Sunteți pe pagina 1din 33

e-DOC 24A5AA50

Proc 20945/2014
Fls.: 464

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

Processo nº: 20.945/2014-C (3 volumes)

Apensos nos: 480.000.321/2014 (01 volume), 363.000.205/2009 (01 volume)


e 060.011.907/2013 (01 volume)

Jurisdicionada: Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal – SES/DF

Assunto: Tomada de Contas Especial – TCE

O
Parecer: Procuradora Cláudia Fernanda de Oliveira Pereira

Valor envolvido: R$ 1.805.598,071

D
EMENTA: Tomada de Contas Especial - TCE. Secretaria de Estado de
Saúde do DF – SES/DF. Apuração de eventuais danos

ZA
causados ao erário distrital em face da omissão no dever de
prestar contas de repasse financeiro concedido por meio do
Convênio nº 013/2009-SES/DF, firmado entre o Distrito
Federal e o Município de Santo Antônio do Descoberto/GO,
I
tendo por objeto a reforma e ampliação do Hospital Municipal
Dom Luiz Fernandez e da Sede da Secretaria Municipal de
AL

Saúde de Santo Antônio do Descoberto/GO. Decisão nº


3.273/2016: o Tribunal determinou audiências do Município,
do Prefeito à época, do Prefeito sucessor, do então Secretário
de Estado de Saúde do DF e do então Secretário de Estado de
IT

Governo do DF, sem prejuízo de futura citação. Decisão nº


797/2018: a Corte determinou a citação do Município e do
Prefeito à época para apresentarem alegações de defesa, diante
da possibilidade de terem suas contas julgadas irregulares,
IG

podendo ser aplicado ao Prefeito à época a pena de


inabilitação para o exercício de cargo em comissão ou função
de confiança no âmbito da Administração Pública Distrital ou,
se preferissem, recolherem o débito solidário; determinou a
D

audiência dos Secretários de Estado de Saúde do DF dos


exercícios de 2009 e 2010 para apresentarem razões de
justificativa em razão das irregularidades verificadas, diante
da possibilidade de aplicação da multa prevista no inciso II do
art. 57 da LC nº 01/94; determinou à Secretaria de Contas
examinar o memorial acostado pelo então Secretário de
Estado de Governo do DF à época como razões de
justificativa; determinou o sobrestamento do exame das razões
de justificativa apresentadas pelo então Secretário de Estado
de Saúde, em atendimento à Decisão nº 3.273/2016, até a
apreciação das demais razões de justificativa determinadas

1 Valor atualizado em 12.11.2018 (fl. 439).


e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 465

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

nesta deliberação. Nesta fase: exame do mérito das alegações


de defesa e das razões de justificativa apresentadas. Unidade
Técnica: propõe considerar revel o Prefeito à época,
improcedente as alegações de defesa do Município de Santo
Antônio do Descoberto – GO, parcialmente procedentes as
razões de justificativa dos Secretários de Estado de Saúde dos
exercícios de 2009 e 2010, afastando as responsabilidades que
lhes são imputadas, e procedentes as justificativas dos
Secretários de Estado de Governo e Saúde do DF à época,

O
afastando as responsabilidades que lhes são imputadas;
cientificar o Prefeito à época e o Município de Santo Antônio

D
do Descoberto para recolherem o débito solidário. Ministério
Público: parcialmente divergente com a Unidade Instrutiva.
Pugna considerar revel o Prefeito à época, parcialmente

ZA
procedentes as justificativas dos Secretários de Estado de
Saúde do DF dos exercícios de 2009 e 2010, afastando suas
responsabilidades, improcedentes as justificativas dos
Secretários de Estado de Governo e de Saúde do DF à época;
I
afastar a responsabilidade do Município de Santo Antônio do
Descoberto; cientificar o Prefeito à época e os Secretários de
AL

Estado de Governo e de Saúde do DF à época para recolherem


o débito solidário. Deferimento do pedido de sustentação
oral (Despacho Singular nº 0127/2019-GC/PT) para ocorrer
no dia 16.04.2019.
IT

RELATÓRIO

Tratam os autos de Tomada de Contas Especial – TCE instaurada


IG

para apurar eventuais danos causados ao erário distrital em face da omissão no


dever de prestar contas de repasse financeiro concedido por meio do Convênio nº
D

013/2009-SES/DF2, firmado entre o Distrito Federal e o Município de Santo


Antônio do Descoberto/GO, tendo por objeto a reforma e ampliação do Hospital
Municipal Dom Luiz Fernandez e da sede da Secretaria Municipal de Saúde de
Santo Antônio do Descoberto/GO.

Na Sessão Ordinária nº 4.877, de 28.06.16, o Tribunal lavrou a


Decisão nº 3.273/2016 (fls. 119/120), transcrita a seguir:

O Tribunal, pelo voto de desempate do Senhor Presidente,


proferido com base no art. 84, VI, do RI/TCDF, que acompanhou o

2 fls. 33/43 do apenso Processo nº 363.000.205/2009.


e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 466

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

posicionamento do Conselheiro PAULO TADEU, decidiu: I –


tomar conhecimento da tomada de contas especial objeto dos
Processos nºs 480.000.321/2014, 363.000.205/2009 e
060.011.907/2013; II – nos termos do artigo 13, inciso III, da Lei
Complementar nº 01/1994, chame em audiência o Município de
Santo Antônio do Descoberto-GO; o prefeito à época da assinatura
e execução do Convênio n° 013/2009-SES/DF e seu sucessor,
respectivamente, Srs. David Leite da Silva e Itamar Lemes do
Prado; bem como os componentes do Comitê Gestor: os Srs.

O
Augusto Silveira de Carvalho e José Humberto Pires de Araújo,
respectivamente, Secretários de Estado da Saúde e de Governo do
Distrito Federal; para, no prazo de 30 (trinta) dias, apresentarem

D
razões de justificativas quanto à omissão no dever de prestar
contas dos recursos recebidos por meio do Convênio n° 013/2009-
SES/DF e pelas irregularidades apuradas no Relatório de

ZA
Auditoria n° 018/2010 (fls. 73-77 do Processo nº
363.000.205/2009), e quanto à ausência de fiscalização na
execução do referido convênio, não assegurando, assim, o
cumprimento do que foi pactuado, o que poderá ensejar o
julgamento de suas contas como irregulares, nos termos do artigo
I
17, inciso III, alíneas “a”, "b" e "c", da supracitada norma;
AL
alertando os responsáveis que, dada a gravidade da irregularidade
ocorrida, poderão ser aplicadas, ainda, as penalidades previstas
nos artigos 57, inciso I, e 60 da mesma Lei Complementar, sem
prejuízo de futura citação para responderem quanto aos débitos
imputados; III – autorizar o retorno dos autos à Secretaria de
IT

Contas, para as providências pertinentes. (grifei)

Realizadas as devidas Comunicações de Audiência nos 181/2016 a


185/2016-SS (fls. 122/126) aos senhores indicados na deliberação
IG

retromencionada, foram apresentadas manifestações na forma a seguir:

Comunicação Responsável Manifestação


D

181/2016 (fl. 122) Sr. Augusto Silveira de Carvalho (então fls. 151/161
Secretário de Estado de Saúde do DF)
182/2016 (fl. 123) Sr. José Humberto Pires de Araújo (então Embora comunicado, não
Secretário de Estado de Governo do DF) apresentou razões de
justificativa
183/2016 (fl. 124) Sr. David Leite da Silva (Prefeito à fls. 162/165
época)
184/2016 (fl. 125) Sr. Itamar Lemes do Prado (Prefeito fls. 128/136 e anexos de fls.
sucessor) 137/150
185/2016 (fl. 126) Representante legal do Município de fls. 128/136 e anexos de fls.
Santo Antônio do Descoberto - Sr. Itamar 137/150
Lemes de Prado (Prefeito sucessor)
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 467

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

O Corpo Técnico, por intermédio da Informação n° 344/2016 –


SECONT/2ªDICONT3 (fls. 179/190), analisa as razões de justificativa
apresentadas, nos termos parcialmente transcritos:

(...)
DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA DO SENHOR ITAMAR
LEMES DO PRADO, ATUAL PREFEITO E
REPRESENTANTE LEGAL DO MUNICÍPIO DE SANTO

O
ANTÔNIO DO DESCOBERTO (fls. 128-136 e anexo à fl. 137-
150)

D
5. Informou que o atual gestor não participou de nenhum
trâmite do Convênio n° 013/2009-SES/DF, uma vez que o referido
convênio foi firmado, executado e fiscalizado pela gestão anterior.

ZA
Dessa forma, aludiu que não pode ser responsabilizado
solidariamente pela irregularidade, nem ter suas contas maculadas
por esse evento.
6. Colacionou julgados com entendimento de que o
I
servidor público somente pode ser responsabilizado em caso de
ação ou omissão antijurídica, dolosa ou culposa, que tenha
AL
causado dano material ou moral. Ainda, acrescentou que o atual
prefeito só poderia ser alcançado pela má gestão do convênio,
caso tivesse efetivamente concorrido para sua execução.
7. Alegou que o atual gestor não pode tomar nenhuma
IT

providência, vez que não há decisão definitiva ou terminativa do


processo. Salientou que, ao fim do procedimento de TCE e se ficar
comprovado o dano ao erário, o Sr. Itamar tomará as providências
cabíveis para promover a ação de ressarcimento de danos contra o
IG

ex-gestor.
8. Trouxe aos autos entendimento de Tribunais, no
sentido de que o prefeito sucessor (ao que firmou o convênio) que
demonstrou ter adotado as providências pertinentes para reaver os
D

recursos públicos geridos pela gestão anterior deve ter suas contas
julgadas regulares.
9. Afirmou que os departamentos da prefeitura tentaram
localizar os documentos relativos ao convênio, mas nenhum obteve
sucesso, conforme declarações anexadas às suas razões.
10. Por fim, requereu a exclusão do rol de responsáveis o
atual prefeito, Sr. Itamar Lemes do Prado, bem como o acréscimo
nesse rol do secretário de saúde à época, Sr. Geraldo Lacerda
Gonçalves.

