CAPÍTULO 9
Instituições sociais: família e Igreja
PARA PRATICAR
1 (UnB) Assinale a opção correta a respeito de insti-
tuição social.
A É um sistema complexo e organizado de relações
sociais relativamente permanentes, que incorpora
valores e procedimentos comuns e atende a certas
necessidades básicas da sociedade. Nas instituições
sociais, as atividades não são rotineiras e previsíveis
e as relações entre os membros tendem a uma não
padronização.
B O poder coercitivo de uma instituição está no fato de
que a sua existência depende da vontade dos indiví-
duos: basta esquecer suas regras ou tentar mudá-
-las para perceber a sua força.
C A institucionalização é o processo pelo qual certas
atividades adquirem padrões e rotinas, e são espe-
radas e aprovadas para atingir objetivos considera-
dos importantes. Um papel é dito institucionalizado
quando foi padronizado, aprovado e esperado.
D As instituições não tendem a regulamentar e a con-
trolar o comportamento dos indivíduos. Como elas
incorporam as expectativas aceitas pela sociedade,
qualquer desvio dessas expectativas pode sofrer pu-
nição ou exposição a constrangimentos.
2 (UEM 2013) Dentro da sociedade norte-americana, o
principal poder nacional reside hoje nos domínios econômi-
co, político e militar. Outras instituições parecem colocadas
do lado de fora da história moderna e, de vez em quando,
subordinam-se convenientemente àqueles domínios. Nenhu-
ma família é tão diretamente poderosa em questões nacio-
nais quanto qualquer grande corporação: nenhuma igreja é
tão diretamente poderosa nas histórias de vida externas dos
jovens norte-americanos hoje quanto o Exército dos EUA;
nenhuma universidade é tão poderosa na conformação dos
eventos internacionais quanto o Conselho de Segurança Na-
cional. As instituições religiosa, educacional e familiar não são
centros autônomos de poder nacional; pelo contrário, essas
áreas descentralizadas são cada vez mais moldadas pelos
três grandes poderes, nos quais ocorrem hoje os eventos de
consequência decisiva e imediata.
WRIGHT-MILLS, C. “A elite do poder: militar, econômica e política”. In:
FERNANDES, H. R. (Org.). Wright-Mills: sociologia. São Paulo: Ática, 1985. p. 70.
De acordo com o texto, é correto afirmar que
01. as instituições sociais mais poderosas nas socieda-
des modernas são as religiões, as escolas, as uni-
versidades e as famílias.
02. os domínios econômico, político e militar são mui-
to importantes nas sociedades modernas, mesmo
quando entram em conflito entre si, dado que seus
interesses nem sempre são convergentes.
04. as universidades são instituições autônomas e in-
dependentes dos interesses econômicos, políticos
e militares.
08. instituições familiares, educacionais e religiosas
frequentemente se submetem aos interesses mili-
tares, políticos e econômicos.
16. as Forças Armadas e as agências, como os Conse-
lhos de Segurança Nacional, são instituições cada
vez menos importantes para os estados nacionais,
dada a força de movimentos internacionais de cará-
ter pacifista e de defesa dos direitos humanos e dos
cidadãos.
Soma =
3 No duplo circuito particular-geral, geral-particular,
a família aparece como um intermediário entre o indivíduo
e a colectividade. É um subsistema a um tempo afectado
pela colectividade e afectando-a — parte de um todo orgâ-
nico, numa relação de interdependência e interpenetração.
Fase do processo que conduz do indivíduo à colectividade,
a família é um veículo de modelos sociais, um instrumento
de termo socialização usado ao longo deste texto significa
«o processo pelo qual o indivíduo aprende a ajustar-se ao
grupo, através da aquisição de um comportamento social
que o grupo aprova» — definição de «socialização» pelo
qual os indivíduos se inserem no meio que os rodeia.
SANTOS, Maria de Lourdes Lima dos. “Família e ‘socialização’: um aspecto da
evolução social contemporânea”. Análise social, v. VII, n. 25-6, pp. 67-8, 1969.
Conforme o trecho, a socialização da criança é funda-
mental para a construção do “eu social”. E, nesse con-
texto, a família tem como uma de suas funções a socia-
lização primária das crianças. Esse processo, ao qual a
sociologia atribuiu grande importância, justifica-se
A por ser por meio da família que a criança recebe as
informações necessárias para que se adapte às re-
gras da sociedade na qual está envolvida.
B por ser por meio da instituição familiar que a criança
passa a questionar valores, o que lhe permite transfor-
mar o curso da sociedade em que se insere.
C por ter o grupo social familiar a capacidade de trans-
missão de hábitos, devido ao seu poder formal de
moldar indivíduos e suas capacidades.
