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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 01
Olá pessoal,
SUMÁRIO
Leitura obrigatória:
CF, art. 70 a 75
Art. 75. As normas estabelecidas nesta Seção [art. 70 a 75] aplicam-se, no que
couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios.
CONTROLE EXTERNO
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com
o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
Art. 70 (...)
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária.
CONTROLE PARLAMENTAR
Presidente da República (CF, art. 51, II), sendo esse mais um exemplo de
controle parlamentar.
Quanto ao inciso X do art. 49, acerca do controle dos atos do Poder
Executivo, uma das formas de efetivá-lo consiste na prerrogativa que as
Casas do Congresso Nacional e suas comissões possuem de convocar
autoridades para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto
previamente determinado, nos termos do art. 50, caput da CF:
CONTROLE TÉCNICO
Atividades de fiscalização
Enquanto no exame das contas o TCU atua de maneira reativa,
aguardando a apresentação da documentação pertinente pelos gestores
para, então, avaliá-la e decidir sobre seu mérito, nas atividades de
(TCU – ACE 2008 – Cespe) Com relação aos conceitos e à legislação aplicáveis ao
controle externo e às instituições fiscalizadoras, julgue os itens a seguir:
CONTROLE INTERNO
Como vimos, controle interno é aquele exercido por órgão que esteja
dentro da estrutura do ente controlado e que tenha sido criado para essa
finalidade. Geralmente, subordina-se diretamente à autoridade
administrativa máxima do ente, a qual dispõe, dessa forma, de um
mecanismo de avaliação para as ações desempenhadas fora da esfera de
suas atribuições privativas. Da mesma forma que o controle externo a
cargo dos Tribunais de Contas, o controle interno também é um
controle técnico.
A Constituição Federal dispõe que os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário manterão um sistema de controle interno (CF, art. 74), de
forma integrada, cujas principais atribuições, na letra da lei, são:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
14. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) Acerca dos controles interno e
externo da administração pública, assinale a opção correta.
a) O controle externo, hierarquicamente superior ao controle interno, atua sobre a
totalidade da administração pública e é exercido pelos que representam, por
delegação, a sociedade politicamente organizada.
b) Cabe ao controle interno auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas
prestadas anualmente pelo presidente da República.
c) O controle interno feito por meio de auditoria a fim de acompanhar a execução do
orçamento tem por objetivo verificar a legalidade na aplicação do dinheiro público e
auxiliar o tribunal de contas no exercício de sua missão institucional.
d) O controle interno permite verificar se a administração respeitou disposições
imperativas no exercício de suas atribuições, não se caracterizando como um
controle de mérito.
e) O controle externo, efetivado por órgão pertencente à estrutura do ente
responsável pela atividade controlada, abrange a fiscalização e a correção dos atos
ilegais, inconvenientes e inoportunos.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O controle externo não é hierarquicamente superior ao
controle interno. Embora o controle interno tenha a missão constitucional de
auxiliar o controle externo (CF, art. 74, IV), não há relação de hierarquia entre
eles, daí o erro. Por outro lado, é correto que o controle externo, exercido pelo
Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas, atua sobre a totalidade
2 ADIn 687
19. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe, adaptada) Os TCEs devem ser integrados
por conselheiros em número definido nas respectivas constituições estaduais, que,
no entanto, não pode ultrapassar o número de ministros do TCU.
Comentário: O item está errado, pois a Constituição Federal fixou em
sete o número de conselheiros dos TCEs, sem dispor sobre qualquer relação
com o número de ministros do TCU (CF, art. 75, parágrafo único).
Gabarito: Errado
20. (TCE/TO – ACE 2008 – Cespe) Nas funções de controle externo de âmbito
municipal, os tribunais de contas dos estados (TCEs):
a) são auxiliados pelas câmaras municipais.
b) atuam de forma coordenada com os tribunais de contas de cada município.
c) emitem parecer prévio, mas não-conclusivo, sobre as contas do prefeito, pois
pode ser rejeitado pela câmara municipal.
d) fiscalizam o limite de gastos totais dos respectivos legislativos.
e) devem restringir-se aos aspectos de natureza estritamente legal, em respeito à
autonomia político-administrativa dos municípios.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
(a) Errada, pois nos municípios em que não existe um TCM e que
também não são abrangidos pela jurisdição de um TC dos Municípios, os
TCEs é que auxiliam as Câmaras Municipais no exercício do controle externo,
e não o contrário, como afirma a alternativa;
(b) Errada, pois nos municípios que possuem um TCM, o controle
externo de âmbito municipal é realizado pelo respectivo TCM,
independentemente de qualquer forma de coordenação com o TCE;
(c) Errada, pois o parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas
competente sobre as contas do prefeito só deixará de prevalecer por decisão
de dois terços dos membros da Câmara Municipal (CF, art. 31, §2º). Assim,
pode-se inferir que tal parecer deverá ser conclusivo, eis que praticamente
vincula os membros da Câmara Municipal;
(d) Certa, nos termos do art. 59, VI da LRF, o qual dispõe que o Poder
Legislativo, diretamente ou com auxílio dos Tribunais de Contas, fiscalizará o
cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais.
(e) Errada, pois o controle externo, além da legalidade, também
abrange a legitimidade e a economicidade, assim como a eficácia, eficiência e
efetividade dos atos de gestão.
Gabarito: alternativa “d”
22. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) (...) redija um texto dissertativo acerca dos
sistemas de controle na administração pública, em conformidade com a
Constituição Federal de 1988. Ao elaborar seu texto, discorra sobre os mecanismos
de controle inseridos no ordenamento constitucional, abordando, necessariamente,
a classificação doutrinária quanto aos seguintes aspectos:
< momento em que se realiza;
< órgãos responsáveis pelo seu exercício;
< natureza ou tipo de controle.
Comentário: A partir dos elementos apresentados nesta aula
demonstrativa, você já seria capaz de elaborar uma boa resposta para esta
questão discursiva.
Quanto ao momento em que o controle se realiza, vimos que pode ser
prévio, concomitante ou posterior ao ato fiscalizado.
Em relação aos responsáveis pelo exercício do controle na
administração pública, vimos que a CF estabeleceu que o controle externo, a
cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do TCU. A Carta
Magna dispõe que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão,
de forma integrada, sistema de controle interno. Além disso, poder-se-ia
mencionar as diversas formas de controle social previstas na Constituição,
assim como o controle judicial e a autotutela administrativa.
No que tange à natureza ou tipo de controle, vimos que, essencialmente,
o controle se classifica em: legalidade (conformidade às normas), legitimidade
(atendimento ao interesse público) e economicidade (menor preço).
Gabarito: N/A
Contas ordinárias
Função corretiva
O TCU exerce a função corretiva ao:
emitir determinações, de caráter compulsório, para corrigir
falhas ou impropriedades (LO/TCU, art. 18);
fixar prazo para cumprimento da lei, se verificada ilegalidade
(CF, art. 71, IX);
sustar ato impugnado (CF, art. 71, X).
Função pedagógica
O TCU atua de forma pedagógica quando orienta e informa sobre
procedimentos e melhores práticas de gestão, mediante publicação de
manuais e cartilhas, realização de seminários, reuniões e encontros de
caráter educativo ou, ainda, quando recomenda a adoção de providências
em auditorias de natureza operacional.
O caráter educativo surge também quando da aplicação de sanções a
responsáveis por irregularidades ou práticas lesivas aos cofres públicos,
na medida em que tais punições funcionam como fator de inibição à
prática de novas ocorrências da espécie.