3
As indicações com asterisco correspondem às folhas dos apensos Processos nos (*) 480.000.321/2014,
(**) 363.000.205/2009 e (***) 060.011.907/2013.
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 468

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

ANÁLISE
11. Compulsando os autos de n° 363.000.205/2009,
verificamos que, no intuito de obter a prestação final do Convênio
n° 13/2009, a SES/DF oficiou o Sr. Itamar Lemes, prefeito sucessor
(ao que firmou o convênio) do município de Santo Antônio do
Descoberto, em duas ocasiões, solicitando documentos que
comprovassem a correta aplicação dos recursos, fls. 185-186** e
189**.
12. No entanto, em que pese ter recebido as solicitações

O
(fls. 188** e 192**), o justificante não se dignou a respondê-las
(fls. 194-198**).

D
13. Nesse contexto, pela omissão no dever de prestar
contas de recursos auferidos pela gestão anterior, o Sr. Itamar
Lemes do Prado passou a ser, em momento inicial, corresponsável

14.
ZA
pelo débito apurado, conforme Súmula n° 230 do TCU2.
Contudo, importa trazer ao momento entendimento
exarado pelo Ilmo. Conselheiro Paiva Martins, ao relatar em
processo semelhante (Processo n° 29.950/2014), que envolveu os
I
mesmos gestores do município em pauta:
AL
“27. Noutro giro, a sugestão de citação do Sr.
Itamar Lemes do Prado, que sucedeu o então Prefeito
David Leite da Silva em 2013, ou seja, quase 3 (três)
anos após o término do convênio, merece reparos.
28. A despeito de a Súmula nº 230 do Tribunal de
IT

Contas da União orientar no sentido de co-


responsabilizar o prefeito sucessor na hipótese de
inexistir prestação de contas dos recursos recebidos
IG

(ou deste não adotar medidas tendentes a


salvaguardar o patrimônio público), verifica-se que o
Sr. Itamar Lemes do Prado não se manteve inerte
frente às irregularidades cometidas por seu
antecessor.
D

29. Em consulta à página eletrônica do Tribunal


de Justiça de Goiás – TJGO, foi possível identificar
diversas ações civis públicas por ato de improbidade
interpostas pelo Ministério Público do Estado de
Goiás e pelo Município de Santo Antônio do
Descoberto/GO em desfavor do então Prefeito, Sr.
David Leite da Silva, a exemplo dos Processos nºs
173439-23.2012.8.09.0158 e 379678-

2
SÚMULA n° 230, do TCU: “Compete ao prefeito sucessor apresentar as
contas referentes aos recursos federais recebidos por seu antecessor, quando
este não o tiver feito ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais
visando ao resguardo do patrimônio público com a instauração da competente
Tomada de Contas Especial, sob pena de co-responsabilidade”.
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 469

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

25.2013.8.09.0158. Desta forma, inexiste razão para o


seu chamamento aos autos”. (Grifamos)
15. Assim, pelos motivos expostos acima, foi verificada
conduta diligente do Sr. Itamar Lemes do Prado, enquanto prefeito
sucessor ao que firmou o convênio, o que justifica trazer referido
entendimento aos presentes autos.
16. Com relação ao município, não foi ofertada nenhuma
consideração relevante que pudesse elidir a respectiva
responsabilidade.

O
17. Assim, somos que o Tribunal deva considerar
procedente as razões de justificativa do Sr. Itamar Lemes do

D
Prado, prefeito sucessor (ao que firmou o convênio), quanto à
ausência de adoção de medidas legais, visando ao resguardo do
erário. Entretanto, o Município de Santo Antônio do Descoberto-

ZA
GO deve ser chamado aos autos para apresentar alegações de
defesa, conforme encaminhamentos semelhantes dados por esta
Corte, qual seja, Decisões n°s 6.342/2016 e 6.343/2016 (fls. 176-
177), ou se preferir, o recolhimento do débito solidário, no valor
de R$ 1.596.607,19, conforme demonstrativo de débito à fl. 175,
I
atualizado até o dia 02/02/2017, ante a possibilidade de
AL
julgamento irregular de suas contas, nos termos do artigo 17,
inciso III, alíneas “a”, “b” e “c”, da LC n° 01/1994.
DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA DO SENHOR AUGUSTO
SILVEIRA DE CARVALHO, SECRETÁRIO DE ESTADO DE
IT

SAÚDE À ÉPOCA (fls. 151-161)


18. Após sucinto relato, expôs que o acompanhamento dos
convênios permaneceu sob a coordenação e fiscalização da
Subsecretaria-Adjunta de Gestão da SES/DF e da Unidade de
IG

Administração Geral – UAG/SES, uma vez que ao titular da pasta


não é possível atuar direto na execução dos feitos.
19. Complementou ponderando que um Secretário de
Estado se volta para o desempenho de atividades político-
D

administrativas na condução do nível estratégico e de diretrizes


deliberativas no âmbito da saúde pública.
20. Informou que exerceu o cargo de Secretário de Saúde
do Distrito Federal no período de 21.08.2008 a 23.11.2009,
rebatendo registro de momento diverso, na Nota Técnica de
Auditoria Complementar n° 01/2012-DFLCC/COR/SES/DF.
Ainda, que diante do seu desligamento do cargo de Secretário, ao
mesmo não se pode atribuir responsabilidade pelo
acompanhamento da execução do Convênio n° 13/2009.
21. Observou que o repasse foi efetivado em parcela única,
em 23.06.2009, com prazo de prestação de contas até 60 dias do
final da vigência do convênio, que seria 17.04.2010. Dessa forma,
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 470

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

salientou que não haveria prestação de contas trimestral, mas, tão


somente, prestação de contas final.
22. Alentou que não havia determinação de prazo para
designação do Comitê Gestor, bem como não acarretou prejuízo
sua composição tardia, especialmente devido à fiscalização no
convênio, em 16.09.2009, pela equipe de auditoria vinculada ao
Gabinete do Secretário, tendo esse deliberado para o
procedimento fiscalizatório. Assim, refutou as constatações de
ausência de fiscalização e de providências pelo justificante.

O
23. Externou que a sua saída do cargo de titular da pasta
foi anterior ao prazo final da prestação de contas e, também, da

D
conclusão da auditoria no convênio, competindo, portanto, à
gestão sucessora as ações relacionadas a esses fatos, bem como
eventuais responsabilizações.
24.

ZA
Concluindo pelo desprovimento de respaldo jurídico
para a sua responsabilização, vez que tomou providências cabíveis
enquanto Secretário, e, considerando que deixou o referido cargo
anteriormente à devida prestação de contas final, requereu a sua
exclusão do rol de responsáveis desta TCE.
I
ANÁLISE
AL

25. De início, cumpre informar que, conforme Cláusula


Quarta, subitem 4.1, ‘b’ (fls. 33-34**), competia ao Comitê Gestor
“analisar a prestação de contas trimestral, referente à aplicação
dos recursos do presente Convênio”. Nesse contexto, vale
IT

complementar que a prestação parcial objetiva demonstrar a


correta execução física do objeto do convênio, não podendo
dispensá-la pelo fato de o repasse ter sido efetuado em apenas uma
parcela.
IG

26. Com relação à não constituição do Comitê Gestor, de


fato, não havia determinação explícita de prazo para a sua
constituição. Contudo, diante da obrigação do mesmo analisar
eventuais prestações de prazo trimestral, entende-se que seria de
D

bom esmero para um gestor público criá-lo de imediato,


atendendo, outrossim, o princípio da eficiência.
27. No entanto, refizemos uma análise no Relatório de
Auditoria n° 18/2010, fls. 73-77**. Desta feita, asseveramos que a
auditoria executada pela SES/DF, cuja Ordem de Serviço se deu
em setembro de 2009, levantou pontos relevantes sobre as
irregularidades na execução inicial do convênio, suprindo, na
medida do possível, as ações fiscalizatórias do Comitê Gestor.
28. No que tange à exoneração do Sr. Augusto Silveira do
cargo de Secretário de Estado de Saúde, fizemos uma busca no
DODF de 2009 e atestamos a veracidade da informação de que
deixou, de fato, o mencionado cargo em 20.11.2009 (fls. 167-171).
Dessa forma, não seria razoável imputar-lhe a responsabilidade de
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 471

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

tomar providências pela não entrega da prestação final (cujo


prazo máximo era até a data de 17.06.2010), bem como de
eventuais prestações trimestrais não entregues após a sua saída,
tendo, smj, como procedente as alegações ofertadas em suas
justificativas.
29. Contudo, em pesquisa ao sítio do DODF, verificamos
que cabia a alegada fiscalização do convênio ao Sr. Joaquim
Carlos da Silva de Barros Neto, Secretário de Estado de Saúde do
DF no período de 09.12.2009 a 09.06.2010, que não tomou

O
providências quanto às prestações parciais não apresentadas, bem
como à Sra. Fabíola de Aguiar Nunes, Secretária da mesma pasta
de 09.06.2010 a 31.12.2010 (fls. 172-174), que quedou-se inerte

D
com relação à ausência da prestação de contas final.
30. Portanto, somos que os referidos senhores devam ser

ZA
citados para se manifestarem sobre a omissão na fiscalização da
execução do Convênio nº 013/2009-SES/DF, o que pode ensejar o
julgamento de suas contas como irregulares, nos termos do artigo
17, inciso III, alíneas “a”, “b” e “c”, da LC n° 01/1994, bem
como poderá ser aplicada, ainda, a pena de inabilitação para o
I
exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito
da Administração Pública do Distrito Federal, nos termos do
AL

artigo 60 da mesma norma, ou se preferirem, o recolhimento do


débito solidário, no valor de R$ 1.596.607,19, conforme
demonstrativo de débito à fl. 175, atualizado até o dia 02/02/2017.
DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA DO SENHOR DAVID
IT

LEITE DA SILVA, PREFEITO À ÉPOCA DA ASSINATURA E


EXECUÇÃO DO Convênio n° 013/2009-SES/DF (fls. 151-161)
31. Após breve início, informou que, em acordo com o ex-
IG

secretário de saúde, os recursos recebidos na conta específica


seriam remanejados para a conta do Fundo Municipal de Saúde
(Ag 4545-4, Cc 11873-7, banco do brasil), visando a evitar que
possíveis ingerências ocorressem e o aludido convênio ficasse sob
risco de não ser cumprido.
D

32. Comentou que, devido ao convênio, houve uma


revolução no tratamento ambulatorial de Santo Antônio, vez que a
comunidade passou a ter contato com uma gama de médicos não
encontrados anteriormente. Nessa oportunidade, pontuou que o
hospital passou de 3.000 procedimentos mensais para mais de
18.000. Ainda, a infraestrutura de atendimento e de administração
recebeu enorme melhoria, com a construção de blocos composto
por térreo e primeiro andar.
33. Ponderou que, com a interrupção do governo Arruda,
em novembro de 2009, logo veio a extinção do convênio. Nesse
contexto, relatou que a contadora, Sra. Isabel Cristina, informou
que as prestações de contas estavam todas corretas, e que as
arguições das auditorias foram respondidas.
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 472

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

34. Destacou que o Processo nº 363.000.205/2009


demonstra que havia necessidade de aditivo ao convênio, mas que
tal pleito não foi aceito pela auditoria, o que prejudicou a fiel
execução do aludido convênio.
35. Esclareceu que as notas fiscais eram emitidas em nome
do Fundo Municipal de Saúde, real destinatário dos recursos.
Ainda, que os atestos figuravam no anverso das referidas notas,
mas que somente a frente dessas foram xerocopiadas.
36. Realçou que, às fls. 319-320 do Processo n°

O
363.000.205/2009, a Comissão Fiscalizadora emitiu parecer,
verificando que “o valor repassado em função do convênio em

D
comento, foi devidamente aplicado na reforma e ampliação do
Hospital Dom Luiz Fernandez e da Sede da Secretaria Municipal
de Saúde”.
37.

