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Resumo
O artigo trata da importância do meio líquido para os profissionais da área da saúde, especialmente educadores físicos e fisioterapeutas, no
que tange à relevância das atividades realizadas na água associadas ao processo de bem-estar e melhoria da qualidade de vida em geral.
Unitermos: Atividades aquáticas. Bem-estar. Qualidade de vida.
Introdução
Indubitavelmente, a utilização do meio aquático não constitui exclusividade dos tempos atuais,
uma vez que o homem da pré-história já utilizava-se do ambiente aquático com muita frequência.
De acordo com Skinner; Thomson (1985), há relatos de que há cerca de cinco mil anos, na
Índia, já existiam piscinas de água quente onde figuras assírias de baixo relevo mostravam estilos
rudimentares de natação. Além disso, em 460-375 a.C. Hipócrates usava água no tratamento de
doenças e os romanos utilizavam os banhos com finalidades recreacionais e curativas.
De acordo com Nahas (2001), no atual contexto das sociedades contemporâneas o estilo de
vida ativo, hábitos saudáveis e a atividade física, podem, cada vez mais, representar fatores
decisivos de qualidade de vida e sensação de bem-estar, entendendo que há múltiplos fatores
intervenientes e determinantes na qualidade de vida da população, tais como satisfação no
trabalho, prazer, relações familiares, entre outros, numa combinação que caracteriza os níveis
qualitativos em que vive o homem contemporâneo.
Parece ser fato consumado a idéia de que a vida moderna tende a ser pouco saudável, uma
vez que provoca stress e estafa, alimentação inadequada e a não regularidade na prática de
exercícios físicos. Com todos esses fatores mencionados, a qualidade de vida da população fica
bastante abalada, tanto em nível físico quanto psicológico.
Atualmente, cada vez mais pessoas no mundo são completamente sedentárias, sendo,
justamente, estas as que mais teriam a ganhar com a prática regular de atividade física, seja
como forma de prevenir doenças, promover saúde ou sentir-se melhor. E as atividades aquáticas
podem representar possibilidades interessantes no que tange à prática de atividades físicas como
coadjuvantes no processo de bem-estar e melhoria da vida como um todo.
O certo é que a água está em nosso corpo, na nossa vida e ocupa a maior parte de nosso
planeta. Dentre outras inúmeras características do meio líquido, não menos importante seria sua
relação com a Educação Física e a Fisioterapia, haja vista a vasta quantidade de atividades que
podem ser realizadas em tal ambiente líquido. Para retratar melhor, perceba a existência da
hidroginástica, do pólo aquático, da hidroterapia, da natação, entre outros.
Tanto é verdade o discutido acima, que a orientação dada por diversos médicos, educadores
físicos e fisioterapeutas é para que seus clientes optem pelos benefícios das atividades aquáticas
como alternativa ao processo de recuperação de determinada enfermidade ou mesmo como
forma de precaução aos diversos males.
É inegável não percebermos a devida importância das atividades aquáticas mesmo para
determinados grupos especiais, tais como gestantes, bebês, portadores de necessidades
especiais, terceira idade, asmáticos e pessoas que necessitam de reabilitação postural, os quais
tendem a sofrer positivamente com os inúmeros benefícios que a prática física em meio líquido
pode proporcionar.
Uma das áreas da natação que mais se desenvolveu nos últimos anos foi as atividades
aquáticas para bebês. São inúmeras as vantagens que a natação pode oferecer nesta etapa:
melhora o desenvolvimento neuromotor, fortifica a musculatura, estimula um sono mais tranqüilo,
reforça o apetite, ativa e dá mais mobilidade às articulações, proporciona sociabilização, entre
outros.
A vida é uma dádiva preciosa que deve, ao máximo, ser preservada. Por isso, a prática de
atividades físicas pela terceira idade deve ser incidente, haja vista o descenso das forças
orgânicas, sensoriais e motoras nesta etapa da vida. E, no caso particular das atividades
aquáticas, as mesmas oferecem a possibilidade de praticar uma atividade física mais segura, sem
causar maiores riscos ou lesões às articulações e, ao mesmo tempo, capaz de proporcionar bem-
estar físico e mental.
No caso dos portadores de necessidades especiais, basta atentar-se para o enorme sucesso
da natação paraolímpica que fica mais fácil a compreensão de como as atividades aquáticas
podem ser extremamente relevantes para o enredo físico e psicológico de tais indivíduos
"especiais". A utilização terapêutica da água consiste na arte de combinar as muitas variáveis p/
produzir um resultado significativo, possibilitando aos indivíduos o prazer da vivência aquática. E
os profissionais de Educação Física e Fisioterapia conscientes de seus papéis enquanto
educadores, devem sempre acentuar e enaltecer as capacidades e virtudes e, não lamentar as
eventuais deficiências e carências do indivíduo.
O termo hidroterapia é derivado das palavras gregas hydor (água) e therapia (cura), sendo
atualmente muito utilizada com o propósito de recuperação ou reabilitação de determinada lesão.
As técnicas hidroterápicas principais são o Método Halliwick, o Método dos Anéis de Bad Ragaz
e Técnicas de Relaxamento Aquático com Finalidades Fisioterápicas. Estas últimas empregam
técnicas de relaxamento passivo derivadas do Watsu e de relaxamento ativo derivadas do Ai Chi,
propiciando relaxamento muscular e emocional e tornando o organismo receptivo às atividades
fisioterapeuticas que empregam manipulações derivadas dos Métodos Watsu e Ai Chi, com
finalidades de reabilitação física e funcional.
Mesmo em ambiente escolar parece que há uma tendência à inserção das atividades aquáticas
como forma de viabilizar um processo educacional mais recorrente, com possibilidade de adquirir
educação mediante a prática de atividades físicas em meio líquido.
Percebe-se constantemente o grande interesse dos pais por escolas que oferecem tais
atividades, as quais podem ser relevantes para o processo de desenvolvimento físico e
psicológico de suas crianças. Convém ressaltar que nesse contato criança-piscina, especialmente
em séries iniciais, há a necessidade da criança se integrar harmoniosamente com o meio em que
se encontra, a fim de evitar possíveis problemas com as propriedades e particularidades da água,
tais como o afogamento e o medo dela resultante.
Pensando no aluno como ser humano único e singular e como ele é olhado por pais e
professores, surge a necessidade de atentar para os problemas pelos quais passam algumas
instituições educacionais, sobre a ênfase dada ao método e à técnica absoluta para alcançar os
objetivos da aula, em detrimento da adoção de condutas e estratégias que valorizam o indivíduo
como um todo e facilitam a aprendizagem, como por exemplo, as dinâmicas lúdicas.
Considerações finais
Parece inegável não reconhecermos a importância do meio líquido em relação à vida das
pessoas, assim os profissionais da área da saúde assumem papel fundamental neste processo.
O que se objetiva é que possa ocorrer sintonia entre estes profissionais, no caso fisioterapeutas
e educadores físicos, a fim de que as pessoas em geral consigam os benefícios oriundos dos
diversos tipos de atividades realizadas na água.
Referências