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RESUMO
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BACHAREL EM TURISMO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO. JOICEYUKARI@GMAIL.COM (AUTORA)
ESTE ARTIGO É PARTE DA MONOGRAFIA, ENTITULADA " LAZER E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PARQUE ESTADUAL DO
ITACOLOMI: EM BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA", DEFENDIDA NO CURSO DE TURISMO DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DE OURO PRETO, EM 2007, SOB ORIENTAÇÃO DA PROFA. DRA. MARIA CRISTINA ROSA. DRA. EM EDUCAÇÃO
(UNICAMP), MESTRE EM EDUCAÇÃO FÍSICA (UNICAMP) E GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA. PROFESSORA NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO. M.CROSA@BOL.COM.BR
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HISTÓRIA AMBIENTAL & TURISMO
Vol. 4 - Nº 1 - Maio 2008
ISSN: 1808-558X
www.periodicodeturismo.com.br
ABSTRACT
This research studies the environmental education and the leisure in the Parque Estadual do
Itacolomi, MG, as well as the ouropretena’s community relation with the same. The mains
objectives are: to study the PEIT as a leisure equipment pointing out it’s importance to the
community and the tourist. Direct observations were accomplished in the scheduled and
unscheduled visits as well as semi-structured interviews with employees, visitors and people
from the community. It observes that the leisure, as an educative practice, associated to the
environmental education, contributes to the citizen’s formation and social and personal
development. It realizes that the recognition of the park as a leisure equipment is a way to the
re-approach of the community to the park, affirming nevertheless the relevance that the
Itacolomi has to the place’s history and the important role of the community for its
preservation.
INTRODUÇÃO
Ouro Preto faz parte de uma região privilegiada, quando falamos de natureza, com
belas serras, contemplada com cachoeiras, trilhas para caminhadas e belezas cênicas. Um dos
principais representantes de toda a beleza natural do lugar é o Parque Estadual do Itacolomi,
importante elemento da paisagem e na história de Ouro Preto, pois o Pico do Itacolomi,
localizado em sua área, foi referência geográfica para os bandeirantes que chegaram à região
no século XVII, em busca do ouro.
Esta pesquisa enfoca o Parque Estadual do Itacolomi (PEIT), unidade de conservação
com vocações para o ecoturismo, lazer e educação ambiental (EA), destacando a interação da
comunidade da cidade de Ouro Preto com o parque.
O PEIT é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, criado em 14 de junho
de 1967. Segundo a lei nº. 9.985, de 18 de julho de 2000, a UC é um
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É gerenciado pelo Instituto Estadual de Floresta (IEF), que preza pela sua conservação
e manutenção, e pela Fundação Educativa de Rádio e TV de Ouro Preto (FEOP), que gerencia
juntamente com o IEF o seu uso público. Ocupa um espaço de 7.543 hectares, estando situado
em Ouro Preto e Mariana, MG. Sua área apresenta uma transição entre cerrado e mata
atlântica. Possui várias cachoeiras, trilhas e infra-estrutura para receber visitantes composta
por portaria, setor de credenciamento, centro do visitante, banheiros e restaurante.
Visado especialmente por seu potencial ecoturístico, contemplado pela Mata Atlântica,
pelo cerrado, campo rupestre, afloramentos rochosos, e nascentes, o PEIT vem recebendo
desde 1991, com a criação da portaria, toda a infra-estrutura para o turismo e para se tornar
um completo equipamento de lazer.
Analisando-o como equipamento de lazer, este trabalho buscou compreender as
formas de uso do parque desde o século XVII até os dias de hoje, valorizando os trabalhos de
educação ambiental realizados e as possíveis relações entre o lazer e a educação, além de
ressaltar a importância da inclusão da comunidade no parque.
Os objetivos da pesquisa foram estudar o Parque Estadual do Itacolomi como
equipamento de lazer, apontando sua importância para a comunidade ouropretana e para o
turista; ressaltar a importância do trabalho de educação ambiental e as possíveis relações com
o lazer; relevar o valor do lazer como prática educativa para ser desenvolvido no parque e, a
partir das melhorias no Projeto de Turismo (PROTUR), já implantado no PEIT, contribuir
para que o parque se consolide como atrativo ecoturístico e espaço de lazer, propondo uma
maior interação da população local com o parque.