ZA
Assinalou que os recursos públicos foram usados na
execução do convênio e que a finalidade foi totalmente atingida,
mas que a situação regrediu após a extinção dos convênios.
38.
I Por derradeiro, requereu que o Tribunal determinasse
vistorias “in loco”, para verificar as obras de ampliação do
Hospital Dom Luiz Fernandez, bem como solicitou audiência da
AL

contadora Izabel Cristina Alves Maia Cavalcante, sendo as contas


aprovadas após as declarações da referida profissional.
ANÁLISE
39. Primeiramente, cabe comentar que o Sr. David Leite
IT

Silva, em 31.03.2009, solicitou recursos à Secretaria de Governo


do Distrito Federal, objetivando reformas e ampliações no
Hospital Municipal Dom Luiz Fernandez e a sede da Secretaria
Municipal de Saúde do município de Santo Antônio do Descoberto,
IG

fl. 01-05**.
40. A esse respeito, recebeu os recursos em 23.06.2009, e
deveria prestar contas dos referidos numerários em até sessenta
D

dias do final da vigência do convênio (17.04.2010). Ainda, cumpre


observar que sua gestão se encerrou em 31.12.2012.
41. Nesse contexto, constata-se que, embora tivesse o
justificante que prestar contas dos recursos solicitados até
17.06.2010, quedou-se inerte até o fim de seu mandato, ou seja,
por mais de 2 anos e 6 meses.
42. Com relação às suas justificativas a respeito das
melhorias no atendimento ambulatorial e nas instalações físicas do
aludido hospital, não apresentou nenhum documento que pudesse
comprovar o alegado.
43. Sobre o argumento de que a auditoria realizada, ao
opinar contrariamente a qualquer aditivo, prejudicou a execução
do convênio, não pode prosperar, vez que sequer o justificante
prestou contas dos recursos recebidos do erário distrital.
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 473

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

44. Com relação aos atestos mencionados no § 35 desta


informação, a despeito dos esclarecimentos prestados, não trouxe
o gestor os documentos adicionais que pudessem suportar sua
alegação.
45. No que tange aos termos do parecer do Processo n°
363.000.205/2009 (§ 36 desta informação), acreditamos ter algum
equívoco, vez que os referidos autos se encerram na fl. 210,
portanto, anteriormente à localização informada do referido
documento. Nessa medida, compulsamos os autos apensos, mas

O
não encontramos nenhum entendimento que laborasse ao seu
favor.

D
46. De mais a mais, somos ser desnecessária qualquer
vistoria “in loco” por este Tribunal, vez que não foi colacionada,
nesses autos, nenhuma comprovação de aplicação dos recursos

ZA
que restasse ser sanada.
47. Igualmente, a nosso ver, entendemos pelo não
provimento de audiência da mencionada contadora. Nessa seara,
insta informar que o Convênio n° 13/2009-SES/DF foi firmado
pelo ora interessado (fl. 33**), tendo esse a obrigação de prestar
I
contas dos repasses recebidos, não sendo a Sra. Izabel Cristina
AL
Alves Maia Cavalcante interessada nesses autos.
48. Pelo exposto, o justificante não trouxe aos autos
nenhuma prova inequívoca sobre a verdade dos fatos que elidisse a
sua responsabilidade, devendo, portanto, ser citado para se
IT

manifestar quanto à omissão no dever de prestar contas dos


recursos recebidos por meio do Convênio n° 013/2009-SES/DF e
pelas irregularidades apuradas no Relatório de Auditoria n°
018/2010 (fls. 73-77**), não assegurando, assim, o cumprimento
IG

do que foi pactuado, o que pode ensejar o julgamento de suas


contas como irregulares, nos termos do artigo 17, inciso III,
alíneas “a”, “b” e “c”, da LC n° 01/1994, bem como poderá ser
aplicada, ainda, a pena de inabilitação para o exercício de cargo
em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração
D

Pública do Distrito Federal, nos termos do artigo 60 da mesma


norma, ou se preferir, o recolhimento do débito solidário, no valor
de R$ 1.596.607,19, conforme demonstrativo de débito à fl. 175,
atualizado até o dia 02/02/2017.
CONCLUSÃO
49. Da análise das razões de justificativa do Sr. David
Leite da Silva (fls. 162-165), prefeito à época da assinatura e
execução do Convênio n° 013/2009-SES/DF, bem como do
Município de Santo Antônio do Descoberto, entendemos que o
Tribunal deve considerá-las improcedentes.
50. O Sr. José Humberto Pires de Araújo, Secretário de
Estado de Governo do Distrito Federal, embora chamado aos
autos à fl. 123, não se manifestou. Portanto, de acordo com o
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 474

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

artigo 13, § 3º, da Lei Complementar nº 01/94, esta Corte deve


considerá-lo revel.
51. Quanto às justificativas do Sr. Augusto Silveira de
Carvalho (fls. 151-161), Secretário de Estado de Saúde à época, e
do Sr. Itamar Lemes do Prado (fls. 128-136 e anexo à fl. 137-150,
atual prefeito e representante legal do município em análise, temos
por considerá-las procedentes, afastando, pelas razões expostas
nos §§ 27-28 desta Informação, as responsabilidades imputadas na
Decisão n° 3.273/2016, fl. 119.

O
52. Contudo, em pesquisa ao sítio do DODF, verificamos
que cabia a alegada fiscalização do convênio ao Sr. Joaquim

D
Carlos da Silva de Barros Neto, Secretário de Estado de Saúde do
DF no período de 09.12.2009 a 09.06.2010, que não tomou
providências quanto às prestações parciais não apresentadas, bem

ZA
como à Sra. Fabíola de Aguiar Nunes, Secretária da mesma pasta
de 09.06.2010 a 31.12.2010 (fls. 172-174), que quedou-se inerte
com relação à ausência da prestação de contas final.
53. Portanto, somos que os senhores mencionados nos §§
49, 50 e 52 desta informação, juntamente ao Município de Santo
I
Antônio do Descoberto, devam ser citados para se manifestarem
AL
sobre à omissão no dever de prestar contas dos recursos recebidos
por meio do Convênio n° 013/2009-SES/DF e pelas
irregularidades apuradas no Relatório de Auditoria n° 018/2010
(fls. 73-77**), e quanto à ausência de fiscalização na execução do
referido convênio, não assegurando, assim, o cumprimento do que
IT

foi pactuado, conforme indicado na Matriz de Responsabilização


de fl. 178, o que pode ensejar o julgamento de suas contas como
irregulares, nos termos do artigo 17, inciso III, alíneas “a”, “b” e
“c”, da LC n° 01/1994, bem como poderá ser aplicada, ainda, a
IG

pena de inabilitação para o exercício de cargo em comissão ou


função de confiança no âmbito da Administração Pública do
Distrito Federal, nos termos do artigo 60 da mesma norma, ou se
preferirem, o recolhimento do débito solidário, no valor de R$
D

1.596.607,19, conforme demonstrativo de débito à fl. 175,


atualizado até o dia 02/02/2017.
(...)
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Distrito
Federal, por intermédio do Parecer nº 174/2017-CF (fls. 192/198), concorda
parcialmente com o entendimento do Corpo Técnico, nos seguintes termos:

(...)
9. Inicialmente, concordo com a sugestão de aplicar os
efeitos da revelia ao Sr. José Humberto Pires de Araújo, então
Secretário de Estado de Governo do DF, à época e membro do
Comitê Gestor (Portaria 163/2009) que, devidamente notificado
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 475

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

aos autos para apresentar as razões de justificativa, se manteve


inerte.
10. Contudo, discordo da proposição do Corpo Técnico no
sentido de ordenar nova citação do responsável, eis que, na fase
anterior, já foi oportunizada a defesa ao responsável, com fulcro
no art. 13, inciso II, da Lei Complementar 01/94. Sugiro, que
condene ao ressarcimento solidário dos prejuízos causados, julgue
irregular as contas, nos termos do art. 17, III, “a”, “b” e “c” da
Lei Complementar 01/94 e aplique a penalidade previstas no art.

O
56 e 57, bem como a pena de inabilitação para o exercício de
cargo de confiança no Âmbito da Administração Pública do DF,
conforme art.60 do mesmo diploma legal, tendo em vista a

D
ausência de fiscalização na execução do Convênio 13/2009,
apuradas no Relatório de Auditoria 18/2010, que contribuiu
decisivamente para a ocorrência do prejuízo ao erário.
11.

