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Aula 01

Controle Externo p/ Concursos de Tribunais de Contas - Curso Regular (Nível Superior)

Professores: Érica Porfírio, Erick Alves


Curso Regular Controle Externo 2016
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 01

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Teoria e exercícios comentados
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AULA 01

Olá pessoal,

Nosso objetivo nesta aula é cobrir os seguintes assuntos:


 Sistemas de controle na Administração Pública Brasileira (arts.
70, 74 e 75 da CF);
 Funções dos Tribunais de Contas;
 Natureza jurídica e eficácia das decisões dos Tribunais de
Contas.

Para tanto, seguiremos o seguinte sumário:

SUMÁRIO

Sistemas de cont role no brasil ................................................................................................................... 3


Controle externo ...................................................................................................................................................... 4
Controle parlamentar ............................................................................................................................................. 9
Controle técnico ..................................................................................................................................................... 11
Controle exercido em conjunto pelo legislativo e peloTCU ................................................................. 13
Controle interno .................................................................................................................................................... 17
Controle dos recursos estaduais e municipais ................................................................................ 21
Funções, natureza jurídica e eficácia das decisões ................................................................................... 27
Funções dos Tribunais de Contas ........................................................................................................................ 27
Natureza Jurídica dos Tribunais de Contas ..................................................................................................... 37
Natureza e Eficácia das decisões dos Tribunais de contas ....................................................................... 43
Natureza das fiscalizações ...................................................................................................................................... 53
Mais questões de prova ............................................................................................................................................ 57
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 78
Questões comentadas na Aula .............................................................................................................................. 81
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 93

Ao final temos o resumo da aula e as questões que foram


comentadas, seguidas do gabarito.

Preparado (a)? Vamos lá!

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SISTEMAS DE CONTROLE NO BRASIL

Leitura obrigatória:
CF, art. 70 a 75

Os arts. 70 a 74 da Constituição Federal apresentam as principais


regras orientadoras do exercício do controle da Administração Pública
brasileira, sem prejuízo da existência de disposições referentes a essa
atividade em outras partes da própria Constituição, ou em outros
dispositivos legais.
Esses artigos tratam, essencialmente, do controle da gestão dos
recursos federais, vale dizer, daqueles provenientes do orçamento da
União. Porém, o art. 75 da CF assim dispõe:

Art. 75. As normas estabelecidas nesta Seção [art. 70 a 75] aplicam-se, no que
couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios.

Assim, por força desse princípio de simetria, os sistemas de


controle nos Estados, Distrito Federal e Municípios, previstos nas
respectivas Constituições e Leis Orgânicas, devem seguir, no que couber,
as disposições relativas à União previstas na Carta da República.
Veja bem: “no que couber”, ou seja, podem ocorrer alterações nas
normas locais, levando-se em consideração as especificidades de cada
região, desde que não sejam incompatíveis com o modelo estabelecido
para a esfera federal.
Bom, vamos ver então o que o art. 70, caput nos diz sobre os
sistemas de controle da Administração Pública no Brasil:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de
receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder.

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Assim, vê-se que a fiscalização da União, vale dizer, da


Administração Pública Federal, será exercida mediante os seguintes
sistemas de controle:
 Sistema de controle externo
 Sistema de controle interno
Em seguida, vamos estudar as principais características desses dois
sistemas de controle da gestão pública: controle externo e controle
interno.

CONTROLE EXTERNO

Como vimos, controle externo, em sentido amplo, é toda fiscalização


exercida por um ente que não integra a estrutura na qual o fiscalizado
está inserido.
Todavia, a Constituição Federal restringiu essa definição no âmbito do
controle da gestão pública brasileira, atribuindo a titularidade do controle
externo ao Poder Legislativo, representado pelo Congresso Nacional
na esfera federal. A Carta Magna deixa isso assente em seu art. 70, caput
(“A fiscalização... será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo...”) e também no art. 71, caput.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com
o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

Portanto, segundo a Constituição Federal, somente o controle


exercido pelo Poder Legislativo sobre a Administração Pública recebe a
denominação de controle externo. Na esfera federal, o titular do
controle externo é o Congresso Nacional; no âmbito dos Estados, o titular
é a Assembleia Legislativa, enquanto nos Municípios, o controle externo
cabe às respectivas Câmaras Municipais.

Segundo a CF, o titular do controle externo é o


Poder Legislativo; na esfera federal, portanto, o
titular é o Congresso Nacional.

Assim, por exemplo, a atuação do Judiciário sobre os atos dos demais


Poderes não se enquadra na definição de controle externo presente em
nosso ordenamento jurídico. Muito menos é controle externo, na definição
constitucional, a fiscalização exercida pela Administração Direta sobre as
entidades da Administração Indireta, embora ambos os casos representem

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exemplos de controle externo se apenas for considerado a posição do


órgão controlador em relação ao controlado.
A fim de possibilitar o exercício do controle externo, a Carta Magna
conferiu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a missão de auxiliar o
Congresso, mediante a definição de competências próprias e privativas
para a Corte de Contas (CF, art. 71).
Cuidado com o termo “auxiliar”, que pode levar a interpretações
errôneas. O TCU não é subordinado ao Congresso Nacional! No exercício
do controle externo, a Constituição reservou ao TCU atividades de cunho
técnico, como a realização de auditorias e o exame e julgamento da
gestão dos administradores públicos. O Congresso Nacional, embora
titular do controle externo, não pode exercer nenhuma das atribuições
conferidas exclusivamente à Corte de Contas. No campo do controle
externo, cabe ao Parlamento atividades de cunho político, também
previstas na Constituição, sem qualquer relação administrativa,
hierárquica ou mesmo de coordenação com o Tribunal de Contas.
Ademais, o rol de competências do TCU é tão amplo que torna o exercício
do controle externo mais ligado ao Tribunal que ao próprio Congresso.
O TCU, portanto, é órgão administrativo que auxilia tecnicamente o
Poder Legislativo Federal no controle externo da gestão pública, sem,
porém lhe ser subordinado ou pertencer à sua estrutura. É dotado,
inclusive de independência administrativa e orçamentária.
Pelo que dissemos, pode-se perceber que, no âmbito federal, os
sujeitos ativos do controle externo, isto é, os órgãos que exercem as
ações de controle, são: o Congresso Nacional, na qualidade de titular do
controle; e o TCU, com competências próprias e privativas para auxiliar o
Congresso, mas sem lhe ser subordinado.
Por sua vez, os sujeitos passivos do controle externo, isto é, os
agentes que sofrem as ações de controle, são todos que, de alguma
maneira, administrem recursos públicos, não importa se pessoa física ou
jurídica, pública ou privada, da administração direta ou da indireta, do
Poder Legislativo, Executivo ou Judiciário. A condição para que se assuma
o dever de prestar contas ao controle externo é a gestão de recursos
públicos, conforme disposto no art. 70, parágrafo único da CF:

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Art. 70 (...)
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária.

Como foi dito, o objeto do controle da gestão pública são os atos


administrativos que envolvam receitas e despesas públicas. Ao
controle externo compete examinar se tais atos foram praticados em
conformidade com a lei e os princípios da administração pública, ou,
ainda, se atenderam aos objetivos dos planos e programas de governo.
Detalhe interessante é que as atividades administrativas do TCU
também são submetidas ao controle externo do próprio TCU. A aparente
contradição se explica pela organização da Corte, cuja administração,
exercida pelo seu presidente, não se confunde com a função típica do
Tribunal, o controle externo, que é atribuição do corpo de ministros que o
compõe.
Esquematizando:

Ativo: Congresso Nacional (titular) e TCU (órgão técnico, sem


subordinação).

Passivos: Administradores das unidades de todos os Poderes


Sujeitos do constituídos, incluindo: administração direta, autarquias, fundações,
controle externo empresas estatais, sociedades de economia mista, agências
reguladoras, organizações sociais, concessionárias de serviço
público etc.

Entidades privadas e pessoas físicas que, de alguma forma,


administrem recursos públicos federais.

Licitações, contratos, pessoal, obras, patrimônio, sistemas,


concessões de aposentadoria, pensões, reforma, admissões de
Objetos do pessoal, arrecadação e renúncia de receita, dívida, convênios,
controle externo privatizações, concessões de serviço, programas, políticas de
governo.

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1. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Considerando controle externo como aquele


realizado por órgão não-pertencente à estrutura do produtor do ato a ser controlado,
é correto afirmar que, no Brasil, o TCU não é o único componente do poder público
encarregado daquela modalidade de controle.
Comentário: Como a questão não faz menção à Constituição ou ao
ordenamento jurídico brasileiro, mas apenas considera o conceito de controle
externo quanto ao posicionamento do órgão controlador, então é correto
afirmar que existem outros órgãos do poder público que realizam controle
externo no Brasil, como por exemplo, o controle que os órgãos do Judiciário
efetuam sobre os atos dos demais Poderes.
Gabarito: Certo

2. (TCE/RN – Assessor Técnico de Controle e Administração 2009 – Cespe)


Com referência ao controle externo e ao Poder Legislativo do estado e dos
municípios, julgue o item a seguir: entre os vários critérios adotados para classificar
as modalidades de controle, destaca-se o que o distingue entre interno e externo,
dependendo de o órgão que o exerça integrar ou não a própria estrutura em que se
insere o órgão controlado. Nesse sentido, o controle externo é exercido por um
poder sobre o outro, ou pela administração direta sobre a indireta.
Comentário: Também aqui o Cespe considera apenas o conceito de
controle quanto ao posicionamento do órgão controlador e não a definição
constitucional de controle externo. Nesse caso, percebe-se que o
entendimento da banca é que o controle exercido pela administração direta
sobre a indireta constitui modalidade de controle externo, da mesma forma
que o controle exercido por um Poder sobre o outro, visto que o gabarito da
questão é “Certo”.
Gabarito: Certo

3. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) O controle externo da administração pública é


função concorrente dos Poderes Judiciário e Legislativo. Na esfera federal, esse
controle é exercido privativamente pelo Senado Federal, auxiliado pelo TCU.
Comentário: O quesito está errado, pois o controle externo da
Administração Pública, nos termos da Constituição Federal, é exercido pelo
Congresso Nacional, ou seja, pelo Poder Legislativo, com o auxílio do TCU
(CF, art. 70 e 71, caput), e não privativamente pelo Senado Federal.
Gabarito: Errado

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4. (TCU – TCE 2007 – Cespe) O TCU deve auxiliar o Congresso Nacional no


exercício do controle externo e da fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta.
Comentário: A assertiva está de acordo com o art. 70, caput da CF, que
estabelece a abrangência do controle externo – fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades
da administração direta e indireta – em conjunto com o art. 71, caput, que
dispõe que o controle externo será exercido pelo Congresso Nacional com o
auxílio do TCU.
Gabarito: Certo

5. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) Considerando as normas constitucionais


relativas a controle externo, julgue os itens a seguir: o Supremo Tribunal Federal
não se sujeita a controle externo exercido pelo Congresso Nacional.
Comentário: Pelo que vimos, os órgãos administrativos de todos os
Poderes constituídos - incluindo, portanto, o Judiciário no qual está inserido o
STF - são sujeitos passivos do controle externo, cujo sujeito ativo, no âmbito
federal, é o Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU (CF, art. 70 e 71). Mas
lembre-se: somente as funções administrativas, ou seja, as que envolvem
receitas e despesas de recursos públicos, tais como aquisição de bens,
contratação de serviços, etc., estão sujeitas ao controle externo. Assim, por
exemplo, uma decisão do STF tomada no exercício de suas atribuições
típicas, como no julgamento de uma ADIN, não se sujeita ao controle externo
do Congresso ou do TCU.
Gabarito: Errado

6. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe, adaptada) A aplicação das subvenções e as


renúncias de receitas estão entre os atos sujeitos à fiscalização do controle externo.
Comentário: O item está perfeito, conforme o art. 70, caput da
Constituição Federal:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e
pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Veremos mais sobre o art. 70, caput da CF na nossa Aula 01!
Gabarito: Certo

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Como já foi adiantado, no âmbito do controle externo existem


atribuições que são de caráter político e, por isso, exclusivas do Poder
Legislativo (controle parlamentar); outras, por sua vez, possuem
caráter técnico, e são exclusivas do Tribunal de Contas (controle
técnico). Além dessas, existem ainda algumas tarefas exercidas em
conjunto pelo Poder Legislativo e pelo Tribunal de Contas. Vamos estudá-
las, então!

CONTROLE PARLAMENTAR

Existem algumas atribuições relacionadas ao controle externo que


são exercidas diretamente pelo Poder Legislativo, o conhecido controle
parlamentar ou controle político. O controle parlamentar direto ou
político, a exemplo do controle judicial, decorre da estrutura de divisão de
poderes, ou sistema de freios e contrapesos, para restringir e limitar o
poder dos governantes. Assim, o Legislativo é o responsável por aprovar
as políticas públicas, bem como as regras para a arrecadação de receitas e
a programação orçamentária da execução das despesas, as quais devem
ser seguidas e executadas majoritariamente pelo Poder Executivo, mas
também pelos responsáveis pelas unidades administrativas dos demais
Poderes, obedecendo aos princípios da legalidade, legitimidade e
economicidade. Buscando o equilíbrio entre os Poderes, a Constituição
definiu que a prestação de contas deve ser feita ao mesmo Poder que
definiu as regras, o Legislativo, que é o titular de controle externo.
Dentre as atribuições do controle parlamentar, o art. 49 da CF
enumera que é da competência exclusiva do Congresso Nacional:

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e


apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os
atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

Atenção para o inciso IX: quem julga as contas prestadas pelo


Presidente da República é o Congresso Nacional. O TCU apenas as
aprecia mediante parecer prévio (CF, art. 71, I). Veremos isso em
detalhe na nossa Aula 02.
Na hipótese de não apresentação das contas ao Congresso Nacional,
no prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa, é competência
privativa da Câmara dos Deputados, proceder à tomada de contas do

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Presidente da República (CF, art. 51, II), sendo esse mais um exemplo de
controle parlamentar.
Quanto ao inciso X do art. 49, acerca do controle dos atos do Poder
Executivo, uma das formas de efetivá-lo consiste na prerrogativa que as
Casas do Congresso Nacional e suas comissões possuem de convocar
autoridades para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto
previamente determinado, nos termos do art. 50, caput da CF:

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas


Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

Outra atribuição de controle do Poder Legislativo refere-se à


competência do Senado Federal para processar e julgar as seguintes
autoridades nos crimes de responsabilidade: o Presidente e o Vice-
Presidente da República, bem como os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, nos crimes da
mesma natureza conexos com aqueles; os Ministros do STF; os membros
do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público; o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União
(CF, art. 52).
Ao se falar das competências do Legislativo relacionadas ao controle
externo, não se pode olvidar da prerrogativa que o Congresso Nacional
possui de escolher dois terços (=6) dos Ministros do TCU (CF, art. 73,
§2º, II). O terço restante (=3), cujos nomes são indicados pelo Presidente
da República (CF, art. 73, § 2º), deverão ser aprovados previamente pelo
Senado Federal, por voto secreto e arguição pública (CF, art. 52, III).
Trataremos da escolha dos Ministros do TCU com mais detalhes quando
estudarmos a organização do Tribunal.
Uma conhecida e importante ferramenta utilizada pelo Poder
Legislativo no controle da Administração Pública é a instauração das
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). As CPI possuem
poderes de investigação próprios de autoridades judiciais para apuração
de fato determinado e por prazo certo. Suas conclusões, se for o caso,
serão encaminhadas ao Ministério Público para que promova a
responsabilização civil ou criminal dos infratores (CF, art. 58, §3º).

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Por fim, cabe destacar as atribuições da Comissão Mista de Planos,


Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), que examina e emite
parecer sobre as contas do Presidente da República e sobre os planos e
programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição,
assim como exerce o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de
suas Casas (CF, art. 166, §1º).

CONTROLE TÉCNICO

Vimos que, segundo o modelo estabelecido pela Constituição Federal,


o Congresso Nacional é o titular do controle externo praticado sobre a
Administração Pública Federal. Mas, para que esse controle seja efetivo, a
Constituição também estabeleceu que o Parlamento deve contar com o
auxílio técnico indispensável do Tribunal de Contas da União, que,
mediante sua ação fiscalizadora, o chamado controle técnico, de
caráter contábil-financeiro, busca garantir que a Administração
arrecade, gaste e administre os recursos públicos dentro dos limites da lei
e do interesse geral.
As principais competências do TCU relacionadas ao controle externo
estão expressas nos incisos do art. 71 da Constituição Federal. Tais
competências são próprias e privativas do TCU, o que denota sua
independência em relação ao Congresso. Vejamos algumas delas:
 Apreciar, mediante parecer prévio, as contas prestadas pelo
Presidente da República;
 Julgar as contas dos responsáveis por recursos públicos e dos
causadores de prejuízo ao erário;
 Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos admissão de
pessoal e de concessão de aposentadorias, reformas e pensões;
 Realizar, por iniciativa própria, inspeções e auditorias de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas
unidades administrativas dos Poderes;
 Fiscalizar a aplicação de recursos repassados da União a Estado, ao
Distrito Federal ou a Município;
 Aplicar sanções em caso de irregularidade das contas ou de
ilegalidade da despesa.

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No geral, as atribuições do TCU podem ser dividas em dois grandes


grupos: exame das prestações de contas e atividades de
fiscalização.
Apresentarei em seguida, algumas características gerais dessas
atividades. Nas aulas específicas, as competências do TCU serão
estudadas com maior profundidade.

Exame das prestações de contas


O exame das prestações de contas envolve a apreciação, mediante
parecer prévio, das contas prestadas anualmente pelo Chefe do Poder
Executivo (CF, art. 71, I), bem como o exame e julgamento das contas
dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos (CF, art. 71, II).
As contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente da
República, Governador ou Prefeito, conforme o caso) constituem as
chamadas contas de governo, as quais apresentam os resultados gerais
do exercício financeiro-orçamentário, originados dos atos de governo ou
atos políticos, sendo submetidas a julgamento político do Poder
Legislativo, após parecer prévio do Tribunal de Contas.
Já as contas dos administradores e demais responsáveis por gerir
recursos públicos são conhecidas por contas de gestão, e refletem os
resultados específicos da administração financeira, posta em prática
mediante atos administrativos de gestão orçamentária, financeira,
patrimonial e operacional, durante um determinado exercício.
As contas de gestão se submetem ao exame e julgamento técnico
do Tribunal de Contas. No julgamento, a Corte decidirá se a gestão do
responsável foi regular, regular com ressalvas ou irregular. Se for o caso,
poderá também exigir o ressarcimento do débito e aplicar as sanções
cabíveis (a mais comum é a multa). As autoridades administrativas
somente se exonerarão de suas responsabilidades após o julgamento do
Tribunal que se converta em aprovação das respectivas prestações de
contas.

Atividades de fiscalização
Enquanto no exame das contas o TCU atua de maneira reativa,
aguardando a apresentação da documentação pertinente pelos gestores
para, então, avaliá-la e decidir sobre seu mérito, nas atividades de

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fiscalização o Tribunal vai a campo atrás das informações, onde estiverem


disponíveis, mediante a atuação dos seus AUFC.
As atividades de fiscalização podem originar-se da iniciativa do próprio
Tribunal, ou por solicitação do Congresso Nacional, suas Casas ou
Comissões do Congresso Nacional (RI/TCU, art. 1º, II). Além disso,
podem ser resultado de representações e denúncias apresentadas pelas
pessoas legitimadas (RI/TCU, art. 230 a 237).
As atividades de fiscalização do TCU são exercidas por meio dos
seguintes instrumentos de controle ou instrumentos de fiscalização:
auditorias, inspeções, levantamentos, acompanhamentos e
monitoramentos (RI/TCU, art. 238 a 243).

CONTROLE EXERCIDO EM CONJUNTO PELO LEGISLATIVO E PELO TCU

Além das atividades de controle externo que são de competência


própria do Poder Legislativo, ou própria do Tribunal de Contas, existem
outras que eles desempenham em conjunto. Dentre estas, pode-se dar
destaque à sustação de despesas não autorizadas (CF, art. 72), à
sustação de contratos (CF, art. 71, X e §§1º e 2º) e à fiscalização de
obras públicas com indícios de irregularidades graves (LDO).
No caso da sustação de despesas não autorizadas, a atuação
conjunta se dá entre o TCU, a comissão mista de deputados e senadores
prevista no art. 166, §1º da CF (Comissão Mista de Planos, Orçamentos
Públicos e Fiscalização - CMO) e o próprio Congresso Nacional, nos termos
do art. 72 da CF. Já na sustação de contratos, o procedimento é
efetuado, primariamente, pelo Congresso Nacional e, em caso de inércia
deste, pelo TCU, nos termos do art. 71, IX §§1º e 2º da CF.
Nas próximas aulas estudaremos em detalhes os procedimentos
previstos na Constituição para sustação de despesas não autorizadas e de
contratos.
Em relação às obras públicas, as Leis de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) dos últimos anos têm trazido determinações ao TCU para que
informe ao Congresso Nacional e ao Poder Executivo a relação de
empreendimentos financiados com recursos federais que apresentem
indícios de irregularidades graves, como superfaturamento ou
direcionamento da licitação que precedeu a contratação. A CMO deliberará
pela continuação ou não das obras, até que a Corte de Contas chegue a
conclusões definitivas.