Para tanto, foi realizada uma pesquisa que pode ser caracterizado como qualitativa. As
amostras não foram escolhidas estatisticamente e, sim, por meio de contatos com alguns
sujeitos considerados essenciais para o estudo da relação do Parque Estadual do Itacolomi
como equipamento de lazer, com os trabalhos de educação ambiental, com seus visitantes e da
comunidade que vive em seu entorno.
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O PEIT foi escolhido como estudo de caso pela relação que a pesquisadora já possuía
com o parque e com o trabalho de educação ambiental ali desenvolvido. Dessa afinidade
surgiram indagações sobre as relações observadas entre o lazer e a educação desenvolvidos
nas atividades e entre a comunidade autóctone e o parque.
Dessa experiência surgiu um afeto, pois o sentimento de pertencimento foi aflorado. A
partir desse sentimento a pesquisa surgiu a fim de questionar o lazer e a educação, o parque e
a comunidade, o ecoturismo e o parque, questões que nos aproximaram dos sujeitos
observados.
Assim, por toda a pesquisa não pudemos nos desvincular, enquanto pesquisadora dos
sujeitos que observamos, tornando a aproximação pesquisador e pesquisados essencial para o
estudo.
Essa relação, por exemplo, foi percebida por nós, quando, durante as observações
realizadas no PEIT, não nos afastamos do momento pesquisado, e interagimos a todo instante
com os sujeitos e atividades que estávamos estudando. Assim, enquanto pesquisadoras nos
tornamos sujeitos da pesquisa, sem desviar-nos do principal objetivo, estudar as relações e as
atividades ali exercidas.
Os primeiros passos da pesquisa foram os levantamentos bibliográficos realizados.
São tantas informações e autores que, no primeiro momento, houve a impressão de que a
pesquisa seria longa e complexa. A impressão não foi embora, mas com o tempo e com o
estudo dos autores, com os quais dialogamos neste trabalho, a pesquisa tornou-se mais clara,
fazendo com que o interesse pelo estudo ganhasse um fôlego.
Depois realizamos a pesquisa documental nos arquivos do próprio parque, nos quais
reunimos alguns projetos do PEIT e documentos que relatavam a história do parque e as
formas de uso, desde o século XVII, quando os primeiros bandeirantes chegaram na região.
Nesse momento percebemos o quanto a história do parque aproximava-se da história de
muitas famílias de Ouro Preto, mas que não possuem mais um vínculo forte com parque.
Nessa hora, a pesquisa foi enriquecida com a realização da entrevista semi-estruturada a nós
concedida pelo senhor Antônio, um morador da cidade, que hoje reside no centro urbano, mas
cresceu dentro das dependências do parque e possui uma grande relação de afetividade com o
PEIT.
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Vale a pena ressaltar que o senhor Antônio surgiu nessa pesquisa por uma
coincidência da vida. Em uma tarde, estando em uma vidraçaria para encomendar um quadro
de fotos, das quais uma delas registrava um cenário do parque, o senhor Antônio, encantado
com a imagem, perguntou que lugar era aquele. Quando soube que aquela foto havia sido
registrada no PEIT, a emoção veio à tona e ele compartilhou a sua história vivida no parque.
Naquele momento, percebemos que ele era um sujeito que iria compor a alma do trabalho.
Desprovidas de um material que nos ajudasse a colher tantas informações, voltamos em um
outro dia para realizar a entrevista, que o senhor nos concedeu com muita alegria. Nessas
ocasiões, o prazer pela pesquisa crescia ao constatar o sentimento que o parque refletia não
somente na pesquisadora, como nos sujeitos pesquisados.
Procurando fatos que poderiam explicar o porquê do distanciamento que a
comunidade viveu do parque, fomos até a 8ª Companhia Independente da Polícia Militar da
cidade de Ouro Preto buscar o levantamento de índices de ocorrências registradas com os
freqüentadores do parque. Sem sucesso, a pesquisa foi impossibilitada depois de algumas
semanas a procura de alguém que pudesse nos autorizar a investigação. Com a ajuda de um
membro da PM, constatamos que a polícia da cidade não arquivava os boletins de ocorrência
nas suas dependências, enviando-os para Belo Horizonte. A pesquisa que ainda poderia ser
realizada em Belo Horizonte foi inviabilizada porque, provavelmente, esses documentos já
não existiam mais, pois são incinerados.