ZA
Concordo com as análises referentes às alegações do
Sr. David Leite da Silva, Prefeito de Santo Antônio do Descoberto,
à época e signatário do referido Convênio.
12.
I
As justificativas não elidem a responsabilidade que lhe
pesa nos autos, já que não demonstrou a correta aplicação dos
AL
recursos recebidos, em conformidade com as normas de regência.
13. O Senhor David Leite da Silva não apresentou
detalhamento da utilização dos recursos e do desenvolvimento dos
projetos e nem relatórios de execução físico-financeira, além de
IT

não prestar contas dos recursos recebidos no prazo normativo, ao


arrepio da Cláusula Sétima, 7.1, III e Décima do Termo e dos
artigos 18, §§ 1º e 2º, 20, 26, § 4º e 38 da Instrução Normativa n.º
1/2005-CGDF. Ao contrário, ao que tudo indica nos autos, utilizou
IG

os recursos por meio de fraude ao procedimento licitatório e à


contratação (achados consignados no Relatório de Auditoria nº
18/2010 de fls. 73 a 77-apenso), acarretando uma série de
consequências danosas para o Município Convenente, inclusive a
impossibilidade de firmar novos convênios.
D

14. Todavia, discordo das sugestões indicadas para que se


promova nova citação e manifestação quanto à omissão no dever
de prestar contas e demais irregularidades apuradas no Relatório
de Auditoria 08/2010. O justificante já exerceu o seu direito de
defesa e, portanto, operou-se a preclusão consumativa.
15. No atual momento processual, a sugestão cabível é a
citação para o ressarcimento dos prejuízos causados, julgamento
irregular das contas com base no art. 17, inciso III, alíneas “a”,
“b” e “c” da LC nº 01/04, aplicação da penalidade previstas no
art. 56 e 57 e, ainda, da pena de inabilitação para o exercício de
cargo de confiança no Âmbito da Administração Pública do DF,
conforme art.60 da Lei.
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 476

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

16. No tocante as justificativas apresentadas pelo Sr.


Itamar Lemes de Prado, representante legal do Município e
Prefeito Municipal entre 2012 a 2016, portanto, sucessor da
autoridade signatária do Convênio 13/2009, discordo da análise
da instrução.
17. Embora tenha denunciado ao Ministério Público do
DF e Territórios (fls. 79 a 86, apenso 480.000.321/2014) a omissão
de prestar contas de seu antecessor e dado azo a outras ações civis
públicas no Tribunal de Justiça de Goiás (Processos nº 173439-

O
23.2012.8.09.0158 e 379678-25.2013.8.09.0158), o justificante não
apresentou razões suficientes para afastar a conduta omissa em
apresentar a prestação de contas, após duas notificações pela

D
Secretaria de Estado de Saúde.
18. O justificante foi notificado em julho e agosto/2013

ZA
(fls. 146 a 153- apenso nº 363.000.205/2009) pela Secretaria de
Estado de Saúde do Distrito Federal e quedou-se inerte, deixando
de apresentar a prestação de contas devida ou mesmo as razões
para justificar a omissão naquele momento.
19. Posteriormente, cerca de 1 ano após o gestor ter
I
recebido a primeira notificação da Secretaria de Estado de Saúde
AL
do Distrito Federal (folha 185 a 185, Apenso n.º
363.000.205/2009) e somente depois de as notificações terem sido
renovadas no bojo do procedimento de Tomada de Contas
Especial pela Comissão Tomadora (folhas 24 e 33, do Apenso n.º
363.000.205/2009), é que foram reunidas as alegações no sentido
IT

de que “nada foi encontrado”, “nada foi guardado” e de que o


“legado se resume às peças constantes destes autos,” conforme se
extrai das manifestações de folhas 76 a 86, do Apenso n.º
480.000.321/2014.
IG

20. Assim, a conduta do sucessor foi atípica e imprevidente


que, chamado ordinariamente aos autos em duas ocasiões,
silenciou-se, vindo a se manifestar, tempos após, em sede de
Tomada de Contas Especial e/ ou por meio de denúncias ao
D

Ministério Público, esteado na alegação de ter ocorrido o


desaparecimento/extravio dos documentos relativos ao Convênio
n.º 13/2009-SES, sem ter adotado, tempestivamente, medidas de
regularização ou de apuração, de sua competência.
21. Neste sentido, entendo que as razões de justificativas
são improcedentes, de modo que o responsável deve ser compelido
ao ressarcimento integral dos danos causados, ter as contas ser
julgadas irregulares com fulcro no art.17, III, “a” da LC 01/94,
bem como condenado as sanções previstas nos artigos 56, 57 e 60
da LC 01/94.
22. No tocante ao Município de Santo Antônio do
Descoberto-GO, o justificante nada trouxe em defesa do ente
federativo.
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 477

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

23. Contudo, no Parecer 450/2016, discordei do Corpo


Técnico acerca da responsabilização do Município, pois, na
hipótese examinada, os autos sequer permitem asseverar que os
recursos transferidos à conta do Ajuste foram, de fato, utilizados
em benefício da comunidade local. Ao contrário, verifico que o
valor integralmente repassado ao Município de Santo Antônio do
Descoberto, a toda evidência, lá permaneceu desde 25 de maio de
2009, sem comprovação de uso regular para execução do objeto
pactuado ou, ainda que em desvio de finalidade, ad

O
argumentandum tantum, na consecução do interesse público.
24. Filio-me, repito, à corrente jurisprudencial encapada
pelo e. Tribunal de Contas da União (Acórdão nº 1194/2009) no

D
sentido de que o Município e, consequentemente os munícipes, não
podem ser responsabilizados por condutas irregulares praticadas
por gestores e agentes políticos do Ente Federado para o qual

25.
I ZA
foram repassados recursos mediante convênio, salvo quando tais
recursos foram, de alguma forma, comprovadamente, utilizados
pela Municipalidade.
Neste sentido, discordo da sugestão do Corpo Técnico
em propor nova citação do ente federativo ou o recolhimento do
débito solidário, ante a possibilidade de julgamento irregular das
AL

contas.
26. Discordo, ainda, sobre as análises do Sr. Augusto
Silveira de Carvalho, Secretário de Estado de Saúde, à época e
Presidente do Comitê Gestor, de que trata a Portaria 163/2009.
IT

27. O Corpo Técnico salientou que, de acordo com


Cláusula Quarta subitem 4,1 “b” (fls. 33-34), competia ao Comitê
Gestor, realizar a análise trimestral da prestação de contas da
IG

aplicação dos recursos do Convênio 13/2009.


28. Contudo, o justificante dispensou a prestação de contas
pelo fato de o repasse ter sido efetuado em apenas 1 parcela.
Assim, negligenciou a competência de fiscalizar a execução do
D

ajuste e as obrigações recíprocas decorrentes, nos termos


constantes nos arts. 186 e 987 do Código Civil, 4º, 5º e 11 da Lei
8429/92, arts. 20,21, 34, 35 e 38 da Instrução Normativa nº 1/2005
CGDF e na referida Cláusula Quarta do Convênio. A ausência de
prestação de contas final pelo Convenente, ao contrário do que
afirmam os responsáveis, encontra antecedente causal na grave
omissão fiscalizatória e de acompanhamento da execução do
projeto que deveria ter sido realizado, à inteireza, pelo Município
Convenente; de modo que – ao contrário do que alegam os
responsáveis – o repasse em única parcela, com integralização à
conta do Convênio n.º 13/2009-SES, exigia maior rigor de
fiscalização do Comitê Gestor designado.
29. Ademais, o Comitê Gestor somente foi designado em 17
de agosto de 2009, quando os recursos já haviam sido repassados,
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 478

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

em 25 de maio de 2009, e não em 23 de junho daquele ano,


conforme Ordem Bancária nº 7179/2009.
30. Assim, ainda que a exoneração do cargo de Secretário
de Saúde ter ocorrido dentro do prazo para apresentação da
entrega da prestação de contas final (17.06.2010), o fato não
exime a responsabilidade do justificante de responder pela
ausência de ações fiscalizatórias iniciais, ou seja, designação
imediata do Comitê Gestor para, em seguida, exigir a prestação de
contas parcial antes de expirar o prazo para saída do cargo.

O
31. Desta feita, considero improcedentes os argumentos
apresentados pelo ex-Secretário de Saúde e sugiro, como nos

D
demais responsáveis, o ressarcimento o débito imputado, o
julgamento irregular das contas com base no art. 17, inciso III,
alíneas “a”, “b” e “c” da LC nº 01/04, aplicação das penalidades

ZA
previstas no art. 56 e 57 e, ainda, da pena de inabilitação para o
exercício de cargo de confiança no Âmbito da Administração
Pública do DF, conforme art.60 do mesmo diploma legal.
32. Em atenção às demais responsabilidades atinentes à
fiscalização do Convênio, acompanho a sugestão do Corpo
I
Técnico em citar o Sr. Joaquim Carlos da Silva de Barros Neto,
AL
Secretário de Saúde, no período entre 09.12.2009 a 09.06.2010,
por não ter tomado providências para a apresentação de contas
parciais e, ainda, a Sra. Fabíola de Aguiar Nunes, Secretária da
pasta entre 09.06.2010 a 31.12.2010 pela ausência de diligências
para a apresentação de contas final do Convênio 13/09.
IT

33. Por fim, as inúmeras ilegalidades constatadas na


execução do Convênio, acrescidas da omissão no dever de prestar
contas e da negligência do Comitê Gestor, autorizam a
IG

responsabilização solidária dos Senhores David Leite da Silva e


Itamar Lemes do Prado, Prefeitos sucedido e sucessor,
respectivamente; bem como dos Senhores Augusto Silveira de
Carvalho e José Humberto Pires de Araújo, membros do Comitê
Gestor do Convênio n.º 13/2009-SES pelo valor atualizado e
D

acrescido de juros moratórios a contar da data do repasse de R$


1.596.607,19 .
34. Diante do exposto, concordo parcialmente com o
Corpo Técnico, sugerindo ao e. Plenário:
I – tome conhecimento das razões de justificativas
apresentadas pelos responsáveis às fls. 128-136 e anexo às fls.
137-150, às fls. 151-161 e 162-165, para, no mérito, considerá-las
improcedentes;
II - nos termos do art. 13, § 3.º, da LC n.° 1/1994,
considere revel o Sr. José Humberto Pires de Araújo;
III- nos termos do artigo 13, inciso II, da Lei
Complementar nº 01/1994, ordene a citação dos responsáveis
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 479

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

Joaquim Carlos da Silva de Barros Neto e Fabiola de Aguiar


Nunes para que apresente as alegações de defesa quanto à
ausência de fiscalização na execução do Convênio 13/2009,
considerando a possibilidade de terem suas contas julgadas
irregulares, nos termos do art. 17, III, “a”, “b” e “c” da LC
1/1994 e de aplicação das penalidades cabíveis;
IV - com fulcro no art.13 § 1º, da LC nº 1/1994,
cientifique os Srs. Davi Leite da Silva; Itamar Lemes do Prado,
Augusto Silveira de Carvalho e José Humberto Pires de Araújo,

O
para, no prazo de 30 dias, recolherem, solidariamente, o débito
imputado em decorrência das irregularidades verificadas no
Convênio 13/2009, devendo o valor ser atualizado na data da

D
efetiva quitação do débito;
V - com fulcro no art. 17, III, “a”, “b” e “c” da LC nº

ZA
1/1994, julgue irregulares as contas das pessoas nominadas no
item antecedente e sancione com as penalidades cabíveis na forma
do art. 56 e 57, além de inabilitá-los para o exercício de cargo em
comissão ou função de confiança no âmbito da Administração
Pública do DF, nos termos do art. 60 do mesmo diploma legal.
I
VI – autorize o retorno dos autos à Secretaria de
AL
Contas para as providências pertinentes.