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7. (TCDF – Auditor 2014 – Cespe) O controle legislativo é tanto político quanto


financeiro. O controle financeiro, no âmbito parlamentar, é exercido por meio de
suas casas e respectivas comissões. Há comissões permanentes e temporárias,
entre as quais as CPIs. No caso do DF, cabe precipuamente à Comissão de
Economia, Orçamento e Finanças da Câmara Legislativa (CLDF) fiscalizar a
execução orçamentária e financeira.
Comentário: Afirmativa correta. Trata-se da comissão permanente
constituída na CLDF equivalente à Comissão Mista de Planos, Orçamentos
Públicos e Fiscalização (CMO) do Congresso Nacional, responsável pelo
acompanhamento e a fiscalização do orçamento público.
Importante ressaltar que o controle legislativo é precipuamente de
caráter político, mas também contempla atividades de controle financeiro,
como quando susta despesas não autorizadas e quando exerce o
acompanhamento e a fiscalização da execução orçamentária e financeira por
intermédio da comissão permanente.
Gabarito: Certo

8. (TCU – AUFC 2009 – Cespe) No exame das contas prestadas anualmente


pelo presidente da República, o TCU, ao verificar irregularidades graves, poderá
impor sanções ao chefe do Poder Executivo, sem prejuízo da apreciação dessas
mesmas contas pelo Congresso Nacional.
Comentário: A atribuição do TCU no exame das contas prestadas pelo
Presidente da República, consoante o art. 71, I da CF, é emitir parecer prévio.
Qualquer omissão ou falha que seja detectada pelo TCU deverá ser
comunicada ao Congresso Nacional, que, julgando conveniente, solicitará os
esclarecimentos necessários ao Chefe do Executivo. Portanto, não há que se
falar na imposição de sanções por parte do TCU, nesse caso, daí o erro.
Gabarito: Errado

(TCU – ACE 2008 – Cespe) Com relação aos conceitos e à legislação aplicáveis ao
controle externo e às instituições fiscalizadoras, julgue os itens a seguir:

9. No âmbito federal, o parecer sobre as contas do TCU é de responsabilidade


da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, do Congresso
Nacional.
Comentário: A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)1, dispõe:

1 Lei Complementar 101/2000 (LRF): http://www6.senado.gov.br/sicon/index.jsp

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“Art. 56. (...)
§2º O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo
previsto no art. 57 pela comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da
Constituição ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais.”
A comissão permanente a que o dispositivo se refere é a Comissão Mista
de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), do Congresso
Nacional, daí a correção do quesito. Veremos na aula 2 que esse parecer da
CMO, atualmente, não tem qualquer função prática, pois as contas do TCU
são julgados pelo próprio TCU, o qual não se vincula ao parecer da CMO.
Gabarito: Certo

10. O TCU é responsável pela fiscalização do cumprimento da obrigatoriedade de


encaminhamento e consolidação das contas de todas as esferas da Federação.
Comentário: Ao TCU compete auxiliar o Poder Legislativo na fiscalização
do cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF, art. 59, caput), cujo
art. 51 dispõe sobre a consolidação das contas de todas as esferas da
Federação pelo Poder Executivo da União. O assunto também é objeto do
RI/TCU, art. 1º, XIII, e art. 258, I.
Gabarito: Certo

11. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) O TCE/ES caracteriza-se por atuar no


controle externo e tem o poder de julgar as contas no que se refere a aspectos
como legalidade, eficácia, efetividade e economicidade.
Comentário: O quesito está correto. A competência para os tribunais de
contas julgarem as contas dos administradores públicos está prevista no art.
71, II da CF. Quanto aos aspectos nos quais o controle externo pode atuar, a
CF destaca no caput do art. 70 os seguintes: legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas. Não
obstante, como vimos na aula, os aspectos de eficiência, eficácia e efetividade
também podem direcionar as fiscalizações realizadas pelos tribunais de
contas, na busca do aprimoramento da Administração Pública.
Gabarito: Certo

12. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) No exercício do controle


político da administração pública, compete
a) às CPIs apurar irregularidades e determinar sanções.
b) ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar, sustando, se for o caso, seus efeitos
independentemente de prévia manifestação do Poder Judiciário.

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c) ao Senado Federal ou à Câmara dos Deputados — excetuadas suas comissões


— convocar titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República.
d) privativamente ao Congresso Nacional e ao Senado Federal apreciar, a priori, os
atos do Poder Executivo.
e) ao Senado Federal dispor, por proposta do presidente da República, sobre limites
globais e condições para a operação de créditos externo e interno da União, dos
estados, dos municípios e do DF, exceto das autarquias.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. As CPIs apuram irregularidades, mas não determinam
sanções. Suas conclusões, se for o caso, devem ser encaminhadas ao
Ministério Público, para que o órgão promova a responsabilidade civil ou
criminal dos infratores (CF, art. 58, §3º).
b) CERTA, nos termos do art. 49, V da CF:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
Como é competência exclusiva do Congresso Nacional, a sustação
independe de manifestação prévia do Poder Judiciário.
c) ERRADA. Nos termos do art. 50 da CF:
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas
Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de
órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
Portanto, qualquer comissão da Câmara e do Senado também pode
convocar titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República, daí o erro.
d) ERRADA. Alternativa confusa, mas, como a opção “b” é
manifestamente correta, então esta só pode estar errada. E, de fato, é isso
mesmo. Em regra, a Casa que aprecia atos do Poder Executivo a priori é o
Senado Federal, especialmente quando aprova previamente a escolha de
autoridades (CF, art. 52, III e IV) e autoriza operações de crédito externas (CF,
art. 52, V). Mas nada impede que o Congresso Nacional ou a Câmara dos
Deputados também o façam. Por exemplo, o próprio art. 49, XVI estabelece
que é competência exclusiva do Congresso Nacional “aprovar, previamente, a
alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares”. Ademais, é da competência do Congresso Nacional,

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diretamente, ou por qualquer de suas Casas, fiscalizar e controlar os atos do


Poder Executivo, incluídos os da administração indireta (CF, art. 49, X),
controle que pode ser desenvolvida de forma prévia, concomitante ou
posterior.
e) ERRADA, pois o Senado também dispõe sobre limites globais e
condições para as operações de crédito das autarquias, nos termos do art. 52,
VII da CF:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e
interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
Gabarito: alternativa “b”

CONTROLE INTERNO

Como vimos, controle interno é aquele exercido por órgão que esteja
dentro da estrutura do ente controlado e que tenha sido criado para essa
finalidade. Geralmente, subordina-se diretamente à autoridade
administrativa máxima do ente, a qual dispõe, dessa forma, de um
mecanismo de avaliação para as ações desempenhadas fora da esfera de
suas atribuições privativas. Da mesma forma que o controle externo a
cargo dos Tribunais de Contas, o controle interno também é um
controle técnico.
A Constituição Federal dispõe que os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário manterão um sistema de controle interno (CF, art. 74), de
forma integrada, cujas principais atribuições, na letra da lei, são:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e


eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Assim, as atribuições do sistema de controle interno podem ser


resumidas em:

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(i) apoiar o controle externo, criando condições indispensáveis à


sua eficácia; e
(ii) servir como órgão de assessoramento da autoridade
administrativa, visando assegurar a legalidade, a eficiência e a eficácia
da gestão.
O controle interno apoia o controle externo por meio da
realização de auditorias nas contas dos responsáveis do órgão ou entidade
a que esteja vinculado, emitindo relatório, certificado de auditoria e
parecer para subsidiar o exame e julgamento a cargo do Tribunal de
Contas. Além disso, os órgãos integrantes do sistema de controle interno
deverão alertar formalmente a autoridade administrativa competente para
que instaure tomada de contas especial, sempre que tiverem
conhecimento de qualquer das ocorrências que demandem esse
procedimento.
Os responsáveis pelo controle interno também têm o dever de
comunicar ao Tribunal de Contas qualquer irregularidade ou ilegalidade de
que tenham conhecimento, sob pena de responsabilidade solidária (CF,
art. 74, §1º). Todavia, deve ficar claro que, embora o controle interno
tenha o dever estabelecido constitucionalmente de apoiar o controle
externo, não há relação de hierarquia entre eles,
há complementaridade.

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13. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) A competência do sistema de controle interno


nos poderes da União restringe-se ao exercício do controle sobre entidades da
administração pública direta, indireta, fundacional e autárquica.
Comentário: O item está errado. O sistema de controle interno também
pode fiscalizar a aplicação de recursos públicos por entidades de direito
privado, conforme prevê o art. 74, II da CF:
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,
sistema de controle interno com a finalidade de:
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;
Gabarito: Errado

14. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) Acerca dos controles interno e
externo da administração pública, assinale a opção correta.
a) O controle externo, hierarquicamente superior ao controle interno, atua sobre a
totalidade da administração pública e é exercido pelos que representam, por
delegação, a sociedade politicamente organizada.
b) Cabe ao controle interno auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas
prestadas anualmente pelo presidente da República.
c) O controle interno feito por meio de auditoria a fim de acompanhar a execução do
orçamento tem por objetivo verificar a legalidade na aplicação do dinheiro público e
auxiliar o tribunal de contas no exercício de sua missão institucional.
d) O controle interno permite verificar se a administração respeitou disposições
imperativas no exercício de suas atribuições, não se caracterizando como um
controle de mérito.
e) O controle externo, efetivado por órgão pertencente à estrutura do ente
responsável pela atividade controlada, abrange a fiscalização e a correção dos atos
ilegais, inconvenientes e inoportunos.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O controle externo não é hierarquicamente superior ao
controle interno. Embora o controle interno tenha a missão constitucional de
auxiliar o controle externo (CF, art. 74, IV), não há relação de hierarquia entre
eles, daí o erro. Por outro lado, é correto que o controle externo, exercido pelo
Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas, atua sobre a totalidade

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da administração pública, sempre onde há a aplicação ou a arrecadação de


recursos públicos.
b) ERRADA. Quem auxilia o Poder Legislativo no julgamento das contas
prestadas anualmente pelo Presidente da República é o Tribunal de Contas,
mediante a emissão de parecer prévio (CF, art. 71, I).
c) CERTA. A auditoria é uma das técnicas de trabalho utilizadas pelo
controle interno para cumprir suas atribuições constitucionais, previstas no
art. 74 da CF, dentre elas a de acompanhar a execução do orçamento para
verificar a legalidade na aplicação do dinheiro público (inciso I) e auxiliar o
tribunal de contas no exercício de sua missão institucional (inciso IV).
d) ERRADA. Além de “verificar se a administração respeitou disposições
imperativas no exercício de suas atribuições”, o que caracteriza um controle
de conformidade, legalidade, o controle de mérito também é próprio do
sistema de controle interno, o qual tem a missão de auxiliar o gestor a
alcançar os objetivos sob sua responsabilidade.
e) ERRADA. O controle externo é efetivado por órgão não pertencente à
estrutura do ente responsável pela atividade controlada. Além disso, o
controle externo, em regra, não compreende a correção de atos
inconvenientes e inoportunos, notadamente quando respeitados os limites
legais da discricionariedade do administrador público, pois esse tipo de
correção é feita apenas no âmbito da autotutela, pela própria Administração
(revogação de atos discricionários).
Gabarito: alternativa “c”

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CONTROLE DOS RECURSOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS

Vamos reforçar agora algumas peculiaridades a respeito do controle


da Administração Pública estadual e municipal previstas na Carta da
República.
Primeiramente, registre-se que o fator que distingue a competência
federal, estadual ou municipal é a origem orçamentária primária dos
recursos controlados. Portanto, se originalmente os recursos estavam
previstos no orçamento da União, quem os estiver gerindo estará sob a
jurisdição do TCU, não importa se administrador federal, estadual,
municipal, público ou privado; da mesma forma, se os recursos
fiscalizados são provenientes do orçamento do Distrito Federal, a
competência para fiscalizá-los é do Tribunal de Contas do DF, não
importando a natureza e a procedência do administrador. O mesmo
raciocínio se aplica aos demais Estados e Municípios.
Como já sabemos, as normas e características gerais relativas ao
controle externo e interno, estabelecidas nos art. 70 a 74 da CF, são
aplicáveis, no que couber, às esferas estadual e municipal.
Assim, o controle externo nas esferas estaduais e municipais é
exercido pelas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais (no
DF, Câmara Legislativa do Distrito Federal), com o auxílio dos Tribunais
de Contas dos Estados, bem como dos Tribunais ou Conselhos de
Contas dos Municípios, conforme o caso (CF, art. 75 e art. 31, §1º).
Atualmente, no Brasil, além do TCU, existem os seguintes tribunais
de contas:
 26 tribunais de contas dos estados;
 01 Tribunal de Contas do Distrito Federal;
 04 tribunais de contas dos municípios (BA, CE, GO e PA);
 02 tribunais de contas municipais (Rio de Janeiro de São Paulo).

Como se percebe, todos os Estados brasileiros, assim como o Distrito


Federal, possuem um Tribunal de Contas responsável pelo controle
externo dos recursos de origem estadual (TCEs) e distrital (TCDF).
Quanto ao controle dos recursos de origem municipal, antes de tudo
cabe diferenciar tribunais de contas dos municípios (TC dos Municípios)
de tribunais de contas municipais (TCM).

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Os primeiros são órgãos técnicos estaduais, responsáveis pelo


controle externo de todos os municípios do Estado. Atualmente, existem
apenas 04, nos Estados da BA, CE, GO e PA.
Os segundos são órgãos municipais que exercem o controle externo
somente no âmbito do Município no qual foram constituídos. No Brasil,
existem apenas 02, nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Nos municípios que não são abarcados pela jurisdição de um TC dos
Municípios ou de um TCM, o órgão técnico que auxilia as Câmaras
Municipais no controle externo é o respectivo TCE.
Embora previsto no art. 75 da CF, atualmente não existem órgãos de
controle externo denominados Conselhos de Contas dos Municípios, mas
apenas Tribunais de Contas.
A Constituição Federal vedou a criação de novos TCM (CF,
art. 31, §4º). Portanto, os únicos TCM que podem existir no Brasil são os
do Rio de Janeiro e de São Paulo, que já existiam antes da promulgação
da atual Constituição. Nenhum outro Município pode prever, em sua lei
orgânica, a existência de um Tribunal para controlar as contas municipais.
Todavia, nada impede a criação de TC dos Municípios (órgãos estaduais)
pelos Estados que ainda não os possuem. Nesse sentido já deliberou o
Supremo Tribunal Federal2.
Outro assunto apreciado pelo STF, na mesma deliberação, refere-se
ao julgamento das contas do TC dos Municípios. Como são órgãos
estaduais, o julgamento de suas contas compete ao Tribunal de Contas do
Estado, e não à Assembleia Legislativa ou ao próprio TC dos Municípios.
Assim, por exemplo, as contas do TC dos Municípios da Bahia são julgadas
pelo TCE-BA.
Quanto à composição dos TCE e TC dos Municípios (órgãos
estaduais), a Constituição Federal fixou em sete o número de membros,
os quais denominam-se Conselheiros. A Carta Magna, porém, não dispôs
sobre o número de membros dos TCM (órgãos municipais).
Em caso de criação de um novo Estado, durante os dez primeiros
anos, o respectivo Tribunal de Contas terá apenas três membros,
nomeados pelo Governador eleito, dentre brasileiros de comprovada
idoneidade e notório saber (CF, art. 235, III).
Por fim, cabe notar que, em seu art. 31, a Constituição Federal trata
especificamente da fiscalização do Município. Uma peculiaridade

2 ADIn 687

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importante: não há previsão constitucional para sistema de controle


interno do Poder Legislativo Municipal. O art. 31 da CF somente fala
em sistema de controle interno do Poder Executivo Municipal.

15. (TCE/RO – Analista 2013 – Cespe) O modelo federal de organização,


composição e fiscalização do tribunal de contas, fixado pela CF, é de observância
obrigatória pelos estados.
Comentário: A questão está correta, ante o disposto no art. 75 da CF:
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à
organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e
do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas
respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.
Perceba que o dispositivo estabelece que as normas federais devem ser
observadas nos estados “no que couber”, ou seja, algumas adaptações
podem ocorrer devido às especificidades das esferas de governo, desde que
não desvirtuem o modelo federal. Assim, as normas locais não podem retirar
do Tribunal de Contas alguma competência que esteja prevista na CF, mas
apenas adaptá-la à realidade local. Por exemplo, em algumas passagens, a CF
faz referência ora ao Congresso Nacional ora às suas Casas (Senado e
Câmara) separadamente; no âmbito dos estados, como não há divisão em
Casas, todas essas situações devem ser adaptadas.
Vale atentar, ainda, que o próprio art. 75 da CF, em seu parágrafo único,
prevê uma peculiaridade nos estados: os respectivos tribunais de contas
serão integrados por sete Conselheiros, diferentemente do TCU é integrado
por nove Ministros.
Gabarito: Certo

16. (TCE/RO – Analista 2013 – Cespe) A fiscalização do município é exercida


pelo Poder Legislativo estadual, mediante controle externo.
Comentário: O quesito está errado. O titular do controle externo nos
municípios é a respectiva Câmara Municipal, e não o Legislativo estadual. No
exercício do controle externo, a Câmara Municipal é auxiliada, conforme o
caso, ou pelo Tribunal de Contas Municipal (apenas São Paulo e Rio de
Janeiro), ou pelo Tribunal de Contas dos Municípios (apenas dos municípios
dos Estados da BA, CE, GO e PA) ou pelo Tribunal de Contas do Estado
(demais casos).
Gabarito: Errado

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17. (TCE RN – Assessor Técnico Jurídico 2009 – Cespe) Se o TCE/RN, ao


examinar as contas do prefeito de Natal, emitisse parecer prévio pela sua rejeição,
esse parecer prevaleceria, exceto se a Assembleia Legislativa do estado, que é
responsável pelo julgamento das referidas contas, o rejeitasse por decisão de dois
terços de seus membros.
Comentário: O TCE do Estado que não possui TC dos Municípios, como
é o caso do Rio Grande do Norte, emite parecer prévio sobre as contas dos
prefeitos. O responsável por julgá-las é o Poder Legislativo Municipal, no
caso, o correto seria a Câmara Municipal de Natal, e não a Assembleia
Legislativa do Estado. Cabe registrar que a Constituição Federal estabelece
que o parecer prévio emitido pelo órgão competente sobre as contas do
Prefeito só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da
Câmara Municipal (CF, art. 31, §2º).
Gabarito: Errado

18. (TCE RN – Assessor Técnico Jurídico 2009 – Cespe) Se determinado


município não possuir, em sua estrutura administrativa, um TC, o órgão de controle
externo competente para julgar as contas desse município será, obrigatoriamente, o
TCE.
Comentário: Lembre-se que o TCM-RJ e o TCM-SP são os únicos órgãos
municipais de controle externo e há vedação constitucional para a criação de
outros. Nos demais municípios, o auxílio às Câmaras Municipais no exercício
do controle externo cabe ao TCE ou, nos Estados da BA, CE, GO e PA, aos
respectivos TC dos Municípios (órgãos estaduais responsáveis pelo controle
externo das contas dos municípios do Estado). Lembrando, ainda, que não há
impedimento para que os demais Estados criem TC dos Municípios. Portanto,
o quesito está errado, pois o controle externo nos municípios que não
possuem um TCM poderá ser realizado pelo TCE ou pelo TC dos Municípios.
Gabarito: Errado

19. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe, adaptada) Os TCEs devem ser integrados
por conselheiros em número definido nas respectivas constituições estaduais, que,
no entanto, não pode ultrapassar o número de ministros do TCU.
Comentário: O item está errado, pois a Constituição Federal fixou em
sete o número de conselheiros dos TCEs, sem dispor sobre qualquer relação
com o número de ministros do TCU (CF, art. 75, parágrafo único).
Gabarito: Errado

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20. (TCE/TO – ACE 2008 – Cespe) Nas funções de controle externo de âmbito
municipal, os tribunais de contas dos estados (TCEs):
a) são auxiliados pelas câmaras municipais.
b) atuam de forma coordenada com os tribunais de contas de cada município.
c) emitem parecer prévio, mas não-conclusivo, sobre as contas do prefeito, pois
pode ser rejeitado pela câmara municipal.
d) fiscalizam o limite de gastos totais dos respectivos legislativos.
e) devem restringir-se aos aspectos de natureza estritamente legal, em respeito à
autonomia político-administrativa dos municípios.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
(a) Errada, pois nos municípios em que não existe um TCM e que
também não são abrangidos pela jurisdição de um TC dos Municípios, os
TCEs é que auxiliam as Câmaras Municipais no exercício do controle externo,
e não o contrário, como afirma a alternativa;
(b) Errada, pois nos municípios que possuem um TCM, o controle
externo de âmbito municipal é realizado pelo respectivo TCM,
independentemente de qualquer forma de coordenação com o TCE;
(c) Errada, pois o parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas
competente sobre as contas do prefeito só deixará de prevalecer por decisão
de dois terços dos membros da Câmara Municipal (CF, art. 31, §2º). Assim,
pode-se inferir que tal parecer deverá ser conclusivo, eis que praticamente
vincula os membros da Câmara Municipal;
(d) Certa, nos termos do art. 59, VI da LRF, o qual dispõe que o Poder
Legislativo, diretamente ou com auxílio dos Tribunais de Contas, fiscalizará o
cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais.
(e) Errada, pois o controle externo, além da legalidade, também
abrange a legitimidade e a economicidade, assim como a eficácia, eficiência e
efetividade dos atos de gestão.
Gabarito: alternativa “d”

21. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) Acerca da natureza dos tribunais de


contas e do exercício de suas missões institucionais, julgue o item seguinte: No
exercício de suas atribuições, cabe aos tribunais de contas dos estados e, quando
for o caso, dos municípios solicitar aos governadores estaduais a intervenção em
determinado município.
Comentário: O art. 35 da CF elenca as hipóteses em que poderá ser
decretada a intervenção do Estado em seus Municípios ou da União nos
Municípios localizados em Território Federal:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a

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dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a
observância de princípios indicados na Constituição estadual, ou para prover a
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Cabe destacar o inciso II, que inclui a não prestação de contas como
motivo para a intervenção. Todavia, o STF já decidiu que não cabe ao Tribunal
de Contas requerer a intervenção, mesmo nesse caso, daí o erro do quesito.
Sobre o assunto, veja a ADIn 2.631/PA e a ADIn 614-MC/MA.
Gabarito: Errado

22. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) (...) redija um texto dissertativo acerca dos
sistemas de controle na administração pública, em conformidade com a
Constituição Federal de 1988. Ao elaborar seu texto, discorra sobre os mecanismos
de controle inseridos no ordenamento constitucional, abordando, necessariamente,
a classificação doutrinária quanto aos seguintes aspectos:
< momento em que se realiza;
< órgãos responsáveis pelo seu exercício;
< natureza ou tipo de controle.
Comentário: A partir dos elementos apresentados nesta aula
demonstrativa, você já seria capaz de elaborar uma boa resposta para esta
questão discursiva.
Quanto ao momento em que o controle se realiza, vimos que pode ser
prévio, concomitante ou posterior ao ato fiscalizado.
Em relação aos responsáveis pelo exercício do controle na
administração pública, vimos que a CF estabeleceu que o controle externo, a
cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do TCU. A Carta
Magna dispõe que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão,
de forma integrada, sistema de controle interno. Além disso, poder-se-ia
mencionar as diversas formas de controle social previstas na Constituição,
assim como o controle judicial e a autotutela administrativa.
No que tange à natureza ou tipo de controle, vimos que, essencialmente,
o controle se classifica em: legalidade (conformidade às normas), legitimidade
(atendimento ao interesse público) e economicidade (menor preço).
Gabarito: N/A

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FUNÇÕES, NATUREZA JURÍDICA E EFICÁCIA DAS DECISÕES

Antes de iniciar, vale ressaltar que, embora a maior parte das


considerações apresentadas neste capítulo faça referência às
características da Corte de Contas Federal, elas também se aplicam às
funções, natureza jurídica e eficácia das decisões dos demais Tribunais de
Contas, estaduais ou municipais.

FUNÇÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS

As funções nada mais são que uma forma de sistematizar as diversas


competências que foram conferidas pela Constituição Federal - e também
por outras normas - ao TCU e, por simetria, aos demais Tribunais de
Contas, dando uma ideia geral da natureza das atividades exercidas pelos
órgãos de controle externo.
De acordo com publicação institucional do TCU 3 , as funções dos
Tribunais de Contas podem ser agrupadas da seguinte maneira:
 Fiscalizadora
 Judicante
 Sancionadora
 Consultiva
 Informativa
 Corretiva
 Normativa
 De ouvidoria
 Pedagógica
A seguir veremos exemplos de algumas competências do TCU
abrangidas por cada uma dessas nove funções. Por ora, as referidas
competências serão apenas mencionadas, para exemplificar as
características de cada função, visto que o estudo detalhado das
atribuições do TCU será realizado nas próximas aulas.

Função fiscalizadora (ou fiscalizatória, ou de fiscalização)


A maioria das competências atribuídas ao TCU está inserida na função
fiscalizadora. As atividades dessa função caracterizam-se pelo exame de
uma situação ou condição (p.ex. a prática de um ato administrativo),
tendo como referência um critério ou padrão (p.ex. uma norma legal),
3 Conhecendo o Tribunal. Brasília: TCU, 2008.

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com o objetivo de verificar em que medida a situação ou condição está de


acordo com o critério ou padrão. A função fiscalizadora compreende a
realização de levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos e
monitoramentos, relacionados com a fiscalização de atos e contratos
administrativos em geral (CF, art. 71, IV).
O exercício da função fiscalizadora envolve ainda a apreciação da
legalidade dos atos de concessão de aposentadorias, reformas e pensões
e de admissão de pessoal (CF, art. 71, III), a fiscalização da aplicação de
recursos repassados pela União mediante convênios e outros instrumentos
congêneres a Estados, Municípios e DF (CF, art. 71, VI), assim como a
fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais (CF,
art. 71, V).

Função judicante (ou jurisdicional, ou de julgamento)


O TCU exerce a função judicante quando julga as contas dos
administradores e dos demais responsáveis por bens e valores públicos
(contas ordinárias e extraordinárias), e também quando julga as contas
dos responsáveis por causar prejuízo ao erário (tomada de contas
especial) (CF, art. 71, II). Ao julgar as contas, o Tribunal decide se elas
são regulares, regulares com ressalva ou irregulares.
Perceba que, por força da parte final do art. 71, II da CF, sempre
que, na administração do patrimônio público, houver desvio de recursos
ou prática de ato de que resulte dano ao erário, o responsável pelo
prejuízo deverá ter suas contas julgadas pela Corte de Contas
competente. Se o prejuízo foi causado ao patrimônio da União, o
julgamento caberá ao TCU; se o dano atingiu o patrimônio do Estado de
Minas Gerais, o julgamento será de competência do TCE/MG, e assim por
diante.
Note também que o TCU não exerce a função judicante quando
realiza atividades de fiscalização (auditorias, inspeções etc.). O
julgamento das contas dos responsáveis ocorre sempre em processo
específico que pode ser um processo de contas ordinárias, de contas
extraordinárias ou um processo de tomada de contas especial:

Contas ordinárias

Processo de Contas Contas extraordinárias


Tomada de contas especial

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Assim, caso no curso de uma auditoria seja constatada ocorrência


que resultou em prejuízo aos cofres públicos, a auditoria (processo de
fiscalização) deverá ser convertida em processo de tomada de contas
especial (processo de contas), para aí sim ocorrer o julgamento das
contas dos responsáveis pelo desfalque e a cobrança do débito apurado
(LO/TCU, art. 47). Nesse caso, ocorre a mutação da natureza do processo,
de um processo de fiscalização para um processo de contas.

Função sancionadora (ou sancionatória, ou punitiva)


A função sancionadora surge quando da aplicação das sanções
previstas em lei, seja na LO/TCU, seja em outras leis (CF, art. 71, VIII).
Essas sanções podem compreender, isolada ou cumulativamente:
 aplicação, ao agente público, de multa proporcional ao valor do
prejuízo causado ao erário;
 cominação de multa ao responsável por contas julgadas
irregulares, por ato irregular, ilegítimo ou antieconômico, por
não-atendimento de diligência ou determinação do Tribunal, por
obstrução ao livre exercício de inspeções ou auditorias e por
sonegação de processo, documento ou informação;
 inabilitação do responsável para o exercício de cargo em
comissão ou função de confiança no âmbito da Administração
Pública;
 declaração de inidoneidade do responsável, por fraude em
licitação, para participar, por até cinco anos, de certames
licitatórios promovidos pela administração pública;
 afastamento provisório do cargo por obstrução a auditoria ou
inspeção;
 decretação da indisponibilidade de bens.

Três observações importantes:


(1) as sanções podem ser aplicadas tanto em processos de
fiscalização quanto em processo de contas. Assim, caso na realização
de uma auditoria ou no exame de uma prestação de contas seja
constatado que uma determinação anterior do Tribunal não tenha sido
cumprida, o gestor responsável poderá ser penalizado com multa no
âmbito do próprio processo em que o não-atendimento foi identificado,
seja este um processo de contas ou de fiscalização;

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(2) ao impor sanções o Tribunal deverá permitir o contraditório e a


ampla defesa;
(3) nos processos de contas, a eventual cobrança do prejuízo
causado ao erário (imputação de débito) tem natureza de
responsabilização civil, com a finalidade de recompor os cofres lesados
pela ação do agente público. Ou seja, cobrar débito não é impor
sanção. Logicamente, caso seja cabível, o Tribunal poderá impor sanções
juntamente à cobrança do débito.

Função consultiva (ou de consulta, ou opinativa)


A função consultiva é exercida mediante a elaboração de parecer
prévio, de caráter essencialmente técnico, sobre as contas prestadas
anualmente pelo Presidente da República, a fim de subsidiar o julgamento
a cargo do Congresso Nacional (CF, art. 71, I; art. 49, IX). Da mesma
forma, compreende a emissão de pareceres prévios sobre as contas de
governo de territórios (CF, art. 33, §2º).
Inclui também o exame, sempre em tese, de consultas feitas por
autoridades legitimadas para formulá-las, a respeito de dúvidas na
aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentes às
matérias de competência do Tribunal (LO/TCU, art. 1º, XVII).
Outro exemplo de atividade abrangida pela função consultiva é o
parecer sobre indícios de despesas não autorizadas (CF, art. 72, §1º),
emitido por solicitação da comissão de deputados e senadores prevista no
art. 166, §1º da CF – Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e
Fiscalização (CMO).
Também se enquadram na sua função consultiva as recomendações –
de caráter não compulsório – que o Tribunal emite ao identificar
oportunidades de melhoria de desempenho, geralmente como resultado
de auditorias de natureza operacional, ocasiões nas quais atua como uma
verdadeira consultoria organizacional (RI/TCU, art. 250, III).

Função informativa (ou de informação)


A função informativa é exercida quando da prestação de informações
solicitadas pelo Congresso Nacional, por suas Casas ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização exercida pelo Tribunal (CF,
art. 71, VII).

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Compreende, ainda, representação ao Poder competente sobre


irregularidades ou abusos apurados (CF, art. 71, XI), assim como o
encaminhamento ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, de
relatório das atividades do Tribunal (CF, art. 71, §4º).
Inclui também a emissão de alertas destinados aos órgãos e Poderes
da União, como os alertas sobre ultrapassagem de 90% dos limites de
gastos com pessoal, endividamento, operações de crédito e concessão de
garantias e demais previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF,
art. 59, §1º).
Outro exemplo é a informação prestada ao Ministério Público Eleitoral
acerca da lista de responsáveis que tiveram suas contas julgadas
irregulares, para fins de aplicação da norma de inelegibilidade (LO/TCU,
art. 91).

Função corretiva
O TCU exerce a função corretiva ao:
 emitir determinações, de caráter compulsório, para corrigir
falhas ou impropriedades (LO/TCU, art. 18);
 fixar prazo para cumprimento da lei, se verificada ilegalidade
(CF, art. 71, IX);
 sustar ato impugnado (CF, art. 71, X).

Função normativa (ou regulamentar)


Decorre do poder regulamentar conferido ao TCU por sua Lei
Orgânica, que lhe faculta a prerrogativa de expedir instruções e atos
normativos (de cumprimento obrigatório, sob pena de responsabilização)
acerca de matérias de sua competência e a respeito da organização dos
processos que lhe devam ser submetidos (LO/TCU, art. 3º).

Função de ouvidoria (ou de ouvidor)


Reside na possibilidade de o TCU receber denúncias e representações
relativas a irregularidades ou ilegalidades que lhe sejam comunicadas por
responsáveis pelo controle interno, por autoridades ou por qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato (CF, art. 74, §§ 1º e 2º).
Essa função tem fundamental importância no fortalecimento da cidadania
e na defesa dos interesses difusos e coletivos, sendo importante meio de
colaboração com o controle.

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Cabe frisar que, na apuração das denúncias e representações, o


Tribunal exerce a função fiscalizatória.

Função pedagógica
O TCU atua de forma pedagógica quando orienta e informa sobre
procedimentos e melhores práticas de gestão, mediante publicação de
manuais e cartilhas, realização de seminários, reuniões e encontros de
caráter educativo ou, ainda, quando recomenda a adoção de providências
em auditorias de natureza operacional.
O caráter educativo surge também quando da aplicação de sanções a
responsáveis por irregularidades ou práticas lesivas aos cofres públicos,
na medida em que tais punições funcionam como fator de inibição à
prática de novas ocorrências da espécie.
---------------------
Antes de finalizar este tópico, cabe registrar que o TCU quase nunca
exerce apenas uma das suas funções isoladamente. O normal é que as
atuações do Tribunal associem sempre duas ou mais delas. Por exemplo,
ao julgar as contas de gestão, o Tribunal pode aplicar penalidades e/ou
fazer determinações. Assim, simultaneamente à função judicante, são
exercidas as funções sancionadora e corretiva. Outro exemplo consiste
no exercício simultâneo das funções consultiva e normativa quando o
Tribunal responde a consulta que lhe seja formulada por autoridade
competente, uma vez que, nesse caso, a resposta do Tribunal possui
caráter normativo (LO/TCU, art. 1º, XVII, §2º).
Por fim, vale salientar que o rol de funções apresentado, no total de
nove, não é imperativo ou exaustivo, embora seja uma boa referência
retirada de uma publicação institucional do TCU. Com efeito, pode-se
encontrar na doutrina sistematizações diferentes para as atribuições dos
Tribunais de Contas, mas que são apenas variações das apresentadas
anteriormente. Por exemplo, Nagel4 identifica sete grupos de funções ou
atribuições: opinativa, consultiva e informativa; investigatórias; corretivas
e cautelares; cautelares; jurisdicionais; declaratórias; e punitivas. Já Hely
Lopes Meirelles5 reduz sua análise a quatro categorias: técnico-opinativas,
verificadoras, assessoradoras e jurisdicionais administrativas.

4Apud. Lima (2011, p. 111). NAGEL, José. A fisionomia distorcida do controle externo. Revista do TCE MG,
edição nº 4, 2000.
5Apud. Lima (2011, p. 111). MEIRELES, H.L. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros
Editores, 1997.

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23. (TCU – ACE 2007 – Cespe) A função judicante é expressa quando o TCU
exerce a sua competência infraconstitucional de julgar as contas de gestão dos
administradores públicos. Entretanto, no tocante às prestações de contas
apresentadas pelo governo federal, compete ao TCU apenas apreciá-las e emitir
parecer prévio, já que compete ao Congresso Nacional julgá-las, com base na
emissão do parecer emitido pela comissão mista permanente de senadores e
deputados.
Comentário: É verdade que o TCU exerce a função judicante ao julgar as
contas de gestão dos administradores públicos. A competência para tanto
está expressa na própria Constituição (art. 71, II), sendo apenas reproduzida
na LO/TCU (art. 1º, I). Portanto, a palavra infraconstitucional torna a questão
errada. Cabe lembrar que, no tocante às contas prestadas pelo Presidente da
República, o Tribunal emite parecer prévio, não vinculante, como subsídio ao
julgamento realizado pelo Congresso Nacional (CF, art. 71, I). Nesse caso, o
TCU exerce a função consultiva. Observe ainda que, além do TCU, a comissão
mista de senadores e deputados também emite parecer sobre as contas
prestadas pelo Presidente da República (CF, art. 166, §1º, I).
Gabarito: Errado

24. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) As instruções normativas destinadas aos órgãos
públicos dos Poderes Executivo e Judiciário expedidas pelo TCU no exercício de
sua competência possuem caráter orientador, podendo ser modificadas por normas
específicas, dado o princípio da autonomia dos poderes da União.
Comentário: As normas expedidas pelo TCU no exercício do seu poder
regulamentar (função normativa) possuem caráter compulsório, e não apenas
orientador, eis que obrigam os destinatários ao seu cumprimento, sob pena
de responsabilidade. É o que prevê o art. 3º da Lei Orgânica:
Art. 3° Ao Tribunal de Contas da União, no âmbito de sua competência e jurisdição,
assiste o poder regulamentar, podendo, em consequência, expedir atos e instruções
normativas sobre matéria de suas atribuições e sobre a organização dos processos
que lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob pena de
responsabilidade.
Gabarito: Errado

25. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe) Com relação aos tribunais de contas,
entre as inovações introduzidas pela LRF, encontra-se a instituição da função
cautelar de alertar os demais Poderes ou órgãos nas situações que especifique.
Comentário: Como vimos, o rol de funções que estudamos, no total de

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nove, não é imperativo ou exaustivo, pois na doutrina podem-se encontrar


sistematizações diferentes para as atribuições dos Tribunais de Contas. A
questão em tela menciona a função cautelar, que incluiria os alertas previstos
na LRF. Na aula, classificamos tais alertas na função informativa. Perceba que
as duas classificações estão corretas, pois a informação prevista na LRF sob
a forma de alerta tem caráter cautelar, preventivo. A mesma atribuição poderia
ser também classificada na função assessoradora, segundo as categorias
consideradas por Hely Lopes Meirelles. Portanto, para fins de prova, o
importante é conhecer as competências do Tribunal de Contas e utilizar o
bom senso na hora de responder uma questão que as classifique em alguma
função. No caso de uma questão discursiva em que seja necessário discorrer
sobre as funções dos Tribunais de Contas, creio que a apresentação das nove
funções dadas na aula, seguidas de um ou dois exemplos, seja suficiente para
uma boa resposta.
Gabarito: Certo

26. (TCE/ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) Na CF, o controle


externo foi consideravelmente ampliado. Nesse sentido, as funções que os TCs
desempenham incluem a
a) sancionatória, quando se aprovam as contas dos dirigentes e responsáveis
por bens e valores públicos.
b) de julgamento, quando se emite parecer prévio sobre as contas anuais dos
chefes de poder ou órgão.
c) de ouvidor, quando se respondem e esclarecem as dúvidas de servidores
sobre a aplicação da legislação orçamentária e financeira.
d) corretiva, quando se aplicam multas e outras penalidades aos responsáveis
por irregularidades.
e) de fiscalização financeira, quando se registram os atos de admissão do
pessoal efetivo.
Comentário: Pede-se para escolher a alternativa correta. Então, vamos
analisar cada uma delas.
A letra “a” está errada, pois os Tribunais de Contas exercem a função
judicante ou de julgamento - e não a função sancionatória - quando
“aprovam” as contas dos administradores públicos. Assim, a letra “b”
também está errada. Com efeito, a emissão de parecer prévio faz parte da
função consultiva ou opinativa dos Tribunais de Contas.
Quanto à letra “c”, lembre-se que a função de ouvidor é exercida quando
o Tribunal recebe denúncias e representações sobre irregularidades que lhe
sejam comunicadas pelo controle interno, por autoridades ou por qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato. Ademais, o TCU somente

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decidirá sobre consultas - exercendo sua função consultiva - que sejam


formuladas pelas autoridades competentes, as quais estão elencadas do
art. 264, I a VII do RI/TCU, e que não incluem os servidores em geral. Portanto,
a alternativa “c” também está errada.
A função corretiva, expressa na letra “d”, é exercida quando os Tribunais
de Contas emitem deliberações com o objetivo de corrigir irregularidades ou
impropriedades existentes na Administração Pública que foram constatadas
nas atividades de controle. Assim, a assertiva está errada, pois quando
aplicam multas e outras penalidades, os Tribunais de Contas exercem a
função sancionatória.
Por fim, a letra “e” está correta, pois quando registram os atos de
admissão de pessoal, assim como outras atividades de caráter investigatório
e que envolvem análise técnica de informações e documentos, os Tribunais
de Contas exercem a função fiscalizadora ou fiscalizatória. A professora Di
Pietro a descreve como de fiscalização financeira6, como está no quesito.
Gabarito: alternativa “e”

27. (TCE/RN – Assessor Técnico de Controle e Administração 2009 – Cespe)


Uma das funções de competência dos TCs, como definido na CF, é a de ouvidor,
caracterizada pelo recebimento de denúncias de irregularidades ou ilegalidades
formuladas tanto pelos responsáveis pelo controle interno como por qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato.
Comentário: O item está perfeito. Na Constituição Federal, a função de
ouvidor exercida pelos TCs encontra-se positivada no art. 74, §§ 1º e 2º,
consistindo na possibilidade de as Cortes de Contas receberem denúncias e
representações relativas a irregularidades ou ilegalidades que lhe sejam
comunicadas por responsáveis pelo controle interno, por autoridades ou por
qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato.
Gabarito: Certo

28. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) Considerando as funções dos tribunais de


contas, assinale a opção correta.
a) A função opinativa dos tribunais de contas se reveste de conteúdo vinculativo.
b) A função sancionadora ocorre quando os tribunais de contas, por exemplo,
efetuam recolhimento da multa proporcional ao débito imputado.
c) A função de fiscalização dos tribunais de contas compreende as ações relativas
ao exame e à realização de diligências relacionadas a recursos de alienação
dos ativos.

6 Apud. Lima (2011, p. 111). DI PIETRO, M.S.Z. Direito Administrativo. 19ª edição, Atlas, 2006.

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d) O julgamento das contas dos responsáveis por bens e valores públicos constitui
função corretiva dos tribunais de contas.
e) Assiste aos tribunais de contas o poder regulamentar, também chamado de
normativo, que, em certos casos, pode ir além de sua competência e jurisdição.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
(a) errada, pois a função opinativa dos tribunais de contas, como o
próprio nome já diz, não possui conteúdo vinculativo, podendo-se citar como
exemplo a emissão de parecer prévio sobre as contas do Chefe do Executivo;
(b) errada, pois a função sancionadora ocorre na aplicação - e não no
recolhimento - da multa. Ademais, quem a recolhe é o responsável, não o
Tribunal!
(c) certa, tendo como exemplo a fiscalização exercida pelo TCU nos
processos de privatização de instituições públicas federais, em que ocorre a
alienação de ativos para a iniciativa privada;
(d) errada, pois o julgamento de contas é inerente à função judicante, e
não à função corretiva. Esta, por sua vez, é exercida quando da emissão de
determinações para corrigir falhas ou impropriedades, na fixação de prazo
para o exato cumprimento da lei ou, ainda, na sustação de ato impugnado;
(e) errada, pois o poder regulamentar que assiste ao Tribunal de Contas
apenas pode ser exercido no âmbito de sua competência e jurisdição
(LO/TCU, art. 3º).
Gabarito: alternativa “c”

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NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS

Para estudarmos a natureza jurídica dos Tribunais de Contas, vamos


adotar como roteiro o enunciado da seguinte questão discursiva:

(TCU – ACE 2008 - Cespe) (...) discorra, de forma fundamentada e de acordo com
a Constituição Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos:
 natureza jurídica do TCU;
 relação entre o TCU e o Poder Legislativo;
 eventual vinculação hierárquica da Corte de Contas com o Congresso
Nacional.

Natureza jurídica do TCU


A doutrina majoritária classifica o TCU como órgão administrativo,
autônomo e independente, de estatura constitucional (CF, art. 71).
Por ser um órgão, o TCU não possui personalidade jurídica
própria. A sua personalidade jurídica é a mesma da União, pessoa
jurídica de direito público em que está inserido.
Não obstante a ausência de personalidade jurídica própria, o TCU
possui capacidade para figurar em juízo, ativa ou passivamente, na
defesa das suas competências e direitos próprios (capacidade
postulatória). Com efeito, frequentemente são impetrados mandados de
segurança no STF contra decisões da Corte de Contas, ocasiões nas quais
ela se situa no polo passivo da lide.

Relação entre o TCU e o Poder Legislativo – inexistência de


vinculação hierárquica
O TCU, apesar de ser um “Tribunal”, não pertence ao Poder
Judiciário. Tampouco pertence ao Poder Legislativo, apesar de auxiliar o
Congresso Nacional no controle externo da Administração Pública. De fato,
o TCU não está subordinado hierarquicamente a nenhum dos três
Poderes: o Presidente do TCU não deve obediência ao Presidente do
Congresso Nacional, titular do controle externo, e muito menos ao
Presidente do STF ou ao Presidente da República. Similarmente, o
Presidente de um Tribunal de Contas Estadual também não responde ao
Presidente da Assembleia Legislativa ou ao Governador do Estado,
tampouco ao Presidente do TCU.

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Por outro lado, da mesma forma que o Ministério Público, o TCU


também não constitui, por si só, um Poder. Diz-se que a tripartição
clássica dos Poderes do Estado - Executivo, Legislativo e Judiciário - não é
suficiente para abarcar o perfil institucional do TCU, órgão de estatura
constitucional que possui competências próprias e privativas voltadas para
o controle externo da Administração Pública.
No exercício do controle externo, a Constituição reservou ao TCU
atividades de cunho técnico, como a realização de auditorias e o exame e
julgamento da gestão dos administradores públicos. O Congresso
Nacional, embora titular do controle externo, não pode exercer nenhuma
das atribuições conferidas exclusivamente à Corte de Contas. O rol de
competências das Cortes de Contas é tão amplo que torna o exercício do
controle externo mais ligado a elas que aos próprios órgãos legislativos.
No campo do controle externo, cabe ao Parlamento, em regra,
atividades de cunho político, também previstas na Constituição, a
exemplo do julgamento das contas prestadas pelo Presidente da
República, porém sem qualquer relação administrativa, hierárquica ou
mesmo de coordenação com o Tribunal de Contas. Assim, por exemplo, o
Congresso Nacional não tem competência para realizar diretamente uma
auditoria contábil em um Ministério do Governo Federal. Deve solicitá-la
ao TCU. Este, por sua vez, não realizará a referida fiscalização por causa
de uma eventual subordinação ao Congresso, e sim porque tal atividade é
da sua competência privativa, conferida diretamente pela Constituição
(CF, art. 71, IV).
Dessa forma, a interpretação que deve ser dada ao caput do art. 71
da Carta Magna, é que o controle externo da Administração Pública, a
cargo do Poder Legislativo, não poderá ser realizado senão com o auxílio
técnico do TCU, que é inafastável e imprescindível.
Para reforçar a independência do TCU, a Carta Magna lhe assegura
autonomia funcional, administrativa, financeira e orçamentária,
garantindo-lhe quadro próprio de pessoal (CF, art. 73), e estendendo-lhe,
no que couber, as atribuições relativas à auto-organização do Poder
Judiciário, previstas no art. 96 da CF, como elaborar seu Regimento
Interno e organizar sua Secretaria e demais serviços auxiliares.
Ademais, como garantia de independência e autonomia, a
Constituição assegura ao TCU a iniciativa exclusiva de projetos de lei para
propor alterações e revogações de dispositivos da sua Lei Orgânica.

