09.
IT
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para, no prazo de 30 dias, recolherem, solidariamente, o débito
imputado em decorrência das irregularidades verificadas no
Convênio 13/2009, devendo o valor ser atualizado na data da
D
efetiva quitação do débito;
V - com fulcro no art. 17, III, “a”, “b” e “c” da LC nº
ZA
1/1994, julgue irregulares as contas das pessoas nominadas no
item antecedente e sancione com as penalidades cabíveis na forma
do art. 56 e 57, além de inabilitá-los para o exercício de cargo em
comissão ou função de confiança no âmbito da Administração
Pública do DF, nos termos do art. 60 do mesmo diploma legal.
I
VI – autorize o retorno dos autos à Secretaria de
AL
Contas para as providências pertinentes.
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e da Sra. Fabíola de Aguiar Nunes (Secretária da mesma pasta de
09.06.2010 a 31.12.2010) para apresentarem razões de
justificativa, no prazo de 30 (trinta) dias, em razão da ausência de
D
fiscalização do Convênio nº 013/2009-SES/DF por não exigirem,
respectivamente, as prestações de contas trimestrais e a prestação
de contas final do convênio, bem como o saneamento das
ZA
irregularidades apuradas no Relatório de Auditoria nº 018/2010
(fls. 73/77 do apenso Processo nº 363.000.205/2009), não
assegurando, assim, o cumprimento do que foi pactuado, o que
poderá ensejar a aplicação de multa prevista no art. 57, inciso II,
da Lei Complementar nº 01/94; c) à Secretaria de Contas que
I
examine o memorial acostado às fls. 207/229 pelo Sr. José
AL
Humberto Pires de Araújo (Secretário de Estado de Governo do
Distrito Federal à época e integrante do Comitê Gestor) como
razões de justificativa; d) o sobrestamento do exame do mérito
das razões de justificativa apresentadas pelo Sr. Augusto Silveira
de Carvalho (Secretário de Estado de Saúde à época dos fatos e
IT
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(...)
4. O Sr. David Leite da Silva restou-se silente, devendo
ser considerado revel, nos termos do art. 13, § 3º, da LC nº 1/1994.
O
5. Ressaltamos que, por meio da alínea “c” do item IV da
Decisão 797/2018 (fl. 261), o Tribunal determinou que os
memoriais apresentados pelo Sr. José Humberto Pires de Araújo
D
(fls. 207/229) fossem analisados como razões de justificativa.
Assim, proceder-se-á à análise juntamente com a do expediente de
fls. 372/373 e anexos de fls. 374/438, acostados posteriormente.
6.
dos argumentos.
I ZA
Os autos vieram a esta Unidade Técnica para análise
RAZÕES DE JUSTIFICATIVA
Argumentos do Sr. Joaquim Carlos da Silva Barros Neto (fls.
271/278 e anexos de fls. 279/309).
AL
Argumentos
7. Após tecer um breve resumo dos fatos, informou que o
referido Convênio foi firmado pela SES/DF em conjunto com a
Secretaria Adjunta de Gestão da SES/DF e que, após sua
IT
4
As indicações com asterisco correspondem às folhas do apenso Processo no (*) 480.000.321/2014.
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O
(fl. 278).
Análise
D
13. São procedentes os argumentos acostados.
14. Tendo em vista a existência de uma Diretoria de
ZA
Fiscalização de Licitações, Contratos e Convênios na estrutura da
SES, bem como as providências adotadas pelo responsável quando
da instituição do Comitê Gestor para acompanhamento do referido
ajuste e da determinação para que a Chefe de Gabinete,
juntamente com o Ministério Público de Goiás, avaliasse a
I
situação do Convênio firmado, restou demonstrado que os fatos
AL
tratados nestes autos não devem ser atribuídos ao então Secretário
de Estado.