Na S.O. nº 5.019, de 01.03.18, a Corte lavrou a Decisão nº


IT

797/2018 (fls. 261/261-v), transcrita a seguir:

O Tribunal, por unanimidade, de acordo com o voto do Relator,


decidiu: I – tomar conhecimento: a) das razões de justificativa
IG

apresentadas às fls. 128/136 e anexo às fls. 137/150, às fls.


151/161 e às fls. 162/165; b) da Informação nº 344/2016 –
SECONT/2ªDICONT (fls. 179/190); c) do Parecer nº 174/2017-CF
(fls. 192/198); II – acolher as razões de justificativa trazidas pelo
Sr. Itamar Lemes do Prado (Prefeito sucessor); III – considerar
D

improcedentes as razões de justificativa apresentadas pelo Sr.


David Leite da Silva (Prefeito à época da assinatura e execução do
convênio) e pelo Município de Santo Antônio do Descoberto; IV –
determinar: a) nos termos do art. 13, inciso II, da Lei
Complementar nº 01/1994, a citação do Sr. David Leite da Silva
(Prefeito à época da assinatura e execução do convênio) e do
Município de Santo Antônio do Descoberto para, no prazo de 30
(trinta) dias, apresentarem alegações de defesa quanto à omissão
no dever de prestar contas dos recursos recebidos por meio do
Convênio nº 013/2009-SES/DF e pelas irregularidades apuradas
no Relatório de Auditoria nº 018/2010 (fls. 73/77 do apenso
Processo nº 363.000.205/2009), o que poderá ensejar o julgamento
de suas contas como irregulares, nos termos do art. 17, inciso III,
alíneas “a”, “b” e “c”, da supracitada norma, podendo ser
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 480

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

aplicada ainda, ao primeiro indicado, a pena de inabilitação para


o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no
âmbito da Administração Pública do Distrito Federal, nos termos
do art. 60 da mesma norma, ou se preferirem, recolher o débito
solidário, no valor de R$ 1.729.305,19, conforme demonstrativo de
débito de fl. 230, atualizado até 08/02/2018; b) nos termos do art.
13, inciso III, da Lei Complementar nº 01/1994, a audiência do Sr.
Joaquim Carlos da Silva de Barros Neto (Secretário de Estado de
Saúde do Distrito Federal no período de 09.12.2009 a 09.06.2010)

O
e da Sra. Fabíola de Aguiar Nunes (Secretária da mesma pasta de
09.06.2010 a 31.12.2010) para apresentarem razões de
justificativa, no prazo de 30 (trinta) dias, em razão da ausência de

D
fiscalização do Convênio nº 013/2009-SES/DF por não exigirem,
respectivamente, as prestações de contas trimestrais e a prestação
de contas final do convênio, bem como o saneamento das

ZA
irregularidades apuradas no Relatório de Auditoria nº 018/2010
(fls. 73/77 do apenso Processo nº 363.000.205/2009), não
assegurando, assim, o cumprimento do que foi pactuado, o que
poderá ensejar a aplicação de multa prevista no art. 57, inciso II,
da Lei Complementar nº 01/94; c) à Secretaria de Contas que
I
examine o memorial acostado às fls. 207/229 pelo Sr. José
AL
Humberto Pires de Araújo (Secretário de Estado de Governo do
Distrito Federal à época e integrante do Comitê Gestor) como
razões de justificativa; d) o sobrestamento do exame do mérito
das razões de justificativa apresentadas pelo Sr. Augusto Silveira
de Carvalho (Secretário de Estado de Saúde à época dos fatos e
IT

integrante do Comitê Gestor) até a apreciação das razões de


justificativa dos indicados nos itens IV.b e IV.c; V – dar ciência
desta deliberação ao responsável indicado no item IV.c,
informando-lhe que o requerimento de sustentação oral será
IG

apreciado quando do exame do mérito das suas razões de


justificativa; VI – autorizar o retorno dos autos à Secretaria de
Contas, para adoção das providências pertinentes.
D

Em atendimento à determinação exarada no item IV do referido


decisum, após as devidas comunicações de audiência e citações (fls. 264/267 e
332/335), acostaram suas razões de justificativa Joaquim Carlos da Silva Barros
Neto (fls. 271/278 e anexos de fls. 279/309) e Fabíola de Aguiar Nunes (fls.
339/355 e anexos de fls. 356/371), bem como foram apresentadas as alegações de
defesa do Município de Santo Antônio do Descoberto – GO (fls. 310/314 e anexos
de fls. 315/327).
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 481

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

O Corpo Técnico, por intermédio da Informação n° 222/2018 –


SECONT/2ªDICONT4 (fls. 442/450), analisa as alegações de defesa e as razões de
justificativa apresentadas, nos termos parcialmente transcritos:

(...)
4. O Sr. David Leite da Silva restou-se silente, devendo
ser considerado revel, nos termos do art. 13, § 3º, da LC nº 1/1994.

O
5. Ressaltamos que, por meio da alínea “c” do item IV da
Decisão 797/2018 (fl. 261), o Tribunal determinou que os
memoriais apresentados pelo Sr. José Humberto Pires de Araújo

D
(fls. 207/229) fossem analisados como razões de justificativa.
Assim, proceder-se-á à análise juntamente com a do expediente de
fls. 372/373 e anexos de fls. 374/438, acostados posteriormente.
6.
dos argumentos.
I ZA
Os autos vieram a esta Unidade Técnica para análise

RAZÕES DE JUSTIFICATIVA
Argumentos do Sr. Joaquim Carlos da Silva Barros Neto (fls.
271/278 e anexos de fls. 279/309).
AL

Argumentos
7. Após tecer um breve resumo dos fatos, informou que o
referido Convênio foi firmado pela SES/DF em conjunto com a
Secretaria Adjunta de Gestão da SES/DF e que, após sua
IT

assinatura, foi instituído um Comitê Gestor, que ficou responsável


pela fiscalização do ajuste (fls.272/273).
8. Ressaltou que exerceu o cargo de Scretário de Estado
IG

de Saúde do DF no período de 09.12.09 a 09.06.10, momento de


crise no DF em face da prisão do ex-governador Jose Roberto
Arruda, e que não houve transição com as pautas mais urgentes de
seu antecessor (fl. 273).
D

9. Alegou que, por meio da Portaria SES nº 163/2009, de


12.08.09, já havia sido nomeado um comitê gestor para
acompanhamento e fiscalização do Convênio, bem como para
auxílio do Secretário de Estado, pois seria inviável ao Secretário o
acompanhamento de rotinas de fiscalização, haja vista as inúmeras
atividades que desempenhava (fl. 274).
10. Apontou que, tendo tomado conhecimento de
irregularidades na execução do Convênio, designou novo comitê
gestor para fiscalização e acompanhamento, conforme Portaria nº
42/2010, bem como determinou à sua Chefe de Gabinete que se
reunisse com o representante do Ministério Público do Estado de

4
As indicações com asterisco correspondem às folhas do apenso Processo no (*) 480.000.321/2014.
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 482

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

Goiás para fiscalização conjunta, bem como auditoria para


verificar se o que fora pactuado estava sendo cumprido (fl. 275).
11. Acrescentou que, em 2013, foi expedido memorando
pela Diretoria de Fiscalização de Licitações, Contratos e
Convênios relatando os fatos e as cobranças efetuadas à Prefeitura
Municipal de Santo Antônio do Descoberto – GO para a devida
prestação de contas e informou sobre o repasse efetuado ao
referido município (fls. 276/277).
12. Ao final, solicita que sejam acolhidas suas justificativas

O
(fl. 278).
Análise

D
13. São procedentes os argumentos acostados.
14. Tendo em vista a existência de uma Diretoria de

ZA
Fiscalização de Licitações, Contratos e Convênios na estrutura da
SES, bem como as providências adotadas pelo responsável quando
da instituição do Comitê Gestor para acompanhamento do referido
ajuste e da determinação para que a Chefe de Gabinete,
juntamente com o Ministério Público de Goiás, avaliasse a
I
situação do Convênio firmado, restou demonstrado que os fatos
AL
tratados nestes autos não devem ser atribuídos ao então Secretário
de Estado.
15. Convém ressaltar que, embora o Sr. Joaquim Carlos da
Silva de Barros Neto tenha sido responsabilizado no bojo do
Processo nº 23.880/2014, em decorrência de falhas na fiscalização
IT

no âmbito dos Convênios nos 10/2009 e 11/20092, firmados entre o


DF e o Município de Águas Lindas – GO (sendo que o Convênio nº
10/2009 assemelha-se ao analisado neste feito, em virtude de ter se
dado em parcela única), em seu voto, o Conselheiro Relator
IG

destaca que a responsabilização se deu em virtude de ter


autorizado a liberação das 6ª, 7ª, 8ª e 9ª parcelas do Convênio nº
11/2009, sem as devidas prestações de contas das anteriormente
liberadas, conforme a seguir transcrito.
D

45. Em outra frente, não se constata a presença de


fundamentos que justifiquem a imputação de débito
solidário ao seu sucessor no cargo de Secretário de
Estado de Saúde do DF, Sr. Joaquim Carlos da Silva
de Barros Neto (10.12.2009 a 9.6.2010), que foi
chamado aos autos por ter autorizado a liberação das
6ª, 7ª, 8ª e 9ª parcelas, entre 19.1.2010 e 2.2.2010, no
valor de R$ 2.652.894,37 (dois milhões, seiscentos e
cinquenta e dois mil, oitocentos e noventa e quatro
reais e trinta e sete centavos), sem que tivesse havido a
necessária prestação de contas das primeiras parcelas
do ajuste.

