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FARIA, Regina Helena Martins de. Em nome da ordem: a constituição dos aparatos policiais no
universo luso-brasileiro (sécs. XVIII-XIX). Tese (doutorado) — Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, 2007.
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FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de
Janeiro: Edições Graal, 1979.
ele. Se confirmada a hipótese, deve-se estudar qual a razão da existência da polícia e sua
verdadeira função na sociedade.
Há também uma relevância social do trabalho, que vai além da sua importância
como pesquisa acadêmica, uma vez que auxilia na compreensão de o que são,
verdadeiramente, as forças policiais, e as razões de sua atuação. A análise da relação
entre este setor das forças armadas e a sociedade, de forma abrangente, pode auxiliar no
entendimento da discriminação na atuação da polícia atualmente, entender o por quê se
lida de uma forma com pessoas e comunidades da periferia, e de outra em um contexto
que envolve as classes sociais superiores. Tal distinção é a marca da relação de diversas
comunidades frente à polícia, molda a percepção do indivíduo por essas forças e, de
forma final, o modo como as próprias pessoas tendem a lidar com elas.
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BRETAS, Marco Luiz et al. A história da polícia no Brasil: balanço e perspectivas. Revista
Topoi. 2013
Como antes já revelado, a pesquisa histórica sobre a instituição e as ações
policiais é bastante recente em todo o mundo, mas ainda mais nova no Brasil, com raros
trabalhos anteriores à década de 80. Como explicado no texto de Bretas e Rosemberg,
que busca realizar uma compilação de toda a pesquisa no ramo, observando quais
pontos já foram analisados e as tendências das pesquisas, há duas vertentes ideológicas
principais: a liberal e a marxista. A noção liberal de abordagem sobre o tema da polícia
a vê como uma instituição dos estados modernos que busca e garante a segurança da
sociedade contra a criminalidade e as delinquências, justificativa essa a utilizada pela
própria polícia e, em grande parte, a do senso comum. Já a visão marxista traz a relação
oprimidos/opressores, em que a polícia seria uma instituição que defenderia o capital e
as elites, enquanto procura dominar e reprimir as classes trabalhadoras. A visão de
Foucault se aproxima, em grande parte, do trabalho dos marxistas, e é a partir dessa
ótica que se busca, aqui, estudar a história das polícias brasileiras, uma vez que a
perspectiva se relaciona com a noção de discriminação policial.
FARIA, Regina Helena Martins de. Em nome da ordem: a constituição dos aparatos
policiais no universo luso-brasileiro (sécs. XVIII-XIX). Tese (doutorado) —
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.