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Na semana passada, vimos qual deve ser a atitude do cristão quando tiver
enfrentando um tempo de adversidade. Como ele deve portar-se diante da
dor, do sofrimento, das perseguições e provações.
19 Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão
do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação.
19 pois sei que o que me aconteceu resultará em minha libertação, graças às
orações de vocês e ao auxílio do Espírito de Jesus Cristo.
Precisamos definir o que Paulo quer dizer com “isto” – porque estou certo que
isto. Outra palavra importante que necessita de compreensão é a expressão
“libertação” – porque estou certo de que isto mesmo me redundará em
libertação.
Entretanto, ao ler os versículos seguintes isso não fica bem claro. Na verdade,
no v 20 ele deixa claro que não sabe se vai viver vou morrer, por isso, alguns
comentaristas acreditam que Paulo não está se referindo à salvação no
sentido tradicional da palavra. Lloyd-Jones fala de salvação num sentido mais
completo, o que significa que todas as coisas pelas quais Paulo estava
passando seriam proveitosas tanto no tempo presente como no tempo
vindouro.
Quero sugerir a vocês uma tradução que explique melhor o que Paulo está
dizendo no v 19: “Porque estou certo de que minhas atuais circunstâncias
(prisão e pregação do evangelho) resultará em minha salvação completa
(todas as coisas que estou passando serão proveitosas para mim no tempo
presente e no vindouro).
Há mais uma questão neste versículo que precisa ser vista. Sinceramente,
acredito que Paulo não precisava dizer – “graças às orações de vocês e ao
auxílio do Espírito de Jesus Cristo”. E por que ele acrescenta estas palavras?
19 Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão
do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação, 20 segundo a minha
ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado (em
nada me envergonharei); antes, com toda a ousadia, como sempre, também
agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela
morte.
A palavra “expectativa” significa o afastamento total de tudo para fixar-se no
objeto do seu desejo. É, literalmente, o esticar do pescoço para captar um
vislumbre daquilo que jaz à frente. Que vislumbre ele procura captar? A glória
de Cristo.
Vocês estão lembrados do final do v 18, quando Paulo disse que sempre se
alegrará? Sabem porque que ele sempre se alegrará? Porque sabe que Cristo
será glorificado no seu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Como foi dito na
ministração passada, Paulo amava tanto o Senhor Jesus Cristo que se esquecia
de si mesmo. Só um amor tão grande assim para explicar o que será dito na
sequência.
Alguém disse que esta passagem é uma das mais sublimes e grandiosas
declarações jamais feitas pelo ser humano, até mesmo para o próprio
apóstolo Paulo e que há um sentido em que todo aquele que encarar este
versículo só poderá sentir que pisa em solo sagrado.
Esta seção que começou no versículo 12 e que vai até o versículo 26 foi escrita
com o propósito de consolar os cristãos de Filipos. Ele começa falando da sua
prisão e de como Deus usou aquela situação para o progresso do evangelho.
Porém, ele vai adiante e diz àqueles irmãos que não precisavam se preocupar
com nada, pois o desejo ardente do seu coração é que Cristo seja glorificado,
mesmo que isto lhe custe a própria vida. Portanto, que ninguém fique
angustiado com o que está acontecendo ou com o que vai acontecer, pois
para ele o viver é Cristo e o morrer é ganho. Em outras palavras, não se
preocupem comigo de maneira alguma, pois para mim o viver é Cristo e o
morrer é ganho.
Honestamente, você pode dizer como Paulo, que o viver para você é Cristo?
Seria isso verdade a seu respeito? Paulo estava preso aguardando julgamento
e sabia que podia ser posto em liberdade, mas também sabia que podia ser
condenado a morte. Porém, ele está tranquilo, sereno, pois isso não
importava. Se fosse posto em liberdade, iria continuar glorificando a Cristo,
pregando o evangelho, mas se fosse morto, então se encontraria com o
amado de sua alma e essa seria a maior de todas as suas alegrias. E por que
pensava assim? Porque para ele o viver significava Cristo e o morrer, ganho.
5 – O conceito do homem comum sobre a vida – para ele a vida significa sua
família, seu lar, suas ocupações, suas atividades no viver diário. O problema
com este conceito é que para muitos cristãos, o viver também significa o
companheirismo e o amor dos nossos entes queridos, a vida no lar e o nosso
circulo mais chegado de amigos. E por que este conceito é um problema?
Porque quando perdemos um ente querido, a vida entra em colapso e perde o
sentido.
7 – O conceito cristão da vida – Para mim o viver é Cristo. Para o cristão, nem
mesmo Deus, nosso Pai; nem os nossos interesses religiosos, nem a minha
família, nem minhas atividades, nada do que foi dito até agora, apenas Cristo
é vida de verdade, pois para mim o viver é Cristo.
Paulo amava a Cristo e uma característica do amor é que quem ama sempre
está pensando no objeto do seu amor. Parafraseando Mateus 6.21, podemos
dizer: onde estiver o vosso amor, aí estará o seu coração. Diante disso,
pergunto: o que mais desejamos nessa vida? O que ocupa constantemente o
nosso coração?
Creio que ainda resta uma pergunta a ser feita, e provavelmente, a mais
importante de todas: como o cristianismo de Paulo chegou num nível tão
elevado? O que aconteceu com este homem de Deus que o levou a amar
Cristo de maneira tão profunda?