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Assim, não cabe ao Legislativo ou ao Executivo a iniciativa de propostas


tendentes a alterar a Lei Orgânica do TCU, sob pena de vício de iniciativa.

A iniciativa de projetos de lei que tratem sobre a organização e o


funcionamento dos Tribunais de Contas é reservada privativamente ao próprio
T II CF É possível que haja emendas
parlamentares em projetos de lei de iniciativa do Tribunal de Contas, desde que
respeitados dois requisitos:
a) guardem pertinência temática com a proposta original (tratem sobre o
mesmo assunto);
b) não acarretem em aumento de despesas.
STF. Plenário. ADI 5442 MC/DF e ADI 5453 MC/SC, julgado em 17/3/2016 (Info 818).

Todavia, para fins orçamentários e de responsabilidade fiscal, o


Tribunal está associado ao Poder Legislativo, uma vez que, nas leis
orçamentárias, as dotações relativas ao TCU constam do orçamento do
Poder Legislativo. Além disso, pela LRF, os limites de despesas de pessoal
do TCU são incluídos no âmbito do Poder Legislativo (LRF, art. 20). Isso,
contudo, não retira a autonomia orçamentária e financeira da Corte de
Contas, eis que o TCU pode movimentar livremente os recursos previstos
no seu orçamento, ter ordenador de despesas próprio, elaborar e liquidar
a folha de pagamento dos seus servidores, realizar o pagamento dos
contratos com seus fornecedores, dentre outros atos de administração
financeira e orçamentária, sem qualquer dependência em relação ao
Congresso Nacional e suas Casas.

A título de conhecimento, registre-se que há na doutrina


aqueles que consideram o TCU como órgão do Poder
Legislativo, por sua associação a este Poder nas leis orçamentárias e nos limites de
gastos com pessoal previstos na LRF, bem como pelo fato de o Tribunal estar
inserido no capítulo da Constituição que trata do Poder Legislativo. Contra tais
argumentos, além das considerações apresentadas nesta aula, geralmente opõe-se
que o texto constitucional não menciona o TCU ao tratar expressamente da
composição do Poder Legislativo, referindo-se tão somente ao Congresso Nacional,
integrado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal (CF, art. 44).

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Não obstante a existência de posições contrárias, percebe-se que


prevalece o entendimento de que o TCU é órgão administrativo
autônomo e independente, sem subordinação hierárquica ao Poder
Legislativo ou a qualquer outro órgão ou Poder.
Dito isso, voltemos à questão de prova para ver como ela poderia ser
resolvida:

29. (TCU – ACE 2008 – Cespe) (...) discorra, de forma fundamentada e de acordo
com a Constituição Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos:
 natureza jurídica do TCU;
 relação entre o TCU e o Poder Legislativo;
 eventual vinculação hierárquica da Corte de Contas com o Congresso
Nacional.
Comentário: Quanto à natureza jurídica, o TCU é tido pela maioria da
doutrina como órgão administrativo, de estatura constitucional. Sua
personalidade jurídica é a da União, sem pertencer a nenhum dos três
Poderes. Não obstante, possui capacidade postulatória, podendo figurar em
juízo ativa ou passivamente.
Por disposição constitucional, o TCU auxilia tecnicamente o Poder
Legislativo no controle externo da Administração Pública. Além disso, o TCU
está associado ao Poder Legislativo para fins orçamentários e de
responsabilidade fiscal. Todavia, não há vinculação hierárquica entre a Corte
de Contas e o Congresso Nacional. O Tribunal é órgão autônomo e
independente, pois a Constituição lhe atribui competências próprias e
privativas, assim como lhe garante autonomia funcional e financeira.
Gabarito: N/A

30. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) O TCU é órgão vinculado e subordinado ao


Poder Legislativo.
Comentário: Embora o TCU seja vinculado ao Legislativo para fins
orçamentários e para observância dos limites da LRF, não existe relação de
hierarquia entre eles, ou seja, o TCU não é subordinado ao Poder Legislativo,
embora o auxilie tecnicamente no exercício do controle externo da
Administração Pública.
Gabarito: Errado

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31. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) Com o objetivo de viabilizar a ação fiscalizadora
do TCU e impedir ingerências políticas no tribunal, foi-lhe atribuída autonomia na
gestão de seu pessoal, o que inclui autonomia para criação, transformação e
extinção de cargos e funções de seu quadro de pessoal.
Comentário: O item está errado. Em relação à criação, transformação e
extinção de cargos, o TCU apenas propõe ao Congresso Nacional, ou seja,
não cria, transforma ou extingue cargos por si só, visto que tais matérias
devem ser tratadas por lei. A autonomia do TCU reside na iniciativa privativa
para propor leis que tratem do seu quadro de pessoal. O mesmo ocorre com a
fixação da respectiva remuneração. Isso está previsto no art. 1º, XV da Lei
Orgânica:
Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, nos
termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta Lei:
XV - propor ao Congresso Nacional a criação, transformação e extinção de cargos,
empregos e funções do Quadro de Pessoal de sua Secretaria, bem como a fixação da
respectiva remuneração;

Gabarito: Errado

32. (TCE/RN – Assessor Técnico Jurídico 2009 – Cespe) O TCU faz parte do
Congresso Nacional, a quem deve auxiliar no exercício do controle externo.
Comentário: O item está errado, pois o TCU não faz parte do Congresso
Nacional, apesar de auxiliá-lo no exercício do controle externo. Com efeito, de
acordo com o posicionamento majoritário da doutrina, o TCU, assim como os
demais tribunais de contas, são órgãos autônomos e independentes, não
subordinados a nenhum outro órgão ou Poder.
Gabarito: Errado

33. (TCE/RN – Assessor Técnico Jurídico 2009 – Cespe) Na prestação de


auxílio para o exercício do controle externo, os TCs não estão subordinados
operacional nem administrativamente às casas legislativas.
Comentário: O quesito está correto, pois os Tribunais de Contas são
órgãos administrativos autônomos e independentes, sem subordinação
hierárquica, operacional ou administrativa ao Poder Legislativo ou a qualquer
outro órgão ou Poder. Para o exercício do controle externo, o TCU possui
competências próprias e privativas retiradas da Constituição Federal, as quais
devem ser replicadas no âmbito estadual, distrital e municipal.
Gabarito: Certo

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34. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) De acordo com o princípio de autotutela e o


sistema de controle existente, o Tribunal de Contas da União e o TCDF estão
vinculados por uma relação de hierarquia, visando garantir o emprego efetivo do
recurso público.
Comentário: O quesito está incorreto. Da mesma forma que não existe
vinculação hierárquica entre os Tribunais de Contas e os órgãos do Poder
Legislativo, também não existe qualquer espécie de relação de hierarquia
entre o Tribunal de Contas da União e os demais Tribunais de Contas
Estaduais e Municipais. Cada Tribunal de Contas é um órgão autônomo e
independente que atua na respectiva esfera de competência, garantindo o
emprego regular e efetivo dos recursos públicos federais, estaduais, distritais
e municipais.
Gabarito: Errado

35. (TCU – TCE 2007 – Cespe) O TCU deve auxiliar o Congresso Nacional no
exercício do controle externo e da fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta.
Comentário: Segundo o art. 70, caput da CF, a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades
da administração direta e indireta será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo. E o art. 71, caput, consagra o papel do TCU no
exercício do controle externo, qual seja, o de auxiliar o Congresso Nacional:
"O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União (...)". Não obstante, deve-se ressaltar
que o auxílio no exercício do controle externo não significa subordinação do
TCU em relação ao Congresso. O TCU possui competências próprias e
privativas, de caráter técnico, enquanto a atuação do Congresso ocorre no
campo político.
Gabarito: Certo

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NATUREZA E EFICÁCIA DAS DECISÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS

Conforme aponta a maior parte da doutrina, sendo o TCU um órgão


administrativo, suas decisões também possuem natureza
administrativa. Contra o mérito dessas decisões, somente cabe recurso
ao próprio TCU, com natureza de apelação administrativa.
Assim, não existem vias recursais junto ao Judiciário ou ao
Legislativo que possibilitem a reforma do mérito de uma decisão do TCU
tomada no exercício de suas competências. Da mesma forma, não cabe
recurso ao TCU para reformar uma decisão de um Tribunal de Contas
Estadual ou Municipal. As possibilidades se esgotam no âmbito da Corte
de Contas que proferiu a decisão.
Todavia, uma vez que o ordenamento jurídico pátrio é regido pelo
princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV), é
possível acionar o Poder Judiciário contra uma decisão do Tribunal
de Contas. A provocação do Judiciário, contudo, não tem natureza de
recurso, pois se faz por meio de uma ação judicial nova e totalmente
independente do processo no Tribunal de Contas. Ademais, o Judiciário
não revisa as decisões da Corte de Contas, cabendo-lhe tão somente
verificar se os aspectos formais foram observados e se os direitos
individuais foram preservados. Segundo a jurisprudência do STF:

No julgamento das contas de responsáveis por haveres públicos, a competência é


exclusiva dos Tribunais de Contas, salvo nulidade por irregularidade formal grave ou
manifesta ilegalidade.

Por exemplo: suponha que o TCU, numa sessão em que não houve
quórum mínimo (irregularidade formal), tenha julgado irregulares as
contas de um administrador público, sem ainda lhe oferecer o direito ao
contraditório e à ampla defesa (manifesta ilegalidade). Nesse caso, o
Poder Judiciário poderá declarar nula a decisão do TCU. Entretanto, o
Judiciário não poderá proferir novo julgamento em relação às contas do
administrador, declarando-as regulares ou regulares com ressalva. A
matéria deverá ser submetida mais uma vez à apreciação do TCU e, este,
agora respeitando o devido processo legal, deverá julgá-las novamente.
Em suma, o Judiciário não apreciará o mérito, mas sim a legalidade e
a formalidade das decisões dos Tribunais de Contas, podendo anulá-las,
mas não reformá-las.

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A competência para processar e julgar ações contra atos dos


Tribunais de Contas, no âmbito do Judiciário, se divide da seguinte forma:

Órgão do Judiciário
Tipo de ação Contra ato do Fundamento
competente

Habeas corpus, mandado CF, art. 102, I, d, q


Supremo Tribunal
de segurança, Habeas data TCU
Federal (STF)
e mandado de injunção

Habeas corpus Superior Tribunal de CF, art. 105, I, c


Demais TCs
Justiça (STJ)

Mandado de segurança, Tribunais de Justiça CF, art. 125


Demais TCs
Habeas data dos Estados e do DF

Além disso, também é possível impetrar ações ordinárias nos


juízos de primeiro grau contra as decisões dos Tribunais de Contas. Se
postulada contra ato do TCU, a competência para julgar será dos juízes
federais; já ações ordinárias contra as decisões dos demais Tribunais de
Contas serão apreciadas pelos juízes estaduais.
Uma observação importante: segundo o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal de Contas não possui
legitimidade para recorrer dos julgados do Poder Judiciário que anulem
suas decisões administrativas. Nesse caso, como já dissemos, resta ao
Tribunal de Contas emitir nova decisão, livre dos vícios apontados pelo
Judiciário.
Compreendida a natureza, passemos a falar sobre a eficácia das
decisões do TCU.
As decisões do TCU de que resulte imputação de débito ou multa
– somente essas! - terão eficácia de título executivo (CF, art. 71, §3º;
LO/TCU, art. 19, 23, III, “b” e 24).
No geral, título executivo é um documento constituído no âmbito do
Poder Judiciário que representa uma dívida líquida e certa, permitindo
ao seu titular propor a correspondente ação executiva para fins de
cobrança. No caso de decisões do Tribunal de Contas de que resulte
imputação de débito e/ou multa, a discussão judicial torna-se
desnecessária, pois a própria decisão do Tribunal já tem essa eficácia de
título executivo. Assim, caso o responsável não comprove o

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recolhimento do débito e/ou multa no prazo determinado ou não


apresente recurso com efeito suspensivo contra a decisão do Tribunal,
não há necessidade de se rediscutir, no âmbito do Judiciário, a certeza e
liquidez da dívida, bastando que se dê início ao processo de execução
judicial. Portanto, pula-se uma etapa – a do conhecimento da dívida no
Judiciário -, uma vez que a decisão do Tribunal tem força de título
executivo.
Até mesmo a inscrição em dívida ativa é desnecessária, embora
às vezes seja feita por motivos gerenciais do órgão de cobrança. Neste
caso, constitui dívida ativa não tributária.
Por ser constituída fora do Poder Judiciário, a decisão do Tribunal de
Contas que impõe débito e/ou multa produz efeitos de título executivo
extrajudicial. Para que tal título tenha validade e eficácia, isto é, para
que seja apto a fundamentar a ação de execução, é necessário que não
reste qualquer dúvida quanto à existência da obrigação e, ainda, que não
exista qualquer óbice para que a dívida seja cobrada imediatamente.
Assim, para se revestir do caráter de título executivo extrajudicial, a
decisão do Tribunal deve conter a identificação do responsável e o
valor do débito ou multa, em moeda nacional.
Além disso, as possibilidades de recurso contra a referida decisão
devem ter sido esgotadas no âmbito do Tribunal, ou seja, a decisão deve
ser definitiva. Definitivas são as decisões contras as quais não caibam
recursos ou contra as quais tenham sido interpostos, nos prazos previstos,
os recursos cabíveis, de modo que não haja mais possibilidade legal de se
insurgir contra a decisão no próprio Tribunal.
A fim de melhor compreendermos a eficácia das decisões dos
Tribunais de Contas, vejamos um exemplo de decisão do TCU que
imputou débito e multa ao gestor público em um processo de tomada de
contas especial:

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Acórdão 42/2011-Plenário7
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão do
Plenário, diante das razões expostas pelo Relator, em:
9.1 julgar irregulares as contas do Sr. (...), condenando o responsável ao pagamento
do valor de R$ 88.500,06 (...), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da
notificação, para comprovar, perante o Tribunal, o recolhimento desses valores aos
cofres da Caixa Econômica Federal, atualizados monetariamente e acrescidos dos
juros de mora (...);
9.2. aplicar ao Sr. (...) a multa referida no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, no valor de
R$ 5.000,00 (...), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a partir da notificação, para
que comprove, perante o Tribunal, seu recolhimento aos cofres do Tesouro Nacional,
atualizada monetariamente (...);
(...)
9.5 autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, a
cobrança judicial dos valores acima, caso não atendidas as notificações, na forma da
legislação em vigor;

Como dito anteriormente, a imputação de débito tem natureza de


responsabilização civil, para ressarcimento do prejuízo causado aos
cofres públicos. Não é uma sanção. Por isso é que, no exemplo, o Tribunal
determinou que o prejuízo apurado, no valor de R$ 88.500,06, fosse
recolhido pelo responsável aos cofres da Caixa Econômica Federal,
empresa pública que teve seu patrimônio lesado. Dessa forma, a
condenação pretende fazer com que o patrimônio público retorne ao
estado em que se encontrava antes de ter sido lesado pelo ato irregular
praticado pelo responsável.
De fato, o débito deve ser recolhido aos cofres de quem sofreu
a lesão. Se for uma entidade da administração indireta – autarquia,
fundação, empresa pública ou sociedade de economia mista – recolhe-se o
débito aos cofres da própria entidade, como no exemplo. Se for um órgão
da administração direta – suponha que ao invés da Caixa fosse o
Ministério da Educação – recolhe-se o débito diretamente aos cofres da
União, ou seja, ao Tesouro Nacional.
Já a multa sempre é recolhida aos cofres do Tesouro Nacional.
Não importa se o patrimônio lesado foi de entidade da administração

7 Disponível em: www.tcu.gov.br

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direta ou da indireta. Isso porque a multa, esta sim, é uma sanção, de


natureza pecuniária, que não visa ressarcir o prejuízo, mas penalizar
aquele que o causou. No exemplo, o Tribunal aplicou multa de R$ 5.000,
proporcional ao dano causado ao erário (LO/TCU, art. 57), valor que o
responsável deve recolher aos cofres da União, ou seja, do Tesouro
Nacional.
E se o responsável não recolher espontaneamente os valores que lhe
foram imputados, no prazo fixado pelo Tribunal8? Então, a dívida deverá
ser cobrada judicialmente, como autorizado no item 9.5 do nosso
exemplo. Para tanto, o instrumento da decisão do Tribunal que imputou o
débito e aplicou a multa – o Acórdão – torna a dívida líquida e certa,
sendo título executivo bastante para fundamentar a respectiva ação de
execução judicial.
Todavia, a titularidade para promover a cobrança judicial não
pertence ao Tribunal de Contas. O Tribunal apenas decide sobre a
obrigação de ressarcimento e/ou sobre a cominação da multa, autorizando
a cobrança judicial da dívida. Por sua vez, o título executivo oriundo da
decisão condenatória deve ser executado pelos órgãos próprios do ente
destinatário dos valores devidos. O Ministério Público que atua junto
ao TCU (MPTCU) apenas exerce a função de intermediário nesse
processo, remetendo a documentação necessária aos órgãos executores
(LO/TCU, art. 81, III).
Assim, caso o débito deva ser recolhido aos cofres do Tesouro
Nacional, o MPTCU remete a documentação pertinente à Advocacia-Geral
da União (AGU), a quem cabe o ajuizamento da ação, por meio da
Procuradoria Geral da União. No caso de entidade que possua
procuradoria própria – como as empresas públicas e as sociedades de
economia mista federais – recairá sobre o órgão de representação judicial
dessas entidades a atribuição de deflagrar o processo de execução, após
receber a documentação do MPTCU.
Quanto à execução judicial da multa, sempre está sob
responsabilidade da AGU, vez que sempre é recolhida aos cofres da União
(Tesouro Nacional).
No nosso exemplo, se o responsável não comprovar o recolhimento
no prazo de 15 dias, competirá à procuradoria da Caixa Econômica Federal
(entidade da administração indireta com representação judicial própria) o

8 Segundo o art. 214, III do RI/TCU, é de quinze dias o prazo para o responsável provar, perante o

Tribunal, o pagamento do débito ou da multa. Esse prazo deve ser fixado no Acórdão condenatório.

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ajuizamento da execução relativa ao débito de R$ 88.500,06 e à AGU o


ajuizamento da execução da multa de R$ 5.000,00. O MPTCU deve
remeter a esses órgãos a documentação necessária ao processo de
execução. Por outro lado, se em um mesmo Acórdão estiverem
consignados débito e multa em razão de dano causado ao patrimônio de
órgão da administração direta, competirá à AGU a execução de ambos.
Por fim, face ao disposto no art. 37, §5º da CF, tem-se que,
constituído o título executivo, isto é, exarado o Acórdão, a cobrança do
débito, por sua natureza de ressarcimento do dano causado, é
imprescritível. Por outro lado, a imprescritibilidade não se aplica à
cobrança da multa, que é uma sanção. No TCU, ante a ausência de
previsão legal a respeito do prazo a ser considerado na prescrição da
pretensão punitiva da Corte Contas, costuma-se aplicar, por analogia, o
prazo prescricional de 10 anos previsto no art. 205 do Código Civil9.