2 Decisão nº 3.408/2018 e Acórdão nº 244/2018 (Processo nº 23.880/2014).


e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 483

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

Argumentos da Sra. Fabíola de Aguiar Nunes (fls. 339/355 e


anexos de fls. 356/371).
Argumentos
16. Preliminarmente a responsável questionou a sua
responsabilidade direta nos fatos ocorridos, alegando que não
houve possibilidade de tomar conhecimento prévio de toda a
situação, tendo em vista o “curto período” em que ocupou o cargo,
de 10.06 a 31.12.10 (fls. 340/341).

O
17. Informou que, no período em que se encontrou à frente
da SES, esteve envolvida com a resolução de outros problemas, os
quais consumiram grande parte de seu tempo (fls. 341/342).

D
Análise
18. Os argumentos apresentados não são capazes de

ZA
afastar os fatos atribuídos à gestora.
19. Não há como se considerar metade de um exercício
orçamentário/financeiro como curto período, como alegado.
Ademais, o fato de a responsável estar envolvida com outros
I
problemas oriundos da Pasta, não afasta sua responsabilidade
sobre os eventos tratados nestes autos.
AL

Argumentos
20. Alegou que não conseguiu informações sobre os fatos
tratados nesta TCE, além daquelas constantes no Processo nº
2014.01.1.061621-7, que trata de Ação Civil Pública que tramita
IT

no TJDFT sobre a mesma matéria discutida nestes autos (fl. 342).


21. Informou que, por meio da Portaria nº 163/2009, foi
instituído o Comitê Gestor para acompanhamento da execução do
IG

ajuste ora tratado e que, dentre suas atribuições, encontrava-se a


de fiscalizar a execução do Convênio e analisar suas prestações de
contas (fl. 343).
22. Afirmou que, conforme se depreende dos autos do
D

Processo nº 2014.01.1.061621-7, houve a apresentação das


prestações de contas, mas não haviam sido analisadas pelo Comitê
Gestor (fl. 345).
23. Consignou que o acompanhamento e fiscalização do
Convênio citado caberia ao Comitê Gestor, à Coordenação de
Contratos e Convênios da UAG e à própria ordenadora de
despesas Sra. Edinez Pestana (fl. 345).
24. Apontou que seria melhor buscar esclarecimentos com
a Sra. Edinez, retro citada, ou com o Coordenador Geral de
Convênios, o Sr. José Garcia Ribeiro Júnior (fls. 346/347).
25. Abordou o processo de desconcentração dentro da
estrutura da SES, por meio do qual foram delegadas competências
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 484

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

para outras pessoas para realizar o acompanhamento dos


convênios (fls. 347/349).
Análise
26. Temos por procedentes as justificativas apresentadas
pela gestora.
27. Conforme externado nos parágrafos 13/14 retro, em
face da instituição do Comitê Gestor (fl. 440), bem como da
existência de outras unidades na estrutura da SES que possuíam

O
competências para fiscalizar e acompanhar o ajuste tratado nestes
autos, não devem os fatos desta TCE pesar sobre a então
Secretária de Estado.

D
Argumentos
28. Consignou que o longo período decorrido entre os

ZA
fatos e a presente justificativa seja um óbice ao exercício da ampla
defesa (fls. 351/355).
Análise
29. Não devem prosperar os argumentos acostados.
I
30. Em que pese o período decorrido, foi garantido,
AL
durante o decurso deste Processo, a garantia ao contraditório e
ampla defesa, a qual foi, nesta instrução, considerada
parcialmente procedente.
Conclusão
IT

31. Em face das análises externadas nos parágrafos 16/30


desta Informação, bem como aproveitando o exposto no § 15 no
tocante à responsável em questão, pode a Corte considerar
parcialmente procedentes os argumentos acostados pela gestora
IG

Fabíola de Aguiar Nunes, de modo a afastar a responsabilidade a


eles atribuídas nestes autos.
Justificativas do Sr. José Humberto Pires de Araújo, fls. 207/229,
e expediente de fls. 372/373 e anexos de fls. 374/438.
D

32. Conforme determinação contida no item IV, alínea


“c”, da Decisão nº 797/2018 (fl. 261), proceder-se-á a análise dos
memoriais acostados pelo Sr. José Humberto Pires de Araújo (fls.
207/229), bem como do expediente de fls. 372/373 e anexos.
Argumentos
33. Após traçar um breve histórico dos acontecimentos, o
responsável alegou que quando foi emitido o Relatório de
Auditoria nº 018/2010, o qual apontava irregularidades no
Convênio, já não mais ocupava cargo no Governo do Distrito
Federal, pois havia se desligado da Secretaria de Estado de
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 485

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

Governo em 1º.12.09. Ademais, afirmou que a SES só encaminhou


o Processo do ajuste ao Comitê Gestor em 23.02.10 (fl. 209)3.
34. Consignou que, como não pertencia ao quadro da SES,
não tomou conhecimento do Processo de que trata o Convênio,
pois os referidos autos apenas tramitaram na Secretaria de Estado
de Saúde (fl. 210).
35. Afirmou que os Srs. Cláudio Vieira e José Garcia
Ribeiro, membros do Comitê Gestor, foram isentos de
responsabilidades nesta TCE e que o mesmo lhe deveria ser

O
estendido, pois, diferentemente dos demais, não fazia parte do
quadro da SES (fl. 210).

D
36. Alegou que as atividades de acompanhamento e
fiscalização do Comitê Gestor deveriam ser apoiadas pelos entes
conveniados e que os membros do Comitê não podem responder

37.
ZA
pela inação dos conveniados (fls. 210/213).
Acrescentou que, segundo consta nos autos do
Processo nº 363.000.205/2009, não houve, por parte da SES ou do
presidente do Comitê Gestor, iniciativa quanto à exigência das
I
prestações de contas do Convênio e que não pode ser
responsabilizado pela falta de análise das contas, uma vez que, em
AL

nenhum momento, lhe fora solicitado ou encaminhado qualquer


documentação para análise, além de que a prestação de contas
parcial não cabia ao Comitê Gestor, mas sim à unidade técnica
responsável pelo programa ou à concedente (fls. 213/216).
IT

38. Ao final, solicitou o arquivamento do feito em relação a


sua pessoa e a oportunidade de realizar sustentação oral (fls.
217/218).
39. Acostou, posteriormente, expediente (fls. 372/373 e
IG

anexos de fls. 374/438) informando que sua defesa foi julgada


procedente no bojo do Processo nº 23.880/2014, que trata de
matéria similar (prestação de contas do Convênio nº 12/2009,
firmado entre a SES e o Município de Águas Lindas – GO).
D

Análise
40. Consideramos pertinentes os argumentos ofertados
pelo Sr. José Humberto Pires de Araújo, pois, conforme se verifica
no DODF nº 232, de 02 de dezembro de 2009 (cópia de fl. 441), o
responsável foi exonerado do cargo de Secretário de Estado de
Governo antes de vir à tona a irregularidade apurada neste feito e,
dessa forma, não pode ser responsabilizado pela ausência de
prestação de contas do citado Convênio. Além disso, aproveita ao
justificante o exposto no § 15 retro.

3
O Sr. José Humberto Pires de Araújo mencionou o Convênio nº 12/2009,
embora trate do Processo que cuida do Convênio nº 13/2009.
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 486

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

41. Corrobora o entendimento supra o desfecho do


Processo nº 23.880/2014, no qual foi afastada a responsabilidade
do Sr. José Humberto Pires de Araújo seguindo a argumentação
contida no voto do Conselheiro Relator José Roberto de Paiva
Martins.
ALEGAÇÕES DE DEFESA
Defesa do Município de Santo Antônio do Descoberto – GO (fls.
310/314 e anexos de fls. 315/327)

O
Argumentos
42. Por meio de sua representante legal (Procuradora do
Município Luciana de Paula Melo), alegou que o citado Município

D
não foi beneficiado pelas irregularidades apuradas e que a
responsabilidade de prestar contas é de pessoa física e não da

ZA
entidade (fls. 311/313).
43. Afirmou que o referido Município há tempos vem sendo
castigado pela ação de pessoas negligentes no trato da coisa
pública, fazendo com que passe por dificuldades, e que atualmente
é impossível que o ente devolva ao GDF o valor do débito (fls.
I
313/314).
AL
44. Ao final requereu que o débito seja imputado apenas
aos responsáveis pela movimentação dos recursos ou que seja
suspenso o presente feito até o deslinde da ação de ressarcimento
proposta pelo Município em face dos gestores faltosos (fl. 314).
IT

Análise
45. Não procedem os argumentos acostados pelo
defendente, nem afastam as responsabilidades que lhe são
atribuídas nestes autos.
IG

46. Conforme o Parágrafo único do art. 70 da CF/88:


Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa
física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
D

arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,


bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações
de natureza pecuniária. (grifamos)
47. Dessa forma, não há guarida legal para que não haja
prestação de contas ou imputação de débitos para o Município de
Santo Antônio do Descoberto.
48. O argumento de que o Município passa por
dificuldades não excusa a responsabilidade sobre a restituição do
prejuízo identificado ao erário distrital.
49. Quanto à alegação de que o Município não teria se
beneficiado das irregularidades apontadas, o referido Ente foi o
destinatário dos recursos repassados e, portanto, possui o dever
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 487

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

legal de prestar contas, bem como de restituir o valor recebido na


ausência de prestação de contas, conforme disposto no art 7º,
inciso XII e respectivas alíneas, da IN nº 1/2005.
Art. 7º O convênio conterá, expressa e
obrigatoriamente, cláusulas estabelecendo:
...
XII - o compromisso do convenente restituir o valor
transferido pelo concedente, atualizado

O
monetariamente desde a data do recebimento,
acrescido de juros legais, na forma da legislação
aplicável aos débitos para com a Fazenda Distrital,

D
nos seguintes casos:
a) quando não executado o objeto da avença;

ZA
b) quando não apresentada, no prazo exigido, a
prestação de contas parcial ou final; e
c) quando os recursos forem utilizados em
finalidade diversa da estabelecida no convênio;
I
Conclusão
AL
50. Em face do exposto, deve a Corte considerar
improcedente a defesa apresentada pelo Município de Santo
Antônio do Descoberto – GO.
CONCLUSÃO
IT

51. Em face das análises efetuadas nesta Instrução e na


Informação nº 344/2016 – SECONT/2ªDICONT (fls. 179/190),
pode a Corte considerar, quanto ao mérito, parcialmente
procedentes as justificativas apresentadas pelos responsáveis
IG

Joaquim Carlos da Silva Barros Neto (fls. 271/278 e anexos de fls.