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Antes de finalizar este tópico, cabe registrar que o TCU quase nunca
exerce apenas uma das suas funções isoladamente. O normal é que as
atuações do Tribunal associem sempre duas ou mais delas. Por exemplo,
ao julgar as contas de gestão, o Tribunal pode aplicar penalidades e/ou
fazer determinações. Assim, simultaneamente à função judicante, são
exercidas as funções sancionadora e corretiva. Outro exemplo consiste
no exercício simultâneo das funções consultiva e normativa quando o
Tribunal responde a consulta que lhe seja formulada por autoridade
competente, uma vez que, nesse caso, a resposta do Tribunal possui
caráter normativo (LO/TCU, art. 1º, XVII, §2º).
Por fim, vale salientar que o rol de funções apresentado, no total de
nove, não é imperativo ou exaustivo, embora seja uma boa referência
retirada de uma publicação institucional do TCU. Com efeito, pode-se
encontrar na doutrina sistematizações diferentes para as atribuições dos
Tribunais de Contas, mas que são apenas variações das apresentadas
anteriormente. Por exemplo, Nagel4 identifica sete grupos de funções ou
atribuições: opinativa, consultiva e informativa; investigatórias; corretivas
e cautelares; cautelares; jurisdicionais; declaratórias; e punitivas. Já Hely
Lopes Meirelles5 reduz sua análise a quatro categorias: técnico-opinativas,
verificadoras, assessoradoras e jurisdicionais administrativas.
4Apud. Lima (2011, p. 111). NAGEL, José. A fisionomia distorcida do controle externo. Revista do TCE MG,
edição nº 4, 2000.
5Apud. Lima (2011, p. 111). MEIRELES, H.L. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros
Editores, 1997.
23. (TCU – ACE 2007 – Cespe) A função judicante é expressa quando o TCU
exerce a sua competência infraconstitucional de julgar as contas de gestão dos
administradores públicos. Entretanto, no tocante às prestações de contas
apresentadas pelo governo federal, compete ao TCU apenas apreciá-las e emitir
parecer prévio, já que compete ao Congresso Nacional julgá-las, com base na
emissão do parecer emitido pela comissão mista permanente de senadores e
deputados.
Comentário: É verdade que o TCU exerce a função judicante ao julgar as
contas de gestão dos administradores públicos. A competência para tanto
está expressa na própria Constituição (art. 71, II), sendo apenas reproduzida
na LO/TCU (art. 1º, I). Portanto, a palavra infraconstitucional torna a questão
errada. Cabe lembrar que, no tocante às contas prestadas pelo Presidente da
República, o Tribunal emite parecer prévio, não vinculante, como subsídio ao
julgamento realizado pelo Congresso Nacional (CF, art. 71, I). Nesse caso, o
TCU exerce a função consultiva. Observe ainda que, além do TCU, a comissão
mista de senadores e deputados também emite parecer sobre as contas
prestadas pelo Presidente da República (CF, art. 166, §1º, I).
Gabarito: Errado
24. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) As instruções normativas destinadas aos órgãos
públicos dos Poderes Executivo e Judiciário expedidas pelo TCU no exercício de
sua competência possuem caráter orientador, podendo ser modificadas por normas
específicas, dado o princípio da autonomia dos poderes da União.
Comentário: As normas expedidas pelo TCU no exercício do seu poder
regulamentar (função normativa) possuem caráter compulsório, e não apenas
orientador, eis que obrigam os destinatários ao seu cumprimento, sob pena
de responsabilidade. É o que prevê o art. 3º da Lei Orgânica:
Art. 3° Ao Tribunal de Contas da União, no âmbito de sua competência e jurisdição,
assiste o poder regulamentar, podendo, em consequência, expedir atos e instruções
normativas sobre matéria de suas atribuições e sobre a organização dos processos
que lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob pena de
responsabilidade.
Gabarito: Errado
25. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe) Com relação aos tribunais de contas,
entre as inovações introduzidas pela LRF, encontra-se a instituição da função
cautelar de alertar os demais Poderes ou órgãos nas situações que especifique.
Comentário: Como vimos, o rol de funções que estudamos, no total de
6 Apud. Lima (2011, p. 111). DI PIETRO, M.S.Z. Direito Administrativo. 19ª edição, Atlas, 2006.
d) O julgamento das contas dos responsáveis por bens e valores públicos constitui
função corretiva dos tribunais de contas.
e) Assiste aos tribunais de contas o poder regulamentar, também chamado de
normativo, que, em certos casos, pode ir além de sua competência e jurisdição.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
(a) errada, pois a função opinativa dos tribunais de contas, como o
próprio nome já diz, não possui conteúdo vinculativo, podendo-se citar como
exemplo a emissão de parecer prévio sobre as contas do Chefe do Executivo;
(b) errada, pois a função sancionadora ocorre na aplicação - e não no
recolhimento - da multa. Ademais, quem a recolhe é o responsável, não o
Tribunal!
(c) certa, tendo como exemplo a fiscalização exercida pelo TCU nos
processos de privatização de instituições públicas federais, em que ocorre a
alienação de ativos para a iniciativa privada;
(d) errada, pois o julgamento de contas é inerente à função judicante, e
não à função corretiva. Esta, por sua vez, é exercida quando da emissão de
determinações para corrigir falhas ou impropriedades, na fixação de prazo
para o exato cumprimento da lei ou, ainda, na sustação de ato impugnado;
(e) errada, pois o poder regulamentar que assiste ao Tribunal de Contas
apenas pode ser exercido no âmbito de sua competência e jurisdição
(LO/TCU, art. 3º).
Gabarito: alternativa “c”
(TCU – ACE 2008 - Cespe) (...) discorra, de forma fundamentada e de acordo com
a Constituição Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos:
natureza jurídica do TCU;
relação entre o TCU e o Poder Legislativo;
eventual vinculação hierárquica da Corte de Contas com o Congresso
Nacional.
29. (TCU – ACE 2008 – Cespe) (...) discorra, de forma fundamentada e de acordo
com a Constituição Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos:
natureza jurídica do TCU;
relação entre o TCU e o Poder Legislativo;
eventual vinculação hierárquica da Corte de Contas com o Congresso
Nacional.
Comentário: Quanto à natureza jurídica, o TCU é tido pela maioria da
doutrina como órgão administrativo, de estatura constitucional. Sua
personalidade jurídica é a da União, sem pertencer a nenhum dos três
Poderes. Não obstante, possui capacidade postulatória, podendo figurar em
juízo ativa ou passivamente.
Por disposição constitucional, o TCU auxilia tecnicamente o Poder
Legislativo no controle externo da Administração Pública. Além disso, o TCU
está associado ao Poder Legislativo para fins orçamentários e de
responsabilidade fiscal. Todavia, não há vinculação hierárquica entre a Corte
de Contas e o Congresso Nacional. O Tribunal é órgão autônomo e
independente, pois a Constituição lhe atribui competências próprias e
privativas, assim como lhe garante autonomia funcional e financeira.
Gabarito: N/A
31. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) Com o objetivo de viabilizar a ação fiscalizadora
do TCU e impedir ingerências políticas no tribunal, foi-lhe atribuída autonomia na
gestão de seu pessoal, o que inclui autonomia para criação, transformação e
extinção de cargos e funções de seu quadro de pessoal.
Comentário: O item está errado. Em relação à criação, transformação e
extinção de cargos, o TCU apenas propõe ao Congresso Nacional, ou seja,
não cria, transforma ou extingue cargos por si só, visto que tais matérias
devem ser tratadas por lei. A autonomia do TCU reside na iniciativa privativa
para propor leis que tratem do seu quadro de pessoal. O mesmo ocorre com a
fixação da respectiva remuneração. Isso está previsto no art. 1º, XV da Lei
Orgânica:
Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, nos
termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta Lei:
XV - propor ao Congresso Nacional a criação, transformação e extinção de cargos,
empregos e funções do Quadro de Pessoal de sua Secretaria, bem como a fixação da
respectiva remuneração;
Gabarito: Errado
32. (TCE/RN – Assessor Técnico Jurídico 2009 – Cespe) O TCU faz parte do
Congresso Nacional, a quem deve auxiliar no exercício do controle externo.