Com essa impossibilidade, fomos buscar em outros sujeitos as questões que não
puderam ser respondidas naquele momento, além de outras indagações que acrescentariam
valor a pesquisa. E assim elaboramos entrevistas semi-estruturadas para funcionários que
trabalham no PEIT e para visitantes que encontraríamos durante as observações de campo.
Tínhamos a expectativa da interação desses sujeitos com a pesquisa por estarem uns
trabalhando e convivendo com as questões levantadas e outros por visitar o PEIT.
Com intuito de levantar dados sobre o comprometimento da população com a natureza
e sua conservação, entrevistamos também a comunidade ouropretana diante do parque, do
turismo e de seu interesse em ser agente ativo na busca da defesa do seu patrimônio, no caso,
o Parque Estadual do Itacolomi.
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parque e do seu duplo aspecto educativo, afirmando que tão importante quanto a educação
pelo lazer é a educação para o lazer.
A região do Parque Estadual do Itacolomi faz parte da história das Minas Gerais desde
seu descobrimento pelos primeiros bandeirantes que lá chegaram e encontraram o precioso
metal: o ouro. (RELATÓRIO TERRA , 2004)
Aos pés do Itacolomi, que viu a cidade crescer e passar por tantas transformações até
chegar aos dias de hoje, a história de Ouro Preto começa afirmando o grande valor histórico
que o parque tem para a comunidade no final do século XVII, início do XVIII.
É importante destacar que, desde o século XVII, a área do parque já era utilizada pelo
homem e passou a ser mais vigorosamente utilizada a partir de 1693, quando a Bandeira de
Antônio Rodrigues de Arzão encontrou ouro pela primeira vez na região e, em 1698, a
Bandeira de Antônio Dias avista o Pico do Itacolomi, que passou a ser um marco referencial
para a região (RELATÓRIO TERRA, 2004).Dessa forma, intensificou-se o uso do espaço,
que hoje constitui o PEIT, como uma área de passagem para as bandeiras que chegavam em
busca do ouro.
Entre 1706 e 1708 foi construída, na área do PEIT, pelo 2° Guarda–Mor da Capitania
de Minas, Domingos Bueno, a Casa Bandeirista, que servia para o recolhimento do imposto
“Quinto” sobre o ouro retirado das minas, além de ser uma área de descanso para os viajantes
que ali passavam e podiam “amarrar” seus burros para descansar. Acredita-se que essa casa
foi o primeiro prédio público de Minas Gerais (RELATÓRIO TERRA, 2004).
A história do PEIT deixa vestígios sobre a utilização de seu espaço desde o
descobrimento das Minas e hoje, além de ser um espaço de lazer, é um marco para a história
de famílias que vivem em Ouro Preto e que, muitas vezes, não se apropriam do parque como
patrimônio.
Independente de correntes que defendem ou não a existência do lazer antes da
Revolução Industrial , é importante destacarmos que desde o século XVII a área do parque era
utilizada tanto para o trabalho, quanto para o descanso, fato que acrescenta conhecimento ao
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trabalho que considera o parque durante toda a sua existência como espaço importante para a
comunidade, seja como espaço de trabalho ou como espaço de lazer.
Ao final do ciclo do ouro, a fazenda perde sua importância social, deixando assim um
“vazio” de relatos históricos sobre essa área, mas, ao ter sua área transformada em uma
grande fazenda, denominada Fazenda do Manso, passa a produzir chá preto, que era
exportado para outros países, dando nova vida ao lugar.
Para este trabalho, mais importante que a atividade do plantio, é como as pessoas que
trabalhavam na fazenda faziam uso do espaço e do tempo.
Os acontecimentos que ocorriam na fazenda na visão de um dos entrevistados, Sr.
Antônio, são todos interligados e não havia tempos e espaços distintos para as atividades.
Segundo Rosa (2004, p.66), “nas sociedades rurais, trabalho, não trabalho, diversão, religião,
etc., estão relacionados, não ocorrendo uma divisão rígida, portanto”.