15. Convém ressaltar que, embora o Sr. Joaquim Carlos da
Silva de Barros Neto tenha sido responsabilizado no bojo do
Processo nº 23.880/2014, em decorrência de falhas na fiscalização
IT
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O
17. Informou que, no período em que se encontrou à frente
da SES, esteve envolvida com a resolução de outros problemas, os
quais consumiram grande parte de seu tempo (fls. 341/342).
D
Análise
18. Os argumentos apresentados não são capazes de
ZA
afastar os fatos atribuídos à gestora.
19. Não há como se considerar metade de um exercício
orçamentário/financeiro como curto período, como alegado.
Ademais, o fato de a responsável estar envolvida com outros
I
problemas oriundos da Pasta, não afasta sua responsabilidade
sobre os eventos tratados nestes autos.
AL
Argumentos
20. Alegou que não conseguiu informações sobre os fatos
tratados nesta TCE, além daquelas constantes no Processo nº
2014.01.1.061621-7, que trata de Ação Civil Pública que tramita
IT
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competências para fiscalizar e acompanhar o ajuste tratado nestes
autos, não devem os fatos desta TCE pesar sobre a então
Secretária de Estado.
D
Argumentos
28. Consignou que o longo período decorrido entre os
ZA
fatos e a presente justificativa seja um óbice ao exercício da ampla
defesa (fls. 351/355).
Análise
29. Não devem prosperar os argumentos acostados.
I
30. Em que pese o período decorrido, foi garantido,
AL
durante o decurso deste Processo, a garantia ao contraditório e
ampla defesa, a qual foi, nesta instrução, considerada
parcialmente procedente.
Conclusão
IT
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estendido, pois, diferentemente dos demais, não fazia parte do
quadro da SES (fl. 210).
D
36. Alegou que as atividades de acompanhamento e
fiscalização do Comitê Gestor deveriam ser apoiadas pelos entes
conveniados e que os membros do Comitê não podem responder
37.
ZA
pela inação dos conveniados (fls. 210/213).
Acrescentou que, segundo consta nos autos do
Processo nº 363.000.205/2009, não houve, por parte da SES ou do
presidente do Comitê Gestor, iniciativa quanto à exigência das
I
prestações de contas do Convênio e que não pode ser
responsabilizado pela falta de análise das contas, uma vez que, em
AL
Análise
40. Consideramos pertinentes os argumentos ofertados
pelo Sr. José Humberto Pires de Araújo, pois, conforme se verifica
no DODF nº 232, de 02 de dezembro de 2009 (cópia de fl. 441), o
responsável foi exonerado do cargo de Secretário de Estado de
Governo antes de vir à tona a irregularidade apurada neste feito e,
dessa forma, não pode ser responsabilizado pela ausência de
prestação de contas do citado Convênio. Além disso, aproveita ao
justificante o exposto no § 15 retro.
3
O Sr. José Humberto Pires de Araújo mencionou o Convênio nº 12/2009,
embora trate do Processo que cuida do Convênio nº 13/2009.
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Proc 20945/2014
Fls.: 486
Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre
O
Argumentos
42. Por meio de sua representante legal (Procuradora do
Município Luciana de Paula Melo), alegou que o citado Município
D
não foi beneficiado pelas irregularidades apuradas e que a
responsabilidade de prestar contas é de pessoa física e não da
ZA
entidade (fls. 311/313).
43. Afirmou que o referido Município há tempos vem sendo
castigado pela ação de pessoas negligentes no trato da coisa
pública, fazendo com que passe por dificuldades, e que atualmente
é impossível que o ente devolva ao GDF o valor do débito (fls.
I
313/314).
AL
44. Ao final requereu que o débito seja imputado apenas
aos responsáveis pela movimentação dos recursos ou que seja
suspenso o presente feito até o deslinde da ação de ressarcimento
proposta pelo Município em face dos gestores faltosos (fl. 314).
IT
Análise
45. Não procedem os argumentos acostados pelo
defendente, nem afastam as responsabilidades que lhe são
atribuídas nestes autos.