Esquematizando:

Erário/cofres Cobrança por meio de

União (Tesouro Nacional) Advocacia-Geral da União (AGU), por meio


da Procuradoria Geral da União (PGU)

Estados e Distrito Federal Procuradorias dos Estados ou do DF

Municípios Prefeito ou procurador municipal

Entidades dotadas de personalidade Procuradorias próprias, departamentos


jurídica própria jurídicos

9 Ver Acórdãos TCU 946/2013-Plenário, 2.177/2013-2ª Câmara e 2.183/2013-2ª Câmara.

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36. (TCU – ACE 2007 – Cespe) Todas as manifestações das cortes de contas
têm valor e força coercitiva, entretanto, só os acórdãos condenatórios têm eficácia
de título executivo, ou seja, unicamente os processos de contas, abrangendo tanto
as contas anuais quanto as contas especiais, podem ser julgados, ensejando a
constituição de título executivo e podem ter como efeito a produção de coisa
julgada.
Comentário: As decisões dos Tribunais de Contas de que resulte débito
e/ou multa terão eficácia de título executivo (CF, art. 71, §3º). É fato que
débitos só podem ser imputados em processos de contas. Entretanto, multas
podem ser aplicadas tanto em processos de contas quanto em processos de
fiscalização. Assim, a questão é falsa ao afirmar que unicamente os
processos de contas ensejam a constituição de título executivo, pois os
processos de fiscalização também podem constituí-los, caso resultem em
multa aos responsáveis.
Além disso, também considero errada, ou no mínimo discutível, a
afirmação de que “todas as manifestações das cortes de contas têm valor e
força coercitiva”, haja vista as atribuições inerentes à função consultiva dos
Tribunais de Contas, que possuem caráter opinativo, ou seja, não vinculante.
Também não é pacífico o entendimento de que as decisões dos Tribunais
de Contas produzem efeito de coisa julgada. Alguns doutrinadores defendem
que o julgamento das contas faz coisa julgada administrativa, uma vez que a
decisão não pode ser reformada por outro órgão ou Poder; outros defendem o
contrário, pois no Brasil impera o monopólio ou unidade de jurisdição,
conferida ao Poder Judiciário, de modo que apenas decisões provenientes de
órgãos judiciais possuiriam a prerrogativa de produzir efeito de coisa julgada.
Gabarito: Errado

37. (TCU – TCE 2007 – Cespe) Considere que determinado gestor de receitas
públicas, após o devido processo legal, tenha sido condenado pelo TCU a ressarcir
o erário. Considere ainda que, na condenação, o tribunal tenha declarado
expressamente o agente responsável e o valor a ser devolvido à União. Nesse
caso, a competência para executar a decisão do tribunal é da Advocacia-Geral da
União, que deverá observar os prazos de cobrança previstos na lei, sob pena de
prescrição para atos ilícitos praticados por agente ou servidor público.
Comentário: A decisão do Tribunal da qual resulte imputação de débito
ou cominação de multa torna a dívida líquida e certa e tem eficácia de título
executivo (CF, art. 71, §3º). Nesse caso, o responsável é notificado para, no
prazo de quinze dias, recolher o valor devido (RI/TCU, 214, III). Se o

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responsável, após ter sido notificado, não recolher tempestivamente a


importância devida, é formalizado processo de cobrança executiva, o qual é
encaminhado por meio Ministério Público junto ao TCU para a Advocacia-
Geral da União (AGU) ou para as unidades jurisdicionadas com procuração
judicial própria promoverem a cobrança judicial da dívida. O erro é que, nos
termos do art. 37, §5º, da CF/88, as ações de ressarcimento serão
imprescritíveis: "A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao
erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento".
Gabarito: Errado

38. (TCU – ACE 2004 – Cespe) No sistema brasileiro de controle externo, em


face das competências atribuídas pela Constituição da República ao TCU, a
doutrina e a jurisprudência são majoritárias no sentido de que as decisões daquele
órgão têm natureza jurisdicional e, por isso mesmo, não podem ser reexaminadas
pelo Poder Judiciário.
Comentário: De pronto já rechaçamos a assertiva de que as decisões do
TCU não podem ser reexaminadas pelo Poder Judiciário, visto que, no
ordenamento jurídico pátrio, impera o princípio da inafastabilidade da tutela
jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV). Assim, aquele que se sinta lesado por decisão
da Corte de Contas poderá sim buscar junto ao Judiciário a defesa dos seus
direitos. Todavia, lembre-se de que essa apelação se faz por meio de ação
ordinária nova e independente do processo que tramita no TCU, ou seja, não
tem natureza de recurso (apesar de comumente utilizar-se a expressão
“recorrer ao Judiciário”). Ademais, o Judiciário não pode reformar a decisão
da Corte de Contas, cabendo-lhe tão-somente decretar sua nulidade por
irregularidade formal grave ou manifesta ilegalidade.
Também merece destaque a afirmação de que a doutrina e a
jurisprudência são majoritárias no sentido de que as decisões do TCU têm
natureza jurisdicional. Isso não é verdade, pois o tema não é pacífico.
Os que defendem que os Tribunais de Contas não possuem jurisdição,
ou seja, que suas decisões não têm natureza jurisdicional, apoiam-se no
argumento de que o termo jurisdição pressupõe a existência de conflitos
entre partes, cabendo ao Estado, somente quando provocado, a
responsabilidade de dizer o direito, ou seja, solucionar a controvérsia.
Asseveram, então, que as atribuições conferidas ao TCU não possuem tais
características, embora o texto constitucional fale em “julgar” (CF, art. 71, II).
Segundo essa posição, a jurisdição seria privativa do Poder Judiciário.
Outros, porém, defendem a natureza jurisdicional da decisão do TCU no
julgamento das contas, decidindo a regularidade ou irregularidade, pois tal
decisão, por força de disposição constitucional, é soberana, privativa e

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definitiva, não se submetendo a nenhuma outra instância revisional. Nem


mesmo ao Judiciário é permitido desconstituir o mérito do julgado do Tribunal
de Contas. Ademais, para os defensores da existência de uma jurisdição
própria e privativa do Tribunal, haveria previsão expressa para tanto no caput
do art. 73 da Constituição: “O TCU (...) tem jurisdição em todo o território
nacional (...)”, o que também está presente no art. 4º da LO/TCU.
Por fim, há aqueles que sustentam uma posição intermediária, cunhando
termos como “jurisdição anômala”, “jurisdição administrativa” ou “jurisdição
constitucional especializada”.
Portanto, muita cautela com esse assunto na prova, principalmente em
uma eventual questão discursiva.
Gabarito: Errado

39. (TCU – TCE 2007 – Cespe) O TCU tem atribuições de natureza


administrativa; porém, quando julga as contas dos gestores e demais responsáveis
por bens e valores públicos, exerce sua natureza judicante. Mesmo assim, não há
consenso na doutrina quanto à natureza do tribunal.
Comentário: Mais uma vez o Cespe explora a divergência doutrinária em
relação à natureza do TCU e de suas decisões. Como vimos, a maior parte da
doutrina sustenta que o TCU possui natureza administrativa, afinal, a maioria
de suas atribuições, como a realização de auditorias e inspeções, o registro
de atos de pessoal e a emissão de parecer prévio sobre as contas do
Presidente da República, situam-se na esfera administrativa. A polêmica
reside na competência própria e privativa atribuída ao TCU para julgar as
contas dos responsáveis por recursos públicos e a dos causadores de dano
ao erário. Em razão dessa competência, alguns doutrinadores defendem que o
TCU possui natureza “quase jurisdicional”, haja vista que nem mesmo o
Poder Judiciário pode rever suas decisões no julgamento de contas. Outros,
ainda, apregoam o meio termo, ou seja, o TCU possui natureza jurisdicional
quando julga contas, e natureza administrativa quando desempenha suas
demais atribuições. Enfim, como o tema não é unânime, a questão está
correta.
Gabarito: Certo

40. (TCU – ACE 2004 – Cespe) De acordo com a doutrina, a condenação de


gestor público por parte do TCU constitui título executivo de natureza judicial, por
força da competência conferida pelo art. 71 da Constituição àquele órgão, para
julgar contas de pessoas responsáveis por dinheiro público.
Comentário: Somente as decisões dos Tribunais de Contas de que
resulte débito e/ou multa terão eficácia de título executivo que, por ser
constituído fora do Judiciário, é dito extrajudicial, e não judicial, como afirma

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o quesito, daí o erro.


Gabarito: Errado

41. (TCU – Procurador 2004 – Cespe) Sempre que se julgar lesado por decisão
tomada pelo TCU, o cidadão poderá recorrer ao Poder Judiciário, mas o remédio
juridicamente adequado não será a impetração de mandado de segurança contra o
ato do tribunal, seja porque as decisões deste somente podem ser desconstituídas
mediante dilação probatória, seja porque o tribunal não poderá figurar no pólo
passivo da ação mandamental.
Comentário: A via frequentemente utilizada para pleitear amparo junto ao
STF contra decisão do TCU é o mandado de segurança, ocasiões nas quais a
Corte de Contas, que possui capacidade postulatória, figura no polo passivo
da lide.
Gabarito: Errado

42. (TCE-ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) O julgamento das


contas dos administradores e responsáveis é atribuição peculiar dos TCs, de acordo
com a CF. Como órgãos especializados no julgamento das contas, suas decisões
não estão sujeitas a revisão do Poder Judiciário, salvo quando
a) houver observância do devido processo legal.
b) o mérito da decisão envolver questões atinentes à legitimidade dos atos
praticados pelos administradores e responsáveis.
c) o MP representar contra decisão de mérito do TC.
d) a decisão alterar o entendimento do TC até então vigente.
e) houver vício de forma, como, por exemplo, a inobservância de direitos e
garantias individuais.
Comentário: Na questão, pede-se para indicar a alternativa correta. Como
se sabe, as decisões dos Tribunais de Contas estão sujeitas à revisão do
Poder Judiciário, mas só podem ser anuladas (nunca reformadas) em caso de
irregularidade formal grave ou manifesta ilegalidade. Assim, compete ao
Judiciário apenas verificar se foi observado o devido processo legal e se não
houve violação de direito individual. Portanto, somente a última alternativa se
enquadra nessas condições. Perceba a “pegadinha” logo na primeira
alternativa, pois a decisão do TCU poderia ser anulada em caso de
inobservância do devido processo legal.
Gabarito: alternativa “e”

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NATUREZA DAS FISCALIZAÇÕES

A natureza das fiscalizações do TCU está informada no art. 70, caput,


da Constituição Federal: contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial.
Assim, suponha que o Ministério da Educação, no âmbito do
programa fictício “Livro para Todos” tenha realizado uma licitação para
adquirir livros didáticos destinados a escolas públicas e uma denúncia é
encaminhada ao TCU com elementos indicando possíveis irregularidades
na compra. Para apurá-la, o Tribunal poderá realizar uma fiscalização que,
dependendo do objeto da denúncia, será de natureza:

Natureza da O que será fiscalizado Exemplo


fiscalização

Lançamentos e Auditoria para verificar se os eventos contábeis


Contábil escrituração contábil relacionados à aquisição dos livros foram
corretamente registrados no SIAFI.

Arrecadação de Acompanhamento para verificar se os


Financeira receitas e execução de pagamentos efetuados ao fornecedor dos
despesas livros estão de acordo com o contrato.

Elaboração e execução Inspeção para verificar a existência de previsão


Orçamentária
dos orçamentos orçamentária para a aquisição.

Processos Auditoria P L T
administrativos e fim de verificar se a distribuição dos livros está
Operacional
programas de governo beneficiando os destinatários da forma e na
medida desejada pelo Programa.

Guarda e administração Auditoria para verificar se os livros adquiridos


de bens móveis e foram realmente entregues pelo fornecedor e
Patrimonial
imóveis se foram corretamente distribuídos para as
escolas cadastradas no Programa.

Geralmente, as fiscalizações que o Tribunal realiza são de natureza


múltipla, envolvendo mais de um dos atributos relacionados no art. 70 da
CF. Por exemplo, a entrega dos livros e os pagamentos realizados ao
fornecedor poderiam ser examinados na mesma auditoria; nessas
condições, a fiscalização teria natureza patrimonial e financeira.

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Segundo o mesmo dispositivo da Constituição (art. 70, caput), os


aspectos a serem verificados nas fiscalizações, ou seja, os possíveis focos
do controle são: legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncia de receitas. Vejamos como os três
primeiros (legalidade, legitimidade e economicidade) podem ser aplicados
ao nosso exemplo:

Foco da Característica Exemplo


fiscalização

Verifica se a conduta do gestor Verificar: se o processo licitatório


guarda consonância com as seguiu a Lei de Licitações; se os
normas aplicáveis, de qualquer pagamentos foram realizados de
espécie - leis, regimentos, acordo com a previsão contratual; se
Legalidade resoluções, portarias etc. as regras da contabilidade pública
Geralmente, é o aspecto foram obedecidas na realização dos
predominante nas fiscalizações lançamentos contábeis.
de natureza contábil, financeira,
orçamentária e patrimonial.

Verifica se o ato atende ao Verificar se as escolas mais


interesse público, à necessitadas foram atendidas em vez
impessoalidade e à moralidade. de, ao contrário, serem privilegiadas
aquelas cujos responsáveis teriam
Legitimidade
relações políticas com o Ministro.
Nesse último caso, a aquisição seria
ilegítima, mesmo se realizada em
conformidade com a Lei de Licitações.

Analisa a relação Verificar se o preço dos livros está de


custo/benefício da despesa acordo com os referenciais de
pública, isto é, se o gasto foi mercado ou, na falta, se o valor pago é
Economicidade
realizado com minimização dos razoável, compatível com a natureza e
custos e sem comprometimento a qualidade da publicação.
dos padrões de qualidade.

Além desses aspectos, a Constituição determina expressamente a


fiscalização da aplicação das subvenções e da renúncia de receitas, cujo
exame envolve avaliações de legalidade, legitimidade e economicidade.

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Subvenções, de acordo com a Lei 4.320/1964, são transferências de


recursos orçamentários destinadas a cobrir despesas de custeio das
entidades beneficiadas. Classificam-se em subvenções sociais quando
destinadas a órgãos ou entidades de caráter assistencial, cultural ou de
educação; e em subvenções econômicas, quando se destinam a cobrir
déficits de empresas públicas ou privadas de caráter industrial,
comercial, agrícola ou pastoril. Assim, os beneficiários deverão prestar
contas da aplicação das subvenções recebidas, sujeitando-se à devida
fiscalização dos órgãos de controle.
Renúncia de receita envolve benefícios que impliquem redução
discriminada de tributos, tais como anistia, remissão, concessão de
isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou alteração de base
de cálculo. Assim, o Tribunal de Contas deve fiscalizar os órgãos e
entidades que tenham atribuição de conceder, gerenciar ou utilizar
recursos provenientes de renúncia de receita. Existem também outros
casos, fora do âmbito tributário, que podem ser considerados renúncia de
receita, a exemplo da falta da cobrança do aluguel de um imóvel da
administração ou de uma multa contratual legítima em favor do erário. O
gestor que deixa de cobrar esses valores também está sujeito à
fiscalização do Tribunal de Contas em função da renúncia de receita.
Eficiência, eficácia e efetividade, estudadas na Aula 00, somam-
se a esses critérios, dada a competência atribuída ao TCU para realização
de auditorias operacionais (CF, art. 71, IV), destacando-se a eficiência,
que foi elevada à categoria de princípio constitucional da administração
pública pela EC 19/98, ao lado dos princípios da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade e da publicidade (CF, art. 37, caput).
Seguindo nosso exemplo:

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Foco da Característica Exemplo


fiscalização

Analisa os meios utilizados em Verificar se os recursos dispendidos na


relação aos resultados obtidos aquisição dos livros foram otimizados, ou
pela Administração, com seja, se os livros adquiridos atendem as
Eficiência critérios de custo, prazo e necessidades das escolas, se foram
qualidade. De certa forma, se disponibilizados em quantidades
confunde com o conceito de suficientes e a custo razoável.
economicidade.

Verifica se as metas Verificar se o cronograma estabelecido


estabelecidas foram alcançadas, para a aquisição e entrega dos livros foi
ou seja, se os bens e serviços cumprido, se todas as escolas previstas
Eficácia foram providos. receberam os respectivos exemplares, ou
seja, verificar se os livros foram
realmente adquiridos e distribuídos
conforme planejado e divulgado.

Analisa se os objetivos da ação Verificar se os livros, após distribuídos,


administrativa foram atingidos, realmente atenderam as necessidades
Efetividade
em termos de impactos sobre a das escolas, suprindo as carências que
população-alvo. motivaram a sua aquisição.

*****

Bom, terminamos aqui a parte teórica da aula de hoje.

Vamos então resolver mais questões!

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MAIS QUESTÕES DE PROVA

43. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) Se a decisão final do TCU resultar na aplicação
de multa a determinado gestor público, o valor correspondente a essa multa poderá
ser cobrado independentemente de inscrição na dívida ativa ou de abertura de novo
processo administrativo para a cobrança.
Comentário: O acórdão que imputa débito e/ou aplica multa possui
eficácia de título executivo extrajudicial, ou seja, ele torna a dívida líquida e
certa, sendo instrumento bastante para fundamentar a respectiva ação de
execução judicial. Ressalte-se que a eficácia de título executivo independe da
inscrição em dívida ativa, embora possa – facultativo – ser realizada pelos
órgãos executores, para fins gerenciais. Também não há necessidade de
abertura de novo processo administrativo.
Fundamento Legal:
 Constituição Federal:
Art. 71 (...)
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão
eficácia de título executivo.
 Lei Orgânica
Art. 23. A decisão definitiva será formalizada nos termos estabelecidos no Regimento
Interno, por acórdão, cuja publicação no Diário Oficial da União constituirá:
III - no caso de contas irregulares:
b) título executivo bastante para cobrança judicial da dívida decorrente do débito ou da
multa, se não recolhida no prazo pelo responsável;

Gabarito: Certo

44. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) No uso de sua função sancionadora, pode o
TCU, no caso de ilegalidade, fixar prazo para que o órgão ou entidade adote
providências necessárias ao exato cumprimento da lei.
Comentário: A questão está errada. A fixação de prazo para o exato
cumprimento da lei constitui atribuição da função corretiva, visto que o
objetivo dessa deliberação é corrigir a ilegalidade constatada pelo Tribunal, e
não punir o gestor. Não é por outra razão que o TCU, ao fixar prazo para o
exato cumprimento da lei, deve fazer indicação expressa dos dispositivos a
serem observados, visando ao saneamento do erro. Se o gestor observar os
dispositivos indicados pelo Tribunal e corrigir a ilegalidade, não haverá
imposição de sanção alguma.
O uso da função sancionadora ocorreria apenas em momento posterior,
na hipótese de a determinação do Tribunal não ser atendida, quando então

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haveria a aplicação de multa concomitantemente às providências específicas


para a sustação do ato ou contrato, conforme o caso, nos termos do art. 251
do RI/TCU:
Art. 251. Verificada a ilegalidade de ato ou contrato em execução, o Tribunal
assinará prazo de até quinze dias para que o responsável adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, com indicação expressa dos
dispositivos a serem observados, sem prejuízo do disposto no inciso IV do caput e
nos §§ 1º e 2º do artigo anterior.
§ 1º No caso de ato administrativo, o Tribunal, se não atendido:
I – sustará a execução do ato impugnado;
II – comunicará a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
III – aplicará ao responsável, no próprio processo de fiscalização, a multa
prevista no inciso VII do art. 268.
Gabarito: Errado

45. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe) Considere que o governo do estado do Rio
Grande do Sul tenha instituído subsídio para os eletrodomésticos de alta tecnologia,
reduzindo dois pontos percentuais na alíquota do imposto sobre operações relativas
à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual, intermunicipal e de comunicação (ICMS). Nessa situação, constitui
responsabilidade do TCE/RS examinar o ato de concessão do referido subsídio.
Comentário: A questão está correta. O ato de concessão do referido
subsídio constitui hipótese de renúncia de receitas, objeto da fiscalização
exercida pelos Tribunais de Contas, a teor do art. 70, caput da CF:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Gabarito: Certo

46. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) Compete exclusivamente à Câmara dos


Deputados suspender os atos dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal
caso estes tenham exorbitado os limites do poder regulamentar das leis expedidas
pelos respectivos órgãos legislativos.
Comentário: A questão trata do controle parlamentar/político exercido
sobre a Administração Pública diretamente pelos órgãos do Poder Legislativo.
A competência para sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é do
Congresso Nacional e não da Câmara dos Deputados isoladamente, nos

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termos do art. 49, V da CF. Ademais, o Congresso Nacional, quando for o caso,
somente pode sustar os atos do Poder Executivo federal, jamais do estadual
ou municipal. Portanto, o quesito está incorreto.
Gabarito: Errado

47. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) Uma das funções precípuas do Poder
Judiciário é realizar o controle de mérito dos atos administrativos do Poder Executivo
que contribuem para o melhor interesse da sociedade.
Comentário: O quesito está errado, uma vez que o controle judicial, ao
contrário do que diz a assertiva, caracteriza-se por não realizar controle de
mérito dos atos administrativos, restringindo-se ao controle de legalidade.
Gabarito: Errado

48. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) Caso não seja empregado o mínimo de recursos
destinados a saúde e educação no DF, poderá ocorrer o controle judicial de ofício
com vistas a garantir — mediante medida cautelar — a ocorrência dos atos
administrativos necessários para o direcionamento dessa parcela do orçamento.
Comentário: Como vimos na Aula 00, o controle judicial deve ser
necessariamente provocado, ou seja, não existe controle judicial de ofício, daí
o erro do quesito.
Gabarito: Errado

49. (TCU – ACE 2005 – Cespe) De acordo com a Constituição Federal de 1988, a
fiscalização contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial do
município será exercida pelo Legislativo municipal, mediante controle externo, e
pelos sistemas de controle interno dos poderes Executivo e Legislativo municipais,
na forma da lei. Assim, o parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as
contas que o prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão
de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
Comentário: Por simetria constitucional (CF, art. 75), a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do município será
exercida pelo Legislativo municipal, mediante controle externo, conforme
art. 31 e art. 70 da CF. Em relação ao controle interno, a Carta Magna dispõe
que a fiscalização será exercida pelos sistemas de controle interno do Poder
Executivo Municipal, na forma da lei (CF, art. 31). A Constituição não fala em
sistema de controle interno Poder Legislativo Municipal, o qual está previsto
apenas na LRF (LRF, art. 59, caput). Mas como a questão inicia com “De
acordo com a Constituição (...)”, então a afirmativa está errada. Já a segunda
frase, relativa ao parecer prévio emitido sobre as contas prestadas pelo
prefeito, está correta, pois é a transcrição do art. 31, §2º, da CF.
Gabarito: Errado

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50. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) O correto funcionamento de um sistema de


fiscalização exercida pelo controle interno de determinada empresa pública dispensa
a atuação do controle externo sobre aquela entidade.
Comentário: Não é razoável esperar que o TCU consiga fiscalizar com a
mesma efetividade todos os órgãos e entidades que administram recursos
públicos federais. Isso seria virtualmente impossível, pois a máquina pública é
gigantesca e o quadro de pessoal do Tribunal reduzido. Por isso, a Corte de
Contas direciona sua atuação para áreas em que estão presentes os atributos
de materialidade, relevância e risco. Materialidade diz respeito ao montante de
recursos públicos envolvidos, enquanto relevância se refere aos impactos
sociais e econômicos de determinada ação governamental. Risco, por sua vez,
entre outros aspectos, tem relação com o funcionamento do controle interno,
isto é, a capacidade que o órgão ou entidade fiscalizado possui para, por si só,
evitar e corrigir erros, falhas ou desvios de conduta na gestão dos recursos
públicos. Assim, o correto funcionamento do sistema de controle interno,
constatado mediante avaliações específicas, é um indicativo de que, naquele
órgão, o risco de ocorrer alguma situação danosa ao patrimônio público é
menor, de modo que o Tribunal pode direcionar seus esforços para outras
áreas. Contudo, de forma alguma o correto funcionamento do sistema de
controle interno dispensa a atuação do controle externo, cujas atribuições são
inafastáveis e intrasferíveis. O controle interno possui como finalidade apoiar
o controle externo do exercício de sua missão institucional (CF, art. 74 IV). Os
gestores das unidades que possuem um bom controle interno precisam
prestar contas e estão sujeitos à fiscalização do TCU, como qualquer outro
jurisdicionado ao Tribunal.
Gabarito: Errado

51. (TCU – ACE 2007 – Cespe) A relevância do controle externo no Brasil não se
restringe aos aspectos concernentes à eficiente gestão das finanças ou à adequada
gerência administrativa do setor público. Envolve também o equilíbrio entre os
poderes na organização do Estado democrático de direito.
Comentário: O quesito está correto. A atribuição do Poder Legislativo de
exercer o controle externo da gestão pública, com o auxílio do Tribunal de
Contas, está perfeitamente alinhada com a estrutura da divisão de poderes, ou
sistema de freios e contrapesos, delineado na Constituição Federal para
restringir e limitar o poder dos governantes. Assim, o Legislativo é o
responsável por aprovar as políticas públicas, bem como as regras para a
arrecadação de receitas e a programação orçamentária da execução das
despesas, as quais devem ser seguidas e executadas majoritariamente pelo
Poder Executivo, mas também pelos responsáveis pelas unidades
administrativas dos demais Poderes, obedecendo aos princípios da legalidade,

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legitimidade e economicidade. Buscando o equilíbrio entre os Poderes, a


Constituição definiu que a prestação de contas deve ser feita ao mesmo Poder
que definiu as regras, o Legislativo, o qual conta com o auxílio técnico
indispensável do Tribunal de Contas, que, mediante sua ação fiscalizadora,
busca garantir que a administração pública arrecade, gaste e administre os
recursos públicos dentro dos limites da lei e do interesse geral.
Gabarito: Certo

52. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) Relativamente ao controle na administração


pública brasileira, assinale a opção correta.
A) O TCU, em regra, tem jurisdição de contas (jus dicere), ou seja, tem competência
para aplicar o direito no caso concreto, de modo definitivo, com força de coisa
julgada, em especial quando, na condição de órgão auxiliar do Congresso Nacional,
emite parecer prévio sobre as contas do presidente da República.
B) No Brasil, a relação de accountability entre o Congresso Nacional, o
administrador público e o auditor de tribunal de contas pode ser assim
contextualizada: as leis propiciam condições ao administrador público para aplicar de
forma eficiente e eficaz os recursos para suprir a necessidade da população,
enquanto ao auditor cabe verificar a regularidade e a economicidade da aplicação
desses recursos e reportar ao parlamento o resultado dos exames realizados.
C) O TCU é competente para realizar exame prévio da validade de contratos
administrativos celebrados pelo poder público.
D) Toda a administração pública se sujeita ao julgamento do tribunal de contas
competente, cuja competência alcança todos os poderes e órgãos e todas as
entidades da administração indireta; entretanto, conforme o entendimento do STF,
excetuam-se de tal alcance as contas relativas à gestão administrativo-orçamentária
das casas legislativas.
E) O auditor lotado nos TCEs e nos TCMs, devidamente nominado pela CF como
conselheiro substituto, equipara-se, quando exigido, ao juiz corregedor-geral do
próprio tribunal ou ao desembargador do TJ e, nas demais funções, a juiz de
entrância superior ou de entrância especial.
Comentário:
a) ERRADA. O TCU, quando emite o parecer prévio em relação às contas
do Presidente da República, exerce a função consultiva, ou seja, sua decisão
não possui força de coisa julgada, pois o julgamento do mérito das contas
cabe ao Congresso Nacional. De qualquer forma, vale lembrar que nosso
ordenamento jurídico adota o sistema inglês de jurisdição una, de modo que
só o Poder Judiciário, em última instância, é competente para emitir decisões
definitivas, com força de coisa julgada.