Se considerarmos que a área do parque foi por muitos anos, principalmente no século
XX, com a produção do chá, um espaço de trabalho, temos que considerar os momentos do
tempo disponível que esses trabalhadores tinham e muitos deles passavam esse tempo dentro
da fazenda, no mesmo espaço de trabalho, mas utilizando-o de outras formas, como para
festas, leilões, pesca. O espaço de trabalho tornava-se por vezes o espaço de lazer. As crianças
que residiam com seus pais na fazenda ou que os acompanhavam durante o trabalho
utilizavam o espaço para suas brincadeiras, transformando o espaço de trabalho de seus pais
em um espaço para o lúdico.
Considerando o começo do século XX, não era comum as pessoas que trabalhavam
e/ou residiam no parque freqüentarem os espaços de lazer da cidade, como relata o Sr.
Antônio, assim o parque era o espaço de lazer para os trabalhadores da fazenda. E nesse
espaço de lazer foram relacionados dois pontos essenciais estudados nesse trabalho: o lazer e
a natureza (meio ambiente do parque).
Com as várias formas de utilização do tempo e do espaço do parque durante todos
esses anos, inclusive para o lazer, estabeleceu-se uma relação muito forte com a comunidade.
Mas essa relação hoje, também modificou-se, pois a comunidade já não freqüenta o parque
com a mesma assiduidade. Acreditamos que muitos fatores levaram a relação comunidade-
parque a chegar nesse estado de afastamento, mas acreditamos também que isso pode ser
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pois ocorre no mesmo espaço de trabalho. Bahia (2006, p. 41), ressalta uma importante
contribuição para esse tempo e esse espaço:
No entanto, o lazer sempre esteve presente nas atividades do parque, mesmo que não
fosse o fim principal, já sinalizando que o espaço tinha potencialidades para se transformar
em um equipamento de lazer.
Mais tarde, quando o local deixou de ser passagem das minas e fazenda de plantações
de chá, perdendo assim seu caráter de espaço de trabalho, o abandono fez com que muito do
patrimônio fosse perdido pela devastação do tempo, da má conservação e de ações do homem.
Mas um importante fenômeno observado foi que a população estabeleceu uma aproximação
com o parque. Utilizando-o como equipamento de lazer, principalmente os jovens que
realizavam caminhadas até o Pico do Itacolomi, acampavam na área da fazenda e utilizavam
as águas das represas para banhar-se. Procuravam por lá a liberdade não encontrada mais na
cidade, a fuga do urbano, a aventura e os desafios da natureza.
Em 1995 o IEF compra, através de recursos da Taxa Florestal, a Fazenda do Manso.
Toda a área de 7543 hectares do parque passa a pertencer ao Estado, que instala na sede da
fazenda, há pouco comprada, a administração e funcionários que deveriam zelar pela
conservação e pelo bom uso do local (RELATÓRIO DIPUC, 2004), mas percebe-se desde
então o afastamento da comunidade do parque.
As causas desse afastamento não são ainda pesquisadas a fundo, e acreditamos que
vários fatores podem ter contribuído, como: a taxa de visitação e o controle da visita, o que
muitas vezes pode ser considerado um ato inibidor para quem procura a natureza e a
liberdade.
Algumas reformas foram realizadas nas dependências do parque até que, em primeiro
maio de 2004, acontece a sua abertura oficial para a visitação pública. Neste momento, o
PROTUR, que tem administração compartilhada entre IEF e FEOP, implanta a monitoração
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Werneck (2003) em seu estudo considera que o lazer pode ser identificado pelo tempo
em que as pessoas têm para usufruí-lo, ações e atitudes diante desse tempo, pelas
manifestações culturais que podem ocorrer e pelo espaço/lugar em que ele ocorre e a
recreação, como atividades que organizam esse tempo, espaço, ações e manifestações, pode
ser considerada como um meio eficiente de educação. Por isso entendemos que o PEIT, além
de um espaço para recreação em contato com a natureza, é um espaço de lazer.
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Vale dizer que o turismo pode trazer benefícios para uma unidade de conservação.
Boo , apud Serrano (2001, p.111), destaca seis pontos relevantes para essa relação:
- a possibilidade de uma maior integração das Ucs com comunidades locais e com a
sociedade mais ampla;
- a circulação de informação ambiental por meio de programas educativos e da
própria visitação;
- o aumento da oferta regional de espaços de recreação e lazer;
- a adesão de visitantes às tarefas de fiscalização;
- a facilidade do controle sobre grupos organizados;
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[...] apesar das suas potencialidades, a atividade turística não tem vindo
acompanhada de um planejamento adequado, não tem propiciado espaço para uma
participação da população adequado, não tem propiciado o entrosamento entre os
vários segmentos sociais envolvidos.