Comentário: O item está errado, pois o TCU não faz parte do Congresso
Nacional, apesar de auxiliá-lo no exercício do controle externo. Com efeito, de
acordo com o posicionamento majoritário da doutrina, o TCU, assim como os
demais tribunais de contas, são órgãos autônomos e independentes, não
subordinados a nenhum outro órgão ou Poder.
Gabarito: Errado
35. (TCU – TCE 2007 – Cespe) O TCU deve auxiliar o Congresso Nacional no
exercício do controle externo e da fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta.
Comentário: Segundo o art. 70, caput da CF, a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades
da administração direta e indireta será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo. E o art. 71, caput, consagra o papel do TCU no
exercício do controle externo, qual seja, o de auxiliar o Congresso Nacional:
"O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União (...)". Não obstante, deve-se ressaltar
que o auxílio no exercício do controle externo não significa subordinação do
TCU em relação ao Congresso. O TCU possui competências próprias e
privativas, de caráter técnico, enquanto a atuação do Congresso ocorre no
campo político.
Gabarito: Certo
Por exemplo: suponha que o TCU, numa sessão em que não houve
quórum mínimo (irregularidade formal), tenha julgado irregulares as
contas de um administrador público, sem ainda lhe oferecer o direito ao
contraditório e à ampla defesa (manifesta ilegalidade). Nesse caso, o
Poder Judiciário poderá declarar nula a decisão do TCU. Entretanto, o
Judiciário não poderá proferir novo julgamento em relação às contas do
administrador, declarando-as regulares ou regulares com ressalva. A
matéria deverá ser submetida mais uma vez à apreciação do TCU e, este,
agora respeitando o devido processo legal, deverá julgá-las novamente.
Em suma, o Judiciário não apreciará o mérito, mas sim a legalidade e
a formalidade das decisões dos Tribunais de Contas, podendo anulá-las,
mas não reformá-las.
Órgão do Judiciário
Tipo de ação Contra ato do Fundamento
competente
Acórdão 42/2011-Plenário7
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão do
Plenário, diante das razões expostas pelo Relator, em:
9.1 julgar irregulares as contas do Sr. (...), condenando o responsável ao pagamento
do valor de R$ 88.500,06 (...), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da
notificação, para comprovar, perante o Tribunal, o recolhimento desses valores aos
cofres da Caixa Econômica Federal, atualizados monetariamente e acrescidos dos
juros de mora (...);
9.2. aplicar ao Sr. (...) a multa referida no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, no valor de
R$ 5.000,00 (...), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a partir da notificação, para
que comprove, perante o Tribunal, seu recolhimento aos cofres do Tesouro Nacional,
atualizada monetariamente (...);
(...)
9.5 autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, a
cobrança judicial dos valores acima, caso não atendidas as notificações, na forma da
legislação em vigor;
8 Segundo o art. 214, III do RI/TCU, é de quinze dias o prazo para o responsável provar, perante o
Tribunal, o pagamento do débito ou da multa. Esse prazo deve ser fixado no Acórdão condenatório.
Esquematizando:
36. (TCU – ACE 2007 – Cespe) Todas as manifestações das cortes de contas
têm valor e força coercitiva, entretanto, só os acórdãos condenatórios têm eficácia
de título executivo, ou seja, unicamente os processos de contas, abrangendo tanto
as contas anuais quanto as contas especiais, podem ser julgados, ensejando a
constituição de título executivo e podem ter como efeito a produção de coisa
julgada.
Comentário: As decisões dos Tribunais de Contas de que resulte débito
e/ou multa terão eficácia de título executivo (CF, art. 71, §3º). É fato que
débitos só podem ser imputados em processos de contas. Entretanto, multas
podem ser aplicadas tanto em processos de contas quanto em processos de
fiscalização. Assim, a questão é falsa ao afirmar que unicamente os
processos de contas ensejam a constituição de título executivo, pois os
processos de fiscalização também podem constituí-los, caso resultem em
multa aos responsáveis.
Além disso, também considero errada, ou no mínimo discutível, a
afirmação de que “todas as manifestações das cortes de contas têm valor e
força coercitiva”, haja vista as atribuições inerentes à função consultiva dos
Tribunais de Contas, que possuem caráter opinativo, ou seja, não vinculante.
Também não é pacífico o entendimento de que as decisões dos Tribunais
de Contas produzem efeito de coisa julgada. Alguns doutrinadores defendem
que o julgamento das contas faz coisa julgada administrativa, uma vez que a
decisão não pode ser reformada por outro órgão ou Poder; outros defendem o
contrário, pois no Brasil impera o monopólio ou unidade de jurisdição,
conferida ao Poder Judiciário, de modo que apenas decisões provenientes de
órgãos judiciais possuiriam a prerrogativa de produzir efeito de coisa julgada.
Gabarito: Errado
37. (TCU – TCE 2007 – Cespe) Considere que determinado gestor de receitas
públicas, após o devido processo legal, tenha sido condenado pelo TCU a ressarcir
o erário. Considere ainda que, na condenação, o tribunal tenha declarado
expressamente o agente responsável e o valor a ser devolvido à União. Nesse
caso, a competência para executar a decisão do tribunal é da Advocacia-Geral da
União, que deverá observar os prazos de cobrança previstos na lei, sob pena de
prescrição para atos ilícitos praticados por agente ou servidor público.
Comentário: A decisão do Tribunal da qual resulte imputação de débito
ou cominação de multa torna a dívida líquida e certa e tem eficácia de título
executivo (CF, art. 71, §3º). Nesse caso, o responsável é notificado para, no
prazo de quinze dias, recolher o valor devido (RI/TCU, 214, III). Se o
41. (TCU – Procurador 2004 – Cespe) Sempre que se julgar lesado por decisão
tomada pelo TCU, o cidadão poderá recorrer ao Poder Judiciário, mas o remédio
juridicamente adequado não será a impetração de mandado de segurança contra o
ato do tribunal, seja porque as decisões deste somente podem ser desconstituídas
mediante dilação probatória, seja porque o tribunal não poderá figurar no pólo
passivo da ação mandamental.
Comentário: A via frequentemente utilizada para pleitear amparo junto ao
STF contra decisão do TCU é o mandado de segurança, ocasiões nas quais a
Corte de Contas, que possui capacidade postulatória, figura no polo passivo
da lide.
Gabarito: Errado
Processos Auditoria P L T
administrativos e fim de verificar se a distribuição dos livros está
Operacional
programas de governo beneficiando os destinatários da forma e na
medida desejada pelo Programa.
*****
43. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) Se a decisão final do TCU resultar na aplicação
de multa a determinado gestor público, o valor correspondente a essa multa poderá
ser cobrado independentemente de inscrição na dívida ativa ou de abertura de novo
processo administrativo para a cobrança.
Comentário: O acórdão que imputa débito e/ou aplica multa possui
eficácia de título executivo extrajudicial, ou seja, ele torna a dívida líquida e
certa, sendo instrumento bastante para fundamentar a respectiva ação de
execução judicial. Ressalte-se que a eficácia de título executivo independe da
inscrição em dívida ativa, embora possa – facultativo – ser realizada pelos
órgãos executores, para fins gerenciais. Também não há necessidade de
abertura de novo processo administrativo.
Fundamento Legal:
Constituição Federal:
Art. 71 (...)
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão
eficácia de título executivo.