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b) CERTA. O item apresenta de forma apropriada a sistemática de


prestação de contas estabelecida na nossa Constituição, a qual atribui a
titularidade do controle externo da Administração Pública ao Congresso
Nacional, a mesma instituição que também elabora as regras e traça as
diretrizes para aplicação dos recursos públicos. Fazendo o meio de campo
entre a gestão e o titular do controle, a Constituição atribuiu ao Tribunal de
Contas a missão de efetuar ações de fiscalização com vistas a subsidiar as
decisões a cargo do Parlamento.
c) ERRADA. Nosso ordenamento jurídico não prevê análise prévia da
legalidade de contratos administrativos pelo Tribunal de Contas.
d) ERRADA. As contas relativas à gestão administrativo-orçamentária das
casas legislativas também estão sob a jurisdição dos Tribunais de Contas, nos
termos do art. 71, II da Constituição Federal.
e) ERRADA. A denominação “conselheiro substituto” não está prevista na
CF.
Gabarito: alternativa “b”

53. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) Com referência às funções dos tribunais de
contas, bem como à natureza jurídica e à eficácia das suas decisões, assinale a
opção correta.
A) As ações de um tribunal de contas relativas às diligências para confirmar o real
benefício socioeconômico das renúncias de receitas integram a função conhecida
como investigatória, ou de fiscalização financeira, ou, ainda, simplesmente,
fiscalizadora.
B) O MP não tem legitimidade para propor ação de execução de título extrajudicial
oriundo de TCE, pois a recuperação dos valores inquinados como débitos e multas
pecuniárias só pode ser efetivada pelo próprio TCE ou pela AGU.
C) Como relator, compete ao conselheiro determinar, em caráter de urgência, que as
medidas liminares acautelatórias sejam submetidas a referendo do órgão colegiado
mediante a inclusão em pauta na sessão subsequente à decisão exarada.
D) Os tribunais de contas, como corporações administrativas autônomas que
assistem ao parlamento e ao governo, não têm subordinação a nenhum poder, ou
seja, não são órgãos do Poder Legislativo. Contudo, admite-se uma única exceção:
suas decisões podem ser reformadas pelo Conselho Nacional de Justiça, já que o
STF não tem competência para regular matéria relacionada às referidas cortes de
contas.
E) Conforme determina a CF, no particular, as decisões do TCU que impliquem
reconhecimento de débito ou imputação de multa terão eficácia de título executivo.
No entanto, com prejuízo do princípio da simetria, decisões de igual teor originárias

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dos TCEs e dos TCMs não têm tal eficácia, já que as leis estaduais são silentes em
qualificar a eficácia das decisões prolatadas por esses tribunais.
Comentário:
a) CERTA. A função fiscalizadora, de modo geral, abrange toda atividade
de controle exercida pelo Tribunal de Contas, a exemplo das diligências para
confirmar o real benefício socioeconômico das renúncias de receitas.
b) ERRADA. A recuperação dos valores inquinados como débitos e
multas pecuniárias pelo TCE não é feita próprio TCE nem pela AGU, e sim pela
Procuradoria do Estado, pelas Procuradorias dos Municípios e pelos órgãos
de representação judicial das entidades da administração indireta.
c) ERRADA. As medidas cautelares são submetidas ao referendo do
colegiado independentemente de inclusão em pauta (RI, art. 32, VII).
d) ERRADA. As decisões do Tribunal de Contas não podem ser
reformadas pelo Conselho Nacional de Justiça. Na verdade, as decisões das
Cortes de Contas podem ser apreciadas pelos membros e Tribunais do Poder
Judiciário e, em caso de ilegalidade (irregularidade formal grave ou manifesta
ilegalidade), podem ser anuladas, desconstituídas, mas não propriamente
“reformadas”, no sentido de “corrigidas”.
e) ERRADA. Em razão do princípio de simetria estabelecido no art. 75 da
CF, as decisões dos TCEs e dos TCMs que resultem em imposição de débito
ou multa também possuem eficácia de título executivo.
Gabarito: alternativa “a”

54. (TCU – ACE 2006 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, pode-se
afirmar que
a) o Tribunal de Contas da União – TCU – é órgão vinculado ao Senado da
República.
b) as Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos,
que serão integrados por sete conselheiros.
c) as decisões do TCU não se submetem a controle judicial.
d) os Ministros do Tribunal de Contas da União têm as mesmas garantias,
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal.
e) a titularidade do Controle Externo, no Brasil, pertence ao Tribunal de Contas da
União.
Comentário: A alternativa “a” está errada, pois a doutrina majoritária é no
sentido de que o TCU, órgão de estatura constitucional, é autônomo e
independente, não vinculado a nenhum Poder, nos moldes do Ministério

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Público. Existem, contudo, aqueles que consideram a Corte de Contas


vinculada ao Poder Legislativo, por estar inserida no capítulo da Constituição
que trata desse Poder, e por estar associada ao Legislativo nas leis
orçamentárias e nos limites de gastos com pessoal previstos na LRF. Porém,
mesmo considerando esse entendimento, não há que se falar em vinculação
específica ao Senado da República, que é apenas uma das Casas do
Congresso Nacional.
A alternativa “b” transcreve o parágrafo único do art. 75 da Constituição,
portanto está correta.
A alternativa “c” está errada, pois as decisões dos Tribunais de Contas se
submetem a controle judicial. No caso do TCU, ao controle do STF, que pode
anulá-las (mas não reformá-las) em caso de irregularidade formal grave ou
manifesta ilegalidade. Se o STF anular uma decisão do TCU, a Corte de Contas
deverá deliberar novamente, sem os vícios apontados pelo Judiciário.
A alternativa “d” está errada, pois de acordo com o art. 73, §3º da
Constituição, os Ministros do TCU terão as mesmas garantias, prerrogativas,
impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal
de Justiça (STJ), e não do STF. Atenção: os Ministros do TCU não pertencem
ao Poder Judiciário, ainda que sejam equiparados aos Ministros do STJ!
Veremos mais sobre isso em aula específica.
A alternativa “e” está errada, pois a titularidade do controle externo no
Brasil pertence ao Poder Legislativo, que o exerce com o auxílio dos Tribunais
de Contas. No âmbito federal, o titular do controle externo é o Congresso
Nacional, auxiliado pelo Tribunal de Contas da União (CF, art. 71, caput).
Gabarito: alternativa “b”

55. (TCU - ACE 2006 - ESAF) Sobre o Controle Externo no Brasil, assinale a
opção correta.
a) Os ministros do TCU devem ser brasileiros natos.
b) Um Tribunal de Contas Estadual não poderá julgar contas relativas a município,
mesmo que este esteja dentro do território de sua Unidade da Federação.
c) Um determinado município, caso não possua Tribunal de Contas próprio, não
poderá criá-lo.
d) O auditor, ou Ministro-Substituto, do Tribunal de Contas da União é aposentado
compulsoriamente aos 75 (setenta e cinco) anos de idade.
e) Empresas de Economia Mista não se sujeitam à fiscalização do TCU.
Comentário: A alternativa “a” está errada, pois o cargo de Ministro do
TCU não está incluso no rol de cargos privativos de brasileiros natos previsto
no art. 12, §3º da Constituição.

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A alternativa “b” está errada, pois o art. 31, §1º da Constituição determina
que o controle externo dos Municípios será exercido pela Câmara Municipal,
com o auxílio dos Tribunais de Contas Estaduais. Somente onde houver, o
auxílio será prestado pelos Tribunais de Contas Municipais (órgãos
municipais) ou pelos Tribunais de Contas dos Municípios (órgãos estaduais).
A alternativa “c” está correta, pois o art. 31, §4º da CF veda a criação de
novos Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. Somente as
cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro possuem um. Todavia, lembre-se
que não é vedada a criação de Tribunais de Contas dos Municípios, órgãos
técnicos estaduais responsáveis pelo controle externo de todos os municípios
do Estado.
A alternativa “d” está errada, pois o Auditor, agora oficialmente
denominado Ministro-Substituto pelo art. 1º, §2º do novo RI/TCU, equipara-se a
juiz de Tribunal Regional Federal (CF, art. 73, §4º), cuja aposentadoria
compulsória se dá aos 70 anos de idade (CF, art. 93, VI e art. 40, §1º, II).
A alternativa ”e” está errada, pois o controle externo abrange todas as
entidades da administração direta e indireta, aí incluídas as sociedades de
economia mista (CF, art. 70). O entendimento antigo do STF de que essas
entidades não se submetiam à fiscalização do TCU já foi superado.
Gabarito: alternativa “c”

56. (TCU – ACE 2006 – ESAF) O parecer prévio sobre as contas prestadas pelo
prefeito, elaborado pelo órgão auxiliar da Câmara Municipal, é meramente indicativo,
podendo ser rejeitado pelos vereadores, por decisão tomada pela maioria simples,
presentes à deliberação a maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.
Comentário: O parecer prévio emitido pelo órgão competente sobre as
contas prestadas pelo Prefeito só deixará de prevalecer por decisão de dois
terços dos membros da Câmara Municipal (CF, art. 31, §2º). Assim, é preciso
que dois terços do total de vereadores votem contrariamente ao parecer para
ele deixar de prevalecer. Não importa o quórum da sessão: o número de votos
contrários mínimos ao parecer deve ser de dois terços do total de vereadores.
Dessa forma, pode-se dizer que o parecer prévio sobre as contas do Prefeito é
quase vinculativo, e não meramente indicativo, como diz a questão.
Registre-se que a regra relativa à União e aos Estados é diferente, uma
vez que, nessas esferas, não há previsão de quórum de 2/3 para aprovar o
Decreto Legislativo sobre as contas do Chefe do Poder Executivo, estando ou
não em consonância com o parecer prévio do Tribunal de Contas.
Gabarito: Errado

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57. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, tanto o
Congresso Nacional quanto os sistemas de controle interno de cada Poder podem
exercer fiscalizações da seguinte ordem, exceto:
a) Contábil.
b) Ambiental.
c) Patrimonial.
d) Operacional.
e) Financeira.
Comentário: A natureza da fiscalização exercida pelos sistemas de
controle externo e interno está expressa no art. 70, caput da Constituição
Federal:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Portanto, a Constituição Federal não prevê que os órgãos de controle
interno e externo realizem fiscalização “ambiental”, de modo que somente a
alternativa “b” está errada.
Gabarito: alternativa “b”

58. (TCE/ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) O controle


externo, a cargo do Poder Legislativo e do TC, classifica-se em político e técnico.
Com relação a esse assunto, à luz das disposições constantes na CF, assinale a
opção correta.
a) O controle externo, nos municípios, é exercido pelas respectivas câmaras
municipais, com o auxílio dos TCs de âmbito estadual, salvo no caso dos municípios
que têm TCs próprios.
b) A fiscalização, sob o aspecto da legitimidade, é de âmbito do controle político e,
portanto, fora do alcance do TC.
c) O controle financeiro, introduzido pela CF, permite verificar se os objetivos foram
atingidos, se os meios utilizados foram os mais adequados e se foi obtido o menor
custo possível.
d) O exame da economicidade permite verificar se uma obra ou serviço foi realizado
ao menor custo possível, diferentemente da eficiência, que tem como foco o custo
adequado, razoável e pertinente.
e) A avaliação da relação custo-benefício, pela sua transcendência, está circunscrita
ao controle político, razão pela qual ultrapassa as competências dos TCs.

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Comentário: A alternativa “a” está correta, de acordo com o art. 31, §1º da
CF. Lembrando que os Tribunais de Contas de âmbito estadual podem ser os
próprios Tribunais de Contas dos Estados ou ainda os Tribunais de Contas
dos Municípios, responsáveis exclusivamente pelo controle externo dos
Municípios do Estado.
A alternativa “b” está errada, pois o TC pode apreciar a legitimidade dos
atos de gestão. É certo que o controle externo de natureza política, exercido
pelo Poder Legislativo, cuja expressão mais contundente é o julgamento das
contas prestadas pelo Chefe do Executivo, pode vir a apreciar aspectos de
legitimidade, relacionados à moralidade e à impessoalidade das práticas
administrativas. Todavia, isso não exclui a possibilidade de que o Tribunal de
Contas, no exercício de suas atribuições técnicas de controle externo, também
examine a legitimidade dos atos praticados pelos gestores de recursos
públicos. Aliás, avaliações dessa natureza ocorrem frequentemente nas
fiscalizações realizadas pelo TCU. Tanto o controle político, a cargo do
Legislativo, quanto o técnico, a cargo do Tribunal de Contas, podem avaliar os
aspectos de legalidade, legitimidade e economicidade, nos termos do art. 70,
caput, da CF.
A alternativa “c” está errada, pois se refere aos controles de eficácia e
eficiência e economicidade, respectivamente. As fiscalizações de natureza
financeira, previstas no caput do art. 70 da CF, têm por objetivo verificar,
essencialmente, a arrecadação de receitas e a execução de despesas.
A alternativa “d” está errada, pois tanto as verificações de economicidade
quanto as de eficiência buscam verificar se a obra ou serviço foi realizado a
custo adequado, razoável e pertinente. É lógico que o menor custo é sempre
desejável, porém não deve haver comprometimento dos padrões de qualidade.
Por fim, a alternativa “e” está errada, pois a avaliação da relação
custo/benefício, referente aos controles de economicidade e eficiência, é tarefa
diuturnamente realizada pelos Tribunais de Contas, estando mais afeta ao
controle técnico que ao político.
Gabarito: alternativa “a”

59. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Nos termos da Constituição da República, pode o
TCU, em certos casos, apreciar elementos de discricionariedade envolvidos nos atos
da administração pública e aspectos ligados à gestão das respectivas entidades e
ao desempenho das funções destas; não precisa sempre ater-se unicamente à
conformidade desses atos com as normas jurídicas aplicáveis, sob o prisma da
legalidade.
Comentário: De acordo com o caput do art. 70 da CF, a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e

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entidades da União deverá ser realizada, essencialmente, tendo como foco os


seguintes critérios: legalidade, legitimidade e economicidade. Quando se
examina a legitimidade, alguns aspectos de discricionariedade podem ser
questionados, especialmente os ligados à moralidade e à impessoalidade,
como, por exemplo, a escolha feita pelo gestor para executar determinada obra
visivelmente supérflua em detrimento de outra, sabidamente necessária para a
população. Todavia, cuidado com esse conceito: o TCU não avalia aspectos de
conveniência e oportunidade do ato administrativo que estejam dentro do
limite razoável de discricionariedade do gestor. No exemplo acima, se
existissem duas destinações legítimas para o recurso, e o gestor escolhesse
uma delas, não caberia ao TCU questionar a escolha.
Por sua vez, na avaliação da economicidade, verificam-se aspectos
ligados à gestão que podem ter como consequência a prática de atos
antieconômicos, como a interrupção de uma obra importante em função de
falhas no planejamento do gestor público.
Gabarito: Certo

60. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Pode o TCU constituir título executivo contra
empresa privada.
Comentário: A decisão do TCU de que resulte imputação de débito e
multa terá eficácia de título executivo (CF, art. 71, §3º). Como o Tribunal pode
imputar débito e multa a empresa privada, por exemplo, caso a empresa
cometa fraude em licitação, então é correto afirmar que o TCU pode constituir
título executivo contra empresa privada.
Gabarito: Certo

61. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) A execução das decisões que resultem
em imputação de débito ou multa cabe aos tribunais de contas.
Comentário: As decisões dos tribunais de contas de que resulte
imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo (CF, art. 71,
§3º). Entretanto, a execução dessas decisões não cabe ao TC, mas sim aos
órgãos de representação judicial das entidades que tiveram os cofres lesados.
No âmbito federal, a responsabilidade por deflagrar o processo de execução
no Poder Judiciário fica a cargo da AGU ou das procuradorias próprias das
entidades.
Gabarito: Errado

62. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) A CF, ao estender aos tribunais e conselhos
de contas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios as disposições
aplicáveis no âmbito da União, destacou, como um dos aspectos objeto do controle,

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a legitimidade, que envolve diversos critérios. Não faz parte dessas considerações o
exame da
a) conveniência.
b) legalidade.
c) prioridade.
d) pertinência.
e) oportunidade.
Comentário: De acordo com o caput do art. 70 da CF, a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e
entidades da União deverá ser realizada, essencialmente, tendo como foco os
seguintes critérios: legalidade, legitimidade e economicidade. Portanto,
legalidade e legitimidade são critérios distintos, o que já nos aponta o gabarito
para a alternativa “b”. Com efeito, de forma sucinta, o controle de legalidade
consiste em verificar se o ato foi praticado em conformidade com os termos e
condições previstos na lei. Já o exame de legitimidade vai além da mera
verificação das formalidades legais, adentrando em aspectos da
discricionariedade do gestor, como conveniência, oportunidade, prioridade e
pertinência, sempre que esses critérios ultrapassem a razoabilidade. Mas
lembre-se: o controle de legitimidade deve ser feito com cautela, para não
invadir os limites de atuação da administração. O órgão de controle não pode
substituir o gestor.
Gabarito: alternativa “b”

63. (MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento 2008 – ESAF)


Acompanhando as mudanças do papel do Estado e dos modelos de gestão, a
função controle vem se desenvolvendo nas últimas décadas, levando ao
fortalecimento das instituições encarregadas do controle interno e externo. No Brasil,
o sistema de controle não inclui:
a) os Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios.
b) o Congresso Nacional.
c) as agências regulatórias.
d) a supervisão ministerial.
e) o Ministério Público.
Comentário: Os Tribunais de Contas (alternativa “a”) são órgãos técnicos
que auxiliam o Poder Legislativo no controle externo da Administração
Pública. O Congresso Nacional (alternativa “b”) é o titular do controle externo
na esfera federal, exercendo o chamado controle parlamentar ou político. A
supervisão ministerial (alternativa “d”) é um dos aspectos do controle
administrativo exercido pela Administração sobre seus próprios atos; no caso,

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pelos Ministérios sobre as entidades da administração indireta. Já o Ministério


Público (alternativa “e”), instituição independente, possui a função de fiscal da
lei, podendo, portanto, zelar pela correta administração da coisa pública nos
três Poderes; exerce uma espécie de controle externo, eis que não integra a
estrutura dos entes controlados. Já as agências regulatórias (alternativa “c”,
gabarito da questão), ao contrário dos demais, não exercem controle sobre a
Administração Pública, mas regulam e supervisionam a execução dos serviços
públicos delegados à iniciativa privada.
Gabarito: alternativa “c”

64. (SUSEP – Analista Técnico 2010 – ESAF) As atribuições do Tribunal de


Contas da União têm assento constitucional e é possível constatar alguns tipos de
fiscalização a serem desempenhadas por aquela Corte de Contas. É correto afirmar
que não é tipo de fiscalização:
a) o controle da legitimidade.
b) o controle da legalidade.
c) o controle de conveniência política e oportunidade administrativa.
d) o controle de resultados, de cumprimento de programa de trabalho e de metas.
e) o controle de fidelidade funcional dos agentes da Administração responsável por
bens e valores públicos.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa, procurando identificar a que
apresenta um tipo de fiscalização que esteja fora da competência do TCU:
(a) Certa. A natureza das fiscalizações a cargo dos órgãos de controle
externo e interno está informada no caput do art. 70 da CF:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Portanto, o controle de legitimidade é sim desempenhado pela Corte de
Contas.
(b) Certa, pelas mesmas razões da alternativa anterior, só que em relação
ao controle de legalidade.
(c) Errada, pois tais aspectos estão dentro da esfera de conveniência e
oportunidade dos responsáveis pela gestão dos recursos públicos, ou seja,
são aspectos ligados à discricionariedade dos gestores. Quando as decisões
tomadas com base em critérios dessa natureza não atentam contra os
princípios da Administração Pública, como moralidade e impessoalidade, não

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compete ao Tribunal de Contas exercer sua ação de controle. Como já disse, o


Tribunal não pode substituir o gestor.
(d) Certa, pois o controle de resultados, de cumprimento de programa de
trabalho e de metas refere-se ao controle de eficácia, que é considerado um
desdobramento do controle de economicidade previsto no caput do art. 70 da
CF, verificado especialmente nas auditorias de natureza operacional.
(e) Certa. Aqui a banca transcreveu o art. 75 da Lei 4.320/64:
Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:
I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da
despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e
valores públicos;
III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em
termos de realização de obras e prestação de serviços.