Assim, a educação e o lazer aparecem em nosso trabalho como atividades vitais para o
planejamento do ecoturismo no Parque Estadual do Itacolomi. Trabalhados simultaneamente
podem trazer bons resultados para a efetivação do parque como equipamento de lazer para
ecoturistas e para a comunidade.
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que não vai ao parque com esse intuito, aprende algo, pois o contato do homem com a
natureza, quando de forma positiva, sempre é enriquecedor.
Portanto, quando falamos em educação, falamos sobre a educação em tempos e
espaços diferentes, que pode formar indivíduos críticos e capazes de transformar a sociedade
em que estão inseridos, proporcionando o desenvolvimento humano.
O espaço natural em que o PEIT se constitui e os trabalhos realizados em prol da
educação podem proporcionar através das atividades e da vivência com a natureza um
trabalho educativo promissor.
Aliado à educação, o lazer será considerado como uma prática educativa que:
[...] só tem sentido se falar em aspectos educativos do lazer, se esse for considerado
como um dos possíveis canais de atuação no plano cultural, tendo em vista contribuir
para uma nova ordem moral e intelectual, favorecedora de mudanças no plano social
(MARCELLINO, 1998, p. 63).
Outro saber de que não posso duvidar um momento sequer da minha prática
educativo-crítica é o de que, como experiência especificamente humana, a educação
é uma forma de intervenção no mundo.
[...] ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem ‘formar’´é ação pela
qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado.
Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das
diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro.
Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE,
2003, p.23)
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aprendem no parque e podem ensinar fora dele, fazendo com que o conhecimento se
multiplique através das amizades, da família, da escola.
Essa troca de conhecimento também acontece dentro do parque uma vez que os
visitantes trazem consigo seus conhecimentos e contribuem com informações novas para as
atividades e para o trabalho de monitores que realizam as atividades educacionais durante as
visitas.
Observou-se que os professores que acompanharam os grupos escolares que visitaram
o parque durante o período de observação estabelecem uma via de mão dupla com os
conhecimentos e conteúdos trabalhados no parque pois, atentos às atividades, os professores
afirmaram que pretendiam voltar com os temas trabalhados para dentro da sala de aula a fim
de estimular a reflexão dos alunos sobre o aprendido.
As atividades educacionais são variadas e buscam, além de ensinar práticas
ecológicas, repassar conhecimentos sobre a fauna e a flora do parque. Essas atividades
proporcionam momentos em que o grupo de visitantes se relaciona entre si e com a natureza,
momentos em que a atividade exige confiança no outro, silêncio, reflexão, agilidade, união.
Esses vários momentos possibilitam aos visitantes vivenciarem diferentes momentos na
natureza.
A educação trabalhada no PEIT, especificamente, é a educação ambiental. A natureza
encontrada no parque potencializa o espaço para que a EA seja trabalhada de forma bem
sucedida, incentivando não só atitudes ecologicamente corretas, mas também a valorização e
a preservação do próprio parque.
Para o PEIT, o meio ambiente focalizado neste estudo, a educação ambiental é uma
das principais preocupações. Segundo a lei que rege as Unidades de Conservação, um parque
deve possibilitar atividades de educação e interpretação ambiental, pois seu espaço contribui
para a conservação e percepção da natureza pela sociedade.
Vale dizer que o meio ambiente torna-se desde a década de 1960 um tema importante
a ser abordado pela sociedade e estudiosos, uma vez que catástrofes naturais, aumento da
poluição e do consumo e grandes problemas gerados pelo modo de produção vigente tornam-
se alvo de preocupação para as gerações atuais e futuras.
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[...] o lazer é um espaço de educação constante, uma vez que permite ais indivíduos
o descanso e a recuperação das suas forças físicas e mentais para o retorno ao
trabalho, alivia as tensões, mantém-nos ocupados em atividades que lhes dão prazer
e, ainda, promove seu desenvolvimento pessoal e social, condição indispensável
para que o homem se mantenha em equilíbrio e, assim, possa dispor de toda sua
energia e inteligência para a resolução dos problemas e a criação de respostas
ajustadas às mudanças rápidas e emergentes da vida moderna, dando sua
contribuição para o bem-estar geral da nação.