279/309) e Fabíola de Aguiar Nunes (fls. 339/355 e anexos de fls.
356/371), afastando as responsabilidades quanto aos fatos que lhes
são imputados nos presentes autos, bem como considerar
D

procedentes os argumentos acostados pelo Sr. José Humberto


Pires de Araújo (fls. fls. 207/229) e pelo Sr. Augusto Silveira de
Carvalho (fls. 151/161).
52. Contudo, pode o Tribunal considerar improcedente a
defesa apresentada pelo Município de Santo Antônio do
Descoberto – GO (fls. 310/314 e anexos de fls. 315/327).
53. Deve a Corte, ainda, considerar revel o Sr. David Leite
da Silva, em face de ter se mantido silente à citação determinada
pelo item IV, alínea “a”, da Decisão nº 797/2018 (fl. 261).
54. Assim, em face da análise efetuada no bojo da
Informação nº 344/2016 – SECONT/2ªDICONT (fls. 179/190),
pode o Tribunal cientificar o Sr. David Leite da Silva e o
Município de Santo Antônio do Descoberto para que recolham o
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 488

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

débito solidário no valor de R$ 1.805.598,07 (atualizado em


12.11.18, fl. 439).
SUGESTÕES
55. Ante o exposto, após deliberar sobre o pedido de
sustentação oral formulado pelo Sr. José Humberto Pires de
Araújo (fl. 218), sugerimos que o egrégio Plenário:
I. tome conhecimento das razões de justificativa
apresentadas pelos responsáveis Joaquim Carlos

O
da Silva Barros Neto (fls. 271/278 e anexos de fls.
279/309) e Fabíola de Aguiar Nunes (fls. 339/355
e anexos de fls. 356/371), bem como da defesa

D
acostada pelo Município de Santo Antônio do
Descoberto – GO (fls. 310/314 e anexos de fls.
315/327);

I II.

b.
ZA
considere, no mérito:
a. improcedentes a defesa do Município de
Santo Antônio do Descoberto - GO;
parcialmente procedentes as justificativas
dos responsáveis Joaquim Carlos da Silva
AL
Barros Neto e Fabíola de Aguiar Nunes e
procedentes as dos Srs. José Humberto
Pires de Araújo e Augusto Silveira de
Carvalho, afastando as responsabilidades
que lhes são imputadas nestes autos;
IT

c. revel o Sr. David Leite da Silva;


III. cientifique o Sr. David Leite da Silva e o
Município de Santo Antônio do Descoberto para
IG

que recolham o débito solidário no valor de R$


1.805.598,07 (atualizado em 12.11.18, fl. 439),
nos termos do § 1º do art. 13 da LC nº 1/1994;
(...)
D

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Distrito


Federal, mediante o Parecer nº 114/2019-CF (fls. 451/460), diverge parcialmente
do entendimento do Corpo Técnico, nos termos a seguir:
(...)
5. Os autos vieram para manifestação do MPC/DF que
será exposta logo após a apresentação de cada defendente e
respectiva análise do Corpo Técnico.
DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA DO SENHOR JOAQUIM
CARLOS DA SILVA BARROS NETO, EX-SECRETÁRIO DE
ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL NO PERÍODO
DE 09.12.2009 A 09.06.2010 (FLS. 271/278 E ANEXOS DE FLS.
279/309)
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 489

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

(...)
Opinião do MPC/DF
12. De acordo com a Cláusula Quarta subitem 4.1 “a” e
“b”, competia ao Comitê Gestor fiscalizar o cumprimento, pela
Prefeitura de Santo Antônio do Descoberto – GO, das obrigações
firmadas pelo Convênio, bem como realizar a análise trimestral da
prestação de contas da aplicação dos recursos do Convênio
13/2009 (fls. 33/34 do Processo nº 363.000.205/2009).

O
13. No caso, conforme argumentos e documentos
acostados pelo justificante, o Sr. Joaquim realizou nova
designação do Comitê Gestor para a fiscalização do Convênio

D
(Portaria nº 42/2010, de 06.04.10), bem como determinou à sua
Chefe de Gabinete que se reunisse com o representante do
Ministério Público do Estado de Goiás para fiscalização conjunta.
14.

ZA
Assim, verifica-se que o responsável não se manteve
inerte, sendo suficientes suas alegações para afastar a
responsabilidade para a qual foi chamado a se manifestar.
Ademais, friso que os Secretários da gestão anterior não foram
I
chamados aos autos pela condição de chefe da Pasta, mas sim por
negligenciar a competência de fiscalizar a execução do ajuste e as
AL

obrigações recíprocas decorrentes como membros do Comitê


Gestor do referido convênio.
15. Conforme relatado no Parecer nº 450/2016-CF (e-doc
9D514734), temos o seguinte a respeito da responsabilidade
IT

conferida ao referido Comitê:


(...)
16. Assim, além do repasse de recursos não ter sido
IG

realizado em sua gestão, verifica-se que a fiscalização do


Convênio era responsabilidade do Comitê Gestor designado, razão
pela qual a Comissão de TCE indicou seus membros como
responsáveis e não o chefe da Pasta da Secretaria.
D

17. Dessa feita, aquiesço às considerações do Corpo


Técnico no sentido de afastar a responsabilidade do Sr. Joaquim
Carlos da Silva de Barros Neto.

DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA DA SENHORA FABÍOLA


DE AGUIAR NUNES, EX-SECRETÁRIA DE ESTADO DE
SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL NO PERÍODO DE
09.06.2010 A 31.12.2010 (FLS. 172/174)
(...)

Opinião do MPC/DF
23. Este MPC aquiesce aos argumentos apresentados pelo
Corpo Técnico. Conforme revelado na análise anterior, os
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 490

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

responsáveis foram chamados aos autos pela omissão na atuação


no Comitê Gestor do Convênio nº 13/2009.
24. Em consulta aos autos do Convênio (Processo nº
363.000.205/2009) durante o período de gestão da Secretária,
verifica-se que a SES questiona a atuação do Comitê, bem como a
atuação da Coordenadoria Especial de Articulação com o
Entorno/RIDE, vinculada à Secretaria de Estado de Governo, nos
termos do Decreto nº 31.764/20108, que dispôs sobre competências
dos convênios da SES.

O
25. Do exposto, entendo que podem ser afastadas as
responsabilidades atribuídas à responsável.

D
DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA DO SENHOR JOSÉ
HUMBERTO PIRES DE ARAÚJO, EX-SECRETÁRIO DE

ZA
ESTADO DE GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL E
MEMBRO DO COMITÊ GESTOR (fls. 207/229, E
EXPEDIENTE DE FLS. 372/373 E ANEXOS DE FLS. 374/438.)
(...)
I
Opinião do MPC/DF
AL
33. Este MPC diverge do posicionamento adotado pelo
Corpo Técnico. Conforme revelado na análise anterior, os
responsáveis foram chamados aos autos pela omissão na atuação
no Comitê Gestor do Convênio nº 13/2009.
34. Do exposto, entendo pertinente trazer aos autos a
IT

análise efetuada das razões de justificativa do Sr. José Humberto


no âmbito da Tomada de Contas Especial instruída pela Secretaria
de Estado de Transparência e Controle - STPC9:
IG

8
Dispõe sobre a transferência de atribuições e competências relativas a
D

instrumentos firmados pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal e


pela Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal com os municípios da
Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE, na
área da saúde, para a Secretaria de Estado de Governo do Distrito Federal e dá
outras providências.
Art. 1° Ficam remanejadas as atribuições e competências relativas a convênios,
contratos e instrumentos congêneres firmados pela Companhia de Planejamento
do Distrito Federal – CODEPLAN e pela Secretaria de Estado de Saúde do
Distrito Federal com os municípios da Região Integrada de Desenvolvimento do
Distrito Federal e Entorno – RIDE/DF, na área da saúde, para a Secretaria de
Estado de Governo do Distrito Federal.
Parágrafo único. Os processos administrativos referentes aos convênios,
contratos e instrumentos congêneres indicados no caput deste artigo deverão ser
encaminhados para a Coordenadoria Especial de Articulação com a Região
Integrada do Distrito Federal e Entorno – RIDE/DF, vinculada à Secretaria de
Estado de Governo do Distrito Federal, com relatório pormenorizado do seu
andamento até a data de publicação deste Decreto.
9
Atual Controladoria-Geral do Distrito Federal – CGDF.
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 491

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

“Relatório de Conclusão de TCE nº


26/2015/DIEXE/COEXE/SUTCE (fls. 136/136-v do
Processo nº 480.000.321/2014)
“a prestação de contas deveria ser trimestral,
conforme letra “b”, do item 4.1, da Cláusula
Quarta, do Convênio nº 13/2009-SES/DF, in verbis:
“(...) 4.1 – a execução do presente convênio será
acompanhada por um Comitê Gestor, (...), ao qual

O
compete:
a) Fiscalizar o fiel cumprimento pela Prefeitura de
Santo Antônio do Descoberto – GO, das obrigações

D
relacionadas na Cláusula Quinta;
b) Analisar as prestações de contas trimestral,

ZA
referente à aplicação dos recursos do presente
Convênio. (...)”
Portanto, até a exoneração do seu Presidente, o Comitê
Gestor poderia ter analisado duas prestações de
I
contas, sem falar aqui nas ações de fiscalização e
acompanhamento do Convênio, acautelando-se pelo
AL
patrimônio público, evitando, assim, o prejuízo ao
Erário Distrital.
José Humberto Pires de Araújo - Esta Comissão
Tomadora não acolhe as Razões de Justificativa
IT

apresentadas pelo Justificante, cabendo destacar aqui


que ao mesmo está sendo imputada as falhas referidas
à omissão do Comitê Gestor e não à prestação de
contas final, pois, se o referido Comitê tivesse atuado
IG

fiscalizando e acompanhando a execução do convênio


não haveria o prejuízo ao Erário Distrital, uma vez
que, em um período de 7 (sete) meses, e duas
prestações de contas trimestrais, que deveriam ser
D

apresentadas, conforme já explicado acima, já se


constaria que o responsável pelo Município de Santo
Antônio do Descoberto não estava cumprindo as
cláusulas estabelecidas, pelo contrário, estava se
aproveitando da não fiscalização e acompanhamento
por parte do Comitê.” (grifou-se)
35. A ausência de prestação de contas final pelo
Convenente, ao contrário do que afirma o responsável, encontra
antecedente causal na grave omissão fiscalizatória e de
acompanhamento da execução do projeto que deveria ter sido
realizado, à inteireza, pelo Município Convenente; de modo que o
repasse em única parcela, com integralização à conta do Convênio
n.º 13/2009-SES, exigia maior rigor de fiscalização do Comitê
Gestor designado.
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 492

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

36. Assim, ainda que a exoneração do cargo do justificante


ter ocorrido dentro do prazo para apresentação da entrega da
prestação de contas final (17.06.2010), o fato não exime a
responsabilidade de responder pela ausência de ações
fiscalizatórias iniciais, ou seja, exigência das prestações de contas
parciais antes de expirar o prazo para saída do cargo.
37. Como restou demonstrado, o responsável foi designado
como membro do Comitê Gestor para acompanhamento do
Convênio em 12/08/2009 (Portaria nº 163/09). No entanto,

O
constatou-se que não há nenhum documento que evidencie o
acompanhamento e a fiscalização por parte do responsável, o que
indica clara negligência de sua atuação como membro do Comitê.