D por ser da família o poder de intermediar as esfe-
ras privada e pública de vida, impondo ao indivíduo o
conceito de cidadania adequado à vida social.
E por ser por meio da instituição familiar que o indivíduo
faz sua socialização, modificando hábitos, padrões e
comportamentos para a organização em sociedade.
SOCIOLOGIA 193
CAPÍTULO 9
Instituições sociais: família e Igreja
08. Os dogmas religiosos dizem respeito a verdades
irrefutáveis mantidas pela fé. Para serem reconhe-
cidos como válidos, eles não requerem uma justifi-
cação científica.
16. O termo Igreja só se aplica às manifestações reli-
giosas de origem ocidental. Nas demais socieda-
des, as manifestações religiosas devem ser com-
preendidas como seitas.
Soma =
9 (UEM 2015) Considerando os estudos contemporâ-
neos sobre sexualidade e diversidade sexual nas ciên-
cias sociais, assinale o que for correto.
01. É consenso entre cientistas, juristas e sociólogos
que a homossexualidade é um problema psicológi-
co e, portanto, não possui conexões com fenôme-
nos de ordem social.
02. Para a sociologia, a sexualidade, apesar de for-
temente associada à experiência individual, pode
também ser analisada sob uma perspectiva políti-
co-cultural.
04. As defesas política e jurídica de certas formas de ex-
pressão da sexualidade como “normais” e de outras
como “anormais” naturalizam as primeiras como
normas sociais e associam a elas práticas e valores
positivos, ao mesmo tempo em que inferiorizam ou-
tras possibilidades de expressão sexual.
08. Para o pensamento sociológico, gênero é uma de-
terminação fisiológica e, portanto, todos os aspectos
a ele relacionados só têm significado biológico.
16. A homofobia é uma prática discriminatória que pro-
duz e legitima diferentes formas de violência contra
grupos sexuais em situação de desvantagem civil
ou social.
Soma =
10 (UEM 2015) Deus é comumente pensado como um
ser do sexo masculino nas religiões monoteístas que
possuem maior número de adeptos ao redor do mundo.
Considerando o exposto, assinale o que for correto em
relação às análises sociológicas sobre sexo e gênero.
01. Os textos religiosos e as ideias teológicas dizem res-
peito a crenças e, portanto, referem-se a escolhas
particulares e a aspectos da vida privada. Portanto,
não devem ser analisados pela sociologia.
02. Segundo Émile Durkheim, a religião é uma das ins-
tituições responsáveis por promover a ordem so-
cial, incidindo sobre o modo como são organizadas
as relações de trabalho, de família, de justiça etc.
196 SOCIOLOGIA
04. Pela perspectiva feminista, a desigualdade de
gênero reforçada pelo discurso dos textos sagrados
é uma forma de manutenção dos privilégios
masculinos.
08. Ao constituir valores que orientam moralmente a
conduta social dos indivíduos, como sinaliza Max
Weber, as religiões não promovem conflitos ou de-
sigualdades.
16. As grandes religiões monoteístas – o cristianismo,
o islamismo e o judaísmo – têm contrariado ampla-
mente seus tradicionais textos sagrados e aceitado
a ostensiva presença feminina no exercício de fun-
ções sacerdotais.
Soma =
11 (UFG 2011) Leia o fragmento de texto a seguir.
Retrocedendo no tempo, verifica-se que para os
homens, já em 1940, a média de idade no ato do casa-
mento legal era de 27,1 anos, a qual se manteve quase
inalterada até nossos dias [1998]. Com as mulheres não
ocorreu o mesmo. Em 1940, elas se casavam no civil
mais cedo, em média aos 21,7 anos, idade que veio cres-
cendo sistematicamente e passou a 23,3 anos em 1950,
23,8 em 1960 e 24 em 1970.
BERQUÓ, Elza. Arranjos familiares no Brasil: uma visão demográfica. In:
SCHWARCZ, Lilia M. “História da vida privada no Brasil”. Contrastes da intimi-
dade contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras,
1998. v. 4. pp. 416-17. (Adapt.).
O texto retrata diferenças na idade média das mulheres,
em relação à dos homens, no que se refere ao casa-
mento civil. No Brasil, o aumento progressivo da idade
de casamento das mulheres entre as décadas de 1940 e
1970 se deve, sobretudo, à
A instituição do divórcio, que deu aos divorciados o di-
reito de contrair novo matrimônio.
B aprovação do código eleitoral, que garantiu a partici-
pação política das mulheres.
C elevação da escolaridade, que possibilitou maior in-
clusão das mulheres no mercado de trabalho.
D ampliação da longevidade feminina, que influenciou
na nupcialidade e nas parturições.
E implementação de políticas de saúde pública, que
permitiu o acesso à contracepção e à esterilização.