Lei Orgânica
Art. 23. A decisão definitiva será formalizada nos termos estabelecidos no Regimento
Interno, por acórdão, cuja publicação no Diário Oficial da União constituirá:
III - no caso de contas irregulares:
b) título executivo bastante para cobrança judicial da dívida decorrente do débito ou da
multa, se não recolhida no prazo pelo responsável;
Gabarito: Certo
44. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) No uso de sua função sancionadora, pode o
TCU, no caso de ilegalidade, fixar prazo para que o órgão ou entidade adote
providências necessárias ao exato cumprimento da lei.
Comentário: A questão está errada. A fixação de prazo para o exato
cumprimento da lei constitui atribuição da função corretiva, visto que o
objetivo dessa deliberação é corrigir a ilegalidade constatada pelo Tribunal, e
não punir o gestor. Não é por outra razão que o TCU, ao fixar prazo para o
exato cumprimento da lei, deve fazer indicação expressa dos dispositivos a
serem observados, visando ao saneamento do erro. Se o gestor observar os
dispositivos indicados pelo Tribunal e corrigir a ilegalidade, não haverá
imposição de sanção alguma.
O uso da função sancionadora ocorreria apenas em momento posterior,
na hipótese de a determinação do Tribunal não ser atendida, quando então
45. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe) Considere que o governo do estado do Rio
Grande do Sul tenha instituído subsídio para os eletrodomésticos de alta tecnologia,
reduzindo dois pontos percentuais na alíquota do imposto sobre operações relativas
à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual, intermunicipal e de comunicação (ICMS). Nessa situação, constitui
responsabilidade do TCE/RS examinar o ato de concessão do referido subsídio.
Comentário: A questão está correta. O ato de concessão do referido
subsídio constitui hipótese de renúncia de receitas, objeto da fiscalização
exercida pelos Tribunais de Contas, a teor do art. 70, caput da CF:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Gabarito: Certo
termos do art. 49, V da CF. Ademais, o Congresso Nacional, quando for o caso,
somente pode sustar os atos do Poder Executivo federal, jamais do estadual
ou municipal. Portanto, o quesito está incorreto.
Gabarito: Errado
47. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) Uma das funções precípuas do Poder
Judiciário é realizar o controle de mérito dos atos administrativos do Poder Executivo
que contribuem para o melhor interesse da sociedade.
Comentário: O quesito está errado, uma vez que o controle judicial, ao
contrário do que diz a assertiva, caracteriza-se por não realizar controle de
mérito dos atos administrativos, restringindo-se ao controle de legalidade.
Gabarito: Errado
48. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) Caso não seja empregado o mínimo de recursos
destinados a saúde e educação no DF, poderá ocorrer o controle judicial de ofício
com vistas a garantir — mediante medida cautelar — a ocorrência dos atos
administrativos necessários para o direcionamento dessa parcela do orçamento.
Comentário: Como vimos na Aula 00, o controle judicial deve ser
necessariamente provocado, ou seja, não existe controle judicial de ofício, daí
o erro do quesito.
Gabarito: Errado
49. (TCU – ACE 2005 – Cespe) De acordo com a Constituição Federal de 1988, a
fiscalização contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial do
município será exercida pelo Legislativo municipal, mediante controle externo, e
pelos sistemas de controle interno dos poderes Executivo e Legislativo municipais,
na forma da lei. Assim, o parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as
contas que o prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão
de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
Comentário: Por simetria constitucional (CF, art. 75), a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do município será
exercida pelo Legislativo municipal, mediante controle externo, conforme
art. 31 e art. 70 da CF. Em relação ao controle interno, a Carta Magna dispõe
que a fiscalização será exercida pelos sistemas de controle interno do Poder
Executivo Municipal, na forma da lei (CF, art. 31). A Constituição não fala em
sistema de controle interno Poder Legislativo Municipal, o qual está previsto
apenas na LRF (LRF, art. 59, caput). Mas como a questão inicia com “De
acordo com a Constituição (...)”, então a afirmativa está errada. Já a segunda
frase, relativa ao parecer prévio emitido sobre as contas prestadas pelo
prefeito, está correta, pois é a transcrição do art. 31, §2º, da CF.
Gabarito: Errado
51. (TCU – ACE 2007 – Cespe) A relevância do controle externo no Brasil não se
restringe aos aspectos concernentes à eficiente gestão das finanças ou à adequada
gerência administrativa do setor público. Envolve também o equilíbrio entre os
poderes na organização do Estado democrático de direito.
Comentário: O quesito está correto. A atribuição do Poder Legislativo de
exercer o controle externo da gestão pública, com o auxílio do Tribunal de
Contas, está perfeitamente alinhada com a estrutura da divisão de poderes, ou
sistema de freios e contrapesos, delineado na Constituição Federal para
restringir e limitar o poder dos governantes. Assim, o Legislativo é o
responsável por aprovar as políticas públicas, bem como as regras para a
arrecadação de receitas e a programação orçamentária da execução das
despesas, as quais devem ser seguidas e executadas majoritariamente pelo
Poder Executivo, mas também pelos responsáveis pelas unidades
administrativas dos demais Poderes, obedecendo aos princípios da legalidade,
53. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) Com referência às funções dos tribunais de
contas, bem como à natureza jurídica e à eficácia das suas decisões, assinale a
opção correta.
A) As ações de um tribunal de contas relativas às diligências para confirmar o real
benefício socioeconômico das renúncias de receitas integram a função conhecida
como investigatória, ou de fiscalização financeira, ou, ainda, simplesmente,
fiscalizadora.
B) O MP não tem legitimidade para propor ação de execução de título extrajudicial
oriundo de TCE, pois a recuperação dos valores inquinados como débitos e multas
pecuniárias só pode ser efetivada pelo próprio TCE ou pela AGU.
C) Como relator, compete ao conselheiro determinar, em caráter de urgência, que as
medidas liminares acautelatórias sejam submetidas a referendo do órgão colegiado
mediante a inclusão em pauta na sessão subsequente à decisão exarada.
D) Os tribunais de contas, como corporações administrativas autônomas que
assistem ao parlamento e ao governo, não têm subordinação a nenhum poder, ou
seja, não são órgãos do Poder Legislativo. Contudo, admite-se uma única exceção:
suas decisões podem ser reformadas pelo Conselho Nacional de Justiça, já que o
STF não tem competência para regular matéria relacionada às referidas cortes de
contas.
E) Conforme determina a CF, no particular, as decisões do TCU que impliquem
reconhecimento de débito ou imputação de multa terão eficácia de título executivo.
No entanto, com prejuízo do princípio da simetria, decisões de igual teor originárias
dos TCEs e dos TCMs não têm tal eficácia, já que as leis estaduais são silentes em
qualificar a eficácia das decisões prolatadas por esses tribunais.
Comentário:
a) CERTA. A função fiscalizadora, de modo geral, abrange toda atividade
de controle exercida pelo Tribunal de Contas, a exemplo das diligências para
confirmar o real benefício socioeconômico das renúncias de receitas.
b) ERRADA. A recuperação dos valores inquinados como débitos e
multas pecuniárias pelo TCE não é feita próprio TCE nem pela AGU, e sim pela
Procuradoria do Estado, pelas Procuradorias dos Municípios e pelos órgãos
de representação judicial das entidades da administração indireta.
c) ERRADA. As medidas cautelares são submetidas ao referendo do
colegiado independentemente de inclusão em pauta (RI, art. 32, VII).
d) ERRADA. As decisões do Tribunal de Contas não podem ser
reformadas pelo Conselho Nacional de Justiça. Na verdade, as decisões das
Cortes de Contas podem ser apreciadas pelos membros e Tribunais do Poder
Judiciário e, em caso de ilegalidade (irregularidade formal grave ou manifesta
ilegalidade), podem ser anuladas, desconstituídas, mas não propriamente
“reformadas”, no sentido de “corrigidas”.
e) ERRADA. Em razão do princípio de simetria estabelecido no art. 75 da
CF, as decisões dos TCEs e dos TCMs que resultem em imposição de débito
ou multa também possuem eficácia de título executivo.