Gabarito: alternativa “c”

65. (TCE/SP – Procurador 2011 – FCC) O Tribunal de Contas da União


I. é um órgão auxiliar do Congresso Nacional, apesar de fazer parte do Poder
Judiciário.
II. exerce a função de controle externo da administração federal e dos demais
Tribunais de Contas dos Estados e Municípios, conforme previsão constitucional.
III. pode aplicar aos responsáveis por irregularidades de contas, as sanções
previstas em lei, inclusive multa proporcional ao dano causado ao erário.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) I e III
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
A assertiva I está ERRADA. O TCU, apesar de ser um “Tribunal”, não
pertence ao Poder Judiciário. Tampouco pertence ao Poder Legislativo, apesar
de auxiliar o Congresso Nacional no controle externo da Administração
Pública Federal. De fato, o TCU não está subordinado hierarquicamente a
nenhum dos três Poderes.

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A assertiva II está ERRADA. Conforme previsão constitucional, o TCU


exerce a função de controle externo da administração federal, mas não dos
Tribunais de Contas dos Estados e Municípios. Estes últimos são órgãos
autônomos e independentes, com competências próprias e privativas
relacionadas ao controle dos recursos públicos estaduais e municipais, sem
qualquer relação de subordinação ou mesmo de coordenação com o TCU.
A assertiva III está CERTA, nos termos do art. 71, VIII da CF:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade
de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações,
multa proporcional ao dano causado ao erário;

Portanto, uma vez que apenas a assertiva III é correta, o gabarito da


questão é a letra “c”.
Gabarito: alternativa “c”

66. (TCE/PR – Analista 2011 – FCC) Considere os princípios e funcionamento do


Controle da Administração Pública:
I. O controle externo da administração tem por finalidade comprovar a probidade da
administração e é exercido pelo legislativo e Tribunal de Contas.
II. No exercício dos Tribunais de Contas, são avaliados, entre outros, a obediência
da gestão em relação às políticas públicas, o cumprimento de princípios
constitucionais e da administração pública e o cumprimento de metas orçamentárias.
III. O controle técnico exercido em Tribunais de Contas vincula-se aos atos
administrativos que geram despesas ou receitas, enfocando sua legalidade,
finalidade, eficiência, legitimidade, economicidade e efetividade.
IV. A extensão do controle da administração dá-se quando este ocorre previamente,
concomitantemente ou subsequentemente ao ato administrativo.
Está correto o que se afirma APENAS em

a) I, II e IV.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) II e III.
Comentário: Vejamos cada alternativa:

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(a) CERTA. A finalidade do controle externo não é apenas comprovar a


probidade da administração (há outras dimensões do controle, como
legalidade, economicidade, eficácia e efetividade), porém isso não invalida a
afirmativa, que não deve ser tomada como exaustiva. A parte final da
afirmativa também está correta. Embora o Tribunal de Contas seja o braço
operacional do Legislativo no exercício do controle externo, este também
pratica diretamente atividades de controle, de caráter político, como o
julgamento das contas do chefe do Poder Executivo.
(b) CERTA. Como dito no item anterior, o controle vai além dos aspetos
legais, sendo avaliados, também, os resultados alcançados e a aderência das
ações aos princípios aplicáveis.
(c) CERTA. Essa afirmativa poderia gerar certa dúvida, pois passa o
entendimento de que os Tribunais só podem agir se o objeto analisado
envolver atos que geram receitas ou despesas. Essa é uma definição mais
clássica do papel dos Tribunais de Contas, já superada pela evolução da
doutrina e da jurisprudência.
(d) ERRADA. A classificação dada na afirmativa é quanto ao momento do
controle, e não, quanto à extensão.
Assim, apesar da dúvida quanto à afirmativa III, percebe-se que a
alternativa mais adequada é a “b”, que dá como certas as três primeiras
afirmativas.
Gabarito: alternativa “b”

67. (TCE/GO – Analista 2009 – FCC) De acordo com o art. 71 da Constituição


Federal de 1988, compete ao Tribunal de Contas da União, no exercício do controle
externo, realizar inspeções e auditorias de diversas naturezas. Supondo que o
Tribunal de Contas realize auditoria em uma entidade pública com a finalidade de
confirmar os valores apresentados nas demonstrações financeiras, ele está
realizando uma auditoria
(A) contábil.
(B) de acompanhamento de gestão.
(C) de gestão.
(D) operacional.
(E) especial.
Comentário: Uma auditoria realizada para verificar lançamentos e
escrituração das demonstrações financeiras possui natureza contábil
(alternativa “a”). As auditorias de acompanhamento de gestão (alternativa “b”)
são fiscalizações de caráter concomitante, realizadas em tempo real, com o
objetivo de coibir tempestivamente a ocorrência de irregularidades. Já as

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auditorias de gestão (alternativa “c”) referem-se às fiscalizações realizadas


pelos órgãos de controle interno para subsidiar o julgamento das contas dos
administradores públicos pelo Tribunal de Contas. Quanto às auditorias de
natureza operacional (alternativa “d”), servem para avaliar a economicidade,
eficiência, eficácia e efetividade de processos administrativos e programas de
governo. Por fim, a finalidade das auditorias especiais (alternativa “e”) é
definida nas normas próprias de cada órgão de controle. Por exemplo, na CGU,
a auditoria especial objetiva o exame de fatos ou situações consideradas
relevantes, de natureza incomum ou extraordinária. Já no TCU, não há
previsão de auditorias especiais.
Gabarito: alternativa “a”

68. (TCE/GO – Auditor 2007 – ESAF) Sobre o controle externo, a cargo do


Congresso Nacional, exercido com o auxílio do Tribunal de Contas, assinale a opção
correta.
a) Pode a Constituição estadual atribuir competência exclusiva à Assembléia
Legislativa para julgar as contas do Poder Legislativo, do Tribunal de Contas, do
Tribunal de Justiça e das Mesas Diretoras das Câmaras Municipais.
b) Ofende a Constituição da República dispositivo da Constituição Estadual que
submeta o Tribunal de Contas a controle financeiro e orçamentário pelo Poder
Legislativo.
c) As normas constitucionais, que conformam o modelo federal de organização do
Tribunal de Contas da União, não são de observância compulsória pelas
Constituições dos Estados-membros, podendo as Constituições Estaduais regular o
assunto de acordo com a realidade regional.
d) O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade de leis e atos normativos do poder público.
e) As decisões definitivas dos Tribunais de Contas, no exercício de sua competência
com jurisdição nacional, não estão sujeitas a controle pelo Poder Judiciário, somente
pelo Poder Legislativo.
Comentário: Para resolver o quesito, cumpre relembrar o já comentado
art. 75, caput, da CF, que estabelece o princípio de simetria:
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à
organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do
Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.

Vamos, então, analisar cada alternativa, buscando a opção correta:


(a) Errada, pois, no plano federal, é competência do TCU, e não do
Congresso Nacional, julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por bens e valores públicos, incluindo as contas do próprio

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Tribunal de Contas, dos Tribunais do Poder Judiciário e das Casas do


Legislativo (CF, art. 71, II). Portanto, por simetria, a Constituição estadual deve
atribuir a mesma competência ao respectivo Tribunal de Contas Estadual, e
não à Assembleia Legislativa.
(b) Errada. Nesse item, a banca exigiu conhecimento da jurisprudência do
STF. No julgamento das ADIN 1.175-8/DF, 2.597/PA e 687/PA, o Supremo
manifestou o entendimento de que a norma da Constituição do Estado que
outorga competência à Assembleia Legislativa para o julgamento das contas
da respectiva Corte de Contas não desrespeita a Constituição Federal. Veja a
ementa da ADIN 1.175-8/DF:
TRIBUNAL DE CONTAS - CONTROLE. Surge harmônico com a Constituição Federal
diploma revelador do controle pelo Legislativo das contas dos órgãos que o auxiliam,
ou seja, dos tribunais de contas.

(c) Errada. Nos termos do art. 75, caput da CF, as normas constitucionais
que conformam o modelo federal de organização do Tribunal de Contas da
União são de observância compulsória pelas Constituições dos Estados-
membros.
(d) Certa. Também aqui é necessário o conhecimento da jurisprudência
do STF. O assunto é tratado na Súmula 347 do STF:
O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.

(e) Errada. O ordenamento jurídico pátrio é regido pelo princípio da


inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV). Portanto, as
decisões dos Tribunais de Contas estão sim sujeitas ao controle do Poder
Judiciário, o qual poderá anulá-las em caso de irregularidade formal grave ou
manifesta ilegalidade. Por outro lado, o Poder Legislativo não tem qualquer
ingerência sobre as decisões dos Tribunais de Contas.
Gabarito: alternativa “d”

69. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC) As decisões finais do Tribunal de Contas do


Estado de Sergipe de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de
título executivo,
(A) desde que haja inscrição na dívida pública.
(B) independentemente de inscrição em dívida pública.
(C) se envolverem valores maiores que vinte salários mínimos.
(D) salvo as referentes a admissões de pessoal, aposentadorias e pensões.
(E) desde que tomadas por órgão colegiado por votação unânime.

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Comentário: A questão aborda o disposto no art. 71, §3º da CF sobre a


eficácia das decisões dos Tribunais de Contas:
§3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão
eficácia de título executivo.
Lembrando que o comando constitucional, embora se refira ao TCU,
também é aplicável aos demais Tribunais de Contas, em razão do princípio de
simetria estabelecido no art. 75 da CF.
Após essa introdução, vamos analisar cada alternativa:
(a) ERRADA, pois a eficácia de título executivo independe da inscrição em
dívida ativa, embora possa – facultativo – ser realizada pelos órgãos
executores, para fins gerenciais;
(b) CERTA, pelas razões acima expostas;
(c) ERRADA, pois a eficácia de título executivo independe dos valores
envolvidos, seja do débito, seja da multa;
(d) ERRADA, pois quaisquer decisões do Tribunal de Contas de que
resulte imputação de débito e/ou multa terão eficácia de título executivo,
independentemente da natureza do processo ou do assunto tratado;
(e) ERRADA, pois, embora as decisões que imputem débito e multa
geralmente sejam colegiadas, a eficácia de título executivo independe do
quórum da votação.
Gabarito: alternativa “b”

70. (TCE/AP – ACE 2012 – FCC) Terão eficácia de título executivo as decisões do
Tribunal de Contas
a) de que resultem imputação de débito ou multa.
b) pela regularidade da matéria julgada.
c) que determinaram o trancamento das contas.
d) sobre as prestações de contas anuais dos Prefeitos.
e) que se refiram a operações de crédito.
Comentário: Correta a alternativa “a”, nos termos do art. 71, §3º da CF:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
(...)
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles

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que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público;
(...)
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade
de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações,
multa proporcional ao dano causado ao erário;
(...)
§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão
eficácia de título executivo.

Dizer que “as decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou


multa terão eficácia de título executivo” significa que tais decisões são
instrumento hábil à propositura da ação judicial de cobrança executiva contra
o responsável. Assim, tendo a decisão transitado em julgado sem que o
responsável tenha recolhido o débito e/ou a multa no prazo determinado,
pode-se dar início ao processo de execução judicial da dívida.
Gabarito: alternativa “a”

*****

É isso, por ora ficamos por aqui. Não esqueçam que logo a seguir
ainda tem o “Resumão da Aula”. Ele pode ser uma ótima fonte de consulta
para revisar a matéria.

Bons estudos!

Erick Alves

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RESUMÃO DA AULA
Sistemas de Controle na Administração Pública Brasileira: art. 70 a 75 da CF.

Sujeito ativo: Poder Legislativo (titular), auxiliado pelos TCs (sem subordinação).
Sistema de
Sujeitos passivos: todos que, de alguma maneira, administrem recursos públicos.
Controle
Externo Objeto: atos administrativos que envolvam receitas e despesas públicas, como a compra de
bens, a admissão de pessoal, arrecadação de impostos, etc

 Responsabilidade pelo controle externo: depende da origem orçamentária primária dos recursos.

Esfera Titular do controle externo Órgão técnico que presta auxílio


União Congresso Nacional TCU
Estados Assembleias Legislativas TCE
Distrito Federal Câmara Legislativa TCDF
Municípios da BA, CE, GO e PA Câmaras Municipais TC dos Municípios (órgãos estaduais)
Municípios do RJ e SP Câmaras Municipais TCM-RJ e TCM-SP (órgãos municipais)
Demais Municípios Câmaras Municipais TCE

 Repartição constitucional de funções de controle externo:


Congresso: julgar as contas do PR; escolher dois terços (=6) dos Ministros
do TCU;
Senado Federal: aprovar as indicações de nomes indicados pelo PR para
Controle exercido Ministro do TCU; julgar autoridades nos crimes de responsabilidade.
diretamente pelo Congresso, Câmara dos Deputados: tomar as contas do Presidente da República, caso
suas Casas e Comissões não apresentadas no prazo.
(controle parlamentar)
CPI: investigar fato determinado.
CMO: examinar e emitir parecer sobre as contas do PR; acompanhar a
fiscalizar a execução orçamentária.

Competências do art. 71 da CF que podem ser divididas em:


Controle exercido pelo TCU - Exame e julgamento das prestações de contas (no caso das contas do
(controle técnico) Presidente da República, o TCU emite parecer prévio);
- Atividades de fiscalização (auditorias e inspeções; registro de atos de
pessoal).

Controle conjunto, Sustar despesas não autorizadas; sustar contrato se verificada ilegalidade;
Congresso e TCU fiscalizar obras públicas com indícios de irregularidade grave (LDO).

 Sistema de Controle Interno: mantido de forma integrada pelos Poderes (CF, art. 74), com a missão de
apoiar o controle externo e assessorar a autoridade administrativa. Não há relação hierárquica entre
controle externo e controle interno, há complementaridade.

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TRIBUNAIS DE CONTAS: FUNÇÕES, NATUREZA JURÍDICA E EFICÁCIA DAS DECISÕES

 Funções dos Tribunais de Contas:

Funções Exemplos

Fiscalizadora Realizar auditorias e inspeções; fiscalizar recursos de convênios.

Judicante Julgar as contas dos administradores públicos ou daqueles que causarem dano ao erário.

Sancionadora Aplicar multa; inabilitar responsável para exercício de cargo em comissão.

Consultiva Emitir parecer prévio sobre as contas do Chefe do Executivo; responder a consultas.

Informativa Prestar informações solicitadas pelo Congresso Nacional; informações à Justiça Eleitoral.

Corretiva Emitir determinações; fixar prazo para o cumprimento da lei.

Normativa Expedir instruções e atos normativos sobre matérias de sua competência.

Ouvidoria Receber denúncias e representações sobre irregularidades.

Pedagógica Emitir recomendações sobre boas práticas de gestão.

 Órgãos administrativos, sem personalidade jurídica;

 De estatura constitucional, autônomos e independentes;

 Natureza jurídica dos  Não subordinados a nenhum Poder;


Tribunais de Contas  Associados ao Poder Legislativo para fins orçamentários e de
responsabilidade fiscal;

 Possuem capacidade para figurar em juízo, ativa ou passivamente;

 Decisões possuem natureza administrativa (há polêmica na doutrina);

 Decisões podem ser anuladas pelo Judiciário, apenas nos casos de vício
formal ou ilegalidade manifesta. Não podem ser reformadas;

 Decisões que imputem débito ou multa têm eficácia de título executivo


extrajudicial;
 Natureza jurídica e
eficácia das decisões  O débito deve recolhido aos cofres da entidade que sofreu o prejuízo;
dos Tribunais de
Contas  A multa sempre é recolhida aos cofres do Tesouro Nacional;

 O título executivo da decisão condenatória deve ser executado pelos


órgãos próprios do ente destinatário dos valores devidos;

 A cobrança do débito decorrente de decisão do TC é imprescritível; a


imprescritibilidade não se aplica à multa.

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ABRANGÊNCIA DO CONTROLE EXERCIDO PELO TCU

CF, art. 70. caput

Natureza das fiscalizações: Aspectos a serem verificados:


 Contábil
 Legalidade
 Financeira
 Legitimidade
 Orçamentária
 Economicidade
 Operacional
 Aplicação das subvenções
 Patrimonial
 Renúncia de receitas

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Considerando controle externo como aquele realizado por
órgão não-pertencente à estrutura do produtor do ato a ser controlado, é correto afirmar que,
no Brasil, o TCU não é o único componente do poder público encarregado daquela
modalidade de controle.

2. (TCE/RN – Assessor Técnico de Controle e Administração 2009 – Cespe) Com


referência ao controle externo e ao Poder Legislativo do estado e dos municípios, julgue o
item a seguir: entre os vários critérios adotados para classificar as modalidades de controle,
destaca-se o que o distingue entre interno e externo, dependendo de o órgão que o exerça
integrar ou não a própria estrutura em que se insere o órgão controlado. Nesse sentido, o
controle externo é exercido por um poder sobre o outro, ou pela administração direta sobre a
indireta.

3. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) O controle externo da administração pública é função


concorrente dos Poderes Judiciário e Legislativo. Na esfera federal, esse controle é exercido
privativamente pelo Senado Federal, auxiliado pelo TCU.

4. (TCU – TCE 2007 – Cespe) O TCU deve auxiliar o Congresso Nacional no exercício
do controle externo e da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta.

5. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) Considerando as normas constitucionais relativas a


controle externo, julgue os itens a seguir: o Supremo Tribunal Federal não se sujeita a
controle externo exercido pelo Congresso Nacional.

6. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe, adaptada) A aplicação das subvenções e as


renúncias de receitas estão entre os atos sujeitos à fiscalização do controle externo.

7. (TCDF – Auditor 2014 – Cespe) O controle legislativo é tanto político quanto


financeiro. O controle financeiro, no âmbito parlamentar, é exercido por meio de suas casas
e respectivas comissões. Há comissões permanentes e temporárias, entre as quais as CPIs.
No caso do DF, cabe precipuamente à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças da
Câmara Legislativa (CLDF) fiscalizar a execução orçamentária e financeira.

8. (TCU – AUFC 2009 – Cespe) No exame das contas prestadas anualmente pelo
presidente da República, o TCU, ao verificar irregularidades graves, poderá impor sanções
ao chefe do Poder Executivo, sem prejuízo da apreciação dessas mesmas contas pelo
Congresso Nacional.

(TCU – ACE 2008 – Cespe) Com relação aos conceitos e à legislação aplicáveis ao controle
externo e às instituições fiscalizadoras, julgue os itens a seguir:

9. No âmbito federal, o parecer sobre as contas do TCU é de responsabilidade da


Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, do Congresso Nacional.

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10. O TCU é responsável pela fiscalização do cumprimento da obrigatoriedade de
encaminhamento e consolidação das contas de todas as esferas da Federação.

11. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) O TCE/ES caracteriza-se por atuar no controle
externo e tem o poder de julgar as contas no que se refere a aspectos como legalidade,
eficácia, efetividade e economicidade.

12. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) No exercício do controle político da


administração pública, compete
a) às CPIs apurar irregularidades e determinar sanções.
b) ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar, sustando, se for o caso, seus efeitos independentemente de prévia
manifestação do Poder Judiciário.
c) ao Senado Federal ou à Câmara dos Deputados — excetuadas suas comissões —
convocar titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República.
d) privativamente ao Congresso Nacional e ao Senado Federal apreciar, a priori, os atos do
Poder Executivo.
e) ao Senado Federal dispor, por proposta do presidente da República, sobre limites globais
e condições para a operação de créditos externo e interno da União, dos estados, dos
municípios e do DF, exceto das autarquias.

13. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) A competência do sistema de controle interno nos
poderes da União restringe-se ao exercício do controle sobre entidades da administração
pública direta, indireta, fundacional e autárquica.

14. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) Acerca dos controles interno e externo
da administração pública, assinale a opção correta.
a) O controle externo, hierarquicamente superior ao controle interno, atua sobre a totalidade
da administração pública e é exercido pelos que representam, por delegação, a sociedade
politicamente organizada.
b) Cabe ao controle interno auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas
anualmente pelo presidente da República.
c) O controle interno feito por meio de auditoria a fim de acompanhar a execução do
orçamento tem por objetivo verificar a legalidade na aplicação do dinheiro público e auxiliar
o tribunal de contas no exercício de sua missão institucional.
d) O controle interno permite verificar se a administração respeitou disposições imperativas
no exercício de suas atribuições, não se caracterizando como um controle de mérito.
e) O controle externo, efetivado por órgão pertencente à estrutura do ente responsável pela
atividade controlada, abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais, inconvenientes e
inoportunos.

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15. (TCE/RO – Analista 2013 – Cespe) O modelo federal de organização, composição e
fiscalização do tribunal de contas, fixado pela CF, é de observância obrigatória pelos
estados.

16. (TCE/RO – Analista 2013 – Cespe) A fiscalização do município é exercida pelo Poder
Legislativo estadual, mediante controle externo.

17. (TCE RN – Assessor Técnico Jurídico 2009 – Cespe) Se o TCE/RN, ao examinar as


contas do prefeito de Natal, emitisse parecer prévio pela sua rejeição, esse parecer
prevaleceria, exceto se a Assembleia Legislativa do estado, que é responsável pelo
julgamento das referidas contas, o rejeitasse por decisão de dois terços de seus membros.

18. (TCE RN – Assessor Técnico Jurídico 2009 – Cespe) Se determinado município


não possuir, em sua estrutura administrativa, um TC, o órgão de controle externo
competente para julgar as contas desse município será, obrigatoriamente, o TCE.

19. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe, adaptada) Os TCEs devem ser integrados por
conselheiros em número definido nas respectivas constituições estaduais, que, no entanto,
não pode ultrapassar o número de ministros do TCU.

20. (TCE/TO – ACE 2008 – Cespe) Nas funções de controle externo de âmbito municipal,
os tribunais de contas dos estados (TCEs):
a) são auxiliados pelas câmaras municipais.
b) atuam de forma coordenada com os tribunais de contas de cada município.
c) emitem parecer prévio, mas não-conclusivo, sobre as contas do prefeito, pois pode ser
rejeitado pela câmara municipal.
d) fiscalizam o limite de gastos totais dos respectivos legislativos.
e) devem restringir-se aos aspectos de natureza estritamente legal, em respeito à autonomia
político-administrativa dos municípios.

21. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) Acerca da natureza dos tribunais de contas e
do exercício de suas missões institucionais, julgue o item seguinte: No exercício de suas
atribuições, cabe aos tribunais de contas dos estados e, quando for o caso, dos municípios
solicitar aos governadores estaduais a intervenção em determinado município.

22. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) (...) redija um texto dissertativo acerca dos sistemas de
controle na administração pública, em conformidade com a Constituição Federal de 1988.
Ao elaborar seu texto, discorra sobre os mecanismos de controle inseridos no ordenamento
constitucional, abordando, necessariamente, a classificação doutrinária quanto aos
seguintes aspectos:
< momento em que se realiza;
< órgãos responsáveis pelo seu exercício;
< natureza ou tipo de controle.

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23. (TCU – ACE 2007 – Cespe) A função judicante é expressa quando o TCU exerce a
sua competência infraconstitucional de julgar as contas de gestão dos administradores
públicos. Entretanto, no tocante às prestações de contas apresentadas pelo governo federal,
compete ao TCU apenas apreciá-las e emitir parecer prévio, já que compete ao Congresso
Nacional julgá-las, com base na emissão do parecer emitido pela comissão mista
permanente de senadores e deputados.

24. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) As instruções normativas destinadas aos órgãos
públicos dos Poderes Executivo e Judiciário expedidas pelo TCU no exercício de sua
competência possuem caráter orientador, podendo ser modificadas por normas específicas,
dado o princípio da autonomia dos poderes da União.

25. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe) Com relação aos tribunais de contas, entre as
inovações introduzidas pela LRF, encontra-se a instituição da função cautelar de alertar os
demais Poderes ou órgãos nas situações que especifique.

26. (TCE-ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) Na CF, o controle externo
foi consideravelmente ampliado. Nesse sentido, as funções que os TCs desempenham
incluem a
a) sancionatória, quando se aprovam as contas dos dirigentes e responsáveis por bens e
valores públicos.
b) de julgamento, quando se emite parecer prévio sobre as contas anuais dos chefes de
poder ou órgão.
c) de ouvidor, quando se respondem e esclarecem as dúvidas de servidores sobre a
aplicação da legislação orçamentária e financeira.
d) corretiva, quando se aplicam multas e outras penalidades aos responsáveis por
irregularidades.
e) de fiscalização financeira, quando se registram os atos de admissão do pessoal efetivo.

27. (TCE/RN – Assessor Técnico de Controle e Administração 2009 – Cespe) Uma


das funções de competência dos TCs, como definido na CF, é a de ouvidor, caracterizada
pelo recebimento de denúncias de irregularidades ou ilegalidades formuladas tanto pelos
responsáveis pelo controle interno como por qualquer cidadão, partido político, associação
ou sindicato.

28. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) Considerando as funções dos tribunais de contas,
assinale a opção correta.
a) A função opinativa dos tribunais de contas se reveste de conteúdo vinculativo.
b) A função sancionadora ocorre quando os tribunais de contas, por exemplo, efetuam
recolhimento da multa proporcional ao débito imputado.
c) A função de fiscalização dos tribunais de contas compreende as ações relativas ao
exame e à realização de diligências relacionadas a recursos de alienação dos ativos.
d) O julgamento das contas dos responsáveis por bens e valores públicos constitui função
corretiva dos tribunais de contas.

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e) Assiste aos tribunais de contas o poder regulamentar, também chamado de normativo,
que, em certos casos, pode ir além de sua competência e jurisdição.

29. (TCU – ACE 2008 - Cespe) (...) discorra, de forma fundamentada e de acordo com a
Constituição Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos:
 natureza jurídica do TCU;
 relação entre o TCU e o Poder Legislativo;
 eventual vinculação hierárquica da Corte de Contas com o Congresso Nacional.

30. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) O TCU é órgão vinculado e subordinado ao Poder
Legislativo.

31. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) Com o objetivo de viabilizar a ação fiscalizadora do TCU
e impedir ingerências políticas no tribunal, foi-lhe atribuída autonomia na gestão de seu
pessoal, o que inclui autonomia para criação, transformação e extinção de cargos e funções
de seu quadro de pessoal.

32. (TCE/RN – Assessor Técnico Jurídico 2009 – Cespe) O TCU faz parte do
Congresso Nacional, a quem deve auxiliar no exercício do controle externo.

33. (TCE/RN – Assessor Técnico Jurídico 2009 – Cespe) Na prestação de auxílio para
o exercício do controle externo, os TCs não estão subordinados operacional nem
administrativamente às casas legislativas.

34. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) De acordo com o princípio de autotutela e o sistema de
controle existente, o Tribunal de Contas da União e o TCDF estão vinculados por uma
relação de hierarquia, visando garantir o emprego efetivo do recurso público.

35. (TCU – TCE 2007 – Cespe) O TCU deve auxiliar o Congresso Nacional no exercício
do controle externo e da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta.

36. (TCU – ACE 2007 – Cespe) Todas as manifestações das cortes de contas têm valor e
força coercitiva, entretanto, só os acórdãos condenatórios têm eficácia de título executivo,
ou seja, unicamente os processos de contas, abrangendo tanto as contas anuais quanto as
contas especiais, podem ser julgados, ensejando a constituição de título executivo e podem
ter como efeito a produção de coisa julgada.

37. (TCU – TCE 2007 – Cespe) Considere que determinado gestor de receitas públicas,
após o devido processo legal, tenha sido condenado pelo TCU a ressarcir o erário.
Considere ainda que, na condenação, o tribunal tenha declarado expressamente o agente
responsável e o valor a ser devolvido à União. Nesse caso, a competência para executar a
decisão do tribunal é da Advocacia-Geral da União, que deverá observar os prazos de
cobrança previstos na lei, sob pena de prescrição para atos ilícitos praticados por agente ou
servidor público.

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38. (TCU – ACE 2004 – Cespe) No sistema brasileiro de controle externo, em face das
competências atribuídas pela Constituição da República ao TCU, a doutrina e a
jurisprudência são majoritárias no sentido de que as decisões daquele órgão têm natureza
jurisdicional e, por isso mesmo, não podem ser reexaminadas pelo Poder Judiciário.

39. (TCU – TCE 2007 – Cespe) O TCU tem atribuições de natureza administrativa; porém,
quando julga as contas dos gestores e demais responsáveis por bens e valores públicos,
exerce sua natureza judicante. Mesmo assim, não há consenso na doutrina quanto à
natureza do tribunal.

40. (TCU – ACE 2004 – Cespe) De acordo com a doutrina, a condenação de gestor
público por parte do TCU constitui título executivo de natureza judicial, por força da
competência conferida pelo art. 71 da Constituição àquele órgão, para julgar contas de
pessoas responsáveis por dinheiro público.

41. (TCU – Procurador 2004 – Cespe) Sempre que se julgar lesado por decisão tomada
pelo TCU, o cidadão poderá recorrer ao Poder Judiciário, mas o remédio juridicamente
adequado não será a impetração de mandado de segurança contra o ato do tribunal, seja
porque as decisões deste somente podem ser desconstituídas mediante dilação probatória,
seja porque o tribunal não poderá figurar no pólo passivo da ação mandamental.

42. (TCE-ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) O julgamento das contas
dos administradores e responsáveis é atribuição peculiar dos TCs, de acordo com a CF.
Como órgãos especializados no julgamento das contas, suas decisões não estão sujeitas a
revisão do Poder Judiciário, salvo quando
a) houver observância do devido processo legal.
b) o mérito da decisão envolver questões atinentes à legitimidade dos atos praticados pelos
administradores e responsáveis.
c) o MP representar contra decisão de mérito do TC.
d) a decisão alterar o entendimento do TC até então vigente.
e) houver vício de forma, como, por exemplo, a inobservância de direitos e garantias
individuais.

43. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) Se a decisão final do TCU resultar na aplicação de
multa a determinado gestor público, o valor correspondente a essa multa poderá ser
cobrado independentemente de inscrição na dívida ativa ou de abertura de novo processo
administrativo para a cobrança.

44. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) No uso de sua função sancionadora, pode o TCU, no
caso de ilegalidade, fixar prazo para que o órgão ou entidade adote providências
necessárias ao exato cumprimento da lei.

45. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe) Considere que o governo do estado do Rio Grande do
Sul tenha instituído subsídio para os eletrodomésticos de alta tecnologia, reduzindo dois
pontos percentuais na alíquota do imposto sobre operações relativas à circulação de

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mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de
comunicação (ICMS). Nessa situação, constitui responsabilidade do TCE/RS examinar o ato
de concessão do referido subsídio.

46. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados
suspender os atos dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal caso estes tenham
exorbitado os limites do poder regulamentar das leis expedidas pelos respectivos órgãos
legislativos.

47. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) Uma das funções precípuas do Poder Judiciário é
realizar o controle de mérito dos atos administrativos do Poder Executivo que contribuem
para o melhor interesse da sociedade.

48. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) Caso não seja empregado o mínimo de recursos
destinados a saúde e educação no DF, poderá ocorrer o controle judicial de ofício com
vistas a garantir — mediante medida cautelar — a ocorrência dos atos administrativos
necessários para o direcionamento dessa parcela do orçamento.

49. (TCU – ACE 2005 – Cespe) De acordo com a Constituição Federal de 1988, a
fiscalização contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial do município será
exercida pelo Legislativo municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle
interno dos poderes Executivo e Legislativo municipais, na forma da lei. Assim, o parecer
prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
Municipal.

50. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) O correto funcionamento de um sistema de fiscalização


exercida pelo controle interno de determinada empresa pública dispensa a atuação do
controle externo sobre aquela entidade.

51. (TCU – ACE 2007 – Cespe) A relevância do controle externo no Brasil não se
restringe aos aspectos concernentes à eficiente gestão das finanças ou à adequada
gerência administrativa do setor público. Envolve também o equilíbrio entre os poderes na
organização do Estado democrático de direito.

52. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) Relativamente ao controle na administração pública


brasileira, assinale a opção correta.
A) O TCU, em regra, tem jurisdição de contas (jus dicere), ou seja, tem competência para
aplicar o direito no caso concreto, de modo definitivo, com força de coisa julgada, em
especial quando, na condição de órgão auxiliar do Congresso Nacional, emite parecer
prévio sobre as contas do presidente da República.
B) No Brasil, a relação de accountability entre o Congresso Nacional, o administrador
público e o auditor de tribunal de contas pode ser assim contextualizada: as leis propiciam
condições ao administrador público para aplicar de forma eficiente e eficaz os recursos para
suprir a necessidade da população, enquanto ao auditor cabe verificar a regularidade e a
economicidade da aplicação desses recursos e reportar ao parlamento o resultado dos
exames realizados.

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C) O TCU é competente para realizar exame prévio da validade de contratos administrativos
celebrados pelo poder público.
D) Toda a administração pública se sujeita ao julgamento do tribunal de contas competente,
cuja competência alcança todos os poderes e órgãos e todas as entidades da administração
indireta; entretanto, conforme o entendimento do STF, excetuam-se de tal alcance as contas
relativas à gestão administrativo-orçamentária das casas legislativas.
E) O auditor lotado nos TCEs e nos TCMs, devidamente nominado pela CF como
conselheiro substituto, equipara-se, quando exigido, ao juiz corregedor-geral do próprio
tribunal ou ao desembargador do TJ e, nas demais funções, a juiz de entrância superior ou
de entrância especial.

53. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) Com referência às funções dos tribunais de contas,
bem como à natureza jurídica e à eficácia das suas decisões, assinale a opção correta.
A) As ações de um tribunal de contas relativas às diligências para confirmar o real benefício
socioeconômico das renúncias de receitas integram a função conhecida como investigatória,
ou de fiscalização financeira, ou, ainda, simplesmente, fiscalizadora.
B) O MP não tem legitimidade para propor ação de execução de título extrajudicial oriundo
de TCE, pois a recuperação dos valores inquinados como débitos e multas pecuniárias só
pode ser efetivada pelo próprio TCE ou pela AGU.
C) Como relator, compete ao conselheiro determinar, em caráter de urgência, que as
medidas liminares acautelatórias sejam submetidas a referendo do órgão colegiado
mediante a inclusão em pauta na sessão subsequente à decisão exarada.
D) Os tribunais de contas, como corporações administrativas autônomas que assistem ao
parlamento e ao governo, não têm subordinação a nenhum poder, ou seja, não são órgãos
do Poder Legislativo. Contudo, admite-se uma única exceção: suas decisões podem ser
reformadas pelo Conselho Nacional de Justiça, já que o STF não tem competência para
regular matéria relacionada às referidas cortes de contas.
E) Conforme determina a CF, no particular, as decisões do TCU que impliquem
reconhecimento de débito ou imputação de multa terão eficácia de título executivo. No
entanto, com prejuízo do princípio da simetria, decisões de igual teor originárias dos TCEs e
dos TCMs não têm tal eficácia, já que as leis estaduais são silentes em qualificar a eficácia
das decisões prolatadas por esses tribunais.

54. (TCU – ACE 2006 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, pode-se afirmar que
a) o Tribunal de Contas da União – TCU – é órgão vinculado ao Senado da República.
b) as Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão
integrados por sete conselheiros.
c) as decisões do TCU não se submetem a controle judicial.
d) os Ministros do Tribunal de Contas da União têm as mesmas garantias, prerrogativas,
impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
e) a titularidade do Controle Externo, no Brasil, pertence ao Tribunal de Contas da União.

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55. (TCU - ACE 2006 - ESAF) Sobre o Controle Externo no Brasil, assinale a opção
correta.
a) Os ministros do TCU devem ser brasileiros natos.
b) Um Tribunal de Contas Estadual não poderá julgar contas relativas a município, mesmo
que este esteja dentro do território de sua Unidade da Federação.
c) Um determinado município, caso não possua Tribunal de Contas próprio, não poderá criá-
lo.
d) O auditor, ou Ministro-Substituto, do Tribunal de Contas da União é aposentado
compulsoriamente aos 75 (setenta e cinco) anos de idade.
e) Empresas de Economia Mista não se sujeitam à fiscalização do TCU.

56. (TCU – ACE 2006 – ESAF) O parecer prévio sobre as contas prestadas pelo prefeito,
elaborado pelo órgão auxiliar da Câmara Municipal, é meramente indicativo, podendo ser
rejeitado pelos vereadores, por decisão tomada pela maioria simples, presentes à
deliberação a maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.

57. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, tanto o Congresso
Nacional quanto os sistemas de controle interno de cada Poder podem exercer fiscalizações
da seguinte ordem, exceto:
a) Contábil.
b) Ambiental.
c) Patrimonial.
d) Operacional.
e) Financeira.

58. (TCE/ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) O controle externo, a


cargo do Poder Legislativo e do TC, classifica-se em político e técnico. Com relação a esse
assunto, à luz das disposições constantes na CF, assinale a opção correta.
a) O controle externo, nos municípios, é exercido pelas respectivas câmaras municipais,
com o auxílio dos TCs de âmbito estadual, salvo no caso dos municípios que têm TCs
próprios.
b) A fiscalização, sob o aspecto da legitimidade, é de âmbito do controle político e, portanto,
fora do alcance do TC.
c) O controle financeiro, introduzido pela CF, permite verificar se os objetivos foram
atingidos, se os meios utilizados foram os mais adequados e se foi obtido o menor custo
possível.
d) O exame da economicidade permite verificar se uma obra ou serviço foi realizado ao
menor custo possível, diferentemente da eficiência, que tem como foco o custo adequado,
razoável e pertinente.
e) A avaliação da relação custo-benefício, pela sua transcendência, está circunscrita ao
controle político, razão pela qual ultrapassa as competências dos TCs.

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59. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Nos termos da Constituição da República, pode o TCU,
em certos casos, apreciar elementos de discricionariedade envolvidos nos atos da
administração pública e aspectos ligados à gestão das respectivas entidades e ao
desempenho das funções destas; não precisa sempre ater-se unicamente à conformidade
desses atos com as normas jurídicas aplicáveis, sob o prisma da legalidade.

60. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Pode o TCU constituir título executivo contra empresa
privada.

61. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) A execução das decisões que resultem em
imputação de débito ou multa cabe aos tribunais de contas.

62. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) A CF, ao estender aos tribunais e conselhos de
contas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios as disposições aplicáveis no
âmbito da União, destacou, como um dos aspectos objeto do controle, a legitimidade, que
envolve diversos critérios. Não faz parte dessas considerações o exame da
a) conveniência.
b) legalidade.
c) prioridade.
d) pertinência.
e) oportunidade.

63. (MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento 2008 – ESAF) Acompanhando as


mudanças do papel do Estado e dos modelos de gestão, a função controle vem se
desenvolvendo nas últimas décadas, levando ao fortalecimento das instituições
encarregadas do controle interno e externo. No Brasil, o sistema de controle não inclui:
a) os Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios.
b) o Congresso Nacional.
c) as agências regulatórias.
d) a supervisão ministerial.
e) o Ministério Público.

64. (SUSEP – Analista Técnico 2010 – ESAF) As atribuições do Tribunal de Contas da


União têm assento constitucional e é possível constatar alguns tipos de fiscalização a serem
desempenhadas por aquela Corte de Contas. É correto afirmar que não é tipo de
fiscalização:
a) o controle da legitimidade.
b) o controle da legalidade.
c) o controle de conveniência política e oportunidade administrativa.
d) o controle de resultados, de cumprimento de programa de trabalho e de metas.
e) o controle de fidelidade funcional dos agentes da Administração responsável por bens e
valores públicos.

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65. (TCE/SP – Procurador 2011 – FCC) O Tribunal de Contas da União
I. é um órgão auxiliar do Congresso Nacional, apesar de fazer parte do Poder Judiciário.
II. exerce a função de controle externo da administração federal e dos demais Tribunais de
Contas dos Estados e Municípios, conforme previsão constitucional.
III. pode aplicar aos responsáveis por irregularidades de contas, as sanções previstas em
lei, inclusive multa proporcional ao dano causado ao erário.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) I e III

66. (TCE/PR – Analista 2011 – FCC) Considere os princípios e funcionamento do


Controle da Administração Pública:
I. O controle externo da administração tem por finalidade comprovar a probidade da
administração e é exercido pelo legislativo e Tribunal de Contas.
II. No exercício dos Tribunais de Contas, são avaliados, entre outros, a obediência da
gestão em relação às políticas públicas, o cumprimento de princípios constitucionais e da
administração pública e o cumprimento de metas orçamentárias.
III. O controle técnico exercido em Tribunais de Contas vincula-se aos atos administrativos
que geram despesas ou receitas, enfocando sua legalidade, finalidade, eficiência,
legitimidade, economicidade e efetividade.
IV. A extensão do controle da administração dá-se quando este ocorre previamente,
concomitantemente ou subsequentemente ao ato administrativo.
Está correto o que se afirma APENAS em

a) I, II e IV.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) II e III.

67. (TCE/GO – Analista 2009 – FCC) De acordo com o art. 71 da Constituição Federal de
1988, compete ao Tribunal de Contas da União, no exercício do controle externo, realizar
inspeções e auditorias de diversas naturezas. Supondo que o Tribunal de Contas realize
auditoria em uma entidade pública com a finalidade de confirmar os valores apresentados
nas demonstrações financeiras, ele está realizando uma auditoria
(A) contábil.

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(B) de acompanhamento de gestão.
(C) de gestão.
(D) operacional.
(E) especial.

68. (TCE/GO – Auditor 2007 – ESAF) Sobre o controle externo, a cargo do Congresso
Nacional, exercido com o auxílio do Tribunal de Contas, assinale a opção correta.
a) Pode a Constituição estadual atribuir competência exclusiva à Assembléia Legislativa
para julgar as contas do Poder Legislativo, do Tribunal de Contas, do Tribunal de Justiça e
das Mesas Diretoras das Câmaras Municipais.
b) Ofende a Constituição da República dispositivo da Constituição Estadual que submeta o
Tribunal de Contas a controle financeiro e orçamentário pelo Poder Legislativo.
c) As normas constitucionais, que conformam o modelo federal de organização do Tribunal
de Contas da União, não são de observância compulsória pelas Constituições dos Estados-
membros, podendo as Constituições Estaduais regular o assunto de acordo com a realidade
regional.
d) O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade de leis e atos normativos do poder público.
e) As decisões definitivas dos Tribunais de Contas, no exercício de sua competência com
jurisdição nacional, não estão sujeitas a controle pelo Poder Judiciário, somente pelo Poder
Legislativo.

69. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC) As decisões finais do Tribunal de Contas do Estado
de Sergipe de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo,
(A) desde que haja inscrição na dívida pública.
(B) independentemente de inscrição em dívida pública.
(C) se envolverem valores maiores que vinte salários mínimos.
(D) salvo as referentes a admissões de pessoal, aposentadorias e pensões.
(E) desde que tomadas por órgão colegiado por votação unânime.

70. (TCE/AP – ACE 2012 – FCC) Terão eficácia de título executivo as decisões do
Tribunal de Contas
a) de que resultem imputação de débito ou multa.
b) pela regularidade da matéria julgada.
c) que determinaram o trancamento das contas.
d) sobre as prestações de contas anuais dos Prefeitos.
e) que se refiram a operações de crédito.

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GABARITO

2) C 3) E 4) C 5) E 6) C
1) C
8) E 9) C 10) C 11) C 12) b
7) C
14) c 15) C 16) E 17) E 18) E
13) E
20) d 21) E 22) - 23) E 24) E
19) E
26) e 27) C 28) c 29) - 30) E
25) C
32) E 33) C 34) E 35) C 36) E
31) E
38) E 39) C 40) E 41) E 42) e
37) E
44) E 45) C 46) E 47) E 48) E
43) C
50) E 51) C 52) b 53) a 54) b
49) E
56) E 57) B 58) A 59) C 60) C
55) c
62) b 63) c 64) c 65) c 66) b
61) E

68) d 69) b 70) a


67) a

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Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo. 13ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007.
Almeida, G. H. de la Roque. Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União anotada:
normativos correlatos. Belo Horizonte: Fórum, 2006.
Aguiar, A. G. Aguiar, M. P. O Tribunal de Contas na ordem constitucional. 2 ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2008.
Aguiar, U.D. Albuquerque, M.A.S. Medeiros, P.H.R. A administração Pública sob a
perspectiva do controle externo. Belo Horizonte: Fórum, 2011.
Chaves, F.E.C. Controle externo da gestão pública: a fiscalização pelo Legislativo e
pelos Tribunais de Contas. 2 ed. Niterói: Impetus, 2009.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 20ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007.
Lima, L.H. Controle externo: teoria, jurisprudência e mais de 500 questões. 4 ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2011.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 35 ed. São Paulo: Malheiros, 2009.

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