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Essa pesquisa foi elaborada a fim de levantar questões importantes para o Parque
Estadual do Itacolomi, como os trabalhos de educação ambiental, a relação do lazer com o
parque e com a EA e a relação do ecoturismo e da comunidade com o parque.
Essas questões foram analisadas a partir dos sujeitos envolvidos, tanto funcionários do
parque, quanto moradores da comunidade e visitantes, além das observações de campo e do
diálogo com vários autores que trouxeram conhecimentos pertinentes a pesquisa.
Em momento algum a pesquisadora se distanciou dos sujeitos e do objeto estudado,
reafirmando assim, o vínculo já existente entre pesquisadora e pesquisa antes mesmo do
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atrativo ecoturístico da cidade de Ouro Preto, que é conhecida somente pelo turismo histórico
cultural. O parque, no entanto, poderia contribuir ao oferecer aos turistas um atrativo
diferenciado, ou mesmo no fortalecimento de um novo perfil de visitantes na cidade,
colaborando para o aumento de demanda turística.
Assim, o ecoturismo pode transformar o meio ambienta natural do parque em espaço
de experiências do lazer, da educação, proporcionando para os ecoturistas mais que uma
experiência na natureza, uma aprendizagem com a natureza.
Um dos elementos essenciais para a preservação do PEIT trabalhados na pesquisa foi a
educação, entendida como um meio de desenvolvimento pessoal e social, na qual o ensinar e
o aprender possuem uma relação próxima, estabelecendo uma via de mão dupla, isto é,
ensinar depende do aprender assim como o aprender depende do ensinar (FREIRE, 2003).
Assim, entendemos que a educação deve ser para o PEIT uma troca de experiências entre os
funcionários, os visitantes e a natureza, fortalecendo a relação do homem entre a natureza na
busca do equilíbrio.
Essa educação no PEIT foi estudada com os princípios da educação ambiental, a qual
consideramos um caminho para o crescimento da consciência ambiental na sociedade,
formando cidadãos responsáveis e sensibilizados diante as questões ambientais e atentos para
a busca do equilíbrio da relação entre o homem e a natureza para sua melhoria da qualidade
de vida.
Por isso, os trabalhos da educação ambiental devem ser continuados no parque, e
incentivados, ampliando seu alcance para todas as escolas que se interessarem pelas
atividades realizadas pelo PROTUR e para todos os cidadãos que procuram pelo parque na
prática do ecoturismo.
As atividades de ecoturismo e educação ambiental merecem destaque em virtude de
possuírem papel fundamental no fortalecimento da relação população local/ equipe
da U.C./ usuários, que são os vértices e principais atores sociais do bom
funcionamento da U.C. (FIGUEIREDO, 2000, p.61).
Assim sendo, acreditamos que para o fortalecimento do PEIT como atrativo turístico e
equipamento de lazer é evidente a necessidade do equilíbrio entre a comunidade, os
ecoturistas e a equipe que trabalha para o parque em geral, não somente a equipe do
PROTUR, como também os funcionários do IEF, FEOP e quaisquer outros que venham
constituir parcerias com o parque.
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HISTÓRIA AMBIENTAL & TURISMO
Vol. 4 - Nº 1 - Maio 2008
ISSN: 1808-558X
www.periodicodeturismo.com.br
Entrevistas:
[ ], Antônio. Ouro Preto, MG, 01 ago. 2007. (15 min.). Entrevista concedida a Joice Yukari
Nishime.
[ ], Luciana. Ouro Preto, MG, 13 jun 2007. (10 min.). Entrevista concedida a Joice Yukari
Nishime.
[ ], Luis Carlos. Ouro Preto, MG, 13 jun 2007. (10 min.). Entrevista concedida a Joice Yukari
Nishime.
[ ], Nilva. Ouro Preto, MG, 20 jun 2007. (10 min.). Entrevista concedida a Joice Yukari
Nishime.
[ ], Tiago. Ouro Preto, MG, 11 jun 2007. (20 min.). Entrevista concedida a Joice Yukari
Nishime.
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