Gabarito: alternativa “a”
54. (TCU – ACE 2006 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, pode-se
afirmar que
a) o Tribunal de Contas da União – TCU – é órgão vinculado ao Senado da
República.
b) as Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos,
que serão integrados por sete conselheiros.
c) as decisões do TCU não se submetem a controle judicial.
d) os Ministros do Tribunal de Contas da União têm as mesmas garantias,
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal.
e) a titularidade do Controle Externo, no Brasil, pertence ao Tribunal de Contas da
União.
Comentário: A alternativa “a” está errada, pois a doutrina majoritária é no
sentido de que o TCU, órgão de estatura constitucional, é autônomo e
independente, não vinculado a nenhum Poder, nos moldes do Ministério
55. (TCU - ACE 2006 - ESAF) Sobre o Controle Externo no Brasil, assinale a
opção correta.
a) Os ministros do TCU devem ser brasileiros natos.
b) Um Tribunal de Contas Estadual não poderá julgar contas relativas a município,
mesmo que este esteja dentro do território de sua Unidade da Federação.
c) Um determinado município, caso não possua Tribunal de Contas próprio, não
poderá criá-lo.
d) O auditor, ou Ministro-Substituto, do Tribunal de Contas da União é aposentado
compulsoriamente aos 75 (setenta e cinco) anos de idade.
e) Empresas de Economia Mista não se sujeitam à fiscalização do TCU.
Comentário: A alternativa “a” está errada, pois o cargo de Ministro do
TCU não está incluso no rol de cargos privativos de brasileiros natos previsto
no art. 12, §3º da Constituição.
A alternativa “b” está errada, pois o art. 31, §1º da Constituição determina
que o controle externo dos Municípios será exercido pela Câmara Municipal,
com o auxílio dos Tribunais de Contas Estaduais. Somente onde houver, o
auxílio será prestado pelos Tribunais de Contas Municipais (órgãos
municipais) ou pelos Tribunais de Contas dos Municípios (órgãos estaduais).
A alternativa “c” está correta, pois o art. 31, §4º da CF veda a criação de
novos Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. Somente as
cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro possuem um. Todavia, lembre-se
que não é vedada a criação de Tribunais de Contas dos Municípios, órgãos
técnicos estaduais responsáveis pelo controle externo de todos os municípios
do Estado.
A alternativa “d” está errada, pois o Auditor, agora oficialmente
denominado Ministro-Substituto pelo art. 1º, §2º do novo RI/TCU, equipara-se a
juiz de Tribunal Regional Federal (CF, art. 73, §4º), cuja aposentadoria
compulsória se dá aos 70 anos de idade (CF, art. 93, VI e art. 40, §1º, II).
A alternativa ”e” está errada, pois o controle externo abrange todas as
entidades da administração direta e indireta, aí incluídas as sociedades de
economia mista (CF, art. 70). O entendimento antigo do STF de que essas
entidades não se submetiam à fiscalização do TCU já foi superado.
Gabarito: alternativa “c”
56. (TCU – ACE 2006 – ESAF) O parecer prévio sobre as contas prestadas pelo
prefeito, elaborado pelo órgão auxiliar da Câmara Municipal, é meramente indicativo,
podendo ser rejeitado pelos vereadores, por decisão tomada pela maioria simples,
presentes à deliberação a maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.
Comentário: O parecer prévio emitido pelo órgão competente sobre as
contas prestadas pelo Prefeito só deixará de prevalecer por decisão de dois
terços dos membros da Câmara Municipal (CF, art. 31, §2º). Assim, é preciso
que dois terços do total de vereadores votem contrariamente ao parecer para
ele deixar de prevalecer. Não importa o quórum da sessão: o número de votos
contrários mínimos ao parecer deve ser de dois terços do total de vereadores.
Dessa forma, pode-se dizer que o parecer prévio sobre as contas do Prefeito é
quase vinculativo, e não meramente indicativo, como diz a questão.
Registre-se que a regra relativa à União e aos Estados é diferente, uma
vez que, nessas esferas, não há previsão de quórum de 2/3 para aprovar o
Decreto Legislativo sobre as contas do Chefe do Poder Executivo, estando ou
não em consonância com o parecer prévio do Tribunal de Contas.
Gabarito: Errado
57. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, tanto o
Congresso Nacional quanto os sistemas de controle interno de cada Poder podem
exercer fiscalizações da seguinte ordem, exceto:
a) Contábil.
b) Ambiental.
c) Patrimonial.
d) Operacional.
e) Financeira.
Comentário: A natureza da fiscalização exercida pelos sistemas de
controle externo e interno está expressa no art. 70, caput da Constituição
Federal:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Portanto, a Constituição Federal não prevê que os órgãos de controle
interno e externo realizem fiscalização “ambiental”, de modo que somente a
alternativa “b” está errada.
Gabarito: alternativa “b”
Comentário: A alternativa “a” está correta, de acordo com o art. 31, §1º da
CF. Lembrando que os Tribunais de Contas de âmbito estadual podem ser os
próprios Tribunais de Contas dos Estados ou ainda os Tribunais de Contas
dos Municípios, responsáveis exclusivamente pelo controle externo dos
Municípios do Estado.
A alternativa “b” está errada, pois o TC pode apreciar a legitimidade dos
atos de gestão. É certo que o controle externo de natureza política, exercido
pelo Poder Legislativo, cuja expressão mais contundente é o julgamento das
contas prestadas pelo Chefe do Executivo, pode vir a apreciar aspectos de
legitimidade, relacionados à moralidade e à impessoalidade das práticas
administrativas. Todavia, isso não exclui a possibilidade de que o Tribunal de
Contas, no exercício de suas atribuições técnicas de controle externo, também
examine a legitimidade dos atos praticados pelos gestores de recursos
públicos. Aliás, avaliações dessa natureza ocorrem frequentemente nas
fiscalizações realizadas pelo TCU. Tanto o controle político, a cargo do
Legislativo, quanto o técnico, a cargo do Tribunal de Contas, podem avaliar os
aspectos de legalidade, legitimidade e economicidade, nos termos do art. 70,
caput, da CF.
A alternativa “c” está errada, pois se refere aos controles de eficácia e
eficiência e economicidade, respectivamente. As fiscalizações de natureza
financeira, previstas no caput do art. 70 da CF, têm por objetivo verificar,
essencialmente, a arrecadação de receitas e a execução de despesas.
A alternativa “d” está errada, pois tanto as verificações de economicidade
quanto as de eficiência buscam verificar se a obra ou serviço foi realizado a
custo adequado, razoável e pertinente. É lógico que o menor custo é sempre
desejável, porém não deve haver comprometimento dos padrões de qualidade.
Por fim, a alternativa “e” está errada, pois a avaliação da relação
custo/benefício, referente aos controles de economicidade e eficiência, é tarefa
diuturnamente realizada pelos Tribunais de Contas, estando mais afeta ao
controle técnico que ao político.
Gabarito: alternativa “a”
59. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Nos termos da Constituição da República, pode o
TCU, em certos casos, apreciar elementos de discricionariedade envolvidos nos atos
da administração pública e aspectos ligados à gestão das respectivas entidades e
ao desempenho das funções destas; não precisa sempre ater-se unicamente à
conformidade desses atos com as normas jurídicas aplicáveis, sob o prisma da
legalidade.
Comentário: De acordo com o caput do art. 70 da CF, a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e
60. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Pode o TCU constituir título executivo contra
empresa privada.