D
38. Ao contrário, verificou-se total descaso quanto ao
dever de atesto ao bom e regular uso dos recursos públicos,

ZA
restando claro que a competência do cargo/função desempenhada
não foi exercida no momento adequado, deflagrando uma situação
de grave afronta ao interesse público e às normas legais, que não
apontam para outro caminho a não ser o devido ressarcimento ao
erário.
I
39. Relevante apontar que, dada a publicação da Portaria
AL
n° 163, de 12.08.2009, deveria o justificante ter manifestado de
ofício a sua preocupação quanto à ausência de providências do
colegiado executor do convênio, do qual era membro designado,
mas quedou-se totalmente inerte. Com isso, a nosso critério,
assumiu os riscos inerentes à omissão das atribuições de executor
IT

de convênio, devendo, assim, ser responsabilizado pelas


consequências atribuídas a sua gestão.
40. Ao contrário do que alega, a isenção de
IG

responsabilidade conferida aos Srs. Cláudio Vieira e José Garcia


Ribeiro, membros do mesmo Comitê Gestor, não podem ser
estendidas ao defendente. Restou claro na análise de justificativas
da Comissão de TCE que, a partir da publicação da Portaria que
designou o Comitê, os dois referidos membros empreenderam
D

esforços, de Ofício, no sentido de provocar reuniões para


tratamento do Convênio, conforme Ofícios e Memorandos
acostados aos autos da TCE.
41. Ademais, não se coaduna com os argumentos de que o
respectivo comitê somente teria competência para agir após as
promoções de incumbência legal da unidade concedente. Em nosso
entendimento, uma vez instituído, o colegiado executor deveria
fiscalizar o cumprimento das cláusulas pactuadas, respondendo as
partes, no que coubesse, pelas consequências de sua inexecução
total ou parcial, nos termos do art. 20 da IN n° 01/2005-CGDF.
42. Ainda, os artigos da norma supracitada, trazidos na
presente defesa, regulamentam, de forma geral, as ações a serem
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 493

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

tomadas pela concedente após a análise da prestação de contas


pelos responsáveis pela execução.
43. Do exposto, temos que os presentes argumentos devem
ser considerados improcedentes.
44. Tendo em vista que já foi oportunizada a defesa ao
responsável, com fulcro no art. 13, inciso II, da Lei Complementar
01/94, sugiro que este Tribunal condene o Sr. José Humberto Pires
de Araújo ao ressarcimento solidário dos prejuízos causados,
julgue irregular as contas, nos termos do art. 17, III, “a”, “b” e

O
“c” da Lei Complementar 01/94 e aplique a penalidade previstas
no art. 56 e 57, bem como a pena de inabilitação para o exercício

D
de cargo de confiança no Âmbito da Administração Pública do DF,
conforme art. 60 do mesmo diploma legal, devido à ausência de
fiscalização na execução do Convênio 13/2009, apuradas no

ZA
Relatório de Auditoria 18/2010, que contribuiu decisivamente para
a ocorrência do prejuízo ao erário.

DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA DO MUNICÍPIO DE SANTO


ANTÔNIO DO DESCOBERTO - GO (FLS. 310/314 E ANEXOS
I
DE FLS. 315/327)
AL
(...)
Opinião do MPC/DF
49. Conforme entendimento já externado em pareceres
anteriores nestes autos, discordo do Corpo Técnico acerca da
IT

Responsabilização do Município, nos seguintes termos:


“Parecer 450/2016-CF (fls. 75/95)
35. Na hipótese examinada, porém, os autos sequer
IG

permitem asseverar que os recursos transferidos à


conta do Ajuste foram, de fato, utilizados em benefício
da comunidade local. Ao contrário, verifico que o
valor integralmente repassado ao Município de Santo
D

Antônio do Descoberto, a toda evidência, lá


permaneceu desde 25 de maio de 2009, sem
comprovação de uso regular para execução do objeto
pactuado ou, ainda que em desvio de finalidade, ad
argumentandum tantum, na consecução do interesse
público.
36. Sob este ponto de vista, lamentando discordar
do Corpo Técnico, filio-me à corrente jurisprudencial
encapada pelo e. Tribunal de Contas da União no
sentido de que o Município e, consequentemente os
munícipes, não podem ser responsabilizados por
condutas irregulares praticadas por gestores e agentes
políticos do Ente Federado para o qual foram
repassados recursos mediante convênio, salvo quando
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 494

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

tais recursos foram, de alguma forma,


comprovadamente, utilizados pela Municipalidade.
(...)
39. Desse modo, discordando nesse aspecto da
Instrução, deixo de propor a citação da pessoa
jurídica de direito público Convenente, o Município de
Santo Antônio do Descoberto.
(....)

O
50. Do exposto, mantenho entendimento no sentido de
afastar a responsabilidade do Município.

D
(...)
52. Resumidamente, este MPC entendeu, em acordo com o

ZA
Corpo Técnico, parcialmente procedentes as justificativas dos
responsáveis JOAQUIM CARLOS DA SILVA BARROS NETO e
FABÍOLA DE AGUIAR NUNES.
53. Quanto aos Sr. JOSÉ HUMBERTO PIRES DE
ARAÚJO, discordamos da proposição do Corpo Técnico,
I
indicando que o responsável deve ser responsabilizado pelo
AL
ressarcimento solidário dos prejuízos causados, julgamento
irregular de suas contas, nos termos do art. 17, III, “a”, “b” e “c”
da Lei Complementar 01/94, aplicação da penalidade previstas no
art. 56 e 57, bem como pela pena de inabilitação para o exercício
de cargo de confiança no Âmbito da Administração Pública do DF,
IT

conforme art. 60 do mesmo diploma legal, tendo em vista a


ausência de fiscalização na execução do Convênio 13/2009,
apuradas no Relatório de Auditoria 18/2010, que contribuiu
decisivamente para a ocorrência do prejuízo ao erário.
IG

54. Quanto ao MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DO


DESCOBERTO - GO, discordamos do Corpo Técnico quanto à
sua responsabilização nesta TCE.
D

55. Em relação ao Sr. DAVID LEITE DA SILVA,


acompanho o Corpo Técnico quanto à indicação de revelia.
56. Ainda, sugiro o levantamento do sobrestamento
indicado no item IV, alínea “d” da Decisão 797/2018 (fl. 261),
para que o Tribunal aprecie o mérito das alegações apresentadas
pelo Sr. AUGUSTO SILVEIRA DE CARVALHO, considerando-
as improcedentes, nos termos do Parecer nº 174/2017-CF (fls.
192/198-v).
57. Em face do exposto, parcialmente divergente com o
Corpo Técnico, o Ministério Público de Contas sugere ao e.
Plenário que, após deliberar acerca do pedido de sustentação oral
solicitado nos autos:
I. tome conhecimento das razões de justificativa
apresentadas pelos responsáveis Joaquim Carlos
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 495

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

da Silva Barros Neto (fls. 271/278 e anexos de fls.


279/309) e Fabíola de Aguiar Nunes (fls. 339/355
e anexos de fls. 356/371), bem como da defesa
acostada pelo Município de Santo Antônio do
Descoberto – GO (fls. 310/314 e anexos de fls.
315/327);
II. de acordo com o artigo 13, § 3º, da Lei
Complementar nº 01/94, considere revel o Sr.
David Leite da Silva;

O
III. levante o sobrestamento indicado no item IV,
alínea “d” da Decisão nº 797/2018;

D
IV. considere, no mérito, parcialmente procedentes
as justificativas dos responsáveis Joaquim
Carlos da Silva Barros Neto e Fabíola de Aguiar

I V.
Nunes;

ZA
afaste a responsabilidade do Município de Santo
Antônio Do Descoberto – GO, tendo em vista que
as condutas irregulares foram praticadas por
gestores e agentes políticos do Ente Federado
para o qual foram repassados recursos mediante
AL

convênio, inexistindo comprovação de que tais


recursos foram, de alguma forma,
comprovadamente, utilizados pela
Municipalidade;
IT

VI. com fulcro no art.13 § 1º, da LC nº 1/1994,


cientifique os Srs. David Leite da Silva, Augusto
Silveira de Carvalho e José Humberto Pires de
Araújo, para, no prazo de 30 dias, recolherem,
IG

solidariamente, o débito imputado em


decorrência das irregularidades verificadas no
Convênio 13/2009, devendo o valor ser
atualizado na data da efetiva quitação do débito;
D

VII. com fulcro no art. 17, III, “a”, “b” e “c” da LC


nº 1/1994, julgue irregulares as contas das
pessoas nominadas no item antecedente e
sancione com as penalidades cabíveis na forma
do art. 56 e 57, além de inabilitá-los para o
exercício de cargo em comissão ou função de
confiança no âmbito da Administração Pública
do DF, nos termos do art. 60 do mesmo diploma
legal.
(...)
e-DOC 24A5AA50
Proc 20945/2014
Fls.: 496

Proc.: 20.945/14
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
GABINETE DO CONSELHEIRO PAULO TADEU Alexandre

O Sr. José Humberto Pires de Araújo, por meio de seu


representante legal, requereu sustentação oral (fl. 218).

Por meio do Despacho Singular nº 0127/2019 – GC/PT (fl. 461),


deferi o pedido de sustentação oral, fixando o dia 16.04.2019 para a realização.

O
É o relatório.

D
I ZA
Sala das Sessões, 16 de abril de 2019.

PAULO TADEU
AL
Conselheiro-Relator
IT
IG
D

S-ar putea să vă placă și