IG
Proc.: 20.945/14
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GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre
O
monetariamente desde a data do recebimento,
acrescido de juros legais, na forma da legislação
aplicável aos débitos para com a Fazenda Distrital,
D
nos seguintes casos:
a) quando não executado o objeto da avença;
ZA
b) quando não apresentada, no prazo exigido, a
prestação de contas parcial ou final; e
c) quando os recursos forem utilizados em
finalidade diversa da estabelecida no convênio;
I
Conclusão
AL
50. Em face do exposto, deve a Corte considerar
improcedente a defesa apresentada pelo Município de Santo
Antônio do Descoberto – GO.
CONCLUSÃO
IT
Proc.: 20.945/14
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O
da Silva Barros Neto (fls. 271/278 e anexos de fls.
279/309) e Fabíola de Aguiar Nunes (fls. 339/355
e anexos de fls. 356/371), bem como da defesa
D
acostada pelo Município de Santo Antônio do
Descoberto – GO (fls. 310/314 e anexos de fls.
315/327);
I II.
b.
ZA
considere, no mérito:
a. improcedentes a defesa do Município de
Santo Antônio do Descoberto - GO;
parcialmente procedentes as justificativas
dos responsáveis Joaquim Carlos da Silva
AL
Barros Neto e Fabíola de Aguiar Nunes e
procedentes as dos Srs. José Humberto
Pires de Araújo e Augusto Silveira de
Carvalho, afastando as responsabilidades
que lhes são imputadas nestes autos;
IT
Proc.: 20.945/14
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(...)
Opinião do MPC/DF
12. De acordo com a Cláusula Quarta subitem 4.1 “a” e
“b”, competia ao Comitê Gestor fiscalizar o cumprimento, pela
Prefeitura de Santo Antônio do Descoberto – GO, das obrigações
firmadas pelo Convênio, bem como realizar a análise trimestral da
prestação de contas da aplicação dos recursos do Convênio
13/2009 (fls. 33/34 do Processo nº 363.000.205/2009).
O
13. No caso, conforme argumentos e documentos
acostados pelo justificante, o Sr. Joaquim realizou nova
designação do Comitê Gestor para a fiscalização do Convênio
D
(Portaria nº 42/2010, de 06.04.10), bem como determinou à sua
Chefe de Gabinete que se reunisse com o representante do
Ministério Público do Estado de Goiás para fiscalização conjunta.
14.
ZA
Assim, verifica-se que o responsável não se manteve
inerte, sendo suficientes suas alegações para afastar a
responsabilidade para a qual foi chamado a se manifestar.
Ademais, friso que os Secretários da gestão anterior não foram
I
chamados aos autos pela condição de chefe da Pasta, mas sim por
negligenciar a competência de fiscalizar a execução do ajuste e as
AL
Opinião do MPC/DF
23. Este MPC aquiesce aos argumentos apresentados pelo
Corpo Técnico. Conforme revelado na análise anterior, os
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 490
Proc.: 20.945/14
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GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre
O
25. Do exposto, entendo que podem ser afastadas as
responsabilidades atribuídas à responsável.
D
DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA DO SENHOR JOSÉ
HUMBERTO PIRES DE ARAÚJO, EX-SECRETÁRIO DE
ZA
ESTADO DE GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL E
MEMBRO DO COMITÊ GESTOR (fls. 207/229, E
EXPEDIENTE DE FLS. 372/373 E ANEXOS DE FLS. 374/438.)
(...)
I
Opinião do MPC/DF
AL
33. Este MPC diverge do posicionamento adotado pelo
Corpo Técnico. Conforme revelado na análise anterior, os
responsáveis foram chamados aos autos pela omissão na atuação
no Comitê Gestor do Convênio nº 13/2009.