Comentário: A decisão do TCU de que resulte imputação de débito e
multa terá eficácia de título executivo (CF, art. 71, §3º). Como o Tribunal pode
imputar débito e multa a empresa privada, por exemplo, caso a empresa
cometa fraude em licitação, então é correto afirmar que o TCU pode constituir
título executivo contra empresa privada.
Gabarito: Certo
61. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) A execução das decisões que resultem
em imputação de débito ou multa cabe aos tribunais de contas.
Comentário: As decisões dos tribunais de contas de que resulte
imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo (CF, art. 71,
§3º). Entretanto, a execução dessas decisões não cabe ao TC, mas sim aos
órgãos de representação judicial das entidades que tiveram os cofres lesados.
No âmbito federal, a responsabilidade por deflagrar o processo de execução
no Poder Judiciário fica a cargo da AGU ou das procuradorias próprias das
entidades.
Gabarito: Errado
62. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) A CF, ao estender aos tribunais e conselhos
de contas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios as disposições
aplicáveis no âmbito da União, destacou, como um dos aspectos objeto do controle,
a legitimidade, que envolve diversos critérios. Não faz parte dessas considerações o
exame da
a) conveniência.
b) legalidade.
c) prioridade.
d) pertinência.
e) oportunidade.
Comentário: De acordo com o caput do art. 70 da CF, a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e
entidades da União deverá ser realizada, essencialmente, tendo como foco os
seguintes critérios: legalidade, legitimidade e economicidade. Portanto,
legalidade e legitimidade são critérios distintos, o que já nos aponta o gabarito
para a alternativa “b”. Com efeito, de forma sucinta, o controle de legalidade
consiste em verificar se o ato foi praticado em conformidade com os termos e
condições previstos na lei. Já o exame de legitimidade vai além da mera
verificação das formalidades legais, adentrando em aspectos da
discricionariedade do gestor, como conveniência, oportunidade, prioridade e
pertinência, sempre que esses critérios ultrapassem a razoabilidade. Mas
lembre-se: o controle de legitimidade deve ser feito com cautela, para não
invadir os limites de atuação da administração. O órgão de controle não pode
substituir o gestor.
Gabarito: alternativa “b”
a) I, II e IV.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) II e III.
Comentário: Vejamos cada alternativa:
(c) Errada. Nos termos do art. 75, caput da CF, as normas constitucionais
que conformam o modelo federal de organização do Tribunal de Contas da
União são de observância compulsória pelas Constituições dos Estados-
membros.
(d) Certa. Também aqui é necessário o conhecimento da jurisprudência
do STF. O assunto é tratado na Súmula 347 do STF:
O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.
70. (TCE/AP – ACE 2012 – FCC) Terão eficácia de título executivo as decisões do
Tribunal de Contas
a) de que resultem imputação de débito ou multa.
b) pela regularidade da matéria julgada.
c) que determinaram o trancamento das contas.
d) sobre as prestações de contas anuais dos Prefeitos.
e) que se refiram a operações de crédito.
Comentário: Correta a alternativa “a”, nos termos do art. 71, §3º da CF:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
(...)
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles
*****
É isso, por ora ficamos por aqui. Não esqueçam que logo a seguir
ainda tem o “Resumão da Aula”. Ele pode ser uma ótima fonte de consulta
para revisar a matéria.
Bons estudos!
Erick Alves
RESUMÃO DA AULA
Sistemas de Controle na Administração Pública Brasileira: art. 70 a 75 da CF.
Sujeito ativo: Poder Legislativo (titular), auxiliado pelos TCs (sem subordinação).
Sistema de
Sujeitos passivos: todos que, de alguma maneira, administrem recursos públicos.
Controle
Externo Objeto: atos administrativos que envolvam receitas e despesas públicas, como a compra de
bens, a admissão de pessoal, arrecadação de impostos, etc
Responsabilidade pelo controle externo: depende da origem orçamentária primária dos recursos.
Controle conjunto, Sustar despesas não autorizadas; sustar contrato se verificada ilegalidade;
Congresso e TCU fiscalizar obras públicas com indícios de irregularidade grave (LDO).
Sistema de Controle Interno: mantido de forma integrada pelos Poderes (CF, art. 74), com a missão de
apoiar o controle externo e assessorar a autoridade administrativa. Não há relação hierárquica entre
controle externo e controle interno, há complementaridade.
Funções Exemplos
Judicante Julgar as contas dos administradores públicos ou daqueles que causarem dano ao erário.
Consultiva Emitir parecer prévio sobre as contas do Chefe do Executivo; responder a consultas.
Informativa Prestar informações solicitadas pelo Congresso Nacional; informações à Justiça Eleitoral.
Decisões podem ser anuladas pelo Judiciário, apenas nos casos de vício
formal ou ilegalidade manifesta. Não podem ser reformadas;
1. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Considerando controle externo como aquele realizado por
órgão não-pertencente à estrutura do produtor do ato a ser controlado, é correto afirmar que,
no Brasil, o TCU não é o único componente do poder público encarregado daquela
modalidade de controle.
4. (TCU – TCE 2007 – Cespe) O TCU deve auxiliar o Congresso Nacional no exercício
do controle externo e da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta.
8. (TCU – AUFC 2009 – Cespe) No exame das contas prestadas anualmente pelo
presidente da República, o TCU, ao verificar irregularidades graves, poderá impor sanções
ao chefe do Poder Executivo, sem prejuízo da apreciação dessas mesmas contas pelo
Congresso Nacional.
(TCU – ACE 2008 – Cespe) Com relação aos conceitos e à legislação aplicáveis ao controle
externo e às instituições fiscalizadoras, julgue os itens a seguir:
11. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) O TCE/ES caracteriza-se por atuar no controle
externo e tem o poder de julgar as contas no que se refere a aspectos como legalidade,
eficácia, efetividade e economicidade.
13. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) A competência do sistema de controle interno nos
poderes da União restringe-se ao exercício do controle sobre entidades da administração
pública direta, indireta, fundacional e autárquica.
14. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) Acerca dos controles interno e externo
da administração pública, assinale a opção correta.
a) O controle externo, hierarquicamente superior ao controle interno, atua sobre a totalidade
da administração pública e é exercido pelos que representam, por delegação, a sociedade
politicamente organizada.
b) Cabe ao controle interno auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas
anualmente pelo presidente da República.
c) O controle interno feito por meio de auditoria a fim de acompanhar a execução do
orçamento tem por objetivo verificar a legalidade na aplicação do dinheiro público e auxiliar
o tribunal de contas no exercício de sua missão institucional.
d) O controle interno permite verificar se a administração respeitou disposições imperativas
no exercício de suas atribuições, não se caracterizando como um controle de mérito.
e) O controle externo, efetivado por órgão pertencente à estrutura do ente responsável pela
atividade controlada, abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais, inconvenientes e
inoportunos.
16. (TCE/RO – Analista 2013 – Cespe) A fiscalização do município é exercida pelo Poder
Legislativo estadual, mediante controle externo.
19. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe, adaptada) Os TCEs devem ser integrados por
conselheiros em número definido nas respectivas constituições estaduais, que, no entanto,
não pode ultrapassar o número de ministros do TCU.
20. (TCE/TO – ACE 2008 – Cespe) Nas funções de controle externo de âmbito municipal,
os tribunais de contas dos estados (TCEs):
a) são auxiliados pelas câmaras municipais.
b) atuam de forma coordenada com os tribunais de contas de cada município.
c) emitem parecer prévio, mas não-conclusivo, sobre as contas do prefeito, pois pode ser
rejeitado pela câmara municipal.
d) fiscalizam o limite de gastos totais dos respectivos legislativos.
e) devem restringir-se aos aspectos de natureza estritamente legal, em respeito à autonomia
político-administrativa dos municípios.
21. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) Acerca da natureza dos tribunais de contas e
do exercício de suas missões institucionais, julgue o item seguinte: No exercício de suas
atribuições, cabe aos tribunais de contas dos estados e, quando for o caso, dos municípios
solicitar aos governadores estaduais a intervenção em determinado município.
22. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) (...) redija um texto dissertativo acerca dos sistemas de
controle na administração pública, em conformidade com a Constituição Federal de 1988.
Ao elaborar seu texto, discorra sobre os mecanismos de controle inseridos no ordenamento
constitucional, abordando, necessariamente, a classificação doutrinária quanto aos
seguintes aspectos:
< momento em que se realiza;
< órgãos responsáveis pelo seu exercício;
< natureza ou tipo de controle.
24. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) As instruções normativas destinadas aos órgãos
públicos dos Poderes Executivo e Judiciário expedidas pelo TCU no exercício de sua
competência possuem caráter orientador, podendo ser modificadas por normas específicas,
dado o princípio da autonomia dos poderes da União.
25. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe) Com relação aos tribunais de contas, entre as
inovações introduzidas pela LRF, encontra-se a instituição da função cautelar de alertar os
demais Poderes ou órgãos nas situações que especifique.
26. (TCE-ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) Na CF, o controle externo
foi consideravelmente ampliado. Nesse sentido, as funções que os TCs desempenham
incluem a
a) sancionatória, quando se aprovam as contas dos dirigentes e responsáveis por bens e
valores públicos.
b) de julgamento, quando se emite parecer prévio sobre as contas anuais dos chefes de
poder ou órgão.
c) de ouvidor, quando se respondem e esclarecem as dúvidas de servidores sobre a
aplicação da legislação orçamentária e financeira.
d) corretiva, quando se aplicam multas e outras penalidades aos responsáveis por
irregularidades.
e) de fiscalização financeira, quando se registram os atos de admissão do pessoal efetivo.
28. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) Considerando as funções dos tribunais de contas,
assinale a opção correta.
a) A função opinativa dos tribunais de contas se reveste de conteúdo vinculativo.
b) A função sancionadora ocorre quando os tribunais de contas, por exemplo, efetuam
recolhimento da multa proporcional ao débito imputado.
c) A função de fiscalização dos tribunais de contas compreende as ações relativas ao
exame e à realização de diligências relacionadas a recursos de alienação dos ativos.
d) O julgamento das contas dos responsáveis por bens e valores públicos constitui função
corretiva dos tribunais de contas.
29. (TCU – ACE 2008 - Cespe) (...) discorra, de forma fundamentada e de acordo com a
Constituição Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos:
natureza jurídica do TCU;
relação entre o TCU e o Poder Legislativo;
eventual vinculação hierárquica da Corte de Contas com o Congresso Nacional.
30. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) O TCU é órgão vinculado e subordinado ao Poder
Legislativo.
31. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) Com o objetivo de viabilizar a ação fiscalizadora do TCU
e impedir ingerências políticas no tribunal, foi-lhe atribuída autonomia na gestão de seu
pessoal, o que inclui autonomia para criação, transformação e extinção de cargos e funções
de seu quadro de pessoal.
32. (TCE/RN – Assessor Técnico Jurídico 2009 – Cespe) O TCU faz parte do
Congresso Nacional, a quem deve auxiliar no exercício do controle externo.
33. (TCE/RN – Assessor Técnico Jurídico 2009 – Cespe) Na prestação de auxílio para
o exercício do controle externo, os TCs não estão subordinados operacional nem
administrativamente às casas legislativas.
34. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) De acordo com o princípio de autotutela e o sistema de
controle existente, o Tribunal de Contas da União e o TCDF estão vinculados por uma
relação de hierarquia, visando garantir o emprego efetivo do recurso público.
35. (TCU – TCE 2007 – Cespe) O TCU deve auxiliar o Congresso Nacional no exercício
do controle externo e da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta.
36. (TCU – ACE 2007 – Cespe) Todas as manifestações das cortes de contas têm valor e
força coercitiva, entretanto, só os acórdãos condenatórios têm eficácia de título executivo,
ou seja, unicamente os processos de contas, abrangendo tanto as contas anuais quanto as
contas especiais, podem ser julgados, ensejando a constituição de título executivo e podem
ter como efeito a produção de coisa julgada.
37. (TCU – TCE 2007 – Cespe) Considere que determinado gestor de receitas públicas,
após o devido processo legal, tenha sido condenado pelo TCU a ressarcir o erário.
Considere ainda que, na condenação, o tribunal tenha declarado expressamente o agente
responsável e o valor a ser devolvido à União. Nesse caso, a competência para executar a
decisão do tribunal é da Advocacia-Geral da União, que deverá observar os prazos de
cobrança previstos na lei, sob pena de prescrição para atos ilícitos praticados por agente ou
servidor público.
39. (TCU – TCE 2007 – Cespe) O TCU tem atribuições de natureza administrativa; porém,
quando julga as contas dos gestores e demais responsáveis por bens e valores públicos,
exerce sua natureza judicante. Mesmo assim, não há consenso na doutrina quanto à
natureza do tribunal.
40. (TCU – ACE 2004 – Cespe) De acordo com a doutrina, a condenação de gestor
público por parte do TCU constitui título executivo de natureza judicial, por força da
competência conferida pelo art. 71 da Constituição àquele órgão, para julgar contas de
pessoas responsáveis por dinheiro público.
41. (TCU – Procurador 2004 – Cespe) Sempre que se julgar lesado por decisão tomada
pelo TCU, o cidadão poderá recorrer ao Poder Judiciário, mas o remédio juridicamente
adequado não será a impetração de mandado de segurança contra o ato do tribunal, seja
porque as decisões deste somente podem ser desconstituídas mediante dilação probatória,
seja porque o tribunal não poderá figurar no pólo passivo da ação mandamental.
42. (TCE-ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) O julgamento das contas
dos administradores e responsáveis é atribuição peculiar dos TCs, de acordo com a CF.
Como órgãos especializados no julgamento das contas, suas decisões não estão sujeitas a
revisão do Poder Judiciário, salvo quando
a) houver observância do devido processo legal.
b) o mérito da decisão envolver questões atinentes à legitimidade dos atos praticados pelos
administradores e responsáveis.
c) o MP representar contra decisão de mérito do TC.
d) a decisão alterar o entendimento do TC até então vigente.
e) houver vício de forma, como, por exemplo, a inobservância de direitos e garantias
individuais.
43. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) Se a decisão final do TCU resultar na aplicação de
multa a determinado gestor público, o valor correspondente a essa multa poderá ser
cobrado independentemente de inscrição na dívida ativa ou de abertura de novo processo
administrativo para a cobrança.
44. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) No uso de sua função sancionadora, pode o TCU, no
caso de ilegalidade, fixar prazo para que o órgão ou entidade adote providências
necessárias ao exato cumprimento da lei.
45. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe) Considere que o governo do estado do Rio Grande do
Sul tenha instituído subsídio para os eletrodomésticos de alta tecnologia, reduzindo dois
pontos percentuais na alíquota do imposto sobre operações relativas à circulação de
46. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados
suspender os atos dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal caso estes tenham
exorbitado os limites do poder regulamentar das leis expedidas pelos respectivos órgãos
legislativos.
47. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) Uma das funções precípuas do Poder Judiciário é
realizar o controle de mérito dos atos administrativos do Poder Executivo que contribuem
para o melhor interesse da sociedade.
48. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) Caso não seja empregado o mínimo de recursos
destinados a saúde e educação no DF, poderá ocorrer o controle judicial de ofício com
vistas a garantir — mediante medida cautelar — a ocorrência dos atos administrativos
necessários para o direcionamento dessa parcela do orçamento.
49. (TCU – ACE 2005 – Cespe) De acordo com a Constituição Federal de 1988, a
fiscalização contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial do município será
exercida pelo Legislativo municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle
interno dos poderes Executivo e Legislativo municipais, na forma da lei. Assim, o parecer
prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
Municipal.
51. (TCU – ACE 2007 – Cespe) A relevância do controle externo no Brasil não se
restringe aos aspectos concernentes à eficiente gestão das finanças ou à adequada
gerência administrativa do setor público. Envolve também o equilíbrio entre os poderes na
organização do Estado democrático de direito.
53. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) Com referência às funções dos tribunais de contas,
bem como à natureza jurídica e à eficácia das suas decisões, assinale a opção correta.
A) As ações de um tribunal de contas relativas às diligências para confirmar o real benefício
socioeconômico das renúncias de receitas integram a função conhecida como investigatória,
ou de fiscalização financeira, ou, ainda, simplesmente, fiscalizadora.
B) O MP não tem legitimidade para propor ação de execução de título extrajudicial oriundo
de TCE, pois a recuperação dos valores inquinados como débitos e multas pecuniárias só
pode ser efetivada pelo próprio TCE ou pela AGU.
C) Como relator, compete ao conselheiro determinar, em caráter de urgência, que as
medidas liminares acautelatórias sejam submetidas a referendo do órgão colegiado
mediante a inclusão em pauta na sessão subsequente à decisão exarada.
D) Os tribunais de contas, como corporações administrativas autônomas que assistem ao
parlamento e ao governo, não têm subordinação a nenhum poder, ou seja, não são órgãos
do Poder Legislativo. Contudo, admite-se uma única exceção: suas decisões podem ser
reformadas pelo Conselho Nacional de Justiça, já que o STF não tem competência para
regular matéria relacionada às referidas cortes de contas.
E) Conforme determina a CF, no particular, as decisões do TCU que impliquem
reconhecimento de débito ou imputação de multa terão eficácia de título executivo. No
entanto, com prejuízo do princípio da simetria, decisões de igual teor originárias dos TCEs e
dos TCMs não têm tal eficácia, já que as leis estaduais são silentes em qualificar a eficácia
das decisões prolatadas por esses tribunais.
54. (TCU – ACE 2006 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, pode-se afirmar que
a) o Tribunal de Contas da União – TCU – é órgão vinculado ao Senado da República.
b) as Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão
integrados por sete conselheiros.
c) as decisões do TCU não se submetem a controle judicial.
d) os Ministros do Tribunal de Contas da União têm as mesmas garantias, prerrogativas,
impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
e) a titularidade do Controle Externo, no Brasil, pertence ao Tribunal de Contas da União.
56. (TCU – ACE 2006 – ESAF) O parecer prévio sobre as contas prestadas pelo prefeito,
elaborado pelo órgão auxiliar da Câmara Municipal, é meramente indicativo, podendo ser
rejeitado pelos vereadores, por decisão tomada pela maioria simples, presentes à
deliberação a maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.
57. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, tanto o Congresso
Nacional quanto os sistemas de controle interno de cada Poder podem exercer fiscalizações
da seguinte ordem, exceto:
a) Contábil.
b) Ambiental.
c) Patrimonial.
d) Operacional.
e) Financeira.
60. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Pode o TCU constituir título executivo contra empresa
privada.
61. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) A execução das decisões que resultem em
imputação de débito ou multa cabe aos tribunais de contas.
62. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) A CF, ao estender aos tribunais e conselhos de
contas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios as disposições aplicáveis no
âmbito da União, destacou, como um dos aspectos objeto do controle, a legitimidade, que
envolve diversos critérios. Não faz parte dessas considerações o exame da
a) conveniência.
b) legalidade.
c) prioridade.
d) pertinência.
e) oportunidade.
a) I, II e IV.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) II e III.
67. (TCE/GO – Analista 2009 – FCC) De acordo com o art. 71 da Constituição Federal de
1988, compete ao Tribunal de Contas da União, no exercício do controle externo, realizar
inspeções e auditorias de diversas naturezas. Supondo que o Tribunal de Contas realize
auditoria em uma entidade pública com a finalidade de confirmar os valores apresentados
nas demonstrações financeiras, ele está realizando uma auditoria
(A) contábil.
68. (TCE/GO – Auditor 2007 – ESAF) Sobre o controle externo, a cargo do Congresso
Nacional, exercido com o auxílio do Tribunal de Contas, assinale a opção correta.
a) Pode a Constituição estadual atribuir competência exclusiva à Assembléia Legislativa
para julgar as contas do Poder Legislativo, do Tribunal de Contas, do Tribunal de Justiça e
das Mesas Diretoras das Câmaras Municipais.
b) Ofende a Constituição da República dispositivo da Constituição Estadual que submeta o
Tribunal de Contas a controle financeiro e orçamentário pelo Poder Legislativo.
c) As normas constitucionais, que conformam o modelo federal de organização do Tribunal
de Contas da União, não são de observância compulsória pelas Constituições dos Estados-
membros, podendo as Constituições Estaduais regular o assunto de acordo com a realidade
regional.
d) O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade de leis e atos normativos do poder público.
e) As decisões definitivas dos Tribunais de Contas, no exercício de sua competência com
jurisdição nacional, não estão sujeitas a controle pelo Poder Judiciário, somente pelo Poder
Legislativo.
69. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC) As decisões finais do Tribunal de Contas do Estado
de Sergipe de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo,
(A) desde que haja inscrição na dívida pública.
(B) independentemente de inscrição em dívida pública.
(C) se envolverem valores maiores que vinte salários mínimos.
(D) salvo as referentes a admissões de pessoal, aposentadorias e pensões.
(E) desde que tomadas por órgão colegiado por votação unânime.
70. (TCE/AP – ACE 2012 – FCC) Terão eficácia de título executivo as decisões do
Tribunal de Contas
a) de que resultem imputação de débito ou multa.
b) pela regularidade da matéria julgada.
c) que determinaram o trancamento das contas.
d) sobre as prestações de contas anuais dos Prefeitos.
e) que se refiram a operações de crédito.
*****
GABARITO
2) C 3) E 4) C 5) E 6) C
1) C
8) E 9) C 10) C 11) C 12) b
7) C
14) c 15) C 16) E 17) E 18) E
13) E
20) d 21) E 22) - 23) E 24) E
19) E
26) e 27) C 28) c 29) - 30) E
25) C
32) E 33) C 34) E 35) C 36) E
31) E
38) E 39) C 40) E 41) E 42) e
37) E
44) E 45) C 46) E 47) E 48) E
43) C
50) E 51) C 52) b 53) a 54) b
49) E
56) E 57) B 58) A 59) C 60) C
55) c
62) b 63) c 64) c 65) c 66) b
61) E
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Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo. 13ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007.
Almeida, G. H. de la Roque. Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União anotada:
normativos correlatos. Belo Horizonte: Fórum, 2006.
Aguiar, A. G. Aguiar, M. P. O Tribunal de Contas na ordem constitucional. 2 ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2008.
Aguiar, U.D. Albuquerque, M.A.S. Medeiros, P.H.R. A administração Pública sob a
perspectiva do controle externo. Belo Horizonte: Fórum, 2011.
Chaves, F.E.C. Controle externo da gestão pública: a fiscalização pelo Legislativo e
pelos Tribunais de Contas. 2 ed. Niterói: Impetus, 2009.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 20ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007.
Lima, L.H. Controle externo: teoria, jurisprudência e mais de 500 questões. 4 ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2011.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 35 ed. São Paulo: Malheiros, 2009.