34. Do exposto, entendo pertinente trazer aos autos a
IT
8
Dispõe sobre a transferência de atribuições e competências relativas a
D
Proc.: 20.945/14
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O
compete:
a) Fiscalizar o fiel cumprimento pela Prefeitura de
Santo Antônio do Descoberto – GO, das obrigações
D
relacionadas na Cláusula Quinta;
b) Analisar as prestações de contas trimestral,
ZA
referente à aplicação dos recursos do presente
Convênio. (...)”
Portanto, até a exoneração do seu Presidente, o Comitê
Gestor poderia ter analisado duas prestações de
I
contas, sem falar aqui nas ações de fiscalização e
acompanhamento do Convênio, acautelando-se pelo
AL
patrimônio público, evitando, assim, o prejuízo ao
Erário Distrital.
José Humberto Pires de Araújo - Esta Comissão
Tomadora não acolhe as Razões de Justificativa
IT
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O
constatou-se que não há nenhum documento que evidencie o
acompanhamento e a fiscalização por parte do responsável, o que
indica clara negligência de sua atuação como membro do Comitê.
D
38. Ao contrário, verificou-se total descaso quanto ao
dever de atesto ao bom e regular uso dos recursos públicos,
ZA
restando claro que a competência do cargo/função desempenhada
não foi exercida no momento adequado, deflagrando uma situação
de grave afronta ao interesse público e às normas legais, que não
apontam para outro caminho a não ser o devido ressarcimento ao
erário.
I
39. Relevante apontar que, dada a publicação da Portaria
AL
n° 163, de 12.08.2009, deveria o justificante ter manifestado de
ofício a sua preocupação quanto à ausência de providências do
colegiado executor do convênio, do qual era membro designado,
mas quedou-se totalmente inerte. Com isso, a nosso critério,
assumiu os riscos inerentes à omissão das atribuições de executor
IT
Proc.: 20.945/14
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O
“c” da Lei Complementar 01/94 e aplique a penalidade previstas
no art. 56 e 57, bem como a pena de inabilitação para o exercício
D
de cargo de confiança no Âmbito da Administração Pública do DF,
conforme art. 60 do mesmo diploma legal, devido à ausência de
fiscalização na execução do Convênio 13/2009, apuradas no
ZA
Relatório de Auditoria 18/2010, que contribuiu decisivamente para
a ocorrência do prejuízo ao erário.
Proc.: 20.945/14
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O
50. Do exposto, mantenho entendimento no sentido de
afastar a responsabilidade do Município.
D
(...)
52. Resumidamente, este MPC entendeu, em acordo com o
ZA
Corpo Técnico, parcialmente procedentes as justificativas dos
responsáveis JOAQUIM CARLOS DA SILVA BARROS NETO e
FABÍOLA DE AGUIAR NUNES.
53. Quanto aos Sr. JOSÉ HUMBERTO PIRES DE
ARAÚJO, discordamos da proposição do Corpo Técnico,
I
indicando que o responsável deve ser responsabilizado pelo
AL
ressarcimento solidário dos prejuízos causados, julgamento
irregular de suas contas, nos termos do art. 17, III, “a”, “b” e “c”
da Lei Complementar 01/94, aplicação da penalidade previstas no
art. 56 e 57, bem como pela pena de inabilitação para o exercício
de cargo de confiança no Âmbito da Administração Pública do DF,
IT
Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre
O
III. levante o sobrestamento indicado no item IV,
alínea “d” da Decisão nº 797/2018;
D
IV. considere, no mérito, parcialmente procedentes
as justificativas dos responsáveis Joaquim
Carlos da Silva Barros Neto e Fabíola de Aguiar
I V.
Nunes;
ZA
afaste a responsabilidade do Município de Santo
Antônio Do Descoberto – GO, tendo em vista que
as condutas irregulares foram praticadas por
gestores e agentes políticos do Ente Federado
para o qual foram repassados recursos mediante
AL
Proc.: 20.945/14
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GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre
O
É o relatório.
D
I ZA
Sala das Sessões, 16 de abril de 2019.
PAULO TADEU
AL
Conselheiro-Relator
IT
IG
D